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1 PROJETO PEDAGÓGICO BICHOS INCRÍVEIS Rua Tito, 479 – Lapa – São Paulo – SP CEP 05051-000 DIVULGAÇÃO ESCOLAR (11) 3874-0884 [email protected] www.editoramelhoramentos.com.br www.facebook.com/melhoramentos BICHOS INCRÍVEIS P R I M E I R A S H I S T Ó R I A S Flávia Muniz & Márcia Kupstas

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PROJETO PEDAGÓGICO

BICHOS INCRÍVEIS

Rua Tito, 479 – Lapa – São Paulo – SP

CEP 05051-000

DIVULGAÇÃO ESCOLAR

(11) 3874-0884

[email protected]

www.editoramelhoramentos.com.brwww.facebook.com/melhoramentos

BICHOSINCRÍVEIS

BICHOSINCRÍVEIS

P R I M E I R A S H I S T Ó R I A SP R I M E I R A S H I S T Ó R I A S

Primeiras Histórias – Bichos Incríveis reúne literatura e informação. Os textos selecionados para este vo-lume pretendem entreter os pequenos leitores que apreciam histórias sobre bichos, se interessam em saber como eles vivem e desejam conhecer suas in-críveis habilidades.

São sete textos sobre animais de diferentes espé-cies, desde as mascotes mais comuns, como o cão ou o gato, até outras distantes do convívio urbano, mas não menos interessantes, como a coruja e o lobo.

Precedidas de páginas que promovem a partici-pação do leitor trazendo desafios, informações cien-tíficas, curiosidades e brincadeiras, as histórias de Bichos Incríveis também variam de forma e extensão para tornar a leitura ainda mais prazerosa.

Primeiras Histórias – Bichos Incríveis é uma rica oportunidade de entretenimento.

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Márcia Kupstas

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Bichos IncríveisPR

OJE

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ICO Autoras: Flávia Muniz

e Márcia KupstasTítulo: Bichos IncríveisIlustrador: Paulo BorgesFormato: 17 x 24,5 cmN.º de páginas: 32Elaboração: Shirley Bragança

Ficha

Temas transversais: pluralidade cultural, meio ambientelInterdisciplinaridade: Ciências, Arte e Literatura

Quadro sinóptico

A obra Bichos Incríveis segue a lógica de Monteiro Lobato, que via o livro como um material de muitas utilidades e possibilidades, e uma delas é o brinquedo, objeto muito significativo na vida de qualquer criança.

Esse livro propõe brincadeiras e histórias em vários gêneros para o pequeno leitor se divertir de maneira interativa. Cada história traz em destaque um dos bichos presentes no universo infantil, com infor-mações e curiosidades sobre ele, além de atividades interessantes.

Resumo

PRO

JETO

PED

AGÓ

GIC

O Flávia Muniz é formada em Pedagogia, com especialização em Orientação Educa-cional, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC).

Trabalhou 14 anos na Editora Abril e, hoje, além de escrever livros didáticos, obras de referência e de literatura, ela-bora revistas para a garotada, colabora com vários sites e ainda tem tempo para cuidar de gatos, seu bicho preferido. Rita, Não Grita!, Beto Baguncinha e Manual dos Namorados fazem parte do conjunto de 30 obras publicadas pela autora, com 3 milhões de exemplares vendidos. Nessa obra a autora convida o leitor a se diver-tir com suas histórias e brincadeiras. Para entrar em contato com a autora, acesse:

www.oyo.com.br/autores/ficcao/flavia--muniz/

Assim como Flávia, Márcia Kupstas também gosta de gatos. Tem 20 anos de carreira e quase uma centena de livros publicados. Recebeu diversos prêmios, entre eles o Prê-mio Revelação Mercedes-Benz de Literatura Juvenil, o Prêmio Orígenes Lessa e o Jabuti. Ministra palestras e cursos em bienais de livros e secretarias de Educação e Cultura em diversos estados do Brasil. Formada em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), foi professora de Literatura e de Téc-nica e Metodologia de Redação em grandes escolas da capital paulista, onde nasceu em 1957. Para saber mais sobre a autora, acesse: www.marciakupstas.com.br.

As autoras

Interdisciplinaridade:Ciências, Arte e Literatura

www.marciakupstas.com.br.

8anos

INDICAÇÃO:

Leitor em processo:

a partir de

ensinofundamental

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Bichos Incríveis é um livro interativo que convida o leitor a par-ticipar das histórias por meio de textos e atividades diversificadas (trava-línguas, desenhos, curiosidades, gincanas etc.), despertando nele o desejo de brincar com o livro. Essas atividades são introdu-tórias e funcionam como aperitivo, ou seja, preparam o pequeno leitor para ouvir e degustar uma história. Elas também sinalizam temas para o professor desenvolver atividades afins e aprofundá-las em sala de aula.

