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Didctica II Planificaes
ndicePg.
Introduo 2
Mas afinal o que so planificaes? 3
Porque que se planifica? 4
Para quem se planifica? 5
Os diferentes tipos de planificao 5
Mediadores 12
Objectivos 12
Competncias o saber em aco 15
Consideraes finais 18
Bibliografia 19
Parte prtica 20
Introduo prtica 21
Anexos 22
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Didctica II Planificaes
IntroduoEste trabalho tem como principal objectivo responder a algumas das
questes que surgem quando se mencionam as planificaes. Uma vez que
num futuro prximos seremos professores, este um tema que nos toca
particularmente.
Os alunos de hoje, vivem numa sociedade dita cognitiva ou sociedade
da informao, em que o conhecimento aumenta exponencialmente e assume
um significado muito importante. Contudo, nem sempre se consegue processar
tal quantidade de informao, surgindo angstias geradas pela incapacidade
de responder de forma eficaz s solicitaes do mundo envolvente. Da que o
currculo no se esgote nos contedos que devem ser ensinados e aprendidos,
deve pois, abranger as dimenses do saber, do ser, do formar-se, do
transformar-se, do decidir, do intervir e do viver e conviver com os outros.
(Ftima Braga et al., 2004) No quadro destas ideias, podemos afirmar que o
currculo uma construo social resultante da necessidade de responder a
aprendizagens que se consideram socialmente necessrias para um
determinado grupo, numa determinada poca, que se corporiza atravs de
decises e que reflecte o poder dos campos cientficos. (Ftima Braga et al.,
2004: 17)
Esta concepo de currculo, vai atribuir novos papeis aos actores
escolares. E isso traduz-se no trabalho dos professores, nomeadamente, nas
planificaes.
A escola a unidade bsica de referncia para o desenvolvimento do
currculo. Para o efeito, esboa as linhas gerais da adaptao do programa s
exigncias do contexto social, institucional e pessoal, e define as prioridades.
Ser, porm, o professor a concretizar, com a sua actuao prtica, essas
previses. E s ele poder adoptar as decises j antes referidas. Ele realiza a
sntese do geral (programa), do situacional (programao escolar) e do
contexto imediato (o contexto da aula e os contedos especficos ou tarefas).
(Zabalza, 2000: 46)
Planificar tornou-se uma actividade muito importante para todos os
professores. Estes dedicam muito do seu tempo a esta actividade, que ir
condicionar a sua aco e a principal determinante daquilo que se aprende
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Didctica II Planificaes
na escola. O currculo, tal como publicado, um documento orientador para
todo o pas, cabe a cada escola, nomeadamente a cada professor, transform-
lo e adapt-lo realidade dos seus alunos.
Mas afinal o que so as planificaes?No existe uma definio nica para planificao, cada professor ter a
sua, que prpria e reflecte a forma como encara o processo de
ensino/aprendizagem. Existem definies como:
- planear definir com clareza o que se pretende do aluno, da turma, ou
do grupo;
- uma actividade que consiste em definir e sequenciar os objectivos do
ensino e da aprendizagem dos alunos, determinar processos para
avaliar se eles foram bem conseguidos, prever algumas estratgias de
ensino/aprendizagem e seleccionar recursos/materiais auxiliares;
- (...) na perspectiva construtivista a planificao passa pela criao de
ambientes estimulantes que propiciem actividades que no so partida
previsveis e que, para alm disso, atendam diversidade das situaes
e aos diferentes pontos de partida dos alunos. Isso pressupe prever
actividades que apresentem os contedos de forma a tornarem-se
significativos e funcionais para os alunos, que sejam desafiantes e lhes
provoquem conflitos cognitivos, ajudando-os a desenvolver
competncias de aprender a aprender (Zabala, 2001). (Ftima Braga et
al., 2004:27)
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Didctica II Planificaes
Porque que se planifica?Planificar muito importante, se assim no fosse os professores no se
debruariam sobre esta tarefa h tantos anos. de facto essencial que o
professor tenha um fio condutor das suas aulas, como um mapa de estrada,
para se chegar a um destino traa-se um caminho, embora durante o percurso
se possam fazer desvios e no final chegar ao stio pretendido. Assim a
planificao no deve ser rgida, pelo contrrio, dever ser uma previso do
que se pretende fazer, tendo em conta as actividades, material de apoio e
essencialmente o contributo dos alunos. Privilegiando as relaes pessoais
entre todos os membros do grupo (turma, professor), fazendo com que os
alunos se sintam como uma pea fundamental e imprescindvel para o todo.
