Planejamento em saúde

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Componentes: Aline Nayra Ana Carla Camila Beatric Elanny Cristin Fernanda Sávia Joana Carolina Kamyla Sávia Laíz Alves Sunamita Teresina-Pi PLANEJAMENTO EM SAÚDE Faculdade Maurício de Nassau Enfermagem -3ºperíodo Disciplina: Epidemiologia Profº: Raimundo

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Componentes:

Aline Nayra

Ana Carla

Camila Beatrice

Elanny Cristina

Fernanda Sávia

Joana Carolina

Kamyla Sávia

Laíz Alves

Sunamita

Teresina-Pi

PLANEJAMENTO EM SAÚDE

Faculdade Maurício de NassauEnfermagem -3ºperíodoDisciplina: EpidemiologiaProfº: Raimundo

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O QUE É PLANEJAR?

A noção mais simples de planejamento é a de não improvisação. Uma ação planejada é uma ação não improvisada, e nesse sentido, fazer planos é coisa conhecida do homem desde que ele se descobriu com capacidade de pensar antes de agir.

Para Carlos Matus, planejar significa pensar antes de agir , pensar sistematicamente, com método, explicar cada uma das possibilidades e analisar suas respectivas vantagens e desvantagens; propor objetivos.

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CONSIDERAÇÕES GERAIS Optar pelo planejamento significa assumir uma alternativa à não

improvisação. É decidir aonde se quer chegar, é acreditar que o futuro pode ser

construído.  Isto porque planejar implica transformar ideias em ações.

Pense em situações do seu dia-dia que foram bem planejadas. Reflita sobre os resultados desse planejamento. Depois faça o exercício inverso e reflita sobre situações que você não planejou e as consequências da falta de planejamento.

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VAMOS SABER MAIS?

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COMO SURGIU?

O planejamento em saúde, surge na América Latina na década de 1960.

Sob influência da teoria desenvolvimentista da Comissão Econômica para América Latina(CEPAL).

Esse último organismo internacional prega a partir de 1950 uma política de substituição de importações para os países da área, como condição para a superação do diagnóstico da deterioração dos termos de troca entre países centrais e periféricos e para o logro do desenvolvimento.

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Nesse contexto, ao planejamento é atribuído o papel de elemento de racionalização da política substitutiva a ser operada pelo Estado.

O desenvolvimento é visto inicialmente como expansão do crescimento econômico, mas a partir de 1960, ao mero crescimento é acrescentado o objetivo da redistribuição por meio do desenho racional e da implementação de políticas sociais.

Desse modo, o desenvolvimento integrado é o cenário discursivo em que aparece o Planejamento de Saúde, representado por um esforço metodológico desenvolvido pelo Centro de Desenvolvimento (CENDES).

Órgão criado na Venezuela (junto à Universidade Central) e apoiado pela Organização Pan-americana da Saúde (OPAS).

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FORMULAÇÃO DA POLÍTICA DE SAÚDE

O primeiro marco dessa evolução está representado pelo documento ‘Formulação de Políticas de Saúde’ (1975) do Centro Pan americano de Planejamento de Saúde(CPPS).

Ele concebe o Planejamento como um processo que, embora dominado pelo Estado, supõe a mobilização de vários atores, e, introduz a necessidade da análise de viabilidade política e da estratégia.

O Planejamento normativo cede o lugar ao Planejamento estratégico.

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CARLOS MATUS E MÁRIO TESTA

Os dois maiores expoentes dessa corrente são: Carlos Matus (1993; 1997) e Mário Testa (1987):

Matus apresenta uma dupla contribuição:

Constrói um protocolo de processamento de problemas que supõe 04 momentos:

Explicativo Normativo Estratégico Tático operacional

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Explicativo: Este é o momento de seleção e análise dos problemas

considerados relevantes para o ator social e sobre os quais este pretende intervir.

EX:

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Normativo: Este é o momento de desenhar o plano de intervenção, ou seja,

de definir a situação objetivo ou situação futura desejada e as operações/ações concretas que visam resultados, tomando como referência os nós críticos selecionados.

Vejamos a situação objetivo no caso de Angra dos Reis:

VDP: Vetor de Descrição do ProblemaVDR: Vetor de Definição de Resultados

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Estratégico: É realizada a análise de viabilidade do plano nas suas várias

dimensões: política, econômica, cognitiva e organizativa.

1. A utilização de estratégias específicas que podem ser classificadas, segundo Matus (1994) em:

a) Imposição- corresponde ao uso da autoridade em relação ao outro ator; pode ser utilizada quando o ator eixo encontra-se em situação hierárquica superior ao ator contrário.

b) Persuasão- compreende na ação de convencimento, em relação ao outro ator na busca de seu apoio e adesão, sem que para isto ator eixo tenha que fazer qualquer concessão em elação ao seu projeto.

c) Negociação cooperativa- implica na negociação onde existem interesses distintos quando ambos os lados deverão está predispostos a fazer concessões, sendo que o resultado deverá trazer ganhos positivos para os participantes.

d) Negociação conflitiva- negociação onde existe interesses opostos e o resultado sempre trará perda para um ator e ganho para o outro.

e) Confrontação- corresponde a mediação de força entre os atores envolvidos.

