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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE GOVERNO DA PROVÍNCIA DE INHAMBANE Direcção Provincial do Turismo PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO DA PROVÍNCIA DE INHAMBANE (2014 2020)

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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

GOVERNO DA PROVÍNCIA DE INHAMBANE

Direcção Provincial do Turismo

PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO

DA PROVÍNCIA DE INHAMBANE (2014 – 2020)

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PREFÁCIO

FOTO

Prefácio

A partir do século XXI o sector do Turismo tem

vindo a se destacar como uma das áreas que mais

contribui para o desenvolvimento de vários destinos

turísticos, se destacando desse modo como uma das

áreas prioritárias a nível Mundial e em particular a

nível Nacional e ou Provincial depois da indústria

mineira e petrolífera.

Nos países emergentes como é o caso especifico de

Moçambique, o Turismo tem contribuído

significativamente na luta e redução da Pobreza,

através da valorização dos legados históricos e

naturais que o País dispõe, o que tem resultado na

geração de receitas, contribuíndo para o PIB interno.

O Governo da Província De Inhambane enaltece a

iniciativa de criação do Plano Estratégico Do

Turismo De Inhambane (2014-2020).

O plano Estratégico Do Turismo Da Província de

Inhambane enquadra-se no âmbito da

Implementação do Plano Quinquenal do Governo e

da Política do Turismo e Estratégias de sua

Implementação.

Este plano traz uma abordagem de todas as

estratégias a serem executadas para posicionar a

Província de Inhambane como destino de referência

no País e na Africa Austral.

O presente plano é um importante contributo no

aligeiramento do ambiente de negócios no que tange

a plataforma de colaboração entre os sectores

Públicos e Privado, e na promoção de investimentos

num sector que é conhecido como gerador de

emprego, e protector do meio ambiente.

O Governo Provincial almeja levar a indústria

Turística de Inhambane há(a) novos patamares e

ocupar posições cimeiras como um Destino de

excelência a nível Nacional e Regional.

Portanto, a consecução dos objectivos do presente

Plano só serão efectivos através da mobilização e

aproveitamento de sinergias entre todos os

intervenientes. Destarte as perspectivas são de um

futuro promissor, uma vez que estão sendo criados e

evidados todos os esforços de modo a alcançar os

objectivos propostos para o presente Quinquénio no

que concerne a promoção e divulgação da Província

de Inhambane como um Destino Turístico de

excelência.

O Governador Da Província De Inhambane.

Agostinho Abacar Trinta

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Equipa técnica Dr. David Frost, Team leader Dr. Albino Mahumane Dr. Bento Nhassengo Eng. Papucides Bosco Tiago Ntela dr. Alfredo Uetimane Gulube dr. Mamerto Fernando dr. Alfredo Siro King

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos aqueles que, directa ou indirectamente, contribuíram para a realização do presente Plano Estratégico do Desenvolvimento do Turismo da Província de Inhambane (2014-2020). A elaboração deste documento foi possível com a colaboração de diversas instituições, públicas, privadas, entre as quais, o Governo da Província de Inhambane, o Conselho Empresarial da Província de Inhambane, Associação de Hotelaria e Turismo da Província de Inhambane, os governos distritais, os Municípios, técnicos e quadros do Estado a diversos níveis da Província de Inhambane, parceiros de cooperação, sociedade civil e consultores contratados pelo Governo Provincial. O nosso agradecimento é extensivo ao pessoal de apoio logístico, tanto na reprodução dos documentos, bem como na organização de seminários e outros serviços sem os quais o trabalho da equipa técnica não teria sido possível.

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LOCALIZAÇÃO DA PROVÍNCIA DE INHAMBANE A Província de Inhambane está localizada na região sul de Moçambique. A sua capital é a cidade de

Inhambane, situada a cerca de 500 km a Norte da Cidade de Maputo. Com uma área de 68 775 km2,

esta província está dividida em 12 distritos e possui, desde 2008, 4 Municípios: Inhambane, Massinga,

Maxixe e Vilankulo. Em termos de população, a Província tem um pouco mais de 1 milhão e 270 mil

habitantes e é a que menos cresceu entre 1997 e 2007 com um registo de aumento que não chegou a

150 mil habitantes neste período (11.7%).

A Província de Inhambane apresenta diversas oportunidades para o desenvolvimento do turismo de

referência em Moçambique. Com um litoral de mais de 700 quilômetros de praias intocadas de trechos

coloridos de recifes de coral, a província tem um tremendo potencial para o turismo tropical costeiro e

aquático. O Parque Marinho do Arquipélago de Bazaruto tem praias e recifes de corais e animais

marinhos de grande valor atractivo, como tartarugas, baleias, golfinhos e dugongos, que são a principal

atração turística em Moçambique.

A cidade de Inhambane é uma das mais

atractivas cidades costeiras da África Austral,

reflectindo uma história rica que remonta ao

primeiro milénio.

A Área de Conservação Transfronteiriça do Grande Limpopo que inclui o Parque Nacional de Zinave na Província de Inhambane, está em processo de reabilitação, incluindo repovoamento em espécies de fauna bravia o que constituirá um atractivo turístico muito forte e potenciará a rota turística Selva-Praia entre o Parque Nacional do Kruger na Africa do Sul, passsando pelos Parques Nacionais do Limpopo e do Banhine, da Região do Lago Banamana, do Zinave até desaguar na Costa de Vilankulo e Arquipelago de Bazaruto. Com esta rota poder-se-á oferecer pacotes atractivos combinando o ecoturismo e o turismo costeiro.

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SUMÁRIO EXECUTIVO Inhambane possui diversos e abundantes recursos naturais dos quais se destacam fauna marinha e selvagem, flora, mar, rios, lagoas, assim como um rico património histórico e cultural, associado a uma excelente localização geografica o que lhe confere uma vantagem competitiva para empreender no desenvolvimento de turismo de alta qualidade a nível nacional, regional e internacional. O Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo em Moçambique (2004-2013) em processo de revisão, aponta o turismo como um dos instrumentos importantes para o alívio a pobreza dado o seu enorme efeito multiplicador na economia e promoção do emprego. O turismo joga um papel estratégico na promoção do desenvolvimento social e económico tanto nas áreas rurais como urbanas, gera emprego e contribui na promoção da entidade nacional e auto-estima entre os cidadãos. Os principais entraves do sector do turismo são entre outros, a falta de pessoal tecnicamente qualificado capaz de implementar uma estratégia de promoção do turismo e melhorar a coordenação entre parceiros, particularmente os sectores público e privado, promover sinergias entre os investimentos do turismo na maioria dos destinos e comunidades. A actual estratégia possibilitará identificar aspectos chave do turismo, tais como desenvolvimento do produto, consciencialização das comunidades locais em relação ao turismo e potenciais benefícios derivados do seu crescimento, fortalecimento da colaboração entre os sectores público e privado, e melhoramento da capacidade do desenvolvimento institucional da DPTURI, como forma de promover a competitividade do turismo na Província. A estratégia tem por objectivo:

Posicionar Inhambane como destino de referência no País e na Africa Austral;

Incrementar as chegadas de visitantes e turistas assim como gastos e estadia média;

Desenvolver produtos turisticos de qualidade e experiencias baseadas nas atracções chave da Província;

Promover a consciencialização sobre o turismo nas comunidades e distritos da Província;

Elevar a capacidade institucional e operacional da Administração Local do Turismo e da DPTURI em particular;

Incentivar a adopção de uma abordagem de gestão integrada de destino turístico;

Fortalecer o Forúm do Turismo como plataforma de colaboração entre os sectores público e privado

A Província aspira levar a industria turística de Inhambane à novos patamares, através de mobilização e abordagem estratégica para seu posicionamento como destino de referencia. No entanto, este esforço exigirá um ajustamento das prioridades e foco de todas as partes no processo. As melhores práticas globais sugerem que os destinos verdadeiramente competitivos são caracterizados por instituições com papéis bem definidos dos sectores públicos e privados. Por conseguinte, este desafio poderá ser enfretado com sucesso através da mobilização e aproveitamento de sinergias entre todos intervenientes. Para a Província de Inhambane, as perspectivas são de um futuro promissor, uma vez que possui todos activos de que precisa para o sucesso no crescimento das suas receitas do turismo e dos benefícios associados, tais como, a criação de emprego e de riqueza e o crescimento económico. A estratégia tem uma abordagem focalizada para o periodo de 6 anos. O desenvolvimento e evolução da capacidade da Direcção Provincial de Turismo de Inhambane, DPTURI, será fundamental para o alcance dos objectivos acima estabelecidos, uma vez que estará em posição de liderar o processo de implementação da estratégia.

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ÍNDICE

LOCALIZAÇAO DA PROVÍNCIA DE INHAMBANE ............................................................................ 3

ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO DO TURISMO PARA INHAMBANE ............................................... 9

1. Introdução e Objectivos ........................................................................................... 9

1.1. Contexto .................................................................................................................. 10

O Turismo na Região e no Mundo ....................................................................................... 10

Tendências Recentes da Indústria no Mundo...................................................................... 10

Turismo em Moçambique .................................................................................................... 11

1.2. Desafios para Posicionamento no Mercado ................................................ 12

2. Turismo em Inhambane ......................................................................................... 13

2.1. Recursos Turísticos e Turistas ........................................................................ 14

2.1.1. Patrimônio Natural, Histórico e Cultural ........................................................ 14

2.2 Diagnóstico do Produto Turístico ...................................................................... 15

3. Estratégia do Turismo de Inhambane ...................................................................... 17

3.1. Modelo Estratégico de Desenvolvimento do Turismo na Província ..... 18

3.2. Mercado Estratégico para o Desenvolvimento de DMP ............................. 19

3.3. Melhoria e desenvolvimento de Produtos de Turismo: ............................. 20

3.4. Quadro e Meta de Desenvolvimento .................................................................. 20

3.5. Áreas e Acções Estratégicas ................................................................................. 21

3.5.1. Áreas Prioritárias de Actuação ....................................................................... 22

3.6. Estrutura Organizacional e Coordenação Institucional ........................... 26

4. Estratégia de Marketing de Inhambane ................................................................. 26

4.1. Gestão do Destino .................................................................................................... 28

4.1.1. Relações entre Parceiros Chave .................................................................... 28

4.1.2. Banco de Dados do Produto Turístico .......................................................... 28

4.1.3. Marketing do Destino e Vendas ..................................................................... 29

4.2.1. Marca ................................................................................................................ 29

4.2.2. Segmentação do Mercado ............................................................................ 30

4.2.3 Vendas Chave e Ferramentas de Marketing ........................................ 32

4.2.4 Website, Mídias Sociais e e-Marketing ..................................................... 35

REFERENCIAS .................................................................................................................... 37

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LISTA DE ACRONÓMOS ACSA Empresa de Aeroportos da África do Sul AHTPI Associacao de Hotelaria e Turism de Inhambane AHSM Associação dos Hotéis do Sul de Moçambique DMC Empresa de Gestão de Destino DMO Organização de Gestão de Destino (mesmo que conselho de turismo) DMP Marketing e Promoção de Destino DPTUR Direcção Provincial de Turismo de Inhambane FIT Viajante completamente independente INATUR Insituto Nacional do Turismo JMA ou AMC Acordo Conjunto de Marketing LAM Linhas Aéreas de Moçambique LCC Companhias aéreas de baixo custo MCA-N Millennium Challenge Account – Namibia MITUR Ministério do Turismo NGO Organização Não Governmental NTB Conselho de Turismo da Namibia Pax Passageiro (sinónimo de turista) RETOSA Organização Regional de Turismoda Africa Austral SAA South African Airways SADC Comunidade de Desenvolvimento da da Africa Austral TKZN Turismo de KwaZulu-Natal TOMSA Taxa de Marketing de Turismo da Africa do Sul TOR Termos de Referencia TSA Conta Satélite de Turismo UNWTO Organização Mundial de Turismo USP Ponto Único de Venda WTTC Conselho Mundial de Viagens e Turismo ZTB Conselho de Turismo da Zambia

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ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO DO TURISMO PARA INHAMBANE

