PLANO DE MANEJO - itaperuna.rj.gov.br · Romeiro da Fonseca Goulart- Engenheiro Florestal (SEMAI)...

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Prefeitura Municipal de Itaperuna- Secretaria Municipal do Ambiente, RJ- 2017 Plano de Manejo- APA Raposo, ReViS do Sagui da Serra Escuro e ReViS Monte Alegre (Alírio Braz). Prefeitura Municipal de Itaperuna Secretaria Municipal do Ambiente Secretaria Municipal de Planejamento PLANO DE MANEJO ReViS do Sagui da Serra Escuro, ReViS Monte Alegre (Alírio Braz) e APA Raposo Itaperuna– RJ 2017

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  • Prefeitura Municipal de Itaperuna- Secretaria Municipal do Ambiente, RJ- 2017

    Plano de Manejo- APA Raposo, ReViS do Sagui da Serra Escuro e ReViS Monte

    Alegre (Alrio Braz).

    Prefeitura Municipal de Itaperuna

    Secretaria Municipal do Ambiente

    Secretaria Municipal de Planejamento

    PLANO DE MANEJO

    ReViS do Sagui da Serra Escuro,

    ReViS Monte Alegre (Alrio Braz) e APA Raposo

    Itaperuna RJ

    2017

  • 1

    Equipe Tcnica:

    Maria Ins Tederiche Micicheli- Biloga (SEMA), Especialista em

    Anlise Ambiental em Sistemas de Gesto (Redentor) e em

    Planejamento e Implementao de EAD (UFF).

    Romeiro da Fonseca Goulart- Engenheiro Florestal (SEMAI)

    Marcos Paulo Machado Thom- Bilogo, Msc em Biologia de gua

    Doce e Pesca Interior-INPA, Coordenador do Curso de Cincias

    Biolgicas do Centro Universitrio Redentor - Itaperuna, RJ

    William de Azevedo Pinheiro Bilogo, Professor/Tutor do Curso

    de Cincias Biolgicas do Consrcio CEDERJ, Polo Itaperuna, RJ.

    Pedro da Silva Prado Filho - MBA em Finanas e Produo

    Coordenador de Projetos (SEMAI)

    Priscilia Andreazzi, Biloga, Mdica Veterinria.

    Daniel Gomes Pereira, Mdico Veterinrio, PhD pela UERJ. Apoio

    com primatas

  • SUMRIO

    CAPTULO I: APRESENTAO ......................................................................... 8

    1- CONSIDERAES INICIAIS .............................................................................. 8

    1.1. JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 10

    2. FICHA TCNICA DAS UCS ........................................................................ 12

    2.1. REA DE PROTEO AMBIENTAL DE RAPOSO .............................. 12

    2.2- REFGIO DE VIDA SILVESTRE DO SAGUI DA SERRA ESCURO ......................... 16

    2.3- REFGIO DE VIDA SILVESTRE MONTE ALEGRE (ALRIO BRAZ) ...................... 20

    3.2- LOCALIZAO E ACESSOS ..................................................................... 28

    C A P I T A I S .............................................................................................................. 30

    R I O D E J A N E I R O .............................................................................................. 30

    V I T R I A ................................................................................................................. 30

    B E L O H O R I Z O N T E ............................................................................................ 30

    S O P A U L O .......................................................................................................... 30

    M U N I C P I O S ........................................................................................................ 30

    D I S T N C I A ( K M ) ............................................................................................. 30

    4- LOCALIZAO E LIMITES ATUAIS DAs UCS ............................. 36

    4.1.1- APA Raposo .................................................................................... 36

    4.1.2- Refgio de Vida Silvestre do Sagui da Serra Escuro ..... 37

    5.1- Acessos....................................................................................................... 39

    5.2- ORIGEM DO NOME ............................................................................................ 40

    5.2.1- APA Raposo........................................................................................... 40

    5.2.2- Refgio de Vida Silvestre do Sagui da Serra Escuro ............ 42

    5.2.3- Refgio de Vida Silvestre Monte Alegre (Alrio Braz) ........... 42

    CAPTULO IV: FATORES ABITICOS E BITICOS ........................................ 43

    6- FATORES ABITICOS ................................................................................... 44

    6.1- CLIMA ................................................................................................................ 44

    6.2- HIDROGRAFIA LOCAL ....................................................................................... 48

    REFGIO DE VIDA SILVESTRE DO SAGUI DA SERRA ESCURO ............................... 61

    REFGIO DE VIDA SILVESTRE MONTE ALEGRE (ALRIO BRAZ) ............................ 62

    7.1.2- APA Raposo: ......................................................................................... 64

    7.2-FAUNA ............................................................................................................... 69

    CAPTULO V ............................................................................................................ 75

    8- FATORES ANTRPICOS ......................................................................... 75

    8.1.2- ETAPAS METODOLGICAS ..................................................................... 75

    8.1.3- OFICINAS LOCAIS ........................................................................... 76

  • 8.1.3.1- 1 Oficina: ....................................................................................... 76

    8.1.3.2- 2 OFICINA: ....................................................................................... 80

    8.1.4- ENTREVISTAS E REUNIES: .................................................................. 82

    CAPTULO VI- ZONEAMENTO .......................................................................... 91

    9. MANEJO DA UNIDADE DE CONSERVAO ........................................ 92

    9.1. OBJETIVOS ESPECFICOS DO MANEJO ............................................ 92

    9.2. ZONEAMENTO............................................................................................ 94

    9.2.1- ZONA de preservao ................................................................ 94

    9.2.2- Zona de Conservao ................................................................. 96

    9.3- reas ................................................................................................... 100

    9.3.2- REA DE RECUPERAO (AR)....................................................... 102

    9.3.3- REA DE USO ESPECIAL (AUE) .................................................. 104

    9.4- ENTORNO .............................................................................................. 107

    9.5- ZONA DE AMORTECIMENTO (ZA): ................................................ 108

    9.6- ZONEAMENTO (APA RAPOSO) ....................................................... 108

    9.6.1- ZONA DE CONSERVAO DA VIDA SILVESTRE ................... 109

    10- PLANEJAMENTO DAS UNIDADES DE CONSERVAO ............... 110

    10.1- INTRODUO ...................................................................................... 110

    10.2- PROGRAMA DE CONHECIMENTO ............................................. 111

    10.2.1- SUBPROGRAMA de Educao Ambiental e incentivo a

    iniciativas de desenvolvimento ................................................................. 112

    10.2.2- SUBPROGRAMA DE PESQUISA ....................................................... 114

    10.2.2.1- SUBPROGRAMA de Pesquisas, monitoramento e

    fiscalizao de Espcies Ameaadas de Extino. ............................ 115

    10.3- programa de Monitoramento Ambiental ............................... 116

    10.3.1- Critrios de quantificao: ..................................................... 117

    10.4- PROGRAMA DE USO PBLICO ................................................................. 120

    10.4.1- SUBPROGRAMA de lazer e recreao ................................. 120

    10.5- PROGRAMA DE INTERAO COM A REA DE INFLUNCIA. 127

    10.5.1- SUBPROGRAMA de relaes pblicas ................................. 128

    10.5.1.1- Programa Passe um Dia nas UCs ........................................ 128

    10.5.1.2- Programa LOGOMARCA ........................................................... 128

    10.5.2- PROGRAMA DE MANEJO DO MEIO AMBIENTE ................ 129

    10.5.2.1- SUBPROGRAMA de Manejo dos Recursos ..................... 129

    Indicao de fonte de recursos ................................................................ 131

    10.6-1. Programa de operacionalizao ........................................... 137

    10.6-1.1. SUBPROGRAMA de Administrao e Manuteno ..... 137

    11. IMPLEMENTAO DA UNIDADE DE CONSERVAO .................... 141

    11.1- SISTEMA DE GESTO ....................................................................... 141

  • 11.1-2. RUBRICAS QUE COMPEM A GESTO DE UMa UCS .... 145

    11.2- ALTERNATIVAS DE MODELO DE GESTO ................................. 150

    11.2-1. Gesto Individualizada............................................................. 151

    11.2-2. Gesto Compartilhada ............... Erro! Indicador no definido. 11.3- CRIAO DA IDENTIDADE DOS UCS ............................................ 152 11.4- PROCEDIMENTOS PARA CONSOLIDAO DO SISTEMA DE UCS ERRO! INDICADOR NO DEFINIDO. 11.5- CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ................................................... 156 11.8- RECURSOS ORIUNDOS DO ICMS ECOLGICO SUA DESTINAO .......... 157

    12. ANEXOS ......................................................................................................... 164

    ANEXO I: LISTA DE FLORA ..................................................................................... 164 ANEXO II: LISTA DE FAUNA ................................................................................... 164 ANEXO III: IMAGENS ZONEAMENTO UCS ................................................................ 164 ANEXO IV: MEMORIAIS DESCRITIVOS UCS E DE ZONEAMENTO .......... 164 ANEXO V: FOTOS FAUNA E FORA ................................................................... 164 ANEXO VI: TRILHAS NOS REVIS ...................................................................... 164 ANEXO VII: INFRAESTRUTURA (SEDE ADMINISTRATIVA) .................... 164 ANEXO VIII: EQUIPAMENTOS BSICOS ....................................................... 164

    13- REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .............................................................. 165

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

    SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservao

    UC Unidade de Conservao

    ReViS Refgio de Vida Silvestre

    APA rea de Proteo Ambiental

    APP- rea de Preservao Permanente

  • CAPTULO I: APRESENTAO

    1- CONSIDERAES INICIAIS

    O ordenamento de uso de uma unidade de conservao

    definido pelo seu Plano de Manejo, cuja orientao segue os objetivos

    da categoria de manejo prevista segundo determinao do Sistema

    Nacional de Unidades de Conservao.

    Nos termos do inciso XVII, do art. 2, da Lei n 9.985, de

    18/07/2000, a qual institui o Sistema Nacional de Unidades de

    Conservao da Natureza, entende-se por plano de manejo o

    documento tcnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos

    gerais de uma unidade de conservao, se estabelece o seu

    zoneamento e as normas que devem presidir o uso da rea e o

    manejo dos recursos naturais, inclusive a implantao das estruturas

    fsicas necessrias gesto da unidade.

    As APAs, de acordo com a mencionada lei federal, enquadram-se

    entre as Unidades Uso Sustentvel (art. 14, I), enquanto que os

    Refgios de Vida Silvestre se enquadram nas Unidades de Proteo

    Integral (art. 8, V), tendo como objetivos bsicos:

    APA: proteger a diversidade biolgica, disciplinar o processo de

    ocupao e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos

    naturais (art. 15).

    ReViS: proteger ambientes naturais onde se asseguram

    condies para a existncia ou reproduo de espcies ou

    comunidades da flora local e da fauna residente ou migratria(art

    13).

    O plano aqui apresentado tem como propsito oferecer diretrizes

  • para a implantao e gesto das Unidades de Conservao (UCs)

    denominadas de rea de Proteo Ambiental de Raposo, Refgio

    de Vida Silvestre do Sagui da Serra Escuro e Refgio de Vida

    Silvestre Monte Alegre (Alrio Braz) situada no distrito de Raposo,

    Municpio de Itaperuna, no Estado do Rio de Janeiro, tendo como

    objetivo principal racionalizar o uso dos recursos naturais, por meio

    de aes visando manter ou recuperar seus ecossistemas e as

    funes ambientais destes dependentes. Dessa forma, busca utilizar

    a conservao ambiental como ferramenta para a promoo do

    desenvolvimento sustentvel local, visando a melhoria da qualidade

    de vida das comunidades do entorno.

