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PLANO GERAL DE RADIOPROTEÇÃO DAS INSTALAÇÕES NUCLEARES E RADIATIVAS DO IPEN-CNEN/SP

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1. DESCRIÇÃO DA INSTALAÇÃO O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - ipen é uma autarquia do Governo do Estado de São Paulo, vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico. É gerenciado técnica, administrativa e financeiramente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear e associado para fins de ensino de pós-graduação à Universidade de São Paulo - USP. Está localizado no campus da USP, ocupa uma área de 500 000 m2, com cerca de 1200 funcionários e possui importantes instalações e laboratórios. O ipen tem uma destacada atuação em vários setores da atividade nuclear entre elas, nas aplicações das radiações e radioisótopos, em reatores nucleares, em materiais e no ciclo do combustível nuclear, em radioproteção e dosimetria.

1.1. DESCRIÇÃO DOS DISPOSITIVOS EMISSORES DE RADIAÇÃO. O ipen produz atualmente 21 produtos radioativos e 15 tipos de reagentes liofilizados para uso em medicina. São processados na instituição da ordem de 250 TBq de material radioativo por ano. Nas aplicações na indústria, meio ambiente e agricultura, o ipen tem atuado de maneira intensa em vários setores, entre eles, na preparação de fontes radioativas para realização de radiografias industriais, no uso de traçadores radioativos para caracterização de reservatórios e bacias hidrográficas, na melhoria da qualidade de processos e produtos, na preservação e controle do meio ambiente, na desinfecção de águas servidas, na degradação química de compostos orgânicos em efluentes industriais, na irradiação de alimentos e na esterilização de produtos agropecuários e médico-farmacêuticos. No domínio das tecnologias do ciclo do combustível nuclear a atuação do ipen se concentra na produção de urânio com pureza de grau nuclear, tetrafluoreto de urânio, hexafluoreto de urânio, incluindo a produção eletroquímica de flúor, fabricação de combustíveis nucleares, e enriquecimento isotópico de urânio por ultracentrifugação em associação com a Marinha do Brasil. Na área de reatores nucleares, o ipen tem participado em análise, projeto, construção e operação de reatores de pesquisa; realiza trabalhos em termohidráulica, física de reatores, segurança e confiabilidade, e instrumentação e controle. Entre os principais laboratórios e instalações o ipen dispõe de:

! dois reatores nucleares, reator de pesquisa IEA-R1 de 5 MW e o reator IPEN-MB/01 moderado a água leve com uma potência de 100 W;

! um laboratório com um acelerador tipo Van de Graaff e sistemas de detecção de nêutrons e partículas alfa, beta e gama;

! um laboratório de termohidráulica com um circuito experimental de 70 bar;

! dois aceleradores de elétrons de 1,5 MeV; ! dois ciclotron de 24 MeV e 30 MeV; ! irradiadores de cobalto-60; ! usinas piloto nas áreas do ciclo do combustível nuclear; e ! vários laboratórios de processamento e caracterização química, isotópica

e física de materiais. Em todas as unidades classificadas como instalações radiativas e nucleares do ipen é conduzido um rigoroso programa de controle radiológico e de segurança nuclear.

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1.1.1. DIRETRIZES O objetivo do Plano de Radioproteção estabelecido para a instituição ipen , PGRP, é manter as doses de radiação dos operadores de cada instalação independente e dos indivíduos do público tão baixas quanto razoavelmente exeqüíveis - “ALARA”. As normas e princípios de radioproteção necessários para manter as doses “ALARA” foram consideradas em todas as etapas do processo de certificação da instituição. Neste documento são descritos os métodos para controle de radiação e contaminação durante a operação da instituição ipen , e nos planos específicos de cada instalação radiativa e nuclear são fornecidas informações sobre as estimativas das doses ocupacionais e do público. São descritos também os equipamentos empregados na implementação do programa de radioproteção e são discutidos os métodos de controle dos rejeitos radioativos.

1.1.2. CONSIDERAÇÕES DE PROJETO A descrição geral de cada edifício classificado como instalação radiativa ou nuclear dentro da instituição ipen e seus sistemas, bem como os principais critérios do projeto, estão contidos nos documentos específicos de cada unidade independente. Neste documento são discutidos apenas os critérios e as características de projeto diretamente relacionados com os aspectos de radioproteção. A seguir são mencionados os principais critérios do projeto que contribuem para manter os níveis de radiação para o pessoal da instituição ipen e de suas vizinhanças “ALARA”:

! delimitação e distribuição das áreas restritas e pontos de controle; ! localização dos equipamentos para medida de radiação nos locais de

trabalho; ! local para armazenamento dos materiais radioativos, nucleares e

irradiados; ! rotas de circulação de veículos, equipamentos e pessoal; ! área para manuseio do material radioativo e nuclear; ! área para verificação, manutenção e armazenamento dos equipamentos

de segurança radiológica; ! localização dos sinalizadores e indicadores de alarmes e intertravamentos; ! critérios para a localização e desenho das penetrações nas blindagens.

A relação entre esses critérios de projeto com as características do Plano de Radioproteção é mostrada nos itens que fazem parte deste documento e é discutida em maiores detalhes nos planos específicos de cada unidade classificada como instalação radiativa ou nuclear independente dentro da instituição ipen.

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1.1.3. CONSIDERAÇÕES DE OPERAÇÃO Para garantir que as operações rotineiras e em situações de emergência da instituição ipen sejam executadas de maneira segura, a realização das operações é mantida de acordo com procedimentos específicos previamente elaborados para cada uma das unidades classificadas como instalações radiativas ou nucleares independentes. Neste item são apresentados aspectos da organização do Plano de Radioproteção bem como da qualificação e treinamento do pessoal de radioproteção.

