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Estrutura do projecto: Introdução Princípios Educativos Pontos de partida Parceiros no projecto Recursos humanos Perfil dos docentes Constituição das turmas e dos grupos Recursos materiais Transportes e alimentação Formação Plano de estruturação da acção Modelo de trabalho da escola Organização e gestão dos tempos Organização dos espaços Operacionalização das acções Avaliação Circulação das produções Reuniões da Equipa Pedagógica

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Estrutura do projecto:

Introdução

Princípios Educativos

Pontos de partida Parceiros no projecto Recursos humanos Perfil dos docentes Constituição das turmas e dos grupos Recursos materiais Transportes e alimentação Formação

Plano de estruturação da acção Modelo de trabalho da escola Organização e gestão dos tempos Organização dos espaços Operacionalização das acções Avaliação Circulação das produções Reuniões da Equipa Pedagógica

Desenvolvimento do Projecto no Ano Lectivo 2007/2008

Anexos

Introdução:

A escola deverá ser uma comunidade onde se aprende e se vive, uma escola para a vida. É nesse sentido que apontam todos os estudos, recomendações e decisões internacionais no domínio da educação. É também nesta direcção que, no nosso país, são definidas orientações em matéria de política educativa.Afirma-se, por exemplo, na Lei de Bases do Sistema Educativo, que “o sistema educativo responde às necessidades resultantes da realidade social, contribuindo para o desenvolvimento pleno e harmonioso da personalidade dos indivíduos, incentivando à formação de cidadãos livres, responsáveis, autónomos e solidários e valorizando a dimensão humana do trabalho” (Art.º 2 - 4) e que “a educação promove o desenvolvimento do espírito democrático e pluralista, respeitador dos outros e das suas ideias, aberto ao diálogo e à livre troca de opiniões, formando cidadãos capazes de julgarem com espírito crítico e criativo o meio social em que se integram e de se empenharem na sua transformação progressiva” (Art.º 2º - 5).

No diploma que define a estrutura e os planos curriculares para os Ensinos Básico e Secundário (D.L. n.º286/89) destaca-se a preocupação de organizar “as várias componentes curriculares nas suas dimensões, humanística, artística, científica, tecnológica, física e desportiva, visando a formação integral do educando e a sua capacidade tanto para a vida activa quanto para a prossecução dos estudos”. O novo Estatuto da Carreira Docente, vem ainda reforçar a participação da comunidade educativa, com o “Direito à consideração e à colaboração da comunidade educativa” (D.L. n.º15/2007, Art.º 2º, Alteração ao ECD “Art.º 9º - 1 e 2”).

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Sabendo, no entanto, quanto tem sido difícil a tradução dessas orientações, esta transformação de práticas pedagógicas, consolidadas ao longo de décadas, exige uma reflexão profunda.

É neste contexto que se considera relevante o aparecimento de alternativas que permitam:

1 – Oferecer, tanto aos Pais, como aos Professores interessados, espaços de reflexão da prática pedagógica conforme esses princípios;

2 – Criar modelos de educação a partir dos quais se enriqueça a discussão sobre novas prática educativas.

É neste sentido, que a E.B. 1 do Sargaçal renasce (ano lectivo de 2007/2008) pela vontade de um grupo de pais que procurava alternativas a um modelo de ensino tradicional que já não dá resposta às necessidades e anseios das comunidades.

Este projecto respeita:

O Currículo Nacional do Ensino Básico D.L n.º6/2001 de 18 de Janeiro;

O Programa do 1.º Ciclo do Ensino Básico; O Programa Nacional de Matemática, homologado em 28 de

Dezembro de 2007.

