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2014 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS PLANO MINEIRO DE ATENÇÃO INTEGRAL À PESSOA IDOSA

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2014

GOVERNO DO ESTADO

DE MINAS GERAIS

PLANO MINEIRO DE ATENÇÃO

INTEGRAL À PESSOA IDOSA

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PLANO MINEIRO DE

ATENÇÃO INTEGRAL À

PESSOA IDOSA

Dezembro de 2014

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GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Alberto Pinto Coelho

SECRETÁRIO DE ESTADO DE TRABALHO E DESENVOLVIMENTO

SOCIAL

Eduardo Prates Octaviani Bernis

SECRETÁRIO ADJUNTO DE TRABALHO E DESENVOLVIMENTO

SOCIAL

Juliano Fisicaro Borges

SUBSECRETÁRIA DE DIREITOS HUMANOS

Maria Juanita Godinho Pimenta

SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DE

DIREITOS E CIDADANIA

Fernanda Givisiez

SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍTICAS DE PROTEÇÃO DE DIREITOS

Mirella Vasconcelos Ferreira Barbosa

COORDENADORIA ESPECIAL DE POLÍTICAS PARA O IDOSO -

CEPID

Felipe Willer De Araújo Abreu Júnior

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COLABORADORES

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS – PUC

Anna Cristina Pegoraro De Freitas

MOVIMENTO DE LUTA PRÓ-IDOSO

Carlos Alberto Dos Passos

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS – UFMG

Cláudia Andrea Mayorga Borges

POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Danúbia Helena Soares Quadros

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CLUBES DA MELHOR IDADE

Ivone Luiza

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS - MPMG

Leonardo Coscarelli

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – OAB/MG

Lúcia Helena Aguiar

FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO - FJP

Luiza De Marilac De Souza

PASTORAL DA PESSOA IDOSA

Tereza Lucia De Lima

SERVIÇO VOLUNTÁRIO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - SERVAS

Vera Lúcia Lemos Santos

ELABORAÇÃO

Claryssa Christina Figueiredo De Almeida

Cláudia Muniz

Eduarda Lorena de Almeida

Fernanda Machado Givisiez

Juliane Aparecida Prado

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Esperança de vida ao nascer Distribuição percentual da condição da

população acima de 60 anos no domicílio por grupo etário - Minas Gerais –

2011.............................. .................................................................................................. 15

GRÁFICO 2 - . Distribuição percentual da condição da população acima de 60 anos

no domicílio por grupo etário - Minas Gerais – 2011 ................................................ 16

GRÁFICO 3 - Taxa de analfabetismo da população acima de 60 anos por região de

planejamento e Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) – Minas Gerais

– 2011............ ................................................................................................................. 17

GRÁFICO 4 - .................. Denúncias Disque 100 – Pessoa Idosa 2013 (Minas Gerais)

19

GRÁFICO 5 - ...... Denúncias no Disque Direitos Humanos 2013 – Proteção ao idoso

(Minas Gerais)........... ................................................................................................... 19

GRÁFICO 6 - ......... Crime contra o idoso – Tipo de violação – Minas Gerais - 2013)

20

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - ....................................................................... Diretrizes e Eixos temáticos

24

ANEXO 1 – Diagnóstico Completo da situação da pessoa idosa em Minas Gerais 74

ANEXO 2 – Quadro de ações Vigentes ..................................................................... 147

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................. 8

2. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10

3. A PESSOA IDOSA EM MINAS GERAIS .......................................................... 13

4. METODOLOGIA DE CRIAÇÃO DO PLANO ................................................. 21

4.1. Diagnóstico ............................................................................................................. 21

4.2. Interlocução entre as Secretarias de Estado e Grupo de Consultoria e

Participação ................................................................................................................... 21

5. ESTRUTURA DO PLANO .................................................................................. 23

6. DIRETRIZES E EIXOS TEMÁTICOS .............................................................. 24

7. DIRETRIZ 01: PESSOAS IDOSAS E O DESENVOLVIMENTO .................. 25

7.1. Eixo 01: Participação ativa na sociedade e no desenvolvimento ....................... 25

7.2. Eixo 02: Emprego e envelhecimento da força de trabalho ................................ 28

7.3. Eixo 03: Desenvolvimento rural, migração e urbanização ................................ 31

7.4. Eixo temático 04: Acesso ao conhecimento, à educação e à capacitação .......... 34

7.5. Eixo temático 05: Solidariedade intergeracional ................................................ 37

7.6. Eixo temático 06: Situações de emergência ......................................................... 38

8. DIRETRIZ 02: PROMOÇÃO DA SAUDE E BEM-ESTAR NA VELHICE .. 42

8.1. Eixo temático 07: Promoção da saúde e do bem-estar durante toda a vida .... 42

8.2. Eixo temático 08: Acesso universal e equitativo aos serviços de assistência à

saúde e de assistência social ......................................................................................... 49

8.3. Eixo temático 09: Os idosos e a AIDS .................................................................. 53

8.4. Eixo temático 10: Capacitação de prestadores de serviço de saúde e de serviço

social ............................................................................................................................... 54

8.5. Eixo temático 11: Necessidades relacionadas com a saúde mental de idosos .. 55

9. DIRETRIZ 03: CRIAÇÃO DE AMBIENTE PROPÍCIO E FAVORÁVEL .. 58

9.1. Eixo temático 12: Pessoas Idosas e acessibilidade .............................................. 58

9.2. Eixo temático 13: Moradia e condições de vida .................................................. 60

9.3. Eixo temático 14: Cuidado e apoio aos cuidadores ............................................ 62

9.4. Eixo temático 15: Violência contra a pessoa idosa ............................................. 65

9.5. Eixo temático 17: Imagens do envelhecimento ................................................... 69

9.6. Eixo temático 18: Conselhos de controle social .................................................. 71

ANEXOS ....................................................................................................................... 73

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1. APRESENTAÇÃO

O Plano Mineiro de Atenção Integral á Pessoa Idosa traduz um compromisso do

Governo do Estado de Minas Gerais, por meio de sua Secretaria de Trabalho e

Desenvolvimento Social, Subsecretaria de Direitos Humanos – SEDESE-SUBDH, com

a efetivação dos direitos da pessoa idosa. O documento leva em conta as deliberações

das três Conferências Estaduais dos Direitos da Pessoa Idosa e os marcos regulatórios

existentes nos âmbito local, nacional e internacional.

O processo de formulação foi participativo e perseguiu uma construção

intersetorial no âmbito interno do governo e com a sociedade civil, privilegiando o

diálogo com o Conselho Estadual do Idoso.

O documento apresenta princípios, diretrizes e objetivos que norteiam as ações

estratégicas do governo. Estas, por sua vez, são organizadas por direitos e/ou temas

prioritários – Assistência Social; Saúde; Educação; Esporte, Lazer e Cultura; Combate à

Violência e Maus Tratos Contra a Pessoa Idosa; Efetivação dos Direitos da Pessoa

Idosa; Participação e Controle Democrático; Requalificação da Estrutura de Proteção

Integral à Pessoa Idosa; Formação, Estudos e Pesquisas. Tais ações estratégicas são

delineadas em atividades e prioridades.

É fundamental o fortalecimento das ações de atenção à pessoa idosa, a fim de

que os indivíduos de idade igual ou superior a sessenta anos possam fruir de seus

direitos e consolidar sua dignidade, numa perspectiva de envelhecimento ativo.

Assim, o Plano Mineiro de Atenção à Pessoa Idosa figura como um instrumento

essencial para a realização de um planejamento acerca da implantação, coordenação e

fortalecimento de políticas públicas voltadas para o idoso. Um plano estadual assume,

portanto, a função de sistematizar as ações a serem tomadas. Tudo isso contribui para

que as ações possam ter maior efetividade, uma vez que se encontrarão bem delineadas

com metas específicas.

A soma de ações das Secretarias de Estado, no intuito comum de incluir em suas

respectivas pastas medidas que contribuam com a promoção de direitos das pessoas

idosas é um passo importante para a integração das políticas. Tendo em vista a

diversidade da população idosa, as ações devem ser mesmo transversais, abarcando um

grande número de temáticas que tem lugar nas inúmeras Secretarias de Estado.

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Por outro lado, o diálogo com a sociedade civil é parte crucial do projeto de

construção do Plano de Atenção à Pessoa Idosa, uma vez que só com o respaldo da

sociedade é que ações podem ser fortalecidas com a legitimidade necessária. E, no mais,

as demandas por políticas públicas devem partir também dos anseios da sociedade civil,

que detém a vivência necessária para enriquecer o debate acerca da construção da

agenda para a pessoa idosa.

Finalmente, o Plano Mineiro de Atenção à Pessoa Idosa será uma ferramenta

essencial de monitoramento e fiscalização das ações políticas por parte da sociedade

civil, e, sobretudo, das próprias pessoas idosas, que, ao terem acesso a essa ferramenta,

assumirão um papel de protagonismo na luta pelos seus direitos.

Com o plano em mãos, a sociedade se tornará apta a conhecer melhor o que vem

sendo feito para a promoção, proteção e reparação de direitos dos idosos, dando mais

transparência a todas as ações e aumentando, assim, o nível de participação social.

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2. INTRODUÇÃO

Apesar das dificuldades e da lenta expansão econômica do país que impactaram

a arrecadação e as finanças do Estado de Minas Gerais, o resultado das ações de

Governo foi positivo em 2014, superando as previsões realizadas. O Estado já

conquistou patamar elevado de reconhecimento nacional e internacional, muito embora

se tenha conhecimento da necessidade de avanço e incremento dos indicadores de

diversas políticas públicas, de modo a tornar Minas o melhor lugar para se viver. Um

dos desafios para alcançar esta meta é promover um desenvolvimento com inclusão, que

contemple as especificidades da população idosa.

O Brasil caminha gradativamente para o envelhecimento de sua população e,

portanto, já não tem um perfil demográfico de um país jovem. Segundo o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Censo 2010, 9,4% da população brasileira

é idosa. Minas Gerais possui uma população acima de 60 anos na ordem de 10,9%, ou

seja, acima do percentual nacional. Para a população do estado, que é de 19.597.330 de

pessoas, este percentual corresponde a algo em torno de 1.797.920 pessoas idosas.

A Pesquisa por Amostra de Domicílios de Minas Gerais (PAD-MG) indica que,

em 2011, a população idosa mineira atingiu o percentual de 11,8% do total populacional

do Estado. A proporção de pessoas idosas em relação ao restante da população quase

dobrou entre o período de 1980 e 2010, passando de 6,1% para 11,8%1. Verifica-se,

ainda, essa tendência populacional pelo índice de envelhecimento estimado pela razão

entre a população de 60 anos ou mais e o grupo de 0 a 14 anos. Até 1991, para cada 100

mineiros na faixa etária até 14 anos, havia 22,3 idosos, contudo, em 2010, esse número

aumentou mais que o dobro, chegando a 52,62.

O panorama de envelhecimento apresentado indica a urgência de políticas

públicas que atendam a esse considerável número de pessoas. Ressalte-se, no entanto,

que a condição humana desse segmento social deve ser a pedra fundamental de qualquer

ação política, não só em razão do vertiginoso crescimento da população idosa, mas em

função, sobretudo, da necessidade de se garantir os direitos da pessoa idosa.

1 Boletim PAD-MG, ano 1, n. 1, maio 2011 – Belo Horizonte, Fundação João Pinheiro, Centro

de Estatística e Informações, 2011.

2 Boletim PAD-MG, 2011 apud FERREIRA et al, 2012.

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As políticas públicas devem ser orientadas por um fundamental marco teórico do

envelhecimento: a perspectiva Life-Span. Essa perspectiva é importantíssima para

pensar a temática da pessoa idosa, uma vez que propõe a alteração da visão de que a

pessoa idosa deve ser tratada como um ser passivo e doente, concebendo, por sua vez, o

desenvolvimento como uma possibilidade durante todo o percurso de vida3. A velhice é,

então, compreendida como um processo multideterminado e heterogêneo, assim sendo,

nenhuma circunstancia etária pode ser assumida como princípio geral ou obstáculo

natural, uma vez que “em todas as fases, o ser humano pode desenvolver habilidades

que o auxiliam em sua capacidade adaptativa4”.

Neste sentido, com o intuito de que a pessoa idosa possa se desenvolver e

alcançar a realização da sua plena dignidade, nos termos do que entoa a Constituição

Federal de 1988, as políticas públicas, na ótica da perspectiva do Life Span, devem criar

oportunidades para que a pessoa idosa realize suas potencialidades. Ora, caso não sejam

proporcionados meios de acesso aos seus direitos e fomentados contextos para o

desenvolvimento da pessoa idosa, a consolidação da sua dignidade se torna

obstaculizada.

Ante ao quadro exposto, a criação do Plano Mineiro de Atenção à Pessoa Idosa é

medida que se impõe a fim de articular ações públicas de atendimento aos idosos e

fornecer condições para que a pessoa idosa possa alcançar seus direitos, concretizar suas

potencialidades e ter um envelhecimento digno e ativo. O mapeamento e coordenação

de políticas públicas voltadas para o idoso, no âmbito do Plano Mineiro de Atenção à

Pessoa Idosa visa, nessa concepção, fortalecer a Política Nacional e Estadual do Idoso e

reforçar a aplicabilidade do Estatuto do Idoso, garantindo a efetividade dos direitos da

pessoa idosa.

Além disso, o Plano Mineiro assume a importância de zelar para que a pessoa

idosa seja valorizada em toda a sua potencialidade, devolvendo-lhe o seu protagonismo

e inibindo os preconceitos etários que se encontram tão difundidos e ocultos na

sociedade.

3 BARBOSA, Altemir José Gonçalves; SCORALICK-LEMPKE, Natália Nunes. Educação

e envelhecimento: contribuições da perspectiva Life-Span. Estudos de Psicologia, Campinas, n. 29,

p. 647s-655s, outubro - dezembro 2012. 4 BARBOSA, Altemir José Gonçalves; SCORALICK-LEMPKE, Natália Nunes. Educação

e envelhecimento: contribuições da perspectiva Life-Span. Estudos de Psicologia, Campinas, n. 29,

p. 649, outubro - dezembro 2012.

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Portanto, nessa acepção é que se busca gerar um Plano Mineiro de Atenção à

Pessoa Idosa, que se proponha a articular e fomentar ações que sejam sensíveis à sua

condição etária, mas que não perca de vista o fato de que a pessoa idosa não forma um

grupo homogêneo e possui características diversas, no que tange à própria idade,

gênero, orientação sexual, cor, saúde, classe social e etc.

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3. A PESSOA IDOSA EM MINAS GERAIS

O envelhecimento populacional é tido como um dos principais avanços sociais

do século XX. Este foi conquistado por uma conjunção de fatores, dentre os quais se

destacam as melhorias na medicina, a redução da taxa de fecundidade e o progresso

tecnológico, que possibilitaram tanto um aumento da qualidade e da expectativa de vida

da sociedade, quanto a diminuição de nascimentos. Por outro lado, o envelhecimento

também é considerado um dos grandes desafios deste século para as políticas públicas.

A metodologia utilizada no Diagnóstico do Idoso foi uma revisão bibliográfica

dos indicadores coletados pela Pesquisa Amostral de Domicílio de 2011 – Perfil da

população idosa de Minas Gerais, pelos Censos Demográficos de 2000 e 2010 e pelo

Sistema de Indicadores de Saúde e Acompanhamento de Políticas do Idoso de 2008.

Além disso, foram utilizadas informações disponibilizadas pela Secretaria de Estado de

Defesa Social, por meio do Cinds/SEDS, informações do Disque Direitos Humanos do

Governo Federal, do Disque Direitos Humanos do Governo Estadual e informações

disponibilizadas pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. As informações

contidas neste diagnostico permitiram caracterizar a população idosa nas áreas

supracitadas e podem ser desmembradas com base nas áreas de planejamento do Estado.

Diversos estudos demonstram que o número de idosos tem crescido cada vez

mais nas últimas décadas e as previsões não apresentam um comportamento destoante

desta constatação. É o que demonstra, por exemplo, um estudo feito pelo IBGE no qual

o órgão prevê que a população de idosos vai quadruplicar até 2060, passando de 14,9

milhões de pessoas em 2013, para 58,4 milhões neste ano, totalizando 26,7% de idosos.

As previsões mundiais também seguem esta linha, é o que traz um documento do Fundo

de População das Nações Unidas (UNFPA) que diz que a população idosa, em 2050,

chegará a 2 bilhões de pessoas – 20% da população mundial. Este envelhecimento se

deve ao aumento da expectativa de vida e à redução da fecundidade total.

Diversos estudos e debates são realizados frequentemente para discutir os

próximos passos decorrentes desta modificação do perfil populacional mundial. Isto

porque o envelhecimento perpassa por diversas questões, como a aposentadoria, o

tempo de contribuição, o mercado de trabalho, a oferta do serviço de saúde e educação,

o lazer, entre outros.

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Em Minas Gerais, a população de idosos em 2011 representava 11,8% da

população total, segundo dados da Pesquisa por Amostra de Domicílios (PAD 2011) da

Fundação João Pinheiro. Quando se observa este dado dividido pelas regionais e Região

Metropolitana de Belo Horizonte, percebe-se que a região com maior porcentagem de

idosos é a Zona da Mata, com 13,3%, seguida pelo Jequitinhonha/Mucuri com 13,2% e

Rio Doce, com 13,1%. Já as regiões do Alto Paranaíba e Noroeste são as que possuem

menor percentual de idosos, com 10,1% e 8,6%, respectivamente.

De acordo com o Censo 2010 do IBGE, o índice de envelhecimento das regiões

de planejamento destaca duas regiões específicas: a Zona da Mata e o

Jequitinhonha/Mucuri. Na primeira, para cada 100 pessoas com menos de 15 anos,

havia 57,48 idosos em 2011, já na segunda este índice cai para 41,28 idosos. Com

relação à razão de dependência (apurada no mesmo estudo), a região do

Jequitinhonha/Mucuri, novamente se destaca, com a maior razão do Estado: 57,87. Já a

região do Triângulo, esta razão é de 44,03.

A esperança de vida ao nascer e a probabilidade de sobrevivência até 60 anos

são indicadores que dizem respeito à qualidade de vida de uma determinada região.

Também é uma maneira de se aferir o retorno dos investimentos feitos para melhorar a

condição de vida daquela população, no que tange o acesso a serviços de saúde,

saneamento, educação, cultura e lazer de qualidade, bem como índices relacionados à

violência, poluição, renda, mortalidade geral e infantil, entre outros.

O Censo 2010 investigou essas variáveis e as regiões que possuem maiores

probabilidades de sobrevivência até os 60 anos são: Alto Paranaíba, Triângulo e Centro-

Oeste, com 84,25%, 84,14% e 83,40% de chances de sobrevivência, respectivamente.

Essas regiões também possuem um maior número médio de anos de vida esperados por

um recém-nascido eram: Alto Paranaíba - 76,20; Triângulo - 76,12 e Centro-Oeste -

75,62. Os dados sugerem que essas três primeiras regiões citadas, possuem uma

realidade social mais digna com serviços públicos de qualidade e de mais fácil acesso

pela população, o que permite que esta viva mais tempo.

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GRÁFICO 1 - Esperança de vida ao nascer Distribuição percentual da

condição da população acima de 60 anos no domicílio por grupo etário -

Minas Gerais – 2011

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Censo 2010

Com base na PAD – MG de 2011, do total de idosos residentes no Estado,

65,9% eram chefes em seus domicílios e 22,8% eram conjugues. 7% dos idosos eram

pai/mãe/sogro/sogra, 4,1% eram ouro tipo de parente apenas 0,2% era agregados. Vale

destacar a faixa etária de 80 anos ou mais, que tem um alto percentual de idosos que

ocupam a posição de pai/mãe/sogro/sogra nos domicílios (18,8%) e uma menor

porcentagem de idosos que são conjugues (11,2%) do que as demais faixas etárias.

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GRÁFICO 2 - Distribuição percentual da condição da população

acima de 60 anos no domicílio por grupo etário - Minas Gerais – 2011

De acordo o IBGE, em 2012 13,2 milhões de brasileiros eram analfabetos, sendo

que a região do Nordeste concentrava 54% deste grupo. 24,4% dos analfabetos eram

idosos. É considerada analfabeta a “pessoa que não sabe ler e escrever um bilhete

simples no idioma que conhece”. Este indicador é um bom demonstrativo da qualidade

de vida da população.

Com relação aos dados da PAD, 29,9% dos idosos são analfabetos, sendo que

esta porcentagem cai para 27% quando se observa os homens idosos e aumenta para

32,2% nas mulheres.

Quando se analisa a taxa de analfabetismo por região de planejamento e na

região metropolitana de Belo Horizonte percebe-se que o Norte de Minas e o

Jequitinhonha/Mucuri são as únicas regiões que possuem mais de 50% de seus idosos

analfabetos, representando 51,1% e 56,6%, respectivamente. Enquanto isso, na região

metropolitana de Belo Horizonte, no Triângulo, na Central e no Sul de Minas este

percentual não chega a 25% da população idosa.

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GRÁFICO 3 - Taxa de analfabetismo da população acima de 60 anos

por região de planejamento e Região Metropolitana de Belo Horizonte

(RMBH) – Minas Gerais – 2011

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP, Centro de Estatísticas e Informações (CEI)

Dentre os idosos entrevistados pela PAD que declararam terem sido internados

nos últimos 12 meses, 64,8% o fizeram por tratamentos clínicos, 27,5% por cirurgias,

6,7% devido á realização de exames e 1% por tratamento psiquiátrico.

Algumas características importantes observadas pela PAD valem a pena ser

destacadas. A maioria dos idosos vive em ambiente urbano (85,3%), reflexos da

migração ocorrida no século passado do setor rural para as cidades. Além disso, a maior

parte dos idosos são mulheres, fenômeno conhecido como feminização da população

idosa que, inclusive, aumenta sua proporção à medida que sobe a faixa etária. Na

população entre 60 e 79 anos, 55% são mulheres e naquela com 80 anos ou mais, este

valor sobe para 58,5%. Com relação ao primeiro grupo etário 56,6% das mulheres

vivem em setor urbano, contra 43,4% dos homens. Tal situação se inverte no âmbito

rural, no qual os homens representam 53,5% contra 46,5% de mulheres idosas entre 60

e 79 anos. (Fundação João Pinheiro)

Ainda de acordo com a PAD, com relação ao estado civil, 68,5% dos homens

idosos são casados, contra 39,3% das mulheres. Esta situação se inverte quando se

observa a questão da viuvez, já que 42,6% das mulheres são viúvas, contra apenas 15%

dos homens. Na faixa etária de 80 anos ou mais, a porcentagem de idosos casados é de

52% contra 16,6% de idosas. Nesta mesma faixa etária, 36,7% dos idosos são viúvos,

enquanto para as mulheres esta porcentagem aumenta para 71,3%.

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No âmbito da situação dos idosos no domicílio, o presente trabalho observou que

entre os homens de 60 a 79 anos, 79,7% ocupam a posição de chefe dentro da

residência, contrastando com 54,9% de mulheres do mesmo grupo etário.

Complementando este dado está informação de que 13,8% dos homens da faixa etária

supracitada são cônjuges, contra 3,7% de mulheres.

No quesito econômico, há grande disparidade entre os sexos, no que diz respeito

aos rendimentos mensais totais da população idosa. Enquanto a renda média de todos os

trabalhos dos homens idosos é de R$ 1430,24, a das mulheres cai para R$ 920,40. Ao

analisar a vinculação laboral, este diagnóstico trouxe que, no ano de 2011, 28% dos

homens idosos haviam trabalhado na última semana (quando da entrevista da PAD-

MG), contra apenas 7,6% das mulheres idosas.

Em relação à saúde, 77,2% dos idosos mineiros possuem ao menos uma doença

crônica, sendo que 58,3% possuem hipertensão arterial e 30% uma doença de coluna. A

faixa etária mais afetada é aquela de 80 anos ou mais com 79,9%, 61,3% e 30,7%,

respectivamente.

Quanto ao consumo de alimentos saudáveis ou à prática de hábitos preventivos,

tem-se que 97,1% consomem frutas, verduras e legumes. No entanto, esta porcentagem

cai para 71,7% quando se relaciona quem consume tais alimentos cinco ou mais dias na

semana. Além disso, 36,9% dos idosos de Minas Gerais consomem carne vermelha e de

frango com gordura visível e 65,3% bebem leite com teor integral de gordura.

A prática de atividades físicas não é tão comum para este segmento no Estado.

Apenas 13,4% dos idosos praticam atividades físicas de forma suficiente e 82,9% não

praticam. O tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas não possuem altas taxas na

população de 60 anos ou mais. Apenas 11,6% dos idosos são fumantes e 72% nunca

fumaram. E 13,6% consomem bebidas alcoólicas, contra 86,2% que não consomem.

A violência contra o idoso é fruto da cultura de negligência e descaso a respeito

da população idosa, que se tornam pessoas deprimidas e extremamente fragilizadas em

decorrência de tais atitudes. Foram usados os dados de três fontes distintas: o canal

Disque 100, o canal Disque Direitos Humanos e a Secretaria de Estado de Defesa Social

(SEDS).

O Disque 100 – canal de denúncias anônimas do Governo Federal – registrou

1.723 denúncias contra a pessoa idosa em 2012, no estado de Minas Gerais (13,52% do

total de denúncias). Esse número subiu para 3.185 registros em 2013 (21,60% do total

de denúncias em Minas Gerais).

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GRÁFICO 4 - Denúncias Disque 100 – Pessoa Idosa 2013 (Minas

Gerais)

Fonte: Disque 100 – Governo Federal

O Disque Direitos Humanos – canal do Governo Estadual – registrou 1192

denúncias sobre proteção ao idoso em 2012 (29,98% do total) e 1443 denúncias sobre o

mesmo tema em 2013 (35,71% do total).

GRÁFICO 5 - Denúncias no Disque Direitos Humanos 2013 –

Proteção ao idoso (Minas Gerais)

Fonte: Disque Direitos Humanos – Governo Estadual

Segundo os dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS), foram

registrados 375 crimes contra o idoso durante o ano de 2012 em Minas Gerais. Em

2013, esse número foi de 407 crimes. Os dados da SEDS levam em conta todos os casos

nos quais o denunciante registrou o boletim de ocorrência.

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GRÁFICO 6 - Crime contra o idoso – Tipo de violação – Minas Gerais

- 2013)

Fonte: Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS)

O tipo de crime mais comum é a apropriação de rendimento, prática que ocorre

quando alguém próximo se apossa e usufrui do salário do idoso; esse crime foi

registrado 138 vezes em 2013. Exposição a perigo, incluindo privação de comida e

cuidado foi relatado 85 vezes; Recusar, dificultar o auxílio ou não assistir o idoso é o

terceiro tipo mais observado, com 50 registros.

Page 21: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

21

4. METODOLOGIA DE CRIAÇÃO DO PLANO

4.1. Diagnóstico

A metodologia aplicada se deu, inicialmente, através do diagnóstico do atual

contexto da pessoa idosa em Minas Gerais, a fim de que as proposições e articulações

realizadas no âmbito do plano guardem pertinência com a realidade vivida pelos idosos

mineiros. Para tanto, a Coordenadoria Especial de Políticas para o Idoso – CEPID, em

parceria com a Diretoria de Informação, Acompanhamento e Monitoramento de

Direitos Humanos, da Subsecretaria de Direitos Humanos, colheram e analisaram dados

e indicativos relativos às circunstâncias atuais da pessoa idosa, contidos, sobretudo, na

PAD-MG, IBGE e IPEA.

Foram analisados os resultados obtidos com as três conferências estaduais realizadas,

para a identificação dos problemas e prioridades sociais, a partir desta esfera de

participação popular por excelência.

4.2. Interlocução entre as Secretarias de Estado e Grupo de Consultoria e

Participação

As parcerias para a construção do plano foram definidas em razão da necessária

transversalidade das políticas públicas para pessoa idosa. As Secretarias de Estado

foram convidadas a integrar o grupo executivo (GE) com o intuito de pactuar ações no

âmbito do Plano Mineiro de Atenção à Pessoa Idosa, dentro do mencionado GE.

O Conselho Estadual do Idoso - CEI-MG atuou, necessariamente, em parceria

com a Coordenadoria Especial de Políticas para o Idoso (CEPID), a fim de que a

sociedade civil fosse representada e atuasse em todas as etapas da criação do plano.

A sociedade civil foi convidada a participar da construção do plano, sendo

estabelecido o Grupo de Consultoria e Participação (GCP), onde integraram as

seguintes instituições:

Associação Brasileira de Clubes da Melhor Idade;

Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais – DPE;

Fundação João Pinheiro;

Page 22: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

22

Ministério Público do Estado de Minas Gerais – MPMG;

Movimento de Luta Pró Idoso;

Ordem dos Advogados do Brasil Seção Minas Gerais – OAB/MG;

Pastoral da Pessoa Idosa;

Polícia Civil do Estado de Minas Gerais – PCMG;

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG;

Serviço Voluntário de Assistência Social – SERVAS;

Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.

A etapa de mapeamento das ações de governo existentes ocorreu com os

representantes do GE com o objetivo de apresentar a sociedade as diretrizes

preliminares da construção do plano, por meio da aplicação de questionários.

Os resultados foram tabulados e apresentados ao CEI-MG e ao GCP e

disponibilizado o fruto das três Conferências Estaduais, o Plano de Ação Internacional

para o Envelhecimento firmado na II Assembleia Mundial do Envelhecimento, realizada

de 8 a 12 de abril de 2002, em Madri, promovida pela Organização das Nações Unidas -

ONU. A partir desses pressupostos foram definidos os rumos do plano, as diretrizes e

eixos estratégicos.

Page 23: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

23

5. ESTRUTURA DO PLANO

Para melhor visualização das ações estatais que tenham como alvo a pessoa

idosa, foi estabelecido uma série de diretrizes, eixos temáticos e objetivos.

A diretriz engloba a orientação da política pública, identificando em qual gama

de prioridades se encontra a ação estatal, sendo possível visualizar qual a linha

condutora das ações que ali se englobam, dando uma perspectiva do compromisso

assumido pelo Estado ao elaborar aquelas políticas.

