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DIEGO DE MATOS VIEGAS PERCEPÇÕES DE UM GRUPO DE USUÁRIOS DE DROGAS ILÍCITAS QUANTO AOS FATORES QUE OS LEVARAM A ESTA PRÁTICA

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DIEGO DE MATOS VIEGAS

PERCEPÇÕES DE UM GRUPO DE USUÁRIOS DE DROGAS ILÍCITAS QUANTO AOS FATORES QUE OS LEVARAM A ESTA PRÁTICA

Cassilândia – MS2011

DIEGO DE MATOS VIEGAS

PERCEPÇÕES DE UM GRUPO DE USUÁRIOS DE DROGAS ILÍCITAS QUANTO AOS FATORES QUE OS LEVARAM A ESTA PRÁTICA

Projeto de Intervenção apresentado à

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,

como requisito para conclusão do curso de Pós

Graduação em nível de Especialização em Atenção

Básica em Saúde da Família.

Orientador: Prof. Dr. Alessandro De Carli.

Cassilândia – MS2011

SUMÁRIO

RESUMO1 INTRODUÇÃO...........................................................................052 REVISÃO DE LITERATURA.........................................................092.1 ADOLESCÊNCIA.....................................................................092.2 DROGAS, FAMÍLIA E ADOLESCENTES.....................................112.3 DROGAS E SOCIEDADE..........................................................172.4 FATORES CAUSADORES DO ABUSO E DEPENDENCIA DE SUBSTÂNCIAS............................................................................202.4.1 Fatores Ambientais............................................................202.4.2 Fatores Individuais.............................................................212.5 DEFINIÇÃO DAS DROGAS......................................................232.5.1 Drogas Psicotrópicas..........................................................232.5.2 Definição e Efeitos da Maconha.........................................242.5.3 Definição e Efeitos da Cocaína...........................................262.5.4 Definição e Efeitos dos Opiáceos.......................................272.5.5 Definição e Efeitos das Anfetaminas..................................292.5.6 Definição e Efeitos do LSD (dietilamida do Ácido Lisérgico)312.5.7 Definição e Efeitos dos Solventes Voláteis.........................332.5.8 Definição e Efeitos do Ecsatasy (MDMA )...........................352.6 DROGA E SAÚDE MENTAL...................................................362.7 DEPENDÊNCIA A DROGAS...................................................372.8 MEDIDAS DE PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS..................402.9 A ENFERMAGEM E OS USUÁRIOS DE DROGAS....................423 OBJETIVOS.............................................................................453.1 Objetivo Geral3.2 Objetivos Específicos4 MÉTODO................................................................................465 RESULTADO E DISCUSSÃO......................................................486 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................797 REFERÊNCIAS.........................................................................80ANEXOSAPENDICE A..............................................................................84APENDICE B..............................................................................85

PERCEPÇÕES DE UM GRUPO DE USUÁRIOS DE DROGAS ILÍCITAS QUANTO OS FATORES QUE OS LEVARAM A ESTÁ PRÁTICA

RESUMO

A dependência química é considerada hoje como um problema de saúde pública, pois atinge toda a sociedade desde as classes sociais mais elevadas às mais baixas. A droga está cada vez mais presente na vida cotidiana das pessoas. O uso de drogas ilícitas está fortemente ligado à adolescência. Os estudos realizados nas últimas décadas têm revelado que a prática de experimentar e de fazer uso abusivo das drogas não só vem aumentando entre os adolescentes, como vem ocorrendo em idade cada vez mais precoce. O uso de drogas ilícitas é relatado por adolescentes como uma maneira de curtir relaxar e/ou esquecer os problemas. Sabe-se que existem alguns fatores de risco que acabam levando os adolescentes a fazer o uso de drogas como: fatores individuais e fatores ambientais. A presente pesquisa teve o intuito de conhecer os principais fatores que levaram este grupo indivíduos ao uso de drogas ilícitas, verificarem o conhecimento dos usuários em relação à droga ou as drogas que faz uso e reconhecer as drogas mais utilizadas neste grupo. Foi realizada no Centro de Recuperação Vida Nova em Cassilândia - MS, no mês de Agosto de 2010, com 15 usuários de drogas em tratamento no período vespertino. Desses 15 usários internos em tratamento todos começaram o uso de drogas na adolescência, a maioria dos pais eram separados quando iniciaram o uso de drogas e não tinham religião . Foi analisado que a droga mais usada era a pasta base, alegaram que isso se deve ao fato dessa droga ser mais barata do que a cocaína, de fácil acesso e devido ao seu potente efeito alucinógeno. Foram influenciados a fazer uso de drogas pelos amigos, relatam ter experimentado por curiosidade. Através dos resultados encontrados é necessário salientar que a melhor forma de combater o uso indevido das drogas é através da prevenção primária.

DESCRITORES: drogas ilícitas, adolescência, fatores de risco.

PERCEPÇÕES DE UM GRUPO DE USUÁRIOS DE DROGAS ILÍCITAS QUANTO OS FATORES QUE OS LEVARAM A ESTÁ PRÁTICA

1 INTRODUÇÃO

Um dos principais problemas que afligem a sociedade e as famílias

nos dias de hoje é o envolvimento dos adolescentes com as drogas ilícitas,

que se tornam cada vez mais elevados. É cada vez maior o declínio da

qualidade de vida dos adolescentes em função ao uso de drogas, por isso

é de suma importância transmitir informações a respeito dos perigos que

os encontros com as drogas podem trazer para suas vidas, e que esse

caminho muitas vezes não tem volta é necessário ressaltar que a

informação é melhor forma de prevenção.

Hoje, o uso abusivo das drogas tornou-se um grave problema

social, sobre tudo na camada mais jovem da população, e vem merecendo

atenção especial por parte dos governantes dos diversos países do mundo

(CALDEIRA, 1999).

O abuso e a dependência de drogas ameaçam os valores políticos,

econômicos e sociais. Além de contribuir para o crescimento dos gastos

com tratamento médico e internação hospitalar, eleva os índices de

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acidente de trânsito, de violência urbana e de mortes prematuras (SILVA

et al, 2006).

No estado de Mato Grosso do Sul (MS) existem 448.079

adolescentes, e no município de Cassilandia-MS há 3349 (Datasus). Com a

passagem da fase infantil para a adulta, o adolescente está sujeito a

passar por conflitos internos e externos como rebeldia, ansiedade,

querendo fazer parte de um grupo social, em resultado disso ele acaba

procurando as drogas, acham que através do uso de drogas seus

problemas serão solucionados (Kawamoto, Souza, Florio, 2001).

São diversos os motivos que conduzem os jovens as drogas, fatores

como baixa alto-estima, medos, angústia, conflitos familiares, todos esses

fatores levam na maioria das vezes os mesmos a procurar algo que lhes

proporcionem prazer imediato, fugindo da realidade em que vivem.

O crescimento da população jovem, a estagnação do crescimento

econômico e o aumento do desemprego no país são fatores que

favorecem o crescimento do tráfico ilícito e o consumo abusivo dos

tóxicos, elevando conjuntamente os índices de violência e criminalidade,

que se não proibidos de maneira correta podem vir a colocar em risco a

segurança da sociedade e própria paz mundial (GONÇALVEZ, 2001).

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É visto que um dos fatores que acabam levando os jovens a esse

caminho são os conflitos familiares entre pais e filhos, por este fator é

interessante mudar a qualidade da educação, os pais estão mais cuidando

que educando os filhos. Educar é incluir nos relacionamentos pai-filho e

mãe-filho, através da convivência diária, valores sociais como gratidão,

disciplina, religiosidade, ética e cidadania (TIBA, 2003).

No que diz respeito ao uso de drogas, torna-se fundamental aos

Enfermeiros da Estratégia de Saúde da Família conhecer os principais

fatores vistos pela ótica do próprio adolescente em relação ao que levou a

dependência química, visto que cabe notar que os enfermeiros da

Estratégia de Saúde da Família são profissionais com amplo acesso aos

indivíduos envolvido com fenômeno das drogas em todas as fases do

problema, tornando esse conhecimento facilitador no enfretamento junto

com o individuo e família no tratamento as drogas.

Segundo Spricigo e Alencastre (2004, P. 9) a importância do

autoconhecimento do enfermeiro, buscando identificar suas próprias

crenças, valores e preconceitos em relação ao uso de drogas e aos

usuários, adquire destacada relevância, pois estes podem estar pouco

evidentes, passando despercebidos para o enfermeiro, mas que se

manifestam através do comportamento ou abordagens inadequadas no

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momento do cuidado ou orientação dos usuários de drogas e seus

acompanhantes.

Este trabalho vem de encontro a uma necessidade de conhecer a

fundo os motivos que acabam levando os adolescentes de nossa

sociedade e área de abrangência ao envolvimento com as drogas,

conhecendo as razões verbalizadas pelos próprios usuários.

2 REVISÃO DE LITERATURA

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2.1 ADOLESCÊNCIA

Há muitas tentativas de se definir adolescência, embora nem todas

as sociedades possuam este conceito (BALLONE, 2003).

A Organização Mundial da Saúde (2005) define a adolescência

como: O período da vida a partir do qual surgem as características sexuais

secundárias e se desenvolvem processos psicológicos e padrões de

identificação que evoluem da fase infantil para a adulta, entre eles a

transição de um estado de dependência para outro de relativa autonomia,

compreendendo a idade de 10 a 19 anos.