1.1.3.1. ORGANIZAÇÃO Dentro da estrutura organizacional do ipen , as atividades de radioproteção relacionadas com o projeto, construção e operação das unidades classificadas como instalações radiativas ou nucleares são de responsabilidade da Diretoria de Segurança Radiológica - “N”. O objetivo desta Diretoria é atender as necessidades de radioproteção do ipen de modo que a operação de suas unidades classificadas como instalações radiativas ou nucleares seja conduzida de maneira segura e em condições que atenda às recomendações estabelecidas nas normas da CNEN. A Diretoria de Segurança Nuclear tem por objetivo garantir a operação segura, sob o ponto de vista de radioproteção, e assegurar que as doses de radiação sejam mantidas em condições “ALARA”. A Diretoria de Segurança Radiológica é responsável pela elaboração do Plano de Radioproteção e por sua aplicação, incluindo a elaboração dos procedimentos de radioproteção, o treinamento e o retreinamento do pessoal envolvido em sua condução. A Diretoria de Segurança Radiológica ( N ) é composta por quatro departamentos, a saber:

! Serviço de Radioproteção ( NP ); ! Departamento de Radioproteção Ambiental ( NA ); ! Departamento de Dosimetria e Calibração ( ND ). ! Departamento de Rejeitos Radioativos ( NR );

O Serviço de Radioproteção (NP) mantém em cada unidade classificada como instalação radiativa ou nuclear, no ipen, uma equipe de radioproteção (ERP) cujas atribuições, competências e responsabilidades estão descritas no item 1.1.3.2.. Compete ao Departamento de Radioproteção Ambiental (NA) a aplicação do programa de monitoração ambiental ; compete ao Departamento de Dosimetria e Calibração (ND) efetuar o controle das doses externas e internas dos trabalhadores e manter o arquivo de doses desses trabalhadores atualizado, e executar a calibração dos instrumentos empregados na monitoração dos campos de radiações ionizantes; compete ao Departamento de Rejeitos Radioativos (NR) executar o programa de gerenciamento de rejeitos. O organograma dessa Diretoria está mostrado na figura-1.1-1.

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Figura-1.1-1: Organograma da Diretoria de Segurança Radiológica

CQU ALCoordenação da Q ualidade

Superintendência

SA RAssessoria de Relações

Instituc ionais

SCSAssessoria de

Com unicação Social

SA TAssessoria Técn ica

SA JAssessoria Juríd iica

Conselho Técnico Adm inistrativo

CRCentro de Radiofarm ácia

CENCentro de Engenharia Nuclear

CRPqCentro do Reator de Pesquisa

CCNCentro do Com bustível Nuclear

CCTMCentro de C iencia e Tecno logia

dos M ateria is

CQ M ACentro de Quím ica e M eio

Am biente

CLACentro de Lasers e Aplicações

CTRCentro de Tecno logia das

Radiações

CACCentro de Aceleradores

C íclotron

CBMCentro de B iologia M olecular

Conselho Superior

Diretoria deAdm inistração

Diretoria deInfraestrutura

D iretoria de Ensino eInform ação em C&T

Diretoria de P&D,Produtos e Serviços

Diretoria de SegurançaRadiológica

D iretoria de Pro jetosEspeciais

G ABSecretaria da

Superindendência

CPGCom issão de P ós-G raduação

Unidades de Pesquisa

Superintendência: Coordenação e Assessorias

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1.1.3.2. ATRIBUIÇÕES, COMPETÊNCIAS E RESPONSABILIDADES As atividades de Supervisão de Radioproteção, monitoração com função controladora e interventora, nas unidades classificadas como instalações radiativas ou nucleares do ipen são exercidas pelas ERPs de cada instalação, as quais estão subordinadas ao Serviço de Radioproteção ( NP ) da Diretoria de Segurança Nuclear ( N ) conforme consta do organograma mostrado na figura-1.1-1. O chefe do NP é o responsável pelo cumprimento das exigências de radioproteção estabelecidas pela CNEN, relacionadas com as unidades classificadas como instalações radiativas ou nucleares existentes no ipen, em conformidade com as normas aplicáveis. As equipes de radioproteção ( ERPs ) de cada unidade classificada como instalação radiativa ou nuclear possuem um quadro composto por supervisores de radioproteção com formação superior e técnicos de radioproteção com formação segundo grau completo, em número suficiente para atender aos serviços com função controladora e interventora demandados de acordo com as atividades desenvolvidas em cada instalação radiativa ou nuclear do ipen. Todos os integrantes das ERPs são responsáveis pelas ações controladoras e interventoras de radioproteção necessárias às atividades realizadas em cada unidade classificada como instalação radiativa ou nuclear. A seguir são descritas as atribuições e competências de cada integrante das ERPs.

1.1.3.2.1. SUPERVISOR DE RADIOPROTEÇÃO Cabe ao supervisor de radioproteção:

! fazer cumprir o Plano de Radioproteção; ! fazer cumprir os procedimentos de radioproteção relacionados com a

operação de cada instalação; ! elaborar os procedimentos de radioproteção e revisá-los; ! efetuar o treinamento dos técnicos de radioproteção; ! manter o arquivo de documentos de radioproteção da instalação; ! coordenar as ações de radioproteção nas operações de manutenção e

descontaminação; ! coordenar as ações de radioproteção na colheita de rejeitos radioativos; ! testar periodicamente os equipamentos de radioproteção.

1.1.3.2.2. TÉCNICO DE RADIOPROTEÇÃO Cabe ao técnico de radioproteção:

! cumprir os procedimentos de radioproteção; ! controlar o acesso de pessoal nas áreas restritas; ! dar apoio de radioproteção a todas as atividades envolvendo o uso de

material radioativo na instalação; ! participar das ações de radioproteção nas operações de manutenção,

descontaminação e colheita de rejeitos; ! controlar o acesso de cargas na instalação, quando se tratar de material

radioativo.