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Princípios Educativos:

A EB1 do Sargaçal funciona de acordo com o Modelo Pedagógico do Movimento da Escola Moderna, com os contributos das escolas Jenaplan:

Movimento da Escola Moderna

O Movimento da Escola Moderna propõe-se construir, através da acção dos professores que o integram, a formação democrática e o desenvolvimento sócio-moral dos educandos com quem trabalham, assegurando a sua plena participação na gestão do currículo escolar. Assim, os educandos responsabilizam-se por colaborarem com os professores no planeamento das actividades curriculares, por se interajudarem nas aprendizagens que decorrem de projectos de estudo,  de investigação e de intervenção e por participarem na sua avaliação. Esta avaliação assenta numa negociação cooperada dos juízos de apreciação e do controlo dos objectivos assumidos nos planos curriculares colectivos e nos planos individuais de trabalho e de outros mapas e listas de verificação do trabalho de aprendizagem, que servem para registo e monitoragem do que se contratualizou em Conselho de Cooperação Educativa.

É por esta vivência – pondo à prova os valores humanos que sustentam a justiça, a reciprocidade e a solidariedade – que a organização do trabalho e o exercício do poder partilhados virão a transformar os estudantes e os professores em cidadãos implicados numa organização em democracia directa. Simultaneamente, esta experiência de socialização democrática dos estudantes constitui o sustentáculo do trabalho do currículo nas turmas, entendidas como comunidades de aprendizagem, num envolvimento cultural motivador1.1 In Modelo Pedagógico do MEM – http://movimentoescolamoderna.pt

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Os Vinte Princípios Básicos do Jenaplan

INDIVÍDUOS

1. Cada pessoa é um ser único, com um valor intrínseco e insubstituível.

2. Cada pessoa tem o direito de desenvolver a sua própria identidade, independentemente da raça, nacionalidade, sexo, preferência sexual, ambiente social, religião, perspectiva de vida ou deficiência.Esta identidade tem de ser caracterizada no mínimo por: independência, consciência crítica e social e criatividade.

3. Cada pessoa precisa, para desenvolver a sua identidade única, de estabelecer relações de ordem material, social, cultural e espiritual.

4. Cada pessoa deve ser reconhecida como uma pessoa no seu todo e, sempre que possível, assumir-se e identificar-se como tal.

5. Cada pessoa deve ser reconhecida como uma pessoa que apreende e inventa a cultura e, sempre que possível, assumir-se e identificar-se como tal.

SOCIEDADE

6. As pessoas devem formar uma sociedade que aprecie o valor e a dignidade insubstituível de cada um.

7. As pessoas devem formar uma sociedade que dê espaço e estímulo para desenvolver a identidade de cada um.

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8. As pessoas devem formar uma sociedade em que as diferenças e inter-câmbios entre as pessoas e grupos sejam tratados de uma forma justa, pacífica e construtiva.

9. As pessoas devem formar uma sociedade onde a terra e o espaço sejam objecto de respeito e preocupação.

10. As pessoas devem formar uma sociedade que use e respeite os meios naturais e culturais com responsabilidade para com as gerações futuras.

ESCOLA

11. A escola é uma organização relativamente autónoma e cooperante com as pessoas que a integram. Esta organização recebe influência da sociedade e também tem influência na sociedade.

12. Na escola, os adultos têm a tarefa de ensinar os princípios de cidadania e sociedade descritos anteriormente como ponto de partida da acção pedagógica.

13. Na escola, o modo de ensino é o resultado da experiência do mundo da criança e da fonte de cultura da sociedade, que são meios importantes para o desenvolvimento das pessoas e da sociedade anteriormente descrita.

14. Na escola, o ensino é ministrado de modo pedagógico planeado, com material e ensinamentos pedagógicos.

15. Na escola, o ensino e a aprendizagem resultam de um ritmo alternado de actividades básicas de conversação, brincadeira, trabalho e festividades.

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16. Na escola, as crianças são predominantemente colocadas em grupos heterogéneos. A diferença de nível etário e de conhecimento estimula a aprendizagem e o respeito pelos outros.

17. Na escola, as brincadeiras e as iniciativas das crianças alternam e são complementadas pela instrução e aprendizagem guiada. O objectivo do ensino é permitir que se alcance um elevado nível de desenvolvimento.

18. Na escola, a orientação do mundo exterior tem um lugar central como base de experiência, descoberta e pesquisa. É um processo contínuo de interacção.