1. Introdução e Objectivos O principal objectivo da Estratégia do Turismo é de incrementar uma visão global do desenvolvimento do destino assente no aperfeiçoamento do produto que conduza ao incremento de benefícios gerados pelo turismo. A estratégia pretende abordar os seguintes aspectos chave do turismo:

Formação, capacitação e conscientização em matéria de turismo

Desenvolvimento do Produto Turístico

Colaboração institucional dos Sectores Público e Privado

Qualidade de experiência do turismo

Marketing e Promoção Por conseguinte, a Província pretende elevar a indústria do turismo a novos patamares, através de uma abordagem estratégica mobilizadora de modo a posicionar a Província como destino de referência no mercado regional e global. Contudo, este exercício exigirá um reajustamento de prioridades e colaboração dos que directa ou indirectamente estão envolvidos no processo de desenvolvimento do turismo. As melhores práticas a nível global sugerem que os verdadeiros destinos competitivos são caracterizados por instituições com papéis bem definidos nos sectores público e privado, assente no princípio de colaboração mútua e exploração de sinergias. O futuro do turismo na Província de Inhambane é promissor, o potencial existente mostra que Inhambane pode a médio prazo, tornar-se um destino de referência e, consequentemente, incrementar o turismo e os benefícios a ele associados como criação de emprego, de riqueza e crescimento económico. O crescimento do turismo é o objecto da estratégia. O foco principal é de consolidar os produtos existentes e simultaneamente desenvolver e melhorar os potenciais produtos/serviços locais para sustentar o crescimento do turismo no futuro na Província. Por conseguinte, o crescimento do número de visitantes e turistas à Província bem como gasto e estadia média permitirão a materialização dos anseios a todos níveis, desde as instituições do Estado, agentes do sector privado até as comunidades locais. A necessidade de aumentar as chegadas de turistas a Província de Inhambane enfrenta enormes desafios incontornáveis no que se refere aos recursos humanos qualificados, investimento em marketing, organização, infraestruturas, preservação ambiental e cultural, bem-estar social, entre outros, pois, o turismo é o sector económico mais competitivo do planeta onde todos destinos no mundo concorrem entre si na atracção de visitantes e turistas. O turismo ocorre ao nível local onde o turista realiza a sua visita e interage com instituições e comunidades locais específicas. Assim, é importante que ao nível da província e distritos/municípios de maior actividade turística sejam estabelecidas estruturas adequadas para permitir um desenvolvimento efectivo e integrado do turismo. Com efeito, deve-se incentivar a criação de fórum local de turismo para abordar questões relacionadas com o processo de desenvolvimento local do turismo. A estratégia identifica áreas cruciais para o crescimento do sector e procura orientar e direccionar a estrutura institucional e organizacional para alcançar os objectivos e as metas estabelecidas. Procura ainda abordar um conjunto de acções práticas que podem ser realizáveis dentro de curto e médio prazo tomando em consideração as perspectivas de mercado e desenvolvimentos do turismo dentro da região da SADC.

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1.1. Contexto

O Turismo na Região e no Mundo

Uma revisão do turismo internacional mostra um decrescimento desde 2008. Contudo, de uma forma

geral o volume de turistas cresceu em 4% em 2011 para 980 milhões e em 2012 o crescimento manteve

nos 4%. Os dados do primeiro semestre de 2013 mostram um crescimento de 5%. Apesar da recessão

internacional e dificuldades económicas nos mercados de economias desenvolvidas, existe ainda um

valor em curso a ser extraído no turismo globalmente.

A análise da tendência do desenvolvimento do turismo regional (Africa do Sul, Zimbabwe, Botswana,

Namíbia, Zâmbia) mostra que países que concentraram esforços na promoção do turismo e uma fixação

sobre chegadas totais sem uma estratégia focalizada no negócio, não registaram sucessos nas últimas

duas décadas (2003 até a presente data). Alguns países da Região, mesmo com semlhanças de

Moçambique alcançaram bons resultados com orçamento limitado por terem adoptado estratégia

focalizada, tendo alguns se especializado no topo da gama no turismo contemplativo da fauna. Por

conseguinte, a experiência da região mostra que uma estratégia focalizada e assente em princípios de

negócio pode produzir resultados excepcionais, não obstante, o orçamento público modesto.

Tendências Recentes da Indústria no Mundo

Apesar da recessão internacional e dificuldades económicas nos mercados de economias desenvolvidas,

existe ainda valor corrente a ser extraído globalmente no turismo. No entanto, o crescimento do

turismo em Moçambique está dependente do crescimento económico dos países de origem dos

visitantes.

Outras condições de nível mundial que afectam o turismo incluem:

Taxas de câmbio Global – um Metical forte significa que para os mercados internacionais emissores é mais caro vir a Mozambique;

Preço de petróleo - o combustível é o maior custo para as companhias aéreas, 60% dos turistas que chegam a Moçambique vêm pela Estrada e muitas viagens dentro do País são realizadas por estrada; muitos estabelecimentos de alojamento usam gasóleo para geradores (pelo menos como back-up) e devem receber víveres e outros bens por camiões – todos esses afetados pelo custo do combustível;

Mudança na tecnologia – a internet, telefones satélite e outros avanços afectam as reservas, transferência de dinheiro, acesso aos mercados e outros aspectos;

Crescimento de ‘turistas conscientes do preço’ – o efeito residual da recessão é a precaução no gasto;

Guerra em vários locais do mundo;

Percepção de insegurança em viagens aéreas e aeroportos;

Mudanças climáticas e regulamentação tratando dos impactos ambientais das emissões de carbono das aeronaves de longo curso

Apesar da crise da economia global, as pessoas continuam a fazer suas férias e a visitar famílias e amigos e viajarem por motivos de negócios. As chegadas internacionais de turistas no mundo são previstas a crescer em média 4.1% em todos anos a partir de 2011 até 2021. Ainda por volta de 2021, prevê-se que o sector da viagem e turismo seja responsável por 69 milhões de empregos em todo mundo, dos quais 80% localizados na Asia, América Latina, Médio Oriente e Africa.

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Fig 01: Evolução de Chegadas e Receitas do Turismo Internacional

Chegadas Internacionais: em milhões

Fonte: OMT Receitas do Turismo Internacional: em milhões de

USD

Fonte: OMT

Turismo em Moçambique

Moçambique é um país com excelentes recursos naturais intactos e de beleza natural única os quais têm jogado um papel importante na atração de turistas. Para promover o crescimento do turismo, muito esforço do sector público na área do turismo tem sido feito na última década e o principal foco tem sido o de atrair novos investimentos e adequar o quadro institucional e legal. Entre as medidas chave que caracterizam a política seguida na última década podem se nomear entre outras, as seguintes:

Criação do Ministério do Turismo (MITUR) separado em 2001;

Adopção da Política do Turismo e Estratégia de Implementação (2003);

Produção de Estratégia Nacional de Biodiversidade e Plano de Acção (ENB);

Aprovação do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo (PEDT) 2004 – 2013. O turismo

tem vindo a constar do Plano de Acção para Redução da Pobreza (PARPA) como um dos

sectores que podem contribuir no alívio a pobreza e promoção de desenvolvimento

socioeconómico;

Aprovação da Lei do Turismo e de vários regulamentos pertinentes para o turismo, tais como

decretos sobre habitação periódica, de agências de viagem, de alojamento, restauração e

bebidas, de transporte turístico, só para mencionar alguns;

Aprovação do sistema de classificação de estabelecimentos turísticos;

Elaboração da Estratégia de Marketing e expansão das actividades de marketing,

nomeadamente, de feiras internacionais de turismo, colocação de representante de turismo

nas embaixadas moçambicanas em alguns países emissores chave;

Estabelecimento de Direcções Provinciais de Turismo;

Transformação do Fundo Nacional do Turismo em Instituto Nacional do Turismo com papéis

mais abrangentes;

Criação das zonas de interesse turístico e planificação de algumas com objectivo de promover

investimento turístico; e

Reabilitação das áreas de conservação da biodiversidade.

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Crescimento Registado no Turismo em Moçambique Os dados estatísticos dos últimos 10 anos apresentam uma imagem positiva da indústria do turismo em Moçambique, especialmente desde 2008

1; as chegadas de turistas registaram um crescimento de 44,0%

de 1,193,000 em 2008 para 1,718,000 em 2010. O mais impressionante foi em relação ao turismo de lazer que cresceu para 1,078,000 em 2010 de 687,853 registados em 2008 – um crescimento de 56,7%. Um forte crescimento no turismo de negócio foi também registado com números subindo cerca de 89,8% de 2008 para 2010. O total das chegadas internacionais em 2011 foi de 2,012,640, 40% acima das de 2008 que foram de 1,438,684. As chegadas internacionais são dominadas por sul-africanos que em 2010 representaram 51.6% do tota0l. Africa do Sul, Malawi, Zimbabwe e Swazilândia colectivamente representaram 74.1% de todas chegadas. Os mercados chave não africanos foram EUA – 61,825 (3.4%), Portugal – 25,810 (1.4%), Reino U0nido – 50,420 (2.7%) e Alemanha – 23,409 (1.3%) As viagens domésticas registaram uma redução significativa de 2009 a 2010. O número de viagens reduziu de 2,436,000 para 1,576,000. O dado mais interessante é que as viagens de férias, lazer e recreação caíram de 140,000 para 90,000. Entretanto importa salientar que este segmento representa 5.07% de todas viagens domésticas realizadas, o que reflecte uma baixa prática de turismo de lazer entre a população em Moçambique. Por outro lado, nota-se ter havido um enorme aumento de capacidade de quartos em Moçambique de 2008 em diante. O número de estabelecimentos de alojamento mais que duplicou de 570 unidades para 1,175 unidades. No entanto, os níveis de ocupação média permaneceram estáticos e modestos em 31.3%0 em 2010 e seguinte. O facto mais preocupante é que a estadia média é de apenas 2 noites. Estes dados sugerem a necessidade de mais detalhes para uma análise circunstanciada que possa levar a medidas apropriadas, nomeadamente a desagregação dos dados das chegadas que são recolhidos mensalmente, em mercado de origem, tipo de turismo (férias, negócios, VFA, etc) de modo a que seja possível observar a sazonalidade inerente a cada mercado emissor. Posição de Inhambane As atrações baseadas nos recursos naturais constituem neste momento os principais elementos do turismo de lazer em Moçambique. Contudo, não obstante este enorme potencial, o produto turístico de lazer concentra-se na província de Inhambane, notando-se em outras províncias a oferta deste produto em pequena escala, como no Sul de Maputo e na Região Norte em volta da Ilha de Moçambique, Pemba e Quirimbas. É importante salientar que o facto de nos últimos anos verificar-se uma expansão de relevo com a reabilitação das áreas de conservação com particular enfase aos Parques Nacionais da Gorongosa e do Limpopo, o futuro do sector é promissor. Por conseguinte, existem claramente viajantes que valorizam despender tempo nestas atrações e experiencias que estas oferecem. Desta forma, o turismo em Inhambane tem registado um crescimento digno de registo desde a independência nacional.

1.2. Desafios para Posicionamento no Mercado

O perfil do sector do turismo apresenta ainda enormes desafios e não apresenta grandes alterações da época colonial. A propriedade sobre o produto turístico no essencial encontra-se nas mãos de investidores estrangeiros. A cultura de fazer férias e viajar para um lugar por lazer não é ainda uma prática comum na cultura africana, em que a viagem é sempre a “ida para terra” ou com objectivo de trabalhar. O turismo é um sector relativamente novo e transversal e entende-se para além da definição restrita de actividades de turismo directo e, não obstante a considerável contribuição da indústria na economia, continua um sector económico discreto nas contas nacionais. Contudo, tem havido enormes

1 Os dados são a partir de 2008 em diante – devido a mudança no número de postos de fronteira em que os dados foram coletados,

nos anos anteriores não foram considerados.

