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PLANEJAMENTO SISTEMATICO DE
LAYOUT: APLICAÇÃO EM UMA
EMPRESA DO RAMO
AUTOMOBILÍSTICO
CAIO CARLOS THIAGO EMERIQUE (UNAMA)
Julio Rios de Lima Cardoso (UNAMA)
Felipe Fonseca Tavares de Freitas (UNAMA)
A utilização de técnicas voltadas para a melhoria do layout do setor
produtivo está cada vez mais em uso, decorrente das constantes
adaptações das empresas às necessidades do mercado. Desta forma,
esta pesquisa visa analisar a reestruturaçãão do arranjo fisico em um
empreedimento, a fim de propor sugestões de melhorias, gerar
benefícios na condição de trabalho dos funcionários, melhorar a
produtividade com relação às vendas, além de satisfazer seus clientes.
Para isso, foi feito um estudo de caso em uma concessionária de motos,
onde para elaboração das propostas de layout, utilizou-se a
metodologia de planejamento sistemático do layout (PSL), com o
auxilio dos métodos mapa de relacionamentos, diagrama de
relacionamentos e atividades para a reorganização do arranjo. Por
meio da utilização deste método, verificou-se as soluções para os
problemas encontrados na empresa. O modelo proposto apresentou
melhorias, referentes as necessidades da empresa analisada,
aprovando assim o arranjo físico sugerido.
Palavras-chaves: Arranjo fisico; Planejamento Sistemático de Layout;
Otimização.
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
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1. Introdução
Atualmente é indiscutível a importância de um ambiente adequado ao desenvolvimento do
trabalho, ou seja, um ambiente projetado e adaptado ao trabalhador de modo a proporcionar
conforto e segurança ao mesmo. Um ambiente bem projetado, sob o ponto de vista de um
estudo de layout, traz vantagens às organizações já que eleva o nível de produtividade.
Para um melhor entendimento Slack, et al (2002), explicam que colocado de forma simples,
definir o arranjo físico é decidir onde colocar todas as instalações, máquinas, equipamentos e
pessoal da produção, com o objetivo de implantar um processo produtivo com fluência
harmoniosa e evolutiva, evitando tanto quanto possível a ocorrência de desperdícios no
processo, e assim, a minimização dos custos de produção.
Para Moreira (2004), planejar o arranjo físico de uma certa instalação significa tomar decisões
sobre a forma de como serão dispostos, nessa instalação, os centros de trabalho que devem
permanecer.
Segundo Slack (2002), a posição da produção influencia muitos aspectos de sua atividade de
projeto, incluindo a ênfase que é dada sobre o projeto de processo, as políticas de localização
que se escolhem, a padronização de seus produtos e serviços, sua escolha da tecnologia de
processo, a natureza de seu arranjo físico e seu fluxo, as habilidades necessárias ao pessoal e
sua robustez à interrupção.
Gonçalves Filho (2001), relata que o arranjo físico define o relacionamento físico entre as
diversas atividades do sistema. Além disso, o arranjo também determina a forma como os
recursos pertencentes ao sistema fluem por meio das operações.
Diante desse contexto, esse estudo tem como objetivo analisar as condições de trabalho de
uma concessionária de motos do estado do Pará, a fim de propor arranjos físicos com o intuito
de beneficiar a condição de trabalho dos funcionários, melhorar a produtividade com relação
as vendas, a fim de satisfazer seus clientes. Esta afirmativa é defendida por Slack et al (2002)
que evidencia que mudanças no arranjo físico dos recursos de produção afetam diretamente os
custos de produção, e portanto, determinam o grau de eficiência dos recursos produtivos.
2. Referencial Teórico
2.1. Arranjo Físico
De acordo com Slack et al (2002), o arranjo físico é a localização física dos recursos de
transformação, tais como máquinas, equipamentos e trabalhadores, determinando também a
maneira segundo a qual os recursos transformados fluem através da operação. Diante disso, as
empresas devem organizar seus recursos de maneira estratégica, otimizando o máximo
possível de espaço, as limitações de recursos e organizacionais, evitando desperdícios
desnecessários.
De uma forma mais ampla, Prata (2002), define o arranjo físico (layout) como sendo a forma
como são distribuídos os recursos de produção de uma empresa para que esta cumpra os
objetivos para os quais se destina. Estes objetivos devem ser cumpridos, a fim de buscar
maior eficiência possível.