Quando Clark e Yinger perguntaram a um conjunto de professores por
razo planificavam, entenderam que as respostas se poderiam agrupar em trs
tipos de categorias:
1. os que planificavam para satisfazer as suas prprias necessidades
pessoais: reduzir a ansiedade e a incerteza que o seu trabalho lhes
criava, definir uma orientao que lhes desse confiana, segurana,
etc.;
2. os que chamavam planificao determinao dos objectivos a
alcanar no termo do processo de instruo: que contedos deveriam
ser aprendidos para se saber que materiais deveriam ser preparados
e que actividades teriam de ser organizadas, que distribuio do
tempo, etc.;
3. os que chamam planificao s estratgias de actuao durante o
processo de instruo: qual a melhor forma de organizar os alunos,
como comear as actividades, que marcos de referncia para a
avaliao, etc.
(Zabalza, 2000: 49)
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Didctica II Planificaes
Planificar para quem?Esta pergunta est relacionada com a anterior, pois quando um
professor explicita as razes pelas quais planifica est implcita a resposta a
esta pergunta. Em suma, planifica-se para:os alunos, para que eles prprios possam saber o que esto a fazer e porqu, ou seja, para perceberem melhor o caminho que esto a trilhar;
o professor, pois uma forma de organizar o seu trabalho, reflectir sobre os contedos, mtodos, materiais, expectativas e
competncias a desenvolver nos alunos;
a escola, pois torna possvel um trabalho consciente de todos os docentes e permite a coordenao interdisciplinar;
os pais, para perceberem melhor porque que os filhos aprendem determinados contedos e desta forma poderem acompanh-los
melhor e participar mais conscientemente na vida escolar;
a sociedade, porque hoje em dia, cada vez se fala mais em autonomia das escolas e em participao activa da comunidade, ou
seja, da sociedade local.
Os diferentes tipos de planificao(...) o modelo de planificao seguido importante, pois reflecte a
maneira como foi concebida a aula (...)(Ftima Braga et al., 2004:26)
A planificao linear caracteriza-se pela definio clara e rigorosa dos objectivos que explicitam as competncias que os alunos devem adquirir. S
depois que so seleccionados os modos de aco e as actividades
especficas tendo em vista alcanar as finalidades predeterminadas.
Metas Aces Resultados (Arends, 1999:45)
Este modelo de planificao baseia-se nos princpios definidos pelas
teorias tcnicas, e d grande nfase aos objectivos e metas a alcanar. Estes
devem descrever o resultado que se pretende que os alunos obtenham, sendo
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Didctica II Planificaes
por isso um tipo de pedagogia virada para a mestria, que pretende
consciencializar e objectivar as aprendizagens a fazer. (Ftima Braga et al.,
2004)
Os primeiros planificadores e tericos do currculo, como Ralph Tyler
(1950), Mager (1962, 1984), Popham e Baker (1970) e Gagn e Briggs (1979),
defendiam a ideia que uma boa planificao tinha que ter por base objectivos
de ensino cuidadosamente especificados e, as actividades propostas visavam
cumprir esses mesmos objectivos. (Arends, 1999)
Existem crticas apontadas a este modelo, como por exemplo, uma
preocupao exagerada em estabelecer objectivos acaba por limitar possveis
desvios ao percurso traado, podendo at ignorar o rimo dos alunos,
deixando pouco espao para intervenes e exploraes de algo que lhes seja
particularmente interessante. Ou seja, um plano traado nestes moldes no
tende a ser flexvel, embora possa ser vantajoso em algumas situaes, pois
ajuda o professor a definir mais rigorosamente o que pretende fazer. Outra das
crticas apontadas, que estas planificaes proporcionam a fragmentao dos
saberes, que precisamente o contrrio do que se pretende hoje em dia.
