PLANO DE AÇÃO DO GRÊMIO ESTUDANTIL DO COLÉGIO … · 2012-02-10 · Daniele Maria Bordini...

53
1 1 APRESENTAÇÃO O papel fundamental da educação no desenvolvimento das pessoas e das sociedades, aponta para a necessidade de se construir uma escola voltada para a formação do cidadão e para o exercício da cidadania. Vivemos numa era marcada pela competição e pela busca da excelência, na qual progressos científicos e avanços tecnológicos definem novas exigências para os jovens, tanto na sua inserção social, quanto profissional. Tal demanda, impõe um trabalho da comunidade escolar como um todo, buscando aperfeiçoar os processos críticos que norteiam a formação cidadã, onde a consciência, ética e responsabilidade, através de reuniões, debates, palestras com as instâncias colegiadas, que contribuem para encontrar mecanismos necessários, objetivando a superação de problemas que impedem a consecução dos objetivos educacionais. Nesta perspectiva, é necessário aperfeiçoar a implementação do conjunto de estratégias definidas no plano global da Escola, conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/96. Para tanto, é necessário ter clareza quanto ao papel desta instituição de ensino e quanto aos objetivos a serem alcançados. Além disso, se faz necessário desenvolver um trabalho reflexivo escola-família, para que cada um possa cumprir seu verdadeiro papel. Assim, a escola oportuniza para que o conhecimento aprendido gere maior compreensão, integração e inserção na sociedade, pois, nossa prática escolar está comprometida com a interdependência escola-sociedade, que tem como objetivo situar nossos educandos como cidadãos desde o primeiro dia da sua escolaridade. Desta forma, o sentido e o significado da aprendizagem precisam ser evidenciados pelos pela Equipe Pedagógica e Professores envolvidos no processo ensino-aprendizagem, em cada etapa da vida escolar do aluno, possibilitando-lhe a formação de conceitos e valores sobre o significado da aprendizagem durante sua vida, estimulando os alunos o compromisso e a responsabilidade com a própria aprendizagem. Mas, para isto, é preciso valorizar os docentes como profissionais que tenham como norte de sua prática pedagógica a práxis e, assim, reflitam sobre ela visando a superação das suas dificuldades e contradições. Em conseqüência, deverão ser valorizados também como produtores e mediadores do conhecimento socialmente produzido.

Transcript of PLANO DE AÇÃO DO GRÊMIO ESTUDANTIL DO COLÉGIO … · 2012-02-10 · Daniele Maria Bordini...

1

1 APRESENTAÇÃO

O papel fundamental da educação no desenvolvimento das pessoas e das

sociedades, aponta para a necessidade de se construir uma escola voltada para a

formação do cidadão e para o exercício da cidadania. Vivemos numa era marcada

pela competição e pela busca da excelência, na qual progressos científicos e

avanços tecnológicos definem novas exigências para os jovens, tanto na sua

inserção social, quanto profissional. Tal demanda, impõe um trabalho da

comunidade escolar como um todo, buscando aperfeiçoar os processos críticos que

norteiam a formação cidadã, onde a consciência, ética e responsabilidade, através

de reuniões, debates, palestras com as instâncias colegiadas, que contribuem para

encontrar mecanismos necessários, objetivando a superação de problemas que

impedem a consecução dos objetivos educacionais.

Nesta perspectiva, é necessário aperfeiçoar a implementação do conjunto

de estratégias definidas no plano global da Escola, conforme a Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/96.

Para tanto, é necessário ter clareza quanto ao papel desta instituição de

ensino e quanto aos objetivos a serem alcançados. Além disso, se faz necessário

desenvolver um trabalho reflexivo escola-família, para que cada um possa cumprir

seu verdadeiro papel. Assim, a escola oportuniza para que o conhecimento

aprendido gere maior compreensão, integração e inserção na sociedade, pois,

nossa prática escolar está comprometida com a interdependência escola-sociedade,

que tem como objetivo situar nossos educandos como cidadãos desde o primeiro dia

da sua escolaridade. Desta forma, o sentido e o significado da aprendizagem

precisam ser evidenciados pelos pela Equipe Pedagógica e Professores envolvidos

no processo ensino-aprendizagem, em cada etapa da vida escolar do aluno,

possibilitando-lhe a formação de conceitos e valores sobre o significado da

aprendizagem durante sua vida, estimulando os alunos o compromisso e a

responsabilidade com a própria aprendizagem.

Mas, para isto, é preciso valorizar os docentes como profissionais que

tenham como norte de sua prática pedagógica a práxis e, assim, reflitam sobre ela

visando a superação das suas dificuldades e contradições. Em conseqüência,

deverão ser valorizados também como produtores e mediadores do conhecimento

socialmente produzido.

2

Assim, a reelaboração deste Projeto Político Pedagógico, está pautado na

conformidade da Lei n° 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional),

que segundo o artigo 1º, “a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na

vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos

movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”; e segundo

os artigos 12 e 14, “é dever da escola elaborar e executar sua proposta pedagógica,

devendo haver participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto

pedagógico”. Assim sendo, vem provocando debates à respeito da função da escola

e reflexões sobre o que, quando, como e para que ensinar e aprender, tendo o

envolvimento de toda a comunidade escolar.

2 INTRODUÇÃO

2.1 IDENTIFICAÇÃO

Nome: Colégio Estadual Itacelina Bittencourt – Ensino Fundamental e Médio.

Código da Escola: 00026 – Código do Município: 0550. Endereço: Rua Campinas, nº

231 – CEP: 87200-000. CIDADE: Cianorte - Estado: Paraná. E-mail:

[email protected]

2.2 Aspectos históricos do Colégio Estadual Itacelina Bittencourt

Sendo a primeira escola do município de Cianorte, foi inaugura

da em 1955 e aprovada pelo Decreto nº 2687/76 de 23/12/1976. O seu nome foi

dado em homenagem à educadora e professora: “Itacelina Teixeira Bittencourt”.

Em 1955, Cianorte se destacava no Vale do Ivaí por seu progresso, devido,

principalmente, aqueles que desbravaram estas terras e fizeram desta região sua

moradia. A expansão da cultura cafeeira na região, proporcionou um crescimento

acelerado. Desta forma, por estar crescendo rapidamente, economicamente e

demograficamente, a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, juntamente com

seus moradores, sentiram a necessidade de criar uma escola.

Duas salas de aula foram construídas pela referida Companhia, situadas na

Rua Piratininga esquina com a Rua Abolição. Os móveis, em sua maioria, foram

3

doados pela Companhia Melhoramentos do Paraná e uma parte foi confeccionada

pelos próprios pais dos alunos.

As aulas tiveram início com a participação de 105 alunos distribuídos na 1ª,

2ª, 3ª e 4ª série, sendo que esta última contava com apenas 4 alunos, contando com

mais um aluno transferido de outra localidade no meio do ano. Os primeiros

formandos da 4ª série foram: José Ramos Filho, Norival Cândido Machado, Joaquim

Neto Campos, Koiti Shinohara e Rubens Gallo.

Dois meses depois, a Escola foi registrada na SEED, com o nome de Casa

Escolar Cianorte, pertencente à Inspetoria Auxiliar de Peabiru.

O número de alunos crescia vertiginosamente e a Casa Escolar necessitou

de expansão física, passando a ter salas de aula funcionando em vários salões da

nossa comunidade.

No ano de 1960, houve a inauguração do prédio atual, na qual estiveram

presentes o Governador da época, Moisés Lupion, o Secretário da Educação e

Cultura, Nívon Weigert, além de várias autoridades municipais, dentre elas, o

Prefeito Antonio Rodrigues Mota, que muito lutou pela construção do novo

Estabelecimento de Ensino. A bênção religiosa foi dada pelo Padre Luiz Mark.

O prédio inaugurado contava com apenas 06 salas de aula.

Essa capacidade física, no entanto, não dava para atender a demanda da matrícula,

sendo necessário, até o final do ano de 1963, continuar funcionando salas de aula

em salões alugados pela Prefeitura Municipal: 10 salas de aula na Avenida Lovat

(atual Souza Naves) e 04 salas na Avenida Goiás.

No início de 1964, com a criação da Escola de Aplicação (atual Escola

Princesa Izabel – Ensino Regular e Supletivo de 1º Grau), houve desmembramento

das turmas, e esse Estabelecimento passou a funcionar com todas as turmas em

seu próprio prédio.

A Casa Escolar Cianorte passou à categoria de Grupo Escolar através do

Decreto nº 7.457/62 de 20 de Março de 1962, com a denominação de Grupo Escolar

Itacelina Bittencourt, atendendo até 1972 a clientela escolar de 1ª a 4ª série.

Em 1973, com a Lei nº 5.962/71 (Reforma de Ensino), o Grupo Escolar

passou a implantar gradativamente o ensino de 5ª a 8ª série.

Em 1976, foi autorizado o funcionamento do Curso de 1º Grau – Supletivo

Fase II, conforme a Resolução nº 425/76 da SEED.

4

O Grupo Escolar Itacelina Bittencourt foi reorganizado conforme preconiza a

Lei 5.692/71, através do Decreto nº 2.687 de 21 de Dezembro de 1976, passando a

denominar-se: Escola Itacelina Bittencourt – Ensino Regular e Supletivo de 1º Grau.

Em 1989, passou a atender o Ensino Especial com as modalidades:

- D.M. – autorizado pela Resolução 1735/91;

- D.A . – autorizado pelas Resoluções 703 e 704/87;

- D.V. – autorizado pela Resolução 205/90.

Neste ano, houve a implantação da Sala de Recursos – Área de Deficiência

Mental e Distúrbios de Aprendizagem, autorizado a funcionar conforme Resolução

727/99.

Em 1993, com o aumento da clientela, a pedido da comunidade houve a

autorização para o funcionamento do Ensino de 2º Grau Regular, com o curso de 2º

Grau – Educação Geral (Preparação Universal), pela Secretaria de Estado da

Educação, pela Resolução nº 525/93.

Em 1998 houve o reconhecimento do 2º Grau conforme Resolução nº

3.814/98.

Em 1999, com a adesão ao PROEM (Programa de Expansão, Melhoria e

Inovação no Ensino Médio), conforme a nova Lei de Diretrizes de Bases – Lei nº

9.394/96, passou-se a ofertar o Ensino Médio, conforme Resolução 3.120/98. De

acordo com o disposto nº 178 da Constituição Estadual do Paraná, o Colégio

atendeu um total de 1660 (um mil, seiscentos e sessenta) alunos, com a

denominação de Colégio Estadual Itacelina Bittencourt – Ensino de 1º e 2º Graus.

Em 2001, houve a municipalização de 1ª a 4ª série, conforme Resolução nº

900/99 de 25 de fevereiro de 1999. No mesmo prédio instituiu-se a Escola Municipal

Liomar Gomes, tendo o seu setor administrativo separado.

Hoje, o Colégio Estadual Itacelina Bittencourt - Ensino Fundamental e Médio

atende alunos de 5ª a 8ª séries e Ensino Médio, e tem como um dos seus

princípios a Gestão democrática e colegiada da Escola.