Segundo Christensen (2007), arranjo físico corresponde ao posicionamento de máquinas,
equipamentos e pessoas, cujo objetivo, é um melhor aproveitamento dos espaços existentes,
proporcionando um fluxo de comunicação entre as unidades organizacionais atuando de
maneira eficiente e eficaz. É também o estudo das condições humanas de trabalho, adaptando
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as pessoas ao ambiente, de acordo com a função desempenhada.
Nesse contexto, compreender a dinâmica funcional dos processos envolvidos em um estudo
de planejamento espacial torna-se fundamental ao dimensionamento correto e abalizado do
espaço físico. Lee (1998), chega a afirmar que a análise dos processos é importante, porque
proporcionam o conhecimento detalhado das operações reais da empresa, associadas ao
processo de fabricação. Por meio de ferramentas como fluxogramas, cartas de processos,
cartas multiprocessos, diagramas de afinidades, entre outras, é possível analisar os processos
existentes e promover arranjos físicos de produção mais consistentes com as necessidades de
cada processo.
Segundo Lee (1998), as instalações são terrenos, prédios e equipamentos que fornecem
capacidade física de agregar valor. Para tanto, características como sua durabilidade, seu custo
e sua principal função de agregar valor tornam-nas elemento estratégico importante.
Lee (1998) ainda divide o planejamento do espaço em cinco níveis:
Nível 1 – Localização Global: decide onde localizar suas instalações e determina sua
missão;
Nível 2 – Planejamento do Supra-espaço: inclui número, tamanho e localização dos
prédios;
Nível 3 – Planejamento do Macro-espaço: é o nível mais importante do planejamento,
definem e localiza departamentos operacionais e determinam o fluxo geral de materiais;
Nível 4 – Planejamento do micro-espaço: refere-se a localização de equipamentos e móveis
específicos, considera o espaço pessoal e a comunicação;
Nível 5 – Planejamento do sub-micro-espaço: são planejadas as estações de trabalho e os
operários são a preocupação deste nível.
No nível macro, organizam-se todos os departamentos da empresa determinando sua exata
localização. Apesar de possuir uma maior flexibilidade de correção que o nível local de
decisão, se for mal planejada pode gerar custos de manutenção e redução da eficácia e
eficiência dos processos.
Já no nível micro de planejamento, são considerados fatores sociotécnicos, relevantes de cada
trabalhador, de acordo com as decisões tomadas nesse nível, podem ou não dificultar o
trabalho em equipe.
O nível de planejamento macro e micro do espaço, por serem bastante relevantes, serão
abordados de forma mais abrangente, a partir da aplicação da metodologia de planejamento
sistêmico de layout - PSL, a qual será descrita no tópico seguinte.
2.2 Planejamento Sistemático de Layout – PSL
Segundo Martins e Laugeni (2005), para a elaboração de um layout deve-se, inicialmente,
planejar o todo e depois as partes, e planejar o ideal e depois o prático, ou seja, após a
identificação do espaço sobre o qual será elaborado o layout, parte-se para seu planejamento
sistemático, considerando primeiramente todas as unidades necessárias, suas relações,
recursos disponíveis e todas as limitações.
O método Planejamento Sistemático de Layout (PSL) é uma ferramenta utilizada para
elaboração de layout que analisa a relação de importância entre as atividades ou áreas da
empresa, considerando suas afinidades e limitações.
O PSL tem por objetivo a redução de custos, decorrente de um aumento na eficiência e
produtividade, obtido através da melhor utilização do espaço disponível, redução na
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movimentação de materiais, produtos e pessoal, fluxo racional e melhores condições de
trabalho (MUTHER; WHELLER, 2000).
Conforme Yang et al. (2000) apud Costa (2004), o PSL é um procedimento que visa
identificar dentre as opções de layout, a que mais se adapte às necessidades estabelecidas pela
empresa. Ele auxilia, portanto, a tomada de decisão, considerando que nem sempre as
propostas escolhidas pela empresa são as melhores apontadas pelo método.
No intuito de investigar os diferentes aspectos e nuances que norteiam estudos de
planejamento espacial desenvolvido por meio do método PSL, identificou-se a oportunidade
de aplicação da ferramenta em um sistema produtivo de prestação de serviços, uma
concessionária de motos, levando em consideração as relações de trabalho e a disposição
física da empresa.