Cada história e respectivas atividades envolvem um animal que faz parte do universo infantil (mundo da fantasia ou real), o que permite uma aproximação maior entre a criança e o livro. O conhecimento sobre esse animal é ampliado por meio dos tipos textuais empregados (descrição, narração, quadras) e dos gêneros literários (fábulas, contos

de fadas, adivinhas etc.), propiciando um trabalho interdisciplinar e intertextual em sala de aula e contribuindo para o desenvolvimento de várias habilidades de leitura e escrita.

O jogo polissêmico está presente na obra e é explorado nas atividades propostas. Em Gatos São Interessantes!, por exemplo, as autoras brin-cam com o sentido literal e figurado das palavras gato/gata, levando o leitor a refletir sobre essas acepções e sobre a relação dessas palavras com o texto/contexto. Além disso, a obra instiga o leitor a descobrir outros personagens e a estabelecer diálogo com outras histórias, como O Gato de Botas e Garfield.

Esse livro-brinquedo, cujo destaque são os animais, é uma oportuni-dade de o aluno conhecer um pouco mais o mundo animal por meio de diferentes textos, de maneira lúdica e divertida.

Olhares curiosos sobre a obra

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EMA A Terra abriga aproximadamente 1,5

milhão de diferentes espécies de animais de tamanhos, cores e formas variadas, que vão desde criaturas microscópicas até as enormes baleias. Esses animais são classificados pelos cientistas como vertebrados e invertebrados.

Os seres vertebrados, aqueles que possuem esqueleto interno, consti-tuem, aproximadamente, 44 mil espé-cies. Destas, 21 mil são de peixes, 8.600 são de pássaros e 6.500 são de répteis, como lagartos e cobras. Exis-tem aproximadamente 4 mil espécies de anfíbios (rãs, sapos, salamandras e outros animais que vivem na terra e repro-duzem-se na água) e a mesma quantidade de mamíferos (criaturas de sangue quente e que possuem pelos no corpo).

A maior parte dos vertebrados possui sistema nervoso desenvolvido. Seu sis-tema nervoso central é composto pelo cérebro e pela medula espinhal. Nos verte-brados inferiores, o cérebro controla pre-dominantemente as funções dos órgãos sensoriais. No caso dos vertebrados supe-riores, o cérebro, que é maior, permite troca de informações mais intensa entre as diferentes partes do organismo.

Os vertebrados são amplamente superados em número pelos inverte-brados (animais sem esqueleto interno).

Existem quatro vezes mais caracóis, lesmas, lulas e outros moluscos (ani-mais com conchas) do que peixes. O maior grupo de todos é o dos insetos. Aproximadamente 1 milhão de espécies já foram identificadas, e os cientistas acreditam que pode haver outros 30 milhões ainda não descobertos.

De modo geral, podemos dizer que a grande maioria dos invertebrados é capaz de se locomover. Contudo, as esponjas somente realizam essa tarefa quando ainda são bem jovens e pequenas. Já as lagostas e os insetos são capazes de se movimentar durante toda a sua existên-cia. Diferentemente dos vegetais (que produzem a própria energia por meio da fotossíntese), os animais necessitam de outros seres para extrair a energia neces-sária à sua sobrevivência. Para isso, se ali-mentam de seres autótrofos (vegetais) e heterótrofos (animais).

Conhecer, desde cedo, como animais e plantas se desenvolvem nos biomas é importante para os alunos porque eles passam a valorizar a diversidade e a enxergar melhor como a interferência do homem pode causar danos irreversíveis ao meio ambiente, comprometendo a qualidade de vidano planeta.

Existem quatro vezes mais caracóis, lesmas, lulas e outros moluscos (ani-mais com conchas) do que peixes. O maior grupo de todos é o dos insetos. Aproximadamente 1 milhão de espécies já foram identificadas, e os cientistas acreditam que pode haver outros 30 milhões ainda não descobertos.

De modo geral, podemos dizer que a grande maioria dos invertebrados é capaz de se locomover. Contudo, as esponjas somente realizam essa tarefa quando ainda são bem jovens e pequenas. Já as lagostas e os insetos são capazes de se movimentar durante toda a sua existên-cia. Diferentemente dos vegetais (que produzem a própria energia por meio da fotossíntese), os animais necessitam de outros seres para extrair a energia neces-sária à sua sobrevivência. Para isso, se ali-mentam de seres autótrofos (vegetais) e

Conhecer, desde cedo, como animais e plantas se desenvolvem nos biomas é importante para os alunos porque eles passam a valorizar a diversidade e a enxergar melhor como a interferência do homem pode causar danos irreversíveis ao meio ambiente, comprometendo a

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1. Leia as páginas 10, 11 e 12 do livro Bichos Incríveis. Teça comentários sobre o Projeto Tamar, relatando sua importância para o meio ambiente e para a sobrevivência das tartarugas.

