PIGNATARI, Décio. Semiótica Da Arte e Da Arquitetura

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FICHAMENTO 1. Referência PIGNATARI, Décio. Cadeira Rietveld. In: _____. Semiótica da arte e da arquitetura. 3, ed, Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2004. p.137-143. _____. Design e projeto. In: _____. Semiótica da arte e da arquitetura. 3, ed, Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2004. p.148- 152. _____. A mensagem arquitetônica. In: _____. Semiótica da arte e da arquitetura. 3, ed, Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2004. p.153- 157. 2. Dados biográficos do autor Décio Pignatari (Jundiaí, 20 de agosto de 1927 São Paulo, 2 de dezembro de 2012)1 foi um publicitário, poeta, ator, ensaísta, professor e tradutor bra sileiro. Desde os anos 1950, realizava experiências com a linguagem poética, incorporando recursos visuais e a fragmentação das palavras. Tais aventuras verbais culminaram no Concretismo, movimento estético que fundou junto com Augusto e Haroldo de Campos, com quem editou as revistas Noigandres e Invenção e publicou a Teoria da Poesia Concreta (1965). Como teórico da comunicação, traduziu obras de Marshall McLuhan e publicou o ensaio Informação, Linguagem e Comunicação (1968). Sua obra poética está reunida em Poesia Pois é Poesia (1977). Décio Pignatari publicou traduções de Dante Alighieri, Goethe e Shakespeare, entre outros, reunidas em Retrato do Amor quando Jovem (1990) e 231 poemas. Publicou seu primeiro livro de poesias em 1950 ``Carrossel``, o volume de contos O Rosto da Memória (1988) e o romance Panteros (1992), além de uma obra para o teatro, Céu de Lona. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, turma de 1954. Teórico da comunicação, ajudou a fundar a Associação Brasileira de Semiótica nos anos 1970 e foi professor, entre outras, na Escola Superior de Desenho Industrial no Rio de Janeiro, na Escola de Jornalismo da Universidade de Brasília, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Como ensaísta, podem ser destacados de sua lavra os títulos “Semiótica e Literatura”, “Informação, Linguagem e Comunicação” e “Contracomunicação”. Para o teatro, escreveu “Céu de Lona”, peça sobre a vida e a obra deMachado de Assis . Já a antologia

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FICHAMENTO

1. Referência

PIGNATARI, Décio. Cadeira Rietveld. In: _____. Semiótica da arte e da arquitetura. 3, ed, Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2004. p.137-143.

_____. Design e projeto. In: _____. Semiótica da arte e da arquitetura. 3, ed, Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2004. p.148-152.

_____. A mensagem arquitetônica. In: _____. Semiótica da arte e da arquitetura. 3, ed, Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2004. p.153-157.

2. Dados biográficos do autorDécio Pignatari (Jundiaí, 20 de agosto de 1927 — São Paulo, 2 de dezembro de 2012)1 foi um publicitário, poeta, ator, ensaísta, professor e tradutor brasileiro.Desde os anos 1950, realizava experiências com a linguagem poética, incorporando recursos visuais e a fragmentação das palavras. Tais aventuras verbais culminaram no Concretismo, movimento estético que fundou junto com Augusto e Haroldo de Campos, com quem editou as revistas Noigandres e Invenção e publicou a Teoria da Poesia Concreta (1965). Como teórico da comunicação, traduziu obras de Marshall McLuhan e publicou o ensaio Informação, Linguagem e Comunicação (1968). Sua obra poética está reunida em Poesia Pois é Poesia (1977). Décio Pignatari publicou traduções de Dante Alighieri, Goethe e Shakespeare, entre outros, reunidas em Retrato do Amor quando Jovem (1990) e 231 poemas. Publicou seu primeiro livro de poesias em 1950 ``Carrossel``, o volume de contos O Rosto da Memória (1988) e o romance Panteros (1992), além de uma obra para o teatro, Céu de Lona.Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, turma de 1954.Teórico da comunicação, ajudou a fundar a Associação Brasileira de Semiótica nos anos 1970 e foi professor, entre outras, na Escola Superior de Desenho Industrial no Rio de Janeiro, na Escola de Jornalismo da Universidade de Brasília, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.Como ensaísta, podem ser destacados de sua lavra os títulos “Semiótica e Literatura”, “Informação, Linguagem e Comunicação” e “Contracomunicação”. Para o teatro, escreveu “Céu de Lona”, peça sobre a vida e a obra deMachado de Assis. Já a antologia “Poesia Pois É Poesia” reúne 50 anos da obra poética de Décio Pignatari e permite visualizar um panorama de todas as facetas de seu estilo.

3. EmentaPIGNATARI, Décio. Cadeira Rietveld. In: _____. Semiótica da arte e da arquitetura. 3, ed,

Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2004. p.137-143.

Começando com Gerrit Thomas Rietveld, ele volta a analisar semioticamente a cadeira Rietveld. “Essa não é uma cadeira, apenasmente. É uma cadeira pensando a cadeira, aspirando a ser todas as cadeiras possíveis.” Ele a chama de objeto-escultura-arquitetura. “É um qualisigno que aspira ser um legisigno, um ícone visando a um símbolo, um rema tendendo a argumento.” A cadeira é um princípio, “é um conceito icônico, ou seja é um modelo.” Podemos pensar aí no qualisigno-icônico-remático.