(Ftima Braga et al., 2004)
Outro modo de planificar, pe em causa esta viso de orientar as aulas
para satisfazer objectivos, assim como, a ideia de que possvel realizar
actividades com grande preciso, sem atender dinmica da aula. Weick,
defende um modelo no linear, em que os professores devem primeiramente ter em conta as actividades. A actividade a manifestao mais acabada da
vitalidade de uma pessoa e/ou grupo. (Matos Vilar, 1998:48) Estas por sua vez
produziro resultados, uns j previstos outros no, s depois se deve pensar
em sumariar e explicar essas aces atribuindo-lhes metas. Para os
proponentes deste modelo, as planificaes no so necessariamente os
condutores das aces, passando a ser, em vez disso, smbolos, anncios e
justificaes daquilo que as pessoas j fizeram. (Arends, 1999: 45)
Aces Resultado Metas (Arends, 1999:45)
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Didctica II Planificaes
Neste caso, os professores tambm estabelecem metas, mas a
planificao cclica, pois feita atravs de uma sucesso de tentativa e erros.
Muitos professores podem, no entanto, conciliar aspectos dos dois modelos.
Uma abordagem mais recente, que contrria planificao linear, a
designada planificao conceptual. Aqui tem-se em considerao as representaes prvias dos alunos sobre determinado assunto. O professor
deve valorizar essas representaes prprias de cada um, aproveitando as
correctas e desenvolvendo formas de alterar as erradas. Neste ltimo caso
deve tentar perceber as causas de tais conceitos incorrectos. Assim, o saber
ser algo que o prprio aluno ir construindo depois de se irem efectuando
transformaes at ele atingir o nvel de abstraco desejado. (Ftima Braga
et al., 2004:28) Trata-se portanto de um ensino baseado na mudana
conceptual, em que o professor elabora etapas sucessivas que levam os
alunos construo do saber. O modelo clssico de planificao no se adapta
a este caso. Para Vecchi & Giordan (...) a planificao conceptual dever
traar objectivos a longo prazo, devendo ainda ser cridas situaes e
actividades que permitam a evoluo das representaes dos alunos, para que
estas se aproximem o melhor possvel dos objectivos, passando por diversos
nveis de integrao (Ftima Braga et al., 2004:29)
Sistematizando, este tipo de planificao tem como base as
representaes dos alunos, para a partir da criar situaes que promovam a
mudana conceptual. Assim, tendo isto em conta, desenvolvem-se planos
dinmicos, abertos e flexveis.