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Tático- operacional Para acompanhar a realização do plano de maneira a produzir

impactos reais, são necessárias formas adequadas de gerenciamento e monitoramento.

Consideramos que os três principais sistemas que Matus apresenta ao discutir a Teoria das Macro-organizações.

A agenda do dirigente: em nível local pode ser uma equipe de trabalho responsável pelo plano. Ela deve se preocupar com os problemas e questões importantes e delegar os demais.

Sistema de Petição de Prestação de Contas: em cada instituição local, em cada departamento, até no nível mais descentralizado deve imperar o hábito-como rotina formal- de pedir e prestar contas sobre cada atividade.

Sistema de Gerência por Operações: deve constituir-se em um sistema recursivo, até os níveis mais operacionais(ações, subações) guiado pelo critério de eficácia, ou seja como as operações e ações realizadas afetam o VDP dos problemas.

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PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL (PES) O enfoque estratégico exerceu grande influência no movimento

sanitário brasileiro, mas o Planejamento Estratégico Situacional (PES) é o que mais foi difundido, utilizado e atualizado.

No PES o ator que planeja está dentro da realidade e coexiste com outros autores que também planejam, diferente do método normativo, colocando-se fora dela e querendo controlá-la (GIOVANELLA, 1991).o, onde o planejador é um sujeito separado da realidade

Nesse método o conceito de Situação é um conceito importante.

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PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL (PES)

Para Matus: Situação é o lugar onde estão os atores e suas ações. 

É a explicação da realidade que realiza uma força social em função da sua ação e luta com outras forças sociais.

Nessa concepção, a contradição e o conflito são assumidos e o planejamento passa a ser entendido como uma ação política.

Para Matus, planejamento situacional refere-se à arte de governar em situações de poder compartilhado, ou seja, nas situações da nossa realidade.

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PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL

É um método de planejamento muito importante e de grande valia para a saúde.

Dentre os conceitos básicos do PES os cinco fundamentais são detalhados a seguir:

Triângulo de Governo:

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TRIÂNGULO DE GOVERNO Estes três pontos devem ser vistos numa inter-relação dinâmica

e a análise do equilíbrio entre os três vértices do triângulo permite avaliar as fragilidades da gestão orientando os ajustes necessários, ou seja, se é preciso trabalhar melhor o plano, se é preciso aumentar a governabilidade ou a capacidade de governo.

O triângulo de governo nos ajuda refletir sobre como se está dando o processo de planejamento em nossa equipe.

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ESTRATÉGIA Matus propõe um modelo de planejamento que funcione na

realidade e a realidade é conflitiva.

Na realidade ou na situação existem diversos atores sociais com diferentes visões de mundo, interesses e compromissos. São essas diferenças que provocam conflitos.

Existindo conflitos, é necessário pensar estrategicamente para enfrentar os oponentes e alcançar os objetivos propostos.

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SITUAÇÃO

É um espaço socialmente produzido onde se inserem diversos atores sociais que interpretam e explicam a realidade e sendo assim a situação é um espaço de conflito.

o Para Matus, um ator social pode ser uma pessoa ou um coletivo de pessoas que atuando em uma determinada situação é capaz de transformá-la.

Ator Social

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PROBLEMA

Matus diz que problema é uma situação insatisfatória acumulada, ou seja, é a discrepância entre uma situação real e a situação ideal ou desejada.

Uma situação só se torna problemática se um ator social assim a considerar, ou melhor dizendo se a considerar inaceitável e capaz de ser transformada na direção desejada.

O que é problema para um pode não ser para outro, mais ainda pode ser oportunidade.

É o caso desse exemplo: um modelo de atenção à saúde centrado no uso de medicamentos, para nós, profissionais de saúde, pode ser um problema. No entanto, para a indústria farmacêutica pode ser uma oportunidade.

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CONCLUSÃO Numa realidade fragmentada e permeada por questões

complexas, onde os problemas sociais se multiplicam, exigindo o posicionamento dos diferentes atores, inclusive da comunidade organizada no exercício de sua cidadania na busca de soluções mais integrais.

Torna-se necessário um enfoque de planejamento abrangente e participativo que possa dar conta desta complexidade e que favoreça a articulação dos distintos setores no enfrentamento dos problemas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Artmann, E., 1993. O Planejamento Estratégico Situacional: A Trilogia

Matusiana e uma Proposta para o Nível Local de Saúde (Uma Abordagem Comunicativa). Dissertação de Mestrado, Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz.

Artmann, E., Azevedo, C.S. & Sá, M.C., 1997. Possibilidades de aplicação do enfoque estratégico de planejamento no nível local de saúde: análise comparada de duas experiências. Rio de Janeiro: Cadernos de Saúde Pública, 13(4):723-740, out-dez,1997.

Gadamer, 1975. Truth and Method apud Matus, C., 1987.