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Faz bem à Saúde. N.º5 JANEIRO/MARÇO 2012 Trimestral Nº5 JANEIRO/MARÇO 2012 Trimestral ¤ 3.00 Fim de semana Por terras TRANSMONTANAS Operação NARIZ VERMELHO Muito para além da solidariedade FÉRIAS NA NEVE A dificuldade está na escolha... MÉDIS COPA IBÉRICA O desporto também faz bem à saúde

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Faz bem à Saúde.

N.º5

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Nº5

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Fim de semanaPor terras

TRANSMONTANAS

OperaçãoNARIZ VERMELHOMuito para alémda solidariedade

FÉRIAS NA NEVEA dificuldade está na escolha...

MÉDIS COPA IBÉRICAO desporto tambémfaz bem à saúde

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SUMÁRIONOTAS SOLTASNotícias, espetáculos e exposições.

LER & OUVIRLivros e discos que valem a pena.

SIGHTSEEINGMosteiro da Batalha.

GRANDE ENTREVISTABeatriz Quintella e a OperaçãoNariz Vermelho.

MUNDO MÉDISParceria TMN.

MUNDO MÉDISCDI – Clínica de Diagnóstico pela Imagem.

GLOBETROTTERFérias na neve.

BANDA DESENHADAUderzo disse adeus a Asterix.

MUNDO MÉDISHospital S. João de Deus.

MUNDO MÉDICONo Evereste, para estudar a hipoxia.

MUNDO MÉDISNovo site de prestadores.

MUNDO MÉDISCuidados com a gripe e as alergias.

HITECHBiocombustíveis chegaram aos aviões.

MUNDO MÉDICO12 desejos para o novo ano.

PRAZERES – ESCRITADas canetas aos computadores.

WEEKENDPor terras transmontanas.

MUNDO MÉDISMédis Copa Ibérica.

MUNDO MÉDISMédis solidária.

MUNDO MÉDISSaiba mais sobre quem vende Médis.

ON THE ROADPorsche Panamera diesel.

ÚLTIMA PÁGINAViajar é uma arte.

A revista Mais Médis acaba de fazer um ano no seu novo formato.É, assim, tempo de efetuar o balanço dos resultados alcançados, num período que coincide com a habitual reflexão da atividade do ano da própria Médis. Em ambos os casos, os motivos de satisfação são evidentes.O objetivo desta publicação é dar a conhecer a Médis “por dentro”, o que envolve, desde logo, os prestadores de cuidados de saúde da Rede Médis, um dos pilares fundamentais do plano de saúde, os distribuidores através dos quais a Médis chega aos seus clientes, o testemunho direto destes e, claro, também quem, dentro da empresa,trabalha diariamente, fazendo a diferença em cada momento e contribuindo para o resultado global.Assim, passaram por aqui alguns dos factos relevantes de 2011, como,por exemplo, o lançamento do roll out do novo site Médis paraprestadores de cuidados de saúde, que vai permitir um significativo salto qualitativo, com ganhos de eficiência na relação diária com a Médis. A campanha multimeios “Deixe que a Médis cuide de si”, que permitiu à Médis alcançar, em 2011, o top 3 em recordação totaldeclarada, ao lado de seguradoras cujo investimento em publicidade é deveras superior. Foi também assinalada a marcada componente de responsabilidade social da Médis, que em 2011, terminou com a entrega de 25 mil euros, repartidos por três instituições meritórias,cujos detalhes se podem descobrir neste número. Muitos mais temas ficaram por referir, num ano particularmente focado na fidelização de clientes, caminho que a Médis encetou e prosseguirá em 2012. Todos sabemos o quão difícil será 2012, mas, na Médis, temos porambição transformar desafios em oportunidades e, por isso, encaramos o futuro com especial perseverança. O que nos move é proporcionar a todos os stakeholders, naturalmente com destaque para os clientes, um plano de saúde ímpar, que se distinga pela excelência. Esta será a forma de a Médis contribuir, à sua medida, para o sucesso de 2012.

EDITORIAL

Diretor: Gustavo Barreto. Direção Editorial: Rui Faria ([email protected]). Textos: Catarina Nunesdos Santos, Duarte Faria, Mário Figueiredo, Paula Santos.Fotografia:Diogo Pinto, Nuno Alexandre,Getty Images e Cofina Media. Direção de arte: Sofia Lucas. Design gráfico: Maria Papoula. Paginação:Patrícia Santos. Pesquisa de Imagem: Diana Bastos. Copy desk: Carla Sacadura Cabral. Produção: CofinaMedia. Pré-impressão: Graphexperts, Lda., Av. Infante Santo, 42 - A/B, 1350-179 Lisboa. Impressão:LisgráficaS.A., Estrada Consigliéri Pedroso, 90, Casal de S.ª Leopoldina, 2745-553 Queluz de Baixo. Propriedade:Médis– Companhia Portuguesa de Seguros de Saúde, S.A., Av. José Malhoa, 27, 1070-157 Lisboa. ([email protected]) Linha Médis: Lisboa tel. 21 845 8888. Porto tel. 22 207 8888. Telemóvel 96 599 8888| 93 522 8888. Redação: Cofina Media, Av. João Crisóstomo, 72 – 1069-043 Lisboa. Tel. 21 330 94 00/ 21330 77 09. (www.cofinaconteudos.pt). Depósito Legal:319892/10. Registo na E.R.C.com o n.º 503 496 944.Tiragem: 11.000 exemplares. Periodicidade: Trimestral. Médis - Companhia Portuguesa De SegurosDe Saúde, S.A. Capital Social: 12.000.000 Euros. Contribuinte n.º 503 496 944. Sede: Av. JoséMalhoa, 27, 1070-157 Lisboa

Esta revista foi redigida em conformidade com a nova norma ortográfica para Portugal resultantedo Acordo Ortográfico de 1990.

A MÉDIS NÃO SUBSCREVE, NECESSARIAMENTE, AS OPINIÕES VEICULADAS NESTA REVISTA.

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Gustavo BarretoDIRETOR DE MARKETING

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sumário

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soltasNOTAS

Há doze campos de golfe

portugueses que constam dos

novos cem melhores percursos

da Europa continental, no

ranking realizado anualmente

pela revista britânica Golf

World. O Oitavos Dunes, na

Quinta da Marinha, é o melhor

classificado dos campos

portugueses, onde o Algarve

está representado por San Lorenzo (24.º), Onyria Palmares

(26.º), Monte Rei (28.º), Quinta do Lago Sul (57.º), Amendoeira

(64.º) e Old Course Vilamoura (71.º). Na zona de Setúbal/Lisboa,

destacam-se Tróia (32.º), Penha Longa (41.º) e Quinta do Peru

(96.º), e, na zona oeste, o Praia d’el Rei (33.º). Porto Santo (70.º) é o

único percurso insular do ranking, que destaca Les Bordes, em

Paris, como o melhor campo da Europa continental.

POLUIÇÃO ATINGE RECORDE

Os dados do Centro de Informação e Análise do Dióxido de

Carbono (CDIAC), do Departamento de Energia dos EUA, revelam

números alarmantes relativos a 2010. Foi atingido o triste recorde

de 33,5 milhões de toneladas de CO2 lançadas na atmosfera, o que

representa um aumento de 3,5 por cento face a 2009. Os Estados

Unidos e a China são responsáveis por metade deste valor,

faltando assim ao compromisso (não vinculativo) estabelecido na

conferência de Cancun em 2010.

O amor pelos iPhonesUm estudo desenvolvido pelo jornal norte-americano The New York

Times concluiu que o esquecimento do iPhone em casa provoca uma

sensação de vazio e de stress ao seu utilizador. Martin Lindstrom, um

investigador que, há anos, aplica a Neurociência ao marketing para

perceber como as grandes marcas manipulam a nossa esfera afetiva,

concluiu que o iPhone desencadeia fortes sensações emotivas, havendo

mesmo algumas analogias com a toxicodependência. O investigador

chega a afirmar que produtos da Apple, ou marcas como a Harley

Davidson, podem provocar impulsos eletromagnéticos muito fortes

no cérebro dos seus aficionados.

Golfe português no top europeu

BMW SCOOTERA BMW está pronta para responder ao crescimento do

mercado das scooters e apresentou os protótipos de um

novo modelo que será lançado no mercado em 2012, nas

variantes C 600 Sport, destinada a uma utilização urbana, e

C 650 GT, para grandes viagens. É o primeiro modelo

deste tipo a ser desenvolvido pela marca, sendo

equipado com um motor bicilíndrico de 647 cc e 60 cv

de potência, contando com uma caixa de variação

contínua CVT. Graças à utilização do alumínio, pesa

250 kg e será capaz de chegar aos 170 km /h e

passar de 0 a 100 km/h em apenas sete segundos.

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Volvo Ocean Race

FERRARI DE 12 MILHÕESUm Ferrari 250 Testa Rossa de 1957 foi vendido num leilão promovido pela

Gooding & Company em Pebble Beach, EUA, por 13,6 milhões de dólares. Este

valor, contabilizadas as taxas, corresponde a 12,28 milhões de euros, o que passa

a constituir um recorde para a venda de um veículo automóvel em leilão. Para

além da raridade do 250 Testa Rossa, não podemos esquecer que este valor foi

atingido num período de crise económica a nível global, que leva ao

aparecimento de investimentos alternativos aos produtos financeiros tradicionais.

LISBOA NO TOP TENDO SHOPPINGUma sondagem internacional conduzida pela Economist

Intelligence Unit e divulgada no Global Shopper Cit y Index

(www.globalshopperindex.eiu.com) coloca Lisboa no sétimo

lugar entre as melhores cidades europeias para fazer compras,

à frente de Amesterdão, Praga e Budapeste. No topo da lista,

aparece Londres (o The Economist é britânico), seguido de

Madrid e Barcelona, que partilham o segundo lugar, à frente

de Paris, Roma e Berlim. A sondagem incidiu sobre 38 itens,

agrupados em cinco categorias, e os preços, a cultura e o clima

mereceram grande destaque por parte de quem votou Lisboa.

SPACEPORTno Novo MéxicoPerto de Las Cruces, no estado norte-americano do Novo México,

nasceu um aeroporto muito especial onde a arquitetura do

terminal e dos hangares tem a assinatura de Sir Norman Foster

(Foster+Partners). O edifício parece ter saído dos cenários de um

filme de ficção científica e será ali que vai começar a aventura da

Virgin Galatic, que estabeleceu um contrato de vinte anos para

utilizá-lo como base para as suas viagens de turismo espacial,

que devem ter início em 2013. Para além da empresa de

Sir Richard Branson, o Spaceport também vai servir várias

empresas aeronáuticas que ali vão realizar testes a novos aviões.

A Volvo Ocean Race é uma das mais duras aventuras dos tempos modernos, disputando-se ao longo

de 39 mil milhas marítimas, a percorrer em nove meses. O veleiro Telefónica venceu a primeira etapa

disputada entre Alicante e a Cidade do Cabo, depois de 21 dias, cinco horas e catorze minutos de mar

feroz, levando a que apenas três dos seis barcos terminassem classificados. A frota está neste momento

a caminho de Abu Dhabi, na segunda das no ve etapas que incluem uma passagem por Lisboa

em Maio, antes do final da regata, que terá lugar na cidade irlandesa de Galway, no início de Julho.

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soltasNOTAS

1. Mar e campo em três momentos

A exposição de Bruno Pacheco na Casa das Histórias Paula Rego aborda,em três momentos (até 8 de abril, de 13 de abril a 13 de maio e de 18 de maio a 24 de junho), questões disciplinares, temáticas ou narrativaspresentes na obra de Paula Rego. O projeto de Bruno Pacheco é constituído maioritariamente por pinturas figurativas de grandesdimensões, desenhos e objetos. Desenvolve poderosas narrativas visuaisque questionam os modelos de representação na Arte Contemporânea.

2. COLDPLAY NO PORTODepois do sucesso da sua passagem pelo Pavilhão Atlântico e dapresença no Optimus Alive‘11, os Coldplay regressam a Portugal paraum concerto agendado para o dia 18 de maio no Estádio do Dr agão. A passagem da banda de Chris Martin pelo Port o está integrada nadigressão Mylo Xyloto, tendo por base o seu quinto álbum, editado no passado mês de outubro e que entrou diretamente para o top devendas em dezassete países, incluindo Portugal. Ao longo dos últimosquinze anos, a banda britânica já vendeu mais de 50 milhões dediscos, tendo arrecadado um conjunto de importantes galardões,como sete Grammys, seis Brit Awards, quatro MTV Europe MusicAwards e quatro MTV Video Awards, para além de outras distinções.

3. Os setenta anos de CasablancaO filme Casablanca, realizado por Michael Curtiz, estreou em 1942, já lá vão setenta anos, mas continua a ser uma obra de culto. Foi produzido durante a II Guerra Mundial, numa ótica de propaganda antinazi, mas a história de amor protagonizada por Humhprey Bogart e Ingrid Bergman conquistou várias gerações e deixou frases como “play it again, Sam” na história da Sétima Arte. É difícil explicar este sucesso, mas muitos consideram que a personagem máscula, dura e irónica, masromântica, de Richard Blaine (Humphrey Bogart) é uma das justificações.

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4. Mito Steve Jobs no cinema

A Sony adquiriu os direitos da biografia de Steve Jobs, escrita porWalter Issacson, que vendeu mais de 379 mil cópias na semana dolançamento e encarregou Aaron Sorkin (A Rede Social) de escrever o guião para o filme que vai contar a história do fundador da Apple.As filmagens devem começar em 2012, mas ainda há dúvidas quantoao nome do ator que irá protagonizar Steve Jobs no ecrã. A escolhadeve ser feita entre George Clooney e Noah Wyle, que pode tervantagem por já ter interpretado o papel de Steve Jobs no filmetelevisivo Pirates of Sillicon Valley (1999) e por tê-lo parodiado naMcworld Expo de 1999, fazendo rir o patrão da Apple, que lhe deumesmo algumas dicas para compor melhor a personagem.

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5. Madonna em CoimbraMadonna vai estar pela quarta vez em Portugal para subir ao palco do Estádio

de Coimbra com uma grande produção integrada na digressão de promoção

de M.D.N.A., o seu mais recente álbum. Apesar de pouco se saber sobre

o espetáculo marcado para dia 24 de junho, a cantora promete revisitar

os maiores sucessos da sua carreira, num alinhamento que pode estar

próximo do apresentado na gala do Super Bowl, realizada no início de fevereiro

em Indianápolis, nos E.U.A. O mesmo será dizer que t emas novos, como

Give Me All Your Luvin, voltam a surgir lado a lado com sucessos como

Vogue e o incontornável Like a Prayer.

6. Segunda vida de RockyDepois de seis filmes que renderam milhões e de três Óscares, a saga de RockyBalboa, que Sylvester Stalone protagonizou entre 1976 e 2006, vai renascer para

subir ao palco na forma de um musical. Para Stalone, Rocky “é uma história

de amor e um musical é uma f orma perfeita para contá-la”. Segundo o jornal

britânico Daily Telegraph, o ator está a trabalhar em conjunto com os irmãos

Wladimir e Vitali Klitschko, dois pugilistas profissionais, e a estreia está

agendada para Novembro de 2012, curiosamente na cidade de Colónia,

pelo que a primeira versão será em alemão.

8. Fernando Pessoa,Plural como o Universo

A Fundação Gulbenkian tem patente ao público, até ao dia 29 de abril, a exposição Fernando Pessoa,Plural como o Universo. A mostra apresenta amultiplicidade da obra do poeta, numa viagemsensorial pelo seu universo, abordado em váriascomponentes onde se destacam os heterónimos,mas também recolhas de textos que mostramcomo puderam conviver no seu espírito aspersonalidades de Alberto Caeiro, Ricardo Reis,Álvaro de Campos e Bernardo Soares. A exposiçãoinclui ainda documentos inéditos, pinturas e algunsobjetos nunca antes expostos em Portugal.

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7. LUÍSA SOBRALThe Cherry on My Cake é o ultimo trabalho de

Luísa Sobral e serve de base a dois espetáculos

agendados para a Casa da Música, no Porto,

a 13 de abril, e para o Grande Auditório

do Centro Cultural de Belém, em Lisboa,

a 14 de abril, depois dos sucessos

que marcaram a sua passagem

pelo Festival Sudoeste, pelo

Vodafone Mexefest e pelo

Cascais Cooljazzz Fest, onde

assegurou a primeira parte

do concerto de Jamie Cullum.

The Cherry on My Cake já

alcançou o sétimo lugar

do top iTunes.

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ouvirLER &

MÚSICA

Um viajante que se preze reconhece a qualidade dos guiaseditados pela Taschen. Desta feita, os textos de Angelika Taschen

surgem numa coleção de doze volumes que “visita” quatro cidadesao longo de 1.536 páginas. É a forma ideal de ficar a conhecer

melhor Paris, Londres, Berlim e Nova Iorque, tendo as melhores“dicas” sobre hotéis, restaurantes e lojas destas grandes cidades,

acompanhadas por excelentes fotografias e mapaspormenorizados. Tudo isto por € 39,99 em www.taschen.com

A EDUCAÇÃO SENTIMENTALDOS PÁSSAROS, José Eduardo Agualusa, D. QuixoteQuem gosta de contos e histórias, não podeperder A Educação Sentimental dos Pássaros(D. Quixote), o último livro de José EduardoAgualusa. São histórias com pessoas onde o bem e o mal se entrecruzam em textos que chegam a subverter a realidade, porqueo autor “está-se nas tintas para a realidade”,que, em muitos casos, é chocante. Como ninguém “consegue imaginar Hitler,Mussolini, Franco, Salazar ou Pinochetvestidos com as camisas em seda estampadade Nelson Mandela”, estas histórias têm muito da vivência natural de Agualusa, refletem sobre a origem do mal e fazem-nos perguntas como esta: como é que o pequeno Jonas se transformou em Savimbi?

QUANDO O DIABO REZA,Mário de Carvalho, Tinta da ChinaNo regresso de Mário de Carvalho aoromance, em Quando o Diabo Reza (Tinta da China), o autor fala da “coletivizaçãointelectual” que se verifica “quando um galdério tem uma ideia brilhante e a partilha logo com outro vadio” e dodestino em que tropeçam “duas irmãs, jáentradas na vida, (que) sonham com teres e haveres, mundos melhores, segurança de estado e paz de espírito”. É o humorcáustico de Mário de Carvalho numa obra onde, “das contrariedades, é feita a literatura que se dá mal com os harpejosdos anjos nas nuvens e prefere o diabo,sempre atrás da porta, vigilante, até a rezar”, como se lê na contracapa.

Taschen – 4 Cities, Angelika Taschen, Taschen

THRESHOLD,Sugar BlueQualidade e originalidade são formas habituais parafalar da banda liderada por Sugar Blue, um nomegrande do blues que passou recentemente por Lisboadurante a edição do Hootennanny, na Culturgest.Threshold é o seu último trabalho em CD e Sugar Bluevolta a afirmar-se como grande cantor e notávelcompositor, continuando a inovar com a blues harp(a harmónica de blues), graças a uma sonoridade muitoprópria, que se distingue da de outros intérpretes maisconotados com as tradições do delta do Mississipi ou com os blues rurais. James Whiting, o verdadeironome de Sugar Blue, assume-se como músicourbano. Cheio de energia, não esconde as influênciasdo jazz e, com uma clara marca de Chicago, a par deuma tremenda versatilidade, traduzida numa carreirade músico de estúdio, procurado por grandes bandas,como os Rolling Stones (a sua harmónica é bempercetível em Miss You), apesar de ter claramenteoptado pela sua carreira a solo.

LULU, Lou Reed e MetallicaO encontro de Lou Reed com os Metallica poderiaparecer mais do que improvável, mas, em 2009,surgiram lado a lado, no show dos 25 anos do Rockand Roll Hall of Fame no que parecia ser uma “one-off jam session”, mas gostaram da experiência e começaram a trabalhar em segredo no projeto que ficou concluído em junho de 2011. Reed tinhacomposto as canções para uma peça chamada Lulu,um original do alemão Frank Wedekind, e os Metallicaajudaram a levar o trabalho para outro nível. O resultado final pode ser consubstanciado naopinião de David Fricke, da revista Rolling Stone, que,após ouvir as faixas Pumping Blood e Mistress Dread,as considerou como “a união entre a fúria Reed e o triturador álbum Master of Puppets, dos Metallica”.

Siga as nossas sugestões e conceda-se

momentos de pura descontração.

DICASMAIS

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sight SEEING

TRIUNFO DO

GÓTICO

Vale sempre a pena (re)descobrir o Mosteiro de Santa Maria da Vitória,um dos melhores exemplos do Gótico no nosso país, reconhecido

pela Unesco como Património Mundial, embora talvez muitas vezes esquecido pelos portugueses... Por Rui Faria

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seeingSIGHT

mosteiro de Santa Maria daVitória teve origem no voto feitopelo Mestre de Avis antes da

Batalha de Aljubarrota, que terminou com aspretensões castelhanas ao trono de Portugal.O local escolhido para a construção dista umpar de quilómetros do Campo de São Jorge,no local em que os exércitos se encontraramno dia 13 de agosto de 1385 e onde D. NunoÁlvares Pereira fez erigir uma capela no localem que assentou a sua bandeir a junto davanguarda das forças nacionais.O projeto do Mosteiro Real era ambiciosoe exigia a proximidade do rio Lena e sobre-tudo da abundância de árvores e do grani-to que per mitiram levar por diante aempreitada. O local era desabitado. Sabe--se que foi adquirido por D. João I a EgasCoelho, mas não se tem a certeza sobre adata do início das obras, que terão come-çado entre 1387 e 1388. Contudo, issoacaba por ser irrelevante para quem chegaà Batalha ao fim da tarde e é recebido pelosreflexos dourados do sol no granito.O estilo Gótico é talvez uma das formas maisapelativas da arquitetura. Os pináculos que

se estendem na direção do céu, as formaspor vezes assustadoras das gárgulas, as abó-badas que parecem suspensas no ar e o ren-dilhado da pedra marcaram um passo impor-tante na evolução social, política e intelec-tual da Europa, que saía do obscurantismoa caminho do Renascimento.A sua afirmação não foi fácil numa Europaem transformação, como não foi pacífica, naBatalha, a relação entre os mestres AfonsoDomingues e Houget (um nome que surgeainda referido como Uguete, Aquete e outrasgrafias, o que não ajuda a explicar a sua ori-gem), que estiveram na génese do Mosteiroda Batalha. No Inventário Artístico dePortugal, editado em 1955 pela AcademiaNacional de Belas Artes, Gustavo de MatosSequeira refere que «o por tuguesismo dadirecção de Afonso Domingues marca-se niti-damente pela resistência rácica do espíritoromânico da terra, pela série de ensinamen-tos que foi buscar a obr as anteriores emmódulos e esquemas arquitecturais e pelafidelidade ao gosto do antigo nas suas tran-sigências com o Gótico. Houget, que indu-bitavelmente lhe sucede, denuncia-se tam-

bém com facilidade nas florações e nos cha-mejamentos da nova escola».