Já o Estatuto da Criança e do Adolescente , define que a

adolescência começa aos 12 e vai até os 18 anos, onde acontecem

diversas mudanças físicas, psicológicas e comportamentais. Segundo o

Datasus (2010) no estado de Mato Grosso do Sul existem 448.079

adolescentes, sendo que há de 15 a 19 anos 222.088 e de 10 a 14 anos

225.981 e no município de Cassilânda / MS há 3349 sendo que de 10 a 14

anos 1604 e de 15 a 19 anos 1745, ver tabelas a seguir:

TABELA -1 População residente em Mato Grosso do Sul, por ano segundo faixa etária de 10 a 14 anos e 15 a 19 anos no período de 2010.

Faixa etária TOTAL

9

15 a 19 anos 222.088

10 a 14 anos 225.991

Total

Fonte: DATASUS – 2010

TABELA -2 População residente em Mato Grosso do Sul, faixa etária segundo município de Cassilandia, faixa etária de 10 a 14 anos e 15 a 19 anos no período de 2010.

Município 10 a 14 anos 15 a 19 anos

Cassilandia 1604 1745

Fonte: SIAB – SISTEMA DE INFORMAÇAO DA ATENÇAO BASICA, 2010.

As mudanças físicas e fisiológicas que ocorrem na média dos 12

anos nas meninas e aos 14 anos nos meninos são resultados dos

hormônios, o crescimento de todas as partes do corpo é muito acelerada,

todos esses eventos são chamados de o “pique” de crescimento do

adolescente (Hebert, 1987).

A adolescência é observada pelas mudanças físicas da puberdade,

mas não deve ser igualada a puberdade, pelo fato de a puberdade ser

biologicamente inevitável, enquanto que a adolescência, em certo

sentido, é uma criação de nossas culturas industriais (HEBERT, 1987).

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Segundo Hebert (1987) e Charbonneaur (1980), a adolescência é

marcada, também, pelo egocentrismo de cada indivíduo.

A adolescência é um período da vida onde as contradições assumem

um papel dinâmico e essencial, e essas contradições são facilmente

percebidas, principalmente, as que giram em torno da dependência versus

independência. Nessa fase o adolescente vê-se, então, dividido entre o

desejo de conservar o mundo confortável de sua infância e a necessidade

incontrolável de adquirir sua autonomia. Entrar no mundo dos adultos

significa, para os adolescentes, a perda definitiva da sua condição de

criança. Para o adolescente deixar de ser criança é mais que passar por

mudanças corporais, pois o adolescente tem aos poucos que estabelecer

uma nova relação com os pais e com o mundo (BUCHER, 1988).

2.2 DROGAS, FAMÍLIA E ADOLESCENTES

Todos os adolescentes encontram-se em situação de risco para o

uso de drogas, pois a maioria dos jovens são objeto de pressão para o

início de seu uso. Sem dúvida, alguns adolescentes estão em maior risco

do que outros. Os três fatores mais importantes são a história familiar, o

uso por parte dos pais e certas características individuais (SIBER e SOUZA,

1998).

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A família é muito importante na problemática do abuso de drogas.

Na verdade, as grandes mudanças sofridas pela família nas últimas

décadas são consideradas, por vários especialistas, como um dos fatores

fundamentais do abuso de drogas pelos jovens (MURAD, 1996). Nos dias

atuais, os problemas do envolvimento dos adolescentes e as drogas têm

preocupado os educadores, a sociedade, mas, principalmente, os pais. Um

dos fortes fatores que podem influenciar o adolescente a partir a um

caminho pernicioso e destrutível é, na maioria das vezes, resultados de

convivência entre pais e filhos, ou seja, violência familiar, pais separados,

etc. (CALDEIRA, 1999).

Um aspecto crucial na educação é a autoridade. Muitos pais temem

perder o amor dos filhos se forem firmes nas regras e nas cobranças. Todo

mundo sabe que adolescente contrariado é confusão na certa. Como uma

criança teimosa, ele reclama, briga e faz escândalo, dentro de uma escala

proporcional a seu tamanho. Nesse ponto os pais não podem ceder.

Precisam estar conscientes de que, como todo mundo, os jovens não dão

afeto a pessoas que não respeitam. Se os pais forem omissos e ficarem

quietos por medo de perder o amor do filho, correm o risco de se ver

menosprezados e ignorados. Aí o afeto e a cumplicidade que eles queriam

preservar acabam se esvaindo completamente. Um pai ou uma mãe que

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engole os próprios princípios e se cala a cada malcriação dá um atestado

de que não se respeita, e os filhos entendem isso como um sinal para que

não o respeitem também (TIBA, 2003, p. 1). Segundo Murad (1994), a

discusão a falta de amor no relacionamento familiar os conflitos entre pais

e filhos tem sido uma das principais causas para levá-los ao uso de drogas.

É importante que os pais sejam cuidadores e controladores

executivos, mas isso nunca é o suficiente, devem também proporcionar

apoio e permitir que o adolescente negocie e se sinta competente

(FISHMAN, 1996).

Segundo Sanchez et al (1982), a droga é mais do que um elemento

de perturbação suscetível de intervir como um acidente na vida do

adolescente, antigamente o problema era medido dessa maneira, ele não

estava presente na preocupação do dia-a-dia dos educadores e não

aparecia freqüentemente na vida dos pais. Quando por acaso, ele aparecia

era tratado de um fato estritamente pessoal e a adesão à droga era vivida

no isolamento.

Hoje, já não é mais assim, o problema passou a ser como uma

ameaça constante em nosso meio, tornou-se parte do nosso universo e

um fenômeno de civilização (SANCHEZ et al, 1982).

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A família em todas as culturas desempenha funções educativas,

através dela é que se recebe os modelos e a formação de que se necessita

para poder funcionar como um adulto, além de transmitir considerável

parte do saber social (BUCHER, 1988).

Diante do problema das drogas, podemos observar a extrema

perplexidade dos pais e educadores e com o pedido de soluções mágicas e

imediatas formulada pelos próprios, em conseqüência do grande

despreparo e desconhecimento dessa questão (BUCHER, 1988).

Com resultado de uma problemática de tal complexidade, não é

possível traçar uma linha de conduta, ou indicar uma regra geral a ser

seguida, tem que levar-se em conta a mentalidade dos pais e educadores

e dos adolescentes que se pretende orientar ( BUCHER, 1988).

Segundo Bucher (1988) é importante evitar dramatização de

situações que envolvam o uso de drogas. Essa dramatização decorre de

dois fatores que se reforçam entre si.

O primeiro fator é uma grande falta de informação que acaba por

colocar os pais em má posição diante dos filhos e provoca angústia que os

leva a negar qualquer situação envolvendo o uso de drogas. O segundo

fator é que a descoberta do uso de drogas revela muitas vezes, de forma

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súbita, a ausência de uma comunicação entre pais e filhos ou a presença

de um conflito latente na família (BUCHER, 1988).

Segundo Murad (1998), não se formaram dependentes de drogas

entre crianças que crescem com amor e segurança, que podem expressar

suas idéias e pensamentos livremente, que são realistas, e otimistas em

relação as suas habilidades e, sobretudo, quando podem tomar decisões

sadias.

Eis o que os pais podem dar aos seus filhos, com intuito de protegê-

los do abuso de drogas, amor e afeição em todas as fases de seu

crescimento, disciplina consistente mais justa, ensina-las a dizer não,

oportunidades de experiências gratificantes, atmosfera familiar estável,

modelos adultos em que possam se espelhar, informações oportunas e

corretas sobre as drogas (MURAD, 1998).

Alguns pais com uma visão moderna acham que não se devem

impor limites, acham que criança tem o direito de fazer o que quer; isso

quer dizer que os pais não conseguem dizer não, dessa maneira seus filhos

não estão sendo educados e sim criados (TIBA, 1999).

Os filhos devem entender que se os pais exigem certo tipo de

comportamento, e até coloca limites, é exatamente por que os ama e

quer bem, a fim de protegê-los (MURAD, 1998).

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O que se espera dos pais é uma disciplina consistente, rígida, mas

justa é importante lembrar que os pais não podem se dar por derrotados

ao envolvimento dos filhos com as drogas (FISHMAN, 1996).

Não existe uma infância específica do usuário de droga, mas

podem-se afirmar que com certeza existem fatos, específicos na infância

que podem deixar seqüelas e acabando este a se tornar um depende

químico. (BERGERET e LEBLANC, 1991).

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2.3 DROGAS E SOCIEDADE

As drogas fazem parte da história da humanidade. Nos dias atuais,

devido à elevada freqüência, tornou-se um problema de saúde pública

(GONÇALVEZ, 2001; TAVARES, BÉRIA e LIMA, 2004).

O uso de substância psicoativa tem sempre estado presente na

história da existência do homem. São usadas de várias maneiras com

muitas finalidades e em lugares diversos: rituais, eventos comemorativos,

reuniões, cultos sagrados e profanos, para alívio das dores, busca de

prazer com finalidade do indivíduo atingir lugares ainda não alcançados

(SANCHEZ, OLIVEIRA e NAPPO, 2005).