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esforços a nível do Ministério do Turismo e outras instituições para mobilizar assistencia ao turismo. As melhores práticas de âmbito regional mostram que mesmo países com similaridades de Moçambique em termos de exiguidade de recursos de investimentos, as parcerias público-privado surtiram efeito com resultados bastante positivos na área promocional e, na sequência, o turismo superou em termos económicos, os sectores tradicionais. A pesquisa feita mostra que os operadores regionais de Recepção e os operadores de exportação na Alemanha, Suíça, e Reino Unido que activamente vendem Africa Austral e Oriental, veêm Moçambique como detentor de um enorme potencial, mas que precisa de investir numa estratégia adequada de posicionamento de destino com vista a converter o interesse latente em reservas reais. Outros factores adversos ao crescimento de turismo em Moçambique são:

Acesso aéreo limitado – traduz em preços elevados e opções de voos limitadas;

Conjunto limitado de produtos;

Conduta que desencoraja os turistas nas estradas, praticada por alguns polícias de trânsito

desonestos;

Ineficiência de infraestruturas;

Deficiência de planeamento urbanístico; e

Malária

2. Turismo em Inhambane

A província de Inhambane já foi objecto de vários estudos e estratégia de turismo nos últimos 10 anos, contudo, ao longo destes anos houve poucas mudanças em relação ao perfil do sector do turismo dominado principalmente por:

Investidores de pequena e média escala originários da Africa do Sul e do Zimbabwe;

Alojamento de padrão básico de tipo self-catering com algumas excepções;

Maioria dos turistas são do self-catering originárias da região, com alguns nichos de turistas internacionais para o mergulho, assim como turistas domésticos;

Os investimentos turísticos têm sido mais ad hoc; não tem observado um plano de desenvolvimento do turismo;

A Comunicação, cooperação e confiança entre operadores e entre estes com autoridades locais, comunidades e sector privado locais continuam incipientes;

Ambiente de negócios por melhorar para satisfazer novos investidores que tem vindo a mostrar interesse pelo Sector.

Os dados confirmam a noção de que Inhambane é o centro do turismo de lazer em Moçambique. Enquanto a cidade de Maputo atrai um número significativo de visitantes internacionais (cerca de 75,4% do total), balanço, contudo, inclina para o segmento de turismo de negócios, em que Inhambane posiciona-se logo a seguir em termos de número de visitantes com 6,7% dos turistas internacionais do País – bem mais a frente das outras províncias.

O facto mais preocupante é que Inhambane tem estado a atrair número bastante reduzido de visitantes domésticos comparativamente a outras províncias (dados de 2010) e a taxa de ocupação média tem estado a volta de 10 a 11,2% comparado aos 62% da Cidade de Maputo.

O principal segmento turístico em Inhambane é o mergulho. Este é claramente um “segmento-isca” importante. Não obstante o reconhecimento da relevancia deste segmento, existe a necessidade de se expandir os atractivos para um vasto leque capaz de satisfazer outros interessados no lazer.

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Quadro. 2.1. Chegadas Turisticas (2010 a 2013) Ano 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Nº de Turistas

23 624

62 300

75 600

100 627

125 000

157 520

231 600

338 400

287 106

2.1. Recursos Turísticos e Turistas Para se alcançar os objectivos pretendidos é vital que todos os intervenientes do turismo compreendam a situação atual e as questões relacionadas com os recursos turísticos da Província.

2.1.1. Patrimônio Natural, Histórico e Cultural

Os recursos naturais de maior atracção para o turista e as actividades turísticas daí decorrentes enquadram-se na faixa da maior demanda no mercado mundial onde a diversidade da vida marinha e praia de areia branca ao longo da costa jogam um papel importante. No reconhecimento deste potencial, o Governo adoptou a estratégia de criar Zonas de Interesse Turístico com vista a mobilizar investimentos turísticos capazes de desenvolver destinos turísticos de forma integrada com capacidade de atrair o turismo internacional. Flora e Fauna O País detem um sistema de áreas de conservação que consiste em 6 parques nacionais (37.470 km2 - 4,7% do país), 7 reservas nacionais (55,078 km2 - 6,9%) e outras áreas de conservação (25 167.359 km2 - 20,9 %), no total de 259.907 km2, ou seja 32,5 % da área terrestre nacional. Destas, Inhambane contribui com 3 áreas nomeadamente Parques Nacionais de Zinave e do Arquipelago de Bazaruto e Reserva Nacional de Pomene. No âmbito do programa de reabilitação das áreas de conservação, o Parque Nacional de Zinave beneficiou de construção de infraestruturas e de importação de espécies de animais selvagens para seu repovoamento. Não obstante esforços em curso no PNZ, ainda constitui um desafio para torna-lo competitivo em relaçao a outros destinos turisticos que oferecem safari como principal produto turístico. Por seu turno, o Parque Marinho de Bazaruto tem contado com investimentos privados ecoturísticos o que vem-lhe conferindo capacidade de geração de receitas com base nos visitantes e hospedes dos etabelecimentos. Recursos Marinhos e Costeiros A Província de Inhambane possui uma extensão costeira de cerca de 700 km com praias de areia branca, águas cristalinas e calmas com recifes de corais, dunas costeiras, rios e lagoas. O habitat marinho é rico em grandes mamíferos como baleia, tubarão-baleia, dugongo e araia, tartarugas marinha etc, são os maiores atractivos para os visitantes que escalam a Província. Patrimonio Historico e Cultural O Património Histórico e Cultural existente carecem de muitos cuidados de preservação para o desenvolvimento do destino internacional com uma identidade objectivamente diferenciada. O património cultural, para além dos edificios da época colonial, a dança e música tradicional, gastronomia local e locais históricos devem ser preservadas e desenvolvidas, implicando a necessidade de priorização das actividades de pesquisa e de revitalização da cultura tradicional. Isto sugere que o traje tradicional passe a ser um elemento importante a usar no produto, principalmente para o segmento do mercado externo do turismo cultural. Mas também, estes recursos apresentam um potencial para o grupo de interesse especial e turismo doméstico/educação.

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2.2 Diagnóstico do Produto Turístico Com base na pesquisa efectuada em 2012 sobre ambiente de turismo na Província de Inhambane constatou-se haver áreas prioritárias que carecem intervenção para seu melhoraramento, nomeadamente o comportamento e atitude dos agentes da polícia de trânsito, serviços de transportes públicos, saneamento do meio e ordenamento territorial. Outras áreas que merecem atenção especial estão relacionadas com procedimentos para obtenção de vistos, a segurança, fraca diversidade e qualidade do artesanato, e fraco desenvolvimento de infra-estrutura. A oferta do turismo na Província de Inhambane é variada e difusa. Existem vários produtos e sub- segmentos geográficos distintos, que apelam aos diferentes mercados-alvo:

• Tofo - actividades de turistas de mochila/segmento de turismo regional de lazer de classe baixa /mergulho e todas baseadas na água;

• Barra - mercado regional e internacional de classe média de lazer / mergulho;

• Massinga - mercado regional e internacional de classe média alta de lazer;

• Vilanculos e Bazaruto - mercado regional e internacional de classe alta de lazer; e

• Zona do interior – Ainda pouco conhecida e produto inexistente ou numa fase incipiente do seu desenvolvimento.

No Sul da Província de Inhambane, o produto tende a focalizar-se principalmente no turismo regional e doméstico, sendo este caracterizado por sazonalidade acentuada e fortemente influenciado pelas férias escolares na vizinha África do Sul. Na parte Norte da provincia, o produto em volta de Vilankulo e Arquipélago de Bazaruto é considerado de classe alta e apela a um mercado internacional bem como turistas regionais que usam meio de transporte aéreo. No entanto, foram identificadas áreas com elevado potencial para o desenvolvimento do turismo como a seguir se indica: Quadro 2.1: Atracções e Potencial Turístico em cada distrito

Distrito Localizacao Recursos Tipo de Turismo

Zavala (Dista 150 km da cidade de Inhambane).

Um distrito com praias e lagoas pouco exploradas, rico em fauna bravia tais

como hipompotamos, flamingos, etc.

Sede do distrito

Actividades culturais (dança de Timbila & Marimba – patrimonio mundial da humanidade)

Folclórico, Artesanato, Turismo de Lazer

Zona Costeira Actividade marinha e praia Sol e praia

Áreas do Interior Florestas e vegetação lacustres

Ecoturismo e Safari/Caça desportiva

Inharrime (Dista a 80 km da cidade de Inhambane),

tem similaridade com o Distrito de Zavala

Ao longo do rio Inharrime Aves e Hipopótamos

Turismo Rural e Ecoturismo

Mahalamba, Inhassune, Nhamachane

Fauna Bravia: Macacos, Javalis

Ecoturismo e Safari/Caça desportiva

Zona Costeira (Závora) Actividades Marinhas e Praia

Lazer e Sol

Chongola Actividades Culturais (Ruinas de Arringa)

Turismo Cultural

Jangamo Dista 20 km da Cidade de Inhambane,

Zona Costeira (Jangamo, Guintaja, Paindane, Cocos, Ilha da Rocha, Ravene

Actividades marinhas e praia

Lazer, Praia e Sol

Ravene Danças tradicionais, Locais Sagrados

Turismo Histórico – Cultural

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Panda, com enorme Potencial para Ecoturismo - Vegetação intacta, rico

em fauna bravia, espécies de plantas raras e algumas

endémicas. A área de Panda ainda não foi

classificada como área de protecção.

Rio Nhatocue com Hipopotamos, crocodilos e mais de 180 espéces de pássaros nas florestas e lagoas

Ecotourismo

Interior

Floresta e Fauna Bravia (Elefantes, Bufalos, Impalas e cabrito do Mato)

Ecoturismo e Safari/Caça desportiva

Municipio de Inhambane (primeiro local onde os

portugueses se estabeleceram)

Conguiana, Josina Machel Praias (Tofo, Tofinho, Barra and Rocha) e actividades marinhas

Lazer, Paria, Sol, Desporto aquático

Cidade de Inhambane Actividades Culturais (monumentos, museus, baia e edificios históricos)

Lazer e cultura

Morrumbene (Dista 80 km da Cidade de Inhambane, alto valor histórico lindas

praias, porém falta ou limitadas infra-estruturas)

Cambine Actividades Culturais (Edificio históricos, Belas paisagens,

Cultura, Paisagem e tourismo Rural

Mucoduene Locais Historicos Lazer e cultura

Zona Costeira Actividade Marinhas e Praia

Praia e Sol

Massinga

Mdimande, Cuiane, Matravatse e Manicane

Floresta e Fauna Bravia (Elefantes e cabritos de mato)

Ecoturismo e Safari/Caça desportiva

Zona Costeira Reserva de Pomone, Rio das Pedras, Actividades Marinhas e Praia

Ecoturismo, Praia e Sol

Mabote

Zinave

Floresta e Fauna Bravia, Lagoas de Banamana Parque Nacional do Zinave

Ecoturismo, observação de pássaros

Covane Rio Save (presença de animais como hipopótamos e Crocodilos)

Ecoturismo, Safaris/Caça desporiva

Vilankulo e Inhassoro (Dista 300 Km da Cidade

de Inhambane)

Parque Nacional do Bazaruto

Ilhas Paradisíacas (Bazaruto, Mararuque, Benguerra e Santa Carolina), actividades Marinhas (Dugongos, Tartargas marinhas e baleias

Ecotourismo, Sol e Praia, Lazer e desporto aquático

Manhiquene e Chibuene Ruinas e locais Arqueológicos

Investigaçao e Cultura

Interior do Distrito Floresta e Fauna Bravia Ecoturismo, Safari/Caça desportiva

Funhalouro Gaviço, Manhiça, Zivane Floresta e Fauna Bravia (Elefantes, Bufalos, Cabrito de Mato, etc.)

Ecoturismo, Safari/Caca desportiva

Govuro

Velha Mambone Locais históricos Cultura

Mabongo, Chigamane, Bocota e Machane

Rio Save (presença de animais como hipopótamos e Crocodilos)

Ecoturismo

Embora tenha havido identificação dos distritos com potencial turístico e tipos de turismo a promover, será necessário trabalhar com as autoridades locais e o sector privado para criação de produtos turísticos concretos. Para tal, este exercicio deve ser orientado no sentido de se saber que tipo de novos

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produtos podem ser realisticamente desenvolvidos e como é que a comunidade local assim como os turistas podem se beneficiar do desenvolvimento.

