Planejamento e Controle da Produção I (Alisson Canaan Alvim)
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ENGENHARIA DE PRODUÇÃO - UNIVERSIDADE DE ITAÚNA /MG
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
APOSTILA PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO I
Professor: Alisson Canaan Alvim
Disciplina: Planejamento e Controle da Produção I
4° Período de Engenharia de Produção
APOSTILA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO I
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APRESENTAÇÃO
Esta apostila faz parte do material de aula da disciplina Planejamento e Controle da Produção I, do
quarto período de Engenharia de Produção da Universidade de Itaúna.
O curso oferece uma visão global da área de Produção, detalhando atividades e técnicas
relacionadas com o Planejamento, Programação e Controle da Produção:
- Introdução ao Planejamento e Controle da Produção;
- Estratégia, Objetivo e Avaliação de Desempenho da Produção;
- Projeto e Organização do Trabalho;
- Planejamento da Capacidade;
- Planejamento da Demanda;
- Planejamento Agregado de Produção;
- Planejamento Mestre de Produção;
- Programação e Controle de Produção.
As referências utilizadas para elaboração desta apostila são as seguintes:
BÁSICA:
1. Slack, N., Chambers, S., Johnston, R. “Administração da Produção”. Editora Atlas, 2° Edição.
2002
2. Corrêa, H. L. & Corrêa, C.A. “Administração de Produção e Operações”. Editora Atlas, 2°
Edição. 2006
3. Peinado, Jurandir; Graeml, Alexandre R. “Administração da Produção” (Operações Industriais
e de Serviços). UnicenP, 2007.
4. Martins, G.P., Laugeni, P.L. “Administração da Produção”. Editora Saraiva, 2ª Edição. 2006
COMPLEMENTAR:
1. Tubino, D.F. “Manual de Planejamento e Controle da Produção”. Editora Atlas, 2° Edição.
2000
2. Moreira, D.A. “Administração da Produção e Operações”. Editora Pioneira, 3° Edição. 1998
3. Ritzman, L.P. & Krajewski, L.J. “Administração da Produção e Operações”. Pearson –
Prentice Hall. 2004
4. Russomano, V.H. “Planejamento e Controle da Produção”. Editora Pioneira, 3° Edição. 1986
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1 - INTRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
O Planejamento e Controle da Produção têm como finalidade gerenciar as atividades da operação
produtiva de modo a satisfazer de forma contínua à demanda dos consumidores. Qualquer
operação produtiva requer planos e controle, mesmo que o grau de formalidade e os detalhes
possam variar. Alguns métodos de planejamento e controle como o MRP (Planejamento das
Necessidades de Materiais) e o JIT (Just in Time), têm evoluído bastante, por isto, estes conceitos
mais elaborados são examinados em capítulos independentes, em outras disciplinas do curso de
Engenharia de Produção. Os diferentes aspectos do planejamento e controle podem ser vistos
como representando a conciliação entre suprimento e demanda (veja Figura 1.1). É esse o
propósito do planejamento e controle, garantir que os processos da produção ocorram eficazmente
e eficientemente e que produzam produtos e serviços conforme requeridos pelos consumidores.
Fig. 1.1 – A função de planejamento e controle concilia o fornecimento dos produtos e serviços de
uma operação com sua demanda.
DIFERENÇA ENTRE PLANEJAMENTO E CONTROLE
Há algumas características gerais que ajudam a distinguir os dois. Um plano é uma formalização
de que se pretende que aconteça em determinado momento no futuro. Um plano não garante que
um evento vá realmente acontecer; é uma declaração de intenção de que aconteça. Os planos,
contudo, são baseados em expectativas, e expectativas são apenas esperanças relativas ao futuro.
Quando operações tentam implementar planos, as coisas nem sempre acontecem como esperado.
Os consumidores mudam de idéia de que eles querem e quando querem. Os fornecedores nem
sempre podem entregar pontualmente, máquinas podem quebrar, funcionários podem faltar por
doença. Controle é o processo de lidar com essas variações. Pode significar que os planos precisem
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ser redesenhados em curto prazo. Também pode significar que será preciso fazer uma
“intervenção” na operação para trazê-la de volta aos “trilhos”. Por exemplo, encontrar um novo
fornecedor, que possa entregar rapidamente, consertar a máquina que quebrou ou mover o pessoal
de uma parte da operação para outra, para cobrir ausências. O controle faz os ajustes que permitem
que a operação atinja os objetivos que o plano estabeleceu, mesmo que os pressupostos assumidos
pelo plano não se confirmem.
Podemos definir o plano como um conjunto de intenções para o que deveria ocorrer e o controle
como um conjunto de ações que visam ao direcionamento do plano, monitorando o que realmente
acontece e fazendo eventuais mudanças necessárias.
PLANEJAMENTO E CONTROLE DE LONGO, MÉDIO E CURTO PRAZO
A natureza do planejamento e controle muda ao longo do tempo. No longo prazo, os gerentes de
produção fazem planos relativos ao que eles pretendem fazer, que recursos eles precisam e quais
objetivos eles esperam atingir. A ênfase está mais no planejamento do que no controle, porque
existe ainda pouco a ser controlado. Eles vão usar previsões da demanda provável, descritas em
termos agregados. O hospital vai fazer planos para “2.000 pacientes”, sem necessariamente ir aos
detalhes da necessidade individual deles. De maneira semelhante, os recursos serão planejados de
forma agregada. Por exemplo, o hospital ode planejar ter 100 enfermeiras e 20 médicos, mais
novamente, sem decidir a respeito de seus atributos específicos. Ao levar adiante suas atividades
de planejamento, os gerentes de produção estarão preocupados principalmente com atingir as
metas financeiras. Orçamentos serão desenvolvidos, que identifiquem as metas de custos e receitas
que pretende alcançar.
O planejamento e o controle de médio prazo estarão preocupados com planejar em mais detalhes (e
replanejar, se necessário). Nesse momento, por exemplo, o hospital deve distinguir os diferentes
tipos de demanda. O numero de casos de pacientes que chegam por acidentes e emergência
precisará ser separado do numero de casos que exigem tratamento de rotina. Não menos
importante, planos contingenciais terão que ser pensados de forma que permitam leves desvios dos
planos.
No planejamento e no controle a curto prazo, muitos dos recursos terão sido definidos e será difícil
fazer mudanças de grande escala nos recursos. Todavia, intervenções a curto prazo são possíveis se
as coisas não correm conforme os planos. Nesse estágio, a demanda será avaliada de forma
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totalmente desagregada. O hospital estará tratando de todos os tipos de procedimentos como
atividade individual. Ao fazer intervenções e mudanças no plano em curto prazo, os gerentes de
produção estarão tentando equilibrar a qualidade, a rapidez, a confiabilidade, a flexibilidade e os
custos de suas operações de forma ad hoc. É improvável que eles tenham tempo para fazer cálculos
detalhados dos efeitos de suas decisões sobre todos esses objetivos, mas uma compreensão geral
das prioridades formará o pano de fundo para sua tomada de decisões.
A Figura 1.2 ilustra como os aspectos de planejamento e controle variam em importância,
conforme a proximidade da data do evento.
Fig. 1.2 – Equilíbrio entre atividades de planejamento e controle em função do tempo.
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NATUREZA DO SUPRIMENTO E DEMANDA
Se planejamento e controle é o processo de conciliar demanda e suprimento, então a natureza das
decisões tomadas para planejar e controlar uma operação produtiva dependerão tanto da natureza
da demanda como da natureza do suprimento nessa operação.
Conciliação do Suprimento e Demanda
Quando discutimos estratégia de produção, abordamos os objetivos estratégicos da produção em
termos da conciliação entre os requisitos do mercado e os recursos da produção. Planejamento e
controle podem ser visto da mesma forma. Por um lado, temos os recursos da operação que têm a
capacidade de fornecer ao consumidor, mas aos quais ainda foram dadas instruções de como fazer
isso. Por outro lado, temos um conjunto de demandas, tanto gerais como especificas dos
consumidores. As atividades de planejamento e controle proporcionam os sistemas, procedimentos
e decisões que conciliam essas duas entidades. Esse modelo de planejamento e controle, e a
atividade conectora entre suprimento e demanda. Fazer a conexão entre os dois, que vai disparar a
produção no sentido de satisfazer a seus consumidores.
Incerteza no Suprimento
Algumas operações são razoavelmente previsíveis e usualmente correm conforme o plano. Nessas
situações, a necessidade de controle é mínima. Por exemplo, os serviços de TV a cabo apresentam
programas em horário definido, nas casas de seus assinantes, por meio de uma tecnologia
confiável. É raro que o horário de um plano não seja cumprido. Inversamente, comemorações e
paradas em pequenas cidades raramente acontecem de acordo com o plano. As bandas demoram
mais para chegar do que o esperado, alguns dos atos programados podem atrasar no trajeto até o
local, alguns convidados não chegam no dia marcado.
Suprimento confiável requer disponibilidade de todos os recursos transformados e em
transformação. Se algum faltar, é provável que o suprimento não ocorra. Assim, para compreender
a incerteza no suprimento, é importante considerar a incerteza de cada recurso de entrada que
governa o suprimento.
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Incerteza de Demanda
Para algumas operações, a demanda é razoavelmente previsível. Em cada escola, por exemplo,
uma vez que as aulas estão fixas e o período, ou semestre, começou, um professor sabe quantos
alunos tem em sua sala de aula. Quando planeja quantas apostilas são necessárias, a demanda é
previsível. Qualquer ausente poderá receber sua apostila quando retornar; assim, essa variável não
afeta a demanda.
Em outras operações, a demanda é imprevisível. Um quiosque de fast-food dentro de um shopping
center não sabe quantas pessoas chegarão, quando chegarão e que vão pedir. É possível prever
certos padrões, como um aumento de demanda nos período da hora do almoço, mas uma
tempestade repentina, que coloque os passantes para dentro do shopping, pode aumentar
significativamente a demanda de modo imprevisível mesmo a curto prazo.
DEMANDA DEPENDENTE E INDEPENDENTE
Demanda dependente é, portanto, a demanda que é relativamente previsível devido a sua
dependência de alguns fatores conhecidos. Por exemplo, o gerente encarregado de garantir que
haja pneus suficientes em uma fábrica de automóveis não trata a demanda de pneus como variável
totalmente ao acaso. Ele não será surpreendido pela quantidade exata de pneus que é exigida pela
fabrica diariamente. O processo de previsão de demanda é relativamente direto. Consiste no exame
dos programas de manufatura da fábrica de carros e na derivação da demanda de pneus a partir
disso. Se forem manufaturados 200 carros em um dia em particular, é simples calcular que serão
demandados 1.000 pneus pela fábrica nesse dia (cada carro tem cinco pneu) – a demanda é
dependente de um fator conhecido – o número de carros a serem manufaturados. Devido a isso, os
pneus podem ser encomendados ao fabricante de pneus, conforme em cronograma de entregas que
será proximamente alinhado com a demanda por pneus da fábrica (veja Figura 1.3).
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Fig. 1.3 - A demanda de pneus em fábrica de carros é dependente do programa de produção de
carros.
As instruções de manufatura e os requisitos de demanda serão todos dependentes desses números.
Outras operações atuarão na forma de demanda dependente devido á natureza dos serviços ou
produtos que eles fornecem. Por exemplo, um costureiro profissional não vai comprar tecido e
fazer vestidos em muito tamanhos diferentes só para o caso de alguém de repente chegar e querer
comprar um.
O planejamento e controle de demanda dependente concentram-se nas conseqüências da demanda
dentro da operação. O planejamento das necessidades de matérias (MRP – Material Requirements
Planning), é uma abordagem desse tipo de demanda (dependente).
Algumas operações não têm outra escolha que não tomar decisões sobre como suprirão a demanda
sem ter qualquer visibilidade firme antecipa dos pedidos dos consumidores. Por exemplos, os
consumidores não têm que informar antecipadamente em supermercado quando chegarão e o que
vão comprar. O supermercado toma suas decisões de planejamento e controle baseado em sua
experiência e conhecimento do mercado, independentemente do que pode realmente acontecer.
Eles correm o risco de ficar sem estoque de itens quando a demanda não correspondente a suas
expectativas. Por exemplo, a Ace Tyre Company, que opera em serviço de venda e troca de pneus,
vai precisar gerenciar seu estoque. Nesse sentido, essa é exatamente a mesma tarefa do gerente de
estoque de pneus na fábrica de carros. Todavia, a demanda é muito diferente para a Ace Tyres. Eles
não podem prever nem o volume, nem as necessidades especificas dos consumidores. Eles
precisam tomar decisões de quantos pneus de qual tipo estocar baseados em previsões de demanda
e à luz dos riscos que estão dispostos a ocorrer de ficarem sem estoque, essa é a natureza do
planejamento e controle de demanda independente. Ele faz a “melhor avaliação” da demanda
futura, tenta prever os recursos que possam satisfazer a essa demanda e tenta responder
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rapidamente se a demanda real não corresponder à prevista (veja Figura 1.4). O planejamento e o
controle de estoque, é típico planejamento e controle de demanda independente.
Fig. 1.4 - A demanda de pneus na Ace Tyres é independentes de qualquer fator singular
predominante.
RESPOSTA A DEMANDA
Os conceitos de demanda dependente e independente estão proximamente relacionados a como a
operação escolhe responder à demanda. Em condições de demanda dependente, uma operação
somente vai começar o processo de produção de bens ou serviços quando for necessário. Cada
pedido aciona as atividades de planejamento e controle para organizar sua produção. Por exemplo,
um construtor especializado de casa pode somente começar a processo de planejamento e controle
da construção de uma casa quando requisitado pelo cliente a fazê-lo. O construtor nem mesmo
pode ter os recursos para começar a construção antes de receber o pedido. O material necessário
para construir será comprado somente quando os prazos de construção e a natureza da casa estejam
definidos. O pessoal e o equipamento de construção podem também ser “adquiridos” somente
quando a natureza da demanda é clara. O planejamento e o controle necessário para esse tipo de
operação podem ser chamados planejamento e controle do tipo obter recursos contra pedido
(resource-to-order).
Outras operações podem ser suficientemente confiantes na natureza da demanda, se não em seu
volume e prazo, para manter “em estoque” a maior parte dos recursos requeridos para satisfazer a
seus consumidores. Certamente, vai manter em estoque seus recursos a serem transformados.
Todavia, vai ainda fazer o produto e o serviço real somente contra um pedido firme de
consumidor, por exemplo, um construtor de casas que tenha projetos padronizados pode optar por
consumidor tenha colocado um pedido firme. devido ao fato de o projeto da casa ser relativamente
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padronizado, os fornecedores de materiais terão sido identificados, mesmo que a operação de
construção não mantenha os itens entre si em estoque. A operação precisaria de um planejamento e
controle do tipo fazer-contra pedido (make-to-order).
Algumas operações produzem bens ou serviços para estoque com antecedência em relação a
qualquer pedido firme. Por exemplo, alguns construtores vão construir casas ou apartamentos-
padrão pré-projetados antes de qualquer demanda firme. O construtor também está assumindo o
risco de ficar com um estoque de casas não vendidas, se os consumidores não aparecem antes de
elas estarem terminadas. De o fato, é difícil para pequenos construtores operar dessa forma, mas
não tanto para (digamos) um fabricante de refrigerantes engarrafados ou outro fabricante de
produtos de consumo em massa. O equivalente no mercado de congressos seria um centro de
congressos que estabelecesse um calendário de uma série de eventos e conferencias, programados
com antecedência e abertos para consumidores individuais se inscreverem ou mesmo aparecerem
no dia.
Cinemas e teatros trabalham usualmente dessa maneira. Seus espetáculos são produzidos e
fornecidos sem considerar o nível de demanda real. Operações desse tipo requererão um
planejamento e controle do tipo fazer-para-estoque (make-to-stock).
Razão P:D
Outra forma de caracterizar a escala gradual entre o planejamento e o controle do tipo obter
“recursos-contra-pedido” e o planejamento e controle do tipo “fazer-para-estoque” é fazê-lo por
meio da comparação do tempo total de espera dos consumidores, desde pedir o produto ou serviço
e o receber (tempo de demanda D) e o tempo total do processo P. O tempo total P é o tempo que a
operação leva para obter os recursos, produzir e entregar o produto ou serviço.
Os Tempos P e D Dependem da Operação
Em uma operação típica do tipo fazer-para-estoque, tal como as que fazem produtos de consumo
não duráveis, o tempo de demanda, D, é a soma dos tempos de transmissão do pedido ao armazém
da companhia, ou ponto de estoque, pegar e embalar o pedido e transportar fisicamente o pedido
ao consumidor – o ciclo de entregar. A redução de estoque de bens acabados acionará a decisão de
manufaturar um lote de reabastecimento.
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Assim, para esse tipo de manufatura, o tempo de “demanda” D que o consumidor vê é muito
pequeno, comparado com o ciclo total P. Comparemos isso com uma operação do tipo obter
recursos-contra-pedido. Aqui D é o mesmo que P ambos incluem os ciclos de “comprar”, fazer-
contra-pedido fica no meio (veja a Figura 1.5).
Fig. 1.5 – P e D para os diferentes tipos de planejamento e controle.
ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO E CONTROLE
O planejamento e controle é a conciliação do suprimento e da demanda em termos de volume,
tempo e qualidade.
Para conciliar o volume e o tempo, quatro atividades justapostas são desempenhadas:
carregamento, seqüencialmente, programação e controle (veja Figura 1.6).
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Fig. 1.6 - Atividades de Planejamento e Controle.
CARREGAMENTO
O carregamento é a quantidade de trabalho alocado para um centro de trabalho. Por exemplo, uma
máquina numa fábrica está disponível, em teoria, 168 horas por semana. Contudo, isso não
significa necessariamente que 168 horas de trabalho podem ser alocadas para essa máquina. A
Figura 1.7 mostra o que reduz esse tempo de disponibilidade. Por alguns períodos a máquina não
pode trabalhar, por exemplo, nos feriados e fins de semana. Outra tarefas que não as de produção
precisam ser desempenhadas, que reduzem mais o tempo de disponibilidade. Por exemplo, tempo
perdido na troca, entre fazer um componente e outro diferente. Além disso, a máquina pode
precisar de limpeza entre as operações. Se a máquina quebrar, não estará disponível. Se houver
dados disponíveis de confiabilidade da máquina, eles também devem ser levados em consideração.
Há duas abordagens principais para carregamento de máquinas – carregamento finito e infinito.
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Fig. 1.7 – Redução do tempo disponível para carga de trabalho em uma máquina
Carregamento Finito
O carregamento finito é uma abordagem que aloca trabalho a um centro de trabalho (uma pessoa,
uma máquina, ou talvez um grupo de pessoas ou de máquinas) até um limite estabelecido. O
trabalho acima dessa capacidade não é aceito. O carregamento finito é particularmente relevante:
· é possível limitar a carga. Por exemplo, é possível fazer um sistema de marcação de hora para
um consultório médico ou para um cabeleireiro;
· é necessário limitar a carga. Por exemplo por razões de segurança, somente um número finito de
pessoas e quantidade de carga é permitido em aviões;
Carregamento Infinito
Carregamento infinito é uma abordagem de carregamento que não limita a aceitação do trabalho,
mas, em vez disso, tenta corresponder a ele. O carregamento infinito é relevante para operações
nas quais:
· não é possível limitar o carregamento. Por exemplo, um departamento de acidentes e
emergências em um hospital não pode recusar chegadas que precisam de atenção;
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· não é necessário limitar o carregamento. Por exemplo, quiosques de fast food são projetados
para flexibilizar a capacidade para cima e para baixo, para corresponder às taxas variáveis de
chegada de consumidores.
CONTROLE EMPURRADO E PUXADO
Um elemento de controle, portanto, é a intervenção periódica nas atividades da operação. Uma
decisão importante é como essa intervenção é realizada. A distinção chave é entre sinais de
intervenção que empurram o trabalho por meio dos progressos da operação e as que puxam o
trabalho somente quando é necessário. Em um sistema de planejamento e controle empurra, as
atividades são programadas por meio de um sistema central e completadas em linha com as
instruções centrais, como em um sistema MRP. Na prática, todavia há muitas razões pelas quais as
condições reais diferem das planejadas. Como conseqüência, tempo ocioso, estoque e filas
freqüentemente caracterizam sistemas empurrados.
Em um sistema de planejamento e controle puxado, o passo e as especializações de o que é feito
são estabelecidos pela estação de trabalho do “consumidor”, que “puxa” o trabalho da estação de
trabalho antecedente (fornecedor). O consumidor atua como o único “gatilho” da produção e da
movimentação. Se uma “requisição” não é passada para trás pelo consumidor para o fornecedor, o
fornecedor não é autorizado a produzir nada ou mover qualquer material.
Conseqüências das Programações Empurrada e Puxada Sobre o Estoque
Compreender os diferentes princípios das programações empurrada e puxada é importante, porque
eles têm diferentes efeitos em termos das propensões das duas a acumular estoque na operação. Os
sistemas puxados são muito menos prováveis de resultar em criação de estoque e são, portanto,
favorecidos pelas operações JIT. Para entender por que isso é assim, consideremos duas analogias.
A analogia de “gravidade” é ilustrada na Figura 1.8. aqui um sistema puxado é representado por
uma operação, cada etapa da qual está em um nível mais baixo do que o anterior. Quando as peças
são processadas em cada etapa, esta as empurra rampa abaixo para o próximo estágio. Qualquer
atraso ou problema nessa etapa resultará nas peças acumulando-se na forma de estoque. No
sistema puxado, as partes não podem naturalmente fluir para cima, de modo que somente podem
progredir se o estágio seguinte deliberadamente as puxar. Sob essas circunstancias, estoque não se
acumula tão facilmente.
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Fig. 1.8 – Empurrada versus Puxada: a analogia da gravidade.
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2 - ESTRATÉGIA, OBJETIVO E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DA
PRODUÇÃO
ESTRATÉGIA DA PRODUÇÃO
Nenhuma organização pode planejar pormenorizadamente todos os aspectos de suas ações atuais
ou futuras, mas todas as organizações podem beneficiar-se de ter noção para onde estão dirigindo-
se e de como podem chegar lá. Em outras palavras, todas precisam de alguma direção estratégica.
Antes de abordar o tema estratégia de produção, é necessário considerar o que entendemos pelo
termo estratégia. Sobre o termo estratégia, consideramos que ela está presente quando uma
empresa articula sua estratégia e, portanto, escolhe tomar uma direção, em vez de outra. A empresa
tomou decisões que a comprometem com um conjunto particular de ações. O padrão de decisões
subseqüentes reflete, então, seu comprometimento continuado nessa direção. De forma alternativa,
decisões estratégicas geralmente significam as decisões que:
- Têm efeito abrangente na organização à qual a estratégia se refere;
- Definem a posição da organização relativamente a seu ambiente;
- Aproximam a organização de seus objetivos de longo prazo.
Lembre-se, portanto, de que uma estratégia é mais do que uma só decisão; é o padrão global de
decisões e ações que posicionam a organização em seu ambiente e têm o objetivo de fazê-la atingir
seus objetivos de longo prazo.
A estratégia da produção diz respeito ao padrão de decisões e ações estratégicas que define o
papel, os objetivos e as atividades da produção. A estratégia de produção é, claramente, uma parte
da estratégia geral da empresa, mas muitos autores que tratam do assunto possuem visões e
definições discretamente diferentes. Entre eles, quatro perspectivas sobre estratégia da produção
aparecem.
- A estratégia da produção é um reflexo “de cima para baixo” (top-down) do que o grupo ou
negócio todo deseja fazer.
- A estratégia da produção é uma atividade “de baixo para cima” (bottom-up), em que as
melhorias da produção cumulativamente constroem a estratégia.
- A estratégia da produção envolve traduzir os requisitos do mercado em decisões da
produção.
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- A estratégia da produção envolve explorar as capacidades dos recursos da produção em
mercados eleitos.
Nenhuma dessas quatro perspectivas sozinhas têm uma visão geral do que seja a estratégia de
produção. Juntas, no entanto, elas fornecem uma idéia das pressões em jogo para formar o
conteúdo da estratégia da produção, veja a Figura 2.1.
Figura 2.1 – As quatro perspectivas da estratégia de operações.
Qual a diferença entre as visões “de cima para baixo” e de baixo para cima” da estratégia da
produção?
A perspectiva “de cima para baixo” considera as decisões estratégicas de acordo com um número
de níveis. A estratégia corporativa estabelece os objetivos para as diferentes empresas que
compõem o grupo de negócios. A estratégia da empresa estabelece os objetivos para cada empresa
individual e como ela se posiciona no mercado. As estratégias funcionais estabelecem os objetivos
para a contribuição de cada função à estratégia da empresa. Nesse sentido, usamos a expressão
estratégia da produção como uma estratégia funcional que lida com as partes da organização que
criam produtos e serviços. Veja a figura 2.2.
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Figura 2.2 – Perspectiva top-down da estratégia de operações
A perspectiva “de baixo para cima” da estratégia da produção considera que a estratégia geral
emerge da experiência operacional diária. Veja figura 2.3.
Figura 2.3 – Perspectiva bottom-up da estratégia de operações
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Qual a diferença entre as visões de “requisito do mercado” e “recursos da operação” da
estratégia de produção?
A perspectiva dos “requisitos do mercado” da estratégia de produção considera que o principal
papel da produção é satisfazer aos mercados. Os objetivos de desempenho da produção e as
decisões da produção deveriam ser primeiramente influenciados pela combinação das necessidades
de consumidores e das ações dos concorrentes. Ambas as questões podem ser resumidas em termos
do ciclo de vida do produto / serviço.
A perspectiva dos “recursos da produção” da estratégia de produção apóia-se na visão baseada em
recursos da empresa e considera as competências (ou capacitações) centrais como a principal
influencia da estratégia da produção. As capacitações da produção são desenvolvidas parcialmente
por meio das decisões estratégicas tomadas pela produção. As áreas de decisões estratégicas em
produção são geralmente divididas em decisões estruturais e infra-estruturais. Decisões estruturais
são as que definem a forma da operação produtiva. Decisões infra-estruturais são as que
influenciam os sistemas e procedimentos que determinam como a operação irá trabalhar na prática.
OBJETIVOS DE DESEMPENHO DA PRODUÇÃO
No nível estratégico, a classificação mais útil dos objetivos de desempenho da produção que
qualquer operação possa perseguir pode ser obtida identificando-se os stakeholders da operação.
Os stakeholders são as pessoas ou grupos de pessoas que possuem interesse na operação, e que
podem ser influenciadas ou influenciar as atividades da operação produtiva. Alguns stakeholders
são internos como, por exemplo, os empregados da operação; outros são externos, como a
sociedade ou grupos comunitários, ou ainda, os acionistas da empresa. Alguns stakeholders
externos possuem um relacionamento comercial direto com a empresa, como, por exemplo, os
fornecedores da produção e os consumidores que irão receber os produtos ou serviços. A Figura
2.4 ilustra alguns principais grupos de stakeholders junto com algum dos aspectos do desempenho
da operação produtiva em que eles terão interesse.
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Figura 2.4 – Objetivos estratégicos amplos para uma operação aplicados a grupo de interesse.
Entretanto, em qualquer tipo de empresa, é responsabilidade da função produção compreender os
objetivos (algumas vezes conflitantes) de seus stakeholders e estabelecer seus objetivos de acordo.
Cinco objetivos de desempenho
Os objetivos mais amplos que as operações produtivas necessitam perseguir para satisfazer a seus
stakeholders formam o pano de fundo para todo o processo decisório da produção. Entretanto, no
nível operacional, é necessário um conjunto de objetivos mais estritamente definidos. Estes são os
cinco objetivos de desempenho básicos e se aplicam a todos os tipos de operações produtivas.
Objetivo qualidade
Qualidade significa “fazer certo as coisas”, mas as coisas que a produção precisa fazer certo
variarão de acordo com o tipo de operação (veja figura 2.5).
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Figura 2.5 – Qualidade significa coisas diferentes em operações diferentes.
Produtos e serviços de boa qualidade significa alta satisfação do consumidor e, ainda a
probabilidade de o consumidor retornar. Inversamente, má qualidade reduz as chances de o
consumidor retornar.
Qualidade dentro da operação
Bom desempenho de qualidade em uma operação não apenas leva à satisfação de consumidores
externos, como também torna mais fácil a vida das pessoas envolvidas na operação. Satisfazer aos
clientes internos pode ser tão importante quanto satisfazer aos consumidores externos.
Qualidade reduz custos
Quanto menos erros em cada microoperação ou unidade de produção, menos tempo será
necessário para a correção e, conseqüentemente, menos confusão e irritação.
Qualidade aumenta a confiabilidade
Entretanto, custos crescentes não são a única conseqüência da má qualidade. No supermercado,
também significar bens em falta nas prateleiras, o que resulta em perda de faturamento e irritação
dos consumidores.