Planificar em projecto, uma forma de planificao conceptual, e engloba trs momentos - antes, durante e depois da aco. Parte do
pressuposto que a planificao linear no se adapta aos novos papis da
escola, em que se espera que os profissionais da educao tomem para si
responsabilidades de concepo, deciso e organizao de escola, nos
diferentes nveis de planificao a que podem/devem actuar. Este tipo de
planificao considera uma fase para identificar o problema, outra para a
formulao e resoluo do problema e por fim a implementao, avaliao e
rotinizao. Assim planificar em projecto pressupe:
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Didctica II Planificaes
1. Valorizar a transversalidade dos objectivos, a formao integral do aluno, o
desenvolvimento de competncias pessoais, sociais e acadmicas
(relacionadas com a comunicao e resoluo de problemas);
2. Inter-relacionar o saber e o saber fazer, a teoria e a prtica, a cultura
escolar e a cultura do quotidiano;
3. Adoptar um conceito alargado de contedo, que englobe os contedos
procedimentais, atitudionais e os habituais contedos conceptuais;
4. Organizar os contedos em temas-problema integradores, em funo das
competncias a desenvolver, fazendo ressaltar conexes entre os vrios
temas, entre os saberes e as competncias de diferentes disciplinas e entre
a escola e o meio;
5. Integrar a avaliao no processo de ensino aprendizagem, enquanto
dinmica contnua de reflexo e de identificao das representaes;
6. Orientar a avaliao educativa com base no diagnstico das representaes
prvias, dos processos de aprendizagem e dos estado de desenvolvimento
dos alunos;
7. Praticar uma avaliao concebida em trs eixos de orientao:
autoconscencializao dos desempenhos, co-avaliao pelos colegas da
turma e meta-avaliao pelo professor;
8. Atribuir significado s informaes recolhidas, investigando-as e
recontextualizando-as;
9. Tomar decises avaliativas coerentes com a modalidade (formativa vs
sumativa), com as suas finalidades (classificar vs conscencializar), funes
(certificar vs regular), referenciais (norma vs critrio), tipo (papel e lpis vs
desempenho de tarefas) e escalas (descritivas, qualitativas e quantitativas).
(Ftima Braga et al., 2004: 32)
A planificao por competncias tem em conta as competncias que os
alunos devem desenvolver, para tal, o professor orienta as aulas,
desenvolvendo actividades, que propiciem esse desenvolvimento. Por
exemplo, no modelo conceptual esta dimenso importante, nomeadamente
nas planificaes em projecto.
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Didctica II Planificaes
Em termos temporais podem-se considerar as planificaes a longo,
mdio e longo prazo.
Planificao a longo prazo Este tipo de planificao faz-se no inicio do ano e, tem como principal
objectivo seleccionar e distribuir os contedos, tendo em vista o melhor para a
escola e baseando-se nas orientaes do plano curricular de escola. As opes
que se fazem a este nvel vo sofrer ajustamentos ao longo do ano, e para
cada turma em particular, aps se conhecer os alunos. Pois, a partir da
avaliao que o professor faz das necessidades de cada turma, que pode
intervir directamente sobre elas.
Nas planificaes anuais os professores reflectem sobre as atitudes,
metas e temas gerais que pretendem passar para os alunos. As atitudes, por
exemplo, no se podem tratar numa aula, s atravs de determinadas
vivncias ao longo do ano, que devem ser previstas pelos professores. Quanto
matria a dar ao longo do ano, h sempre inmeros temas a tratar e
actividades a realizar, contudo o tempo no chega para tudo, o professor tem
de seleccionar o que realmente importante. Outro aspecto a ter em conta so
os ciclos do ano lectivo, nomeadamente os perodos de aulas, dias da semana,
feriados, perodos de frias, entre outros. (Arends, 1999)
Algumas da tarefas, a realizar em grupo ou individualmente, so:
Analisar o programa da disciplina, tendo em conta os contedos que no
foram leccionados no ano anterior;
Dividir e ordenar o programa em unidades didcticas a serem
desenvolvidas;
Organizar e ordenar as unidades de modo a formarem um todo coerente;
Definir os objectivos a atingir pelos alunos em cada unidade, assim como,
capacidades a desenvolver, atitudes a fomentar e conhecimentos a adquirir;
Definir estratgias a implementar, actividades e processos de avaliao;
Distribuir os contedos pelo tempo disponvel.