3. Estudo de Caso
3.1 A Empresa
Este artigo foi desenvolvido em uma concessionária de motos em Belém, inaugurada no ano
de 2008. O local onde a loja foi instalada não é mais viável, uma vez que não atende mais os
interesses da empresa, principalmente pela necessidade da redução de custos de instalação e
também pelo espaço físico insuficiente. Portanto, esta loja está com um projeto de
transferência para uma área interligada com uma loja de materiais de construção, que se
localiza na Av. Pedro Miranda esquina com Doutor Freitas, onde a mesma disponibilizou para
aluguel um espaço amplo e com uma boa localização, fatores essenciais para o sucesso de um
empreendimento.
O espaço é consideravelmente maior que o anterior, porém este espaço não foi construído
baseando-se nas atividades de uma concessionária, e sim foi reaproveitado, por esta razão,
este trabalho faz uma análise e avaliação do ambiente para propor layouts específicos para a
concessionária, a fim de torná-la eficiente e competitiva.
3.2 Estoque
Visto como um recurso produtivo que no final da cadeia de suprimentos criará valor para o
consumidor final, os estoques assumem papel ainda mais importante. Hoje todas as empresas
procuram de uma forma ou de outra a obtenção de uma vantagem competitiva em relação a
seus concorrentes, e a oportunidade de atendê-los prontamente, no momento e na quantidade
desejada, é amplamente facilitada com a administração eficaz dos estoques (MARTINS et al.,
2004, p.133)
A empresa possui dois tipos de estoque: o de peças e materiais e o do produto final, a moto.
Com relação ao primeiro, o espaço atual é pequeno até por não haver a necessidade de um
espaço maior, visto que o tamanho de grande parte das peças das motos é pequeno. Porém
este é desorganizado, quanto a arrumação dos materiais e das próprias estantes, onde algumas
delas são tão apertadas entre si que impedem que uma pessoa entre de frente, dificultando
assim o trabalho do funcionário desta área.
Nos novos projetos de layout desenvolvidos, algumas mudanças foram feitas a fim de
melhorar a condição do trabalho e dos colaboradores deste setor. Colocou-se no novo projeto
a implantação de aparelhos de ventilação, uma vez que este setor é muito quente, o que influi
diretamente no desempenho do funcionário. Com relação às peças, estas serão distribuídas em
prateleiras, onde serão nomeadas em ruas e endereços, a fim de facilitar sua localização.
Já no segundo tipo de estoque, de motos, existe um grande problema na empresa, a falta de
espaço. O estoque deste produto é feito de três formas: estoque na empresa, estoque na
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empresa de matérias de construção da dona e na filial da empresa, em castanhal. Com isso, a
empresa tem que ter um maior planejamento, a fim de atender as necessidades dos seus
clientes. Por tal motivo, no novo espaço, o estoque será em um espaço grande, a fim de
atender todas as necessidades e manter todas as motos somente neste local, diminuindo o
tempo de entrega do produto e os custos de locação e transporte, que antes eram feitos em
mais de um lugar.
O novo espaço de layout será em uma área que oferece um custo pequeno, mas que ao mesmo
tempo possa atender as necessidades da empresa, já que a empresa está utilizando a estrutura
de um prédio já existente, a fim de reduzir custos.
3.3 Vendas
O showroom atual da empresa possui vários fatores que necessitam de mudanças e melhorias.
Seu espaço é muito pequeno, tomando como referência a quantidade de motos elevada,
tornando o espaço confuso e amontoado. Este número elevado de motos expostas no
showroom acontece devido ao espaço pequeno para estoque, fazendo com que a empresa
utilize qualquer espaço para armazenar suas motos, até mesmo o de exposição.
Este setor fica ao lado da oficina, fator que trás grandes transtornos para os clientes e
principalmente para a empresa. Isso se dá pelo fato da grande maioria dos clientes da empresa
ser de classe C e D, e quando os mesmos vão usufruir dos serviços da oficina, chegam
reclamando de forma agressiva, a ponto de novos clientes que se encontram no showroom
escutarem tais reclamações. Este fator é de grande risco para a empresa, pois pode influenciar
na decisão de um novo cliente em adquirir ou não a moto.
Neste espaço também se encontra a boutique da loja, onde vende acessórios e produtos de
segurança. Ela esta situada em um local de pouca visibilidade, pois fica atrás da recepção,
fator que impede que os novos clientes tenham em vista também a compra dos produtos deste
setor, o que pode causar perda de possíveis clientes.