19.Na escola, o comportamento e o nível da criança são julgados, tanto quanto possível, pelo desenvolvimento pessoal da criança e em diálogo com ela.

20. Na escola, as mudanças são vistas como um processo em permanente evolução, guiado por uma interacção consistente entre acção e reflexão.

Pontos de partida:

Parceiros no projecto:

Este projecto está a ser desenvolvido na Escola Básica do 1.º Ciclo do Sargaçal e concretizado através de uma parceria tripartida,

Direcção Regional de Educação do Algarve/ Agrupamento Vertical de Escolas das Naus

Câmara Municipal de Lagos

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Associação de Pais Girassol Escola Activa,

destacando-se o envolvimento da Associação de Pais na concretização do projecto, relativamente:

1) À colaboração e ajuda diária, intervindo de forma efectiva, não só nas actividades escolares, como nas circum-escolares, sejam de natureza cultural, desportiva, social ou recreativa;2) À defesa dos legítimos interesse dos alunos e encarregados de educação, junto dos professores, da escola e dos organismos oficiais;3) Ao intercâmbio de ideias e sugestões com associações do mesmo tipo;4) Ao acompanhamento da vida e modo de funcionamento da escola, em todos os seus aspectos, analisando intervindo e participando no processo de ensino.

Para a realização dos seus fins, compete, nomeadamente, à Associação:

a) Promover a educação, socialização e desenvolvimento global de cada criança em idade pré-escolar e escolar;b) Promover debates, colóquios, conferências e outras actividades afins sobre temas que interessem à prossecução dos fins da Associação;c) Promover acções com o intuito do estabelecimento de protocolos ou outros no aspecto social, prevendo colaborar com instituições ou organizações empenhadas na melhoria do nível da educação, nomeadamente instituições e organizações ligadas à pedagogia “Jenaplan”.

Recursos humanos:

Dois professores do Ministério da Educação;

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1 professor contratado pela Associação de Pais; 2 Auxiliares de Acção Educativa contratadas pela Câmara

Municipal de Lagos; Professores para as Actividades Extra-Curriculares

contratados pela Associação de Pais Girassol Escola Activa, de acordo com o Despacho n.º 12591/2006 (2.ª Série).

Perfil dos Docentes:

Docentes com formação e prática comprovada na construção do Modelo Pedagógico do Movimento da Escola Moderna:

o realização da Oficina de Iniciação ao Modelo Pedagógico do Movimento da Escola Moderna;

o publicação de artigos no âmbito da inovação pedagógica, com preferência aos veiculados através da Revista Escola Moderna;

o participação nos Grupos de Formação Cooperativa;o participação nos Sábados Mensais de Animação

Pedagógica;o participação nas estruturas de coordenação do

Movimento da Escola Moderna; Licenciatura em 1.º Ciclo do Ensino Básico, com experiência

profissional comprovada,

o que pressupõe uma prática com uma organização própria e adequada à vida em democracia, de acordo com os seguintes princípios de estruturação de acção educativa:

os meios pedagógicos veiculam, em si, os fins democráticos da educação;

a actividade escolar, enquanto contrato social e educativo;

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a prática democrática da organização partilhada por todos institui-se em Conselho de Cooperação Educativa;

os processos de trabalho escolar reproduzem os processos sociais autênticos;

a informação partilha-se através de circuitos sistemáticos de comunicação;

as práticas escolares darão sentido social imediato às aprendizagens dos alunos;

os alunos intervêm ou interpelam o meio social e integram na aula “actores” comunitários como fonte de conhecimento nos seus projectos.

Constituição das Turmas e dos Grupos:

As turmas têm de ser constituídas por alunos dos 4 anos de escolaridade, propositadamente heterogéneas, tendo de haver um equilíbrio entre o número de alunos de cada ano em cada turma, perfazendo um número máximo de 18 alunos, no sentido de tornar operacionalizável o trabalho com os grupos, em consonância com o modelo de trabalho, com a população escolar e espaços de trabalho e lazer disponíveis.

