PJ, Autônomo ou CLT: o que é melhor para você?

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REVISTA DA CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO Nº 78 | JUL • AGO • SET / 2008 PJ, Autônomo ou CLT: o que é melhor para você?

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REVISTA DA

Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região Nº 78 | JUL • AGO • SET / 2008

PJ, Autônomo ou CLT: o que é melhor para você?

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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 78 • jul/ago/set • 2008�

A matéria de capa deste número da Revista da Fonoaudiologia traz o relato do percurso pro-

fissional de dez fonoaudiólogos atuantes no mercado de trabalho. Estes relatos apresentam

algumas trajetórias que demonstram a relevância de se estabelecer com clareza projetos de

vida e de carreira profissional.

Uma vez formado, todo profissional deve se perguntar quais as expectativas que tem em relação à

carreira e em que setor pretende atuar.

Fica clara a necessidade do aperfeiçoamento profissional, por meio de cursos de especialização,

mestrados, doutorados, MBA, cursos de gestão em negócios, entre tantos outros, que podem ser o

diferencial para a inserção no mercado de trabalho. Foi-se o tempo em que o profissional construía sua

carreira a partir das possibilidades que apareciam ao acaso. As oportunidades profissionais nos dias

de hoje são conseqüências de planejamento de carreira e os fonoaudiólogos, tanto quanto formados em

outras áreas, são responsáveis pelo delineamento de suas trajetórias na profissão.

E mais: chegamos em um momento no qual os fonoaudiólogos devem ter clara a necessidade de

aproximação com seus pares, não somente para troca de experiências

clínicas, técnicas, mas para apurar os objetivos políticos da classe pro-

fissional. Sempre foi dito que viver é um ato político.

Complemento dizendo que o trabalho também é um ato político, um

ato social. Sem essa clareza, podemos ficar dando voltas sem dar o

passo necessário para o futuro.

A atuação profissional na modernidade exige competência técnica,

postura ética e desenvolvimento de habilidades e novos conhecimentos

em outras áreas do saber, que não se encerram no conhecimento da

Fonoaudiologia.

Nas três últimas edições da Revista da Fonoaudiologia, pretendemos

dar subsídios e instrumentos de debates para o jovem fonoaudiólogo,

e até mesmo aos que há tempos estão na profissão, como substrato de

reflexões a respeito da carreira profissional.

Esperamos, desta forma, ter contribuído com a classe fonoaudiológica em um dos propósitos do

Conselho: orientação, esclarecimentos e auxílio no que tange à atuação profissional.

Boa leitura a todos!

editoRial

Paulo Eduardo damascEno mElo

Presidente do 8º Colegiado do CrFa. 2ª região/sP

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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 78 • jul/ago/set • 2008�

Desde que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divul-gou a Resolução Normativa – RN Nº 167, que trata do novo rol de pro-

cedimentos e eventos em Saúde, os fono-audiólogos brasileiros tiveram o merca-do ampliado. Afinal, agora também po-dem prestar serviços às operadoras. Jun-to com as novas opções de trabalho, uma série de dúvidas se apresentou aos pro-fissionais do setor.

Como faço para me credenciar? São apenas seis sessões por ano? Estas fo-ram algumas das questões levantadas pelos fonoaudiólogos. Muitos, recorre-ram ao CRFa. 2ª Região/SP. “Tivemos um boom muito grande de perguntas”, co-menta a conselheira Daniela Queiroz, da Comissão de Saúde. “De duas, três ques-tões por semana, passamos a receber cin-co ou mais”, calcula.

Como a maior parte das perguntas trata dos mesmos assuntos, os integran-tes da Comissão de Saúde decidiram ela-borar uma consulta a ser lida por todos os profissionais. “As dúvidas eram muito parecidas. Dessa forma, acho que pode-mos ajudar a todos”, continua Daniela.

O texto foi elaborado pelos integran-tes da Comissão e recebeu o aval da Ple-nária realizada em março. Abaixo, leia a íntegra da Consulta.

Consulta Nº 01/08Assunto: Obrigatoriedade de Co-

bertura do Tratamento Fonoaudiológico frente à Resolução Normativa – RN Nº 167, de 09 de Janeiro de 2008, que atuali-za o “Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde”, publicada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Após a publicação da referida Reso-lução Normativa, os fonoaudiólogos têm questionado o CRFa. 2ª Região/SP sobre diversos aspectos relacionados ao assun-

to. Feita a análise da Resolução ora men-cionada, a Comissão de Saúde deste Con-selho Regional esclarece o que segue:

1. Houve alteração na lei que regula-menta os planos de saúde?

Não. A Lei Nº 9.656/98, que “Dispõe sobre os planos e seguros privados de as-sistência à saúde” continua em vigor. O que foi atualizado, através da Resolução Normativa Nº 167/08, foi o Rol de Proce-dimentos e Eventos em Saúde, que cons-titui a referência básica para a cobertu-ra mínima obrigatória da atenção à saú-de nos planos privados de assistência à saúde, contratados a partir de 01/01/99 e naqueles adaptados conforme a Lei Nº 9.656/98.

2. Qual o número de sessões que o convênio deverá oferecer cobertura para o tratamento fonoaudiológico?

O Anexo I da Resolução Normativa estabelece que as operadoras de planos privados de assistência à saúde devem ofertar, no mínimo, 6 (seis) sessões/ano.

3. Aqueles convênios que reembolsam o tratamento fonoaudiológico deverão continuar a fazê-lo?

De acordo com o artigo 5º da Resolu-ção Normativa devem ser “...respeitados os critérios de credenciamento, referen-ciamento, reeembolso ou qualquer outro tipo de contratualização estabelecido pelas operadoras de planos de saúde”.

4. Como vou concluir o tratamento fonoaudiológico em apenas 6 sessões? O que devo fazer?

O artigo 12 da Resolução Normati-va determina que as operadoras pode-rão oferecer, por sua iniciativa, cobertu-ra maior do que a mínima obrigatória pre-vista no Rol de Procedimentos.

Planosdesaúde:oquefazer?

CRFa. responde dúvidas sobre a Resolução da ANS que prevê

a obrigatoriedade do atendimento fonoaudiológico

ÍndiCe

5. De acordo com a publicação da ANS, os convênios são obrigados a creden-ciar fonoaudiólogos para atender os segurados?

A Resolução Normativa determina a obrigatoriedade da cobertura do trata-mento fonoaudiológico, cabendo às ope-radoras providenciarem meios para aten-der este dispositivo legal (exemplo: re-embolso, credenciamento de Pessoa Fí-sica e/ou Jurídica, entre outros).

6. Como devo proceder para efetuar o credenciamento junto aos convênios?

Cada operadora de saúde possui pro-cedimentos próprios para efetivar o cre-denciamento dos profissionais e hospi-tais que atenderão seus beneficiários. Caso o fonoaudiólogo tenha interesse em ter seu nome/clínica credenciado em um plano de saúde, deverá obter as informa-ções no respectivo convênio.

7. Haverá fiscalização para verificar se os convênios estão cumprindo a Resolução Normativa?

De acordo com o Decreto Nº 3.327/2000, artigo 3º, inciso XXVII, compete à ANS “fiscalizar as ativida-des das operadoras de planos privados de assistência à saúde e zelar pelo cum-primento das normas atinentes ao seu funcionamento”.

Este é o nosso parecer, salvo me-lhor juízo.•

Comissão de Saúde do CRFa. 2ª Região/SP.

ParasabermaisO texto da Resolução Normativa – RN Nº 167 e todos seus anexos estão à disposição para consulta no site da ANS. É só acessar www.ans.gov.br/portalv4/site/noticias/noticia_25163.asp?secao=Home. Mais informações e orien-tações também podem ser encontradas no site do CRFa.: www.fonosp.org.br.

ProfissionaisbemsucedidoscontamcomotraçaramseuscaminhosConheça a história de fonoaudiólogos que enveredaram por diversos campos de atividade

PRESIDENTEPaulo Eduardo Damasceno Melo

VICE-PRESIDENTE

Isabel Gonçalves

DIRETOR-SECRETÁRIORodrigo Chinelato Frederice

DIRETORA-TESOUREIRA

Cristina Lemos Barbosa Furia

CONSELHEIROSAlexsandra Aparecida Moreira • Andrea Soares da Silva • Andrea Wander Bonamigo • Camila Carvalho Fussi • Carolina Fanaro da Costa Damato • Claudia Silva Pagotto Cassavia • Cristina Lemos Barbosa Furia • Daniela Soares de Queiroz • Gisele Gotardi de Oliveira • Isabel Gonçalves • Lica Arakawa Sugueno • Lilian

Cristina Cotrim • Maria Cristina Pedro Biz • Monica Bevilacqua • Nadia Vilela • Paulo Eduardo Damasceno Melo • Renata Cristina Dias da Silva • Renata Strobilius • Rodrigo Chinelato Frederice •

Yalís Maria Folmer-Johnson Pontes

DELEGACIA DA BAIXADA SANTISTARua Joaquim Távora, 93 – cj. 15 – Vila Matias

CEP 11075-300 – Santos/SPFone: (13) 3221-4647 – Fax: (13) 3224-4908

[email protected]

DELEGACIA DE MARÍLIA Rua Paes Leme, 47 – 5º andar – sala 51 – Centro

CEP 17500-150 – Marília/SPFone/Fax: (14) 3413-6417

[email protected]

DELEGACIA DE RIBEIRÃO PRETORua Bernardino de Campos, 1001 – 13º andar – cj. 1303

CEP 14015-130 – Ribeirão Preto/SP Fone: (16) 3632-2555 – Fax: (16) 3941-4220

[email protected]

DEPARTAMENTOSCONTABILIDADE [email protected]ÇÃO [email protected]. PESSOAL [email protected]ÍDICO [email protected]ÇÃO E FISC. [email protected]ÇÃO [email protected]/TESOURARIA [email protected] [email protected]ÃO [email protected]

COMISSÕESAudiologia • Divulgação • Educação • Ética •

Legislação e Normas • Licitação • Orientação e Fiscalização • Saúde • Tomada de Contas

COMISSÃO DE DIVULGAÇÃOCarolina Fanaro da Costa Damato – Presidente

Andrea Soares da SilvaLilian Cristina Cotrim

Nadia Vilela

JORNALISTA RESPONSÁVELSérgio de Castro Rodrigues (MTb 23.903)

PRODUÇÃO EDITORIAL E GRÁFICA(exceto capa)

Fred Barbour – Célula1 Comunicação

REDAÇÃOConexão Nacional

(11) 3151-5516 e 3151-5752wwww.conexaonacional.com.br

[email protected] e edição:

Luísa de Oliveira e Maria Lígia Pagenotto

IMPRESSÃOProl Editora Gráfica

Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região/SPRua Dona Germaine Burchard, 331 – Água Branca

CEP 05002-061 – São Paulo/SPFone/Fax: (11) 3873-3788 – www.fonosp.org.br

Envio de artigos, sugestões ou reclamações: [email protected]

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fonte. Textos assinados e fotos com crédito identificado somente podem ser reproduzidos com autorização por

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em dia

Conselho Regional de Fonoaudiologia2ª Região8º Colegiado

Planosdesaúde:oquefazer?CRFa. responde dúvidas sobre a Resolução da ANS que inclui a obrigatoriedade do atendimento fonoaudiológico

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estadocelebraoDiadaVoz

Entidades e universidades de várias localidades paulistas promoveram atividades alusivas à data

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PJ,autônomoouCLT?Saiba quais são as vantagens e desvantagens de cada um dos tipos de contratação de serviços

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Cartas27

Notas24

eventos21

mundoacadêmico18

OquefazemosporvocêAcompanhe o trabalho das Comissões do Conselho

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ainserçãodosdeficientesintelectuaisO resgate dos direitos humanos e a valorização da diferença são formas de desconstruir a desigualdade

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Profissionaisbem-sucedidoscontamcomotraçaramseus

caminhos

Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 75 • jan/fev/mar • 2008�

Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 75 • jan/fev/mar • 2008�

Conheça a história de fonoaudiólogos que trilharam

campos diversos de atividade

RepoRtagem de Capa

Foto

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São fonoaudiólogas, com cursos de especialização, muitas com mestrado e doutorado. Atuam em empresas, escolas, ONGs e

em consultórios. Com seus trabalhos, elas mostram que há muitos campos de atividade para o fonoaudiólogo hoje no Brasil. E que é possível trilhá-los com sucesso.