Os eixos temáticos foram inseridos dentro da diretriz e têm o condão de

especificar com maior detalhamento o escopo daquela política pública, tornando mais

visível a especificidade daquele conjunto de ações políticas, demonstrando qual a sua

função mais imediata.

Os objetivos visam esclarecer para a população o que se pretende com o

conjunto de ações contido dentro do eixo temático, tornando mais eficaz a fiscalização e

acompanhamento do desenvolvimento da política pública, o que repercute numa melhor

avaliação e possibilidade de reformulação. Além de fornecer uma visão mais ampla

sobre a perspectiva das ações estatais, com o esquema organizacional aqui apresentado,

será possível ainda verificar quais são as pretensões com cada ação e qual o seu grau de

efetividade perante o que ela se propôs.

A escolha dos eixos temáticos, subtemas e objetivos foi a transposição da

realidade mineira para o Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento, pactuado

por ocasião da II Assembleia Mundial do Envelhecimento, realizado em 2002, em

Madri, por promoção da Organização das Nações Unidas – ONU.

A utilização das orientações e adaptações dos textos explicativos do Plano de

Ação Internacional para o Envelhecimento se deve à qualidade dos temas pautados no

Plano, uma vez que estes contemplam com satisfação a uma amplitude de direitos e

necessidades da pessoa idosa.

Para além disso, considera-se importante a conformação das ações estatais com os

entendimentos dos organismos internacionais, de maneira a dar efetividade aos pactos

firmados pelo Brasil e promover a adequação dos parâmetros políticos brasileiros às

discussões internacionais sobre o tema.

Page 24: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

24

6. DIRETRIZES E EIXOS TEMÁTICOS

São três (3) as diretrizes e dezenove (19) eixos temáticos previstos que

representam direitos e/ou temas prioritários que nortearão a implementação das ações

que serão executadas pelos diversos órgãos do Governo de Minas Gerais.

TABELA 1 - Diretrizes e Eixos temáticos

DIRETRIZ 01:

Pessoas Idosas e o

Desenvolvimento

DIRETRIZ 02:

Promoção da Saúde

e Bem-Estar na

Velhice

DIRETRIZ 03:

Criação de Ambiente

Propício e Favorável

Eixo temático 01:

Participação ativa na

sociedade e no

desenvolvimento

Eixo temático 02:

Emprego e

envelhecimento da

força de trabalho

Eixo temático 03:

Desenvolvimento

rural, migração e

urbanização

Eixo temático 04:

Acesso ao

conhecimento, à

educação e à

capacitação

Eixo temático 05:

Solidariedade

intergeracional

Eixo temático 06:

Situações de emergência

Eixo temático 07:

Promoção da saúde e

do bem-estar durante

toda a vida

Eixo temático 08:

Acesso universal e

equitativo aos

serviços de assistência

à saúde e de

assistência social

Eixo temático 09:

Os idosos e a AIDS

Eixo temático 10:

Capacitação de

prestadores de

serviços de saúde e de

profissionais de saúde

Eixo temático 11:

Necessidades

relacionadas com a

saúde mental de

idosos

Eixo temático 12:

Pessoas Idosas e

acessibilidade

Eixo temático 13:

Moradia e condições de

vida

Eixo temático 14:

Cuidado e apoio aos

cuidadores

Eixo temático 15:

Violência contra a pessoa

idosa

Eixo temático 16:

Imagens do

envelhecimento

Eixo temático 17:

Conselhos de controle

social

Page 25: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

25

7. DIRETRIZ 01: PESSOAS IDOSAS E O DESENVOLVIMENTO

As pessoas idosas devem ser partes integrantes do processo de desenvolvimento

social, alcançando direitos e se afirmando enquanto sujeitos de direitos. As

consequências do desenvolvimento socioeconômico da sociedade suscitam a

necessidade de adoção de medidas com o escopo de propiciar à pessoa idosa o

aferimento igualitário de seus benefícios. Impende-se criar instrumentos que viabilizem

a integração das pessoas idosas, mediante viabilização de oportunidades de capacitação.

A estratégia é, por conseguinte, a adoção de uma sistemática que lide com o

envelhecimento da força de trabalho de maneira digna e inclusiva.

O desenvolvimento traz consigo também consequências relativas à conformação

de um novo paradigma social. Isso porque os movimentos migratórios, a urbanização, a

transformação das famílias, a falta de acessibilidade às tecnologias podem repercutir no

isolamento da pessoa idosa. Tais circunstâncias devem ser pensadas, a fim de que seus

efeitos negativos sejam reparados.

7.1. Eixo 01: Participação ativa na sociedade e no desenvolvimento

Para se alcançar a participação ativa na sociedade e no desenvolvimento, faz-se

necessária a eliminação dos obstáculos que excluem ou discriminam a pessoa idosa, a

fim de que esta não encontre óbices para a fruição dos seus direitos. Esse é o caminho

para a criação de uma sociedade para todas as idades, onde haja rompimento de

barreiras e também estímulos para que a pessoa idosa possa desenvolver seus potenciais

e continuar contribuindo com a sociedade.

As contribuições das pessoas idosas não podem permanecer adstritas a

quantificações econômicas, uma vez que, nem sempre, estas podem ser medidas por

valores financeiros.

Além de valorizar as contribuições de todas as naturezas trazidas pelas pessoas

idosas, é necessário, também, viabilizar as suas participações em atividades sociais,

econômicas, culturais, esportivas, recreativas e de voluntariado, com vistas a

oportunizar o seu desenvolvimento e o bem estar. Em consonância com a perspectiva

Life Span: “o desenvolvimento e a manutenção de padrões efetivos de envelhecimento

não somente dependem de determinantes de natureza genético-biológica, mas também

Page 26: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

26

são influenciados por fatores socioculturais5”. Dessa forma, cabe ao Estado, na medida

das suas atribuições, potencializar o desenvolvimento da pessoa idosa através da criação

de ações que tenham em seus cernes fatores socioculturais.

Objetivos

1. Reconhecer a contribuição social, cultural, econômica e política

das pessoas idosas;

2. Promover o bem estar da pessoa idosa através do estímulo a

participação social, cultural, econômica, política e desportiva.

Ações

1. Assegurar o pleno gozo de todos os direitos humanos e

liberdades fundamentais, promovendo a aplicação de convênios e

convenções de direitos humanos e outros instrumentos de direitos

humanos, particularmente na luta contra todas as formas de

discriminação;

2. Oferecer oportunidades, programas de apoio para estimular

idosos a participarem da vida cultural, econômica, política e social e

em aprendizagem ao longo de toda a vida;

3. Promover cultura, lazer e desportos para pessoas idosas,

inclusive garantindo a participação das que se encontram

institucionalizadas;

4. Promover a participação das pessoas idosas nos processos de

produção cultural;

5. Promover Jogos Solidários, Festivais da Terceira Idade e outras

atividades culturais, esportivas e de lazer destinados, inclusive, ao

publico de acima de 60 anos que estão nos presídios e

penitenciárias;

6. Capacitar os professores de educação física que trabalham em

5 BARBOSA e SCORALICK-LEMPKE, 2012 apud BALTES, 1980 e 1987

Page 27: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

27

instituições de atendimento as pessoas idosas, inclusive nas

unidades prisionais.

7. · Apoiar técnico, material e financeiro para organizações que

promovem ações culturais, esportivas e de lazer para pessoas

idosas.

8. Estruturar o potencial turístico de Minas Gerais para receber

adequadamente pessoas idosas

9. Realizar eventos culturais – shows, concertos, visitas a museus,

parques, entre outros – para pessoas idosas, contando com sua

participação desde a concepção dos eventos.

10. Apoiar e incentivar tecnicamente as organizações que

trabalham com pessoas idosas.

11. · Divulgar Minas Gerais nos eventos promovidos pelas

associações e fundações nacionais e internacionais.

12. · Promover projetos de acessibilidade no turismo e tornar

o Estado num destino mais atrativo para pessoas idosas.

13. Proporcionar informação e acesso para facilitar a

participação de idosos em grupos comunitários intergeracionais e

de ajuda mútua com oportunidades para realização de todo seu

potencial;

14. Oferecer tratamento justo e digno, independente da

existência de deficiências ou de outras circunstâncias, e valorizá-las

independentemente de sua contribuição econômica;

15. Levar em conta as necessidades de pessoas idosas e

respeitar seu direito de viver dignamente em todas as etapas da

vida;

Page 28: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

28

16. Identificar/mapear os centros/locais que desenvolvem um

trabalho de qualidade com o idoso a fim de torna-los centros de

referência/excelência em diversas áreas de atividade;

17. Incrementar o aproveitamento da oferta de

equipamentos e serviços turísticos nas baixas temporadas atuando

junto ao público da terceira idade;

7.2. Eixo 02: Emprego e envelhecimento da força de trabalho

O exercício de atividade remunerada deve ser uma prerrogativa da pessoa idosa,

cabendo-lhe a decisão sobre a sua continuidade ou não. Caso a pessoa idosa deseje

permanecer trabalhando, devem ser criados mecanismos que contornem as restrições do

mercado de trabalho para que os indivíduos idosos possuam atividade econômica,

afastando preconceitos e gerando oportunidade para que estes continuem contribuindo

com a sociedade.

A gestão de recursos humanos deve se atentar para a condição específica dos

trabalhadores idosos, adequando o ambiente de trabalho para proporcionar à pessoa

idosa um local apropriado para o desenvolvimento dos seus conhecimentos e

preservação da sua saúde. O ambiente de trabalho não deve ser inóspito à pessoa idosa,

garantindo que a sua escolha por não trabalhar não seja em decorrência de obstáculos

que desrespeitem sua condição específica.

Segundo o Boletim PAD-MG de 2011, 16,6% da população mineira com idades

superiores a 60 anos exerceram alguma atividade de trabalho na semana anterior à

pesquisa. Denota-se, portanto, um relevante número de pessoas idosas que exercem

atividade de trabalho, sobretudo, considerando que grande parte dessas pessoas já aufere

aposentadoria.

O trabalho não deve ser entendido tão somente como uma possibilidade de

complementação de renda, mas também deve ser compreendido como um ambiente de

socialização, aprendizado e desenvolvimento.

Page 29: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

29

O dever de atenção especial à situação das mulheres idosas que enfrentam uma

situação de pouca participação no mercado, salários baixos e baixa qualificação

profissional uma vez que pertencem a uma geração que experimentou a desigualdade de

gênero de forma muito mais acentuada que nos dias atuais. As relações permeadas pela

desigualdade de gênero implicam, ainda, na obrigação imputada à mulher do trabalho de

cuidado da família e da casa, afastando-a dos trabalhos remunerados. Sobre esse

assunto, o Boletim PAD-MG de 2011 demonstra que enquanto 28% dos homens idosos

desempenhavam alguma atividade laboral no período da pesquisa, apenas 7,6% das

mulheres o faziam. Aponta, ainda, que a renda média dos homens com idade igual ou

maior que sessenta anos é de R$ 1.188,27, enquanto das mulheres, na mesma faixa

etária, é de R$ 873,65.

Mostra-se imperiosa a viabilização de oportunidades de trabalho para aquelas

pessoas idosas que desejarem continuar trabalhando, a quebra de estereótipos negativos

sobre o trabalho da pessoa idosa, o oferecimento de possibilidades de capacitação

profissional e desenvolvimento e a criação de um ambiente propício.

Objetivo 1. Promover oportunidades e condições favoráveis de emprego e renda

a todas as pessoas idosas que desejem trabalhar.

Ações

1. Incentivar entre empregadores atitudes favoráveis à capacidade

produtiva de trabalhadores idosos de maneira que estes possam ser

inseridos ou continuar ativos no mercado de trabalho, se assim as pessoas

idosas desejarem;

2. Criar oportunidades de trabalho com equidade de gênero para a

pessoa idosa visando melhorar a renda familiar, visto que a sua

contribuição no orçamento familiar tem se tornado cada vez mais

necessária;

3. Promover iniciativas de emprego autônomo para idosos, estimular a

criação de pequenas e microempresas e garantir o acesso ao crédito para

os idosos, sem discriminação de gênero;

Page 30: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

30

4. Desenvolver programa de valorização do trabalho do idoso,

identificando os talentos, agregando conhecimentos e desenvolvendo

habilidades direcionadas ao pleno aproveitamento produtivo, devendo ser

desenvolvido em conjunto com os demais atores envolvidos, de forma a

possibilitar a intermediação de mão-de-obra e a inserção no mercado de

trabalho;

5. Criar política de incentivo aos idosos que realizam atividades no setor

informal de forma a melhorar seus rendimentos, sua produtividade e suas

condições de trabalho;

6. Promover, em diálogo social, políticas que visem à conciliação entre

trabalho, vida pessoal e familiar, reconhecendo as obrigações de um

número, cada vez maior de trabalhadores que atendem pessoas idosas de

sua família, e formular políticas favoráveis à família que levem em conta

os aspectos de gênero;

7. Promover imagem realista dos conhecimentos e capacidades dos

trabalhadores idosos, corrigindo estereótipos preconceituosos quanto aos

trabalhadores idosos ou a candidatos a certos empregos;

8. Criar e/ou ampliar Programas de Preparação para Aposentadoria

(PPA), dando apoio aos trabalhadores para que tomem decisões

fundamentadas em relação aos efeitos financeiros, para a saúde e de

outro tipo que possa prolongar sua participação na força de trabalho;

9. Ampliar para a pessoa idosa a previsão contida no art.224 – inciso III,

da Constituição Estadual, criando mecanismos de estímulo para as

empresas, mediante adoção de incentivos fiscais, visando absorver a mão

de obra das pessoas idosas que desejem permanecer no trabalho;

10. Promover a reintegração da pessoa idosa no mercado de trabalho,

desenvolvendo e oportunizando a educação profissional, a elevação de

Page 31: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

31

escolaridade e o acesso às novas tecnologias;

11. Promover, em diálogo social, ajustes apropriados no ambiente

trabalhista e nas condições de trabalho para assegurar que os

trabalhadores idosos tenham conhecimentos, saúde e capacidade

necessários para continuar trabalhando;

12. Fomentar a inclusão e valorização econômica das pessoas idosas nos

programas estatais de iniciativas produtivas;

13. Promover a formação da pessoa idosa para o mundo do trabalho,

inclusive a reinserção para a pessoa idosa egressa do sistema prisional.

14. Articular com empresas públicas e privadas para reinserção da pessoa

idosa egressa do Sistema Prisional no mundo do trabalho.

7.3. Eixo 03: Desenvolvimento rural, migração e urbanização

O movimento migratório é tradicionalmente protagonizado pela partida dos

jovens adultos, enquanto um maior número de pessoas idosas permanece nas zonas

rurais sem o apoio familiar e financeiro para tanto. Em Minas Gerais, segundo o

Boletim PAD 2011, foi registrado um percentual de 15,4% da população idosa que

mora em áreas rurais, onde verifica-se que 14,7% da população total residem na zona

urbana. A população rural, registra-se que 12,2% são de pessoas com idade igual ou

superior a sessenta anos, ao passo que, em relação à população urbana, tem-se 11,7% de

pessoas idosas. Infere-se a maior participação relativa da população idosa no setor rural.

As mulheres idosas na zona rural apresentam situação mais vulnerável no

aspecto econômico, uma vez que em razão das desigualdades de gênero acabam

desempenhando trabalho doméstico não remunerado, tornando-se dependente

economicamente de outras pessoas.

A população idosa migrante, o meio urbano se mostra como um local populoso,

onde a rede familiar e de apoio se encontra dispersa na trama urbana e a possibilidade

Page 32: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

32

de assistência dos familiares fica inviabilizada em razão das pessoas terem que trabalhar

fora de casa.

Observa-se que as ações devem ser voltadas para a assistência às pessoas idosas

que residem em áreas rurais e para aquelas que migraram e precisam reconstituir as

redes sociais rompidas com a mudança e pouca infraestrutura de apoio nas cidades.

Objetivos

1. Melhorar as condições de vida e de infraestrutura das zonas rurais;

2. Diminuir a marginalização de pessoas idosas nas zonas rurais;

3. Integrar os migrantes de idade avançada em suas novas comunidades.

Ações

1. Fortalecer a capacidade dos idosos do campo, proporcionando-lhes acesso

continuado aos serviços financeiros e de infraestrutura e capacitação em

técnicas e tecnologias agrícolas melhoradas, dando prioridade às mulheres;

2. Estimular a criação e a reativação de empresas em pequena escala

mediante provisão financeira ou apoio a projetos geradores de rendas e

cooperativas rurais e por meio de diversificação econômica cada vez mais

ampla;

3. Promover o desenvolvimento dos serviços financeiros locais, inclusive

planos de microcrédito e instituições micro financeiras nas regiões que não as

possuem em quantidade suficiente para possibilitar o aumento dos

investimentos;

4. Promover nas zonas rurais e distantes a educação permanente para

adultos e atividades de capacitação e de reabilitação;

5. Velar pelos direitos das mulheres idosas nas zonas rurais e distantes com

relação à igualdade de acesso aos recursos econômicos e ao controle desses

recursos;

6. Estimular medidas apropriadas de assistência social para os idosos nas

zonas rurais e distantes;

Page 33: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

33

7. Assegurar o acesso universal de idosos aos serviços sociais básicos nas

zonas rurais e remotas;

8. Facilitar e fortalecer os tradicionais mecanismos de apoio rurais e

comunitário e apoio especialmente aos idosos nas zonas rurais que não têm

parentes e particularmente mulheres idosas que enfrentam uma velhice mais

prolongada e, às vezes, com menos recursos;

9. Fomentar redes sociais de apoio a migrantes idosos e formular medidas

para ajudá-los a manter a segurança econômica e em matéria de saúde;

10. Desenvolver um programa modelo a ser implantado em cidades do

interior, onde sabidamente existe uma maior probabilidade de migração, a fim

de aumentar o poder de fixação / estímulo à população idosa;

11. Adotar medidas de base comunitária para prevenir ou compensar as

consequências adversas da urbanização, como o estabelecimento de centros

de reunião para idosos;

12. Incentivar projetos de moradias que promovam a coexistência de

gerações quando conveniente do ponto de vista cultural e desde que os

indivíduos assim o desejem;

13. Eliminar as barreiras idiomáticas e culturais ao prestar serviços públicos a

migrantes idosos;

14. Otimizar o uso de programas de governo, a fim de receber os idosos

provenientes de outros municípios e minimizar uma provável situação de

isolamento;

15. Fortalecer e ampliar a implantação de fossas sépticas e melhorias

sanitárias para comunidades rurais do semiárido.

Page 34: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

34

7.4. Eixo temático 04: Acesso ao conhecimento, à educação e à

capacitação

A educação na velhice se mostra uma importante ferramenta para o

desenvolvimento de habilidades e a manutenção do envelhecimento saudável6. Além

disso, a capacitação é fundamental para a produtividade daquelas pessoas idosas que

permanecem trabalhando.

Verifica-se um grande número de pessoas envelheceu sem alfabetização básica,

limitando não só as possibilidades de trabalho quanto dificultando o acesso a serviços e

cultura, a própria conscientização sobre os seus direitos e o seu desenvolvimento

pessoal. De acordo com o Boletim PAD-MG 2011, percebe-se que um sistema de

ensino deficitário nas décadas passadas e, ainda, pouco acessível ocasionou um grande

percentual de analfabetismo em Minas Gerais, alcançando o patamar de 29,9%.de

pessoas idosas analfabetas. Em relação às disparidades regionais, denota-se que,

enquanto na Região Metropolitana de Belo Horizonte 20,5% das pessoas idosas são

analfabetas, já na região do Jequitinhonha/Mucuri, essa porcentagem chega a 56,6%.

A respeito da alfabetização das pessoas idosas, é importante notar que Limieux e

Martinez (2000) apud Barbosa e Scoralick-Lempke (2012) indicaram que a

gerontagogia é o termo mais adequado para se referir ao processo educacional na

velhice. A gerontagogia é considerada mais apropriada pois trabalha com a perspectiva

do processo de ensino-aprendizagem, embasada teoricamente na gerontologia

educacional. Frise-se que a gerontologia educacional abarca interesses, motivações e

características próprias de ensino, pressupondo a autonomia do sujeito idoso, não só na

administração da própria vida, como também reconhecendo o seu potencial de

contribuir com a sociedade.

Por outro lado, as constantes reviravoltas tecnológicas contribuem para a alienação de

pessoas idosas. A viabilização do acesso à tecnologia além de reduzir a marginalização

dos idosos e até mesmo a solidão, diminuem o distanciamento entre as idades e

permitem o amplo acesso à informação e cultura. Assim sendo, é necessário que haja o

comprometimento com a acessibilidade e adaptação das pessoas idosas às mudanças

tecnológicas.

6 BARBOSA, Altemir José Gonçalves; SCORALICK-LEMPKE, Natália Nunes. Educação

e envelhecimento: contribuições da perspectiva Life-Span. Estudos de Psicologia, Campinas, n. 29,

outubro - dezembro 2012.

Page 35: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

35

Objetivos

Oferecer igualdade de oportunidades durante toda a vida em matéria de educação

permanente, capacitação e reabilitação, assim como de orientação profissional e

acesso a serviços de inserção no trabalho;

1. Utilizar as possibilidades e conhecimentos de todas as idades, reconhecendo os benefícios frutos de uma experiência

adquirida com a idade.

Ações

1. Obter melhoria nos níveis de alfabetização de pessoas idosas,

particularmente para mulheres, e oferecer acesso equitativo à educação básica

e permanente para as pessoas idosas;

2. Reduzir a taxa de analfabetismo das pessoas idosas;

3. Estimular e promover a capacitação fundamental nas primeiras letras e em

aritmética dos idosos e dos membros mais velhos da força de trabalho, incluída

a alfabetização e pedagogia especializada e a capacitação em informática;

4. Adequar a metodologia de alfabetização e os materiais pedagógicos, em

caráter de especificidade, para atender as necessidades da pessoa idosa;

5. Aplicar políticas que promovam o acesso à capacitação e à reabilitação de

trabalhadores idosos e incentivá-los a continuar usando os conhecimentos e as

técnicas adquiridas depois de aposentados;

6. Estimular que todos possam aproveitar os benefícios das novas tecnologias,

particularmente as tecnologias da informação e das comunicações, levando em

consideração as necessidades das mulheres idosas;

7. Ampliar a participação de pessoas idosas em cursos de inclusão digital;

8. Elaborar e distribuir informação adequada para as pessoas idosas com o

intuito de ajudá-las a enfrentar as exigências tecnológicas da vida cotidiana;

9. Estimular o projeto de equipamentos de computadores e de materiais

Page 36: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

36

impressos e auditivos que considerem as mudanças nas aptidões físicas e a

capacidade visual dos idosos;

10. Criar, nos programas educativos, oportunidades para o intercâmbio

conhecimentos e experiências entre as gerações, que incluam a utilização de

novas tecnologias;

11. Possibilitar a idosos atuar como mentores, mediadores e conselheiros;

12. Incentivar e apoiar atividades tradicionais e não tradicionais de assistência

mútua intergeracional na família, na vizinhança e na comunidade, aplicando

uma clara perspectiva de gênero;

13. Incentivar idosos a realizar tarefas de voluntariado que exijam seus

conhecimentos, em todas as esferas de atividade, especialmente as tecnologias

da informação;

14. Reforçar o investimento na Universidade da Terceira Idade a fim de melhor

qualificar/atualizar o idoso para o envelhecimento ativo e com qualidade;

15. Utilizar estratégias de identificação/mapeamento da localização de pessoas

idosas vulnerabilizadas pela restrição de acesso à educação e criação de plano

de estímulo para a participação e conclusão dos cursos;

16. Incentivar a criação do Curso de Cuidador de Idoso formal e informal.

17. Incluir a temática do envelhecimento nos conteúdos curriculares em todos

os níveis do ensino formal e não formal;

18. Desenvolver ações educativas que promovam a participação da pessoa

idosa;

19. Implementar laboratórios de Informática nas Penitenciárias e Presídios;

20. Reservar vagas para pessoas idosas nos Telecentros e cursos de graduação

de Ensino Superior.

Page 37: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

37

7.5. Eixo temático 05: Solidariedade intergeracional

A solidariedade intergeracional deve ser concebida em todos os níveis, seja nas

famílias, comunidades, cidades, a fim de que possamos construir uma sociedade para

todas as idades. A aproximação geracional possibilita que gerações diversas possam

trocar conhecimentos e perspectivas de vida. Veja-se o que Vitale (2003) apud Alves

(2013) menciona sobre o assunto:

As relações intergeracionais compõem o tecido de transmissão , reprodução e

transformação do mundo social. As gerações são portadoras de história, de ética e de

representações peculiares ao mundo. As gerações, no entanto, estão construídas umas

em relação às outras.7

A solidariedade intergeracional só pode ser construída se apoiada num modelo

de fomento das relações intergeracionais, a fim de que as pessoas de todas as idades

tenham um olhar mais apurado umas sobre as outras, compreendendo um pouco as

perspectivas e peculiaridades das faixas etárias, aprendendo com a alteridade e se

unindo numa empreitada de uma construção histórica inclusiva e múltipla.

O fortalecimento dessas relações é capaz de construir um contexto de

solidariedade intergeracional. A criação desse ambiente de reconhecimento e

solidariedade entre gerações assume um papel de suma importância, pois se denota que,

muitas vezes, uma geração assume um importante papel no cuidado e provimento da

outra. A pessoa idosa pode ser cuidadora das gerações mais jovens ou cuidada por elas,

e, além disso, o provimento educacional e financeiro também pode ser atribuído

alternadamente às gerações, a depender do núcleo familiar/afetivo analisado.

É preciso reconhecer que a pessoa idosa tem sempre a prerrogativa de não

escolher viver ao lado das gerações mais jovens. Portanto, é fundamental o fomento às

trocas entre gerações de saberes e vivências, mas respeitando os desejos particulares

contrários a essa perspectiva.

Objetivo 1. Fortalecer a solidariedade mediante a equidade e a reciprocidade entre

as gerações.

7 Vitale, 2003, apud ALVES, Sâmea Moreira Mesquita. Cuidar ou ser responsável? Uma

análise sobre a intergeracionalidade na relação avós e netos. Dissertação (mestrado) – Universidade

Estadual do Ceará, Centro de Estudos Sociais Aplicados, Curso de Mestrado Acadêmico em Política

e Sociedade, Fortaleza, 2013, p.

Page 38: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

38

Ações

1. Promover, por meio da educação pública, a compreensão do

envelhecimento como questão de interesse de toda a sociedade.

2. Inserir, nas escolas de ensino fundamental, um programa intergeracional

de conscientização sobre o processo de envelhecimento no curso de vida,

visando reforçar o vínculo entre gerações por meio de uma convivência mais

harmônica e equilibrada.

3. Rever as políticas existentes para garantir a solidariedade entre as

gerações e a harmonia social;

4. Estudar a situação específica da geração que precisa cuidar ao mesmo

tempo de seus pais, de seus próprios filhos e de netos;

5. Promover e fortalecer a solidariedade entre as gerações e o apoio mútuo

como elemento chave do desenvolvimento social;

6. Empreender pesquisas sobre as vantagens e desvantagens dos diversos

acordos em relação à moradia de idosos, com inclusão da residência em

comum com os familiares e formas de vida independente, em diferentes

culturas e contextos.

7. Desenvolver atividades socioculturais e de lazer envolvendo diferentes

gerações em cenários diversos como praças, escolas, creches e instituições

de longa permanência para idosos.

7.6. Eixo temático 06: Situações de emergência

O crescimento da ocorrência de desastres naturais em todo o país, destacando-se

o grande número de enchentes, tem causado consequências graves a um elevado número

de pessoas. Nesse contexto, torna-se imprescindível a criação de estratégias para que o

Estado se estruture para lidar com situações de risco, prevenindo e amenizando suas

repercussões, bem como se tornando mais independente de assistência humanitária.

Page 39: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

39

No espectro de ações planejadas para a tratativa de situações de riscos e

desastres, as pessoas idosas merecem prioridade, em razão, sobretudo, dos efeitos pós-

traumáticos e seu processo de reabilitação motora, sofrimento psíquico, lesões e etc.

Além disso, pessoas idosas que se encontram afastadas dos vínculos familiares têm mais

dificuldade de se restabelecer física, psicológica e economicamente.

Deve-se atentar, ainda, para o reconhecimento de que as pessoas idosas podem prestar

auxílio nas situações de risco, não se restringindo somente à condição de usuária das

ações governamentais em torno das situações de riscos e desastres, mas também

colaborando e atuando diretamente na reestruturação do contexto social abalado pelo

risco e desastres.

Objetivos:

1. Garantir a igualdade de acesso de pessoas idosas à alimentação, à

moradia, à assistência médica e a outros serviços durante e depois de

desastres naturais e outras situações de calamidade pública;

2. Possibilitar que as pessoas idosas contribuam mais para restabelecimento

e a reconstrução das comunidades e do contexto social depois das situações

de emergência.

