Plano de Trabalho

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Novas tecnologias para o ensino e recursos online A pesquisa na internet e a ulização do blogue como estratégias de trabalho para uma aprendizagem mais autênca Vera Monteiro [[email protected]] Aveiro, 6 de Setembro 2012

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Novas tecnologias para o ensino e recursos online A pesquisa na internet e a utilização do blogue como estratégias de trabalho para uma aprendizagem mais autêntica Vera Monteiro [[email protected]] Aveiro, 6 de Setembro 2012. Plano de Trabalho. 1º dia [2h] - PowerPoint PPT Presentation

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Novas tecnologias para o ensino e recursos online Vera Monteiro Aveiro, 6 de Setembro 2012

Um literato em cincia aquele que capaz (Chagas, 2000)

Perguntar, descobrir e responder a aspectos suscitados pela sua curiosidade;Interpretar artigos cientficos e discutir sua validade;Identificar questes cientificas subjacentes a decises nacionais e locais.Assumir posies fundamentadas em princpios cientficos e tecnolgicos;Avaliar a qualidade da informao cientifica com base nas fontes e metodologias usadas;Propor, avaliar e aplicar argumentos baseados em factos.Isto coaduna-se com as prticas lectivas dominantes (centradas na aquisio de terminologia, factos, princpios e leis)? Coaduna-se com o nosso programa disciplinar e com os tempos disponveis para o leccionar? Estas competncias so desenvolvidas e valorizadas em paridade com o que se investe na preparao para os tradicionais testes e exames? So menos importantes? Num programa de literacia cientfica deve existir diversidade de metodologias e estratgias de aprendizagem, destacando-se a pesquisa e a investigao cientifica (resoluo de problemas, investigaes e projectos propostos pelo professor ou pelo alunos). Cabe ao professor gerir a orientao e momento a dar s suas prticas, introduzindo as diferentes dinmicas na sala de aula para que os alunos vo melhorando o seu nvel de literacia cientfica, expondo-os a formas de trabalhar e interagir que lhes permitam continuar a aprender e discutir cincia pela vida fora.

Referncia: Chagas, I. (2000). Literacia cientfica. O grande desafio para a escola. In Actas do 1 encontro nacional de investigao e formao, globalizao e desenvolvimento profissional do professor. Escola Superior de Educao de Lisboa. Retirado de http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/ichagas/ticc/literacia%20cientifica.pdf6Social media literacy (Rheingold, 2008)Como encontrar aquilo que quero saber, introduzindo a questo certa num motor de busca? Como saber se a resposta/ informao de retorno fornecida pelo motor de busca verdadeira? Que tipos de proteco de privacidade deve um jovem ter em mente quando estabelece o seu perfil no Facebook ou noutra rede social? Como se podem usar os blogues para defender posies pessoais sobre questes cientificas, sociais, polticas, etc.?

A forma como os estudantes faro cincia, poltica, jornalismo daqui a uns anos, quando entrarem na vida activa depender das competncias que eles adquirirem no uso dos media sociais e pelo conhecimento que desenvolverem acerca de assuntos importantes tais como privacidade, o envolvimento e participao em comunidades virtuais (profissionais ou outras).Vivemos no mundo das perguntas, dos problemas e desafios, da incerteza e no das respostas, pelo menos no das respostas fceis e imediatas. Pelo contrrio, muitas vezes no existe uma nica resposta certa ou essa resposta no reside numa s pessoa ou num s processoImporta, por isso, estimular a curiosidade, o questionamento, a capacidade de comunicar e interagir usando diversos meios e recorrendo a diversas pessoas com competncias diversas!S porque os alunos usam o Facebook, ou chat durante a aula, conseguem escrever e enviar sms com uma mo, no significa que estejam familiarizados com a dinmica dos blogs, compreendam a forma como as wikis podem ser usadas de forma colaborativa, ou conheam as tcnicas necessrias para avaliar a veracidade das informaes descobertas online. O uso eficaz dos media sociais exige uma educao que a escola precisa desenvolver. Em termos concretos, a ns professores de FQ importa educar os jovens a saberem ligar-se, pensar, comunicar e interagir em torno de contedo cientifico, seja no contexto de sala de aula, seja no de comunidades ou redes mais alargadas de partilha de conhecimento cientfico (presenciais ou virtuais).