A lenda da cúpulaEste confronto foi um sinal dos tempos eultrapassou certamente a discussão concep-tual, já que se tornou numa lenda. Na suaHistória de S. Domingos (1623), Frei Luís deSousa (1555-1632) escreveu que os fradesda Batalha contavam que a abóbada da salado capítulo foi levantada por três vezes e,das primeiras duas, se abateu aos serem reti-rados os andaimes, com uma grande perdade vidas, pelo que, à terceira tentativa, o reichamou vários condenados para procede-rem aos trabalhos, com a promessa de liber-dade em caso de a abóbada não cair. Esterelato serviu de base par a AlexandreHerculano (1810-1877) alimentar o seunacionalismo nas Lendas e Narrativas(1851), onde refere que Afonso Dominguestinha conseguido o que Houget não conse-guira e, para o provar, teria dormido sob acúpula para afirmar, na manhã seguinte, que“ela não caiu, nem cairá”.Hoje, sabe-se que a autoria da cúpula per-

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«HOUGET, QUE INDUBITAVELMENTE LHE SUCEDE [A AFONSO DOMINGUES], DENUNCIA-SE COM FACILIDADE NAS

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tence a Houget, da mesma forma que nãorestam dúvidas de que a obra prosseguiu aolongo dos reinados de D. João I e D. Duarte,tendo sido assumida pelo mestre Mar timVasques e Fernão de Évora nos tempos deD. Afonso V. As prioridades de D. João IIapontaram principalmente para a expansãomarítima, pelo que o mosteiro caiu um poucono esquecimento, embora as obras retomas-sem o seu fulgor no período Manuelino comMateus Fernandes e Diogo Boitaca, antes deeste se ter empenhado na construção dosJerónimos e da Torre de Belém, numa épocaem que também se destaca o tr abalho deJoão de Castilho na loggia das CapelasImperfeitas.

Apelo aos sentidosO aspeto exterior do mosteiro não atinge aaltura esplendorosa de outras catedrais góti-cas, mas a sua horizontalidade contrasta coma verticalidade das naves do seu interior.Quem chega é confrontado com a fachada,onde o elegante pórtico de arco quebradode grande riqueza escultórica parece quereratingir a grande janela superior em que se

destaca a rosácea no meio do granito rendi-lhado. Logo à entrada, é-se seduzido pelaCapela do Fundador, que foi acrescentada àdireita do projeto inicial (1425). Da sua plan-ta quadrada, ergue-se um corpo octogonalde colunas ligadas por arcos em ogiva. A luzque entra pelas grandes janelas de estilo góti-co flamejante destaca a beleza dos túmulosde D. João I e D. Filipa de Lencastre. Juntoda entrada, surgem os túmulos dos prínci-pes a que Camões chamou a Ínclita Geração.O interior da igreja tem uma planta de cruzlatina, composta por três naves. É totalmenteabobadada e a luz que atravessa os vitraismais antigos do mosteiro (século XV) proje-ta-se em cores caleidoscópicas pelas lajes dochão. É um espetáculo que se repete naCapela-mor, rodeada por quatro capelas absi-dais, onde sur gem vitrais do tempo de D. Manuel, a par dos que foram feitos porRoberto Leone (século XX) para substituir osque não sobreviveram à idade.

Os claustrosNa face norte da igreja, surge o Claustro Real,rodeado por arcos em ogiva ricamente escul-

pidos no tempo de D. Manuel. Os tetos sãoabobadados nas quatro faces do corredor,onde surge uma fonte que nos recorda a quese encontra no Mosteiro de Alcobaça. Nolado nascente, está a porta da sala do capí-tulo, cuja cúpula deu origem à lenda deAfonso Domingues. É ali que jaz o SoldadoDesconhecido, iluminado por um lampadá-rio de ferro, da autoria do mestre Lourençode Almeida. A noroeste, uma porta com umainvulgar traça manuelina dá acesso ao anti-go refeitório monástico, hoje um pequenomuseu. Contíguo ao Claustro Real, surge oClaustro de D. Afonso V, cuja obra se atribuia Fernão de Évora. Tem dois pisos aboba-dados, mas é muito menos exuberante.As chamadas Capelas Imperfeitas foram man-dadas construir por D. Manuel para serem oseu panteão. Surgiu assim um elegante polí-gono de oito faces que se desenvolve em tornodos pilares que deveriam suportar a abóba-da. Integram sete capelas, para além do pórti-co, que, mais tarde, foi modificado e amplia-do para dar lugar à majestade do tr abalhoonde Mateus Fernandes reuniu toda a simbo-logia ornamental do estilo Manuelino.

FLORAÇÕES E NOS CHAMEJAMENTOS DA NOVA ESCOLA.» GUSTAVO DE MATOS SEQUEIRA, in Inventário Artístico de Portugal.

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entrevistaGRANDE

“Gosto da ideia da OperaçãoNariz Vermelho porque uma“operação” é sempre algogrande, secreto e tem tambémessa ideia da “operação” dentrode um projeto de saúde”

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omo nasceu a Operação NarizVermelho?Eu fazia um trabalho voluntárioe pontual dentro dos hospitais.

No Dia da Criança, no Natal e no Carnaval,as pessoas lembr avam-se de chamar ospalhaços para a festa, mas, aos poucos, per-cebi que as crianças ficavam hospitalizadasdurante todo o ano e havia necessidade denão estar lá só nestes dias. Quem é que ani-mava as crianças em outubro? Quem é quese lembrava delas em março? Porque elasestão lá… Foi então que passei a trabalharcom as escolas dos hospitais, a estar maispróxima. Chamei dois amigos para criar umgrupo profissional, ou seja, teríamos de irtodas as semanas para o hospital, e essa tor-nou-se a dif erença da Oper ação NarizVermelho, a regularidade do nosso trabalho.Visitamos as crianças 45 semanas por anoporque elas precisam de alegria o ano todo.E porquê este nome?O nome é uma coisa difícil de achar. Gostoda ideia da Operação Nariz Vermelho por-que uma “operação” é sempre algo gran-de, secreto e tem também essa ideia da“operação” dentro de um projeto de saúde,acabou por ser uma marca muito forte por-que o “nariz vermelho” é a menor másca-

ra do Mundo, mas transforma completa-mente o rosto.Qual é o principal objetivo da “operação”?É muito simples, mas muito grande: levaralegria às crianças hospitalizadas atravésda visita regular de palhaços profissionais.Levamos alegria, transformamos o espaço,levamos música, poesia, criatividade. Ospalhaços são treinados com técnicas espe-cíficas para ofereceram muita qualidadeartística às crianças.Com quantas pessoas operam?Perco a conta… Acho que somos cerca de22 artistas.Todos profissionais?Sim, todos profissionais do mundo do espe-táculo. As pessoas têm uma tendência paraachar que os artistas não precisam de for-mação. As pessoas adormecem modelos eacordam atrizes. Espetacular! Uma coisaque estudei seis anos para fazer, a outrosbasta apenas dormir. Há uma falta de res-peito para com a profissão da arte do entre-tenimento. Um palhaço não veste a roupae é engraçado, é uma técnica que vem dedentro. Nós somos músicos, dançarinos,atores, mas todos especializados nessa téc-nica do clown [palhaço].Há, portanto, uma exigência muito gran-

de para com os profissionais que traba-lham convosco…Sim, somos muito exigentes. Eles não só têmde ter conhecimentos de teatro e de música,como têm de ter experiência e de gostar detrabalhar com crianças. Além disso, têm deter equilíbrio emocional porque uma pessoaque está desequilibr ada emocionalmentenão pode estar ao serviço de outra.Na prática, em que consistem as vossasintervenções?Vamos ao serviço [de Pediatria], ao posto deenfermagem, tiramos o nariz e falamos deuma forma séria com os profissionais desaúde, para eles nos dizerem onde pode-mos ir, onde não podemos ou onde preci-samos mesmo de ir porque a criança estáfrágil e deprimida e vai precisar do palha-ço. Depois, metemos o nariz e partimos paraa ação, criança a criança, uma de cada vez.Como é feita a seleção do tipo de inter-venção a efetuar com cada criança?No filme Terminator, o [Arnold] Schwarze-negger tem um computador que avalia o pesoe o tamanho da pessoa e dá uma respostasobre a arma que ele deve usar. [Risos] Paranós, existe uma avaliação que tem a ver coma idade, o nível anímico, se está fraca ou forte,se está disposta a brincar ou se tem medo…

C

Ao longo do ano, a Operação Nariz Vermelhoestá presente em doze hospitais, o que significamais de 110 unidades de serviço, milhares deprofissionais de saúde, 40 mil crianças… É esta a missão delineada por Beatriz Quint ella,que quer ir mais longe com esta iniciativa solidária que visa dar sorrisos às crianças Por Duarte Faria

BEATRIZ QUINTELLA E AOPERAÇÃO

NARIZ VERMELHO

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14 JANEIRO/MARÇO 2012

entrevistaGRANDE

Às vezes, tem a ver com o facto de a mãeestar ou não presente. Tudo isso é avaliadopara fazer uma coisa a par tir da criança.Costumo dizer que o Dr. Palhaço não traba-lha para a criança, mas trabalha a partir dela.As crianças nunca se assustam ou rejei-tam a vossa presença?Sim, elas rejeitam-nos e assustam-se. Issonão acontece na maior parte das vezes, masexiste uma mínima percentagem em queverificamos isso. No entanto, não entramosno quarto sem pedir licença, batemos àporta e perguntamos “posso entrar”. Muitasvezes, a criança rejeita e não entramos. Issodeixa-lhe um poder quando nos vamosembora porque a criança se sente respeita-da. No hospital, a criança perde todo opoder. Tem de tomar remédios, mudar openso, enfermeiros e médicos entram sempedir licença… O único poder que lhe sobraé, portanto, mandar o palhaço embor a.

Assim, mesmo quando nos mandam embo-ra, estamos a fazer-lhe bem porque ela senteque alguém a respeitou.E vocês, depois, voltam mais tarde?Insistimos na medida em que sentimos quea criança está curiosa. Às vezes, vencer omedo do palhaço é uma mais-valia psico-lógica para ela.Qual é o seu papel nessas “intervenções”?

Também faz de palhaço?O meu papel é pluridisciplinar, ecológico,ecuménico, transcendente, inoxidável. Eusou diretora artística, tenho de avaliar emanter a qualidade dos palhaços no hos-pital. Sou presidente da associação, tenhode controlar todo o processo de produção,de angariação de fundos e de comunica-ção. E sou Dr.ª Palhaça, Dr.ª da Graça, meia

“Um dos valores mais importantes da nossavida é o tempo, mas ninguém o tem. Esse, sim,mais do que o dinheiro, era importante que aspessoas o dessem. Tempo para visitar alguémno hospital, dar tempo para visitar as criançasque estão abandonadas num orfanato”

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doutora, meia palhaça. Mas a Dr.ª da Graça,agora, infelizmente, trabalha menos por-que ela, coitada, tem congressos, colóquiose outro tipo de tarefas.Que outros profissionais trabalham con-vosco?No hospital, são só palhaços profissionais.Nos bastidores, temos sete pessoas a tra-balhar na comunicação, na angariação defundos, etc.Como é feita a seleção das pessoas quetrabalham convosco?Na última seleção que tivemos, recebemosoitenta currículos de artistas, foram entre-vistados e escolhidos cinquenta; depois,fizemos um workshop com vinte, levámosdez para o hospital e seis acabaram por ficara trabalhar connosco. É uma seleção durae difícil, em que o objetivo é encontrar asmelhores pessoas para este trabalho.Qual é a relação com os pais e os familia-res das crianças?Os familiares das crianças, às vezes, estãomuito mais em stress do que as própriascrianças. As crianças não percebem bemo que se passa e acham ótimo estar no hos-pital porque o pai e a mãe não foram tra-balhar e ficaram com elas, porque a avótrouxe um presente enorme… [Risos] Nohospital, nem tudo é ruim para as criançasporque elas sentem-se seguras e, se nãotiverem dor, ficam confortáveis. Porém, ospais estão sempre com muito stress, têmmuito medo e o trabalho do palhaço é fazercom que a criança ria para que os pais sin-tam que ela está bem. O nosso trabalhocom os pais é alimentar a esper ança eapoiá-los no que precisarem. Eles gostammuito de nós.Sente que, efetivamente, as crianças

melhoram com a vossa presença?É leviandade achar que nós estamos ali paracurar efetivamente as crianças, mas existemtestes que comprovam que o bom estadopsicológico da criança a ajuda a melhorar.No entanto, isso não basta para curar umadoença, ela precisa de muitas outras tera-pêuticas. O que acredito é que é muito maisfácil curar uma criança feliz do que umacriança deprimida, mas não vou dizer levia-namente que fazemos milagres.Trabalham já em vários hospitais no nortee no centro do país. Tencionam alargar a“operação” a outros hospitais, nomea-damente ao sul do país?Não. Temos um tamanho que é o exatopara a qualidade que pretendemos ter .Estamos em doze hospitais, o que signifi-ca mais de 110 unidades de serviço, milha-res de profissionais de saúde, 40 mil crian-ças… E, fisicamente, o nosso projeto vaide Lisboa até Braga. Controlar tudo isso édifícil e alargar para mais sítios é alargarpara uma amplitude que nos faria recearpela qualidade do trabalho.

Ainda assim, no norte e no centro, é pos-sível um alargamento a mais hospitais?É possível e necessário. A nossa intençãoé expandirmos a nossa atividade no norte.Na região de Lisboa, praticamente todosos grandes hospitais com Pediatria têm anossa intervenção.A “operação” só faz sentido em serviçospediátricos?A nossa missão aponta para as crianças,mas, na verdade, temos trabalhado muitotambém com adultos, nomeadamente, noCentro de Reabilitação do Alcoitão, noHospital de Cascais ou no Hospital de São

Francisco Xavier. O adulto fica muitasvezes sozinho e gosta da nossa visita, dopouquinho de alegria que trazemos. Mastemos de tomar cuidado porque não é bema nossa missão.Uma vez que o trabalho dos artistas quecolaboram convosco é remunerado, maso serviço é oferecido aos hospitais, quaissão as vossas fontes de receita?Empresas como a Médis, que trabalhammuito a área da responsabilidade social.Isso é importante porque não só prova queas empresas estão envolvidas com a comu-nidade da qual fazem parte, mas tambémcria uma boa sensação aos funcionários,que percebem que existem outros valoresque não só o lucro, porque a vida temoutros valores.Têm algum apoio do Estado?Não. Temos é outro tipo de apoio do qualnos orgulhamos muito, que são as pessoasfísicas que, a nível individual, contribuempara a nossa causa.A “operação” tem recebido, ao longo dos

JANEIRO/MARÇO 2012 15

A OPERAÇÃO NARIZ VERMELHO é umainstituição particular de solidariedadesocial, criada no dia 4 de junho de2002. Tem como principal objetivoassegurar, de forma continuada, umprograma de intervenção nos serviçospediátricos dos hospitais portuguesesatravés da visita de palhaçosprofissionais. No total, a OperaçãoNariz Vermelho abrange dozehospitais, entre os quais o Hospital deSanta Maria, o Hospital de DonaEstefânia, o IPO de Lisboa, o HospitalPediátrico de Coimbra, o IPO do Portoe o Hospital de Braga. A sede dainstituição localiza-se nas instalaçõesda Fundação EDP, em Lisboa.

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anos, o apoio de várias figuras públicas.Esse apoio foi determinante para dar visi-bilidade ao projeto?Sim, foi. Ter a coragem de colocar um narizde palhaço e dizer “eu acredito nessacausa” é muito importante. Temos tido oapoio de figuras públicas de renome, comoo Manoel de Oliv eira, o Prof . MarceloRebelo de Sousa ou a Eunice Muñoz, e issoé uma glória. E é muito fácil convencê-losporque a doença numa criança é uma coisainjusta e é fácil sensibilizar as pessoas paraa injustiça. As crianças não têm de ficardoentes, é filosoficamente errado.Têm sentido os efeitos da crise económica?Adoro isso da crise. É como se ela fosseum bicho que vai bater à porta e agarrar-nos. Não temos medo da crise. Somos cria-tivos e a solidariedade das pessoas em tem-pos difíceis é ainda maior. O que as pes-soas devem colocar em perspetiva é quecrise a sério é uma crise de asma, renal ouhepática. Devemos relativizar a crise e dar

importância ao que realmente é importan-te, como a saúde.Em tempos de maiores dificuldades, énecessário mais voluntarismo?Os portugueses são naturalmente volun-tários, mas é sempre preciso mais. Um dosvalores mais importantes da nossa vida éo tempo, mas ninguém o tem. Esse sim,mais do que o dinheiro, era importanteque as pessoas o dessem. Tempo para visi-tar alguém no hospital, dar tempo paravisitar as crianças que estão abandonadasnum orfanato. E é importante que essasvisitas aconteçam durante o ano todo enão só no Natal, porque, no dia 26 dedezembro, a criança continua internada.Não é tempo perdido, é tempo ganho.E a Operação Nariz Vermelho está abertaa novos voluntários?Estamos sempre abertos. Usamos voluntá-rios nas ações de angariações de fundos,na parte da comunicação e até para empa-cotar narizes… Em tudo o que é trabalhode bastidores. Nunca usamos é voluntá-rios no hospital porque o tr abalho quefazemos lá é de exigência profissional.Quais são os próximos projetos da “ope-ração”?É manter a qualidade. Queremos, mais doque crescer, ser cada vez melhores no quefazemos. Temos alguns hospitais em listade espera, mas, no ano que vem, dada acrise, não é momento par a crescer, émomento para manter.Qual é o feedback que mais a sensibilizouaté hoje?

É difícil, mas talvez tenha sido quando umamãe disse para o filho que ele tinha de vol-tar para o hospital e ele virou-se para elae perguntou: “O hospital é aquele lugaronde há palhaços?” Essa é a essência dotrabalho que a Operação Nariz Vermelhofaz, transformar a ideia de que o hospitalé um lugar de dor para a ideia de que éum lugar de vida, de cor, onde a criançatem direito a continuar a ser criança.Trabalhou oito anos sozinha neste proje-to. Sente que foi uma altura muito dife-rente?Totalmente! Hoje em dia, chegamos aimensos serviços, a inúmeras crianças, tra-balhamos com imensos profissionais desaúde. Naquela altura, o meu trabalho eramuito pequeno, muito concentrado na-quele momento.As visitas que fez a projetos semelhantesnos EUA e no Brasil foram determinantespara o cr escimento da Oper ação NarizVermelho? O que aprendeu nestes países?Acabei por fazer projetos para aprender umpouco por todo o Mundo. No Brasil, nosEstados Unidos, em França, em Espanha,em Itália, na Alemanha… Tantos lugares.Foram experiências importantes, com pes-soas que me abriram as portas, que me ensi-naram muita coisa. Cada país tem uma cul-tura diferente, uma forma de estar diferen-te, mas o principal ensinamento é que umacriança e um palhaço vão ser sempre umacriança e um palhaço independentementedo país em que estejam. E o encontro ésempre mágico.

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Foto

gra

fia:

Dio

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Pin

to.

GRANDE entrevista

“É leviandade achar que nós estamos ali para curar

efetivamente as crianças. (...) Mas é muito mais fácil

curar uma criança feliz”

BEATRIZ QUINTELLA

Beatriz Quintella nasceu no Rio deJaneiro há 48 anos, mas mudou-separa Portugal há dezassete, tendoatualmente nacionalidade portuguesa.É atriz e palhaço. O seu tempo divide-se entre a dedicação ao maridoe aos três filhos, a Operação NarizVermelho, da qual é fundadora, e o grupo de teatro para criançasPlaneta Maravilha. É ainda contadorade histórias, colaborandoregularmente com a Fundação do Gil, no Estabelecimento Prisional de Tires. A generosidade é, diz aprópria, a sua maior qualidade e o seu maior defeito.

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Médis sempre atenta ao seg-mento sénior, para o qualdesenvolveu um produtoespecífico – o Médis Vintage,

ambiciona proporcionar vantagens acresci-das aos seus clientes.Assim, através da agência de publicidadeSumo, surgiu a oportunidade de efetuaruma parceria com a TMN, a qual tambémdedica particular atenção ao segmentosénior, inclusive através da disponibiliza-ção de um equipamento específico: o TMN1210.

SOBRE A PARCERIAPara a concretização desta parceria a Médisprocurou ir ao encontro das expectativasdos seus clientes, o que passou pela reali-zação de um processo de seleção dospotenciais parceiros e dos produtos pro-porcionados por cada um.Assim, a Médis escolheu o produto TMN1210 para associar ao seu Plano de Saúdeapós a realização de um teste de mercadoque envolveu a participação de “focusgroups”.A campanha foi disponibilizada nas sucur-sais do Millennium bcp, no site da Médis econsistiu na oferta de um telemóvel TMN1210 na subscrição de um Plano de SaúdeMédis Vintage – plano de saúde para o seg-mento 55-75 anos. A recetividade ao equi-pamento e a associação entre ambos osprodutos foi altamente valorizada, tradu-zindo-se numa mais valia.De acordo com João Epifânio da TMN “estacampanha da TMN/Médis revela não só aforma atenta como ambas as empresas seposicionam na prestação de serviços paraeste segmento, como também abre portas

para outras iniciativas que irão decorrerdurante 2012.Do ponto de vista das marcas, num períodoeconómico desafiante, importa racionalizaros recursos e aplicá-los com racionalidadee eficiência explorando o potencial de cadaparceria em benefício dos Clientes. Recordo que 2012 é o “Ano Europeu doEnvelhecimento Ativo” que procura endere-çar questões como “saber envelhecer deforma saudável e ativa”, sendo a comunica-ção entre pessoas é fundamental paragarantir o equilíbrio das relaçõesentre pessoas e famílias, e osPlanos Complementaresde Saúde uma garantiade apoio e proteçãonum momento demaior exigência dequalidade de vida.Ambas as empresastem um papel relevan-te na prestação de ser-viços específicos dire-cionados para este seg-mento”, concluiu.