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Didctica II Planificaes
Para efectuar estas tarefas pode-se recorrer a programas, planificaes
anteriores, livros, guias curriculares, entre outros. (1)
Neste tipo de planificao seria desejvel que os vrios professores se
reunissem, incluindo tambm pais e outros representantes da comunidade,
contudo isto nas escolas de hoje impensvel. Muitos dos professores
encaram esta tarefa como um requisito burocrtico que pouco afectar aquilo
que far nas aulas. (Zabalza, 2000)
Planificaes a mdio prazoDesigna-se por planificao a mdio prazo os planos de uma unidade de
ensino, ou de um perodo de aulas. Basicamente, uma unidade corresponde a
um grupo de contedos e de competncias associadas que so percebidas
como um conjunto lgico. (Arends, 1999: 59,60)
Para planificar uma unidade necessrio interligar objectivos, contedos
e actividades. Desta forma vai-se traar o percurso para uma srie de aulas e,
vai reflectir a compreenso que o professor tem tanto ao contedo como ao
processo de ensino. tambm necessrio equacionar os materiais necessrios
de forma mais concreta, a motivao dos alunos, os instrumentos de avaliao,
entre outros. (Arends, 1999)
Existem professores que disponibilizam estas planificaes para os
alunos, para eles terem a noo do caminho que esto a percorrer.
Algumas etapas a ter em considerao:
Identificar e ordenar contedos, bem como, definir os objectivos
correspondentes a esses mesmos contedos e as competncias que
os alunos devem adquirir.
Identificar os conceitos j existentes, pr-conceitos, e os novos
conceitos a desenvolver;
Definir estratgias a implementar, atendendo aos alunos e aos
objectivos definidos;
Criar estratgias de avaliao;
Distribuir os diferentes contedos pelas aulas disponveis. (1)
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Didctica II Planificaes
Planificaes a curto prazo/ planos de aula Estes planos so aqueles a que o professor disponibiliza mais ateno.
tambm aqui que melhor se percebe a forma como o professor encara a
dinmica do ensino/aprendizagem. Normalmente, os planos dirios
esquematizam o contedo a ser ensinado, as tcnicas motivacionais a serem
exploradas, os passos e actividades especficas preconizadas para os alunos,
os materiais necessrios e os processos de avaliao. (Arends, 1999: 59)
Entre a fase anterior e esta deve-se preparar materiais necessrios
como, fichas de trabalho, exerccios, webquest, material de apoio a actividades
prticas, actividades experimentais, sadas de campo, entre outros.
Como aqui se considera a aula em si, existem uma srie de pormenores
prticos a ter em conta e, especificar outros que j tinham sido considerados
anteriormente. So eles:
Sumrio;
Novos conceitos a ser leccionados, os pr- requeridos e, o
encadeamento adequado;
Objectivos a atingir e competncias a adquirir pelos alunos;
Estratgias, actividades especficas;
Tipo de exerccios;
Materiais necessrios;
Linguagem especfica a utilizar, observaes pertinentes;
Momentos de questionao/avaliao.
Tempo a distribuir pelas diferentes tarefas;
Outros. (1)
H tarefas que se repetem ao longo do tempo, mas como
compreensvel, em cada tempo so desenvolvidas em diferentes grau de
profundidade. Os planos a longo prazo constituem o suporte organizador dos
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Didctica II Planificaes
planos a mdio prazo. E estes constituem o suporte dos programas a curto
prazo.
No decorrer de qualquer processo deve-se reflectir e avaliar, com as
planificaes e as aulas propriamente ditas isso tambm deve acontecer.
Avalia-se essencialmente para auto-regulao, para se analisar o que est a
correr bem ou mal e, a partir da introduzir melhorias no prprio processo de
ensino/aprendizagem.
Planificao Actuao Avaliao Reflexo Planificao
(Ftima Braga et al., 2004: 29)
necessrio salientar que o facto de se elaborar um plano, to
importante quanto importante ser-se capaz de o pr de lado. Uma aula deve
acontecer, ser viva e dinmica, onde a trama complexa de inter-relaes
humanas, a diversidade de interesses e caractersticas dos alunos no
pretende ser um decalque do que est no papel. (1)
MediadoresExistem mediadores da planificao, embora no haja consenso
relativamente ao seu uso, so materiais didcticos que oferecem esboos de
programao, em vez de ser o professor por si mesmo a partir dos seus
prprios conhecimentos. So eles:
Livros de texto;
Materiais;
Guias curriculares;
Revistas;
Experincias (casos ouvidos a outros ou lidos).