Qualquer que seja o caminho, há ne-cessidade de dedicação, criatividade, formação constante e o hábito de olhar para o futuro e de não esperar resul-tados imediatos. O profissional deve

ter claro em que área quer atuar, qual o emprego que almeja. E se preparar para isso. Em suma, não é o emprego que deve vir primeiro, e sim a opção de cada um por seu caminho.

Também deve investir em diferen-ciais: dominar outros idiomas, fazer cursos de marketing e administração se a área pede, estabelecer parcerias com outros profissionais e entender a cultu-ra das empresas, entre outros. Hoje, di-zem as fonoaudiólogas entrevistadas, é cada vez mais importante que profis-sionais de diferentes segmentos traba-

lhem integrados e com conhecimentos de outras áreas do saber, o que pressu-põe complementar a formação adquiri-da na graduação.

O investimento, garantem, compen-sa. Por isso mesmo elas aceitaram con-tar aqui suas trajetórias, para que ou-tros profissionais também se sintam estimulados a buscar espaço para exer-cer a Fonoaudiologia em situações que extrapolam os serviços prestados tra-dicionalmente.

Leiam, a seguir, as experiências pro-fissionais dessas entrevistadas.

anaelisam.Ferreiraestá à frente da própria empre-sa de consultoria e marketing da comunicação há dez anos. Ela conta que investiu muito no planejamento da sua carreira para chegar a esse estágio. “Como queria trabalhar com empresas, fui aprender a linguagem des-sas instituições.” Fez cursos de marketing e consumo, negócios e gerenciamento estratégico de carreiras, vol-tado para a área empresarial. Formada pela PUC-SP em 1997, trabalhou primeiro em clínicas. “Para isso, me es-pecializei em motricidade no Cefac e em voz no CEV”. Ela ainda atuou com formação de locutores e ministrou aulas de orientação para palestrantes. Para se aproxi-mar das empresas, buscou cursos no Sebrae de marke-ting pessoal, expressividade vocal e comunicabilidade. Investiu ainda em cursos na área de recursos humanos, dinâmicas de grupo e capacitação de adultos. “Preci-sei diversificar meu conhecimento”, atesta. Atualmen-te, Ana Elisa, que também é mestre em Fonoaudiolo-gia, presta consultoria em empresas para implantar pro-gramas que as levem a aperfeiçoar sua competência co-municativa, num ramo denominado Fonoaudiologia Organizacional. Na sua empresa, ela atua na prevenção da saúde vocal e auditiva e oferece ferramentas para o desenvolvimen-to do marketing da comunicação verbal e profissional nas institui-ções. Ana Elisa acredita que mui-to do seu desempenho está relacio-nado à auto-análise que faz de suas competências. “A Fonoaudiolo-gia tem áreas inesgotáveis de atua-ção. É preciso descobri-las e inves-tir no que se acredita”. E lembra: “Muito importante é não querer resultados imediatos. O trajeto exige prepa-ro, tempo, experiência.”

ViviannbayaPinfa-ri responde pela área de saúde ocupacional da Companhia Paulis-ta de Trens Metropoli-tanos (CPTM). Dela fa-zem parte a medicina do trabalho, a psicolo-gia ocupacional, o ser-viço social e a qualida-de de vida. Assim que se formou pela PUC-Campi-nas, em 1980, Viviann já sentiu que enveredaria pelo caminho das empresas. “Fiquei 10 anos numa indús-tria têxtil, trabalhando com audiologia, saúde e se-gurança”. Para dominar os processos, fez cursos de extensão e de especialização na promoção da saú-de e em administração em recursos humanos. “Tra-balhei como consultora em audiologia, até que mon-tei minha empresa de prestação de serviço na área”. Em 1997, foi para a CPTM organizar um sistema de auto-gestão para credenciamento de clínicas, onde está até hoje. “Acho que fui uma das primeiras fono-audiólogas a trabalhar em empresas”, afirma. No iní-cio, lembra, sofreu muito preconceito e dificuldade. “Imagina, uma mulher, fonoaudióloga, chefiando mé-dicos do trabalho concursados, coordenando toda a área ocupacional da empresa. Foi um desafio e tan-to.” Mas, com sua competência, conquistou respei-to. “Tive de trabalhar muito para entender os proces-sos da empresa, fiz vários cursos internos e externos. Com isso, ganhei mais credibilidade”. Hoje, Viviann diz que está plenamente adaptada ao serviço. “Gosto muito e me identifico totalmente com o que faço.”

beatrizPessoa é uma profissional que agrega vários co-nhecimentos. Formou-se em Fonoaudiologia em 2000, pela PUC-SP, com a intenção de trabalhar com aparelhos auditivos. Hoje é responsável pelo marketing de um gran-de fabricante desses equipamentos Recentemente, cur-sou fotografia também. Para assumir o cargo que tem, leu muito sobre a área e fez um MBA em marketing. “Não foi fácil. Eu não entendia nada do assunto, mas precisava ter uma noção global do negócio.” A empresa em que traba-lha emprega fonoaudiólogos para treinar equipes de ven-das, atuar na central de relacionamento com o cliente e fa-zer a intermediação com o SUS, para aquisição dos produ-tos. Mas a menina dos olhos de Bia é o projeto social Pas-se Adiante, da área de responsabilidade social da empre-sa, que ela coordena também. “A proposta é que fonoau-diólogos levem informações sobre saúde vocal e auditi-

va para escolas, com ações lúdicas que previnam proble-mas e desmistifiquem os já existentes”, explica. O Passe Adiante tem alcance nacional e Bia afirma que tem inten-sificado seu campo de ação. Seu conhecimento sobre a Fonoaudiologia faz toda a di-ferença no dia-a-dia. “Levo novas idéias para congres-sos, eventos, e sinto que mi-nha formação tem um peso enorme nas decisões”, con-ta. “Sem falar nas interven-ções do Passe Adiante e do meu contato com profissio-nais que estão ligados a mim, quase todos fonoaudiólo-gos. O fato de falarmos a mesma linguagem facilita mui-to o trabalho.”

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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 78 • jul/ago/set • 2008�

Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 78 • jul/ago/set • 2008�

renatasilveiramartinezDias enveredou pelo caminho da educação. É fonoaudióloga formada pela PUC-SP em 1998 e trabalha em consultório desde quando saiu da faculdade. Atualmente, está fazendo um curso sobre gagueira no Cefac, seu foco como pesquisadora e sua área mais específica de interesse. Renata conta que sempre teve as escolas como objetivo para um trabalho mais aprofundado de prevenção, orientação e encaminhamento. Hoje exerce a função de fonoaudióloga em duas ins-tituições de ensino. Gosta tanto deste campo que estendeu sua atuação também para uma ONG, o Centro Educacional Sal da Terra, de Taboão da Serra-SP, onde está há oito anos. O local presta atendimento educa-cional a crianças, adolescentes e adultos. “Faço a triagem dos alunos e esbarro num problema quando quero encaminhá-los para tratamento: o que mais falta na região da ONG são fonoaudiólogos dispostos a fazer uma parceria”, afirma, entre surpresa e frustrada. A conquista do espaço fonoaudiológico na creche foi cons-truída aos poucos. “Com o meu trabalho, fui ampliando, abrindo portas”, explica. Acha gratificante, porque sente que quando faz a intervenção no início evita que o problema do paciente se amplifique. Mas Renata quer mais: pensa em fazer um mestrado direcionado para a gagueira, um tema cercado de preconceitos ainda. “Falta informação, orientação a respeito e mais divulgação do assunto”, acredita.

ClaudiaCotes sempre focou em comunicação. Cur-sou Magistério e depois faculdade de Letras. Mal acabou uma graduação, fez outra: Fonoaudiolo-gia. “Na faculdade, percebi que gostava das áreas de voz, gagueira e neurologia, então fui buscar es-pecialização”. Antes mesmo de acabar a graduação, Cláudia fez cursos de extensão e estágios com a fo-noaudióloga Beatriz Padovan. Mais tarde, buscou o Cefac e o CEV para mais cursos. “Nunca paro de es-tudar”, diz. Cláudia, que se formou em Fonoaudio-logia pela PUC-Campinas em 1992, é mestre na área

pela PUC-SP e doutora em lingüística pela mesma universidade. Foi estagiária do Instituto Penido Buer-nier, um hospital de Campinas, na área de laringologia e voz. “Trabalhava com médicos e isso me propor-cionou um outro tipo de aprendizado”, conta. Com esses profissionais, realizou pesquisas e escreveu arti-gos científicos, que lhe abriram novas portas. Aos poucos conseguiu se tornar responsável por montar um serviço de voz no hospital. “Nada veio fácil e rápido”, lembra. Para se sustentar, dava aulas de Português e também mantinha consultório. Até que um dia apareceu uma repórter de uma TV de Campinas com pro-blemas de voz. “Investi no tratamento clínico, com muitos exercícios, e ela se curou.” Isso foi a gota d’água para Claudia ser convidada a atuar com jornalistas na televisão. O trabalho, no entanto, foi além. “Sentia que precisava investir também numa consultoria em expressão para esses profissionais. Fui fazer mestrado na PUC-SP nessa área e o meu trabalho ganhou ainda mais fôlego.” Recentemente, Cláudia finalizou seu doutorado, pesquisando a narração no jornalismo televisivo. Foi tanto seu envolvimento com o assunto, aliás, que ela fundou a ONG Vez da Voz, que trabalha a inclusão da pessoa com deficiência dando pales-tras em universidades, empresas, shoppings, além de outras ações. “Direcionei minha carreira para fora do consultório. Mas ainda mantenho esse espaço, investindo em treinamento para empresários e media trai-ning.” E, como nunca abandonou as Letras, é também escritora de livros infantis que tratam de temas re-lacionados à voz e à inclusão.