    Determinar estratgias de conservao, integrando a sociedade

    civil, exigem a realizao de um processo de anlise e avaliao tanto

    das caractersticas ambientais, quanto das necessidades sociais, que

    juntos daro subsdios para a planificao do uso de uma rea

    determinada.

    O Planejamento um processo dinmico que parte do

    conhecimento e das experincias pretritas para a construo de

    planos de ao que permitam a realizao de objetivos e metas

    especficos.

    O Plano de Manejo das Unidades de Conservao situadas no

    Distrito de Raposo do Municpio de Itaperuna, apresentado neste

    documento, foi realizado em duas etapas principais: diagnstico e

    prognstico. A fase de diagnstico focada na coleta de dados incluiu

    pesquisa de campo e de gabinete, e posterior anlise e compilao

    dos dados obtidos; e que permitiro atingir os objetivos de gesto

    das Unidades de Conservao analisadas.

    As bases conceituais para a construo das diretrizes

    estratgicas do presente documento foram extradas de bibliografia

    especfica, tais como: SOUL & WILCOX (1980), DE GROOT (1992) e

  • BLANGY & WOOD (1995), OLIVEIRA (2006), COLARES (2008)

    ROTEIRO METODOLGICO INEA (2010) dentre outros que constam

    na bibliografia.

    Partindo da definio dos objetivos gerais de manejo das UCs

    foram utilizados instrumentos de planificao, tais como o

    zoneamento ambiental, para construir um plano de aes especficas

    para cumprir as metas pr-estabelecidas.

    1.1. JUSTIFICATIVA

    As UCs abrangidas neste Plano de Manejo foram criadas atravs

    da Secretaria Municipal do ambiente em momentos diferentes de

    gesto.

    Anlises preliminares das reas em foco, sob aspectos de

    localizao geogrfica, uso do solo, sociocultural, rea fsica

    disponvel, etc., indicaram que as categorias de manejo mais

    apropriadas para cada UC.

    Assim, as categorias de manejo aqui definidas como rea de

    Proteo Ambiental e Refgio de Vida Silvestre objetivam-se

    preservao de reas naturais ou pouco alteradas, abrangendo

    paisagens e ecossistemas de grande interesse para atividades

    cientficas, educacionais e recreativas, de lazer, realizadas em

    concordncia com o Plano de Manejo aqui apresentado.

  • 2. FICHA TCNICA DAS UCS

    2.1. REA DE PROTEO AMBIENTAL DE RAPOSO

    Ficha Tcnica da rea de Proteo Ambiental de Raposo

    Administrao

    Nome da UC: APA Raposo

    rgo Gestor: Secretaria Municipal do Ambiente de Itaperuna, BR 356,

    KM 02, Antigo Mercado do produtor, Itaperuna, RJ

    Endereo da sede Raposo

    Telefone (22)

    E-mail meioambientedeitaperuna@gmail.

    com

    Recurso Humano Uma Biloga

    Permetro da UC 40.542m

    Infraestrutura

    A Unidade de Conservao

    Ato de Criao Decreto Municipal 3362/2014

    Objetivos da UC: I- a recuperao e preservao

    da cobertura vegetal existente e da

    fauna nativa;

  • II - o estmulo das atividades de

    lazer, quando compatveis com os

    demais objetivos das UCs;

    III - a proteo e valorizao do

    patrimnio natural;

    IV - promover o desenvolvimento

    de programas de educao ambiental;

    V - preservar a existncia de rea

    verde urbana, visando o bem-estar, e

    aproximao de seus habitantes com a

    natureza;

    Municpio Abrangido: Itaperuna

    Situao Fundiria ( X ) no regularizada

    rea: 6.170,06 hectares Permetro: 40.572,7m

    Geologia: Escarpas serranas, domnio colinoso e domnio de morros

    elevados.

    Dom. Afl. e SR Jovem de Granulitos (domnios de afloramento de

    granulitos)

    Dom. SR. de Granul, Migm e Gnais. (Domnio de solo residual de gnaisse

    migmatitos e granulitos)

    Solo:

    Gle Tipo de rea % Fatores Limitantes

  • ba Solo

    (Grande

    grupo)

    (h)

    Vr

    zeas

    Gleissol

    os

    2653

    ,20

    2

    2

    Solos mal drenados,

    com riscos de Inundao,

    propcios para o plantio de

    arroz, na poca chuvosa, e

    pastagem na seca.

    Mei

    a-

    encostas

    Argissol

    os

    5427 4

    5

    Teores baixos de

    fsforo, relevo mdio e

    ondulado.

    re

    as altas

    Latossol

    os

    3979

    ,80

    3

    3

    Pedregosos e rochosos,

    pouco profundos, teores

    muito baixo de fsforo,

    relevo forte ondulado e

    montanhoso.

    Clima: O clima tropical apresenta chuvas durante o vero e

    temperaturas mdias anuais entre 19C e 32C.

    Vegetao: Fragmentos florestais em estgio secundrio de

    regenerao, pastagens de braquirias, florestas de eucalipto.

    Fauna: Silvestre e extica, dentre as quais gado e outros animais de uso

    domstico, como sunos e aves.

    Relevncia: Microbacia Hidrogrfica do Campinho, que abastece a

    Estncia Hidromineral Raposo

    Bioma: Mata Atlntica

  • Ecossistema: Floresta Estadual Semidecdua

    Plano de Manejo Anterior? ( )sim ( x ) no

    Se afirmativo, qual fase? ( )1 ( ) 2 ( )3 /Reviso ( )

    Principais problemas

    Informaes ao visitante: ainda inexistente

    Acesso sede da Unidade: sede ainda inexistente

    Atrativos e poca de visitao

    Gastos Anuais com a Unidade (previstos e realizados para os prximos

    04 anos)

    Fonte/Ano 2018 2019 2020 2021

    Municpio

    Projetos

    Compensa

    o

    Pesquisas usadas na Unidade/Entorno

    Origem

    Unidade

    Entorno

    Chefia da Unidade

    Nome: Maria Ins Tederiche Micichelli

    Nvel de instruo: Biloga/Especializao em Anlise Ambiental em

    Sistemas de Gesto

  • Tempo no cargo: 07 meses

    Vnculo com o Municpio: Cargo em comisso

    2.2- REFGIO DE VIDA SILVESTRE DO SAGUI DA SERRA

    ESCURO

    Ficha Tcnica do Refgio de Vida Silvestre do Sagui da Serra Escuro

    Administrao

    Nome da UC: Refgio de Vida Silvestre do Sagui da Serra Escuro

    rgo Gestor: Secretaria Municipal do Ambiente de Itaperuna, BR 356,

    KM 02, Antigo Mercado do produtor, Itaperuna, RJ

    Endereo da sede Raposo

    Telefone (22) 3824-6247

    E-mail meioambientedeitaperuna@gmail.

    com

    Recurso Humano Uma biloga

    Permetro da UC 22.075m

    Infraestrutura Inexistente

    A Unidade de Conservao

    Ato de Criao Decreto Municipal 3361/2014

    Objetivos da UC: -Conservar recursos naturais,

    promover a pesquisa cientfica e, se

    possvel, ampliar o conhecimento da

  • populao local cerca dos benefcios

    dos servios ambientais e da

    biodiversidade ofertados pelo

    REFGIO DE VIDA SILVESTRE

    MUNICIPAL, atravs de um programa

    consolidado de Educao Ambiental

    direcionado a populao, isto posto,

    destaca-se os seguintes objetivos

    especficos:

    - Garantir o ambiente natural

    equilibrado, seus hbitats e guildas de

    populaes em especial das espcies

    endmicas e ameaadas;

    - Conservar, valorizar e

    aperfeioar o conhecimento acerca das

    dinmicas de populao, dos servios

    ambientais e de biodiversidade;

    - Promover a conectividade entre

    as espcies do REFGIO DE VIDA

    SILVESTRE com as dos demais

    remanescentes no territrio municipal;

    - Fortalecer e disciplinar o uso

    recreativo, turstico e demais, de

    forma a manter o equilbrio ecolgico

    local bem como consolidar a poltica

    de desenvolvimento socioeconmico

    com a de conservao, desenvolvida

    no Municpio;

  • - Estimular a agroecologia, o

    plantio de orgnicos e o

    desenvolvimento sustentvel;

    - Assegurar a manuteno das

    nascentes, mananciais, e demais

    corpos hdricos existentes em sua rea

    de abrangncia;

    - Estimular o turismo ecolgico e

    rural compatibilizado-os com os

    recursos naturais existentes.

    Municpio Abrangido: Itaperuna

    Situao Fundiria ( X ) no regularizada

    rea: 485 ha Permetro: 22.075

    Geologia: Geologia: Escarpas serranas, domnio colinoso e domnio de

    morros elevados.

    Dom. Afl. e SR Jovem de Granulitos (domnios de afloramento de

    granulitos)

    Dom. SR. de Granul, Migm e Gnais. (Domnio de solo residual de gnaisse

    migmatitos e granulitos)

    Solo:

    Gle

    ba

    Tipo de

    Solo

    (Grande

    grupo)

    Fatores Limitantes

    Mei

    a-

    Argissol Teores baixos de

    fsforo, relevo mdio e

  • encostas os ondulado.

    re

    as altas

    Latossol

    os

    Pedregosos e rochosos,

    pouco profundos, teores

    muito baixo de fsforo,

    relevo forte ondulado e

    montanhoso.

    Clima: O clima tropical apresenta chuvas durante o vero e

    temperaturas mdias anuais entre 19C e 32C.

    Vegetao: Um nico fragmento florestal contnuo, cortado pela RJ 214,

    composto de mata em estgio secundrio e avanado de regenerao.

    Fauna: Silvestre, dentre elas o sagui da serra escuro, o tamandu,

    preguias, tatus, ourios, iraras, etc

    Relevncia: Proteo Integral

    Bioma: Mata Atlntica

    Ecossistema: Floresta Estacional Semidecdua

    Plano de Manejo Anterior? ( )sim ( x ) no

    Se afirmativo, qual fase? ( )1 ( ) 2 ( )3 /Reviso ( )

    Principais problemas

    Informaes ao visitante: inexistente

    Acesso sede da Unidade: sede inexistente

    Atrativos e poca de visitao

    Gastos Anuais com a Unidade (previstos e realizados para os prximos

    04 anos)

  • Fonte/Ano 2018 2019 2020 2021

    Municpio

    Projetos

    Compensa

    o

    Pesquisas usadas na Unidade/Entorno

    Origem

    Unidade

    Entorno

    Chefia da Unidade

    Nome: Maria Ins Tederiche Micichelli

    Nvel de instruo: Biloga/Especializao em Anlise Ambiental em

    Sistemas de Gesto

    Tempo no cargo: 07 meses

    Vnculo com o Municpio: Cargo em comisso

    2.3- REFGIO DE VIDA SILVESTRE MONTE ALEGRE

    (ALRIO BRAZ)

    Ficha Tcnica do Refgio de Vida Silvestre do Monte Alegre (Alrio Braz)

    Administrao

    Nome da UC: Refgio de Vida Silvestre do Monte Alegre (Alrio Braz)

    rgo Gestor: Secretaria Municipal do Ambiente de Itaperuna, BR 356,

  • KM 02, Antigo Mercado do produtor, Itaperuna, RJ

    Endereo da sede Raposo

    Telefone (22)

    E-mail meioambientedeitaperuna@gmail.

    com

    Recurso Humano Uma biloga

    Permetro da UC 22.075m

    Infraestrutura Uma sede de Fazenda Histrica

    de propriedade particular com trilhas e

    mirante, com acesso restrito e

    visitao definida dentro deste PM.