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Aqui, o ponto importante é que o objetivo de desempenho da qualidade (como os outros objetivos
de desempenho que veremos) envolve um aspecto externo que lida com a satisfação do
consumidor e um aspecto interno que lida com a estabilidade e a eficiência da organização.
Objetivo rapidez
Rapidez significa quanto tempo os consumidores precisam esperar para receber seus produtos ou
serviços.
Rapidez da operação interna
A rapidez da operação interna também é importante. A resposta rápida aos consumidores externos
é auxiliada sobretudo pela rapidez da tomada de decisão, movimentação de materiais e das
informações internas da operação.
Rapidez reduz estoques
Quando centenas de produtos movimentam-se diariamente pela fábrica, esse tempo de espera
resulta em estoques maiores de peças e produtos. Por outro lado, se a espera pode ser reduzida
(digamos, pela movimentação e processamento de peças em lotes menores), as peças se
movimentarão com mais rapidez na fábrica e, como resultado, o estoque entre os estágios do
processo será reduzido.
Objetivo confiabilidade
Confiabilidade significa fazer as coisas em tempo para os consumidores receberem seus bens ou
serviços prometidos. Os consumidores só podem julgar a confiabilidade de uma operação após o
produto ou serviço ter sido entregue. Ao selecionar o serviço pela primeira vez, o consumidor não
terá qualquer referência do passado quanto à confiabilidade. Entretanto, no decorrer do tempo,
confiabilidade pode ser mais importante do que qualquer outro critério. Não importa quão barata
seja a passagem de ônibus ou sua rapidez, se o serviço estiver sempre atrasado (ou fora do horário)
e os veículos estiverem sempre lotados, obrigando os passageiros a tomar táxi.
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Confiabilidade na operação interna
A confiabilidade na operação interna tem efeito similar. Os clientes internos julgarão o
desempenho uns dos outros, analisando o nível de confiabilidade entre as microoperações na
entrega pontual de materiais e informações na entrega pontual de materiais e informações. As
operações que possuem confiabilidade interna maior são mais eficazes do que as que não possuem,
por várias razões.
Objetivo flexibilidade
Flexibilidade significa capacidade de mudar a operação. Pode ser alterar o que a operação faz,
como faz ou quando faz. Especificamente, a mudança deve atender a quatro tipos de exigências.
- flexibilidade de produto / serviço – produtos e serviços diferentes;
- flexibilidade de composto (mix) – ampla variedade ou composto de produtos e serviços;
- flexibilidade de volume – quantidade ou volumes diferentes de produtos e serviços;
- flexibilidade de entrega – tempos de entrega diferentes.
A Figura 2.6 dá exemplo do que esses diferentes tipos de flexibilidade significam para as quatro
diferentes operações.
Figura 2.6 – Flexibilidade significa coisas diferentes em operações diferentes.
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.
Flexibilidade de produto / serviço
Flexibilidade de produto / serviço é a habilidade de a operação introduzir novos produtos e
serviços. Na fábrica de automóveis significa a habilidade de adaptar os recursos de manufatura,
possibilitando o lançamento de novos modelos, enquanto, para o supermercado, significa
introduzir novas linhas de produtos em suas prateleiras, promoções de novidades ou novas
condições de pagamento.
Flexibilidade de composto (mix)
Flexibilidade de composto significa a habilidade de fornecer ampla variedade ou composto de
produtos e serviços. A maioria das operações produz mais de um produto ou serviço. Além disso, a
maioria delas não produz seus produtos ou serviços em volumes altos o suficiente para dedicar
todas as partes de suas atividades exclusivamente a um único produto ou serviço. Isso significa que
a maioria das partes de qualquer operação terá que processar mais de um tipo de produto ou
serviço e, então, precisará, às vezes deixar uma atividade para dedicar-se a outra.
Flexibilidade de volume
Flexibilidade de volume é a habilidade de a operação alterar seu nível de atividade. Todas as
operações necessitarão mudar seus níveis de atividades porque, de alguma forma, terão que
enfrentar demanda flutuante por seus produtos e serviços. Sem dúvida, todas as operações podem,
teoricamente, ignorar essas flutuações de demanda, dispensar qualquer flexibilidade de volume e
manter sua atividade em nível constante. Entretanto, essa opção totalmente “inflexível” pode gerar
sérias conseqüências no serviço ao consumidor, custos operacionais ou ambos.
Flexibilidade de entrega
Flexibilidade de entrega é a habilidade de mudar a programação de entrega do bem ou do serviço.
Geralmente, significa antecipar o fornecimento, por solicitação do cliente, dos bens ou serviços,
embora possa significar também postergar a entrega.
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Objetivo custo
Para as empresas que concorrem diretamente em preço, o custo será seu principal objetivo de
produção. Quanto menor o custo de produzir seus bens e serviços, menor pode ser o preço a seus
consumidores. Mesmo as empresas que concorrem em outros aspectos que não preço estarão
interessadas em manter seus custos baixos. Cada real retirado do custo de uma operação é
acrescido os seus lucros. Não surpreende que o custo baixo seja um objetivo universalmente
atraente.
A forma do gerente de produção influenciar os custos dependerá de onde estes estão incorridos.
Em palavras simples, a produção gastará dinheiro em:
- custo de funcionários (dinheiro gasto com pessoal empregado);
- custos de instalações, tecnologia e equipamentos (dinheiro gasto em compra, conservação,
operação e substituição de hardware de produção);
- custos de materiais (dinheiro gasto nos materiais consumidores ou transformados na
produção).
A Figura 2.7 mostra a divisão típica de custos para um hospital, uma fábrica de automóveis , um
supermercado e uma empresa de ônibus.
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Figura 2.7 – Custo significa coisas diferentes em operações diferentes.
O custo é afetado por outros objetivos de desempenho
Cada um dos objetivos de desempenho possui vários efeitos externos, e todos eles afetam os
custos.
• Operações de alta qualidade não desperdiçam tempo ou esforço de retrabalho nem seus
clientes internos são incomodados por serviços imperfeitos.
• Operações rápidas reduzem o nível de estoque em processo, entre as microoperações, bem
como diminuem os custos administrativos indiretos.
• Operações confiáveis não causam qualquer surpresa desagradável aos clientes internos.
Pode-se confiar que suas entregas serão exatamente como planejado. Isso elimina o
prejuízo de interrupção e permite que as outras microoperações trabalhem eficientemente.
• Operações flexíveis adaptam-se rapidamente às circunstâncias mutantes e não interrompem
o restante da operação global. As operações microflexíveis podem também trocar
rapidamente de tarefas, sem desperdiçar tempo e capacidade.
Fábrica de Automóveis
Custo de tecnologia e instalações
15%
Compra de materiais e serviços
56%
Custo de funcionários
29%
Hospital
Custo de tecnologia e instalações
33%
Compra de materiais e serviços
21%
Custo de funcionários
46%
Supermercado
Custo de tecnologia e instalações
24%
Compra de materiais e serviços
61%
Custo de funcionários
15%
Empresa de ônibus urbanos
Custo de tecnologia e instalações
35%
Compra de materiais e serviços
13%
Custo de funcionários
52%
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MEDIÇÃO DE DESEMPENHO
Medição de desempenho é o processo de quantificar ação, em que medição é o processo de
quantificação da ação que leva ao desempenho. De acordo com uma visão mais mercadológica, e
numa lógica competitiva, as organizações, para atingir seus objetivos, buscam satisfazer a seus
clientes (e outros grupos de interesse) de forma mais eficiente e eficaz que seus concorrentes. Os
termos eficiência e eficácia têm de ser usados com precisão neste contexto:
• Eficácia: refere-se à extensão segundo a qual os objetivos são atingidos, ou seja, as
necessidades dos clientes e outros grupos de interesse da organização (funcionários,
governos, sociedade, etc.) são satisfeitas;
• Eficiência: é a medida da quão economicamente os recursos da organização são utilizados
quando promovem determinado nível de satisfação dos clientes e outros grupos de
interesse.
O nível de desempenho de uma operação é função dos níveis de eficiência e eficácia que suas
ações têm. Daí:
• Medição de desempenho pode ser definida como o processo de quantificação da eficiência
e da eficácia das ações tomadas por uma operação;
• Medidas de desempenho podem ser definidas como as métricas usadas para quantificar a
eficiência e a eficácia de ações;
• Um sistema de medição de desempenho pode ser definido como um conjunto coerente de
métricas usado para quantificar ambas, a eficiência e a eficácia das ações.
Sistemas de avaliação de desempenho têm dois propósitos principais:
• São partes integradas do ciclo de planejamento e controle, essencial para a gestão das
operações. Medidas fornecem os meios para a captura de dados sobre desempenho que,
depois de avaliados contra determinados padrões, servem para apoiar a tomada de decisões.
• Não menos importante, o estabelecimento de um sistema adequado de avaliação de
desempenho tem também papel importante em influenciar comportamentos desejados nas
pessoas e nos sistemas de operações, para que determinadas intenções estratégicas tenham
maior probabilidade de realmente se tornarem ações alinhadas com a estratégia pretendida.
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Embora a literatura de gestão de operações seja boa para fornecer grande quantidade de métricas
que podem ser usadas, não é tão boa para orientar como selecionar as adequadas. Em relação a
isso, uma consideração importante é de que as métricas adotadas para avaliar desempenho de uma
operação deveriam ser alinhadas com a estratégia dessa operação. Isso se dá através da definição
de métricas que sejam coerentes com as prioridades competitivas da operação. Podem-se
classificar as prioridades competitivas estratégicas de uma operação nos seguintes grupos gerais:
• Grupo relacionado a custo;
• Grupo relacionado a qualidade;
• Grupo relacionado a flexibilidade;
• Grupo relacionado a velocidade;
• Grupo relacionado a confiabilidade.
A seguir, encontram-se listadas métricas mais específicas e detalhadas dentro de cada um dos
grupos acima e que podem, respeitadas as particularidades de cada operação, ser mais ou menos
relevantes num sistema de avaliação.
Grupo relacionado a custo
• Custos de manufatura (operação);
• Produtividade do equipamento;
• Redução média de estoques por tipo de material;
• Índice de refugos;
• Retrabalhos e reparos;
• Custos referentes a qualidade;
• Custo relativo (percentual) da mão-de-obra;
• Custo relativo (percentual) do equipamento;
• Custo relativo (percentual) dos materiais;
• Redução média de tempos de preparação de equipamento;
• Redução média de custos de rotatividade de mão-de-obra;
• Iniciativas do fornecedor para redução de custos;
• Custos de distribuição;
• Custos com terceirização;
• Custos administrativos.
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Grupo relacionado a qualidade
• Qualidade relativa percebida do produto;
• Qualidade comparada aos concorrentes;
• Confiabilidade do produto (probabilidade de falhar em determinado período);
• Durabilidade do produto (até o final da vida econômica do produto);
• Percentual de clientes satisfeitos e grau de satisfação de clientes;
• Números de reclamações;
• Assistência do fornecedor para resolver problemas técnicos;
• Valor de mercadorias devolvidas;
• Taxa de aprovação no controle de qualidade;
• Defeitos;
• Redução percentual de produtos defeituosos;
• Redução percentual de refugo.
Grupo relacionado a flexibilidade
• Quanto a qualidade não é afetada por mudanças de mix/volume;
• Quanto os custos não são afetados por mudanças de mix/volume;
• Quanto o desempenho de entregas não é afetada por mudanças de mix/volume;
• Tempo de desenvolvimento de novos produtos;
• Flexibilidade percebida para customizar produtos;
• Faixa (variedade) de produtos;
• Números de novos produtos introduzidos por ano;
• Velocidade da operação para responder a mudanças de mix;
• Número de itens processados simultaneamente;
• Lote mínimo produzido economicamente;
• Nível de estoque em processo;
• Nível de descontinuidade por quebras de Equipamento.
Grupo relacionado a velocidade
• Tempo entre o cliente perceber a necessidade a entrega;
• Lead times internos;
• Tempos de ciclo da operação;
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• Tempo de resposta a solicitações de clientes;
• Estoques em processos;
• Distância percorrida pelos fluxos;
Grupo relacionado a confiabilidade
• Acurácia das previsões de demanda;
• Percentual de entregas no prazo (pedidos);
• Percentual de datas renegociadas com clientes;
• Aderência às datas prometidas;
• Percentual de pedidos com quantidade incorreta;
• Atraso médio;
• Percentagem de redução de lead times por linha de produto;
• Percentagem de redução dos lead times de compras.
É importante notar que as métricas utilizadas de forma adequada num contexto podem não ser
adequadas em outro.
O que faz uma boa medida de desempenho
Como avaliar se uma medida de desempenho é de fato boa e adequada? Como ter certeza de
que ela é robustamente definida e compreendida por todos? A literatura nos ajuda nesta questão
ao listar critérios pelos quais a medida de desempenho deve passar para que seja considerada
uma boa medida. As principais são listadas a seguir.
Boas medidas de desempenho deveriam:
• Ser derivadas da estratégia e alinhadas com as prioridades competitivas da operação;
• Ser simples de entender e usar;
• Prover feedback em tempo e de forma precisa;
• Ser baseada em quantidade que possam ser influenciadas ou controladas pelo usuário ou
por ele em conjunto com outros;
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• Refletir o processo de negócio envolvido, ou seja, o cliente e o fornecedor envolvidos
deveriam participar da definição;
• Referir-se a metas específicas;
• Ser claramente definidas;
• Ter impacto visual;
• Focalizar melhoramento;
• Manter seu significado ao longo do tempo;
• Basear-se em fórmulas e bases de dados explícitos;
• Referir-se a tendência mais que a situações estáticas;
• Meta: o estabelecimento de metas deve ser precedido pela questão “com que padrões
comparamos o desempenho medido?” Vários padrões podem ser usados.
Padrões históricos: compara-se o desempenho atual com desempenhos passados para avaliar
tendências. O estabelecimento de meta para uma medida de desempenho com padrão histórico
poderia ser, por exemplo, “superar o desempenho do mesmo mês do ano anterior em pelo
menos 10%”;
Padrões de desempenho arbitrários: são estabelecidas arbitrariamente conforme o que é
percebido com desejável ou bom. Manter custos dentro dos níveis orçados, por exemplo, pode
dar margem a metas de desempenho arbitrárias. Uma meta assim seria, por exemplo, “manter o
custo de mão-de-obra terceirizada em menos do que R$ 100.000,00 em agosto”.
• Fórmula: este é um dos mais complexos aspectos da definição de uma medida de
desempenho, pois a fórmula – como a medida de desempenho é de fato quantificada – afeta
como as pessoas se comportam. Levando em conta que as pessoas comportam-se não de
acordo com o “esperado”, mas de acordo com o que é “medido” (já que normalmente se
amarram recompensas, bônus e outros aspectos de remuneração nos resultados da fórmula),
é importante que se gaste tempo suficiente elaborando sobre como definir a fórmula de
cálculo, para que os envolvidos não desenvolvam comportamentos que maximizem o
resultado da fórmula em detrimento do desempenho da operação.
• Freqüência: freqüência segundo a qual a medida de desempenho deve ser registrada e
relatada;
• Quem mede: definição de responsabilidades quanto à coleta e ao relato da medida;
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• Quem age nos dados? A responsabilidade por agir sobre os dados, no sentido de corrigir
cursos de ação, por exemplo, deve ser identificada;
• Quais ações possíveis? Esta é uma importante informação do quadro de referencia, porque
é a que tenta fazer com que o ciclo de controle se feche.
A fórmula 2.1 mostra como é calculado a eficiência, um dos indicadores mais utilizado e
importante no meio produtivo.
Eficiência = Volume de Produção Real (Equação 2.1)
Capacidade Efetiva
Eficácia Geral de Equipamento é baseada em três aspectos de desempenho:
• Velocidade, ou taxa de processamento do equipamento (seu tempo de ciclo);
• Qualidade do produto ou do serviço que produz;
• Tempo que está disponível para operar.
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3 - PROJETO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
ESTUDO DE TEMPOS, MOVIMENTOS E MÉTODOS
O estudo de tempos, movimentos e métodos aborda técnicas que submetem a uma detalhada
análise cada operação de uma dada tarefa, com o objetivo de eliminar qualquer elemento
desnecessário à operação e determinar o melhor e mais eficiente método para executá-la.
O estudo de tempos, movimentos e métodos mantém estreito vínculo com três importantes
definições do vocabulário empresarial: A engenharia de métodos, projeto de trabalho e ergonomia.
Engenharia de métodos: atividade dedicada à melhoria e desenvolvimento de equipamentos de
conformação e processos de produção para suportar a fabricação. Preocupa-se em estabelecer o
método de trabalho mais eficiente, ou seja, procura otimizar o local de trabalho com relação a
ajuste de máquinas, manuseio e movimentação de materiais, leiaute, ferramentas e dispositivos
específicos, medição de tempos e racionalização de movimentos. Também é chamada de
engenharia industrial, engenharia de processo ou engenharia de manufatura.
Projeto de trabalho: o projeto de trabalho define a forma pela qual as pessoas agem em relação a
seu trabalho. O projeto de trabalho leva em consideração as atividades que influenciam o
relacionamento entre pessoas, a tecnologia que elas usam e os métodos de trabalho empregados
pela produção.
Ergonomia: a ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem e vice-versa. A
ergonomia parte do conhecimento do homem para fazer o projeto do trabalho, ajustando-o às
capacidades e limitações humanas. O instituto Ergonomics Research Society, da Inglaterra, define
ergonomia como o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e
ambiente, e particularmente da aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia
na solução dos problemas surgidos desse relacionamento.
ESTUDO DE PROCESSOS DO TRABALHO
Estudo de processos de trabalho: a análise de métodos ou processos de trabalho aborda técnicas
que submetem a um detalhado estudo cada operação de uma dada tarefa, com o objetivo de
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eliminar qualquer elemento desnecessário à operação e também conseguir determinar o melhor e
mais eficiente método para executar cada operação da tarefa.
Engenharia de fábrica: também denominada engenharia industrial ou engenharia de manufatura,
é o setor que deve estabelecer o método de trabalho ou o processo mais eficiente, ou seja, que
procura otimizar o local de trabalho com relação a ajustes de máquinas, manuseio e movimentação
de materiais, leiaute, ferramentas e dispositivos específicos, medição de tempos e racionalização
de movimentos. Em tempos passados, era comum que estes setores fossem independentes da área
em estudo. Atualmente, as atividades inerentes à engenharia de fábrica não são mais vistas como
de responsabilidade exclusiva de um setor à parte. O estudo dos processos de trabalho passou a ser
de responsabilidade direta das áreas de manufatura.
Registro de um processo industrial: procedimento documentado que define o projeto de
trabalho. Registros de processos são aplicáveis tanto para tarefas mais simples e rotineiras, como a
montagem de determinado componente, como para tarefas mais complexas, como o procedimento
de recebimento e conferência da qualidade de materiais.
PROJETO DO TRABALHO
O projeto do trabalho diz respeito exatamente à especificação dos conteúdos e dos métodos
associados a cada um desses trabalhos. O objetivo do projeto do trabalho é criar um ambiente
produtivo e eficiente, onde cada um saiba o que fazer e como fazê-lo. O projeto de um particular
trabalho pode conduzir a mais de uma alternativa de execução, ter mais de uma alternativa
disponível é desejável, na medida em que se deve levar em consideração, quando do projeto de um
particular trabalho, quais os custos envolvidos em cada alternativa, qual a produtividade que se
espera alcançar e quais as implicações sobre o conforto e o bem-estar do funcionário que fará o
trabalho. Como vemos, o projeto do trabalho responde quem fará o trabalho (não nomeado um
funcionário, mas sim dando as características gerais de habilidade requisitadas para o trabalho),
como o fará (ou seja, o método de trabalho) e onde o fará (máquina ou máquinas, setor, divisão,
etc).
Dois campos de estudo emergiram separados, porém relacionados. Um, o estudo do método,
concentra-se na determinação dos métodos e atividades que devem ser incluídos em trabalhos. O
outro, as medidas do trabalho, preocupa-se com a medição do tempo que se deve desprender a
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execução de trabalhos. Juntos esses dois campos são referidos como estudo do trabalho. (Veja a
Figura 3.1).
Figura 3.1 – O estudo do trabalho compreende estudo do método e medição do trabalho.
ESTUDO DO MÉTODO
A abordagem do estudo do método deve ser avaliada primeiramente pela seleção do trabalho a ser
estudado. A maioria das operações produtivas tem muitas centenas, possivelmente milhares de
tarefas e atividades discretas, que podem ser submetidas a estudo. O primeiro estágio é selecionar
aquelas a serem estudadas, que darão o maior retorno sobre o investimento do tempo de estudá-las.
Os tipos de trabalho que devem ser assunto prioritário são os que, por exemplo, parecem oferecer o
maior escopo para as melhorias, ou que estão causando gargalos, atrasos, ou problemas na
operação.
Tem-se demonstrado que uma análise criteriosa pode aumentar em muito a produtividade,
podendo-se, segundo alguns especialistas, chegar a um valor médio de 15% de aumento, sem que
se introduza nenhum equipamento, apenas análise racional.
Pode-se trabalhar a partir de uma visão mais abrangente do trabalho, com a análise de várias
operações inicialmente (macro visão) e, em seguida, atacar detalhes específicos, tais como o
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arranjo das ferramentas e utensílios no local do trabalho e os movimentos do operador ao realizar o
seu trabalho.
Análise dos Processos de Trabalho
A análise do processo utilizado para a realização de um trabalho pode ser feita para uma operação
já existente ou para uma operação nova, ainda a ser implantada. Tanto é possível melhorar uma
atividade que vem sendo realizada como projetar uma nova, com mais eficiência. É possível
afirmar, seguramente, que não existe processo que não possa ser melhorado. Um grande número de
empresas brasileiras aprendeu, ou vem aprendendo a duras penas, a dar mais atenção à análise de
processos de trabalho. Nas últimas décadas, não mais amparadas por políticas governamentais
protecionistas, foram obrigadas a melhorar sua produtividade. Não é raro encontrar relatos de
empresas que obtiveram reduções de custo de até 30%, apenas por meio da revisão de seus
processos produtivos. A análise de um processo de trabalho deve seguir uma seqüência lógica de
ações, conforme ilustrado na Figura 3.2.
FIGURA 3.2 – Seqüência de ações para análise de processos de trabalho.
Seqüência de ações para análise de processos de trabalho
O diagrama da Figura 3.2 deve ser utilizado de maneira cíclica, o mesmo processo, após atingir o
sexto passo, pode ser reiniciado, sempre haverá melhoria contínua. A seguir, são apresentadas em
detalhes as ações utilizadas na análise de processos de trabalho.
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Selecionar um processo: devido ao imenso número de processos de execução de tarefas, é
impraticável querer avaliar e melhorar todos os processos ao mesmo tempo. Por outro lado, não é
necessário que se estude apenas um processo por vez. Vários processos podem ser melhorados
simultaneamente, porém, a prática tem demonstrado ser desaconselhável alterar muitos processos e
procedimentos de trabalho conjuntamente. Sempre vai existir uma curva de aprendizagem para os
novos processos, que pode exigir atenção especial do administrador da produção, logo após a sua
implantação. Antes de propor mudanças em um processo, é necessário conhecer seu
funcionamento com profundidade e as razões que levaram àquela forma de atuação no passado. Da
mesma forma que, em alguns casos, as premissas adotadas na definição de um processo podem ter
se alterado, ou deixado de existir, o que justificaria a sua revisão, levando em conta o novo
contexto, em outras situações, os motivos que levaram um processo a ser definido de uma dada
maneira podem não estar evidentes, embora continuem presentes. A alteração do processo de
forma pouco cuidadosa, sem atenção a esses motivos, pode levar a um novo processo deficiente.
Uma regra muito simples para se decidir que processo analisar primeiro é começar pelo processo
mais fácil e de maior retorno. Assim, a vitória na mudança do primeiro processo servirá como
motivação e aprendizado para ser estendida, naturalmente, aos processos restantes que possam ser
aprimorados. Processos mais difíceis e de pouco retorno devem ficar para o final. Às vezes, o custo
da mudança ou desgaste em alterá-los não se justifica. Dentre os processos com potencial de maior
retorno na sua alteração estão aqueles que representam gargalos, processos que freqüentemente
param por alguma razão, processos com muitas operações ou intensivos em mão-de-obra,
processos com excesso de retrabalho, processos com problemas da qualidade e processos
dispendiosos. Não é difícil para o profissional de produção distinguir estes processos dos demais.
Registrar como é feito: as empresas brasileiras não têm o hábito de escrever como as coisas são
feitas. Em outras palavras, não têm o hábito de registrar seus procedimentos. É raro encontrar
algum processo deficiente, objeto de um estudo de melhoria, que esteja documentado. O simples
fato de se escrever um procedimento já faz com que ele seja analisado e questionado. Como o
hábito de escrever procedimentos é pouco difundido, também é pequena a freqüência da sua
análise e revisão. Para processos industriais, a forma de registro mais comumente usada é, sem
dúvida, o fluxograma. Pode parecer estranho registrar um processo que será mudado. Por que
dedicar tempo e esforço a algo que será alterado? Não é aconselhável sair mudando um processo
de qualquer maneira. Mesmo que algumas melhorias possam parecer óbvias, registrar o método
atual é uma excelente ferramenta de análise, além do mais, vai permitir a comparação entre o antes
e o depois. Por que as empresas brasileiras não costumam registrar procedimentos? Além da falta
APOSTILA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO I
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de costume na área de produção, a cobrança dos níveis superiores se dá principalmente em outros
sentidos. A predominância de cultura e comando nas organizações brasileiras é da área comercial.
É natural que outros tipos de cobranças sejam feitos à área de produção, cujo foco não está ligado a
questões inerentes à própria operação produtiva. Assim, a existência de procedimentos
operacionais de produção bem documentados, embora importantes para a eficiência e eficácia da
operação, muitas vezes não são enfatizadas pela alta administração. A preocupação com a
documentação dos processos produtivos acaba se restringindo aos gestores de produção,
preocupados com o bom desempenho da área.
Criticar o processo atual: naturalmente este é o estagio mais importante. Se o processo a ser
discutido foi bem selecionado e o procedimento foi registrado, fica muito mais fácil propor
melhorias. A proposta de melhorias pode ser feita por meio de um brainstorming com os
envolvidos. A montagem de uma equipe no estilo kaizen de trabalho também tem demonstrado ser
bastante eficiente. Essas duas abordagens, em função de sua característica participativa apresentam
a vantagem adicional de aumentar o comprometimento da equipe. A utilização de formulários é
uma forma prática de garantir que esta fase do processo ocorra com o rigor necessário.
Registrar como deve ser feito: é natural que o novo método desenvolvido a partir das críticas ao
modelo estudado deva ser registrado e documentado. Os registros do antes e do depois permitem
comparar as economias obtidas no trabalho. Se não for feito esse registro, toda economia obtida
em um processo pode ser imediatamente consumida por outro desperdício. O gestor da produção
precisa exigir o resultado das economias alcançadas. É muito comum reduzir o tempo de trabalho,
sem redução na folha de pagamento ou sem aumento da produção. Neste caso há aumento de
produtividade? Se sobrou mais tempo ao trabalhador, o que ele está fazendo deste tempo? A
qualidade melhorou? De que forma? Quanto se economizou em retrabalho? Estas ações devem
servir para demonstrar ao conselho diretivo que a área de produção está fazendo sua parte da
estratégia competitiva.
Implementar o novo processo: a implementação do novo processo vai depender do grau de
dificuldade envolvido. A principal delas diz respeito à necessidade de investimentos, uma vez que
os recursos sempre são escassos. Uma boa forma de conseguir viabilizar o investimento necessário
é provando o benefício que pode ser obtido, por meio da utilização de indicadores financeiros,
como o payback. Tais indicadores devem ser levantados na fase anterior (registro de como deve
ser feito). Outra dificuldade pode advir da resistência natural que as pessoas têm às mudanças. A
própria cultura da empresa é um fator a ser considerado. Existem empresas com pouca ou
APOSTILA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO I
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nenhuma restrição às mudanças e existem empresas altamente resistentes a elas. Nesta fase, o
trabalho do gestor é assegurar que o novo procedimento, cuja viabilidade foi estabelecida na etapa
anterior, vai ser seguido. Não é raro que o responsável “vire as costas” e o processo volte a ser
feito da forma anterior, desperdiçando todo o esforço realizado na análise para a proposição da
mudança. Por isso, sugere-se que o responsável pela implementação de uma mudança leve em
consideração os possíveis focos de resistência, com o objetivo de eliminá-los ou neutralizá-los.
Controlar o novo processo: controlar o novo processo significa ver se ele atendeu às
expectativas, se a economias planejadas estão acontecendo e verificar se o processo pode ainda ser
melhorado dentro da filosofia de melhoria contínua. Na verdade, como ilustrado na Figura 18, o
processo de análise e aprimoramento deve ser contínuo. É a prática da própria definição de
administração: planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho das pessoas da organização e
utilizar, da melhor forma possível, os recursos disponíveis a fim de realizar os objetivos
estabelecidos.