5

2.2.1 Quadro de Pessoal

Nome Função Formação EspecializaçãoAdriana Pereira da Silva Professora Português/Inglês XAlecsandro Favaro Professor Ciências/Matemática XAna Cristina Korb Calado

Marin

Professora

Andréia Agueda Magron Professora QuímicaAngelina Aparecida

França Faria

Aux. Serviços Gerais Ens. Médio Completo --------

Antônia Batista Aux. Serviços Gerais Ens. Médio Completo --------Antônio Ângelo Sanfelice Professor Ciências/Matemática XAntônio Graciano Trintin Professor História XAntônio Menegueti Aux. Serviços Gerais Ens. Fund. Completo --------Cassio José Zoz Professor Geografia XCícera Martins Vanderlei Aux. Serviços Gerais Ens. Fund. Completo --------Cirilo Caldeira Aux. Serviços Gerais Ens. Fund.

Incompleto

--------

Cirlene Souza Alves Professora Matemática XClaudinez Limeira Professor Matemática XCláudio Cesar do

Nascimento

Professor Educação Física Cursando

Daniela Fernanda

Penasso

Assistente de

execução/

Laboratorista

Ciências Biológicas-

Biotecnologia

--------

Daniele Maria Bordini Professora CiênciasDavi Vieira de Lima Técnico

Administrativo/

Bibliotecário

Ciências Contábeis/

Pedagogia

X

Deina Lira Baggio Professora Ciências/Matemática XDenise Pereira Valle Professora Letras -

Inglês/Literatura

X

Dircelei Ferreira

Gonçalves

Professora Matemática X

Eliza Aparecida Belon Professora Geografia XEny Leda Lys Madeira

Evaristo

Secretária Educação Artística X

Estelina Antonia Nardo

Gonçalves

Professora Letras Anglo X

Fabiana Jorge ProfessoraFalina Ana Ferrari

Franchetti

Aux. Serviços Gerais Ens. Fund.

Incompleto

--------

6

Fátima Aparecida Martins

Dalsico

Professora Geografia

Fernando Eduardo

Forcato

Assistente de

Execução/Laboratori

sta

Química X

Gilce Vicente Teixeira Professora Educação Física XGislene Aparecida Ruiz Professora Português/Inglês XIsanete Maria de Souza

Gonçalves

Professora Português/Inglês X

Ivone Maria Brita da Silva Professora Pedagogia XIvonete de Jesus Costa Professora Intérprete Ens. Médio Completo

Curso de Intérprete

--------

José Aparecido de Souza Professor Filosofia MestradoJosé Augusto Semente Técnico

Administrativo/

Bibliotecário

Cursando 3º Grau --------

Jussara Alves Rodrigues

Bueno

Professora Intérprete Psicologia X

Leia Danciger de

Magalhães

Técnico

Administrativo

Ciências/Biologia X

Leonice Salvador Ruiz Professora GeografiaLeonilda de Jesus Souza Aux. Serviços Gerais Ens. Fund.

Incompleto

X

Lisete Regina Birck Técnico

Administrativo

Língua Portuguesa --------

Lourdes de Lima Mazini ProfessoraLuciene Maria Anversi Professora Ciência/Matemática XLucivania Garosi Professora Letras XLucinete Aparecida

Ribeiro Ventaja

Professora Língua Inglesa

Marcelia Neves Professora Pedagogia XMarcelo de Azambuja

Bortolotto

Professor História X

Marcos Trindade Moreira Professor Química XMaria Adalgisa de Lima Professora Letras -

Inglês/Literatura

X

Maria Ana Müller Professora Química XMaria Aparecida de Lima

dos Santos

Aux. Serviços Gerais Ens. Fund. Completo --------

Maria da Silva Barbosa Aux. Serviços Gerais Ens. Fund.

Incompleto

--------

7

Maria Inês de Souza

Hespanhol

Professora

Pedagoga

Pedagogia X

Maria Aparecida Linhares

Pereira

Professora Ciências/Biologia X

Maria Aparecida Lopes

da Silva

Professora História X

Maria Lúcia Castilho Técnico

Administrativo

Pedagogia --------

Maria da Glória Costa

Silva

Professora Ciências Biológicas X

Marli Candido Pereira Professora Ciências/Matemática XMarina Aparecida Marcon

Batista

Direção Letras -

Inglês/Literatura

X

Meire Sebastiana dos

Santos Rodrigues

Professora

Pedagoga

Pedagogia X

Melissa Santana Nestorio Professora Português/Inglês XNeuza Marqui

Vendrameto

Direção Auxiliar/

Técnico

Administrativo

Ciências/Biologia X

Osni Dias de Andrade Professor Ensino Religioso --------Pedro Liberati Aux. Serviços Gerais Ens. Fund.

Incompleto

---------

Regina da Conceição

Vinhais

Técnico

Administrativo

Pedagogia ---------

Rosely Fraga Antonietti

Pascotto

Professora Educação Física X

Rosimari Silvério Candido

Martins

Professora Letras X

Rosimeire Castilho Professora Português/Inglês XSandra Mara Poiani de

Medeiros

Professora Educação Física X

Silamara Aparecida

Rosseto Lima

Professora Geografia X

Silvana Biolo Professora

Pedagoga

Pedagogia

Silvana de Aquino Professora Geografia --------Silvia Regina Blinder Professora Letras XSilvia Tereza Juliani

Brandt

Professora Ciências/Matemática X

Sinézio Rodrigues dos Professor

8

SantosSolangela Maria

Casavechia Montovanelli

Professora Estudos Socias/

Geografia

X

Soraya Jundi Professora Lingüística --------Sueli de Fátima Góis

Pereira

Professora Ciências/Matemática X

Valéria Cristina dos

Santos

Professora Letras/Espanhol X

Valéria Regina Ferrari

Arruda

Professora Ciências/Biologia X

Vandeci Rodrigues

Martins

Aux. Serviços Gerais Ens. Médio Completo --------

Veronice de Paula

Barbosa Seyboth

Professora Educação Artística X

2.2.1.1 Itacelina Teixeira de Bittencourt – A Mestra do Paraná

Dados Biográficos: nascida em 04 de fevereiro de 1.886, em Curitiba, Estado do

Paraná. Seus genitores: Desembargador Francisco Itacelino Teixeira e Senhora Adelaide

Mueller Teixeira. Casou-se com o químico industrial e funcionário público federal Senhor

Dâmaso Correia de Bittencourt. Dessa união nasceram três filhos: Maria Adelaide,

Damaso e Deloh. Após a aposentadoria, transferiu sua residência para a cidade de

Santos, no Estado de São Paulo, vindo a falecer em 21 de junho de 1.938. Foi sepultada

na cidade de Santos, e mais tarde foi transladada para o Cemitério de São Paulo, na

cidade de São Paulo.

Educação e Magistério: Itacelina Teixeira de Bittencourt foi mestra daquelas que

produzem modelo a ser imitado. Era já figura da educadora que, em passado recente,

mostrava o papel da escola e do professor., sendo reclamado por uma sociedade que

também a cada instante, se torna mais exigente.

2.2.2 Espaço Físico

O Colégio Estadual Itacelina Bittencourt dispõe de um espaço físico próprio,

compartilhado com a Escola Municipal Liomar Gomes. Esse espaço é composto por

9

23 salas de aula, sendo 18 salas utilizadas e uma adaptada do Colégio Itacelina;

uma sala utilizada e três adaptadas da Escola Liomar Gomes. Dispõe ainda de

dependências como: diretoria, secretaria, sala de coordenação pedagógica, sala de

professores, sala de hora/atividade, sala de vídeo e tv, sala de recursos, sala de

leitura, sala de apoio pedagógico, laboratório de informática, laboratório de ciências,

física e química, cozinha, cantina, refeitório, biblioteca, quadra desportiva coberta,

quadra desportiva descoberta, depósito de alimentos, almoxarifado, sanitários e

lavanderia.

2.2.3 Oferta de cursos

O Colégio oferta duas modalidades de ensino: o Ensino Fundamental, de 5ª

à 8ª séries e o Ensino Médio, de 1ª à 3ª séries.

No período matutino, ofertam-se os Ensinos Fundamental e Médio, com

início das aulas às 7h 30min e término às 12 horas. No período vespertino, oferta-se

o Ensino Fundamental, com início das aulas às 13h 30min e término às 18 horas. No

período noturno, oferta-se o Ensino Médio, com início das aulas às 19h e término às

23h.

2.2.4 Organização Escolar

Total de alunos matriculados no Estabelecimento: 1042

Total de Turmas: 31

10

Ensino Fundamental

Período

Matutino

Série Nº de Turmas

Total de Alunos

6ª 05 1627ª 03 1088ª 04 145

Total período matutino12 415

Período

Vespertino

Série Nº de Turmas

Total de Alunos

5ª 05 1586ª 01 33

Total período Vespertino06 191

Total Geral Ensino Fundamental18 606

Ensino Médio

Período

Matutino

Série Nº de Turmas

Total de Alunos

1ª 03 922ª 02 803ª 01 35

Total período matutino06 207

Período

Noturno

Série Nº de Turmas

Total de Alunos

1ª 01 432ª 02 783ª 02 66

Total período Noturno05 187

11

Total Geral Ensino Médio11 394

Ensino Médio/CELEM - Espanhol

Período VespertinoSérie Nº de

Turmas

Total de Alunos

1ª 01 17Período Noturno 2ª 01 25Total Geral de Espanhol 02 31

2.2.4.1 Calendário Escolar

O colégio adota o regime de seriação anual considerando período letivo

aquele cuja duração mínima não será inferior a 200 dias e 800 horas de 60 minutos.

De acordo com o documento do Ministério da Educação (MEC) - Conselho escolar e

o aproveitamento significativo do tempo pedagógico (2004, p. 18),

A jornada escolar no Ensino Fundamental incluirá 04 horas de trabalho efetivo em sala de aula, ou seja, trata-se de 240 minutos diários, no mínimo. Há ressalvas nos casos noturnos e outras formas mencionadas no art. 34, § 1º. Mesmo nessas situações, às 800 horas anuais deverão ser cumpridas.

O calendário escolar, de acordo com as disposições dos órgãos normativos,

fixará:

- Início e término do ano letivo;

- Época de planejamento;

- Dias determinados para reuniões do Conselho de Classe e outros órgãos

colegiados;

- Período de férias para professores e alunos.

Anualmente, uma cópia do calendário escolar é enviada ao órgão

competente para efeito de inspeção, verificação e homologação.

A capacitação de professores e funcionários é prevista no calendário em

dois momentos distintos: início do 1º semestre e início do 2º semestre. Além disso,

os professores participam de outros cursos concernentes à área do conhecimento

em que atuam, entre outros, relacionados à educação, datadas pela SEED. No

entanto, cabe ressaltar a carência de cursos para funcionários.

12

Para os alunos, há uma oferta de participação em feiras de ciências, eventos

e mostras culturais, oficinas, campeonatos desportivos, concursos, etc., que

possibilitam o aprendizado prático, intercâmbio com outros alunos, a interação com

professores, se apresentando com ótima oportunidade para o desenvolvimento de

relações sociais e formação de cidadania.

3 OBJETIVOS GERAIS DA ESCOLA

De acordo com a LDB, o Colégio tem como objetivo geral oportunizar aos

seus estudantes o acesso aos conhecimentos produzidos historicamente pela

humanidade, assegurando-lhes a formação do cidadão.

3.1 ENSINO FUNDAMENTAL

- Desenvolver a capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno

domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

- Compreender o ambiente natural e social do sistema político, da cidadania, da

ética, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

- Desenvolver a capacidade de aprendizagem tendo em vista a aquisição dos

conhecimentos e habilidades, a formação de atitudes e valores e o desenvolvimento

do pensamento crítico;

- Fortalecer os vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e a tolerância

recíproca em que se assenta a vida social;

- Desenvolver a consciência de que a disciplina é necessária dentro e fora da

escola;

- Compreender que a escola é um local preparado para aquisição e aprimoramento

dos conhecimentos, o que requer o esforço participativo dos alunos.