LucieneCarvalhomendesGiustié fonoaudióloga formada pela Unifesp em 1991 e também pós-graduada em Administração Geral. Sem este curso, segundo con-ta, dificilmente estaria habilitada a ocupar o cargo que tem hoje, de avaliadora de acreditação, com o aval da Organização Nacional de Acreditação (ONA). Seu trabalho consiste em primar pelos padrões de qualidade nas instituições de saú-de. Luciene tem uma empresa especialista no setor e presta serviço para a empre-sa acreditadora. “Faço avaliações em hospitais, ambulatórios, serviços de diálise, bancos de sangue, entre outros”, diz. Avalio processos de atendimento ao clien-te e outros de apoio, como segurança, prontuários, gestão de equipamentos, hi-giene, resíduos etc. Também avalio o corpo técnico profissional dessas instituições, no qual se incluem os servi-ços de psicologia, terapia ocupacional, serviço social, fonoaudiologia, fisioterapia. Buscamos sempre a confor-midade com o Manual Brasileiro de Acreditação. “Avaliamos modelos de gestão, o modo como o gestor geren-cia seu setor, e não habilidades técnicas”, afirma Luciene, que já atuou em outros campos. Nos 10 anos seguin-tes à sua formatura, fez dois cursos de aperfeiçoamento em Fonoaudiologia. Também estudou no CEV, especia-lizando-se em voz. “Trabalhei em consultório – que ainda mantenho –, depois em hospitais, laboratórios, UBSs e em escolas.” Luciene revela que tinha o desejo de atuar numa atividade gerencial. “Queria expandir a qualidade da assistência para um nível maior, promovendo a melhoria das condições de saúde”. Acha que sua opção é fru-to de suas experiências anteriores. “Amadureci, hoje tenho uma visão mais ampla da promoção da saúde”, ex-plica. Confessa que sua carreira foi construída na base de muitos desafios. “Sofro resistência de médicos, enfer-meiros, administradores. Este caminho é árduo e para trilhá-lo tem de ter muito interesse na área.”. O conheci-mento necessário, diz, teve de buscar por conta própria. “Acho que a graduação em Fonoaudiologia devia focar mais o conteúdo de áreas como marketing e gestão administrativa”, queixa-se. Luciene acha que o profissional, cada vez mais, tem de saber trabalhar no campo corporativo. “Quem quer ir para este setor sai em desvantagem da universidade, pois nos falta objetividade e foco em negócios, lucro, competitividade.”

KatyaGuglielmiFreire escolheu a Audiologia como foco principal ao formar-se na PUC-Campinas, em 1990. Co-meçou a carreira fazendo estágios em uma empresa de aparelhos auditivos. Ficou por um ano, até ser convidada a representar a empresa no interior de São Paulo. Katya aceitou o desafio. A primeira medida: para comercializar os produtos não colocou vendedores profissionais, mas sim fonoaudiólogos. “Foi o diferencial. O negócio cresceu e, paralelamente, eu prestava também serviços de audiometria ocupacional”. Para tanto, ela equipou um furgão e saía rodando pela região de Sorocaba oferecendo exames preventivos nas indústrias. Quatro anos depois, Katya veio fa-zer mestrado na PUC-SP, com uma pesquisa voltada ao idoso. No meio do caminho, achou que era o momento de vender a empresa do interior, trancar o mestrado e ir para os Estados Unidos se aperfeiçoar e estudar inglês. Com uma carta de recomendação de sua orientadora, partiu para San Diego, onde ficou por um ano. Lá, além de estagiar em duas importantes instituições, entrou em contato com uma empresa de acessórios audiológicos para deficientes

e para músicos. “Fiquei fascinada. Pensei em representar a empresa aqui, mas não foi neste primeiro contato que consegui.” Resolveu voltar, terminar o mestrado e montar sua própria empresa em São Paulo, que oferece um serviço diferenciado ao deficiente auditivo. “Pres-to uma consultoria – o paciente fica com o aparelho por um mês, em teste. Se der certo, ele adquire o produto.” Mas Katya não desistiu do contato feito nos Estados Unidos. Qua-tro anos depois, ela conseguiu trazer a representação para o Brasil. Hoje oferece um progra-ma personalizado de conservação auditiva para músicos, com clientes como Ivete Sangalo e Toni Garrido. Estendeu o atendimento à Bahia, onde tem uma sócia fonoaudióloga. Em São Paulo, Katya coordena ainda o setor de Fonoaudiologia de um centro de convivência para idosos. “Faço um trabalho de reabilitação auditiva que utiliza música”, explica. Este é, ali-ás, o tema da tese de doutorado que desenvolve na Unifesp. “Atuo em todas as áreas pelas quais sou apaixonada”, revela. Empreendedora, fez cursos de negócios, marketing e admi-nistração. “É muito importante o fonoaudiólogo estar na área que gosta e que domina. Mas tem de estudar sempre, se atualizar, estar atento às oportunidades e ousar.”

RepoRtagem de Capa

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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 78 • jul/ago/set • 200810

Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 78 • jul/ago/set • 200811

Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 75 • jan/fev/mar • 200810

RepoRtagem de Capa tRabalho

PJ,autônomoouCLT?

Saiba quais são as vantagens e as desvantagens

de cada um dos tipos de contratação de serviços

Pessoa Jurídica, Lucro Presumido, Lucro Real, CLT, encargos... Por mais árido e complicado que pa-reça, conhecer esses termos pode

significar mais ou menos dinheiro no bolso, ou até mesmo maior ou menor flexibilidade para tocar todos os outros aspectos da vida.

Profissão devidamente regulamenta-da, a Fonoaudiologia permite três tipos de atuação, como Pessoa Jurídica, como profissional autônomo ou como empre-gado registrado pela CLT. Nem sempre é possível escolher, pois, dependendo da forma de atuação – como o atendimen-to em consultório – ou das exigências do mercado – as empresas registram cada vez menos para ficarem livres dos encar-gos – há a necessidade de adaptar-se.

Mas, e quando for possível escolher? O que é melhor? “A decisão depende de muitos fatores”, alerta Cibele Costa Amorim, conselheira do Conselho Re-gional de Contabilidade de São Paulo. “O registro dá mais segurança, mas não per-mite a flexibilidade das outras opções”, exemplifica. Cibele preparou simulações de encargos tributários para a Revista da Fonoaudiologia (leia nas próximas pági-

nas), com comentários sobre vantagens e desvantagens em cada caso.

Justamente por ser regulamentada, a Fonoaudiologia não pode ser enquadra-da no regime de empresas Simples Na-cional, o preferido de todo empresário. “Ele seria mais benéfico, tanto pela uni-ficação dos encargos, quanto pela alí-quota reduzida”, explica Cibele.

TributaçãoCabe, portanto, ao fonoaudiólogo que

opta pela Pessoa Jurídica escolher entre os sistemas de apuração de impostos Lu-cro Presumido ou Lucro Real. “Como o nome já diz, o sistema Lucro Presumido leva em conta uma presunção de lucro pelo faturamento da empresa”, lembra a contadora. Já no sistema Lucro Real, as despesas da empresa irão influenciar nas alíquotas dos encargos federais. “Em li-nhas gerais, se a empresa tem bastante despesa, compensa o Lucro Real”, en-sina ela.

A escolha do tipo de tributação é feita no fechamento do primeiro mês de ati-vidade. Para saber qual será o melhor, é aconselhável fazer a apuração pelos dois sistemas e optar pelo mais benéfico.

“Após o primeiro fechamento, a empresa só poderá mudar de regime no ano-ca-lendário seguinte”, alerta Cibele.

Mas a empresa não deve, na opinião da conselheira do CRC-SP, ser a primeira opção. Ela acredita que o fonoaudiólogo que não quer – ou não pode – ser contra-tado com registro, deve testar o sistema de profissional autônomo antes de tor-nar-se empresário. “É menos burocráti-co e mais barato”, explica. “Depois que ele assegurar sua situação com contra-tos e clientes, aí pode abrir uma empre-sa”, continua.•

sandrareginaGomes atua na área de Fonoaudiologia Social, um caminho traçado em conjun-to com o acaso e muita determinação. “Meu primeiro paciente, assim que me formei, foi numa casa de repouso”, diz essa profissional, formada em 1987 pela PUC-SP e mestranda em Geron-tologia pela mesma instituição. Hoje Sandra exerce um cargo de confiança na Secretaria de As-sistência e Desenvolvimento Social do Município de São Paulo. Foi para lá em 2003, a convite da então secretária, Adaílza Sposati, e já passou por três gestões. Trabalha em projetos de capacita-ção de técnicos que atuam com idosos em situação de rua, em albergues e abrigos. “Meu desa-fio é mudar o olhar do técnico em relação ao idoso. Tenho de pegar minha bagagem e, como fo-noaudióloga, contribuir para a assistência social, não pela ótica da tutela, mas do direito”, expli-ca. Na prefeitura, ela enfoca a função social da linguagem para dar corpo aos projetos que co-ordena. “O idoso que atendo tem problemas de memória, demência, envelhecimento precoce e muitos ainda, aos 60 anos, não têm identidade”, explica. Para esta pessoa, nada mais digno do que trabalhar a questão da voz e a clareza de pensamento, segundo Sandra. “A Fonoaudiologia trabalha com esses aspectos, quer dar voz de direito a estes idosos, recuperar sua dignidade e auto-estima.” Para atender bem este público, Sandra, que sempre se in-teressou pela área do envelhecimento, fez diversos cursos de especialização – no Hospital do Servidor Público e na Unifesp, entre outros – e atua também como professora em cursos da terceira idade. “Aprendi muito na prática também. Não adianta ficar só no consultório.” À frente do cargo, estabeleceu parcerias com diversas instituições e supervisiona oficinas sobre temas variados para este público. A parte clínica ela desenvolve fazendo atendimento fonoaudiológico domiciliar para idosos.

irenemarchesan é conhecida nacional e internacional-mente por seu trabalho. Formada pela PUC-SP em 1977, ela criou o primeiro curso de especialização em motricidade orofacial, o Cefac. Fez ainda mestrado na PUC-SP e douto-

rado na Unicamp. Sobre a construção de sua car-reira, Irene é clara: nun-ca parou de estudar. E, para ela, a necessidade de sempre se manter com seu trabalho a fez se mo-vimentar muito. “Traba-lho para me manter des-de o cursinho. É uma ca-racterística minha, sou

batalhadora, pró-ativa.” Quando saiu da PUC, foi mon-tar uma clínica com uma colega. Se faltava paciente, saiam em busca deles. “Íamos em escolas, hospitais, não ficáva-mos esperando cair gente do céu”, brinca. Além do Cefac, ela já ministrou aulas na PUC e USP. E diz que se conside-ra uma ótima clínica. “Tem de fazer atendimento clínico, só a teoria não leva a gente a lugar nenhum”, ensina. Com sua atuação, afirma que conseguiu, no início de sua trajetória, abrir vagas para fonoaudiólogos no Estado e na Prefeitu-ra. “Não tenho segredo, amo o que faço, invisto muito no meu trabalho”, explica. Além da carreira acadêmica, Irene conta que não fez nenhum curso específico, nem para ad-ministrar o Cefac. “Minha família é toda de vendedores. Aprendi a vender muito bem o meu negócio, mas sem fazer nenhum curso formal para isso”, diz. Hoje, as atividades do Cefac se expandiram. “Trabalhamos com educação tam-bém”, ressalta Irene, que difundiu a Fonoaudiologia brasi-leira na América Latina, EUA e Europa. “Nós temos muito do que nos orgulhar”, finaliza.