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1.1.3.3. QUALIFICAÇÃO DO PESSOAL Nos itens seguintes estão relacionados os requisitos mínimos para o pessoal envolvido nas atividades de radioproteção.

1.1.3.3.1. SUPERVISOR DE RADIOPROTEÇÃO Profissional nível superior com bacharelado em ciências exatas ou biológicas, com certificação em radioproteção atestada pela CNEN, para atuar em instalações nucleares e radiativas, em institutos de pesquisa e áreas do ensino universitário.

1.1.3.3.2. TÉCNICO DE RADIOPROTEÇÃO Profissional com segundo grau completo e curso de radioproteção atestado pelo Serviço de Radioproteção e certificado pela CNEN.

1.1.3.4. PROGRAMA DE TREINAMENTO Os supervisores de radioproteção são submetidos a um treinamento constituído por aulas teóricas e práticas, envolvendo todas as áreas de atuação da Diretoria de Segurança Rdiológica. Os técnicos de radioproteção são submetidos a um treinamento constituído por aulas teóricas e práticas envolvendo os fundamentos de radioproteção e aplicação de procedimentos específicos a cada área de atuação. O retreinamento é efetuado com base na experiência dos profissionais, atendo-se aos problemas apresentados no desenvolvimento de suas tarefas e soluções apresentadas.

1.1.4. PROCEDIMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO A lista dos procedimentos de radioproteção é apresentada a seguir:

! classificação e sinalização das áreas de trabalho e segurança física; ! regras gerais para trabalhos e controle de acesso de cargas e de pessoal; ! medidas de controle para liberação de materiais radioativos; ! controle , identificação e liberação de rejeitos radioativos; ! monitoração da contaminação e regras para descontaminação; ! monitoração dos níveis de radiação; ! controle de instrumentos e registros; ! instruções de serviço para trabalhos com material radioativo.

1.1.5. DOCUMENTAÇÃO Os resultados e pareceres sobre as monitorações durante as medidas controladoras, durante as atividades de manutenção e modificações são documentados. A conservação da documentação de radioproteção referente a cada unidade é de responsabilidade da ERP de cada local. O tempo mínimo para a conservação desta documentação não será inferior a 5 anos. Os principais documentos e registros que devem ser conservados são:

! os procedimentos de trabalho; ! os relatórios de dose de radiação individuais; ! os resultados das monitorações do local de trabalho; ! as avaliações dos níveis de contaminação;

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! os pareceres técnicos; ! os certificados de calibração; ! os movimentos de materiais radioativos; ! os treinamentos de radioproteção.

1.1.6. REFERÊNCIAS (1) Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN-NE-3.01, Diretriz Básica de

Radioproteção, 1988. (2) Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN-NE-3.02, Serviços de

Radioproteção, 1988. (3) Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN-NE-6.02, Licenciamento de

Instalações Radiativas, 1984. (4) International Commission on Radiological Protection, ICRP-Publication 26,

Recommendations of the ICRP. (5) International Commission on Radiological Protection, ICRP-Publication 35,

General Principles of Monitoring for Radiation Protection of Workers.

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1.2. CARACTERÍSTICAS DO PROGRAMA DE RADIOPROTEÇÃO As instalações radiativas ou nucleares do ipen são compostas pelos edifícios que formam a Diretoria de Aplicações de Técnicas Nucleares; a Diretoria de Materiais e Ciclo do Combustível; a Diretoria de Reatores Nucleares; e a Diretoria Segurança Radiológica. A figura - 1.2.1. mostra a distribuição dos edifícios que conformam cada um dos Departamentos que compõem essas Diretorias. Uma análise resumida dos problemas de segurança radiológica e nuclear requer estabelecer uma divisão das unidades do ipen em áreas, onde são contemplados distintos aspectos.

Figura 1.2.1. Planta de Localização das Unidades Existentes no ipen Edifícios que compõem as Diretorias de Administração e de Infra-Estrutura Edifícios que compõem a Diretoria de Reatores Nucleares Edifícios que compõem a Diretoria de Aplicações de Técnicas Nucleares Edifícios que compõem a Diretoria de Materiais e Ciclo do Combustível Edifícios que compõem a Diretoria de Segurança Nuclear Outras Unidades dentro da Planta do ipen Administradas pela Marinha do Brasil

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1.2.1. CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE TRABALHO As áreas de trabalho de acordo com as disposições de segurança são classificadas considerando o local onde se encontram as fontes de radiação propriamente dito e as áreas de suporte. Nas áreas onde se encontram as fontes de radiação consideramos duas situações, a saber:

a) as unidades geradoras e produtoras de radiação ionizante se encontram em funcionamento, isto é, estão irradiando, em cujo caso dá-se origem a uma importante fonte de radiação. Nestas condições, o esquema de segurança é baseado fundamentalmente nos elementos blindagem e sistemas de intertravamento que prevêem a impossibilidade de acesso aos setores de irradiação.

b) as unidades geradoras e produtoras de radiação ionizante não encontram-se em funcionamento, isto é, não estão operando, os níveis de radiação nos recintos são originados pela atividade induzida nos materiais e pelas fontes de radiação ionizante existentes nos locais, que constituem uma fonte de irradiação externa a ser considerada; e os produtos dispersos no ar dos recintos devido a manipulação de materiais irradiados, processamento de materiais radioativos e produtos de ativação, assim como a possível atividade dos aerossóis que constituem uma fonte de contaminação interna. Portanto, nesta situação, o esquema de segurança considera como prioritários outros critérios tais como: tempos de espera para que se produza um decaimento satisfatório dos produtos de ativação, e tempos de permanência para impedir exposições prolongadas, assim como um sistema de ventilação e de renovação do ar adequados nos ambientes a serem freqüentados.