Ações

1. Fomentar os municípios a proteger e prestar assistência de emergência de

caráter humanitário a idosos desabrigados;

2. Localizar e identificar as pessoas idosas nas situações de emergência e

cuidar que se leve em conta suas contribuições e fatores de vulnerabilidade

nos relatórios de avaliação das necessidades;

3. Capacitar os organismos de socorro das questões de saúde e estado físico

próprios de idosos e das formas de adequar a suas necessidades básicas o

apoio que se preste;

4. Ampliar a existência de serviços adequados e que os idosos a eles tenham

acesso físico, assim como que participem no planejamento e prestação dos

serviços, quando for o caso;

Page 40: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

40

5. Garantir que refugiados idosos de diferentes origens culturais tenham

acesso físico a serviços de apoio adicional, já que estes costumar estar

especialmente necessitados de redes sociais;

6. Referir-se expressamente à assistência a idosos nos planos de emergência

nos casos de desastre e elaborar diretrizes estaduais de modo que incluam a

preparação para os casos de desastre, a capacitação de operadores de

emergência e disponibilidade de bens e serviços;

7. Apoiar os idosos no restabelecimento dos seus vínculos familiares e sociais

e na superação do estresse pós-traumático;

8. Estabelecer mecanismos, após a ocorrência de desastres, para impedir a

exploração financeira de idosos por oportunistas, com fins fraudulentos;

9. Sensibilizar a sociedade sobre abusos físicos, psicológicos, sexuais ou

financeiros que possam sofrer em situações de emergência, dando especial

atenção aos riscos particulares que correm as mulheres e proteger os idosos;

10. Possibilitar que as pessoas idosas contribuam mais para restabelecimento

e a reconstrução das comunidades e do contexto social depois das situações

de emergência;

11. Incluir os idosos na prestação de socorro comunitário e nos programas de

reabilitação, inclusive definindo os grupos de idosos vulneráveis e lhes

prestando assistência;

12. Reconhecer o potencial de idosos como líderes da família e da

comunidade no tocante à educação, comunicação e solução de conflitos;

13. Ajudar idosos a restabelecer sua autonomia econômica mediante projetos

de reabilitação que incluam geração de renda, programas educativos e

atividades ocupacionais, levando em conta as necessidades especiais de

mulheres idosas;

Page 41: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

41

14. Proporcionar assessoria jurídica e informação a idosos desabrigados e fora

de suas terras e outros meios de produção e bens pessoais;

15. Dar atenção especial a idosos nos programas e meios de assistência

humanitária oferecida em situações de desastre natural e outras situações de

emergência humanitária;

16. Intercambiar e aplicar, segundo necessário, as lições tiradas das práticas

em que se têm utilizado com êxito contribuições de idosos após as situações

de emergência;

17. Realizar estudos e pesquisar para identificar os domicílios de idosos que

residem sozinhos para inclui-los num programa de atendimento emergencial e

apoio.

Page 42: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

42

8. DIRETRIZ 02: PROMOÇÃO DA SAUDE E BEM-ESTAR NA VELHICE

A saúde pode ser definida como “uma medida da capacidade de realização de

aspirações e da satisfação das necessidades e não simplesmente como a ausência de

doenças8”. Nesse sentido, verifica-se que, embora acometida por alguma doença, não

quer dizer, necessariamente, que a pessoa idosa não tenha boa saúde. Isso porque não é

sempre que a doença traz consigo uma limitação de atividades ou restrição de

participação social. A condição de doença não é imperativo de que a pessoa idosa não

possa desempenhar suas atividades, se cuidar e socializar. O conceito de saúde está

pautado na funcionalidade global da pessoa idosa, senão veja-se:

O foco da saúde está estritamente relacionado à funcionalidade global do

indivíduo, definida como a capacidade de gerir a própria vida ou cuidar de si mesmo. A

pessoa é considerada saudável quando é capaz de realizar suas atividades sozinha, de

forma independente e autônoma, mesmo que tenha doenças9.

O bem-estar representa, então, uma série de atributos que tornam o indivíduo

capaz de decisões e no domínio de suas ações, desempenhando suas atividades com

autonomia e independência.

Nessa seara, as políticas públicas devem prezar pela saúde e bem-estar das

pessoas idosas a fim de que estas preservem sua independência e autonomia já que estes

tem conexão direta com o funcionamento integrado e harmoniosos dos principais

sistemas funcionais.

8.1. Eixo temático 07: Promoção da saúde e do bem-estar durante toda a

vida

“Promover a saúde implica incentivar as pessoas a vigiar e cuidar de sua própria

saúde. Na Carta de Ottawa para a Promoção da Saúde (1986) são enunciadas estratégias

básicas para a promoção da saúde. Na Conferência Internacional sobre a População e o

Desenvolvimento (1994) foram estabelecidos como objetivos, o aumento dos anos de

8 MORAES, Edgard Nunes. Atenção à saúde do Idoso: Aspectos Conceituais. Brasília: Organização

Pan-Americana da Saúde, 2012. 9 MORAES (2009) apud MORAES, Edgard Nunes. Atenção à saúde do Idoso: Aspectos

Conceituais. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2012.

Page 43: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

43

vida com boa saúde, a melhoria da qualidade de vida de todas as pessoas, e redução das

taxas de mortalidade e o aumento da expectativa de vida. Esses objetivos podem ser

alcançados com maior eficácia considerando a aplicação das medidas recomendadas

pela OMS para melhorar a saúde pública e o acesso a uma assistência sanitária

adequada.

As atividades de promoção da saúde e o acesso universal de idosos aos serviços

de saúde durante toda a vida são as bases do envelhecimento com saúde. Uma

perspectiva que leve em conta uma vida inteira supõe reconhecer que as atividades

destinadas à promoção da saúde e a prevenção das doenças devem concentrar-se em

manter a independência, prevenir e retardar o aparecimento de doenças e proporcionar

assistência médica, e melhorar o funcionamento e a qualidade de vida de idosos que já

possuem algumas restrições físicas”10

.

A prática de atividades físicas é uma questão que deve ser refletida pelas

políticas públicas voltadas para os idosos no que se refere à promoção da saúde e bem

estar durante toda a vida. De acordo com o Boletim PAD-MG/2011, em Minas Gerais

apenas 13,4% dos idosos praticam atividade de forma suficiente. A prática de exercícios

físicos é um hábito que deve ser considerado visto que, além de auxiliar na prevenção

de doenças, também contribui para o bem-estar e a promoção de um envelhecimento

saudável.

A saúde da mulher é também um ponto importantíssimo, já que o contexto de

desigualdades de gênero em que vivenciamos propicia a criação de estereótipos

negativos em relação aos exames preventivos. A respeito da prevenção e sua

contribuição para a saúde da mulher, destaque-se:

As neoplasias malignas de mama e as do colo do útero representam importantes

causas de morte entre idosas jovens, principalmente porque em muitos casos são

diagnosticados em estágios avançados. Recomendações recentes preconizam que

exames preventivos como a mamografia continue sendo realizada independentemente

da idade, enquanto a mulher tiver boa saúde e for candidata à cirurgia. Diversos estudos

10 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Plano de ação internacional

contra o envelhecimento, 2002/ Organização das Nações Unidas; tradução de Arlene

Santos. –– Brasília : Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2003. — 49 p. : 21 cm.

– (Série Institucional em Direitos Humanos; v. 1).

Page 44: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

44

têm demonstrado, no entanto, que as idosas brasileiras têm sido pouco beneficiadas

pelos procedimentos de rastreamento.11

Assim, frente à extrema importância da realização de exames preventivos para o

diagnóstico de câncer de mama e do colo do útero, ressalte-se que o Boletim PAD-MG

– 2011 identificou que 76,7% das mulheres declararam já terem se submetido ao exame

de Papanicolau, 71,5% ao exame clínico das mamas e 67,4% ao de mamografia. No

entanto, foi registrado que 18,1% declararam nunca ter realizado o exame Papanicolau

em Minas Gerais. Quando a análise foi feita por região de planejamento foi detectado

que 36,2% das mulheres nunca realizaram o exame Papanicolau nas regiões do

Jequitinhonha/Mucuri e 30,7% na região Norte.

Além da saúde, fatores ambientais, econômicos e sociais, como o ambiente

físico, a geografia a educação, a ocupação, os rendimentos, a condição social, o apoio

social, a cultura e o gênero influenciam notavelmente na saúde de um indivíduo.

Objetivos

1. Reduzir os efeitos acumulativos dos fatores que aumentam o risco de sofrer

doenças e, em consequência, a possível dependência na velhice;

2. Elaborar políticas para prevenir a falta de saúde entre as pessoas idosas;

3. Permitir o acesso de todos os idosos à alimentação e a uma nutrição

adequada.

Ações

1. Priorizar às políticas de erradicação da pobreza, a fim de, entre outras

coisas, melhorar o estado de saúde dos idosos, em particularmente dos pobres e

marginalizados;

2. Melhorar o estado de saúde de idosos e reduzir a invalidez e a mortalidade;

3. Realizar campanhas para a realização de exames preventivos femininos de

forma mais incisiva nas regiões mineiras que apresentam maiores índices de

mulheres que nunca realizaram exame de Papanicolau e mamografia;

11

CHAIMOWICZ e CAMARGOS, 2011 apud Boletim PAD-MG, ano 1, n. 1, maio 2011 –Belo

Horizonte, Fundação João Pinheiro, Centro de Estatística e Informações, 2011.

Page 45: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

45

4. Determinar os fatores ambientais e socioeconômicos que contribuem para

o aparecimento de doenças e incapacidade na velhice e enfrenta-los;

5. Concentrar as atividades de promoção da saúde, de educação sanitária, das

políticas de prevenção e das campanhas de informação nos conhecidos e

importantes riscos decorrentes de uma dieta pouco saudável, da falta de atividade

física e de outras formas de comportamento perniciosos para a saúde, como o

hábito de fumar e abuso do álcool;

6. Adotar medidas de amplo alcance para prevenir o abuso do álcool, reduzir a

utilização de produtos derivados do fumo e a exposição involuntária à fumaça de

cigarro, e para ajudar as pessoas de todas as idades que queiram deixar de fumar;

7. Criar e aplicar medidas jurídicas e administrativas e organizar campanhas

públicas de informação e promoção da saúde que incluam campanhas para reduzir

a exposição a agentes de contaminação do meio ambiente;

8. Promover o uso seguro de todos os medicamentos e reduzir ao mínimo o

uso indevido de medicamentos vendidos com receita com a adoção de medidas

regulamentares e educativas apropriadas, com participação da indústria e dos

setores profissionais interessados;

9. Adotar formas de diagnóstico antecipado para impedir ou retardar o

aparecimento de doenças e invalidez;

10. Promover campanhas e programas de vacinação de adultos e de pessoas

idososas como medida preventiva, notadamente contra a influenza;

11. Garantir a disponibilidade de programas básicos de exames médicos e

prevenção diferenciados em função dos sexos;

12. Qualificar a estrutura de atendimento para a pessoa idosa no âmbito da

saúde;

13. Capacitar e oferecer incentivos a profissionais dos serviços sociais e da

Page 46: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

46

saúde para assessorar e orientar os que estão chegando à velhice sobre as formas

saudáveis de vida e o cuidado da própria saúde;

14. Requalificar os profissionais envolvidos com a saúde da pessoa idosa;

15. Formar novos profissionais para atuação no tema Saúde da Pessoa Idosa;

16. Prevenir as lesões involuntárias promovendo melhor compreensão de suas

causas, adotando medidas de proteção de pedestres, executando programas para

prevenir as quedas, reduzindo ao mínimo os riscos, inclusive de incêndios nos lares

e proporcionando assessoramento em questões de segurança;

17. Elaborar, em todos os níveis, indicadores estatísticos sobre doenças comuns

a idosos para servir de orientação nas políticas destinadas a prevenir novas

doenças nesse grupo de população;

18. Estimular os idosos a manter ou adotar modos de vida ativos e saudáveis

que incluam atividades físicas e esportivas;

19. Promover a igualdade de acesso de idosos ao consumo de água potável e

aos alimentos aptos para o consumo;

20. Conseguir a segurança alimentar garantindo provisão de alimentos sem

riscos e adequados no que se refere à nutrição tanto no plano nacional como

internacional, estimulando a adoção de uma dieta equilibrada que proporcione

uma energia suficiente, impeça a carência de macro e micronutrientes, e se baseie

em alimentos de produção local, entre outros meios, estabelecendo metas

nacionais para o regime alimentar;

21. Dar atenção especial às carências nutricionais e às doenças conexas na

formulação e aplicação de programas preventivos e de promoção da saúde para

idosos;

22. Promover a educação de idosos e do público em geral, inclusive as pessoas

que prestam assistência de maneira não profissional, sobre as necessidades

Page 47: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

47

nutricionais especiais de idosos, inclusive em relação ao consumo suficiente de

água, calorias, proteínas, vitaminas e minerais;

23. Promover serviços odontológicos acessíveis para prevenir e tratar os

problemas que podem dificultar o ato de comer e causar má nutrição;

24. Incorporar informação sobre as necessidades nutricionais especiais de

idosos nos programas de capacitação de todos os profissionais da saúde e dos

encarregados de atender a outras pessoas;

25. Assegurar uma nutrição acessível de forma adequada e suficiente nos

hospitais e nos centros de assistência a idosos;

26. Instrumentalizar os idosos para o envelhecimento ativo por meio de

esclarecimentos sobre atividade física e mental, alimentação saudável, ampliação

da rede social, e importância dos projetos de vida;

27. Incentivar o aumento do número de municípios com equipamentos

esportivos em locais públicos bem como orientá-los sobre a importância do

profissional de Educação Física para o acompanhamento de práticas esportivas;

28. Incentivar eventos esportivos que priorizem a participação da pessoa idosa,

contribuindo para uma existência prolongada com mais qualidade de vida;

29. Criar equipe multidisciplinar especializada, para atendimento na atenção

básica e de média e alta complexidade à pessoa idosa, nas regiões do Vale do

Mucuri e Jequitinhonha;

30. Criar e implementar protocolos de prescrição de fórmulas, suplementos

alimentares e dietas especializadas para pessoas com necessidades nutricionais

específicas, garantindo sua liberação e concessão através da Secretaria de Estado

da Saúde, desburocratizando o atendimento às demandas;

31. Implantar um sistema de atenção aos usuários de crack, álcool e outras

drogas, incluindo os familiares, favorecendo a criação de centros de convivência e

Page 48: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

48

outras unidades públicas destinadas ao tratamento gratuito e promoção da saúde

da pessoa idosa dependente química;

32. Expandir o apoio do Programa Saúde da Família;

33. Estimular a formação de gerontólogos e geriatras;

34. Promover, prevenir e recuperar a saúde da pessoa idosa, proporcionando-

lhe atendimento especializado e multidisciplinar e garantindo-lhe medicação,

exames, reabilitação, acessibilidade e priorização no atendimento;

35. Ampliar e qualificar os serviços de saúde para pessoas idosas, inclusive nas

unidades prisionais;

36. Criar um Ciclo de Educação Continuada em Saúde e Cidadania da Pessoa

Idosa;

37. Produzir e disseminar conhecimento e informação sobre a saúde da Pessoa

Idosa;

38. Criar vagas nos cursos de pós-graduação na área de saúde para inserção da

pessoa idosa;

39. Avaliar sistematicamente os serviços na área de saúde para pessoas idosas

existentes em todos os municípios do Estado;

40. Qualificar os serviços de saúde ambulatoriais correlacionados com o

componente especializado;

41. Implantar um serviço de atendimento a pacientes vítimas de acidentes e de

violência;

42. Criar sistema de notificação de casos de violência contra a pessoa idosa;

43. Monitorar, avaliar e abastecer as necessidades de medicamentos e

produtos farmacêuticos dos usuários do componente especializado em programas

estaduais da assistência farmacêutica;

Page 49: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

49

44. Formular, publicar e publicizar a Política Estadual de Saúde da Pessoa Idosa;

45. Produzir e divulgar material informativo sobre as ações de saúde da pessoa

idosa em todo o Estado;

46. Promover encontros regionais de saúde sobre temas que envolvam o

envelhecimento;

47. Realizar oficinas de sensibilização e atualização dobre a temática do

envelhecimento e Saúde da pessoa idosa.

8.2. Eixo temático 08: Acesso universal e equitativo aos serviços de

assistência à saúde e de assistência social

A assistência à saúde e a reabilitação da pessoa idosa é capaz de colaborar com a

longevidade. Nessa esfera, é necessária uma assistência continuada que inclui tanto a

promoção da saúde e a prevenção de doenças, quanto a prestação de atenção primária de

saúde, tratamento de doenças agudas, reabilitação física e mental de pessoas idosas e,

inclusive, assistência paliativa para pessoas idosas que possuem doenças dolorosas ou

incuráveis. Importante frisar que uma assistência eficaz leva em conta uma visão

holística do bem estar, integrando fatores físicos, mentais, sociais, espirituais e

ambientais.

Ademais, dada a importância da assistência à saúde, torna-se necessário garantir

que as pessoas idosas não encontrem obstáculos financeiros, físicos, psicológicos e

jurídicos para a fruição dos serviços de saúde. Um dos obstáculos que pode ser

encontrado é, ainda, a discriminação etária que é passível de existir dentro e fora do

sistema de saúde.

A politica publica de assistência social tem foco na equidade, tendo como

público pessoas em situação de vulnerabilidade social. Com o objetivo de atender os

seus princípios, conta com dois eixos de atuação, a Proteção Social Básica e Proteção

Social Especial, sendo que a Proteção Social Básica tem como objetivo a prevenção de

riscos sociais. Neste eixo, está disponível o Serviço de Proteção Social Básica no

Page 50: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

50

Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas. A Proteção Social Especial é

destinada a famílias e indivíduos que já se encontram em situação de risco e que tiveram

seus direitos violados por ocorrência de abandono, maus-tratos, abuso sexual, uso de

drogas, entre outros aspectos. Neste eixo podemos encontrar o Serviço de Proteção

Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias. (PNAS, 2004).

Objetivos

1. Eliminar as desigualdades sociais e econômicas por razões de idade ou

sexo ou por outros motivos, a fim de garantir que os idosos tenham um acesso

universal e em condições de igualdade à assistência à saúde;

2. Desenvolver e fortalecer os serviços de assistência à saúde para atender às

necessidades de idosos e promover sua inclusão no processo;

3. Instituir um atendimento contínuo à saúde para atender às necessidades

de idosos;

4. Promover a participação de idosos no desenvolvimento e fortalecimento

dos serviços de atenção primária de saúde e atendimento a longo prazo;

5. Garantir que as pessoas idosas tenham um acesso universal e em

condições de igualdade aos serviços de assistência social;

6. Desenvolver e fortalecer os serviços sociais para atender às necessidades

de idosos e promover sua inclusão no processo.

Ações

1. Promover o acesso, em condições de igualdade, a assistência à saúde, de

idosos pobres e também dos que habitam em zonas rurais e remotas, entre

outras coisas, mediante a redução ou eliminação dos encargos para usuários,

estabelecimento de planos de seguros e outras medidas de ajuda financeira;

2. Executar as obrigações internacionais de garantir o acesso de idosos à

assistência básica de saúde sem discriminação por razões de idade ou outras

formas de discriminação;

3. Utilizar tecnologias como a telemedicina, quando delas se disponha, e o

Page 51: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

51

ensino a distância para reduzir as limitações geográficas e logísticas no acesso

à assistência à saúde em zonas rurais;

4. Incluir a medicina tradicional nos programas de assistência básica à saúde

quando conveniente e benéfico;

5. Dar a operadores de assistência primária de saúde e a assistentes sociais,

noções básicas de gerontologia e geriatria;

6. Criar mecanismos de regulamentação nos níveis pertinentes para

estabelecer normas apropriadas de assistência à saúde e a reabilitação de

idosos;

7. Aplicar estratégias de desenvolvimento comunitário para fazer uma

avaliação sistemática de referência das necessidades básicas com destino ao

planejamento, execução e avaliação dos programas de saúde locais. Essa

referência deveria incluir contribuições dos idosos;

8. Melhorar a coordenação da assistência primária de saúde, da assistência

ao longo prazo e os serviços sociais e outros serviços comunitários;

9. Apoiar à prestação de assistência paliativa e sua integração na assistência

geral à saúde, formulando normas sobre capacitação e assistência paliativa e

estimular os enfoques multidisciplinares de todos os prestadores de serviços

de assistência paliativa;

10. Estabelecer serviços gerontológicos especializados e aperfeiçoar a

coordenação de suas atividades com os serviços de assistência básica à saúde

e com os serviços de assistência social e incentivar a formação destes

profissionais;

11. Incluir os idosos no planejamento, na execução e na avaliação dos

programas de assistência à saúde e reabilitação;

12. Educar os profissionais de saúde e assistência social para que incluam

Page 52: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

52

plenamente os idosos na tomada das decisões relativas à sua própria saúde;

13. Integrar as necessidades e as percepções de idosos na formulação da

política de saúde;

14. Ampliar a assistência gerontológica a partir da universalização da atenção;

15. Realizar Pesquisa Estadual sobre o Envelhecimento na Perspectiva da

Totalidade Social;

16. Monitorar o funcionamento e atendimento dos Centros de Referência da

Assistência Social – CRAS, os Centros Referência Especializado da Assistência

Social – CREAS e os Centros Regional da Assistência Social, fortalecendo suas

competências e estimulando a ampliação dos serviços de atenção a pessoa

idosa;

17. Organizar informações que permitam a criação de uma base de dados

sobre os serviços, demandas e perfis relacionados à pessoa idosa no Estado;

18. Aperfeiçoar a rede de atendimento à pessoa idosa no âmbito da

assistência social, inclusive nas Unidades Prisionais;

19. Promover o acesso das pessoas idosas à documentação civil, inclusive as

que cumprem pena em regime fechado;

20. Capacitar os profissionais de assistência social, incluindo os vinculados a

Instituições de Longa Permanência para pessoas Idosas (ILPIs) e às Unidades

Prisionais no atendimento qualificado a pessoa idosa;

21. Implantar o Sistema Estadual de Dados e Estatísticas sobre a Pessoa Idosa;

22. Apoiar tecnicamente as organizações públicas e privadas na prestação de

serviços de assistência social às pessoas idosas, em especial na modalidade

asilar e de custódia penitenciária;

23. Assessorar os 853 municípios mineiros na implementação e

Page 53: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

53

8.3. Eixo temático 09: Os idosos e a AIDS

O diagnóstico da AIDS nas pessoas idosas pode ser difícil de ser constatado,

haja vista que os seus sintomas podem ser confundidas com outras síndromes que

acometem pessoas idosas.

Ademais, é necessário que haja uma desmitificação da sexualidade da pessoa

idosa, já que esta tem direitos sexuais assim como qualquer outra pessoa. Nessa seara,

vencido esse obstáculo é que se pode pensar em campanhas informativas sobre a AIDS

que também tenha a pessoa idosa como público. Só munida de informação é que a

pessoa idosa pode se conscientizar sobre a proteção contra a doença.

Objetivos

1. Melhorar a avaliação dos efeitos da AIDS sobre a saúde dos idosos,

tanto para os infectados como para os idosos que cuidam de familiares

infectados ou sobreviventes

2. Dar informação adequada, capacitar para a prestação de cuidados e

proporcionar assistência médica e apoio social a idosos infectados pela AIDS

e a quem lhes dão assistência;

3. Fortalecer e reconhecer da contribuição de idosos para

desenvolvimento quando cuidam de crianças com enfermidades crônicas,

inclusive a AIDS, e quando substituem aos pais.

Ações

1. Prestar especial atenção a idosos que cuidam de pacientes portadores

do HIV, inclusive mediante a compilação de dados quantitativos e

qualitativos sobre o estado de saúde e as necessidades de idosos que

prestam esse tipo de serviço.

fortalecimento de Redes de Atenção à Pessoa Idosa;

24. Disponibilizar cursos de formação e capacitação aos profissionais de

atendimento a pessoa idosa nas temáticas de promoção e proteção de direitos

do idoso.

Page 54: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

54

2. Modificar as estratégias de saúde pública e de prevenção em função da

epidemiologia local. A informação relativa à prevenção e aos riscos da aids

com vista à população geral deve atender as necessidades de idosos;

3. Capacitar pessoas idosas que atendam a outras para ajudá-las a prestar

uma assistência eficaz e, ao mesmo tempo, reduzir ao mínimo os possíveis

efeitos adversos sobre sua própria saúde e bem-estar;

4. Velar para que as estratégias de tratamento e apoio reconheçam as

necessidades de idosos infectados pelo HIV.

5. Promover a cooperação entre organismos públicos e organizações não

governamentais que trabalham com crianças, jovens e idosos nas questões

relacionadas com a aids;

6. Instituir um protocolo para pessoa idosa de investigação de doenças

sexualmente transmissíveis na atenção primária.

7. Divulgar cartilhas sobre doenças sexualmente transmissíveis destinadas

a população idosa.

8.4. Eixo temático 10: Capacitação de prestadores de serviço de saúde e

de serviço social

Para a prestação de assistência de qualidade é imprescindível que haja a criação de

oportunidades educacionais em geriatria e gerontologia para os profissionais de saúde e

serviço social que trabalhem com pessoas idosas. É importante a criação de programas

educacionais com o escopo de qualificar o profissional da saúde e da assistência para

um atendimento mais eficaz e humanizado, e para os cuidadores informais, que também

precisam receber capacitação básica em atenção á pessoa idosa.

Objetivos 1. Melhorar a informação e a capacitação de profissionais de saúde e de

serviços sociais quanto às necessidades de idosos.

Page 55: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

55

Ações

1. Promover programas de educação e formação para profissionais da

saúde e de assistência social e ainda de pessoas que atendam a outros

num contexto informal com respeito aos serviços e a atenção aos idosos,

inclusive a geriatria e gerontologia;

2. Instituir programas de educação continuada para profissionais da

saúde e de assistência social com vistas a aplicar um enfoque integrado da

saúde, do bem-estar e da assistência a idosos, assim como de aspectos

sociais e psicológicos do envelhecimento;

3. Ampliar a educação profissional em geriatria e gerontologia, inclusive

convidando esforços especiais para ampliar a admissão de estudantes nos

cursos de geriatrias e gerontologia.

4. Capacitar os profissionais que realizam atendimento a fim de que

observe às questões de gênero, diversidade sexual, cor, etnia e etc;

5. Capacitar profissionais em geriatria e gerontologia, em parceria com

as Instituições de Ensino Superior.

6. Implementar cursos de cuidadores formais e informais de idosos.

8.5. Eixo temático 11: Necessidades relacionadas com a saúde mental de

idosos

Ao alcançar patamar de idade superior a sessenta anos, alguns quadros

psiquiátricos se tornam mais comuns nessa faixa etária, tais quais demência, estados

depressivos ou quadros psicóticos com iniciação tardia12

. Ademais, deve-se atentar

ainda para aquelas pessoas idosas que já possuíam uma condição de saúde mental e

atingiram os sessenta anos13

. Nesse diapasão, é preciso notar que as situações de saúde

mental descrita, muitas vezes, implicam na perda de autonomia, independência e

qualidade de vida da pessoa. É recorrente que as perdas e reviravoltas da vida possam

12

ANDRADE, FERREIRA FILHA, DIAS, SILVA, COSTA, LIMA, et al. Texto Contexto

Enferm, Florianópolis, 2010 Jan-Mar; 19(1): 129-36 13

Op. Cit.

Page 56: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

56

ocasionar transtornos de saúde mental cujo diagnóstico correto depende de um olhar

apurado. Quando o diagnóstico é equivocado pode implicar num tratamento que não

combate a cerne da questão, ou até mesmo uma internação desnecessária.

A depressão é um transtorno comum entre as pessoas idosas. Contudo, os seus

sintomas podem passar despercebidos pelos familiares e pessoas próximas e até mesmo

pelo médico, uma vez que pode estar acompanhada por outros sintomas, como

distúrbios de sono, falta de apetite, entre outros14

. Segundo o Boletim PAD-MG/2011,

temos um percentual de 10% de pessoas idosas diagnosticadas com depressão.

O combate ou redução de danos dos transtornos mentais não deve permaneces adstrito à

medicamentos, haja vista que a medicação psicotrópica pode provocar efeitos adversos,

trazer riscos para a saúde e até prejudicar a adesão ao tratamento15

. Assim, são

necessários, além de medicação, buscar outros caminhos alternativos ou concomitantes

aos medicamentos, tais quais, apoio psicossocial, terapia, programas de formação com

enfoque cognitivo e formação de familiares e profissionais que cuidem de pessoas

idosas.

Objetivo

1. Desenvolver serviços de assistência à saúde mental que compreendam

desde a prevenção de uma intervenção oportuna à prestação de serviços

para o tratamento e gestão dos problemas de saúde mental de idosos.

Ações

1. Formular e aplicar estratégias nacionais e locais com vistas a melhorar a

prevenção, a detecção precoce e o tratamento de doenças mentais na

velhice, com inclusão de procedimentos de diagnósticos, medicação

adequada, psicoterapia e capacitação de profissionais e demais pessoas que

atendam os anciãos;

2. Formular, por serem necessárias, estratégias eficazes para elevar os

níveis de qualidade da avaliação e do diagnóstico do mal de Alzheimer e

outros incômodos relacionados nas primeiras etapas de manifestação. Esses

incômodos devem ser pesquisados a partir de uma base multidisciplinar em

que se vejam atendidas as necessidades de pacientes, de profissionais de

14

Op. Cit. 15

Op. Cit.

Page 57: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

57

saúde e de pessoas que cuidam dos doentes;

3. Oferecer programas de ajuda a pessoas que sofrem do mal de Alzheimer

ou outras doenças degenerativas e também a seus familiares;

4. Formular programas de terapia psicossocial para contribuir para a

reintegração dos pacientes de alta hospitalar;

5. Organizar uma gama completa de serviços continuados na comunidade

para prevenir a internação desnecessária;

6. Criar serviços e estabelecimentos que ofereçam segurança e tratamento

e que promovam a dignidade pessoal para atender as necessidades de

pessoas idosas com sofrimento mental;

7. Promover a divulgação de informação sobre sintomas, tratamento,

consequências e prognóstico das doenças mentais;

8. Prestar serviços de saúde mental a idosos que residam em

estabelecimentos de assistência a longo prazo;

9. Ampliar a assistência a saúde mental direcionada à população idosa;

Page 58: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

58

9. DIRETRIZ 03: CRIAÇÃO DE AMBIENTE PROPÍCIO E FAVORÁVEL

É necessário contribuir para a criação de uma sociedade de inclusão e coesão

para todos, independentemente de gênero, idade, cor ou orientação sexual. Todos tem

direito de viver num ambiente que realce suas capacidades e permita a realização de

seus potenciais.

As pessoas idosas caso queiram permanecer ativas e produtivas devem ter acesso a

oportunidades que viabilize a sua realização. É preciso, então, adotar políticas que

habilitem e deem ferramentas para que as pessoas idosas possam contribuir para a

sociedade, se esse for o seu desejo. Entretanto, não se pode esquecer a promoção de

acesso aos serviços básicos, tais como água potável e alimentos adequados, para que

sejam providas as necessidades mais básicas da pessoa. É necessário também que se

adote políticas que fortaleçam a independência durante toda a vida e a participação

social, criando, assim, um ambiente propício e que promova o bem estar.