DanielaD’elbouxmisrahié fonoaudióloga desde 1995, pela PUC-SP. Professora universitária em Itu-SP, atende em consultório e dá assistência em uma es-cola de educação infantil. “Gosto de ir além do tra-balho clínico, atuando como professora e em áreas preventivas”, explica. Ela é também mestre em Fo-noaudiologia e, nos tempos da graduação, foi esta-giária em audiologia educacional na Derdic. Danie-la conta que gosta muito de dar aula porque acredi-ta que desta forma investe na Fonoaudiologia pre-ventiva, incentivando seus alunos a atuar em campa-nhas de amamentação, prevenção das patologias da voz e audição, por exemplo. “A população em geral e o universo acadêmico precisam investir em ações e conhecimentos que levem à promoção da saúde, atu-ando em postos de saúde, hospitais, creches e esco-las.” Ela acha que ainda falta informação de qualida-de sobre a Fonoaudiologia e o profissional deve es-tar atento a esta lacuna. Outra observação: a preven-ção é ainda um campo pouco explorado e o traba-lho exige jogo de cintura, porque o fonoaudiólogo tem contato com outros profissionais. “Em hospitais, por exemplo, ele tem de lidar com médicos e dentis-tas. Tive dificuldade no começo para vencer algumas barreiras”, afirma Daniela, que também pesquisa a Fonoaudiologia estética. Sobre seu ofício como pro-

fessora, ela vê muitos pontos posi-tivos: “Tenho de estar sempre es-tudando e me atualizando, não só sobre Fonoaudiologia, mas sobre outras áreas também, porque o campo de atuação do profissional hoje é muito amplo”.

Cibele Costa Amorim, do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo

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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 78 • jul/ago/set • 20081�

Vantagens

1 Rapidez na abertura e encerramento das atividades.

2 Possibilidade de trabalhar para diversos contratantes.

3 Flexibilidade de horários.

4 O custo com assessoria contábil é menor do que o custo para a pessoa jurídica.

DesVantagens

1 Muitas empresas têm receio de contratar autônomo, em virtude de, às vezes, ser facilmente caracterizado o vínculo empregatício na Justiça.

2 Instabilidade do mercado.

FonoauDiólogo autônomo

imposto

ISS – São Paulo

INSS retenção

IRPF

total

alíquota

“mensal” estimado

20%

27,5% – 548,82 **

em torno De 29,07%

Valor (em r$)

19,60

607,79

826,18*

1.453,57

exemplo com Faturamento De r$ 5.000,00

*Este valor poderá ser restituído quando da entrega da DIRPF no mês de abril do ano seguinte.

** Faturamento até R$ 1.372,81 é isento; entre R$ 1.372,82 e R$ 2.743,25, a alíquota é de 15%.

Vantagens

1 A remuneração geralmente é inferior quando comparada à da pessoa jurídica ou do autônomo (normalmente, a metade). Mas o empregado registrado tem direitos trabalhistas que os outros não têm – férias, 13º salário, FGTS e indenização de 40% sobre o total depositado na conta vinculada do FGTS em caso de dispensa sem justa causa.

2 Segurança de receber o salário no final do mês, independente das condições do mercado.

DesVantagens

1 Dependência econômica e profissional da empresa contratante.

2 Falta de autonomia na direção dos trabalhos.

3 Obediência a horários rígidos de trabalho

FonoauDiólogo registraDo pelo regime clt

imposto

INSS

IRPF

total

alíquota

11%

15% – 205,92

em torno De 17,76%

Valor (em r$)

275,00

169,08*

444,08

exemplo com salário De r$ 2.500,00

* Este valor poderá ser restituído quando da entrega da DIRPF no mês de abril do ano seguinte.

O que escOlher

Cada sistema de atuação tem suas singularidades. A conselheira do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo, Cibele Costa Amorim, montou três tabelas com simulações referentes a cada um dos tipos. Ela também nos contou sobre as vantagens e desvantagens de cada um. Cabe ao profissional analisar qual

deles se encaixa melhor a seu tipo de atividade e ao momento que vivencia na carreira.

Vantagens

1 Apesar de parecer que o custo como pessoa jurídica e como autônomo são quase os mesmos, é necessário observar que o valor de retenção de INSS é preponderante para a definição. Se realmente a empresa não tiver pretensão de contratar funcionários, a opção pessoa jurídica é melhor que autônomo.

2 O profissional não fica exclusivo de uma empresa. Poderá ampliar o leque de atuação no mercado e criar independência.

DesVantagens

1 A burocracia de abrir ou encerrar uma pessoa jurídica é muito grande (demora cerca de 50 dias para abrir e pelo menos 12 meses para encerrar). O custo também é maior, pois a sociedade deverá ser registrada no Cartório de Pessoa Jurídica, Receita Federal, Prefeitura, Sindicato Patronal e Órgão de Classe. O autônomo faz somente a inscrição na Prefeitura (o que em São Paulo sai no mesmo dia, tanto para abrir quanto para fechar).

2 Computar no custo da pessoa jurídica a contratação de um contador ou um escritório de contabilidade para assessoria tributária, fiscal e contábil.

3 Instabilidade do mercado.

imposto

ISS – São Paulo

INSS s/ Pró-labore

INSS empresário

INSS retenção

IRPJ

CSSL

PIS

COFINS

total

alíquota

2%

20% s/ retirada 2 sócios – 830,00

11% sal. Contribuição 2 sócios – 830,00

11%

32% x 15%

32% x 9%

0,65%

3%

em torno De 29,47%

Valor (em r$)

100,00*

166,00

91,30

550,00**

240,00

144,00

32,50

150,00

1.473,80

exemplo com Faturamento De r$ 5.000,00

*Se for caracterizada sociedade de profissionais o ISS é reduzido para R$ 117,60 (por trimestre, por 2 profissionais)

** Este valor só será devido se o serviço for prestado por não-sócio.

O valor de INSS s/ pró-labore e INSS empresário poderão ser abatidos com o valor do INSS retenção. No exemplo acima, a empresa ainda terá direito a uma restituição de R$ 292,70.

empresa prestaDora De serViços em FonoauDiologia (pessoa JuríDica)

tRabalho

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las o sucesso está sendo grande.” A in-clusão é um processo realizado desde o ensino regular até o supletivo, confor-me a idade de cada aluno”.

Ana Elisa faz questão de frisar que o processo de inclusão não depende so-mente da instituição ou da escola, mas também da família. “É ela que irá esti-mular a criança, auxiliá-la nas ativida-des e ampará-la quando necessário. Se não houver esta participação, o suces-so da criança pode não ser o esperado. Por isso, realizamos também um traba-lho sistemático com as famílias, a fim de ajudá-las nessa nova situação”.

Naescolaregular Mas, afinal, como se define deficiên-

cia intelectual? “É um termo que se usa quando uma pessoa apresenta certas li-mitações no seu funcionamento mental e no desempenho de tarefas, como as de comunicação, cuidado pessoal e de relacionamento social. Estas limitações provocam mais lentidão na aprendiza-gem e no desenvolvimento dessas pes-soas. As crianças com atraso cogniti-vo podem precisar de mais tempo para aprender a falar, a caminhar e a adquirir as competências necessárias para cui-dar de si, tal como vestir-se ou comer com autonomia,” explica a psicóloga e pedagoga Marina S. Rodrigues Almei-da, do Instituto Inclusão Brasil.

E como seria seu desempenho no en-sino regular? “É natural que enfren-tem dificuldades na escola. No entan-to, aprenderão, embora necessitem de mais tempo.” Ela avalia que crianças com deficiência intelectual podem obter

resultados escolares muito interessan-tes. “Aprender é uma ação humana cria-tiva, individual, heterogênea e regulada pelo sujeito da aprendizagem, indepen-dentemente da sua condição intelectu-al ser mais ou ser menos privilegiada. São as diferentes idéias, opiniões e ní-veis de compreensão que enriquecem o processo escolar e clarificam a postura dos alunos e dos professores face a um certo conteúdo. Esta diversidade resul-ta das formas singulares de nos adap-tarmos cognitivamente a um dado con-teúdo e da possibilidade de nos expri-mirmos abertamente sobre ele”.

OmercadodetrabalhoMarina S. Rodrigues Almeida, que

também é Consultora em Educação In-clusiva, lamenta ainda haver muitas bar-reiras para se conseguir que a pessoa com deficiência intelectual possa rea-lizar-se “com dignidade e inteireza em sua identidade como pessoa trabalha-dora.” Ela observa que muitos empre-sários alegam vários motivos para man-ter sua resistência à abertura de vagas para pessoas com deficiência intelec-tual (como, por exemplo, síndrome de Down), optando por preencherem as co-tas com aquelas portadoras de outros tipos de deficiência. “Verificamos sé-rios mitos e estereótipos neste impe-dimento da contratação. Coisas como ‘não é bom para a imagem da empre-sa’; ‘pessoas com deficiência intelec-tual não se relacionam bem’; ‘cometem

erros em demasia’; ‘não interagem com as equipes de empregados’; ‘apresen-tam dificuldades de arrumar postos de trabalho/vagas onde possam atuar com sucesso’; ‘não são competitivas’; ‘atra-palham a produção dos resultados da empresa’, etc.”