3.2 ENSINO MÉDIO

- Consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental,

possibilitando o prosseguimento de estudos;

13

- Preparar-se para o mundo do trabalho, aperfeiçoar sua cidadania, continuar

aprendendo, de modo a edificar seus conhecimentos posteriores;

- Formar o educando como pessoa humana, o que inclui a ética e o desenvolvimento

da autonomia intelectual;

- Compreender os fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos,

relacionando a teoria com a prática no ensino de cada disciplina;

- Buscar sempre o processo de aperfeiçoamento, tendo a informação e o

conhecimento como alicerces para a sua vida;

- Respeitar a si mesmo e ao próximo.

4 MARCO SITUACIONAL

4.1 DESCRIÇÃO DA REALIDADE BRASILEIRA, DO ESTADO, DO MUNICÍPIO E

DA ESCOLA

Pensar na realidade brasileira nos remete a alguns pontos, como: situação

sócio-econômica, cultural e educacional.

No que concerne à realidade sócio-econômica, o Brasil é marcado pela

desigualdade social, o que levar a um dos maiores índices mundiais de injustiças

sociais. Essa constatação pode ser verificada pelo Índice de Desenvolvimento

Humano (IDH) brasileiro. Segundo o Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento (PNUD), o desempenho do Brasil na área da educação freou o

desenvolvimento humano do país no início do século XXI. No último relatório

divulgado pelo PNUD, no ano de 2006, a evolução do índice de desenvolvimento

humano do Brasil entre os anos de 2000 e 2004, foi a pior desde 1975, ano que se

iniciou a comparação história fornecida pelo estudo.

Porém, a economia brasileira é uma das maiores do mundo, o que significa

afirmar que o grande problema encontra-se numa má distribuição de rendas e na

necessidade de romper com os interesses das grandes organizações,

especialmente, das transnacionais, bancos e governos. Assim, no relatório do

PNUD, a desigualdade social é apontada como principal entrave entre o crescimento

econômico além de ser socialmente desestabilizadora. O Brasil aparece como 8ª

nação, entre 128 países que tiveram essa variável avaliada pelo Relatório de

Desenvolvimento Humano da ONU 2006, que apresenta a maior desigualdade do

mundo.

14

No aspecto cultural, o Brasil é um dos países com maior diversidade cultural,

proporcionada pelas diversas etnias, pela colonização e pela extensão territorial.

Porém, há alguns mitos, tais como: o mito da democracia racial e o mito de que as

culturas coexistem pacificamente (sem discriminação).

Também há fenômenos que se tornaram “culturais”, isto é, as pessoas

assimilaram como se fosse natural, como, por exemplo, a corrupção generalizada e

o “jeitinho brasileiro”.

Na área educacional, os dados estatísticos divulgados anualmente pelo

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), demonstraram ser a

educação brasileira, comparada a outros países, defasada, carente de investimentos

e uma fotografia da realidade brasileira. Na educação básica, esta realidade se

agrava, a ponto de um estudante não conseguir ler, escrever e interpretar um texto

básico. Este fato é prova do pouco investimento público na educação, somado à

realidade sócio-econômica do país. O que se percebe é que os cortes orçamentários

são sempre direcionados a dois setores: educação e saúde.

Os governos têm transferido muitas de suas responsabilidades para a iniciativa

privada, para a sociedade, a escola e a família, sem, ao menos, oferecer condições

favoráveis para que esses organismos exerçam efetivamente seu papel. Resumindo,

é a política neoliberal.

O Paraná, como um dos Estados da Federação, não difere muito da

realidade brasileira. Os problemas são os mesmos, mas com intensidade menor. Da

mesma forma como acontece com a União, o Estado necessita ampliar o

investimento na Educação.

O município de Cianorte, como parte integrante da realidade do Brasil e do

Paraná, sofre as conseqüências das políticas educacionais vigentes no país e no

Estado. É nesse contexto que está situado o Colégio Estadual Itacelina Bittencourt,

que conta atualmente com 1042 alunos matriculados e freqüentes, distribuídos nos

períodos da manhã, tarde e noite.

Visando conhecer melhor seus estudantes, a equipe pedagógica do colégio

elaborou e distribuiu um questionário que contempla entre suas questões, perguntas

concernentes à situação sócio-econômica das famílias dos estudantes, onde, de

início, perguntas sobre o parentesco dos responsáveis ao aluno, situação de

emprego, renda familiar, moradia, entre outras, objetivou retratar a comunidade que

envolve a escola, possibilitando uma análise reflexiva sobre a postura a ser adotada

15

e ajudar na elaboração de práticas que melhor atendam a comunidade escolar.

Desta forma, conhecendo melhor a realidade cotidiana da comunidade escolar, é

possível integrá-la ao processo educativo, para que se possa alcançar uma

educação de qualidade e cidadãos aptos a atuar na sociedade.

No questionário aplicado, ficaram evidenciados os dados em forma de

gráficos:

Isto ratifica a nossa realidade, já que em nossas reuniões com a

comunidade, a mãe é a que mais comparece, logo, se responsabilizando mais pela

vida escolar do filho.

Na questão sobre emprego, buscou-se saber a relação de vínculos

empregatícios das famílias que fazem parte desta comunidade escolar. Os

resultados revelaram que:

16

Esses dados se conciliam com a realidade nacional, que vem mostrando

uma mobilidade de trabalhadores informais para o setor de prestação de serviços,

mostrando ainda o elevado índice de trabalhadores desempregados.

No que concerne à renda familiar, os dados mostram:

17

Com relação à moradia os resultados obtidos apontaram que:

18

Composição dessas famílias:

Isto evidencia que a família brasileira está diminuindo a sua composição.

Os dados sobre o nível educacional mostram que:

19

Esses dados comprovam que a escola está inserida num contexto em que

grandes desafios devem ser superados, principalmente em relação à

conscientização educacional responsável, onde o aluno e a sociedade vejam a

importância da escola em nossas vidas, tendo ainda, uma incansável busca por

projetos que envolvam todos na melhoria da educação e da sociedade como um

todo.

Com relação ao questionário elaborado para os alunos (as) e pais, quanto

ao grau de satisfação/insatisfação, tanto no nível de organização, quanto ao nível

pedagógico obteve-se os seguintes resultados:

• espaço físico: salas de aulas, refeitório, cantina, limpeza e conservação, 45%

conceito bom; quadra coberta, ótimo (50%); banheiros conceito ruim (50%);

• atendimento à comunidade escolar: direção, secretaria, equipe pedagógica,

professores(as) e funcionários(as) conceito bom (45% a 50%);

• processo ensino/aprendizagem: as aulas e sala de vídeo foram conceituadas

como boas,mantendo-se num percentual de (45%).

Frente aos dados obtidos, concluí-se que a problemática da escola consiste

no espaço

físico e na melhoria dos banheiros. Para reverter esta situação, vale iniciar um

projeto de conscientização dos alunos para a conservação do espaço físico escolar,

usufruindo de ambientes higiênicos e adequados, tendo espaços com infra-estrutura

20

adequada.. Nos espaços educativo-pedagógicos, há que se fazer implementações,

realizando a readequação do acervo bibliográfico.

4.2 HORA-ATIVIDADE

A hora-atividade dos professores é organizada em cronograma de

disciplinas, conforme instrução do Núcleo Regional de Educação. Esse é um

momento para que os professores desenvolvam e estruturem suas práticas teóricas

e práticas, bem como a reflexão da mesma.

Segunda-feira: Educação Física, Arte e Educação Artística.

Terça-feira: Língua Portuguesa, Inglês e Ensino Religioso.

Quarta-feira: Matemática e Física.

Quinta-feira: História e Geografia.

Sexta-feira: Ciências, Química e Biologia.

4.3 ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS PRESENTES NA PRÁTICA

DOCENTE: REFLEXÃO TEÓRICO-PRÁTICA (revisão feita até aqui).

Primeiramente devemos recordar que a prática docente reflete as

contradições e conflitos da sociedade como um todo. Por isso, vários aspectos são

relevantes para essa análise, tais como: o fato da maioria dos docentes terem

sofrido influências direta ou indireta, na sua formação acadêmica, do regime militar;

muitos vêm ou de uma formação tradicional ou de uma tecnicista; a educação

familiar passou por inúmeros conflitos entre o tradicional e o liberal, tendo o liberal

sido efetivado sob a forma extremista da libertinagem, ou seja, a “ditadura” dos pais

transformou-se em “ditadura” dos filhos.

Ademais, as condições sócio-econômicas não permitem ao alunado as

possibilidades reais de um completo aproveitamento escolar e, muito menos, as

condições salariais e de trabalho dos professores não permitem seu

aperfeiçoamento profissional e humano, interferindo negativamente em sua prática

docente.

Ao serem questionados à respeito da condução dos conflitos que surgem no

interior da sala de aula, relacionados ao procedimento e a discriminação, os

21

professores da disciplina de ciências, afirmaram que não é um problema tão

acentuado, pois acreditam que ao trabalhar determinados conteúdos, conduzem os

alunos à uma maior compreensão sobre as semelhanças e diferenças. No entanto,

percebem que o preconceito e a discriminação se acentuam em virtude das

condições sócio-econômicas.

Segundo análise realizada sobre o índice de aprovação e reprovação de

alunos, realizada sob realidade exposta no ano de 2005, verificou-se as dificuldades

e deficiências durante o processo de ensino-aprendizagem. Tendo como base o

relatório final, onde foi deita análise específica por séries e por disciplinas.

Expondo o índice de alunos aprovados e reprovados das turmas que

cursaram a 5ª série, verificou-se que:

Ao analisar os resultados de reprovação por disciplina nas turmas que

cursaram a 5º série, percebe-se que as maiores dificuldades surgem nas disciplinas

de Língua Portuguesa, Geografia e Ciências.

Com relação às turmas que cursaram a 6ª série, verificou-se:

22

Os resultados das turmas de 6ª série se acentuam, ao comparar com os da

5ª série, visto que, além das três disciplinas de Língua Portuguesa, Geografia e

Ciências, enquadram-se outras duas, sendo as de Matemática e Língua Inglesa.

Já as turmas de 7ª série, verificou-se que:

Com relação com as turmas de 7ª série, percebe-se que mantiveram as

disciplinas de Geografia, Ciências e Língua Inglesa, incluindo-se também a

Matemática, no grau de dificuldade.

Nas turmas de 8ª série, verificou-se que:

23

Assim, como já verificado nas séries anteriores, constata-se que as

disciplinas de Matemática, Ciências e Geografia se mantiveram no grau de

dificuldade, acrescentando a problemática para à disciplina de Desenho Geométrico.

Ao vermos os dados colhidos das turmas que cursaram a 1ª série do Ensino

Médio, verificou-se que:

Ao analisar os resultados da 1ª série do Ensino Médio, constata que amplia-

se o grau de dificuldades, estendendo-se para seis disciplinas, que são: Geografia,

Matemática, História, Física, Química e Biologia.

24

Das turmas que cursaram a 2ª série do Ensino Médio, verificou-se:

Nesta série, verifica-se que há um certo avanço na disciplina de Matemática

e Biologia, mantendo-se a dificuldade nas disciplinas de História, Química, Física e

Geografia, incluindo Língua Portuguesa.