9.1. Eixo temático 12: Pessoas Idosas e acessibilidade

Com o avanço da idade, pode haver uma maior incidência de redução da

mobilidade e até surgimento de deficiências. A criação de ambientes favoráveis e

acessíveis é imprescindível para que a pessoa idosa prossiga no desfrute da sua

autonomia e independência para a realização de atividades cotidianas. Ademais, uma

das consequências da redução da mobilidade é o isolamento social face as dificuldades

encontradas para locomoção. Outro aspecto que inibe a pessoa idosa com deficiência ou

com redução da mobilidade é os estereótipos negativos e o preconceito, que deve ser

combatido de maneira sistemática a fim de evitar com que essas intervenções negativas

obstem a pessoa idosa de perseguir seus objetivos, socializar e realizar suas atividades

diárias.

Deve-se promover meios de garantir a independência e autonomia da pessoa idosa com

deficiência ou redução de mobilidade.

Objetivos 1. Manter a capacidade funcional durante toda a vida e promoção da

plena participação das pessoas idosas.

Page 59: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

59

Ações

1. Formular políticas para tratar e prevenir deficiências em que se tenha

em conta o sexo e a idade, assim como os fatores de saúde, ambientais e

sociais;

2. Proporcionar serviços de reabilitação física e mental para idosos com

deficiências;

3. Formular programas de base comunitária para dar educação sobre as

causas de deficiências e informar sobre a forma de preveni-las ou superá-las

durante toda a vida;

4. Criar normas e ambientes propícios a pessoas idosas com o fim de

contribuir para impedir o surgimento ou a piora de deficiências;

5. Promover a construção de moradias para idosos com deficiência em

que se reduzam os obstáculos e se aumentar os estímulos para levar uma

vida independente e, sempre que possível, tornar acessíveis a idosos com

deficiência ou redução de mobilidade espaços, transportes e outros serviços

públicos, assim como os locais e serviços comerciais que utilize o público

em geral;

6. Estimular e facilitar a criação de organizações de autoajuda das pessoas

idosas com deficiências e das pessoas que delas cuidam;

7. Estimular a receptividade dos empregadores em relação a idosos com

deficiências que continuam sendo produtivas e capazes de realizar um

trabalho remunerado ou voluntário;

8. Reformar as unidades prisionais de regime fechado que necessitem de

adaptação para acessibilidade.

Page 60: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

60

9.2. Eixo temático 13: Moradia e condições de vida

A acessibilidade e a segurança são peças fundamentais para a conformação de

um lar que ofereça segurança emocional e psicológica para a pessoa idosa. É notório

que uma moradia em boas e satisfatórias condições podem proporcionai benefícios para

o bem-estar e saúde.

A localização também é uma questão importantíssima para o grau de satisfação

trazido pelo lar, por isso, sempre que possível, deve-se preservar a autonomia da pessoa

idosa e viabilizar que esta escolha o lugar onde queira viver

Por outro lado, temos presenciado uma marca constante de urbanização,

ampliando consideravelmente o número de pessoas que estão envelhecendo nas zonas

urbanas. Segundo o Boletim PAD-MG/2011, temos um percentual de 85,3% de pessoas

idosas morando em zonas urbanas, ao passo que 14,7% residem em áreas rurais.

Observa-se que as áreas urbanas nem sempre oferecem moradias e serviços acessíveis,

enquanto pessoas idosas estão envelhecendo em solidão e sem apoio nas áreas rurais.

Objetivos

1. Promover o envelhecimento na comunidade em que se vive, levando

devidamente em conta as preferências pessoais e as possibilidades no

tocante à moradia acessível para pessoas idosas.

2. Melhorar o projeto ambiental e da moradia para promover a

independência de idosos considerando suas necessidades, particularmente

dos que apresentam especificidades;

3. Melhorar a disponibilidade de transporte acessível e economicamente

exequível, para os idosos.

Ações

1. Coordenar os esforços multissetoriais na manutenção da integração das

pessoas idosas com suas famílias e comunidades;

2. Estimular investimentos em infraestruturas locais como as de

transporte, saúde, saneamento e segurança, concebidas em apoio de

comunidades multigeracionais;

Page 61: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

61

3. Instaurar políticas e apoiar iniciativas destinadas a facilitar o acesso de

pessoas idosas a bens e serviços;

4. Vincular a moradia acessível a serviços de proteção social para

conseguir a integração das condições de alojamento, de assistência a longo

prazo e das oportunidades de interação social;

5. Promover o projeto de moradias acessíveis e adaptadas à idade de seus

ocupantes e acessíveis, e garantir a facilidade de acesso a edifícios e locais

públicos;

6. Proporcionar aos idosos, a suas famílias e aos que deles cuidam,

informação e assessoramento, de modo oportuno e eficaz, sobre as opções

disponíveis em matéria de moradia;

7. Garantir que nas moradias destinadas a idosos se levem devidamente

em conta suas necessidades assistenciais e culturais;

8. Velar para que, nos novos espaços urbanos, não haja obstáculos à

mobilidade e ao acesso;

9. Promover o uso de tecnologia e de serviços de reabilitação concebidos

para propiciar uma vida independente;

10. Apoiar os idosos para que suas moradias estejam livres de obstáculos à

mobilidade e ao acesso;

11. Melhorar a disponibilidade de serviços eficientes de transporte público

nas zonas rurais e urbanas;

12. Criar possibilidade de moradia para idosos com situação familiar

precária ou inexistente;

13. Criar Centros-Dia para o atendimento nos diversos municípios do

Estado;

Page 62: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

62

14. Instituir um sistema de cadastramento das Instituições de Longa

Permanência para Idosos no Estado, com atualização anual;

15. Avaliar as Instituições de Longa Permanência para Idosos no Estado;

16. Ampliar os índices de moradia dos programas habitacionais públicos

destinados às pessoas idosas;

17. Promover direito à acessibilidade, no que diz respeito às adaptações,

eliminações e supressão de barreiras arquitetônicas que reduzam a

mobilidade da pessoa idosa.

18. Estabelecer diretrizes para a utilização de tipologias adequadas à

população idosa, nos projetos habitacionais.

19. Elaborar proposta de mecanismos, na Legislação que induza a

eliminação de barreiras arquitetônicas para a pessoa idosa, em

equipamentos urbanos de uso público.

9.3. Eixo temático 14: Cuidado e apoio aos cuidadores

Ao falar em assistência, é importante considerar o indivíduo que necessita do

cuidado, bem como aquele que presta o cuidado, ou seja, à assistência. Diante disso,

podemos considerar como cuidador familiar, qualquer sujeito que venha a desenvolver

um acompanhamento residencial com outro sujeito em estado de saúde que necessite de

certo cuidado.

Neste sentido, podemos colocar duas perspectivas diferentes neste tipo de

trabalho, o “cuidador formal e o não formal”. O cuidador formal é aquele profissional

com formação técnica para exercer os cuidados. Ao contrário, o cuidador informal é um

representante da família ou alguém que tem uma relação de proximidade, não tendo

necessariamente um preparo técnico para realizar este trabalho. (MACHADO, 2007)

Considerando que o cuidador informal não tem como característica o preparo

técnico e, em especial, quando estes cuidadores são idosos, é importante a criação de

Page 63: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

63

estratégias que visem contribuir nesse processo entre cuidado e cuidar. Assim, é

necessário estratégias de apoio tanto do âmbito social, saúde e infraestrutura, assistência

e apoio. Essas estratégias de apoio a “Quem cuida” deverão ter um suporte técnico

respaldado pelas Políticas Públicas, uma que vez que, a cada ano, verifica-se o aumento

da proporção da população que precisa de cuidado.

Em pesquisa realizada por Machado (2007), foi identificado que o cuidador

informal muitas vezes se limita em relação às suas atividades particulares, dispondo

então, da maior parte de seu tempo para os cuidados com o acamado. Além disto, esta

limitação poderá ocasionar riscos à sua própria saúde.

Diante da limitação do “cuidador informal” e os riscos que podem ser

ocasionados a este, é importante ressaltar que este tipo de assistência não deve ser

considerado o principal meio de cuidado à pessoa idosa, assim, não substituindo a

assistência profissional.

Envelhecer no espaço da comunidade e familiar é o quadro ideal, entretanto, o

“cuidado informal” enquanto exercício de atividade não remunerada tem criado tensões

econômicas e sociais.

A priori a assistência residencial é uma das estratégias mais adequadas ao

atendimento às pessoas idosas. Esse processo de atendimento, além de proporcionar

uma aproximação familiar é também uma solução economicamente viável de ser

realizada.

Diante desses mecanismos que deverão ser fomentados nas Políticas Públicas, é

indispensável que ocorra a participação das pessoas idosas na construção das etapas do

tratamento, e, consequentemente na avaliação das suas próprias necessidades.

Objetivos

1. Oferecer assistência e serviços contínuos, de diversas fontes, a idosos e

às pessoas que prestam assistência;

2. Apoiar a função assistencial que desempenham pessoas idosas,

principalmente mulheres idosas.

Ações

1. Promover assistência comunitária e apoio à atenção familiar;

2. Melhorar a qualidade da assistência comunitária, o acesso à assistência

comunitária a longo prazo que se presta a idosos que vivem sós, a fim de

Page 64: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

64

prolongar sua capacidade de viver com independência, como possível

alternativa de hospitalização e de internação em abrigo de idosos;

3. Apoiar os encarregados pela prestação de assistência, dando-lhes

capacitação, provendo informação e utilizando mecanismos psicológicos,

sociais e legislativos;

4. Organizar sistemas de apoio social, formais, a fim de elevar a

capacidade das famílias de cuidar de idosos em âmbito familiar, incluindo,

particularmente, a prestação de apoio e serviços a longo prazo ao crescente

número de idosos com saúde frágil;

5. Potenciar a independência de mulheres e homens idosos e criar

condições que promovam sua qualidade de vida e lhes permitam trabalhar

e viver de forma independente em sua própria comunidade o tempo que

for possível ou como desejem;

6. Estimular a prestação de apoio social, os serviços para diminuir a carga

de trabalho, o assessoramento e a informação com vista a idosos que

atendem a outros e a familiares sob seus cuidados;

7. Definir formas de ajudar idosos, especialmente mulheres idosas, que

prestam assistência a outros e atender suas necessidades sociais,

econômicas e psicológicas particulares;

8. Fortalecer o papel positivo dos avós na convivência com seus netos;

9. Divulgar cartilhas/informativos sobre manejo de alterações cognitivas,

emocionais, motoras, sensoriais e comportamentais.

Page 65: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

65

9.4. Eixo temático 15: Violência contra a pessoa idosa

Segundo o Estatuto do Idoso, a violência contra a pessoa idosa pode assim ser

definida:

Art. 19, §1º - Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o

idoso qualquer ação ou omissão praticada em local público ou privado

que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico.

Assim, verifica-se que a violência contra a pessoa idosa pode assumir várias

formas, tais como física, sexual, psicológica, moral, emocional, financeira, etc., desde

que haja ação ou omissão que cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico.

O processo de envelhecimento mitiga a capacidade de recuperação, sendo assim,

as marcas da violência podem ter duração indeterminada e até gerar consequências

perenes. Ademais, o contexto social no qual se insere a situação de violência pode, em

si mesmo, trazer outros danos traumas a pessoa idosa, haja vista a vergonha, o medo e

até mesmo as dificuldades de se denunciar uma violência doméstica ou intrafamiliar.

Tudo isso se apresenta como obstáculo para um pedido de ajuda, prolongando, ainda

mais, a situação de violência vivida pela pessoa idosa.

Ressalte-se, ainda, a situação especial de risco vivida pelas mulheres idosas que

estão mais sujeitas a um contexto de violência em razão da desigualdade de gênero

grave vividas por elas.

Ante o cenário exposto, torna-se premente a criação de mecanismos para prevenir a

violência contra a pessoa idosa e expor a população qual o seu alcance e formas, a fim

de que estas possam ser identificadas com mais clareza. Por outro lado, é necessária,

ainda, a existência de ações para lidar com os danos trazidos pela situação de violência e

a conscientização sobre a rede de proteção, para que a pessoa idosa saiba onde procurar

ajuda, caso esteja sofrendo violência.

Objetivos

1. Eliminar todas as formas de abandono, abuso e violência contra pessoas

idosas;

2. Criar serviços de apoio para atender aos casos de abuso e maus-tratos a

pessoas idosos.

Page 66: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

66

Ações

1. Sensibilizar os profissionais e educar ao público em geral, valendo-se dos

meios de comunicação e campanhas de conscientização sobre a questão de

abusos contra as pessoas idosas e suas diversas características e causas;

2. Promover a cooperação entre o governo e a sociedade civil, incluídas as

organizações não governamentais para fazer frente aos maus-tratos de

idosos, entre outras coisas, desenvolvendo iniciativas comunitárias;

3. Reduzir ao mínimo os riscos que representam para as mulheres idosas

todas as formas de abandono, maus-tratos e violência, criando no público

maior consciência desses fenômenos e, protegendo-as deles, especialmente

em situações de emergência;

4. Estimular que se continuem pesquisando, mais amplamente, causas,

natureza, magnitude, gravidade e consequências de todas as formas de

violência contra mulheres e homens idosos e dar ampla divulgação às

conclusões das pesquisas e estudos;

5. Criar serviços para vítimas de maus-tratos e procedimentos de

reabilitação de quem os cometem;

6. Estimular os profissionais de saúde e de assistência social e o público em

geral a que informem sobre os casos de suspeita da existência de maus-

tratos a idosos;

7. Incluir na capacitação das profissões assistenciais a forma identificar os

casos de maus-tratos a idosos;

8. Criar programas de informação para prevenir aos idosos de fraude

contra os consumidores;

9. Implementar mecanismos de acolhimento/assistência a idosos em

situação de vulnerabilidade social;

10. Criar Centros-Dia para atender idosos, com situação familiar precária ou

Page 67: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

67

inexistente.

11. Divulgar principalmente junto à população idosa a atuação da Delegacia

do Idoso e da Promotoria;

12. Capacitar os diferentes profissionais da Delegacia do Idoso para prestar a

assistência e acolher a população idosa;

13. Ampliar o número de Centros de Referência para Atenção à Pessoa Idosa

nas diversas regiões do Estado;

14. Incentivar perante o Poder Judiciário Estadual a implantação de Vara

Especializada com competência exclusiva para processar inquéritos e julgar

os processos de violência contra o idoso, promovendo melhoria da prestação

jurisdicional no Estado. Proposta alinhada com o art.70 – Lei 10.741/2003,

art. 125 da Constituição Federal e art. da Constituição do Estado;

15. Ampliar o número de instituições acolhedoras transitórias nos

Municípios, destinadas ao público vítima de violência e em situação de risco e

vulnerabilidade, em qualquer dia da semana e horário, por período

necessário à sua reestruturação, resguardando o sigilo de seu acolhimento.

(Proposta conforme art. 4º, inciso VII,§ 2º - Lei 12.666/97 e arts. 221 – inciso

4º, e 225 § 2º da Constituição Estadual);

16. Sancionar o Decreto regulamentador da Lei 12.666, de 04/11/1997,

conforme previsto no art. 9º, da citada lei;

17. Revitalizar a Delegacia Especializada de Proteção a Pessoa Idosa e

Deficiente, na Capital, garantindo estrutura administrativa, orçamentária e

de pessoal, para maior agilidade na instauração e investigação dos inquéritos

de violência contra a pessoa idosa, impactando na eficiência, controle e

redução da violência contra esses públicos;

18. Apoiar os Municípios, garantindo estrutura administrativa, orçamentária

e de pessoal para ampliar as Defensorias Públicas especializadas no

Page 68: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

68

atendimento da pessoa idosa vítima de maus- tratos e violência;

19. Ampliar em todos os meios de comunicação - escrito, falado e

televisado- campanhas de conscientização e combate à violência contra

pessoa idosa;

20. Elaborar e implementar o plano de enfrentamento da violência contra a

pessoa idosa.

21. Estabelecer e operacionalizar de fluxo de encaminhamento e solução de

queixas de violência e violação do direito de pessoas idosas.

22. Estabelecer monitoramento da aplicação da Lei Maria da Penha para

segmentos específicos de mulheres idosas.

23. Realizar campanhas de prevenção à violência e combate ao preconceito

e a discriminação contra a pessoa idosa, inclusive nas Unidades Prisionais.

24. Promover o Dia D de Conscientização sobre a violência contra a Pessoa

Idosa.

25. Promover ações de sensibilização e formação no combate a

discriminação contra as pessoas idosas em razão da sua vulnerabilidade e em

razão da sua orientação sexual.

26. Realizar Seminários Estadual de Enfrentamento à Violência contra a

Pessoa Idosa.

27. Estabelecer e operacionalizar o protocolo de atendimento humanizado

em Instituições de Longa Permanência para pessoas Idosas;

28. Prestar assistência à mulher idosa em situação de violência doméstica e

sexual

29. Monitorar o número de queixas e/ou autuações de violação do direito da

pessoa idosa;

Page 69: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

69

30. Criar Ouvidorias, Defensorias Públicas e Delegacias para proteção e

defesa dos direitos da pessoa idosa;

31. Instalar Defensorias Públicas da Pessoa Idosa e Delegacias da Pessoa

Idosa de forma a atender as Regiões de planejamento do estado;

32. Reordenar do Disque Direitos Humanos, para receber denúncias,

informar e orientar sobre direitos e serviços para a pessoa idosa;

33. Formar permanente e sistematicamente os policiais civis e demais

profissionais integrantes da Secretaria Estadual de Defesa Social (SEDS), no

trato e no atendimento da pessoa idosa vítima de violência;

34. Fomentar ações intersetoriais de capacitação dos operadores do direito

na temática da pessoa idosa.

9.5. Eixo temático 17: Imagens do envelhecimento

O reconhecimento da autoridade, sabedoria, dignidade e prudência, que são fruto

da experiência de toda uma vida, tem caracterizado normalmente o respeito com que se

trata a velhice no curso da história. Em algumas sociedades, é comum não se dar

atenção a esses valores que se referem a idosos e as pessoas idosas são

desproporcionalmente como estorvos para a economia, devido à crescente necessidade

em matéria de serviços de saúde e apoio. Embora o gozo de saúde nos anos de velhice

seja naturalmente uma questão cada vez mais importante para os idosos, a concentração

da assistência pública e o custo com serviços de assistência à saúde, as pensões e outros

serviços têm promovido uma imagem negativa do envelhecimento. As imagens que

destacam o atrativo, a diversidade e a criatividade de idosos e sua contribuição vital

para a sociedade devem competir com ela por despertar a atenção do público. As

mulheres idosas se veem, particularmente, afetadas pelos estereótipos enganosos e

negativos: ao invés de representá-las de maneira que reflitam suas contribuições, seus

Page 70: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

70

pontos fortes, sua criatividade e qualidades humanas, costumam ser representadas como

frágeis e dependentes, o que reforça as práticas de exclusão em nível nacional e local16

.

Objetivos

1. Reconhecer o idoso como autoridade capaz de contribuir com sua

sabedoria, experiência entre outras para melhores resultados e

produtividade.

Ações

1. Elaborar e promover amplamente um marco normativo onde haja

responsabilidade individual e coletiva de reconhecer as contribuições

passadas e presentes dos idosos, procurando resistir a mitos e ideias pré-

concebidas e, consequentemente, tratar os idosos com respeito e

gratidão, dignidade e consideração;

2. Estimular os meios de comunicação de massa a promover imagens

em que se destaquem a sabedoria, os pontos fortes, as contribuições, o

valor e a criatividade de mulheres e homens idosos, inclusive de idosos

com incapacidades;

3. Estimular os educadores a que reconheçam e incorporem em seus

cursos as contribuições feitas por pessoas de todas as idades, inclusive as

idosas;

4. Estimular os meios de comunicação a transcender a apresentação de

estereótipos e ilustrar a diversidade plena da humanidade;

5. Reconhecer que os meios de comunicação são precursores da

mudança e podem atuar como fatores de orientação na promoção do

papel que toca aos idosos nas estratégias de desenvolvimento, inclusive

nas zonas rurais;

6. Estimular os meios de comunicação de massa a veicularem imagens

16

Íntegra do do TEMA 4: Imagens do envelhecimento, do Plano de Ação Internacional para o

Envelhecimento firmado na II Assembléia Mundial do Envelhecimento, realizada de 8 a 12 de abril

de 2002, em Madri, promovida pela ONU.

Page 71: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

71

da pessoa idosa no contexto do ciclo de vida;

7. Estimular a atuação de idosos em espaços da educação infantil como

forma de socialização e impacto positivo nas imagens do

envelhecimento;

8. Realizar campanhas de sensibilização para assegurar o princípio do

atendimento preferencial à pessoa Idosa.

9. Realizar campanhas de valorização da pessoa idosa enquanto sujeito

de direitos e como contribuinte da construção do patrimônio material e

imaterial do Estado de MG;

10. Incluir o Envelhecimento como tema transversal em escolas de

ensino fundamental e escolas de ensino médio.

9.6. Eixo temático 18: Conselhos de controle social

Os conselhos de controle social são espaços públicos de composição plural e

paritária entre Estados e sociedade civil, de natureza deliberativa e consultiva. São

canais efetivos de participação da sociedade, e possuem um importante papel de

fortalecimento da participação democrática da população na consolidação e

implementação de políticas públicas.

O controle social é a participação da sociedade nos processos de planejamento,

acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações da administração pública e na

execução das políticas e programas públicos. Pode-se dizer que é uma ação conjunta

entre governo e sociedade em que o foco é o compartilhamento de responsabilidades

visando aumentar o nível da eficácia e eficiência da gestão pública.

A criação dos Conselhos de Direitos representa um papel fundamental como

instrumento de efetivação de políticas públicas, por meio do qual o controle social

exercido sob as ações propostas viabiliza a garantia de direitos dos idosos. Nesse

sentido, torna-se necessário que sejam criadas estratégias para o fortalecimento e

efetividade das ações do Conselho Estadual do Idoso.

Page 72: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

72

Objetivos 1. Acompanhar, fiscalizar e avaliar as ações do Plano Mineiro de Atenção

Integral à Pessoa Idosa.

Ações

1. Estimular e apoiar a criação de Conselhos de Direito do Idoso nos

municípios;

2. Incluir na Escola de Conselhos a formação de Conselheiro (a)s

Municipais da Pessoa Idosa, capacitando-os (as) sobre suas atribuições e

funções, competências dos Conselhos, operacionalização de fundos

especiais e convênios;

3. Indicar as prioridades a serem incluídas no planejamento global do

Estado nas questões que dizem respeito ao idoso;

4. Fortalecer o Conselho Estadual da Pessoa Idosa;

5. Promover a articulação e intersetorialidade na implementação das

políticas públicas voltadas à população idosa;

6. Assessorar e apoiar a implantação, reativação e fortalecimento dos

Conselhos Municipais dos Direitos da Pessoa idosa;

7. Formar sistemática para pessoas integrantes de espaços de controle

social;

8. • Fortalecer a participação social na formulação e implementação das

políticas públicas de promoção da pessoa idosa;

9. Destinar recursos do tesouro ao Fundo Estadual dos Direitos da Pessoa

Idosa de Minas Gerais.

Page 73: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

73

ANEXOS

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74

ANEXO 1

Diagnóstico Completo da situação da pessoa idosa em Minas Gerais

DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DOS IDOSOS NO ESTADO DE MINAS

GERAIS

BELO HORIZONTE

MAIO / 2014

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75

GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Alberto Pinto Coelho

SECRETÁRIO DE ESTADO DE TRABALHO E DESENVOLVIMENTO

SOCIAL

Eduardo Prates Octaviani Bernis

SECRETÁRIO ADJUNTO DE TRABALHO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Juliano Fisicaro Borges

SUBSECRETÁRIA DE DIREITOS HUMANOS

Maria Juanita Godinho Pimenta

SUPERINTENDÊNCIA DE PROTEÇÃO

Mirella Vasconcelos Ferreira Barbosa

DIRETORIA DE INFORMAÇÃO, ACOMPANHAMENTO,

MONITORAMENTO DE DIREITOS HUMANOS

Juliane Aparecida Prado

Aneliza Pinheiro Machado Guimarães

Igor Matheus Gramacho de Souza

Maria Araci Andrade Vial

Tainara Vieira Rodrigues

Page 76: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

76

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 06

2 CARACTERIZAÇÃO DEMOGRÁFICA ............................................................................ 36

2.1 Condição do idoso no domicílio ......................................................................................... 36

3 CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA ..................................................................... 36

3.1 Dados econômicos .............................................................................................................. 36

3.2 Dados educacionais/escolaridade ...................................................................................... 36

4 SAÚDE .................................................................................................................................. 36

4.1 Doenças crônicas ............................................................................................................... 36

4.2 Autopercepção do estado de saúde .................................................................................... 36

4.3 Acesso e utilização de serviços de saúde ........................................................................... 36

4.4 Hábitos preventivos e comportamento de risco ................................................................. 36

4.5 Hábitos alimentares ............................................................................................................ 36

4.4 Atividade física, tabagismo e consumo de bebida alcoólica .............................................. 36

5 VIOLÊNCIA ......................................................................................................................... 36

CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 36

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77

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Esperança de vida ao nascer por região de planejamento – Minas Gerais

– 2010 ........................................................................................................................ 86

GRÁFICO 2 - Probabilidade de sobrevivência até 60 anos por região de planejamento –

Minas Gerais – 2010 .................................................................................................... 87

GRÁFICO 3 - População Residente por região de planejamento – Minas Gerais – 2010 ...... 87

GRÁFICO 4 - População Residente de 65 anos ou mais por região de planejamento –

Minas Gerais - 2010 ..................................................................................................... 88

GRÁFICO 5 - Índice de envelhecimento por região de planejamento – Minas Gerais -

2010 ........................................................................................................................... 90

GRÁFICO 6 - Razão de dependência por região de planejamento – Minas Gerais –

2010 ........................................................................................................................... 91

GRÁFICO 7 - Razão de sexo por grupo etário- Minas Gerais - 2011 ................................. 93

GRÁFICO 8 - Distribuição percentual da condição da população acima de 60 anos no

domicílio por grupo etário - Minas Gerais – 2011 ............................................................ 95

GRÁFICO 9 - Distribuição percentual da condição da população acima de 60 anos no

domicílio por sexo e grupo etário - Minas Gerais – 2011 .................................................. 96

GRÁFICO 10 - Estado civil da população acima de 60 anos por sexo - Minas Gerais –

2011 ........................................................................................................................... 97

GRÁFICO 11 - Distribuição percentual da condição da população acima de 60 anos no

domicílio por arranjo domiciliar selecionado – Minas Gerais – 2011 ................................. 99

GRÁFICO 12 - Distribuição da população acima de 60 anos por sexo e arranjo

domiciliar - Minas Gerais – 2011 ................................................................................. 100

GRÁFICO 13 - Rendimento nominal mensal médio (R$ ) das pessoas de 60 anos ou

mais – Minas Gerais – 2000 ........................................................................................ 103

GRÁFICO 14 – Famílias beneficiárias do BPC Idoso – Minas Gerais - 2013 ................... 104

Page 78: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

78

GRÁFICO 15 – Distribuição percentual da população com 60 anos ou mais que realiza

atividades domésticas por gênero – Minas Gerais – 2011 ............................................... 108

GRÁFICO 16 - Taxa de analfabetismo da população acima de 60 anos por região de

planejamento e Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) – Minas Gerais –

2011 ......................................................................................................................... 111

GRÁFICO 17 - Distribuição percentual relativa à propriedade do terreno onde se

localiza o domicílio de moradia da população por grupo etário – Minas Gerais - 2011 ...... 115

GRÁFICO 18 - Distribuição percentual relativa á posse de escritura ou outro

documento de título de posse do terreno onde se localiza o domicílio de moradia da

população por grupo etário – Minas Gerais - 2011 ......................................................... 115

GRÁFICO 19 – Prevalência de doenças crônicas na população acima de 60 anos por

faixa etária – Minas Gerais – 2011 – (%) ...................................................................... 118

GRÁFICO 20 – Distribuição percentual da população acima de 60 anos por número de

doenças crônicas declaradas e sexo – Minas Gerais – 2011 ............................................ 119

GRÁFICO 21 – Distribuição relativa da autopercepção do estado de saúde na população

acima de 60 anos segundo doenças crônicas – Minas Gerais – 2011. .............................. 121

GRÁFICO 22 – Distribuição percentual da população acima de 60 anos em relação à

necessidade e procura por atendimento de saúde nos últimos 30 dias – Minas Gerais –

2011. ....................................................................................................................... 124

GRÁFICO 23 – Distribuição percentual do tipo de internação para a população acima

de 60 anos que declarou que esteve internado nos últimos 12 meses – Minas Gerais –

2011 ......................................................................................................................... 126

GRÁFICO 24 – Denúncias Disque 100 – Pessoa Idosa 2013 (Minas Gerais) ................... 134

GRÁFICO 25 – Denúncias no Disque Direitos Humanos 2013 – Proteção ao idoso

(Minas Gerais) .......................................................................................................... 135

GRÁFICO 26 – Crimes contra o idoso 2013 – SEDS (Minas Gerais) ............................. 136

GRÁFICO 27 – Crimes contra o idoso – Tipo de violação – Minas Gerais - 2013 ............. 137

Page 79: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

79

GRÁFICO 28 – Frequência de casos de violência contra IDOSOS (Tipos) - 2012/2013 .... 138

GRÁFICO 29 – Frequência de casos de violência contra IDOSOS (Tipos) - 2012/2013 .... 139

Page 80: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

80

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - População por grupo etário - Minas Gerais – 2011 ....................................... 89

TABELA 2 - Distribuição percentual da população acima de 60 anos entre e dentro dos

setores rural e urbano por grupo etário - Minas Gerais - 2011 (pg.12) ............................... 89