SOBRE A TMNÉ do conhecimento comum que a popula-ção europeia e a população portuguesa emconcreto estão a envelhecer, motivado poruma menor taxa de natalidade e umaumento da esperança de vida. Em Portu-gal existem cerca 2 milhões de seniores,representando 17% da população portu-guesa, 55% do sexo feminino e 45% do sexomasculino.Foi a pensar neste segmento que a TMNcriou o “TMN 65 – Só para maiores deIdade” uma vantagem que beneficia os

Clientes TMN com idade comprovada (ade-são numa PT Bluestore) igual ou superior a65 anos com 10% de bónus em todas asrecargas, caso se trate de um cliente de car-tão recarregável, ou 10% de desconto namensalidade de qualquer plano de tarifáriocaso se trate de um plano Pós Pago.Para além desta vantagem direta na utiliza-ção do serviço, a TMN desenvolveu em par-ceria com um fabricante, o telemóvel TMN1210 especificamente concebido para

endereçar as necessidades específicasde quem com o tempo vai fican-

do “menos jovem”.

A

mundo MÉDIS

TMN 1210Tecla de pedido de ajuda (SOS) /

Teclas e dígitos de grande dimensão /Agenda / Alarme / Alta voz / Calculadora /Calendário / Capacidade para 300 contactos

/ Dualband / Ecrã monocromático /Lanterna / Relógio / Rádio FM com antena

interna / Tecla de bloqueio de teclasna parte lateral do equipamento /

Toque vibratório / Toques polifónicos

No final de 2011 a Médis ofereceutelemóveis TMN 1210 aos novossubscritores Médis Vintage eMedis Vintagem Plus. Foi o iníciode uma parceria que irá darorigem a novas iniciativasCom a participação de João Epifânio, TMN

MÉDISTMN

PARCERIA

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médisMUNDO

omos, hoje, uma clínica no sen-tido global da palavra, mas come-çámos por ser uma clínica dediagnóstico pela imagem, e daí o

nome CDI”, referiu-nos Miguel Rosado daFonseca, administrador da unidade locali-zada em Évora, que não deixou de subli-nhar que, “neste momento, temos umaoferta ao nível de quase todas as especia-lidades clínicas, tanto de consultas como

de cirurgia, para além de termos man-tido o nosso serviço de diagnóstico

pela imagem, em termos de eco-grafia, mamografia, TAC, resso-nância magnética e todo o tipode exames ligados à Cardiologia”.O incremento da disponibilida-de de novas valências “ocorreu

de uma forma natural, à medidaque sentíamos que existiam essas

necessidades por parte da população,

como aconteceu mais recentemente coma Podologia e a Estomatologia”. Nesse sen-tido, a CDI sempre tentou “garantir a cola-boração do maior número de especialistasexternos, quer das zonas de Évora e deBeja, mas também de alguns de Lisboa eaté do Porto, de forma a podermos contarcom os melhores profissionais em cadauma das áreas e assim prestar o melhorserviço que nos é possível”, acrescentou oadministrador da CDI.Deste modo, surgiu “o serviço de cirurgiade ambulatório”, acrescentou Miguel Ro-sado da Fonseca, que admitindo que é umaopção ditada pelo facto “de não termosmuitas camas e porque esse tipo de cirur-gia é aquele que melhor serve os nossosobjetivos de complementaridade com aoferta do Serviço Nacional de Saúde, aoqual não pretendemos fazer qualquer tipode concorrência”.

“S

ADMINISTRADOR DA CDI

MIGUELROSADO DA

FONSECA

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Na definição deste tipo de oferta cirúrgica,a CDI apostou “em especialidades que con-siderámos que eram deficitárias na nossaregião, reunindo os melhores especialistaspara as poderem realizar”, escolhendo sem-pre os cirurgiões “que têm as técnicas maisatuais e menos invasivas para o doente,como sejam as laparoscopias ou o laser,tudo o que resulta em menos sequelas parao doente e num menor tempo de recupe-ração”.Para atrair estes especialistas, a clínicanunca descurou uma aposta clara no avan-ço tecnológico, procurando sempre “acom-panhar todas as evoluções para tentar queas populações da nossa região não deixemde usufruir dessas inovações só por esta-rem longe dos grandes centros”. Essa preo-cupação é sensível na escolha de todos osaparelhos que surgem nas mais diversasvalências da unidade, sendo escolhidos

com a preocupação de que estes estejam“sempre a par do estado da arte em tudoquanto tem a ver como a nossa área de ati-vidade, como acontece com a ressonânciamagnética, onde dispomos dos últimos

modelos da Siemens, o que equivale a dizerque são os mais atualizados disponíveis nomercado”, para além de haver uma atuali-zação contínua.O vanguardismo tecnológico acaba por ser

um dos grandes atrativos para o corpo clí-nico, especialmente para os médicos quevivem mais longe de Évora, embora MiguelRosado da Fonseca minimize esta situação.“Apesar da CDI estar a 120 quilómetros deLisboa, o tempo que se demora a percor-rer a autoestrada (onde até há pouco trân-sito) equivale sensivelmente ao que se levade Sintra ou de Cascais até ao centro deLisboa, em hora de ponta...”Para além dos benefícios para os seus uten-tes, a modernidade tecnológica da CDI tam-bém lhe permite “dar um grande apoio aoensino, sobretudo nas áreas da ressonân-cia magnética e da tomografia axial com-putadorizada (TAC), que, nos últimos seisou sete anos, vem colaborando com aUniversidade do Algarve”, como nos refe-riu o administrador, que destacou que “osnovos técnicos de Radiologia vêm estagiarà CDI em ambiente real e, todos os anos,

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A Clínica de Diagnóstico pela Imagem (CDI) nasceu no centro histórico de Évoramas, tal como a cidade, cresceu, ultrapassou as muralhas e ocupa umas

modernas instalações, onde disponibiliza um leque alargado de cuidados de saúde, para além dos exames complementares de diagnóstico

CLÍNICA DEDIAGNÓSTICOPELA IMAGEMCDI

FICHA DA CLÍNICA203 profissionais: médicos, técnicos, enfermeiras e pessoal administrativo.35 consultas de especialidade.46 valências no campo dos serviçoscomplementares de diagnóstico.

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recebemos duas ou três turmas em perío-dos que se dividem ao longo do ano, o querepresenta um reconhecimento do nossotrabalho e da nossa forma de estar”.

Evolução continuaTal como a cidade de Évora, a CDI nasceudentro das muralhas, mas acabou por cres-cer fora da zona histórica da cidade. Tudocomeçou “em 1992, quando os fundadores,que trabalhavam no hospital da cidade, deci-diram abandonar um primeiro projeto emque estiveram envolvidos, optando fazer algode diferente tanto no campo dos exames

médicos que disponibiliza vam, como naforma de estar e na maneira de atender osutentes”.Nas pequenas instalações no centro históri-co, “que apenas tinham oitenta metros qua-drados, a CDI foi crescendo e diversifican-do a sua atividade entre 1992 e 1998, alturaem que passámos a disponibilizar a TAC,que não estava disponível na região”. Coma tomografia axial computadorizada, a clí-nica deu um grande salto qualitativo e, jánessa altura, havia uma grande preocupa-ção com a qualidade dos equipamentos.“Foi-nos proposto um aparelho de baixo

20 JANEIRO/MARÇO 2012

médisMUNDO

Acordos com a Médis“O número de pessoas com seguros de saúde que recorre à CDI tem vindo acrescer nos últimos anos”, admitiu-nosMiguel Rosado da Fonseca. “Há algunsanos, nesta zona do Alentejo, não haviamuitas pessoas com seguros de saúde,mas essa realidade tem vindo a alterar--se porque há muitas empresas nacionaiscom sucursais em Évora, sejam da banca,de seguradoras ou de distribuição (comosupermercados), o que contribui muitopara esse incremento, ao mesmo tempoque muita gente que costumava recorrera nós a nível particular tem vindotambém a aderir a esse tipo de seguros.”Esta situação faz com que seja “sensívelesse crescimento nas mais variadasvalências que temos disponíveis”, comgrande incidência “na área das consultase de cirurgia, onde os clientes de segurosde saúde já representam cerca de 50%do número total, embora no caso dosexames complementares de diagnósticoesse volume seja mais reduzido,rondando os cerca de 15%”, acrescentou-nos o administrador da CDI.

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“Neste momento, temos uma oferta ao nível de quase todas as especialidades clínicas,

tanto de consultas, como de cirurgia, para além de termos mantido o nosso serviço de

diagnóstico pela imagem, em termos de ecografia,mamografia, TAC, ressonância magnética e todo

o tipo de exames ligados à cardiologia” (Miguel Rosado da Fonseca)

FICHATÉCNICACDI – Clínica de

Diagnóstico pela ImagemPraça Dr. Rosado da Fonseca, n.º 8

Urbanização Horta dos Telhais

7000-749 ÉvoraTel. +351 266 749 740Fax +351 266 749 749www.cdi-clinica.pt

[email protected]

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valor, que se considerava ser suficiente paraa nossa região, o que recusámos, porquevivemos no Alentejo, é aqui que gostamosde viver e queremos o melhor equipamen-to possível”, recordou.No final de 2007, a CDI passou a integrar oGrupo Euromedic, detentor de cerca de 200clínicas, distribuídas por vários países daEuropa. Em 2008, a CDI mudou-se para asatuais instalações, onde a modernidade e afuncionalidade são percetíveis. “Trata-se deum edifício construído de raiz para o quenós pretendíamos” e, por isso, “são umas ins-talações com grande dignidade, cumprindo

todas as regras médicas, sendo ao mesmotempo o mais agradáveis possível para osdoentes”, afirmou Miguel R osado daFonseca, que considera que, para além da“qualidade dos cuidados de saúde passarpela competência dos seus profissionais”, opapel da medicina privada “não deve ser ode competir com o Estado, mas o de prestarum serviço de maior proximidade, dandomaior atenção ao doente, para que este possaser ‘mimado’ nas alturas em que está maisfragilizado, o que nem sempre é possívelconseguir em locais onde a massificação émuito elevada”.

JANEIRO/MARÇO 2012 21

“A CDI sempre tentou“garantir a colaboraçãodo maior número deespecialistas externos,quer das zonas de Évorae de Beja, mas tambémde alguns de Lisboa e até do Porto, de forma a podermos contar com os melhoresprofissionais em cadauma das áreas, e assimprestar o melhor serviçoque nos é possível”(Miguel Rosado da Fonseca)

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22 JANEIRO/MARÇO 2012

trottertrotter

a

Os indefectíveis fãs da neve podemdar início à contagem decrescentepara as melhores férias do ano. E, se propostas não faltam,elegemos quatro destinos onde o glamour é uma constante,embora seja encarado de formasdiferentes: luxo, tradição, cultura e aventura são as nossassugestões, mas a opção final só pode ser sua... Por Rui Faria

ROTAS DE

NEVE

GLOBE

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JANEIRO/MARÇO 2012 23

spen é um nome que evoca ime-diatamente luxo, embora o seusignificado em inglês seja bemprosaico, quer, pura e simples-

mente, dizer “faia”, as árvores que abundamnas encostas das Montanhas Rochosas quecercam uma pequena cidade onde a geo-grafia é muito reduzida para tanto glamour.Esta pequena cidade do Colorado teve ori-gem numa rica mina de prata que prospe-rou nas últimas décadas do século XIX, antesde entrar em decadência. Em 1930, apenas750 pessoas viviam em Aspen, altura em quecomeçou a ser construída a primeira pistade esqui, uma década antes de surgir o pri-meiro teleférico.Hoje, a cidade reivindica a qualidade da nevedisponível nas suas mais de trezentas pistasde todos os índices de dificuldade, que seespalham por mais que quatro centenas dequilómetros, divididos por quatro áreas dis-tintas: Buttermilk, que reúne ótimas condi-ções para a aprendizagem de esqui e snow-board; Highlands, a região predileta dos habi-tantes locais; Snowmass, a estância mais com-pleta de Aspen, dominada por imponentesdesfiladeiros, que apresentam as pistas maisamplas do Oeste norte-americano; e AspenMountain, conhecida localmente como Ajax,

construída há cerca de um século sobre asgalerias da velha mina de prata, apresentan-do declives muito pronunciados, à medidados esquiadores mais experientes, sendo oúnico local da região vedado à prática desnowboard. Os mais corajosos podem fazeruma viagem de catorze minutos na Silv erQueen Gondola,subindo até aopico, para desce-rem quase na verti-cal numa pista quefaz parte da WorldCup of Downhill.

TERRA DE FAMOSOSTanta quantidadenão é obrigatoria-mente sinónimo dequalidade e os maisexigentes não hesitam em afirmar que há pis-tas com muito mais qualidade nos EstadosUnidos, mas uma coisa é inquestioná vel:Aspen não tem rival em termos de ambientecosmopolita, nem na quantidade de famo-sos por metro quadrado. É fácil encontrarestrelas de Hollywood, músicos famosos ebilionários nas ruas, nos luxuosos hotéis que

salpicam a cidade, nos seus requintados res-taurantes e bares, ou mesmo nas lojas e nasgalerias onde cintilam os nomes das maio-res griffes mundiais. O jet set marca umencontro anual em Aspen e os famosos pare-cem sentir-se no seu habitat natur al, nãoabdicando do refúgio das mansões, muitas

das quais situadasno Roaring ForkValley, onde o LittleAnnie’s Eating Hou-se é um ponto deencontro há mais de25 anos.A zona centr al dacidade é pequena etudo é per to, peloque é interessantepassear ao longo dasruas onde se desta-cam belos edifícios

ao estilo vitoriano, como o Elks BuildingDome (o mais antigo, de 1891) ou a WheelerOpera House (1989), onde continuam a rea-lizar-se os mais diversos espetáculos, mas hásempre mais automóveis de luxo a circulardo que em qualquer outro local dos EstadosUnidos e o aeroporto é uma feira de vaida-des feita de jatos privados.

TERRA DAS FAIAS

A designação das árvoresque circundam a cidadedeu o nome a Aspen (faia,em inglês), uma terrapequena na área, masenorme no ambiente derequinte e de luxo, que serespira em qualquer lugar

A

ASPEN

É SINÓNIMO DE LUXO

COMO IRA Continental (www.continental.com)voa de Lisboa para Denver (com escala em Newark) e a Lufthansa(www.lufthansa.com) faz escala emFrankfurt. Há voos regulares de Denverpara o Aspen Sardy Field Airport, que está a cinco quilómetros do centro da cidade.

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ling na Europa con-tinental, para alémde começarem a serregulares as provashípicas, que aindahoje fazem par te da tradição, atrain-do meio mundo àpista que anual-mente é desenhadaquando as águas do

lago se transformam em gelo, e onde sedisputam competições das mais diversasmodalidades, desde as corridas até ao polo.

TERRA DE GLAMOUREm face disto, é fácil perceber que St. Moritztenha ganho fleuma e se orgulhe das suastradições britânicas, especialmente quan-do isso tem a ver com o requinte e o luxoque se respiram na cidade. A pele dos casa-cos das senhoras é tão cobiçada como osautomóveis de prestígio que surgem em

cada esquina das ruas, onde todas as gran-des marcas estão representadas em lojasque não deixam ninguém indiferente.Os amantes da neve têm ao seu disporcerca de 350 quilómetros de pistas que seespalham por áreas distintas. Corviglia eCorvatsch são as mais populares, graças àproximidade do centro e aos acessosfáceis, mas, na estr ada que segue par aItália, a cerca de vinte quilómetros, sur-gem as pistas nas encostas de Diavoleza(2.980 metros) e Lagalb (2.960 metros), umlocal capaz de desafiar os mais experimen-tados.Para quem tanta neve não é suficiente (emesmo para quem gosta de apreciar umbelíssimo passeio), não pode perder aviagem no Glacier Express, que liga St.Moritz a Zermatt, outra notável estânciade esqui. É uma viagem ao longo dosvales de Albula/Ber nina, classificadospela Unesco como paisagem Patrimónioda Humanidade.

24 JANEIRO/MARÇO 2012

trotterGLOBE

O nome de St. Moritz é quase sinónimode férias de neve, mesmo para quem nãoassocia o nome da cidade aos milagres domonge copta que, após a morte, em 824d.C., deixou o seu nome associado aospoderes curativos das águas minerais quebrotam das nascentes do vale suíço deEngadine. Foi local deperegrinação e, noséculo XIX, nos anosde ouro do termalis-mo, St. Moritz tornou-se num local de roma-gem para os britâni-cos nos meses deverão.A cidade teria sidoapenas uma estânciade veraneio se Johan-nes Badrutt não tives-se a visão de atrair clientes para manter asportas do seu hotel abertas durante o inver-no, quando a neve cobre as encostas quese erguem até ao Piz Bernina, o pico maisalto dos Alpes Orientais.Em 1864, Johannes Badrutt desafiou os seusclientes a visitá-lo durante o inverno comuma proposta arrojada: se não gostassem,ele custearia o preço da viagem; se lhesagradasse, poderiam ser seus hóspedespelo tempo quer quisessem. Nasceramassim as férias de neve, não só em St. Moritz,como em todos os Alpes. Graças à presen-ça de clientes endinheir ados, a cidadedesenvolveu-se rapidamente. Surgiramhotéis requintados e, para entreter os turis-tas, foram organizadas competições dasmais diversas modalidades despor tivas.Para além do esqui e dos passeios aoGlaciar de Morteratsch, foi em St. Moritzque se disputou o primeiro torneio de cur-

Para além do esqui e dos passeios aoGlaciar deMorteratsch, foi em St. Moritz que sedisputou o primeirotorneio de curling naEuropa continental

COMO IRA TAP (www.tap.pt) tem voos diários para Zurique, o aeroporto mais próximo. Aí, há comboios regulares, que passam pela fantástica paisagem de Abulapass, ou, caso alugue um automóvel, a viagem tem uma extensão de cerca de 204 quilómetros (pense em três horas de viagem).

NO INÍCIO, FORAM AS TERMAS

No século XIX, St. Moritz era uma estância termal,até Johannes Badrutt, um hoteleiro local, ter“inventado” as férias de neve nos Alpes

ST. MORITZ

GUARDIÃ DE TRADIÇÕES

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tramos o castelo Otto de Andechs-GoldenerAdler, um torreão gótico, construído sob asvelhas muralhas da cidade. A Dom S. Jakob,a catedral edificada sob o antigo edifíciogótico, e a Hofkirche, a igreja da corte, sur-gem bem perto, num caminho onde, sob asportadas de velhas casas, surgem letreirosem ferro forjado que indicam a profissãodos seus antigos moradores.Na outra margem do Rio Inn, surge o bair-ro de Mariahilf, cujas casas multicolorescontrastam com o branco das montanhascobertas de neve, o que leva os tirolesesem geral e os habitantes de Innsbrück em

particular, a reivindicarem a paternidadedo esqui alpino. Pode ser exagero, mas aregião envolvente já recebeu, por duasvezes (em 1964 e em 1976), os JogosOlímpicos de inv erno e esquiar emNordkette ou em Hafelekar é uma expe-riência inolvidável devido à paisagem. Dooutro lado do vale, em Patscherkofel (2.247metros), surge a “montanha olímpica”.Como Innsbrück está longe de ser umamera estância de neve, vale a pena conhe-cer algumas pequenas e car acterísticasvilas. Em Igls, Aldrans, Rinn, Sistrans,Ampass ou tantas outras, poderá ficar aconhecer melhor as belezas austríacas.

Apesar de pequena, hámuito para ver na terraonde Maximiliano I, oArquiduque de Áustria,mandou construirdiversos monumentos

JANEIRO/MARÇO 2012 25

Innsbrück é uma das cidades mais antigasda Europa e também uma das mais repu-tadas estâncias de neve dos Alpes. Cresceujunto às margens do Rio Inn, num dos maisricos vales do Tirol, e observá-la do altodo Hafelekar (2.334 metros) é deslumbran-te na beleza arquitetónica da cidade quefoi berço dos Habsburgo. Local de passa-gem obrigatória para as rotas de comércioda Europa central, chamou-se Valdidenano tempo dos romanos. A sua posiçãoestratégica e a riqueza agrícola foram cobi-çadas ao longo de séculos, tendo-se tor-nado na capital do Tirol em 1429, assu-mindo um papel de relevo sob a gestão doImperador Maximiliano I. A linha dinásti-ca do ramo tirolês dos Habsburgo termi-nou em 1665, mas a cidade manteve o seucarácter aristocrático.Depois da I Grande Guerra, o Tirol foi repar-tido entre Áustria e Itália, mas Innsbrückmanteve-se do lado austríaco. Hoje, é umapequena cidade cujo centro histórico, que

segue ao longo da margem do Rio Inn, éum eixo formado pelas Friederich Strasse eMarie Theresien Strasse, que pode ser visi-tado num mero par de horas.

PASSEAR NA CIDADEApesar de pequena, há muito para ver naterra onde Maximiliano I, o Arquiduque deÁustria, mandou construir diversos monu-mentos, para além de ter transformado aantiga casa dos príncipes do Tirol no seupróprio palácio, que cobriu com telhas decobre revestidas a ouro, o que lhe valeu onome de Goldenes Dachl (“telhado deouro”), pelo qual continua a ser conhecidoo museu ali instalado. Seguindo pelaFriederich Strasse em direção ao rio, encon-

BERÇO DOS HABSBURGO

Innsbrück é uma das cidadesmais antigas da Europa. Hoje,está cercada por pistas de esqui

TERRA DE CULTURA

INNSBRÜCK

COMO IRPode marcar a sua viagem para Innsbrückcom a TAP (www.tap.pt), embora tenha de fazer escala em Frankfurt e mudar para um voo da Lufthansa.