São várias as opiniões sobre como abordar o problema do aumento

crescente do uso de drogas no Brasil e no mundo. Quando se fala no valor

que o comércio de drogas ilícitas movimenta todos afirmam que um dos

mais rentáveis e as estimativas que os consumidores gastam chegam a

US$ 150 bilhões na compra de drogas. Esses valores por si só podem

oferecer uma imagem do poder que esse comércio representa. E aponta

ainda a grande penetração que esta mercadoria tem em todo o mundo,

ou seja, o aumento cada vez maior de pessoas que fazem uso de drogas

no seu dia a dia (SANCHEZ, OLIVEIRA e NAPPO, 2005).

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Entre estudantes brasileiros, o início do consumo de drogas ocorre

principalmente entre os 10 e 12 anos de idade (SANCHEZ, OLIVEIRA e

NAPPO, 2005).

Em um estudo realizado pelo Centro Brasileiro de Informações

sobre Drogas (CEBRID, 2005) nos anos de 1987 1989, 1993, 1997 entre

adolescentes de dez capitais brasileiras indicam que a adolescência é uma

fase em que o indivíduo está mais susceptível ao consumo de substâncias,

ocorrendo com freqüência sua experimentação. Para alguns adolescentes

isso fará parte de seu processo de desenvolvimento e interrompendo-se

conforme vai adquirindo maturidade. Outros, infelizmente,

desenvolveram o uso abusivo resultando em transtornos muitas vezes

irreparáveis para a vida desses indivíduos.

Segundo Tavares, Béria e Lima (2004), fatores de risco para o uso de

drogas no Brasil são pouco estudados, dessa maneira a maior parte das

informações disponíveis a esse respeito são provenientes de estudos

realizados em outros países.

Os aumentos do fenômeno do consumo de drogas nos grandes

centros urbanos brasileiros acabam trazendo para a sociedade e famílias o

medo, a insegurança e a sensação de impotência diante de seus jovens

vivenciarem tal situação (CALDEIRA, 1999).

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Segundo Gonçalvez (2001), nas comunidades de baixa renda, a falta

de condições para subsistência transforma o envolvimento com o tráfico

uma fonte de renda.

Pode-se observar que o atual consumo de drogas vem de encontro

com a crise social econômica na qual estamos imersos. Em momentos de

crise e desestruturação social e o espaço para a droga se torna maior.

Uma sociedade como a que vivemos, cada vez mais competitiva,

insensível, consumista e individualista é uma sociedade que favorece o

consumo de drogas, e esse uso não está relacionado a uma certa classe

social ou a determinada faixa de idade, está tornando um caráter cada vez

mais generalizado. A questão das drogas é muito complexa e cada vez

mais é possível reconhecer que por trás dela há um verdadeiro conjunto

de situações diversas. Para lidar com esse problema é preciso ter bem

claro essa complexidade (BUCHER, 1988).

A abordagem sobre o abuso de drogas não deve ter o mérito intuito

de apontar culpados, ao contrário, devem ser buscados meios mútuos e

cooperação entre escolas, família, polícia, estudante, comunidades e

todas as áreas da ciência da saúde, com o objetivo de diminuir a oferta e a

demanda (GONÇALVEZ, 2001).

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2.4 FATORES CAUSADORES DO ABUSO E DEPENDENCIA DE SUBSTÂNCIAS

Jezuíno et al (1998), diz que é possível compreender que nós seres

humanos, funcionamos como um todo, e que vários fatores podem

influenciar em nossos atos, maneira de nos comportar e até mesmo em

nossas escolhas.

Os fatores causadores do abuso e dependência de substâncias

podem ser classificados em:

2.4.1 Fatores Ambientais

Segundo Taylor (1992), os fatores ambientais incluem a família do

indivíduo, bem como o ambiente sócio-cultural no qual vive.

Jezuíno et al (1998), diz que é possível compreender que nós seres

humanos, funcionamos como um todo, e que vários fatores podem

influenciar em nossos atos, maneira de nos comportar e até mesmo em

nossas escolhas. Um dos fatores que exercem grande influência sobre o

nosso agir e em nossas escolhas são os fatores ambientais, pode ser

observado esta influência tanto externamente quanto internamente, ou

seja, a maneira em que nos sentimos e que vemos a nós mesmos (Jezuíno

et al, 1998).

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A maneira na qual vamos agir a cada estímulo ambiental vai

depender da estrutura psíquica de cada indivíduo, e é visto que essa

estrutura psíquica está intimamente ligada às experiências que o indivíduo

teve durante a vida. Para melhor compreensão, pode-se dizer que os

fatores ambientais podem ser sociais e econômicos. Como fatores sociais,

podem-se compreender as interações que temos com o outro, nossas

relações pessoais, profissionais e com os outros grupos (Jezuíno et al,

1998).

Outro grupo de fatores ambientais que se percebe como exercendo

forte influencia sobre as pessoas são os econômicos, ou seja, onde a

miséria aliada a baixa escolaridade pode levar ao aumento da

criminalidade.

Dessa maneira é possível perceber que os usos de drogas na

adolescência podem estar associados a esses fatores (Jezuíno et al, 1998).

2.4.2 Fatores Individuais

Segundo Taylor (1992), infelizmente não é possível associar o uso de

drogas não alcoólicas a predisposição genética, pois existem poucos

estudos de pesquisa relativos a influência dos fatores genéticos.

O fator individual que contribui para o abuso e dependência de

substâncias, explorado mais completamente , é o papel da personalidade

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da pessoa. Acredita-se que as pessoas que fazem uso de drogas

depressoras, como o álcool, barbitúricos e heroína , não desenvolveram os

mecanismos de defesa do ego que lhes permitiriam funcionar como

adultos independentes que conseguem lidar bem com estressores da vida

diária.

O uso de drogas por essas pessoas possibilita-lhes bloquear a

realidade e fugir dos estressores ambientais e intrapsíquicos (Taylor,

1992).

Em contraposição, os usuários de drogas estimulantes, tais como

anfetaminas e cocaína, supostamente têm personalidade beirando a

grandiosidade, silmutâneamente com uma necessidade para,

consistentemente, defenderem-se contra temores de desamparo. O uso

das drogas estimulantes permite que essas pessoas sentem-se ativas e

potentes em face de ambiente percebido com hostil e ameaçador.

Segundo (Taylor, 1992, p. 275), os indivíduos que usam

alucinógenos e maconha, provavelmente estão lidando com uma grande

raiva reprimida, juntamente com temores de aniquilação e isolamento

interpessoal. Essa hipótese sugere que tais pessoas tentam lidar com

esses sentimentos através do uso que alteram a percepção e a cognição,

permitindo-lhes frequentemente sentir uma “unidade cósmica”.

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2.5 DEFINIÇÃO DAS DROGAS

2.5.1 Drogas Psicotrópicas

O conceito de drogas refere-se ao campo da farmacologia, tendo

variáveis que não são concernentes com este trabalho. O termo

apresentado aqui é usado apenas para classificar as substâncias

psicoativas, que quando absorvidas pelo organismo, por diferentes vias

(oral, endovenosa, inalada, etc), resultam na alteração do sistema nervoso

central do indivíduo (LIMA apud CALDEIRA, 1999).

Essas alterações provocam mudanças no estado de consciência e no

senso de percepção do usuário, uma vez que essas substâncias podem

atuar como depressoras, estimulantes ou perturbadoras do sistema

nervoso central (LIMA apud CALDEIRA, 1999).

Segundo Murad (1998), as drogas psicotrópicas são substâncias ou

produtos que possuem tropismo, atração e afinidade pela mente, ou seja,

agem principalmente sobre o sistema nervoso central. São também

conhecidas como psicofármacos, drogas psicoativas ou

psicometamórficos, isto é, drogas que produzem uma metamorfose, uma

mudança psíquica.

No que se diz respeito ao uso e abuso de drogas, é necessário

esclarecer que a diferença sobre o significado de cada uma delas, o termo

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usar drogas que dizer consumir algum tipo de substância psicoativas de

forma casual ou recreacional (MURAD, 1998).

Já o abuso de drogas refere-se ao consumo em excesso de qualquer

substância psicoativa, que resulta em danos físicos e / ou sociais para o

indivíduo (CALDEIRA, 1999).

2.5.2 Definição e Efeitos da Maconha

A maconha é originada da planta Cannabis indica ou sativa,

continua sendo a droga ilícita mais utilizada. Um terço da população

americana a utilizou pelo menos uma vez (NUNES FILHO, 2001, p. 85).

Os elementos ativos da resina de canabiol são isômeros de

tetrahidrocanabiol, sendo o mais importante o 11-hidroxi-

tetrahidrocanabiol. Os graus de potência podem variar conforme o

composto, sendo a maconha o menos potente, seguido da ganja e o mais

potente é o haxixe (NUNES FILHO, 2001, p. 85).

A intoxicação por cannabis pode resultar em síndrome apto-abulíca,

com sensação de lentificação no tempo, julgamento defeituoso,

retraimento social, leve euforia ou ansiedade. Podem surgir, ainda,

conjuntivas congestas, apetite aumentado, boca seca e taquicardia.

Quadros psicóticos, com desconfiança ou ideação paranóide, são muito

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raros e talvez estejam associados a predisposições individuais. Outra

reação rara é o flashback, que é a ocorrência espontânea dos sintomas

quando a droga não está sendo usada (NUNES FILHO 2001 p.85).

O TCH produz uma alteração bifásica, euforia (fase estimulante) e

sedação (fase depressiva). Durante a fase estimulante é descrito como

uma ação semelhante ao estado de sonho, pode ocorrer distorção visual e

do tempo. A concentração pode estar comprometida. A memória diminui

e o apetite é suprimido refletindo o efeito do THC sobre os receptores da

acetilcolina e da serotonina respectivamente. Após a fase estimulante, é

comum sono e letargia (LAMBERT, 2001).