Marina nota que esses mitos e pre-conceitos indicam uma visão simplis-ta, reduzindo os deficientes intelectu-ais a pessoas desprovidas de maturida-de, autonomia e independência. A psi-cóloga vem desenvolvendo um traba-lho para que esse processo de exclusão, historicamente imposto às pessoas com deficiência, seja superado por meio da implementação de políticas inclusivas, ações afirmativas e pela conscientiza-ção da sociedade acerca das potencia-lidades dessas pessoas. Para fins da in-serção no mercado de trabalho de defi-cientes intelectuais, ela defende os prin-cípios do Emprego com Apoio. “O defi-ciente intelectual deverá ter as mesmas oportunidades para obter seu emprego, porém dentro de sua singularidade; de-verá ser respeitado em suas necessida-des por meio dos níveis de apoio para sua efetiva inserção no mercado de tra-balho e redes de apoio necessárias para promover sua autonomia”.•

A psicóloga e pedagoga Marina trabalha pelas políticas inclusivas

ParasabermaisOs artigos de Marina, que já publicou diversos

livros sobre o tema, podem ser lidos no site

http://inclusaobrasil.blogspot.com/

inClusão

ainserçãodosdeficientesintelectuais

O resgate dos direitos humanos e a valorização da diferença

são formas de desconstruir a desigualdade

Muito se tem falado sobre inclu-são de pessoas com alguma de-ficiência, seja nas escolas, seja no trabalho. Para a fonoaudió-

loga Ana Elisa Fachini Gonçalves o foco de atuação são os deficientes intelectu-ais e sua preparação para a inclusão no ensino regular. Ela observa que, ape-sar dos resultados desse esforço serem positivos, a atenção da sociedade está mais voltada a pessoas com deficiên-cias físicas, auditivas e visuais. “É im-portante informar que na inclusão do deficiente intelectual todo um trabalho é realizado, para que não haja insatis-fação das partes envolvidas. Devemos pensar, também, que são indivíduos e, mesmo com algumas limitações, têm a capacidade de desenvolver um traba-lho adequado ou de serem alunos com evoluções”.

Dentro da instituição de atendimen-to a deficientes intelectuais em que Ana Elisa atua há uma escola de educação es-pecial. O trabalho dela com sua equipe é observar entre os alunos aqueles que es-tão aptos a freqüentar a rede regular de ensino, capacitá-los para isto e fazer um acompanhamento sistemático. “Quan-do a criança atinge certo nível pedagógi-co, encaminhamos para a rede regular e nos tornamos responsáveis por ela. Va-

mos bimestralmente fazer uma orienta-ção com o professor e com o coordena-dor dessa escola, para conversarmos es-pecificamente sobre esta criança e tro-carmos conhecimentos. Não tentamos impor as informações que adquirimos com nosso trabalho, porque quem está com a criança todo dia é o professor. Temos que respeitar o papel dele, que é fundamental para o bom desenvolvi-mento do seu aluno. O que fazemos é uma troca de informações”.

Com seus pacientes, Ana Elisa desen-volve um trabalho terapêutico cujo en-foque principal é o desenvolvimento da linguagem escrita. “Trabalho questões relacionadas à leitura e escrita, e, em al-guns casos, também é necessário enfo-car a linguagem oral. É um trabalho pa-

ralelo ao da escola. A escola tem a fun-ção de alfabetizar e nós damos o supor-te terapêutico para auxiliar no processo de alfabetização”.

ParticipaçãofamiliarA fonoaudióloga faz parte de uma

equipe multidisciplinar composta por terapeuta ocupacional, pedagoga, psi-cóloga e assistente social. “Antes de a criança ser inclusa, cada setor realiza uma breve avaliação. Após isto, é rea-lizada uma discussão do caso, quando se definem os atendimentos que o alu-no receberá conforme a sua necessida-de. É a partir dessa avaliação que cada um dos profissionais planeja seu aten-dimento e cria os grupos,” explica Ana Elisa. São grupos de, no máximo, três crianças, definidos pela faixa etária e pelo nível pedagógico em que cada um se encontra. “O processo de formação dos grupos é muito criterioso, daí a ne-cessidade da avaliação inicial para não haver discrepância entre os alunos”.

O resultado tem se mostrado mui-to positivo, avalia a fonoaudióloga. “Os órgãos parceiros deste trabalho ofere-cem bastante respaldo e muita liberda-de para nossa atuação. É claro que al-gumas crianças não alcançam o resul-tado esperado, mas com a maioria de-

A fonoaudióloga Ana Elisa integra equipe multidisciplinar de trabalho

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ParasabermaisPara ler mais sobre as campanhas do Dia Mundial da Voz no estado e ver fotos, acesse http://www.fonosp.org.br/publicar/conteudo.php?ID=818

cal. Os profissionais concederam entre-vistas às rádios da cidade e realizaram palestras sobre saúde vocal para outros docentes da FEF.

Entre 12 e 18 de abril, a Delegacia Re-gional do CRFa. em Ribeirão Preto jun-tou-se à Faculdade de Medicina da USP e à Prefeitura da cidade para promo-ver a Campanha da Voz, com o objeti-vo de conscientizar a população sobre a importância da saúde vocal. Ativida-des educativas, assistenciais e culturais permearam o período. Oficinas, pan-fletagem, orientações, encaminhamen-to e concertos de corais fizeram par-te da ação intensa promovida pelas en-tidades.

Já a Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) aproveitou uma parceria com o Shopping Santa Úrsula, localizado no município, para marcar a data. A campa-nha “Bem estar no Shopping” levou re-presentantes da faculdade ao estabele-cimento comercial no dia 10 de abril. Eles realizaram palestra para os funcionários e distribuíram folders à população.

FolhetoseentrevistasEm Cerquilho, as fonoaudiólogas da

Prefeitura Municipal realizaram diver-sas atividades entre os dias 14 e 16. Além da publicação de um artigo no jornal lo-cal e de uma entrevista numa rádio da ci-dade, foram distribuídos folhetos infor-mativos e marcadores de páginas para a população. As profissionais ficaram à disposição para esclarecer a popula-ção sobre a importância da voz e os cui-dados necessários para mantê-la saudá-vel. Também foi iniciado um trabalho com os professores da rede municipal de ensino.

Na Fatea – Faculdades Integradas Te-resa D´Avilla, em Lorena, a comemora-ção foi realizada com divulgações na mí-dia. Foram duas entrevistas na TV Apa-recida e seis na rádio da Faculdade, con-veniada com a Band. Também foram pro-movidas palestras sobre cuidados com a voz a professores e alunos de diferen-tes faixas etárias.

Na Universidade Metodista, de São Bernardo do Campo, uma série de ati-vidades paralisou as aulas em três cam-pi no dia 16. Também foram realizadas atividades no Clube Aramaçan, de San-to André, com supervisão dos professo-res do Curso de Fonoaudiologia. Cerca de duas mil pessoas, entre alunos, pro-fessores, funcionários e moradores da região, receberam folders e orientações sobre cuidados com a voz.

Na Universidade de Guarulhos, a cam-panha coordenada pelo curso de Fono-audiologia – realizada entre os dias 16 e 20 de abril – alcançou mais de 6 mil pessoas. Houve a participação de pro-fessores e alunos e parcerias com secre-tarias municipais e empresas da região.

Entre as atividades, realização de mini-curso sobre voz do professor e de pales-tras gerais sobre saúde vocal, forneci-mento de mudas de árvores para plantio, ações junto ao Conservatório Municipal, promoção de oficinas de voz, apresen-tações de música e mutirão para triagem vocal. A campanha também teve distri-buição de maçãs e copos d’água.

A Delegacia do CRFa. em Marília fir-mou uma parceria com a Unesp local e as prefeituras da cidade e das vizi-nhas Garça, Oriente e Oscar Bressane. Em Marília, a Secretaria de Educação en-viou folders para os professores da rede de ensino, enquanto estagiários do cur-so da Unesp realizaram atividades lú-dicas com as crianças. Profissionais da rede municipal de saúde orientaram a população. Em Garça, as fonoaudiólo-gas da Secretaria de Saúde realizaram palestras informativas, com foco princi-pal nos Agentes Comunitários. Já no mu-nicípio de Oscar Bressane, a ações volta-ram-se às escolas e creches da cidade.

O lema “Seja Amigo da sua Voz” tam-bém inspirou os alunos do Curso de Fo-noaudiologia da Universidade Metodis-ta de Piracicaba-UNIMEP. Supervisio-nados por professores, eles orientaram a população na galeria do Campus Ta-quaral da UNIMEP e na praça central da cidade. “Você sabia que hoje é dia mun-dial da voz? E que o lema da campanha da voz deste ano é “seja amigo da sua voz?”, perguntavam às pessoas para, em seguida, apresentar folders, faixas, ma-quetes de laringe e programas computa-dorizados de avaliação acústica da voz/GRAM. Depois, os interessados respon-diam ao Protocolo QVV – Qualidade de Vida em Voz. Os protocolos foram pre-enchidos por 121 pessoas (69 homens e 52 mulheres).•

São Paulo celebrou o Dia Mundial da Voz, em 16 de abril, com diver-sos eventos. Distribuição de ma-çãs e folders, contato com a im-

prensa, oficinas, triagem e orientações a profissionais e à população foram al-gumas das atividades propostas pelas Delegacias Regionais do CRFa. 2ª Re-gião/SP e faculdades de Fonoaudiolo-gia do Estado.

Na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, a semana en-tre 14 e 17 recebeu a Campanha do Dia Mundial da Voz. No Hospital Central, foram distribuídos folhetos informati-vos sobre cuidados com a voz,1100 ma-çãs e 500 squeezes para alunos e fun-cionários. Com a participação do Curso de Fonoaudiologia da FCMSCSP, foram realizadas duas oficinas sobre o tema, uma para a comunidade interna e outra para o público em geral. A campanha também contou com a participação do

Fique poR dentRo

estadocelebraoDiadaVoz

Departamento de Otorrinolaringologia da Faculdade.

Na PUC, a campanha “Voz e Qualida-de de Vida: Promoção e Prevenção” tam-bém promoveu a distribuição de maçãs e copos de água durante todo o dia 16. A campanha promovida pelo curso de Fonoaudiologia da instituição teve uma mesa redonda, que contou com a pre-sença de profissionais da voz como o ator Dan Stulbach e o jornalista César Tralli. Na seqüência, a regente do Coral da USP Sandra Espiresz promoveu uma oficina para os presentes.

encaminhamentoEm Santos, a Delegacia do CRFa., em parceria com a Faculdade de Fonoaudio-logia Unilus, realizou a campanha “Seja Amigo da sua Voz”. No dia, alunos e professores estiveram no Shopping Par-que Balneário, onde orientaram a popu-lação quanto à prevenção de distúrbios

vocais. Em um estande montado no lo-cal, foi feita uma triagem vocal com en-caminhamento. Mais de 40 pessoas fo-ram atendidas e várias delas encaminha-das para consultas específicas na clíni-ca da faculdade.