    A Unidade de Conservao

    Ato de Criao Decreto Municipal 3361/2014

    Objetivos da UC: - Conservar recursos naturais,

    promover a pesquisa cientfica e, se

    possvel, ampliar o conhecimento da

    populao local acerca dos benefcios

    dos servios ambientais e da

    biodiversidade ofertados pelo

    REFGIO DE VIDA SILVESTRE

    MUNICIPAL, atravs de um programa

    consolidado de Educao Ambiental

    direcionado a populao Isto posto,

    destaca-se os seguintes objetivos

    especficos:

  • II - Garantir o ambiente natural

    equilibrado, seus hbitats e guildas de

    populaes em especial das espcies

    endmicas e ameaadas;

    III - Conservar, valorizar e

    aperfeioar o conhecimento acerca das

    dinmicas de populao, dos servios

    ambientais e de biodiversidade;

    IV - Promover a conectividade

    entre as espcies do REFGIO DE

    VIDA SILVESTRE com as dos demais

    remanescentes no territrio municipal;

    V - Fortalecer e disciplinar o uso

    recreativo, turstico e demais, de

    forma a manter o equilbrio ecolgico

    local bem como consolidar a poltica

    de desenvolvimento socioeconmico

    com a de conservao, desenvolvida

    no Municpio;

    VI - Estimular a agroecologia, o

    plantio de orgnicos e o

    desenvolvimento sustentvel.

    VII - Assegurar a manuteno

    das nascentes, mananciais, e demais

    corpos hdricos existentes em sua rea

    de abrangncia;

  • VIII - Estimular o turismo

    ecolgico e rural compatibilizado-os

    com os recursos naturais existentes.

    Municpio Abrangido: Itaperuna

    Situao Fundiria ( X ) no regularizada

    rea: 565,84 ha Permetro: 41.457

    Geologia: Geologia: Escarpas serranas, domnio colinoso e domnio de

    morros elevados.

    Dom. Afl. e SR Jovem de Granulitos (domnios de afloramento de

    granulitos)

    Dom. SR. de Granul, Migm e Gnais. (Domnio de solo residual de gnaisse

    migmatitos e granulitos)

    Solo:

    Gle

    ba

    Tipo de

    Solo

    (Grande

    grupo)

    Fatores Limitantes

    Mei

    a-

    encostas

    Argissol

    os

    Teores baixos de

    fsforo, relevo mdio e

    ondulado.

    re

    as altas

    Latossol

    os

    Pedregosos e rochosos,

    pouco profundos, teores

    muito baixo de fsforo,

    relevo forte ondulado e

  • montanhoso.

    Clima: O clima tropical apresenta chuvas durante o vero e

    temperaturas mdias anuais entre 19C e 32C.

    Vegetao: Um fragmento florestal de mata secundria em estgio

    avanado de regenerao, com 329,5 h, Um fragmento florestal de mata

    secundria em estgio avanado de regenerao com 129 h, Um fragmento

    florestal de mata secundria em estgio avanado de regenerao com 91,8

    h, Um fragmento florestal de mata secundria em estgio avanado de

    regenerao com 3,79 h. Um corredor ecolgico em formao de capoeira

    com 5,88 h, um corredor ecolgico em formao de capoeira com 0,86 h e

    um corredor ecolgico ainda em formao de pastagem com 5,88 h

    Fauna: Silvestre, dentre elas o sagui da serra escuro, bugios, aves

    diversas, dentre elas a endmica choquinha chumbo, o papagaio chau,

    tamandu, preguias, tatus, ourios, iraras, raposinhas, etc

    Relevncia: UC de Proteo Integral

    Bioma: Mata Atlntica

    Ecossistema: Floresta Estacional Semidecdua

    Plano de Manejo Anterior? ( )sim ( x ) no

    Se afirmativo, qual fase? ( )1 ( ) 2 ( )3 /Reviso ( )

    Principais problemas

    Informaes ao visitante- inexistente

    Acesso sede da Unidade- sede inexistente

    Atrativos e poca de visitao

    Gastos Anuais com a Unidade (previstos e realizados para os prximos

  • 04 anos)

    Fonte/Ano 2018 2019 2020 2021

    Municpio

    Projetos

    Compensa

    o

    Pesquisas usadas na Unidade/Entorno

    Origem

    Unidade

    Entorno

    Chefia da Unidade

    Nome: Maria Ins Tederiche Micichelli

    Nvel de instruo: Biloga/Especializao em Anlise Ambiental em

    Sistemas de Gesto

    Tempo no cargo: 07 meses

    Vnculo com o Municpio: Cargo em comisso

    3- Caracterizao Municipal:

    3.1- Breve Histrico do Municpio

    Tambm segundo dados do Plano Municipal de Conservao e

    Recuperao de Mata Atlntica, Itaperuna municpio da Microrregio

  • de Itaperuna, localizada na Mesorregio do Noroeste Fluminense.

    Dista cerca de 310 km da cidade do Rio de Janeiro, ocupando uma

    rea de 1.105,566 quilmetros quadrados. De acordo com o Instituto

    Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), a populao estimada do

    municpio em 2010 era de 95.876 habitantes. Antes da chegada dos

    primeiros colonizadores de origem europeia a regio era habitada

    pelos ndios Puris. A partir do sculo XVI, no entanto, bandeirantes e

    aventureiros que demandavam a baixada pelos afluentes da margem

    esquerda do Rio Paraba do Sul ocuparam-na, momento em que a

    criao de gado tornou-se a atividade econmica predominante,

    sendo desenvolvida em fazendas de grande extenso. Por volta de

    1830, aps a desero da milcia do exrcito, instala-se na rea o

    desbravador Jos de Lannes Dantas Brando cujas iniciativas

    atraram a populao local para o ncleo pioneiro do que viria a ser o

    futuro municpio: a localidade denominada Porto Alegre. Pelos

    servios prestados de colonizao, Brando foi perdoado pelo

    governo, porm morto por seus escravos em 1852. O mdico

    Francisco Portella, da Prefeitura de Campos e depois presidente da

    Estrada de Ferro Carangola, em contato com a regio desde 1871, foi

    quem sugeriu o nome Itaperuna localidade: em tupi-guarani ita

    significa pedra, una significa preta e per, caminho, que reunidos

    formam caminho da pedra preta. A rea territorial de Itaperuna

    banhada por dois principais rios, o Muria e o Carangola. O municpio

    pertence bacia do Rio Muria, que, dentro do seu territrio, agrega

    28 microbacias. Em funo de localizar-se entre vales, conhecido

    pelo clima mais quente em relao aos municpios mais prximos e

    mesmo entre as cidades do Rio de Janeiro: mxima de 43 registrada

    pelo Instituto Brasileiro de Climatologia (IBC).

    O clima tropical apresenta chuvas durante o vero e

    temperaturas mdias anuais entre 19C e 32C.

  • Maior municpio do Noroeste Fluminense, Itaperuna se destaca

    na produo agropecuria do Estado: o primeiro produtor de

    charque bovino e de olecolas, com destaque para o tomate, e o

    segundo maior produtor de leite. Vem se tornando polo estudantil no

    Estado do Rio de Janeiro por agrupar faculdades particulares e

    oferecer cursos importantes em faculdades pblicas. No primeiro

    grupo, citam-se a Sociedade Universitria Redentor (Faculdade

    Redentor), o Centro Universitrio So Jos e a Universidade Iguau.

    Quanto aos cursos de instituies pblicas, citam-se os oferecidos

    pela Universidade Federal Fluminense (UFF), pelo Centro de Educao

    Superior a Distncia do Rio de Janeiro (Cederj), Fundao de Apoio

    Escola Tcnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec) e Fundao

    Universitria de Itaperuna, dentre eles: Administrao de Empresas;

    Arquitetura; Comunicao Social; Cincias Biolgicas; Cincias

    Contbeis; Educao Fsica; Enfermagem; Engenharia Civil, Mecnica,

    de Produo e de Petrleo; Farmcia; Fsica; Fisioterapia;

    Fonoaudiologia; Geografia; Histria; Letras; Matemtica; Medicina

    (inclusive Medicina Veterinria); Nutrio; Odontologia; Pedagogia;

    Psicologia; Servio Social; e Sistemas de Informao. Da ser grande

    o fluxo dirio de estudantes de cidades vizinhas.

    Itaperuna referncia nacional e internacional no tratamento

    hospitalar de pacientes com problemas cardacos e tambm

    neurolgicos, pois abriga um dos mais modernos centros hospitalares

    do Pas.

  • Figura 1: Mapa do Municpio de Itaperuna. Fonte:

    http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?lang=&codmun=330220&search=

    rio-de-janeiro|itaperuna|infograficos:-dados-gerais-do-municipio

    3.2- LOCALIZAO E ACESSOS

    O territrio do municpio de Itaperuna est situado na latitude

    2112 sul e longitude 4153 oeste, numa altitude de 182 metros. O

    municpio localiza-se no Vale do Rio Muria, no Noroeste Fluminense,

    com um territrio de 1.105,341 km, dividido em oito distritos

    (Raposo, Retiro do Muria, Comendador Venncio, Itajara, Ar, Boa

    Ventura, Bambu, Vargem Alegre), e se insere numa regio

    acidentada, que cortado pelo Rio Muria. A populao estimada

    para 2016 em 99.504 habitantes

    (www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=330220&lang=),

    com densidade de aproximadamente 53 habitantes/Km2 e sua

    populao corresponde apenas a 2,3% do Estado, com uma

  • concentrao de 77% de seus habitantes nas reas urbanas

    municipais (IBGE, 2010).

    Com o decorrer dos sculos, a regio passou por problemas que

    cada vez vem se tornando mais crticos. Os ciclos econmicos do

    caf, cana de acar e do gado leiteiro, associados agricultura

    extensiva de baixo rendimento afetaram bastante a vegetao

    regional. Todos esses ciclos impuseram paisagem um

    desmatamento contnuo que gerou, no final deste sculo, graves

    consequncias tanto para o clima regional, quanto para os solos e a

    rede hidrogrfica. Depois de perodos de chuvas intensas, sucedem-

    se vrios meses secos. As chuvas esto mais concentradas e a sua

    intensidade provoca um processo erosivo acentuado (Souza, 2000).

    Seu territrio, a 300 km de distncia da cidade do Rio de

    Janeiro, estende-se at a divisa dos Estados de Minas Gerais e

    Esprito Santo e banhado pelas guas dos rios Muria e seu

    afluente, o Rio Carangola, alm dos Crregos e Vales que compem

    sua bacia hidrogrfica. Os problemas nessa regio vm se agravando

    desde o incio de sua colonizao e em especial nos sculos XVIII,

    IXX e XX, devido a uma sucesso de ciclos econmicos: caf, cana-

    de-acar, gado leiteiro, associados a uma agricultura de baixo

    rendimento (Souza, 2000).

    O municpio cortado pela Rodovia Federal BR 356 e pelas

    rodovias estaduais RJ 214, RJ 220, RJ 189, RJ 198 e RJ 230, suas

    principais vias de acesso.

