PLANEJE O FUTURO - Previdência Complementar · Um estudo inédito da Serasa Experian traçou o per...

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PLANEJE O FUTURO Informativo Nº 14 Dezembro de 2015 Vem crescendo o número de brasileiros no vermelho O debate em torno da importância da educação financeira ganha mais força em um momento de crise econômica e política igual a que o Brasil vive. Sem vislumbrar o fim para este período difícil, os brasileiros que não têm o costume de planejar seus gastos estão sentindo com mais veemência o impacto da crise e as consequências dela, como desemprego, inflação alta, aumento de preços e a inadimplência. Uma pesquisa divulgada pela Serasa Experian, no mês de novembro, revela que muitos brasileiros não estão conseguindo fugir da roda viva dos gastos excessivos, pois é crescente o número de pessoas endivi- dadas que conseguem limpar o nome e voltam a entrar no vermelho. Os dados mostram que 40% daqueles que conseguiram ficar em dia com seus credores em 2013, voltaram a perder o crédito em 2014. Para 2015 a estimativa é que o índice atinja os 45%. Este problema ocorre com mais frequência entre aqueles que têm uma renda mais baixa, já que esta parcela da população tem mais dificuldade em formar uma poupança para ajudar a sair de situações complicadas, como desemprego por exemplo. A empresa também divulgou dados da inadimplência entre os idosos. Um terço dos brasileiros com idade igual ou superior a 61 anos, cerca de 7 milhões de pessoas, está devendo. Este número representa 12,4% dos consumidores que estão com dívidas em abertos há mais de 90 dias. No ano passado este percentual era de 11,8%, ou seja, 600 mil novas pessoas entraram para a lista do crédito negativo. Os motivos para os idosos estarem a cada dia mais inadimplentes são: além da elevação da inflação, a alta no preço dos remé- dios e das mensalidades dos planos de saúde, como também os empréstimos pessoais, que estão entre os principais vilões do equilíbrio financeiro na terceira idade. Muitos idosos contraem empréstimos para ajudar a família e não conseguem pagar as parcelas. O crédito consignado é mais acessível para eles, pelo fato do desconto ser direto no valor da aposentadoria do INSS. O aumento das dívidas entre os idosos também é confirmado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), os dados de maio estimavam que 4,3 milhões de pessoas, com mais de 65 anos, estavam com o nome sujo. A inadimplência não é um fantasma vivido apenas pelo brasileiro pessoa física, as empresas também estão acumulando dívidas. Ainda segundo a Serasa, os números de consumidores e empresas inadimplentes bateram recorde em agosto, os dados já somam 57,2 milhões de consumidores com dívidas atrasadas, cujo montante em dinheiro é equivalente a R$ 246 bilhões. Quanto às empresas inadimplentes, o recorde chegou a 4 milhões, com dívidas em torno de R$ 91 bilhões. Os segmentos que estão no topo da lista dos inadimplentes são as companhias da área comercial (co- mércio de bebidas, vestuário, veículos e peças e eletrônicas) que somam 46% das inadimplentes, seguido dos serviços (bar, restaurante, salões de beleza, turismo, entre outros) com 44% e, em terceiro lugar, a indústria com 9%.

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PLANEJE O FUTUROInformativo Nº 14Dezembro de 2015

Vem crescendo o número de brasileiros no vermelho

O debate em torno da importância da educação financeira ganha mais força em um momento de crise econômica e política igual a que o Brasil vive. Sem vislumbrar o fim para este período difícil, os brasileiros que não têm o costume de planejar seus gastos estão sentindo com mais veemência o impacto da crise e as consequências dela, como desemprego, inflação alta, aumento de preços e a inadimplência.

Uma pesquisa divulgada pela Serasa Experian, no mês de novembro, revela que muitos brasileiros não estão conseguindo fugir da roda viva dos gastos excessivos, pois é crescente o número de pessoas endivi-dadas que conseguem limpar o nome e voltam a entrar no vermelho. Os dados mostram que 40% daqueles que conseguiram ficar em dia com seus credores em 2013, voltaram a perder o crédito em 2014. Para 2015 a estimativa é que o índice atinja os 45%. Este problema ocorre com mais frequência entre aqueles que têm uma renda mais baixa, já que esta parcela da população tem mais dificuldade em formar uma poupança para ajudar a sair de situações complicadas, como desemprego por exemplo.