Os efeitos psíquicos são uso dependente. Foram descritos sinais de

ansiedade que pode aproximar do pânico. Não existe tratamento

especifico para o usuário de maconha. Os programas devem ser

multidisciplinares, incluindo educação em saúde, psicoterapia individual,

de família e em grupo (NUNES FILHO, 2001, p. 85).

2.5.3 Definição e Efeitos da Cocaína

A cocaína é um alcalóide derivado da Erytroxylun coca. O principal

efeito da cocaína é o bloqueio da recaptação de catecolaminas,

principalmente, dopamina. Seus efeitos são curtos, mas breves do que os

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efeitos da anfetamina, geralmente, de 30 a 60 minutos (NUNES FILHO,

2001, P. 87).

A cocaína é um estimulante poderoso, que causa a diminuição da

fadiga, da fome e da sensibilidade à dor e a paranóia (LAMBERT, 2001).

Segundo Nunes Filho (2001, p.87) a cocaína, nos diferentes graus de

pureza, pode ser ingerida por via oral, inalada (método mais freqüente de

uso), injetada (subcutânea ou intravenosa), ou ainda fumada, como ocorre

com o crack, uma cocaína extremamente potente.

A cocaína causa muita dependência e lesões cerebrais. Pode corroer

as mucosas nasais, levando à perfuração do septo nasal, estreitamento do

campo da consciência, com alteração da percepção e do reflexo, com

alucinações e idéias delirantes de cunho persecutório, podendo ocorrer

crises convulsivas (LAMBERT, 2001).

À medida que os efeitos da droga desaparecem, surgem cansaço,

tristeza e irritação.

A intoxicação não exige tratamento especifico, já que é de curta

duração. A abstinência tem evolução benigna, mas se a síndrome

depressiva se agrava, antidepressivos tricíclicos podem ser eficazes

(NUNES FILHO, 2001, p. 87).

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2.5.4 Definição e Efeitos dos Opiáceos

O ópio é obtido da papoula e dele derivam cerca de vinte alcalóides

diferentes. O mais conhecido é a morfina. Podem ser sintetizados a

heroína, a codeína e a hidromorfina (NUNES FILHO, 2001, p. 84).

Atualmente, a heroína e o opiáceo mais abusado. Em geral, seu uso

se inicia no final da adolescência ou no início da vida adulta. A proporção é

de três dependentes do sexo masculino para um do sexo feminino. O uso

intravenoso está associado ao risco de complicações, como a hepatite B e

AIDS (NUNES FILHO, 2001, p. 84).

O uso dos opiáceos resulta em alterações comportamentais mal-

adaptativas, como uma euforia inicial seguida por apatia, disforia, retardo

psicomotor, comprometimento do julgamento e funcionamento social.

Ocorre sonolência, analgesia, fala arrastada, comprometimento da

atenção e da memória e contrição pupilar. Pode, também, ocorrer boca

seca, rubor facial e coceira nasal (NUNES FILHO, 2001, p. 84).

Segundo Nunes Filho (2001, p. 84) há, no cérebro, receptores

opióides, originalmente aptos para trabalhar com as endorfinas e as

encefalinas, que quando recebem os opióides exógenos, exercem seus

efeitos de um modo exagerado.

27

A morfina é um depressor respiratório e em casos de dose

supraclínica podem resultar em parada cárdio respiratória e morte Nunes

Filho (2001, p. 84).

Ocorre tolerância aos efeitos dos opióides, com exceção do efeito

depressor respiratório. A síndrome de abstinência se caracteriza por

desejo irreversível de utilizá-los, ansiedade, insônia, anorexia, agitação,

febre, bocejos, sudorese, rinorréia, piloereção, náuseas, vômitos, dores

musculares, hipertensão, taquicardia, cólicas abdominais, convulsões do

tipo grande mal e morte (NUNES FILHO, 2001, p. 84).

2.5.5 Definição e Efeitos das Anfetaminas

Sob a designação geral de anfetaminas, existem três categorias de

drogas sintéticas que diferem entre si do ponto de vista químico. As

anfetaminas, propriamente ditas, são a destroanfetamina e a

metanfetamina (LAMBERT, 2001).

Existem no mercado vários produtos que podem ser enquadrados

numa dessas três categorias. São eles: Benzidina e Bifetamina,

anfetaminas puras; Dexedrine, um sulfato de destroanfetamina, com

estrutura molecular semelhante ao hormonio epinefrine (adrenalina), que

28

é uma substância secretada no corpo humano pela glândula supra-renal

nos momentos de susto; Dexamil, uma combinação de dextroanfetamina

e amobarbital, um sedativo; Methedrine e Desoxyn, metanfetaminas

puras; Desbutal e Obedrin, combinações de metanfetamina e

pentobarbital, um barbitúrico; e Amphaplex, um coquetel de

metanfetamina, anfetamina e dextroanfetamina (LAMBERT, 2001).

A anfetamina é absorvida por via oral e apresenta um rápido início

de ação. Seu abuso ocorre, geralmente, associado ao uso venoso Bucher

(1988).

Uma dose de 5 mg produz sensação de bem-estar, melhora no

desempenho de tarefas mentais e físicas, diminuição de cansaço, indução

da anorexia e elevação do limiar da dor. Esses efeitos explicam seu uso

terapêutico no transtorno de hiperatividade por déficit de atenção, na

narcolepsia, na obesidade, na depressão e como potencializador de

antidepressivos e analgésicos (NUNES FILHO, 2001, p88).

Os sinais sintomas físicos por seu uso incluem: ondas de calor,

palidez, cianose, febre, cefaléia, taquicardia, midríase, pressão sangüínea

acentuada elevada, náuseas, parestesias, vômitos, bruxismo, dificuldades

respiratória, tremor, ataxia e perda das capacidades sensoriais. Em casos

de intoxicação, além desses sintomas, podem ocorrer acidente vascular

29

encefálico, convulsões, tetania, parada cardíaca e morte, Nunes Filho

(2001, p 88).

Os efeitos psicológicos incluem: inquietação, disforia, logorréia,

insônia, irritabilidade, hostilidade, ansiedade, pânico, ideação paranóide e

alucinações visuais (psicose anfetamínica) (NUNES FILHO, 2001, p. 88).

A tolerância se desenvolve rapidamente e alguns pacientes acabam

utilizando doses enormes. Os sintomas de abstinência são: ansiedade,

tremores, humor depressivo, letargia, fadiga, pesadelos, cefaléia,

sudorese excessiva, cãibras musculares, cólicas abdominais e fome

insaciável (NUNES FILHO, 2001, p.88).

Overdoses fatais, todavia, são raras, e a dosagem letal ainda é

desconhecida, sendo que os usuários mais habituais podem consumir até

1000 miligramas por dia. Ao contrário do que os médicos pensavam

quando se começou a utilizar a anfetamina, a droga não causa

dependência física, mas psicológica, podendo chegar a tal ponto em que o

abandono de seu uso torna-se praticamente impossível (LAMBERT, 2001).

O tratamento envolve as medidas clássicas de apoio ao dependente

e sua família. Os antipsicóticos ou benzodiazepínicos podem ser úteis no

tratamento de desintoxicação ou uso crônico (NUNES FILHO, 2001, p. 88).

2.5.6 Definição e Efeitos do LSD (dietilamida do Ácido Lisérgico)

30

Os alucinógenos formam um grupo heterogêneo e mal definido. São

exemplos, a psilocibina (substância de algumas espécies de cogumelos), a

mescalina, a fenilciclidina e a dietilamida do ácido lisérgico (LSD)

(BUCCHER, 1988).

A dietilamida do ácido lisérgico (LSD) é a mais poderosa droga

conhecida: menos de 30 gramas são suficientes para produzir mais de

trezentas mil doses. Devido a essa potência, a dosagem de LSD é medida

em microgramas, sendo que cada micrograma equivale a um milionésimo

de grama. Cem microgramas são suficientes para produzir uma viagem,

como o efeito da droga é conhecido (LAMBERT, 2001). Em estado puro, o

LSD um derivado semi-sintético do ácido lisérgico apresenta-se na forma

de cristal, podendo ser também produzido, com potência cinco mil vezes

maior que a da mescalina e duzentas vezes maior que a da psilobcina

(LAMBERT, 2001).

Doses vendidas ilegalmente costumam ter de 50 a 400

microgramas, produzindo efeitos por um período variável entre 8 e 12

horas. Overdoses de LSD podem acontecer mais facilmente do que com

outras drogas, já que é difícil medir quantidades tão minúsculas. Alguns

pesquisadores, entretanto, sugerem que uma verdadeira overdose de LSD

31

ocorre apenas com a ingestão de quantidades fantásticas, em torno de 7

milhões de microgramas (LAMBERT, 2001, MURAD, 1998).

Os alucinógenos produzem efeitos simpaticomméticos, como

tremores, taquicardia, hipertensão, sudorese excessiva, visão turva e

midríase (NUNES FILHO, 2001, p. 88). A tolerância se desenvolve

rapidamente após três ou quatro dias de uso.Um rápido período de

abstinência (três a cinco dias) é suficiente para o retorno dos efeitos

anteriores Nunes Filho (2001, p.88).