Nas áreas de suporte onde são apresentados riscos de contaminação e irradiação, que variam de acordo com as características do local, são considerados os procedimentos operacionais. A determinação das áreas de acesso regulamentado considera as condições descritas anteriormente.

1.2.1.1. CARACTERIZAÇÃO DOS LOCAIS DE TRABALHO As áreas da instituição ipen são classificadas em função do risco de exposição e contaminação. A seguir são apresentados os critérios de classificação. a) Área Restrita Controlada Locais onde possam ocorrer contaminações radioativas acima dos valores estabelecidos nas diretrizes básicas de radioproteção, norma CNEN-NE-3.01, para o ar e superfície, e onde os níveis de radiação externa possam resultar em doses individuais iguais ou superiores a 7,5 µSv/h, ou iguais ou superiores a 15 mSv acumulados em um ano. O acesso a estes locais é controlado, somente pessoal autorizado tem acesso aos mesmos. Nestes locais prevê-se o uso obrigatório de equipamentos de proteção individual, EPIs, específicos para o exercício das tarefas, bem como a monitoração

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individual regulamentária e de alerta, e a monitoração dos níveis de contaminação. b) Área Restrita Supervisionada Locais onde os níveis de radiação externa possam resultar em doses individuais superiores a 0,5 µSv/h porém inferiores a 7,5 µSv/h, ou inferiores a 15 mSv acumulados em um ano, e onde existe a possibilidade, ainda que remota, de contaminação radioativa. O acesso a estes locais requer autorização do chefe da instalação ou do supervisor de radioproteção, e devem ser observadas as normas de radioproteção. c) Área Livre Locais onde a possibilidade de radiação externa é remota, resultando em doses individuais inferiores a 0,5 µSv/h, ou inferiores a 1 mSv acumulado em um ano, e onde não existe a possibilidade de contaminação radioativa. Basicamente o critério para a classificação de áreas fundamentou-se na quantidade e forma como são apresentados os materiais radioativos.

1.2.2. CONTROLE DE ACESSO A entrada e saída de pessoal, na instituição ipen, se faz através de duas portarias centrais. A circulação de pessoal, nas áreas restritas, é regida por um procedimento administrativo denominado “controle de acesso de pessoal ”, específico a cada unidade classificada como instalação radiativa ou nuclear no ipen. Os equipamentos de monitoração da radiação estão dispostos nos locais que dão acesso aos ambientes com radiação em cada unidade independente de acordo com as intensidades de radiação. A circulação de cargas, na instituição ipen, é regida pelo procedimento administrativo denominado “controle de acesso de cargas” específico a cada unidade, de tal maneira que não haja cruzamentos com as rotas de circulação de pessoal.

1.2.3. CONTROLE DAS DOSES OCUPACIONAIS As doses ocupacionais nas instalações radiativas ou nucleares do ipen são efetuadas mediante:

! o controle radiológico do pessoal e das áreas de trabalho de cada unidade independente;

! o controle dos mecanismos e dispositivos existentes na instalação; e ! o estabelecimento de controles administrativos.

1.2.3.1. MONITORAÇÃO INDIVIDUAL Todos os trabalhadores que tem acesso às áreas controladas são monitorados com dosímetros apropriados. Adicionalmente estes trabalhadores também portam dosímetros de alerta. Os procedimentos para a monitoração dos trabalhadores, incluindo o tipo de dosímetro e a freqüência de troca dos mesmos são estabelecidos pelo supervisor de radioproteção de cada unidade. Os resultados das medidas de doses dos trabalhadores são registrados conforme as exigências estabelecidas pela CNEN.

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1.2.3.2. MONITORAÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO Devido às várias atividades executadas nos diferentes prédios que compõem a instituição ipen, prevê-se que o trabalhador se exporá à radiação sofrendo irradiação externa e interna, bem como existirá a possibilidade de apresentar contaminação no ar e em superfícies, razão pela qual tornam-se necessários todos os tipos de monitoração do local de trabalho, a saber:

! monitoração do local de trabalho para radiação externa; ! monitoração do local de trabalho para contaminação de superfície; ! monitoração do local de trabalho para contaminação do ar.

A instituição ipen conta com equipamentos apropriados para a medida da radiação e níveis de contaminação, sendo que a monitoração é realizada nos recintos onde se encontram instaladas as fontes de radiações ionizantes, nos laboratórios de manuseio e manutenção de sistemas, e nos locais de armazenamento de materiais radioativos. A freqüência estabelecida e os pontos escolhidos para as monitorações são definidos nos planos específicos de cada unidade classificada como instalação radiativa ou nuclear, pela ERP de cada prédio, de acordo com as operações envolvidas e o risco potencial oferecido em cada edifício. Estas monitorações permitem confirmar a definição das áreas restritas controladas e supervisionadas e indicam qualquer falha apresentada nas medidas de controle. Os instrumentos utilizados são capazes de indicar claramente as taxas de dose medidas durante a operação normal, sem que seja excedido o intervalo de medição e são conservados disponíveis em número suficiente e do tipo necessário para as medidas. Quando qualquer visitante tiver acesso às áreas controladas da instituição ipen, estes serão escoltados por técnico de radioproteção ou por uma pessoa qualificada e estarão sujeitos às regras estabelecidas para os trabalhadores.

1.2.3.3. CONTROLE DOS MECANISMOS E DISPOSITIVOS Para garantir a operação segura da instituição ipen, a organização que a opera estabeleceu um programa de ensaios de manutenção de todas as suas funções de segurança. A manutenção de todos os componentes da instituição é realizada de acordo com as instruções do fabricante e encontra-se estabelecida no manual de operação específico a cada edifício classificado como instalação radiativa ou nuclear.