    A seguir, so apresentadas a distncia entre Itaperuna e as

    Capitais da regio Sudeste, a distncia entre Itaperuna e seus

    municpios limtrofes, assim como o mapa demarcando as rodovias

    estaduais.

  • Tabela 1: Distncia do Municpio s principais capitais

    C A P I T A I

    S

    R I O D E

    J A N E I R O

    V I T R I

    A

    B E L O

    H O R I Z O N T

    E

    S O

    P A U L O

    D I S T N

    C I A ( K M )

    300 258,6 370,8 637,6

    Tabela 2: Distncia do Municpio com relao aos Municpios vizinhos

    M U N I C P I O S D I S T N C I A

    ( K M )

    S O J O S D E U B 28,4

    I T A L V A 42,8

    B O M J E S U S D O I T A B A P O A N A R J 35,4

    L A J E D O M U R I A - R J 31,5

    M I R A C E M A - R J 59,2

    P O R C I N C U L A R J 51

    N A T I V I D A D E - R J 32,2

    V A R R E - S A I - R J 50,0

    M U R I A - M G 59,2

    3.1.1- Populao

    Em nmeros, a populao do municpio de Itaperuna

  • apresentada na Tabela 3.

    Populao do Municpio de Itaperuna

    Tabela 3: Populao do Municpio de Itaperuna. Fonte

    http://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=330220&idtema=16&search=ri

    o-de-janeiro|itaperuna|sintese-das-informacoes

    Populao Residente no Municpio de Itaperuna/2016

    Homens 46.553

    Mulheres 49.288

    Total 95.841

    3.1.2- Diviso Administrativa

    No municpio de Itaperuna existem as seguintes secretarias:

    Gabinete de Prefeito;

    Procuradoria Geral do Municpio;

    Secretaria de Governo;

    Secretaria de Controle Geral;

    Secretaria de Administrao;

    Secretaria de Planejamento;

    Secretaria de Receita;

    Secretaria de Fazenda;

    Secretaria de Educao;

    Secretaria de Agricultura;

    Secretaria do Ambiente

    Secretaria de Assistncia Social;

    Secretaria de Cultura;

    Secretaria de Esporte e Lazer;

    Secretaria de Turismo;

    Secretaria de Transporte

    http://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=330220&idtema=16&search=rio-de-janeiro|itaperuna|sintese-das-informacoeshttp://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=330220&idtema=16&search=rio-de-janeiro|itaperuna|sintese-das-informacoes

  • Secretaria de Obras;

    Secretaria de Defesa Civil e Ordem Pblica;

    Secretaria de Desenvolvimento Indstria e Comrcio

    Secretaria de Sade;

    3.1.3- Clima

    Em funo de localizar-se entre vales, o Municpio de Itaperuna

    conhecido pelo clima mais quente em relao aos municpios mais

    prximos e mesmo entre as cidades do Rio de Janeiro: mxima de

    43 registrada pelo Instituto Brasileiro de Climatologia (IBC). O clima

    tropical apresenta chuvas durante o vero e temperaturas mdias

    anuais entre 19C e 32C.

    3.1.4- Geologia

    Segundo dados do CPRM (conferir

    http://arquivos.proderj.rj.gov.br/inea_imagens/downloads/pesquisas/

    APA_Mangaratiba/Dantas_etal_2005.pdf)

    Em linhas gerais, o Norte-Noroeste Fluminense

    assemelha-se bastante com o Mdio Vale do rio Paraba

    do Sul, apresentando um extenso relevo colinoso,

    seccionado por frequentes alinhamentos serranos de

    direo estrutural WSW-ENE e macios montanhosos,

    cujo cenrio tambm marcado por pastagens

    subaproveitadas. A mata atlntica tambm foi

    devastada para implantao da monocultura cafeeira,

    j no incio do sculo XX. Entretanto, algumas

    caractersticas singulares individualizam esse domnio

    do Mdio Paraba, em especial, o clima mais seco, com

    estiagem mais prolongada, com totais anuais entre 900

    e 1.400 mm/ano e a menor suscetibilidade eroso do

    http://arquivos.proderj.rj.gov.br/inea_imagens/downloads/pesquisas/APA_Mangaratiba/Dantas_etal_2005.pdfhttp://arquivos.proderj.rj.gov.br/inea_imagens/downloads/pesquisas/APA_Mangaratiba/Dantas_etal_2005.pdf

  • relevo colinoso do Noroeste Fluminense, notada pela

    ausncia de ravinamentos, voorocamentos e

    movimentos de massa, frequentes em determinados

    trechos do Mdio Paraba.As restritas e descontnuas

    plancies fluviais embutidas nos fundos de vales dos

    rios Pomba, Muria, Itabapoana e tributrios principais,

    apresentam solos de boa fertilidade natural (Gleissolos

    e Planossolos eutrficos), adequados para agricultura

    irrigada.

    3.1.5- Hidrografia

    A rede de drenagem do Municpio tem como principal rio o

    Muria, afluente da margem esquerda do Rio Paraba do Sul, e nasce

    da confluncia dos ribeires Samambaia e Bonsucesso, nas

    proximidades da cidade de Mira, no Estado de Minas Gerais.

    Segundo dados do Comit de Integrao da Bacia do Rio Paraba

    do Sul - CEIVAP, a bacia do Rio Paraba do Sul est localizada na

    regio sudeste do Brasil, com uma rea de aproximadamente 62.074

    km, estendendo-se pelos estados de So Paulo, Rio de Janeiro e

    Minas Gerais, abrangendo 184 municpios - 88 em Minas Gerais, 57

    no estado do Rio e 39 no estado de So Paulo. A rea da bacia

    corresponde a cerca de 0,7% da rea do pas e, aproximadamente, a

    6% da regio sudeste do Brasil. No Rio de Janeiro, a bacia abrange

    63% da rea total do estado; em So Paulo, 5% e em Minas Gerais ,

    apenas 4%.

    O vale do Rio Paraba do Sul distribui-se entre as Serras do Mar

    e da Mantiqueira, situando-se em colinas e montanhas de mais de

    2.000 metros nos pontos mais elevados, e poucas reas planas. A

    bacia situa-se na regio da Mata Atlntica, que se estendia,

    originariamente, por toda a costa brasileira (do Rio Grande do Norte

  • ao Rio Grande do Sul) numa faixa de 300 km, porm somente 11%

    da sua rea total ocupada pelos remanescentes da floresta, a qual

    se pode encontrar nas regies mais elevadas e de relevo mais

    acidentado. Os principais rios que cortam o Municpio de Itaperuna o

    Rio Muria e o Rio Carangola.

    Nas oficinas com o grupo local da Mata Atlntica desenvolvidas

    quando da elaborao do Plano Municipal de Conservao e

    Recuperao da Mata Atlntica, foram apontados as seguintes

    microbacias:

    Em Itaperuna, os participantes do GLMA realizaram uma

    delimitao aproximada das microbacias do territrio municipal, qual

    seja:

    i) MBH Boa Ventura;

    ii) MBH Carvo;

    ii) MBH Funil;

    iv) MBH Crrego da Xica;

    iii) MBH Capivara;

    iv) MBH Ribeiro da Ona;

    v) MBH Valo do Cedro;

    vi) MBH Valo das Folhas;

    ix) MBH Mutum;

    x) MBH Crrego do Marimbondo;

    xi) MBH Crrego da Ona;

    xii) MBH Batalha;

    xiii) MBH Crrego do Ouro;

    xiv) MBH Bambu;

    xv) MBH Boa Fortuna;

    xvi) MBH Jabuticaba;

    xvii) MBH Cedro;

  • xviii) MBH Faco;

    xix) MBH Paraso;

    xx) MBH Santa F;

    xxi) MBH Campinho;

    xxii) MBH So Vicente;

    xxiii) MBH da Paixo;

    xxiv) MBH Limoeiro;

    xxv) MBH Salgada I;

    xxvi) MBH Salgada II;

    xxvii) MBH Cubato.

    Figura 2: Mapa das Microbacias Hidrogrficas do Municpio de Itaperuna. Fonte: Planos

    Municipais de Mata Atlntica

  • CAPTULO III: Anlise das UCs e entorno

    4- LOCALIZAO E LIMITES ATUAIS DAS UCS

    4.1- Unidades de Conservao Abrangidas por este

    Plano de Manejo:

    Ficha Resumo:

    O Municpio de Itaperuna possui 69.990 km de extenso

    territorial, que correspondem a 6.999.000 hectares de

    territrio.

    As Unidades criadas correspondem a 7.143,63 hectares,

    correspondentes a 71,463 km do Municpio, correspondendo a

    49,998% do territrio em reas protegidas.

    Unidade Gestora

    Prefeitura Municipal de Itaperuna/Secretaria Municipal do

    Ambiente.

    Endereo: BR 356, Km 02, Antigo Mercado do Produtor,Cidade

    Nova, Itaperuna, RJ. CEP: 28390-000

    4.1.1- APA RAPOSO

    Unidade de Uso Sustentvel criada no ano de 2014, atravs

    do Decreto Municipal 3362, de 29 de Janeiro de 2014, UC com

    6.170,06 hectares.

  • Figure 3: Imagem do Programa Google Earth demarcando em azul os limites da APA

    Raposo.

    4.1.2- REFGIO DE VIDA SILVESTRE DO

    SAGUI DA SERRA ESCURO

    Unidade de Proteo Integral criada em 2014, pelo Decreto

    Municipal 3361, de 29 de Janeiro de 2014, com 492,31 hectares.

  • Figura 4: Imagem do Programa Google Earth demarcando em verde os limites da

    ReViS do Sagui da Serra Escuro

    4.1.3- Refgio de Vida Silvestre Monte

    Alegre (Alrio Braz)

    Unidade de Proteo Integral criada em 2017, pelo Decreto

    Municipal 5740, de 26 de julho de 2017, com 565,53 hectares.

  • Figure 5: Imagem do Programa Google Earth demarcando em amarelo os limites do

    ReViS Monte Alegre e em azul os corredores florestais dentro dos ReViS.

    Monumento Natural da Floresta.

    5- ANLISES DAS UNIDADES DE CONSERVAO

    5.1- ACESSOS

    O acesso APA Raposo e ao ReViS do Sagui da Serra Escuro

    feito pelo distrito de Raposo, atravs da Rodovia Estadual RJ 214,

    sentido Raposo/Natividade-RJ.

    O acesso ao ReViS Monte Alegre feito pelo Rodovia

    Estadual RJ 214 e na altura da Comunidade Cruzeiro de Cima

    (Natividade), acesso pelo primeiro trevo esquerda.

    O acesso ao Monumento Natural da Floresta feito pela BR

    356, na altura do Distrito de Retiro do Muria, Itaperuna, RJ, sentido

  • Itaperuna/Muria, pela margem direita da Rodovia.

    A APA se localiza pelas duas margens da Rodovia, abrangendo

    toda a microbacia hidrogrfica do Campinho.

    O ReViS do Sagui da Serra Escuro tambm se localiza nas duas

    margens da Rodovia, j nos limites do Municpio de Itaperuna com o

    Municpio de Natividade.

    Figure 7: Trilha de acesso ao ReViS Monte Alegre em vermelho. Imagem do Programa

    Google Earth

    5.2- ORIGEM DO NOME

    5.2.1- APA RAPOSO

    O nome APA Raposo tem sua origem no distrito de mesmo

    nome, onde se localiza a UC. O Distrito de Raposo considerado uma

    estncia hidromineral.