O LSD, alucinógeno padrão, produz alterações na percepção, humor

e pensamento. As percepções tornam-se brilhantes e intensas; as cores e

texturas parecem mais ricas, e os contornos mais vívidos, a música

profunda e emocionante e os odores e sabores não são intensificados

(NUNES FILHO, 2001).

A experiência, que varia muito de uma pessoa para outra, pode

induzir a sinestesia, um estado de cruzamento dos sentidos, no qual o

usuário "vê" a música e "ouve" as cores. A percepção espacial também é

alterada e as cores têm sua intensidade realçada; imagens caleidoscópicas

e tridimensionais flutuam no vazio. O sentido de tempo se desfaz, e

passado, presente e futuro parecem não ter fronteiras (BUCHER, 1988).

32

A intoxicação pode ser tratada com antipsicóticos e proteção ao

paciente. Não há relato de uma síndrome de abstinência especifica. Como

a tolerância de desenvolve rapidamente é raro o uso crônico (NUNES

FILHO, 2001, p. 89).

2.5.7 Definição e Efeitos dos Solventes Voláteis

A categoria das drogas inalantes abrange diversas substâncias,

sendo três as principais: toluene, éter e clorofórmio (BUCHER, 1988,

MURAD, 1998).

O toluene é o ingrediente ativo da cola de sapateiro, cola de

aeromodelismo, fluido de isqueiro, tinta, gasolina, desodorante, spray

para cabelo, limpador de móveis e vidro, esmalte de unhas, etc. A inalação

dos vapores liberados por esses produtos provoca efeitos similares aos do

álcool, assim como alucinações em casos de doses exageradas (BUCHER,

1988).

Jovens, principalmente de classe baixa, utilizam solventes voláteis

porque são legais, de fácil acesso e baratos. A intoxicação surge em cinco

minutos e dura de 15 a 30 minutos. Após breve efeito de desinibição,

produz depressão do sistema nervoso central, com excitação, sensação de

33

flutuar, tontura, fala arrastada, ataxia sensação de poder aumentada.

Ocorre apatia, funcionamento social e ocupacional diminuído, prejuízo no

julgamento, atos impulsivos e agressivos e amnésia para o período de

intoxicação (NUNES FILHO, 2001, p. 90).

Não é certo que haja síndrome de abstinência típica, embora exista

tolerância substancial após a inalação repetida.

A overdose é caracterizada por náuseas, vômitos, fadiga, fraqueza

muscular, dores estomacais, tremores, sentimentos de medo, solidão e

culpa paralisia dos nervos cranianos e periféricos, delírio, perda de

consciência e até coma (Lambert, 2001).

O tratamento envolve medidas sociais, psicológicas e

farmacoterápicas (NUNES FILHO, 2001, p. 89 e 90).

2.5.8 Definição e Efeitos do Ecsatasy (MDMA )

Droga sintética que resulta na mistura de anfetaminas com um

alucinógeno. Age sobre o sistema nervoso central aumentando as

concentrações de serotonina e dopamina (neurohormônios cerebrais

responsáveis pela regulação bioquímica do humor). Ao término do efeito,

34

provoca um grande sentimento de depressão. A sua ingestão de forma

indiscriminada pode ser fatal, devido a um alto grau da elevação da

temperatura do corpo (AQUINO apud CALDEIRA, 1999).

Produz um aumento do estado de alerta, maior interesse sexual,

sensação de estar com grande capacidade física e mental, atrasa as

sensações de sono e fadiga. Muitos usuários sentem também euforia,

bem-estar, aguçamento sensório-perceptivo, aumento da sociabilização e

extroversão, aumenta a sensação de estar próximo às pessoas (no sentido

de intimidade) e aumenta a tolerabilidade (MURAD, 1998).

Os efeitos de longo prazo são desagradáveis e prejuízos são

observados com o uso. As altas concentrações de serotonina na fenda

sináptica provocadas pelo ecstasy provocam lesões celulares irreversíveis.

Os neurônios não se regeneram e quando são lesadas suas funções só se

recuperam se outros neurônios compensarem a função perdida. Quando

isso não é possível à função é definitivamente perdida (LAMBERT, 2001).

2.6 DROGA E SAÚDE MENTAL

Os transtornos mentais induzidos pelo uso de substâncias

psicoativas definem os padrões de comportamento mal-adaptado

relacionado à busca, à indigestão e ao abuso dessas substâncias. A 10ª

35

edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) divide esses

transtornos em: intoxicação aguda, uso nocivo, síndrome de dependência,

estado de abstinência, transtorno psicótico e síndrome amnésica (NUNES

FILHO, 2001 p. 75).

Segundo Nunes Filho (2001), o abuso ou uso nocivo se caracteriza

pela incapacidade de reduzir ou interromper a utilização da substância,

apesar do prejuízo no funcionamento mental, físico, social ou ocupacional

provocado pelo uso da mesma. Diversas substâncias psicoativas podem

causar transtornos ou anormalidades do comportamento.

Várias drogas têm a capacidade de desencadear sintomas psicóticos como

alucinações ou delírios, parecem plausível que essas drogas possam iniciar

ou até causar um episódio esquizofrênico (HARTMANN et al, 2003).

Muitos usuários utilizam mais de um tipo de droga, entretanto, o

diagnóstico do transtorno mental deve ser classificado, sempre que

possível, de acordo com as principais substâncias utilizadas (NUNES FILHO,

2001, p. 77).

2.7 DEPENDÊNCIA A DROGAS

Este distúrbio pode ser observado por um conjunto de sintomas

cognitivos, comportamentais e fisiológicos, indicando perda do controle

36

sobre o uso da droga, e um uso continuado da droga apesar de problemas

significativos relacionados à droga (APA, 1994).

Quando essa condição se manifesta, a administração repetida da

droga torna necessário seu uso continuado para impedir o aparecimento

dos efeitos desagradáveis característicos da síndrome da abstinência que

associa a esta droga em particular (BRATTER e FORREST apud TOWSEND,

2002, p.324).

O desenvolvimento da dependência física é promovido pelo

fenômeno da tolerância, que é definida com a necessidade de doses cada

vez maiores ou freqüentes de uma droga para obterem-se os efeitos

desejados produzidos por uma dose originalmente menor (TOWSEND,

2002, p. 324).

Segundo (TOWSEND, 2002, p.324 e 325) existem alguns critérios da

DSM-IV para Dependência a Drogas; pelo menos três das características a

seguir tem de estar presentes para um diagnóstico de dependência a

drogas:

1 Evidencias de tolerância, conforme definido por qualquer dos seguintes

sintomas:

a) Necessidade de um aumento acentuado na quantidade da droga

para que se obtenha a intoxicação ou efeitos desejados;

37

b) Diminuição acentuada no efeito do uso continuado da mesma

quantidade da droga.

2 Evidencias de sintomas de abstinências, manifestados por quaisquer

dos seguintes sintomas:

a) A síndrome de abstinência característica da droga;

b) A mesma droga (ou uma droga estreitamente relacionada) é

tomada para aliviar ou evitar os sintomas de abstinências.

3 A droga é freqüentemente tomada em quantidade maior ou por um

período mais longo do que se pretendia inicialmente.

4 Há um desejo persistente ou esforços ineficazes no sentido de

controlar ou reduzir uso da droga.

5 Importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas são

abandonadas ou reduzidas devido ao uso de drogas.

6 O uso da droga é continuado apesar do indivíduo estar ciente de ter

um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente, que pode

ter sido causado ou exacerbado pela droga.

Segundo Bucher (1988), pode-se falar em dependência psíquica que

se refere a um impulso incontrolável a usar a droga, para experimentar

prazer, a satisfação que ela produz. Diz-se, também, que a dependência

psíquica se manifesta por desejo pelo produto em questão. Para que a

38

droga leve a um estado de dependência psíquica, é preciso que ela tenha

propriedades toxicomanógenas, ou seja, propriedades capazes de

influenciar o sistema nervoso central no sentido do prazer ou da euforia, e

que essas propriedades sejam reconhecidas pelo indivíduo.

O outro fator é o significado que a droga toma no universo do

indivíduo, que espaço preenche a que expectativa atende (BUCHER, 1988).

2.8 MEDIDAS DE PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS

A prevenção na área de drogas visa adoção de uma atitude

responsável com relação aos psicotrópicos. O objetivo da prevenção, no

campo dos problemas relacionados ao consumo de drogas psicotrópicas, é

procurar que os membros de uma dada população não abuse de drogas e,

consequentemente, não causem danos pessoais e sociais a este abuso,

nem prejuízos que daí possam decorrer (CARLINI, COTRIN, FILHO, 1990).

A prevenção tem o intuito de impedir ou diminuir o consumo

abusivo ou o uso indevido de drogas (KWAMOTO, SOUZA, FLORIO, 2001).

As ações de prevenção ao uso de drogas na adolescência são

bastante amplas, não se

limitando exclusivamente ao fornecimento de informações quanto ao tipo

de uso de

39

drogas e suas conseqüências. As ações de prevenção devem contribuir

com o desenvolvimento de fatores de proteção, que podem estar

presentes no indivíduo, no núcleo familiar, na escola, entre seus pares e

na comunidade (PROTOCOLO DE ATENÇÃO à SAÚDE DO ADOLESCENTE,

2001). É necessário provocar uma mudança de atitude entre os

adolescentes em direção a hábitos saudáveis de vida.