_____. Design e projeto. In: _____. Semiótica da arte e da arquitetura. 3, ed, Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2004. p.148-152.

Em seguida, ele entra em Piet Mondrian, e o cromo-plasticismo. Faz menção às principais características de sua obra: o quadrado e a cruz, trazendo pranchas-diagramas que são complementares ao texto. Fala, portanto, que o mundo das formas (arte, aquitetura e design) é um mundo icônico. É um mundo de remas e de qualisignos, que só podem ser apreendidos diretamente, sem verbalização.

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_____. A mensagem arquitetônica. In: _____. Semiótica da arte e da arquitetura. 3, ed, Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2004. p.153-157.

Em seguida, apresenta uma outra prancha onde há um fluxo-diagrama que traz como título “Mensagem Arquitetônica”. Nessa parte, ele irá discutir características do signo arquitetônico icônico, tais como tridimensional, habitável, vivível, e o funcionamento da mensagem que as obras arquitetônicas emitem aos seus receptores.

Disponível em: <https://estudospeirceanos.files.wordpress.com/2012/07/semic3b3tica-da-arte-e-arquitetura-por-maria-augusta-mitre.pdf >, acesso em 19 mai. 2015.

4.Tese centralNo livro Semiótica da Arte e da Arquitetura, o autor faz uma aplicação analítica da semiótica de Charles Sanders Peirce às artes, à arquitetura e também ao design.

5. Lógica internaO livro é dividido em duas partes: na primeira, CADEIRA ESCADA LABIRINTO, Décio Pignatari discorre sobre os caminhos da filosofia estética de Hegel, passando por diversos outros autores, até chegar a Peirce, atingindo o seu objetivo: a análise semiótica da arte, da arquitetura e do desenho industrial.

6. InterlocuçãoGerrit Thomas Rietveld, Carlo Lodoli, Gropius, Doesburg, Pierce

7. Excertos

Para uma leitura mais sistematicamente didática, valemo-nos da conhecida tricotomia dos diferentes níveis de abordagem, conforme o discípulo de Peirce, Charles Morris, e outros, a saber:Nível sintáico ou Sintaxe (primeiridade) – estudo das relações formais entre os signos;Nível semântico ou Semântica (segundidade) – estudo das relações entre signo e objeto, das designações já existentes, tanto denotativa quanto conotativamente: Nível pragmático ou Pragmática (terceiridade) – estudo do signo a nível de interpretante, do significado “real” que assume no uso e no contexto efetivos e signo “ao vivo”. (p.139).

É o cromo-plasticismo, que Mondrian desejava ver aplicado à arquitetura, tento em vista uma síntese monumental: “Os mesmos conceitos são expressos pela poltrona Rietveld, cuja construção simples confere uma forma harmoniosa à função de sentar. (p.142).

Uma arquitetura que aspirava ao modelo e ao módulo e não à solução de problemas particulares: “Não estavam preocupados com uma casa em particular, que, na terminologia do de Stijl, seria uma construção arbitrária, sujeira às incertezas do acaso, em qualquer terreno escolhido aleatoriamente, mas com os problemas gerais dos espaços para viver. (p.142)

De uma forma geral, pode-se dizer que o influxo neoplasticista se infundiu e difundiu por toda a chamada arquitetura moderna, embora certamente influenciada, por sua vez, no caso arquitetônico, pela proposta da “casa-dominó”, de Le Corbusier, que também seria uma exceção marcante na ruptura com o Neoplasticismo, particularmente em Ronchamp, onde a ortogonalidade parece destruída, juntamente com a linha reta. (p.142-143)

O principal interpretante, porém, é o ser humano. Suas elaborações, elaboradas e elaborantes, se constituem naquilo que denominamos História. Parafraseando Peirce, o homem é Signum Maximum, constantemente elaborado por signos, constantemente elaborando signos. (p.152)

O arquiteto, individual ou coletivo, é o criador-emissor da mensagem, na qual materializa uma certa manifestação qualitativa da mensagem arquitetônica, incluindo “traduções” extracódigos, ou seja, informações abeberadas em outros códigos, linguagens e signagens (visual, verbal, comportamentístico, etc.), que, no entanto, são subsidiários e minoritários. (p.152)

8. Palavras-chaveSemiótica; Arquitetura; Arte; Signo; Interpretante; Forma;

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9. Conceitos 1) Hegelianismo: é uma corrente filosófica desenvolvida por Georg Wilhelm Friedrich

Hegel que pode ser sintetizada pela frase do próprio filósofo "o racional por si só é real", que significa que a realidade é capaz de ser expressada em categorias reais. O objetivo de Hegel era reduzir a realidade a uma unidade sintética dentro de um sistema denominado idealismo transcendental.

2) Rema: (escala de correspondência: primeiridade, sintaxe, quali-signo, ícone, possibilidade) – signo, para o seu interpretante, de uma possibilidade qualitativa; termo ou função proposicional que representa tal ou qual espécie de objecto possível, destituída da pretensão de ser realmente afectada pelo objecto ou lei à qual se refere;