    Elevado categoria de estncia hidromineral, o distrito de

    Raposo famoso em todo o Brasil graas s suas fontes de gua

  • mineral, cujas alardeadas propriedades curativas atraem turistas dos

    mais diversos municpios e estados.

    Atualmente, Raposo possui dois UCs de guas minerais com

    capacidades teraputicas - o UCs das guas Soledade e o Fontanrio

    Raposo -, alm de uma infraestrutura considervel para o turismo.

    (Fonte: http://mapadecultura.rj.gov.br/manchete/aguas-curativas-

    de-raposo. Acesso em 29/05/2017).

    A primeira fonte foi descoberta em meados da dcada de 1930

    pelo proprietrio das terras e ficou conhecida como gua Santa do

    seu Raposo. Hoje, o rebatizado Fontanrio Raposo compe-se de trs

    diferentes guas carbogasosas, cada qual com sabor e propriedades

    teraputicas prprias.

    A primeira fonte das UCs Soledade foi descoberta ao acaso no

    ano de 1935, quando empregados da fazenda do coronel Balbino

    Rodrigues da Frana Jnior abriam valetas para o escoamento de

    guas pluviais.

    A gua Soledade (tambm chamada magnesiana) possui efeitos

    teraputicos para casos de doenas hepato-biliares, renais e

    pancreticas, sendo tambm aconselhada no tratamento contra

    dispepsias e gastrites. (Fonte:

    http://mapadecultura.rj.gov.br/manchete/aguas-curativas-de-

    raposo)

    Raposo comemora anualmente, em maio, a Tradicional Festa dos

    Carros de Boi, onde milhares de visitantes confluem para as

    comemoraes.

    Raposo o 7 Distrito de Itaperuna, localizado ao noroeste

    do Estado do Rio de Janeiro. Em razo das propriedades medicinais

    http://mapadecultura.rj.gov.br/manchete/aguas-curativas-de-raposo.%20Acesso%20em%2029/05/2017http://mapadecultura.rj.gov.br/manchete/aguas-curativas-de-raposo.%20Acesso%20em%2029/05/2017https://pt.wikipedia.org/wiki/Itaperunahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Estadohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro

  • presentes nas guas de suas fontes, uma das estncias

    hidrominerais mais procuradas no Estado.

    Foi elevado categoria de estncia hidromineral por decreto do

    ex-governador fluminense Paulo Francisco Torres(1964-1966), possui

    atualmente uma infraestrutura considervel. As fontes locais chegam

    a ser comparadas, por mdicos especializados, s de Vichy, na Frana

    5.2.2- REFGIO DE VIDA SILVESTRE DO

    SAGUI DA SERRA ESCURO

    O nome do ReViS do Sagui da Serra Escuro se deve ao fato

    de que este animal ter sido encontrado em reas da Mata So Vicente

    e da Fazenda Monte Alegre, partes da APA e do ReViS.

    5.2.3- REFGIO DE VIDA SILVESTRE MONTE ALEGRE

    (ALRIO BRAZ)

    O nome do ReViS Monte Alegre tem origem na Fazenda do

    Monte Alegre, cuja origem remota a 1839.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Fontehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%A2ncia_hidromineralhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Francisco_Torreshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Vichyhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a

  • CAPTULO IV: FATORES ABITICOS E BITICOS

  • 6- FATORES ABITICOS

    6.1- CLIMA

    Segundo dados do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia),

    as temperaturas dirias do Municpio na Estao Itaperuna, para o

    ms de maio de 2017, esto descritas no grfico abaixo:

  • Figura 8: Grfico com as temperaturas de Itaperuna (Mxima, mdia e mnima). Fonte:

    http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php

    Figura 9: Umidade relativa do ar, segundo o INMET. Fonte:

    http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php

    http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.phphttp://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php

  • Figura 10: Temperatura mxima diria. http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php

    Figura 11: Temperatura mnima diria. Fonte: http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php

    http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.phphttp://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php

  • Figura 12: Chuva acumulada. Fonte: http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php

    Figura 13: Insolao Total diria. http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php

    http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.phphttp://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php

  • 6.2- HIDROGRAFIA LOCAL

    De acordo com dados do Programa Rio Rural, no Plano Executivo

    da Microbacia Campinho, onde se inserem as Unidades de

    Conservao, est localizada na Estncia Hidromineral de RAPOSO

    Distrito de Itaperuna. A distncia da Comunidade do Campinho

    sede de Raposo de apenas 4 km, onde existe um comrcio

    significativo, pois trata-se de um importante ponto turstico. Com

    rea total de 12.060 hectares, a rea onde se inserem as UCs dista

    50 Km da Sede do Municpio e est inserida na sub bacia hidrogrfica

    do Rio Muria, bacia do Rio Paraba do Sul.

    A rea objeto deste Plano de Manejo, a Microbacia do Campinho,

    segundo dados do Plano Executivo (PEM, disponvel em

    http://www.microbacias.rj.gov.br/conteudo/compartilhados/microbaci

    as/corrego-do-campinho/pem_-_mbh_corrego_do_marambaia_-

    _itaperuna.pdf) da Microbacia Campinho, elaborado pelo Programa

    Rio Rural banhada pelo Crrego Campinho que possui cuja nascente

    est localizada na rea superior da Microbacia e percorre toda a

    rea, sendo ainda abundante. Mas segundo os moradores h

    diminuio progressiva na vazo. Existem muitas outras nascentes

    espalhadas pelas propriedades, as quais so utilizadas para,

    irrigao, consumo animal e humano.

    A APA Raposo possui 93 nascentes, dois lagos naturais e vrios

    crregos de contribuio.

    http://www.microbacias.rj.gov.br/conteudo/compartilhados/microbacias/corrego-do-campinho/pem_-_mbh_corrego_do_marambaia_-_itaperuna.pdfhttp://www.microbacias.rj.gov.br/conteudo/compartilhados/microbacias/corrego-do-campinho/pem_-_mbh_corrego_do_marambaia_-_itaperuna.pdfhttp://www.microbacias.rj.gov.br/conteudo/compartilhados/microbacias/corrego-do-campinho/pem_-_mbh_corrego_do_marambaia_-_itaperuna.pdf

  • Figura 14: Imagem do Programa Google Earth com as APPs (nascentes, APPs acima de 45 e FMPs

    da rea total da APA e do ReViS).

    A rea do Refgio de Vida Silvestre do Sagui da Serra Escuro

    possui 09 nascentes.

  • Figura 15: Mapa das APPs de Itaperuna, elaborado pelo Plano Municipal de Conservao e

    Recuperao de Mata Atlntica. Encarte original em anexo.

    A rea do Refgio de Vida Silvestre Monte Alegre possui 10

    (dez) nascentes e 03 (trs) crregos.

  • Figure 16: Mapa do ReViS Monte Alegre.

    6.3- Geologia:

    Em estudos feitos por Oliveira, 2006, o Municpio de Itaperuna

    encontra-se dentro da unidade geomorfolgica de Bom Jesus do

    Itabapoana e da Unidade Morfoescultural Plancies fluviomarinhas

    (Baixadas). Ainda segundo este mesmo autor, a rea onde esto

    inseridas as Unidades de Conservao objeto deste Plano de Manejo

    fazem parte do domnio colinoso, domnio de escarpas serranas e

    domnio de morros elevados.

    So encontrados na regio os seguintes domnios:

    Dom. Afl. e SR Jovem de Granulitos (domnios de

    afloramento de granulitos)

    Dom. SR. de Granul, Migm e Gnais. (Domnio de solo

  • residual de gnaisse migmatitos e granulitos)

    Figure 17: Mapa Geolgico de Itaperuna. Adaptado de Oliveira, 2006. Em anexo carta

    geomorfolgica de Itaperuna

  • 6.4- Solos:

    Em estudos feitos por Abreu, 2013,

    (http://uenf.br/cbb/herbario/files/2014/09/TESE_Karla-Pedra.pdf) a

    classificao do solo da rea da Fazenda MONTE ALEGRE foi a de

    latossolo vermelho-amarelo distrfico.

    E segundo dados do PEM (Plano Executivo da Microbacia) do

    Crrego Campinho, os solos da regio possuem as seguintes

    caractersticas:

    Tabela 4: Solos da Microbacia Campinho. Dados PEM. Fonte:

    http://www.microbacias.rj.gov.br/conteudo/compartilhados/microbaci

    as/corrego-do-campinho/pem_-_mbh_corrego_do_marambaia_-

    _itaperuna.pdf

    Gle

    ba

    Tipo de

    Solo

    (Grande

    grupo)

    rea

    (h)

    %

    MB

    Fatores Limitantes

    Vr

    zeas

    Gleissol

    os

    2653

    ,20

    2

    2

    Solos mal drenados,

    com riscos de Inundao,

    propcios para o plantio de

    arroz, na poca chuvosa, e

    pastagem na seca.

    http://uenf.br/cbb/herbario/files/2014/09/TESE_Karla-Pedra.pdfhttp://www.microbacias.rj.gov.br/conteudo/compartilhados/microbacias/corrego-do-campinho/pem_-_mbh_corrego_do_marambaia_-_itaperuna.pdfhttp://www.microbacias.rj.gov.br/conteudo/compartilhados/microbacias/corrego-do-campinho/pem_-_mbh_corrego_do_marambaia_-_itaperuna.pdfhttp://www.microbacias.rj.gov.br/conteudo/compartilhados/microbacias/corrego-do-campinho/pem_-_mbh_corrego_do_marambaia_-_itaperuna.pdf

  • Mei

    a-

    encostas

    Argissol

    os

    5427 4

    5

    Teores baixos de

    fsforo, relevo mdio e

    ondulado.

    re

    as altas

    Latossol

    os

    3979

    ,80

    3

    3

    Pedregosos e rochosos,

    pouco profundos, teores

    muito baixo de fsforo,

    relevo forte ondulado e

    montanhoso.

  • Figura 18 Mapa de uso do solo do Municpio de Itaperuna. Fonte: Planos Municipais de

    Conservao e Recuperao da Mata Atlntica

  • Figura 19: Mapa de vertentes do Municpio de Itaperuna. Fonte: Planos Municipais de Conservao

    e Recuperao da Mata Atlntica

    Figura 20: Mapa de declividades do Municpio de Itaperuna. Fonte: Planos Municipais de

    Conservao e Recuperao da Mata Atlntica

    7- FATORES BITICOS

    7.1- Vegetaes (Flora):

    A ocupao espacial da vegetao nativa encontra-se

    distribuda no topo dos morros, no tero superior, nas encostas,

    nas partes muito inclinadas e no entorno das nascentes. Em alguns

    pontos, visto de longe observamos os arcos remanescentes

    formando, ainda que insuficientes os corredores de vegetao,

    oferecendo pequena proteo a fauna existente. A vegetao

    preservada nas zonas de mais difcil acesso, do tipo floresta

  • caduciflia tropical (termo intermedirio entre formaes perenes de

    encosta da Serra do Mar e formaes florestais do interior).

    Esta floresta tem como caracterstica a periodicidade da sua

    vida vegetativa, marcada por perda de muitas folhas durante o

    perodo de seca. dominante a vegetao, at em alguns topos

    de morros, de campos artificiais de pastagem.