Existe neste ambiente uma sala reservada para consórcio, onde nove funcionários são
responsáveis por esta atividade. Porém, em grande parte do tempo estes se encontram fora da
empresa, uma vez que seu trabalho é na rua, utilizando a sala somente para atualização de
dados. Portanto, nos layouts sugeridos, esta sala teria seu tamanho reduzido, composta
somente de dois computadores, pois assim já estaria atendendo todas as necessidades destes
funcionários e não estariam ocupando espaço e consequentemente dinheiro.
No novo espaço, o showroom irá expor uma unidade de cada cor e modelo, a fim de tornar o
espaço limpo, organizado e ao mesmo tempo chamativo, a fim de prender a atenção dos
clientes. A boutique se encontrará nesta área de vendas, possibilitando que o cliente que irá
adquirir a moto tenha esses demais produtos e acessórios visíveis, com o intuito de comprar
todo um pacote.
3.4 Pós-Venda
Atualmente, a recepção de motos para reparo e manutenção ocorre na própria oficina da loja,
onde o cliente entrega sua moto para o funcionário e aguarda o serviço ficar pronto no próprio
local, trazendo com isso alguns problemas como o atraso do serviço, uma vez que o cliente
fica conversando e dando opinião na forma do conserto, possibilitando assim um risco de a
empresa ser prejudicada, uma vez que o funcionário tem contato direto com o cliente, tendo
chance assim de oferecer desconto e receber o pagamento para ele e não para a empresa.
A recepção das motos será em uma área externa, sem acesso para o showroom, levando a
moto diretamente para a oficina.
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3.5 Administrativo
Um dos setores que compõe o administrativo é o financeiro, onde atualmente se encontra na
parte superior da loja juntamente com o RH e a diretoria da empresa. Esta ligação traz consigo
transtornos para todos os setores, causados pela falta de privacidade de cada um, ainda mais
tomando como base o financeiro, que trabalha diretamente com movimentação financeira.
Outra dificuldade apontada pela diretoria é a queda de produtividade gerada pela união do
setor financeiro com o de RH, uma vez que os responsáveis pelos mesmos acabam deixando
de lado suas atividades pelo excesso de conversa.
O gerente de vendas na loja atual encontra-se em uma posição estratégica, visto que sua sala
tem uma visão geral do showroom da loja, setor por ele administrado. Já o gerente de pós-
venda, encontra-se em um local bastante reservado, impedindo assim o contato com a
recepção da oficina e com a oficina, setores por ele administrado.
No novo modelo, a fim de assim oferecer uma maior privacidade para suas atividades, o setor
financeiro se alocará em uma sala particular, além de solucionar assim o problema com o rh,
que também terá sua própria sala. Já a diretoria também usufruirá de uma sala privada, com o
intuito de gerenciar todos os setores da melhor forma possível, sem a interferência dos outros
funcionários.
Quanto ao gerente de vendas, este pretende-se manter o mais próximo da forma atual.
Enquanto o pós-venda será colocado em um ponto estratégico que possibilitará melhor
execução da sua função, onde terá visibilidade dos setores administrados pelo mesmo.
3.6. Diagrama de relações
A fim de se observar as especificidades deste estudo de casos, realizaram-se visitas a empresa
e entrevistas com os principais envolvidos em cada atividade, em que as perguntas seguiram
padrões pré-definidos a fim de determinar as proximidades relativas de cada setor,
relacionando todos os setores envolvidos no processo da concessionária em questão e as
imposições da diretoria e gerência, conforme visto na Figura 1, disposta abaixo.
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Figura 1 – Diagrama de Relações
Pôde-se identificar como pontos-chave deste estudo a necessidade de afastamento entre a
gerente de RH e a gerente de finanças, por motivo de conversas paralelas, o distanciamento do
showroom dos setores da oficina, e a necessidade de proximidade do showroom para alguns
setores de gerência, e para a boutique e consórcio.
3.6.1 Necessidades de espaço
Para dar sentido as relações, é importante ter um parâmetro de comparação de necessidade de
área, para isso foi necessário realizar, conforme ilustrado na Tabela 1, uma verificação da
necessidade física ou de serviços para cada setor especificamente, além da área que este deve,
em média, apresentar.