Figura 02: Distribuição do produto turístico por distritos de Inhambane

O desenvolvimento de novos produtos locais de turismo estimulará o surgimento e promoção de actividades e experiências adicionais aos visitantes e assim aumentar a sua estadia média nos distritos. Contudo, reconhece-se que existe uma clara diferença em termos de qualidade do produto na Província, destacando-se Vilankulo e Bazaruto na região Norte da provincia, onde se concentra estabelecimentos de luxo e de pequena dimensão e as restantes áreas turísticas, incluindo a cidade de Inhambane e seus arredores onde se nota uma mistura de várias categorias de serviços a partilhar mesmo espaço, desde turistas mochileiros, campismo até lodges de 4 estrelas.

3. Estratégia do Turismo de Inhambane Para uma estratégia realista é necessária uma percepção clara do potencial turístico que a Província de Inhambane detém assim como o ambiente em que a Indústria do Turismo se encontra inserida. Assim, o quadro abaixo apresenta uma descrição sumária do diagnóstico SWOT que permite abordar os vários

desafios que o sector deverá enfrentar nos próximos anos.

FORÇAS FRAQUEZAS

Estabelecimentos de acomodação na zona

costeira

Existencia de Recursos naturais de enorme

atractividade

Património histórico e cultural

População acolhedora

Proximidade com a capital do País, potencial

emissor de turismo doméstio

Existencia de Festivais e de grupos culturais

locais

Fraca ligação económica local

Mão-de-obra local inexperiente e com fraca

formação na área

Fraca diversificação dos produtos de turismo

Infraestruturas limitadas, fraco

ordenamento urbano e saneamento

deficiente.

Segurança de pessoas e bens limitada

Organização institucional deficiente

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3.1. Modelo Estratégico de Desenvolvimento do Turismo na Província Tomando em consideração os resultados da análise FOFA, assim como o estado actual do turismo em Inhambane, as seguintes abordagens podem ser avaliadas:

Penetração em Mercados Prioritários Existentes

A actual forma de desenvolvimento do sector do turismo está focalizada nos estabelecimentos de acomodação na tentativa de promover oportunidades de emprego através do turismo. Consequentemente, tem-se verificado um rápido aumento da capacidade de alojamento sem ser acompanhado pelo desenvolvimento de produto e da consolidação do destino turístico. Este modelo pode, no processo de penetração aos novos mercados, causar uma “guerra de preços” entre os estabelecimentos de alojamento. Assim, recomenda-se que a curto prazo seja priorizado desenvolvimento de produtos turísticos para os mercados prioritários existentes de forma a assegurar a diversificação dos serviços e consequentemente as ligações entre o sector e a economia local.

Desenvolvimento de um Novo Mercado

O número médio de quartos por alojamento na Província de Inhambane é de 17.2 quartos o que significa haver um domínio de estabelecimentos de pequena dimensão. Dado este facto, para penetração em novos mercados haverá necessidade de mais recursos para comunicação e Marketing de forma a assegurar a visibilidade destes pequenos estabelecimentos. Neste contexto, a abordagem de desenvolvimento de novo mercado deve ser adoptada no longo prazo.

Desenvolvimento de Novos Produtos

Esta é abordagem mais apropriada para melhorar as actuais condições do turismo da Província de Inhambane, já que a mesma assume que o número de turistas nos mercados existentes irá aumentar, gastar mais e ficar por mais tempo se os produtos oferecidos forem melhorados. Até agora, Inhambane ainda não explorou plenamente o potencial existente de recursos/produtos o que significa que ainda não satisfaz a actual demanda.

No processo de implementação desta abordagem dever-se-á ter em atenção a necessidade do envolvimento das comunidades locais como parceiros de criação do produto para desta forma obterem benefícios directos do turismo ao invés de serem mera fonte de mão-de-obra barata. Quadro 3.1: Estágio de Transição do Desenvolvimento de Produtos de Turismo em Inhambane

Período Mercados Produtos

Curto prazo 1 a 3 anos

Mercado Existente / iniciar a promoção de um Novo Mercado

Desenvolvimento de produtos de turismo utilizando recursos tradicionais, históricos e culturais com a combinação de recursos marinhos de nível mundiais

Médio prazo 3 a 5 anos

Mercado Existente / Novo Diversificação de produtos de turismo utilizou

recursos tradicionais, históricos e culturais

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

Crescente número de visitantes a

Moçambique

Facilitação de circulação de bens e pessoas na

região da SADC

Descoberta de recursos minerais

Programa em curso de reabilitação das áreas

de conservação

Existencia de zonas de interesse turístico (ZIT)

Aumento rápido de concorrentes dentro da

região

Redução da estadia média e de número de

visitantes

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Reabilitação de recursos naturais tal como a fauna e o parque nacional existente no interior de Inhambane

Sob uma estratégia de Desenvolvimento de Produto, espera-se que a Província de Inhambane alcance o crescimento através de:

Fornecimento de produtos de qualidade feitos localmente que sejam procurados pelos estabelecimentos de acomodação na Província, mas que não estejam actualmente disponíveis no mercado local ou não satisfaçam a actual demandaa;

Aumento das despesas feitas pelos visitantes através da oferta de produtos de qualidade; e

Aumento da duração da estadia dos visitantes oferecendo vários tipos de produtos de

turismo (atracções e experiencias).

Novos produtos serão desenvolvidos nos mercados existentes dentro da estratégia de Desenvolvimento de Produtos. Os mercados existentes podem ser divididos em canais de negócio-à-negócio e negócio-à-cliente, enquanto novos produtos consistem na melhoria e ou desenvolvimento de novos produtos. Todo esforço de desenvolvimento deve ser baseado no conceito de Promoção e Gestão de Destino (DMP) onde as comunidades e a indústria local devem se juntar a indústria do turismo e colaborar com os estabelecimentos turísticos existentes nas zonas de turismo de Inhambane e de Vilankulo com objectivo comum de estabelecer o primeiro estágio de destino de turismo internacional. Na fase seguinte, nomeadamente de médio prazo, devem ser desenvolvidas mais actividades turísticas de modo a expandirem para zonas costeiras de turismo de Norte e Sul explorando a Estrada Nacional No 1. A Longo prazo, o desenvolvimento das actividades do turismo deverá ser expandido para o interior, promovendo turismo de natureza e aventura.

3.2. Mercado Estratégico para o Desenvolvimento de DMP Na base do que actualmente se constata, a direcção do desenvolvimento de turismo da Província de

Inhambane deve ser de evitar e mitigar questões de desenvolvimento não controlado e harmonizado, e

usar o potencial para estabelecer um destino de turismo internacional da Província de Inhambane

através do conceito de marketing de destino.

Uma das grandes questões que está relacionada com desbalanço do stock de alojamento versus a limitação de produtos e actividades de turismo, deve ser a prioridade a ser resolvida através de desenvolvimento de novos produtos e diversificação para amadurecer as zonas de turismo mais avançadas de Inhambane e Vilankulo como destinos de turismo internacional.

Considerando o estágio actual do processo de transição, a estratégia de Mercado é de manter e consolidar os mercados existentes, e desenvolver o destino de modo a estar preparado para fases subsequentes. É importante também iniciar a promoção dos novos mercados para o estágio seguinte. As acções a realizar devem ter em conta o actual perfil do Mercado existente.

Mercado-Alvo a Curto Prazo (Mercado Existente / Iniciar Promoção de Mercado Novo)

África do Sul: O mercado em si é o maior em Moçambique durante todo o ano. Adicionalmente, embora as suas despesas sejam menores, estes turistas tendem a procurar pacotes de excursão como, por exemplo, visitas pela cidade.

O paradigma de desenvolvimento do turismo deixa de ser a focalização no alojamento

turístico para dar prioridade ao desenvolvimento do produto e valorização da cultura

local.

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Inglaterra, Alemanha, e EUA: Tem mostrado a sua presença tanto durante a estação baixa, bem como na estação de pico, e as suas despesas são relativamente elevadas. Estes países irão começar a promover transição para um mercado estratégico no médio / longo prazo.

França: Tem mostrado a sua presença durante estação baixa e as suas despesas tendem a ser elevadas. Este mercado irá contribuir para mitigar a flutuação doméstica: Durante a estação baixa, o mercado doméstico tem maior consumo comparando com a África do Sul. Este mercado também contribuirá para mitigar a flutuação sazonal.

Portugal: Tendência de estadia de duração mais longa e uso de serviços de excursão tal como visita pela cidade, embora as suas despesas sejam menores. Este mercado pode ser um dos mercados-alvo, embora seja necessária mais investigação.

Mercado Estratégico de Médio / Longo Prazo

Países do Norte da Europa e América do Norte: Este segmento de mercado de renda alta e elevado nível educacional, é categorizado como um grupo com interesse no turismo comunitário e na vida das comunidades locais.

3.3. Melhoria e desenvolvimento de Produtos Turisticos:

a) De prioridade superior, as praias de areia de coral branco e dunas, água límpida, cristalina e verde-

esmeralda, a fauna marinha com realce para os 5 grandes, e as folhas de coral e ecossistema, são identificadas como recursos de turismo de Classe Mundial Superior, que têm de ser explorados na íntegra, assim como melhorar e refinar o produto e actividade de turismo existentes. Por conseguinte, interessa desenvolver novos produtos tal como o passeio em zonas de mangal ou visitas as ilhas, passeio de observação dos 5 grandes animais marinhos sob medidas de conservação pelos meios costeiros e marinhos e de planeamento costeiro.

b) Nas imediações de ambas zonas de turismo, excursões a aldeias e excursão activa de experiência de artesanato e vida rural, irão gerar interesse e aceitação pelo turista dos primeiros potenciais países de mercado turístico.

c) As excursões rurais e os locais históricos/culturais, podem gerar mais mercado de turismo doméstico e educacional em Maputo e em outras principais cidades.

d) O Networking entre as indústrias existentes de turismo e a indústria e economia local, é inevitável introduzir e implementar o conceito de DMP e criar um destino de turismo que se identifique com todas as partes interessadas. A agricultura e a pesca constituem a principal indústria na província de Inhambane, que tem de ser a principal fonte de recursos para a gastronomia. As ligações entre a indústria de turismo e as restantes indústrias locais devem ser desenvolvidas e fortalecidas através de melhoria de qualidade e desenvolvimento da cadeia de abastecimento.

3.4. Quadro e Meta de Desenvolvimento Neste momento, investimentos em alojamento na província de Inhambane compreendem 345 estabelecimentos com cerca de 6.400 quartos e 13.100 camas, excluindo locais de campismo. Esta capacidade para actual número de visitantes mostra-se excessiva dado que as taxas de ocupação são extremamente baixas (18,5%, em 2006, a 9,5%, em 2010), que podem ser o resultado da fraca capacidade de marketing e informação dos estabelecimentos. O actual fluxo de informação sobre o turismo na província de Inhambane não pode ser captado com clareza devido a falta de uma base de dados adequada sobre alojamento turístico e a fraca cooperação e colaboração dos estabelecimentos turísticos.

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Quadro 3.2: Projecção de taxa de ocupação

Cenário Taxa de Ocupação

Estimativa de Hóspedes

Estimativa de Pernoites de Turistas

Considerações para Alternativa

Cenário Óptimo

60% 2,8 Milhões 3,6 Milhões Bom Funcionamento Altamente Lucrativo

Cenário Médio

50% 2,4 Milhões 3,0 Milhões Melhor funcionamento com lucro

Cenário Pessimista

40% 1,9 Milhões 2,4 Milhões Limite de sobrevivência para funcionamento da actividade comercial

Estimativa da Duração Média de Estadia

A duração média futura de estadia e a taxa média estimada de visitas em Inhambane são conforme se segue:

Quadro 3.3: Estimativa de estadia média e chegadas anuais

Cenário Duração Média de Estadia Estimativa de Chegadas Anuais

Cenário Óptimo 8.0 Dias 450.000

Cenário Médio 7.5 Dias 400.000

Cenário Pessimista 7.0 Dias 340.000

3.5. Áreas e Acções Estratégicas Baseado na experiencia anterior, a presente estratégia assenta nas condições materiais, financeiras e humanas possíveis na Província de Inhambane e a sua implementação tem como princípios chave: (a) Exploração dos pontos fortes dos recursos chave – definido como a qualidade das praias e a costa e

o ambiente natural intacto e identidade cultural: (i) Desenvolvimento integrado na economia local; (ii) Capitalizar os recursos marinhos; (iii) Basear o turismo na natureza e fauna bravia; (iv) Captar a imagem da identidade cultural de Moçambique

(b) Integração com os países vizinhos – desenvolver e promover ligações “interior-costa” com os

países vizinhos numa participação proactiva nas áreas de conservação transfronteira, actividades de marketing e desenvolvimento regional.