A prevenção ao uso/abuso de drogas inclui três níveis de ação a

prevenção primária que envolve a orientação do adolescente quanto a

evitar o uso experimental, bem como a diminuir seu uso esporádico; a

prevenção secundária que refere-se ao desenvolvimento de ações para

impedir a passagem de um uso ocasional da droga para o uso regular e a

prevenção terciária que é o tratamento de adolescentes que apresentam

dependência ou abuso da droga, buscando um reestruturação de sua vida.

Diferentes modelos de prevenção são possíveis, e incluem:

Disseminação de conhecimentos e informações científicas;

Educação afetiva;

Oferta de alternativas ao uso indevido de drogas;

Educação para a saúde;

Modificação das condições de ensino.

40

É fundamental que os profissionais procurem desenvolver um

vínculo de confiança

com o adolescente (PROTOCOLO DE ATENÇÃO À SAÚDE DO

ADOLESCENTE, 2001)

Deve-se avaliar qual o espaço e a função que a droga ocupa na vida

do adolescente,

verificando como é o seu relacionamento com ela e com as demais

atividades,

no seu dia a dia (PROTOCOLO DE ATENÇÃO À SAÚDE DO ADOLESCENTE,

2001).

2.9 A ENFERMAGEM E OS USUÁRIOS DE DROGAS

Dentre os profissionais da saúde, os enfermeiros são os que têm

maior contato com os usuários de droga e tem grande potencial para

reconhecer os problemas relacionados ao uso de drogas e desenvolver

planos assistenciais Spricigo e Alencastre ( 2004).

Mas o tipo de abordagem frente a essas questões pode

comprometer as suas ações. Na área de enfermagem tem sido produzidos

estudos enfocando a prevalência do consumo de drogas em diferentes

41

grupos sociais, representação social do usuário de drogas, metodologias

assistenciais e qualificação do profissional para atuar no campo da

drogadição. A dificuldade que a questão da droga significa é igual à

importância do conhecimento necessário para uma atuação eficaz neste

campo (SPRICIGO e ALENCASTRE, 2004).

O enfermeiro deve agir terapeuticamente quando se deparar com

um usuário de drogas, ele deve ser sempre e acima de tudo aliado ao

cliente (ROCHA, BARTMANN e KRITTZ, 1996).

Cuidar em enfermagem é, antes de tudo, encontrar-se com uma

pessoa, muitas vezes percebida somente como paciente portador de um

determinado diagnóstico. Nessa forma de perceber, o outro é reduzido a

sintomas ou síndrome, pouco restando da pessoa. Encontra-se com o

outro é encontra-se com uma história, com uma trajetória, com sonhos,

desejos, crenças e descrenças, valores, saberes e expectativas.

Reconhecer o outro como sujeito é uma imposição àqueles que desejam

exercer sua profissão na assistência ao usuário de drogas. A atitude não

julgadora passa a ser um requisito fundamental prestada as pessoas

usuários de drogas, e porque não dizer, a todas as pessoas no cotidiano de

nossas vidas (SPRICIGO e ALENCASTRE, 2004, p. 10).

42

Na luta contra as drogas o enfermeiro, deve adquirir conhecimentos

específicos sobre as drogas, esse saber inclui informações teórico e

técnicas sobre o tratamento reabilitação do usuário, apoio e dinâmica

familiar, como também o contexto social desse grupo onde ele está

inserido suas expectativas, as características da personalidade do

indivíduo, para dessa maneira estar fazendo a diferença como profissional

de saúde (LUIS, 2004).

43

3. OBJETIVOS:

3.1 Objetivo Geral

Conhecer os principais fatores que levaram este grupo de

dependentes químicos em tratamento ao uso de drogas ilícitas na

adolescência, conforme a percepção dos próprios usuários.

3.2 Objetivos Específicos

Verificar o conhecimento do usuário em relação à droga que faz

uso;

Reconhecer as drogas mais utilizadas neste grupo de usuários

44

4 MÉTODO

Trata-se de uma pesquisa quantitativa analítica realizada com

dependentes químicos que iniciaram o uso de drogas na adolescência e

pesquisa bibliográfica em acervo literário da Faculdades Integradas de

Cassilândia-FIC, e base de dados disponível na internet. Foi realizada no

período de agosto de 2010 a junho de 2011 sendo a coleta de dados no

período de maio a junho de 2011, no período vespertino.

O público pesquisado foram 15 dependentes químicos que

iniciaram o uso de substâncias psicoativas na adolescência e que estão em

fase de tratamento no Centro de Recuperação Vida Nova.

A casa de recuperação Vida nova é uma instituição filantrópica

evangélica, sem fins lucrativos que funciona em regime de internato,

situado dentro da área adscrita da Estratégia Saúde da Família Central, rua

Domingos de Souza França 415, Bairro Centro, Cassilândia MS.

Para a inclusão dos participantes na pesquisa foi necessário terem

iniciado o uso de drogas na adolescência, independente da idade atual,

sexo ou tempo de desintoxicação, participaram todos os integrantes do

casa de recuperação Vida Nova .

45

Para a coleta de dados foi elaborado um formulário (Apêndice B)

composto de perguntas fechadas, de modo a entender os objetivos da

pesquisa.

Uma vez obtida a autorização da instituição, procede-se a coleta de

dados, a qual foi precedida da explicação do objetivo e da assinatura do

termo de consentimento livre e esclarecido conforme a resolução 196/98

do Conselho Regional de Saúde (Apêndice A).

Os dados obtidos no formulário foram categorizados e para a

elaboração dos gráficos utilizou-se de números e gráficos.

46

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

De acordo com os resultados coletados do formulário, foram

analisados os dados, com ênfase em todas as respostas, observando dessa

maneira a opinião dos dependentes e o conhecimento dos mesmos em

relação às drogas, realizando assim uma análise quantitativa.

FIGURA 1 – Percentual dos usuários de drogas em tratamento que cometeram ato infracional, ou seja, que tiveram envolvimento com a justiça quando usavam drogas.

20%

80%

12 Sim

3 Não

FONTE: Dados da pesquisa

Na figura 1 é possível observar que dos 15 entrevistados, 12 (80%)

já se envolveram em algum ato infracional quando usavam drogas, e 3

(20%) nunca tiveram envolvimento.

47

Este resultado está de acordo com um estudo realizado por (Silva,

2002) que diz que o uso de substâncias psicoativas por adolescentes é

agente causal ou motivador do cometimento de atos infracionais.

FIGURA 2 - Percentual referente à qual droga os Entrevistados iniciou o

uso.

93%

7%

14 Maconha1 Cocaína

FONTE: Dados da pesquisa

A figura número 2 mostra que dos 15 entrevistados, 14 (93%)

iniciaram o uso de drogas com a maconha e 1 (7%) iniciou ouso com

cocaína. Os entrevistados alegaram que a maconha é a droga que leva ao

caminho da perdição, pois, é através dela que posteriormente começa o

uso das drogas mais fortes.

48

Em um estudo realizado por (Ferigolo et al, 2004), a droga ilícita

que teve maior prevalência de consumo foi à maconha com (69,2%), o que

vem de encontro com o resultado desta pesquisa.

FIGURA 3 – Percentual quanto às informações coerentes sobre drogas que foram passadas pelos pais dos entrevistados antes dos mesmos iniciar o uso de drogas.

67%

33%10 Sim

5 Não

FONTE: Dados da pesquisa

Através da figura acima é possível verificar que dos 15

usuários de drogas em tratamento entrevistados, 11(74%) os pais nunca

lhes informaram sobre drogas, 2 (13%) os pais já falou sobre drogas e

2(13% ) poucas vezes foram informados.

49

Segundo (Minayo, 2003), falta de informações adequadas sobre as

drogas pode ser um grande fator de risco para que os adolescentes se

tornem usuários de drogas.

Segundo Murad (1998) é óbvio que os pais não são perfeitos, e que

apesar das influências externas, principalmente da turma ou dos pares a

família permanece como o local onde a prevenção pode ser bem sucedida

ou falhar.

Ela pode dar as boas relações de afeto e auto confiança que

constituem a chave mestra na prevenção do abuso de drogas. Os pais têm

quatro armas para combater o abuso de drogas: amor, compreensão,

carinho e diálogo(MURAD, 1998).

FIGURA 4 – Percentual dos pais que tinham mania de superproteção.

50

67%

33%

10 Sim

5 Não

FONTE: Dados da pesquisa

A figura 4 mostra que dos 15 dependentes entrevistados, 9 (60%)

disseram que os pais tinha mania de superproteção, 5 (33%) disseram que

não tinham e 1 (7%) disse que as vezes.

51

FIGURA 5 – Percentual referente a respeito de privacidade que os pais dos entrevistados tinham com os mesmos quando iniciaram o uso de drogas.

67%

33%10 Sim

5 Não

FONTE: Dados da pesquisa

A figura 5 refere que dos 15 usuários entrevistados, 10(67%) acham

que os pais não respeitavam sua privacidade e 5(33%) acham que

respeitavam.

Segundo Minayo (2003), respeito à autonomia e individualidade do

adolescente, de maneira a não invadir sua privacidade e nem

superprotegê-lo, é uma arma importante na prevenção ao uso de drogas.

O papel da adolescência é desenvolver a individualidade e a

autonomia, levando a quebra dos laços de dependência com os pais,

formando o senso de pertencer a si próprio, a melhor abordagem na

52

prevenção as drogas consiste em construir e empregar bem as forças

inatas ao adolescente, fornecendo-lhes suporte adulto e encorajamento,

até que a maturidade seja atingida, o adolescente necessita de proteção e

não de superproteção (MURAD, 1998). .