Em cada sala, os alunos estão organizados em 4 grupos de trabalho, sendo que cada grupo tem de incluir crianças dos 4 níveis de escolaridade, no sentido de multiplicar as redes de apoio entre pares, as possibilidades de trabalho, a circulação e transferência de aprendizagens e de libertar os professores para um maior tempo de apoio às crianças com maiores dificuldades.

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As salas encontram-se organizadas por áreas de trabalho, constituídas por espaços específicos, onde se encontram:

Ficheiros – Matemática, Língua Portuguesa, Estudo do Meio, Projectos e Ciências Experimentais;

Materiais estruturados de Matemática – MAB, cuisenaire, arcos, balanças, ábacos, sólidos…;

Materiais estruturados de Estudo do Meio – Esqueleto humano, torso humano com órgãos removíveis, bússolas, mapas…;

Materiais estruturados e não estruturados de Ciências Experimentais – provetas, tubos de ensaio, palhinhas, frascos de vidro, colheres, sal, azeite, vinagre, papel de filtro, café, açúcar, farinha, pedras, conchas, lupas…;

Computadores e software educativo; Biblioteca – área com mantas, almofadas e

dezenas de livros para gozo, consulta, descoberta, aprendizagem, partilha, pesquisa, leitura….

Mais de metade da população escolar tem o português como Língua Não Materna, encontrando-se, assim, abrangidos pelo Despacho Normativo n.º7/2006 e em diferentes níveis de proficiência linguística.

De acordo com o modelo de trabalho, com a população escolar e espaços de trabalho e lazer disponíveis, salientamos mais uma vez a extrema importância de cada uma das turmas ser constituída com um número máximo de 18 alunos, no sentido de tornar operacionalizável o trabalho com os grupos.

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Recursos materiais:

A verba a atribuir à escola, pela Câmara Municipal de Lagos, é estipulada de acordo com o número de alunos que a frequentam;

A verba atribuída pela Câmara Municipal de Lagos aos alunos subsidiados, é utilizada para material de desgaste, incluindo papel para fotocópia de ficheiros, pois não usamos manuais escolares;

Verbas atribuídas à Associação de Pais Girassol Escola Activa, pelo Ministério da Educação, de acordo com o Despacho n.º 12591/2006 (2.ª Série);

Verbas da Associação de Pais e contributos de outros pais; Recursos próprios dos docentes (ficheiros, livros de literatura

para a infância…) e auxiliares; Verbas resultantes do trabalho com os alunos, pais e

auxiliares (venda do jornal da escola “O Girassol”, Feira Quinhentista, cabazes…).

Transportes e alimentação:

O transporte dos alunos é assegurado pelos Pais e Encarregados de Educação e pela Câmara Municipal de Lagos (CML);

Quanto à alimentação, os alunos almoçam na escola (trazendo comida de casa), na cantina da EB1 N.º3 de Lagos e em casa.

Formação:

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O corpo docente realizará formação no âmbito do Movimento da Escola Moderna e das Escolas Jenaplan:

Estágios na Holanda e Alemanha nas Jenaplan Schools, sendo os custos suportados inteiramente pela Associação de Pais;

Constituição de um Grupo de Formação Educativa, em cooperação com outros docentes do Movimento da Escola Moderna;

Participação e formação na rede de projectos de investigação, inovação e formação do Movimento da Escola Moderna, integrada no Centro de Formação Acreditada do Movimento da Escola Moderna, cuja Comissão para a supervisão científica é constituída por doze professores doutorados e por docentes que desempenham funções em instituições de ensino superior;

Formação no âmbito do Programa Regional de Educação Ambiental de Educação pela Arte – PREAA – sendo a EB1 do Sargaçal uma escola piloto neste projecto da DREALG;

Formação promovida pelo Centro de Formação Contínua Dr. Rui Grácio;

Formação promovida pela Tutela.

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Plano de Estruturação da Acção:

Modelo de trabalho da escola:

O modelo pedagógico da escolaassenta em três subsistemas integrados de organização

do trabalho de aprendizagem

Estruturas de cooperação educativa

Circuitos de comunicação

Participação democrática directa

Circuitos de Comunicação

Estabelecem-se circuitos múltiplos de comunicação que estimulam o desenvolvimento de formas variadas de representação e de construção interactiva de conhecimento.