    Segundo dados do CIDE a regio apresenta apenas

    6,2% de Floresta Caduciflia, 16,9% de vegetao secundria,

    70,5% de pastagem, 1,6% de culturas agrcolas, 0,6% reas

    degradadas, apresenta ainda pores da mata atlntica,

    principalmente nas partes mais inacessveis.

    As espcies vegetais de maior porte, que de modo geral ,

    predominam na regio, principalmente nas matas remanescentes

    so as canelas ( Nectandra sp/ Ocotea sp); cedros ( Cederella

    glazion; C. fissilis); uricurana ( Hieronyma alchorneoides); os

    jequitibs do gnero Cariniana; Arbustos e arvoretas tambm so

    encontrados a sombra protetora de arvores altas; dentre eles,

    destacam-se as palmeiras do gnero Geonoma sp e o palmito Euterpe

    edulis, algumas variedades de Coccoloba, Miconia e leguminosas,

    como Ing affonseca.

    As principais espcies de flora encontrada nas UCs

    encontram-se no Anexo I deste Plano.

    7.1.1- REFGIOS DE VIDA SILVESTRE

    Em 2013, a ento doutoranda da

    UENF, Karla Maria Pedra de Abreu publicou a tese Estrutura, Florstica

    E Diversidade De Fragmentos De Floresta Estacional Semidecidual No

    Norte-Noroeste Fluminense (disponvel em

    http://uenf.br/cbb/herbario/files/2014/09/TESE_Karla-Pedra.pdf) e

    http://uenf.br/cbb/herbario/files/2014/09/TESE_Karla-Pedra.pdf

  • um dos fragmentos estudados foram os da FazenMONTE ALEGRE e da

    Mata de So Vicente. Segundo esta autora, A Mata de So Vicente,

    pela sua grande extenso, possui reas em diferentes estgios de

    regenerao. Algumas reas deste fragmento apresentam fcil

    acesso, outra se regenerou a partir de plantios abandonados e h

    alguns trechos mais preservados. Atualmente, este fragmento

    pertence a vrios herdeiros. O fragmento de Monte Alegre possui

    acesso difcil, no apresenta presso de corte seletivo e foi formado a

    partir de regenerao de plantio de caf erradicado na dcada de 40.

  • No trabalho de amostragem, alguns dos resultados apontados foram

    os descritos na tabela abaixo:

    Tabela 5: Principais parmetros analisados. AB= rea basal em m; NI=Nmero de indivduos, Nsp = Nmero de

    espcies, Nex = Nmero de espcies exclusivas, H = ndice de diversidade de Shannon-Wiener, J = ndice de

    equabilidade de Pielou (J), DAP= dimetro altura do peito. Fonte: Abreu, 2013, pg:

    41.

  • Tabela 6: : Parmetros fitossociolgicos analisados para a comunidade lenhosa amostrada nos fragmentos

    da tipologia Floresta Estacional Semidecidual Submontana. Siglas dos parmetros fitossociolgicos: N= Nmero de

    indivduos, AB= rea Basal, DR= Densidade Relat Relativa, FR= Frequncia Relativa, DoR= Dominncia relativa,

    VC= Valor de Cobertura, VI= Valor de Importncia, CS= categoria sucessional, Pi= Pioneira, SI= Secundria

    Inicial, ST= Secundria Tardia, SD= sndrome de disperso, ANE= anemocoria, AUT= autocoria, ZOO= zoocoria,

    NC= No Caracterizada por carncia de informaes pertinentes. Fonte: Abreu, 2013, pg. 65, 66

  • No estudo do dossel a autora apresentou as seguintes caractersticas para

    as reas:

    Fazenda MONTE ALEGRE: Dossel contnuo com altura entre 13 e

    17m. Subbosque aberto, poucos emaranhados, presena de

    brejaba, brejaubinha, taquara e bromlias. Tem como matriz

    circundante pasto e cafezal. Poucas rvores cadas e algumas

    clareiras. Esta fazenda se localizada numa rea de encosta muito

    ngreme, de acesso restrito em perodos chuvosos.

    Mata de So Vicente: Dossel aberto e descontnuo com

    aproximadamente 17m de altura. Sub-bosque aberto, poucos

    emaranhados e presena de brejaba. rvores cadas e algumas

    clareiras. Tem pasto como matriz circundante e possui trilhas

    localizadas em rea plana. Parcialmente isolada por cerca, mas com

    fcil acesso. Cortado pela Rodovia RJ214 que d acesso localidade

    de Raposo. Possui grande extenso, com reas em diferentes estgios de

    regenerao, com vestgios de corte seletivo.

    REFGIO DE VIDA SILVESTRE DO SAGUI DA SERRA ESCURO

    O Refgio de Vida Silvestre do Sagui da Serra Escuro composto

    de nico fragmento florestal contnuo de mata em estgio secundrio

    e avanado de regenerao, com 485 h e 22.075 m de permetro. O

    ReViS cortado pela Rodovia Estadual RJ 214.

  • Figure 21: Imagem de satlite (Google Earth) do ReViS do Sagui da Serra Escuro, localizado no interior da

    APA Raposo

    REFGIO DE VIDA SILVESTRE MONTE ALEGRE (ALRIO BRAZ)

    O Refgio de Vida Silvestre Monte Alegre (Alrio Braz)

    composto por quatro fragmentos florestais e trs corredores:

    Fragmento 01:

    Onde est inserida a sede histrica da Fazenda Monte Alegre,

    formado por mata secundria em estgios mdios e avanado de

    regenerao.

    rea: 329,5 h

    Permetro: 14.271 m

  • Fragmento 02:

    Formado por mata secundria em estgio secundrio de

    regenerao.

    rea: 129 h

    Permetro: 10.889 m

    Fragmento 03:

    Formado por mata secundria em estgios mdios e

    avanados de regenerao.

    rea: 91,8 h

    Permetro: 8.870 m

    Fragmento 04:

    Formado por mata secundria em estgios mdios de

    regenerao.

    rea: 3,79 h

    Permetro880 m

    Corredor 01:

    Formado por mata em estgio primrio de regenerao.

    rea: 5,88 h

    Permetro: 1.673 h

    Corredor 02:

    Formado por capoeira

    rea: 0,86 h

    Permetro: 495 m

    Corredor 03:

    Formado por mata em estgio primrio de regenerao

  • rea: 5,31 h

    Permetro: 1497 m

    Figure 22: Imagem de satlite (Google Earth) do ReViS Monte Alegre (Alrio Braz), em amarelo. Em azul, os

    corredores.

    7.1.2- APA RAPOSO:

    A APA Raposo composta por 34 fragmentos florestais

    secundrios de vegetao, em estgios primrio, secundrio e

    avanado de regenerao:

    Fragmento 01:

    rea: 75,7 h

    Permetro: 5.136m

    Fragmento 02:

    rea: 98,6 h

    Permetro: 5.365m

  • Fragmento 03:

    rea: 3,48 h

    Permetro: 836m

    Fragmento 04:

    rea: 80,5h

    Permetro: 7.626m

    Fragmento 05:

    rea: 39,8 h

    Permetro: 3.939m

    Fragmento 06:

    rea: 55,8 h

    Permetro: 4.314m

    Fragmento 07:

    rea: 35,2 h

    Permetro:3.817m

    Fragmento 08:

    rea: 40 h

    Permetro: 5.042m

    Fragmento 09:

    rea: 5,93 h

    Permetro: 988 m

    Fragmento 10:

    rea: 9,96 h

    Permetro: 1.356 m

    Fragmento 11:

    rea: 17,6 h

    Permetro: 1.920 m

    Fragmento 12:

    rea: 16 h

    Permetro: 1979 m

  • Fragmento 13:

    rea: 22,7 h

    Permetro: 2.038 m

    Fragmento 14:

    rea: 112 h

    Permetro: 7.518 m

    Fragmento 15:

    rea: 54,2h

    Permetro: 5.064 m

    Fragmento 16:

    rea: 38 h

    Permetro: 3.674 m

    Fragmento 17:

    rea: 24,4 h

    Permetro: 2.036 m

    Fragmento 18:

    rea: 33 h

    Permetro: 3.270 m

    Fragmento 19:

    rea: 11 h

    Permetro: 1.899 m

    Fragmento 20:

    rea: 2,63h

    Permetro: 734 m

    Fragmento 21:

    rea: 5,51 h

    Permetro: 1.225 m

    Fragmento 22:

    rea: 3,38h

    Permetro: 961 m

  • Fragmento 23:

    rea: 2,69 h

    Permetro: 689 m

    Fragmento 24 :

    rea: 3,78 h

    Permetro: 901 m

    Fragmento 25:

    rea: 7,15 h

    Permetro:1.221 m

    Fragmento 26:

    rea: 22,1 h

    Permetro: 3.161 m

    Fragmento 27:

    rea: 71,4 h

    Permetro: 7.424m

    Fragmento 28:

    rea: 80,3 h

    Permetro: 7.239 m

    Fragmento 29:

    rea: 3,34 h

    Permetro: 846 m

    Fragmento 30:

    rea: 3,85 h

    Permetro: 1.030 m

    Fragmento 31:

    rea: 1,99 h

    Permetro: 643 h

    Fragmento 32:

    rea: 1,34 h

    Permetro:572 m

  • Fragmento 33:

    rea: 2,28 h

    Permetro: 635 m

    Fragmento 34:

    rea: 377 h

    Permetro: 13.618 m

    Figure 21: Limites da APA Raposo (em azul) com fragmentos florestais. Imagem do programa Google Earth.

    O restante da APA em que no h formao de fragmentos florestais composto

    de vegetao de capoeira, pastagem e eucalipto, sendo que 75% destas formaes

    corresponde pastagem para criao animal.

  • 7.2-FAUNA

    A regio onde esto situadas as Unidades de Conservao de

    Raposo, Itaperuna, RJ, apresenta uma cobertura vegetacional

    descaracterizada, tendo como modelo comparativo o domnio

    primitivo da Floresta Estacional Semidecidual. As modificaes

    sofridas advm do contnuo processo de ocupao antrpica, impondo

    por sua vez alteraes significativas e irreversveis na riqueza e

    abundncia faunstica originais. A substituio macia da mata

    tropical por pastagens e culturas anuais e perenes no s

    empobreceu sua diversidade como originou novas situaes

    ecolgicas como por exemplo, o efeito ilha e conseqente

    comprometimento do fluxo gnico, colocando em risco no longo

    tempo a viabilidade das populaes de espcies que exigem

    territrios com grandes extenses de mata.

    Concomitante a este processo sofrido pela mata tropical, os

    novos e extensos habitats criados como as j citadas pastagens,

    culturas e capoeires, possuindo uma maior uniformidade ecolgica,

    favorecem txons autctones com grande plasticidade ambiental e

    outros exticos, na proporo em que colonizaes e ampliaes de

    territrios acontecem.

    Os resultados do levantamento de fauna com as principais

    espcies identificadas esto no Anexo II.

    7.2.1- Levantamento da Fauna

    Tendo como objetivo a descrio e anlise dos componentes da

    fauna e suas interaes, foi realizado um trabalho de campo de maio

    a setembro de 2017, na rea de influncia das UCs, especialmente

    dos dois ReViS. Este levantamento teve como intuito caracterizar a

    situao atual da fauna de vertebrados terrestres.