TABELA 3 - População por sexo e grupos etários - Minas Gerais – 2011 .......................... 92

TABELA 4 - Distribuição percentual da população por sexo e situação do domicílio

segundo grupo etário - Minas Gerais – 2011 ................................................................... 93

TABELA 5 - Estado civil da população acima de 60 anos por sexo e grupo etário -

Minas Gerais – 2011 .................................................................................................... 97

TABELA 6 - Distribuição percentual da população acima de 60 anos por grupo etário e

arranjo domiciliar - Minas Gerais – 2011 ........................................................................ 99

TABELA 7 – Rendimento médio mensal total e por tipo de conte da população de 10

anos ou mais e da população de 60 anos ou mais – Minas Gerais - 2011 .......................... 103

TABELA 8 – Situação laboral da população segundo grupo etário – Minas Gerais –

2011 – (%) ................................................................................................................ 104

TABELA 9 – Distribuição percentual da população por – tipo de vinculação laboral e

grupo etário – Minas Gerais - 2011 .............................................................................. 105

TABELA 10 – Situação laboral da população com 60 anos ou mais segundo gênero –

Minas Gerais – 2011 – (%) ......................................................................................... 106

TABELA 11 – Situação laboral da população com 60 anos de idade segundo a situação

do setor censitário – Minas Gerais – 2011 (%) .............................................................. 106

TABELA 12 – Situação laboral da população com 60 anos ou mais de idade segundo

cor/raça – Minas Gerais – 2011 – (%) .......................................................................... 107

TABELA 13 – Distribuição percentual da população com 60 anos ou mais por – tipo de

vinculação laboral e cor/raça – Minas Gerais – 2011 ...................................................... 107

TABELA 14 - Taxa de analfabetismo por sexo e grupo etário - Minas Gerais - 2011 ........ 110

Page 81: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

81

TABELA 15 – Taxa de analfabetismo da população acima de 15 anos e acima de 60

anos por região de planejamento e Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) –

Minas Gerais – 2011 .................................................................................................. 111

TABELA 16 – Distribuição da população acima de 60 anos por nível de instrução e

região de planejamento e Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) – Minas

Gerais – 2011 ............................................................................................................ 112

TABELA 17 - Distribuição percentual relativa ás condições gerais de moradia da

população com 60 anos ou mais para o Estado de Minas Gerais, região rural e

domicílios chefiados por indivíduos com mais de 60 anos – Minas Gerais - 2011 ............. 116

TABELA 18 – Prevalência de doenças crônicas e posse de plano de saúde na população

acima de 60 anos, segundo região de planejamento e Região metropolitana de Belo

Horizonte – Minas Gerais – 2011 – (%) ........................................................................ 120

TABELA 19 – Autopercepção do estado de saúde em pessoas acima de 60 anos de

acordo com características sociodemográficas – Minas Gerais – 2011 ............................. 123

TABELA 20 – Distribuição percentual das características do atendimento em pessoas

acima de 60 anos que relataram ter procurado serviços de saúde nos últimos 30 dias –

Minas Gerais – 2011 .................................................................................................. 125

TABELA 21 – Distribuição percentual da população acima de 60 anos por última

medição da pressão arterial, glicose e colesterol segundo a presença ou não de doenças

cardíacas – Minas Gerais – 2011 ................................................................................. 127

TABELA 22 – Distribuição percentual da população feminina acima de 60 anos por

frequência de realização de exames Papanicolau, clínico de mamas e mamografia,

segundo região de planejamento e Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) –

Minas Gerais – 2011 .................................................................................................. 128

TABELA 23 – Distribuição percentual relativa aos hábitos alimentares da população

acima de 60 anos por região de planejamento e Região metropolitana de Belo Horizonte

(RMBH) – Minas Gerais – 2011 .................................................................................. 130

Page 82: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

82

TABELA 24 – Distribuição percentual relativa aos hábitos de vida da população acima

de 60 anos por região de planejamento e Região Metropolitana de Belo Horizonte

(RMBH) – Minas Gerais – 2011 .................................................................................. 132

TABELA 25 – Frequência de consumo semanal na população acima de 60 anos que

declarou consumir bebida alcoólica – Minas Gerais – 2011 ............................................ 132

Page 83: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

83

1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional é tido como um dos principais avanços sociais

do século XX. Este foi conquistado por uma conjunção de fatores, dentre os quais se

destacam as melhorias na medicina, a redução da taxa de fecundidade e o progresso

tecnológico, que possibilitaram tanto um aumento da qualidade e da expectativa de vida

da sociedade, quanto a diminuição de nascimentos. Por outro lado, o envelhecimento

também é considerado um dos grandes desafios deste século para as políticas públicas.

Isto porque o Estado deve agir a fim de garantir que esta parcela da população que deixa

o mercado de trabalho tenha condições de vida que respeitem o principio da dignidade

humana e, ao mesmo tempo, manter um desenvolvimento econômico mínimo capaz de

assegurar uma equidade entre os grupos etários em termos de recursos,

responsabilidades sociais e direitos.

A preocupação com o envelhecimento da população tem como marco inicial a

Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento ocorrida na cidade de Viena, em 1982.

Nesta Assembleia foi aprovado um Plano Global de Ação que visava “(...) garantir a

segurança econômica e social dos indivíduos idosos bem como identificar as

oportunidades para a sua integração ao processo de desenvolvimento dos países.”

(CAMARANO; PASINATO, 2004, pg. 254-255). Até esta Assembleia o idoso era

tratado de forma marginal pelas Organizações Internacionais. Portanto, este momento

representou uma mudança de paradigmas, no sentido de que se tentou enxergar o idoso

como ator social, sujeito de direitos e independente financeiramente. Dessa maneira,

entendeu-se que este grupo populacional tinha suas necessidades e especificidades que

deveriam ser observadas quando da construção de políticas públicas e, mais do que isso,

o Estado deveria proporcionar os recursos necessários que garantissem a autonomia do

idoso e a concretização de seus direitos.

A partir desta Assembleia a questão do idoso passou a entrar de forma mais

significativa nos debates e agendas políticas dos países e esteve presente em várias

Assembleias internacionais. “No âmbito das Nações Unidas, a Assembleia Geral de

1991 adotou 18 princípios em favor da população idosa” (CAMARANO; PASINATO,

2004, pg. 257), que envolveram questões relacionadas à garantia de autonomia físico-

financeira e de usufruto dos direitos do idoso, bem como à integração dos mesmos à

sociedade e à possibilidade destes terem acesso à mecanismos que desenvolvam suas

Page 84: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

84

potencialidades. A proclamação sobre o Envelhecimento foi aprovada na Assembleia

Geral da ONU em 1992 e estabeleceu o ano de 1990 como o Ano Internacional dos

Idosos. Por fim, ocorreu em Madri a Segunda Assembleia Mundial, realizada no ano de

2002 na qual foi aprovada uma nova declaração política e um novo plano de ação para

orientar medidas normativas sobre o envelhecimento no inicio do século XXI.

Dentre uma Assembleia e outra se pôde perceber a mudança da visão sobre o

idoso. Aos poucos este foi passando de uma posição de individuo vulnerável e

dependente para um sujeito ativo, atuante e autônomo dentro da sociedade e que deve

ser levado em conta nas políticas de promoção do bem-estar da população. O

envelhecimento populacional deixa de ser resumido em um problema social que,

inclusive, ameaçaria o desenvolvimento econômico do país, para se tornar uma

oportunidade de contribuição do crescimento econômico e social de uma nação, sendo

fonte de recursos e de benefícios para a sociedade.

Desse modo, para que esta oportunidade de contribuição seja aproveitada é

preciso criar-se um ambiente de prosperidade e integração entre os grupos etários, para

que estes possam atuar de maneira conjunta e em direção ao crescimento mútuo. Este

ambiente só pode ser criado a partir do momento em que os governos passam a

conhecer a população com a qual irão lidar, observando suas necessidades e

especificidades, já que cada grupo possui diferenças relacionadas à renda, à saúde, à

educação, às questões comportamentais, entre outros e que se acentuam com base na

região a ser explorada.

Portanto, o presente trabalho tem por objetivo apresentar o Diagnóstico inicial

da situação da população idosa mineira, feito pela Diretoria de Informação,

Acompanhamento e Monitoramento da Subsecretaria de Direitos Humanos locada na

Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social do Estado de Minas Gerais. Tal

diagnóstico é uma compilação de dados feita pela Diretoria supracitada e que abrange

dados das seguintes áreas: saúde, demografia, socioeconômicos e de violência, bem

como as principais ações realizadas pelo Estado de Minas Gerais à população idosa.

A metodologia utilizada foi uma revisão bibliográfica dos indicadores coletados

pela Pesquisa Amostral de Domicílio de 2011 – Perfil da população idosa de Minas

Gerais, pelos Censos Demográficos de 2000 e 2010 e pelo Sistema de Indicadores de

Saúde e Acompanhamento de Políticas do Idoso de 2008. Além disso, foram utilizadas

Page 85: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

85

informações disponibilizadas pela Secretaria de Estado de Defesa Social, por meio do

Cinds/SEDS, informações do Disque Direitos Humanos do Governo Federal, do Disque

Direitos Humanos do Governo Estadual e informações disponibilizadas pela Secretaria

de Estado de Planejamento e Gestão. As informações contidas neste diagnostico

permitem caracterizar a população idosa nas áreas supracitadas e podem ser

desmembradas com base nas áreas de planejamento do Estado.

Page 86: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

86

2 CARACTERIZAÇÃO DEMOGRÁFICA

O envelhecimento populacional é caracterizado pela redução da taxa de

fecundidade e da taxa de mortalidade da população. Ao contrário do que muitos

pensam, para uma nação estar passando por um processo de envelhecimento, além da

maior expectativa de vida, há também que se reduzir o número de crianças e jovens. No

Brasil, a queda das taxas supracitadas vem gerando consideráveis mudanças na pirâmide

etária do país, e em Minas Gerais, o processo não é diferente.

Este diagnóstico aponta as principais características da população idosa em

Minas Gerais por meio de indicadores das fontes supracitadas na Introdução do mesmo.

Tais indicadores estão estruturados com base nas regiões de planejamento do Estado, a

saber: Central, Triângulo, Alto Paranaíba, Centro Oeste, Noroeste, Norte, Sul, Rio

Doce, Zona da Mata e Jequitinhonha/Mucuri.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a

esperança de vida ao nascer é o “número médio de anos de vida esperados para um

recém-nascido, mantido o padrão de mortalidade existente na população residente, em

determinado espaço geográfico, no ano considerado.”. Este indicador permite concluir

que se uma região possui uma boa expectativa de vida, é provável que tenha boas

condições de vida e de saúde para a população, que poderá viver por mais tempo.

Portanto, de acordo com o Censo demográfico de 2010, as regiões que possuíam

um maior número médio de anos de vida esperados por um recém-nascido eram: Alto

Paranaíba, com 76,20 anos; Triângulo, com 76,12 anos e Centro-Oeste, com 75,62 anos.

As regiões que possuíam uma menor expectativa de vida eram: Rio Doce, com 73,42

anos; Norte, com 72,76 anos e Jequitinhonha/Mucuri, com 72,51 anos. Os dados

sugerem que as três primeiras regiões citadas, possuem uma realidade social mais digna

com serviços públicos de qualidade e de mais fácil acesso pela população, o que permite

que esta viva até 4 anos a mais que as três últimas regiões destacadas.

Page 87: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

87

Gráfico 1 - Esperança de vida ao nascer por região de planejamento – Minas

Gerais – 2010

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Censo 2010

A esperança de vida ao nascer e a probabilidade de sobrevivência até 60 anos

são indicadores que dizem respeito à qualidade de vida de uma determinada região.

Também é uma maneira de se aferir o retorno dos investimentos feitos para melhorar a

condição de vida daquela população, no que tange o acesso a serviços de saúde,

saneamento, educação, cultura e lazer de qualidade, bem como índices relacionados à

violência, poluição, renda, mortalidade geral e infantil, entre outros.

De acordo com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o

desenvolvimento), a probabilidade de sobrevivência até 60 anos consiste na “(...)

probabilidade de uma criança recém-nascida viver até aos 60 anos se os padrões das

mortalidades específicas prevalecentes na época do nascimento permanecerem os

mesmos ao longo da vida da criança.”

Com base no censo Demográfico de 2010, assim como no indicador da

esperança de vida ao nascer, as regiões que possuem maiores probabilidades de

sobrevivência até os 60 anos são: Alto Paranaíba, Triângulo e Centro-Oeste, com

84,25%, 84,14% e 83,40% de chances de sobrevivência, respectivamente. Repetindo

também as posições do indicador anteriores, a Rio Doce, Norte e Jequitinhonha/Mucuri

possuem 80,09%, 79,10% e 78,69% de probabilidade de recém-nascido sobreviver até

os 60 anos de idade.

Page 88: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

88

Gráfico 2 - Probabilidade de sobrevivência até 60 anos por região de planejamento

– Minas Gerais – 2010

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Censo 2010

De acordo com o Censo Demográfico realizado pelo IBGE, as regiões Central,

Triângulo, Alto Paranaíba e Centro Oeste, que possuem uma média populacional de

44.095,84, 40.150,08, 20.505,25 e 20.352,49 pessoas por município. Por outro lado, as

regiões de Rio Doce, Zona da Mata e Jequitinhonha/Mucuri apresentam as menores

médias populacionais do Estado, sendo 15.880,14, 15.305,45 e 15.183,62 pessoas por

município.

Gráfico 3 - População Residente por região de planejamento – Minas Gerais - 2010

Page 89: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

89

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Censo 2010

Considerando somente a população idosa, com 65 anos ou mais, tem-se que as

regiões que mais concentram indivíduos idosos são: Central e Triângulo, com médias de

3.296,37, 3.233,46 pessoas por município. Pelo contrário, a região Noroeste apresenta

uma média de 12.98,06 pessoas idosas por município.

Gráfico 4 - População Residente de 65 anos ou mais por região de planejamento –

Minas Gerais - 2010

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Censo 2010

Com base na PAD de 2011, a tabela 1 apresenta a população idosa de Minas

Gerais divida por grupo etário. Assim, pode-se observar que a maioria dos idosos possui

entre 60 e 74 anos, totalizando cerca de 1.600.000 pessoas. Já a população com 80 anos

ou mais, concentra aproximadamente 332 mil idosos e representa 1,7% da população

total.

É importante destacar que, apesar da população com mais de 80 anos representar

apenas uma pequena parcela da população de idosos em Minas Gerais, esse número

tende a aumentar. Um estudo realizado pelo IBGE diz que até 2060 a população idosa

irá duplicar até 2060, com o aumento da expectativa de vida de 75 anos para 81 anos,

acompanhado também da redução da fecundidade.

Page 90: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

90

Tabela 1 - População por grupo etário - Minas Gerais – 2011

Quando se observa a distribuição da população idosa nas zonas urbanas e rurais,

conclui-se que a grande maioria vive em áreas urbanas, que contêm mais de 80% dos

idosos. A tabela 2 traz as informações referentes a estes dois setores e, por meio dela,

pode-se perceber que o peso relativo da população idosa no setor rural é maior, sendo

12,2% contra 11,7%. Isto porque apesar dos pesos serem os mesmos na população de 80

anos ou mais, entre 60 e 79 anos, há uma porcentagem levemente maior de idosos na

zona rural (1035%) do que na zona urbana (10%).

Tais diferenças podem ser justificadas pelos movimentos migratórios. Enquanto

a população jovem é a que mais migra para as grandes cidades, o movimento de retorno

para a área rural é composto, em sua maioria, pela parcela mais velha da população.

Tabela 2 - Distribuição percentual da população acima de 60 anos entre e dentro

dos setores rural e urbano por grupo etário - Minas Gerais - 2011 (pg.12)

Quando se pretende medir o grau de envelhecimento de uma determinada

população, podem-se utilizar dois indicadores: a razão de dependência de idosos e o

índice de envelhecimento. Este último é calculado a partir da relação entre o número de

idosos e a população jovem, isto é, compara-se o número de residentes com 65 anos ou

mais para cada grupo de 100 pessoas de 0 a 14 anos.

Page 91: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

91

O gráfico 3 mostra o índice de envelhecimento nas regiões de planejamento de

Minas Gerais no ano de 2010. Por meio deste, pode-se observar que, na Zona da Mata,

para cada 100 pessoas com menos de 15 anos, havia 57,48 idosos, representando o

maior índice do Estado. Já na região Jequitinhonha/Mucuri, este índice cai para 41,28

idosos, seguidos das regiões Noroeste e Norte, com 35,27 e 33,93 idosos para cada 100

“jovens”, respectivamente.

Gráfico 5 - Índice de envelhecimento por região de planejamento – Minas Gerais -

2010

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Censo 2010

A razão de dependência, por sua vez, mostra a relação entre a população idosa e

aquela que está em idade produtiva. Mais especificamente, expressa a razão entre a

parcela da população considerada dependente (de 0 a 14 anos e com 60 anos ou mais) e

a parcela potencialmente produtiva (entre 15 e 59 anos).

Conforme pode ser visto no gráfico 6, as regiões Jequitinhonha/Mucuri, Norte e

Rio Doce são as que apresentam uma maior razão de dependência, sendo estas,

respectivamente: 57,87, 55,33 e 53,81. Pode-se concluir que a população produtiva

destas regiões deve sustentar uma grande parcela de pessoas dependentes, o que

significa consideráveis encargos sociais para a população destes lugares. Por outro lado,

as regiões Centro Oeste, Alto Paranaíba e Triângulo possuem as menores razões de

dependência do Estado, sendo estas: 44,39, 44,14 e 44,03 respectivamente.

Page 92: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

92

Gráfico 6 - Razão de dependência por região de planejamento – Minas Gerais –

2010

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Censo 2010

Nas regiões do Norte de Minas, as quais apresentam uma razão de dependência

maior, há que se pensar nos possíveis impactos de tais dados sobre as políticas públicas

do Estado, principalmente, se levar-se em conta as previsões de aumento da população

idosa e redução da população jovem no Brasil para as próximas décadas. Tais mudanças

demográficas aumentam a pressão sobre os sistemas de proteção social, cuja capacidade

de financiamento vem sendo colocada em questão em meio a uma possível crise fiscal,

devido ao aumento do número de aposentados e redução do número de contribuintes.

Isto porque os sistemas previdenciários foram organizados para sobreviverem em um

contexto de expansão do emprego assalariado e de brevidade do período de

aposentadoria.

Além do envelhecimento da população, observa-se também a feminização deste

grupo etário, isto é, existem muito mais mulheres idosas do que homens idosos. Isto

porque a longevidade das mulheres é maior que a dos homens. Um levantamento feito

pelo IBGE no ano de 2012, a Tábua Completa de Mortalidade, mostrou que a

expectativa de vida da mulher, além de já ser maior que a do homem, aumentou mais do

que a deles também. De acordo com essa pesquisa, a esperança de vida das mulheres

chegava a 78,3 anos naquele ano e havia aumentado 6 meses e 25 dias em relação à do

Page 93: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

93

ano anterior. Já para os homens, o aumento foi de 4 meses e 10 dias, indo de 70,6 anos

para 71 anos.

Um dos motivos levantados pelo IBGE para essa disparidade é a maior

incidência de óbitos por causas violentas entre os homens, principalmente os adultos,

com idade entre 15 e 30 anos. Ainda segundo o Instituto, para cada mil recém-nascidos

do sexo masculino, 17 deles não completariam um ano, enquanto que no caso feminino,

este número cairia para 14 recém-nascidos em cada mil.

A PAD – MG traz dados que só reafirmam as informações supracitadas.

Segundo a pesquisa, da população com até 59 anos de idade, 50,2% eram mulheres, em

2011, contra 49,8% de homens. Esta diferença aumenta ainda mais quando se avança na

faixa etária, sendo que na população que possui entre 60 e 79 anos, 55% são mulheres e

no grupo com 80 anos ou mais, esse percentual chega a 58,5%.

Tabela 3 - População por sexo e grupos etários - Minas Gerais – 2011

Para se entender melhor a relação entre a quantidade de homens e mulheres, um

bom indicador é a razão de sexo, que apresenta o número de homens para cada grupo de

100 mulheres. Se este número é igual a 100, significa que o número de pessoas de

ambos os sexos coincidem, caso seja acima de 100, há a predominância de homens e,

abaixo, predominância de mulheres.

O gráfico 6 mostra que, no ano de 2011, na faixa etária de 0 a 59 anos, havia

99,2 homens para cada 100 mulheres. Esta razão vai diminuindo com o aumento da

faixa etária, sendo que na população de 85 anos ou mais, este indicador chega a 70,9

homens para cada 100 mulheres. A partir da análise desse indicador, pode-se identificar

necessidades de estudos de gêneros para se entender os fatores condicionantes de dada

Page 94: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

94

razão, compreender os fenômenos sociais associados à relação apresentada, bem como

pensar políticas públicas específicas.

Gráfico 7 - Razão de sexo por grupo etário- Minas Gerais - 2011

Como já foi citado anteriormente neste trabalho, a população total e idosa entre

os setores urbano e rural se diferenciam, e essa diferença se estende também aos

gêneros nesses locais. A PAD - MG mostrou que até os 79 anos, a população de homens

é maior que a de mulheres na zona rural, sendo que esta diferença se intensifica ainda

mais na faixa etária de 60 a 79 anos, na qual a porcentagem de homens é de 53,5%

contra 46,5% de mulheres. No entanto, nas áreas urbanas, o percentual de indivíduos do

sexo feminino é maior em todos os grupos etários, com destaque para a população de 80

anos ou mais que possui 59,7% de mulheres.

Tabela 4 - Distribuição percentual da população por sexo e situação do domicílio

segundo grupo etário - Minas Gerais – 2011

Page 95: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

95

2.1 Condição do idoso no domicílio

A condição do idoso no domicílio pode ser demonstrada sobre vários aspectos.

Neste trabalho, serão abordadas as seguintes condições: se é chefe, cônjuge, outro

parente ou agregado. A partir da análise desses dados, pode-se entender o grau de

dependência financeira ou física do idoso no domicilio e buscar políticas públicas para

sanar esse problema.

De acordo com Larissa Chaves Pedreira e Regina Lucia Mendonça Lopes, no

artigo “Vivência do idoso dependente no domicílio: análise compreensiva a partir da

historicidade heideggeriana” de 2012:

“(...) no Brasil, apesar da Política Nacional de Saúde do Idoso, há carência de

programas governamentais direcionados para essa população com

dependência. Assim, os cuidados prestados no domicílio, junto à família, vêm

se tornando a única opção disponível para o idoso dependente. Mesmo onde

existe oferta de serviços formais de apoio, a família continua a desempenhar

o papel principal no suporte, ainda que com escassos recursos físicos,

financeiros e humanos.”

Com base na PAD – MG DE 2011, do total de idosos residentes no Estado,

65,9% eram chefes em seus domicílios e 22,8% eram conjugues. 7% dos idosos eram

pai/mãe/sogro/sogra, 4,1% eram ouro tipo de parente apenas 0,2% era agregados. Vale

destacar a faixa etária de 80 anos ou mais, que tem um alto percentual de idosos que

ocupam a posição de pai/mãe/sogro/sogra nos domicílios (18,8%) e uma menor

porcentagem de idosos que são conjugues (11,2%) do que as demais faixas etárias.

Page 96: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

96

Gráfico 8 - Distribuição percentual da condição da população acima de 60 anos no

domicílio por grupo etário - Minas Gerais – 2011

Quando se realiza uma análise dos dados anteriores distribuídos por gênero,

percebe-se uma possível consequência do machismo existente nesta faixa etária, visto

que em toda a população idosa, o número de chefes do sexo masculino é maior que o

número de chefes do sexo feminino. No entanto, quando se divide os grupos etários,

observa-se que o percentual de mulheres chefes é maior no grupo etário de 80 anos ou

mais.

Este fato, que poderá ser observado no próximo item, pode ser explicado pelo

maior numero de viúvas, perante o numero de viúvos em geral. A população idosa

feminina, além de possuir mais expectativa de vida, casa-se com menor frequência após

uma separação do que a população masculina. Vale destacar também o percentual de

24,1% de mulheres de 80 anos ou mais que ocupam a posição de pai/mãe/sogro/sogra

contra apenas 6,9% entre 60 e 79 anos.

Page 97: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

97

Gráfico 9 - Distribuição percentual da condição da população acima de 60 anos no

domicílio por sexo e grupo etário - Minas Gerais – 2011

O estado civil da população idosa também é um importante aspecto para

entender sua condição dentro do domicilio. No gráfico 10, observa-se que a maioria dos

idosos (52,3%) é casada e a minoria (7,4%) é desquitada/divorciada. Também merece

destaque a porcentagem de idosos viúvos, totalizando 30,3% da população total deste

segmento.

Ao se analisar os dados por gênero, pode-se tirar importantes conclusões.

Primeiramente, a grande maioria dos homens idosos encontra-se casados, totalizando

68,5%, quando nas mulheres essa porcentagem é de 39,3%. Em segundo lugar, como

foi citado anteriormente, a maioria das mulheres são viúvas, chegando a 42,6% contra

apenas 15% dos homens. Alguns fatores podem explicar tais diferenças entre os sexos, a

saber: as mulheres possuem maior longevidade, (por isso a maior proporção de viúvas);

os homens brasileiros tendem a se casar com mulheres mais novas e, quando viúvos ou

separados, casam-se novamente com mais frequência (por isso a maior proporção de

casados).

Page 98: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

98

Gráfico 10 - Estado civil da população acima de 60 anos por sexo - Minas Gerais –

2011

A tabela 5 apresenta os dados ainda mais detalhados, mostrando o estado civil da

população idosa dividida em grupo etário e sexo. Por meio desta, pode-se observar que

a maioria das pessoas com 60 anos ou mais se encontrava casada em 2010 e, em ambos

os sexos a faixa etária que continha mais indivíduos casados era entre 60 a 79 anos,

sendo homens com 71% e mulheres com 43,3%. Conforme já foi dito anteriormente,

vale ressaltar a diferença do número de mulheres viúvas e homens viúvos, com destaque

para a faixa etária de 80 anos ou mais, na qual a porcentagem de mulheres é de 71,3%

contra 36,7%.

Tabela 5 - Estado civil da população acima de 60 anos por sexo e grupo etário -

Minas Gerais – 2011

Page 99: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

99

Outro elemento relevante nas questão dos idosos é a constituição dos arranjos

domiciliares nos quais eles se encontram. A PAD – MG traz que:

“Por um lado, as relações familiares, ou, no caso, domiciliares, são uma

forma importante de transferência e cidade intergeracional. Por outro lado,

idosos morando sozinhos ou com outros idosos pode mostrar relativa

independência, já que isso pressupõe autonomia física, mental e financeira.

Mostra também, todavia, a necessidade de uma rede de apoio institucional

maior no futuro e políticas sociais de assistência.”

Portanto, a partir da análise deste indicador podem-se retirar muitas conclusões e

informações importantes para este grupo. Vale ressaltar também, que alguns fatores

como a renda, a idade e autonomia física e mental podem influenciar a constituição dos

arranjos domiciliares dos idosos. O idoso que mora sozinho, por exemplo, pode ter

escolhido viver assim ou pode ser algo inevitável por não ter com quem morar.

Este trabalho utilizou as informações da PAD-MG de 2010 para analisar este

indicador. O mesmo é abordado a partir das seguintes opções: idoso morando sozinho,

idoso corresidindo apenas com idoso, idoso corresidindo apenas com adulto de 15 a 59

anos, idoso corresidindo apenas com crianças de 0 a 14 anos e idoso corresidindo com

adulto e crianças.

A tabela 6 mostra que a maioria dos idosos correside apenas com adulto de 15 a

59 anos, sendo que esta situação se mostra presente em todos os grupos etários

estudados. No grupo etário de 80 anos ou mais, 19,7% dos idosos moram sozinhos e

24% corresidem apenas com idosos, sendo ambos a maioria percentual nestas duas

opções. Por outro lado, na faixa etária entre 60 em 79 anos, o percentual de idosos que

corresidem apenas com criança de 0 a 14 anos (1,7%) e com adulto e criança (18%) é de

1,7% e 18%, respectivamente, contra 0,2% e 12,6% do grupo de 80 anos ou mais.

Page 100: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

100

Tabela 6 - Distribuição percentual da população acima de 60 anos por grupo etário

e arranjo domiciliar - Minas Gerais – 2011

Quando se analisa os idosos que corresidem apenas com adulto de 15 a 59 anos,

com criança de 0 a 14 anos e com adulto e criança, percebe-se, conforme o gráfico 11,

que em todos os arranjos, a maior porcentagem de idosos são chefes da casa, sendo

63,8%, 65,5% e 62,7% respectivamente.

Dessa forma, percebe-se que tal convivência domiciliar não se caracteriza por

uma relação de dependência, haja vista a posição de chefia ocupada por grande parte

dos idosos nestas situações. O que se pode concluir é que, talvez, a relação do idoso

com o adulto seja de auxilio, já que muitas vezes a aposentadoria do primeiro é o

sustento da casa.

Gráfico 11 - Distribuição percentual da condição da população acima de 60 anos

no domicílio por arranjo domiciliar selecionado – Minas Gerais – 2011

Page 101: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

101

O gráfico 12 traz a divisão dos idosos com base no sexo e no arranjo domiciliar.

Pode-se inferir do mesmo que há pouca diferença de arranjos entre os sexos, sem

nenhuma discrepância muito grande entre os percentuais. O que é importante de ser

ressaltado é que o percentual de mulheres morando sozinhas é maior que o dos homens,

sendo este 15,9% contras 13%. Do contrário, 46,5% dos idosos moram apenas com

adultos de 15 a 59 anos, contra 44,8% das idosas na mesma situação.