1.2.3.4. FIXAÇÃO DOS CONTROLES ADMINISTRATIVOS. Estes controles estão baseados fundamentalmente na aplicação de princípios para a classificação das áreas de trabalho; o controle das pessoas que nelas trabalham; o controle administrativo para o cumprimento do programa de monitoração da radiação e da segurança física.

1.2.4. CONTROLE DE CONTAMINAÇÃO Todo trabalhador antes de iniciar os trabalhos nas áreas da instituição ipen são instruídos quanto às suas responsabilidades em relação ao programa de radioproteção; recebem cópia do procedimento “ regras gerais para trabalhos em áreas radiológicas”.

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Os operadores devem estar familiarizados com: ! as bases de desenho, operação e manutenção preventiva dos dispositivos

existentes em cada instalação da instituição ipen; ! os princípios e práticas de radioproteção; ! os aspectos biológicos das radiações ionizantes; ! os procedimentos escritos para as operações de rotina e emergência; e ! as exigências básicas ditadas pela CNEN.

1.2.4.1. NÍVEIS DE CONTAMINAÇÃO DO AR O nível de contaminação do ar é verificado em cada uma das instalações que apresentam risco de contaminação através da amostragem com filtro e bomba amostradora portátil ou equipamentos fixos nos sistemas de limpeza do ar de cada prédio, ou equipamentos semi portáteis autônomos distribuídos nos ambientes de trabalho de cada instalação. A observação de uma medida superior a 1/10 da CAD ( concentração no ar derivada ) para qualquer radionuclídeo, é objeto de uma averiguação detalhada dos procedimentos operacionais. O ar lançado através do sistema de ventilação de cada instalação, depois do sistema de filtração, é monitorado com um detetor fixo na chaminé e avaliado quanto a sua eficiência por um programa de monitoração ambiental.

1.2.4.2. NÍVEIS DE CONTAMINAÇÃO DE SUPERFÍCIE É realizada a limpeza sistemática dos locais de trabalho e circulação de pessoal, com o objetivo de reduzir ao mínimo a contaminação de superfícies e a dispersão de material radioativo para fora das áreas restritas. Os níveis de contaminação de superfícies são averiguados com uma freqüência preestabelecida nos planos específicos de cada instalação radiativa ou nuclear, em pontos selecionados da instalação, de acordo com a probabilidade de ocorrência de contaminação. Quando necessário são realizadas medidas aleatórias para demonstrar as condições de limpeza nas outras áreas da instalação. As medidas são realizadas com monitores para contaminação portáteis ou pelo método indireto pela amostragem com material absorvedor. Todo trabalhador, ao sair de uma área com potencial para contaminação de superfície, terá as suas vestimentas e partes do corpo desprotegidas monitoradas com monitores para contaminação tipo pés, mãos e roupas.

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1.2.4.3. NÍVEIS DE CONTAMINAÇÃO INDIVIDUAL O controle individual de incorporação de material radioativo é realizado por método direto, em contador de corpo inteiro, ou coleta de amostras biológicas, com freqüência estabelecida pela ERP de cada local em conjunto com o responsável pelo laboratório de dosimetria interna do ipen. Os locais de circulação de pessoal é controlado pela monitoração de contaminação do ar e de superfícies e qualquer indício de contaminação radioativa acima dos valores recomendados, é averiguado através da monitoração individual de incorporação com função especial.

1.2.5. CONTROLE DA EXPOSIÇÃO DO PÚBLICO. Normalmente não são necessárias condições especiais para controlar a radiação do público. As medidas de controle das exposições ocupacionais são suficientes também para controlar a exposição do público. São tomadas medidas de segurança para evitar o acesso de pessoas não autorizadas nas áreas restritas da instituição ipen. Os rejeitos radioativos são transferidos das unidades classificadas como instalação radiativa ou nuclear para um local autorizado destinado aos mesmos na instituição ipen.

1.2.6. FONTES DE RADIAÇÃO Toda fonte de radiação pressupõe a existência de riscos potenciais, incluindo a exposição às radiações ionizantes. Estes riscos são aumentados a medida que existe negligência quanto à utilização destas fontes de radiação. As principais fontes de radiação são oriundas da operação de cada unidade independente existente na área da instituição ipen. Devido à multiplicidade de laboratórios e dispositivos existentes na instituição ipen encontramos em sua localidade fontes emissoras de radiação ionizante emitindo radiação gama, X, nêutrons, alfa, beta e outras de menor interesse para os propósitos de radioproteção. A contribuição relativa a cada fonte de radiação existente nas unidades classificadas como instalações radiativas ou nucleares na instituição ipen será descrita nos planos específicos de cada unidade independente.

1.2.7. INSTRUMENTAÇÃO DE RADIOPROTEÇÃO Para alcançar o objetivo de radioproteção, os equipamentos de radioproteção encontram-se disponíveis em números suficientes e tipos necessários. A quantidade e tipo de dispositivos de radioproteção empregados são adaptados para cada aplicação em questão. Os instrumentos que são usados para atender ao plano de radioproteção incluem: a) Monitores de radiação

! monitores portáteis de taxa de dose - para medida dos níveis de radiação; ! dosímetros individuais - para medida da dose de corpo inteiro e

extremidades; ! monitores de pés, mãos e roupas - para medida dos níveis de

contaminação;

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! monitores fixos de taxa de dose, com alarme - para controle dos níveis de radiação;

! instrumento para monitoração da atividade presente no ar - fixo na chaminé;

! equipamento para amostragem de ar com filtro; ! monitores de nêutrons.

b) Proteção para o corpo

! sistema de intertravamento eletro-mecânico; ! roupa de proteção contra contaminação; ! máscaras de proteção com filtros; ! luvas, macacão e touca; ! botas, sapatilhas; ! óculos de proteção.

c) Blindagem móvel para radiação

! tijolos para blindagem - chumbo, concreto, parafina; ! anteparos blindados.

d) Outros materiais

! recipientes para coleta de rejeitos; ! materiais para estabelecer demarcação, símbolos para marcação e

sinalização; ! materiais para descontaminação; ! equipamentos para limpeza; ! equipamentos para comunicação visual e audível.