2. Em seguida, ressalte que a tartaruga e o jabuti aparecem em várias histórias que pertencem ao universo da cultura popular, revelando uma sabedoria pas-sada de pai para filho.

3. Depois de ler a história “O jantar do jabuti”, levante alguns questionamen-tos: Por que não se pode agradar a todos? O que acontece quando tenta-mos agradar a todos? Se você fosse o jabuti, que prato serviria? Elabore então uma receita coletiva com os alunos.

4. O jabuti fez um trato com os convida-dos: da próxima vez os bichosenjoa-dos teriam que trazer o próprio prato. Com base nessa informação, pergunte aos alunos como eles elaborariam um convite para uma festa a fantasia para esses bichos enjoados.

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O diálogo entre arte e outras áreas do conhecimento auxilia a criança a perceber o mundo que a cerca de maneira mais ampla. As cantigas de roda (pequenos cantos que pertencem à tradição popular brasileira, a maioria de origem portuguesa) e as cantigas popu-lares são gêneros textuais que permitem um trabalho integrado entre arte e outras disciplinas, além de estimular experiên-cias visuais, sinestésicas e auditivas.

Ao ar livre, faça comentários com os alunos sobre os animais que apare-cem nas cantigas, destacando: o modo como se locomovem, a cobertura do corpo, a alimentação etc. Em seguida, inicie a brincadeira:

Corre cutia, Macaco na roda, A carro-cinha pegou três cachorros de uma vez, O galo e a galinha foram à festa em Por-tugal, Quem fez a arca etc.

Preparando a leitura Trabalhando a leitura

o jabuti aparecem em várias histórias que pertencem ao universo da cultura popular, revelando uma sabedoria pas-

3. Depois de ler a história “O jantar do jabuti”, levante alguns questionamen-tos: Por que não se pode agradar a todos? O que acontece quando tenta-mos agradar a todos? Se você fosse o jabuti, que prato serviria? Elabore

dos: da próxima vez os bichosenjoa-dos teriam que trazer o próprio prato. Com base nessa informação, pergunte aos alunos como eles elaborariam um convite para uma festa a fantasia para

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TEMA: É o bicho! Os jogos possibilitam aos alunos exe-

cutar ações importantes como leitura, compreensão de recomendações e pro-cedimentos. Possibilitam, ainda, o desen-volvimento da tolerância e do respeito mútuo. Lançar mão dessa estratégia pedagógica é uma forma de desenvolver habilidades e competências de leitura e escrita por meio de textos significativos.

Explorando a leitura

D G T A M L N C B L O

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O jogo: os jogadores rodarão o clipe duas vezes: a primeira para saber a clas-sifi cação do animal (doméstico, verte-brado, invertebrado, ave, mamífero ou selvagem) e a segunda para saber a le-tra que inicia o nome dele. Todos ano-tarão nas respectivas cartelas o nome dos animais, começando pelo núme-ro 1, que se refere à primeira rodada. Quem terminar primeiro dirá a palavra PARE. Nesse momento, a anotação será interrompida, e esse jogador revelará em voz alta o que escreveu e, em segui-da, passará a vez para o jogador à sua esquerda. Ele procederá da mesma for-ma, e assim sucessivamente até o últi-mo jogador.

Caso algum participante não concorde com a resposta dada por um outro jo-gador, o dicionário e materiais diversos deverão ser consultados imediatamen-te. Se a reclamação se justifi car, a res-posta será anulada. Se na rodada nenhum dos participantes conseguir se lembrar do nome de um ani-mal, na classifi cação dada, o jogador da vez rodará o clipe novamente, sortean do outra letra e outra classifi cação.

Fim do jogo: o jogo terminará quando um dos participantes preencher toda a cartela, tornando-se o vencedor.

É O BICHO!

Monte o jogo: recorte e cole o círculo numa superfície emborrachada ou em uma embalagem (tampa de caixa de pizza, por exemplo). Perfure com um parafuso o meio do círculo e encaixe um clipe no parafuso.

Número de jogadores: 2 a 8

Início da partida: distribua uma carte-la para cada jogador. Em seguida cada um dará um peteleco no clipe e anotará no canto do cartão-resposta a letra que foi apontada. Caso haja coincidência, os jogadores envolvidos rodarão o clipe novamente. A sequência dos jogadores obedecerá à ordem alfabética.