  • A rea de influncia direta dos ReVis ainda apresenta uma

    cobertura vegetal com pouco antropizada, estando os fragmentos em

    estgios mdios a avanados de regenerao, conforme definio da

    Resoluo CONAMA 06 de 04 de maio de 1994, convalidada pela

    Resoluo CONAMA n 388/07 para fins do disposto na Lei 11.428, de

    22 de dezembro de 2006, tendo como modelo comparativo o domnio

    primitivo da Mata Tropical Subpereniflia.

    Foram considerados para efeito do diagnstico os seguintes

    grupos taxonmicos:

    a) Anfbios;

    b) Rpteis;

    c) Aves;

    d) Mamferos.

    Embora cada um destes contribua igualmente na formao do

    ecossistema, consenso que os grupos das aves e mamferos so

    adaptativamente mais plsticos, exercendo maior domnio no

    ambiente, podendo por sua vez fornecer informaes, no curto prazo,

    muito relevantes quanto realidade da qualidade faunstica de uma

    regio.

    So descritas a seguir as metodologias e os equipamentos

    utilizados para cada grupo:

    a) Anfbios:

    Observaes diretas noturnas;

    Indcios como ninhos de reproduo;

    Vocalizaes;

    Equipamentos utilizados: lanternas, sacos plsticos,

    mquina fotogrfica, cmera de celular, caderneta de campo.

  • b) Rpteis:

    Observaes diretas noturnas e diurnas;

    Indcios como pegadas e carcaas;

    Entrevistas com moradores.

    Equipamentos utilizados: lanternas, mquina

    fotogrfica, caderneta de campo.

    c) Aves:

    Observaes diretas diurnas e noturnas;

    Indcios como ninhos, penas e carcaas;

    Vocalizaes;

    Entrevistas com moradores.

    Equipamentos utilizados: binculo 8x40, lanternas,

    mquina fotogrfica, caderneta de campo.

    Na identificao de aves, a biloga e mdica veterinria

    Priscilia Andreazzi fez a identificao por meio de fotografias e

    vovalizao.

    d) Mamferos:

    Observaes diretas noturnas e diurnas;

    Indcios como pegadas, plos, fezes e carcaas;

    Vocalizaes;

    Entrevistas com moradores.

    Equipamentos utilizados: binculo 8x40, lanternas,

    mquina fotogrfica, caderneta de campo.

    Alguns indivduos foram fotografados por fotgrafos da

    regio, tais como Ricardo Danilo, Pablo de Lima Glria (ambos de

    Natividade) e Thiago Lira (de Porcincula).

    Como amostragem, para o estudo dos mamferos, anfbios e

    rpteis foram percorridas, a noite, trilhas existentes em reas da

  • unidade de conservao Fazenda Monte Alegre, assim como durante

    o dia trilhas nos fragmentos florestais.

    Nesta identificao tivemos a participao de equipe comandada

    pelo Bilogo e Coordenador do Curso de Cincias Biolgicas da

    Faculdade Redentor, Professor Marcos Paulo Machado Thom e do

    Bilogo e Professor/Tutor do Curso de Cincias Biolgicas do

    Consrcio CEDERJ Polo Itaperuna, Professor William de Azevedo

    Pinheiro.

    7.2.2- Consideraes finais

    Toda a regio na qual as Unidades de Conservao esto

    inseridas sofreu e ainda vem sofrendo alteraes antrpicas

    provocadas fundamentalmente pela substituio contnua da Floresta

    Estacional Semidecidual por ambientes como pastagens e culturas,

    ocasionando a mudana radical de uma paisagem de domnio florestal

    para uma de reas abertas, o que ressalta a grande importncia da

    presena das UCs. A fauna como um elo ambiental intrnseco

    vegetao tambm acompanhou ao longo do tempo estas alteraes.

    Assim, espcies especialistas no habitat florestal e que exigem

    grandes territrios so afetadas negativamente por estas alteraes,

    ao passo que espcies com menor especializao, ou exticas em

    processo de expanso territorial, oriundas de ambientes com

    caractersticas ecologicamente similares s reas abertas como o

    Bioma Cerrado passam a colonizar com sucesso a regio. Este ltimo

    o caso, por exemplo, das aves Cariama cristata (seriema),

    Glaucidium brasilianun (coruja cabur) Colaptes campestres (pica pau

    do campo).

    Das espcies de mamferos anotados, a maioria possui grande

    versatilidade na ocupao de diversos ambientes, como Didelphis

    marsupialis (gamb), Euphractus sexcinctus (tatu-peba), Coendou

  • prehensilis (ourio cacheiro), Cerdocyon thous (cachorro do mato),

    Procyon cacncrivorus (guaxinim) e Herpailurus yaguarondi (gato

    mourisco), podendo manter populaes viveis no atual estgio

    vegetacional da regio. Dasypus novencintus (tatu galinha) e

    Cunicuus paca (paca) so espcies ameaadas pela caa predatria,

    muito comum na regio.

    Os bugios do gnero Alouatta e os saguis, do gnero Callithrix,

    so espcies presentes em menor nmero e tambm ameaadas pela

    fragmentao florestal.

    Hydrochaeris hydrochaeris (Capivara) e Procyon cancrivorus

    (Guaxinim) so espcies intimamente relacionadas e dependentes da

    presena de corpos dgua para sua sobrevivncia, o que parece

    perfeitamente possvel perante a diversidade de mananciais de gua

    e corpos hdricos.

    A maior parte das espcies anotados para a avifauna so

    comumente encontrados no sudeste do Brasil, Bioma da Mata

    Atlntica, representado por ambientes como a Floresta Estacional

    Semidecidual, matas ciliares ao Rio Itabapoana, capoeiras e mesmo

    as pastagens.

    relevante anotar a presena de populaes de Penelope

    obscura (Jacu) e de Myrmotherula minor (Choquinha-pequena),

    especialistas em ambientes florestais, da tambm a relevncia das

    unidades de conservao, em especial os ReViS, devendo-se

    assegurar a implantao das medidas de proteo aqui previstas,

    tambm pela presena registrada de espcies de Amazona

    rhodocrytha (papagaio chau), espcie classificada como em perigo,

    pelo IUCN 3.1 e da Dysithamnus plumbeus (choquinha chumbo),

    espcie classificada como vulnervel, pelo IUCN 3.1.

    Com a implantao das Unidades de Conservao e a adoo das

  • respectivas medidas de proteo e recuperao muito provvel que

    haja um enriquecimento faunstico em termos de riqueza e

    diversidade, propiciado pelo enriquecimento dos habitats existentes e

    criao de novos pela formao de corredores florestais previstos,

    alm das condies inerentes de estabilidade.

    Tambm interessante apontar a funo de fonte primria de

    disperso de fauna das UCs Nacional do Capara. O UCs Nacional a

    maior extenso preservada do ecossistema em questo e funciona

    como um fornecedor de indivduos que saem dos seus limites em

    busca de novos territrios para se estabelecerem. A existncia de

    outras unidades de conservao, satlites ao UCs, extremamente

    benfica para a fauna silvestre regional, uma vez que a troca

    gentica estimulada.

    Como j mencionado, a chance de espcies anteriormente

    extintas localmente recolonizarem a rea das novas Unidades de

    Conservao tambm diretamente proporcional implantao das

    medidas pertinentes proteo da fauna silvestre das unidades.

    Embora no se tenha a avaliao da abundncia das espcies

    registradas, atividade importante do contexto futuro da conduo da

    unidade, o nmero de indivduos de mdios mamferos

    provavelmente menor do que o necessrio para a perpetuao das

    espcies no longo prazo. A criao das Unidades de Conservao

    nesta rea, especialmente os Refgios de Vida Silvestre, no que

    concerne fauna, vem se somar a um grande esforo em curso no

    Brasil para preservar o bioma da Mata Atlntica, formando-se

    corredores genticos.

    As poucas espcies anotadas para a herpetofauna resultam de

    um menor esforo de amostragem quando comparado ao despedido

    para aves e mamferos, indicando-se assim, no desenvolvimento do

    manejo da unidade, um incremento nos levantamentos deste grupo.

  • CAPTULO V

    8- FATORES ANTRPICOS

    8.1- Diagnstico Scio Ambiental Participativo

    8.1.1- Metodologia:

    A metodologia usada neste Plano de Manejo deu nfase ao

    protagonismo da Gesto Ambiental como o canal de dilogo,

    articulao e mobilizao de atores locais como membros da

    Secretaria Municipal do Ambiente, Professores do Curso de Cincias

    Biolgicas da Faculdade Redentor e do Consrcio Estadual de

    Universidades Pblicas do Rio de janeiro CEDERJ- A Sub Prefeitura

    de Raposo, entidades religiosas locais, moradores e produtores e

    proprietrios rurais alm de representantes da comunidade local,

    assim como necessidade de ampliao dos espaos de participao,

    construo coletiva de conhecimentos e controle social sobre os usos

    do solo municipal e, especificamente, sobre a Mata Atlntica.

    8.1.2- ETAPAS METODOLGICAS

    O PM envolveu as seguintes etapas metodolgicas:

    Mobilizao e Incidncia Poltica.

    Reunio com os Coordenadores dos Cursos de Cincias

    Biolgicas e com alunos dos respectivos cursos

    Dilogo com o Sub Prefeito de Raposo

    Grupo Local de Acompanhamento e Avaliao;

    Visitas diagnstico em 25% das propriedades rurais;

  • Reunies com produtores rurais;

    8.1.3- Entrevistas com representantes da

    comunidade.Oficinas Locais

    As Oficinas Locais so espaos socioambientais de construo

    participativa. Esta etapa ocupa papel central e estratgico no

    processo metodolgico, j que a elas foi atribuda a nfase na

    construo do diagnstico participativo sobre a dinmica da Mata

    Atlntica local.

    Desta forma, as oficinas locais validam a viso, o conhecimento

    e as experincias de atores locais sobre a Mata Atlntica de seu

    municpio e as registra, como uma fotografia falada, em uma base

    cartogrfica, atravs de informaes comentadas sobre o que existe

    no territrio e um conjunto de aes que expressam expectativas de

    transformaes deste cenrio.

    1 Oficina Local Construo do Cenrio Local

    Objetivo: Construo do cenrio existente Construir

    uma representao do que existe no espao geogrfico,

    social, cultural, poltico etc. tomando como base o Dagnstico

    Rural Participativo do Programa de Microbacias da EMATER-

    RJ. Os elementos que iro compor os diagnstico daro

    nfase ao uso do solo e a situao atual dos remanescentes

    de Mata Atlntica no municpio.

    8.1.3.1- 1 OFICINA:

    Na 1 Oficina nos reunimos com representantes do Conselho

    Gestor da Microbacia do campinho e alguns represententes locais,

    alm do Sub Prefeito de Raposo, o Coordenador do Curso de Cincias

  • Biolgicas da Faculdade Redentor e alguns alunos do Curso.

    Nesta oficina foram questionados quais os principais impactos

    negativos (ameaas) na rea da APA e do ReViS e as solues viveis

    e inviveis para usos da rea.