Fluxogramas e Folhas de Análise de Processos
Fluxogramas são formas de representar, por meio de símbolos gráficos, a seqüência dos passos de
um trabalho para facilitar sua análise. Um fluxograma é um recurso visual utilizado pelos gerentes
de produção para analisar sistemas produtivos, buscando identificar oportunidades de melhorar a
eficiência dos processos. Talvez possa ser esclarecedor fazer uma analogia de um fluxograma com
um gráfico que sintetiza as informações contidas em uma tabela de dados. Conferir números e
tendências apresentados em uma tabela qualquer demanda certo trabalho e tempo. A visualização
do que esta acontecendo não é facilmente observada diretamente na tabela de dados. A utilização
de um gráfico permite o rápido entendimento dos dados da tabela. Da mesma forma, analisar um
procedimento, apenas descrevendo seus passos um a um, não permite visualização rápida do
processo como um todo. O fluxograma permite rápida visualização e entendimento. Para explicar
mostrar o poder de visualização de um processo que um fluxograma proporciona.
Qual o tempo de aproveitamento deste processo? Resposta: É fácil levantar um índice indicador de
aproveitamento do processo. Basta medir o percentual produtivo do processo, dividindo o tempo
em que existe agregação de valor ao produto pelo tempo total gasto no processo.
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Índice de Aproveitamento de Tempo = Tempo de Agregação de Valor (Equação 3.1)
Tempo Total do Processo
A representação gráfica inclui cinco tipos de eventos, cujos nomes, símbolos e caracterizações são
as seguintes:
Operação (símbolo = Ο): considera-se que um objeto (peça, subconjunto, produto ou outro
material qualquer) sofre uma operação quando ocorrer uma das condições seguintes:
a) Alteram-se as suas características físicas ou químicas;
b) Ele é montado ou separado de outro objeto;
c) Ele é preparado para outro evento seguinte.
Em alguns casos, principalmente quando se trata de fluxogramas envolvendo documentos,
considera-se que ocorre uma operação toda vez que existe algum tipo de cálculo, preenchimento de
documentos ou planejamento, ou ainda quando uma informação é dada ou recebida.
Transporte (símbolo = ⇒): toda vez que se desloca um objeto de um local para o outro, ocorre um
transporte. Por outro lado, deslocamentos intrínsecos a uma operação, ou que ocorrem no próprio
local de trabalho, não são considerados como transporte no fluxograma do material.
Inspeção (Símbolo = ): a inspeção consiste em examinar um objeto tanto para identificação,
como para contagem ou verificação de qualidade.
Estocagem (símbolo = ∇): ocorre quando um objeto é retido intencionalmente para uso posterior,
em instalações apropriadas ou não.
Demora (símbolo = D): Uma demora é uma retenção não intencional do objeto, ou seja, uma
retenção que não faz parte teoricamente do processo de produção, impedindo no próximo passo no
andamento do fluxo.
A figura 3.3 ilustra os eventos e seus símbolos na construção de um fluxograma do processo.
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Figura 3.3 – Símbolos do fluxograma do processo.
.
Os analistas freqüentemente utilizam na análise do processo um conjunto de questões que servem
de guia. Algumas das questões mais representativas são as seguintes:
I. É possível mais economicamente a operação, variando os equipamentos, as ferramentas
ou acessórios?
II. O arranjo físico do local de trabalho pode ser melhorado?
III. As condições de trabalho (ruído, ventilação, poeira, iluminação, etc.) são satisfatórias?
IV. Como podem as perdas e os produtos defeituosos serem reduzidos?
V. Podem as distâncias percorridas pelo material serem reduzidas?
VI. Pode o manuseio de materiais podem ser reduzidos?
VII. Atividades similares podem ser agrupadas?
VIII. É possível programar melhor a entrega de materiais, de forma a reduzir ou eliminar os
tempos de estocagem?
IX. A estocagem esta sendo feita de forma a preservar o material contra quebras e
deteriorizaçao?
X. As instruções para os operadores são adequadas?
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A figura 3.4 mostra exemplos de fluxogramas e diagramas de processo.
Figura 3.4 – Fluxogramas e Diagrama de Fluxo de Processos.
Desenvolver um novo método
O exame crítico prévio dos métodos atuais indicou, nesse estágio, algumas distâncias e
melhoramentos. Esse estágio envolve levar essa idéia avante na tentativa de:
• eliminar partes inteiras da atividade;
• combinar elementos;
• mudar a seqüência de evento, de modo que melhore a eficiência do trabalho; ou
• simplificar a atividade para reduzir o conteúdo de trabalho.
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Uma ajuda útil durante esse processo é um checklist, como no Revised principles of motion
economy (Princípios revisados de economia de movimento). A Tabela 3.1 ilustra isso.
Tabela 3.1 – Princípios de Tempos e Movimentos.
ESTUDO DE TEMPOS
A intenção agora é a de medir o trabalho, ou seja, determinar o intervalo de tempo que uma
operação leva para ser completada. Para cada operação iremos definir um tempo padrão, que é
obtido após uma serie de considerações, tanto sobre o operador como sobre o método de trabalho
seguido. A determinação do tempo padrão para se efetuar uma tarefa possui pelo menos duas
grandes utilidades:
I. Serve para estudos posteriores que visem determinar o custo industrial associado a um
dado produto;
II. Serve para avaliar, pela redução ou não do tempo padrão, se houve melhoria no método
de trabalho, quando se faz um estudo de métodos.
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Iremos apresentar três formas pelas quais se pode obter o tempo padrão de uma operação:
a) Estudo de tempos com cronômetros
b) Dados padrão pré-determinados
c) Tempos históricos
Estudo de Tempos com Cronômetros
A mensuração do trabalho, feita de forma científica, utilizando técnicas estatísticas, teve seu início
na primeira metade do século passado, e era aplicada apenas em organizações do tipo industrial.
Seus precursores foram Frederick W. Taylor e o casal Frank e Lílian Gilbreth. O objetivo da
medida dos tempos de trabalho era determinar a melhor e mais eficiente forma de desenvolver uma
tarefa específica. Esta metodologia permaneceu praticamente inalterada desde aquela época. A
cronometragem das tarefas continua a ser largamente utilizada na maioria das empresas brasileiras,
com o objetivo de medir e avaliar o desempenho do trabalho.
Estudo de tempos: é a determinação, com o uso de um cronômetro, do tempo necessário para se
realizar uma tarefa. O termo “cronoanálise” é bastante utilizado nas empresas brasileiras para
designar o processo de estudo, mensuração e determinação dos tempos padrão em uma
organização.
Cronoanalista: o vocábulo cronoanalista foi bastante utilizado nas indústrias brasileiras para
designar o cargo e função do profissional que executava as tomadas de tempo. Esta função foi
largamente utilizada para registro na carteira de trabalho. Atualmente, devido à constante redução
do contingente de overhead nas organizações, o cargo de cronoanalista foi substituído por outras
descrições de cargo mais abrangentes e menos específicas, tais como analista industrial ou analista
de processos. Diga-se de passagem, que bons profissionais nesta área são difíceis de encontrar.
Como prova disto, é comum encontrarem-se inúmeras ofertas de emprego nos classificados dos
jornais para técnicos ou analistas de produção.
Finalidade do estudo de tempos: o estudo de tempos não tem apenas a finalidade de estabelecer a
melhor forma de trabalho. O estudo de tempos procura determinar um padrão de referência que
servirá para:
• Determinação da capacidade produtiva da empresa;
• Elaboração dos programas de produção;
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• Determinação do valor da mão-de-obra direta no cálculo do custo do produto vendido
(CPV);
• Estimativa do custo de um novo produto durante seu projeto e criação;
• Balanceamento das linhas de produção e montagem.
Equipamentos para o Estudo de Tempos
Cronômetro de hora centesimal: a cronometragem do tempo de execução de determinada tarefa
pode ser realizada com a utilização de um cronômetro normal facilmente encontrado no mercado.
O inconveniente dos cronômetros normais é que o sistema horário é sexagesimal, assim os tempos
medidos precisam ser transformados para o sistema centesimal antes de serem utilizados nos
cálculos, conforme o Quadro 3.1:
Tempo medido com cronômetro
comum
Tempo transformado para o sistema
centesimal
1 minuto e 10 segundos 1 + 10/60 = 1,17 minutos
1 minuto e 20 segundos 1 + 20/60 = 1,33 minutos
1 minuto e 30 segundos 1 + 30/60 = 1,50 minutos
1 hora, 47 min e 15 seg. 1 + 47/60 + 15/360 = 1,83 horas
Quadro 3.1 - Conversão do tempo sexagesimal para centesimal
Para facilitar a tomada de tempos, existe um tipo de cronômetro, encontrado em lojas
especializadas, que conta o tempo de forma centesimal, uma volta do ponteiro maior corresponde a
1/100 de hora, ou 36 segundos.
Filmadora: Conforme mencionado anteriormente, o casal Gilbreth utilizou-se de filmadoras para
encontrar movimentos mais econômicos para cada tarefa. Nos dias de hoje também se pode utilizar
filmadoras para a mensuração dos tempos necessários para a realização das tarefas. A utilização de
filmadoras tem a vantagem de registrar fielmente todos os movimentos executados pelo operador,
e, se bem utilizada, pode eliminar a tensão psicológica que o operador sente quando está sendo
observado diretamente por um cronoanalista.
Prancheta: Na maioria das vezes, exceto quanto à mensuração é feita por filmes, a tomada de
tempos é feita no local onde ocorre a operação. Desta forma, é comum o uso de uma prancheta
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para apoio do cronômetro e da folha de observações, de forma a permitir que o cronoanalista possa
anotar suas tomadas de tempo em pé. Estas pranchetas adaptadas podem ser encontradas em lojas
especializadas ou ser adquirida através de revistas técnicas do ramo que, geralmente, circulam
entre os profissionais da organização.
Folha de observação: trata-se de um documento em que são registrados os tempos e demais
observações relativas à operação cronometrada. É comum que cada empresa desenvolva sua folha
de observação especifica.
Determinação do tempo cronometrado
Divisão da operação em elementos: em primeiro lugar, a operação total cujo tempo padrão se
deseja determinar deve ser dividida em partes para que o método de trabalho possa ter uma medida
precisa, deve-se tomar o cuidado de não dividir a operação em exageradamente muitos ou
demasiadamente poucos elementos. Algumas regras gerais para este desdobramento são:
1. Separar o trabalho em partes, de maneira que sejam mais curtas possíveis, mas longas o
suficiente para que possam ser medidas com o cronômetro. A prática obtida, na realização de
inúmeros processos de cronoanálise em várias empresas indica que o tempo mínimo a ser medido
deve ser superior a cinco segundos.
2. As ações do operador, quando independentes das ações da máquina, devem ser medidas em
separado. Em outras palavras, o trabalho do operador é do operador e o trabalho da máquina é da
máquina.
3. Definir o atraso ocasionado pelo operador e pelo equipamento separadamente
Determinação do número de ciclos a serem cronometrados: é obvio e intuitivo que apenas uma
tomada de tempo não é suficiente para se determinar o tempo de uma atividade. É necessário que
se façam várias tomadas de tempo para obtenção de uma média aritmética destes tempos. A
questão é: quantas tomadas de tempo são necessárias para que a média obtida seja estatisticamente
aceitável? Neste caso é necessário utilizar um cálculo estatístico de determinação do número de
observações, dado na equação 3.1.
2
2⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛××
×=
xdErRZN (Equação 3.1)
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Onde: N = número de ciclos a serem cronometrados
Z = coeficiente de distribuição normal para uma probabilidade determinada
R = amplitude da amostra
Er = erro relativo da medida
d2= coeficiente em função do número de cronometragens realizadas preliminarmente
x = média dos valores das observações
Na prática costuma-se utilizar probabilidades para o grau de confiabilidade da medida entre 90% e
95%, e erro relativo aceitável variando entre 5% e 10%. Em outras palavras, supondo que seja
encontrada uma média de cronometragens no valor de 10 segundos para um grau de confiabilidade
de 95% e um erro de 5% isto significa que, estatisticamente, existe 95% de certeza que o tempo da
atividade está entre 9,5 segundos e 10,5 segundos.
Tabelas de coeficientes
Os valores típicos dos coeficientes Z e d2 utilizados nos cálculos são apresentados na Tabela 3.2 e
na Tabela 3.3, respectivamente.
Coeficientes de distribuição normal
Probabilidade 90% 91% 92% 93% 94% 95% 96% 97% 98% 99%
Z 1,65 1,70 1,75 1,81 1,88 1,96 2,05 2,17 2,33 2,58
Tabela 3.2 – Coeficientes de distribuição normal
Tabela 3.3 – Coeficientes d2 para o número de cronometragens iniciais
Interpretação da fórmula: a fórmula do cálculo do número de ciclos a serem cronometrados foi
desenvolvida em bases estatísticas. O tamanho da amostra vai depender:
a) do grau de confiança desejado: Assim, quanto maior o grau de confiança, maior o valor de Z
(vide Tabela 2). Como Z está no numerador da fórmula, quanto maior Z, maior o tamanho de N.
b) da dispersão entre os valores individuais da população: Quanto maior a amplitude da amostra,
maior o valor de N, já que R também está no numerador da fórmula.
Coeficiente d2 para o número de cronometragens iniciais
N 2 3 4 5 6 7 8 9 10
d 2 1,128 1,693 2,059 2,326 2,534 2,704 2,847 2,970 3,078
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c) do erro tolerável: Quanto maior o valor do erro tolerável Er, menor o tamanho da amostra
exigido, uma vez que Er esta no denominador da fórmula.
d) da média das observações: Quanto maior for o valor da média, menor será o tamanho da
amostra necessário, já que x está no denominador da fórmula. Isto está relacionado ao fato que o
grau de precisão na mensuração do tempo de atividades longas é maior que na mensuração de
atividades curtas.
e) do tamanho da amostra inicial: Quanto maior o tamanho da amostra inicial, mais precisa será a
mensuração. Como se pode perceber a partir da Tabela 2, d2 aumenta à medida que aumenta o
número de cronometragens iniciais. Assim, como d2 se encontra no denominador da fórmula,
quanto maior a amostragem inicial, menor será o valor de N.
Avaliação da velocidade do operador: é o processo por meio do qual o cronoanalista compara o
ritmo do operador em observação com o seu próprio conceito de ritmo normal.
Para se chegar ao tempo padrão de uma operação, há dois tipos de tempos que antes devem ser
determinados sobre a mesma operação: o tempo real e o tempo normal.
- O tempo real é aquele que decorre realmente quando é feita uma operação. Ele é obtido por
cronometragem direta do operador em seu posto de trabalho e varia de operador a operador
e também para o mesmo para o mesmo operador em ocasiões distintas. Desta forma o
analista devera fazer um numero de medidas suficientes para obter um valor médio do
tempo real, com um certo grau de confiança.
- O tempo normal é o tempo requerido para um operador completar sua operação operando
com velocidade normal. Por sua vez, velocidade normal é aquela que pode ser obtida e
mantida por um trabalhador de eficiência média durante o dia típico de trabalho sem fadiga
indevida. Se um operador trabalha com velocidade normal, dizemos que sua eficiência é de
100% .O analista, ao mesmo tempo em que cronometra o tempo real do operador, também
registra sua eficiência. Em principio o julgamento do analista sobre a eficiência do
operador é altamente subjetivo, mas seus julgamentos serão coerentes com o de outros
analistas se ele for convenientemente treinado.
Velocidade acima do normal: o operador que está sendo avaliado pode estar trabalhando acima da
velocidade normal. Isto pode acontecer por vários motivos, como por exemplo:
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• tratar-se do início de expediente na segunda-feira;
• o operador ter acabado de ser repreendido por seu superior;
• o operador estar buscando um prêmio de produtividade;
• o operador possuir uma destreza para aquela tarefa que pouca gente possui (neste caso a
velocidade de trabalho pode ser normal para aquele operador específico, porém não servirá
para um operador “normal”);
• simplesmente, por estar sendo observado pelo cronoanalista.
Neste caso, o tempo cronometrado encontrado deverá ser ajustado para cima, já que outros
operadores não conseguirão repetir esse desempenho.
Velocidade abaixo do normal: nesta situação, o operador pode estar realizando a tarefa que está
sendo cronometrada em velocidade lenta, ou que pode acontecer por fadiga, como por exemplo em
uma sexta-feira à tarde. A lentidão também pode decorrer de o operador observado ainda não ter
prática suficiente na tarefa, por estar intimidado ao sentir seu trabalho sendo cronometrado ou por
qualquer outra razão. Neste caso, o tempo cronometrado encontrado deverá ser ajustado para
baixo, já que menos tempo será necessário para que outros operadores realizem a mesma tarefa.
Determinação da velocidade: talvez a parte mais importante e mais difícil do estudo de tempos
consista na avaliação da velocidade ou ritmo com o qual o operador trabalha, durante a execução
da cronoanálise. A velocidade do operador é determinada subjetivamente pelo cronoanalista. Para
a velocidade de operação normal do operador é atribuída uma taxa de velocidade, ou ritmo, de
100%. Velocidades acima do normal apresentam valores superiores a 100% e velocidades abaixo
do normal apresentam valores inferiores a 100%. Como se trata de uma avaliação subjetiva, é
comum que se faça o treinamento dos cronoanalistas, utilizando-se operações padronizadas, ou
operações realizadas dentro da empresa e para as quais se tenha convencionado o tempo que
representa a velocidade normal de 100%. Em outras palavras, o cronoanalista deve saber se um
trabalhador está em ritmo lento ou acelerado da mesma forma que é possível perceber as pessoas
andando na rua. É fácil observar quem está andando depressa, quem anda em velocidade normal e
quem esta andando mais devagar. Assim, se for convencionado que andar a 3 km/h é normal
(100%), então andar a 4 km/h equivale a um ritmo de 133% e andar a 2 km/h equivale a um ritmo
de 67%.
Quando se determina o tempo de execução uma operação é preciso levar em conta a velocidade
com que o operador está realizando a operação. Para tornar o tempo utilizável para todos os
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trabalhadores, a medida da velocidade,que é expressa como uma taxa de desempenho que reflete o
nível de esforço do operador observado, deve também ser incluída para “normalizar” o trabalho. A
equação 3.2 ilustra o cálculo do tempo normal.
TN = TC x v (Equação 3.2)
onde: TN = Tempo normal
TC = Tempo cronometrado
v = Velocidade do operador
Uma forma confiável de avaliação da velocidade do operador, que tem sido utilizada em vários
estudos práticos de cronoanálise, consiste simplesmente em perguntar para um experiente chefe do
setor se o ritmo está correto. Quase que invariavelmente a resposta é mais realista que qualquer
inferência feita por um cronoanalista.
Determinação do tempo padrão
Uma vez determinado o tempo normal que é o tempo cronometrado ajustado a uma velocidade ou
ritmo normal, será preciso levar em consideração que não é possível um operário trabalhar o dia
inteiro, sem nenhuma interrupção, tanto por necessidades pessoais, como por motivos alheios à sua
vontade. O tempo padrão é calculado multiplicando-se o tempo normal por um fator de tolerância
para compensar o período que o trabalhador, efetivamente, não trabalha. O cálculo é feito
utilizando-se a equação 3.3:
TP = TN x FT (Equação 3.3)
onde: TP = Tempo Padrão
TN = Tempo Normal
FT = Fator de Tolerância
Tolerância para atendimento às necessidades pessoais: como se tratam de necessidades
fisiológicas do organismo, estas tolerâncias costumam ser consideradas em primeiro lugar. Uma
forma eficiente de se determinar os tempos de duração destas tolerâncias consiste na utilização da
teoria da amostragem do trabalho que será discutida mais adiante. Outra forma de se determinar o
tempo de tolerância é por meio do monitoramento contínuo. Em trabalhos leves, para uma jornada
de trabalho de oito horas diárias, sem intervalos de descanso pré-estabelecidos (exceto almoço,
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naturalmente) o tempo médio de parada, geralmente utilizado, varia de 10 a 24 minutos, ou seja, de
2% a 5% da jornada de trabalho. É importante observar que esta tolerância pode variar de
indivíduo para indivíduo, de país para país, e de acordo com a natureza e ambiente de trabalho. Em
geral, trabalhos mais pesados eambientes quentes e úmidos requerem maior tempo para estas
necessidades. Tolerância para alívio da fadiga: até hoje não existe uma forma satisfatória de se
medir a fadiga, que é proveniente não só da natureza do trabalho, mas também das condições
ambientais do local de trabalho. A tabela 3.4 apresenta as tolerâncias propostas por Benjamin W.
Niebel, em seu livro Motion and Study, as quais são comumente mencionadas na literatura sobre
administração da produção. Na prática das empresas brasileiras, o que se tem observado é a
utilização de uma tolerância entre 15% e 20% do tempo para trabalhos normais, em condições de
ambiente normais.
Tabela 3.4 – Tolerâncias de Trabalho.
Tolerância para espera: além das tolerâncias necessárias para as necessidades pessoais e para o
alívio de fadiga, existe um outro tipo de tolerância para situações sobre as quais o trabalhador não
tem domínio, dentre as quais as mais usuais são as esperas por trabalho. As esperas podem ter
vários motivos, dentre eles é possível citar: necessidades de pequenos ajustes de máquina,
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interrupções do trabalho pelo próprio supervisor, falta de material, falta de energia e necessidades
de manutenção preventiva. Estes tipos de esperas
podem ser determinados por meio de estudos contínuos ou de amostragem do trabalho, feitas ao
longo de um período de tempo suficientemente grande para validar os valores encontrados. Este
tipo de tolerância não necessariamente deve fazer parte do tempo padrão. Caso este tempo de
tolerância não seja incluído no tempo padrão, o tempo de espera deve ser subtraído da capacidade
disponível de homem hora máquina na jornada de trabalho.
TEMPOS PRÉ-DETERMINADOS (TEMPOS SINTÉTICOS)
À medida que uma empresa realiza estudos de tempos, estes vão permanecendo em arquivo de
forma que, com o passar do tempo, a empresa passa a possuir um grande arquivo de tempos
elementares, que são comuns a inúmeras funções. Este arquivo permite que muitos tempos
elementares e comuns possam ser recuperados e utilizados, sem a necessidade de nova
cronometragem. A principal vantagem da utilização de tempos predeterminados é a eliminação da
necessidade de nova cronoanálise quando do lançamento de um novo produto. Assim, é possível
levantar o tempo de execução do novo produto antes mesmo de ele ter sido colocado em produção.
Barnes (1999) menciona nove sistemas de tempos sintéticos e comenta que, devido à falta de
informação publicada e as especificidades de cada método feito ou adaptado para cada empresa em
particular, é impossível saber quantos sistemas distintos de tempos sintéticos podem estar em uso
nas organizações. Porém, em que pese o alto grau de especificação, todos os métodos possuem
muito em comum.
1. Tempos sintéticos para operações de montagem (1938)
2. Sistema fator trabalho (1938)
3. Sistema MTM – Methods Time Measurement (1948)
4. Sistema BTM – Basic Time Measurement (1950)
Dados predeterminados (também chamados de tempos elementares predeterminados) são tempos
normais elementares publicados por associações especializadas. O sistema mais comumente
utilizado e abundantemente comentado na literatura técnica de administração da produção é o
sistema MTM, que utiliza as tabelas de tempos elementares padrão, desenvolvidas em 1948, nos
Estados Unidos, pelo Methods Engineering Council (Conselho de Engenharia de Métodos).
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O MTM apresenta diversas tabelas contendo os tempos para uma serie de atividades fundamentais
(alcançar, girar, e aplicar pressão, soltar, desacoplar, etc.) sob variadas circunstâncias.
O uso de sistemas do tipo MTM possui diversas vantagens, entre as quais a precisão e a eliminação
da avaliação do desempenho do operador. Mesmo quando a operação ainda esta sendo projetada, o
seu tempo de execução pode ser determinado. Por outro lado, a principal desvantagem está no
treinamento exigido ao analista de tempos para que consiga utilizar o sistema com proveito.
Geralmente é necessário um curso formal e muitas horas de pratica para se atingir um estagio
satisfatório de uso do sistema.
TEMPOS HISTÓRICOS
Denominamos de tempo históricos aqueles derivados dos próprios estudos de tempo da empresa.
Através dos anos, os processos produtivos apresentarão sem duvida muitas operações diferentes,
mas o analista de tempo notará que muitos elementos são comuns a essas operações. A cada vez
que esses elementos aparecem, o valor de seu tempo de execução poderá ser tomado de arquivos
especialmente mantidos para registro. Não haverá necessidade de cronometrá-los novamente. Os
passos para o uso desse arquivo são os seguintes:
a) analisar a operação a ser cronometrada, para identificar os seus elemento; se possível, as
operações devem ser divididas em classes, segundo as semelhanças que possuam, pois
operações pertencentes a uma mesma classe tenderão a ter elementos iguais ou
semelhantes;
b) verificar os arquivos para ver quais elementos que já possuem seus tempos cronometrados ;
c) usar cronometragem direta para os elementos que não constam arquivos;
d) somar os tempos dos elementos para obter o tempo normal da operação completa;
e) aplicar a tolerância devida para obter o tempo padrão.
O arquivo de dados históricos possui uma vantagem imediata, que se refere ao custo envolvido na
determinação de tempos, além disso, ele elimina a necessidade de avaliar a eficiência do operador,
já que o tempo arquivado já esta normalizado ou é uma média de muitos registros, feitos com
operadores mais lentos e mais rápidos. A desvantagem, também clara, é o cuidado exigido com a
manutenção de tal arquivo e sua constante atualização; além disso os arquivos podem perpetuar
medidas errados feitas no passado.
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4 - PLANEJAMENTO DA CAPACIDADE
INTRODUÇÃO
Uma definição genérica de capacidade de produção é a capacidade máxima de produção a que se
pode submeter uma unidade produtiva em um determinado intervalo de tempo fixo.
A capacidade instalada consiste no volume máximo que uma unidade produtora pode alcançar,
sem nenhuma perda, trabalhando em regime full time. É uma medida hipotética, a ser utilizada
para definições estratégicas.
A capacidade disponível corresponde ao volume produzido em uma unidade produtiva no período
correspondente à jornada de trabalho, sem considerar nenhuma perda.
A capacidade efetiva corresponde à capacidade disponível considerando-se as perdas planejadas.
A capacidade realizada inclui-se também as perdas não planejadas. Quanto menor o tempo
necessário para a realização de cada set-up, mais set-ups poderão ser feitos, diminuindo o tamanho
dos lotes mínimos de fabricação, o que implica na redução do estoque médio do produto na
empresa, sem prejuízo à qualidade do atendimento.
Em determinados tipos de produção, o programador deve definir em que máquina alocar qual
trabalho e em que seqüência. A forma mais usual para alocação e seqüenciamento de trabalho é
feita por meio do gráfico de Gantt. O sistema de custos da organização é importante para o
planejamento e controle das atividades da organização e auxilia na decisão do modo de fabricar, na
melhoria dos processos e na eliminação de desperdícios.
A análise custo x lucro x volume é muito utilizada nas organizações e permite estudar os
relacionamentos que acontecem entre os custos incorridos, o volume de produção e o lucro
auferido em um determinado período. O ponto de equilíbrio representa a quantidade de produtos
vendidos para a qual os gastos se igualam às receitas. A margem de contribuição reflete o quanto
cada unidade vendida contribui para a cobertura dos custos e despesas fixas de uma organização.
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O que é Capacidade?
O termo capacidade, mencionado isoladamente, esta associado à idéia de competência, volume
máximo ou quantidade máxima de “alguma coisa”. A capacidade de determinado tambor é de 300
litros, um tambor menor poderá ter capacidade para armazenar 100 litros d’água, por exemplo. Um
cinema pode ter capacidade para 400 lugares. A capacidade de uma sala de aula pode ser medida
pela quantidade de alunos que ela comporta, 40 alunos, por exemplo. A capacidade de um ônibus é
representada pela quantidade de passageiros, considerando ou não a possibilidade de transporte de
passageiros em pé, além dos sentados. Um estacionamento pode ter capacidade para 200
automóveis. Um hotel tem capacidade de 100 apartamentos, e assim por diante.
O que Significa Capacidade de Produção?
O termo capacidade, conforme visto, considerou o volume ou a quantidade máxima em condições
fixas destes ativos ou instalações. Embora estas medidas possam ser úteis, e freqüentemente
utilizadas pelos gestores de produção, é necessário também se conhecer a capacidade sob seu
aspecto dinâmico. Para isto, deve ser adicionada a dimensão tempo a esta medida. Por exemplo, o
cinema tem capacidade para 400 lugares, como cada seção de cinema dura cerca de duas horas, se
for considerado o intervalo entre uma sessão e outra, verificar-se que o cinema pode “processar”
1.200 espectadores por dia de oito horas (realização de três sessões). A sala de aula pode
“processar” até 80 alunos por dia, se for utilizada para aulas em dois turnos. As informações a
respeito da capacidade são de fundamental importância. São informações imprescindíveis para
todos os níveis da organização: estratégico, tático e operacional.