Nas turmas da 3ª série do Ensino Médio, constata-se:

Ao comparar os dados das turmas da 1ª e 2ª séries, na 3ª série pode-se

concluir que há uma expressiva melhora no quadro geral de disciplinas, porém,

mantendo-se com um índice menor de reprovação, as disciplinas de Língua

Portuguesa, Física, Química e Geografia.

25

Quando analisamos os dados colhidos através de pesquisa junto aos

documentos do referente ano letivo, vemos que cerca de 33% alunos não foram

promovidos. Assim, necessitamos da criação da consciência da importância da

educação na vida de cada um e da sociedade como um todo.

Para reverter esta situação, foram criados mecanismos de incentivos aos

alunos. Entre eles, está a abertura e criação de uma Sala de Apoio e Sala

Recursos. As mesmas visam oportunizar aos alunos que não atingiram o nível de

desenvolvimento esperado para a série na qual se encontram, atendimento

diferenciado, onde busca-se desenvolver capacidades e habilidades básicas,

instrumentalizando-os para aprendizagens posteriores.

Como forma de incentivo à aprendizagem, o Grêmio Estudantil realiza

periodicamente, grupos de estudos com os alunos, com o intuito de ajudar na

aquisição de informações e conhecimentos que os mesmos não possuem. Por

serem realizados também nas semanas de avaliações, auxilia no estudo para tais,

pois estimula os alunos à criatividade e pesquisa.

5 MARCO CONCEITUAL

A educação é uma atividade que se caracteriza pelo estabelecimento de

metas e objetivos a serem atingidos. Ela não se manifesta como um fim em si

mesma, mas como um instrumento de manutenção ou de transformação social. Por

isso, necessita-se ter clareza sobre as concepções de sociedade (trabalho), de

mundo, de homem, de educação, de escola, de conhecimento, de ensino, de

aprendizagem e de avaliação.

A compreensão da sociedade passa, necessariamente, pela compreensão

da organização das relações sociais desenvolvidas a partir da relação social de

produção da existência humana. Esta produção só é possível devido à capacidade

reflexiva que só os seres humanos têm. Por meio dela, o homem pode apreender o

mundo real, bem como modificá-lo, ao transformar a natureza para a produção da

sua existência. Isto, só é possível devido à capacidade de “antecipar” mentalmente

os objetivos a que se quer chegar e a maneira pela qual o projeto idealizado será

desenvolvido. Ou seja, é a capacidade de planejar o trabalho antes de executá-lo. É,

portanto, por meio do trabalho que o homem se humaniza e produz a sua existência

26

material. As relações sociais são organizadas a partir da necessidade de se produzir

a existência material dos homens.

Mas, no decorrer da história, a concepção de trabalho foi sendo modificada

devido às mudanças nas relações sociais de produção. Da capacidade de produzir

sua existência, planejando sua ação e a executando, na sociedade capitalista, o

trabalho tornou-se um ato fragmentado, pois há os que planejam e os que executam.

Nesse contexto, o trabalho passou a ser um ato não reflexivo, que não permite ao

trabalhador uma visão total do seu trabalho, tornando-o desapropriado do seu saber.

Essa é a marca da sociedade capitalista: formar indivíduos alienados para

reproduzir a dominação. Isto não deixa outra opção ao proletariado, senão vender a

sua força de trabalho, que é o seu único bem (já que foi desapropriado do seu

saber) para garantir, precariamente, sua subsistência.

Como fundamento teórico do capitalismo, o Positivismo apresenta a

sociologia como a premissa de uma sociedade pacífica e altamente produtiva, que

tem por base uma rigorosa divisão social das funções, sendo governada por uma

elite de cientistas e de técnicos, visando colocar em ordem o mundo moderno que

estava em desordem e em anarquia devido às revoluções.

Essa pacificidade é promovida através da dominação e da alienação que

têm como mecanismo a educação. Uma vez alienado de todo o processo, o operário

se concentra naquela parcela do trabalho que lhe foi designada, o que o torna

altamente produtivo, pois não tem que “gastar” tempo planejando e executando todo

o projeto, mas apenas parte dele. A divisão social das funções e a atribuição de

liderança aos cientistas e técnicos é a estratégia para manter o sistema capitalista e

as relações de dominação.

Nessa sociedade marcada pelas relações de poder, a educação acaba

condicionada por esses mecanismos de dominação e, como conseqüência, dá-se ao

povo somente a porcentagem de conhecimento necessária para que ele

desempenhe a sua função da melhor maneira, possibilitando a manutenção da

sociedade atual. Dá-se o suficiente para manter a alienação.

Nesse contexto, a educação, mesmo condicionada, deve apresentar-se

também como um espaço de luta e de conquista, visando a transformação social.

Isto se dará por meio da apropriação do conhecimento da elite por parte dos

oprimidos, para que desvelem a realidade e tenham “instrumentos” de luta contra a

27

alienação e dominação. Dá-se ao povo o instrumento de combate do adversário

para que ambos lutem com “armas” iguais – o conhecimento.

A educação, ao mesmo tempo em que deve possibilitar a compreensão da

realidade histórico-cultural, também deve resgatar o papel do homem enquanto

sujeito que constrói e transforma a sua realidade.

Para isto, é imprescindível compreender a natureza e especificidade da

educação.Visto que é por meio dela que o homem se humaniza, pois aprende a

sentir, a pensar, a avaliar e a agir. Inicialmente, a educação coincidia com a própria

ação de viver que, com o decorrer do tempo, se modificou até assumir a forma como

a concebemos hoje, institucionalizada. A educação é, portanto, um “trabalho não-

material” que produz “idéias, conceitos, valores, símbolos, hábitos, atitudes,

habilidades” logo, é a “produção do saber” que é consumida pelos alunos no

momento da sua produção. Isto implica a participação ativa de professor e aluno..

Por isto, é preciso sempre pensar a educação como um momento em que os

sujeitos estão produzindo conhecimento.

Nessa perspectiva, cabe à escola identificar os conteúdos e descobrir as

metodologias mais apropriadas para se ensinar cada um, dentro das suas

especificidades, atentando para o que é essencial a ser apreendido.

Portanto, a escola deve dar enfoque ao conteúdo como produção histórico-

social da humanidade, desenvolvendo uma prática pedagógica que estabeleça uma

interação entre o conteúdo e a realidade concreta, visando a transformação da

sociedade.

Nesse processo de ensino-aprendizagem, alunos e professores têm papéis

importantes: o aluno deve buscar uma disposição permanente para a aprendizagem,

enquanto o professor deve ampliar seus conhecimentos à respeito do processo

pedagógico e das formas para desenvolvê-lo.

A interação professor-aluno-conhecimento e contexto histórico-social é a

engrenagem para o processo ensino-aprendizagem. Vigotski fala da importância da

relação intersubjetiva entre professor e aluno ao trabalhar a sua teoria da área de

desenvolvimento potencial. Segundo ele, quando a criança tem o auxílio do adulto

na realização de suas atividades, ela poderá realizar muito mais do que se estivesse

sozinha. Desta forma, a relação entre professor-aluno é um poderoso mecanismo

para a aprendizagem e, conseqüentemente, para o desenvolvimento mental do

aluno.

28

Frente a este entendimento, a busca por um ambiente, onde haja o diálogo e

a reflexão deve ser constante por parte desta comunidade escolar, visando assim, a

superação dos conflitos para que o processo ensino/aprendizagem aconteça como

assegura a lei sobre o direito do educando,que é o acesso, a permanência e o

sucesso. No entanto, para que isto ocorra, outro ponto há que ser considerado como

fator importante, a avaliação. Tendo em vista que a educação é intencional, a

avaliação é um instrumento indispensável à sua existência, pois tem como propósito

direcionar o aperfeiçoamento das ações que se desenvolvem na escola visando

alcançar seu fim. O momento da avaliação é essencialmente pedagógico, porque

propõe identificar, a partir dos objetivos propostos pela educação, os avanços, as

dificuldades e as impossibilidades do processo para redimensionar o trabalho

pedagógico da escola e dar novos encaminhamentos. Assim,

a avaliação, enquanto reflexão crítica sobre a realidade, deveria ajudar a descobrir as necessidades do trabalho educativo, perceber os verdadeiros problemas para resolvê-los. A rigor, a avaliação, no seu autêntico sentido, está no âmago dos processos de mudança, é parte imprescindível e diríamos até, desencadeadora da atividade transformadora. (Vasconcellos, 2003, p. 19).

Nesta perspectiva, a avaliação tem a capacidade de ajudar a realizar, da

melhor maneira possível, aquilo que objetivamos. Portanto, é preciso ter clareza

quanto aos objetivos aos quais se quer chegar, definindo a intencionalidade da

educação.

A partir da concepção adotada até então por este projeto, a

avaliação assume dimensões mais abrangentes. Ela não se reduz apenas a atribuir

notas, mas, principalmente em verificar o quanto está sendo atingido dos objetivos

propostos pela escola. O resultado dessa análise visa reorientar o trabalho

pedagógico da escola, para que o aluno avance cada vez mais na apropriação dos

conhecimentos. Nessa perspectiva, a avaliação assume um caráter diagnóstico e

orientador, pois demonstra os avanços e dificuldades dos alunos, indicando o

replanejamento do trabalho docente. A avaliação, portanto, deve ajudar o aluno a

progredir na sua aprendizagem e o professor a aperfeiçoar a sua prática

pedagógica.

Para tanto, existe a necessidade de se organizar o trabalho interno da

escola de acordo com o princípio de gestão democrática, que tem como base a

29

superação da dicotomia entre os planejadores e os executores, pois o objetivo é

fazer com que os educadores tenham completo domínio sobre o processo educativo,

deixando de ser meros executores,refletindo e planejando as ações educativas da

escola.

A participação de representantes de todos os segmentos da escola na

gestão democrática é importante principalmente porque assegura a transparência

nas decisões, o controle para a execução dos acordos feitos, e possibilita que certas

questões, que talvez nunca fossem refletidas, sejam tratadas. Esse tipo de gestão

envolve contradições e o confronto de idéias; para isto, exige-se o aprendizado e a

vivência da participação nas tomadas de decisão, sendo, portanto, um exercício que

tem como fio condutor o diálogo, o respeito às diferenças e a liberdade de expressão

vividos num ambiente de democracia. No entanto, não pode perder de vista a

necessidade de se chegar a uma decisão consensual de ação.

É importante ressaltar que participar dos processos de decisões se constitui

num importante processo de aprendizagem política. Para essa participação, a

LDBEN, no seu Artigo n° 14, indica dois caminhos: a participação dos profissionais

da educação na ;elaboração do Projeto Político Pedagógico, e a participação da

comunidade escolar no Conselho Escolar.

Essa participação na gestão democrática propicia a formação de sujeitos

críticos, criativos e participativos. O incentivo a essa participação deve ocorrer por

meio do Conselho Escolar, Grêmio Estudantil, APMF, Conselho de Classe, etc.,

visando a partilha de poder nas decisões da escola. Quanto mais ativa for a

participação desses órgãos colegiados dentro da escola, mais democrática ela será

nos seus processos decisórios.

Pensar em gestão democrática remete-nos a pensar sobre a autonomia da

escola pública, que está associada ao princípio da liberdade, liberdade esta, dentro

de uma organização, onde os envolvidos nesta comunidade escolar possam

participar do processo de tomada de decisões, em momentos oportunos. Outro

ponto a ser considerado está relacionado com a questão da autonomia,

pressupondo-se esta como um grau de independência e liberdade que a

comunidade escolar tem para refletir, discutir, planejar e executar o seu Projeto

Político Pedagógico e estabelecer a participação diariamente.