(c) Mercados de Nicho – com recursos limitados para marketing e desenvolvimento do produto, Moçambique devem concentrar nos seus imitados recursos em certos mercados. Esses mercados são: mergulho, pesca de águas profundas, apreciação de pássaros, ecoturismo, turismo de aventura, praias de alta qualidade e ilhas assim como turismo cultural.

(d) Mercados estratégicos: mercados emergentes – com pouco conhecimento dos mercados estrangeiros e recursos limitados, a concentração devem ser para esforços de marketing direcionados. Três categorias de mercados emergentes foram definidas: (i) mercados tradicionais (doméstico, Portugal, Africa do Sul, Zimbabwe e Swazilândia), (ii) mercados de nicho (Espanha, Itália, Reino Unido, Alemanha, Holanda), e (iii) mercados emergentes (Brasil, Arabia Saudita, Emiratos Árabes Unidos e Angola).

(e) Regiões – Moçambique é um país vasto e de contrastes, não podendo ser considerado como um destino uniforme. Três regiões (sul, centro e norte) cada uma, com suas características específicas, pontos fortes e prioridades para desenvolvimento do turismo. O Sul: turismo doméstico (regional e costeiro), Centro: ecoturismo e turismo de aventura e Norte: praias exclusivas de veraneio, ecoturismo e turismo de aventura.

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(f) Rotas e Circuitos – rotas de acesso e circuitos são importantes para o desenvolvimento do turismo e devem ser priorizados.

(g) Factores de Base – o desenvolvimento do turismo exige pelo menos um mínimo de infraestruturas de qualidade disponíveis, informação, recursos humanos e quadro institucional. O Ministério do Turismo identificará e promoverá uma estratégia nacional para continuamente desenvolver e melhorar estes factores.

3.5.1. Áreas Prioritárias de Actuação

Sete áreas são cruciais para o alcance dos objectivos e metas da estratégia nos próximos 6 anos nomeadamente:

Reestruturação e Capacitação Institucional da Administração Local do Turismo;

Desenvolvimento do Produto e Melhoria de Qualidade;

Sensibilização sobre turismo;

Marketing Turístico, Website, Mídias social e e-Marketing;

Pesquisa de Mercados e Estatísticas;

Formação e Capacitação dos Recursos Humanos; e

Segurança e Saneamento Urbano

3.5.1.1. Reestruturação e Capacitação Institucional da Administração Local do Turismo

A DPUTRI é actualmente o único órgão de administração do turismo na Província de Inhambane. Entretanto, enfrenta um desafio enorme de carência de recursos humanos (em quantidade e qualidade) financeira e na sua estrutura organizacional. Para além das áreas transversais de estrutura de uma instituição nomeadamente administração e finanças, recursos humanos e monitoria e avaliação, as seguintes áreas e especialidades de recursos humanos e experiência são necessários para administração provincial do turismo, (com vista a) coordenar adequadamente a implementação da estratégia.

Sector de Administração de Desenvolvimento de Turismo

Deve-se enquadrar técnicos com experiência em ciências naturais e em turismo para lidarem com dados estatísticos e de gestão do turismo que tenham como funções analisar dados estatísticos e elaborar planos de desenvolvimento de turismo. Por conseguinte, deve haver capacidade interna de fazer as projecções de desenvolvimento do turismo na província de Inhambane, ao invéns de depender de consultorias externas.

Sector de Marketing

Deve haver capacidade interna de executar com certo profissionalismo as actividades de merketing o que pressupõe a existência de quadros com experiência em ciências naturais e em turismo para executar pesquisa de mercado, analisar dados estatísticos sobre o mercado e determinar o segmento-alvo, implementar o processo de elaboração do plano de Marketing.

Sector de Promoção

Deve-se prever na área de execução de marketing nomeadamente actividades de promoção turística de modo efectivo, tendo em conta o segmento-alvo de mercado, ao invés de se proceder a distribuição em massa. Ainda neste sector, deve haver avaliação regular qualitativamente e quantitativamente para testar a eficácia da promoção.

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Recursos Humanos

A questão dos recursos humanos continua a ser um constrangimento crítico para o futuro. Dado o estado incipiente do turismo em Moçambique, bem como o perfil racial e de propriedade, muito poucos moçambicanos trabalharam em empregos no sector privado do turismo e, assim, a maioria não têm base e experiência prática do turismo. Este tipo de know-how é fundamental quando se trabalha numa autoridade de turismo. Não é suficiente ter estudado o turismo de nível superior, apesar de que dá um fundo útil. Para o crescimento do turismo na província de Inhambane, o órgão provincial do turismo tem de envolver o sector privado em vários níveis, em Moçambique e, muitas vezes, em diferentes países, para fazer as coisas de forma diferente. A fim de fazer isso de forma eficaz, bem como executar as tarefas complexas inerentes à gestão de destino, um bom conhecimento de todos os aspectos do jogo do turismo seria uma vantagem. A fim de minimizar a fraca experiência prática, o pessoal potencial (que irá fazer funcionar a organização e Gestão de Destino DMO) deve ser sujeito à estágio de familiarização de Turismo e sempre que possível em regiões que mostrem boas práticas, de modo que sejam expostos a todos os departamentos e os diversos elementos que entram na promoção e gestão do turismo provincial. Este exercício pode ser feito em outras Direcções Provinciais e ou Ministério do Turismo ou em instituições congéneres fora do País, na Região. Ainda nessta vertente, com abordagem de parceiria público-privado, dever-se-á promover estágios em empresas para os potenciais quadros técnicos para área de marketing, por um período de três semanas de cada vez. Este processo seria de uma forma modular de modo a que cada formando seja capaz de estagiar em todas empresas cruciais de viagem sem estar desligado da sua instituição por muito tempo. As quatro principais áreas de turismo, onde os funcionários devem ser treinados são:

Alojamento (hoteis, lodges, B&Bs);

Rent- a –Car;

Operadores de Recepção; e

Companhias Aéreas (LAM, South African Airways e Federal Air).

3.5.1.2. Desenvolvimento do Produto e Qualidade do Produto

Uma das restrições-chave ao crescimento do turismo é a ausência de “coisas” para fazer fora do ambiente do "lodge" (lotcha). Através do apoio a produtos de turismo comunitário (CBT) nas redondezas das zonas-chave de turistas, dever-se-á oferecer aos turistas a possibilidade de envolvimento em actividades adicionais, bem assim, experimentar a lendária hospitalidade de Inhambane. O progresso dos produtos de CBT, bem assim as discussões sobre os métodos de garantia de qualidade e satisfação dos turistas deverão ter lugar em sede das reuniões do Fórum de Turismo e será compartilhado com os líderes de CBT. O apoio do sector privado será essencial para a sustentabilidade de produtos locais recentemente desenvolvidos. O sector privado possui uma interacção directa com os seus hóspedes, onde uma introdução simples pode ser feita. Ordenamento do Sector O ordenamento e disciplina na oferta do produto turístico são cruciais para o sucesso das actividades de marketing e do crescimento sustentável do sector no mercado. Constata-se actualmente um aspecto preocupante que é do elevado número de estabelecimentos ilegais ou a funcionar em moldes pouco benéfico tanto para o erário público como para outros operadores que procuram cumprir a risca com todos requisitos estabelecidos na exploração do negócio, facto que leva a que estes operadores se sintam injustiçados na concorrência. A não acção no aspecto de ordenamento de estabelecimentos no sentido de todos estarem licenciados e a funcionar nos moldes convencionais do sector pode

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desencorajar a entrada e a permanência dos operadores honestos e comprometer assim o crescimento sustentável do turismo na Província de Inhambane. Contudo, este aspecto poderá ser solucionado em parte através de uma associação forte a trabalhar em estreita colaboração com as autoridades para monitorar as operações ilegais e legalmente registar os lodges. Em termos de acções imediatas, deve-se prever:

Desenvolvimento da rota para ligar potenciais áreas de interesse com vista a desconcentrar o turismo de lazer que se encontra num único destino que é a costa.

Desenvolvimento de festivais e eventos, pois, existe riqueza histórica e cultural de onde se pode recorrer para explorar a realização de eventos que cative o turismo doméstico de uma forma profissionalizada.

3.5.1.3. Disseminação e Sensibilização sobre Turismo

Embora o turismo tenha sido colocado como sector prioritário a nível central, existe um relativo fraco conhecimento do turismo entre a população em Moçambique. Muitos moçambicanos não praticam o turismo tanto que tal; o mais comum é que nas suas férias visitem sua terra. É recomendável que haja uma consciencialização a nível nacional para perceber a contribuição que o turismo faz à economia e criação de emprego e associar a atitude de bem receber ao turista como elemento que contribui para o desenvolvimento do seu local e comunidade. Há necessidade de se “educar” as classes médias e altas residentes nas urbes sobre o potencial para as férias de lazer e de como estas são “compradas e reservadas”. Para o efeito, deve-se promover campanhas, produzindo DVDs para publicitar na imprensa, principalmente em TV público os benefícios do turismo para a economia local. De uma forma análoga, as campanhas nacionais para mudança de atitude em prol do bom acolhimento do visitante, usando todos os meios de comunicação possível e línguas, regista experiencias que interessa aproveitar e adoptar. O principal foco na disseminação seria de elevar o perfil do turismo dentro do país como um todo. Uma área muitas vezes negligenciada relaciona-se com o produto do turismo dentro do País. Quanto mais luxuoso for o mercado do produto que vende nos mercados internacionais e regionais, mais tende a usar canais de viagem associados aos modelos de preçário. Contudo, muito dos produtos de mercado de classe baixo a médio tendem a evitar os canais tradicionais por não querer aceitar o modelo de preçário. Sugere-se que este comportamento é de pouca visão e de falta de conhecimento para o negócio altamente competitivo como é o turismo. A melhor forma de elevar conhecimento sobre os benefícios de vender (pelo menos uma parte das dormidas) através de canais em questão é de expor os proprietários dos produtos aos compradores. Isto pode ser feito através de convite aos gestores de produtos dos principais operadores para visitar a Província de Inhambane e ter encontros em primeira mão com os proprietários assim como inspecionar as instalações e serviços. Alternativamente, uma exposição do produto ou mercado organizado num determinado mercado emissor seria uma outra via de despertar conhecimento sobre o produto e condições de venda.

3.5.1.4. Marketing e Promoção Turístico

Desenvolvimento da marca – o destino turístico Inhambane carece de identidade, por conseguinte,

o desenvolvimento da marca é urgente e crucial pois servirá de factor aglutinador e disciplinador entre os agentes intervenientes no sector.

Instrumentos Chave de Marketing - Os instrumentos chave de venda nomeadamente mapeamento de Mercado, análise de conta chave, acordos de marketing conjunto e representação no mercado encontram-se em consonância com o contexto.

Marketing do turismo doméstico

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Desenvolvimento do Website, Mídias social e e-Marketing

3.5.1.5. Pesquisa de Mercado e Estatísticas

Para fortalecer-se a colaboração, cooperação e compreensão do estado e progresso do turismo em Inhambane, deve-se conduzir inquéritos regulares aos utentes do produto turístico e os seus resultados serem proactivamente compartilhados pelas partes interessadas na província. Os sectores público e privado e os distritos são chamados a partilhar a informação extraída deste exercício e relacionada com o turismo de modo a obterem um retrato claro, baseado em dados estatísticos, tendências, e situação. Um inquérito abrangente de todos os produtos e actividades é a tarefa primária no que concerne o desenvolvimento de produtos na província. Isto deve incluir questões a volta da definição do preço e da qualidade e, idealmente, deve ser referenciado (benchmark) com produtos semelhantes na região;

Desenvolvimento da base de dados abrangente de todos os produtos turísticos na província de Innhambane; e

Realização de inquéritos regulares a turistas para definir as características do turista, o seu nível de satisfação com os produtos de turismo, instalações e serviços.