1.2.7.1. EQUIPAMENTOS PARA A MONITORAÇÃO INDIVIDUAL A dose de corpo inteiro é determinada para todos os trabalhadores cujo acesso é permitido nas áreas restritas controladas. Para a monitoração individual são empregados:

! dosímetros integradores passivos tipo DTL ( dosímetro termoluminescente ), para corpo inteiro e extremidades, para avaliação da radiação eletromagnética; e

! dosímetros integradores passivos tipo DTL ( dosímetro termoluminescente ) albedo e traço gravado (CR39), para avaliação da radiação neutrônica.

Com o método DTL utilizado, é atribuído o valor máximo de 0,2 mGy ao limite significativo, com isto, supõe-se que o valor mínimo de dose que pode ser especificado mediante a troca mensal do dosímetro é de 2,4 mGy/ano. A falta de meios dosimétricos individuais para a avaliação da dose recebida como conseqüência de uma exposição a nêutrons com energia superior à térmica, é suprida mediante o estabelecimento de áreas de trabalho, nas quais é limitado o tempo de permanência de maneira tal que a soma das doses recebidas como conseqüência da irradiação, permaneça inferior a décima parte do limite derivado correspondente ao limite de dose recomendado. Para a monitoração individual de alerta são empregadas câmara de ionização de bolso, tipo caneta dosimétrica.

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Para a monitoração da contaminação individual são usados monitores de bancada com sonda geiger - müller ( GM ) tipo panqueca, para avaliação da contaminação beta-gama. Para a avaliação da contaminação interna é feita a medida direta em um contador de radioatividade corporal. O sistema que utilizamos permite medir atividades incorporadas inferiores a 3 ordens de grandeza dos LIAs ( limite de incorporação anual ) correspondentes aos emissores encontrados na instituição ipen. Também é empregada a monitoração indireta através da coleta de material biológico.

1.2.7.2. EQUIPAMENTOS PARA A MONITORAÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO. O sistema de monitoração do local de trabalho é constituído por instrumentação fixa e portátil. Na escolha da instrumentação correspondente considerou-se a necessidade de conjugar a sua robustez com a confiabilidade, rendimento de detecção e fundo intrínseco do sistema, buscando para a medida dos níveis normais de radiação os equipamentos que possuem os menores limites de detecção e para a medida dos níveis altos e esporádicos ou acidentais aqueles que possuem altos valores de saturação. O sistema de monitoração nos lugares de acesso restrito conta com conjuntos desenhados e construídos para funcionarem de uma maneira autônoma, que permitem a medida dos níveis de radiação X e gama mediante o uso de detetores GM, com limiar energético para a medida da radiação eletromagnética de 40 keV. O limiar eficaz dos detetores GM para radiação eletromagnética, em termos de dose absorvida no ar, é de 0,1 µGy/h. A delimitação de áreas onde existem campos mistos nêutron-gama, é realizada mediante sistemas portáteis de detecção e medida, com resposta em termos de dose equivalente, desde a energia de nêutrons térmicos até 16 MeV. Para isto a instalação conta com detetores cintiladores ou contadores proporcionais. Com os equipamentos portáteis de detecção que a instituição ipen possui, podem ser medidas com boa confiabilidade, taxas de dose a partir de 1µGy/h para radiação X e gama, e de 2µSv/h para nêutrons. Com os detetores correspondentes ao sistema fixo de monitoração podem ser realizadas medidas de taxa de dose de 0,1µGy/h de radiação eletromagnética no ar.

1.2.7.3. CONTROLE DOS EQUIPAMENTOS A ERP de cada unidade realiza testes de verificação periódicos para garantir que os detetores estão em condições de uso. Além dos testes de verificação os equipamentos são inspecionados regularmente quanto a calibração e manutenção. Os resultados de manutenções e testes de verificação são registrados na documentação de radioproteção. Os dosímetros individuais são remetidos pela ERP de cada unidade, dentro dos intervalos estabelecidos, para o Departamento responsável pela avaliação. A roupa de proteção é verificada, após seu uso, quanto aos níveis de contaminação e condições de uso, e é trocada quando necessária. Os filtros de máscaras de proteção são trocados e as máscaras regularmente testadas quanto a fugas na vedação. Neste contexto os intervalos de datas de

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expiração dos filtros sugeridos pelo fabricante são observados como exigência mínima.

1.2.8. AVALIAÇÃO DAS DOSES A dose individual relacionada com a atividade do trabalho envolvido e a dose coletiva resultante para o grupo de trabalhadores é calculada em base a valores de realimentação de atividades similares já realizadas na instituição ipen. Os resultados observados para os grupos de trabalhadores existentes na instituição ipen são apresentados nos planos específicos relativos a cada unidade independente da instituição ipen. Em intervalos regulares a ERP de cada local medirá e analisará a taxa de dose local e os níveis de contaminação, cujos resultados auxiliarão na realimentação e revisão dos procedimentos operacionais. O fluxo de informação dentro da instituição ipen relativo às seqüências de trabalho é tal que a ERP de cada local participa do planejamento em todas as etapas.