Por termos clareza da importância dos profissionais da educação para que a

efetivação do processo ensino/aprendizagem ocorra da melhor maneira possível, é

30

imprescindível a valorização do magistério. Este princípio está intimamente

relacionado com a qualidade do ensino, pois se estende que a formação inicial e

continuada dos profissionais da educação, as condições de trabalho, entre elas,

recursos didáticos, físicos e materiais, a jornada de trabalho, o número de alunos em

sala, o salário, etc, são elementos que influenciam diretamente na qualidade da

educação.

Valorizar os profissionais da educação significa oportunizar a sua

capacitação e o seu aperfeiçoamento profissional, valorizando também a sua

experiência e o seu conhecimento advindos da prática pedagógica

Diante do elencado, cabe à escola fazer um levantamento das necessidades

de formação continuada e elaborar um programa de formação que deve contemplar

assuntos “como cidadania, gestão democrática, avaliação, metodologia de pesquisa

e ensino, novas tecnologias de ensino, entre outras” (Veiga, 1995, p. 21) .

A formação continuada é um direito que não pode ser negado ao

profissional, visto que possibilita a sua progressão funcional e o seu

desenvolvimento profissional no próprio contexto de trabalho, dentro e fora da sua

jornada, para que desenvolva uma cultura geral. Essa formação, segundo Libâneo

(2001, p. 189), é crucial, pois o momento atual apresenta novos enfoques nos

currículos, nas tecnologias, modificação do comportamento infantil e juvenil,

problemas sociais e econômicos mais agravados, novas formas de gestão, de

organização escolar e do trabalho pedagógico, novos enfoques de avaliação. Diante

dessas novas e difíceis condições de trabalho, a formação continuada deve

possibilitar práticas reflexivas que o auxiliem na busca de solução para os problemas

educacionais.

A própria organização escolar contribui para a aprendizagem do professor,

na medida em que muda, aprendendo com as pessoas, e estas também mudam

aprendendo com a organização.

Neste aspecto da organização do trabalho da escola, o currículo está

intimamente relacionado à concepção de escola. Se entendemos escola como o

lugar de acesso e de apropriação do saber elaborado, construído historicamente, o

currículo deve se organizar a partir dessa concepção, logo, a partir do saber

sistematizado, deve contemplar as seguintes reflexões: o que ensinar, para quê

ensinar, como ensinar e as formas de avaliação.

31

Sabe-se a importância do currículo, no entanto, ele deve assegurar o

conhecimento sistematizado ao aluno dentro dos critérios estabelecidos pela lei.

Assim, este estabelecimento de ensino organiza o seu currículo de acordo com as

normas estabelecidas pela SEED, em consonância com a LDB.Tais normas estão

contidas nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná.Cabendo à escola fazer o

diagnóstico do nível de aprendizagem dos seus alunos para dosar e seqüenciar os

conteúdos a serem trabalhados, buscando ainda proporcionar enriquecimento, com

atividades extra-curriculares, através da participação em palestras,visitas à espaços

culturais, esportivos e no desenvolvimento de projetos advindos da SEED, do MEC

e de parceria com empresas privadas.

Saviani (1991, p. 26) define currículo como “… a organização do conjunto das

atividades nucleares distribuídas no espaço e tempo escolares”, contrapondo-se à concepção

de currículo que não distingue entre atividades nucleares e não nucleares. Dessa

forma, o autor afirma que não haveria distinção entre o que é curricular e o que é

extracurricular, o que levaria a descaracterização do trabalho escolar, pois não

haveria distinção entre o principal e o secundário. Se a função social da escola é a

transmissão-assimilação do saber sistematizado, as atividades “…extracurriculares […]

só têm sentido na medida em que possam enriquecer as atividades curriculares”

Esse saber organizado para o tempo e espaço escolar é chamado de saber

escolar. Para tanto, o currículo deve contemplar o tempo, os agentes e os

instrumentos necessários à sua execução.

À conceituação de Saviani (2003), imbrica-se a de Luckesi (1998), que

acrescenta o propósito do currículo. Segundo Saviani (2003, p. 188), o currículo é

um “… conjunto de experiências propiciadas pela instituição de ensino visando à formação humana

dos educandos e sua inserção crítica na sociedade”. Portanto, há deve-se considerar que o

processo de transmissão-assimilação do conhecimento histórico por parte da escola

tem como propósito a humanização, a criticidade e a intervenção do homem na sua

realidade.

Para organizar o conhecimento escolar por meio do currículo, Veiga (1995,

p. 27, 28), afirma que é preciso considerar alguns pontos: 1º - o currículo não é

neutro, pois expressa uma cultura que precisa ser desvelada para que se

identifiquem os mecanismos de dominação; 2º - o currículo está imbricado com o

contexto social; 3º - há que se fazer opção por um tipo de currículo; 4º - o currículo

32

apresenta-se como uma forma de controle social, tanto para dominação quanto para

emancipação, pois pode expressar tanto o interesse do grupo social que detém o

maior poder econômico, político e social, como do grupo majoritário excluído e

explorado, que luta pela liberdade expressa em participação ativa e crítica dos

alunos.

De acordo com Veiga (1995, p. 29) “a noção de controle social na teoria curricular

crítica é mais um instrumento de contestação e resistência à ideologia veiculada por intermédio dos

currículos, tanto do formal quanto do oculto”.

Qualquer concepção de currículo que se assuma, terá três níveis: o formal, o

real e o oculto. O currículo formal é o currículo legal, organizado pelo MEC e pelos

Estados e Municípios. Ele expressa as diretrizes, os objetivos e os conteúdos das

áreas do conhecimento.

O currículo real é o resultante tanto da prática pedagógica do professor a

partir da sua concepção do currículo formal, quanto o que foi realmente percebido

pelos alunos. Ele tem como base um plano flexível, pois pode sofrer mudanças

quando da sua execução pelo professor.

Currículo oculto é o não prescrito nem por lei, nem por planos de ensino. Ele

resulta da aprendizagem espontânea, não intencional dos alunos através da

convivência com práticas, concepções, atitudes, gestos, etc, presente nas relações

escolares. Ele influencia também o trabalho do professor que é afetado por suas

experiências, valores e significados que traz do seu meio social para a escola.

Conforme Libâneo (2001, p. 143), essa “… distinção entre esses vários níveis de

currículo serve para mostrar que o que os alunos aprendem na escola ou o que deixam de aprender,

depende de muitos fatores e não apenas das disciplinas previstas na grade curricular”.

A concepção de organização curricular neste projeto é a sócio-crítico, cuja

vertente entende que a função da educação é a transmissão/assimilação do

conhecimento historicamente produzido e acumulado pela humanidade, sendo

também responsável pela formação de sujeitos críticos, criativos para sua inserção e

participação na sociedade. A concepção de ensino centra-se na compreensão da

realidade para transformá-la, lutando, assim, contra as desigualdades sociais e

econômicas. Considera a influência do currículo oculto e do contexto no qual o

processo ensino-aprendizagem se desenvolve, promovendo uma análise ideológica

e política do conteúdo. A busca da autonomia intelectual pelo aluno, sua

33

responsabilidade social e seu interesse pelo coletivo são, portanto, requisitos para o

seu desenvolvimento.

Como a Lei nº 9.394 (Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional) em

seu Artigo 14 estabelece que, “Os Sistemas de Ensino definirão as normas da gestão

democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades”, a grade

curricular deste colégio é elaborada de acordo com as instruções recebidas pela

SEED, assegurando na carga horária dos alunos(as) as disciplinas da Base

Nacional Comum e Parte Diversificada, de acordo com o xérox em anexo.

Diante do exposto, é preciso enfatizar que a educação escolar deve buscar,

além de tudo, uma articulação entre a dimensão pedagógica e a dimensão política,

ao propor que o conhecimento transmitido seja apropriado pelas camadas populares

como um instrumento cultural de luta contra a classe dominante. Assim, a

importância política da educação reside na sua função de socialização do

conhecimento, e se a educação perder sua especificidade, perde também a sua

importância política.

6 MARCO OPERACIONAL

6.1 REDIMENSIONAMENTO DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

Sabe-se que o Projeto Político Pedagógico é uma ação consciente e

organizada dos diferentes segmentos da instituição educativa e que deseja romper

com a visão burocrática dessa mesma educação. Assim, entende-se que o

redimensionamento do trabalho pedagógico passa pela re-elaboração desse Projeto,

sob a visão emancipatória e democrática da educação, à medida que todos os

segmentos que compõem nossa comunidade escolar participem dela, tendo,

portanto, compromisso com seu acompanhamento e com os caminhos que a escola

irá tomar.

Dessa forma, no espaço escolar, os acertos e/ou erros não serão mais só de

responsabilidade da direção ou equipe pedagógica, mas de todos que têm o dever

34

de recuperar o caráter público e gratuito da educação, visando sempre os interesses

da maioria da população.

Para buscar novas formas de organização do trabalho pedagógico, o

trabalho escolar terá como ênfase o trabalho cooperativo, colaborativo e o

compromisso com os objetivos comuns, através de uma administração colegiada.

6.2 TIPO DE GESTÃO

O Colégio Estadual Itacelina Bittencourt é um espaço onde as conquistas

trazidas pela democracia estão sendo constantemente ampliadas, tendo conseguido

avanços reais na participação e engajamento de todos os segmentos da

comunidade escolar, contribuindo, assim, para a formação do aluno como cidadão

solidário, crítico, ético e participativo no meio no qual encontra-se inserido.

Essas conquistas acontecem porque cada vez mais nossa gestão está se

tornando uma democracia participativa nos processos coletivos de decisões, de

partilha do poder, em todas as instâncias do espaço escolar. Nesse sentido, tem

contribuído para fortalecer o processo construído, e não tão somente como um

mecanismo legitimador de decisões já tomadas centralmente.

Destacam-se como resultados da gestão democrática participativa deste

estabelecimento de ensino, o envolvimento da comunidade escolar nos momentos

em que se faz necessária a participação para tomada de decisões, relacionadas à

organização do tempo e espaço escolar. Assim sendo, são apresentadas em

assembléias e reuniões as propostas em questão surgidas no cotidiano escolar.

6.2.1 Papel específico de cada segmento da comunidade escolar

Com a construção coletiva do Projeto Político Pedagógico da nossa escola,

todos os segmentos da comunidade escolar, corpo docente e discente, pais de

alunos, funcionários e pedagogos, são atores do processo educacional. Mas, é

preciso ter clareza do papel de cada segmento.

1º - A Direção e Direção Auxiliar, escolhidas através de eleição, devem garantir o

alcance dos objetivos educacionais da escola, definidos neste Projeto e exercerem

as demais atribuições que concerne à especificidade de suas funções.

35

2º - A Organização Pedagógica da Escola, composta pela Equipe Pedagógica e pelo

Corpo Docente é responsável pela coordenação, implantação e implementação das

ações pedagógicas descritas neste Projeto.

3º - À Equipe de Apoio Técnico Administrativo compete todo o serviço de

escrituração escolar e correspondência do estabelecimento.

4º - A Equipe de Apoio – serviços gerais, tem como função manter a conservação,

manutenção e limpeza, o preparo da merenda, bem como assegurar 0a ordem.