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estando rodeada por grandes cadeias mon-tanhosas. O Cerro Tronador (3.354 metros)marca a fronteira com o Chile, entenden-do-se na direção do Cerro Lopez, mas foio Cerro Catedral (2.405 metros) que colo-

cou Bariloche nas rotasdo esqui, oferecendocem quilómetros depistas com variadosíndices de dificuldade,divididos pela zonaprincipal e pela de LadoBueno.A região está integradano Parque Nacional doLago Nahuel Huapi,uma relíquia glaciarque deu origem ásaguas límpidas, consi-

deradas como um paraíso para os aman-tes da pesca. Os rios são excelentes para aprática de desportos radicais. Há inúme-ros trilhos para quem gosta de gr andescaminhadas, as escarpas são desafios paraa escalada e os rios convidam ao rafting.Bariloche é um apelo à aventura em qual-quer altura do ano, mas quem tem interes-ses mais introspetivos não pode deixar dedeslumbrar-se com a paisagem, desfrutardos horizontes que se estendem a perderde vista e apreciar a beleza de um céu ima-culado de poluição que assume um azulímpar durante os dias soalheiros e que,durante a noite, permite olhar as estrelas,seguindo a rota do Cruzeiro do Sul...

Quem sonha com as férias de neve mas estádemasiado ocupado nos próximos meses,pode adiar esse desejo par a a altura emque, na Europa, todos correm para sul, àprocura do sol e da praia, porque tambémhá neve no Hemisfério Sul e, por ali, omelhor período para os desporto de inver-no vai de julho a setembro. Se essa for asua opção, San Carlos de Bariloche, perdi-do na Patagónia argentina, é o local ideal.A Patagónia ainda é uma das regiões doglobo onde o espaço tem mais espaço e aNatureza permanece intocada. É tão anti-ga como qualquer outr a e os f ósseisdemonstram que as suas terras emergiramdo mar quando os picos andinos cresce-ram na direção do céu, mas permaneceuesquecida durante séculos e ainda era umapaisagem virgem quando o Beagle apor-tou nas suas costas nos finais do séculoXIX, deslumbrando Charles Darwin, quereconheceu que poucas paisagens tinhamdeixado marcas tão profundas na suamemória.As araucárias petrificadas há milhões deanos, a descoberta do maior dinossáurio

herbívoro de quehá conhecimen-to ou as pintur asrupestres criadasapós a última gla-ciação fazem parteda história longín-qua da Patagónia,mas as memóriasdesta terra são re-centes, bastando recordar que San Carlosde Bariloche terá nascido apenas em 1902,quando um tal Carlos Wiederhold abriuuma loja na terra dos “variloche”, nomepelo qual a população indígena de raçamapuche referia “a população do outrolado” da cordilheira dos Andes, com quemmantinha muito poucos contactos.Hoje, a cidade recebe anualmente um gran-de número de visitantes, assumindo-secomo um destino fashion do HemisférioSul. Recebe tantos brasileiros ao longo detodo o ano, que há que já lhe chame“Brasiloche”. A cidade surge no meio deimponentes florestas, numa zona de gran-des lagos, onde se destaca o Nahuel Huapi,

A região estáintegrada noParque Nacionaldo Lago NahuelHuapi, umarelíquia glaciar que deu origem às águas límpidas

COMO IRPode marcar a sua viagem para BuenosAires com a TAP (www.tap.pt), com escalaem São Paulo, onde deve mudar para umvoo da TAM ou viajar com a Air Europa(www.aireuropa.com) para Buenos Aires,via Madrid. As Aerolineas Argentinas(www.aerolineas.com.ar) voam de Buenos Aires para Bariloche.

BARILOCHE

AVENTURA EM

RESORTS E PAISAGEM

Nos últimos anos, a região deBariloche tem visto aumentar a suaoferta hoteleira. Para além das suaspistas, as paisagens são outro atrativo para os visitantes

PATAGÓNIA

Bariloche é um dos mais requintados destinos de neve do Hemisfério Sul e já lhe chamam“Brasiloche” pelo grande números de brasileiros que ali fazem férias

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banda DESENHADA

m 1977, Astérix, o “pequeno guerreirode espírito sagaz e viva inteligência”,sobreviveu à morte de René Goscinny, oseu guionista. Quando tudo levava a

crer que a saga, iniciada em 1959 nas páginas darevista francesa Pilote, ia chegar ao fim, AlbertUderzo, o criador da imagem dos habitantes da“aldeia habitada por irredutíveis gauleses” quefaziam sofrer as guarnições das legiões romanasque os cercavam, chamou a si a autoria dos textose a vida prosseguiu, apenas afligida pelas cantoriasdo bardo Assurancetourix.Contudo, Albert Uderzo anunciou que vai retirar-se,uma situação que foi tanto surpreendente, como com-preensível, em virtude das disputas entre Uderzo, afilha e o genro, sobre os direitos de autor, avaliadosem milhões. Astérix é um negócio global, cujos pres-supostos se alteraram radicalmente após a sua cria-ção. Os 34 álbuns, traduzidos em mais de uma cen-tena de línguas, um parque temático em Paris, sériesde animação, videojogos e diversos filmes, comoAstérix ao Serviço de Sua Majestade, que deverá serestreado em 2012, valem milhões.O negócio milionário é uma grande razão paraAstérix e Obélix continuarem a dar estalos aos legio-nários romanos, embora todos recordem que AlbertUderzo afirmou que tencionava fazer o mesmo queHergé fez em relação a Tintim, não permitindo quea série continuasse após a sua saída de cena. Erauma atitude natural, tanto mais que aconteceu omesmo com títulos da banda desenhada tão popu-lares como Lucky Luke ou Spirou.

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Desde a sua estreia em 1959

nas páginas da revista

francesa Pilote, as aventuras

de Asterix já percorreram

34 albuns

UMASAGA

ADEUS, UDERZO.VIVA, ASTÉRIX!

Uderzo anunciou que sai de cena, mas Astérixmantém-se na ribalta e a saga da aldeia gaulesavai continuar com novos guionistas, que têm pela frente um desafio maior do que as legiõesromanas e que a tribo de Abraracourcix vencia com facilidade... Por Rui Faria

A voz dos milhões falou mais alto e a web aponta o nome de Jean-Yves Ferri, um colaborador da revista Fluide Glacial desde 1993,

como o escolhido pela editora Hachette, para escrever os novosguiões da série Astérix, que passará (continuará) a ser desenhada

por Frédéric e Thierry Mébarki, que, há anos, trabalham comoassistentes de Uderzo.

Estamos face a uma grande manobra de marketing, que nem a“poção mágica” do druida Panoramix foi eficaz para proteger osgauleses, já que todos os ícones da banda desenhada estão a serinvestidos na globalização digital, como se prova com a versão deSpielberg/Jackson de Tintim, que lograram esmagar as barreiras

que a obra de Hergé tinha no universo anglófono. É, pois, natural,que outros tentem seguir o mesmo caminho, olhando para o

exemplo norte-americano onde os super-heróis continuam a serum valor seguro, afirmando-se como motores de uma estratégia

global para a indústria do cinema.

PESO DO DINHEIRO

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28 JANEIRO/MARÇO 2012

médisMUNDO

ara muitos, Montemor-o-Novo éum destino de fim de semana ouuma mera indicação na autoestra-da que segue em direção à fron-

teira de Elvas, mas é também uma terra ricaem História, recordada pelo castelo sobran-ceiro ao casario. Um dos nomes ilustres deMontemor-o-Novo foi João Cidade (1495-1550), que se distinguiu na assistência aospobres e aos doentes, tendo fundado aOrdem dos Ir mãos Hospitaleiros sob onome monástico de João de Deus. Foi cano-nizado pelo Papa Urbano VIII em 1630.S. João de Deus é, hoje, recordado emMontemor-o-Novo quer pela toponímia,quer pelo hospital, construído nos anos 50do século passado, “por iniciativa daOrdem Hospitaleira, que quis ficar ligadaa uma instituição que homenageasse o seufundador e servisse a população quer deMontemor-o-Novo, quer de todo oAlentejo”, recordou-nos Luís Duar te, oatual diretor clínico do hospital.Na década de 50, grassava no Alentejo “uma

epidemia de poliomielite que af etava apopulação, especialmente as crianças, tantomais que, nesse tempo, ainda não estavadisponível, ou era pouco utilizada, a vacinapara esta doença”, acrescentou-nos o médi-co, para melhor situar a importância que ohospital começou por ter na região, “ondeabundavam as crianças com sequelas moti-vadas pela poliomielite, como alterações damarcha e problemas no desenvolvimentodos membros inferiores, embora a doençatambém afetasse os membros superiores”.

O FLAGELO DA POLIOMIELITEPara dar resposta a este flagelo, “foi criadoum polo hospitalar que começou a reco-lher crianças que sofriam de poliomielite,tendo sido reunidos vários médicos paralhes dar apoio”. Esta iniciativa per mitiucriar “aquele que terá sido o primeiro ser-viço de Ortopedia infantil em Portugal, per-mitindo que sur gisse em Montemor -o--Novo uma instituição que foi um marcograças ao contributo de vários cirurgiões,

que se dedicavam quase em exclusivo àortopedia infantil”.Até à década de 70, o Hospital de S. Joãode Deus afirmou-se como um centro deexcelência na prática deste tipo de cirur-gias. “Recebemos centenas, para não dizermilhares, de crianças”, afirmou-nos LuísDuarte, que também frisou a importânciada criação de “oficinas para dar apoio naprodução das próteses que permitiam darautonomia às crianças submetidas a inter-venções cirúrgicas”. Foi assim que teve iní-cio a produção de “aparelhos ortopédicose uma sapataria de apoio”.Não deixa de ser curioso recordar que mui-tos dos que trabalharam nestas oficinascomeçaram por ser os doentes do hospi-tal, “porque os tratamentos eram muitodemorados e as crianças começa vam aaprender uma profissão nessas oficinas”,que ainda hoje estão em funcionamento.Com a redução do aparecimento de casosde poliomielite, uma doença que acaboupor ser erradicada pela expansão da evolu-

P

O Hospital de S. João de Deus surgiu há mais de meio séculoem Montemor-o-Novo, afirmando-se pela qualidade dosseus serviços ao nível de Ortopedia e recuperação, tendo,hoje, uma oferta mais abrangente em termos cirúrgicos

HOSPITALS. JOÃO DE DEUS

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JANEIRO/MARÇO 2012 29

ção da vacina, o Hospital de S. João de Deus“começou a sentir a necessidade de alargar-se e, mesmo mantendo a sua ligação àOrtopedia e às crianças, começou a ofere-cer cuidados para os doentes adultos”. Aolongo dos anos 90, e até na passagem doséculo, “tivemos um papel muito importan-te ao nível da Ortopedia em todo o Alentejo,para além de recebermos doentes de váriasoutras regiões do país que recorriam a estehospital para encontrar respostas que nãoestão disponíveis nas suas regiões de ori-gem”, acrescentou Luís Duarte.

RESPOSTA ACTUALDeste modo, desde os anos 90 que “vimosoferendo uma resposta quase total em ter-mos de Ortopedia”. No entanto, nos últimosanos, têm surgido várias alterações ao níveldas políticas de saúde, “pelo que aderimosa alguns projetos, como aconteceu comaquele que visou o combate às listas deespera”. Ao mesmo tempo, a realidade doAlentejo foi-se alterando e “passou a haveruma capacidade de resposta mais efetiva àsnecessidades únicas por parte de hospitaisda zona, nomeadamente Évora, Portalegree Beja, pelo que decidimos abrir outras áreascirúrgicas”, admitiu-nos.Foi assim que o Hospital de S. João de Deuspassou a disponibilizar serviços cirúrgicosnos campos da “Otorrinolaringologia, daOftalmologia, da Cirur gia Plástica e daCirurgia Geral”. Foi, como nos reconheceuo clínico, “uma forma de sobrevivência daunidade, mas também para dar resposta aalgumas necessidades que fomos come-çando a sentir junto da população”.Esta evolução em termos de áreas clínicaspermitiu que o hospital fosse ganhando

importância ao nível de outras áreas dacirurgia”. A adequação às necessidades dostempos também passou pela “criação deum serviço de fisioterapia, que foi um dosprimeiros a abrir nesta região do Alentejo,tendo sido igualmente inovador no acom-panhamento e no apoio aos serviços deOrtopedia”, acrescentou Luís Duarte.Entretanto, com o desenv olvimento doServiço Nacional de Cuidados IntegradosContinuados, “concorremos a esse progra-ma e criámos uma unidade de convalescen-ça e, devido às necessidades de toda estazona do Alentejo a esse nível, abrimos umapequena unidade de cuidados paliativos”.Apesar da div ersificação da of erta, oHospital de S. João de Deus não é uma uni-dade generalista. “Continuamos muito liga-dos à Ortopedia”, admitiu Luís Duarte, queconsidera que a alteração das realidadesleva a que seja dada grande atenção “àsdoenças degenerativas ortopédicas e às

Há muitos anosque o hospital

criou as suaspróprias oficinaspara a produção

de prótesesortopédicas

DIRETOR CLÍNICO HOSPITAL

S. JOÃO DE DEUS

LUÍSDUARTE

“A evolução emtermos de áreasclínicas permitiu

que o hospitalcontinuasse ligadofundamentalmente

à Ortopedia, mastambém fosse

ganhandoimportância ao nível

de outras áreas da cirurgia”

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sequelas de doenças reumatismais porforma a dar uma resposta abrangente aonível de todas as especialidades cirúrgicasque fomos abraçando”.Não deixa de ser curioso que, nos anos 50,quando o hospital abriu as suas por tas,houve uma grande preocupação com osproblemas que a poliomielite cria va aosmais novos, enquanto atualmente a unida-de é procurada por uma população enve-lhecida. “A população alentejana é idosa eas doenças de envelhecimento são muitorelevantes na nossa região, pelo que sur-gem necessidades como a colocação depróteses e o tr atamento de artroses, emmuitos casos degenerativas”, reconheceu--nos Luís Duarte. “Desde há uns anos, fomosdos hospitais que mais próteses colocaram.O Hospital S. João de Deus faz parte dafase-piloto do Projecto SINAS, e na últimaavaliação feita pela ERS conseguiu o nívelde excelência máximo”, como consta dosite da Entidade.“Não podemos esquecer que a populaçãoestá a envelhecer e tem limitações articula-res que se vão agravando, pelo que temosprocurado dar resposta a esse tipo denecessidades”. Neste quadro, o hospital tem“uma componente de ambulatório maisligada à fisioterapia e aos internamentoscurtos para pequenas cirurgias”, já que nãoconta com um serviço de urgência, “por-que não temos esse tipo de capacidade”,reconheceu-nos Luís Duarte.

O FUTUROA grande aposta para o futuro do Hospitalde S. João de Deus passa pela “diversifica-ção da nossa oferta cirúrgica”, admitiu-nos oclínico, ao mesmo tempo que destaca queesse trabalho já começou com “a área de ci-rurgia da coluna que, até aí, apenas fazía-mos de forma esporádica”. Para além disso,a unidade procura “acompanhar as necessi-dades da população”, ao mesmo tempo que

aposta na qualidade da prestação de cuida-dos de saúde, uma preocupação que estábem patente na adesão ao programa de cer-tificação internacional Equass, “vocacionadopara áreas sociais, para além da componen-te médica”, que teve início “com a unidadede convalescença, para prosseguir em ou-tras áreas, passando pelos campos adminis-trativo e financeiro, antes de se estender atodo o hospital”.

UM GENUÍNO ENVOLVIMENTO ENTRE O HOSPITAL E A MÉDIS“Os seguros de saúde têm assumido uma importância cr escente para o Hospital S. Joãode Deus”, admitiu-nos Paula Rosado, diretora administrativa da unidade da OrdemHospitaleira de S. João de Deus. “Sendo um hospital de r eferência a nível da Ortopedia e da Medicina Física e de Reabilitação, disponibiliza também um leque muito abrangentede especialidades médicas e cirúrgicas, o que tem permitido firmar novas parcerias comseguradoras, pela mais-valia que o hospital representa por disponibilizar uma vastagama de serviços na zona geográfica em que se insere”, acrescentou.A Médis é uma das seguradoras que mantém um acordo com a unidade, sendo “uma mais-valia para o Hospital S. João de Deus”, c omo reconheceu Paula Rosado, ao mesmo tempo que admitiu que “tem trazido vantagens não só no encaminhamentode doentes, mas também em termos de métodos de trabalho, tornados mais eficazesgraças à plataforma informática disponibilizada”.Esta plataforma informática, que aproxima a Médis dos prestadores de cuidados de saúde, contribui para que a parceria entre o hospital e a Médis se possa pautar “porum genuíno envolvimento de ambas as partes na resolução dos processos dos utentes,sendo de destacar os bons canais de c omunicação existentes e a disponibilidade e arapidez na resolução dos problemas pontuais que vão surgindo”, concluiu Paula Rosado.

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Centre for Altitude Space andExtreme Environment Medicine(CASE Medicine1) é uma unida-de especial da London’s Global

University formada por um grupo de médi-cos e cientistas que desenvolve as suas pes-quisas em condições ex tremas e onde ocorpo humano é levado a situações limite.Estes “aventureiros da saúde” realizaram, em2007, uma escalada ao pico do Ev erest.Subiram ao teto do Mundo e, depois de umperíodo de análise, as conclusões da inves-tigação que levaram a cabo foram agorapublicadas na re vista Scientific Reports2,sugerindo um novo tipo de aproximação aotratamento de doentes que apresentam pro-blemas de hipoxia, ou seja, um situação emtudo semelhante à que afetou os escalado-res e os alpinistas que estiveram envolvidosna expedição Caudwell Xtreme Everest3.O projeto envolveu um universo formado por198 indivíduos sem grande experiência e 24alpinistas, entre os quais se encontr avamvários médicos e investigadores. A definiçãodeste grupo exigiu a exclusividade de indiví-duos nascidos em cotas de altitude relativa-mente baixas, para evitar qualquer hipótesede uma seleção genética capaz de potenciara sobrevivência com baixos teores de oxigé-nio. Durante a expedição, foram efetuadasdiversas análises ao sangue e recolhidos osmais diversos dados médicos durante as dife-rentes fases da escalada, ou seja, em altitudestão distintas quanto a rarefação do ar.

ÓXIDO DE AZOTOGraças à avaliação dos dados tratados pe-la Universidade de Warwick4, os investi-gadores do CASE chegar am à conclusãode que o grande protagonista do proces-so que permite a adaptação do corpo hu-mano à carência de o xigénio é o o xidode azoto, avançando com a hipótese deos doentes af etados com hipo xia pode-rem tirar grandes benefícios de fármacose procedimentos clínicos, alguns dosquais já existentes, capazes de incentivara produção deste elemento.“A hipoxia aflige muitas pessoas com pro-blemas pulmonares, no coração, no sistemacirculatório e nos glóbulos v ermelhos”, re-feriu Danny Le vett, um dos responsá veispela expedição Caudwell Xtreme Everest. Ooxigénio representa cerca de 21% do ar querespiramos e é fundamental para a vida hu-mana. “Uma redução da quantidade de oxi-génio provoca uma deterioração das célulase, a longo prazo, a sua mor te”, prosseguiuo investigador.“A hipoxia é fruto das mais div ersas pato-logias e atinge um gr ande número dedoentes. Até agora, as formas mais eficazesde tratamento são basicamente duas: a ad-ministração de o xigénio através de umamáscara e a utilização de ventiladores me-cânicos, um processo delicado que de veser gerido por pessoal especializado numaunidade de ter apia”, acrescentou DannyLevett.

O

TOPO DO MUNDO

RELEVÂNCIA DO ESTUDONão foi necessário este estudo para se sa-ber que, quanto mais se sobe durante a es-calada de uma alta montanha, mais redu-zida é a disponibilidade de oxigénio no ar,nem que “ele chega a níveis onde a vida équase impossível”, como recorda o investi-gador do CASE. “É por isso os alpinistasprecisam de mais o xigénio, tal como osdoentes com hipoxia”, embora os escala-dores tenham a vantagem de a subida “serenfrentada de f orma gradual, o que dámais tempo de adaptação ao organismo”.No entanto, esta investigação permitiu per-ceber melhor as alter ações que supor tameste fenómeno de adaptação, indicando aprodução de óxido de azoto, um compos-to produzido virtualmente por todas as cé-lulas e depurado para diversas funções, en-tre as quais a regulação da pressãosanguínea e a proteção de infeções. Os da-dos recolhidos durante a escala do Everestpermitiram concluir que a produção e a ati-vidade do óxido de azoto aumentou, pro-vocando alterações no flux o sanguíneo,sensíveis mesmo nos vasos capilares, o queajuda a explicar o f enómeno de aclimata-ção à redução de oxigénio.“Os resultados obtidos são compatív eiscom os estudos efetuados junto dos habi-tantes do altiplano tibetano, que demons-traram que estas populações têm nív eisde óxido de azoto superiores aos dos ha-bitantes de cotas de altitude mais reduzi-das”, referiu Martin Feelisch, professor deMedicina Experimental e Biologia daWarwick Medical School e responsá velpelo trabalho analítico dos dados.Para os investigadores britânicos, estas con-clusões permitem pensar que a administra-ção de fármacos e tratamentos capazes depotenciar a produção de ó xido de azotopode ser uma f orma prometedora para otratamento de doentes com hipoxia, poden-do melhorar as suas condições de vida.“Com a expedição Caudw ell XtremeEverest conseguimos demonstr ar umaresposta natural do organismo à escassezde oxigénio”, considerou Martin Feelisch.“No futuro, poderemos assistir a uma no-va era no que respeita aos tratamentos deemergência e até mesmo à cur a deste ti-po de doença.”