Tipos de Capacidade
Como visto, a capacidade está associada à quantidade máxima de um produto (produto = bem +
serviço) que se pode produzir em determinado tempo em uma unidade produtiva. Em que pese este
conceito simples, devido a diversos fatores, a definição e medida de capacidade, em certos casos
tornam-se complexos. O conceito de capacidade deve ser estratificado em outras definições mais
específicas e de maior grau de utilidade para seu planejamento. A denominação utilizada para cada
tipo de capacidade definida pode variar de autor para autor, ou de organização para organização.
Porém, o significado do conteúdo, independente da terminologia, permanece comum.
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Capacidade Instalada
É a capacidade máxima que uma unidade produtora pode produzir se trabalhar ininterruptamente,
sem que seja considerada nenhuma perda. Em outras palavras, é a produção que poderia ser obtida
em uma unidade fabril trabalhando 24 horas por dia, todos os dias da semana e todos os dias do
mês, sem necessidade de parada, de manutenções, sem perdas por dificuldades de programação,
falta de material ou outros motivos que são comuns em uma unidade produtiva. Trata-se de uma
medida hipotética, uma vez que, na prática, é impossível uma empresa funcionar
ininterruptamente. Porém, não deixa de ser uma medida importante para tomada de decisão de
nível estratégico, com relação à necessidade ou não de ampliação da capacidade, uma vez que se
trata de um valor de produção que nunca poderá ser ultrapassado sem ampliação das instalações.
Exemplo: uma empresa do ramo alimentício tem capacidade de produzir, em um forno contínuo,
duas toneladas de biscoitos por hora. Qual é a capacidade mensal instalada desta empresa?
Resposta: Capacidade instalada =30 dias x 24 horas x 2 toneladas por
hora = 1.440 toneladas de biscoitos por mês
.
Neste caso, a unidade de medida da capacidade pode ser em tempo (horas de forno disponíveis) ou
em quantidade (toneladas de biscoito produzidas).
Capacidade Disponível ou de Projeto
É a quantidade máxima que uma unidade produtiva pode produzir durante a jornada de trabalho
disponível, sem levar em consideração qualquer tipo de perda. A capacidade disponível, via de
regra, é considerada em função da jornada de trabalho que a empresa adota.
Exemplo: O fabricante de biscoitos do exemplo anterior, com 720 horas mensais de capacidade
instalada, pode trabalhar:
• um turno: um turno diário, com oito horas de duração, cinco dias por semana. Neste caso, a
capacidade de disponível será de 8 x 5 x 4 = 160 horas mensais;
• dois turnos: dois turnos diários, com oito horas de duração cada um, cinco dias por semana.
Neste caso, a capacidade disponível será de 2 x (8 x 5 x 4) = 320 horas mensais;
• três turnos: três turnos diários, com oito horas de duração cada um, cinco dias por semana.
Neste caso, a capacidade disponível será de 3 x (8 x 5 x 4) = 480 horas mensais;
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• quatro turnos: três turnos diários, com oito horas de duração cada um, sete dias por semana
(há quatro equipes que se intercalam para garantir o funcionamento ininterrupto,
respeitando o descanso semanal de todos os funcionários). Neste caso a capacidade
disponível será de 3 x (8 x 7 x 4) = 672 horas mensais. Observe que o valor não atingiu 720
horas, pois estamos considerando um mês composto por quatro semanas o que representa
28 dias, por facilidade de cálculo;
• realização de horas-extras: qualquer hora trabalhada além da jornada normal de trabalho,
considerada hora-extra é somada à capacidade disponível.
Existem duas formas de aumentar a capacidade disponível:
1. aumento da capacidade instalada: consiste em aumentar a quantidade de máquinas, em
adquirir máquinas com maior capacidade de produção, enfim, na expansão da planta
industrial. Desta forma, com a mesma jornada de trabalho, a empresa pode produzir mais.
O custo da mão-de-obra, em apenas um turno de trabalho, é menor, porém investimentos na
planta industrial representam custos fixos geralmente elevados;
2. aumento de turnos de trabalho: O custo da mão-de-obra aumenta quando se aumentam os
turnos de trabalho em função da necessidade de pagamento de “adicional noturno”,
necessidade de transporte durante a madrugada para os funcionários, necessidade de mão-
de-obra indireta para supervisão dos turnos e assim por diante. Porém, trata-se de um custo
variável.
Quando se opera próximo aos níveis máximos da capacidade disponível, a empresa corre sério
risco de faturar mais, porém com menores resultados ou até prejuízo. Por que isto acontece?
Porque os custos de produção aumentam. Não se trata apenas de custos de pagamento com horas-
extras, adicional noturno e aumento do overhead, acumulam-se os custos da falta de produtividade
e qualidade, em um fenômeno que é conhecido como “deseconomia de escala”.
O aumento da capacidade instalada pela expansão do parque instalado é recomendado quando a
demanda de mercado tende a continuar em crescimento e não haverá ociosidade deste
investimento, o aumento de capacidade por meio da adoção de mais jornadas de trabalho pode ser
mais interessante quando os investimentos em equipamentos forem elevados e não houver certeza
do comportamento da demanda.
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Grau de disponibilidade: a capacidade instalada e a capacidade disponível permitem a formação
de um índice, denominado grau de disponibilidade. Que indica, em forma percentual, quanto uma
unidade produtiva está disponível.
instaladaCapacidadedisponívelCapacidade
idadedisponibildeGrau =
Capacidade efetiva ou carga
A capacidade efetiva representa a capacidade disponível subtraindo-se as perdas planejadas desta
capacidade. A capacidade efetiva não pode exceder a capacidade disponível, isto seria o mesmo
que programar uma carga de máquina por um tempo superior ao disponível.
Perdas de capacidade planejadas: são aquelas perdas que se sabe de antemão que irão acontecer,
por exemplo:
• necessidade de set-ups para alterações no mix de produtos;
• manutenções preventivas periódicas;
• tempos perdidos em trocas de turnos;
• amostragens da qualidade etc.
Perdas de capacidade não planejadas: são perdas que não se consegue antever, como por exemplo:
• falta de matéria-prima;
• falta de energia elétrica;
• falta de funcionários;
• paradas para manutenção corretiva;
• investigações de problemas da qualidade etc.
Grau de utilização: a capacidade disponível e a capacidade efetiva permitem a formação de um
índice, denominado grau de utilização. Que representa, em forma percentual, quanto uma unidade
produtiva está utilizando sua capacidade disponível.
disponívelCapacidadeefetivaCapacidade
utilizaçãodeGrau =
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Capacidade realizada
A capacidade realizada é obtida subtraindo-se as perdas não planejadas da capacidade efetiva, em
outras palavras, é a capacidade que realmente aconteceu em determinado período.
Registros de Produção (Diário de Bordo): Toda área produtiva tem uma forma de registrar todas
as ocorrências consideradas relevantes, acontecidas durante o turno de produção. Além dos
registros óbvios como quantidade produzida, número de peças com defeito, por exemplo, também
são anotadas ocorrências como horário e duração de falta de energia elétrica, quebra ou paralisação
de determinada máquina, falta de determinado material etc. Trata-se de um verdadeiro diário de
bordo. No passado, estes registros eram feitos geralmente em um caderno preto. Atualmente, são
feitos de forma on line via sistema de informática.
Índice de eficiência: a capacidade realizada, quando comparada à capacidade efetiva, fornece a
porcentagem de eficiência da unidade produtora em realizar o trabalho programado.
efetivaCapacidaderealizadaCapacidade
eficiênciadeGrau =
Ajustes no Planejamento
Quando necessário, a área de planejamento comercial solicita à área de produção alguma alteração
no planejamento. Dependendo do grau de alteração, o planejamento precisa ser redefinido,
novamente em comum acordo entre as áreas. Não é raro, em empresas brasileiras, encontrar
diretores comerciais, ou gerentes de vendas no chão de fábrica, alterando programações de
produção que, aliás, sequer foram pré-estabelecidas.
Apesar da resistência inicial da área comercial em se comprometer com um planejamento
comercial, com o passar do tempo, o atendimento aos pedidos melhora e a área de vendas, percebe
o benefício, passando a ver o planejamento comercial como uma poderosa ferramenta para
aumentar ainda mais as vendas.
Tempo de preparação (set-up): corresponde ao tempo para preparar uma unidade produtiva
quando se troca o tipo ou modelo de produto a ser produzido. Set-up é o trabalho necessário para
se mudar uma máquina específica, recurso, centro de trabalho ou linha de produção. Após concluir
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a última peça da produção A para produzir a primeira peça boa da produção B. A seguir são
descritos alguns exemplos de atividades de set- up:
• uma cabine de pintura está pintando refrigeradores brancos e precisa ser limpa e ter a cor
da tinta trocada para se começar a pintura de refrigeradores marrons;
• uma injetora de plásticos está produzindo copos d’água na cor azul. Para serem produzidos
jarros vermelhos nesta mesma máquina, é necessário trocar a matriz de injeção (do copo
para a jarra) e a cor do plástico (de azul para vermelho);
• uma prensa hidráulica está estampando chapas de aço para fabricação da lateral de um
fogão. Para estampar a porta do forno deste mesmo fogão, será necessário trocar a matriz
de estampagem e o tipo do blank utilizado.
A palavra set-up de produção, em que pese ter um termo correspondente em português (tempo de
preparação), é mais utilizado nas organizações industriais em sua forma original em inglês.
A influência da seqüência de produção no tempo de set-up
A seqüência das trocas de um produto para outro pode influenciar significativamente o tempo
gasto em set-ups na produção. Por exemplo, vamos supor que determinada empresa de injeção de
plástico tenha um programa de produção para o período compreendendo 10 tipos de produtos.
Todos eles são de polipropileno nas mesmas especificações, sendo três na cor azul, outros três na
cor branca e quatro na cor vermelha. Neste caso, o programador de produção deve sempre
considerar a possibilidade de agrupar, por lote mínimo de produção, as peças da mesma cor, para
reduzir o tempo de set-up. Outro exemplo seria a troca de cores em uma linha de pintura.
Geralmente é mais simples trocar cores claras por cores escuras, devido à maior capacidade de
cobertura das tintas escuras sobre as claras, exemplo muito comum em linhas de tingimento do
setor têxtil.
Planejamento e Controle da Capacidade
Planejamento e controle de capacidade é a tarefa determinar a capacidade efetiva da operação
produtiva, de forma que ela possa responder à demanda. Isso normalmente significa decidir como
a operação deve reagir a flutuação na demanda.
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O planejamento da capacidade é um planejamento de longo prazo, normalmente expresso em anos,
com um horizonte de tempo, na maioria das indústrias brasileiras, de dois até cinco anos,
dependendo do porte da empresa e da complexidade da produção. Este planejamento é de nível
estratégico e orienta a empresa sobre o caminho a trilhar no futuro. As decisões do planejamento
da capacidade incluem a intenção de ampliação da planta atual, a construção de novas plantas
industriais, a aquisição e modernização de máquinas, a expansão da linha de produtos com novos
lançamentos, um estudo de previsão de demanda de longo prazo e das tendências da economia
como um todo e do setor, especificamente. Este planejamento envolve ainda a avaliação de como
serão obtidos recursos para os investimentos necessários para o aumento da produção.
Os níveis de gerenciamento são divididos em estratégico, tático e operacional. As decisões de nível
estratégico são de longo prazo e compete a alta administração (diretoria). As decisões de nível
tático são de médio prazo e competem à média administração (gerência). As decisões de nível
operacional são de curto prazo tomadas pela baixa administração (supervisão).
Como visto anteriormente, chamamos de capacidade à quantidade máxima de produtos e serviços
que podem ser produzidos numa unidade produtiva, num dado intervalo de tempo. Assim, por
exemplo, se num determinado departamento de montagem de uma empresa tivermos 5
empregados, cada qual trabalhando 8 horas diárias, realizando a montagem de um componente à
razão de 20 montagens por hora e por empregado, a capacidade do departamento, expressa em
número de montagens do componente por dia, será:
5 empregados x 8 horas x 20 montagens = 800 montagens
Dia hora x empregado dia
Algumas vezes a unidade produtiva trabalha com a capacidade total. Por exemplo, uma loja pode
estar dimensionada para atender a 200 clientes em média por dia, mas, presentemente, estar
atendendo apenas 120. Neste caso, dizemos que o uso da capacidade é de 120/200 x 100 = 60% ou,
ainda, que a loja está operando com 60% de sua capacidade. Outras vezes podemos encontrar que
“certa unidade está operando com 110% de sua capacidade”. Isto só tem sido se a referência básica
de capacidade, ou seja, as condições nas quais ela foi definida, estiver sendo violada. No nosso
exemplo da loja, digamos que a capacidade de atendimento de 200 clientes por dia foi definida
levando-se em conta 8 horas diárias de trabalho, com 10 atendentes e supondo-se um certo tempo
médio de atendimento por cliente. Se essa quantidade de horas, atendentes e tempo médio de
atendimento foram à referência básica para o cálculo de 200 clientes por dia, e alguém alegar que a
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loja está trabalhando com 110% de sua capacidade, saberemos imediatamente que essa referência
básica foi alterada: ou se aumentou o número de atendentes, ou o número diário de horas de
atendimento ou, finalmente, por algum motivo, alterou-se para menos o tempo médio de
atendimento de cada cliente. Sem violar as referências básicas da definição da capacidade, não é
possível ter uma capacidade maior que 100%.
Prover a capacidade produtiva para satisfazer à demanda atual e futura é uma responsabilidade
fundamental da administração de produção. Equilíbrio adequado entre capacidade e demanda pode
gerar altos lucros e clientes satisfeitos, enquanto equilíbrio “errado” pode ser potencialmente
desastroso. Embora planejar e controlar a capacidade seja uma das principais responsabilidades
dos gerentes de produção.
O que chamamos aqui de planejamento e controle de capacidade às vezes também é chamado de
planejamento e controle agregados. A razão disse é que, no “mais alto nível” do processo de
planejamento e controle, os cálculos de demanda e capacidade normalmente são realizados de
forma agregada, que não discrimina entre os diferentes produtos e serviços que uma operação
produtiva pode fazer. A essência da tarefa é conciliar no nível geral e agregado, a existência de
capacidade com o nível de demanda que deve ser satisfeita (veja a Figura 4.1).
Figura 4.1 – Definição de planejamento e controle da capacidade produtiva
Objetivos do planejamento e controle de capacidade.
As decisões tomadas por gerentes de produção no planejamento de suas políticas de capacidade
afetarão diversos aspectos de desempenho.
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• Os custos serão afetados pelo equilíbrio entre capacidade e demanda. Níveis de capacidade
excedentes à demanda podem significar subtilização de capacidade e, portanto, alto custo
unitário.
• As receitas também serão afetadas pelo equilíbrio entre capacidade e demanda, mas de
forma oposta . Níveis de capacidade iguais ou superiores à demanda em qualquer momento
assegurarão que toda a demanda seja atendida e não haja perda de receitas.
• O capital de giro será afetado se uma operação decidir produzir estoque de bens acabados
antecipando-se à demanda. Isso pode permitir atender à demanda, mas a organização deve
financiar o estoque até que seja vendido.
• A qualidade dos bens ou serviços pode ser afetada por um planejamento de capacidade, por
meio da contratação de pessoal temporário, por exemplo. O pessoal novo e a interrupção do
trabalho rotineiro da operação aumentariam a probabilidade de ocorrência de erros .
• A velocidade de respostas à demanda do cliente pode ser melhorada, seja pelo aumento dos
estoques (permitindo que os clientes sejam atendidos diretamente pelo estoque em vez de
terem que esperar a fabricação dos itens) ou pela provisão deliberada de capacidade
excedente, evitando-se filas.
• A confiabilidade do fornecimento também será afetada pelo nível de proximidade entre os
níveis de demanda e da capacidade de fornecimento de serviços e produtos será menor ,
quando mais próximo da capacidade total estiver a demanda , pois menos a operação
conseguira lidar com possíveis interrupções.
• A flexibilidade, especialmente a de volume será melhorada por capacidade excedente . Se a
demanda e a capacidade estiverem de responder a quaisquer aumentos inesperados de
demanda.
Medida da Capacidade
Existem duas formas de se medir a capacidade de uma unidade produtiva:
- Através da produção;
- Através dos insumos.
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Medida Através da Produção
Nesse caso, as unidades de medida devem ser comuns ao tipo de produto produzido. Em outras
palavras, é impraticável misturar medidas, tais como metros com toneladas e assim por diante.
Pode-se perceber que, se existe um só produto, ou produtos semelhantes, não há problema algum
em se medir a capacidade pela produção. É o caso, por exemplo, de uma usina de álcool, cuja
capacidade pode ser medida em litros por mês (ou por dia, semana, etc.). Se existirem vários
produtos, as necessidades e recursos produtivos são diferentes para as diversas combinações desses
produtos. Para exemplificar, imagine-se que as capacidades de montagem de rádios e televisores
em uma companhia sejam expressas individualmente por 1000 rádios ou 600 televisores por dia.
Se trabalharmos apenas com as unidades, e supondo que os recursos possam se distribuir
linearmente entre rádios e televisores, então a capacidade de montagem pode ser, por exemplo, de
800 unidades (500 rádios e 300 televisores) ou então 900 unidades, formadas por 750 rádios e 150
televisores, e por aí afora. Mudando a composição dos produtos, muda então a capacidade em
termos de unidade. No caso de se possuir vários produtos, uma forma alternativa de se expressar a
capacidade pode ser através dos insumos utilizados para a produção dos bens ou prestação dos
serviços.
Medidas Através dos Insumos
Em organizações de serviços, freqüentemente a maneira mais viável de se medir a capacidade é
por meio dos insumos utilizados, já que existe dificuldade, em muitos casos, de se identificar o que
seja a produção e conseqüentemente de medi-la. Dada a variedade de serviços médicos que aí são
prestados, e dada à dificuldade de se medir esses serviços de forma isolada da qualidade que os
acompanha, há mais sentido em se referir à capacidade ao número de leitos disponíveis. Em geral,
quando se trata de serviços puros, prescinde-se, na medida da capacidade, da referência a um
determinado período. Voltando ao hospital, teria pouco sentido falar em 500 leitos/mês, digamos,
dada a variabilidade do tempo de permanência de cada paciente.
O Quadro 4.1 apresenta alguns exemplos de medidas de capacidade, utilizando tanto a produção
como os insumos.
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USANDO MEDIDAS DE PRODUÇÃO
INSTITUIÇÃO MEDIDA DA CAPACIDADE
Siderúrgica
Refinaria de petróleo
Montadora de automóveis
Companhia de papel
Companhia de eletricidade
Fazenda
Tonelada de aço/mês
Litros de gasolina/dia
Número de carros/mês
Toneladas de papel/semana
Megawatts/hora
Toneladas de grãos/ano
USANDO MEDIDAS DE INSUMOS
Companhia aérea
Restaurante
Teatro (ou cinema)
Hotel
Hospital
Escola
Número de assentos/vôo
Número de refeições/dia
Número de assentos
Número de quartos (hóspedes)
Número de leitos
Número de vagas
Quadro 4.1 – Algumas Medidas de Capacidade
Expansão da Capacidade
Ao longo do tempo, na medida em que a demanda apresenta um padrão de crescimento, a empresa
provavelmente necessitará ir acrescentando alguma capacidade aquela já existente. Em geral, esse
acréscimo de capacidade não se dá de forma contínua, mas sim “aos saltos”. Em projetos de
plantas industriais, é comum deixar-se uma área destinada a expansões. Assim fazendo, o custo de
se obter capacidade extra é provavelmente menor do que remodelar toda uma estrutura sem essa
provisão.
Outra forma de se obter alguma capacidade a mais é através de uma reorganização do arranjo
físico de equipamentos, escritórios, área de circulação, etc. Como já foi dito, um bom arranjo físico
influencia de perto a capacidade. Ainda outras maneiras de se aumentar à capacidade seriam as
seguintes:
a) Utilizar a capacidade ociosa dos equipamentos, ou substituí-los por outros modernos e de
maior capacidade, embora sem ocupar proporcionalmente maior espaço;
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b) Utilizar técnicas de programação e controle da produção ou das operações que possam, sem
grandes alterações nos equipamentos e no arranjo físico, aumentar a produção;
c) Aproveitar melhor os espaços por meio da redução de estoques de produtos, matéria-prima ou
materiais semi-processados.
Em geral, é relativamente difícil promover mudanças radicais da capacidade a curto e em médio
prazo. Na indústria, determinadas necessidades de capacidade, principalmente devidas a
sazonalidade (aumento ou queda da demanda em épocas bem definidas), podem ser acomodadas
por meio de certos recursos, tais como manter a fábrica funcionando normalmente nas épocas de
baixa demanda e estocar o excedente, contratar mão-de-obra temporária, operar em horas extras,
subcontratar operações, etc.
Em atividades de serviços, a estocagem não é possível, mas alguns outros recursos podem ser
usados. Assim, por exemplo, para acomodar a elevação da demanda, as lojas contratam
funcionários temporários na época do Natal, acontecendo o mesmo com as livrarias ao início das
aulas. De maneira geral, porém, nem sempre isso é possível, o que acaba respondendo por cenas
comuns em serviços, como as filas nos bancos ou os restaurantes lotados em dias de grande
movimento.
Avaliação Econômica de Capacidade
Na grande maioria das organizações a gestão dos custos é feita por um departamento especializado
em contabilidade e finanças, onde são gerados os relatórios, cujo objetivo básico é o auxilio à
tomada de decisões. Os gestores da organização, tais como o presidente, os acionistas, diretores e
também os gerentes de produção são os usuários primários que usam a informação para o
planejamento e controle das operações rotineiras. Assim sendo, é importante que os profissionais
ligados à área de produção tenham um bom entendimento dos conceitos e metodologias contábeis
e financeiros. É essencial que os gestores da produção estejam aptos a avaliar o comportamento
dos custos das operações de sua responsabilidade, especialmente quando forem necessárias
decisões de investimento de capital para aumento da capacidade.
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Conceitos
Os conceitos financeiros e de custos industriais aqui apresentados não pretendem esgotar um
assunto tão amplo. O objetivo deste item é proporcionar ao gestor das áreas de produção uma visão
geral dos tópicos imprescindíveis de custos que afetam a área industrial.
Sistema de contabilidade: é um mecanismo formal para recolher, organizar e comunicar
informações sobre as atividades de uma organização. Normalmente as informações são enviadas
em forma de relatórios contábeis. Os relatórios que precisam ser conhecidos pelo gerente de
produção são:
• balanço patrimonial (BP);
• demonstrativo de origens e aplicações de recursos (DOAR);
• demonstrativo de resultados do exercício (DRE).
Gastos: qualquer sacrifício financeiro, realizado em um determinado período, para a fabricação de
um produto (produto = bens + serviços). Os gastos são representados por custos, despesas e
investimentos. Exemplo: gastos com honorários da diretoria, gastos com mão-de-obra, gastos com
material, gastos com manutenção, gastos com compra de ativo imobilizado etc.
Investimentos: gastos para a compra de ativos que irão gerar benefícios em períodos futuros,
ligados ao aumento de capacidade de produção. Estes investimentos são somados ao ativo da
empresa que vão gerar os custos de depreciação de capital. Exemplo: estoque de matéria-prima,
estoque de produtos acabados, máquinas e equipamentos.
Custos: valor de todos os insumos utilizados na fabricação de um produto (bem + serviço).
Exemplo: matéria-prima, mão-de-obra direta e gastos gerais de fabricação.
Despesas: valor de todos os gastos não diretamente relacionados à fabricação do produto,
consumidos em determinado período. São exemplos de despesas em uma organização: salários do
pessoal administrativo, despesas com marketing, aluguel da filial de vendas, pró-labore da
diretoria, despesas com frete para entrega do produto acabado etc. Obs: o frete de matéria-prima é
incorporado ao custo da matéria-prima. Assim, este tipo de frete é considerado como custo.
Perdas: gastos, geralmente previstos, que não geram um novo produto. Apesar de serem previstos,
as empresas realizam esforços contínuos para sua diminuição ou para o reaproveitamento. São
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exemplos de perdas as rebarbas ou aparas geradas em um processo de corte por estampagem, as
aparas ou retalhos de tecido que sobram do corte das peças, os pedaços de vidro, considerados
aparas, que sobram em uma vidraçaria etc. Até mesmo inspeções de qualidade, apesar de certa
polêmica, são atualmente consideradas como perdas uma vez que não agregam valor (de
transformação) ao produto.
Os atuais programas de ERP controlam de forma bastante eficiente rebarbas, aparas e retalhos
gerados durante o processo. Por exemplo, quando uma chapa de aço é estampada, ela pode gerar
rebarbas inaproveitáveis. Cada vez que é dada a entrada em estoque de um produto acabado, o
sistema ERP realiza automaticamente a baixa dos estoques de matériaprima e alimenta o estoque
da sucata planejada. Se este retalho puder ser aproveitado para uma peça menor, por exemplo, o
sistema alimenta o estoque de retalhos. Quando esta peça menor for ser produzida, o sistema
examina o estoque de retalhos e orienta a produção a partir dos retalhos aproveitáveis, caso haja
saldo em estoque.
Desperdícios: gastos, geralmente não previstos, que não geram novo produto e que podem e
devem ser eliminados, sem prejuízo à qualidade ou quantidade de produtos fabricados e vendidos.
Podem ocorrer devido à ociosidade (recursos não utilizados) ou à ineficiência (recursos mal
utilizados). São exemplos de desperdícios: retrabalhos18, estocagens, perdas no processo por
problemas de qualidade, excesso de cargos e de pessoal e assim por diante.
Custo fixo: é qualquer gasto, lembrando que gastos podem ser custos ou despesas, que permanece
constante, independente da quantidade de produto (bem + serviço) fabricado. Embora não exista
nenhum custo verdadeiramente fixo, há muitos gastos que permanecem fixos para uma larga faixa
de produção. Exemplos típicos de custos fixos incluem aluguéis, vários tipos de depreciações,
seguros, salários administrativos etc.
Custo variável: é aquele que varia com a quantidade produzida. Amatéria-prima é um dos
melhores exemplos de custos variáveis em organizações do tipo industrial. Outro exemplo, na área
de serviços, é a limpeza de um quarto de hotel. Para limpar um quarto de hotel é necessário
material de limpeza, troca de lençóis e toalhas, mão-de-obra etc. Podemos dizer que cada quarto de
hotel tem um custo de limpeza que varia de acordo com o volume de ocupação (quantidade de
produção realizada).
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Custo total: o custo total é a soma dos custos fixos e dos custos variáveis em uma organização. A
Figura 60 ilustra graficamente o comportamento dos custos fixo, variável e total, com base na
variação do número de unidades produzidas.
Custos diretos: são todos os custos que podem ser alocados diretamente ao produto, de forma
fácil e confiável, para cada unidade individual que é produzida. Custos diretos não são rateados.
Os melhores exemplos de custo direto são representados pela matéria-prima e mão-de-obra direta.
Mão-de-obra direta (MOD): é o custo da mão-de-obra dos funcionários que trabalham
diretamente na linha de montagem da fábrica, ou seja, dos funcionários que agregam valor ao
produto, que participam do processo de produção em operações do tipo: montagem, soldagem,
colagem, colocação de elementos de fixação como parafusos, porcas, arruelas, rebites, enfim, que
realizem toda e qualquer operação necessária ao processo de transformação do produto.
Custos indiretos: são todos os custos que, apesar de estarem ligados ao processo produtivo, não
podem ser alocados diretamente ao produto de forma fácil e confiável, sendo, portanto rateados
entre os produtos fabricados. Os custos indiretos representam os gastos gerais de fabricação.
Custo de capital: é, geralmente, expresso como um percentual em base anual. A determinação
deste percentual depende do “custo do dinheiro” para a organização. Por exemplo, recursos de
investimento pagos a juros de longo prazo, subsidiados por algum organismo de desenvolvimento,
são, sem dúvida menos dispendiosos que as linhas de crédito normais de mercado.
Custos de oportunidade: representam as vantagens perdidas de lucro quando se investe em
determinada atividade ao invés de outra, que poderia fornecer lucros maiores. Por exemplo: uma
empresa possui um patrimônio liquido de R$ 800.000,00. Este valor, representado por máquinas,
instalações, estoques etc, poderia ser utilizado para uma aplicação financeira que rendesse 0,5% ao
mês. Isto representa um custo de oportunidade, que foi perdida, de R$ 4.000,00 por mês. Deve ser
levado em conta, ainda, o risco de se investir em uma empresa, comparando-o com uma aplicação
financeira.