6.2.2 Relação entre aspectos pedagógicos e administrativosA relação entre os aspectos pedagógicos e administrativos dentro dessa

nova realidade de participação democrática dos segmentos deverá, em vez da

padronização, buscar a singularidade; em vez de isolamento e individualismo, o

coletivo e a participação; em vez da privacidade do trabalho pedagógico, propor que

seja público, e em vez de autoritarismo, a gestão democrática.

6.2.3 O papel das instâncias colegiadas

6.2.3.1 Conselho Escolar

É o espaço que todos os segmentos da comunidade escolar e da

comunidade local têm para discutir e encaminhar ações que assegurem as

condições necessárias à aprendizagem na escola, para que as crianças,

adolescentes e jovens possam ser cidadãos que interfiram na vida social.

Neste contesto, o Conselho Escolar tem ação participativa, assumindo ele

próprio, além de suas funções de deliberação, consulta, fiscalização e mobilização

da comunidade escolar, uma outra função, a função pedagógica – a de ensinar pelo

exemplo - levando outros segmentos da sociedade, como a família, a participação

nas tomadas de decisões. Dessa forma, o Conselho Escolar ajuda a superar

problemas presentes no ambiente escolar e, também, no Sistema Estadual de

Educação, como: a pouca participação da família no processo educativo; o número

excessivo de projetos que devam ser desenvolvidos nas escolas, oriundos de outras

Secretarias, toda a responsabilidade social concentrando-se na comunidade escolar;

36

violência interna e externa à escola e poucas parcerias com órgãos públicos da área

social.

O Conselho Escolar exerce seu papel, tendo como base a discussão,

acompanhamento e deliberação, na qual se busca incentivar uma cultura

democrática, inovadora e emancipatória.

O Conselho Escolar do Colégio Estadual Itacelina Bittencourt, é integrado

por representantes da comunidade escolar, sendo uma instituição vinculada ao

interesse mútuo desta comunidade, a Direção tem como proposta maior integração

com APMF em reuniões mensais, onde são tomadas decisões sobre o pedagógico e

parte financeira, em atividades e eventos culturais. Assim sendo, atuando na

melhoria da educação e no processo de ensino-aprendizagem e decidindo ações

para o melhor funcionamento, sob consenso de todos.

Teve sua primeira diretoria instituída e empossada em 08/07/1993, no

Núcleo Regional de Educação de Cianorte, pelo então Chefe do NRE, José Neiro

Bego. Era primeiramente presidido pela professora Lúcia Tereza Rau Previatte. Até

o presente momento, o referido Conselho foi representado por seis diretorias.

Conselho Escolar:

• Presidente - Marina Aparecida Marcon Batista

• Representante de professor do Ens. Fundamental – Maria Aparecida Linhares

Pereira

• Representante de professor do Ens. Médio – Valéria Regina Ferrari Arruda

• Representante de pais do Ensino Fundamental – Marli Cândido Pereira

• Representante do corpo discente – Denílson de Oliveira Francisco

• Representante do Grêmio Estudantil: Bruno Raphael da Cunha Dobicz

• Representante da Equipe Pedagógica – Meire Sebastiana dos Santos

Rodrigues

• Representante dos Funcionários Administrativos – Eny Leda Lys Madeira

Evaristo

• Representante dos funcionários de Serviços Gerais – Angelina Aparecida

França Faria

37

• Representante da Associação de Pais e Mestres e Funcionários – Claudinei

Aníbal Pereira

• Representante dos Segmentos Organizados da Sociedade – Adalberto

Scotini

Propostas de ações:

• Buscar parcerias para o desenvolvimento de projetos disciplinares e

interdisciplinares;

• Realizar grupos de estudos com os funcionários, juntamente com a Direção e

funcionários habilitados;

• Levantamento dos recursos que a escola contém e as condições dos bens

materiais.

6.2.3.2 Conselho de Classe

É um órgão colegiado (Diretor, Equipe Pedagógica, todos os professores

que atuam numa mesma classe), de natureza consultiva e deliberativa em assuntos

didático-pedagógicos, com atuação restrita a cada classe do estabelecimento de

ensino. É um instrumento de transformação da cultura escolar sobre avaliação e,

conseqüentemente, da prática da avaliação em sala de aula.

O Conselho de Classe, portanto, constitui-se o momento de avaliação sobre

a realidade escolar, visando a verificação da consecução dos objetivos propostos

neste Projeto Político Pedagógico; além disto, busca identificar as causas que estão

dificultando e/ou interferindo no processo ensino-aprendizagem, e indica

aspectos/habilidades, atos e atitudes que podem contribuir para melhorar o

desenvolvimento do aluno como cidadão e como estudante; por isso, não é um

espaço burocrático de se “entregar as notas dos alunos”.

Além disto, o Conselho de Classe também se constitui num espaço para a

auto-avaliação do professor, para que ele reflita como colocou em prática as linhas

de ação comuns propostas neste projeto, e as inovações na metodologia ou

avaliação que conseguiu por em prática com sucesso.

38

A segunda etapa do Conselho de Classe é a análise diagnóstica das turmas

sobre as necessidades e as causas dos problemas apresentados, para que sejam

apontadas as ações intencionais, metódicas para a transformação da realidade

apresentada. Estas ações devem ser colocadas em prática pelos professores e

Equipe Pedagógica para sanar as dificuldades ou necessidades específicas

resultantes da análise da turma.

A próxima etapa do Conselho de Classe é a análise dos casos mais

significativos de cada turma, que não deve ter ênfase na verificação de notas e de

comportamentos dos alunos. Deve-se buscar as causas do problema e não apenas

relatar fatos ocorridos e as notas, considerando o contexto que o condiciona e que

também é por ele condicionado. Ou seja, a situação afetivo-emocional em que vive

na família, as relações com os professores, com a turma e com o grupo de amigos

na escola.

Trata-se de ter uma visão de conjunto sobre cada aluno, para se tomar às

atitudes adequadas para cada situação. Não se pode ter uma atitude comum a

todos, pois o que dá certo com um aluno pode produzir o efeito contrário no outro:

um pode estar pedindo paciência, o outro limite; para uns, mais tolerância, para

outros, mais firmeza. Portanto, deve-se distinguir cada caso. No entanto, o Conselho

de Classe deste colégio ainda possue uma prática com resquícios da pedagogia

tradicional, pois a análise sobre o rendimento escolar está pautada nas notas e nos

problemas comportamentais.

Por termos clareza da necessidade de alteração da prática da atual forma

como é realizado o Conselho de Classe, buscar-se-á:

• Conselho participativo, com a pré-análise de cada turma, feita pelos alunos;

• Proposta de alteração do Conselho de Classe: Após o término de cada

bimestre, a equipe pedagógica elabora um questionário e orienta o seu

preenchimento em cada turma, sendo que o mesmo contém sugestões e

apontamentos para alteração ou manutenção do processo ensino-

aprendizagem.

• Auto-avaliação do professor, conforme os resultados obtidos, para a

retomada de conteúdos e mudanças de metodologias.

6.2.3.3 Representantes de Turma

39

“A melhor liderança é aquela que reverte no maior bem para o maior número

de pessoas”.

O monitor de classe é aquele que representa a classe para tratar dos

problemas junto a todos os órgãos escolares, para tanto, são observados alguns

critérios concernentes ao líder: postura ética, compromisso e responsabilidade. O

representante é escolhido de forma democrática através de eleições.

6.2.3.4 APMF

A Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) é um órgão de

representação desses segmentos dentro do colégio, e constitui-se como pessoa

jurídica de direito privado, não tendo caráter político partidário, religioso, racial e nem

fins lucrativos; seus dirigentes e conselheiros não são remunerados.

Sua principal função é defender os reais interesses da comunidade escolar,

visando uma escola pública, gratuita, universal, e acompanhar o desenvolvimento da

proposta deste Projeto, sugerindo alterações que julgar necessárias.

Através de reuniões com a APMF, são definidas as aplicações dos recursos

advindos da própria escola e enviados pelas esferas Federal e Estadual, analisando

as prioridades estabelecidas pelo PPP.

A atuação da APMF é intensa e os resultados são excelentes. O colégio tem

um ótimo aspecto físico, com as melhorias desenvolvidas pela APMF, pois além das

promoções, participa periodicamente dos eventos, reuniões e decisões, visando

maior qualidade do processo ensino-aprendizagem da escola.

APMF:

• Presidente: Toshishiro Shigueta

• Vice Presidente: Luiz Carlos Nicodemo

• 1º Secretário: Claudinei Aníbal Pereira

• 2º Secretário: Ana Clara Bastazini Barbosa

40

6.3.3.5 Grêmio Estudantil

O Grêmio Estudantil tem uma atuação muito ampla em todos os segmentos,

se consolidando como um órgão forte, consciente, sem alienação e com propostas

viáveis e fundamentadas.

Seu objetivo é a conscientização educacional, buscando desenvolver

projetos que envolvam os alunos na melhoria da educação, que propiciem formação

ética, democrática, para que façam uso correto e responsável de seus

conhecimentos. Com base nisto, cabe ao Grêmio Estudantil ajudar na busca de

soluções para os problemas que barram o avanço da educação.

Para tanto, o Grêmio Estudantil atua, juntamente com a direção, em todas as

áreas da escola, pois todas são essências na formação do cidadão.

O Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Itacelina Bittencourt vem

realizando diversos trabalhos em distintas áreas. Assim, contribuindo no avanço da

educação, incluindo a conscientização, a ética, a democracia e a responsabilidade

de fazer o correto uso de seus conhecimentos, desde que tenhamos a consciência

de tudo o que fizermos ou aquilo em que pensarmos, esteja envolvida com a certeza

de que estaremos fazendo a melhor opção, assim sendo, fazendo o bem - nosso e

de nossos próximos.

Como forma de avaliação e reconhecimento, o Grêmio Estudantil do Colégio

Estadual Itacelina Bittencourt, recebeu uma correspondência do próprio Secretário

de Educação do Paraná, Maurício Requião, reconhecendo nossas propostas e as

avaliando muito bem. Outro reconhecimento foi feito pela UNICEF - Centro Sul -

responsável pelos projetos nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste.

Tendo em mente a continuidade dos projetos e ações desenvolvidas por

este Grêmio Estudantil, a diretoria deste, juntamente com a Direção do colégio e

Conselho Escolar, buscam dar o apoio necessário para o alcance de uma educação

de qualidade. Todos os projetos visam o melhor desempenho do sistema ensino-

aprendizagem. Com o passar do tempo, aperfeiçoamentos irão sendo

acrescentados, novos projetos surgindo, porém o objetivo permanece único: de que

o aluno veja que é fundamental permanecer sempre em processo de

aperfeiçoamento, tendo a informação e o conhecimento como uns dos alicerces de

sua vida, respeitando a si mesmo e o próximo, obtendo consciência e, ao mesmo

41

tempo, ajudando a conscientizar o seu próximo. Assim sendo, estaremos dando as

bases para a formação cidadã.

6.4 RECURSOS DA ESCOLA PARA A REALIZAÇÃO DE SEU PROJETO

Para a realização de seus projetos, o colégio dispõe de verbas vindas de 3

esferas: Federal, Estadual e Escolar.

A verba Federal é viabilizada para o colégio por meio do Programa Dinheiro

Direto na Escola (PDDE), cuja quota anual é estabelecida conforme o censo escolar

referente ao número de alunos matriculados no ano anterior. Ela se destina à

melhoria da infra-estrutura física e pedagógica.

Já a verba Estadual é viabilizada por meio do Fundo Rotativo, sendo

percebida pelo colégio através de quotas mensais sendo destinadas à compra de

material de expediente, materiais de limpeza, gêneros alimentícios para

complementação da merenda, artigos esportivos e materiais para laboratório.