Referncias:Rheingold, H. (22,10,2008) Writing, Reading, and Social Media Literacy. Retirado de http://blogs.hbr.org/now-new-next/2008/10/the-importance-of-social-media.htmlRheingold, H. (21,10,2007) New Media Literacy In Education: Learning Media Use While Developing Critical Thinking Skills. Retirado de http://www.masternewmedia.org/learning_educational_technologies/media-literacy/new-media-literacy-critical-thinking-Howard-Rheingold-20071019.htm7Numa escola cheia de novas tecnologias, porque que os resultados dos testes no melhoraram?!Por vrias razes, mas para os propsitos do nosso curso vamos apenas focar-nos numa delas: porque basicamente as novas tecnologias, principalmente o software social (aquele que suporta interaco entre pessoas: blogs, wikis, fruns de discusso online, comunidades de aprendizagem, redes sociais, skype, youtube, ), no vieram para isso. No a que reside o seu maior potencial!Essa seria uma ambio muito redutora (alis para o tipo de competncias que os testes avaliam, nem sequer so necessrios computadores, nem to pouco acesso internet, embora possam eventualmente facilitar a visualizao e compreenso de alguns conceitos). Alis, a maioria deste software social nem foi criada com propsitos educacionais. O seu maior potencial reside num outro aspecto essencial da educao dos jovens e que no muito valorizado nos testes. Falo do desenvolvimento da literacia cientifica e digital dos jovens. Estes aspectos so essenciais para desenvolver o gosto por aprender e a capacidade para saber como , quando e onde aceder informao quando necessrio. No entanto, so, tradicionalmente, pouco valorizados e estimulados, num o currculo sobrecarregado com contedos e momentos de avaliao. O desenvolvimento das competncias do sc.. XXI (criatividade, pensamento crtico, comunicao, colaborao) essencial para que os jovens possam continuar a aprender e a saber como aprender pela vida fora!Importa restabelecer o equilbrio entre o condicionamento/treino e o pensamento crtico, a capacidade de comunicar e interagir em torno de contedos cientficos, desenvolvendo e valorizando uns e outros de igual forma.3O que literacia?Literacy is the ability to identify, understand, interpret, create, communicate and compute, using printed and written materials associated with varying contexts. Literacy involves a continuum of learning in enabling individuals to achieve their goals, to develop their knowledge and potential, and to participate fully in their community and wider society. Unesco, 2003O que literacia? No s saber escrever e contar. Literacia a capacidade de reconhecer o que relevante, til, verdadeiro. A Unesco apresentou em 2003 a seguinte definio operacionalA literacia pois um contnuo que se desenvolve ao longo da vida e que deve ser fortemente estimulado durante a educao formal, para que possa perdurar pela vida fora e os estudantes se tornem aprendentes ao longo da vida. No existe um unico modo, universalmente vlido, de adquirir e aplicar a literacia. Os diversos contextos e cirscunstncias dos aprendentes exigem diversidade de abordagens e dinmicas (formas de trabalhar) a que devem ser expostos, desde logo na escola, onde ocorre a sua educao formal.

Referncias:Unesco (2004) The Plurality of Literacy and its implications for Policies and Programmes. Disponvel em http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001362/136246e.pdf

4O maior potencial pedaggico das novas tecnologias, em particular da Web 2.0 est no estmulo e desenvolvimento da literacia cientifica e digital.

Literacia cientfica: tem inmeras interpretaes e por isso, em termos gerais, podemos dizer que acaba por ser tudo o que tenha a ver com educao em cincia e abarca a globalidade dos objectivos do ensino das cincias na escola. OCDE tem uma definio bastante abrangente: (...)a capacidade de usar o conhecimento cientfico, de identificar questes e tirar concluses baseadas em evidncias, a fim de compreender e ajudar a tomar decises sobre o mundo natural e as mudanas feitas nele pela actividade humana. (http://stats.oecd.org/glossary/detail.asp?ID=5425).