3.5.1.6. Formação e Capacitação dos Recursos Humanos

Existem várias organizações internacionais que apoiam os esforços de desenvolvimento de Inhambane, no entanto, a falta ou, a interacção & comunicações limitada resultaram em duplicações, ou em muitos casos o reconhecimento 'depois-do-facto'. Além do mais, constata-se falta de cultura de avaliação dos resultados destes programas de formação. A prioridade na formação em matéria de turismo para a comunidade local em geral é o desenvolvimento das habilidades em áreas que abaixo mencionadas e gestão intermédia para os vários sectores de hospitalidade e turismo. Quadro 5.4: Lista de áreas de desenvolvimento das habilidades profissionais

Línguas Estrangeiras com particular atenção ao Inglês

Empregados de quartos/governantas

Cozinha Guias de turismo

Restaurante/bar Gestão de alojamento

Recepção/atendimento Gestão de restaurante

Método de melhoramento de artesanato com enfase na qualidade

Agentes de viagem

Método de melhoramento de apresentação e marketing dos produtos locais (embalagem, higiene e exibições)

Gestão de marketing

3.5.1.7. Segurança e Saneamento Urbano

A segurança para pessoa que está fora do seu meio habitual de residência desempenha um papel importante e ainda mais para uma deslocação com intuito de usfruir de bem-estar, prazer e entretenimento. Assim, as autoridades municipais e de administração, no âmbito da sua colaboração para desenvolvimento do destino devem colocar nas suas prioridades a segurança dos visitantes e dos turistas assim como a limpeza e gestão dos resíduos e a beatificação dos locais e rotas usadas pelos turistas.

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A complexidade com que se reveste esta componente exige a participação de toda comunidade que deve assumir responsabilidade de assegurar bom acolhimento e bem-estar aos seus visitantes. Assim, o Fórum do Turismo poderá desempenhar um papel importante no estabelecimento de mecanismos que sirvam de plataforma para promover o envolvimento da comunidade nos esforços de garante da segurança, limpesa e beatificação dos corredores e locais de interesse para o turismo.

3.6. Estrutura Organizacional e Coordenação Institucional Há um imperativo de se assumir o desenvolvimento do turismo aos agentes a níveis provincial e local. Assim, a médio e longo prazo esforços deverão ser feitos no sentido de se criar uma Organização de Gestão do Destino, à semelhança das melhores práticas da região. Uma autoridade de turismo robusta e pró-ativa a nível da província com as melhores práticas internacionais permitirá uma maior flexibilidade e abre a possibilidade para parceria pública / privada no sector - "Turismo de Inhambane". O foco principal da nova entidade deve estar na "Gestão de Destino". Com o tempo, quando os recursos, tanto humanos como financeiros, se acharem disponível, a organização pode assumir também as funções de marketing e de vendas. No entanto, dadas as condições actuais da Província e do País, numa primeira fase o papel de um Turismo de Inhambane deverá ser desempenhado pelo órgão do Governo Provincial responsavel pelo sector do turismo, implicando, no entanto, sua reforma na estrutura e nos seus recursos (humanos, materiais e financeiros). A existência de um Fórum de Turismo é uma necessidade imperiosa, pois, é um espaço mais abrangente onde todos os intervenientes poderão ser representados e discutir questões fundamentais de interesse comum para o desenvolvimento do turismo. No entanto, para a eficácia deste órgão será necessário que os principais intervenientes - sectores público e privado – apresentem capacidades a altura dos desafios. Constituem os principais intervenientes do Fórum do turismo as segunites instituicoes: Direcção Provincial, de turismo; Direcção Provincial de Educação e Cultura; Direcção Provincial da Agricultura; Direcção Provincial das Pescas; Serviços Distritais das Actividades Económicas; Balcão de Atendimento Unico; PRM – Comando Provincial de Inhambane; Conselhos Municipais; Associação de hotelaria e Turismo da Provincia de Inhambane; Concelho Empresarial da Provincia de inhambane, Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Inhambane. Assim, é necessario que um Fórum Provincial de Turismo tenha uma estrutura numa primeira fase, que inclua subcomissões para executar e gerenciar algumas das várias iniciativas tácticas sugeridas pela Estratégia. Desta forma, parceiros do sector público e privado reunir-se-ão a volta dos projetos reais e práticos. O Fórum do Turismo deve desempenhar um papel importante na promoção e atracção de eventos de negócios, nomeadamente conferência, reuniões, simpósios, etc.

4. Estratégia de Marketing de Inhambane As principais lições que se podem extrair das melhores práticas na região no que se refere ao desenvolvimento com sucesso do turismo a nível provincial é a definição de actividades que são da Gestão de Destino e as que são de Marketing de Destino. Isto inclui: identificação de parceiros chave, produto de qualidade e com enquadramento na Província e trabalhar com este produto para melhorar as experiências, foco significativo sobre mercado doméstico, desenvolvimento e manutenção de uma forte marca provincial e uma estratégia internacional focalizada no negócio. A estratégia de marketing deve ser adoptada numa abordagem institucional devidamente estruturada, coordenada com o “Turismo de Inhambane” como seu cerne principal focado nas seguintes quatro principais áreas:

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Marketing Doméstico, Marca e Sensibilização sobre turismo (que com tempo pode evoluir para um departamento mais abrangente de vendas e marketing);

Desenvolvimento e Qualidade do Produto;

Pesquisa e Estatísticas; e

Website, Mídias social e e-Marketing.

Embora Inhambane constitua o principal destino do turismo de lazer do País, sua posição como destino turístico ainda está sub-aproveitado. Constata-se que a zona Norte da província, em volta de Vilankulo e do Arquipélago de Bazaruto, tem se evidenciado como um destino de turismo de alto rendimento para os mercados regional e de nicho a nível internacional. A parte sul da província atrai mais o mercado regional de classe média de turistas que usam via terrestre e aérea. Em geral os recursos marinhos únicos jogam um papel crucial que permite a Província de Inhambane estabelecer uma sólida posição no segmento de turismo de mergulho. No entanto, em termos de posicionamento no mercado, a Província de Inhambane como destino não se apresenta com clareza o que tem limitado a sua posição no contexto global da marca nacional e surgimento de acções ad-hoc dos operadores intervenientes no Sector. Assim, um dos desafios é tornar Inhambane conhecido além fronteira e apresentar uma marca clara e apelativa que reflicta o enorme potencial e atrativo turístico. A marca deve ser vista como uma área de foco crucial e prioritária. O processo do seu desenvolvimento e implementação deve servir para aglutinar esforços dos agentes provinciais que tem vindo a trabalhar de forma isolada. Ela deve servir para sustentar o material promocional (mapas, brochuras, DVD e vídeo) e incluindo o desenvolvimento de um website de Inhambane como destino que informa, promove e permite realização de reservas. Instrumentos Chave de Marketing A estratégia retrata uma segmentação de mercado em três níveis – doméstico, regional e internacional. Existe uma clara oportunidade para promover efectivamente Inhambane no mercado doméstico e, a nível regional e internacional as oportunidades podem ser exploradas com tempo à medida que os recursos se mostrarem disponiveis. Os instrumentos chave de venda nomeadamente mapeamento de Mercado, análise de conta chave, acordos de marketing conjunto e representação no mercado encontram-se em consonância com o contexto. Em Moçambique, dada a exiguidade de recursos ao nível nacional, combinado ao desenvolvimento do turismo no país, assim como as reformas em curso no sector público, tem havido tentativas de reforçar a capacidade do turismo ao nível provincial. A missão de uma instituição provincial do turismo deve ser a de tomar iniciativa nos processos de desenvolvimento, concentrar-se no papel de facilitação, coordenar e implementar a estratégia. Assim, a estratégia de marketing turístico deve jogar um papel importante na implementação de programas de desenvolvimento de turismo assentes na demanda. Para tal, o seu papel inclui:

Liderança estratégica em termos de marketing doméstico – que envolve a criação de marca integrada forte que se reflecte no posicionamento claro da marca, aumento de disseminação da marca nos mercados visados, promoção do destino de qualidade e inovação da abordagem de marketing;

Guardiã da marca do Turismo;

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Promoção geral da Província através da realização de marketing doméstico com vista a incrementar chegadas internacionais, implementação de tácticas estimulantes, negócio de turismo, questões de acesso a endereços, acordos de marketing conjunto e alinhamento e sinergias com a indústria;

Criação de ambiente conducente ao sector privado para promover sua oferta de uma forma óptima – são tratados questões como corporate governance, sistemas de recursos humanos, gestão efectiva de sistemas de tecnologia de informação e controle financeiro e orçamento;

Facilitação do desenvolvimento do produto responsável e assente na demanda e acessibilidade – aqui promove-se o destino do turismo o qual é alcançado por encorajar inovação em diversidade da oferta do produto (por exemplo, novas rotas e experiencias – vilas e turismo rural, turismo de saúde, turismo cultural e ecológico) combinar proactivamente o produto aos segmentos de mercado chave, promover investimento e assegurar a acessibilidade;

Melhoria de serviços de excelência a todos níveis – procura-se fazer marketing da imagem e gestão de percepção, assegurar a qualidade e promover saúde e segurança dos turistas;

Facilitação de pesquisa e informação/gestão de conhecimento adequadas – procura-se fazer pesquisa, promover serviços de informação turística aos consumidores e negócio, gestão de sistemas de registo de turismo, banco de dados de produto e operadores na província, formação, instrumentos de marketing e informação, tais como website, centros de informação, monitoria e avaliação e criação de plataformas para partilha de informação e disseminação; e

Transformação – promover serviços de aconselhamento às comunidades e PMEs, facilitar desenvolvimento de habilidades, fazer lobby com as organizações que apoia PMEs com objectivo de persuadir para colocar o turismo na sua lista de prioridades e focalizar as comunidades.

4.1. Gestão do Destino

No âmbito da gestão do destino turístico que é a Província de Inhambane, as prioridades devem ser:

4.1.1. Relações entre Parceiros Chave

A relação entre a Direcção Provincial de Turismo e o sector privado deve ser a de promover o desenvolvimento da actividade turística de forma a alcançar sustentabilidade económica, social e ambiental tendo em conta que o empresariado é o principal condutor do sector. Assim, é imperativo que sejam feitas visitas regulares a cada estabelecimento ou negócio do sector para aferir as condições em que se desenvolvem as actividades e junto com os operadores estudar a forma de tornar o negócio ainda mais competitivo e atrativo. Neste contexto, é recomendável que através da DPTURI, sejam envolvidas outras instituições relevantes do sector público que tem influência no turismo (polícia, alfandega, agricultura e pescas, ambiente, administrações e municípios, etc.) com vista a se encontra formas de promover sinergias em prol de desenvolvimento do sector. Neste exercício deverão ser incluídas as transportadoras, ONGs e agencias doadoras que trabalham na Província de Inhambane.

4.1.2. Banco de Dados do Produto Turístico

Um banco de dados abrangente de todos os produtos é fundamental. A auditoria do produto terá como objectivo mapear todas áreas da Província de Inhambane. Este processo será uma actividade multifaseada e consistirá em actividades de investigação tal que a informação recolhida incluirá dados não financeiros nomeadamente taxa de ocupação, número de visitantes e hóspedes, necessidades em formação e número de empregados, estrutura de taxas e de serviços.

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O banco de dados será útil não só para marketing em termos de segmentos de produtos e oferta mas também para a identificação de potenciais ligações (linkages) de produtos com mercado e recursos necessários para novos produtos e/ou melhorar as actuais ofertas de produtos. Uma auditoria exaustiva de todos produtos e actividades deve ser a primeira tarefa no processo de desenvolvimento do produto na província de Inhambane. Os principais elementos de análise serão o preçário e qualidade, devendo ter como base de referência os produtos similares na região. Ainda neste contexto, constata-se que um dos constrangimentos chave para o crescimento do turismo é a falta do que fazer fora do ambiente das estâncias em que os visitantes estão hospedados, devendo assim promover abertura de balcões de informação turística nos Aeródromos de Inhambane e de Vilankulo e dois centros de informação de turismo na região centro e sul da Provincia. O banco de dados servirá de principal fonte de informação.