A verba Escolar se refere às promoções realizadas pela APMF (Associação

de Pais, Mestres e Funcionários) e destina-se à melhoria na infra-estrutura física e

pedagógica.

O plano de aplicação destas verbas é elaborado pela Direção do colégio

juntamente com o Conselho Escolar e a APMF, considerando as prioridades do

colégio. Após sua elaboração, o plano passa por votação a fim de ser aceito, para

que possa, então, ser executado.

6.5 CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS EDUCATIVOS

Além das salas de aula, o colégio dispõe de outros espaços educativos,

internos e externos, sendo estes museus, parques, praças, espaços públicos e

privados, e aqueles, laboratórios de informática, laboratório de ciências, química e

física; biblioteca; salas especiais; sala de vídeo e TV; etc.

A organização e a utilização destes espaços obedecem aos seguintes

critérios:

42

- Sala de vídeo e TV: elabora-se um cronograma para agendamento de aula,

constando informações como dia, horário, disciplina e professor, visando um melhor

aproveitamento do espaço. Assim, como fazemos parte de uma sociedade que está

vinculada com a tecnologia, se faz necessário, a socialização deste recurso à nível

educacional, favorecendo aos alunos (as) metodologias diversificadas;

- Biblioteca: sua utilização visa ao atendimento individual e coletivo dos alunos para

desenvolvimento de seus trabalhos escolares, bem como projetos de leitura das

áreas de Língua Portuguesa e de Literatura Infanto-Juvenil.

Na Biblioteca do Colégio Estadual Itacelina Bittencourt, há um acervo

diversificado e atualizado, no entanto é necessária sua ampliação de livros literários,

destinados aos alunos do Ensino Médio. Ao atendimento dos alunos do Ensino

Fundamental, o acervo de livros literários é numeroso e distinto, proporcionando

estímulo e gosto pela leitura.

Os alunos são atendidos através de um cadastro informatizado, com prazo

de 15 dias para a devolução do livro literário. Também tem acesso ao jornal de

circulação diária, à revista Veja, assinatura paga pela APMF da escola, tendo

também acesso à edições enviadas pelo FNDE (Fundo Nacional de

Desenvolvimento Educacional), como: Nova Escola; Ciências Hoje; Época na

Escola.

- Laboratório de ciências, química e física: este espaço, conta com um assistente

de execução especializado, que atende a escola conforme cronograma, visando

atender as necessidades das referidas disciplinas;

O assistente de execução é um profissional que dispõe de uma carga

horária exclusivamente para o atendimento de alunos e professores no laboratório

de ciências, química e física. Quando há realização de aulas práticas, ele auxilia na

execução dos experimentos, tanto para alunos como professores.

Exemplificando, recentemente, houve a realização de uma Mostra de

Química, realizada pelos alunos das 2ª Séries do Ensino Médio, do período diurno,

onde o auxílio proporcionado por este profissional foi de fundamental importância

para a realização da mostra.

- Laboratório de informática: este espaço também conta com o apoio de um

profissional técnico-administrativo. A utilização deste espaço segue um cronograma

de agendamento, podendo ser utilizado pelos alunos, individualmente, para

desenvolver suas pesquisas.

43

Tanto a organização dos espaços citados, como a dos espaços externos,

visa atender às necessidades dos planos docentes que objetivam o desenvolvimento

do processo ensino-aprendizagem.

6.6 ORGANIZAÇÃO DAS TURMAS E DISTRIBUIÇÃO POR PROFESSOR

De acordo com a Resolução nº 377/96, este Estabelecimento de Ensino

garante o direito de matrícula a todos, sem discriminação, de acordo com a

capacidade física do estabelecimento. Os critérios de organização de turma

obedecem aqueles estabelecidos na Resolução nº 864/2001 – SEED, de 04/04/01,

no Anexo II da Resolução nº 1150/2002, que estabelece a utilização do espaço de 1

m2 por aluno e de 3 m2 para o professor, tanto no Ensino Fundamental quanto no

Médio.

Formam-se turmas de cada modalidade de ensino de acordo com a

instrução normativa da SEED, seguindo o número indicado de alunos por turmas. No

período matutino são distribuídas turmas do Ensino Fundamental e Ensino Médio.

No vespertino são distribuídas somente turmas do Ensino Fundamental. E no

período noturno o colégio fica um tanto ocioso, atendendo cinco turmas do Ensino

Médio.

A distribuição de séries e turmas é efetuada de acordo com a faixa etária,

respeitando a idade cronológica, oportunizando a integração do educando durante o

período de aulas e nos intervalos. Quando necessário, a equipe pedagógica

intervém, fazendo mudanças de alunos de uma turma para outra, com base em

anotações feitas diariamente por professores e acompanhamentos feitos por esta

mesma equipe, com critérios disciplinares e de relacionamento.

A distribuição dos professores por turma respeita a carga horária disponível

no Estabelecimento de Ensino, de acordo com o número de turmas, modalidades de

ensino e matriz curricular.

De acordo com a Resolução nº 4106/2004, as aulas serão atribuídas a

professores ocupantes de cargo efetivo; ocupantes de cargo efetivo, na forma de

aulas extraordinárias; e contratados pelo regime da Consolidação das Leis do

Trabalho – CLT, amparados pela Lei 10 219/92. Conforme a Resolução nº

4106/2004, artigo 4º § 1º;

44

É de responsabilidade da Chefia de cada Núcleo Regional da Educação –

NRE, acompanhar a distribuição de aulas nos estabelecimentos de ensino,

assegurando que todo professor efetivo tenha acesso às aulas disponíveis

para que possam, prioritariamente, ser atribuídas em forma de aulas

extraordinárias. (Resolução 4106/2004, Art. 4ñ §1º).

6.7 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

De acordo com Libâneo (2001, p. 199), a avaliação, “…é um conjunto de

ações voltadas para o estudo sistemático de um fenômeno, uma situação, um

processo, um evento, uma pessoa, visando a emitir um juízo valorativo”. Nesta

perspectiva, o desenvolvimento de uma avaliação passa por três momentos: 1º - o

de coleta de dados através de diferentes instrumentos visando a verificação da

consecução dos objetivos; 2º - a análise e apreciação valorativa a partir de critérios

estabelecidos; seu resultado servirá de diretriz para as novas ações; 3º - a

quantificação a partir dos critérios especificados.

Segundo Libâneo (p. 201),

a avaliação institucional […] visa a obtenção de dados quantitativos e

qualitativos sobre os alunos, os professores, a estrutura organizacional, os

recursos físicos e materiais, as práticas de gestão, a produtividade dos

cursos e dos professores etc., com o objetivo de emitir juízos valorativos e

tomar decisões em relação ao desenvolvimento da instituição.

A avaliação tem como objetivo fazer um diagnóstico da escola, do qual

participa o Conselho Escolar, para que, a partir dos seus resultados, se possa

reorientar a gestão escolar nos recursos e no trabalho educativo.

A avaliação dos alunos concentra-se na avaliação da sua aprendizagem,

pois é medindo o quanto os alunos incorporaram de “capacidades, competências

cognitivas, operativas, afetivas, morais, para sua inserção produtiva, criativa e crítica na sociedade

contemporânea” (Libâneo, 2001, p. 202) que se pode medir a eficácia da escola.

Para que se efetive a avaliação institucional, é preciso considerar os

determinantes da qualidade de educação que se oferta e o sucesso dos alunos.

45

Para tanto, há que se analisar: as características dos alunos, o rendimento da

aprendizagem escolar por turma; o corpo docente no que concerne ao tempo de

trabalho, currículo profissional, condições de trabalho e motivação; condições da

escola no que diz respeito aos recursos físicos, materiais, didáticos e informacionais;

as relações de sala de aula, como o processo de ensino e de aprendizagem, relação

professor-aluno, qualidade cognitiva das aprendizagens e práticas de avaliação.

Libâneo (2001, p. 219 e 220) esclarece que “a avaliação, em uma perspectiva

emancipatória, deve ter cada vez mais o caráter educativo”. Ou seja, é uma maneira de rever

as ações da escola buscando redirecionar seu trabalho a partir de um conhecimento

maior de causa.

Essa avaliação institucional será desenvolvida no início do segundo

semestre do ano letivo, através de aplicação de questionários para: os alunos –

contemplando sua auto-avaliação, avaliação da escola e dos professores; os

professores – contemplando a auto-avaliação da sua prática docente, dos alunos, e

da escola; dos funcionários, equipe pedagógica e direção, que avaliarão a escola e

sua própria atuação dentro dela.

A avaliação deste projeto acontecerá por meio de reuniões ao longo do ano

letivo com todos os seguimentos da escola, visando a sua realimentação.

Como parte integrante da avaliação institucional, a escola buscará

desenvolver um contato com os seus egressos, a fim de avaliar se está atendendo a

função social da escola. Para isto, realizará entrevistas com profissionais que

passaram por esta escola e com alunos que saíram recentemente, utilizando este

instrumento de avaliação como incentivo aos atuais alunos.

6.8 AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO ESCOLAR

A avaliação da aprendizagem do aluno está diretamente ligada à avaliação

do próprio trabalho docente. Ao avaliar o que o aluno conseguiu assimilar, o

professor está avaliando o que ele próprio conseguiu ensinar. Assim, a avaliação

dos avanços e das dificuldades dos alunos na aprendizagem fornece ao professor

indicações de como ele deve encaminhar e reorientar a sua prática pedagógica,

visando a qualidade no processo de ensino-aprendizagem, isto é, o sucesso do

trabalho docente e maior êxito de seus alunos.

46

O processo de avaliação deve se basear nos seguintes princípios: 1º - a

avaliação é um processo contínuo e sistemático; 2º - é funcional, porque se realiza

em função dos objetivos previstos; 3º - é orientadora, porque indica os avanços e

dificuldades dos alunos.

Os seus propósitos em sala de aula se expressam nas seguintes

necessidades:

1º - conhecer os alunos: no início do período letivo ou antes de começar uma

unidade de ensino, o professor verifica o conhecimento prévio de seus alunos sobre

os conteúdos a serem estudados. Essa avaliação tem função diagnóstica e ajuda a

detectar o que cada aluno aprendeu ao longo dos períodos anteriores, especificando

sua bagagem cognitiva;

2º - identificar as dificuldades de aprendizagem: algumas dessas dificuldades são de

natureza cognitiva, porque tem origem no próprio processo ensino-aprendizagem.

Esse tipo de dificuldade deve ser superado através de um trabalho pedagógico

desenvolvido pelo professor;

3º - determinar se os objetivos propostos para o processo ensino-aprendizagem

foram ou não atingidos: ao iniciar um período letivo ou uma unidade de ensino, o

professor estabelece quais são os conhecimentos que seus alunos devem adquirir.

Estes devem ser constantemente avaliados através de atividades, fornecendo

informações tanto para o professor como para o próprio aluno sobre o que já foi

assimilado e o que ainda precisa dominar. Essa forma de avaliar é denominada

avaliação formativa e sua função é verificar se os objetivos estabelecidos para a

aprendizagem foram atingidos.

6.8.1 Sistema de Avaliação

A sistemática da avaliação de desempenho dos alunos e de seu rendimento

escolar é contínua e cumulativa, na qual utiliza-se técnicas e instrumentos

diversificados, onde o valor 4,0 (quatro vírgula zero) atribuído em avaliação feita em

sala de aula, através de pesquisas dentro e fora do espaço escolar, debates e

apresentação de trabalhos.