MEDICINA NO

LINKS PARA A CONSULTA DO ESTUDO

(1) CASE Medicine (www.case-medicine.co.uk)(2) Scientific Reports

(www.nature.com/srep/index.html)(3) Caudwell Xtreme Everest

(www.xtreme-everest.co.uk)(4) University of Warwick (www2.warwick.ac.uk)

PARA ESTUDAR A HIPOXIA

MÉDICOmundo

Um estudo realizado por um grupo de alpinistas que atingiu o cume do Everest revelou o papel essencial do óxido de azoto em contraste com a carência de oxigénio,um fenómeno tão importante para os escaladores comopara doentes afetados por diversas patologias

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32 JANEIRO/MARÇO 2012

médisMUNDO

s tecnologias de informação têmvindo a acompanhar o quotidia-no, criando novos laços de pro-ximidade que pareciam quase

impossíveis há alguns anos. Hoje, aInternet é uma ferramenta que faz parteintegrante tanto da nossa vida particular,como da realidade coletiva. É um fenóme-no que ninguém pode ignorar, pelo quese compreende que, “desde o seu início, aMédis tenha apostado em tecnológicasbastante inovadoras”, como nos admitiuJorge Pinheiro de Melo, responsável pelaequipa de information technology (IT),que recordou que, “logo em 1995, lançá-mos os POS para assegurar a ligação comos prestadores de cuidados de saúde e,

mais tarde, envolvemos os tele-fones P100, que er am os

smartphones da altura”.O ritmo de desenv olvi-mento deste tipo de tec-nologias é impar ável,pelo que, quem não qui-ser perder terreno, éobrigado a manter uma

evolução contínua. “Noano 2000, arrancámos com

o site Médis”, recordou-nosJorge Pinheiro de Melo. Este site

foi ao encontro das necessidades de todasas partes envolvidas no campo dos segu-ros de saúde, sendo formado por “três com-ponentes distintas. Para além de uma zonainstitucional, reservada à própria Médis,tem uma área destinada aos prestadoresde cuidados de saúde, que mantém toda afaturação e a relação entre a Médis e essesmesmos prestadores, e outra dedicada aosclientes, que permite a localização dosmédicos e dos diversos serviços disponí-

A

A Médis desenvolveu umanova plataforma paraagilizar os processos efacultar mais informaçãoaos prestadores decuidados de saúde. Mais doque um simples face-lifttecnológico, foi um trabalhono sentido de fechar otriângulo formado pelosclientes, pelos prestadorese pela própria Médis,criando uma maiortransparência na relação

UMA NOVAPLATAFORMA PARAPRESTADORESDE CUIDADOS

DE SAÚDE

RESPONSÁVEL PELO DEPARTAMENTO

DE IT

JORGE PINHEIRO DE MELO

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veis integrados no Guia Médis, para alémdo tipo de coberturas e as condições a quetêm acesso”, explicou-nos o responsávelpela equipa de IT da Médis, ao mesmotempo que admitiu que, “passados dezanos, é normal que seja necessário fazerum face-lift tecnológico para melhorar aeficácia da plataforma, tanto no que dizrespeito aos prestadores de cuidados desaúde, como aos clientes”.

TRABALHO POR ETAPASEste trabalho tem vindo a ser realizado poretapas, “tendo começado com a área des-tinada aos clientes, o que permitiu que,neste momento, possam ter um melhoracesso a toda a inf ormação referente àMédis e, ao mesmo tempo, fazer os seuspedidos através do site, garantindo umacesso total sobre a sua situação e sobre asua relação com a Médis”, acrescentou.O passo seguinte passou pelo desenvolvi-mento da área reservada aos “prestadoresde cuidados de saúde, tanto mais que essarelação é muito importante, sobretudo em

campos como as pré-autorizações e a fatu-ração, o que nos levou a tentar melhorar oprocesso para permitir que a inter açãoentre o cliente, o prestador e a Médis possaser feita através do site e não pelo telefoneou pelo correio, que são formas natural-mente menos ágeis”.Melhorar a eficácia desta relação “foi a gran-de preocupação do nosso trabalho”, quevisou “melhorar todo o processo, tanto paraos clientes, como para os prestadores decuidados de saúde, indo ao encontro dasnecessidades da vida moderna, especial-mente no campo dasaúde, onde é necessá-rio responder 24 horaspor dia, já que, a todoo momento, qualquerpessoa pode necessitarde informação e deuma capacidade deresposta agilizada”.O site é tanto maisimportante quanto “é aporta de entr ada na

Médis, tanto para os nossos clientes, comopara os prestadores de cuidados de saúde,que aí devem materializar as suas necessi-dades”. Por isso, “o que estamos a fazer étranspor para o site toda essa informação,que passa a estar acessível em qualquerlocal do Mundo e a qualquer hora do diaou da noite”.

FEEDBACK POSITIVOEste trabalho está ainda “num processode finalização de toda a operação, embo-ra esteja muito confiante porque tentá-mos simplificar bastante todos os proces-sos para os prestadores de cuidados desaúde, garantindo uma maior facilidadena forma como podem fazer os seus pedi-dos e proceder à fatur ação”. Mesmoassim, “temos tido um bom feedback,embora seja necessário algum tempo paraultrapassar a fase inicial de adaptação àmudança”, admitiu-nos Jorge Pinheiro deMelo.Para os resultados já obtidos, contribuiu a“melhoria significativa no acesso à infor-mação que é disponibilizada”, mas tam-bém o facto de se tratar de “um processomuito intuitivo, sobretudo para quem játrabalhava com a nossa plataf orma”.

Novo site de prestadoresA nova plataforma tecnológica foi desenvolvida internamente pelaequipa de IT da Médis, com vista a garantir uma maior agilidade dos processos de comunicação

“O desenvolvimento da área reservada aosprestadores de cuidados de saúde é muitoimportante, sobretudo em campos como as pré-autorizações e a faturação, o que nos levou a tentar melhorar o processo, para permitirque a interação entre o cliente, o prestador e a Médis possa ser feita através do sitee não pelo telefone ou pelo correio, que são formas naturalmente menos ágeis” (Jorge Pinheiro de Melo)

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Mesmo assim, “providencia algum e-lear-ning e a nossa Direcção de Rede tem acom-panhado todos os prestadores de cuidadosde saúde”, pelo que “a experiência já nosmostrou que as pessoas têm feito o switchsem grandes problemas”.Esta nova plataforma vem ajudar a cum-prir “o nosso grande objetivo, que passapor tentar fechar um triângulo f ormadopelos clientes, pelos prestadores de cuida-dos de saúde e pela Médis”, reconheceu--nos Jorge Pinheiro de Melo. “Parte desteupgrade passou pela melhoria e pela soli-dificação dos processos e, alcançado esseobjetivo, fazemos com que todo o proces-so se torne mais transparente para as trêspartes.”O desenho e o desenvolvimento da plata-forma “foi um trabalho interno, realizadopelas equipas que se encontram dedica-das “à componente dos sites e à gestão daplataforma Médis”, e o sucesso do projeto“passou pela junção destas duas equipas,que tentaram disponibilizar a informaçãodo sistema core Médis, passando-o aos nos-sos parceiros, que são os clientes e os pres-tadores de cuidados de saúde”. Foi um pro-cesso “que acaba por ser um orgulho paraas equipas que estiv eram envolvidas”,admitiu-nos Jorge Pinheiro de Melo.

EQUIPA JOVEMApesar de ter sido o trabalho de uma equi-pa mista, “foi também uma equipa reduzi-da, mas que reuniu valências quer na partedo design quer no campo dos processos,o que acabou por ser um desafio muitointeressante, em especial tendo sido leva-do a cabo por uma equipa jovem”, que reu-niu os mais diversos inputs.

“O nosso ‘cliente-interno’ foi a Direcção deRede, que tem a responsabilidade da rela-ção com os prestadores de cuidados desaúde e que foi a chave para a definiçãodos requisitos da nova plataforma, bemcomo para a melhoria desses mesmosrequisitos.” Por isso, Jorge Pinheiro de Melorealçou o contributo da “Direcção de Rede,liderada por Pedro Correia, que reuniu um

conjunto de pessoas que contribuiu parafazer este upgrade, identificando as tarefasque não estavam tão bem no site antigo,para podermos melhorá-las”, no sentidode atingir o objetivo traçado, que deixavabem claro que “toda a informação tem deestar disponível, para evitar que se torne

necessário fazer um telefonema”.Apesar da relação atr avés da plataformapoder parecer algo impessoal, Jorge Pinheirode Melo considera que “as relações de pro-ximidade são mais evidentes entre o clientee o prestador de cuidados de saúde e, naMédis, o que pretendemos é potenciar essamesma relação para que os clientes estejamtão bem informados quanto for possível do

que os espera, daquilo a que têm direito, oque podem fazer e onde podem ir” e, aomesmo tempo, garantir aos prestadores decuidados de saúde uma “plataforma decomunicação ágil e simples de utilizar”.

FUTURO É HOJEOs sites da Medis são projetos estruturan-tes, mas, ao nível das tecnologias de infor-mação, o amanhã é já hoje, pelo que JorgePinheiro de Melo admite que “o futuropassa cada vez mais pela Internet”, tendoem conta que será dessa via que “deve-mos tirar cada vez mais partido”. No entan-to, se a forma mais comum ainda é o site,“não podemos esquecer-nos de que, atual-mente, aquilo que mais se identifica comuma pessoa, para além do seu bilhete deidentidade, é o seu telemó vel, o seusmartphone ou o seu tablet, pelo que énesses novos ” canais” que temos de inves-tir, passando parte dos conteúdos dispo-níveis para os meios mais móveis”. Nestavisão do futuro, o responsável pelo IT daMédis recorda que o acesso à informaçãojá não é tema, o grande desafio é sim trans-formar esse acesso em processos simplese eficazes.

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.“O nosso ‘cliente-interno’ foi a Direção de Rede(…) foi a chave para a definição dos requisitos da nova plataforma(…) reuniu um conjunto depessoas que contribuiu para fazer este upgrade,identificando as tarefas que não estavam tãobem no site antigo, para podermos melhorá-las”(Jorge Pinheiro de Melo)

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EQUIPA QUE ESTEVEENVOLVIDA NODESENVOLVIMENTO DA NOVA PLATAFORMA

João Pinho, Jorge Pinheiro de Melo, Vitor Fernandes eCarlos António (da esquerdapara a direita na fila de trás).Hugo Beldroeguas, PedroSantos e Miguel Justino aocentro e Mariana Pereira eAlexandra Gouveia, na frente.

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or vezes, confundem-se, talvezpor partilharem alguns sintomase porque, quando o tempo frio seinstala, gripes e aler gias fazem

ambas parte do cardápio de doenças daépoca. Ou ainda porque, explica JosefinaCernadas, assistente hospitalar graduadade Imunoalergologia, a gripe, que é sem-pre causada por um vírus, “tem, em muitoscasos, sintomas que são coincidentes comalguns que ocorrem em determinadas pato-logias, como a rinite alérgica, podendo atéiniciar-se com sintomas desta natureza”.Porém, são bem dif erentes, sublinha.“Enquanto uma síndrome gripal tem sin-tomas e sinais muito próprios, normalmen-te por períodos limitados de dias, a alergiareferida desta forma só se refere ao factode uma pessoa apresentar uma sensibili-dade aumentada a um ou mais alergénios,podendo esta aler gia manifestar-se devárias formas clínicas.”Embora este ano a gripe tenha dado tréguasaos portugueses, tendência que, de resto,partilhamos com a Europa, onde a incidên-

cia da doença tem sido baixa, ainda pode-mos vir a ser vítimas de um vírus em cons-tante mutação. Até porque o inverno estáapenas no início e, quando o frio aperta,aumenta a probabilidade de dar o ar da suagraça, uma vez que, avança o pneumologis-ta Agostinho Marques, “como o vírus é muitofrágil a temperaturas elevadas, a propaga-ção é favorecida pelo ar frio, razão porqueas epidemias ocorrem sempre no inverno”.Quanto ao risco, esse depende de váriosfatores, avança Josefina Cernadas, estandorelacionado com “a estação do ano, o graue a virulência das estirpes em cada ano, ofacto de as pessoas estarem ou não vaci-nadas, sobretudo as de maior risco, comoidosos, doentes com patologias respirató-rias crónicas, como a doença pulmonarobstrutiva crónica (DPOC), imunodepri-midos, etc.”, fazendo ainda parte da equa-ção “aqueles que, no seu dia a dia, têmmúltiplos contactos, como crianças emidade escolar e trabalhadores que convi-vem diariamente em ambientes fechadosou em transportes públicos”.

Alerta em forma de sintomasFebre alta que aparece subitamente, doresque massacram o corpo e castigam o espí-rito, a que não escapam a cabeça, a gargan-ta, os ouvidos, e, como se não bastasse, aindaentra em cena o nariz, que insiste em man-ter-se entupido. Se identifica estes sintomas,então pode juntar o seu nome ao da longalista de vítimas da gripe. “Nos casos corren-tes”, explica Agostinho Marques, “os doen-tes sentem-se tão mal que procuram a cama.A infeção atinge as vias aéreas até à profun-didade dos pulmões e, nas formas mais gra-ves, causa pneumonia gripal, que obriga ainternar os doentes pela gr avidade, quepode ser extrema”. Um problema que seagrava com a idade, ou não fossem os senio-res um dos grupos de risco, juntamente comas crianças e os doentes crónicos.E se, na maior parte dos casos, a doençaapenas mói; noutros, pode mesmo matar.“Em cada epidemia sazonal, o número deóbitos por gripe oscila entre quinhentos emil. A doença é, assim, um problema desaúde pública muito preocupante, apesarde popularmente a palavra ‘gripe’ ser quasesinónimo de doença sem impor tância”,esclarece o especialista.Contudo, no geral, quando a gripe ataca,pouco há a fazer, a não ser esperar, numbraço-de-ferro com o vírus, que se socorreapenas de medicamentos destinados acombater a febre e as dores. “O medica-mento mais utilizado é o par acetamol,tomado quatro vezes por dia, com grandesquantidades de líquidos, acompanhado deagasalho no leito e adornado pelo calorfamiliar”, aconselha o pneumologista. Noscasos mais graves, “pode obrigar ao uso demedicamentos antivíricos e antibióticospara controlo de infeções associadas”.

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Quando o frio nos brinda com a sua presença, não costumavir só. Com ele, chegam as dores de garganta e do corpo, a cabeça pesada, o nariz sempre a pingar. Sejam as gripes,que, todos os anos, “atacam” milhares de portugueses, ou as alergias, típicas também dos dias mais frios, o melhormesmo é, como diz a sabedoria popular, tentar prevenir.

OS INIMIGOS DOTEMPO FRIO

JOSEFINA RODRIGUES CERNADAS é assistente hospitalar graduada de Imunoalergologia. Ex-presidente do Colégio da Especialidade de Imunoalergologia da Ordem dos Médicos, é membro do core group da European Network on Drug Allergy (ENDA) e pertence à taskforce europeia da EAACI para Dessensibilização a Fármacos (ENDA). Palestrante a conviteem vários congressos nacionais e internacionais, é ainda membro da SociedadePortuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, da Sociedade Espanhola de Aler gologia e Imunologia Clínica, da Academia Europeia de Alergologia e Imunologia Clínica (EAACI) e da Sociedade Americana de Asma, Alergia e Imunologia Clínica (AAACI).

AGOSTINHO MARQUES. Professor catedrático na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, assume, desde 2007, o cargo de diretor da mesma. Na sua área profissional destaca-se principalmente pelo trabalho desenvolvido no Hospital de S. João, onde desempenha o cargo de diretor do serviço de Pneumologia. É frequentemente convidado para palestras e congressos na área.

Médicos da Rede de Saúde Médis

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Vacina sim, sempreA recomendação não é no va e repete-setodos os anos: os grupos de risco de vemvacinar-se. Porque mais vale prevenir, a pro-filaxia é, diz quem sabe, essencial para osmais idosos, a que se juntam os doentes cró-nicos, cardíacos, respiratórios, diabéticos,entre outros. “Quando alguém tem dúvidassobre a indicação da vacina no seu casoespecial, a resposta é invariavelmente sim.Tem asma? Vacine-se! Tem DPOC? Vacine--se! Tem um problema de saúde ainda poresclarecer? Vacine-se”, reforça o médico.Mais recentemente, a este grupo juntaram-seas grávidas, “desde que se verificou o aumen-to de mortalidade durante a pandemia de2009”, mas dele faz ainda parte o pessoal desaúde, “incluindo todos os médicos e enfer-meiros, e todos os outros profissionais asso-ciados ao atendimento de doentes” , únicaforma de garantir “que não serão foco de pro-pagação da gripe a pessoas mais frágeis”.

Os inimigos da época: ácaros e fungosInverno não seria inverno sem gripe, mas étambém nesta altura do ano que muitas aler-gias dão sinal. É uma época propícia, avan-ça Josefina Cernadas, a doenças “que tenhamcomo agentes causais a alergia a ácaros e a

alguns fungos”. O que está associado”, expli-ca ainda, “a questões relativas à humidade eà temperatura do interior das nossas habita-ções”. A isto junta-se o facto de, nelas, pas-sarmos mais tempo, “o que pode contribuirpara um aumento de crises de rinite alérgi-ca e asma brônquica”, tantas vezes confun-didas com uma vulgar gripe.Os mais pequenos são vítimas preferenciais.Há, por isso, que estar atento aos sintomas.No caso das doenças alérgicas mais comuns,como a dermatite atópica, “uma criança quese coça o tempo todo, que é agitada, que nãodorme calmamente, que aparece com lesõescutâneas, sobretudo nas dobras dos braços,

nos joelhos e no pescoço tem de ser ime-diatamente encaminhada para um imunoa-lergologista. O mesmo se passa com aquelacriança que está sempre constipada”, refor-ça a médica. “Esta tem, na maioria das vezes,uma rinite alérgica a necessitar de tratamen-to para evitar o aparecimento de patologiasmais graves, como a asma. Outro sinal dealerta muito importante nas crianças e mui-tas vezes pouco valorizado é a tosse persis-tente, muitas vezes associada ao exercício, àcorrida, ao riso, ao choro ou tosses notur-nas. Nestes casos, um diagnóstico correto eo tratamento adequado evitam a evoluçãopara asma persistente.”

Informação é essencialOs números são claros: a incidência das aler-gias tem vindo a aumentar. E, contra factos,há que encontrar argumento, sobretudo seesclarecer uma população que, em algunscasos, ainda está pouco informada. “Quandofalamos de alergias, vem-nos logo à ideia aasma brônquica e todas as suas complica-ções e implicações na qualidade de vida dosnossos doentes”, refere a médica. O que sejustifica, uma vez que “esta doença tem umaprevalência elevada na população portugue-sa, entre cinco e dez por cento”. No entanto,existem tratamentos “altamente eficazes eque nos possibilitam ter os doentes bem con-trolados, praticamente sem sintomas. Comas armas terapêuticas de que dispomos,temos apenas cerca de cinco por cento dedoentes com asmas graves”.Contudo, os estudos mais recentes sobre ocontrolo da asma nacional mostram que háainda um longo caminho a percorrer .Porquê? Josefina Cernadas arrisca uma res-posta. “É claro que existem múltiplos fatorese o custo da medicação e o seu peso na eco-nomia familiar é muito importante, mas énecessário educar os doentes e os cuidado-res, no caso das crianças, no que respeitaaos efeitos benéficos da medicação e paraque serve cada tipo de fármaco prescrito.”Por isso, defende a continuação de campa-nhas que ajudam a desmistificar “que os‘medicamentos para a asma fazem mal aocoração’, como ainda hoje se ouve com tantafrequência como há vinte anos e que, ‘àsbombas’, se devem chamar inaladores. Muitasvezes, para que um doente adira à terapêuti-ca, é necessário despender com ele tempo,falar sobre estes pontos, que vão traduzir-seem ganhos enormes, quer na melhoria clíni-ca dos nossos doentes, como na sua quali-dade de vida. O ‘tempo’ que se despendenuma consulta de imunoalergologia é umconceito fundamental e que nenhum imu-noalergologista pode descurar”.

ALERGIAS AFETAM 600 MILPORTUGUESESUm estudo recente realizado pelaIntercampus traça o cenário das alergiasem Portugal. De acordo com os dadosrecolhidos, cerca de vinte por cento da população nacional convive de pertocom uma alergia respiratória, que afetasobretudo as mulheres com mais detrinta anos. A rinite alérgica e a asma são as mais comuns entre os inquiridos.De resto, estima-se que a asma afete, no Mundo, perto de 150 milhões depessoas, das quais 600 mil em Portugal.

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM NÚMEROSDe acordo com o relatório doObservatório Nacional de DoençasRespiratórias 2010, as doençasrespiratórias têm um peso elevado em Portugal:– Matam cerca de 40 pessoas por dia;– Afetam mais de 30% da população;– Estão na origem de quatro milhões

de dias de trabalho ou de frequência de aulas perdidos por ano;

– Custam mais de 600 milhões de eur ospor ano.

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utilizando esses combustíveis e à KLM utilizar biocombustível fornecido pelaDynamic Fuels num voo que liga Amester-dão e Paris.

ParadoxosNo entanto, estamos apenas face a expe-riências de avaliação e urge passar da teo-ria à prática, mas, para isso, é necessáriogarantir o fornecimento e a distribuição debiodiesel, o mesmo é dizer que falta garan-

tir quem o produza e a matéria-primanecessária, o que implica o estabelecimen-to de parcerias com os produtores agríco-las, o que também não é pacífico, tendo emconta que o aumento da produção de cana--de-açúcar, soja, beterraba, milho e váriosoutros produtos cria novos problemas.Primeiro, é necessário espaço e, em casoscomo o do Brasil, tal tem contribuído paraa desflorestação da Amazónia. Depois, oaumento da procura destes produtos vaiinflacionar o seu preço e, na sua maioria,eles são fundamentais para a cadeia ali-mentar de largas faixas da população.Para contornar o paradoxo e evitar que osfatores positivos da redução da emissão depoluentes possam dar origem a novos fla-

gelos ambientais eeconómicos, a soluçãopode passar pelas microal-gas. Em Espanha, empresascomo a AlgaEnergy, participadapela Repsol e pela Iberdrola, estão atrabalhar neste sentido, o mesmoacontecendo nos Estados Unidos com aSolazyme, que irá fornecer à UnitedAirlines cerca de 75 milhões de litros destebiocombustível avançado já em 2014, o

que demonstra que, do outro lado doAtlântico, as preocupações sãosemelhantes às europeias.“A United Airlines está a dar um passosignificativo para avançar com a uti-lização de combustíveis ambiental-mente responsáveis e economica-mente eficientes”, afirmou PeteMcDonald, chefe de operações daprimeira companhia norte-america-na a realizar um voo comercial nosEstados Unidos com um Boeing 737--800 abastecido com biocombustível.