4.1.3. Marketing do Destino e Vendas

Marketing e vendas é o principal condutor do aumento de receitas de turismo. Assim, o conjunto de instrumentos de vendas devem ser adequadamente executado com conhecimento e iniciativas de marketing de forma a alcançar as metas de receitas de turismo.

Competitividade Global: uma reflexão

Activos

Competitivos• Belas praias

• Pessoal

amigável

• Cidade Bonita

Nós vamos

geri-los bem

O Marketing

fará o resto

Como costuma funcionar…

Descubrir quem

podemos servir•Atracção

•Competitividade

Integrar a oferta

ao marketing

através de entrega

ao cuidado

posterior

Produzir e investir

na apreendizagem

continua

Como precisa funcionar…

A abordagem na implementação de marketing será de um processo mais dinâmico que começa com o mercado em si e trabalha para trás até ao produto e apresentação, previlegiando o método de interacção permanente com o mercado, de onde se obtém retorno de informação para determinar que produto e como deve ser apresentado.

4.2.1. Marca

Inhambane possui material de marca intrínseco, de “terra de boa gente” a recursos marinhos únicos nas suas águas. Estes precisam de ser trabalhados para uma marca de destino que procura posicionar Inhambane como um destino turístico procurado dentro da vasta oferta de Moçambique. Com vista a destacar-se dentre inúmeras escolhas de locais de férias e sustentar seu apelo aos olhos dos clientes, a Província de Inhambane precisa estabelecer uma clara personalidade que o distingue dos

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seus concorrentes, que reforça percepções positivas do consumidor sobre o destino e corresponde a visão dos residentes sobre sua própria província. A necessidade de desenvolver marca destinta que é sustentada pelos valores principais que são atestados consistentemente ao longo do tempo é ainda maior dado que os concorrentes da região e não só, estão a apresentar produto similar ao da Província e em alguns mercados a província de Inhambane como destino é relativamente desconhecida. Assim, os principais valores da marca a ser identificados através de pesquisa nos mercados chave devem ser testados no País junto dos residentes para se alcançar o realinhamento entre as percepções do mercado e a visão dos residentes, em que estes se tornarão os “embaixadores da marca” através do orgulho no que a Província de Inhambane possui. Esta sinergia é especialmente importante onde os fundos são limitados com vista a maximizar o impacto para o destino.

4.2.2. Segmentação do Mercado

A estratégia 2008-2012, em processo de revisão, identifica vários mercados alvos e isto fornece um ponto de parte útil na refinação do foco a prosseguir. Três categorias de mercados emergentes foram identificadas: (i) mercados tradicionais (doméstico, Portugal, Africa do Sul, Zimbabwe, e Swazilândia), (ii) Mercados de Nicho (Espanha, Itália, Reino Unido, Alemanha, Holanda), e (iii) mercados emergentes (Brasil, Arabia Saudita, Emiratos Árabes Unidos, e Angola). Dado escassos recursos tanto a nível nacional como a nível provincial, seria importante de simplesmente desagregar os mercados alvo em – Doméstico, Regional e Internacional. Deve ser tomado em conta que diferentes partes da província de Inhambane são caracterizadas no essencial pelos diferentes produtos e isto conduzirá a atracção de diferentes mercados. Recomenda-se assim, marketing a custo efectivo que podia ser levado a cabo no curto prazo tanto a nível doméstico como regional.

4.2.2.1. Doméstico

As estatísticas revelam um nível extremamente baixo de viagens domésticas combinado com os baixos níveis de ocupação dentro da província de Inhambane o que aparentemente mostra que os moçambicanos ainda não colocam turismo de férias como parte da sua vida. Contudo, nota-se haver oportunidade considerável para promover particularmente a área de cidade de Inhambane aos potenciais viajantes resindentes em Maputo. Os bons acessos por estrada assim como serviços diários de voos poderão contribuir sobremaneira nesta promoção. Existem dois principais segmentos em Maputo que podem ser visados a custo efectivo. O primeiro são os moçambicanos residentes das classes de rendimentos altos e médios. O segundo é a vasta comunidade de estrangeiros das embaixadas e ONGs e outras instituições. Ambos segmentos realizam viagens frequentes para Nelspruit/Whiteriver para recreação. Outro potencial segmento é de atrair os trabalhadores expatriados que trabalham em Tete e Nampula para realizarem pequenas viagens de recreio. Espera-se que muitos lodges na área da cidade de Inhambane possam se beneficiar das épocas de negócio, desde que campanhas de marketing a custo efectivo sejam desenvolvidas possivelmente usando Mídias sociais que transmitam mensagem de que Inhambane está “aberto para negócio”. Neste campo deve-se criar relações públicas em volta dos eventos como uma forma comum de falar para tais segmentos e ainda promover eventos de negócios tais como conferências e reuniões – será importante que os eventos sejam realizados fora da cidade de Inhambane e adicionar uma estadia de lazer para poder tornar o pacote mais atractivo e viável.

4.2.2.2. Regional

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Acima da metade das chegadas em Moçambique são da África do Sul, com fortes mercados secundários de Zimbabwe, Malawi e Swazilândia. O principal mercado alvo para turistas de lazer é África do Sul. Moçambique estabeleceu-se como um destino procurado dentro dos segmentos chave do mercado de exportação da África do Sul. Estes são os turistas que independentemente das mensagens de marketing que forem colocadas virão passar suas férias. O Plano Mestre de Vilankulo (2008) realizou uma pesquisa de visitantes. Embora usando uma amostra pequena, mostrou que precisamente acima da metade dos visitantes recolheram sua informação sobre suas férias das visitas anteriores ou através de outras pessoas. Somente 5% obteve esta informação através de uma agência de viagem. Permanece, contudo, um enorme potencial para incrementar o segmento de lazer tanto dos que usam o veículo como os que acedem por via aérea. Além disso, com um marketing e campanha de relações púbicas bem elaborados é possível almejar maior distribuição em toda província. A área de Vilankulo e Arquipélago de Bazaruto é relativamente bem conhecida. Até agora todo marketing tem sido conduzido numa base individual dos lodges ou estabelecimentos. Uma campanha de marketing conjunta sustentada por relações públicas sólidas poderá trazer resultados imensuráveis no crescimento do volume do negócio. Este exercício pode ser realizado durante as épocas baixas. A parte sul de Inhambane permanece desconhecida para a média dos viajantes sul-africanos. Existe confusão a volta de Inhambane ser cidade e ao mesmo tempo província. Barra e até certo ponto o Tofo, desenvolveram uma pequena identidade de marca. No essencial, contudo, é que o sul da província de Inhambane precisa de ser promovido e explicado aos turistas da Região. Existe volumes significativos de viajantes para destinos tais como Maurícias, Zanzibar, costa do Kenya, Thailandia, e Vitoria Falls/Livingstone. Todos estes destinos são activamente visíveis no espaço de viagem no mercado Sul-Africano e jornais de fim-de-semana cheios de preços aliciantes. Outro desafio deve ser o de manter comunicação proactiva com os potenciais viajantes da região. As barreiras para viajar tais como segurança, malária podem ser neutralizadas com informação correcta. Um segmento que podia ser activamente direccionado e combinar com o produto (tanto alojamento como actividades) no e a volta do Tofo é o mercado terciário de estudantes. As universidades na África do Sul operam essencialmente durante sete meses por ano com os restantes cinco meses sem funcionamento. Muitos estudantes possuem rendimentos e meios de transporte por estrada. O facto, porém, de que estão em específicos campus permite mensagens dirigidas. Este segmento é dos que se tornará da classe alta nos próximos 10 a 20 anos. Convertendo-os agora em fãns do destino-Inhambane trará maior retorno no futuro. O uso de Mídias social é elevado neste segmento e e-marketing a custo efectivo, e possivelmente uma campanha agressiva pode ser executado de uma forma expedita e a baixo custo. Dada a desaceleração nos tradicionais mercados emissores desenvolvidos do mundo, tanto a África do Sul como Quênia viraram suas atenções para África e mercados emergentes para preencher a lacuna. Por outro lado, o Zimbabwe está a registar uma recuperação económica e isto é uma indicação de que é promissor mercado a se ter em conta no futuro. No curto prazo Inhambane deve prestar atenção aos países como Quênia, Tanzânia e Malawi para potenciais bolsas de crescimento, sem perder de vista o risco associado ao facto de esses países possuírem produto muito semelhante ao oferecido pela Província de Inhambane, para além da vantagem que as facilidades de acesso aéreo lhes conferem.

4.2.2.3. Internacional

Vilankulo e Arquipélago de Bazaruto e até certo ponto Inhassoro, tem a sua presença já estabelecida no mercado internacional. Muito dos lodges contam com volumes consideráveis de turistas vindos da África do Sul. Contudo, este negócio mostra ser altamente sazonal (temporada turística internacional nesta área é de Junho / Julho a Outubro) e por isso, apesar de responsável por até 45% - 50% do total de negócios, apresenta um potencial risco de desincentivar potencial mercado futuro de negócio

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internacional, pois, os operadores internacionais que podiam vender o destino podem sentirem-se desinteressados por um produto que em determinados períodos não se mostra disponível. Os quatro maiores mercados emissores internacionais para Moçambique são os EUA, Reino Unido, Alemanha e Portugal. Recomenda-se que estes sejam relançados como "mercados de fontes primárias". E, uma vez que os turistas internacionais para Moçambique, muitas vezes visitam o país como um add-on para a viagem em destinos da Região (com particular enfase para África do Sul), é importante prestar-se atenção às chegadas internacionais nos destinos da Região. O Reino Unido é o maior mercado emissor para a África do Sul, seguido pelos EUA e Alemanha. Portanto, o crescimento destes mercados tem-se estabilizado com tendência a decrescer desde o início da recessão em 2008. Apesar disso, os números absolutos que viajam para a África do Sul são dignos de atenção. A estratégia sugere que à categoria de "mercados emergentes" de segundo foco sejam adicionadas: Brasil, China e Índia. China é incluída, uma vez que é o mercado emissor com mais rápido crescimento no mercado global do turismo. Além disso, há laços económicos entre Moçambique e China para além de que Moçambique colocou recentemente "representantes" do Turismo no Brasil e na China que se espere, desempenhe um papel na promoção de Moçambique nestes mercados. O ponto de partida lógico no acesso tanto aos mercados "primário" como "emergentes", será de envolver os operadores baseados na região que lidam com turismo receptivo proveniente destes países. Assim, várias ferramentas de vendas poderão ser usados, com particular atenção para o mapeamento de mercado. É altamente recomendável que um mapeamento de comercialização de empresas regionais de entrada bem como de saída seja realizada como primeira etapa para quaisquer actividades operacionais de marketing.

4.2.3 Vendas Chave e Ferramentas de Marketing 4.2.3.1 Material de Marketing

A estratégia sugere concentração em quatro áreas básicas. Um ponto crucial de partida a este respeito é a língua. Os materiais promocionais devem privilegiar, a par da Língua Portuguesa, o uso de línguas de marcado internacional. Isso não se aplica apenas a material de marketing, mas a todas as informações pertinentes ao turismo (ex. documentos da Estratégia, estatísticas, sites, etc.) O segundo aspecto é um mapa de boa qualidade que mostra o País e a Província. Por conseguinte, o mapa que seja capaz de mostrar tanto o país, como a província (talvez em lados diferentes) há-se ser a chave para o mercado de turistas que usam estrada como acesso, uma vez que será um instrumento que os vai assistir nas distâncias, tempos de viagem e de qualidade da estrada que muitas vezes são difícil de perceber quando se é visitante. O terceiro elemento é o folheto. O nível de entrada da ferramenta de marketing para os operadores e agentes de viagens é um simples folheto. Assim, deve-se priorizar o folheto que contenha as principais áreas de lazer com pequeno resumo de alojamentos e atividades. É também uma plataforma para transmitir informações básicas sobre o clima, as questões relacionadas com saúde nomeadamente a malária, qualidade das estradas, informações de vôo, etc. E por último, o quarto elemento que deve ser desenvolvido a partir de um folheto impresso é um DVD que é capaz de mostrar todo o esplendor da província. Isto pode ser produzido em várias formas. A forma básica seria uma representação digital do folheto impresso. Isso pode ser aumentado com uma série de informações de apoio, bem como fotografias. Questões-chave para os operadores é de ter um guia turístico fácil de usar para Inhambane – que dê informação como “onde ficar” e “o que fazer”. Este deverá ser apoiado por fotografias de alta resolução que o operador pode usar em suas operações de vendas e marketing.