Gráfico 12 - Distribuição da população acima de 60 anos por sexo e arranjo

domiciliar - Minas Gerais – 2011

A partir do que foi exposto, pode-se realizar importantes conclusões. Quanto

mais velho é o idoso maior é o percentual destes que moram sozinhos, sendo que há

mais mulheres idosas morando sozinhas. Daqueles de corresidem com crianças e/ou

adultos, mais de 60% ocupam a posição de chefe dentro do domicilio e, em média, 25%

são conjugues, demonstrando que estes ocupam, em sua maioria, a posição central no

núcleo familiar. Além disso, cerca de 40% dos idosos convivem com outros idosos com

ou sem a presença de pessoas de outras idades.

Page 102: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

102

3 CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA

Nesta seção serão apresentados dados a respeito da condição social, econômica e

educacional dos idosos em Minas Gerais. A apresentação dos dados continua possuindo

a mesma estrutura da seção anterior, sendo estruturado por região de planejamento do

Estado.

3.1 Dados econômicos

O envelhecimento da população provoca mudanças em toda a sociedade e em

seus arranjos também. O aumento da expectativa de vida acompanhado do aumento da

população idosa exige que as instituições repensem suas ações e redefinam suas

maneiras de atuação para se adequar ás especificidades deste crescente segmento. Tais

redefinições se encontram, principalmente nas áreas da saúde e da seguridade social.

Outra área que também sente as consequências do envelhecimento populacional

é o mercado de trabalho. As políticas públicas têm concentrado seus esforços na

tentativa de aumentar a idade de aposentadoria para prolongar o tempo de contribuição

da população no mercado de trabalho.

O Estatuto do Idoso traz em seu artigo 26 que “O idoso tem direito ao exercício

de atividade profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.”.

Em seu artigo 27, completa dizendo que “Na admissão do idoso em qualquer trabalho

ou emprego, é vedada a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive

para concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo exigir.”.

Para os idosos, o trabalho é uma fonte de renda e, muitas vezes, um

complemento essencial à aposentadoria, no sentido de se manter útil e de se ocupar.

Desse modo, de acordo com o estatuto, não deve haver nenhuma discriminação em

relação à idade do individuo no mercado de trabalho, pelo contrário, a empresa deve se

empenhar para atender às necessidades do idoso e criar um ambiente de trabalho

agradável.

Diferente da Era Industrial, na qual a força de trabalho era o principal valor

exigido e valorizado nas empresas, a “Era da Informação” do século XXI valoriza o

conhecimento e o compartilhamento do mesmo. Desse modo, percebe-se uma crescente

presença do idoso nos postos de trabalho, que contribui para o crescimento da

Page 103: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

103

organização compartilhando sua grande experiência e variada cultura com os demais

funcionários. Cabe, portanto, as organizações, se prepararem para este contexto de

aumento da presença do idoso no mercado de trabalho, promovendo um ambiente

organizacional que favoreça a produtividade e o aproveitamento da sabedoria desse

grupo etário e que, antes de tudo, entenda que a velhice não é sinônima de

improdutividade e dependência.

Esta seção traz informações a respeito da situação laboral – que aqui é

considerada como informações relativas à definição da parcela da população detentora

de vinculo laboral, quantidade de vinculações de trabalho, tipo de vinculação, presença

de contrato de trabalho por tempo determinado, realização do recolhimento do cadastro

Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), contribuição para a previdência social, afiliação a

sindicato e, por fim, tipo de negócio ou empresa em que se dá a vinculação.

De acordo com o IBGE, o rendimento nominal mensal médio é a soma dos

rendimentos (do trabalho e de outras fontes) que uma pessoa recebeu no período de um

mês. O gráfico 6 mostra que, no ano de 2000, as regiões do Triângulo, Alto Paranaíba e

Sul de Minas possuíam o maior rendimento nominal mensal médio das pessoas acima

de 60 anos no Estado de Minas Gerais, com os valores de R$ 567,92, R$ 469,72 e R$

466,06, respectivamente. Por outro lado, as regiões do Rio Doce, Jequitinhonha/Mucuri

e Norte de Minas possuíam o menor rendimento, a saber: R$ 303,47, R$ 244,70 e R$

230,12, respectivamente.

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104

Gráfico 13 - Rendimento nominal mensal médio (R$ ) das pessoas de 60 anos ou

mais – Minas Gerais – 2000

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Censo 2000

A tabela 7 apresenta a relação entre o valor do rendimento médio mensal e o tipo

da fonte de renda para a população com 10 anos ou mais e para aquela com 60 anos ou

mais. Enquanto a população com 60 anos ou mais tem renda media mensal de R$

1021,81, a população de 10 anos ou mais possui uma renda media mensal de R$

1068,51. Percebe-se que a renda media dos homens é maior do que a das mulheres nos

dois grupos etários apresentados e em todas as fontes de renda.

Tabela 7 – Rendimento médio mensal total e por tipo de conte da população de 10

anos ou mais e da população de 60 anos ou mais – Minas Gerais - 2011

A tabela 8 mostra a relação entre a situação laboral e o grupo etário apresentado.

A partir da análise da mesma, pode-se concluir que 16,6% da população idosa

exerceram alguma atividade de trabalho na semana anterior à pesquisa. Também pode-

se observar que 16,9% mantinha vinculações formais como empregados assalariados

Page 105: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

105

com registro em carteira de trabalho no setor privado, 49,3% eram trabalhadores por

conta própria e apenas 1,9% mantinham contratos de trabalho com prazo determinado.

Tabela 8 – Situação laboral da população segundo grupo etário – Minas Gerais –

2011 – (%)

O gráfico 14 mostra a divisão das 73.274 famílias que recebem o Benefício de

Prestação Continuada – Idoso. As regiões Central, Rio Doce e Sul são as que mais

possuem famílias beneficiárias do BPC Idoso; juntas, essas três regiões representam

51,41% do total de famílias beneficiadas em todo o estado de Minas Gerais.

Gráfico 14 – Famílias beneficiárias do BPC Idoso – Minas Gerais - 2013

Fonte: Cadastro Único 2013

Page 106: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

106

A tabela 9 traz informações em relação ao tipo de vinculação laboral

exclusivamente. As porcentagens do emprego assalariado sem carteira no setor privado

traz importantes informações. Entre o público de 10 a 14 anos, 18,8% executam este

tipo de vinculação laboral, contra 8,9% daquele de 15 a 59 anos e 5,8% de idosos.

Tabela 9 – Distribuição percentual da população por – tipo de vinculação laboral e

grupo etário – Minas Gerais - 2011

Quando se analisa o mercado de trabalho com base no gênero, importantes

diferenças aparecem, demonstrando varias disparidades entre os sexos. Em 2011,

enquanto 28% dos homens idosos entrevistados pela PAD – MG haviam trabalhado na

última semana, apenas 7,6% das mulheres havia trabalhado. O mesmo se observa em

relação ao trabalho por conta própria, no qual 53,7% dos homens trabalhavam na época,

contra 36,9% das mulheres. 10,6% das mulheres tinha contrato por prazo determinado,

contra apenas 4,3% dos homens. Por último, dois indicadores apontam mais uma

diferença discriminatória entre os sexos: 27,2% dos homens trabalhavam em uma

fazenda, sírio, granja ou chácara, contra 6,8% das mulheres. Em compensação, 30,9%

das mulheres realizavam trabalho doméstico, contra 16,3% dos homens.

Page 107: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

107

Tabela 10 – Situação laboral da população com 60 anos ou mais segundo gênero –

Minas Gerais – 2011 – (%)

Dos idosos do meio rural, 23,7% haviam trabalhado na ultima semana quando da

época da pesquisa, contra 15,5% no setor urbano. Além disso, a prevalência de

contratos com prazos determinados no setor rural é maior enquanto o percentual de

contribuintes da previdência é menor. Por fim, 19,3% dos idosos que viviam em

ambientes urbanos tinha um emprego assalariado com carteira no setor privado, contra

apenas 8,7% do setor rural.

Tabela 11 – Situação laboral da população com 60 anos de idade segundo a

situação do setor censitário – Minas Gerais – 2011 (%)

Quando se analisa a situação laboral dos idosos com relação à cor/raça, a

maioria deles mantem, exclusivamente, uma vinculação de trabalho. Por outro lado,

53,7% dos brancos trabalham por conta própria contra 47,1% dos não brancos. A

porcentagem de brancos que possuem CNPJ, que contribuem para a previdência, que

estavam associados a um sindicato no último mês e que trabalhavam em uma loja,

oficina, fábrica, escritório, escola, repartição pública ou galpão é maior do que a dos não

brancos.

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108

Tabela 12 – Situação laboral da população com 60 anos ou mais de idade segundo

cor/raça – Minas Gerais – 2011 – (%)

A PAD - MG também trouxe a relação entre tipo de vinculação laboral e a

cor/raça entre os idosos. Nos empregos assalariados sem carteira no setor privado e no

setor público, a porcentagem de não brancos é 6,5% e 5,7% contra 4,1% e 2,3% dos

brancos, respectivamente. Este quadro é contrário quando se observa a quantidade de

trabalhadores por conta própria e empregadores. Dos idosos declarados brancos, 53,7%

é trabalhador por conta própria, e 5,5% empregador, contra 47,1% e 1,6% dos não

brancos, respectivamente.

Tabela 13 – Distribuição percentual da população com 60 anos ou mais por – tipo

de vinculação laboral e cor/raça – Minas Gerais – 2011

Quando se compara a distribuição percentual da população com 60 anos ou mais

que realiza atividades domésticas por gênero – Minas Gerais – 2011. 31,1% dos idosos

realizam atividades domésticas, contra 81,8% das idosas.

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Gráfico 15 – Distribuição percentual da população com 60 anos ou mais que

realiza atividades domésticas por gênero – Minas Gerais – 2011

As disparidades entre o gênero, o setor censitário e a cor/raça estão claras nos

dados supramencionados. Mas os idosos que sofrem com essas adversidades, sofrem,

antes de tudo, pelo preconceito da idade. No entanto, em um contexto de

envelhecimento mundial da população e redução da taxa de natalidade, cabe ao governo

criar políticas públicas que minimizem tais discrepâncias.

Quanto ao mercado de trabalho, os principais motivos que contribuem para a

permanência ou retorno o idoso no mercado de trabalho são: a necessidade de uma

renda adicional, o gosto pelo trabalho desenvolvido, a ocupação do tempo ocioso ou a

vontade de permanecer ativo. Mas para que eles continuem em uma empresa, é

fundamental a criação de um ambiente organizacional agradável, que incentive a

criatividade do idoso e que promova sua autonomia e independência.

3.2 Dados educacionais/escolaridade

Até a Idade Média, a educação pedagógica tinha a finalidade de formar e

disciplinar o indivíduo que viria a ser, potencialmente, um trabalhador da indústria.

Assim, esta educação era destinada a formar e qualificar as primeiras fases da vida. Ao

partir-se deste pressuposto, entende-se o porquê de os idosos não estarem incluídos nas

prioridades do sistema educacional na maioria dos países, visto que estes ou já estão

prestes a se aposentar ou já não se encontram em sua idade economicamente ativa mais.

Page 110: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

110

Do ponto de vista do capitalismo, investir em educação para os idosos é um desperdício,

já que estes não têm tanta capacidade mais de contribuir para a produção da riqueza de

um país.

No Brasil, a única alternativa para a população adulta e idosa é a Educação de

Jovens e Adultos (EJA), um projeto que “(...) visa atender jovens e adultos que não

tiveram oportunidades de estudos na idade própria e desejam completar a Educação

Básica – Ensino Fundamental e Médio.” (SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE MINAS

GERAIS). O que ocorre muitas vezes é que nas salas de aula, os alunos de 20, 30, 40

anos convivem juntamente com alunos de 70 e 80 anos, sendo que todos os grupos

recebem, simultaneamente, o mesmo tipo de aula. De acordo com Marcos Augusto de

Castro Peres:

“(...) não diferenciar a velhice da vida adulta, como fase que

demanda atenção especial, bem como metodologias próprias de

ensino/aprendizagem, seria assumir uma perspectiva no mínimo reducionista,

análoga à consideração da infância como uma "vida adulta em miniatura",

que vigorou no período medieval.” (PERES, 2011. P. 226).

De acordo com um estudo do IBGE realizado em 2012, naquele ano, 13,2

milhões de brasileiros eram analfabetos, sendo que a região do Nordeste concentrava

54% deste grupo. O mesmo estudo apontou que a maioria dos analfabetos eram idosos,

apontando um percentual de 24,4%. Este instituto define analfabeto como “pessoa que

não sabe ler e escrever um bilhete simples no idioma que conhece” e taxa de

analfabetismo como a “percentagem das pessoas analfabetas de um grupo etário, em

relação ao total de pessoas do mesmo grupo etário.”. Este indicador é, sem duvida, um

bom demonstrativo da qualidade de vida da população, já que o conhecimento da leitura

e da escrita é capaz de promover uma socialização e o exercício da cidadania, fatores

essenciais para uma condição de vida de qualidade para o idoso, principalmente.

A tabela 12 apresenta a taxa de analfabetismo dos idosos mineiros de acordo

com o sexo e o grupo etário. Comparando-se a população entre 15 e 59 anos e aquela de

60 anos ou mais, percebe-se a comprovação do resultado do estudo do IBGE feito

acima, enquanto os jovens e adultos apresentam 5,7% de analfabetos, os idosos são

29,9%. Um dado ainda mais agravante é quando se observa os grupos etários e, conclui-

se que quanto mais velhos, maior é a quantidade de idosos. Entre a população de 60 a

79 anos o percentual é de 28,1%, enquanto aquela de 80 anos ou mais é de 40,2%. Mais

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111

uma vez, este dado reflete a ausência de especialização de uma politica de educação

para os idosos no Brasil.

Ao se analisar as diferenças entre os sexos, os dados também chamam atenção.

O machismo e a privação de direitos sofridos pela mulher nos séculos anteriores

refletem nos dados apresentados pela PAD-MD de 2010. Nestes, a taxa de alfabetização

entre as mulheres é maior em todos os grupos etários a partir dos 60 anos ou mais,

alcançando, inclusive, 42,6% dos indivíduos do sexo feminino com 80 anos ou mais. No

entanto, a maior independência, autonomia e acesso ao mercado de trabalho e ao

sistema educacional conquistado por elas nas últimas décadas, também repercutiram em

sua alfabetização. Entre as pessoas de 15 a 59 anos, as mulheres possuem uma menor

taxa de analfabetismo que a dos homens. Apesar de ser uma pequena diferença (5,3%

contra 6,1%), este dado transmite o avanço gradual pelo qual a sociedade está passando

e os resultados da luta pela igualdade dos sexos.

Tabela 14 - Taxa de analfabetismo por sexo e grupo etário - Minas Gerais - 2011

Quando se analisa a taxa de analfabetismo por região de planejamento e na

região metropolitana de Belo Horizonte percebe-se que o Norte de Minas e o

Jequitinhonha/Mucuri são as únicas regiões que possuem mais de 50% de seus idosos

analfabetos, representando 51,1% e 56,6%, respectivamente. Enquanto isso, na região

metropolitana de Belo Horizonte, no Triângulo, na Central e no Sul de Minas este

percentual não chega a 25% da população idosa.

Esta tabela e o gráfico 8 demonstram dois pontos de sua importância para as

políticas públicas de Minas Gerais. Primeiramente, a existência de enormes diferenças

entre a região Sul e a região Norte de Minas com relação ao analfabetismo,

demonstrando que última merece uma atenção especial e um projeto especializado para

a população idosa. Por ultimo, o gráfico 8 evidencia que em todas as regiões de

Page 112: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

112

planejamento de Minas e na região metropolitana de Belo Horizonte, o percentual de

mulheres analfabetas é superior ao dos homens, alcançando, inclusive, 55,5% de

mulheres contra 45,3%.

Tabela 15 – Taxa de analfabetismo da população acima de 15 anos e acima de 60

anos por região de planejamento e Região Metropolitana de Belo Horizonte

(RMBH) – Minas Gerais – 2011

Gráfico 16 - Taxa de analfabetismo da população acima de 60 anos por região de

planejamento e Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) – Minas Gerais

– 2011

A tabela 14 faz a relação entre o nível de instrução e a região de planejamento e

Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em Minas Gerais, 57,7% dos idosos são

analfabetos funcionais, isto é, possuem até três anos de estudo. A partir disso, percebe-

se que as Regiões Noroeste, Zona da Mata, Rio Doce, Norte de Minas e

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113

Jequitinhonha/Mucuri ultrapassam o valor do Estado com 69,2%, 59%, 65,5%, 75,6% e

75,6%, respectivamente. Com relação ao número de idosos que possuem superior

completo, a porcentagem é de 4%, sendo que a região que tem a menor percentagem é a

Noroeste, com 0,6%, contra 6,6% na RMBH.

Tabela 16 – Distribuição da população acima de 60 anos por nível de instrução e

região de planejamento e Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) –

Minas Gerais - 2011

Os dados da educação demonstram, claramente, a precariedade do sistema

educacional destinado ao idoso. E isso pode ser observado na maioria dos países

capitalistas, que possuem uma estrutura escolar preparada para educar crianças e jovens,

apenas. A vertente da educação chamada de “educação de adultos” surgiu somente após

a Revolução Industrial e tinha o objetivo de preparar a classe operária após uma vida

inteira de campesinato.

Nos últimos debates internacionais sobre o envelhecimento, o idoso tem sido

visto como um sujeito de direitos e muitos especialistas compreendem que se deve

proporcionar uma vida de qualidade para este segmento da população, permitindo que o

mesmo usufrua de sua autonomia com direitos sociais garantidos e colabore, de alguma

forma, para o desenvolvimento do país. Porém, sabe-se também que um sistema

educacional insuficiente influencia diretamente a qualidade de vida da população e suas

possibilidades de crescimento. Portanto, os dados da educação supramencionados, são

boas oportunidades de se conhecer as peculiaridades deste grupo etário e criar políticas

Page 114: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

114

públicas especificas que possam aprimorar as condições de vida desta população,

permitindo que esta possa usufruir de sua liberdade com segurança.

Porém, os avanços já podem ser notados. Quando se compara os dados do IBGE

de 2000, por exemplo, com os dados de 2011, o numero de idosos analfabetos reduziu.

Se antes Minas Gerais contava com 35,75% de analfabetos, em 2011 esse numero caiu

para 29,9%, conforme já foi citado. Dessa forma, por mais que a percentagem ainda

esteja alta, percebe-se uma diminuição deste número e um avanço nesta questão

educacional.

3.2 Dados educacionais/escolaridade

Em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos estabeleceu o acesso à

moradia como um direito universal e fundamental. No Brasil, este direito foi reiterado e

legitimado pela Constituição Federal de 1988 como um dos direitos sociais garantidos

ao cidadão, ao lado também da educação, da saúde, do trabalho, do lazer, dentre outros.

No âmbito formal, foi reconhecido pela Emenda Constitucional, número 26, de 14 de

fevereiro de 2000. No entanto, esta garantia vai além da estrutura da casa em si,

perpassando também as ideias de segurança da posse, disponibilidade de serviços,

infraestrutura e equipamentos públicos, custo acessível, habitabilidade, não

discriminação e priorização de grupos vulneráveis, localização adequada, adequação

cultural.

O direito à moradia é fundamental para qualquer ser humano e é um pressuposto

básico para a participação da vida em comunidade, assim como se traduz em um espaço

de realização da liberdade individual e familiar do indivíduo. Segundo Ingo Wolgang

Sarlet:

“[...] sem um lugar adequado para proteger-se a si próprio e a sua família

contra as intempéries, sem um local para gozar de sua intimidade e

privacidade, enfim, de um espaço essencial para viver com um mínimo de

saúde e bem estar, certamente a pessoa não terá assegurada a sua dignidade,

aliás, por vezes não terá sequer assegurado o direito à própria existência

física, e, portanto, o seu direito à vida.” (SARLET, 2010, p. 15).

Apesar de toda sua importância e legitimidade, nem todas as pessoas têm acesso

a uma moradia de qualidade e, quando esse acesso existe, muitas vezes sua privacidade

e intimidade não são respeitadas. A ausência de moradia na vida de um individuo se

torna um problema ainda maior para os governamentais, na medida em que se pensa na

Page 115: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

115

relação de efeito estabelecida por esta ausência e a dificuldade em se manter uma

educação digna, um emprego, uma participação social frequente e uma saúde de

qualidade.

Para os idosos, o acesso à moradia está diretamente associado à possibilidade de

uma autonomia melhor estruturada, a um autocuidado mais bem feito, a uma integração

social ampla, uma liberdade maior e uma vida mais duradoura. A moradia permanente

garante uma segurança e uma privacidade fundamentais para uma velhice de qualidade,

principalmente sabendo-se das limitações às quais, na maioria das vezes, o organismo

humano está sujeito neste período. A melhor qualidade de vida do idoso que possui uma

moradia em condições adequadas pode proporcionar a redução de internações e

institucionalizações que, apesar de desnecessárias, são comuns, para faixa etária, o que

afetaria positivamente os gastos públicos de saúde (SOARES, 2010).

Esta seção tem como objetivo apresentar a distribuição percentual de idosos que

possuem a propriedade e a posse do terreno e da escritura, respectivamente, de seus

domicílios. Além disso, serão apresentados alguns aspectos gerais sobre as condições do

domicílio do idoso, como residência em ruas de terra batida, em domicílio sem

revestimento, bem como os materiais usados para o telhado, a quantidade de banheiros,

a existência de agua canalizada, a fonte de iluminação, entre outros.

O gráfico 17 vem apresentar a distribuição percentual relativa à propriedade do

terreno onde se localiza o domicílio de moradia da população, de acordo com o grupo

etário (0 a 14 anos, 15 a 59 anos e 60 anos ou mais). Por meio desta, pode-se perceber

que 88,3% dos idosos de Minas Gerais moram em domicílios construídos em terrenos

de sua propriedade. Na população de 15 a 59 anos, esta porcentagem cai para 76,3% e

no grupo etário de 0 a 14 anos, cai para 71,7%.

Page 116: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

116

Gráfico 17 - Distribuição percentual relativa à propriedade do terreno onde se

localiza o domicílio de moradia da população por grupo etário – Minas Gerais -

2011

Pela tabela 18, pode-se extrair que 87,6% dos idosos residem em um terreno em

que há posse de escritura ou outro documento de título de posse. Na população entre 15

e 59 anos, esse percentual é de 80,7% e naquela entre 0 e 14 anos, é de 76,3%.

Gráfico 18 - Distribuição percentual relativa á posse de escritura ou outro

documento de título de posse do terreno onde se localiza o domicílio de moradia da

população por grupo etário – Minas Gerais - 2011

Analisando as condições gerais dos domicílios pela tabela 17, tem-se que 22,3%

dos domicílios habitados por idosos se localizam em ruas de terra batida. No entanto,

quando se observa apenas o setor rural, esta porcentagem vai para 85,3% e 18,5% nos

domicílios chefiados por idosos. Em Minas Gerais, 5,9% dos domicílios com idosos

possuem telhado que predomina zinco ou amianto, madeira aproveitada ou palha. Na

Page 117: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

117

região rural, este percentual cai para 3,1% e nos domicílios nos quais os idosos são

chefes, é de 7,1%.

Por um lado, as porcentagens referentes à habitação em domicílio alugado ou

cedido, construído em terreno não próprio ou que não possui escritura ou outro

documento de posse do terreno não variam muito entre as três situações observadas (em

Minas Gerais, na região rural e nos domicílios chefiados por idosos). Por outro, a

porcentagem de domicílios onde inexistem banheiros e aquela que mede os domicílios

cujo escoadouro do banheiro é do tipo fossa rudimentar, vala ou diretamente para rio ou

lago variam consideravelmente. No primeiro caso, enquanto em Minas Gerais, a

porcentagem é de 1,6% entre as habitações com idosos, na região rural sobe para 6,3%.

No segundo caso, apontam-se 18,2% no âmbito do Estado e 65,5% na região rural.

Tabela 17 - Distribuição percentual relativa ás condições gerais de moradia da

população com 60 anos ou mais para o Estado de Minas Gerais, região rural e

domicílios chefiados por indivíduos com mais de 60 anos – Minas Gerais - 2011

Page 118: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

118

4 SAÚDE

Conforme já foi falado neste trabalho, o envelhecimento populacional traz

diversas consequências para a sociedade e exige uma adaptação das políticas públicas

para as necessidades e especificidades dos idosos, principalmente para as áreas da saúde

e de seguridade social.

Desse modo, nada melhor do que conhecer a saúde dos idosos de Minas Gerais

para nortear as políticas públicas do Estado e aproximá-las da realidade local. Esta

seção traz, portanto, informações sobre doenças crônicas, auto percepção do estado de

saúde, hábitos preventivos, utilização e acesso a serviços de saúde e comportamento de

risco.

4.1 Doenças crônicas

A PAD – MG trouxe que 77,2% dos idosos tinham ao menos uma doença

crônica em 2011, sendo que 58,3% tinham hipertensão arterial e 30% alguma doença de

coluna. Desses grupos, dentro da população com 80 anos ou mais, 61,3% tinham

hipertensão arterial e 30,7% doença de coluna. Em quase todos os tipos de doença, a

população de 80 anos ou mais eram maioria, quando comparado com a aquela entre 60 e

79 anos.

Page 119: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

119

Gráfico 19 – Prevalência de doenças crônicas na população acima de 60 anos por

faixa etária – Minas Gerais – 2011 – (%)

Quando se compara a quantidade de doenças crônicas (doenças cardíacas,

diabetes, hipertensão arterial, tuberculose, depressão, insuficiência renal crônica,

bronquite ou asma, câncer, artrite ou reumatismo e doença de coluna) de acordo com o

sexo, percebe-se que, de modo geral, as mulheres possuem mais doenças crônicas do

que os homens, contabilizando 81,5% das idosas, que possuem pelo menos uma doença

crônica, contra 72,1% dos idosos. Com destaque para o fato de que 6% das mulheres

com 60 anos ou mais possuem cinco doenças crônicas, já para os homens, esta

porcentagem cai para 2,9%.

Page 120: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

120

Gráfico 20 – Distribuição percentual da população acima de 60 anos por número

de doenças crônicas declaradas e sexo – Minas Gerais – 2011

A tabela 15 traz as porcentagens da prevalência de doenças crônicas por região

de planejamento e região metropolitana de Belo Horizonte. No ano de 2011, a região

que possuía uma maior porcentagem de idosos com, pelo menos uma doença crônica era

a do triângulo, com 82,2%, contra 74,5% na Zona da Mata. Com relação á hipertensão

arterial, 62% dos idosos que moram na região Central tinham tal doença, contra 54,9%,

também na região da Zona da Mata. Vale destacar também a região Noroeste que possui

as maiores porcentagens de idosos com doenças de coluna (49,5%), cardíacas (26,2%),

artrite ou reumatismo (26,5%), insuficiência renal crônica (8,9%) e câncer (3,5%). Com

Page 121: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

121

relação à posse de plano de saúde, enquanto na Região metropolitana de Belo Horizonte

a porcentagem dos idosos que o possuíam era de 33,2%, no Jequitinhonha/Mucuri, esse

percentual caiu para 8,5%.

Tabela 18 – Prevalência de doenças crônicas e posse de plano de saúde na

população acima de 60 anos, segundo região de planejamento e Região

metropolitana de Belo Horizonte – Minas Gerais – 2011 – (%)

4.2 Autopercepção do estado de saúde

A avaliação do estado de saúde de um idoso a partir de sua autopercepção,

apesar de ser uma medida subjetiva, tem sido bastante utilizada nas pesquisas e,

inclusive, apresentando validade equivalente àquelas de caráter mais objetivo. “A

autopercepção negativa de saúde é um preditor de maior risco de mortalidade, isto é,

aqueles com a autopercepção de saúde negativa apresentam maior risco de mortalidade

Page 122: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

122

em comparação com uma autopercepção positiva da saúde” (FREITAS, CAMPOS, et

al, 2009. P. 49).

Para se autoavaliar o individuo deve fazer um julgamento sobre si mesmo e, no

caso dos idosos, este julgamento pode ser afetado por alterações físicas e mentais –

frequentes neste segmento. Portanto, há que se levar em conta que no caso da população

com 60 anos ou mais, a autopercepção é influenciada pela capacidade cognitiva e a

questões culturais e ambientais nas quais o sujeito está envolvido (FREITAS,

CAMPOS, et al, 2009).

A PAD – MG trouxe que dentre os idosos que possuíam pelo menos uma doença

crônica, 39,5% consideravam seu estado de saúde como muito bom ou bom. Entre

aqueles com hipertensão arterial, 38,1% consideraram sua saúde muito boa ou boa e,

dos idosos com câncer, 36,5% consideraram seu estado de saúde ruim ou muito ruim.

Gráfico 21 – Distribuição relativa da autopercepção do estado de saúde na

população acima de 60 anos segundo doenças crônicas – Minas Gerais – 2011.

A tabela 15 traz informações sobre a autopercepção do estado de saúde

correlacionada com certas características sociodemográficas, a saber: sexo, grupo etário,

escolaridade, raça/cor, estado civil, arranjo domiciliar, região de planejamento e Região

Metropolitana de Belo Horizonte e posse de plano de saúde.

Page 123: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

123

Percebe-se que em relação ao sexo, as mulheres possuem uma visão pior em

relação ao seu estado de saúde, sendo que 46,6% delas consideram-no muito bom ou

bom contra 53,2% dos homens. Esta informação é demonstrada também entre aqueles

que consideram o estado de saúde ruim ou muito ruim, já que para os homens esta

porcentagem é de 8,2%, contra 10,7% para as mulheres.

Quando se analisa a escolaridade, percebe-se uma diferença gritante entre os

grupos. Enquanto 75,7% dos idosos com ensino superior completo e incompleto

consideram seu estado de saúde como muito bom ou bom, esta porcentagem cai para

42% entre os sem instrução. Outro dado que vale a pena ser destacado é quando se

observa as regiões de planejamento e a Região Metropolitana de Belo Horizonte, já que

enquanto 56,7% da população de idosos da região da Zona da mata consideram seu

estado de saúde como muito bom ou bom, apenas 32,3% dos idosos do Noroeste o

consideram desta maneira.

De modo geral, com relação à consideração do estado de saúde como muito bom

ou bom, as maiorias percentuais são dos idosos entre 60 a 79 anos (51%), brancos

(52,5%), casados (52,8%), que moram acompanhados (49,8%) e que possuem plano de

saúde (56,3%).