O Curso de Fonoaudiologia do Centro Universitário de Araraquara (Uniara) re-alizou, entre os dias 12 e 18, a campa-nha “Voz para a Comunidade”. Com o objetivo de estender o conceito da im-portância dos cuidados com a voz para além da Universidade, a iniciativa pro-moveu uma intensa atuação junto aos meios de comunicação da região. Cha-madas sobre o assunto na página prin-cipal do site da universidade também fi-zeram parte do trabalho.

Na Fundação Educacional de Fernan-dópolis, alunos e professores participa-ram da Semana da Voz. Nesse período, foram realizadas oficinas de triagem no campus, na sede da OAB e no Fórum lo-

Entidades e universidades de várias localidades paulistas

promoveram atividades alusivas à data

Atividades da semana (de cima para baixo): triagem em Ribeirão, equipe de Fernandópolis e fonoaudiólogas de Santos; na página ao lado, as profissionais visitam escola de Marília

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livRos

realiDaDe e sonhos possíVeis no liVro minha casa VerDe

Chama atenção nesta obra – Minha Casa Verde – o fato de seu criador, Carlos Eduardo dos Anjos Souza, ou apenas Dudu, ter paralisia cerebral. O livro traz fatos de sua vida desde o nascimento até o “atual e feliz presente” na Cruz Verde, entidade filantrópica que presta assistência a portadores de paralisia cerebral grave. Foi com o estímulo de sua fonoaudióloga, Carla Patrícia Frigério Flório, que Dudu tocou em frente seu projeto. Ele a convidou para participar da obra e, como é um paciente que apresenta fala inarti-culada, foram necessárias diversas sessões semanais contínuas, num trabalho de muitos anos, para finalizar este livro que vale a pena ser conferido.

O texto de Dudu emociona pelo que traz de realidade e sonho. E tem ainda o mérito de fa-zer com que o leitor compreenda o trabalho desenvolvido pela Cruz Verde que, como muitas instituições beneficentes, precisa de apoio e contribuição de todos os setores da sociedade.

Para mais informações, basta ligar para (11) 5579-7335 ou acessar o site www.cruzverde.org.br.

minha casa VerDe

de Carlos Eduardo dos Anjos Souza

manual prático De comunicação

O título desta obra já sugere do que ela trata – “Muito além do Ninho de Mafagafos” traz exercícios que trabalham a dicção e a articulação de palavras. As autoras se valem de um conhecido trava-língua para dar título ao livro. Dentro dele, uma série de exercícios, técnicas de relaxamento, aquecimento e desaquecimento vocal, além de mais de 100 trava-línguas. Todo este conteúdo serve a quem tem problemas na fala e também é útil, com certeza, a quem utiliza a comunicação como ferramenta de trabalho, como atores, apresentado-res, professores, profissionais liberais, chefes, gerentes, políticos, jornalistas, radialistas, universitários e palestrantes.

Traz ainda dicas de como cuidar da voz, como utilizar a seu favor o estresse de falar em público e como neutrali-zar sotaques. A obra foi organizada pela fonoaudióloga Diana Faria, com o auxílio de Maria Abadia Guimarães. A fonoaudióloga Maria Tereza Camisa colabora com 36 textos com sons específicos elaborados por ela.

Interessante ressaltar que Tereza, paciente de Diana Faria, apresentava dificuldades na fala em decorrência de um problema de saúde. “Fiquei empolgada com

a facilidade com que ela buscou e escreveu os textos. Comecei, então, a aplicá-los em outros pacientes e durante os cursos de Oratória. Os resultados positivos culminaram na publicação do livro”, conta Diana.

Já Maria Abadia trouxe para o livro sua experiência com os cursos sobre Técnicas Vocais e Arte de Falar em Público. O trabalho conjunto resultou num guia prático para quem busca o aprimoramento de sua comunicação. “O livro pode ser utilizado por pessoas de todas as profissões, porque é de fácil compreensão. Além disso, hoje quase todos os profissionais são chamados a apresen-tar trabalhos e projetos para clientes ou chefias, o que faz deste livro um manual prático da boa comunicação”, resume Diana.

muito além Do ninho De maFagaFos – um guia De exercícios práticos para aprimorar a comunicação (eDitora J&h)de Diana Melissa Faria, Maria Tereza Camisa e Maria Abadia Guimarães

As autoras Diana Faria e Maria Abadia com a

delegada Cristina Jabbur

mundo aCadêmiComundo aCadêmiCo

investigaçãodolimiarderesoluçãotemporalauditiva

emidososouvintes

grau leve. Observou-se melhor desempe-nho, em milissegundos (ms), do grupo do gênero masculino em todas as freqüên-cias avaliadas, sendo a média dos resul-tados do RGDT entre as freqüências de 500 e 4000 Hz, para o gênero feminino de 104,81 ms (DP ± 48,8 ms), e para o gênero masculino de 22,08 ms (DP ± 20,15). Com relação aos resultados do SAC, a maior parte da população avaliada (62:63) não apresentou queixas significativas de di-ficuldade de comunicação (SAC de grau 1 ou 2), sendo que, no grupo do gênero masculino, nenhum sujeito (0:10) apre-sentou queixas significativas de dificul-dade de comunicação e, no grupo do gê-nero feminino, apenas 1:53 apresentou queixa (SAC de grau 3). Os resultados para o SAC em porcentagem também foram se-melhantes em ambos os grupos, com mé-dia de 9,95% (DP ± 12,28%) para o grupo de mulheres e de 7,78% (DP ± 7,12%) para o grupo de homens. Quando comparados os resultados do questionário SAC com o RGDT, observou-se que dentre os sujeitos do gênero masculino, apenas um sujeito dos 10 avaliados, apresentou limiar de re-solução temporal maior do que 20 ms e, mesmo assim, apresentava SAC de Grau 1. Em contrapartida, no grupo do gênero feminino, 50 mulheres, entre as 53 ava-liadas, apresentaram resultados médios para o RDGT maiores do que 20 ms; en-tretanto, apenas uma apresentou queixa significativa de dificuldade de comuni-cação (SAC de Grau 3). Na análise esta-tística da variável gênero sobre as variá-veis RGDT e SAC, observou-se que ambos os gêneros são estatisticamente diferen-tes apenas para os resultados do RGDT. Em contrapartida, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os gêneros para o SAC. Com rela-

Ahabilidade auditiva de resolução temporal é responsável pela identi-ficação de intervalos de silêncio em função do tempo, possibilitando a

percepção da ocorrência de um ou dois es-tímulos sonoros. Transtornos desta habi-lidade auditiva estão freqüentemente re-lacionados a dificuldades de processa-mento fonológico e discriminação audi-tiva de pistas temporais da fala. Pesqui-sas relatam que o sujeito idoso necessita de intervalo maior para identificar a pre-sença de dois tons e isso explicaria algu-mas das queixas de compreensão de fala dessa população. Nesta esteira, o objeti-vo desta pesquisa foi medir o limiar de resolução temporal em idosos através do Teste de Detecção de Intervalo Aleatório – Expandido (RGDT-E), desenvolvido por Keith (2002) e verificar a correlação en-tre os resultados do RGDT para as variá-veis gênero, idade, limiar audiométrico e pontuação no questionário de auto-ava-liação da comunicação (SAC). Foram ava-liados 63 indivíduos de ambos os gêneros com audição periférica normal ou perda do tipo neurossensorial, simétrica de até

Daniela Soares de Queiroz FONOAUdióLOGA dANiELA S. dE QUEirOz

Arqu

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pess

oal

ção à idade e à configuração audiométri-ca não foram observadas diferenças esta-tisticamente significativas tanto para as variáveis do RGDT quanto para o SAC. A partir desses dados, foi possível concluir que, quando comparamos os resultados do RGDT com os valores de referência para a população jovem, a idade mostrou-se fator de piora dos limiares de resolução temporal, principalmente para o gênero feminino. Entretanto, mesmo com limia-res aumentados, essa população não refe-re dificuldades de comunicação.•

Daniela Soares de Queiroz é graduada pela Uniban (2000), especialista em Audiologia Clínica pelo IEAA (2002) e supervisora de estágio na disciplina de Avaliação do Processamento Auditivo no IEAA. Dissertação apresentada à Banca Examinadora em fevereiro de 2008.

OrientadoraProfa. Dra. Teresa Maria Momensohn dos Santos

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Tese apresentada

para obtenção do título

de Mestre em

Fonoaudiologia pela

Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo

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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 78 • jul/ago/set • 200820

Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 78 • jul/ago/set • 200821

eventos

Terceira maior feira do mundo volta-da às necessidades dos deficientes físicos, mentais, visuais e auditivos, a VII Reatech – Feira Internacional

de Tecnologias em Reabilitação, Inclu-são e Acessibilidade, reuniu mais de 30 mil pessoas no Centro de Exposições Imigrantes, na capital paulista, entre os dias 24 e 27 de abril. Novas tecnologias, lançamentos de produtos, equipamentos e serviços foram destaques do evento. Estima-se que 24 milhões de brasileiros – 15% da população – possuam algum tipo de deficiência. O setor movimenta cerca de 1 bilhão de reais por ano no Brasil.

A Reatech também cedeu espaço para a discussão de várias questões viven-ciadas pelos deficientes. Diversos sim-pósios e seminários foram realizados. Entre eles, o encontro de “Mobiliza-ção Social pelo Trabalho Decente para a Pessoa com Deficiência”, promovido pelo Espaço Cidadania, braço social do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco voltado à questão da inclusão. O evento, apoiado pelo CRFa. 2ª Região/SP, con-tou com a presença de representantes de entidades ligadas à inclusão profissional e empresas que empregam deficientes. Eles contaram suas experiências.

Mas o ponto alto da tarde foi o en-contro da Secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, Linamara Rizzo Battistela, e

entidade lança livRo sobRe inClusão no tRabalho

O tema abordado no encontro promovido pelo Espaço da Cidadania durante a Reatech também ganhou um livro. “Trabalho Decente para a Pessoa com Deficiência – Leis, mitos e práticas de inclusão” é o nome da publicação coordenada por Carlos Aparício Clemente, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco. O livro resume a legislação nacional e internacional que trata da contratação de pessoas com deficiência e reúne uma base de dados sobre o cumprimento, da Lei de Cotas brasileira. Segundo o levantamento, apenas 13,3% das vagas determinadas a portadores de deficiência estão ocupadas no País. No estado de São Paulo, a taxa cresce para 37,3% de cumprimento da Lei.

Para a aquisição do livro e mais informações contate [email protected] ou acesse www.ecidadania.org.br.

a Superintendente Regional do Trabalho e Emprego, em São Paulo, Lucíola Rodri-gues Jaime. As duas se comprometeram a atuar em conjunto em prol da inclusão profissional.

surdo.orgAlém de reunir fabricantes de produ-

tos voltados aos portadores de deficiên-cia e promover espaço para diversos de-bates, a feira também abriu espaço para a participação de diversas ONGs, como o organizador do site www.surdo.org.br, Jonas Pacheco. Funcionário do Banco do Brasil há duas décadas, levou a questão da deficiência auditiva ao Comitê Verbo Divino, remanescente dos comitês de ci-

dadania criados em todas as agências do banco há cerca de 20 anos, na época do atuante Herbert de Souza, o Betinho.