Grandes negóciosNo entanto, para termos aviões mais verdes,será necessário termos “biocombustíveissustentáveis, produzidos em larga escala e aum preço economicamente viável”, acres-centou Pete McDonald. Quantidade e preçosão o único caminho capaz de vencer os lob-bies da indústria petrolífera, sobretudo nosEstados Unidos, onde, segundo números daAir Transport Action Group (ATAC), operam160 mil gasolineiras, apesar de 95% do tráfe-go aéreo estar concentrado em 1.700 aero-portos. Este negócio é tanto mais importantequanto a ATAC reconhece que, no ano pas-sado, as companhias aéreas gastaram cercade 140 biliões de dólares em jet fuel...

tráfego aéreo não para decrescer e estudos apontampara que a frota global, que,atualmente, ronda as 21 milunidades, atinja as 36 mil em

2030, o que mostra bem o peso da sua“pegada de carbono”. Para combater aescalada poluente, a União Europeia (UE)pretende que as emissões de CO2 sejamreduzidas em 50% até 2050 e todos pare-cem de acordo em que há muito para fazer.É certo que tem havido um grandeesforço por parte dos fabricantes etanto as novas gerações de aviões daeuropeia Airbus, como as da norte--americana Boeing são cerca de 15%mais eficientes em termos energéticosdo que as suas antecessoras. Porém,só por si, esse valor não é suficiente.Por isso, todos os operadores euro-peus estão a trabalhar na mesma dire-ção, a começar pela gestão do tráfegoaéreo, com iniciativas como o SESARou o Clean Sky, que procuraram cen-tralizar as operações numa rede integradade acompanhamento dos aviões através deum sistema de satélites, para potenciar asegurança e, ao mesmo tempo, reduzir otempo de voo, já que, atualmente, os cercade 10 mil voos anuais que se realizam naEuropa percorrem, em média, mais quiló-metros do que seria necessário.Contudo, para garantir uma verdadeiraredução nas emissões de CO2, o recursoaos biocombustíveis parece inevitável,embora possa ser a solução mais difícil deimplementar. É certo que o futuro já come-çou e já há biocombustíveis certificadospara a aeronáutica, o que permitiu àLufthansa implementar, desde julho, umvoo regular entre Frankfurt e Hamburgo,

BIOCOMBUSTÍVEIS

A União Europeia quer reduzir as emissões poluentes dos aviões em 50% até 2050 e a resposta a este desafio

passa pela utilização de biocombustíveis Texto de Rui Faria I Infografia de Nuno Costa

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LEVANTAM VOO

Para garantir umaverdadeira redução nasemissões de CO2, o recursoaos biocombustíveis pareceinevitável, embora possaser a solução mais difícil de implementar

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BOM E BARATOÉ possível fazer ref eiçõesequilibradas dentro de umorçamento apertado? A res-posta está em Comer Bem é

Mais Barato, uma campanha que percor-reu, em 2011, várias cidades do país e queenvolveu especialistas em nutrição comoJosé Camolas. “As estratégias passam porapostar na sopa e nas saladas, e por com-prar carne e peixe com moderação. Carnesbrancas são mais saudáveis, têm menor teorde gordura saturada, e mais baratas. Os pei-

xes são ricos em ferro e vitamina B12, bemcomo são boas f ontes de ómega 3.Aproveitar os peix es sazonais ser á umaforma de aumentar o consumo e a riquezanutricional da dieta”, explica José Camolas.Escolher produtos da época é uma fórmulaessencial. As frutas saem mais baratas, alémde mais vitaminadas. Acrescentando as por-ções certas de hidratos de carbono, entreoutros nutrientes que devem ser ajustadoscaso a caso, é possív el fazer ref eições saudáveis por um euro. Confirme emwww.comerbememaisbarato.com

PERDER PESOAs razões já as sabemos decor e salteado: a gordura estáassociada a doenças cardio-

vasculares, a diabetes, a infertilidade, etc.Falta conhecer as estratégias anti-gorduraque funcionam no nosso corpo. O acom-panhamento especializado é fundamen-tal. O exercício é indispensável. E apren-der algumas regr as e saber mais sobrealguns mitos de nutrição deter minam osucesso na balança. Por exemplo, é impor-tante calcular calorias, mas também impor-ta conhecer o índice glicémico dos alimen-tos (o qual nos indica o efeito nos níveisde açúcar, cujo picos dão lugar à acumu-lação de gordura).

ALTERNATIVASÀs vezes, é preciso pensar“fora da caixa”. Dois exem-plos cientificamente com-

provados. O exercício pode ser tão efi-caz quanto a prescrição de um segundomedicamento para a depressão, con-cluem os inv estigadores do CoorperInstitute, de Dallas, nos EUA. O reiki con-siste na transmissão de energia atravésdas mãos da terapeuta que ficam coloca-das sobre o paciente. “Só” isto. O sufi-ciente para ser praticado nos hospitais. Aunidade de hemato-oncologia do Hos-pital S. João, no Porto, integrou um pro-jeto de investigação sobre o impacto daterapia complementar de reiki, demons-trando uma diminuição do sofrimentoassociado à ansiedade e à dor.

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médisMUNDO

Pense a longo prazo. Aplique uma (boa) ação por mês e obtenha o máximo de rentabilidade na qualidade de vida.

Lembre-se de que a sua saúde é o melhor fundo de investimento Por Paula Santos

DOZE NOVOSHÁBITOS

2012PARA INVESTIR NA SAÚDE EM

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EXERCÍCIO REGULARA palavra “regular” não está aqui poracaso e, para os especialistas na área daatividade física, significa todos os dias ou,pelo menos, três vezes por semana,

totalizando 150 minutos. Um estudo recente da HarvardSchool of Public Health, em Boston, prova que poucoexercício e muita televisão é igual a mulheres maisdeprimidas. A mesma instituição norte-americana recordaque, com apenas trinta minutos de caminhada, os homenspodem baixar o risco de disfunção eréctil em 41%. Nosseniores, atividade física é sinónimo de maior equilíbrio ede redução de quedas. Em populações especiais, comodiabéticos, ajuda a controlar os níveis de açúcar nosangue. E, para os jovens, é palavra de ordem para travara obesidade infantil. Nem os bebés ficam de fora dasguidelines. Start Active, Stay Active é um plano integrado na estratégiagovernamental britânica contra a obesidade que aconselha os bebés a permanecerem ativos durante três horas por dia. Inscreva-se no ginásio, em família, e peça ac onselhamento personalizado. É importante adaptar o plano de treino à sua condição física.

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EMENTAS CASEIRAS“Não há dúvida de que osalimentos pré-processa-dos ou pré-conf eciona-

dos são práticos. As dúvidas estão norótulo. Mais sal, mais açúcar e maior teorde gordura saturada são motivos parapassar mais tempo na cozinha a prepa-rar uma sopa que pode ser congelada econsumida nos dias em que prevê che-gar mais tarde a casa. Repita o procedi-mento com refeições acondicionadas emdoses individuais”, sugere o nutricionis-ta José Camolas.

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DAR E RECEBERAllan Luks descre ve, noseu livro O Poder Curativode Fazer o Bem, como um

conjunto de participantes, após iniciaremprojetos de voluntariado, reduziram, ouaté mesmo eliminaram, problemas comoinsónia, úlceras, dores de cabeça e depres-são. Estar com os outros, nomeadamentecom pessoas de quem gostamos, aumentaa satisfação pessoal, o que também se refle-te em saúde.PS. 2012 é o Ano Europeu do Envelheci-mento Ativo e da Solidariedade.

BONS SONHOSA quantidade de hor as desono necessárias varia depessoa para pessoa e diferecom a idade. Ao contrário da

qualidade, que não é discutível. Dormir malestá associado a doenças cardiovasculares,aumento de peso e pressão arterial elevada.Procure cumprir a mesma rotina horária, pro-porcionar um ambiente confortável (sem tele-visão no quarto), evitar cafeína e tomar umbanho quente antes de ir para a cama.

APRENDER A BEBERA Associação Americana deDietistas diz-nos quandodevemos parar: uma bebi-da no caso de mulheres e

duas para os homens é quanto basta parauma refeição. Vinho é a melhor opção e, depreferência, tinto. Está provado que, emquantidades moderadas, protege o coraçãodos ataques cardíacos.

A MINHA PRIMEIRA VEZSe nunca aprendeu a andarde bicicleta, está na altura. Senunca aprendeu a nadar ,força! O cérebro precisa de

novos estímulos para manter-se em forma epara retardar o envelhecimento. A chave dafelicidade está em mantermo-nos ocupados,revela um estudo do Psychological Science.

5LEGUMES, HORTÍCOLAS E FRUTOS FRESCOSO nutricionista do Serviço deEndocrinologia do Hospital de SantaMaria José Camolas nomeia o trio eficaz contra as chamadas doenças da civilização: diabetes, obesidade,cardiovasculares. Aumentar esteconsumo permite compor o prato com maiores quantidades de vitaminas,minerais e fitoquímicos, substânciasantioxidantes com poderanticancerígeno. Este grupo dealimentos, além de pouco calórico, é ainda uma boa fonte de fibras.

VANTAGENS DO SEU

CARTÃO MÉDIS

A Rede Médis é bem mais do que um conjunto de prestadores de cuidados de saúde capazes

de responder a todas as necessidadesclínicas, já que também propõe

uma rede de Saúde & Bem-estar capaz de responder às necessidades

de quem apostou adquirir novoshábitos em 2012.

A rede de Saúde & Bem-estar temuma cobertura nacional, permitindo

aos clientes Médis garantiremdescontos que podem chegar aos

50% em estabelecimentos termais,30% em health & fitness clubs

ou 10% em tratamentos de estética,para já não falar em consultas comnutricionistas convencionados, porum preço de 25 euros, através dasimples apresentação do cartão

Médis. Mais informações emwww.medis.pt

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PROIBIDO FUMARPorquê? Porque ocigarro contém mais de4 mil químicos e pelomenos quatrocentassubstâncias tóxicas.Está associado adoenças crónicas e, emmédia, cada cigarroencurta a vida dofumador em onzeminutos. Está na alturade cortar os hábitostabágicos e de recorrerà ajuda do seu médico.Pondere a acupuncturacomo uma boa ajuda.

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TRATAMENTOS CORPO E MENTEProgramas termais e de spas são um luxo.Falso. Conhece as sensações de umenvolvimento em algas, uma máscara comaloé vera, um duche Vichy a quatro mãos ou

uma relaxante massagem indiana sobre o couro cabeludo?Está a par dos efeitos terapêuticos das águas termais? Dassulfurosas, úteis em doenças reumáticas e respiratórias,das bicarbonatadas, indicadas em problemas do forodigestivo, entre vários outros benefícios que contribuírampara a expressão latina sane per aqua (“saúde pela água”).Aproveite as promoções. Estes tratamentos deixaram deser um luxo. São uma necessidade de bem-estar.

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escritaPRAZERES

TECNO &CLASSIC

O ato de escrita é visto como um prolongamento dos nossossentidos, deixando transpareceraquilo que sentimos para o papel,de uma forma mais ou menospersonalizada, com a caneta ou a esferográfica que melhor seadapta a nós. No entanto, peranteo mundo de possibilidades que atecnologia oferece, a escrita podeganhar novas formas e dimensões.Seja como for, escrever é sempreuma bela forma de comunicar... Por Catarina Nunes dos Santos

CanetasStylus, componta deborracha paraescrever,desenhar evirar páginasno iPad 2, ¤ 12,99,Targus.

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JANEIRO/MARÇO 2012 43

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3 4

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44 JANEIRO/MARÇO 2012

endWEEK

Trás-os-Montes, “um reino maravilhoso”, como escreveu Miguel Torga na sua obra Portugal (1950), continua a ser uma terra esquecida, apesar

da grande beleza da paisagem e do carácter hospitaleiro das suas gentes...Por Rui Faria

REINOMARAVILHOSO

CHAVES

A ponte romana é umex-libris de uma cidade

cheia de história,habitada por gente

hospitaleira. As termas e a boa comida são

outros atractivos

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CONVITE AO PASSEIO

As cidades transmontanas são um convite ao passeio,pelas ruas onde se destaca a sobriedade da

arquitectura e a elegância das varandas em madeira

oje, mais de sessenta anos apósa primeira edição do livroPortugal, de Miguel Torga, podedizer-se que, em todas as regiões

“visitadas” pelo autor, surgiram profundasmudanças, quer paisagísticas, quer culturais.Porém, para bem dos nossos sentidos e (tal-vez) para mal dos seus habitantes, há excep-ções. Alentejo e Trás-os-Montes continuaramadormecidos no tempo que passou.Assim, as palavras de Torga sobre as ter-ras transmontanas mantêm muita da suaactualidade. «Vou falar-lhes dum ReinoMaravilhoso. Embora muitas pessoasdigam que não, sempre houve e haveráreinos maravilhosos neste mundo. O queé preciso, para os ver, é que os olhos nãopercam a virgindade original diante da rea-lidade, e o coração, depois, não hesite»,escreveu Miguel Torga, para quem a geo-grafia da região faz parte integrante do seuapelo, tanto mais que «fica no cimo dePortugal, como os ninhos ficam no cimodas árvores para que a distância os tornemais impossíveis e apetecidos. E quemnamora ninhos cá de baixo, se realmenteé rapaz e não tem medo das alturas, depoisde trepar e atingir a crista do sonho, con-

templa a própria bem-aventurança».Para o autor, Trás-os-Montes é «Terra-Quentee Terra-Fria. Léguas e léguas de chão raivo-so, contorcido, queimado por um sol de fogoou por um frio de neve. Serras sobrepostasa serras. Montanhas paralelas a montanhas.Nos intervalos, apertados, entre os rios deágua cristalina, cantantes, a matar a sede detanta angústia. E de quando em quando, oásisda inquietação que fez tais rugas geológicas,um vale imenso, dum húmus puro, onde avista descansa da agressão das penedias».O perceptível amor de Miguel Torga pelasua terra é um sentimento que pode serfacilmente partilhado por quem queira par-tir estrada fora à sua descoberta. Caminhos,há muitos, mas nós optámos pela rota quevai de Mondim de Basto a Chaves, passan-do por Vila Real...

DE MONDIM A VILA REALA escolha de Mondim de Basto não é ino-cente. Está no meio das serranias de Torgae nas margens das “águas cristalinas e can-tantes” do Tâmega e, para além disso, oÁguaHotels é um óptimo ponto de partidapara conhecer as chamadas Terras deBasto, esplendorosas nas suas florestas,

H

JANEIRO/MARÇO 2012 45

ONDE COMERAdega de São Tiago

Rua Velha. Lugar do Outeiro, Mondim de Basto

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Ambiente acolhedor. Ementa regional,com destaque para a posta na brasa,

o misto maronês, o bacalhau e osenchidos. Encerra aos domingos.

Terra da MontanhaRua 31 de Janeiro, 18, Vila Real

Tel. 259 372 075Duas salas espaçosas, de aspecto

rústico, e uma carta cheia de propostasregionais, para além de uma rica garrafeira. Encerra aos

domingos ao jantar.

Cais da VillaRua Monsenhor Jerónimo do Amaral

(estação), Vila Realwww.caisdavilla.com

Tel. 259 351 209A antiga estação ferroviária deu origem

a um restaurante e wine bar onde aspropostas regionais têm um carácter

contemporâneo. Não encerra.

Adega do FaustinoTravessa do Olival, Chaves

É uma referência gastronómica. Os seus petiscos ganharam reputação

e vão muito além da alheira e dopresunto de Chaves. Quem ainda tiverestômago, tem várias propostas com

base no bacalhau ou na carne barrosã.Encerra aos domingos.

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onde as águas do Rio Olo esculpiram o xistoe o granito para criar um leito que salta deduzentos metros de altura, marcando umapaisagem feita de lameiros e matas, colori-da pela carqueja, pela urze e pelo musgo.

POR VILA REALVila Real mudou muito nos últimos anos.Ganhou a boémia estudantil que chegoucom o crescimento do seu pólo universi-tário, mas manteve o apelo gracioso das

suas casas antigas, com as característicasadufas (balcões ou sacadas) em madeira,que sobrevivem na Rua dos Ferreiros, e aelegância da Capela No va (na Rua dosCombatentes), onde se destaca a fachadadesenhada por Nicolau Nasoni, o arqui-tecto que marcou o Barroco por tuguêscom trabalhos tão significativos como oPalácio de Mateus. Se a hora for recomen-dável, está bem perto do restaurante Terrada Montanha (Rua 31 de Janeiro), onde afrieza do granito surge em contrapontocom a decoração acolhedora e a cozinhaoferece os melhores sabores regionais.

46 JANEIRO/MARÇO 2012

endWEEK

que se estendem pelas encostas daSenhora da Graça e do Monte Farinha, ver-dadeiros ninhos de águia que desafiam oolhar a correr atrás do horizonte.Mondim conserva a sua ruralidade na zonaribeirinha que se estende ao longo doTâmega, com influências vincadamenteminhotas, que vão das vinhas aos solares,dos milheirais aos espigueiros. Passear napacatez das sua ruas é fazer companhia aosilêncio que perdemos nas grandes cidades.Por ali, as capelas remetem-nos para os tem-pos em que os peregrinos seguiam a cami-nho de Santiago de Compostela, e as casasbrasonadas ou as dos “brasileiros de torna--viagem” recordam épocas mais faustosas.Quem passar pela Rua Velha, vai encon-trar o Solar dos Azevedos e descobrir aAdega de São Tiago, cujo destaque se jus-tifica pela hospitalidade de Miguel Mota,que faz as honras de uma casa feita com omimo dos poemas bordados nas toalhaspela Loja do Gato Fú (Rua dos Bombeiros,Mondim), onde ainda funcionam velhosteares artesanais. Se isto já não fosse sufi-ciente, é obrigatório referir o requintadocardápio feito de delícias regionais...Os encantos do Mondim estendem-se peloParque do Alvão, atravessado pela EN 304que segue para Vila Real. São terras onde overde rivaliza com o dourado dos imponen-tes castanheiros, numa região que é delimi-tada pelos rios Corgo e Tâmega, e onde aindaé possível observar o voo dos falcões e mer-gulhões ou, com alguma sor te, descobriruma lontra a nadar num qualquer riacho.Vale a pena fazer um desvio pela EN 560 nadirecção do Ermelo e daí seguir até às Fisgas,

Vale a pena conhecer a Sé (do século XV),um belo monumento gótico pertencente aum velho mosteiro dominicano que ardeuem circunstâncias misteriosas no séculoXIX. Fora da cidade, Bisalhães recorda otrabalho dos mestres oleiros que, desdetempos imemoriais, perpetuam a tradiçãodo barro negro em belas peças decorati-vas ou na cerâmica utilitária que é capazde dar outro paladar a qualquer assado deforno. Mais à frente, surge o Palácio deMateus. O edifício, da autoria de NicolauNasoni, é um dos melhores exemplos daarquitectura barroca em Portugal. Para alémda elegância da casa, da riqueza dos inte-riores, com os seus requintados tectos emmadeira de castanheiro, e da beleza domobiliário, pinturas e peças decorativas doséculo XVIII, os jardins são um regalo paraos sentidos, quer pelo desenho do bucho,quer pelo aroma das cameleiras centená-rias e pelo murmurar da água das fontesque se estendem pelos lagos que são ver-dadeiros espelhos de água, marcando umavisita onde todos são surpreendidos pelotúnel de cedros onde, no final dos seus 35metros, surgem os pomares e as vinhas.

CAMINHO PARA CHAVESCom a auto-estrada (A24), Chaves aproxi-mou-se de Vila Real. No caminho, surge oVidago, com o seu renovado Palace, querecuperou o glamour de outros tempos. Éum hotel que deve ser conhecido e des-frutado pela beleza da sua arquitectur a e

Às portas de VilaReal, o Palácio deMateus, da autoria de Nicolau Nasoni, é um dos melhoresexemplos daarquitetura barroca em Portugal

SERRANIAS

O Inverno empresta o encanto da cor à paisagem do Alvão (à direita). O Paláciode Mateus (em cima) e a aldeia de Ermelo(à esquerda) marcam o contraste

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vares Pereira. No seu interior , funcionaum pequeno museu militar e, no jardimcircundante, surgem inúmeras peças ar-queológicas que fazem par te da históriada cidade, embora os achados mais rele-vantes tenham sido reunidos no antigoPalácio dos Duques de Br agança. Pertoda torre, ergue-se a Igreja Matriz, com oseu belo pórtico românico.Nesta época do ano, os arredores da cida-de são um caleidoscópio de cores entre oocre e verde, onde o terreno é recor tadopor riachos ruidosos. Quem seguir par aSoutelo (4 km) pode encontr ar o Penedodo Outeiro Machado, coberto de inscrições(talvez) celtas que nunca f oram decifradas,e, mais à frente (16 km), a P edra daBolideira, uma imponente rocha que per-manece em equilíbrio, movendo-se ao maispequeno toque.