Análise CLV (Custo X Lucro X Volume)
Das técnicas disponíveis para o estudo de alternativas de capacidade, iremos nos restringir à
chamada análise custo/volume ou análise do ponto de equilíbrio. A análise do ponto de equilíbrio
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estabelece uma relação entre receitas, custos e volume de produção (quantidade produzida). O
objetivo fundamental da análise é verificar como se comportam os custos e a receita (e
conseqüentemente os lucros) sob diferentes alternativas de volume de produção (ou de capacidade
produtiva).
A análise custo lucro volume é uma técnica muito utilizada nas organizações, que permite estudar
os relacionamentos que acontecem entre custos incorridos, volume de produção ou nível de
atividade e receitas auferidas em um determinado período, para medir sua influência sobre o lucro.
Os gestores da organização desejam saber como as decisões que afetam o volume de produção
afetarão os custos e as receitas. Apesar de existirem outros fatores que afetam os custos, além do
volume de produção, é importante e útil para o processo de decisão compreender o relacionamento
entre o volume de produção, os custos e as receitas.
Para a análise custo volume lucro, é necessário utilizar algumas suposições simplificadoras, a
principal simplificação é considerar que os custos fixos continuam fixos independente do volume
de produção e que os custos variáveis crescem de forma linear em relação a este volume de
produção. Isto normalmente é válido para uma determinada faixa de atividade de produção,
subordinada à sua capacidade. Outras simplificações são:
a) os preços de venda são constantes para qualquer nível de atividade;
b) todos os custos podem ser classificados como sendo fixos ou variáveis;
c) os preços das matérias-primas e insumos também permanecem constantes para qualquer volume
de compras;
d) durante o horizonte de planejamento, não haverá mudanças na política administrativa, no
processo produtivo, na eficiência de homens e máquinas, nem no controle de custos;
e) no caso de empresas que produzem mais de um tipo de produto, a participação total dos
produtos na receita é antecipadamente conhecida;
f) todos os produtos fabricados são vendidos.
Ponto de Equilíbrio
A análise mais básica da técnica “custo lucro volume” calcula o ponto de equilíbrio mensal. O
ponto de equilíbrio representa a quantidade de produtos produzidos e vendidos ou o nível de
atividade da organização para o qual os gastos (custos + despesas) se igualam às suas receitas. Em
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outras palavras, o ponto de equilíbrio serve para calcular o volume de negócios que a organização
deve realizar para atingir o equilíbrio, ou seja, não ter lucro nem prejuízo.
O volume de negócios no ponto de equilíbrio pode ser calculado tanto em unidades de produtos
como em unidades financeiras. Quando as empresas trabalham com mais de um tipo de produto, o
que é mais provável que aconteça, o ponto de equilíbrio, quando calculado em unidades de
produtos, considera um valor médio de custo e preço de venda para cada unidade.
Sejam:
CT = custo total associado à produção de q unidades do produto;
CF = custo fixo total (independente de q);
CVu= custo variável (direto) unitário, ou seja, o custo para se fazer uma unidade, levando em conta
apenas os custos diretos sobre o produto.
Tendo em conta as definições acima, pode-se escrever que:
CT = CF + q CVu (Equação 4.1)
Por outro lado, seja R a receita total associado à produção e venda de q unidades do produto ou do
serviço. Supondo que PV designe o preço de venda unitário, pode-se escrever que:
R = q PV (Equação 4.2)
Chamamos de ponto de equilíbrio ao valor q da produção tal que existia a igualdade entre custos
totais e receita total, ou seja, a produção para a qual o lucro é zero. Para se determinar quanto vale
essa produção q em função dos custos e do preço unitário de venda, basta igualar as equações 4.1 e
4.2:
CT = CF + q CVu = R = q PV
ou CF = q PV – q CVu e CF = q (PV – CVu)
e, finalmente:
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q = __CF_____ (Equação 4.3)
PV – CVu
A equação 4.3 fornece então o ponto de equilíbrio, ou seja, a qualidade produzida que corresponde
ao lucro zero. Abaixo de q unidades, enquanto que acima o lucro será positivo. A figura 4.2 ilustra
graficamente os custos, a receita e o ponto de equilíbrio.
Figura 4.2 – Custos, Receitas e Ponto de Equilíbrio
Em certos momentos, podemos estar interessados na qualidade produzida que corresponde a um
certo valor prefixado L do lucro.Neste caso, pode-se demonstrar facilmente que a qualidade q será
dada por:
q = ____L + CF______ (Equação 4.4)
PV – Cvu
Algumas cautelas devem der tomadas antes de se usar a análise do ponto de equilíbrio, dadas às
hipóteses que são implicitamente assumidas.
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a) A análise do ponto de equilíbrio vale quando se trata de um só produto (serviço) ou de produtos
(serviços) semelhantes para os quais sentidos em se falar um custo unitário médio e de um preço
médio de venda. É preciso que a particular combinação desses diferentes produtos ou serviços seja
mais ou menos fixa, pois, de outra forma os valores médios estariam constantemente mudando;
b) Assume-se que tanto o custo fixo, como direto e o preço de venda são invariáveis com o
volume. Deve-se tomar cuidado para se usar a análise nos casos em que isso realmente acontece,
pelo menos de forma aproximada. Não há duvida que e possível trabalhar com valores não
constantes, mas as Equações 4.3 e 4.4 não seriam válidas. Além disso, seria preciso que se
soubesse as regras de variação dos custos e do preço de venda com a qualidade, para que as
equações básicas pudessem ser rescritas
c) Finalmente, existe implicitamente a hipótese de que toda quantidade produzida será vendida, ou
seja, não há az formação de estoques.
Necessidades de Equipamentos: Produtos Manufaturados
Para se fazer uma estimativa de equipamentos necessários, é preciso que se análise cada um dos
itens que serão produzidos e as operações envolvidas. Estima-se então o tempo de processamento t
(em minutos, por exemplo) para cada operação os equipamentos não operam durante todo o tempo,
devido a paradas inevitáveis para preparação para as operações, manutenção e provisões para
falhas, deve-se estimar as eficiências e da operação, ou seja, a fração do tempo em que se espera
que o equipamento esteja operando.
Suponhamos que uma dada operação que faça parte do processamento de um certo produto deva
ser repetida N vezes ao dia, durante o qual a máquina estará em principio disponível por h horas,
tempo esse que depende diretamente do número de turnos de trabalho. Estando o tempo de cada
operação expresso em minutos, o número m de máquinas necessárias para acomodar todas as
operações será:
m = t N = t (min/oper.) N (nº oper) ____ (Equação 4.5)
60 h e 60 (min/hora) h (horas/maquina) e (efic.)
A equação 4.5 nos dá o número das máquinas necessárias para cumprir certa operação associada a
um produto bem definido.
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Planejamento de Pessoal em Postos de Atendimento
Como as atividades de serviços são normalmente intensivas no uso da mão-de-obra, o
planejamento de pessoal acaba sendo um dos principais aspectos do planejamento da capacidade.
Vamos exemplificar esse planejamento para o caso de postos de atendimento ao público, com as
seguintes características:
- Existem K atividades, cada uma das quais pode ser feita por qualquer atendente (essa hipótese
pode ser relaxada mais tarde);
- Ni é a demanda diária para a atividade i, ou seja, o número de vezes que a atividade é cumprida;
- ti é a duração média da atividade i (em minutos);
- e é a eficiência média do pessoal, ou seja, a fração de tempo útil dedicada às atividades;
- T é a duração do dia de trabalho (em horas).
Considerando-se então todas as K atividades, o numero total n de atendentes necessários será.
n = ∑ t i N i ( i = 1, 2, ....., K) Equação 4.6
60 T e
Por outro lado, se cada diferente atividade requerer seus próprios atendentes, que não podem então
por qualquer motivo se deslocar para outras atividades, o número de atendentes n, que se precisa
para a atividade i será:
n i = t i N i Equação 4.7
60 T e
CAPACIDADE DE PRODUÇÃO VIA BALANCEAMENTO DE LINHA
O cálculo da capacidade de produção, podemos obter os limites superior e inferior:
CP= TP_ (Equação 4.8)
TC
onde: CP = Capacidade de produção por dia.
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TP = Tempo disponível para a produção por dia.
TC = Tempo de ciclo em minutos por unidade.
O tempo de ciclo no qual desejamos operar será função do tempo disponível para a produção por
dia dividido pela taxa de demanda esperada por dia.
TC= TP (Equação 4.9)
D
onde: D = Demanda esperada por dia.
Nmínimo = Σt (Equação 4.10)
TC
onde: Nmínimo = Número mínimo de postos de trabalho;
t = Tempo de cada operação.
Existem alternativas de composição destes postos de trabalho. Como este exemplo é simples,
poderíamos listar todas e escolher a melhor. Na prática, a situação é mais complexa, existindo
normalmente, uma gama muito maior de atividades nas linhas de montagem, com limitações
físicas associadas ao layout e equipamentos, à incompatibilidade entre operações e a fatores
humanos.
Como a meta de qualquer balanceamento de linha consiste em empregar eficientemente os
recursos produtivos para um determinado tempo de ciclo, a eficiência de uma alternativa é avaliada
em função de quanto tempo livre ela gera.
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5 – PLANEJAMENTO E CONTROLE DA DEMANDA
INTRODUÇÃO
Em gestão de produção e operações, muitos dos recursos têm “materialidade”, têm existência
física, como máquinas, equipamentos, instalações, materiais e pessoas. Esses recursos físicos têm
uma característica importante para o gestor: inércia decisória. O que queremos dizer com inércia
decisória? Que as decisões com relação a esses recursos levam tempo para tomar efeito, ou seja, a
situação permanece inalterada, inerte, durante esse período de tempo, mesmo depois de a decisão
ter sido tomada.
Se um gestor necessita de determinada quantidade de determinado material e decide obter esse
material, ele coloca um pedido com seu fornecedor (seja ele um fornecedor interno ou externo) e,
só depois de decorrido certo tempo, é que o material estará disponível para uso. Se um gestor
constata que necessita de um funcionário adicional, leva um tempo, desde essa constatação até que
o funcionário esteja disponível – é necessário disparar o processo de recrutamento, seleção,
treinamento entre outras atividades consumidoras de tempo.
Se é necessária uma expansão de fábrica, só um bom tempo depois de a decisão tomada é que a
fábrica expandida estará disponível e operante. Isso significa que, para que o gestor da operação
tome uma decisão, é necessário que ele tenha uma visão, a mais clara possível, de futuro, para que
a decisão tomada hoje seja adequada, não ao presente, mas ao momento no futuro em que a
decisão de fato tomar efeito. Essa visão de futuro necessária vem exatamente das previsões – daí
sua importância para um bom processo de tomada de decisões em operações.
Principais Erros Cometidos Pelas Empresas Quanto a Previsões
Muitas vezes, nas empresas, descobrimos que as previsões de vendas, por exemplo, partem do
setor financeiro. Quando se vai mais fundo no assunto, descobre-se que na verdade o setor
financeiro, responsável pelo orçamento, definiu seus desejáveis retornos sobre investimento e, a
partir daí, definiu quanto necessita ter vendas; por conseguinte, quanto deseja ter de demanda e,
segundo alguma lógica, define a ter a demanda desejada futura, que, muitas vezes, passa a ser
chamada e considerada em outros setores da empresa não como um desejo, uma meta a atingir,
mas como uma previsão. Neste ponto, é importante fazer a diferenciação entre os conceitos.
Previsões são estimativas de como se vai comportar o mercado demandante no futuro, são
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especulações sobre o potencial de compra do mercado. Metas são a parcela desse potencial de
compra do mercado a que a empresa deseja atender e pode ter um objetivo motivacional, de
incentivo à maior proatividade dos vendedores, por exemplo. Se o setor de operações não tiver
dois valores nos quais basear suas decisões. Uma meta ambiciosa, com intuito motivacional,
poderia ter como conseqüência um suprimento superestimado em reação às previsões, acarretando
excesso e sobra de estoques com os correspondentes custos associados. Isso nos mostra o primeiro
erro freqüente da gestão de precisões: a confusão entre metas e previsões.
Podemos, então, formular o primeiro dos erros frequentemente encontrados nas empresas, quanto a
previsões.
Em muitas situações, são pequenas mais ligadas aos setores comercias que ficam responsáveis por
produzir as previsões de demanda que embasarão várias decisões de vários outros setores. “Errar”
previsões, por um motivo muito simples: é de sua natureza. Por isso se chamam PREvisões, uma
“visão” obtida antes de as coisas acontecerem (e que, na verdade, não passa de uma “especulação
educada e informada sobre o futuro”).
Mas agora considere: por que empresas e instituições pagam pela previsão da Climatempo e não
pagam um centavo pela sua e de seus amigos leigos? (afinal, ambas estão “erradas”). Claro que a
resposta é: embora ambas estejam erradas, em média, para uma série de previsões, as previsões
feitas tecnicamente, por profissionais que:
1. têm dados de boa qualidade;
2. sabem o que fazer com eles para gerar uma previsão,
apresentarão erro menor.
Em outras palavras, é inócua a discussão sobre “acertar” ou “errar” previsões, pois elas estão
sempre erradas. Deve ficar claro, entretanto, que faz total diferença, para a gestão de operações, o
quanto se erra nas previsões.
Erro 1 das previsões: confundir previsões com metas e, um erro subseqüente, considerar as metas como se fossem previsões.
Erro 2 das previsões: gastar tempo e esforço discutindo se “acerta” ou “erra” nas previsões, quando o mais relevante é discutir “o quanto” se está errando e as maneiras de alterar processos envolvidos, de forma a reduzir estes “erros”.
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Se a previsão dos profissionais erra menos, evidentemente isso ocorre pelas técnicas e processos
que são usados por eles, mas não o são pelos leigos. Ou seja, a qualidade das previsões depende
dessas técnicas e processos, que sempre podem ser melhorados.
Os profissionais de operações necessitam de dois números:
1. uma estimativa de demanda ou da venda; e
2. uma estimativa do erro de previsão esperado porque da estimativa do erro derivarão
importantes decisões sobre os “colchões” de segurança que serão dimensionados para a
operação (na forma de estoques ou tempo os capacidade extra) de forma a torná-la capaz de
fazer frente a essas incertezas, mantendo níveis desejados de serviço aos clientes (na forma
de disponibilidade de produtos, ou tempo de espera em filas ou outros).
Vale a pena continuar a colocar esforços no sentido de melhorar a qualidade de previsões, mesmo
que os erros continuem grandes. Afinal, não são necessárias previsões perfeitas, num mercado
competitivo. Elas devem ser, isso sim, melhores que as previsões da concorrência.
LEI DOS GRANDES NÚMEROS OU RISK POOLING E SEU EFEITO NAS PREVISÕES
Um bom processo decisório sobre recursos que tenham inércia baseia-se em ter uma boa “visão”
do futuro, obtida a partir de processos de previsão.
Nesses processos decisórios, em geral, diferentes decisões têm inércias diferentes (ou seja,
requerem diferentes períodos de tempo tomarem efeito). Para bem apoiar essas decisões, portanto,
é necessário que as previsões tenham diferentes horizontes. É necessário considerar um horizonte
de curto prazo para que a partir deste se tomem boas decisões de inércia pequena, um horizonte
Erro 3 das previsões: levar em conta, nas previsões que servirão para apoiar decisões em operações, um número só. Previsões, para operações, devem sempre ser consideradas com dois “números”: a previsão em si e uma estimava do erro
desta previsão.
Erro 4 das previsões: desistir ou não se esforçar o suficiente para melhorar os processos de previsão por não se conseguir “acertar” as previsões, quando, em operações, não se necessita ter previsões perfeitas, mas previsões consistentemente melhores que as da concorrência.
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médio para tomada de decisão com consideração de decisões de inércia média e um horizonte
longo para suportar decisões de inércia maior. A Figura 5.1 ilustra essa idéia.
Figura 5.1 – Horizontes diferentes de previsão apóiam decisões de inércia diferentes.
Por exemplo, em relação à gestão de capacidade produtiva, decisões de inércia pequena, que
podem ser tomadas com pouca antecedência, são as referentes à decisão de usar horas extras. As
decisões de inércia maior, por outro lado, envolvem níveis mais elevados de recursos e, em
decorrência, os efeitos de uma decisão errada terão relevância maior. Por exemplo, uma decisão de
ampliação substancial de capacidade produtiva que inclua expansão de fábrica deve ser tomada
com muita antecedência. Sabemos que a probabilidade de erro nas previsões cresce com o
horizonte. A Figura 5.2 ilustra essa idéia.
Figura 5.2 – Com outras variáveis constantes, os erros de previsão crescem com o horizonte de
previsão.
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Ora, se justamente as decisões que envolvem maior volume de recursos têm de ser tomadas com
maior antecedência e tomar decisões com antecedência significa estar sob maior probabilidade de
erro, isso implica que justamente as decisões cujos erros podem ter conseqüências mais sérias são
aquelas com maior probabilidade de erro.
Imagine que um ano e meio atrás nos reunimos para fazer previsões das vendas de determinada
loja da rede de lanchonetes McDonald’s para o mês passado. No melhor de nossa habilidade,
analisando históricos de vendas, sazonalidades e outras ciclicidades envolvidas, e outros aspectos
relevantes, chegamos à previsão por sanduíche ilustrada na Tabela 5.1.
Sanduíche Previsão para o mês passado (feita
há um ano e meio)
Quarteirão com queijo 2.500
Big Mac 6.000
Hambúrguer 4.500
Cheeseburguer 3.000
Filé de peixe 1.200
McChichen 1.800
Total 18.000
Fonte: Baseada em Corrêa e Caon, 2002
Tabela 5.1 - Previsão das vendas de sanduíches
Quando o mês passado terminou, analisando as vendas efetivamente ocorridas. Chegamos aos
números da tabela 5.2.
Tabela 5.2 – Vendas efetivas de sanduíche e erros percentuais de previsão.
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Note que os erros das previsões individuais por sanduíche foram, em média, de 20,8%, um
resultado relativamente alto. Entretanto, se tivéssemos feito o exercício de prever o “agregado” ou
o total de vendas para a loja, teríamos feito a previsão de um total de vendas de 18.000 sanduíches,
que é o total das vendas efetivas, 18.443, na tabela 5.2, percebemos que de previsão agregada
resulta não em algo da ordem de 20%, mas de 2,4%, uma ordem de grandeza a menos.
Esse efeito ocorre, pois, em previsões desagregadas, ou seja, individuais por sanduíche no caso de
nossa lanchonete hipotética; alguns dos erros são “a maior” e outros são a menor “Em outras
palavras, algumas previsões foram superdimensionadas e outras subdimensionadas”. Os erros por
superdimensionamento tendem, até certo ponto, a compensar os erros por subdimensionamento,
resultando numa previsão agregada muito mais precisa, percentualmente, que a previsão
desagregada do mesmo fenômeno. Quanto maior o número de itens e quanto mais
“aleatoriamente” se distribuírem os erros a menor e a maior, mais esse efeito tende a se fazer
sentir.
Decisões Diferentes Requerem níveis Diferentes de Agregação dos Dados
As decisões de maior inércia, que envolvem maiores recursos, necessitam de maior antecedência;
também requerem uma visão de futuro com maior horizonte, e, portanto, estão mais sujeitas a
incertezas (é mais difícil prever fenômenos mais distantes no futuro). Por outro lado, essas mesmas
decisões tendem a não requerer visões (previsões) de futuro desagregadas. Com a agregação, os
erros de previsão ficam reduzidos, compensando a necessidade de antecedências mais longas com
a possibilidade do tratamento agregado de informações. Isso significa que, se, ao longo do
horizonte de planejamento, trabalhar-se adequadamente os níveis de antecedência e agregação dos
dados, pode-se trabalhar com um nível de incerteza mais uniforme ao longo de todo o horizonte. A
figura 5.3 ilustra essa idéia.
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Figura 5.3 – Efeito da agregação de dados compensando a antecedência nos erros de previsão.
A mensagem, então, é clara: só é possível desenhar adequados processos de previsões, se partir de
qual uso vai se fazer das previsões, ou , em outras palavras, quais decisões apoiar. Só então se
poderá definir, por exemplo, qual nível de agregação de dados será necessário. E lembre-se:
previsões mais agregadas tendem a ser mais acertadas. Por tanto, sempre tende fazer previsões
usando o nível máximo de agregação de dados que o processo decisório a que dará suporte
permitir.
PROCESSO DE PREVISÃO
Previsões são, em geral, o resultado de um processo, um encadeamento de atividades que inclui:
(a) a coleta de informações relevantes; (b) o tratamento destas informações; (c) as buscas de
padrões de comportamento, muitas vezes fazendo uso de métodos quantitativos de tratamento de
séries temporais de dados do passado; (d) a consideração de fatores qualitativos relevantes; (e) a
projeção de padrões de comportamento ; (f) a estimativa de erros da previsão, entre outros.
Informações para Previsão de Vendas
As principais informações que devem ser consideradas pelo sistema de previsão são:
• Dados históricos de vendas, período a período;
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• Dados históricos referentes a demanda, ou seja, potencial de compra do mercado, não
realizada, vendas perdidas, possivelmente por não- disponibilidade de produto;
• Informações relevantes que expliquem comportamento atípicos das vendas passadas;
• Dados de variáveis correlacionadas às vendas que ajudem a explicar o comportamento das
vendas passadas;
• Conhecimento sobre a conjuntura econônica atual e previsão da conjuntura econômica no
futuro;
• Informações relevantes sobre a atuação de concorrentes que influenciam o comportamento
das vendas;
• Informações sobre decisões da área comercial que influencia o comportamento das vendas;
Processo de Previsão de Vendas
A Figura 5.4 ilustra um processo de previsão de vendas que determina, em linhas gerais, a forma
com que uma série de atividades inter-relacionadas contribui para fazer sentido das informações
consideradas na discussão acima e, com base nelas, gerar uma previsão. Esse modelo apresenta
inicialmente o tratamento estatístico (matemático) dos dados históricos de vendas e de outras
variáveis que ajudem a explicar o comportamento das vendas no passado.
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Figura 5.4 – Processo de previsão de vendas.
Para esse tratamento estatístico, há disponíveis pacotes de ferramentas computacionais que em
muito auxiliam a organização e o tratamento dos dados. Entretanto, nada impede que se
desenvolvam modelos específicos, utilizando-se por exemplo, planilhas eletrônicas ou aplicativos
simples de banco de dados .
Numa etapa posterior, para a qual levantadas informações de clientes , informações sobre a
conjuntura econômica atual e futura, informações de concorrentes, além de informações adicionais
relevantes do mercado. Além disso, é essencial que se conheçam e se levem em conta as decisões
da área comercial que podem afetar o comportamento das vendas como variações de preço,
promoções, esforços especiais de vendas, entre outras.
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O tratamento de todas essas informações e sua combinação com os dados históricos tratados
estatisticamente devem ser feitos com a participação de representantes das principais áreas
envolvidas no processo de planejamento, ou seja,comercial, de planejamento, de produção,
financeira e de desenvolvimento de serviços/produtos, num evento que está se denominando
reunião de previsão.
Previsão de Vendas de Curto Prazo
Para previsões de curto prazo (até três meses), normalmente, aceita-se mais a hipótese de que o
futuro seja uma “continuação” do passado, ao menos do passado recente, ou seja, as mesmas
tendências de crescimento ou declínio observadas no passado devem permanecer no futuro, assim
como a sazonalidade ou ciclicidade observadas no passado. A técnica então geralmente utilizada é
a de projeção; são os chamados modelos intrínsecos ou de séries temporais simples. Essa
denominação vem do fato de que se faz tempo, projetando-se comportamento (padrão de variação)
similar para o tempo futuro, como pode ser visto na Figura 5.5.
Figura 5.5 – Projeção das vendas futuras a partir dos dados do passado.
A projeção é feita modelando-se matematicamente os dados do passado, ou seja, procurando
representar o comportamento das vendas através de expressões matemáticas e utilizando projeções
no tempo, dessas mesmas equações, para prever as vendas no futuro.
Quanto mais da história passada estiver disponível, melhor será a modelagem. Um cuidado que se
deve tomar é de sempre utilizar dados passados de periódicos que totalizem múltiplos dos ciclos de
ciclicidade (às vezes, também referido como sazonalidade, embora este termo devesse ser
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preservado para as ciclicidades anuais, ligadas às estações); caso contrário, técnicas de regressão
poderão apresentar resultados errados.
Previsão de Vendas de Médio Prazo
Quando o horizonte previsão começa a aumentar, a hipótese de que o futuro vai “repetir” o
passado (nos padrões de variação) deixa, em geral, de ser válida. O que acontece é que o peso que
se deve dar à análise feita depois do tratamento estatístico passa a ser tão mais relevante, que o
modelo vem a agregar menos valor à análise, podendo ser quase descartado. Nesse ponto, deve-se
adotar outro modelo, cujas hipóteses sejam válidas para horizontes maiores. São os modelos
extrínsecos ou de explicação. Nesses modelos, a hipótese é de que as relações que havia no
passado, entre vendas e outras variáveis, continuam a valer no futuro. A idéia é de que se procure
estabelecer as relações entre as vendas do passado e outras variáveis que expliquem seu
comportamento.
Uma observação importante é de que, quando se utilizam modelos causais, normalmemte se faz
previsão da demanda agregada (considerando-se o consumo de todo o mercado) e não das vendas
de determinada empresa. Para se chegar a este último valor, que é o que realmente interessa para o
planejamento. Deve-se estimar a participação da empresa no mercado.
Previsão de Vendas de Longo Prazo
Quando o horizonte aumenta ainda mais (vários anos), a hipótese de que as relações que havia no
passado entre a demanda e outras variáveis continuam a valer no futuro deixa muitas vezes de ser
válida. Isso porque mudanças , por exemplo, tecnológicas, de legislação, de conteúdo do pacote ou
a introdução de serviços substituídos podem alterar as relações anteriormente válidas. Para
exemplificar, no caso da previsão de demanda de defensivos agrícolas, uma mudança na legislação
autorizando plantio de “transgênicos” pode mudar as relações anteriores de forma substancial.
Nesses casos, adota-se a hipótese de que o futuro não guarda relação direta com o passado, pelo
menos não uma relação que possa ser modelada matematicamente. A previsão, muitas vezes,
necessita ser derivada, portanto, da opinião de especialistas, para o que se utilizam métodos
específicos para se chegar a um consenso sobre essas opiniões.
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Previsões : Métodos de Tratamento de Informações
Para tratar as informações disponíveis, podem-se usar abordagens completamentares, as
abordagens quantitativas (baseadas em séries históricas projetadas para o futuro segundo algum
método) e as abordagens qualitativas (baseadas em fatores subjetivos ou de julgamento). Em geral,
os modelos quantitativos necessitam de longos históricos, para que por meio deles se possam
identificar os padrões de comportamento que serão projetados para o futuro. Isso significa que são
mais úteis para, por exemplo, fazer previsões de demanda de produtos mais maduros, que estejam
há mais tempo no mercado. Já os modelos qualitativos encaixam-se melhor em previsões de
produtos novos ou lançamentos para os quais não há históricos longos.
Em geral, quanto maior o horizonte de previsão, menos válida é a hipótese de que os padrões do
passado se repetirão no futuro (uma hipótese que se assume quando se usam modelos mais
quantitativos). Isso significa que modelos quantitativos tendem a ser mais adequados a previsões
de curto prazo.
Métodos Qualitativos
Os métodos qualitativos incorporam mais fatores de julgamento e intuição, geral mais subjetivos,
nas análises dos dados disponíveis. Opiniões de especialistas, experiências e julgamentos
individuais e outros fatores não quantitativos podem ser levados em conta. São especialmente úteis
quando se espera que esses fatores mais subjetivos possam ter mais capacidade de explicar o
futuro, ou quando dados quantitativos precisos e completos são muito caros ou difíceis de ser
obtidos.
Métodos Quantitativos
Métodos quantitativos são os métodos de previsão baseados em séries de dados históricos nas
quais se procura, através de análises, identificar padrões de comportamento para que estes sejam
então projetados para o futuro.O uso de métodos quantitativos pressupõe que a previsão do futuro
é baseada apenas nos dados do passado, ou, em outras palavras, que os padrões identificados no
passado permanecerão no futuro.
Decomposição de Series Temporais
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Revisão 01 88 / 140
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Uma série temporal de dados em geral tem três principais componentes: tendência, ciclicidade e
aleatoriedade.
1. Tendência: É a orientação geral, cima ou para baixo, dos dados históricos. Ausência de
tendência (série de dados históricos, mantendo-se como orientação geral em torno de um
patamar) é também chamada “permanência”. As tendências de crescimento ou
decrescimento podem ajustar-se a uma reta (tendência de variação linear) ou a alguma
outra curva (exponencial, por exemplo).
2. Ciclicidade: São padrões de variação dos dados de uma série que se repetem a cada
determinado intervalo de tempo.
3. Aleatoriedade: São ”erros”, ou variações da série histórica de dados que não são devidas a
variáveis presentes no modelo de previsão.
Médias Móveis
Modelos de médias móveis assumem que a melhor estimativa do futuro é dado pela média dos n
últimos períodos. Podem-se usar médias móveis de três (MM3) períodos, de quatro (MM4)
períodos ou mais. Consideremos o exemplo ilustrado na Figura 5.6.