ObjectivosOs objectivos da instruo consistem em afirmaes que descrevem a
direco da mudana que o professor pretende promover nos estudantes. Os
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Didctica II Planificaes
objectivos da instruo assemelham-se a mapas de estradas: ajudam
professores e alunos a conhecerem os caminhos que esto a percorrer e a
saberem se o destino j foi alcanado. (Arends,1999: 54)
Os objectivos relativamente ao grau de generalidade ou especificidade
podem-se distinguir em :
Objectivos gerais/ metas ou finalidades educativas, dizem respeito a objectivos muito gerais, que podem ser atingidos das mais variadas
formas;
Objectivos gerais de disciplina, encontram-se mais prximos do processo ensino-aprendizagem. Contudo ainda so um pouco
ambguos e limitam-se aos contedos da disciplina;
Objectivos especficos, representam aprendizagens mais simples, susceptveis de serem adquiridas a curto prazo e mais concretas. Um
objectivo especfico pode ser enunciado em termos
comportamentais, isto , indica um comportamento observvel que o
aluno deve revelar. (1)
Taxonomias para a escolha de objectivos
Foi Benjamin Bloom, na dcada de 50, que criou um esquema de
sistematizao dos objectivos educacionais, designado por taxonomia. Este
um instrumento que ajuda a classificar os objectivos educacionais, como tal,
utilizado para auxiliar das planificaes. A taxonomia de Bloom tem trs
grandes domnios: o cognitivo, o afectivo e o psicomotor.
O domnio cognitivo, por sua vez, divide-se em seis nveis, cada um deles especifica o tipo de processos cognitivos solicitado aos alunos.
1. Conhecimento o aluno consegue lembrar, definir, reconhecer, ou
identificar informao especfica apresentada durante o processo de
ensino.
2. Compreenso o aluno demonstra uma compreenso da
informao, traduzindo-a para uma forma diferente ou reconhecendo-
a sob a forma traduzida.
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Didctica II Planificaes
3. Aplicao o aluno consegue aplicar a informao realizando
actividades concretas.
4. Anlise o aluno consegue reconhecer a organizao e a estrutura
de um corpo de conhecimentos, dividir essa informao nas partes
que a constituem e especificar as relaes entre as partes.
5. Sntese o aluno consegue recolher informao de vrias fontes e
criar um produto exclusivamente seu.
6. Avaliao o aluno consegue aplicar um padro de julgamento
sobre o valor de algo.
O domnio afectivo, existem objectivos educacionais que caem dentro deste domnio. Bloom dividiu-o em cinco categorias, cada uma delas especfica
o grau de desenvolvimento ou a intensidade emocional necessrio para os
estudantes.
1. Ateno o aluno apercebe-se e est atento a algo no seu meio
ambiente.
2. Resposta o aluno exibe um novo comportamento como
resultado da experincia e responde a essa experincia.
3. Valorizao o aluno mostra envolvimento e empenho em
relao a uma nova experincia.
4. Organizao o aluno integrou um novo valor ao seu sistema de
valores e consegue-lhe atribuir um lugar num sistema de
prioridades.
5. Caracterizao pelo valor o aluno age consistentemente com o
valor e est firmemente envolvido na experincia.
O domnio psicomotor, no de refere apenas educao fsica, mas a actividades como, a caligrafia e o processamento de texto, trabalho com
material de laboratrio, entre outros. So seis as categorias consideradas para
este domnio.
1. Movimentos reflexos as aces do aluno podem ocorrer
involuntariamente como resposta a um estmulo.
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Didctica II Planificaes
2. Movimentos bsico fundamentais - o aluno possui padres de
movimentos inatos que se formaram a partir de uma combinao de
movimentos reflexos.
3. Capacidades perceptivas o aluno pode traduzir estmulos recebidos
atravs dos sentidos para movimentos apropriados desejados.
4. Capacidades fsicas o aluno desenvolveu os movimentos bsicos
essenciais para o desenvolvimento de movimentos de maior percia.