Literacia digital: existem vrias definies. A que eu mais gostei foi desta : () a capacidade de usar tecnologias de informao e comunicao para encontrar, avaliar, criar e comunicar informaes, que requer habilidades cognitivas e tcnicas. (http://www.districtdispatch.org/2012/04/defining-digital-literacy/).

Referncias:

Carvalho, G. (2009) Literacia Cientfica: conceitos e dimenses in Azevedo, F..; Sardinha, M. G., coord. Modelos e prticas em literacia. Lisboa : Lidel, 2009. ISBN 978-972-757-598-5. p. 179-194. Retirado de http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/9695/1/LIDEL_Literacia%20cientifica.pdf

Fadel, C. (18,05,2012) What should students learn in the 21st century? (blog post), OCDE. Disponvel em http://oecdeducationtoday.blogspot.pt/2012/05/what-should-students-learn-in-21st.html?spref=fb5Questo de investigaoO estudo contribuiu para aumentar o nosso conhecimento acerca do uso da Internet como recurso educativo na educao cientfica. Em especial, o modo como os alunos fazem uso da pesquisa na Internet para adquirir conhecimento cientfico: potencialidades e limitaes.

9EnquadramentoA investigao no terreno foi conduzida ao longo de 14 semanas (Fevereiro a Junho de 2006) e correspondeu unidade didctica OsMateriais do tema programtico Terra em Transformao.As aulas correspondiam a dois perodos semanais de 45 minutos cada, com toda a turma. As aulas de pesquisa na Internet decorreram no centro de recursos educativos e as de discusso em grupo numa sala ampla onde o grupo se podia reunir em crculo, mas onde no existia Internet.Todos os materiais de apoio utilizados podem ser encontrados nos anexos da dissertao.10O processoOs alunos trabalharam em grupos heterogneos de 4 elementos e em grande grupo (turma).O estudo dos vrios contedos iniciou-se com sempre com uma contextualizao oral da professora. Para iniciar uma pesquisa preciso um conhecimento inicial de alguns conceitos e termos a usar. A internet no colmata todas as necessidades. Depois cada grupos escolheu as suas questes de pesquisa de entre um conjunto proposto pela prof.Seguiu-se a pesquisa na internet e pouco depois a utilizao do blogue, num processo iterativo para refinar conceitos, informao encontrada ou pesquisar mais informao.A cada duas aulas de pesquisa e escrita seguia-se uma de paragem para discusso em turma. A discusso incidiu sobretudo em questes relacionadas com a natureza da informao encontrada na Web, em estratgias para aceder aos sites pretendidos, na reflexo acerca dos comentrios e entradas no blog(nomeadamente se estavam correctos do ponto de vista cientifico ou se eram pertinentes); versou, tambm, o trabalho em grupo, procurando indagar sobre o que aprenderam, quais as actividades e experincias que mais os ajudaram na sua aprendizagem, e quais as dificuldades sentidas.No final, foi colocado um desafio turma eu pretendia usar criatividade dos alunos para colocarem em prtica as aprendizagens realizadas.Houve 3 conjuntos de questes para pesquisa, por grupo, num processo que voltava ao incio, sempre que se incitava um novo conjunto.Constituio do mundo material + Propriedades fsicas e qumicas das substnciasSeparao dos componentes de misturas Transformaes qumicas e fsicasA pedido dos pais realizamos um teste de avaliao, que pretendia individualizar a avaliao.11Os resultadosSntese dos comportamentos dificuldades e progressos dos alunos.1 momento foi a confuso e insatisfao geral dos alunos e tb do prof. Todos se procuravam adequar a esta nova forma de trabalhar e de estar. No sabiam bem como se envolver e organizar face exigncia do trabalho difcil que localizar, seleccionar e sistematizar informao especfica no caos que a internet. Apreenso da prof: ser que eles esto a aprender alguma coisa?...2 momento e depois de algumas discusses em grupo e muitos reparos e apoio por parte da professora, comearam a interiorizar que esta seria a nova forma de trabalhar e estar em aula, que era um desafio, que iam ser avaliados por isso e que seria melhor empenharem-se e darem um voto de confiana a esta forma de aprender. Comearam a testar algumas tcnicas de pesquisa e a tentar gerir os conflitos no grupo.3 momento de familiaridade com as rotinas e exigncia do trabalho em curso comearam a ser mais exigentes com a qualidade do seu trabalho e mais crticos em relao ao trabalho dos outros, pois sabiam que dependiam dele para aprenderem. Nem todos estavam a pesquisar sobre a mesma coisa e por isso precisavam uns dos outros para terem contacto com todos os contedos em estudo, pois sobre eles seriam questionados e avaliados.