Figura 5.6 – Exemplo de calculo de media móvel.
A equação 5.1 de cálculo para médias móveis é :
Média móvel = Σ demanda dos n períodos prévios (Equação 5.1)
n
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Algumas empresas, por exemplo, preferem atribuir pesos de ponderação maiores para períodos
mais recentes. Considere o exemplo da figura 5.7. Nele, resolveu-se utilizar uma média móvel dos
três últimos meses. Entretanto, a média deverá ser ponderada com pesos de ponderação 3, 2 e 1
para os valores, respectivamente, do mês passado, de dois meses atrás e de três meses atrás. Com
isso, aumenta-se a influência dos meses mais recentes na geração das previsões.
Figura 5.7 – Exemplo de cálculo de média móvel pondera
Ferramentas Tecnológicas para Previsões
Há inúmeras ferramentas tecnológicas para apoio às previsões, principalmente de demanda, que
podem ser utilizadas pelas organizações. Num artigo recente do The Journal of Business
Forecasting (Jain, 2002), o autor faz um levantamento dos sistemas que as empresas têm usado
para seus exercícios de previsão. Inicialmente, ressalta que há diferença entre um software de
previsões e um sistema de previsões.
Um software de previsões é uma ferramenta isolada, que gera previsões apoiadas em históricos de
dados, ou a partir de um modelo selecionado pelo próprio software a partir de um recurso
automático que, com base nas características dos dados selecionar um de seus modelos de
projeção.
Um sistema de previsão, por outro lado, faz mais que apenas projeções matemáticas com base num
histórico de dados. Um sistema de previsão automatizaria o processo de previsão, incluiria um
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sistema para a aquisição de informações de várias fontes. Depois da aquisição dos dados, o sistema
trataria esses dados, ajustando níveis de agregação, níveis de desagregação etc.
Embora o autor deixe claro que de fato há diferença entre o que denomina “software de previsão”
e “sistema de previsão”, nenhum dos dois suporta o processo mais amplo de previsões, que inclui
variáveis qualitativas, a chegada a consenso etc.
Em relação às duas famílias identificadas em sua pesquisa, o autor apresenta as participações de
diversas soluções de mercado, dentro da definição de “software de previsão”. As participações são
a Figura 5.8. Uma constatação interessante é de que a grande maioria das empresas pesquisadas
ainda confia nas planilhas de cálculo para trabalhar suas previsões.
Figura 5.8 – Participação no mercado de pacotes de software de precisão.
Quanto aos chamados “sistemas de previsão”, o autor não é claro quando define o que estes
seriam. Fica um pouco confusa a diferenciação entre sistemas de previsão e sistemas integrados de
gestão do tipo ERP/MRP e mesmo com os sistemas de gestão de redes de suprimento. A figura 5.9
apresenta as participações no mercado destes “chamados sistemas de previsão”.
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Figura 5.9 – Participação no mercado de diversos “sistemas de previsão”.
Gestão de Demanda: Mais que Apenas previsões de Vendas
Mais que apenas prevista, a demanda das organizações também deve se gerenciada. As razões para
isso são várias (para mais detalhes, veja Corrêa e Caon, 2001):
• Poucas empresas são tão flexíveis que possam, de forma eficiente, alterar de forma substancial
seus volumes de produção ou o mix de produtos produzidos de um período para o outro, de
forma a atender às variações de demanda;
• Para muitas empresas, ao menos parte da demanda não vem do ambiente externo, mas de
outras divisões ou de subsidiárias, o que permite esforços de administração dessa demanda;
• Empresas que têm relações de parceria com seus clientes podem negociar quantidade e
momento da demanda por eles gerada, de modo a melhor adaptá-la a suas possibilidades de
produção;
• A demanda de muitas empresas, principalmente as que produzem produtos de consumo, pode
ser criada ou modificada, tanto em termos de quantidade como de momento, através de
atividades de marketing, promoções, propaganda, esforço de venda, entre outros ;
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• Mesmo empresas que produzem outros tipos de produtos podem exercer influência sobre a
demanda através de esforço de vendas, de sistemas indutores de comportamento de seus
vendedores e representantes comerciais.
A função de gestão da demanda inclui esforços em várias áreas principais: previsão da demanda,
comunicação com o mercado, influência sobre a demanda, promessa , de prazos de entrega, além
de priorização e alocação.
Impacto Estratégico da Gestão de Demanda
A gestão de demanda e, dentro dela, o processo de previsão de vendas têm impacto estratégico
para o desempenho operacional e financeiro das organizações que, por vezes, é negligenciado.
Para complicar ainda mais a questão, justamente aquelas decisões mais estratégicas, de
investimentos de capital em volumes importantes (novas instalações, expansões fabris, entre outras
) são as que mais têm inércia e , portanto, mais podem ser influenciadas por previsões.
O atendimento ou não e o grau de perfeição com que a operação consegue atender a suas
demandas vão impactar diretamente a intenção de recompra dos clientes e, em última análise, a
própria lucratividade operacional da organização.
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6 - PLANEJAMENTO AGREGADO
O Planejamento Agregado representa uma das mais importantes decisões em médio prazo,
formando, como veremos depois a ponte de ligação entre o planejamento da Capacidade e a
Programação e Controle da Produção e Operação.
Planejamento Agregado é o processo de balanceamento da produção com a demanda, projetada
para horizontes de tempo em geral de 6 a 12 meses. Esse balanceamento pode ser feito atuando-se
sobre os recursos produtivos.
Do ponto de vista da posição ocupada no processo global de planejamento da produção, o
Planejamento Agregado ocupa uma posição intermediária, como exibido na figura 6.1.
Figura 6.1 – A Posição Intermediaria do Planejamento Agregado
De um lado, temos o planejamento da Capacidade, de longo prazo, que irá determina o tamanho
das instalações e a potencialidade da empresa para atingir determinados níveis máximos de
produção. Sem que uma alteração substancial nas instalações, essa capacidade não pode ser
radicalmente aumentada. Dadas essas restrições de capacidade máxima, que em médio prazo
estarão vigorando, o Planejamento Agregado procura conciliá-las com previsões da demanda.
Planejamento da
Capacidade
Planejamento
Agregado
Programa-Mestre da
Produção
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Ele é limitado, portanto, por uma capacidade máxima de produção, considerada inalterada dentro
do intervalo de tempo para o qual ele é produzido, ou seja, para o médio prazo. Mesmo com essa
limitação, é possível, por meio de um conjunto de ações, aumentar a produção se necessários e
dentro de certos limites, para a demanda. Esse aumento relativo é a tarefa do Planejamento
Agregado. Na outra ponta do processo de planejamento localiza-se o Programa Mestre de
Produção ou simplesmente Programa, ou Plano de Produção, estabelecendo o que se irá
efetivamente produzir em curto prazo (poucas semanas). Há, pois um conjunto de limitações em
cascata, começando com a fixação da capacidade máxima de produção, passando pela escolha de
opção para contornar em parte essa restrição exterminando com a programação de rotina, agora
limitada por tais opções. Embora indesejável, sob o ponto de vista da empresa, é bom lembrar que
o Planejamento Agregado tem às vezes a missão oposta, quando o problema a resolver não é a
deficiência da produção, mas sim a da demanda. Neste caso, trata-se de descartar recursos
onerosos, diminuído os custos da produção e adaptando-a as demandas insuficientes.
As Etapas do Planejamento Agregado
Todo Planejamento Agregado deve cumprir as frases seguintes:
a) Previsão da demanda: Feita para um período que vai comumente de 6 a 12 meses, a previsão
pode ser obtida usando-se os métodos vistos anteriormente.
b) Escolha do conjunto possível de alternativa que serão usadas para influenciar a demanda e/ou
os níveis de produção; tais alternativas estarão sujeitas ás restrições estabelecidas pela
gerencia, tais como: manter baixos estoques, evitar demissões de pessoal tanto quanto possível,
atendimento rápido ao cliente e assim por diante.
c) Determinar, a cada período, quais as particulares alternativas, dentre as previamente
selecionadas, que serão usadas para influenciar a demanda e/ou os níveis de produção. A
escolha entre as várias alternativas disponíveis obedecerá a critérios de minimização de custos
de produção ou minimização de lucros.
Alternativas para influenciar a Demanda
As alternativas tradicionalmente utilizadas são:
• Propaganda
• Promoções e preços diferenciados
• Reservas e demoras na liberação dos produtos ou serviços
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• Desenvolvimento de produtos complementares
Alternativas para influenciar a Produção
• Contratação e demissão de empregados
• Horas extras ou redução da jornada de trabalho
• Estocagem
• Subcontratação
DIFICULDADE DE PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO EM FUNÇÃO
DO MIX ELEVADO
O mix de produtos oferecidos pela maioria das organizações é bastante alto e se eleva a cada dia. É
praticamente impossível prever a demanda de cada um dos produtos individuais a serem vendidos.
Um fabricante de produtos de linha branca, que atua com uma única linha de produtos, como
fogões, por exemplo, pode produzir inúmeros modelos, cada qual com suas próprias variações:
fogões com quatro ou seis bocas; com visor ou não na porta do forno; com acendimento
automático ou acendimento manual; com tampa de vidro ou tampa de chapa de aço; com forno
autolimpante ou tradicional; em quatro ou cinco cores distintas e assim por diante. Um fabricante
de refrigeradores, por sua vez, pode oferecer um grande mix de modelos apenas com a variação do
volume interno do aparelho, tensão elétrica e cor. Desta forma, mesmo que a empresa atue com
apenas uma linha de produtos, ela pode produzir dezenas ou até centenas de combinações de
modelos.
DEMANDA AGREGADA
Devido ao elevado número de modelos de produtos que uma empresa oferece no mercado seria
impossível prever a demanda para cada um deles, individualmente, com algum grau de precisão.
Por isso, é necessário “agregar”, ou seja, agrupar os inúmeros modelos em um número menor de
famílias básicas que represente, de uma forma mais geral, a necessidade de produção. À demanda
prevista para famílias básicas de produtos dá-se o nome de demanda agregada.
CRITÉRIOS DE AGREGAÇÃO PARA O PLANEJAMENTO
Os inúmeros produtos que compõem o mix de produção são agrupados em diversas famílias, de
acordo com suas exigências e características de produção. Por exemplo, para o planejamento a
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longo e médio prazo, detalhes como a cor ou a tensão elétrica de uma geladeira não influenciam na
tomada de decisão sobre capacidade de produção. Para este fim, a demanda dos produtos pode ser
agrupada, independentemente dos detalhes de cada produto. Voltando ao exemplo dos fogões, é
importante para o planejamento agregar a demanda em fogões de seis bocas e fogões de quatro
bocas, pois ambos tem características de produção bastante distintas. Em outras palavras, para se
avaliar a capacidade de produção, tanto faz produzir mil fogões do modelo quatro bocas na cor
marrom ou branco. No entanto, não é possível produzir mil fogões do modelo seis bocas no lugar
de mil fogões do modelo quatro bocas, já que os tempos de produção envolvidos são diferentes
para os dois modelos. Os critérios de agregação de demanda podem ser muito particulares de cada
empresa, em função dos processos produtivos por ela adotados, sendo impossível elaborar uma
metodologia que possa englobar ampla faixa de empresas e produtos.
PLANEJAMENTO MESTRE DE PRODUÇÃO
Trata-se de um planejamento de curto prazo, normalmente expresso em semanas. Este
planejamento é de nível operacional e especifica a produção diária dos produtos totalmente
desagregados em suas mínimas especificações de detalhes tais como cor, tensão, tipo, modelo,
embalagem etc. A produção diária geralmente ocorre de forma linear ao longo da semana. O
planejamento da produção inclui o planejamento da necessidade de materiais, geralmente obtida
por meio do MRP (Materials requirement planning), o planejamento da produção em si, com a
elaboração dos planos diários de produção, baseados nos lotes mínimos de produção, em função do
tempo e número de set-ups que precisam ser feitos, alocação de cargas nas linhas de montagem e
de pré-fabricação além de outros fatores.
PLANEJAMENTO AGREGADO
Nos meios de produção industrial, é comum a utilização do termo “planejamento agregado”, que
deriva da demanda agregada. O planejamento agregado é o plano de produção da demanda
agregada para um período de médio prazo, em geral de 12 meses.
O planejamento agregado é de nível tático e especifica a produção mensal dos produtos ou grupos
de produtos. A demanda anual geralmente não ocorre de forma linear ao longo dos meses, via de
regra a demanda apresenta sazonalidade ao longo do ano. Por outro lado, as indústrias têm a
tendência de produzir uma quantidade média linear de produtos por mês (ver o item que trata da
estratégia de produção constante, mais adiante, neste capítulo). Neste caso, o planejamento
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agregado visa a definir como a produção, de caráter linear, será feita para atender a demanda, de
caráter sazonal.
Admissão e demissão de pessoal
Esta estratégia consiste em aumentar o quadro de funcionários, podendo até adicionar um novo
turno de produção, nos períodos de alta demanda e diminuir o quadro de pessoal, inclusive
cortando o turno de produção anteriormente montado, nos períodos de baixa demanda.
Atualmente, as empresas brasileiras que adotam este procedimento, procuram contratar
funcionários com contrato de trabalho temporário para a temporada de alta sazonalidade. Algumas
empresas procuram contratar este tipo de mão-de-obra, por meio de empresas terceirizadas
prestadoras de serviço, caso em que o trabalhador temporário na linha de produção não é,
legalmente, funcionário da indústria em que trabalha. Este tipo de atuação apresenta vários
inconvenientes quanto à qualidade, custo e consciência da mão-de-obra contratada. Podem ser
destacados os seguintes problemas:
• Fator de desmotivação: contratar funcionários para demiti-los na seqüência atua como
fator desmotivador para os trabalhadores, que se sentem inseguros com relação ao
emprego. Esta atitude também aumenta a insegurança dos trabalhadores mais antigos, já
que, muitas vezes, a empresa opta pela permanência de um trabalhador recém-contratado
para o período de alta sazonalidade, demitindo um funcionário mais tempo de casa, mas
que tem demonstrado menor produtividade.
• Custo de treinamento: outro fator a ser considerado é o elevado custo com treinamento dos
novos funcionários. Na maioria das vezes, o custo de treinamento é dado pelo tempo da
curva de aprendizagem, que é o tempo necessário para que o funcionário obtenha prática na
nova função. Portanto, esta estratégia deve ser utilizada para trabalhos com alto grau de
rotina e padronização, em que a curva de aprendizagem seja de menor nível possível.
• Custo de demissão: apesar de a legislação e tradição brasileiras serem bastante
benevolentes na demissão de funcionários pelas empresas, quando comparadas à situação
de outros países, os custos de demissão de um funcionário regularmente contratado são
elevados.
• Custo da qualidade: devido à curva de aprendizagem, via de regra o nível da qualidade dos
produtos cai quando são utilizados funcionários inexperientes na produção. Aumenta o
número de peças refugadas, retrabalhos, índice de sucata e outros tipos de desperdício. Em
se falando da qualidade, não se deve deixar de considerar também a qualidade de vida dos
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trabalhadores. Pesquisas demonstram que os índices de acidentes de trabalho costumam ser
mais elevados em épocas de contratação de grande quantidade de novos funcionários.
Utilização de horas-extras
Esta estratégia consiste em fazer com que os funcionários já contratados trabalhem horas
adicionais nos períodos de alta demanda. Nos períodos de baixa demanda, naturalmente, não são
feitas horas-extras. Também há alguns inconvenientes relacionados a esta prática, quanto à
qualidade, custo e consciência da mão-de-obra contratada. Dentre eles convém
ressaltar:
• Desequilíbrio financeiro do funcionário: Nos períodos de alta sazonalidade, quando existe
a necessidade da realização de horas-extras pagas, os salários dos funcionários são
artificialmente aumentados. Esta elevação de rendimentos ultrapassa facilmente a faixa de
30% do salário normal. Grande número defuncionários, mesmo sabendo de antemão, ficam
inconformados quando as horas-extras são cortadas, porque modificaram o seu padrão de
consumo, em função do rendimento adicional. Esta insatisfação via de regra acaba se
refletindo nos índices de qualidade, produtividade, assiduidade, pontualidade e demais
índices de verificação do desempenho de produção. Mas, como muitas empresas no Brasil
trabalham em regime de banco de horas, nas empresas privadas brasileiras, o pagamento de
horas-extras para funcionários administrativos se tornou coisa do passado.
• Custo da hora-extra: o custo da hora-extra é muito superior ao das horas normais. A
legislação trabalhista brasileira onera a hora-extra na faixa de 50 a 100% do valor da hora
normal. Se o horário for noturno (após às 22:00 horas), ainda incide o pagamento de
adicional noturno.
• Problemas com legislação e sindicatos: a legislação limita a realização de trabalho
adicional a, no máximo, duas horas-extras por dia. Os sindicatos dos trabalhadores
geralmente se colocam a favor do aumento do quadro de funcionários, ao invés da adoção
de um programa de horas-extras. Em locais onde estes sindicatos são mais atuantes, as
empresas precisam manter bom nível e relacionamento com estas entidades, deixando claro
tratar-se de demanda temporária.
Subcontratação de produção
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Esta estratégia consiste em “mandar fazer fora” os produtos que a empresa não tem capacidade de
produzir internamente, nos períodos de alta demanda. Via de regra, os custos de sub-contratação
são maiores que os de fabricação doméstica. Porém, apesar de parecer um contra senso, existem
casos em que a subcontratação pode levar, inclusive, à diminuição de custos. Este tipo de atuação
também demanda cuidado quanto à qualidade, custo e confiabilidade da empresa contratada.
Dentre os problemas que podem ocorrer, convém ressaltar:
• Falta de disponibilidade: para alguns ramos de negócio a demanda de produto acontece
para todas as organizações ao mesmo tempo. Isto faz com que todas as empresas tenham
falta de capacidade ao mesmo tempo. Por exemplo, no setor de confecções, é necessário
contratar prestadores de serviço de facção, com grande antecedência sob pena de
indisponibilidade de atendimento destes quando preciso. Para alguns tipos de produtos,
simplesmente não existe outra empresa que possa fabricá-los, descartando totalmente esta
possibilidade de atuação. Ainda com relação à disponibilidade, é necessário acompanhar de
perto as atividades do subcontratado, para garantir que sejam respeitados os prazos de
entrega. Não é raro o subcontratado superestimar a própria capacidade de produção ou
subestimar seus custos. Como conseqüência, tem-se o não cumprimento dos prazos de
entrega ou, simplesmente, a não entrega de parte ou de todo o pedido.
• Custo da qualidade: via de regra, o nível da qualidade dos produtos é prejudicado,
ocorrendo maior quantidade de peças refugadas e retrabalhos, quando o produto é feito
fora. É preciso cuidado especial na subcontratação, verificando-se de antemão os critérios
de qualidade adotados pelo fornecedor.
• Elevação dos custos: como já mencionado, geralmente os custos finais dos produtos
adquiridos de subcontratados é superior aos custos de se produzir internamente. Mas, em
algumas situações, a subcontratação pode se revelar menos dispendiosa, o que deve levar a
uma rigorosa reavaliação dos sistemas produtivos da empresa, principalmente dos sistemas
de custeio e da qualidade. O custo inferior de subcontratação deve ter uma clara
justificativa. Pode ocorrer de o subcontratado ter apurado seus custos equivocadamente,
negociando preços inconscientemente abaixo do normal. Embora esta situação possa
parecer vantajosa à empresa compradora, ela acaba gerando riscos adicionais de atrasos,
problemas de qualidade ou não entrega.
• Perda de clientes: um dos grandes perigos da subcontratação consiste na perda de clientes.
Isto acontece quando o subcontratado percebe que pode explorar a oportunidade de
mercado, atendendo o cliente de forma direta, em outras palavras, a empresa subcontratada
rouba o cliente do seu próprio cliente.
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Atuação na demanda (estratégia de tentativa de mudança de comportamento dos clientes)
Uma política de gestão da produção baseada em atuação sobre a demanda consiste em fazer com
que a demanda acompanhe a produção, ou seja, procurando-se incentivar as vendas nos meses de
menor demanda.
Geração de Estoque
São vários os casos em que se utiliza esta estratégia, um exemplo bastante representativo diz
respeito à produção de ovos de páscoa: os fabricantes iniciam a produção nos meses de setembro e
outubro e produzem para estoque, que é mantido em armazéns refrigerados durante meses, até a
época das vendas, próximo ao mês de abril. Este tipo de atuação tem seus inconvenientes,
relacionados à qualidade e ao custo de manutenção da produção em estoque. O custo dos estoques
é calculado a partir de vários custos relacionados à armazenagem dos produtos pelo tempo que for
necessário até a venda. Dentre eles, destacam-se os seguintes:
• Custo de capital: o custo do capital geralmente é calculado com base nataxa de juros que a
empresa precisa pagar para tomar dinheiro emprestado, no caso de ela precisar fazer isto
para constituir seus estoques, ou na receita que ela deixa de obter, por tornar os recursos
aplicados em estoques indisponíveis para outros investimentos. Estes custos também são
chamados de custos de oportunidade.
• Custo de obsolescência: o ciclo de vida dos produtos está ficando mais curto a cada dia. A
freqüência com que são lançados novos modelos de produtos aumentou significativamente
nos últimos anos. Quando um novo modelo de produto é lançado, mesmo que as alterações
de modelo não sejam significativas, como por exemplo uma nova serigrafia, novos
puxadores, nova embalagens, o desuso é rápido tornando o produto obsolescente e com
menor valor agregado.
ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO AGREGADO
A realização do planejamento agregado consiste na elaboração de um plano de produção mensal
dos produtos, agrupados em famílias. Alguns autores se referem ao planejamento agregado como
planejamento grosseiro da produção. A definição do plano consiste em atender a demanda da
melhor forma possível pelo menor custo. Para atender a demanda é possível utilizar uma única
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estratégia de ação, dentre aquelas que foram discutidas até o momento, ou estratégias mistas, que
se valem de várias ações em conjunto. Como foi visto no item anterior, pode-se agir:
1. sobre a capacidade de produção, por meio de:
• o admissão ou demissão de pessoal;
• o utilização de horas-extras;
• o sub-contratação.
2. sobre a demanda, por meio de:
• o estoques reguladores;
• o promoções;
• o antecipação de entrega;
• o atraso na entrega.
Quando apenas uma destas variantes de atuação for utilizada para o planejamento agregado de
produção, tem-se uma estratégia pura. Quando mais de uma destas variantes de atuação for
utilizada, tem-se uma estratégia mista.
• Custos de controlar pessoal
• Custos de demitir pessoal
• Custos de horas extras
• Custos de deixa estoques
• Custos de subcontrataçoes
• Custos de retardamento de entregas
Abaixo segue tabelas que demonstram políticas diferentes de forças de trabalho, conseqüente
diferentes resultados serão obtidos.
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Estratégia 1 : Força de Trabalho Constante e Estoques
Mês Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun.
Demanda 1.100 1.200 1.200 1.500 1.600 1.400
Estoque inicial 0 500 900 1.300 1.400 1.400
Nº inicial de funcionários 16 16 16 16 16 16
Contratações 0 0 0 0 0 0
Demissões 0 0 0 0 0 0
Nº final de funcionários 16 16 16 16 16 16
Produção Regular 1.600 1.600 1.600 1.600 1.600 1.600
Horas Extras 0 0 0 0 0 0
Subcontratação 0 0 0 0 0 0
Total 1.600 1.600 1.600 1.600 1.600 1.600
(Prod. Regular – Previsão) 500 400 400 100 0 200
Estoque final 500 900 1.300 1.400 1.400 1.600
Tabela 6.1 - Força de Trabalho Constante e Estoques
Estratégia 2 : Força de Trabalho Constante com Capacidade para Atender a Demanda
Mês Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Demanda 1.700 1.800 2.000 2.300 1.800 1.600
Estoque Inicial 1.600 1.500 1.300 900 200 0
Nº Inicial De Funcionários 16 16 16 16 16 16
Contratações 0 0 0 0 0 0
Demissões 0 0 0 0 0 0
Nº final de funcionários 16 16 16 16 106 16
Produção regular 1.600 1.600 1.600 1.600 1.600 1.600
Horas extras 0 0 0 0 0 0
Subcontratação 0 0 0 0 0 0
Total 1.600 1.600 1.600 1.600 1.600 1.600
(Prod. Regular – Previsão) -100 -200 -400 -700 -200 0
Estoque final 1.500 1.300 900 200 0 0
Tabela 6.2 - Força de Trabalho Constante com Capacidade para Atender a Demanda
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Estratégia 3 :Variar a Força de Trabalho Quando Necessário
Mês Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun.
Demanda 1.100 1.200 1.200 1.500 1.600 1.400
Estoque inicial 0 0 0 0 0 0
Nº inicial de funcionários 16 11 12 12 15 16
Contratações 0 1 0 3 1 0
Demissões 5 0 0 0 0 2
Nº final de funcionários 11 12 12 15 16 14
Produção Regular 1.100 1.200 1.500 1.500 1.600 1.400
Horas Extras 0 0 0 0 0 0
Subcontratação 0 0 0 0 0 0
Total 1.100 1.200 1.200 1.500 1.600 1.400
(Prod. Regular – Previsão) 0 0 0 0 0 0
Estoque final 0 0 0 0 0 0
Tabela 6.3 - Força de Trabalho Variando a Produção
A segunda estratégia o custo de produção engloba os custos regulares de produção, acrescidos dos
custos de contratar e demitir pessoal. Com isto, a primeira estratégia na comparação de custos é a
mais viável.
Concluindo, além do custo a primeira estratégia possui o atrativo de manter a força de trabalho
constante, o que muitas vezes é um ponto forte a favor de uma estratégia.
MEDIÇÃO DA DEMANDA E DA CAPACIDADE
Previsão de Flutuações da Demanda
Na maior parte das organizações, a previsão da demanda é responsabilidade do departamento de
vendas e/ ou marketing. No que diz respeito a planejamento e controle de capacidade, há três
requisitos para uma previsão de demanda.
Ser expressa em termos úteis para o planejamento e controle de capacidade
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Revisão 01 104 / 140
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Se as previsões somente forem expressas em termos monetários, não dando nenhuma indicação
das demandas sobre a capacidade da operação, precisarão ser traduzidas em expectativas realizadas
de demanda, expressas nas mesmas unidades que a capacidade (por exemplo, horas máquina por
ano, pessoal operacional necessário,espaço etc.).
Ser tão exata quando possível
Em planejamento e controle de capacidade, a exatidão de uma previsão é importante porque ,
enquanto a demanda pode mudar instantaneamente, existe uma defasagem entre decidir alterar a
capacidade e surtir efeito.Para tentar atender a demanda , muitas vezes precisam estabelecer o
volume de produção antecipadamente baseados em uma previsão que pode mudar antes que a
demanda ocorra , ou pior ainda , que pode mostrar-se muito diferente da demanda real.
Dar uma indicação da incerteza relativa
As decisões de trabalhar horas extras e recrutar pessoas extras em geral são baseadas nos níveis de
demanda previstos, que na prática, podem diferir consideravelmente da demanda real, conduzindo
a custos desnecessários ou serviços insatisfeitos aos clientes. A Figura 6.2 mostra os níveis médios
de demanda de um supermercado durante um dia em termos do número de clientes que entram na
loja.
Figura 6.2 – Boas previsões são essenciais para o planejamento efetivo da capacidade
Geralmente, a vantagem de previsões probabilísticas é que permite que os gerentes de produção
optem entre as políticas que minimizam custos. Idealmente, essa opção deveria ser influenciada
pela forma como o negócio ganha pedido: mercados sensíveis aos preços podem exigir uma
política de minimização de custos e eliminação de riscos , que nem sempre satisfaz à demanda de
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pico, enquanto mercados que valorizam agilidade de resposta e qualidade do serviço podem
justificar uma provisão mais generosa de capacidade operacional
Sazonalidade da Demanda
Em muitas organizações, o planejamento e controle da capacidade está preocupada em lidar com
flutuações sazonais da demanda . Quase todos os produtos e serviços têm alguma sazonalidade da
demanda, e alguns também tem sazonalidade de suprimentos , normalmente quando os insumos
são produtos de agricultura sazonal, por exemplo , o processamento de vegetais congelados. Essas
flutuações na demanda , ou no suprimento, podem ser razoavelmente previsíveis, mas algumas
normalidades também são afetadas por variações inesperadas no clima e por evolução das
condições econômicas. A Figura 6.3 mostra alguns exemplos de sazonalidade.
Figura 6.3 – Muitos tipos de operações devem lidar com demanda sazonal
Flutuações Semanais e Diárias da Demanda
A Sazonalidade da demanda ocorrem um ano, mas variações previsíveis similares também podem
ocorrer para alguns produtos e serviços em um ciclo mais curto.
