PiroNF Aula 07 Processos de Refino 2015-01

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Pirometalurgia dos Metais Não Ferrosos (EET 445) Profª Giselle Mattos PROCESSOS DE PROCESSOS DE REFINO REFINO

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Pirometalurgia dos Metais Não Ferrosos (EET 445)Profª Giselle Mattos

PROCESSOS DE PROCESSOS DE

REFINOREFINO

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• Os processos de refino se baseiam no princípio de que diferentes elementos se distribuem de forma diferentes em fases distintas, e que estas fases podem ser separadas fisicamente.

• Os processos de refino podem ser divididos, de uma forma ampla, em três grupos principais:

1. Metal-escória.

2. Metal-metal.

3. Metal-gás.

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ASPECTOS GERAIS.

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• Entre os processos de refino do grupo metal-escória, a oxidação e escorificação

dos elementos menos nobres é, de longe, o mais importante, sendo conhecido

como refino a fogo. Ele é aplicado na fabricação de aço e também no refino do

cobre e do chumbo.

• Nos processos de refino do grupo metal-metal encontram-se os processos de

liquação e refino por fusão de zona. Este último é aplicado na obtenção de

metais com elevadíssima pureza.

• Entre os processos do tipo metal-gás destaca-se o processos de destilação. A

remoção de gases pelo uso do vácuo também se insere neste grupo.

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ASPECTOS GERAIS.

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• É baseado na diferença de afinidade do oxigênio pelos diferentes elementos.

• Depende da atividade química dos elementos dissolvidos na fase metálica e dos óxidos dissolvidos na escória.

• No refino a fogo o metal é submetido à oxidação tanto por meio de ar ou oxigênio como também do óxido do metal que está sendo refinado.

• O equipamento usado no refino a fogo depende do metal em questão e do método de oxidação.

• O refino em forno elétrico possibilita a obtenção de temperaturas mais elevadas e perde pouco calor.

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ASPECTOS GERAIS – REFINO A FOGO.

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• Para metais como o cobre e chumbo as atividades dos elementos dissolvidos e constantes de equilíbrio para as reações de refino a fogo são bem menos conhecidas que para o aço.

• Um exemplo conhecido é a oxidação do enxofre no cobre:

S + 2O = SO2(g)

• Para teores de enxofre acima de 0,1% e baixo pSO2 um valor aproximadamente constante, de 0,012, para o produto [S]x[O]2/pSO2 a 1150oC.

• Para teores de enxofre mais baixos e correspondentes maiores teores de oxigênio e pSO2

mais elevados, o produto de solubilidade tende a crescer, devido à diminuição do coeficiente de atividade do enxofre dissolvido pela ação do oxigênio.

• A oxidação do enxofre no cobre é, em vários aspectos, análoga à oxidação do carbono no aço líquido.

• A reação é levemente exotérmica e é favorecida por baixas temperaturas.

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ASPECTOS GERAIS – REFINO A FOGO.

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• Para a oxidação de outras impurezas em metais não-ferrosos, pode ser dito como regra geral que os metais menos nobres são oxidados mais prontamente.

• Assim, o ferro no cobre é oxidado antes do níquel (um fator que contribui para isso é o desvio positivo da lei de Raoult para o ferro no cobre, enquanto que o níquel no cobre apresenta um comportamento próximo do ideal).

• Antimônio e estanho no chumbo são removidos por oxidação (amaciamento do chumbo), enquanto que o bismuto, por ser mais nobre, não é atacado.

• Além disso, Sb e Sn formam óxidos ácidos, que são prontamente dissolvidos na escória básica de óxido de chumbo.

• Uma melhor escorificação destes elementos pode ser obtida pela adição de óxidos alcalinos.

• Os processos de oxidação com a formação de óxidos condensados é quase sempre exotérmica, sendo portanto favorecida por baixas temperaturas.

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ASPECTOS GERAIS – REFINO A FOGO.

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• As condições mais favoráveis para o refino a fogo são:

1. O elemento deve ter uma afinidade pelo oxigênio maior que a do metal

principal.

2. O elemento deve ter um coeficiente de atividade elevado no banho metálico

fundido.

3. O óxido deve ter um baixo coeficiente de atividade na escória.

4. A temperatura deve ser baixa.

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ASPECTOS GERAIS – REFINO A FOGO.

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REFINO DO COBRE

• O cobre bruto é obtido de três formas:

1. Cobre Blister – Produzido apartir de minérios sulfetados, pela formação do matte

e conversão (refino).

2. Cobre “preto” – Gerado apartir de minerais óxidos, reduzidos com o carbono.

3. Cobre “cimento” (“cement”) – Cobre precipitado apartir de soluções lixiviadas.

• O refino do cobre blister é em geral feito em três estágios (refino preliminar, refino

eletrolíticoe refino final), através dos quais atinge-se uma pureza entre 97% e 99,97%

de Cu.

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• O refino preliminarrefino preliminar ou primário é constituído pelas etapas de refino por fogo, e é aplicado para a remoção de do enxofre ainda existente em solução, aém do tanto quanto for possível das demais impurezas que são oxidáveis, tais como Al, Si, Mn, Zn, Sn, Fe, As, Sb e Pb. Nesta etapa não é possível remover os metais preciosos.

• No refino eletrolítico refino eletrolítico o cobre refinado no fogo é anodicamente dissolvidoe o cobre metálico puro é depositado sobre os catodos formados por chapas de cobre puro, enquanto que as impurezas se depositam parcialmente na base da célula, como uma lama.