JANEIRO/MARÇO 2012 47

pelo requinte dos seus interiores, marca-dos pela presença de madeir as exóticas,mobiliário com história e belas tapeçarias.O conforto dos seus gr andes quartos re-corda o passado sem esquecer as exigên-cias da vida moderna.O grande parque circundante é marcadopela imponência dos pinheiros e dos plá-tanos centenários, que emolduram o de-safiante campo de golf e, também ele re-novado e acrescentado par a dezoitoburacos. O spa do Palace atrai quem querretemperar forças e toda a sua ambiênciaencoraja-nos a ficar, mas Chaves não estálonge e a cidade chama todos quantosapreciam novos horizontes.Quem chega é recebido pela bela ponteromana, construída nos tempos do

Imperador Trajano (100 d.C.), asseguran-do ainda hoje a ligação entre o centro his-tórico e a zona do Bairro da Madalena.O passado e o presente mor am lado a la-do na cidade que os romanos apelidar amde Aquae Flaviae devido às suas fontes ter-mais, embora nesses tempos a região f os-se ainda mais cobiçada pelos seus filões deouro. Das minas, ficou a recordação e, dasantigas termas romanas, subsistem as ruí-nas, que alguns historiadores não hesitamem comparar com as de Bath, no País deGales, embora ainda haja muito para esca-var. O “novo” centro ter mal continua aatrair muita gente pela qualidade das suaságuas quentes, que brotam a temperaturasna ordem dos 70 graus.O centro histórico recorda-nos o emar a-nhado de vielas de alguns bairros deLisboa, embora as casas, com as suas va-randas em madeira, que sobreviveram naRua Direita e na de Santo António, sejambem diferentes. É nesta zona que se en-contra a Adega do Faustino, um ex-librisflaviense. Este restaurante, com o piso emcalçada e com as antigas pipas presentes,é um local bem castiço onde podem v e-nerar-se os pecados da gula.Dos tempos medievais, apenas perduroua torre de menagem (do século XIV) docastelo que D. João I doou a D. Nuno Ál-

Em Chaves, o passado e o presente moram lado a lado numa cidade que os romanos apelidaramde Aquae Flaviae devido às suas fontes termais

DORMIR COM ESTILO

A modernidade do ÁguaHotel (na fotografia) e o requinte do Palace

do Vidago (à direita) são duasreferências no nosso fim-de-semana

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RESTAURANTE TERRA DA MONTANHA

A decoração acolhedora marca esterestaurante de Vila Real, um espaçoonde a cozinha tradicional é tratadacom esmero

Este texto não foi escrito respeitando a nova normaortográfica resultante do acordo ortográfico de 1990.

Onde ficar

ÁguaHotelsMondim de Basto

www.aguahotels.ptTel. 255 389 040

São 44 quartos e cinco moradias comtipologia T2. Conta com um spa e um

Santuário de Vinhos, que propõediversas provas de vinho. Está aindadisponível um bar e um restaurante.

Vidago Palace HotelParque de Vidago

www.vidagopalace.comTel. 276 990 920.

São setenta quartos num ambiente de requinte, um “palácio” cujorestauro rondou os 48 milhões

de euros. Conta com um restaurante,bares, spa, piscinas interior

e exterior, campo de golfe com uma elegante club house, ondetambém são servidos almoços.

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48 JANEIRO/MARÇO 2012

médisMUNDO

Masters foi o corolário de umano em que a Médis CopaIbérica teve um papel muitoimportante na divulgação do

ténis. Disputado em Lisboa, nas instalaçõesdo CIF, contou ainda com um Pro-Am queteve a presença do número 1 por tuguêsRui Machado e um minitorneio de sub-12,que reuniu um alargado número de jovenstalentosos.Numa demonstração de grande dinamis-mo, a Médis Copa Ibérica, na sua 32.º edi-ção, reuniu nos courts do Club Inter -nacional Football (Lisboa) a elite mun-dial dos veteranos, com tenista oriundosde todo o Mundo. “Este torneio, quecomeçou com um amigável ibérico, rapi-damente extravasou para os quatro can-tos do Mundo. Este ano par ticiparamtenistas de trinta nacionalidades, mas, aolongo do historial dos últimos 32 anos,tivemos elementos de mais de oitenta paí-ses, sendo alguns dos longínquos EstadosUnidos, India, Brasil, Canadá, Qatar e atéda Nigéria”, disse, orgulhoso, João Zilhão,responsável pelo evento, com a chancelada João Lagos Sports.Esta competição, aberta a todos os inte-ressados, teve o seu arranque em Lisboa(18 a 20 de março), seguindo-se Madrid(8 a 10 de julho) e Vilamoura (28 a 30 deoutubro). “Os melhores quatro de cadaum dos doze escalões (quatro femininose oito masculinos) f oram selecionadospara o Masters de Lisboa. O nível de jogodestes atletas, apesar de veteranos, é bas-

tante elevado, porque é uma prova quepontua para o ranking da FederaçãoInternacional do Ténis”, explicou JoãoZilhão.Apesar de ser um evento já consolidado,como o demonstra o estatuto internacio-nal, a Médis Copa Ibérica continua a ino-var e a revitalizar o ténis nacional. “Hásete anos, introduzimos o Masters, repli-cando o que acontece com o ATP Tour, eas pessoas aderiram bem. Fazemos ques-tão de que os prémios atribuídos sejamnacionais, por isso, oferecemos porcela-nas Vista Alegre. Mais recentemente, criá-mos o Pro-Am, onde alguns convidadospodem jogar com as estrelas do ténis por-tuguês, caso do número 1 Rui Machado.Este ano, introduzimos um minitorneio de

sub-12, com os quatro melhores tenistasda categoria”, referiu João Zilhão.

Dizem que é uma espécie de… TenistaA final mais mediática do Masters foi a demais 35 anos. Frente-a-frente, dois ilustresconhecidos, um da televisão e outro compergaminhos no ténis nacional. Tiago Dores,um dos humoristas dos Gato Fedorento, per-deu a final para André Mota, ex-líder do ran-king da Federação Portuguesa de Ténis eirmão de Bernardo Mota.Tiago Dores mostrou que não é uma espé-cie de… Tenista e é mesmo um tenista.Rápido e com técnica, bem procurou con-trariar o favoritismo de André Mota, sem-pre seguro mesmo quando houve algumascendente do humorista. “Foi uma parti-

O

faz bem ao...

TÉNIS

MÉDIS

A Médis Copa Ibéricarevelou-se uma injeçãode vitalidade no ténis,reunindo, este ano,cerca de quinhentostenistas com idadescompreendidas entreos 35 e os 78 anos, queparticiparam nas trêsprovas (Lisboa, Madride Vilamoura) quedavam acesso aoMasters Por Mário Figueiredo

JOÃO ZILHÃOResponsável pela organização

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JANEIRO/MARÇO 2012 49

SUB-12.TALENTO E GARRAA inovação deste ano foi a criaçãodo minitorneio de sub-12, designadopor Médis Jovem. Presentesna prova, estiveram os quatro

melhores jogadores nacionais e o prémio não podia ser maisapetecível: um iPad 2. O nível deténis foi elevadíssimo, arrancandoaplausos aos exigentesespectadores. Duarte Vale acaboupor vencer a final a João António,mas tanto Duarte Vale, como DiegoHerrera mostraram que estão aonível dos finalistas e são tambémeles nomes a reter para o futuro.“A criação deste torneio é umaambição antiga. Não foi feito comotorneio oficial, devido ao calendáriocompetitivo do escalão”, disseGustavo Barreto, diretor de marketing da Médis, acrescentandoque, “integrada na política de que o desporto faz bem à saúde,queremos passar a mensagem de que este torneio é dos oito aos oitenta anos. E, nas próximasedições, podem participar pais e filhos ou avós e netos”.

MÉDIS PRESENTEUma equipa de enfermagem da Médis,marcou presença no CIF, a medir apressão arterial e a massa corporal ajogadores e, em especial, espectadoresque estiveram nos courts cobertos.

PRO-AMRui Machado, pois claroOutro dos momentos altos da Médis Copa Ibérica foi o Pro-Am. Rui Machado, o melhor tenista português da atualidade, Pedro Sousa, José Pedro Silva e NunoAlmeida foram os profissionais presentes. Rui Machado, a fazer dupla com JoãoEusébio, venceu na final o par constituído por Pedro Sousa e Valdemar Duarte. “É muito divertido participar nestes eventos, pois, quando vou para o court, é paratrabalhar, quer a treinar, quer para jogar. Hoje, o court foi um local de diversão. É como jogar futebol com os amigos”, disse Rui Machado.Já João Eusébio, administrador da Sumol Compal, classificou de “gratificante” a possibilidade de jogar ao lado do melhor t enista nacional. “Foi o melhor professorque podia ter”, disse o gestor, que joga ténis duas a três vezes por semana.

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ANTÓNIO TRINDADE,78 ANOS E 282 VITÓRIASAntónio Trindade, 78 anos, emanou a sua jovialidade nos courts. Perdeu o jogo decisivo,mas a passagem à final garantiu-lhe o título ibérico. Sem adversários para a sua idade(seria o escalão entre os 75 e os 80), este tenista português, nascido em Moçambique, é obrigado a jogar com adversários bem mais jovens. Porém, isso não tem sidoimpeditivo para uma carreira, como veterano, repleta de êxitos. “Perdi o Masters, mas ganhei o título. Gosto de jogar em piso rápido e a final f oi em terra batida. Além disso, tive de jogar no escalão abaixo do meu [70-75]”, disse, sorridente.O segredo da longevidade e da competitividade deste reformado da Polícia Judiciária é manter-se ativo. “Faço ginásio no duro, com exercícios personalizados adaptados para o ténis, e jogo duas a três v ezes por semana. Além disso, ando diariamente a péquatro a cinco quilómetros. Isso dá-me qualidade de vida. Levanto-me todos os dias às 6h30 e levo os netos à escola.”No entanto, António Trindade admite tratar-se de um privilegiado. “Os médicos dizemque, geneticamente, fui beneficiado, mas faço atividade física diária e t enho cuidado com a alimentação. Não vou a jantaradas e, quando o faço, como com moderação.”Reformado há quinze anos, António Trindade transpira confiança e até diz que joga para “chatear os outros”. “Em Portugal, tenho de jogar na categoria dos 55/60 anos e eles até tremem. Já ganhei 282 provas de veteranos”, disse.Contudo, a carreira atlética de António Trindade não começou no ténis. “Estive para ser profissional de hóquei em patins. Estava no estágio com os primeiros campeões do mundo portugueses quando me lesionei e não viajei c om a equipa”, recordou.

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médisMUNDO

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cipação positiva. Este torneio deu-me aoportunidade de jogar com um tenista donível dele”, disse Tiago Dores, um verda-deiro amante da modalidade, que foi assis-tir ao Masters ATP em Londres, onde tor-ceu por Federer. “Não aprendi muito por-que eles jogam muito rápido. Só quandocoloco as imagens em slow motion.”Sobre os elogios que arrancou do vence-dor, Tiago Dores limitou-se a um humo-rístico. “Ele é uma pessoa educada”.André Mota, que, atualmente, trabalha naNike, elogiou a organização e o adversá-rio. “É um momento para rever amigos ejogar ténis. O Tiago surpreendeu-me pelapositiva. Mostrou um nível de ténis muitobom”, adiantou o vencedor.

Nolito apoia a cunhadaAs estrelas do desporto não se limitaramaos courts e o benfiquista Nolito foi mesmoa grande figura nas bancadas do complexode ténis do CIF. Acompanhado pela espo-sa, Nolito foi dar o seu apoio à cunhada,Rosário Barea de Lara, que acabou por per-der a final par a outra espanhola, LetíciaAlmiral, por 6-4 e 6-1. O futebolista agrade-ceu desta forma a homenagem feita pelacunhada quando surgiu na meia-final coma camisola do jogador do Benfica. Simpáticopara as fotografias, Nolito recusou-se a pres-tar declarações, pois, a seguir ao jogo,rumou para a Madeira, onde o Benfica foidefrontar o Marítimo para a Liga (1-0).“O RETORNO

É COMPENSADOR”Qual o balanço que faz deste evento?Muito positivo. A Médis apoia esta prova há quatro anos com um sucesso crescente. Para além de associar o lema de que “desportofaz bem à saúde”, existe um espíritode camaradagem e amizade muito grande entre os participantes.

O que pensa do nível competitivo?É muito elevado e muito bom. A organização da João Lagos Sports é muito cuidada e isso faz com os participantes voltem ano após ano.

Qual é o retorno de um evento destespara a empresa?É compensador, desde logo a nívelhumano, pela envolvência que cria,mas também a nível financeiro face ao mediatismo que o evento também tem e, do qual, a marcatambém beneficia.

Este evento também tem um carizsocial elevado?Apesar de este ser um anoparticularmente difícil, a Médis decidiu apoiar três instituições desolidariedade, distribuindo 25 mil eurospor Médicos do Mundo, Nariz Vermelhoe Make a Wish.

DIRETOR DE MARKETING

DA MÉDIS

GUSTAVOBARRETO

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mundo MÉDIS

Médis faz bem à saúde, é esseo nosso emblema”, recordouFernando Carvalho, adminis-trador da seguradora, na entre-

ga dos donativos às três instituições de soli-dariedade social distinguidas pela Médis,que tem vindo a “estabelecer contactos eparcerias com diversas instituições, nãocom o intuito de ajudá-las diretamente, maspara participar com elas e incentivá-las adesenvolver a sua atividade”, acrescentou.De entre estas organizações de solidarieda-de social, a Médis elegeu, este ano, “três enti-dades com quem trabalhámos”, para fazerum donativo de 25 mil euros, que foramrepartidos pela Make a Wish, pelos Médicosdo Mundo e pela Operação Nariz Vermelho.

Make a WishA Make a Wish é uma instituiçãoparticular de solidariedadesocial (IPSS) criada com oobjetivo de concretizarsonhos de crianças portado-ras de doenças de risco e,em colaboração com aMedis, “satisfez os desejos detrês crianças, que foram àEuro Disney”, como nos recor-dou Fernando Carvalho. “O nossoobjetivo passa por proporcionar ale-gria e esperança a crianças portadoras dedoenças graves, dando-lhes a entenderque nada é impossível”, referiu-nos PaulaLobo Antunes.Em Portugal, a atividade da Make a Wishteve início em 2007 e, desde essa altura, járealizou os sonhos de mais de 75 criançasportuguesas que viveram experiências quelhes “permitiram sorrir, algo que, para nós,é impagável”, acrescentou.

Médicos do MundoA Médicos do Mundo têm mantido umacolaboração próxima com a Médis, “ajudan-do-nos a realizar os vídeos de educação e desensibilização de crianças no campo dasaúde que temos no nosso site”, recordou-nos Fernando Carvalho. Porém, esta “ajudaé meramente simbólica”, adiantou-nosCarla Paiva, diretora-geral da instituição.“Para nós, o mais importante é a divulgaçãoque a Médis faz do nosso trabalho.”A atividade da Médicos do Mundo “está pre-sente em cinco países de língua oficial por-tuguesa, mas também a nível nacional, onde

há muita gente a necessitar de nós”. Aliás, ainstituição adotou como missão a prestaçãode cuidados de saúde às populações maisvulneráveis, quer em situações de emergên-cia, quer no combate à exclusão social,seguindo o lema “lutamos contra todas asdoenças, até mesmo a injustiça”.

Operação Nariz VermelhoA Operação Nariz Vermelho “visita 40 mil

crianças hospitalizas nos maisdiversos hospitais ao longo

de todo o ano”, referiu-nos

Beatriz Quintella, presidente da instituição,na cerimónia de entrega dos donativos,onde destacou que “o apoio que recebe-mos mostra que a Médis acredita que, aolongo de todo o ano, as crianças necessitamde alegria”.Beatriz Quintella recordou que “o meu avôdizia que ‘rir faz bem à saúde’ e, aparente-mente, a Médis também faz”, já que é esseo seu lema. “Por isso, este envolvimento faztodo o sentido para nós”, rematou a presi-dente da Operação Nariz Vermelho, apósreceber o donativo da Médis..

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JANEIRO/MARÇO 2012 51

MÉDIS SOLIDÁRIA“A A Médis tem um longo historial de envolvimento

no campo da solidariedade social e, este ano, para alémde diversas iniciativas, fez um donativo de 25 mil eurosque foram repartidos por três instituições: Make a Wish,Médicos do Mundo e Operação Nariz Vermelho

Cerimónia de entrega dosdonativos que a Médis atribuiu

à Operação Nariz Vermelho, à Make a Wish e aos Médicos

do Mundo (da dir. para a esq.)

RESPONSABILIDADE

SOCIAL

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1. Como encara a experiência de vender umproduto de uma outra seguradora?Ao comercializarmos a solução de segu-ro Saúde AXA/Médis no segmento PME,consideramos que não estamos a venderum produto de uma outra seguradora esim a disponibilizar aos nossos clientes oresultado de uma parceria com umamarca forte, que é reconhecida no mer-cado e pelos consumidores pela sua boaprestação de serviço no âmbito dos segu-ros de saúde, o que, para a AXA, signifi-ca um acréscimo de valor na sua relaçãode confiança com o cliente.2. O que é que o produto Médis traz denovo à oferta da AXA?A AXA apenas pode partilhar a experiên-cia decorrente da v enda do SaúdeAXA/Médis, que tem sido positiva, namedida em que os planos de saúde sãode simples contratação e gestão do clien-te. Acresce a simplicidade da tabela de

pagamentos, que facilita o processo degestão das expectativas do cliente nomomento da utilização do seu plano.Outra das vantagens é o facto de poder-mos beneficiar das sinergias criadas pelamassificação do próprio produto, comoa oferta da 12.ª mensalidade da primeiraanuidade. (Campanha que decorreu até30/12/2011).3. Como descreve a experiência de venderMédis?Sendo a AXA uma marca líder a nível mun-dial, com uma presença significativa nomercado, a associação a uma marca deprestígio como a Médis na área da saúdetraduz-se numa experiência v encedora.Acresce a esta mais-valia o posicionamen-to de ambas as marcas, que resultam embenefícios para o cliente.4. Quais os pontos fortes da oferta Médis?Consideramos que há três grandes pon-tos fortes na oferta Saúde AXA/Médis.

Por um lado, é um plano de saúde deelevada qualidade, porque permite: oacesso à rede de prestadores Médis apreços convencionados na opção dehospitalização; a manutenção das carac-terísticas dos produtos AXA no que res-peita a uma maior comparticipação nosatos médicos fora da rede; a contrata-ção da cobertura de doenças graves naopção intermédia; usufruir de um capi-tal elevado na assistência médica hos-pitalar em todas as opções e a cobertu-ra de fisioterapia que não possui umsublimite específico; uma redução de15% na Clínica Universidade de Navarra,em Espanha e descontos atrativos emconsultas de medicinas alternativas, Psi-cologia Clínica, entre outros; o reembol-so das despesas efetuadas e registadasno site em 72 horas. Por outro, permiteo apoio especializado e permanente aocliente, através: da existência da figurado “médico de família” selecionado den-tro da rede Médis; da cober tura desegunda opinião médica por um con-junto de especialistas de renome inter-nacional; do acesso a uma bibliotecaaudiovisual com mais de trezentosvídeos que permitem ao cliente acedera várias informações sobre diferentespatologias; do serviço de aconselhamen-to médico on-line Ask Best Doctors, ondeé possível colocar questões a uma equi-pa médica qualificada com resposta até72 horas; e, por último, mas não menosimportante, o ser viço de ex celênciaprestado pela rede Médis, reconhecidono mercado.

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médisMUNDO

Os seguros de saúde Médis são vendidos por um leque alargado de seguradoras/distribuidores, pelo que fomos saber o que cada

um pensa sobre as parcerias estabelecidas, a experiência da comercialização dos produtos e o que consideram ser os pontos fortes

da oferta que colocam no mercado. É uma forma de conhecer melhortodos quantos “dão a cara” pela Médis no dia-a-dia

ELES VENDEMMÉDIS...

AXA PORTUGAL“A associação a umamarca de prestígiocomo a Médis naárea da saúdetraduz-se numaexperiênciavencedora.” PAULO BRACONS, diretor-geral demarketing e oferta da AXA Portugal

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1. Como encara a experiência de vender umproduto de uma outra seguradora?O CA Saúde é um produto da CA Segurosgerido pela Médis. Sendo a Médis um impor-tante player ao nível da gestão de soluçõesde proteção da saúde, reconhecido líder emsatisfação e recomendação por parte de clien-tes e prestadores de cuidados de saúde, estaparceria surgiu de forma natural quando aCA Seguros decidiu apresentar uma soluçãode proteção da saúde que respondesse à pro-cura crescente, por par te dos clientes doCrédito Agrícola, de uma solução comple-mentar ao Serviço Nacional de Saúde. Fiéisaos princípios comuns de fornecer confian-ça, segurança e qualidade, a CA Seguros e aMédis definiram como estratégia o desenvol-vimento de um produto com característicaspróprias, adaptado às necessidades dos clien-tes do Crédito Agrícola, desenvolvendo umaimagem e uma linha de comunicação para oproduto CA Saúde. Assim, a rede encarou,desde início, o produto como uma oferta ino-vadora, desenvolvido especificamente paraos clientes do Crédito Agrícola. Por outrolado, sendo o setor segurador um mercadojá bastante maduro, com elevada concorrên-cia, as empresas têm de estar atentas e cele-brar alianças vencedoras em alguns ramos,aproveitando e potenciando sinergias.2. O que é que a gestão Médis traz de novoà oferta da CA Seguros?No caso da CA Seguros, a Médis foi parceirade lançamento de um no vo produto noGrupo Crédito Agrícola, o CA Saúde, que temtido um enorme sucesso junto da rede. Oque a Médis traz de novo é a possibilidadede as seguradoras terem, no seu portefólio,

um produto de saúde com uma gestão deelevada qualidade e um serviço personaliza-do. A notoriedade da marca Médis é tambémuma vantagem, permitindo à CA Seguros aoferta de um produto associado a uma marcade excelência e com grande envolvimentoemocional com a sociedade.3. Como descreve a experiência de venderMédis?Tem sido um v erdadeiro sucesso. A C ASeguros tem já uma carteira superior a 3,5milhões de euros, com um crescimento de5,8% em 2011. A forma como a Médis se rela-ciona com a CA Seguros tem contribuídopara estes resultados, já que sentimos sem-pre grande apoio da equipa comercial daMédis na defesa dos negócios CA Saúde eforte envolvimento da área de marketing noplaneamento e no apoio a ações de dinami-zação das vendas junto dos colaboradoresdo Crédito Agrícola. A Médis, sendo umareferência no mercado, confere confiança aquem vende o produto, que acredita estar apropor um produto com valor acrescentado.4. Quais os pontos fortes da oferta Médis?A oferta Médis é, sem dúvida, uma referên-cia no mercado. Como pontos fortes, desta-camos a forte dispersão geográfica da redede prestadores e meios complementares dediagnóstico, fundamental para garantir res-posta às necessidades do produto CA Saúdeno Grupo Crédito Agrícola e dos seus maisde setecentos balcões; a existência do médi-co assistente Médis, que confere maior con-fiança e segurança aos clientes; uma linhade atendimento permanente com profissio-nais de saúde que garante aconselhamentoprofissional aos clientes.