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4.2.3.2. Mapeamento de Mercado & Gestão de Conta Chave

A fim de conceituar e executar uma estratégia de crescimento do turismo, é imperioso que haja uma compreensão, tanto do mercado receptor em Moçambique como na região, bem como os operadores que vendem Moçambique nos mercados-alvo emissores. Um instrumento crucial para o alcance deste objectivo é o desenvolvimento de um modelo de mapeamento de Mercado. Isto serve como um roteiro para entender o mercado em questão. O mapeamento de mercado toma a forma de folhas de difusão em que a informação chave é captada em todos os operadores. Os campos-chave da base de dados ilustram informação útil para intervenção no mercado e a mesma consiste em saber: quem são nossos principais clientes; tamanho relativo; endereço e detalhes de contato; como e o mais importante, o que eles vendem. Este é o roteiro fundamental que dá informação das atividades de vendas e permitirá a gestão activa pela autoridade provincial do turismo. Contudo, importa reconhecer que o mapeamento de mercado é um exercício demorado e difícil para ser concluído. No entanto, uma vez feito, é relativamente fácil de manter. Não muitas empresas de turismo do setor privado são capazes de compilar este tipo de dados. Em muitos sentidos, é um bem público e deve ser feito para ser compartilhado com o setor privado na província como uma ferramenta valiosa de vendas. Um bom ponto de partida para um destino que não é amplamente destacado num determinado mercado emissor é fazer um mapeamento de mercado regional. Isso envolve uma base de dados de operadores, bem como uma lista do que é vendido nos países do sul e leste de África bem como as ilhas do Oceano Índico.

Assim que o mapeamento do mercado esteja concluido, e dependendo dos recursos do país, seguirá a fase mais refinada de análise das contas chave. Isto envolve uma avaliação mais profunda de cada operador do que o mapeamento que o mercado permite. Ele envolve três áreas-chave de captação de dados. Em primeiro lugar, todos os factos relativos a um determinado operador e as actividades relevantes e desempenho. Em segundo lugar, uma análise aprofundada dos fatos e, finalmente, o desenvolvimento de um plano de acção detalhado para o crescimento de receitas do turismo em Moçambique e Inhambane a partir do operador em questão. É imperativo que a nova autoridade provincial do turismo comprometa-se a produzir um mapeamento de mercado de todas as empresas nacionais e regionais de entrada. Isto irá fornecer uma forma rentável de interagir com os principais decisores aos volumes crescentes para a província de Inhambane.

4.2.3.3 Acordos de Marketing Conjunto ou Cooperativas de Marketing

O mapeamento de mercado serve para auxiliar na identificação de contas-chave e operadores existentes, que podem não estar actualmente a vender Inhambane, mas que demonstram o potencial para assim o fazer. Esses operadores podem ser alvo de possíveis acordos de marketing conjunto (AMC). Esta forma de marketing é também por vezes referido como "co-operatório ou co-op de marketing". Há outros benefícios que são potencialmente derivados de uma abordagem de Acordo de Marketing Conjunto (AMC). Em primeira instância, expande o orçamento que a instituição individualmente pode mobilizar para intervir no mercado através de uma acção colectiva dos operadores. Além disso, permite a autoridade do turismo influenciar a extensão e natureza da oferta do produto, bem como o momento da campanha. Este aspecto deve ser cuidadosamente negociado e envolver pessoas experimentadas e com habilidades de negociação. O benefício real é que a autoridade de turismo acabará trabalhando com os principais

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operadores já estabelecidos nos mercados-alvo selecionados. Os AMC catalisam abordagem e subsidia entrada no mercado. As melhores práticas sugerem que seja implementado por um período de três anos, não obstante deve haver uma avaliação anual do desempenho em função dos objectivos e das metas acordadas. Após este tempo, o programa deve ser auto-sustentável. Com esta abordagem cria-se condições para haver mais interessados no destino. Por galvanizar certos operadores-chave para oferecer uma região, esta por sua vez deve levar a um renovado interesse dos operadores concorrentes. Esta abordagem foi efetivamente implementada em alguns países da região e produziu resultados positivamente surpreendentes.

4.2.3.4. Representação nos Mercados Chave

Muitas autoridades de turismo procuram estabelecer um escritório permanente nos mercados emissores chave para gerenciar o processo de promoção de destino no país. Estas podem ser desempenhadas tanto por nacionais do destino ou nativos do país de origem ou uma combinação dos dois. Em geral, esta abordagem é uma opção bastante cara e é a norma em destinos já amadurecidos e/ou em mercados emissores lucrativos. Uma opção mais econômica é a contratação de uma empresa de representação para gerir a promoção de destino no país em questão. Os principais requisitos para fazer o trabalho deverão ser:

Conhecimento do mercado de origem - especialmente o negócio e PR / mídia

Habilidade de falar a língua do mercado de origem (ou seja, Francês na França)

Não é necessário que as autoridades do turismo, embora muitos acreditam que é essencial, ter nacionais do mercado emissor venderem o destino. Uma opção é destacar pessoal da Autoridade de Turismo de trabalhar com a empresa de representação e, assim, aumentar a capacidade. As empresas de representação fornecem um saber fazer, é entidade flexível, conhecedor do ambiente e que pode ativamente atender o mercado alvo numa base regular. A alternativa é tentar executar estas funções com funcionários da Autoridade de Turismo da província, colocando-os a viajar de e para o mercado em questão. Caso se opte por empresas de representação, estas devem ser avaliadas com base em crescimento de vendas, bem como conscientização crescente dos consumidores por meio de relações públicas e mídia. A empresa de representação seria então responsável pelo desenvolvimento de uma estratégia específica do país em função do valor orçado com o objectivo de executar o seguinte:

Elaboração e gestão de dados de mapeamento de mercado

Análise de contas-chave

Chamadas de Vendas baseadas em mapeamento de mercado

Desenvolvimento da estratégia de mídia da comercialização

Identificação e realização de acordos de marketing-conjunto com operadores seleccionados

Desenvolvimento de uma campanha táctica para impulsionar as vendas e / ou consciência. Este exercício poderá envolver a comercialização de produtos com as mesmas afinidades, etc.

PR & media estratégia que visa aumentar a consciência do consumidor

As empresas de representação que têm uma série de outros importantes destinos internacionais como clientes devem ser priorizadas no lugar dos que realizam operações isoladas e de dependência pessoal. Os primeiros têm a capacidade de mobilizar outros clientes seus e serão capazes de trazer experiências das melhores práticas para Inhambane. Essas empresas têm também normalmente um profundo conhecimento do negócio e desenvolveram relações ao nível do executivo assim como a nível operacional com o sector de operadores.

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Tendo em conta que o INATUR possui neste momento várias formas de representação nos principais mercados nomeadamente Reino Unido, China, Brasil, África do Sul, Portugal e Alemanha, o primeiro passo para Inhambane seria o de trabalhar mais de perto com estes parceiros e alimentá-los com notícias, informações e material de marketing tanto quanto possível. No entanto, receia-se que algumas destas entidades de representação não estejam a funcionar como verdadeiros escritórios que executam o tipo de serviço acima referido. Na África do Sul existe uma pessoa baseada no Alto Comissariado, em Pretória, mas constata-se ter déficit em recursos e know-how de mercado para activamente promover e vender Moçambique. Para Inhambane executar directamente a representação no estrangeiro pode ser extremamente oneroso e assim proibitivo. Um bom ponto de partida será a de nomear uma empresa de representação no mercado chave Sul-Africano. Assim, deve-se, em primeira instância, explorar o interesse do INATUR em avançar com abordagem de modo a Província aproveitar alimentar a representação com informação e material.

4.2.4 Website, Mídias Sociais e e-Marketing

Os mídias sociais estão a ganhar destaque como um elemento de marketing de destino no momento em que o sector público faz corte de financiamento, obrigando-os a buscar maior valor na forma como os orçamentos de marketing são gastos. A mídia social oferece aos gestores de marketing de destino uma ferramenta para alcançar uma audiência global com recursos limitados. Esta é uma forma relativamente nova de marketing e como tal, a estratégia visa descompactar os vários elementos com algum detalhe. Atualmente, Inhambane tem presença mínima online; não possui um site oficial ou regional, enquanto no site oficial nacional (http://www.visitmozambique.net) as informações sobre a região são muito poucas. Por outro lado, existem vários sites da web, tanto do sector privado regionais (http://www.visit-inhambane.com/) como nacional (http://www.visit-mozambique.com), mas uma característica comum a todos é a existência de pouco conteúdo que seja rico e relevante capaz de conduzir os visitantes ao site. Além disso, o site www.visit-mozambique.com regista ainda um desempenho modesto no ranking de busca do Google e a página oficial do Facebook (usando o logotipo oficial) foi estabelecido para Turismo de Inhambane, no entanto, as mensagens mais recentes são apenas de promoções sem haver qualquer interação com os visitantes ou membros. Por conseguinte, é necessário haver uma corrente e estratégia de mídia social. Website de Inhambane O objectivo de criar um portal official regional de turismo é de ter um forte e sério meio de comunicação usado tanto pelos turistas como pelos agentes de negócio. O portal servirá como canal de informação, vendas e de inspiração para todos os que procuram informação sobre turismo de Inhambane, incluindo informação como “o que ver e o que fazer”, onde comer e beber, onde dormir, com reserva online, eco-viagem, voluntarismo, bom apreender sobre Moçambique, um fórum de viagem ligado a Conselheiro de Viagem onde viajantes podem partilhar e recomendar assim como uma busca integrada de voos. O portal não deve simplesmente ser uma brochura replicada na internet. Deve ter capacidade de construir experiências online, apresentar aos utentes os serviços e produtos com base nas visitas anteriores ao local. o portal é um instrumento de marketing com marca forte, baseado no impacto emocional. Precisa atrair e criar uma ligação com o cliente, envolve-lo(a) e mostrando-os um país diferente. A página deve dar aos visitantes a habilidade para planificar e organizar sua viagem e deve proporcionar apoio às suas decisões pessoais de viagem. A meta deve ser a de desenvolver um sistema inovativo que seja dinâmico com capacidade para planificação, georreferenciação, e downloads. Deve também ter um sistema avançado e rápido de procura que leva os visitantes directo a informação que eles precisam. Um dos objectivos da estratégia concentra no aumento de acessibilidade e fiabilidade de Inhambane para os turistas por estrada.

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Um website interativo que proporciona informação com facilidade de planificação da rota e apresenta uma forma fácil de fazer reservas nos estabelecimentos de alojamento ao longo da rota escolhida prestaria um apoio fundamental para o objectivo. Sobre um website abrangente e interativo, em que todos produtos de Inhambane sejam facilmente localizados e através de um clique a cada produto turístico, o website deve mostrar a localização exacta, a descrição da rota até ao local, a descrição dos equipamentos e serviços e um número da reserva. Mais ainda, aos itinerários sugeridos, segmentados em função das rotas de interesse especial com várias opções para alojamento ao longo das rotas tematizadas deve estar disponíveis. O portal regional do turismo será um instrumento para partilha de informação, ligando parceiros regionais e promovendo produtos turísticos transfronteiriços, rotas e vendas no Sul de Moçambique.

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REFERENCIAS

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6. Jones, S. & Ibrahimo, H., The Contribution of Tourism in Mozambique – present and

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10. Suurna, K. The Land of Good People - The case of the Inhambane Tourism Integrated

Development Approach, Mozambique, SNV, 2010

11. The Tourism Sector in Mozambique: A Value Chain Analysis, Foreign Investment

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2007

13. Tourism KwaZulu-Natal Tourism Strategy 2008 – 2012

14. Tourism Policy and Implementation Strategy, Ministry of Tourism, Republic of

Mozambique, 2003

15. Tourism Sector Profile, CHL Consulting, 2006

16. Visser, I., Tourism Master Strategy for Inhambane Province, 2003

Financiado e editado por:

Projecto de Apoio a Competitividade e

Desenvolvimento do Sector Privado

Elaborado por:

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Colaboração da:

Agência Japonesa de Cooperação

JICA