1.2.9. REFERÊNCIAS (1) Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN-NE-3.01, Diretriz Básica de

Radioproteção, 1988. (2) Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN-NE-3.02, Serviços de

Radioproteção, 1988.

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1.3. PROGRAMA DE MONITORAÇÃO PARA OS EFLUENTES E REJEITOS RADIOATIVOS. Em princípio, qualquer instalação radiativa libera nos rejeitos dos processos quantidades de efluentes que podem dar origem a uma degradação da qualidade ambiental, portanto, é necessário fazer um controle da eliminação dos poluentes radioativos, de tal maneira que os níveis de contaminação ambiental sejam tão baixos quanto razoavelmente exeqüíveis.

1.3.1. MONITORAÇÃO DOS EFLUENTES GASOSOS A monitoração dos efluentes gasosos é efetuada mediante o uso de contadores instalados nas chaminés de cada instalação radiativa ou nuclear independente, logo após o sistema de filtração. Os valores de acionamento dos mecanismos de segurança de cada instalação estão estabelecidos nos documentos que tratam deste assunto para cada local específico.

1.3.2. MONITORAÇÃO DOS EFLUENTES LÍQUIDOS Durante os trabalhos com materiais radioativos na instituição ipen, poderão resultar rejeitos radioativos sob forma líquida. Os possíveis rejeitos radioativos líquidos são provenientes das águas de lavagem originadas na limpeza de pisos, na descontaminação de peças e equipamentos, e na descontaminação de pessoas; também são gerados rejeitos líquidos provenientes dos processos empregados em cada instalação independente. As águas de lavagem são lançadas na rede de esgoto convencional sem nenhuma consideração específica. Os fluídos gerados nas linhas de processo são monitorados quanto aos contaminantes existentes e quando necessários são armazenados adequadamente em local próprio em cada instalação independente e posteriormente recolhida para um local de gerenciamento de rejeitos provisório existente na instituição ipen.

1.3.3. MONITORAÇÃO DOS REJEITOS SÓLIDOS Durante os trabalhos com materiais radioativos na instituição ipen, poderão resultar rejeitos radioativos sob forma sólida de diversas procedências que serão:

! coletados em recipientes adequados, tais como, sacos de papel envoltos em bolsas plásticas e tambores de 200 L em aço, e

! preparados para o armazenamento de acordo com as condições específicas de armazenamento.

Os possíveis rejeitos sólidos são oriundos dos : ! produtos de ativação em reatores e aceleradores, material estrutural dos

sistemas de processo, em sua maioria materiais não compactáveis; ! processos de limpeza, irradiação, processamento e separação isotópica;

e ! procedimentos operacionais aplicáveis às instalações radiativas e

nucleares, em sua maioria materiais compactáveis. Estes rejeitos radioativos são monitorados e segregados segundo procedimentos específicos estabelecidos pelo NR.

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1.3.4. REFERÊNCIAS (1) Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN-NE-6.05, Gerência de

Rejeitos Radioativos em Instalações Radiativas, 1985.

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1.4. CARACTERÍSTICAS DO PROJETO DE RADIOPROTEÇÃO O modelo de radioproteção das instalações nucleares e radiativas está baseado nos princípios fundamentais de segurança e proteção definidos pela Comissão Internacional de Proteção Radiológica, ICRP, e apresentados a seguir:

! Reforço da cultura de segurança para melhorar as atitudes e comportamentos dos indivíduos e da organização;

! A segurança da instalação, a radioproteção dos trabalhadores e do público e a preservação do meio ambiente são princípios fundamentais do funcionamento da instalação;

! Toda atividade que implique em exposição às radiações ionizantes deve proporcionar à sociedade e aos indivíduos expostos um benefício que compense o detrimento potencial à saúde causado por tal exposição;

! As instalações e as fontes de radiação nelas contidas estão devidamente dotadas com as medidas adequadas de segurança e proteção;

! O desenho das instalações e seus procedimentos de operação estão de acordo com os princípios de defesa em profundidade para compensar possíveis falhas nos dispositivos de segurança e prevenção;

! A segurança da instalação e a proteção dos trabalhadores e do público está reforçada pela máxima qualidade na engenharia dos edifícios e no gerenciamento adequado das operações;

! O princípio utilizado para por em prática uma intervenção no caso de uma emergência radiológica está justificado nos procedimentos específicos a cada situação.

1.4.1. ESTRATÉGIAS DE RADIOPROTEÇÃO Um primeiro passo para assegurar êxito na cultura de radioproteção foi estender o campo de atuação desta. Portanto, a radioproteção é em uma exigência básica para as linhas estratégicas e para a política da instituição, na busca de modernização e melhoria constante nas técnicas de gerenciamento. O elemento principal para iniciar, implantar e manter a cultura de radioproteção é o órgão de máxima representação e decisão na instituição, ou seja, o Superintendente do ipen, pois é sobre ele que recai a competência da concessão de recursos e a definição da cultura a ser implantada em toda a instituição. A Superintendência inclui em suas formulações estratégicas assumir como princípio fundamental o objetivo permanente da proteção dos trabalhadores, a prevenção de acidentes e a proteção do meio ambiente. Está demonstrado, através da experiência, que a operação das instalações radiativas e nucleares na organização ipen com menores doses coletivas apresentam melhores indicadores de funcionamento. Menores doses significam menor tempo nas zonas de radiação, maior confiabilidade nos equipamentos, maior disponibilidade de pessoal, menores custos de manutenção, maior tempo dedicado à formação e treinamento e portanto maiores benefícios econômicos. As ERP de cada instalação radiativa ou nuclear da organização ipen não são as únicas responsáveis pelo bom funcionamento destas instalações, a responsabilidade é distribuída para todos os trabalhadores que participam da operação.