• No refino finalrefino final os catodos obtidos eletroliticamente são refundidos em um forno elétrico a arco, e então solidificados em barras, arames ou outros produtos comerciais. Durante esta etapa de refino, reações de refino semelhantes àquelas da primeira etapa podem acontecer.

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REFINO DO COBRE

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REFINO DO COBRE

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REFINO DO COBRE – OXIDAÇÃO SELETIVA

• Uma das mais importantes procedimentos de refino na metalurgia do cobre é a oxidação seletiva do enxofre remanescente no metal líquido, e como consequência a desoxidação também se torna primordial, pois quanto mais o enxofre é eliminado, maior será o teor de oxigênio dissolvido no cobre metálico.

• Para a oxidação seletiva oxidação seletiva ar comprimido é soprado dentro do forno através de bocais. Algum Cu2O é imediatamente formado, e por ser solúvel no cobre fundido, contribui para

a oxidação seletiva, como se segue:

a) Reagindo com o enxofre presente como Cu2S para formar SO2, de acordo com a reação:

b) Reagindo com as impurezas metálicas para formar óxidos voláteis, como por exemplo, As2O3, Sb2O3, ou para formar óxidos de alto ponto de fusão, que flotarão para a superfície.

Cu2S + 2 Cu2O 6 Cu + SO2

Me + 2 Cu2O MeO + 2Cu

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REFINO DO COBRE – OXIDAÇÃO SELETIVA

• Geralmente alguma quantidade de sílica é adicionada para formar uma escória com estes óxidos, e esta escória é “escumada” continuamente.

• O processo de refino é considerado completo quando bolhas não são mais observadas na superfície do banho metálico (SO2), indicando que todo o enxofre atingiu o limite de

solubilidade no banho.

• Para a desoxidação pedaços de madeira são submergidos no banho metálico, sendo aquecidos e destilados, gerando gases como H2, CO e hidrocarbonetos que reduzem o Cu2O a cobre metálico. Pode ser feita também a redução do óxido pela injeção de gás redutor dentro do banho metálico líquido.

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• Durante o refino a fogo do cobre também é realizada uma desoxidação, pois após a oxidação do Fe, S, etc., o banho de cobre pode conter cerca de 1% de oxigênio.

• Uma vez que o potencial de oxigênio no refino do cobre é muito maior que na fabricação de aço, desoxidantes mais fracos podem ser usados. Os mais comuns são carbono, hidrocarbonetos e eventualmente amônia.

• Para a produção do chamado “cobre livre de oxigênio” oxidantes mais enérgicos como fósforo ou ligas Ca-B são usadas. Neste caso, o vazamento do cobre líquido é feito sob atmosfera protetora.

• Para os outros metais não-ferrosos, como o chumbo, a solubilidade do oxigênio é baixa e não há, portanto, necessidade de desoxidar o metal.

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REFINO DO COBRE

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REFINO DO CHUMBO

• O refino do chumbo é importante não só pela extração do chumbo propriamente dita, mas pela possibilidade de recuperação de impurezas preciosas como a prata, ou de alto valor como o antimônio, arsênio e o bismuto. (obs:

“dross” é uma solução sólida

metálica que se forma e flutua sobre

o banho metálico, como uma nata).

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REFINO DO CHUMBO

Refino do chumbo pela formação de compostos

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Diagrama de fases Cu-Pb

Eutético de baixo ponto de fusão no qual 99,94% de chumbo líquido está em equilíbrio com cobre puro.

O banho de chumbo fundido com cerca de 1% de cobre é resfriado de 1100oC até ~350oC, e a maior parte do cobre é removida, já que o cobre sólido é menos denso que o chumbo.

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REFINO DO CHUMBO

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A prata é removida do chumbo líquido pela adição de zinco que leva à formação de cristais de compostos intermetálicos de zinco e prata (fases b e h), que flutuam para a superfície do banho (dross), que é resfriado a 320oC, logo acima da temperatura eutética para se obter uma remoção de prata elevada.

O zinco residual pode ser removido das seguintes formas:

1. Oxidação com ar para produzir ZnO.

2. Adição de NaOH para produzir Na2ZnO2.

3. Injeção de cloro para formar ZnCl2 (g).

4. Destilação a vácuo, produzindo zinco metálico, que é reciclado para a desargentação.

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REFINO DO CHUMBO

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REFINO DO CHUMBO

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REFINO DO CHUMBO

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REFINO DO CHUMBO

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O bismuto é removido do chumbo pela adição de cálcio e magnésio metálicos. Uma dross contendo Ca-Bi e/ou Mg-Bi como compostos intermetálicos se forma, e é então escumada do banho.

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REFINO DO CHUMBO

A dross recuperada é então resfriada e tratada com cloro para remover o cálcio, restando apenas o bismuto cru. Esta é uma das principais fontes de Bi.

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Sistema Pb-Bi-Ca-Mg.

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REFINO DO CHUMBO

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Princípio do refino por fusão de zona

Após uma passagem completa a barra é fundida e solidificada. A fase líquida que concentra as impurezas, as transfere para uma das extremidades da barra.

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REFINO – OUTROS PROCESSOS

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Refino por vácuo

Efeito da pressão na solubilidade do N, H, C x O no aço líquido a 1600oC.

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REFINO – OUTROS PROCESSOS