A empresa também divulgou dados da inadimplência entre os idosos. Um terço dos brasileiros com idade igual ou superior a 61 anos, cerca de 7 milhões de pessoas, está devendo. Este número representa 12,4% dos consumidores que estão com dívidas em abertos há mais de 90 dias. No ano passado este percentual era de 11,8%, ou seja, 600 mil novas pessoas entraram para a lista do crédito negativo. Os motivos para os idosos estarem a cada dia mais inadimplentes são: além da elevação da inflação, a alta no preço dos remé-dios e das mensalidades dos planos de saúde, como também os empréstimos pessoais, que estão entre os principais vilões do equilíbrio financeiro na terceira idade.

Muitos idosos contraem empréstimos para ajudar a família e não conseguem pagar as parcelas. O crédito consignado é mais acessível para eles, pelo fato do desconto ser direto no valor da aposentadoria do INSS. O aumento das dívidas entre os idosos também é confirmado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), os dados de maio estimavam que 4,3 milhões de pessoas, com mais de 65 anos, estavam com o nome sujo.

A inadimplência não é um fantasma vivido apenas pelo brasileiro pessoa física, as empresas também estão acumulando dívidas. Ainda segundo a Serasa, os números de consumidores e empresas inadimplentes bateram recorde em agosto, os dados já somam 57,2 milhões de consumidores com dívidas atrasadas, cujo montante em dinheiro é equivalente a R$ 246 bilhões. Quanto às empresas inadimplentes, o recorde chegou a 4 milhões, com dívidas em torno de R$ 91 bilhões.

Os segmentos que estão no topo da lista dos inadimplentes são as companhias da área comercial (co-mércio de bebidas, vestuário, veículos e peças e eletrônicas) que somam 46% das inadimplentes, seguido dos serviços (bar, restaurante, salões de beleza, turismo, entre outros) com 44% e, em terceiro lugar, a indústria com 9%.

Um estudo inédito da Serasa Experian traçou o per-fil dos inadimplentes no Brasil com base em dados do primeiro semestre de 2014. O estudo analisou as infor-mações de todos os municípios brasileiros com mais de 1.000 habitantes. Foram avaliadas dívidas atrasa-das há mais de 90 dias e com valores acima de R$ 200. Neste cenário os inadimplentes somavam 35 milhões de brasileiros, ou seja, 24,5% da população.

A inadimplência, avaliada no ano passado, estava distribuída nas regiões do país da seguinte maneira: Norte (31,1%), Centro-Oeste (26,4%), Sudeste (24,5%), Nordeste (23,6%) e Sul (22,4%). As capitais com maior inadimplência eram, na ordem: Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Macapá (AP). Já Florianópolis (SC), São Paulo (SP) e Campo Grande (MS) apresentaram as me-nores taxas de inadimplência.

QUITE SUAS DÍVIDAS

Se você vem acumulando dívidas e não

sabe como sair do vermelho, a

Serasa elaborou um passo a

passo que vai ajudar a sair

do círculo dos devedores.

Passo 1Renda

Analise seus gastos, coloque tudo no papel. Veja o montante de sua renda que já está comprometida com despesas que não podem ser cortadas ou reduzidas. Assim você saberá o quanto sobra para ser utilizado no pagamento das dívidas.

Passo 3Como pagar

Pagar as dívidas requer cuidado e atenção. Se achar necessário peça o auxílio de alguém de sua confiança. Ele pode te ajudar a avaliar, com mais racionalidade, as propostas dos credores, definir o quanto você pode pagar, como pagar e ver todas as possibilidades de quitação para suas dívidas.

Passo 4Negociação

Depois de fazer todos os levantamentos das dívidas e das suas finanças é hora de negociar. Lembre-se que o valor das prestações somadas não deve exceder o valor de sua renda que está disponível para pagar as dívidas (lembre-se do Passo 1). Negocie as prestações de maneira que elas caibam no seu orçamento, para não cair no mesmo erro de ter uma receita menor que a despesa. Eleja prioridades, as dívidas com juros mais altos devem ser pagas primeiro.

Passo 2Dívidas

Agora é a vez das dívidas. Coloque no papel todas as pendências financeiras e anote as propostas das empresas credoras.

Passo 5Controle

Durante todo o período que estiver com prestações extras referentes às dívidas negociadas, controle os gastos, não cometa excessos e reduza as despesas.

MAPA DA INADIMPLÊNCIA