Esta matriz comunicativa é radicada por circuitos de comunicação das aprendizagens e de fruição dos produtos culturais, para que todos possam aceder à informação de que cada um dispõe e aos seus produtos de estudo e de criatividade artística e intelectual.

As trocas sistemáticas concretizam a dimensão social das aprendizagens e o sentido solidário da construção cultural dos saberes e das competências instrumentais que os expressam (a escrita, o desenho, o cálculo).

 Participação democrática directa

As atitudes, os valores e as competências sociais e éticas que a democracia integra constroem-se, enquanto alunos e professores, em cooperação, vão experienciando e desenvolvendo a própria

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democracia na escola. Esta relação democrática pressupõe a gestão cooperada do currículo escolar – o que compreende o planeamento e a avaliação como operações formativas de todo o processo de aprendizagem. A circulação e a utilização da informação e da cultura têm de ser democráticas, dando sentido social a todo o saber.

A democracia é a estrutura de organização que se firma no respeito mutuamente cultivado, a partir da afirmação das diferenças individuais reconhecendo o outro como semelhante. Esta postura de diálogo é o instrumento fundamental de construção de projectos comuns e diferenciados.

Trata-se de gerir colegialmente, em conselho de cooperação educativa, tudo o que à turma diz respeito. O cimento da organização formadora é a ética – o esforço obstinado de tornar congruente a utilização dos meios e dos modelos organizativos da educação com os seus fins democráticos.

Organização e gestão dos tempos:

Organizamos o trabalho de acordo com um Agenda Semanal de Trabalho (ver Desenvolvimento do Projecto no Ano Lectivo 2007/2008)

Organização dos espaços:

(ver planta nos Anexos)

Operacionalização das acções:

o Iniciamos o dia com um momento em colectivo - Roda de grupo - em que, em cooperação, comunicamos (novidades,

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mostra e conta, apresentação e leitura de livros pelos professores e crianças…) planificamos o trabalho diário de acordo com a Agenda Semanal de Trabalho e fazemos cálculo mental.

o Seguidamente passamos à Leitura, no âmbito da Literatura para a Infância, que se encontra estruturado em duas partes:

A primeira é dedicada à mediação do livro e da leitura, por parte dos professores. Esta mediação, promoção e divulgação é usada como estratégia de intervenção pedagógica e didáctica, tendo como objectivo seduzir o olhar, despertar a imaginação, aguçar os sentidos, fomentar a sensibilidade, provocar a reflexão, cultivar a inteligência e encantar a memória.

Para tal todas as semanas são levados novos livros para a sala de aula, que são apresentados na roda e todos os dias os professores lêem em voz alta para os alunos.

De início álbuns e pequenas histórias, rimas, poesia, trava-línguas, lengalengas e non sense, até chegarmos à leitura de histórias que paulatinamente exigem um maior grau de concentração e atenção, onde incluímos a leitura de histórias por capítulos. Ler torna-se assim puro deleite, tanto para quem escuta, como para quem lê e dá vida às páginas de um livro… É deste modo que se captam leitores, se asseguram e se cimentam hábitos de leitura.

As obras escolhidas, apresentadas, animadas e lidas vão muito além do actual “Plano Nacional de Leitura”, encontrando-se os professores em permanente contacto e actualização com as diferentes redes, bases de dados, revistas digitais on-line, entre outras, provenientes da Ibéria, América do Sul, Caribe, Inglaterra, França, Itália, África do Sul…

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A segunda parte, deste tempo, é dedicada à leitura a pares (as crianças mais velhas apoiam as mais novas ou com mais dificuldades na leitura), e/ou à leitura individual.

Com efeito, a leitura estimula e orienta a criatividade, educa e potencia as capacidades mentais, porque é no acto de ler que se organizam sensações, ideias e feitos, ao mesmo tempo que se exige do leitor atenção, reflexão, comparação, previsão e conexão; tais actividades mentais, tal geração de processos intelectuais, contribuem forçosamente para estruturar o pensamento, assim como para provocar o raciocínio.