5. Movimentos de percia o aluno desenvolveu movimentos mais
complexos que exigem um determinado grau de eficcia.
6. Comunicaes no discursivas o aluno tem a capacidade de
comunicar atravs do movimento corporal.
Tm-se tecidos crticas a esta classificao de objectivos, por um lado,
alguns educadores tm interpretado incorrectamente este sistema, acreditando
que os objectivos simples so menos importantes que os objectivos complexos.
Por outro lado, verificam-se casos em que no se respeita a ordem hierrquica
dos objectivos, argumentando que a ordem no apropriada para os domnios
do conhecimento. Finalmente, as crticas tm apontado para o facto de que
mesmo os peritos em determinadas reas no conseguem distinguir objectivos
a diferentes nveis. Contudo, apesar das crticas, este mtodo continua a ser
aceite pelos professores, porque apesar de no descreverem a realidade por
completo, so um instrumento para pensar sobre os diferentes tipos de
finalidades do ensino, da que seja til para as planificaes. Servem para nos
lembrar de que queremos que os nossos alunos aprendam uma srie de
competncias e que sejam capazes de pensar e de agir tanto de uma maneira
linear como de forma complexa. (Arends, 1999: 59)
Competncias O saber em aco
O sucesso na escola no um fim em si mesmo. Para alm de cada
aprendizagem preparar para as etapas subsequentes do currculo escolar, o
aluno dever ser capaz de mobilizar as suas aquisies escolares fora da
escola, em situaes diversas, complexas e imprevisveis. Hoje, essa
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Didctica II Planificaes
preocupao expressa no que se costuma chamar construo das
competncias.
Sempre que se diz o que um aluno deve aprender e o que ele deve fazer
com o que aprendeu, est-se a definir uma competncia. H muito tempo,
professores perseguem a constituio de competncias nos alunos porque
um objectivo do ensino propiciar mudanas que caracterizem desenvolvimento,
seja ele cognitivo, afectivo ou social. Para melhor compreender o que
competncia, pode-se destacar algumas de suas caractersticas:
1. Competncia a capacidade de mobilizar conhecimentos, valores e decises para agir de modo pertinente numa determinada situao. Portanto,
para constat-la, h que considerar tambm os conhecimentos e valores que
esto na pessoa e nem sempre podem ser observados.
2. Competncias e habilidades pertencem mesma famlia. A diferena entre elas determinada pelo contexto. Uma habilidade, num determinado contexto,
pode ser uma competncia, por envolver outras sub-habilidades mais
especficas. Por exemplo: a competncia de resoluo de problemas envolve
diferentes habilidades entre elas a de buscar e processar informao. Mas a
habilidade de processar informaes, em si, envolve habilidades mais
especficas, como leitura de grficos, clculos, entre outros. Logo, dependendo
do contexto em que considerada, a competncia pode ser uma habilidade.
Ou vice-versa.
3. Para se ser competente, precisa-se de dominar conhecimentos. Mas tambm deve-se saber mobiliz-los e aplic-los de modo pertinente situao.
Tal deciso significa vontade, escolha e, portanto, valores. E essa a
dimenso tica da competncia.
4. A capacidade de tomar decises e a experincia esto estreitamente relacionadas na operao de uma competncia. Tomar uma deciso, muitas
vezes, implica certo grau de improvisao, mas uma improvisao orientada
pela experincia. No por outro motivo que um piloto treina centenas de
horas de voo antes de ser considerado apto a comandar um avio. essa
experincia que d ao piloto condies de tomar uma deciso pertinente.
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Didctica II Planificaes
Em resumo: a competncia s pode ser constituda na prtica, o saber
em aco. Aprende-se fazendo, numa situao que requeira esse fazer
determinado. Esse princpio crucial para a educao. Se se quiser
desenvolver competncias nos alunos, tem de se ir alm do ensino pela
memorizao de conceitos abstractos e fora de contexto. preciso que eles
aprendam para que serve o conhecimento, quando e como aplic-lo. Isso
competncia.