COSTA DUARTE,CORRETOR DE SEGUROS

“A opção Médisé obrigatória’ emqualquer solução que apresentemos.”

1. Como encara a experiência de vender umseguro de saúde Médis?A nossa atividade como corretores de segu-ros não é propriamente a de vender seguroscomo um serviço ou um produto que o clien-te compra, usa ou leva e terminou. Comoespecialistas e consultores de seguros, anossa relação com o cliente é sempre muitolonga e com um elevadíssimo grau de fideli-zação. Inicia-se com o conhecimento da ati-vidade e a identificação dos riscos associa-dos ao próprio negócio, ao património e àproteção das pessoas ao nível da saúde, dareforma e por aí adiante. E prolonga-se coma seleção das melhores soluções disponíveisno mercado e com o acompanhamento emtodos os momentos relevantes do contratode seguro, nomeadamente, nos sinistros.2. O que é que o produto Médis traz de novo àoferta das várias companhias/distribuidores?A Médis é uma referência no mercado, nãosó por ter sido pioneira em muitos conceitosassociados aos seguros das pessoas, sobretu-do os de saúde, mas também por manter, aolongo dos anos, um consistente e ele vadonível de qualidade dos diferentes serviços quepresta. É uma marca muito sólida, suportadapor uma máquina robusta e bem oleada.3. Como descreve a experiência de venderMédis?O mercado dos seguros de saúde emPortugal é dominado por um número res-trito de seguradores, uns com maior quali-dade do que outros, sendo a opção Médis“obrigatória” em qualquer solução queapresentemos. Tem um serviço magnífico!4. Quais os pontos fortes da oferta Médis?É, sem dúvida, o grau de satisfação com aqualidade do serviço que nos é transmitidopelos nossos clientes e utilizadores, tanto nosseguros de grupo, como nos individuais. Temum excelente site, linhas de apoio ao utiliza-dor que vão para além do que é habitual erapidez nos reembolsos.

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CA SEGUROS“A Médis foiparceira delançamento de umnovo produto quetem tido umenorme sucessojunto da rede.” PEDRO CARVALHO, diretor da áreade marketing e planeamento

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de inovação, a Médis terá sido das primei-ras companhias a incluir no seu sistema desaúde uma rede de saúde e bem-estar, per-mitindo o acesso a um conjunto abr angen-te de serviços e benefícios. Por outro lado,a Médis trabalha de forma muito interligada

com os seus parceiros/distribuidores, ondeo Millennium bcp se inclui desde a funda-ção da Médis. Esta interligação per miteidentificar e tr abalhar novas necessidadesdos potenciais clientes, provocando umapermanentemente atualização da of ertacom benefícios mútuos. Há, assim, uma in-teração permanente que, ao longo do tem-po, criou uma oferta Médis abrangente, fle-xível e inovadora, com opções/cober turasperfeitamente ajustadas aos dif erentesclientes dos dif erentes distribuidores. AMédis consubstancia, hoje, uma oferta dife-renciadora do banco par a cada um dosseus clientes, quer seja particular ou empre-sa. Esta diferenciação, além de agente cap-tador de novos clientes, é também um for-te catalisador de fidelização.3. Como descreve a experiência de venderMédis?A Médis é uma companhia 100% associadaa seguro de saúde. Pode dizer-se que, emPortugal, Médis é diretamente associado aseguro de saúde top, da mesma forma queSheraton ou Mercedes são sinónimos de ho-téis ou carros top, respetivamente. O reco-nhecimento da Médis como marca de confiança, o serviço de excelência propor-cionado, o prestígio dos médicos e hospitaisprivados disponibilizados são motivadorespara a compra, potenciados por um alinha-mento total no posicionamento e apresenta-ção ao mercado. “Médis faz bem à saúde” éa apresentação mais utilizada pela Médis. “Avida Inspira-nos” foi durante bastante tempoa assinatura do Millennium. Somos inspira-dos pelas vidas, com saúde, dos nossosclientes. Assim, ao analisar duas grandes fa-ses de um processo de v enda, motivar acomprar e f echar “contrato”, concluímosque vender Médis é v ender um seguro desaúde que, por si só, é autoexplicativo pelaconotação imediata com um seguro de saú-de de topo; a subscrição/contratação de umseguro de saúde é um processo muito com-plexo e exaustiv o, e sabe-se bem que acomplexidade da contratação de produto émuitas vezes inibidora da sua venda. Aqui énotável o resultado do esforço conjunto en-

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1. Como encar a a e xperiência de venderum seguro de saúde Médis?Hoje, o acesso a uma rede de cuidados desaúde que atenda com rapidez, qualidade econforto é muito valorizado. E isto é tantomais verdade quanto se é confrontado dia-riamente com notícias de restrições orça-mentais bem visíveis no Serviço Nacional deSaúde, implicando o aumento das taxas mo-deradoras. O cenário anterior, alinhado comum ano de 2012 economicamente exigente,sugere, enquanto utilizadores dos sistemasde saúde, uma análise aprofundada da bon-dade/viabilidade sobre optar ou não pelasubscrição de um seguro de Saúde. Assim, adisponibilização de um seguro de saúde aosclientes, mais que uma opção, é uma inevi-tabilidade, dentro do leque de ofertas finan-ceiras e de seguros. É, no entanto, críticoque este seguro de saúde disponibilize umserviço de excelência, uma proteção eficaze diferenciadora, indo ao encontro das ne-cessidades dos clientes Millennium, acres-centando valor à oferta do banco. No casodos clientes empresa, a subscrição de umseguro de saúde para os seus colaboradorese respetivos familiares é, cada vez mais, umarubrica valorizada do pacote remuneratório.Por último, este é um produto com um pro-cesso de venda e subscrição exigente, nãosó pela complexidade do produto, mas so-bretudo pela relação de confiança necessá-ria entre comprador e vendedor, pois é ne-cessário obter o conhecimento da históriade saúde do tomador do seguro. E aqui en-contramos um dos principais pilares da boaexperiência que temos na venda de segurosde saúde: a relação bancária é, por defini-ção, uma relação alicerçada na confiança.2. O que é que o produto Médis traz de no-vo à oferta do bcp?Hoje, os clientes Millennium entendem queos cuidados de saúde de vem ir para alémdo acesso a consultas, meios complementa-res de diagnóstico ou ser viços de urgênciae devem contemplar, por exemplo, acessoa termas, consultas de osteopatia, acupun-tura ou estética, entre outras. Neste sentido,fazendo jus à sua reconhecida capacidade

tre seguradora e banco, que permitiu desen-volver um processo de subscrição ágil eimediato, que muito brevemente será total-mente multicanal, permitindo, por exemplo,iniciar a subscrição na Internet e terminar acontratação na sucursal ou, pelo contrário,iniciar a subscrição na sucursal e responderao inquérito sobre a história de saúde naInternet, terminando aí a contratação do se-guro sem necessidade de v oltar a dirigir-seà sucursal. Estas facilidade e simplicidadeem subscrever um seguro de saúde motivao Millennium bcp a convidar os clientes aconhecer ainda melhor as vantagens do se-guro de saúde Médis, tornando a subscriçãode um seguro de saúde numa boa experiên-cia de compra.4. Quais os pontos fortes da oferta Médis?Com a Médis, os clientes Millennium bene-ficiam de serviços únicos no mercado e quese apresentam como ref erências decisivasna escolha de um seguro de saúde. A RedeMédis, que conta já com mais de 6 mil pres-tadores de todas as especialidades; a LinhaMédis, que proporciona um atendimentotelefónico de informação, aconselhamentoe encaminhamento em cuidados de saúde,disponível 24 por dia e 365 dias por ano; omédico assistente Médis, um especialistaque conhece bem o seu paciente e está dis-ponível para acompanhá-lo, pessoalmenteou por telemóvel; uma rede inter nacionalque conta com hospitais de prestígio mun-dial, por ex emplo, em Espanha, naAlemanha e nos Estados Unidos; e, paraalém disso, o seguro de saúde Médis apre-senta coberturas inovadoras, como, porexemplo, a cober tura de doenças gr avescom um capital até um milhão de euros; arede de segunda opinião, que permite aocliente recorrer a uma segunda opinião mé-dica junto de especialistas a nív el mundial;a cobertura do Ask Best Doctors, um serviçoon-line onde os clientes podem encontr arrespostas concretas para as dúvidas referen-tes a questões de saúde e aconselhamentomédico para si e para a sua família. A Médisé também serviço com inovação na oferta.No site da Médis, é possível os clientes ace-derem à informação relativa ao seu planode saúde pessoal, acompanhar ao detalheos movimentos e os pedidos ef etuados eregistar as despesas médicas que possamter efetuado fora da Rede Médis, garantin-do-se um reembolso das mesmas até 72 ho-ras após a receção dos originais. Finalmen-te, na of erta Médis, não f oi esquecido osegmento sénior. As opções Médis Vintage,destinadas a clientes com idades com-preendidas entre os 55 e os 75 anos, sãoverdadeiros seguros de saúde (e não maisum cartão de descontos) que gar antemuma proteção eficaz a um preço acessív elsem ter limite de per manência. É por tudoisto que o Millennium pede aos seus clien-tes que deixem a Médis cuidar de si.

médisMUNDO

MILLENNIUM bcp“A Médis trabalha deforma muito interligadacom os seusparceiros/distribuidores.”ANTÓNIO PINTO JÚNIOR, diretor de marketing

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LIBERTY SEGUROS“A Medis partilhaconnoscopreocupações dequalidade e deexcelência de serviço.”RODRIGO ESTEVES, diretor de marketing corporativo e institucional

1. Como encara a experiência de vender umproduto de uma outra seguradora?Não encaramos a parceria que temos coma Médis como simplesmente “estar a ven-der um produto de outr a seguradora”.Para a Liber ty Seguros, trata-se de umcomplemento da nossa of erta de produ-tos, em que disponibilizamos aos nossosparceiros de negócio um seguro de saú-de, sob a marca Liber ty Seguros e Médis,que vem colmatar uma necessidade apon-tada por estes. Tratando-se de um produ-to muito específico, é importante a parce-ria com a Médis, que par tilha connoscopreocupações de qualidade e de excelên-cia de serviço, que permite proporcionaraos clientes uma solução com os níveis dequalidade que os nossos clientes exigem.2. O que é que o produto Médis traz de no-vo à oferta da Liberty Seguros?A possibilidade de incorpor ar na nossaoferta um produto de qualidade compro-vada, numa área que não é nosso core. Aexploração do ramo de doença, para per-mitir, em simultâneo, oferecer produtosde qualidade e que sejam rentáveis, impli-ca dimensão e massa crítica que poucascompanhias conseguem de forma isolada.3. Como descreve a experiência de venderMédis?A venda de um seguro é sempre a vendade uma promessa, alicerçada numa rela-ção de confiança. Neste caso, é a promes-sa de gar antir o acesso aos melhoresprestadores de saúde, quando o clientedeles necessite, baseada na confiançaque quer a Liberty Seguros, quer os seusparceiros de negócio, quer os seus clien-tes depositam na Médis, como segurado-ra cuja expertise na seleção da rede deprestadores de saúde, na abr angência

geográfica e na gestão integr ada dos di-versos serviços e players dá garantias documprimento dessa promessa. Nesse sen-tido, é sobretudo a confiança do nossoparceiro de negócio que, ao vender umseguro de saúde da Liber ty Seguros/Mé-dis, está a prestar ao seu cliente um ser-viço de qualidade, fortalecendo a relaçãoentre ambos.4. Quais os pontos fortes da oferta Médis?A qualidade do serviço. Há muitos produ-tos no mercado que, em termos de con-ceção, se assemelham. O que faz semprea diferença, seja em que seguro f or, é oserviço que a seguradora presta aos seusparceiros e aos seus clientes. No caso dosseguros de saúde, isso é especialmenteverdade dada a natureza do que está a se-gurar-se, a saúde da pessoa, e a frequên-cia de “momentos de verdade”. A marcaMédis foi, durante muitos anos, sinónimode seguro de saúde, imagem alicerçadaem fatores como ino vação, qualidade,abrangência e comunicação. Atualmente,com a maturidade do mercado, é sobretu-do a qualidade de ser viço que faz a dife-rença. Esse é um valor que par tilhamos.

ZURICH PORTUGAL“A parceria com a Médisdeveu-se, sobretudo, às suas experiência e inovação.” PAULO ARANHA, diretor da área dedesenvolvimento de soluções de mercado

1. Como encar a a e xperiência de venderum produto de uma outra seguradora?A Solução Zurich Saúde nasce da parce-ria efetuada entre a Zurich e a Médis, se-

guradores de grande tradição e de fortepresença no mercado por tuguês, reco-nhecidos pela qualidade dos seus ser vi-ços, e que v em completar a of erta deproteção aos clientes Zurich. A decisãode uma parceria com a Médis de veu-sesobretudo às suas experiência e ino va-ção no mercado dos seguros tr adicio-nais, ao serviço de qualidade que ofere-ce aos seus clientes e à gestão eficazpreconizada no slogan “deixe que aMédis cuide de si” . A Zurich está emPortugal há 93 anos, destacando-se co-mo um dos principais segur adores, comuma oferta alargada de serviços e segu-ros para os mercados particular e empre-sarial. Os nossos clientes estão no centrode tudo o que fazemos, o que significaque antecipamos e compreendemos assuas necessidades e estamos orientadospara responder a essas prioridades e, naMédis, encontrámos o mesmo nív el decompromisso. A filosofia da Médis e agestão e os valores muito pró ximos aosda Zurich foram um impulsionador natu-ral para a criação desta parceria que jádura há quatro anos e que avaliamos deforma muito positiva.2. O que é que o produto Médis traz de no-vo à oferta da Zurich?Com este acordo de distribuição, quere-mos aumentar a of erta de soluções pelaZurich. Os nossos clientes ter ão acesso auma ampla e ele vada gama de soluções,sempre através de um agente Zurich.3. Como descreve a experiência de venderMédis?Tem sido muito gr atificante para ambasas partes, consubstanciando-se numa si-nergia constante entre dois grandes segu-radores. Compreendemos a dinâmica, omodelo de negócio e o método de gestãoda Médis, o que nos conduz a um nív elde compromisso que beneficia os nossosclientes comuns.4. Quais os pontos fortes da oferta Médis?As vantagens da solução ZurichSaúde/Médis assentam na rede médicacom cobertura nacional disponibilizadaaos seus clientes e constituída por maisde 5.300 prestadores de cuidados de saú-de, numa linha telefónica permanente deinformação, aconselhamento e encami-nhamento em cuidados de saúde assegu-rado por enfermeiros especializados, nu-ma rede complementar de saúde ebem-estar que garante a obtenção de des-contos em entidades que têm acordoscom a companhia de seguros, numa redede segundas opiniões constituída por es-pecialistas de reconhecimento internacio-nal e numa rede de check-ups, para alémde acordos com diversas instituições hos-pitalares internacionais, e ainda na redeinternacional Ask Best Doctors.

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roadON THE road

esponder às necessidades familiares foi o obje-tivo da Porsche ao desenvolver o Panamera,onde, para além das quatro portas, há espaçosuficiente para quatro adultos viajarem em “clas-

se executiva” num habitáculo requintado pela nobreza dosmateriais e pela qualidade geral de construção. O Panameraé um grande familiar e, apesar do seu caráter desportivo, nãofoi esquecida a volumetria da bagageira, capaz de responder àsexigências de quem “muda de casa” quando vai para férias.O mercado europeu foi conquistado pelos diesel e a marca deEstugarda teve de ser pragmática: se não podia vencer a concor-rência apenas com o argumento de muita potência e elevadas performances, juntou-se à maioria ecometeu aquilo que muitos indefetíveis“porschistas” consideram um sacrilégio,adotou um motor V6 diesel.

POLITICAMENTE CORRECTOComo em tudo na vida, há quem critiqueo “pecado” e há quem aplauda a decisão,mas, em tempos em que motores como oV8 de 550 cv do Panamera Turbo são olha-dos como politicamente incorretos, aPorsche necessitava de argumentos paraafirmar a necessidade de reduzir a emissão de poluentes e mesmoos mais críticos têm de admitir que o Panamera Diesel é fiel à tra-dição da marca. Podem argumentar que a sua potência máxima nãovai além dos 250 cv, mas também é necessário sublinhar que a gran-de elasticidade garantida pelo binário de 500 Nm, disponível entreas 1.750 e as 2.750 rpm, é um garante da agradabilidade de condu-ção e de respostas rápidas à mínima solicitação do acelerador. Para

além disso, a Porsche reivindica um consumomédio de (apenas) 6,5 l/100 km, o que, se podenão ser assim tão relevante para quem compraum destes modelos, acaba por ser demonstra-

tivo da excelência do trabalho tecnológico desenvolvido.

O ADN NÃO ENGANAUm Porsche sempre foi sinónimo de prazer de condução e se,neste caso, a velocidade máxima (242 km/h) não deslumbra e aacelerações de 0 a 100 km/h (6,8 s) não impressionam, não pode-mos esquecer-nos que estamos face a um familiar com quase 1,9

R

O Panamera passou a contar comum motor V6 diesel, mas mantémo caráter desportivo que faz partedo ADN da Porsche, num modelofeito à medida da família Por Rui Faria

Porsche Panamera

PARA FAMÍLIASAPRESSADAS

O Panamera Diesel não é umsuper desportivo, mas não há dúvidasde que é um familiar,dinâmico e agradávelde conduzir

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toneladas e que, mesmo assim, é capaz de garantir umacondução dinâmica.A caixa de oito velocidades Tiptronic S+ faz milagres.Oferece os modos Sport e Sport Plus, que permitem alte-rar a rapidez das passagens de caixa, os parâmetros defuncionamento da direção, tornando-a mais incisiva, omesmo acontecendo com a resposta ao acelerador,enquanto que o sistema de gestão pneumática de amor-tecimento da suspensão (PASM), proposto em opção, écapaz de alterar a rigidez da suspensão de acordo com oestilo de condução.Em face de tudo isto, é fácil concluir que o PorschePanamera Diesel não é um super-desportivo, mas não hádúvidas de que é um familiar extremamente dinâmico eagradável de conduzir por qualquer chefe de família maisapressado, surgindo como uma alternativa bem diferentedas que são enunciadas por modelos como o Audi A8, oBMW Série 7 ou o Mercedes Classe S.

PORSCHE PANAMERA DIESELMOTORTipo V6 diesel, longitudinal, dianteiroCilindrada (cc) 2.967Potência máxima (cv/rpm) 250/3.800-4.400Binário máximo (Nm/rpm) 500/1.750-2.750

PERFORMANCESVelocidade máxima (km/h) 2420 a 100 km/h (s) 6,8Consumo (l/100 km)Urbano/Extra-urbano/Combinado 8,1/5.6/6.5Emissões de C02 (g/km) 172

DIMENSÕESComprimento/Largura/Altura (mm) 4.970/1.931/1.481Entre-eixos (mm) 2.920Pneus frente/trás 245/50ZR18-275/45ZR18Capacidade do depósito (l) 80Capacidade da bagageira (l) de 445 a 1.263

PREÇO (¤) desde ¤ 104.299

INOVAÇÃOO Panamera é um

modelo que já faz parteda história da Porsche.

É o primeiro quatroportas desenvolvidopela marca fundada

por Ferry Porsche.

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página

A ARTE DE

ÚLTIMA

A ARTE DE VIAJAR“Montre-moi tes bagages et je tedirai qui tu es” (“mostra-me atua bagagem e eu dir-te-eiquem és”) foi uma frasepublicitária utilizada pela LouisVuitton nos anos 20 do séculopassado, uma época em que oMundo vivia o frenesim dasgrandes viagens, alimentadopelo desafio de destinos maisou menos exóticos. Eramtempos em que o luxo eraostentado sem pudores e osgrandes viajantes mostravamnas suas bagagens as etiquetasdos hotéis onde iam ficandohospedados.“Os jornalistas interessavam-sedesde há muito tempo poralgumas malas cobertas deetiquetas”, referia Gaston-LouisVuitton ao Journal desCollectionneurs et desChercheurs de Curiosités, em 15 de fevereiro de 1956. “Eles citaram uma mala quepartiu com o seu proprietário a8 de julho de 1911 e regressouem 1912, depois de teratravessado Áustria, Alemanha,França, Inglaterra, América,Havai, Nova Zelândia, Austrália,Filipinas, Hong Kong, China,

Coreia, Japão, Sibéria e aRússia. É uma volta ao Mundo.”

TRADIÇÃO LOUIS VUITTONGaston sabia do que falavaporque conhecia a empresafundada pelo seu avô, Louis,que se afirmou como imagemde marca no campo do luxo,produzindo as bagagensindispensáveis para os ricosviajantes da época. Foi umatradição que continuou notempo de George, pai deGaston, antes de ele próprioassumir o controlo daempresa familiar cujo nomeficou para sempre associado agrandes viagens e grandesviajantes.Gaston-Louis Vuitton tambémfoi um viajante. Bibliófilocompulsivo, foi reunindo umagrande coleção de etiquetas dehotel que, hoje, é constituídapor mais de 3 mil exemplarese está guardada na empresa.Desta grande coleção, têmsurgido coffrets que a LouisVuitton tem vindo acomercializar, o último dosquais reúne trinta etiquetasadesivas, evocando a arte deviajar noutros tempos e

recuperando assim grandeshotéis do Mundo.

CÓDIGO SECRETOSe as bagagens do início do século passado eram umaforma de exibicionismo quecontrasta com a discriçãoassumida pelos grandesviajantes atuais, tambémserviam como um modo decomunicação secreta entre osporteiros e os bagageiros dosgrandes hotéis, transmitindomensagens através da maneiracomo e onde eram coladas asetiquetas em cada mala. Destaforma, ao mesmo tempo queas etiquetas indicavam poronde o seu proprietário tinhaandado, também diziam se eleera generoso nas gorjetas,mau, desagradável mas bom,iniciado sem grandeexperiência a viajar ou até

profundamente desagradável.Estas mensagens foram sendomais ou menos descodificadas,tendo sido alvo de artigospublicados em jornaisparisienses da época. Por estase por outras, não há dúvida de que as bagagens permitiamque se soubesse muito sobre a personalidade do seuproprietário e sobre aquilo que mais interessava aosbagageiros dos maiores hotéisdo Mundo...

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VIAJAR

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