Page 124: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

124

Tabela 19 – Autopercepção do estado de saúde em pessoas acima de 60 anos de

acordo com características sociodemográficas – Minas Gerais – 2011

4.3 Acesso e utilização de serviços de saúde

Analisar a utilização dos serviços de saúde é também uma maneira de mensurar

seu acesso, que, por sua vez, diz respeito à disponibilidade e à cobertura de tais

serviços, envolvendo também aspectos funcionais, geográficos, culturais, sociais e

econômicos. Dentre os fatores que influenciam a utilização dos serviços de saúde estão

a oferta, aspectos demográficos, geográficos, socioeconômicos, necessidades de saúde e

o princípio da resolutividade, “[...] que diz respeito à capacidade do sistema em resolver

situações relacionadas à saúde/doença dos usuários e/ou atende-los de forma adequada

Page 125: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

125

em todos os níveis de atenção.” (PASKULIN; VALER; VIANNA, 2008, p. 2936). Este

último princípio relaciona-se com a percepção dos próprios usuários, com a estrutura

dos serviços e com a organização do sistema de saúde.

A PAD – MG entrevistou os idosos a partir de alguns sintomas apresentados

pelos moradores, dentre os quais se destacam: febre, diarreia, dor de dente, dores de

cabeça, dor no peito, dor abdominal, dor de ouvido, falta de ar (asfixia), sangramento,

tontura, tosse, vômito ou outros. Dos idosos entrevistados, 27,9% declaram sentir algum

dos sintomas supramencionados e, com base no gráfico 17, pode-se observar que 24,6%

precisaram e procuraram um atendimento e 69,5% dos idosos apresentados não

precisaram de atendimentos nos últimos 30 dias.

Gráfico 22 – Distribuição percentual da população acima de 60 anos em relação à

necessidade e procura por atendimento de saúde nos últimos 30 dias – Minas

Gerais – 2011.

A tabela 17 traz informações a respeito das características do atendimento de

idosos entre aqueles que relataram ter procurado serviço de saúde nos últimos 30 dias.

Dentro desse grupo. 47,3% procuraram atendimento em um posto de saúde e 82,7% não

procuraram este serviço em outro município. Vale destacar que a grande maioria dos

idosos (67,4%) utiliza serviços públicos e não pagou pela última consulta, 92,5% foi

atendido por um médico, 71,7% utilizou o Sistema Único de Saúde em seu último

atendimento e 58,5% dos idosos consideraram a ultima consulta como boa.

Page 126: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

126

Tabela 20 – Distribuição percentual das características do atendimento em pessoas

acima de 60 anos que relataram ter procurado serviços de saúde nos últimos 30

dias – Minas Gerais – 2011

Dentre os idosos entrevistados pela PAD – MG que declararam terem sido

internados nos últimos 12 meses, 64,8% o fizeram por tratamentos clínicos, 27,5% por

cirurgias, 6,7% devido á realização de exames e 1% por tratamento psiquiátrico.

Page 127: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

127

Gráfico 23 – Distribuição percentual do tipo de internação para a população acima

de 60 anos que declarou que esteve internado nos últimos 12 meses – Minas Gerais

– 2011

4.4 Hábitos preventivos e comportamento de risco

A prática de exercícios físicos, um consumo alimentar saudável e a realização de

exames preventivos são fatores que contribuem consideravelmente para o aumento da

qualidade e da expectativa de vida das pessoas. Hábitos de vida saudáveis e preventivos

podem retardar a ocorrência de possíveis doenças crônicas no futuro. Portanto, a

preocupação com uma velhice de qualidade deve se iniciar ainda quando jovem para

depois colher os bons frutos de uma vida regrada.

Tais hábitos preventivos exercem influência direta nas ações governamentais, já

que quanto maior a população e idosos doentes, mais gastos tem-se na saúde pública e

menor tende a ser a expectativa de vida. Desse modo, devem-se conhecer tais posturas

adotadas pela população idosa para se pensar ações tanto para a população na idade

adulta, no sentido de prevenir a ocorrência de doenças crônicas, quanto para os idosos,

focando em impedir um agravamento da atual situação.

Assim, esta seção apresenta dados sobre hábitos que podem retardar ou acelerar

o surgimento de alguma doença crônica. Para isto, foi analisada a frequência de hábitos

preventivos (exames preventivos que mensuram a pressão arterial, o colesterol e a

glicose, e aqueles relativos à saúde da mulher, como Papanicolau, exame clínico de

Page 128: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

128

mamas e mamografia), de comportamentos de risco, consumo alimentar, consumo de

álcool, tabagismo e práticas de exercício físico..

Com relação à última medição da pressão arterial, da glicose e do colesterol, a

PAD – MG de 2011 trouxe que a maioria dos idosos realizaram tais exames no ano

anterior à entrevista. Dentre os idosos com hipertensão, 96% haviam medido a pressão

arterial a menos de um ano da entrevista, dos diabéticos, 88,5% haviam medido a

glicose neste mesmo intervalo de tempo e dentre os cardíacos, 87,2% mediram a

colesterol também.

Tabela 21 – Distribuição percentual da população acima de 60 anos por última

medição da pressão arterial, glicose e colesterol segundo a presença ou não de

doenças cardíacas – Minas Gerais – 2011

A tabela 47 traz informações sobre a população idosa feminina com relação à

frequência de realização dos exames Papanicolau, clínico de mama e mamografia

segundo a região de planejamento e Região Metropolitana de Belo Horizonte. As

regiões do Triangulo e do Jequitinhonha/Mucuri se destacam em todos os três exames, a

primeira contem a população que realizou os exames no menor espaço de tempo e a

segunda, a maior população quer nunca realizou tais exames.

Na região do triângulo, o percentual de pessoas idosas que realizaram o

Papanicolau, o clínico de mama e a mamografia há um ano ou menos da data da

entrevista, foi de 47,8%, 49,1% e 45,4% respectivamente. Enquanto isso, na região

Jequitinhonha/Mucuri essas porcentagens foram de, 30,1%, 25,2% e 24,3%

respectivamente.

No entanto, o dado mais importante de ser observado é o percentual de idosas

que nunca realizaram os três exames supracitados. Na região do Triângulo, 7,3% das

idosas nunca fizeram o Papanicolau, 13,4% nunca realizaram o exame clinico de mama

Page 129: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

129

e 18,2% a mamografia. Já na região Jequitinhonha/Mucuri, estes valores aumentam

para: 36,2%, 47,5% e 50,5%, respectivamente. Portanto, mais da metade da população

feminina de idosas que residem na região Jequitinhonha/Mucuri, nunca realizaram uma

mamografia em sua vida.

Tabela 22 – Distribuição percentual da população feminina acima de 60 anos por

frequência de realização de exames Papanicolau, clínico de mamas e mamografia,

segundo região de planejamento e Região Metropolitana de Belo Horizonte

(RMBH) – Minas Gerais – 2011

Page 130: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

130

4.5 Hábitos alimentares

Com relação aos benefícios de uma alimentação saudável, a Organização

Mundial de Saúde, alerta que o consumo de frutas, legumes e verduras pode ser

considerado um fator de destaque para a prevenção de doenças cardiovasculares, de

diabetes e, até mesmo, de alguns tipos de câncer. (WORLD HEALTH

ORGANIZATION, 2003). De modo geral, o alto nível de lipídios na circulação

sanguínea é um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares. Este

nível é afetado diretamente pela quantidade de gordura saturada de origem animal

consumida diariamente. Desse modo, conhecendo os hábitos alimentares da população

idosa, pode-se pensar em estratégias para prevenir a instalação de algumas doenças que

seriam evitáveis com uma alimentação saudável.

Neste tópico, foram analisados o consumo de frutas, verduras e legumes, bem

como de carnes com excesso de gordura e de leite com teor integral de gordura. De

acordo com a PAD – MG, “o consumo de carnes com excesso de gorduras foi obtido

com base em informações de pessoas que declararam ter o hábito de não retirar a parte

gordurosa da carne ou a pele do frango, pessoas que disseram não remover a gordura

visível desses alimentos” (PAD, 2011).

A partir da análise da tabela 19, pode-se destacar que a região Noroeste, na qual

46,6% da população idosa consomem frutas, verduras e legumes cinco ou mais dias na

semana e a região Centro Oeste, na qual esta porcentagem sobe para 77,9%. É

interessante observar que quanto ao consumo de frutas, verduras e legumes em geral a

porcentagem do Estado é de 97,1%, mas quando e relaciona este consumo à frequência

de cinco ou mais dias na semana, cai para 71,7%.

Em todas as regiões de planejamento do Estado e na região Metropolitana de

Belo Horizonte, mais de 90% dos idosos consomem carne vermelha. Dos que

consomem carne vermelha e de frango com gordura visível, 36,1% na região Norte

afirmaram fazer isto e 44,5% na região Jequitinhonha/Mucuri também. Esta última

ultrapassa a média do estado que é de 36,9%. Por fim, o consumo de leite com teor

integral de gordura no Estado é de 65,3%, sendo que na região Central esta porcentagem

chega a 72,7%.

Page 131: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

131

Tabela 23 – Distribuição percentual relativa aos hábitos alimentares da população

acima de 60 anos por região de planejamento e Região metropolitana de Belo

Horizonte (RMBH) – Minas Gerais – 2011

4.6 Atividade física, tabagismo e consumo de bebida alcoólica

Dentre os hábitos preventivos já citados neste trabalho, tem-se a prática de

exercícios físicos que contribui consideravelmente para impedir a progressão de certas

doenças crônicas não transmissíveis. No entanto, devido ao avanço da tecnologia, do

crescente processo de urbanização e da correria nas quais muitas pessoas vivem

atualmente, a prática de exercícios está ficando cada vez mais difícil e rara. Esta

dificuldade associada ao aumento da ingestão de alimentos gordurosos e industrializada

tem contribuído para o aumento da obesidade, do diabetes e de doenças

cardiovasculares na população.

Além do fator supracitado referente à progressão de doenças crônicas, os

benefícios da atividade física são ainda maiores para a população idosa. Nesta faixa

etária, exercitar-se contribui consideravelmente para a manutenção da aptidão física,

bem como para o aumento da autonomia, independência, resistência e força muscular do

individuo. Tais benefícios aumentam o contato social, reduzindo, inclusive, problemas

psicológicos, como depressão e ansiedade.

Cabe ressaltar que a atividade física pode ser realizada de diversas maneiras, a

saber: no trabalho (atividade física ocupacional), nos serviços domésticos (atividade

física da limpeza), no deslocamento para o trabalho (atividade física de deslocamento)

Page 132: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

132

ou no tempo livre (atividade física no tempo livre ou lazer). A PAD – MG considerou

somente aquelas atividades realizadas no tempo livre ou de lazer. Além disso, nesta

pesquisa foi considerada três opções quanto à regularidade da atividade: quem a pratica

suficientemente (30 minutos por dia, três ou mais vezes na semana), quem a pratica

insuficientemente (pelo menos 30 minutos por dia ou duas vezes por semana) e quem

não a pratica (não a fazem durante o tempo livre ou, se faz, a regularidade é de três veze

sou menos por mês).

No ano de 2011, 17,1% dos idosos de Minas Gerais disseram ter praticado ou

começado a praticar alguma atividade física durante, pelo menos, 30 minutos nos 90

dias antes da entrevista, sendo que a atividade mais comum entre este grupo etário é a

caminhada, com 71,3% de idosos que a praticam.

De acordo com a tabela vinte, apenas 13,4% dos idosos praticam atividades

físicas de forma suficiente no Estado. Vale destacar as regiões do Jequitinhonha/Mucuri

e Noroeste que possuem os menos percentuais: 7,2% e 7,5% respectivamente e a região

Centro Oeste, com 19,4%. Com relação aos idosos que não praticam atividades físicas,

a porcentagem sobre para 82,9% em todo o Estado, sendo que na região Centro Oeste

este percentual cai para 77,6% e no Jequitinhonha/Mucuri, chega a 90%.

A tabela vinte também traz informações a respeito do tabagismo e do consumo

de bebida alcoólica. Com relação ao primeiro item, os idosos responderam as seguintes

perguntas: “Fuma ou já fumou?”, “Com quantos anos fumou um cigarro pela primeira

vez?”; “Fuma cigarros atualmente?”; “Há quantos anos parou de fumar?” e “Quantos

cigarros fuma por dia?”.

A partir disso, tem-se que 11,6% dos idosos foram considerados fumantes,

16,4% ex-fumantes e 72% nunca fumou. As regiões Noroeste e Sul destacam-se com os

maiores percentuais de fumantes, 15,8% e 15,7% respectivamente e a RMBH com o

menor percentual, 8,3%.

No que diz respeito ao consumo de bebida alcoólica, 13,6% dos idosos de Minas

Gerais consomem. Destes de acordo coma tabela 21 -, 14,9% o fazem todos os dias,

30,5% uma ou duas vezes por semana e 28,5% menos de uma vez por semana. Com

relação às diferenças regionais, tem-se que a região Norte e RMBH possuem os maiores

percentuais de idosos que consomem bebida alcoólica, com 15,5% e 15%

Page 133: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

133

respectivamente. Enquanto isso, a região do Rio Doce e do Triângulo, apresentam as

maiores porcentagens de idosos que não consomem bebidas alcoólicas, com 88,9% e

88,2%, respectivamente.

Tabela 24 – Distribuição percentual relativa aos hábitos de vida da população

acima de 60 anos por região de planejamento e Região Metropolitana de Belo

Horizonte (RMBH) – Minas Gerais – 2011

Tabela 25 – Frequência de consumo semanal na população acima de 60 anos que

declarou consumir bebida alcoólica – Minas Gerais – 2011

Page 134: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

134

5 VIOLÊNCIA

O Estatuto do Idoso, publicado em 2003, prevê que “nenhum idoso será objeto

de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo

atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei”. Este

estatuto também define violência como “[...] qualquer ação ou omissão praticada em

local público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou

psicológico”.

A violência contra o idoso se manifesta de diversas maneiras. Um primeiro

ponto a ser destacado é a existência de um ambiente de negligência social difusa seja do

Estado, ao se omitir com relação aos programas de proteção deste segmento e à

realização de avaliações imparciais e de qualidade das instituições de assistência social;

seja das próprias instituições que acolhem os idosos; ou até mesmo das famílias que,

muitas vezes, abandonam seus familiares em clínicas e asilos desestruturados

(MINAYO, 2003).

Outro fator de destaque é a violência institucional em si, que pode ser entendida,

inclusive, como uma consequência dessa própria negligência dos atores supracitados.

Os idosos ficam descuidados e, assim, mais suscetíveis a maus-tratos físicos,

alimentares e psicológicos. Tais maus-tratos não ocorrem somente nas clínicas e asilos,

pelo contrário, a violência doméstica de idosos tem grande representatividade

percentual no contexto da população desta faixa etária (MINAYO, 2003).

Por último, ressalta-se a posição e as relações que o idoso possui na sociedade.

Os idosos também sofrem com a precariedade da estrutura das cidades, com ônibus,

ruas, praças e veículos cujas estruturas não são pensadas para eles. Além disso, existe a

própria relação da sociedade com este grupo, muitas vezes repleta de desrespeito,

discriminação, insensibilidade e intolerância, seja pelos motoristas de ônibus que não

seguem o tempo deste, seja pelos cidadãos que não sedem lugar nos ônibus e nas filas,

entre outros (MINAYO, 2003).

Todas essas expressões de descaso e maus-tratos apenas refletem a cultura da

sociedade de considerar o idoso como um atraso, um indivíduo que não pode contribuir

mais para a sociedade ou como, exclusivamente, fonte de gastos para o Estado. Há, em

geral, uma percepção do idoso como um ser invisível e, consequentemente, é dado a ele

Page 135: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

135

um tratamento que desconhece seus sentimentos, suas vontades e necessidades, não o

reconhecendo social, política ou pessoalmente e ignorando suas intimidades e sua

capacidade de decisão, participação e exigência de direitos (SANCHES; LEBRÃO;

DUARTE, 2008).

Desse modo, a violência contra o idoso é fruto dessa cultura de negligência e

descaso a respeito da população idosa, que se tornam pessoas deprimidas e

extremamente fragilizadas em decorrência de tais atitudes. Esta seção busca trazer

alguns dados que possam nortear o Estado a fim de criar políticas que conscientizem e

amenizem tais ocorrência na sociedade. Para construir o cenário da violência contra a

pessoa idosa, foram usados os dados de três fontes de dados distintas: o canal Disque

100, o canal Disque Direitos Humanos e a Secretaria de Estado de Defesa Social

(SEDS).

Gráfico 24 – Denúncias Disque 100 – Pessoa Idosa 2013 (Minas Gerais)

Fonte: Disque 100 – Governo Federal

O Disque 100 – canal de denúncias anônimas do Governo Federal – registrou 1.723

denúncias contra a pessoa idosa em 2012, no estado de Minas Gerais (13,52% do total

de denúncias). Esse número subiu para 3.185 registros em 2013 (21,60% do total de

denúncias em Minas Gerais). A região com maior número de casos foi a Central,

seguida pela Mata e Triângulo. Comparando 2012 com 2013, a única região que não

Page 136: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

136

apresentou aumento do número de denúncias foi a região Noroeste (diminuição de 49

para 42).

Gráfico 25 – Denúncias no Disque Direitos Humanos 2013 – Proteção ao idoso

(Minas Gerais)

Fonte: Disque Direitos Humanos – Governo Estadual

O Disque Direitos Humanos – canal do Governo Estadual – registrou 1192

denúncias sobre proteção ao idoso em 2012 (29,98% do total) e 1443 denúncias sobre o

mesmo tema em 2013 (35,71% do total).

Os dois canais apresentaram um aumento do número de denúncias e da

representatividade dos crimes contra o idoso no total de casos denunciados. Esse dado

pode significar que as pessoas estão agindo mais efetivamente em casos de violações de

direitos humanos cometidas contra o idoso, mas não podemos afirmar definitivamente

que o aumento não está ligado ao aumento da violência e do número real de casos

(denunciados e não denunciados).

Page 137: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

137

Gráfico 26 – Crimes contra o idoso 2013 – SEDS (Minas Gerais)

Fonte: Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS)

Segundo os dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS), foram

registrados 375 crimes contra o idoso durante o ano de 2012 em Minas Gerais. Em

2013, esse número foi de 407 crimes. Os dados da SEDS levam em conta todos os casos

nos quais o denunciante registrou o boletim de ocorrência.

Ocorreu um pequeno aumento no quantitativo de casos denunciados, fato que

novamente pode significar que houve um aumento no número real de casos de violência

contra o idoso ou que os cidadãos passaram a denunciar mais essa prática, a segunda

opção é a mais provável. Percebe-se que poucas denúncias chegam a tornar-se um

boletim de ocorrência.

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138

Gráfico 27 – Crimes contra o idoso – Tipo de violação – Minas Gerais - 2013

Fonte: Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS)

O tipo de crime mais comum é a apropriação de rendimento, prática que ocorre

quando alguém próximo se apossa e usufrui do salário do idoso; esse crime foi

registrado 138 vezes em 2013. Exposição a perigo, incluindo privação de comida e

cuidado foi relatado 85 vezes; Recusar, dificultar o auxílio ou não assistir o idoso é o

terceiro tipo mais observado, com 50 registros.

Pensando numa interseção nula ou desprezível, chegamos à soma de 4.628

denúncias de crimes contra a pessoa idosa em 2013 (em Minas Gerais). Desse total,

apenas 407 casos (8,79%) foram efetivamente transformados em boletins de ocorrência,

indicando que o encaminhamento não está sendo feito corretamente.

A região Central registra o maior número absoluto de denúncias, seguida pela

região da Mata. A região Sul destaca-se pelo grande número de boletins de ocorrência

registrados (dados da SEDS). Apesar de não estar entre as regiões que mais denunciam,

o Sul é a segunda região com mais relatos quando consideramos os dados da Defesa

Social.

Page 139: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

139

Gráfico 28 – Frequência de casos de violência contra IDOSOS (Tipos) - 2012/2013

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde (SES)

Segundo os dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) coletados através do

Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), entre os anos de 2012 e

2013 o tipo de violência contra o idoso mais registrado no estado de Minas Gerais foi a

violência física (2243 casos envolviam essa violação), seguida pela psico/moral (mais

de 800 casos). Negligência/abandono e lesões auto provocadas também merecem

destaque com mais de 300 casos registrados.

Page 140: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

140

Gráfico 29 – Frequência de casos de violência contra IDOSOS (Relação com o

agressor) - 2012/2013

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde (SES)

Na maior parte dos casos registrados pela SES, o agressor é o próprio filho do idoso

(704 casos); Também se destacam amigos/conhecidos e cônjuges. A auto violação foi

praticada 248 vezes. O índice de casos com autores desconhecidos também é bastante

elevado (347).

Page 141: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

141

CONCLUSÃO

O envelhecimento populacional já faz parte da realidade da maioria dos países

neste século XXI. Diversos estudos demonstram que o número de idosos tem crescido

cada vez mais nas últimas décadas e as previsões não apresentam um comportamento

destoante desta constatação. É o que demonstra, por exemplo, um estudo feito pelo

IBGE no qual o órgão prevê que a população de idosos vai quadruplicar até 2060,

passando de 14,9 milhões de pessoas em 2013, para 58,4 milhões neste ano, totalizando

26,7% de idosos. As previsões mundiais também seguem esta linha, é o que traz um

documento do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) que diz que a

população idosa, em 2050, chegará a 2 bilhões de pessoas – 20% da população mundial.

Este envelhecimento se deve, conforme citado previamente neste trabalho, ao aumento

da expectativa de vida e à redução da fecundidade total.

Diversos estudos e debates são realizados frequentemente para discutir os

próximos passos decorrentes desta modificação do perfil populacional mundial. Isto

porque o envelhecimento perpassa por diversas questões, como a aposentadoria, o

tempo de contribuição, o mercado de trabalho, a oferta do serviço de saúde e educação,

o lazer, entre outros.

Diante desta situação, cabe aos governantes adaptarem suas agendas a fim de

criar um ambiente favorável para este segmento populacional cada vez mais crescente.

Sabendo-se que a primeira etapa do ciclo de políticas públicas é a identificação do

problema e que, somente após este momento, passa-se para a formação da agenda, este

diagnóstico vem apontar as principais características do perfil dos idosos no Estado de

Minas Gerais. Procura-se, portanto, possibilitar uma visão ampla deste segmento

populacional e, assim, identificar os principais problemas a serem enfrentados e

incluídos na agenda governamental.

Em Minas Gerais, a população de idosos em 2011 representava 11,8% da

população total. Quando se observa este dado dividido pelas regionais e Região

Metropolitana de Belo Horizonte, percebe-se que a região com maior porcentagem de

idosos é a Zona da Mata, com 13,3%, seguida pelo Jequitinhonha/Mucuri com 13,2% e

Rio Doce, com 13,1%. Já as regiões do Alto Paranaíba e Noroeste são as que possuem

menor percentual de idosos, com 10,1% e 8,6%, respectivamente.

Page 142: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

142

O índice de envelhecimento das regiões de planejamento destaca duas regiões

específicas: a Zona da Mata e o Jequitinhonha/Mucuri. Na primeira, para cada 100

pessoas com menos de 15 anos, havia 57,48 idosos em 2011, já na segunda este índice

cai para 41,28 idosos. Com relação à razão de dependência a região do

Jequitinhonha/Mucuri, novamente se destaca, com a maior razão do Estado: 57,87. Já a

região do Triângulo, esta razão é de 44,03.

Algumas características importantes observadas neste estudo valem a pena ser

destacadas. A maioria dos idosos vive em ambiente urbano (85,3%), reflexos da

migração ocorrida no século passado do setor rural para as cidades. Além disso, a maior

parte dos idosos são mulheres, fenômeno conhecido como feminização da população

idosa que, inclusive, aumenta sua proporção à medida que sobe a faixa etária. Na

população entre 60 e 79 anos, 55% são mulheres e naquela com 80 anos ou mais, este

valor sobe para 58,5%. Com relação ao primeiro grupo etário 56,6% das mulheres

vivem em setor urbano, contra 43,4% dos homens. Tal situação se inverte no âmbito

rural, no qual os homens representam 53,5% contra 46,5% de mulheres idosas entre 60

e 79 anos.

Com relação ao estado civil, 68,5% dos homens idosos são casados, contra

39,3% das mulheres. Esta situação se inverte quando se observa a questão da viuvez, já

que 42,6% das mulheres são viúvas, contra apenas 15% dos homens. Na faixa etária de

80 anos ou mais, a porcentagem de idosos casados é de 52% contra 16,6% de idosas.

Nesta mesma faixa etária, 36,7% dos idosos são viúvos, enquanto para as mulheres esta

porcentagem aumenta para 71,3%.

Os dados apresentados no último parágrafo podem ser melhores compreensíveis

quando se percebe que além das mulheres terem maior longevidade – justificando a

maior proporção de viúvas -, os homens, no Brasil, tendem a se casar com mulheres

mais novas e, quando viúvos ou separados, casam-se novamente com mais frequência –

justificando a maior proporção de casados.

No âmbito da situação dos idosos no domicílio, o presente trabalho observou que

entre os homens de 60 a 79 anos, 79,7% ocupam a posição de chefe dentro da

residência, contrastando com 54,9% de mulheres do mesmo grupo etário.

Page 143: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

143

Complementando este dado está informação de que 13,8% dos homens da faixa etária

supracitada são cônjuges, contra 3,7% de mulheres.

No quesito econômico, este trabalho mostrou uma grande disparidade entre os

sexos, no que diz respeito aos rendimentos mensais totais da população idosa. Enquanto

a renda média de todos os trabalhos dos homens idosos é de R$ 1430,24, a das mulheres

cai para R$ 920,40. Com relação à renda média de outras fontes (incluindo rendimento

de seguro desemprego, juros, aluguel, doações e mesadas), a renda dos homens idosos

era de R$ 922,99 enquanto a das mulheres era de R$ 571,94. Ao analisar a vinculação

laboral, este diagnóstico trouxe que, no ano de 2011, 28% dos homens idosos haviam

trabalhado na última semana (quando da entrevista da PAD-MG), contra apenas 7,6%

das mulheres idosas.

Com relação aos dados educacionais e da saúde, 29,9% dos idosos são

analfabetos, sendo que esta porcentagem cai para 27% quando se observa os homens

idosos e aumenta para 32,2% nas mulheres. Além disso, 77,2% dos idosos mineiros

possuem ao menos uma doença crônica, sendo que 58,3% possuem hipertensão arterial

e 30% uma doença de coluna. A faixa etária mais afetada é aquela de 80 anos ou mais

com 79,9%, 61,3% e 30,7%, respectivamente.

Quanto ao consumo de alimentos saudáveis ou à prática de hábitos preventivos,

tem-se que 97,1% consomem frutas, verduras e legumes. No entanto, esta porcentagem

cai para 71,7% quando se relaciona quem consume tais alimentos cinco ou mais dias na

semana. Além disso, 36,9% dos idosos de Minas Gerais consomem carne vermelha e de

frango com gordura visível e 65,3% bebem leite com teor integral de gordura.

A prática de atividades físicas não é tão comum para este segmento no Estado.

Apenas 13,4% dos idosos praticam atividades físicas de forma suficiente e 82,9% não

praticam. O tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas não possuem altas taxas na

população de 60 anos ou mais. Apenas 11,6% dos idosos são fumantes e 72% nunca

fumaram. E 13,6% consomem bebidas alcoólicas, contra 86,2% que não consomem.

Portanto, este diagnóstico inicial buscou traçar um perfil sociodemográfico,

econômico e de saúde dos idosos de Minas Gerais. Analisando as informações aqui

apresentadas, espera-se poder contribuir para a otimização dos gastos públicos, o

aprimoramento das políticas públicas e a melhoria da qualidade de vida deste segmento

Page 144: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

144

populacional. Por meio deste diagnóstico, pode-se também, pensar em programas

governamentais para a população jovem e adulta a fim de prevenir a ocorrência de

determinadas doenças, discriminações e discrepâncias apresentadas pelos idosos

atualmente.

Page 145: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

145

REFERÊNCIAS

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FREITAS, Daniela Helena Machado de; CAMPOS, Fernanda Carolina Alves; et al.

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século XXI: celebração e desafio (Resumo Executivo), Nova York, 2012.

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PEDREIRA, Larissa Chaves; LOPES, Regina Lucia Mendonça. Vivência do idoso

dependente no domicílio: análise compreensiva a partir da historicidade

heideggeriana. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 14, n. 2, p. 304-12, 2012.

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PERES, Marcos Augusto de Castro. A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EO

ANALFABETISMO NA VELHICE: Os idosos ea exclusão educacional. Revista

HISTEDBR On-Line, v. 10, n. 38, 2010. Disponível em

Page 146: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

146

<http://www.fae.unicamp.br/revista/index.php/histedbr/article/viewFile/3553/3113>

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SANCHES, Ana Paula R. Amadio; LEBRAO, Maria Lúcia; DUARTE, Yeda Aparecida

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<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-

12902008000300010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 23 de abril de 2014.

SARLET, Ingo Wolfgang. O Direito Fundamental à Moradia na Constituição: Algumas

Anotações a Respeito de seu Contexto, Conteúdo é possível Eficácia. Revista Eletrônica

sobre a Reforma (RERE), Salvador, Instituto Brasileiro De Direito Público, nº. 20,

dezembro, janeiro, fevereiro, 2009, 2010. Disponível em:

<http://www.direitodoestado.com/revista/rere-20-dezembro-2009-ingo-sarlet.pdf>

Acesso em: 23 de abril de 2014.

SOARES, Regina de Fátima Neves. Reflexões sobre espaço de moradia para idosos e

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2176-901X, v. 8, 2010. Disponível em:

<http://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/download/6917/5009> Acesso em: 23

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PASKULIN, Lisiane Manganelli Girardi; VALER, Daiany Borghetti; VIANNA, Lucila

Amaral Carneiro. Utilização e acesso de idosos a serviços de atenção básica em Porto

Alegre (RS, Brasil). Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 6, June 2011.

Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-

81232011000600031&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 23 de abril de 2014.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Fruit and vegetable promotion initiative –

Report of the meeting. Geneva:, 2003.

Page 147: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

147

ANEXO 2

Quadro de ações Vigentes

AÇÕES VIGENTES

Ação Descrição

Orquestra Filarmônica de

Minas Gerais

A Fundação Clóvis Salgado – FCS oferece vasta programação artística para

fruição da população de Belo Horizonte, que vai do cinema à ópera, incluindo

a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Boa parte da programação é gratuita.

Para acessá-la, visitar os links a seguir:

http://fcs.mg.gov.br/

http://www.filarmonica.art.br//index.php/temporada/temporada_atual

Circuito Cultural Praça da

Liberdade – CCPL

O Circuito Cultural Praça da Liberdade – CCPL que tem como objetivo

explorar a diversidade cultural – com opções interativas e abertas ao público

– em uma área de enorme valor simbólico, histórico e arquitetônico de Belo

Horizonte. O Circuito traz rica programação para todas as idades, e pode ser

conferido no endereço a seguir: http://circuitoculturalliberdade.com.br/plus/

Rádio Inconfidência

A Rádio Inconfidência é uma empresa pública do Governo de Minas e dispõe

de AM (alcance e grande audiência nas áreas rurais) e FM (principalmente

capital e RMBH). Apesar de não haver nenhum programa ou ação específicos

para o público idoso, há vários pontos que poderiam servir a tal público

(desde comerciais até programas já existentes, como o “trem caipira”)

http://www.inconfidencia.com.br/

Rede Mineira do

Trabalho

Estabelecer laços de cooperação interna e externa entre os atores envolvidos

nas políticas públicas de trabalho, emprego e renda, promovendo uma

atuação sinérgica que potencialize a oferta de serviço ao cidadão e

empreendimentos, por meio do atendimento presencial e não presencial.

Visa-se ofertar serviços integrados e a excelência no atendimento ao

cidadão, potencializando a geração de renda, em articulação com os demais

entes federados.

Agenda Mineira do

Trabalho Decente

Elaboração de uma Agenda com o objetivo de influenciar diretamente o

mundo do trabalho, por meio da definição, de forma participativa, das

prioridades, resultados e estratégias de ação para a promoção do Trabalho

Decente no Estado de Minas Gerais, incorporando o Estado de Minas Gerais

a um esforço Global de Promoção do Trabalho Decente.

Fomento e apoio aos

empreendimentos da

Economia Popular

Solidária e outros

empreendimentos

individuais e coletivos.

Orientar e desenvolver nos agentes da economia popular solidária,

capacidades para o trabalho, gestão e organização coletiva, difundindo e

fortalecendo os empreendimentos por meio de ações de fomento,

assistência técnica e promoção de tecnologias adequadas ao

desenvolvimento da economia solidária. As ações estão voltadas para a

autogestão e emancipação dos trabalhadores e trabalhadoras com intuito de

promover a sustentabilidade financeira e social dos empreendimentos

apoiados.

Apoio à comercialização

da economia popular

Fomento a redes e cadeias de produção, comercialização e consumo,

estimulando relações comerciais e transformando produtos e serviços em

Page 148: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

148

solidária e outros

empreendimentos

individuais e coletivos.

renda para produtores, contemplando o ciclo de dinamização econômica.

Implantação de Central

de Prestação de Serviços

Eventuais

Implantação de Centrais de Prestação de Serviços Eventuais, cadastro de

vagas para trabalhadores autônomos, cadastro destes trabalhadores,

encaminhamento para ações de formação e capacitação, intermediação do

trabalhador para uma vaga de prestação de serviço eventual. Promover a

intermediação de mão-de-obra dos trabalhadores autônomos com vistas à

geração de renda, inclusão produtiva e oportunidades de trabalho para eles.

PrEsp – Programa de

Inclusão Social de

Egressos do Sistema

Prisional

O Programa de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional (PrEsp)

trabalha com aqueles indivíduos que sofreram processos de criminalização e

cerceamento de liberdade. Seu objetivo é diminuir as exclusões e estigmas

decorrentes dessa experiência, promovendo condições para a retomada da

vida em liberdade. O programa busca o distanciamento do egresso das

condições que provoquem a reincidência criminal.

Serviço de Proteção e

Atendimento Integral à

Família / Equipe Volante

Acompanhamento, monitoramento, assessoramento técnico e

cofinanciamento aos municípios para implementação de medidas

apropriadas de assistência social para os idosos nas zonas rurais e distantes,

por meio de Equipes Volante, com o objetivo de: Reduzir a ocorrência de

situações de vulnerabilidade social; Aumento de acessos a serviços

socioassistenciais e setoriais; Melhoria da qualidade de vida das famílias

residentes no território de abrangência do CRAS.

Serviço de Convivência e

Fortalecimento de

Vínculos

Acompanhamento, monitoramento, assessoramento técnico e

cofinanciamento aos municípios no acompanhamento aos idosos residentes

em zona rural, sem referência familiar, particularmente mulheres idosas que

enfrentam uma velhice mais prolongada e, às vezes, com menos recursos

financeiros, por meio do Serviço de Convivência e Fortalecimento de

Vínculos – SCFV, ofertados pelos CRAS, cujo objetivo é garantir aquisições

progressivas aos seus usuários, de acordo com o seu ciclo de vida, a fim de

complementar o trabalho social com famílias e prevenir a ocorrência de

situações de risco social.

Serviço de Apoio ao

Migrante

Assessorar e monitorar a formação de redes sociais de apoio a migrantes

idosos e auxiliar na formulação de estratégias municipais que os oriente em

termos de segurança socioeconômica.

Acompanhamento, monitoramento, assessoramento técnico e

cofinanciamento aos municípios para oferta de serviços no âmbito do SUAS,

a fim de aumentar o poder de fixação da população idosa em trânsito/

migrante.

Intermediação de mão-

de-obra

Realizar cadastro do trabalhador, empregador e captação de vagas para a

colocação no mercado de trabalho urbano e rural. Os dados pessoais,

profissionais e das vagas são inseridos no sistema de informações das

unidades do SINE para que o trabalhador seja intermediado de acordo com o

perfil das vagas e encaminhado para oportunidades de emprego, bem como

para as demais ações da política de trabalho, emprego e renda.

Programa Minas sem Implantar pequenos projetos de apoio visando o desenvolvimento

Page 149: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

149

Fome sustentável da agricultura familiar, disponibilizar recursos para condução das

atividades inerentes ao programa e disponibilizar insumos para famílias

rurais e periurbanas, para apoiar a segurança alimentar em escolas,

instituições de longa permanência e congêneres, visando complementação e

melhoria nutricional da alimentação.

Programa Universidade

Aberta e Integrada de

Minas Gerais – UAITEC

Tem como atribuições responder pela formulação de políticas públicas de

valorização e promoção da equidade na educação. Atualmente a Rede

UAITEC conta com 100 polos de educação à distância que promove a difusão

e popularização do conhecimento científico e tecnológico do cidadão,

através de espaços de inclusão digital e social, ofertando Cursos de Educação

à Distância, Idiomas, Extensão, Pós-Graduação, propiciando uma formação

de qualidade e contribuindo para desenvolvimento educacional através da

facilitação ao acesso no processo de formação. As UAITEC’s ofertam

atividades voltadas para os idosos: cursos de inclusão, serviços de governo

eletrônico, palestras, cursos ocupacionais, entre outros.

Centro Tecnológico de

Capacitação - CTC

É parte de um projeto denominado “Rede Tecnológica de Capacitação”. A

SECTES implantou 180 CTC’s municipais e 148 CTC’s implantados nas APAES

do estado. O CTC municipal é um espaço destinado a diminuir a exclusão

social através da inclusão digital e da oferta de cursos de capacitação em

diversas áreas, visando propiciar uma melhora no nível de vida da população

e geração de trabalho e renda. O CTC APAE propõe a melhoria nos processos

de qualificação da mão-de-obra de pessoas com deficiência com produção de

impactos positivos na sua colocação no mercado de trabalho, na geração de

renda e na sua imagem enquanto trabalhador. Ambos os CTC’s ofertam a

estrutura para a população idosa, pais dos alunos, para que os mesmos

tenham o acesso às tecnologias de informação e comunicação, inclusão

digital e social.

Serviço de Proteção

Social Básica no

Domicílio para Pessoas

com Deficiência e Idosas

Acompanhamento, monitoramento, assessoramento técnico e

cofinanciamento aos municípios para oferta de Serviço de Proteção Social

Básica no Domicílio para pessoas com Deficiência e Idosas, o qual tem por

finalidade a prevenção de agravos que possam provocar o rompimento de

vínculos familiares e sociais dos usuários. Visa a garantia de direitos, o

desenvolvimento de mecanismos para a inclusão social, a equiparação de

oportunidades e a participação e o desenvolvimento da autonomia das

pessoas com deficiência e pessoas idosas, a partir de suas necessidades e

potencialidades individuais e sociais, prevenindo situações de risco, a

exclusão e o isolamento.

Educação profissional

de execução direta

Execução direta de cursos de profissionalização com o objetivo de

preparar trabalhadores para o mundo do trabalho, contribuindo para a

melhoria das condições de empregabilidade e de geração de renda.

Promover cursos de competências profissionais (trabalhador e

empregador) via entidades/instituições.

Educação profissional Execução indireta de cursos de profissionalização com o objetivo de

Page 150: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

150

de execução indireta preparar trabalhadores para o mundo do trabalho, contribuindo para a

melhoria das condições de empregabilidade e de geração de renda.

Promover cursos de competências profissionais (trabalhador e

empregador) em parceria com entidades/instituições.

Elevação de

escolaridades

Execução dos cursos para elevação de escolaridade com o objetivo de

preparar trabalhadores para o mundo do trabalho, contribuindo para a

melhoria de seus conhecimentos, habilidades e competências que

agregam valor ao profissional.

Programa de

Desenvolvimento da

Educação Profissional -

PEP

Prover educação profissional e formação técnica em nível médio,

atendendo às demandas regionais e municipais, do meio urbano e

rural, identificando e diagnosticando tendências do mercado de

trabalho e necessidades de mão-de-obra e contribuindo para o

desenvolvimento econômico do estado.

Com Licença, Vou à

Luta

Promover a inclusão social das mulheres com idade igual ou superior a

40 anos, desempregadas e com baixa escolaridade por meio de ações

integradas de Formação para a cidadania, qualificação profissional e

incentivo à elevação da escolaridade, contribuindo para o resgate da

autoestima, ampliação da autonomia e Exercício da cidadania das

participantes.

Travessia Educação -

Educação de Jovens e

Adultos

Assegurar o direito à educação escolar aos jovens e adultos que pelas

razões mais diversas não tiveram oportunidade de frequentar ou de

concluir a educação básica, considerando suas especificidades, bem

como as suas experiências e vivências mediante currículo capaz de

ensejar o desenvolvimento de habilidades e competências que os

integre ao mundo do trabalho, da cultura e facilite seu convívio no

meio social em que vivem.

Travessia nota dez por

um Brasil alfabetizado

Promover a alfabetização de jovens e adultos e atividades de

capacitação e reabilitação, desde a mobilização social dos potenciais

beneficiários, inscrição dos alfabetizandos, oferecimento das aulas,

avaliação de desempenho dos alfabetizandos e encaminhamento

desses para continuidade dos estudos a níveis mais elevados.

Comissão de Proteção

Integral de Crianças e

Adolescentes, Pessoas

Idosas e Pessoas com

Deficiência em Situação

de Riscos e Desastres do

Estado de Minas Gerais

Instância de articulação para o apoio à consecução dos objetivos do

Protocolo Nacional Conjunto para Proteção Integral a Crianças e

Adolescentes, Pessoas Idosas e Pessoas com Deficiência, no Estado de Minas.

Tem as seguintes competências:

I- promover a articulação dos órgãos estaduais e demais entidades

Page 151: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

151

envolvidos na implementação das ações previstas no Protocolo Nacional

Conjunto para a Proteção Integral a Crianças e Adolescentes, Pessoas Idosas

e Pessoas com Deficiência em Situação de Riscos e Desastres;

II- propor aos respectivos órgãos de proteção e defesa civil ações para

plano de proteção a crianças e adolescentes, da pessoa idosa e da pessoa

com deficiência em situação de vulnerabilidade, em áreas de riscos e

atingidas por desastres;

III- levantar informações sobre o número e condições de crianças e dos

adolescentes, de pessoas idosas e de pessoas com deficiência desabrigadas e

desalojadas em decorrência de desastres;

IV- monitorar a execução das ações de proteção a criança e

adolescentes, pessoas idosas e pessoas com deficiência em situação de riscos

e desastres, em conformidade com os princípios e diretrizes do Protocolo

Nacional Conjunto para a Proteção Integral a Crianças e Adolescentes,

Pessoas Idosas e pessoas com Deficiência em Situação de Riscos e Desastres;

e

V- elaborar relatórios sobre graves violações a direitos das crianças e

adolescentes, pessoas idosas e pessoas com deficiência, identificadas no

âmbito de suas atividades e outros assuntos relativos à proteção a crianças e

adolescentes, pessoas idosas e pessoas com deficiência.

Com a Gripe Não se

Brinca

Faz parte da ação, a Campanha de Prevenção Contra a Gripe, que objetiva

alertar a população sobre os perigos e cuidados para evitar a transmissão das

doenças respiratórias e explicar como ocorre essa transmissão. A campanha

também chama a atenção da população sobre a importância da lavagem

frequente e correta das mãos, especialmente após tossir ou espirrar. Há

também a distribuição de kits com folhetos informativos sobre sintomas,

cuidados e prevenção às doenças respiratórias e onde buscar ajuda médica;

além de um sabonete para incentivar a higienização das mãos. A campanha

de vacinação está ligada diretamente a esta ação. Em 2014, Minas alcançou a

meta de vacinação contra a gripe e imunizou mais de 4,2 milhões de pessoas

dos grupos prioritários, dentre eles, 2,6 milhões de idosos com mais de 60

anos.

Programa Mais Vida

Projeto estruturador do governo estadual na área da saúde com vistas à

excelência da qualidade de vida da pessoa idosa. Fundamenta-se na

constituição de uma rede macrorregional integrada de atenção à saúde do

idoso para promoção da independência funcional e autonomia. Tem entre

seus objetivos: descentralizar as ações em saúde da pessoa idosa através de

um sistema de rede articulado e integrado nos pontos de atenção com fluxos

estabelecidos; e promover a captação e acolhimento do idoso pelos serviços

de saúde, com ênfase no idoso frágil e na avaliação funcional.

Ampliação da Cobertura

Populacional do

Ampliar o acesso e qualificar as ações e serviços de atenção primária à saúde

prestados à população.

Page 152: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

152

Programa Saúde da

Família (PSF)

Esta ação refere-se ao repasse de incentivo financeiro aos municípios e ao

desenvolvimento de ações direcionadas ao apoio técnico para qualificação

dos processos de trabalho.

Serviço de Convivência e

Fortalecimento de

Vínculos

Acompanhamento, monitoramento, assessoramento técnico e

cofinanciamento aos municípios para desenvolvimento de atividades que

contribuam no processo de envelhecimento saudável, no desenvolvimento

da autonomia e de sociabilidades, no fortalecimento dos vínculos familiares

e do convívio comunitário e na prevenção de situações de risco social, por

meio da oferta de serviços de convivência e fortalecimento de vínculos

ofertados pelo CRAS.

Academias ao Ar Livre

As academias ao ar livre são equipamentos de ginástica instalados em

espaços públicos com condições adequadas de acessibilidade, visando

fomentar a prática regular de atividade física pela população. São voltados

para utilização de pessoas com idade acima de 12 anos, preferencialmente

pertencentes à faixa etária de idosos (acima de 60 anos).

Serviço de Proteção e

Atendimento Integral à

Família - PAIF

Acompanhamento, monitoramento, assessoramento técnico e

cofinanciamento aos municípios na oferta do Serviço de Proteção e

Atendimento Integral à Família – PAIF, e serviços de convivência e

fortalecimento de vínculos ofertados pelo CRAS, priorizando as famílias

compostas por idosos usuários de crack, álcool e outras drogas. Este serviço

consiste no trabalho social com famílias, possui caráter continuado, e tem a

finalidade de fortalecer a função protetiva das famílias, prevenir a ruptura

dos seus vínculos, promover seu acesso e usufruto de direitos e contribuir na

melhoria de sua qualidade de vida. A articulação dos serviços

socioassistenciais do território com o PAIF garante o desenvolvimento do

trabalho social com as famílias dos usuários desses serviços, permitindo

identificar suas necessidades e potencialidades dentro da perspectiva

familiar, rompendo com o atendimento segmentado e descontextualizado

das situações de vulnerabilidade social vivenciadas.

Leite pela Vida

Entregar leite para os beneficiários do programa - crianças entre 02 a 07

anos, idosos, nutrizes, gestantes e entidades socioassistenciais - que

residem/atuam na área de abrangência da SEDINOR/IDENE, de maneira a

combater a fome e a desnutrição.

Aliança pela Vida

Prestar assistência aos dependentes do álcool e outras drogas,

orientar/informar a comunidade, fortalecendo as estratégias de promoção

da saúde, qualidade de vida e de prevenção ao uso e abuso de álcool e

outras drogas, através da atenção básica, indo além da concepção de centros

de atenção psicossocial.

Zelar pelo

comprimento da Lei Nº

12.896, de 18 de

dezembro de 2013

Objetiva, dentre outros, assegurar ao idoso enfermo o atendimento

domiciliar pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS,

pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado

ou conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição

do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais e de

isenção tributária.

Page 153: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

153

Programa Saúde em

Casa

Conjunto de ações sistemáticas direcionadas à universalização da oferta e

ampliação da qualidade dos serviços de Atenção Primária à Saúde, por

intermédio de ações com foco em infraestrutura, equipamentos e processos

de trabalho.

Redes Integradas de

Serviços de Saúde

Ampliar a longevidade e melhorar a qualidade de vida da população mineira,

por meio da implementação de uma rede integrada de atenção às condições

crônicas prevalentes e prioritárias no estado, com o foco na promoção à

saúde, na prevenção de riscos e agravos e na atenção aos usuários

acometidos pela hipertensão arterial sistêmica, doenças cardiovasculares,

diabetes mellitus e doença renal crônica.

Curso Telepresencial

Potencializar o Programa de capacitação permanente utilizando diversos

mecanismos como o Curso Telepresencial, conjunto de aulas telepresenciais,

sendo uma solução idealizada para qualificar e ampliar a disseminação dos

conhecimentos entre os atores da Assistência Social, em todo o Estado de

Minas Gerais e o Capacita SUAS que é uma estratégia de Capacitação do

Sistema Único de Assistência Social que visa à qualificação dos gestores e

trabalhadores da política de Assistência Social para, assim, alcançar maior

qualidade na oferta dos serviços e benefícios socioassistenciais à população

em situação de vulnerabilidade e risco social.

Serviço Especializado em

Abordagem Social

Acompanhamento, monitoramento, assessoramento técnico e

cofinanciamento aos municípios na oferta do Serviço Especializado em

Abordagem Social, de forma continuada e programada, com a finalidade de

assegurar trabalho social de abordagem e busca ativa que identifique, nos

territórios, a incidência de idosos, situação de rua, dentre outras violação de

direito. Tal Serviço deve buscar a resolução de necessidades imediatas e

promover a inserção na rede de Serviços socioassistenciais, e das demais

políticas públicas na perspectiva da garantia dos direitos.

Saúde Integrada

Garantir a assistência hospitalar e domiciliar aos pacientes que foram

asilados compulsoriamente no passado devido à hanseníase; promover a

assistência de clínica médica e reabilitação física a pacientes da região de

Betim, Três Corações, Ubá e Bambuí com ênfase na assistência ao idoso.

Atenção à Saúde

Realizar ações de promoção da saúde, prevenção, diagnóstico, assistência e

tratamento às doenças sexualmente transmissíveis e às pessoas que vivem e

convivem com DST/HIV/AIDS/hepatites virais visando controlar o avanço do

número de casos e a melhoria da qualidade de vida e apoiando as entidades

da sociedade civil que atuam na área.

Saúde e assistência social

Fomentar e apoiar projeto intersetorial de intervenção, formação e

qualificação do cuidado às pessoas idosas e seus familiares, com foco na

ampliação da oferta de cuidadores em ILPIs

Lei Nº 21.155, de 17 de

janeiro de 2014

Executar a proposição da Lei que institui a política estadual para o estímulo

da atividade de cuidador de idoso, que tem como objetivo incentivar a

formação de cuidadores de idosos no Estado; contribuir para o

fortalecimento da profissão de cuidador de idoso como área específica de

Page 154: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

154

atuação e ampliar o número de profissionais qualificados nessa área; e

contribuir para a melhoria da atenção prestada ao idoso.

Canal Minas Saúde /

Curso de Atenção

Integral à Saúde do Idoso

Este curso tem como objetivo fornecer subsídios aos profissionais de saúde

dos municípios e do Estado de Minas Gerais em relação à rede de atenção

integral à saúde do idoso.

Programa Mais Vida

Projeto estruturador do governo estadual na área da saúde com vistas à

excelência da qualidade de vida da pessoa idosa. Fundamenta-se na

constituição de uma rede macrorregional integrada de atenção à saúde do

idoso para promoção da independência funcional e autonomia. Tem entre

seus objetivos: Habilitar recursos humanos para ofertar ações resolutivas em

saúde nos diversos níveis de atenção de acordo com as necessidades

individuais com o objetivo de manter, melhorar e/ou reabilitar a

funcionalidade e autonomia.

Serviço de Proteção

social Especial para

Pessoas com Deficiência,

e Idosas e suas Famílias

Acompanhamento, monitoramento, assessoramento técnico e

cofinanciamento aos municípios que oferta o Serviço de Proteção social

Especial para Pessoas com Deficiência, e Idosas e suas Famílias em Centro

Dia, Centro de Referencia Especializado de Assistência Social - CREAS, no

domicílio ou em unidade referenciada para Habilitação e Reabilitação

(promover a autonomia, a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida)

de pessoa idosa. O serviço tem como objetivo a oferta de atendimento

especializado a famílias com pessoas com deficiência e idosos com algum

grau de dependência, que tiveram suas limitações agravadas por violações

de direitos. O serviço tem a finalidade de promover a autonomia, a inclusão

social e a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência, idosas

e das pessoas de seu convívio. A ação é pautada no reconhecimento do

potencial da família e do cuidador, na aceitação e valorização da diversidade

e na redução da sobrecarga deste. A partir da identificação das necessidades,

deverá ser viabilizado o acesso a benefícios, programas de transferência de

renda, serviços de políticas públicas setoriais, atividades culturais e de lazer,

sempre priorizando o incentivo à autonomia da dupla “cuidador e

dependente”.

Atenção à Saúde

Promover atendimento integral a pessoa com deficiência seja ela física,

auditiva, visual, intelectual, transtorno do espectro do autismo, ostomizados,

doenças que geram incapacidades, ou múltiplas deficiências, por meio da

modelagem da rede de cuidados à pessoa com deficiência no âmbito do

sistema único de saúde de minas gerais, estabelecendo pontos de atenção,

sistemas logísticos e complexos reguladores que favoreçam a referência e

contrarreferência dos usuários.

Obras Públicas e

Acessibilidade

Adaptação da frota de ônibus metropolitanos conforme dispositivos legais.

Implantação de terminais de integração de passageiros metropolitanos,

atendendo aos princípios técnicos e normativos da acessibilidade

arquitetônica e urbanística. Reforma e construção de aeroportos conforme

Page 155: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

155

os princípios técnicos e normativos da acessibilidade.

Cidades: Espaços de

Integração

Viabilizar o acesso à habitação de interesse social para a população com

renda mensal de um a três salários mínimos, residentes, preferencialmente

nos municípios com população de até vinte mil habitantes. Este processo é

composto de recursos originários do FEH e do programa do governo federal

"Minha Casa Minha Vida". De acordo com o governo federal, 3 % do Minha

Casa Minha Vida deverá ser destinado à pessoa idosa.

Prêmio Mais Vida de

Qualidade na Atenção ao

Idoso Residente

Este prêmio é uma forma de reconhecer instituições de longa permanência

que são exemplos e que se destacaram no desenvolvimento de ações

visando a qualidade de vida dos idosos residentes.

Serviço de Acolhimento

Institucional

Acompanhamento, monitoramento, assessoramento técnico e

cofinanciamento aos municípios para oferta de Serviço de acolhimento

institucional para idosos com 60 anos ou mais, de ambos os sexos,

independentes e/ou com diversos graus de dependência. A natureza do

acolhimento deverá ser provisória e, excepcionalmente, de longa

permanência quando esgotadas todas as possibilidades de autossustento e

convívio com os familiares. É previsto para idosos que não dispõem de

condições para permanecer com a família, com vivência de situações de

violência e negligência, em situação de rua e de abandono, com vínculos

familiares fragilizados ou rompidos.

Serviço de Proteção social

Especial para Pessoas

com Deficiência, e Idosas

e suas Famílias

Acompanhamento, monitoramento, assessoramento técnico e

cofinanciamento aos municípios que oferta o Serviço de Proteção social

Especial para Pessoas com Deficiência, e Idosas e suas Famílias em Centro

Dia, Centro de Referencia Especializado de Assistência Social - CREAS, no

domicílio ou em unidade referenciada para Habilitação e Reabilitação

(promover a autonomia, a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida)

de pessoa idosa. O serviço tem como objetivo a oferta de atendimento

especializado a famílias com pessoas com deficiência e idosos com algum

grau de dependência, que tiveram suas limitações agravadas por violações

de direitos. O serviço tem a finalidade de promover a autonomia, a inclusão

social e a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência, idosas

e das pessoas de seu convívio. A ação é pautada no reconhecimento do

potencial da família e do cuidador, na aceitação e valorização da diversidade

e na redução da sobrecarga deste. A partir da identificação das necessidades,

deverá ser viabilizado o acesso a benefícios, programas de transferência de

renda, serviços de políticas públicas setoriais, atividades culturais e de lazer,

sempre priorizando o incentivo à autonomia da dupla “cuidador e

dependente”.

Serviço de Proteção social

Especial para Pessoas

com Deficiência, e Idosas

e suas Famílias

Acompanhamento, monitoramento, assessoramento técnico e

cofinanciamento aos municípios que oferta o Serviço de Proteção social

Especial para Pessoas com Deficiência, e Idosas e suas Famílias em Centro

Dia, Centro de Referencia Especializado de Assistência Social - CREAS, no

domicílio ou em unidade referenciada para Habilitação e Reabilitação

(promover a autonomia, a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida)

Page 156: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

156

de pessoa idosa. O serviço tem como objetivo a oferta de atendimento

especializado a famílias com pessoas com deficiência e idosos com algum

grau de dependência, que tiveram suas limitações agravadas por violações

de direitos. O serviço tem a finalidade de promover a autonomia, a inclusão

social e a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência, idosas

e das pessoas de seu convívio. A ação é pautada no reconhecimento do

potencial da família e do cuidador, na aceitação e valorização da diversidade

e na redução da sobrecarga deste. A partir da identificação das necessidades,

deverá ser viabilizado o acesso a benefícios, programas de transferência de

renda, serviços de políticas públicas setoriais, atividades culturais e de lazer,

sempre priorizando o incentivo à autonomia da dupla “cuidador e

dependente”.

Campanha “Rompendo o

Silêncio”

Objetiva transformar o dia internacional de combate a violência contra a

pessoa idosa na semana de combate a violência contra a pessoa idosa,

desenvolvendo ações diversas com parceiros institucionais, tendo como

ação principal a distribuição de folders em local a ser determinado e a

mobilização dos municípios para a realização desta ação. Além disto, a ação

objetiva transpor barreiras, convidando parceiros institucionais, promovendo

o Estado em Rede, além de outros parceiros ampliando e efetivando direitos

que nos levem realmente a romper este silêncio.

A ação Viral constitui divulgar um tema nas redes sociais para a promoção e

fixação de um objetivo junto ao público-alvo, neste caso o idoso, tendo como

tema principal o rompimento do silêncio e o combate à violência contra este

segmento.

Criação de Delegacia

Especializada Criação de Delegacia Especializada de Atendimento à Pessoa Idosa.

Travessia Educação -

Educação de Jovens e

Adultos

Assegurar o direito à educação escolar aos jovens e adultos que pelas

razões mais diversas não tiveram oportunidade de frequentar ou de

concluir a educação básica, considerando suas especificidades, bem

como as suas experiências e vivências mediante currículo capaz de

ensejar o desenvolvimento de habilidades e competências que os

integre ao mundo do trabalho, da cultura e facilite seu convívio no

meio social em que vivem.

Convivência

Intergeracional

Promover, por meio de projetos específicos, a discussão entre os integrantes

da comunidade escolar sobre a diversidade no ambiente da escola, de forma

a conscientizá-los para a importância de reconhecer e respeitar as

peculiaridades de cada segmento, em suas características físicas, étnicas,

socioculturais, etárias e de gênero.

Campanha de valorização

da pessoa idosa

Com o objetivo de sensibilizar e mobilizar a sociedade em torno de ações

para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com 60 anos ou mais, o

SERVAS e o Governo de Minas lançaram a campanha de valorização da

pessoa idosa. A campanha veiculada em TVs, rádios e impressos, chama a

atenção para a necessidade da mudança de atitude e inclusão dos idosos na

Page 157: Plano Mineiro de Atenção Integral à Pessoa Idosa (pdf. 3MB)

157

rotina das famílias.

Operacionalização dos

Conselhos de Direitos

Humanos

Garantir a manutenção e financiamento das atividades dos conselhos

vinculados à SUBDH, com vistas a fortalecer sua atuação e possibilitar

o apoio aos conselhos de direitos.

Fundo Estadual dos

Direitos da Pessoa Idosa

- FEI

Regulamentação e instituição do Fundo Estadual dos Direitos da Pessoa

Idosa de Minas Gerais.