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Didctica II Planificaes
Consideraes finais
Este definitivamente um tema que no rene consenso
na comunidade dos profissionais da educao. Cada professor
tem um estilo nico, tem uma forma diferente de encarar o
processo de ensino/aprendizagem, e isso reflecte-se na forma
como planifica e nas intenes com que o faz. Pretende-se
que a planificao seja um meio, no um fim em si mesmo.
Serve para reflectir sobre as melhores formas de trabalhar
com os alunos, o que resulta com uma determinada turma
pode no funcionar com outra, tambm por isso, uma
planificao nunca pode ser rgida, mas sim flexvel. um
vector orientador da aco, mas no deve directivo, no sentido
em que o professor no se deve limitar quilo que planeou.
Corre desta forma o risco de no dar ouvidos aos interesses
e dvidas dos alunos, como se eles fossem apenas uma parte
da aula. Contudo, so eles que fazem a aula acontecer,
durante a planificao o professor deve ter sempre em mente
os seus alunos. Assim, faz sentido fazer desvios ao percurso
planeado, continuando a planificao a ser vlida como fio
orientador. Deve-se sempre avaliar e, alterar os planos, se
isso se revelar uma mais valia para o processo de construo
de conhecimento por parte dos alunos. No se pode
considerar um modelo certo em detrimento de um errado, pois
cada caso um caso, e pode at fazer sentido usar
simultaneamente mais do que um tipo de planificao.
No entanto, permitindo-nos um juzo de valor,
consideramos que o estilo de trabalho que mais se aproxima
das exigncias sociais feitas aos estudantes de hoje, o
trabalho de projecto. () a escola dever formar indivduos
que, como cidados, associem autonomia e solidariedade,
dominem simultaneamente conhecimentos estruturantes e
especficos, mantenham a disposio para actualizarem o seu
saber, se situem em posio de reflexo crtica e se
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Didctica II Planificaes
manifestem tolerante e capazes de dilogo. So orientaes
que reconhecem o que papel do professor tende a alterar-se,
sendo-lhes solicitadas mltiplas competncias para dar
respostas adequadas aos processos de interaco
desenvolvidos na sala de aula. (Ftima Braga et al., 2004: 33)
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Didctica II Planificaes
Bibliografia
A. de Matos Vilar, O professor Planificador, Edies Asa, Porto, 1998.
Ftima Braga, Floripes Maria Vilas-Boas, Maria Ema Monteiro Alves,
Maria Joo de Freitas, Carlinda Leite, Planificaes novos papis, novos
modelos, Edies Asa, Porto, 2004.
Miguel A. Zabalza, Planificaes e desenvolvimento curricular na escola,
Edies Asa, Porto, 2000.
Richard I. Arends, Aprender e Ensinar, McGraw Hill, Lisboa, 1999.
Sites consultados:
(1)
http://www.prof2000.pt/users/folhalcino/formar/outros/planifica.htm
(11-03-04)
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Didctica II Planificaes
Parte Prtica
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Didctica II Planificaes
Introduo Prtica
Depois de uma pequena apresentao terica, vai ser distribudo pela
turma, dividida em quatro grupos, dois exemplos de planificaes. Um deles diz
respeito, a uma planificao de uma aula de 45 minutos, o outro uma
planificao de um tema, de uma unidade, sem ser referido o factor tempo.
Junto com os dois exemplos, vai estar uma pequena ficha de trabalho,
constituda por perguntas de resposta curta, e uma orientao de leitura, para
tornar mais fcil e rpida a anlise de cada uma das planificaes. Vai ser
pedido aos alunos que se debrucem sobre os dois exemplos, e que preencham
a ficha, para que depois se debatam as ideias e opinies sobre o tema
planificar.
No anexo deste trabalho vai estar a ficha de trabalho e as duas planificaes,
para uma posterior utilizao.
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Didctica II Planificaes
Anexos
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Parte Prtica