Atividade Características Físicas Necessárias
Nº Nome Área(m²) Ar
condicionado
Água e
Drenos
Ar
Comprimido
Perigo de
incêndio ou
explosão
Eletrificação
Especial
1 Vendas 20 A - - -
2 Pós-Vendas 15 A - - -
3 Financeiro 15 A - - - -
4 Diretoria 15 A - - - -
5 R.H. 15 A - - - -
6 Showroom 200 A - - - -
7 Boutique 30 A - - - -
8 Oficina 105 - A A O 220V
9 Recepção
oficina 20 - - - - -
10 Estoque 55 - - - - -
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Peças
11 Consórcio 15 A - - - -
12 Estoque
motos 145 - - - - -
13 Banheiro
funcionários. 10 - A - - -
14 Banheiro
Clientes 5 - A - - -
Fonte: Autores (2011)
Tabela 1 – Folha das Áreas e Características das Atividades
Para o projeto da concessionária, é muito importante o dimensionamento prévio das áreas
envolvidas no empreedimento. Os cálculos destas áreas foram realizados com base na
localização antiga da loja e no novo espaço disponibilizado, com destaque para ampliação do
showroom , estoque de motos, estoque de peças, recepção oficina, oficina, gerando mais
otimização para os setores da empresa.
Em relação às características das atividades a oficina apresenta como itens absolutamente
importantes a “Água e Drenos”,” Ar comprimido”, pois é de necessidade para a utilização dos
elevadores hidraulicos, ressaltando para o controle do “Perigo de Incêndio”, existe também a
necessidade de instalação elétrica de 220V por questão das maquinas. Em relação aos
banheiros, a grande importancia é a relação ”Águas e Drenos”, por questão das tubulações
nestes setores.
3.6.2 Relação das atividades
Tendo as relações e as áreas, pode-se compreender as necessidades que estão descritas de
forma mais objetiva e melhor disposta na Figura 2, apresentada abaixo, sendo que as relações
de absoluta necessidade tem quatro linhas de relação, as relações especialmente importantes
tem 3 (três) linhas de relação, as relações importantes tem duas linhas, as relações
identificadas como de proximidade normal, estão representadas com uma linha de relação, nas
que as relações são não desejáveis as relações são caracterizadas com uma linha torcida, não
representando assim as relações sem importância.
Figura 2 – Diagrama de Relações
Este estudo é de suma importância para o desenvolvimento do trabalho, pois cada proposta
deverá ser analisada levando em consideração estas prerrogativas, sendo assim auxiliar
importante para uma boa definição dos aspectos locacionais dos setores.
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3.6.4 Layouts de relação de espaço
3.6.4.1 Primeira proposta
Na proposta em questão foi levado ao máximo as prerrogativas da empresa de economia
máxima e de reaproveitamento da construção pré-existente, de forma que não se adéqua a
todos as diretrizes determinadas a respeito da relação de atividades, porém levando em
consideração o valor do investimento, não se torna uma proposta descartada, se torna mais
interessante se levar em conta um possível crescimento do faturamento da empresa e possíveis
mudanças ao longo do tempo.
Figura 3 – Layout de Relações da proposta 1
Conforme é possível notar na figura 3 disposta acima, parâmetros como a necessidade de
banheiros exclusivos para clientes e para funcionários não está sendo respeitada e o único
banheiro disponível fica fora da loja e pertence a uma loja ao lado, pertencente ao mesmo
grupo empresarial, neste projeto este banheiro seria utilizado em conjunto e as salas como
estão dispostas seriam apenas readequadas e utilizadas conforme construção hoje existente no
local, não respeitando a necessidade de separar algumas gerências que atuariam em conjunto
no mesmo cômodo.
3.6.4.2 Segunda proposta
Nesta proposta estabeleceu-se um ponto mediano entre investimento e necessidades, é
importante levar em consideração, pois não foge da realidade atual e chega a atender mais de
70% das necessidades de relação entre os setores, conforme pode ser visualizado na Figura 5
apresentada abaixo.
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Figura 4 – Layout de Relações da proposta 2
Alguns setores necessitarão ser construídos como o estoque de peças localizando-o próximo
da oficina, diminuindo o espaço para manobra de caminhões, porém este espaço seria
compensado afastando a gerência de pós-venda para baixo, ficando esta melhor localizada,
pois é de suma importância que este setor possa visualizar a recepção da oficina e a oficina ao
mesmo tempo, o que será possível com a instalação de janelas com material micro poroso,
que possibilitará que o gerente de pós-venda visualize a recepção da oficina, porém tornando
o inverso impossível.