O grau em que uma operação terá com flutuações de demanda de prazo muito curto e determinado
parcialmente pelo tempo que seus clientes estão dispostos a esperar por seus produtos ou serviços
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Políticas Alternativas de Capacidade
Com uma compreensão da demanda e da capacidade, o próximo passo é considerar os métodos
alternativos de responder a flutuação na demanda. Há três opções “puras“ disponíveis para lidar
com estas variações:
• Ignorar as flutuações e manter os níveis das atividades constantes (políticas de capacidade
constante).
• Ajustar a capacidade para refletir as flutuações da demanda (política de acompanhamento
da demanda).
• Tentar mudar a demanda para ajusta-la à disponibilidade da capacidade ( Gestão da
demanda).
Na prática, a maior parte das organizações usará uma combinação destas políticas “puras”, embora
em geral uma política domine.
Política de capacidade constante
Em uma política de capacidade constante, a capacidade de processamento é estabelecida em um
nível constante durante todo o período de planejamento, sem considerar as flutuações da previsão
da demanda. Isso significa que o mesmo número de pessoas operam os mesmos processos e por
isso deveriam ser capazes de produzir o mesmo volume agregado de produção em cada período.
Nos casos em que são processados materiais não perecíveis, mas não vendidos imediatamente, eles
podem ser transferidos para o estoque de bens acabados antes das vendas em um período posterior.
Logo, essa política é viável (mas não necessariamente desejável) para nossos exemplos da empresa
de malhas de lã e para produtos de alumínio (veja a Figura 6.4).
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Figura 6.4 – Política de capacidade constante que usam a formação de estoques por antecipação
para atender a demanda futura.
Políticas de capacidade constante desse tipo podem atingir os objetivos de padrões de emprego
estáveis, alta utilização do processo, e normalmente também podem criar estoques consideráveis,
que devem ser financiados e armazenados.
Política de Acompanhamento da Demanda
O contrário de uma política de capacidade constante é a que tenta ajustar a capacidade bem
próxima dos níveis variáveis da demanda prevista. Isso é muito mais difícil de conseguir do que
uma política de capacidade constante, pois necessita de um número diferente de pessoas, diferentes
horas de trabalho e mesmo diferentes quantidades de equipamentos podem ser necessários em cada
período (veja Figura 6.5). Por essa razão, as políticas puras de acompanhamento da demanda têm
pouca probabilidade de atrair operações que fabricam produtos-padrão não perecíveis. Uma
política pura de acompanhamento da demanda é normalmente mais adotada por operações que não
podem estocar sua produção, como as operações de processamento de clientes ou fabricantes de
produtos perecíveis. Nos casos em que a produção pode ser estocada, a política de
acompanhamento da demanda pode ser adotada para minimizar ou eliminar estoques de produtos
acabados.
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Figura 6.5 – Políticas de acompanhamento da demanda com mudanças na capacidade que
refletem as mudanças na demanda.
Métodos para Ajustar a Capacidade
Abordagem de acompanhamento da demanda exige que a capacidade seja ajustada de algumas
formas. Existem diferentes métodos para conseguir isso,embora nem todos sejam viáveis para
todos os tipos de produção. Alguns desses métodos estão listados a seguir.
Horas extras e tempo ocioso
Com freqüência, o método mais rápido e conveniente para ajustar a capacidade dá-se variando o
número de horas produtivas trabalhadas pelo pessoal da produção. Quando a demanda é mais alta
do que a capacidade nominal, o dia de trabalho pode ser estendido, e quando a demanda é menor
do que a capacidade nominal, o tempo despendido pelo pessoal em trabalho produtivo pode ser
reduzido. Os custos associados com esse método são os pagamentos extra que são normalmente
necessários para assegurar a concordância do pessoal em trabalhar além do expediente normal, ou,
no caso de tempo ocioso, os custos do pagamento do pessoal que não está engajado em trabalho
produtivo direto.
Variar o tamanho da força de trabalho
Se a capacidade for fortemente dependente do tamanho da força de trabalho, uma forma de ajustá-
la é compensar o número de pessoas. Isso é feito contratando pessoal extra durante os períodos de
alta demanda e dispensando-os quando a demanda diminui. Os custos de contratar pessoal extra
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incluem os associados com recrutamento, assim como os custos de baixa produtividade, enquanto
o pessoal novo passa pela curva de aprendizagem.Os custos de dispensa podem incluir possíveis
indenizações, mas também podem incluir a perda de moral na operação e a perda da boa vontade
no mercado de mão-de-obra local
Gerenciar a demanda
Uma demanda estável e uniforme pode permitir que uma organização reduza custos e melhore o
serviço; a capacidade pode ser mais bem utilizada e o lucro potencial pode ser melhorado. Muitas
organizações reconheceram esses benefícios e tentam “administrar a demanda” de várias formas.
O objetivo é transferir a demanda dos períodos tranqüilos. Isso está geralmente fora do papel
principal do gerente de produção, sendo de responsabilidade das funções de marketing e/ ou
vendas. O papel principal do gerente de produção é, portanto, identificar e avaliar os benefícios da
gestão da demanda e assegurar que as mudanças resultantes na demanda sejam satisfatoriamente
atendidas pelo sistema de produção.
Alterar a demanda
O mecanismo mais óbvio para mudar a demanda é o preço. Embora seja provavelmente a
abordagem mais amplamente aplicada na gestão da demanda, é menos comum para produtos do
que para serviços. O objetivo é invariavelmente estimular a demanda fora do pico e restringir a de
pico, a fim de regular tanto quanto possível a demanda. As organizações também podem tentar
aumentar a demanda em períodos de baixa demanda por meio de propaganda adequada.
ESCOLHA DE UMA ABORDAGEM DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DE
CAPACIDADE
Antes que uma operação possa decidir qual das políticas de capacidade adotar, deve estar
consciente das conseqüências da adoção de cada política em seu próprio conjunto de
circunstâncias.
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Representações acumuladas
A previsão de demanda agregada para uma fábrica de chocolates que faz produtos de consumo é
maior nas lojas no período de Natal. Para atender a essa demanda e reservar tempo para os
produtos passarem pelo sistema de distribuição, a fábrica deve atender a uma demanda cujo pico é
em setembro, como mostrado. Uma forma bem superior de avaliar as políticas de capacidade é
fazer um gráfico da demanda acumulada, que é mostrada (por uma linha grossa) na Figura 6.6.
Figura 6.6 – Política de capacidade constante que apresenta faltas apesar de atender a demanda
no final do ano.
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A conseqüência mais útil do gráfico da demanda acumulada é que, desenhando a linha da
capacidade acumulada no mesmo gráfico, a viabilidade e as conseqüências de uma política de
capacidade podem ser avaliadas. A Figura 6.6 mostra uma política de capacidade constante, que
produz 14.03 toneladas por dia produtivo. Isso atende à demanda acumulada no final do ano.
Também passaria em nosso teste anterior de sobrecapacidade total igual ou maior do que a
subcapacidade.
Se, entretanto, um dos objetivos da política for atender à demanda quando ela ocorrer, essa política
é inadequada. Até aproximadamente o dia 168 a linha que representa a produção acumulada está
acima da que representa a demanda acumulada. Isso significa que em qualquer momento durante
esse período a fábrica produziu mais produtos do que foi demandado dela. Na realidade, a
distância vertical entre as duas linhas é o nível de estoques nesse momento. A distância vertical
entre as duas linhas agora indica a escassez ou falta de fornecimento. Próximo ao dia 198, 3.025
toneladas foram demandadas, mas somente 2.778 toneladas, produzidas. A falta é, portanto, de 247
toneladas.
Para qualquer política de capacidade atender à demanda à medida que ela ocorre, a linha de
produção acumulada deve estar sempre acima da linha de demanda acumulada. A figura 6.7 ilustra
uma política de capacidade constante adequada para o fabricante de chocolates, junto com os
custos de ter estoques. Assumem-se os custos de estoques sendo £ 2 por tonelada por dia para
manter em estocagem. O estoque médio mensal é considerado a média dos níveis de estoques do
início e do final do mês e o custo de manter o estoque cada mês é o produto do estoque médio, do
custo de estocagem por dia por tonelada e do número de dias do mês.
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Figura 6.7 – Política de capacidade constante que atende a demanda durante todo o ano.
Exemplo
Suponha que o fabricante de chocolates que vem operando com a política de capacidade constante,
esteja insatisfeito com os custos de estocagem dessa abordagem e decida explorar duas políticas
alternativas, ambas envolvendo algum grau de acompanhamento da demanda.
Política 1
• Organizar e alocar pessoal na fábrica para um nível de capacidade “normal” de 8,7
toneladas por dia.
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• Produzir 8,7 toneladas por dia nos primeiros 124 dias do ano, depois aumentar a
capacidade para 29 toneladas por dia, com forte uso de horas extras, contratação de pessoal
temporário e alguma subcontratação.
• Produzir 29 toneladas por dia e então reduzir a capacidade para 8,7 toneladas por dia para o
restante do ano.
Os custos de tão grande alteração de capacidade (a razão da capacidade de pico para a normal é
de 3,33 para 1) são calculados pela empresa como:
Custo de alteração de 8,7 para 29 toneladas/dia = 110 000
Custo de alteração de 29 para 8,7 toneladas/dia = £ 60 000
Política 2
• Organizar e alocar pessoal na fábrica para um nivel de capacidade “normal” de 12,4
toneladas por dia.
• Produzir 12,4 toneladas por dia nos primeiros 150 dias do ano, depois aumentar a
capacidade para 29 toneladas por dias com horas extras e contratação de pessoal
temporário.
• Produzir 29 toneladas por dia até o 190 dia e então reduzir a capacidade para 12,4 toneladas
por dia para o restante do ano.
Os custos da alteração de capacidade com essa política são menores, porque o grau de alteração é
menor (a razão da capacidade de pico para a normal é 2,34 para 1); são calculados pela empresa
como:
Custo de alteração de 12,4 para 29 toneladas/dia = £ 35.000
Custo de alteração de 29 para 12,4 toneladas/dia = £ 15.000
A Figura 6.8 ilustra as duas políticas em uma representação acumulada. A Política 1, que pretendia
duas alterações dramáticas na capacidade, tem altos custos de alteração de capacidade, mas, pelo
fato de seus níveis de produção serem próximos dos de demanda, tem custos de estocagem baixos.
A Política 2 sacrifica uma parte das vantagens dos custos de estocagem da Política 1, mas
economiza mais em custos de alteração de capacidade.
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Figura 6.8 – Comparação de duas políticas alternativas de capacidade.
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7 - PLANEJAMENTO MESTRE DE PRODUÇÃO (PMP)
O planejamento mestre da produção está encarregado de desmembrar os planos produtivos
estratégicos de longo prazo em planos específicos de produtos acabados (bens ou serviços) para o
médio prazo, no sentido de direcionar as etapas de programação e execução das atividades
operacionais da empresa (montagem, fabricação e compras).
A partir do planejamento mestre da produção, a empresa passa a assumir compromissos de
montagem dos produtos acabados, fabricação das manufaturas internamente, e da compra dos itens
e matérias primas produzidos pelos fornecedores externos.
Como resultado do planejamento mestre da produção temos um plano, chamado de plano mestre
de produção, que formalizará as decisões tomadas quando à necessidades de produtos acabados
para cada período analisado.
Arquivo do Plano Mestre de Produção
Para facilitar o tratamento das informações e, na maioria dos casos, informatizar o sistema de
cálculo das operações referentes á elaboração do PMP, empregamos um arquivo com as
informações detalhadas por item que será planejado. Neste arquivo, constam informações sobre a
demanda prevista e real, os recebimentos programados, os estoques em mãos e projetados e a
necessidades prevista de produção do item.
Itens que entram no Plano Mestre de Produção
Conforme já definimos, o planejamento mestre da produção está encarregado de desmembra os
planos produtivos estratégicos de longo prazo em planos específicos de produtos acabados (bens
ou serviços) para o médio prazo. Logo, o PMP deve referir-se aos produtos acabados da empresa
que serão remetidos aos clientes. Porém, certas situações existem um estudo mais detalhado em
função do número de produtos acabados que temos que planejar.
O planejamento mestre de produção, PMP (ou, em literatura de língua inglesa, master production
schedule, MPS), coordena a demanda do mercado com os recursos internos da empresa de forma a
propagar taxas adequadas de produção de produtos finais.
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Para auxiliar os gerentes a tomar decisões sobre níveis agregados de volumes de produção, há o
chamado processo, pela alta direção, de planejamento de vendas e operações, PVO (ou, em língua
inglesa, sales and operations planning, S&OP). No processo de PVO, os dirigentes principais de
cada função se reúnem, pelo menos uma vez por mês, e desenvolvem um plano para a unidade de
negócios, que visa sincronizar volumes agregados de produção com demanda futura, normalmente
também tratada de forma agregada, do mercado.
A equipe de PVO considera os produtos agregados em famílias ou linhas de produtos, sendo
função do planejador mestre de produção (responsável pelo PMP) desagregar esses níveis
agregados de produção planejada em planos detalhados.
Um mau uso do PMP pode inclusive pôr a perder as vantagens obtidas por um bom processo de
PVO. Bem gerenciado, por outro lado, o PMP colabora com a melhora do processo de promessa de
datas e quantidades de produtos para clientes, com uma melhor gestão de estoques dos produtos
acabados, melhor uso e gestão da capacidade produtiva e melhor integração na tomada de decisão
entre funções, permitindo que as decisões multifuncionais, muitas vezes envolvendo interesses
conflitantes entre funções, possam ser tomadas com base objetiva, suportada por dados e não por
opiniões não fundamentadas, ou como isso é chamado em muitas organizações, apenas por feeling
(intuição).
Através da manutenção de uma acurada visão do balanço entre suprimento e demanda, o
planejamento mestre permite oferecer aos clientes da operação adequado nível de serviço, dentro
das restrições impostas pela decisão de PVO, que deveria refletir as restrições quanto a níveis de
estoques, recursos produtivos e tempo, disponíveis na organização.
Por que Planejamento Mestre de Produções ?
Acadêmicos e práticos nos dizem que empresas de manufatura devem ter esses objetivos em
mente: maximizar o serviço ao cliente, minimizar estoques e maximizar a utilização dos recursos
produtivos. Idealmente, isso significa operar a fábrica em níveis de produção muito próximos da
capacidade instalada o tempo todo. Estoque deveria ser zero ou próximo de zero, com nível
máximo de serviços: isso implica que, quando um cliente ligasse para colocar um pedido, aquele
produto deveria, naquele momento, estar saindo da linha de produção para despacho.
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Quando se considera o mundo real, entretanto, essa visão do mundo perfeito em manufatura tende
a ficar mais obscura e distante. Respostas muito rápidas ao cliente, em geral, requerem algum nível
de estoques e fábricas não podem ser operadas a taxas de produção constantes e próximas à
capacidade instalada com a demanda subindo e descendo de forma cada vez mais errática. Assim,
em vez de ser minimizadores de estoques os maximizadores de serviço ou ainda, maximizadores
de utilização de capacidade, programadores mestre devem ser compatibilizadores, achando a
melhor solução compromissada, aquela capaz de compatibilizar adequadamente os possíveis
objetivos conflitantes (também chamados trad-offs) dentro da organização seja entre diferentes
funções, seja entre diferentes níveis hierárquicos de planejamento.
Para o programador mestre, cujo papel é exatamente desagregar o PVO, inclusa aí a possível
necessidade de recompatibilização agora no nível desagregado, com outros setores, o desafio é
tentar planejar a operação de forma a atender à demanda, mantendo suas taxas de produção o mais
estáveis possível, com mínima formação de estoques, levando em conta, para isso, os custos
envolvidos, por um lado, de variar as taxas de produção e, por outro, de carregar estoques. Mas
como uma empresa pode estabilizar seu programa de produção com a demanda detalhada do
mercado exigindo atendimento na forma de picos e vales? A seguir, está descrita uma lista de
possíveis alternativas:
• Uso de estoques de produtos acabados – quando a demanda não supera o nível de produção
desejável, criam-se estoques – que atenderão à demanda extra quando esta, em outro período,
superar o nível de produção desejável;
• Gerenciamento do suprimento de recursos através do uso de horas extras, subcontração, turnos
extras etc. para se adequar melhor aos picos e vales;
• Gerenciamento da demanda sugerindo promoções, oferecendo vantagens para clientes que
recebem mercadorias adiantando, oferecendo descontos para os que aceitarem postergar
determinado recebimento etc., no sentido de atenuar os picos e vales;
• Variar os tempos de promessa de entrega quando é prometido ou variar os tempos internos de
atravessamento, alternando prioridades;
• Combinações das alternativas anteriores: gerenciando suprimento, demanda e lead times;
• Recusar pedidos que não possam ser entregues como solicitado, para evitar gerar caos na
fábrica, internalizando um pedido que, já de inicio, é impossível de atender.
As opções citadas fazem parte da caixa de ferramentas do planejador mestre. Como se nota,
algumas incluem decisões multifuncionais. Por isso, o PMP é âmbito de planejamento que deve ser
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considerado multifuncional, não podendo fixar exclusividade a cargo de uma ou outra função
isolada.
O que é planejamento Mestre de Produção?
O planejamento mestre é operacional, parte de um mais amplo e abrangente , que é o de vendas e
operações , antigamente chamando simplesmente plano agregado de produção.
Segundo a APICS (American Production and Inventary Control Society), o plano mestre de
produção é :
“O plano antecipado de produção daqueles itens a cargo do planejamento mestre. O planejador
mestre mantém este plano, que, por sua vez, torna-se uma série de decisões de planejamento que
dirigem o planejamento de necessidade de matérias, PNM (ou, em língua inglesa, material
requirements planning, MRP). Representa o que a empresa pretende produzir expresso em
configurações, quantidades e datas específicas. O plano mestre não é uma previsão de vendas, que
representa uma declaração de demanda. O plano mestre deve levar em conta a previsão de
demanda, o plano de produção (ou PVO), e outras importantes considerações, como solicitações
pendentes, disponibilidade de material, disponibilidade de capacidade, políticas e metas
gerenciadas, entre outras. É o resultado processo de programação mestre. O plano mestre é uma
representação combinada de previsões de demanda, pendências, o estoque projetado disponível e a
quantidade disponível para promessa”.
Funcionamento do PMP
É importante entender o funcionamento do PMP para que se possa com ele gerenciar. Vale o que
já foi dito em seções anteriores: o mesmo PMP instalado pode ser gerenciado com maestria,
trazendo potencialmente ganhos competitivos para a organização, ou pode ser gerenciado de forma
trivial ou imperfeitas, tornado-se melhores das hipóteses inócuo, ou na pior, prejudicial ao
desempenho da unidade de negócio.
A principal função do PMP é coordenar, ou em outras palavras, balancear suprimento e demanda
dos produtos acabados, período a período com um horizonte de médio prazo (de um a seis meses,
tipicamente). Faz isso definido programas detalhados de produção de produtos acabados, de forma
a suportar os planos agregados desenvolvidos na etapa de PVO.
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Isso significa ter uma visão de futuro da demanda, considerando as suas diferentes fontes, período
a período, e entender quais recursos serão necessários para satisfazer a essa demanda. (Há vários
formatos de registro básico também chamado “matriz”) do PMP, todos são, conceitualmente,
similar ao mostrado na figura 7.3, um registro referente a uma lapiseira hipotética.
Figura 7.1 – Registro básico do PMP.
Tipos de Estruturas de Produção e Design do PMP
Estrutura de produtos (em inglês, chamadas bill of material) são os dados da empresa que definem
que itens e matérias-primas são necessários à produção de determinado produto.
Algumas empresas, principalmente químicas, farmacêuticas e de alimentos, podem chamar as
estruturas de produtos por outros nomes, como fórmula ou mesmo receita. Os dados de estruturas
de produção são centrais para as empresas: o custo padrão dos produtos é calculado a partir da
estrutura, os programas de compras e produção são amarrados à estrutura de produção, o
departamento de serviços pós-vendas usa as estruturas para programar seus serviços, o setor de
garantia de qualidade usada às estruturas para certificar-se de que produtos estão sendo feitos da
Item de PMP lapiseira P207 Atraso 1 2 3 4 5
Previsão de demanda
independente
Demanda dependente
Pedidos em carteira
Demanda total
Estoque projetado disponível
Disponível para promessa
Programa mestre de produção
(PMP)
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forma certa. Isso significa que o uso de uma grande porção dos recursos da empresa é ligado a
como são organizadas as estruturas de produtos.
As estruturas de produtos devem ser completas e acuradas (precisas), refletindo sempre fielmente
como o produto físico é composto. É freqüente acharmos situações em que, dentro de uma
empresa, varias estruturas de produtos diferentes existam simultaneamente para um mesmo
produto. Por exemplo, o setor de engenharia mantém uma estrutura formal, que foi gerada quando
do projeto do produto ou da última mudança de engenharia, mas a fábrica mantém outra, que
reflete as mudanças menos formais que ocorrem ao longo dom tempo (muitas vezes desenvolvidas
no próprio chão de fabrica) e quer representam, estas sim, as estruturas reais, segundo as quais os
produtos são realmente feitos.
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8 - PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
As atividades de curto prazo de programação da produção, realizadas pelo PCP, buscam
implementar um programa de produção que atenda ao PMP gerado para os produtos acabados.
Estas atividades podem ser divididas em três grupos hierarquicamente relacionados ilustrados na
Figura 8.1: a administração dos estoques, o seqüenciamento, e a emissão e liberação as ordens.
Figura 8.1 – Hierarquia das funções da programação da produção
A administração dos estoques, está encarregada de planejar e controlar os estoques definindo
tamanhos de lotes, modelos de reposição e estoques de segurança do sistema. Escolhida uma
sistemática de administração dos estoques, serão geradas, de forma direta ou indireta, as
necessidades de compras, fabricação e montagem dos itens para atender ao PMP.
Convencionalmente, as ordens de compras, uma vez geradas vão para o setor encarregado de
compras e saem da esfera de ação do PCP. Já as necessidades de fabricação e montagem
normalmente precisam passar por um sistema produtivo com limitações de capacidade.
Uma vez estabelecidas todas as informações necessárias à execução do programa de produção, ou
seja, a definição para cada ordem da especificação do item, o tamanho do lote, a data de início e
conclusão das atividades e a seqüência e o local onde as mesmas serão executadas, a programação
da produção pode partir para a emissão e liberação do programa de produção.
APOSTILA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO I
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Conforme já havíamos frisado, estas atividades de programação da produção apresentam-se de
forma diferenciada, dependendo de como o sistema produtivo está projetado para empurrar ou para
puxar o programa de produção. Nos sistemas de puxar a produção, normalmente implementados
com o kanban, as atividades da programação da produção são deixadas a cargo dos próprios
funcionários. Já nos sistemas convencionais de empurrar a produção, há necessidade de definir a
cada programa de produção sua seqüência, baseada em critérios predeterminados, e emitir as
ordens autorizando a compra, fabricação e montagem dos itens.
Em princípio, o seqüenciamento e a emissão de um programa de produção deveriam ser uma tarefa
simples para o PCP, já que este programa está sendo suportado por um plano de produção de longo
prazo e por um PMP de médio prazo, onde as necessidades de capacidade de produção foram
analisadas e equacionadas em tempo hábil. Porém, dentro da dinâmica empresarial, instabilidades
de curto prazo, como cancelamentos, adiantamentos ou acréscimos em pedidos dos clientes,
alterações nas especificações dos itens, ou ainda, deficiências na qualidade e nos ritmos de
trabalho, fazem com que a eficiência do sistema produtivo dependa fundamentalmente de um
processo dinâmico de seqüenciamento e emissão do programa de produção. Contudo, por mais que
se desenvolvam técnicas e softwares visando acelerar estas atividades, nada substitui a estabilidade
e a confiabilidade do sistema produtivo.
Objetivo da Programação e Controle da Produção
A partir do momento em que o plano Mestre de Produção diz o que vai fazer, quais produtos e
quanto de cada um deles, começa então problema de programar e controlar a produção para
obedecê-lo. Programar e controlar a produção são atividades marcadamente operacionais, que
encerram um ciclo de planejamento mais longo que teve inicio com o planejamento da Capacidade
e a fase intermediária com o planejamento agregado.
Os objetivos da programação da produção – potencialmente conflitantes entre si – são os
seguintes:
a) Permitir que os produtos tenham as qualidades especificadas;
b) Fazer com que máquinas e pessoas operem com os níveis desejados de produtividade;
c) Reduzir os estoques e os custos operacionais;
d) Manter ou melhorar o nível de atendimento ao cliente.
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Reduzir custos operacionais requer que sejam reduzidos os estoques de produtos abados, de
matérias-primas e de material em processo (produtos semi-processados), por sua vez, atingir a
produtividade desejada de pessoas e máquinas pode exigir um grau de ocupação desses recursos
que acabe levando ao aumento. Finalmente, manter ou melhorar o nível de atendimento ao cliente
pode também levar ao aumento de estoques, principalmente se a demanda for muito flutuante.
Evidentemente, exige-se um balanço e um compromisso final entre os vários objetivos, que
dificilmente poderão ser totalmente atendidos ao mesmo tempo.
Em atividades industriais, programar a produção envolve primeiramente o processo de distribuir as
operações necessárias pelos diversos centros de trabalho. Essa fase recebe o nome de alocação de
carga. Dado que diferentes operações podem aguardar processamento num dado centro, a
programação da produção também envolve o processo de determinar a ordem na qual essas
operações serão realizadas. A essa fase dá-se o nome de sequenciamento de tarefas. O foco de
atenção na programação da produção recai essas responsabilidades básicas – alocação de carga e
sequenciamento das tarefas.
Controlar a produção significa assegurar as ordens de produção serão da forma certa e na data
certa. Para tanto é preciso dispor de um sistema de informações que relate periodicamente sobre,
material em processo acumulado nos diversos processos, o estado atual de cada ordem de produção
as quantidades de cada ordem de produção, as quantidades de cada produto, como está a utilização
dos equipamentos, etc.
Programação para sistemas de Volume Intermediário
Consideramos o caso onde diversos produtos são feitos na mesma linha de produção, tal como
acontece com bebidas, cigarros, refrigerantes, aparelhos de ar condicionado etc. A cada vez que
um produto é programado, são necessários mudanças nas linhas (ajuste e preparação de maquinas).
Dado um certo número de produtos que utilizam, o problema de produção não envolve a etapa de
alocação de carga, que está pré–definida. Há, no entanto, duas questões a responder:
a) Quando produzir de cada produto ?
b) Em que ordem deve ser produzidos os produtos?
A resposta a esta pergunta quando produzir pode ser dada de muitas maneiras, onde não faltam os
critérios específicos de cada empresa, baseados no bom senso ou em razão de ordem histórica. A
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teoria elementar dos custos associados aos estoques fornece uma qualidade a fabricar que leva em
conta, de um lado, os custos de preparar as máquinas para uma rodada de produção e, de outro, os
custos de manter o produto em estoque, Esses dois custos são antagônicos: para se gastar menos
com a preparação de maquinas é preciso diminuir o número de rodadas de produção, o que, para
um dado nível da demanda, leva a um aumento na quantidade fabricante de cada vez e,
conseqüentemente, nos estoques mantidos. Esse aumento nos estoques fará aumentar o custo de
manutenção associado. Entretanto, se dois custos, preparação de maquinas e manutenção de
estoque, forem somados, é possível determinar uma quantidade a produzir que minimize essa
soma. Essa quantidade é chamada lote Econômico (LEF) e se constitui numa possível resposta a
pergunta de quando produzir de cada produto que utiliza a linha.
A outra questão é, em que ordem produzir, é a questão do sequenciamento. Uma técnica usada
para o sequenciamento é chamada tempo de Esgotamento (TE).
Dado um produto candidato ao sequenciamento, o seu Tempo de Esgotamento é definido pela
equação 8.1:
TE = Estoque disponível (Equação 8.1)
Taxa de Consumo
Onde a taxa de consumo é a quantidade média consumida no intervalo de tempo (dia, semana,
mês, etc.) Se tivemos 3.000 unidades de um produto em estoque, por exemplo, e a taxa de
consumo for de 800 unidades por semana, o seu Tempo de Estoque será de:
TE = 3.000 = 3,75 Semanas
800
O tempo de Estoque é uma medida de urgência com que o produto deve ser fabricado, quanto
menor o TE, mais cedo o produto estará em falta. Portanto, dados vários produtos aguardando
processamento numa mesma linha, programa-se primeiro o produto com o menor Tempo de
Esgotamento.
Tão logo termine o processamento do produto escolhido, os cálculos devem ser referidos para que
se determine o novo produto a ser seqüenciado.
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Dados os cinco produtos apresentados nas tabelas seguintes, programá–los para processamento de
acordo com a técnica do Tempo de Estoque (efetuar as três primeiras rodadas).