Para atingir 100% da avaliação, é realizada a semana de provas, que tem

como valor 6,0 (seis vírgula zero), sendo esta uma decisão do Conselho Escolar, por

47

acreditar que esta forma possibilita maior acompanhamento da família, repercutindo

em melhores resultados na aprendizagem.

Para esta avaliação, o professor realiza retomada de conteúdos,

assegurando ao aluno que não se apropriou em um primeiro momento, a

possibilidade de compreensão do mesmo.

6.9 PROJETOS DESENVOLVIDOS PELA ESCOLA

6.9.1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A partir das últimas décadas do século passado, as discussões relacionadas

à inclusão e diversidade, ganharam espaços em encontros, palestras, cursos de

formação docente, entre outros.

Por visar o desenvolvimento de sua prática pedagógica pautada em estudos

sobre o que é necessário para assegurar aos seus alunos o direito de sua inserção

no processo ensino-aprendizagem, o Colégio Estadual Itacelina Bittencourt segue as

orientações da Secretaria Estadual de Educação, buscando no cotidiano, aplicar os

conhecimentos adquiridos nos encontros de formação continuada, que muito

contribui na reflexão sobre a inclusão.

Inclusão esta, entendida como necessária no campo educacional ao

reconhecer que: “(...) às diferenças de qualquer aluno que, seja por causas endógenas ou

exógenas, temporárias ou permanentes, apresenta dificuldades de aprendizagem (DEE, p. 44).”

Nesta perspectiva, o embasamento teórico se faz necessário para explicar a

diversidade em sua amplitude, ou seja, a mesma está relacionada às questões

étnicas, etárias, de gênero, geográficas, religiosas, de visões de mundo, de projetos

individuais, etc. Com esse entendimento, o compromisso com a formação de todos

os alunos que necessitam de espaço escolar, é realimentado diariamente pela

Direção e Equipe Pedagógica com professores, funcionários, pais e alunos, e

também nas reuniões com as instâncias colegiada.

Desta forma, o Colégio Itacelina Bittencourt, desenvolve uma história já

construída na inserção da pessoa portadora de deficiência na sala de aula regular.

48

Essa história, como a de todos os outros estabelecimentos de ensino,

passou por fases distintas que culminaram com a nossa realidade atual; fases que,

no seu transcorrer, ensinaram-nos a respeitar e a conviver com as diferenças.

A fase de exclusão: neste período nenhuma atenção educacional foi dirigida

às pessoas com deficiência, que também não recebiam outros serviços da

sociedade, tais como: saúde, lazer, locomoção, etc.;

A fase de segregação institucional: as pessoas deficientes que procuram a

escola, eram, na sua maioria, encaminhadas para o atendimento em instituições de

reabilitação. Iniciou-se o trabalho de aceitação e de crença de que a pessoa

deficiente poderia ser produtiva se recebesse treinamento e escolarização

adequados;

A fase de reintegração: criaram-se as classes especiais dentro deste

colégio, através da inserção dos alunos deficientes no espaço escolar que, por

méritos pessoais, conseguiram utilizar os espaços educacionais, com alguma

adaptação específica no procedimento da atividade comum a fim de poderem

estudar;

Nesta fase, nota-se, precisamente, que pouco ou nada se exigiu de

modificação de atitudes, de espaços físicos, de práticas educacionais dentro da

escola, pois se entendeu que era o aluno portador de deficiência que deveria

moldar-se aos requisitos da escola; ele é quem deveria acompanhar os

procedimentos tradicionais e contornar os obstáculos existentes, as atitudes

discriminatórias e preconceituosas.

A fase da inclusão: essa é a realidade da educação neste estabelecimento,

conforme se pode constatar não somente pelo número de alunos portadores de

necessidades educativas especiais inclusos no Ensino Fundamental (alunos que

têm permanecido no regular, com sucesso e aprendizagem), mas também pela

disposição do quadro funcional do colégio em adaptar-se aos alunos com

deficiência, levando assim a participação plena e igualdade de oportunidade a eles.

O trabalho da escola em conjunto com os professores do Ensino

Fundamental são:

- sensibilizar e treinar o pessoal de recursos humanos da escola (todos os

funcionários de todos os níveis);

- reorganizar os recursos materiais e físicos da escola;

49

- sensibilizar os pais de alunos, bem como os alunos (deficientes ou não) para um

papel mais ativo em prol de uma escola inclusiva;

- modificar atividades, adaptar conteúdos, ou até suprimir/acrescentar dependendo

da facilidade/dificuldade do aluno deficiente incluso.

Essa preparação da escola ocorre neste estabelecimento, dentro das salas

de aula, em setores operacionais e na comunidade em que ela (a escola) está

inserida.

Para que a inclusão atinja seu ápice, deverá continuar a ter a ação conjunta

da direção, dos professores, das autoridades educacionais, dos professores de

educação especial, dos líderes dos movimentos dos portadores de deficiência, dos

alunos deficientes, dos alunos não-deficientes e representantes da comunidade,

todos buscando o ideal de “escola para todos”, que respeite as diferenças, apóie a

aprendizagem e responda às necessidades individuais.

6.9.2 PROJETO SEGUNDO TEMPO

Projeto desenvolvido pelo Governo Federal, Governo Estadual, em parceria

com a Secretaria Municipal de Educação, oportunizando que alunos (as) das turmas

de 5ª e 6ª série, participem em forma de contra-turno, duas vezes por semanas, em

atividades desportivas e recreativas;

6.9.3 PROJETO AGENDA 21 ESCOLAR.

O referido projeto tem como objetivo conscientizar toda a comunidade escolar

para a mudança de atitude com relação ao meio, buscando sanar problemas que

interferem na melhoria da qualidade de vida.

De acordo com os dados coletados no município, a situação atual da

comunidade na qual a escola encontra-se inserida, não difere do contexto do

município. No entanto, destacou-se que os principais problemas estão evidenciados

em setores como: Lixo; Relacionamento (inter-pessoal e em relação ao patrimônio);

e à Aprendizagem.

Para a realização de todo o trabalho, faz-se necessário envolver

professores, alunos, pais, funcionários e comunidade de entorno. No decorrer do

50

projeto, com o envolvimento e participação da comunidade no seu desenvolvimento,

busca-se que estes agravantes possam ser superados.

6.9.4 SERVIÇO DE APOIO ESPECIALIZADO - SALA RECURSOS

A sala de Recursos teve a aprovação para seu funcionamento no início do

ano letivo de 2006, onde foi feito um levantamento com os professores para iniciar o

processo avaliativo com os alunos das 5ªs séries, e posteriormente com os alunos

das 6ªs séries.

A abertura da Sala de Recursos seguiu a Instrução nº 05/04, que estabelece

os critérios para o funcionamento da mesma.

Ao término do ano letivo, contamos com dezoito alunos matriculados,

distribuídos nos períodos matutino e vespertino, em igual quantidade, sendo que no

período matutino, conta-se com cinco ingressos e quatro egressos. No período

vespertino, são sete ingressos e dois egressos.

O atendimento vem mostrando resultados com alguns alunos, porém, outros

encontros encontraram dificuldades relacionadas à freqüência.

6.9.5 CELEM

Os cursos do CELEM têm duração de dois anos, ao final dos quais o aluno

recebe um certificado reconhecido pela Secretaria da Educação.

A escola conta com um professor, que atende duas turmas, sendo uma no

período vespertino, atendendo alunos no 1º ano do curso, e outra no período

noturno, para alunos que estão cursando o 2º ano.

6.9.6 JOGOS ESCOLARES

Para a participação dos Jogos Escolares, o Colégio dispõe de treinamento

de alunos em todas as modalidades, onde os professores de Educação Física

51

trocam seus horários de hora-atividade para estarem treinando os alunos para uma

futura participação, representando o Colégio. Embora essas horas não sejam

suficientes, um voluntário se dispõe para treinamento nas modalidades de futsal e

futebol de campo. Com todas essas atividades no esporte, temos destaques no

futsal, tênis de mesa, xadrez e no atletismo.

No ano de 2005, o Colégio se destacou no futsal, ficando com a 2ª

colocação em nível nacional.

6.9.7 ATIVIDADES CULTURAIS

• Maior característica: Dança, música e teatro (projeto das disciplinas de Língua

Portuguesa e Arte);

• Trabalho diferenciado em literatura e história da Arte (teatro e pintura de

quadros);

• Projeto FERA - Festival de Arte da Rede Estudantil (valorização na música,

dança e teatro);

• Parceria com acadêmicos da UNIPAR (teatro).

REFERÊNCIAS

Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Conselhos Escolares: democratização da escola e construção da cidadania. Brasília: MEC,

SEB, 2004. (Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares,

caderno 1).

Dados da Educação do Estado do Paraná, do município de Cianorte e do Colégio

Estadual Itacelina Bittencourt. Disponível em:

<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>. Acesso em: 06 de dez. 2005.

52

Dados Gerais do Brasil e do Paraná. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>.

Acesso em: 07 de dez. 2005.

Dados Gerais do Paraná. Disponível em: <http://www.ipardes.pr.gov.br>. Acesso

em: 06 de dez. 2005.

LIBÂNEO, J. C. Organização e Gestão da Escola: teoria e prática. 3. ed. Goiânia:

Alternativa, 2001.

LUCKESI, C. C. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. 6.

ed. São Paulo: Cortez, 1997.

Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Infra-Estrutura.

Coordenação de Estrutura e Funcionamento. Coletânea XII. Curitiba: SEED, DIE,

CEF, 2005.

Paraná. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Superintendência da

Educação. Coordenação de Acompanhamento e Avaliação do Discente. Grêmio Estudantil na Rede Estadual de Ensino do Paraná. Curitiba: SEED, CAADI, [s/d].

SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-crítica: primeiras aproximações. 2. ed. São

Paulo: Cortez: Autores Associados, 1991. – (Coleção polêmicas do nosso tempo; v.

40)

VASCONCELLOS, C. dos S. Avaliação da Aprendizagem: Práticas de Mudança –

por uma práxis transformadora. 5. ed. São Paulo: Libertad, 2003. – (Coleção

Cadernos Pedagógicos do Libertad; v. 6)

VEIGA, I. P. Projeto Político Pedagógico da Escola: uma construção possível.

Campinas, SP: Papirus, 1995. p. 11-35.

VIGOTSKII, L. S.; LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. Tradução Maria da Penha Villalobos. São Paulo: Ícone: Editora da

Univer sidade de São Paulo, 1988.

53

___________. Escola e Democracia: teorias da educação; curvatura da vara; onze

teses sobre educação e política. 4. ed. São Paulo: Cortez: Autores Associados,

1984. – (Coleção polêmicas do nosso tempo; v. 5)

__________. _____________________________________________________. 17.

ed. Campinas, SP: Papirus, 2004.

_____._____________________.____________________________. Conselho Escolar e a aprendizagem na escola. Brasília: MEC, SEB, 2004. (Programa

Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, caderno 2).

_____._____________________.____________________________. Conselho Escolar e o respeito e a valorização do saber e da cultura do estudante e da comunidade. Brasília: MEC, SEB, 2004. (Programa Nacional de Fortalecimento dos

Conselhos Escolares, caderno 3).

_____._____________________.____________________________. Conselho Escolar e o aproveitamento significativo do tempo pedagógico. Brasília: MEC,

SEB, 2004. (Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares,

caderno 4).

_____._____________________.____________________________. Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor. Brasília: MEC,

SEB, 2004. (Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares,

caderno 5).