O site foi idealizado com o objetivo de informar pais e amigos de surdos e tam-bém transmitir informações para pro-fissionais que atendem essa população. Por isso mesmo, tem uma área dedicada à publicação de trabalhos escritos por esses profissionais. “Quanto mais tra-balhos sobre surdez, sobre o surdo e sobre a LIBRAS nós pudermos oferecer e divulgar, mais rico fica o site, e mais conteúdo seus visitantes encontrarão ali”, explica Pacheco, que está aberto a receber contribuição dos fonoaudiólo-gos paulistas.•

Evento durou quatro dias e recebeu mais de 30 mil pessoas

Comissão de Divulgação | Janeiro a Maio de 2008

1 Coordenação dos trabalhos de pauta, redação, edição e publicação da Revista da Fonoaudiologia, edições 77 e 78;2 Análise do material publicado para atualizações no site do CRFa. 2ª Região;3 Participação nos processos de licitação para contratação da empresa para reformulação do site www.fonosp.org.br;4 Coordenação do trabalho de assessoria de imprensa: acompanhamento de pautas e dos textos divulgados aos jornalistas sobre os temas Dislexia, Saúde Vocal, Dia Mun-dial da Voz e Fonoaudiologia e Planos de Saúde;5 Realização de Happy Hours na Casa do Fonoaudiólogo;6 Participação e/ou apoio aos seguintes eventos: REATECH – VII Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, In-

Comissão de Educação | Abril de 2008

OquefazemosporvocêAcompanhe o trabalho das Comissões do Conselho

clusão e Acessibilidade; I Seminário Popular, Social e Comu-nitário de Saúde de Vila Ema, Vila Heloísa, Parque São Lucas e região_(em defesa do SUS); Simpósio de Fonoaudiologia e Educação; Fórum Nacional de Educação nas Profissões da Área da Saúde (Fnepas) e 7a Conferência Municipal de Produção Mais Limpa;7 Participação junto aos outros Conselhos Regionais e o Conselho Federal de Fonoaudiologia do Encontro Interna-cional de Audiologia, realizado em Itajaí – março 2008;8 Entrevistas em rádio, TV e imprensa escrita sobre os releases divulgados à imprensa durante o período;9 Início dos trabalhos de captação de patrocínio, planeja-mento e organização das comemorações do Dia do Fono-audiólogo 2008.

ações

acessibilidadeeinclusãosãotemasdaViireatech

Feira reuniu fabricantes e promoveu debates

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ão

Participação da presidente da Comissão de Educação, con-selheira Maria Cristina Pedro Biz, na Reunião interconselhos realizada nos dias 25 e 26 de abril. As Reuniões Interconselhos são realizadas com a participação de representantes de todos os Regionais em conjunto com o Conselho Federal e o objetivo é discutir ações a serem realizadas pelos Conselhos, segundo

temas pautados de acordo com a área de abrangência.Na reunião de abril, os temas discutidos envolveram ques-

tões ligadas à educação. Foram pauta de discussão: a carga horária dos cursos de Fonoaudiologia; Teleaudiologia; Cam-panhas de Divulgação sobre a Atuação do Fonoaudiólogo na Escola e Dislexia.

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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 78 • jul/ago/set • 200822

Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 78 • jul/ago/set • 20082�

A manhã do dia 29 de março foi a escolhida pela Comissão de Edu-cação do CRFa. 2ª Região/SP para reunir um seleto grupo de pessoas

interessadas em ouvir experiências sobre o trabalho dos fonoaudiólogos em edu-cação. O Simpósio “Atuação Fonoaudio-lógica em Instituições Educacionais” foi realizado no CEV e contou com três me-sas e sete palestrantes, que discorreram sobre temas variados. O público acompa-nhou atento e debateu com os presentes.

A fonoadudióloga Luciana Tavares Se-bastião, mestre e doutora em Educação pela UNESP, especialista em Saúde Co-letiva pelo Conselho Federal de Fonoau-diologia e membro do Comitê de Gestão do Departamento de Saúde Coletiva da Sociedade Brasileira de Fonoaudiolo-gia, além de professora da universidade, apresentou o tema “O processo de for-mação do fonoaudiólogo para atuar na Educação”. Ela enfocou os aspectos da formação generalista, crítica e reflexiva, enfatizando a necessidade de ações de

Os palestrantes que participaram do evento no CEV

educação permanente nas instituições de ensino superior. “O discente não pode ser passivo e o docente tem de ser um facilitador e um orientador deste proces-so”, afirmou Luciana.

Em seguida, foi a vez do pedagogo Oséias Fernandes Martins, também teó-logo e professor. Assessor Institucional Sócio-Educacional da Secretaria Munici-pal de Educação do Município de Jandi-ra, ele ressaltou que muitas vezes a fala técnica do fonoaudiólogo se choca com a do professor. “Muitos profissionais vêem problemas que, na visão do pedagogo, não existem”, observou.

respeitoàdiferençaSilvana Drago veio em seguida, com o

tema: “Atuação fonoaudiológica: ensino regular, inclusão e fracasso escolar”. Pe-dagoga e professora de deficientes audi-tivos da Rede Municipal de Ensino, abor-dou a formação docente e falou sobre o trabalho em sala de aula. A fonoaudió-loga Maria Cecília Bonini, doutora em

História e Filosofia da Educação e mes-tre em Distúrbios da Comunicação pela PUC/SP, além de professora nesta insti-tuição, abordou aspectos relacionados ao fracasso escolar. “A inclusão não é uma ação, uma técnica ou projeto na escola, mas sim um dispositivo para a promoção da ‘educação para todos’ e respeito às di-ferenças”, afirmou Cecília.

A última mesa, “Disciplinaridade”, trouxe o trabalho desenvolvido pelas fonoaudiólogas Mariângela Lopes Bitar, mestre em Lingüística Aplicada pela PUC/SP e doutora em Lingüística pela Faculda-de de Filosofia Letras e Ciências Huma-nas da USP, e Nastienka Ojevan Presto, fonoaudióloga e psicopedagoga da Secre-taria de Educação do Município de Osas-co (SP). Também participou a psicóloga Flávia Ranoya Seixas Lins, psicanalista e mestranda em Psicologia e Educação na USP. Elas falaram sobre suas experiências e desafios à frente da equipe interdisci-plinar do Setor de Assistência Escolar e Intervenção do Município de Osasco.•

eventos

Entre 24 e 27 de setembro, os fonoaudiólogos do Brasil se encontrão em Campos do Jordão, in-terior paulista, no 16º Congresso Brasileiro de Fo-noaudiologia, promovido pela Sociedade Brasileira. “Fonoaudiologia e Cidadania” é o tema do evento, o principal da área no País. O Congresso discutirá assuntos relativos às diversas áreas da profissão

– Audição e Equilíbrio, Linguagem, Motricidade Orofacial, Voz e Saúde Coletiva. Como em todas as edições, também serão apresentados trabalhos de fonoaudiólogos e estudantes, que concorrerão ao Prêmio Excelência em Fonoaudiologia 2008. Para mais informações e inscrições, acesse www.sbfa.org.br/fono2008/Inscricoes_Ficha.php.

campOs dO JOrdãO recebe 16º cOngressO brasileirO de FOnOaudiOlOgia

happy hOur abOrda temas ligadOs à prOFissãO

A Casa do Fonoaudiólogo tem sido palco de impor-tantes discussões relativas à Fonoaudiologia. “Aspectos Éticos da Triagem Auditiva Neonatal” e “Gerenciamento Pessoal e Atendimento ao Cliente” são apenas alguns dos temas abordados por profissionais renomados durante a Happy Hour, série de encontros promovidos pelo CRFa. 2ª Região toda última sexta-feira do mês. Consultora e

assessora de profissionais e clínicas de saúde, Débora Ferrarini abordou, no encontro de abril, as singularidades do atendimento na área. Em maio, a fonoaudióloga e dou-tora Maria Angelina Martinez tratou das questões éticas envolvidas nos exames neonatais. Para saber mais sobre o evento e conhecer a agenda dos próximos encontros, acesse o site do Conselho: www.fonosp.org.br.

atendimentO dOmiciliar será tema de Fórum

O Conselho Regional de Fonoau-diologia – 2ª Região promoverá, no dia 2 de agosto, o Fórum “Atendi-mento Fonoaudiológico Domiciliar”. Primeiro do gênero promovido pela instituição, será realizado das 8 às 12 horas, na Casa do Fonoaudiólo-go. “Orientação ao cuidador e crité-

rios para delegar tarefas”, “Prontuá-rio” e “Biossegurança” serão alguns dos temas discutidos. Os temas serão abordados a partir da prática e, por isso, o evento é voltado aos profissionais com experiência nesse tipo de atendimento. Após o fórum, o CRFa. vai elaborar um documento

de orientação com relação ao aten-dimento domiciliar e irá apresentar sugestões ao Conselho Federal para possível republicação da Resolução Nº 337/06, que trata do assunto. Para mais informações sobre ins-crições, documentos e legislação, acesse www.fonosp.org.br.

Maria Angelina (esq.) e Débora (dir.) estiveram na programação de Happy Hour do CRFa.

simpósiotrazaexperiênciafonoaudiológicanaeducação

Profissionais debateram diversos temas relativos à área

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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 78 • jul/ago/set • 200824

Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 78 • jul/ago/set • 20082�

MAM, atenção ao Meio Ambiente

Brasileira é presidente da ISA

A fonoaudióloga Iêda Chaves Pacheco Rus-

so, professora titular da PUC-SP e adjunto da

Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) e vice-

presidente da Sociedade Brasileira de Fonoau-

diologia, assumiu a presidência da Internatio-

nal Society of Audiology (ISA) durante o XXIX

Congresso Internacional de Audiologia, reali-

zado entre 8 e 12 de junho em Hong Kong.

Ela é a primeira brasileira a presidir a en-

tidade, criada há 50 anos com o objetivo de

facilitar o conhecimento, a proteção e a reabi-

litação da audição. Iêda era vice-presidente da

entidade desde 2006 e há dez anos integrava

o comitê executivo.