(in El rumor de la lectura, Equipo Peonza, Anaya, Madrid – 2001, p. 27, adaptado)

Mas ler não é só puro deleite. A leitura ao ser feita de forma continuada contribui para uma formação integral e permanente do indivíduo, só assim se melhoram as capacidades leitoras e se elevam os níveis de literacia.

o Todas as manhãs existem momentos de trabalho em autonomia, regulado pelo Plano Individual de Trabalho (PIT) (ver Anexos), com o apoio dos professores, pais e auxiliar, em que as crianças dos dois grupos circulam livremente pelos espaços da escola, organizando-se em função do trabalho que desenvolvem.

o De tarde, dois momentos semanais de trabalho em Projectos específicos e ou desenvolvimento de Actividades Experimentais, permanecendo o grupo-escola como uma unidade que se organiza de acordo com os projectos a desenvolver:

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O Trabalho de Projecto é regulado pelo seguinte roteiro:

1- Antecipar uma representação mental do que se quer fazer, saber ou mudar;2- Clarificar o significado social do trabalho previsto, com vista à sua utilização, apropriação, intervenção e difusão;3- Elaborar o projecto de actuação desdobrando-o em acções;4- Conceber um plano de trabalho distribuindo as acções no tempo e atribuindo as responsabilidades;5- Proceder à execução do plano para:

a) Pesquisa documental, inquérito social, intervenção.b) Tratamento da informação.c) Concepção da apresentação das produções para apropriação colectiva.d) Elaboração de instrumentos para obter a retroacção dos destinatários.

6- Comunicar os resultados do estudo ou da intervenção alargando as formas de difusão;7- Proceder à avaliação do processo e da utilização social dos resultados pela reflexão crítica.

o Temos momentos semanais de trabalho específico com os diferentes grupos de anos (1.º Ano, 2.ºAno, 3.º e 4.ºAnos), em que trabalhamos novos conteúdos de todas as áreas curriculares disciplinares e esclarecemos dúvidas no colectivo, conteúdos a treinar depois em Tempo de Trabalho Autónomo.

o Semanalmente, uma das tardes está reservada ao trabalho no domínio das Expressões Artísticas que trabalhamos de forma articulada, com o apoio de pais e outros técnicos que pontualmente se deslocam à escola numa parceria com a

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Biblioteca Municipal de Lagos, altura em que nos organizamos de modo a todas as crianças rodarem pelos diversos espaços onde as diferentes actividades se desenvolvem.

o No final do dia, avaliamos, colectivamente, na Roda (cada grupo em sua sala), o dia de trabalho e projectamos o trabalho a desenvolver.

No final de cada semana, em Conselho de Cooperação Educativa, com toda a escola junta numa das salas, lemos os Diários de Turma (registo de ocorrências significativas – ver Anexos), e reflectimos cooperadamente, de modo a clarificarmos éticamente os conflitos (ocorrências negativas), para:

1 - Identificar as fontes de conflito;2 - Explicitar as intenções dos actos;3 - Detectar as consequências;4 - Experimentar colocar-se na perspectiva do outro;5 – Decidir remediar, recuperar, reconstruir, compensar, construir normas, etc…

Avaliação:

Todo o trabalho realizado na escola e em casa é registado no Plano Individual de Trabalho (PIT), principal instrumento de avaliação, com duração de 15 dias, e que reúne todo o trabalho realizado nesse período.

É planificado pelas crianças com a aferição dos professores.

É auto-avaliado, avaliado pelos pares e lido na Roda-

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É avaliado pelos professores e novamente lido na Roda.

Por fim, é enviado para casa para ser avaliado pelos pais, posto que retorna à Roda para ser lido perante o grupo.

Todo o trabalho planificado está em constante dialogia com o Currículo Nacional, através de um instrumento de registo e controlo, as Listas de Verificação, que se encontram afixadas na sala, no sentido de garantir o cumprimento dos curricula.

Toda a avaliação realizada respeita os Critérios de Avaliação definidos em Conselho de Docentes do 1º Ciclo, do Agrupamento Vertical de Escolas das Naus.