12ConclusesA escolha por este tipo de trabalho em que as TIC so encaradas como uma actividade de rotina na sala de aula e no usadas apenas em momentos pontuais e espordicos, no obvia e encerra inmeros desafios. Ponderando os benefcios e dificuldades que se apresentam, a escolha no fcil e s a certeza de que o tipo de competncias que os alunos aqui desenvolvem so to ou mais essenciais para a sua vida futura como as que realizam nas abordagens mais tradicionais (centradas na resoluo de exerccios e aplicao de procedimentos standard) justificaro o envolvimento neste tipo de trabalho. um forte desafio a todos: alunos e profs, requer tempo para testar e aprender a trabalhar de forma diferente. Tempo que nem sempre reconhecido ou valorizado institucionalmente. Sobretudo, exige um salto qualitativo na forma como se ensina e se aprende. Alis a respeito do tempo importa referir que o estudo se desenvolveu de forma to intensiva e muito para alm do tempo inicialmente estimado para que se fosse possvel comear a notar alguns progressos e mudanas no comportamento e trabalho dos alunos.13Factores determinantes para o sucessoA ter em conta neste tipo de abordagens:Essencial o desenvolvimento de uma cultura de pequenos ganhos e de progressos visveis. Se os alunos conseguirem obter resultados satisfatrios nas suas pesquisas e isso d-lhes grande satisfao e segurana, melhorando seu empenho e desempenho. Refira-se que na obteno de resultados satisfatrios a curto prazo determinante a qualidade das questes para pesquisa na Internet, a sua clareza, e a sua prvia testagem quanto aos resultados da pesquisa. Em situaes de maior dificuldade o prof pode sugerir links. Em continuo essencial o presena do professor questionando, orientando e desafiando os grupos.As dificuldades no acesso internet, computadores e ligaes lentas, as mudanas de sala, distribuio desadequada dos tempos lectivos condicionam fortemente a realizao deste tipo de trabalhos; devem estar acutelados e otimizados.

14Ento, o que se segue?!Vamos experimentar o processo para desenvolver o resto deste minicurso

Vamos experimentar colocar esta abordagem em prtica para trabalhar neste minicurso.Para o efeito iremos trabalhar em pares, usando o blogue do curso para apresentar e discutir propostas de trabalho que se faa uso integrado da pesquisa na internet e do blogue, em sala de aula. A condio que, do vosso ponto de vista, sejam viveis em contexto lectivo (que gostassem de as implementar no prximo ano lectivo). A abrangncia das vossas propostas pode ser diversa, desde circunscrita ao mbito da turma, at inter-turmas, inter-escolas, turma-comunidade cientifica exterior escola, Sempre numa perspectiva de leccionar o programa e no tanto como algo extra, que consuma tempo que no temos e comprometa o obrigatrio. Tambm podem partilhar algo que j tenham feito neste contexto e queiram sugerir ou problematizar. Cada par deve fazer pelo menos uma publicao e comentar dois dos outros pares (questionar, pedir esclarecimentos, ). Assim iremos aprofundando o nosso entendimento acerca das possibilidades e constrangimentos desta forma de trabalhar.Todas as vossas publicaes podem ser partilhadas no vosso FB, Twitter ou com quem entenderem por bem no fundo, pode ser uma boa forma de alargar este curso!15