Seminário aborda atendimento de

deficientes auditivos

“Indicadores de qualidade nos serviços de saúde auditiva do SUS” foi o tema do II Seminário Científico Políticas Públicas em Saúde Auditiva promovido pelo Centro de Pesquisas Audioló-gicas do Hospital de Reabilita-ção das Anomalias Craniofaciais (CPA-HRAC) e pelo Departamen-to de Fonoaudiologia da Faculda-de de Odontologia de Bauru-USP. O encontro foi realizado na cida-de paulista entre 8 e 9 de maio. O presidente do CRFa. 2ª Região, Paulo Eduardo Damasceno Melo, e a conselheira Maria Cristina Pe-dro Biz, presidente da Comissão de Legislação e Normas, repre-sentaram a entidade no evento que discutiu ações que possam contribuir para o aprimoramento do atendimento aos deficientes auditivos. Um dos focos de dis-cussão foi a identificação dos fatores que contribuem para um atendimento de qualidade, com o objetivo de nortear a definição de metas do serviço, contribuindo para o desenvolvimento e a orga-nização de programas de diag-nóstico e intervenção.

A Delegacia Regional de Marília

inaugurou no dia 8 de maio seu

novo espaço de eventos com a

realização da palestra “Gagueira

infantil”, ministrada pela fonoaudi-

óloga Cristiane Moço Canhetti, do-

cente da Faculdade de Fonoaudio-

logia da UNESP. O evento fez parte

da programação do Happy Hour

cultural e contou com a presença

de profissionais da cidade e de

municípios vizinhos, como Quatá,

Paraguaçu Paulista, Bauru, Pom-

péia, Lutécia, Vera Cruz, Garça e

Álvaro de Carvalho.

Marília inaugura espaço de eventos

CRFa. e Coral Fonovoice participam de evento da CPTM

O Conselho Regional de Fonoaudiologia – 2ª Região, representado pela

conselheira Cláudia Cassavia, e o Coral Fonovoice participaram da IV Se-

mana de Saúde da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. O

evento, que tem como principal objetivo sensibilizar funcionários e usuários

sobre a importância da prevenção e cuidados com a saúde, abriu espaço

para orientação à população que circulou pela Estação Brás na manhã de

11 de abril. Alterações da comunicação e na fala foram os temas da maior

parte das dúvidas respondidas pela fonoaudióloga Michelli Lourenço Ru-

binick, voluntária no evento. Ao meio-dia, uma apresentação do Fonovoice

emocionou o público presente.

cOnselhO apóia semináriO pOpular

O CRFa. 2ª Região/SP apoiou o I Seminário Popular, Social e Comunitário de

Saúde – Vila Ema, Vila Heloisa, Parque São Lucas e região, na capital Paulista.

Organizado por integrantes do Conselho Municipal de Saúde, o encontro mar-

cou a necessidade da melhoria da oferta de atendimento na área. “Precisamos

de mais UBS na região”, reivindicou José da Guia Pereira, organizador do se-

minário e presidente da ONG Espaço Mamberti de Cultura.

FOnOaudiólOgOs discutem saúde VOcal dO trabalhadOr

A Faculdade Santa Marcelina, na capital paulista, foi palco da Oficina Regional da Grande São Paulo do Fne-pas (Fórum Nacional de Educação das Profissões da Área da Saúde), no dia 26 de abril. “Integralidade na formação e nas práticas em Saúde: estratégias para integrar ensino, gestão, serviços e usuários na Grande São Paulo”, foi o principal tema do encontro. A ofi-cina teve duas mesas redondas, que abordaram “Integração ensino-serviço nas redes municipais de saúde” e “A formação para o trabalho em equipe”. O Fnepas foi criado em 2004 com o objetivo de contribuir para o proces-so de mudança da graduação a partir de uma concepção de integralidade na atenção e na formação em saúde. Reúne representantes das instituições de ensino das 14 profissões da área, além de representantes do controle social. O encontro reuniu 238 partici-pantes. Entre eles, estavam os fono-audiólogos Andrea Bonamigo, repre-sentando a instituição de ensino onde atua, e Paulo Melo e Cláudia Cassavia, em nome do CRFa. 2ª Região/SP. Para mais informações sobre o Fórum e sobre os resultados da oficina, acesse www.fnepas.org.br.

Fnepas discute integralidade na atençãO à saúde

notas

Jair

Pire

s

Estratégias a serem adotadas pelo CRFa. 2ª Região/SP para con-

tribuir com a regulamentação e implementação da Lei Estadual No

10.893/01 que “Cria o Programa Estadual de Saúde Vocal do Profes-

sor da Rede Estadual de Ensino” foram abordadas durante encontro

realizado no dia 16 de maio. A reunião teve a presença das fono-

audiólogas Cláudia Taccolini Manzoni, Fabiana C. Zambon, Léslie

Piccolotto Ferreira, Márcia Tiveron de Souza, Susana P. P. Giannini e

Thelma M. Thomé de Souza; das conselheiras Cláudia S. P. Cassavia

e Maria Cristina Biz e da assessora Cibele Siqueira. O grupo elencou

vários aspectos relacionados ao tema e também julgou importante

ampliar o enfoque da questão, ao considerar a atuação fonoaudioló-

gica sob a perspectiva da Política Nacional de Saúde do Trabalhador

e não ligada apenas à saúde vocal do professor. Outro aspecto de-

liberado foi a necessidade do CRFa. buscar parceiros para atuar na

questão, dentre eles Sindicatos dos Professores, APEOESP, Coorde-

nadores da Rede Nacional de Saúde do Trabalhador (Renast) e fono-

audiólogos inseridos na rede estadual de Saúde do Trabalhador.

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Desde abril, o CRFa. 2ª Região/SP conta

com o trabalho do MAM – Meio Ambiente

Melhor, grupo criado para promover a

conscientização de funcionários e de

conselheiros quanto ao uso racional

de recursos naturais, como água e

energia elétrica, além de incentivar

a reciclagem de materiais. Formado

pelos funcionários Celso Santos,

Cibele Siqueira, Renata Megale, Roberta

Hormain e Valéria Nascimento, o grupo

vem implantando medidas que visam

reduzir o uso de água, de energia e

de papel. Acreditamos que, com a

criação do MAM, o Conselho cum-

pre mais uma ação de responsabi-

lidade social e de preservação do

meio ambiente.

Page 14: PJ, Autônomo ou CLT: o que é melhor para você?

Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 78 • jul/ago/set • 20082�

Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 78 • jul/ago/set • 20082�

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CLASSIFICADOS

educaçãoO simpósio promovido pelo conselho no

dia 29 de março foi muito importante. Fo-ram levantados diversos questionamentos sobre a Fonoaudiologia na educação, que esclareceram minhas dúvidas.

Agradeço ao conselho por este evento. Daiane Schultz

PlanosdesaúdePrezados Colegas do CRFa., Andei lendo à respeito dos planos de

saúde, andei refletindo sobre as questões apontadas pelo CRFa. da 6° Região, e ve-nho mostrar meu apoio aos colegas e con-cordar com os pontos em pauta!

Acredito que as lutas que meus colegas travaram no passado não devem ser esque-cidas. Como os heróis que sofreram na di-tadura pelo direito das eleições diretas, não podemos nos esquecer das lutas pela auto-nomia profissional do Fonoaudiólogo. To-dos sabemos que não há como reduzir nú-meros de sessões fonoaudiológicas.

Imagine um paciente de linguagem, que necessita de um acompanhamento maior para um trabalho mais bem sucedido... Se estas sessões forem reduzidas e o fonoau-diólogo não conseguir que a família seja excelente colaboradora, o desempenho do Fonoaudiólogo ficará ameaçado, e quem sofrerá as conseqüências é o paciente!

Priscila Haydée de Souza

CaRtas

EXTRAVIOS

CarimbOLuely Costa Canton Maciel

Renata Abrão

CÉDULaAndréia Zeppelin

Lilian Cristina Corrêa

Ligia Reis Bolognato Ribeiro

Maria de Fátima N. Mirassol

CarimbOeCÉDULaAlessandra Sampaio Ferreira

Marcelle Fernanda C. Antunes

Michele Fernanda C. Antunes

Vejaalistadefonoaudiólogosqueperderamcarimbosecédulas

O uso do etanol, combustível biodegradável, mais limpo e, portanto, mais saudável, foi o principal tema discutido durante a 7ª Conferência Municipal de Produção Mais Limpa, realizada em 21 de maio, no Anhem-bi, em São Paulo. No encontro, que reuniu representantes dos diversos setores da sociedade, discutiu-se, entre outras questões, o fato de o uso do etanol como combustível reduzir em 90% a presença de mate-rial particulado no ar, não conter enxofre, responsável pela chuva ácida, e diminuir em mais de 80% as emissões dos gases responsáveis pelo aquecimento global.

Os participantes do evento – iniciativa do médico e vereador Gilber-to Natalini, à esquerda na foto com os convidados da mesa – também comentaram a importância da produção do combustível para as áreas social e econômica. O CRFa. 2ª Região/SP foi representado pelas conse-lheiras Carolina Fanaro da Costa Damato e Andréa Soares Silva.

notas

Governo cria Secretaria Estadual de Direitos da Pessoa com Deficiência

Sob o comando da fisiatra Li-

namara Rizzo Battistella, Diretora

Executiva da Divisão de Medicina

de Reabilitação do Hospital das

Clínicas e professora da Faculda-

de de Medicina da USP, foi criada,

em março, a Secretaria Estadual de

Direitos da Pessoa com Deficiência

do Estado de São Paulo. A médica

anunciou que pretende contar com

ampla participação das pessoas

com deficiência por meio do Con-

selho Estadual para Assuntos das

Pessoas Portadoras de Deficiência

(CEAPPD), que ajudou a fundar e

com o qual pretende implementar

e sedimentar ações que visem as-

segurar a cidadania e a inclusão

das pessoas com deficiência. Vá-

rias ações já estão em andamento,

como a qualificação profissional de

médicos e profissionais de educa-

ção para atendimento desta popu-

lação específica.

Etanol é destaque da Produção Mais Limpa

Sobrapar reúne especialistas em Fissura Lábio Palatina

O VII Simpósio Sul-americano Smi-

le Train sobre Fissuras Lábio Palati-

nas reuniu, nos dias 25 e 26 de abril,

em Campinas, grandes cirurgiões da

especialidade. Entre eles, a indiana

Jyotsna Murthy, considerada a maior

autoridade em fissura lábio palatina do

Oriente; o sul-africano Anil Madaree,

referência em casos de pacientes com

grande deformidade facial, e o sueco

Jan Lilja, presidente da Associação

Sueca de Cirurgia Plástica e dirigente

de um dos principais jornais europeus

científicos da área.

O cirurgião plástico norte-americano

Eduardo D. Rodriguez, um dos princi-

pais especialistas em reconstrução de

face, abordou suas pesquisas pioneiras

de transplante de face em macacos. O

evento, promovido pela Sociedade Bra-

sileira de Pesquisa e Assistência para

Reabilitação Craniofacial (Sobrapar),

também contou com a presença de

médicos brasileiros com experiência

de tratamento e de pesquisadores com

células-tronco. Durante o simpósio, foi

realizado o IV Workshop dos Serviços

de Fissuras Lábio Palatinas, que con-

tou com representantes de 23 centros

de referência em tratamento do Brasil.

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