Circulação das produções:

Dão-se visibilidade a todos os produtos culturais que são circulados através de:

Jornal da escola “O Girassol” Página da escola na Internet, em

http://escoladosargacal.wordpress.com Comunicação de Projectos Outras comunicações na Roda Exposições Apresentação de produções em festas com os Pais e restante

comunidade Correspondência inter-escolas – no presente ano lectivo esta

correspondência está a ser feita com a EB1 de Barão de São João (Lagos), com o Externato N.ª Sr.ª da Penha (Lisboa) e com uma Jenaplanschool (Holanda)

Também pelo Plano Individual de Trabalho que vai a casa de 15 em 15 dias.

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Reuniões da Equipa Pedagógica:

Os docentes reúnem-se em dois momentos diários (hora do almoço e final do dia) para balanço do trabalho e actualização da página web;

Semanalmente, os docentes reúnem-se com a Associação de Pais;

Mensalmente, os docentes reúnem-se em Conselho de Escola, onde também participam os professores das Actividades Extra Curriculares;

Bimensalmente, reunimo-nos com a Equipa do Pré-Escolar Itinerante de Lagos, com a qual desenvolvemos projectos conjuntos, no sentido de articular os curricula e modos de trabalho, tendo em conta que estes alunos irão frequentar o 1.º Ciclo na EB1 do Sargaçal.

Os docentes integram também, mensalmente, o Conselho de Docentes do 1º Ciclo do Agrupamento Vertical de Escolas das Naus;

Trimestralmente, reúnem-se no Conselho de Docentes para a Articulação Curricular do Agrupamento Vertical de Escolas das Naus;

Mensalmente, a Coordenadora reúne com a representante do 1º Ciclo da Comissão Executiva Instaladora do Agrupamento Vertical de Escolas das Naus.

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Desenvolvimento do projecto no Ano Lectivo 2007/2008:

Recursos humanos:No presente ano lectivo, os Docentes que se encontram a leccionar na EB1 do Sargaçal são:

Andréa Avelar Duarte (Movimento da Escola Moderna)

Alberto Miguel dos Santos Costa (Movimento da Escola Moderna)

Ana Cristina Silva

As funções de Auxiliares de Acção Educativa estão a ser desempenhadas por Ana Reis e Fernanda Amores, duas funcionárias que se encontram perfeitamente integradas no modelo de funcionamento da escola, representando uma mais valia em termos educativos. Consideramo-las fundamentais para o bom funcionamento do projecto.

Constituição das Turmas e dos Grupos:

No presente ano lectivo, a escola tem um total de 36 alunos, divididos por 2 salas, mas que trabalham como um único grupo.

A turma A é constituída por 4 alunos do 1º ano, 6 do 2º ano, 5 do 3º ano e 3 do 4º ano, na faixa etária dos 6 aos 10 anos.

A Turma B é constituída por 6 alunos do 1º ano, 7 alunos do 2º ano, 3 alunos do 3º ano e 2 alunos do 4º ano, na faixa etária dos 6 aos 9 anos.

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20 dos alunos desta escola têm o Português como Língua Não Materna, estando abrangidos pelo Despacho Normativo N.º7/2006, encontrando-se em diferentes níveis de proficiência linguística.

Organização e gestão dos tempos:

Agenda Semanal de TrabalhoSegun

da Terça Quarta Quinta Sexta

9H00-9H30

Conselho de Cooperação Educativa(Roda de

Sala)

Conselho de Cooperação Educativa(Roda de

Sala)

Conselho de Cooperação Educativa

(Roda de Sala)

Conselho de Cooperação Educativa

(Roda de Sala)

Conselho de Cooperação Educativa

(Roda de Sala)9H30-10H1

5Leitura Leitura Leitura Leitura Leitura

10H15-

10H30

Trabalho Autónomo

(Todos)

Trabalho Autónomo

(Todos)

Trabalho Autónomo

(Todos)

Trabalho Autónomo

(Todos)