É importante que os pais sejam cuidadores e controladores

executivos, mas isso nunca é o suficiente, devem também proporcionar

apoio e permitir que o adolescente negocie e se sinta competente

(FISHMAN, 1996).

FIGURA 6 – Percentual das condições socioeconômicas dos entrevistados quando iniciou o uso de drogas.

80%

20%

12 Não

3 Sim

FONTE: Dados da pesquisa

53

A figura número 6 acima mostra que dos 15 dependentes em

tratamento, 12 (80%) tinham uma condição socioeconômica baixa, e 3

(20%) tinham uma condição socioeconômica melhor.

A baixa condição socioeconômica é um importante fator de risco

para o envolvimento com as drogas, somado a isso relatam ser a pobreza

um grande estressor e fator de risco para que os adolescentes se tornem

delinqüentes (MICHELI e FORMIGONI, 2001).

FIGURA7 – Percentual se os entrevistados já fugiram de casa.

67%

33%

10 Não

5 Sim

FONTE: Dados da pesquisa

54

Na figura acima é possível observar que dos 15 dependentes de

drogas entrevistados, 10 (67%), nunca fugiu de casa e 5 (33%) já fugiu de

casa uma ou outra vez.

Onde difere de um estudo realizado por Minayo (2003), que diz que

fugas constantes de casa é um fator que acaba levando os adolescentes ao

uso de drogas.

Alguns entrevistados relataram fugir por terem mais sossego na

rua do que no seu próprio lar, pois, muitas vezes o pai chegava bêbado e

violento.

FIGURA 8 - Percentual se quando começou a se envolver com drogas o relacionamento entre os entrevistados e os familiares era bom.

27%

73%

11 Não

4 Sim

FONTE: Dados da pesquisa

55

Na figura número 8 é possível observar que dos 15 entrevistados, 11

(73%) não tinha um bom relacionamento com os familiares, 4(27%)

tinham um bom relacionamento.

A família é muito importante na problemática do abuso de drogas.

Na verdade, as grandes mudanças sofridas pela família nas últimas

décadas são consideradas, por vários especialistas, como um dos fatores

fundamentais do abuso de drogas pelos jovens (MURAD, 1996).

Em um estudo realizado por Ferreira (2003), diz: A presença de

dificuldades familiares foi apontada com ênfase pelos adolescentes como

um dos motivadores para o uso de drogas, tendo, aparecido, muitas vezes,

o uso de drogas como uma alternativa para a fuga dos problemas de casa.

A família é muito importante na problemática do abuso de drogas.

Na verdade, as grandes mudanças sofridas pela família nas últimas

décadas são consideradas, por vários especialistas, como um dos fatores

fundamentais do abuso de drogas pelos jovens (MURAD, 1996).

56

FIGURA 9 – Percentual de qual ou quais drogas eram usadas pelos entrevistados.

67%13%

7%13% 10 Pasta base

2 Crack

1 Heroína

2 Todas as citadas

FONTE: Dados da pesquisa

A figura número 9 mostra que dos 15 entrevistados 10 (67%)

usavam pasta base, 2 (13%) usavam crack, 1(7%) usava heroína e 2 (13%)

usavam todas as que foram citadas.

Relataram fazer uso da pasta base por ter um custo menor do que a

cocaína é de fácil acesso e seu poder alucinógeno é mais potente.

57

FIGURA 10 – Percentual do conhecimento dos usuários de drogas em tratamento tem em relação às drogas que fazia uso inclusive dos malefícios que podem acarretar para a saúde.

60%

33%

7%

9 Sim

5 Não

1 Tenho e não meimpoto

NA figura acima se observa que dos 15 usuários de drogas em

tratamento, 9 (60%) não tinha conhecimento sobre as drogas que faziam

uso, 5 (33%) tinham conhecimento e 1(7%) tinha conhecimento mas não

se importava.

FIGURA 11 – Percentual do nível de escolaridade dos usuários em

tratamento.

58

54%33%

13%

8 Ensino FundamentalIncompleto5 Ensino FundamentalCompleto2 Ensino MédioIncompleto

FONTE: Dados da pesquisa

Em relação à figura 11, pode se observar que dos 15 dependentes

de drogas em tratamento, 8 (54%) tinha nível fundamental incompleto, 5

(33%) ensino fundamental completo e 2 (13%) tinha o ensino médio

incompleto.

Fazendo uma análise da figura 11 e 12 é possível atribuir essa falta

de conhecimento dos malefícios que as drogas podem causar, com o fato

da maioria dos entrevistados terem apenas o ensino fundamental

incompleto.

FIGURA 12 - Percentual da reação dos pais dos entrevistados quando descobriram o envolvimento dos mesmos com as drogas

59

60%20%

20%

9 Tristeza

3 Revolta

3 Apoio para procurar ajuda

FONTE: Dados da pesquisa

A figura 12, mostra que dos 15 usuários entrevistados, 9 (60%)

ficaram entristecidos pelo envolvimento dos mesmos com as drogas, 3

(20%) ficaram revoltados e 3 (20%) deram apoio para procurarem ajuda

em um centro de internação.

Alguns entrevistados relataram que quando os pais descobriram no

momento ficaram em estado de choque, diziam que não podiam acreditar

no que estava acontecendo, mas depois de algum tempo ficaram

indiferentes, segundo os mesmos “tampavam o sol com a peneira”.

Alguns pais são tolerantes e outros se resignam com o fato de seus

filhos usarem drogas (Murad, 1998).

60

FIGURA 13 – Percentual relacionado aos motivos que os entrevistados se

envolveram com drogas.

60%

33%

7%

9 Influêcia dos Amigos5 Curiosidades1 Conflitos Familiares

FONTE: Dados da pesquisa

A figura acima mostra que dos 15 entrevistados, 9(60%) começaram

o uso de drogas devido a influência dos amigos, 5(33%) começaram o uso

por curiosidade e 1(7%) por causa de conflitos familiares.

Segundo Murad (1996), a pressão do grupo ou da turma permanece

como fator muito importante na experimentação e no abuso de drogas, já

a imaturidade, curiosidade, espírito de aventura, modismo e outros

61

fatores, são causas principais do elevado nível de dependência a elas. Por

isso, os jovens correm mais riscos do que os adultos.

Os jovens são mais fiéis às amizades, e por isso, suas relações são

mais estáveis.

Mesmo quando brigam, voltam a se unir. No caso dos

adolescentes, as suas próprias brincadeiras costumam ser agressivas. Eles

invadem e tocam fisicamente a vida dos seus colegas com facilidade. São

mais dados a confidências que os adultos e, geralmente, compartilham

uns com os outros os problemas e atritos que têm com os pais, as

aventuras e dificuldades escolares, sexuais, etc.

Por tudo isso, os jovens recebem uma influência marcante uns dos

outros. Ser diferente do grupo significa ser rejeitado, “estar por fora”, não

ser alguém realizado nessa fase da vida. Não é de admirar que estes

jovens, por serem fiéis e confidentes uns aos outros, sejam influenciados

pelos amigos que usam drogas. Além disso, porque muitos pais não

penetraram no mundo dos seus filhos e não conseguiram ser amigos

deles, facilmente eles quebram os padrões de comportamento aprendidos

em casa, achando que podem viver sozinhos, que já sabem se cuidar, que

os pais estão atrasados no tempo.

62

Se os jovens não aprenderem a arte de pensar, não desenvolverem

uma consciência crítica não tiver metas e sonhos, poderão ser facilmente

influênciados pelos “amigos” que usam drogas, os quais estão

pulverizados em todos os cantos da sociedade (SILVA, 2002).

FIGURA 14 – Percentual de como os entrevistados sustentava o vicío.

63

73%

27%

11 Roubava em casa4 Com o próprio salário

FONTE: Dados da pesquisa

A figura 14 mostra que dos 15 entrevistados, 11 (73%) sustentava o

seu vicío roubando em casa e na rua e 4 (27%) com o dinheiro do próprio

salário.

FIGURA 15 – Percentual do estado civil dos pais dos entrevistados quando iniciaram o uso de drogas.

67%

33%10 Separados5 Casados

64

A figura número 15 está relacionada ao estado civil dos pais dos 15

usuários de drogas em tratamento pode se observar que 10 (67%) são

separados e 5 (33%) são casados.

Este resultado está de acordo com uma pesquisa realizada por (TAVARE,

BÉRIA e LIMA, 2004), que os pais dos alunos que se envolveram com

drogas são separados.

FIGURA 16 – Percentual referente com quem morava os entrevistados quando iniciaram o uso de drogas.

33%

54%

13%

5 Morava com o Pai e com a Mãe

8 Morava com a Mãe

2 Morava só com o Pai

FONTE: Dados da pesquisa

65

A figura 16 mostra com quem moravam os entrevistados quando

iniciaram o uso de drogas ilícitas, 8 (54%) moravam com a mãe, 5 (33%)

moravam com o pai e com a mãe e 2 (13%) morava somente com o pai.

FIGURA 17 – Percentual referente à opinião dos entrevistados quem tem os pais separados que acham que isso foi um dos fatores que os levaram ao envolvimento com as drogas.

90%

10%

9 Sim

1 Não

FONTE: Dados da pesquisa

66

Através da figura 17 podemos observar que 9 (90%) dos

entrevistados acham que um dos fatores que os levaram a se envolver

com drogas foi a separação dos pais e 1(10%) acha que não.