Produto Lote Econômico
de Fabricação
(LEF)
Duração da
rodada
(Semanas)
Estoque
Inicial
(Unidades)
Taxa de
Consumo
(Unid/Semana)
I 500 1,5 1.600 200
II 2.300 1,0 4.830 1.200
III 5.000 1,5 6.000 1.500
IV 4.000 2,0 9.600 1.000
V 2.800 1,0 900 800
Tabela 8.1 – Situação antes da rodada de produção.
Segue a mesma tabela com o tempo de esgotamento:
Produto Lote Econômico
De Fabricação
(LEF)
Duração da
rodada
(Semana)
Estoque
Inicial
(unidades)
Taxa de
Consumo
(Unid/ semana)
TE
I 500 1,5 1.600 200 8,0
II 2.300 1,0 4.830 1.200 4,025
III 5.000 1,5 6.000 1.500 4,0
IV 4.000 2,0 9.600 1.000 9,6
V 2.800 1,0 900 800 1,125
Tabela 8.2 – Situação antes da rodada de produção com o tempo de esgotamento.
Produto
Lote Econômico
da Fabricação
(LEF)
Duração da
rodada
(Semana)
Estoque
inicial
(Unidade)
Taxa de
Consumo
Unid./ (Semana)
TE
I 500 1,5 1.400 200 7,0
II 2.300 1,0 3.630 1.200 3,025
II 5.000 1,5 4.500 1.500 3,0
IV 4.000 2,0 8.600 1.000 8,6
V 2.800 1,0 2.900 800 3,625
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Tabela 8.3 – Situação Final da Semana 1.
Produto Lote Econômico
da Fabricação
(LEF)
Duração da
rodada
(Semana)
Estoque
inicial
(Unidade)
Taxa de
Consumo
Unid./ (Semana)
TE
I 500 1,5 1.100 200 5,5
II 2.300 1,0 1.830 1.200 1,525
II 5.000 1,5 7.250 1.500 4,833
IV 4.000 2,0 7.100 1.000 7,1
V 2.800 1,0 1.700 800 2,125
Tabela 8.4 – Situação Final da Semana 2,5.
A técnica do tempo de Esgotamento é dita dinâmica porque programa um produto a cada rodada
de produto. Por contraposição, uma técnica estática programaria todos os produtos a um só
tempo. É conveniente frisar que a técnica não leva em conta os custos de preparação das
máquinas (variáveis de acordo com a particular seqüência de processamento envolvido) ou os
custos de manutenção e falta de estoques
Sequenciamento nos Processos Contínuos
Em sistemas do tipo contínuo, as opções de produtos e processos são bastante limitadas, restando a
programação da produção apenas definir os volumes desejados dos ítens. No outro extremo, em
sistemas que trabalham por projetos, a cada novo pedido de clientes normalmente toda a seqüência
de ordens de produção deve ser refeita, alterando-se prioridades e ordens já emitidas.
Os processos contínuos de produção são empregados para produtos que não podem ser
identificados individualmente, com alta uniformidade na produção e demanda, onde os produtos e
os processos produtivos são totalmente independentes. Desta forma, fica economicamente viável
estruturar um sistema produtivo em grande escala, direcionado para o tipo de produto que se
pretende produzir, permitindo sua automatização, como, por exemplo, uma refinaria de petróleo.
Como os processos contínuos se propõem a produção de poucos itens, normalmente um por
instalação, não existem problemas de sequënciamento quanto a ordem de execução das atividades.
Os problemas de programação resumem-se a definição da velocidade que será dada ao sistema
produtivo para atender determinada demanda estabelecida no PMP.
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Em processos contínuos, a preocupação maior está no atendimento da programação da produção,
concentra-se no fluxo de chegada de matérias-primas e na manutenção das instalações produtivas,
como forma de garantir que o sistema produtivo não pare por qualquer problema em um destes
dois pontos.
Sequenciamento nos Processos Repetitivos em Massa
Os processos repetitivos em massa, à semelhança dos processos contínuos, são empregados na
produção em grande escala de produtos altamente padronizados, porém identificáveis
individualmente, como, por exemplo, os processos produtivos de automóveis, eletrodomésticos
etc. Nestes sistemas produtivos procura-se trabalhar com o máximo de padronização dos itens
componentes, sendo diferenciados os produtos apenas na composição da montagem final,
garantindo uma alta taxa de produção e custos baixos.
O trabalho da programação da produção nos processos repetitivos em massa consiste em buscar
um ritmo equilibrado entre os vários postos de trabalho, principalmente nas linhas de montagem,
conhecido como “balanceamento” de linha, de forma a atender economicamente uma taxa de
demanda, expressa em termos de “tempo de ciclo” de trabalho. Em outras palavras, o
balanceamento da linha busca definir conjuntos de atividades que serão executados por homens e
máquinas de forma a garantir um tempo de processamento aproximadamente igual (tempo de
ciclo) entre os postos de trabalho. Desta forma, tira-se o máximo de produtividade e sincronismo
dos recursos investidos no processo produtivo. Vamos apresentar um exemplo simples do conceito
de tempo de ciclo e de balanceamento de linha.
Exemplo: Usando as equações do capítulo 4, temos que um produto é montado em uma linha que
trabalha 480 minutos por dia (8 horas) a partir de seis operações seqüenciais, com os seguintes
tempos unitários.
Operação 1 Operação 2 Operação 3 Operação 4 Operação 5 Operação 6
0,8 min. 1,0 min. 0,5 min. 1,0 min. 0,5 min. 0,7 min.
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O cálculo da capacidade de produção, podemos obter os limites superior e inferior:
CP=TP
TC
Cpinferior = 480 min.por dia = 106,6 ~ 106 unidades por dia
4,5 min. Por unidade
Cpsuperior = 480 min. por dia = 480 unidades por dia.
1,0 min. por minuto
O tempo de ciclo no qual desejamos operar será função do tempo disponível para a produção por
dia dividido pela taxa de demanda esperada por dia. Admitindo-se que a demanda esperada seja de
240 unidades por dia, o tempo de necessário será de 2,0 min. por unidade.
TC= TP
D
TC = 480 min. por dia = 2,0 min. por unidade.
240 unidades por dia
O número de postos de trabalho necessários para suportar uma demanda de 240 unidades por dia,
com ritmos de 2,0 min. por unidade, será função da forma como combinaremos as atividades
individuais em grupos de no máximo 2 min. de tempo. Teoricamente, podemos calcular o número
mínimo de postos para atender uma determinada taxa de demanda, ou tempo de ciclo, da seguinte
forma:
Nmínimo = Σt
TC
Para o nosso exemplo:
Nmínimo = 4,5 min. por unidade = 2,25 postos.
2,0 min. por unidade
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Como não existe posto de trabalho fracionado, este número mínimo deve ser arredondado para três
postos. Uma alternativa de composição destes três postos seria:
• Posto 1 = operação1 + operação2 = 0,8 + 1,0 = 1,8 min.;
• Posto 2 = operação3 + operação 4= 0,5 + 1,0 = 1,5 min.;
• Posto 3 = operação5 + operação6 = 0,5 + 0,7 = 1,2 min.
Existem alternativas de composição destes postos de trabalho. Como este exemplo é simples,
poderíamos listar todas e escolher a melhor. Na prática, a situação é mais complexa, existindo
normalmente, uma gama muito maior de atividades nas linhas de montagem, com limitações
físicas associadas ao layout e equipamentos, à incompatibilidade entre operações e a fatores
humanos.
Como a meta de qualquer balanceamento de linha consiste em empregar eficientemente os
recursos produtivos para um determinado tempo de ciclo, a eficiência de uma alternativa é avaliada
em função de quanto tempo livre ela gera. Uma forma de calcular este índice de eficiência é:
Ieficiência= 1- Σ tempo livre
N x TC
A eficiência da solução encontrada pode ser avaliada como:
Ieficiência = 1- (2,0-1,8) + (2,0-1,5) + (2,0-1,2) = 0,75 ou 75%.
3 x 2,0
Ou seja, em média os postos de trabalho estarão ocupados 75% do seu tempo. Como normalmente
a programação dos processos repetitivos em massa sofre poucas alterações, buscamos trabalhar
dentro da máxima capacidade de produção, ou seja, com o mínimo tempo de ciclo. Mudanças na
demanda são absorvidas pelos estoques de produtos acabados no nível do planejamento mestre da
produção.
Sequenciamento nos Processos Repetitivos em Lote
Os processos repetitivos em lotes caracterizam-se pela produção de um volume médio de ítens
padronizados em lotes, onde cada lote segue uma série de operações que necessita ser programada
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a medida que as operações anteriores sejam concluídas. Estes sistemas produtivos são
relativamente flexíveis, empregando equipamentos menos especializados, que permitem, em
conjunto com funcionários polivalentes, atender diferentes volumes e variedades de pedidos dos
clientes.
A quantidade de produtos que passam pelo processo é insuficiente para justificar a massificação da
produção e a especialização das instalações, porém justifica a montagem de lotes repetitivos e a
manutenção de estoques para absorver os custos de preparação dos equipamentos. Desta forma, o
sistema de administração de estoques define a quantidade e o momento em que os ítens são
necessários, cabendo ao seqüenciamento definir as prioridades na alocação dos recursos.
A primeira decisão, quanto a escolha da ordem a ser processada dentre uma fila de espera de
ordens a processar, se resume ao estabelecimento de prioridades entre os diversos lotes de
fabricação concorrentes por um mesmo grupo de recursos, no sentido de atender a determinados
objetivos. Conforme os objetivos que se pretendem atingir, regras de decisões diferentes podem ser
utilizadas. Nos processos repetitivos em lotes esta decisão é crítica para o desempenho do sistema
produtivo, pois, via de regra, a maior parcela do lead time de um produto fabricado em lotes
compreende o tempo em que o lote deste produto espera nas filas dos recursos para ser trabalhado.
Desta forma, ganhos resultantes de um bom seqüenciamento têm um fator multiplicador no
desempenho do sistema, no sentido de que teremos os lead times padrões previstos mais perto dos
lead time reais, reduzindo a margem de erro do programa executado em relação ao planejado.
REGRAS DE SEQUENCIAMENTO
As regras de seqüenciamento são heurísticas usadas para selecionar, a partir de informações sobre
os lotes e/ou sobre o estado do sistema produtivo, qual dos lotes esperando na fila de um grupo de
recursos terá prioridade de processamento.
Geralmente, as informações mais importantes estão relacionadas com o tempo de processamento
(lead time) e com a data de entrega, que podem ser estabelecidos tendo por base as informações
dos produtos finais ou dos lotes individualmente. Estas regras normalmente assumem, para
simplificar, que os tempos e custos dos setups são independentes da seqüência escolhida, e são
adicionados ao tempo de processamento do lote.
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Soluções otimizadas para o problema de seqüenciamento empregando técnicas de Pesquisa
Operacional, principalmente a clássica programação linear, são viáveis matematicamente. Porém,
na prática, devido à natureza combinatória do problema e a rigidez dos algoritmos desenvolvidos,
fica difícil conciliar a variabilidade dos dados de produção com a dinâmica de atualização dos
parâmetros do algoritmo. Por esta razão, as empresas preferem trabalhar com regras simplificadas
que, se não garantem o atendimento da solução ótima, procuram chegar a uma solução boa e
rápida em relação aos objetivos pretendidos.
Restrições Físicas
A natureza física dos materiais processados pode determinar a prioridade do trabalho. Por
exemplo, em uma operação que utiliza tintas ou tingimentos, os tons mais claros serão colocados
na seqüência antes dos tons mais escuros. Cada vez que um lote é terminado, a cor ligeiramente
escurecida para o próximo lote. Isso é devido ao fato de que a cor só pode ser escurecida e nunca
clareada.
Algumas vezes, a combinação de trabalhos que chegam a uma parte da operação pode determinar a
prioridade dada aos trabalhos. Por exemplo, quando um tecido é cortado em determinado tamanho
e formato na indústria de confecção de roupas, o tecido excelente seria desperdiçado se não fosse
utilizado para outro produto. Dessa forma, trabalhos que fisicamente se encaixam juntos podem ser
programados para reduzir desperdícios.
Prioridade ao Consumidor
As operações algumas vezes permitem que um consumidor importante, ou temporariamente
ofendido, ou um item, sejam “processados”antes de outros, independentemente da ordem de
chegada do consumidor ou do item. Os serviços de emergência geralmente precisam usar seu
julgamento ao priorizar a urgência dos atendimentos.
Seqüenciar o trabalho segundo a prioridade do consumidor pode significar que consumidores de
“grande porte” recebem um serviço de muito alto nível, mas o serviço para os outros (muitos)
consumidores é prejudicado. Isso pode baixar a média de desempenho da operação, se o fluxo de
trabalho existente for perturbado por causa de consumidores importantes. Pode também erodir a
qualidade e a produtividade da operação, fazendo-a menos eficiente.
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Data Prometida
Priorizar pela data prometida significa que o trabalho é sequenciamento de acordo com a data
prometida de entrega. O sequenciamento baseado na data prometida usualmente melhora a
confiabilidade de entrega de uma operação e a média de rapidez de entrega. Entretanto, pode não
proporcionar uma produtividade como um sequenciamento do trabalho que visa especificamente à
eficiência que pode reduzir os custos totais. Ele pode, contudo, ser flexível quando novos trabalhos
urgentes chegam ao centro de trabalho.
Lifo
Last in First out (lifo) (último a entrar, primeiro a air) é um método de sequenciamento usualmente
escolhido por razões práticas. Por exemplo, a descarga de um elevador é mais conveniente na
forma Lifo, já em geral, somente uma porta entrada e saída. A seqüência não é determinada por
razões de qualidade, flexibilidade ou custo; assim, nenhum desses objetivos de desempenho é bem
servido por esse método.
Fifo
Algumas operações servem aos consumidores na exata seqüência de suas chegadas, na forma First
In First Out ( Fifo) (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair).
Em operações de alto contato, o momento de chegada pode ser visto pelos consumidores como
uma forma justa de sequenciamento, minimizando assim as reclamações dos consumidores e
melhorando o desempenho de serviço. Todavia, por não se considerar a urgência ou as datas
prometidas, algumas necessidades dos consumidores podem não ser atendidas tanto quanto as de
outros.
Operação mais longa / Tempo total mais longo da tarefa primeiro
Sob certas circunstâncias, a produção pode sentir-se obrigada a seqüenciar mais longos trabalhos
em primeiro lugar. Isso tem a vantagem de ocupar os centros de trabalhos dentro da operação por
longos períodos.
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Operação mais curta/Tempo total mais curto da tarefa primeiro
A maioria das operações em certo momento torna-se limitada por disponibilidade de caixa. Nessa
situações, as regras de sequenciamento podem ser ajustadas para atacar os trabalhos mais curtos.
Esses trabalhos podem então ser faturados e os pagamentos, recebidos para facilitar os problemas
de fluxo de caixa. Todavia, ela pode afetar adversamente a produtividade total e pode prejudicar
consumidores maiores.
Regra de Johnson
A regra de Johnson aplica-se ao sequenciamento de n trabalhados por meio de dois centros de
trabalho. A figura 8.2 ilustra seu uso. Nesse caso, um impresso tem que imprimir e encardenar seis
trabalhos. A regra é simples. Primeiro, olhe para o menor tempo de processamento. Se esse esse
tempo esta associado ao primeiro centro de trabalho (impressão, nesse caso), programe esse
trabalho primeiro, ou o mais perto possível do primeiro lugar. Se o próximo dos menores tempos
esta associado ao segundo centro de trabalho, programe esse trabalho por ultimo, ou o mais perto
possível do ultimo.
Fig. 8.2 – Aplicação da regra de Johnson para aplicar n trabalhos
De modo geral, as regras de seqüenciamento mais empregadas na prática estão apresentadas na
Tabela 8.5. Não existem regras de seqüenciamento que sejam eficientes em todas as situações.
Geralmente, a eficiência de um seqüenciamento é medida em termos de três fatores: o lead time
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médio, o atraso médio, e o estoque em processo médio. Além do mais, estudos comprovam que a
eficiência de uma regra dependerá da variedade dos lotes, dos tamanhos destes lotes e da
participação relativa de cada tipo de peça, o que faz com que uma boa regra em uma situação não
seja necessariamente boa em outra.
Sigla Especificação Definição
PEPS Primeira que entra
Primeira que sai
Os lotes serão processados de acordo com sua
chegada no recurso.
MTP Menor tempo de
Processamento
Os lotes serão processados de acordo com os menores
tempos de processamento no recurso
MDE Menor data de
entrega
Os lotes serão processados de acordo com as menores
datas de entrega.
IPI Índice de
prioridade
Os lotes serão processados de acordo com o valor da
prioridade atribuída ao cliente ou ao produto.
ICR Índice crítico Os lotes serão processados de acordo com o menor
valor de:
(data de entrega-data atual) / tempo de processamento
IFO Índice de folga Os lotes serão processados de acordo com o menor
valor de:
data de entrega – Σ tempo de processamento restante
número de operações restante
IFA Índice de falta Os lotes serão processados de acordo com o menor
valor de: quantidade em estoque / taxa de demanda
Tabela 8.5 - Regras de seqüenciamento.
“Regra de Johnson”, minimiza o lead time total de um conjunto de ordens processadas em dois
recursos sucessivos (máquina A e máquina B), desde que as seguintes condições sejam satisfeitas:
1- os tempos de processamento das ordens (incluindo os setups) devem ser conhecidos e
constantes, bem como independentes da seqüência de processamento escolhida;
2- todas as ordens são processadas na mesma direção, da máquina A para a máquina B;
3- não existem prioridades;
4- as ordens são transferidas de uma máquina para outra apenas quando completadas.
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Uma vez cumprida estas condições, a determinação da seqüência pela regra de Johnson segue os
seguintes passos:
1- selecione o menor tempo entre todos os tempos de processamento da lista de ordens a
serem programadas nas máquinas A e B; no caso de empate escolha qualquer um;
2- se o tempo escolhido for na máquina A, programe esta ordem no início. Se o tempo
escolhido for na máquina B, programe esta ordem para o final.
3- elimine a ordem escolhida da lista de ordens a serem programadas e retorne ao passo 1 até
programar todas as ordens.
A regra PEPS é a mais simples delas, sendo pouco eficiente. É muito empregada em sistemas de
serviços onde o cliente esteja presente. Esta regra faz com que lotes com tempos longos retardem
toda a seqüência de produção, gerando tempo ocioso nos processos à frente, fazendo com que o
tempo de espera médio dos lotes seja elevado. A regra MTP obtêm um índice de lead time médio
baixo, reduzindo os estoques em processo, agilizando o carregamento das máquinas à frente e
melhorando o nível de atendimento ao cliente. Como ponto negativo, a regra MTP faz com que
ordens com tempos longos de processamento sejam sempre preteridas, principalmente se for
grande a dinâmica de chegada de novas ordens com tempos menores. Uma solução para este caso
seria associarmos uma regra complementar que possibilitasse a uma ordem que fosse preterida um
determinado número de vezes, ou após um determinado tempo de espera, avançar para o topo da
lista.
A regra MDE, como prioriza as datas de entrega dos lotes, faz com que os atrasos se reduzam, o
que é conveniente em processos que trabalham sob encomenda. Porém, como não leva em
consideração o tempo de processamento, pode fazer com que lotes com potencial de conclusão
rápido fiquem aguardando. Nos processos repetitivos em lotes, onde trabalhamos com estoques, as
vantagens em priorizar apenas as datas de entrega não são muito claras. Da mesma forma, a regra
IPI, atribuímos um índice de prioridade a cada ordem, sendo mais conveniente empregá-la apenas
como critério de desempate para outra regra.
As demais regras da Tabela 8.5 (ICR,IFO,IFA) baseadas em cálculo de índices, são normalmente
empregadas em sistemas do tipo MRPII, dentro de um módulo chamado “controle de fábrica”, o
qual se encarrega de gerar prioridades para as ordens liberadas pelo módulo MRP. As regras ICR e
IFO, estão baseadas no conceito de folga entre a data de entrega do lote e o tempo de
processamento, sendo que a regra IFO considera não só a operação imediata, como todas as demais
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à frente. A regra IFA, relacionado os estoques atuais com a demanda, busca evitar que os estoques
se esgotem, causando prejuízo ao fluxo produtivo, sendo mais empregada para os itens
intermediários que compõem os produtos acabados.
Finalmente, a regra de Johnson, apresenta o menor lead time e um baixo tempo de espera para
processamento na segunda máquina, garantindo pela sua heurística de seqüenciar tempos rápidos
de início para o primeiro recurso e tempos rápidos de conclusão para o segundo. Infelizmente, as
restrições desta regra são muito fortes, fazendo com que ela seja de aplicação limitada.
De modo geral, existem algumas características importantes com relação às regras empregadas
para a definição do sequenciamento de um programa de produção, entre as quais podemos citar:
1- simplicidade: as regras devem ser simples e rápidas de entender e aplicar;
2- transparência: a lógica por trás das regras devem estar clara, caso contrário o usuário não
verá sentido em aplica-la;
3- interatividade: como os problemas de programação afetam os programadores, supervisores
e operadores, as regras devem facilitar a comunicação entre estes agentes do processo
produtivo.
4- gerar prioridades palpáveis: as regras aplicadas devem gerar prioridade de fácil
interpretação. Os usuários entendem mais facilmente uma regra baseada na data de entrega
do que, por exemplo, em um índice muito elaborado.
5- facilitar o processo de avaliação: as regras de seqüenciamento devem promover,
simultaneamente à programação, a avaliação de desempenho de utilização dos recursos
produtivos.
Gráfico de Gantt
O método de programação mais comumente usado é o gráfico de Gantt. Um gráfico de Gantt é
uma ferramenta simples (inventada por H.L. Gantt, em 1917), que representa o tempo como uma
barra num gráfico. Os momentos de início e fim de atividade podem ser indicados no gráfico e ,
algumas vezes, o progresso real do trabalho também é indicado no mesmo gráfico. A figura 8.3 é
um gráfico de Gantt de andamento de trabalho. Ele indica quando cada trabalho esta programado
para começar e terminar, assim como o grau de acabamento do trabalho. Também é indicado no
gráfico o momento atual, nesse caso, a mesa já foi completada, apesar de não ter sido programado
seu termino até o final do dia seguinte. Por outro, lado as prateleiras estão atrasadas.
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Fig. 8.3 – Gráfico Gantt para andamento do trabalho
As vantagens dos gráficos de Gantt são que eles proporcionam uma representação visual simples
do que deveria e o que esta realmente acontecendo na operação.
TEORIA DAS RESTRIÇÕES
Gargalo é um ponto do sistema produtivo (máquina, transporte, espaço, homens, demanda etc.)
que limita o fluxo de itens no sistema.
A partir da constatação de que os recursos produtivos podem ser divididos nestes dois grupos
(gargalos e não-gargalos), e de que a forma como eles se relacionam definem o fluxo produtivo, os
custos com estoques e as despesas operacionais, um conjunto de 10 regras é usado para direcionar
as questões relativas ao seqüenciamento de um programa de produção.
Regra 1: A taxa de utilização de um recurso nâo-gargalo não é determinada por sua
capacidade de produção, mas sim por alguma outra restrição do sistema.
O fluxo produtivo sempre estará limitado por algum recurso (interno ou externo) gargalo, de nada
adiantando programar um recurso não-gargalo para produzir 100% de sua capacidade, pois
estaremos apenas gerando estoques intermediários e despesas operacionais.
Regra 2: Utilização e ativação de um recurso não são sinônimos.
Um recurso parado é visto como perda de eficiência. A teoria das restrições advoga que os
recursos devem ser ativados apenas na medida em que incrementarem o fluxo produtivo, ficando
parados sempre que atingirem as limitações do gargalos.
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Revisão 01 138 / 140
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Regra 3: Uma hora perdida num recurso gargalo é uma hora perdida em todo o sistema
produtivo.
Como os recursos gargalos não possuem tempo ociosos, caso algum problema venha a acontecer
com estes recursos, a perda de produção se repercutirá em todo o sistema, reduzindo o fluxo. Da
mesma forma, ao transformarmos tempo improdutivo (como paradas para set-up ou manutenção
corretiva) em tempos produtivo nos recursos gargalos, todo o sistema estará ganhando, pois
aumentaremos a capacidade do fluxo produtivo.
Regra 4: Uma hora ganha num recurso não-gargalo não representa nada.
Como os recursos não-gargalos, por definição, possuem tempos ociosos, qualquer ação que venha
apenas acelerar o tempo produtivo destes recursos estará transformando tempo produtivo em mais
tempo ocioso. Porém, uma diminuição no tamanho dos lotes que passam por estes recursos,
visando agilizar a chegada dos mesmos aos recursos gargalos, é bem vista, pois estará agilizando o
fluxo apenas pela transformação dos tempos ociosos em tempos de set-up.
Regra 5: Os lotes de processamento devem ser variáveis e não fixos.
Em um recurso gargalo os lotes devem ser grandes para diluir os tempos de preparação,
transformando-os em tempos produtivos. Já nos recursos não gargalos, os lotes devem ser
pequenos para reduzir os custos dos estoques em processo e agilizar o fluxo de produção dos
gargalos.
Regra 6: Os lotes de processamento e de transferência não precisam ser do mesmo tamanho.
Convencionalmente, os lotes de produção só são movimentados quando totalmente concluídos.
Isto simplifica o fluxo de informações dentro do sistema, mas gera um aumento no lead time
médio dos ítens (pois o primeiro item terá que esperar o último para ser transferido) e nos estoques
em processo dentro do sistema. Segundo a teoria das rstrições, para evitar estes problemas, os lotes
de transferência devem ser considerados segundo a ótica do fluxo, enquanto os lotes de
processamento, segundo a ótica do recurso no qual será trabalhado.
Regra 7: Os gargalos governam tanto o fluxo como os estoques do sistema.
No sentido de garantir a máxima utilização dos recursos gargalos, devemos não só sequenciar o
programa de produção de acordo com suas restrições de capacidade, como também projetar
estoques na frente dos mesmos, buscando evitar interrupções no fluxo.
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Regra 8: A capacidade do sistema e a programação das ordens devem ser consideradas
simultaneamente, e não sequencialmente.
A teoria das restrições trabalha olhando a lista de materiais e rotina de operações simultaneamente,
considera que os lead times não são fixos, mas sim resultado da sequência escolhida para o
programa de produção. Desta forma, para cada alternativa de sequenciamento analisada, diferentes
lead times serão obtidos.
Regra 9: Balanceie o fluxo e não a capacidade.
A teoria das restrições considera que o importante em um sistema produtivo em lotes, sujeito a
passar por recursos gargalos, é buscar um fluxo contínuo destes lotes, acelerando a transformação
de matérias-primas em produtos acabados.
Regra 10: A soma dos ótimos locais não é igual ao ótimo global.
Esta última regra sintetiza todas as demais, ao considerar que em um sistema produtivo as soluções
devem ser pensadas de forma global (em relação ao fluxo) , pois um conjunto de soluções
otimizadoras individuais para cada recurso ou grupos de recursos (departamentos) geralmente não
leva ao ótimo global.
FUNÇÕES DO ACOMPANHAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
Basicamente, existem três grupos de recursos necessários ao atendimento de um programa de
produção : máquinas, mão-de-obra e materiais. O programa de produção emitido e acompanhado e
controlado pelo PCP através das seguintes funções:
• Coleta e registro de dados sobre o estágio das atividades programadas;
• Comparação entre o programado e o executado;
• Identificação dos desvios;
• Busca de ações corretivas;
• Emissão de novas diretrizes com base nas ações corretivas;
• Fornecimento de informações produtivas aos demais setores da empresa (Finanças,
Engenharia, Markenting, Recursos Humanos, etc.);
• Preparação de relatórios de analise de desempenho do sistema produtivo.
A coleta e o registro dos dados sobre o emprego de máquinas, homens e materiais é o primeiro
passo na ação do acompanhamento e controle da produção. As informações devem estar
disponíveis tão logo o programa de produção seja liberado, acelerando a identificação de desvios
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entre o programado e o realizado. Conforme já frisamos quanto mais rápido os problemas forem
detectados menores os desvios e os custos associados a sua correção. O desenvolvimento de
computadores e coletores de dados produtivos permitem que a coleta on-line dos dados seja uma
realidade. Contudo, muita atenção tem que ser dada as questões ligadas a integridade dos dados e a
real necessidade de se coletar tal informação.
Tecnicamente, tudo sobre o que esta ocorrendo dentro do processo produtivo pode ser coletado e
armazenado em banco de dados, porem, se nenhuma ação efetiva em beneficio para a empresa
resultar desta coleta, ela deve ser revista e eliminada.
Tendo os dados oportunos em mãos, o PCP pode, então, compara-los com o programa de produção
emitido buscando identificar possíveis desvios que demandem ações corretivas. Esta seqüência de
atividades executadas pelo acompanhamento e controle da produção pode ser desenvolvida
segundo várias óticas de “controle administrativo” Uma filosofia muito utilizada no meio
empresarial é o Controle da Qualidade Total (TQC) que será abordado neste curso na disciplina
Gestão da Qualidade.