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1.4.2. CONSIDERAÇÕES RELATIVAS AO DESENHO Para poder atender corretamente aos propósitos de radioproteção na organização ipen, as instalações radiativas ou nucleares em seu desenho consideram alguns aspectos, tais como:

! os espaços livres suficientes para acesso de pessoal e equipamentos; ! a redução da exposição de pessoal à radiação ao mínimo valor possível; ! a retirada, armazenamento e instalação de elementos estruturais,

blindagens, isolamentos e outros equipamentos necessários; ! a previsão de dispositivos de descontaminação adequados; ! a segurança física dos locais.

Os detalhes referentes a estes aspectos serão discutidos quando do estudo individual de cada instalação radiativa ou nuclear em seus documentos específico.

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PLANO GERAL DE RADIOPROTEÇÃO DAS INSTALAÇÕES NUCLEARES E RADIATIVAS DO IPEN-CNEN/SP - PGRP ............................................................................................................................................... 1

1. DESCRIÇÃO DA INSTALAÇÃO ................................................................................................................... 2

1.1. DESCRIÇÃO DOS DISPOSITIVOS EMISSORES DE RADIAÇÃO. ........................................................ 2

1.1.1. DIRETRIZES ............................................................................................................................................. 3

1.1.2. CONSIDERAÇÕES DE PROJETO .......................................................................................................... 3

1.1.3. CONSIDERAÇÕES DE OPERAÇÃO ....................................................................................................... 4

1.1.3.1. ORGANIZAÇÃO ..................................................................................................................................... 4

Figura 1.1.1. Organograma da Diretoria de Segurança Nuclear ........................................ 5

1.1.3.2.1. SUPERVISOR DE RADIOPROTEÇÃO ............................................................................................. 6

1.1.3.2.2. TÉCNICO DE RADIOPROTEÇÃO .................................................................................................... 6

1.1.3.3. QUALIFICAÇÃO DO PESSOAL ........................................................................................................... 7

1.1.3.3.1. SUPERVISOR DE RADIOPROTEÇÃO ............................................................................................. 7

1.1.3.3.2. TÉCNICO DE RADIOPROTEÇÃO .................................................................................................... 7

1.1.3.4. PROGRAMA DE TREINAMENTO ....................................................................................................... 7

1.1.4. PROCEDIMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO.......................................................................................... 7

1.1.5. DOCUMENTAÇÃO ................................................................................................................................... 7

1.1.6. REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 8

1.2. CARACTERÍSTICAS DO PROGRAMA DE RADIOPROTEÇÃO............................................................ 9

Figura 1.2.1. Planta de Localização das Unidades Existentes no ipen ................................. 9

1.2.1. CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE TRABALHO ................................................................................. 10

1.2.1.1. CARACTERIZAÇÃO DOS LOCAIS DE TRABALHO ....................................................................... 10

a) Área Restrita Controlada .................................................................................................... 10

b) Área Restrita Supervisionada ............................................................................................. 11

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c) Área Livre ......................................................................................................................... 11

1.2.2. CONTROLE DE ACESSO ....................................................................................................................... 11

1.2.3. CONTROLE DAS DOSES OCUPACIONAIS......................................................................................... 11

1.2.3.1. MONITORAÇÃO INDIVIDUAL.......................................................................................................... 11

1.2.3.2. MONITORAÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO ................................................................................. 12

1.2.3.3. CONTROLE DOS MECANISMOS E DISPOSITIVOS ...................................................................... 12

1.2.3.4. FIXAÇÃO DOS CONTROLES ADMINISTRATIVOS........................................................................ 12

1.2.4. CONTROLE DE CONTAMINAÇÃO ...................................................................................................... 12

1.2.4.1. NÍVEIS DE CONTAMINAÇÃO DO AR .............................................................................................. 13

1.2.4.2. NÍVEIS DE CONTAMINAÇÃO DE SUPERFÍCIE ............................................................................ 13

1.2.4.3. NÍVEIS DE CONTAMINAÇÃO INDIVIDUAL .................................................................................. 14

1.2.5. CONTROLE DA EXPOSIÇÃO DO PÚBLICO....................................................................................... 14

1.2.6. FONTES DE RADIAÇÃO ....................................................................................................................... 14

1.2.7. INSTRUMENTAÇÃO DE RADIOPROTEÇÃO ..................................................................................... 14

a) Monitores de radiação ......................................................................................................... 14

b) Proteção para o corpo.......................................................................................................... 15

c) Blindagem móvel para radiação.......................................................................................... 15

d) Outros materiais................................................................................................................... 15

1.2.7.1. EQUIPAMENTOS PARA A MONITORAÇÃO INDIVIDUAL .......................................................... 15

1.2.7.2. EQUIPAMENTOS PARA A MONITORAÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO.................................. 16

1.2.7.3. CONTROLE DOS EQUIPAMENTOS ................................................................................................. 16

1.2.8. AVALIAÇÃO DAS DOSES ...................................................................................................................... 17

1.2.9. REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 17

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1.3. PROGRAMA DE MONITORAÇÃO PARA OS EFLUENTES E REJEITOS RADIOATIVOS. ............. 18

1.3.1. MONITORAÇÃO DOS EFLUENTES GASOSOS ................................................................................. 18

1.3.2. MONITORAÇÃO DOS EFLUENTES LÍQUIDOS ................................................................................ 18

1.3.3. MONITORAÇÃO DOS REJEITOS SÓLIDOS....................................................................................... 18

1.3.4. REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 19

1.4. CARACTERÍSTICAS DO PROJETO DE RADIOPROTEÇÃO ............................................................... 20

1.4.1. ESTRATÉGIAS DE RADIOPROTEÇÃO ............................................................................................... 20

1.4.2. CONSIDERAÇÕES RELATIVAS AO DESENHO ................................................................................ 21