Relataram que a mãe tentava suprir a ausência do pai, mas sempre

faltava aquela presença que impõem autoridade e limite na hora certa,

por mais que a mãe tentava ficava aquele vazio.

FIGURA 18 - Percentual dos pais que usavam drogas.

67

53%

47%8 Só o pai7 Nenhum

FONTE: Dados da pesquisa

A figura 18 está relacionada ao uso de drogas por parte dos pais,

dos entrevistados, observa que 8 (53%) só o pai era usuário e 7 (47%) nem

o pai nem a mãe.

Em um estudo realizado por Minayo (2003), ela diz que

predisposição genética e familiar, histórico de familiares dependentes ou

com problemas decorrentes do uso/ abuso do álcool e/ ou outras drogas

entre adolescentes o que está de acordo com está pesquisa.

68

FIGURA 19 – Percentual de qual droga os pais dos entrevistados fazia uso.

87%

13% 7 Álcool1 Maconha

FONTE: Dados da pesquisa

A figura 19 mostra que dos 8 pais que faziam uso de drogas, 7(87%) usava

álcool e 1 (13%) usava maconha.

69

FIGURA 20 – Percentual dos entrevistados em relação a ter ou não uma religião quando iniciou o uso de drogas.

80%

20% 12 Não3 Sim

FONTE: Dados da pesquisa

A figura 20 mostra o percentual dos usuários que tinham uma religião ou

não quando começaram a usar drogas, podendo concluir que 12 (80%)

não tinha religião e 3(20%) tinham.

70

Este resultado está de acordo com uma pesquisa realizada por (Béria,

Tavares e Lima, 2004), constatando que os 40% dos alunos que não

freqüentam a igreja, ou seja, não praticam religião já se envolveu com

drogas. Isso significa que um maior envolvimento religioso poderia ser um

fator contribuinte para reforçar sentimentos de esperança e segurança

para o futuro, tornando-os menos propícios a se envolver com drogas.

FIGURA 21 – Percentual dos entrevistados se tinha fácil acesso às drogas no bairro em que morava quando começou o uso.

71

80%

20% 12 Não3 Sim

FONTE: Dados da pesquisa

Na figura 21 pode se verificar se os entrevistados em conseguir

drogas no bairro em que morava ou não, observando que 13 (87%) tinham

fácil acesso e 2 (13%) não tinham.

72

FIGURA 22 – Percentual referente à idade que os entrevistados começaram a se envolver com drogas.

27%

40%

33%

4 De 11 a 13 Anos6 De 14 a 15 Anos5 De 16 a 17 Anos

FONTE: Dados da pesquisa

A figura 22 mostra com qual idade os entrevistados iniciaram o uso

de drogas, 6 (40%) começaram com 14 a 15 anos, 5(33%) começaram com

16 a 17 anos e 4(27%) começaram com 11 a 13 anos.

O que difere de uma pesquisa realizada por Giusti (2004), que diz

que a grande maioria começa a partir dos 13 anos de idade.

73

FIGURA 23 – Percentual referente há quanto tempo que os entrevistados estão em tratamento no centro de recuperação esperança.

53%

27%

20%

8 De 2 a 5 Meses4 De 6 a 11 Meses3 De 12 Meses a 18 Meses

FONTE: Dados da pesquisa

Na figura 23 é possível observar a quanto tempo os entrevistados

estão em tratamento, 8 (46%) estão fazendo tratamento para se livrar das

drogas de 2 a 5 meses, 4(31%) de 6 a 11 meses e 3 (23%) de 12 a 18

meses.

74

FIGURA 24 - Percentual referente às recaídas no tratamento que os entrevistados tiveram durante o tempo que estão internos no Casa de Recuperação Nova Vida.

53%

47%

8 Sim7 Não

FONTE: Dados da pesquisa

A figura 24 é referente às recaídas que os usuários de drogas

entrevistados tiveram durante o tempo que estão internos no Casa de

75

Recuperação Nova Vida, observando que 8 (53%) tiveram recaídas, 7

(47%) não tiveram recaída.

FIGURA 25 – Percentual do motivo que os usuários de drogas em tratamento tiveram recaídas.

75%

25%

6 Fraqueza2 Influência dos Amigos

76

FONTE: Dados da pesquisa

Através da figura 25 é possível observar qual é o percentual dos

motivos das recaídas que os 9 internos tiveram, observando que 6 (75 %)

foi por fraqueza e 2 (25%) foi por influência de amigos.

77

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dos 15 usuários de drogas em tratamento que participaram da

pesquisa, a maioria não tem religião, os pais são separados, moravam com

a mãe quando iniciaram o uso de drogas, não tinham um bom

relacionamento com os familiares, ou seja, estavam em conflito constante

com os mesmos.

Dessa pesquisa passamos a perceber o quanto é importante a vinculo

familiar, dessa forma nos profissionais da Estratégia em Saúde da Família

temos que estar preparados para acolher esse adolescente e dar apoio

integral a família, na recuperação de um membro dependente químico.

Foi possível analisar que o índice da falta de conhecimento sobre as

drogas inclusive os malefícios que elas podem acarretar a saúde é muito

alto chegando a 60%, com esse resultado é necessário salientar que a

melhor forma de combater o uso indevido das drogas é através da

prevenção primária dentro da ESF trabalhando com promoção a saúde.

78

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82

APÊNDICE A

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Eu__________________________________________, diretor do Centro

de Recuperação Nova Vida, portador (a) do RG Nº________, autorizo a

utilização dos dados dos dependentes químicos em recuperação para a

realização do trabalho de conclusão de curso de pós-graduação em

Atenção Básica em Saúde da Família, realizado pelo acadêmico Diego de

Matos Viegas, da Educação aberta a Distância UFMS e FIOCRUZ, com o

título “Percepção de um Grupo de Usuários de Drogas Ilícitas, Quanto aos

fatores que os Levaram a está Prática”.

Fui esclarecido (a) que a todo o momento da pesquisa, o nome dos

mesmos não será divulgado, e que os resultados obtidos nesta pesquisa

poderão ser publicados em artigos científicos.

83

APÊNDICE B

INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS

Questionário para coleta de dados para pesquisa de trabalho final de

conclusão de curso

1- Data: ___/__/___

2- Procedência: _________________

3- É filho de pais usuários de droga?

( )Só o pai ( )Só a mãe ( )Os dois ( )Nenhum

4- Quando iniciou o uso de drogas seus pais eram casados?

( )Sim ( )Não

5- Como você sustentava seu vicio?

( )roubava em casa e na rua ( ) com dinheiro do próprio salário

6-Qual foi o fator determinante em sua história de vida que o levou

a usar drogas?

( )Curiosidade ( )Amigos ( ) Descontração ( )Conflitos familiares

( )Outro

7-Qual foi à reação dos pais quando descobriram que você estava

usando drogas?

84

( )Revolta ( )Tristeza ( )Abandono ( )Apoio para procurar ajuda

( )Outro

8- Você tinha conhecimento sobre a droga ou as drogas que fazia

uso, inclusive dos malefícios que podia trazer para a sua

saúde?

( )Sim ( )Não ( )Tenho e não me importo

9 - Qual a droga ou as drogas que mais faz uso?

( )Crack ( ) Heroína ( ) Pasta Base ( ) Cocaína ( ) Todas as anteriores

10 - Quando começou a se envolver com drogas o seu

relacionamento com seus familiares era bom?

( )Sim ( ) Não

11 - Você já fugiu de casa alguma vez?

( ) sim ( )não ( ) algumas vezes

12 - Quando iniciou o uso de drogas morava com os pais?

( ) sim, moro com os dois ( ) Só com a mãe ( ) Só com o pai

13 - Seus pais sempre deram informações coerentes em relação ao

que a o consumo de drogas pode trazer para a sua vida?

( ) sim ( ) Não ( ) algumas vezes

14 - Quando iniciou o uso de drogas suas condições

socioeconômicas eram boas?

85

( ) Sim ( ) Não

15 - Quando iniciou o uso de drogas seus pais tinham mania de

superproteção?

( ) sim ( ) não ( ) às vezes

16 - Seus pais respeitam sua privacidade?

( ) sim ( ) Não ( ) às vezes

17- Faz quanto tempo que faz tratamento para se livrar das drogas?

( ) dias ( ) meses ( ) anos

18- Durante o tratamento teve alguma recaída?

( ) Sim ( ) Não

19 - Qual foi o motivo de sua recaída?

( ) Fraqueza ( ) Influencia de amigos

20 - Com qual idade iniciou o uso de drogas?

( ) 11 anos ( ) 12 anos ( ) 13 anos ( ) 14 anos ( ) 15 anos ( ) 16 anos

( ) 17 anos ( ) 18 anos

21 - Qual droga que o seu pai fazia uso?

( ) Álcool ( ) Maconha

22 - Com qual droga iniciou o uso?

( ) Maconha ( ) Cocaína ( ) Outra

86

23 - No bairro em que morava tinha fácil acesso às drogas?

( ) Sim ( )Não

24 - Você já cometeu algum ato infracional quando usava drogas?

( ) Sim ( ) Não

25 - Quando iniciou o uso de drogas praticava alguma religião?

( ) Sim ( ) Não

26 - Você acha que a separação dos seus pais foi um dos motivos

pelo qual

começou a usar drogas?

( ) Sim ( ) Não

87

88