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CARTÃO-RESPOSTA Outras obrasORTHOF, Sylvia. Os Bichos Que Tive (Memórias Zoológicas). São Paulo: Salamandra, 1983.VELTTHUIJS, Max. O Sapo Apaixonado. São Paulo: Martins Fontes, 2002.MACHADO, Ana Maria. De Fora da Arca. São Paulo: Ática, 2004.LALAU e LAURABEATRIZ. Brasileirinhos: Poesia para os bichos mais especiais da nossa fauna. São Paulo: Cosac Naify, 2001.MELO, Thiago de. Amazonas: Águas, pássaros, seres e milagres. São Paulo: Salamandra, 1998.

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sentidos, a partir de sinais que nele estão presentes, mesmo que o autor não tenha consciência disso. Nesse tipo de leitura, o leitor tem mais poder e vai, como diz Umberto Eco, construir suas próprias trilhas no texto/bosque. Considerando a ideia de leitura como transgressão, De Certeau também compara o leitor a um viajante:

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TEÓ

RICO

No Dicionário Michaelis, a palavra “leitura” (do latim medievo lectura) signifi ca não só ação ou efeito de ler, mas também ato de olhar e tomar conhecimento da indicação de um instrumento de medição ou de quais-quer sinais que indiquem medidas ou aos quais se atribui alguma signifi ca-ção. A Enciclopédia Einaudi assinala que o termo leitura não remete a um conceito e sim, a um conjunto de práticas que regem as formas de utilização que a sociedade, particu-larmente por meio da instituição es-colar, faz dele. Leitura é, pois, confor-me acentuam Barthes e Compagnon nessa enciclopédia, uma palavra de signifi cado vago, deslizante, que é preciso ocupar “por meio de umas sondagens sucessivas e diversas”, se-gundo os muitos fi os que tecem sua trama.

Apesar do questionamento ao conceito fechado de leitura, vale re-fl etir um pouco sobre a etimologia da palavra ler, do latim legere, que pode nos ajudar a compreender um pouco melhor essa prática. Numa pri-meira instância, ler signifi cava contar, enumerar letras; numa segunda, sig-nifi cava colher, e, por último, roubar. Observe-se que em sua raiz a palavra já traduz pelo menos três maneiras,

não excludentes, de ler. Na primei-ra, soletramos, repetimos fonemas, agrupando-os em sílabas, palavras e frases. É o primeiro ato da leitura, o primeiro estágio, correspondente à al-fabetização. Já no segundo momen-to, o verbo colher implica a ideia de algo pronto, correspondendo a uma tradicional interpretação de texto, em que se busca um sentido predetermi-nado. Ao leitor caberia apenas desco-brir que sentido o autor quis dar a seu texto. Ele colheria o sentido como se colhe uma laranja no pé. Nesse tipo de leitura é que se busca sobretudo a mensagem do texto, seu tema. Apa-rentemente, o leitor não teria poder algum, a não ser o de traduzir o sen-tido que estaria pronto no texto. En-tretanto o texto não se apresenta ao leitor senão como uma proposta de produção de sentido, que pode ou não ser aceita. Trata-se de um pacto de leitura que constitui o que deno-minamos interação leitor/texto.

Há ainda uma terceira instância, correspondente ao verbo roubar, que traz uma ideia de subversão, de clan-destinidade. Não se rouba algo com conhecimento e autorização do pro-prietário, logo essa leitura do texto vai se construir à revelia do autor, ou melhor, vai acrescentar ao texto outros

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BIBL

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FIA AGUIAR, Vera Teixeira de et al. Era uma

Vez na Escola: Formando educadores para formar leitores. Belo Horizonte: Formato, 2001.COELHO. Nely Novaes. Literatura Infantil: Teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000.LAMBERT, David. Atlas dos Animais. São Paulo: Moderna, 1995. OLIVEIRA, Gildson. Câmara Cascudo: Um homem chamado Brasil. Brasília: Brasília Jurídica, 1999.

Como se vê, embora não tenha um sentido fi xo, a palavra carrega signifi cações que nos levam a en-carar “sondagens sucessivas e diversas”.

(Paulino, Graça et al. Tipos de Textos, Modos de Leitu-ra. Belo Horizonte: Formato Editorial, 2001).

Bem longe de serem escritores, fundadores de um lugar próprio, herdeiros dos lavradores de antanho – mas, sobre o solo da linguagem, cavadores de po-ços e construtores de casa –, os leitores são viajantes; eles circulam sobre terras de outrem, caçam, furtiva-mente, como nômades através de campos que não escreveram, arrebatam os bens do Egito para com eles se regalar.

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