Trabalho Autónomo

(Todos)10H3

0-11H0

0INTERVALO

11H00-

12H00

Trabalho Autónomo

2.º, 3.º e 4.º Anos

/Matemática,

E.M. e Língua

Portuguesa(trabalho específico com o 1.º

Ano)

Trabalho Autónomo

2.º, 3.º e 4.º Anos

/Matemática, E.M. e Língua Portuguesa(trabalho específico com o 1.º

ano)

Matemática, E.M. e Língua Portuguesa(trabalho

específico com o 2.º, 3.º e 4.º

anos)/

Trabalho Autónomo (1.º

Ano)

Trabalho Autónomo 2.º, 3.º e 4.º Anos

/Matemática, E.M. e Língua Portuguesa(trabalho

específico com o 1.º Ano)

Trabalho Autónomo 2º, 3º e 4º Anos

/Matemática, E.M. e Língua Portuguesa(trabalho

específico com o 1.º Ano)

12H00-

13H30

ALMOÇO

13H30-

14H30

Projectos

Matemática, E.M. e Língua Portuguesa(trabalho específico

com os diferentes

anos)/

Trabalho Autónomo (1.º Ano)

Experiências / Trabalho

Autónomo(Todos)

Matemática, E.M. e Língua Portuguesa(trabalho

específico com os diferentes

anos)/

Trabalho Autónomo (1.º

Ano)

Projectos

14H30-

15H20

Experiências / Expressões

Conselho de Cooperação Educativa(Roda de Conselho)

15H20-

15H3

Conselho de Cooperação Educativa

Conselho de Cooperação Educativa

Conselho de Cooperação Educativa

Conselho de Cooperação Educativa

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0 (Roda de Sala)

(Roda de Sala)

(Roda de Escola) (Roda de Sala)

15H30-

16H00

INTERVALO

16H00-

16H45

Actividades de Enriquecimento Curricular

16H45-

17H00

INTERVALO

17H00-

17H45

Actividades de Enriquecimento Curricular

Matemática: 1h50 (T.E.), 5h10 (T.A.) – 7H

Língua: 1h50 (T.E.), 1h25m (T.A.), 1h (R.C.), 3h45 (Lei) – 8H

Estudo do Meio: 2h50 (Proj.), 1h (Expe.) 1h20 (T.E.) – 5H 10m

Trabalho Específico – 4h40Trabalho Autónomo (PIT) – 7h15Projectos – 2h50Experiências – 1hRoda de Conselho – 50mLeitura – 3h45Rodas – 3h10

Alimentação:

Quanto à alimentação, no presente ano lectivo, um terço dos alunos almoça na cantina da EB1 N.º3 de Lagos (o que implica deslocações a uma escola estranha às crianças, transporte suportado pela CML e a supressão de qualquer momento de lazer entre o período de trabalho da manhã e o da tarde), 3 almoçam em casa e os restantes almoçam na escola (trazendo comida de casa).

Diagnóstico de Necessidades:

A escola não dispõe de:

Cantina; Cozinha de Apoio; Espaços exteriores cobertos; Estruturas de recreio para exterior;

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Sala de trabalho/reuniões/atendimento; Despensa.

Assim sendo, a Associação de Pais, com o conhecimento e aprovação da Comissão Executiva Instaladora do Agrupamento Vertical das Naus, já tem pronta uma proposta de projecto, que está presentemente a ser discutida com a Câmara Municipal de Lagos, para que se possam começar algumas das obras de ampliação da escola, necessárias ao melhoramento dos seus espaços físicos.

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Anexos:

Planta da sala; Plano Individual de Trabalho - 1.º Ano; Plano Individual de Trabalho - 2.º Ano; Plano Individual de Trabalho - 3.º Ano; Plano Individual de Trabalho - 4.º Ano; Mapa de Responsabilidades; Mapa de Presenças; Mapa de Registo do Tempo; Registo dos Planos Diários; Registo das Leituras; Ficha de Leitura; Ficha de Requisição de Livros; Registo de Produção de Textos; Registo de Utilização dos Computadores; Registo de Trabalho no Computador; Diário de Turma.

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