Neste também há uma divisão das posições dos setores de gerência, separando o setor de RH
do financeiro (ponto crítico) fazendo com que a entrada do RH seja pelo empreendimento ao
lado, o que não se tornaria um problema, pois o funcionário deste setor pertence ao quadro
funcional das duas empresas.
Há também a instalações dos banheiros exclusivos para clientes e a instalação do banheiro
dos funcionários, evitando transtorno para ambas as partes, proporcionando assim uma maior
satisfação do cliente.
3.6.4.3 Terceira proposta
Na terceira proposta de layout houve um aporte maior de mudanças e, conseqüentemente,
investimento, propondo quebra de salas já pré-existentes e construção de novas salas em
localizações mais adequadas, com certeza refletindo em um melhor atendimento do cliente, e
processos mais eficientes do ponto de vista técnico, porém o investimento aumenta
consideravelmente em relação aos dantes propostos.
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Figura 5 – Layout de Relações da proposta 3
Como facilmente identificado há uma realocação do espaço do show room, pois há uma
mudança entre consórcio boutique e gerência de vendas, proposta que se torna deveras
interessante, pois adéqua o tamanho da boutique, a sua importância e seu atual crescimento
voluptuoso de demanda, e a grande margem de contribuição dos produtos deste setor.
Esse layout contempla de melhor forma o gerência de vendas, que acompanha e gerencia mais
setores, dando visão privilegiada para o gestor e melhor capacidade do trabalho, como o
responsável por este setor é quem mais tempo fica na empresa é de muito bom entendimento
que se priorize a melhor qualidade deste profissional.
3.6.5 Avaliação das Propostas de Layout
Após realizar as propostas, foi preciso ponderar os fatores principais para obter uma análise
quantitativa da melhor alternativa dentre as propostas, levando em consideração desde o
capital a ser investido, até o melhor fluxo de pessoas e a possível maior agregação de valor ao
cliente e, conseqüentemente, maior faturamento.
Para definição do peso de cada fator foi levado em consideração a avaliação dos autores e da
direção da empresa. Segue abaixo detalhamento sobre cada layout, sendo que a soma é feita a
partir das notas multiplicadas pelos respectivos pesos em cada especificidade listada na
Tabela 3 como é possível observar.
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Figura 6 – Seleção de layout
O layout selecionado obteve maior nota total, ponderando as informações de maior
importância para a tomada de decisão, mesmo sendo o de maior custo, porém chega a
satisfazer as necessidades reais da empresa, apesar de ter um custo um pouco mais alto que os
demais, não é uma diferença tão absurda frente ao faturamento da empresa em questão.
Foi escolhido como melhor alternativa o layout 3 (três), pois como demonstrado na tabela 3 é
o mais indicado para a empresa, porém o layout proposto será simulado antes da
implementação, pois com a utilização da ferramenta da simulação se pode prever as
conseqüências das alterações no arranjo físico.
Figura 6 – Layout selecionado
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4. Considerações Finais
Neste artigo foi possível constatar a importância de um estudo detalhado do arranjo físico
para a empresa, e que a utilização correta do método de Planejamento Sistemático de Layout
(PSL) gera resultados positivos, pois muitas vezes há um impulso em pular etapas, podendo
comprometer o desenvolvimento de um trabalho de planejamento estratégico cuja
implantação a médio e longo prazo pode definir, até mesmo, o sucesso ou o insucesso de uma
empresa.
Dentre as dificuldades encontradas ao longo da pesquisa, podem-se ressaltar as relações
interpessoais entre os colaboradores, uma vez que a mudança física dos setores implicou em
afastamento de pessoas com afinidades pessoais, e união de pessoas com pouca afinidade.
Porém, estas mudanças foram realizadas com o objetivo de melhorar as relações de trabalho,
de acordo com o nível de importância de cada segmento, que se classifica como fator
principal para a empresa.
No que diz respeito às limitações da pesquisa, a decisão do melhor arranjo físico ficou
limitada aos autores da pesquisa e a direção da empresa, sem o embasamento de especialistas
na área. Outro fator limitante foi à falta de recursos financeiros para eventuais propostas de
instalações.
Para trabalhos futuros, o aprofundamento na decisão do melhor arranjo físico se fará por meio
da utilização da simulação de cenários, simulando as melhores propostas e com isto, prever as
consequências das mudanças, objetivando definir a proposta de layout que mais se adéque as
necessidades da empresa.
Referências Bibliográficas
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