    Figura 23: Grupo de trabalho da 1 oficina

    Nesta oficina, as principais ameaas apontadas foram:

  • Figura 14: Problemas que podem afetar as UCs, apontados na 1 oficina pelo grupo de trabalho

    Caa predatria;

    Queimadas;

    Desmatamento;

    Desconhecimento da populao sobre as UCs;

    Extino de espcies da fauna e da fora;

    Pastagens ;

    Minerao (existe uma extrao de arola licenciada na rea

    da APA e prxima ao ReViS)

    Saneamento (destinao inadequada dos efluentes

    sanitrios)

    Grande presena de eucalipto;

    Diminuio das colmeias de abelhas;

    Pecuria extensiva;

    Ausncia de um programa de proteo de nascentes;

    Ausncia de um programa de fiscalizao;

    Ausncia de incentivo das entidades pblicas;

    As solues viveis apontadas foram;

  • Preservao de nascentes;

    Programa de conscientizao e fiscalizao;

    Programas de pesquisa e estudos;

    Visitao turstica;

    Tombamento de fazendas histricas;

    O que seria invivel:

    Plantio de eucalipto sem controle e fiscalizao na APA

    e no permitido na rea do ReViS;

    Caa e pesca predatria;

    Dragagem de vrzeas;

    Visitao turstica sem guia;

    Acesso de gado na rea do ReViS e em fragmentos

    florestais da APA;

    Trilha de moto sem permisso na APA e no permitido

    no ReViS;

  • Figura 25: Grupo de trabalho da 1 oficina

    8.1.3.2- 2 OFICINA:

    Durante a 2 oficina o problemas apontados na oficina

    anterior foram apresentados aos presentes para que se buscasse as

    possveis solues em conjunto.

  • Figura 26: Sub Prefeito de Raposo e aluno do Curso de Veterinria da Universidade Iguau,

    Campus Itaperuna, morador e neto de produtor rural falam na oficina sobres as oportindades das UCs.

    Figura 27: Imagem dos Fatores Internos apontados na Oficina Temtica

  • Figura 28: Apresentao de propostas na 2 oficina de Raposo

    Figura 29: 2 Oficina em Raposo

    8.1.4- ENTREVISTAS E REUNIES:

    Nas entrevistas de campos com moradores da APA e do

    ReViS foram levantadas as principais ameaas internas (existentes) e

  • as presses externas, quanto aos seguintes fatores:

    Extrao de madeira;

    Agricultura e silvicultura;

    Pastagem;

    Ocupao humana;

    Extrao mineral;

    Construo e operao de infraestruturas;

    Caa;

    Coleta de subprodutos no madeireiros;

    Turismo e recreao;

    Disposio de resduos (poluio);

    Processos seminaturais;

    Espcies exticas invasoras;

    Uso dos recursos por populaes residentes;

    Influncias externas;

    Incndios de origem antrpica;

    Estrada;

  • Figura 30: Diagnstico, entrevista de campo.

  • Figura 31: Diagnstico entrevista de campo.

    Figura 32: Visita de campo.

  • Figura 33: Entrevista de campo.

    Figura 34: Sagui da Serra Escuro avistado durante visita na rea da Fazenda Monte Alegre

  • Figura35: Reunio com Sub Prefeito e morador local.

    8.2- Criao do Refgio de Vida Silvestre Monte Alegre

    (Alrio Braz)

    Durante o diagnstico foi apontado a criao de um novo Refgio

    de Vida Silvestre, na rea conhecida como Monte Alegre, rea que

    faz parte da Reserva da Biosfera e reas Prioritrias do

    Ministrio do Meio Ambiente e ainda far a composio do

    Corredor 2, que abrange os municpios de Porcincula,

    Natividade e Itaperuna, possibilitando a formao de corredores

    e mosaicos de UCs.

    Os Estudos Tcnicos para criao desta nova UC foi

    elaborado pela Secretaria Municipal do Ambiente em parceria com o

    Programa de Apoio a Criao de Unidades de Conservao (ProUC) da

    Superintendncia de Biodiversidade e Florestas da Secretaria

    Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro.

    Nos Estudos Tcnicos, alguns proprietrios foram

    consultados e deram a sua aquiescncia (registrada em ATA e em

    conversa via telefone, conforme anexada aos Estudos Tcnicos de

    Criao da UC, inseridos no Processo Administrativo)

  • A Consulta Pblica foi realizada no dia 06 (seis) de julho de

    2017 (dois mil e dezessete) as 18 (dezoito) horas, na Escola

    Municipal Santa Paz em Raposo, com a presena da Coordenadora do

    ProUC, Renata Lopes.

    Figure 36: Reunio na Fazenda Monte Alegre com a proprietria Adriana Nascimento Sanches

  • Figure 37: Reunio na Faculdade Redentor com o proprietrio Luis Adriano.

  • Figure 18: Composio da mesa de abertura da Consulta Pblica. Renata Lopes, do ProUC, Adriana

    Nascimento Sanches (proprietria), Emyliandro Pena Machado (Sub Prefeito de Raposo) e Waldriano

    Terra, Secretrio Municipal do Ambiente.

  • CAPTULO VI ZONEAMENTO

  • MANEJO DA UNIDADE DE CONSERVAO

    8.2. OBJETIVOS ESPECFICOS DO MANEJO

    Para os fins da lei 9.985/00, entende-se por manejo (art. 2)

    todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservao da

    diversidade biolgica e dos ecossistemas.

    O objetivo central do manejo da rea em estudo, associar

    preservao, educao ambiental, pesquisa cientfica, lazer e

    recreao de forma que haja uma participao da sociedade civil,

    poder pblico e organizaes no governamentais na gesto da

    unidade.

    A definio destas atividades como prioritrias tem como

    objetivo estabelecer usos compatveis com as caractersticas

    verificadas nos levantamentos realizados com a populao local.

    Nesta pesquisa, apresentada integralmente neste documento,

    demonstrou-se o interesse das comunidades locais por formas de

    lazer realizados em famlia e o interesse na realizao de atividades

    educativas.

    A educao para a conservao da comunidade de entorno a

    garantia bsica do sucesso dos objetivos conservacionistas da

    Unidade de Conservao.

    Podemos citar ainda, os seguintes objetivos gerais da UC:

    Possibilitar a sobrevivncia das espcies ameaadas de

    extino

    Proteger e recuperar fragmentos Florestais.

  • Restaurar a paisagem e preservar a beleza cnica local.

    Possibilitar e fomentar a pesquisa cientfica,

    especialmente a conservacionista voltada para o manejo da

    rea.

    Desenvolver atividades de educao, visando

    aprofundar o conhecimento e a conscientizao em relao ao

    meio ambiente.

    Proporcionar condio para lazer, recreao e turismo

    de forma compatvel com os demais objetivos das UCs.

    Para este zoneamento tambm foram ouvidos os proprietrios

    e as seguintes propostas foram apresentadas:

    1- Proprietria da Fazenda Monte Alegre (sede): visita

    turstica em trilha guiada, com prioridade para pesquisadores e

    educao ambiental.

    2- Proprietrio da Fazenda Monte Alegre (rea na divisa

    com a vertente do Municpio de Natividade) apenas pesquisa

    cientfica.

    3- Proprietrio da Fazenda Monte Alegre (rea na divisa

    com o Municpio de Porcincula/Natividade) nenhuma visitao;

    4- Proprietrio da Fazenda So Vicente: pesquisa

    cientfica, educao ambiental, coleta de sementes, viveiro.

    Procuramos respeitar o interesse de cada proprietrio ao

    estabelecer o zoneamento das UCs.

  • 8.3. ZONEAMENTO

    O Zoneamento1 um processo dinmico no qual as categorias

    definidas podem ser alteradas de acordo com o aprofundamento dos

    estudos ambientais ou pela modificao das caractersticas de cada

    rea, seja por processos naturais de sucesso ou induzidos pelo

    manejo.

    Sero consideradas as seguintes zonas: Zona Primitiva, Zona de

    Uso Extensivo, Zona de Uso Intensivo, Zona de Preservao, Zona de

    Conservao, Zona de Recuperao, Zona de Uso Conflitante e Zona

    de Amortecimento (para os ReViSs). Zona de Vida Silvestre, Zona

    Extrativista, Zona de Usos Agropecurios, Zona de Recuperao e

    Zona de Amortecimento (para a APA)

    A Carta de Zoneamento da UC (Anexo 7), exibe a distribuio

    espacial de todas as zonas contidas na unidade sob estudo.

    8.3.1- ZONA DE PRESERVAO

    Definio:

    rea destinada preservao dos ecossistemas,

    atravs da proteo do habitat de espcies residentes,

    migratrias, raras, endmicas, e/ou ameaadas de extino,

    bem como garantia da perenidade dos recursos hdricos, das

    paisagens e das belezas cnicas, da biodiversidade e dos stios

    arqueolgicos..

    1 Pelo inciso XVI, do art.2 da lei n 9.985/00, entende-se por

    zoneamento a definio de setores ou zonas em uma unidade de conservao com objetivos de manejo e normas especficos, com o

    propsito de proporcionar os meios e as condies para que todos os objetivos da unidade possam ser alcanados de forma harmnica e eficaz.

  • Objetivos:

    O objetivo bsico do manejo a preservao,

    garantindo a evoluo natural.

    Localizao:

    Nos ReViS Sagui da Serra Escuro e ReViS Monte Alegre

    (Alrio Braz), a localizao da Zona de Preservao foi

    determinada pelo fragmento florestal mais distante das trilhas

    pr-existentes, com formao florestal em estgio mdio a

    avanado e/ou avanado e com maior dificuldade de acesso,

    especialmente em reas de APPs de topo de morro e de grande

    declividade, proporcionando as conhecidas reas de sombra,

    com probabilidades de espcies rupcolas e espcies ainda no

    exploradas Esta zona ser o principal foco dos levantamentos

    florstico e faunstico e poder futuramente ter parte de sua

    rea transformada em zona intangvel.

    O ReViS Monte Alegre (Alrio Braz) possui duas zonas

    de preservao e o ReViS do Sagui da Serra Escuro possui uma

    zona de preservao.

    Normas:

    No ser permitida a visitao a qualquer ttulo;

    As atividades humanas sero limitadas ao

    monitoramento, fiscalizao e pesquisa exercida somente

    em casos especiais;

    A pesquisa ocorrer exclusivamente com fins

    cientficos, desde que no possa ser realizada em outras zonas;

    A fiscalizao ser eventual, em casos de necessidade

    de proteo da zona, contra caadores, fogo e outras formas de

    degradao ambiental;

    O combate ao fogo e aos incndios florestais, enquanto

  • o Municpio no dispor de brigadas de incndio, se far na

    forma de Notificao Preliminar Preventiva, conforme modelo

    constante no Anexo VIII. Esta Notificao dever ser usada em

    todas as reas inseridas na APA Raposo e nos ReViS do Sagui

    da Serra Escuro e Monte Alegre (Alrio Braz).

    As atividades permitidas no podero comprometer a

    integridade dos recursos naturais;

    No sero permitidas quaisquer instalaes de

    infraestrutura;

    No sero permitidos deslocamentos em veculos

    motorizados..

    8.3.2- ZONA DE CONSERVAO

    DEFINIO:

  • rea destinada conservao dos ecossistemas, com

    potencial para recuperao ou regenerao futura, admitindo uso

    indireto. Constituem-se como uma zona de transio entre a ZP

    e demais reas.

    Normas para os ReViS:

    As atividades permitidas sero a pesquisa, o monitoramento

    ambiental e a

    fiscalizao;

    Podero ser instalados equipamentos simples para a

    interpretao dos recursos naturais, sempre em harmonia com a

    paisagem;

    Esta zona ser constantemente fiscalizada;

    O trnsito de veculos s poder ser feito a baixas

    velocidades (mximo de 40 km/h);

    No caso do uso de veculos e embarcaes (lagos artificiais

    ou naturais), no sero permitidos motores fora do