Pneumonias de hipersensibilidade (Alveolite alérgica ...€¦ · Diagnóstico da forma aguda...
Transcript of Pneumonias de hipersensibilidade (Alveolite alérgica ...€¦ · Diagnóstico da forma aguda...
Pneumonias de hipersensibilidade
(Alveolite alérgica extrinseca)
LUIZ OTAVIO R. S. GOMES
MÉDICO PNEUMOLOGISTA
HOSPITAL DO PULMÃO – BLUMENAU – SC
FURB - BLUMENAU
Pneumonia de hipersensibilidade
(alveolite alérgica extrínseca)
ANTÍGENO
ORGÂNICO
INALADO
REAÇÃO IMUNOLÓGICA
NO
PULMÃO
Introdução
Síndrome complexa
Não é uma doença uniforme
Intensidade variável
Apresentação clínica variável
História natural variável
Causada por inúmeros agentes externos
(agentes químicos, poeiras organicas, inorganicas ,
bioaerossois, fungos, bactérias, protozoários, etc.)
Curr Opin Pulm Med. 2004;10(5):401.
Epidemiologia
Prevalência e incidência supostamente
baixas
Poucos estudos sobre o tema
Maioria dos estudos são relacionadas ao
“pulmão de fazendeiro” e “pulmão dos
criadores de pássaros”
“Pulmão do fazendeiro” 0,4 a 7% Da
população de fazendeiros
Am Rev Respir Dis. 1992;145(1):1.
Agentes etiológicos
Mais de 300 agentes etiológicos reportados
Poeiras da agricultura
Bioaerossois
Microrganismos (fungos, bactérias e protozoários)
Produtos químicos
Interstitial Lung Disease, 4th ed, King TE Jr,
Schwarz MI (Eds), BC Decker, Hamilton, ON,
Canada 2003. p.452.
Classificação
Aguda
Subaguda
Cronica
De acordo com a frequencia, duração, tempo
de inicio dos sintomas e intensidade da doença.
Curr Opin Pulm Med. 2004;10(5):401.
Aguda
A forma aguda segue-se a exposição a um
determinado antígeno
É a forma clássica
Sintomas são inespecíficos e pacientes
frequentemente são tratados inicialmente com
antibióticos
Início abrupto 4 a 6 horas após a exposição.
Clin Pulm Med. 1996; 3:72.
Diagnóstico
Tem que ser rápido (maior reversibilidade)
Maioria dos critérios são da forma aguda
História de exposição
Avaliação clínica
Achados radiológicos
Achados funcionais
Sem critérios definidos nas formas subaguda e
crônica
Clin Pulm Med. 1996; 3:72.
J Allergy Clin Immunol. 1989;84(5 Pt 2):839.
Am J Ind Med. 1986; 10:329.
Diagnóstico da forma aguda
Reconhecida exposição ao antígeno
Relato do paciente, história ocupacional
Sinais clínicos compatíveis
Estertores, tosse, dispneia, sibilancia, fadiga, febre, aperto no peito
Achados de imagem (Rx e TC)
Opacidades reticulares, alveolares, nodulares, vidro fosco
Achados funcionais
Distúrbios restritivos, obstrutivos e alterações da difusão.
Lavado broncoalveolar
Linfocitose > 40% eosinofilia > 5%
Achados histopatológicos
Granulomas não caseosos e/ou infiltrado mononuclear
Clin Pulm Med. 1996; 3:72.
J Allergy Clin Immunol. 1989;84(5 Pt 2):839.
Am J Ind Med. 1986; 10:329.
Opacidades em “vidro fosco”
Micronódulos acinares
Faveolamento nos LLSS +
bronquiectasias (forma crônica)
Pletismografia
Espirometria
Espirometria
(curva fluxo-volume)
Lavado bronco alveolar
Prognóstico da pneumonia de
hipersensibilidade
A maioria dos pacientes apresenta recuperação total da
função pulmonar. (em até 2anos)
Melhora progressiva PaO2 ..... CVF ..... DLCO
Presença de fibrose, idade avançada, deterioração
progressiva da função pulmonar, repetidas exacerbações e
hipocratismo digital são fatores de mau prognóstico.
Am J Med. 2004;116(10):662.
Am Rev Respir Dis. 1993;147(4):793.
Arch Intern Med. 1990;150(9):1849.
GAP
https://www.acponline.org/journals/anna
ls/extras/gap/
Gender
Age
Physiology (CVF e DLCO)
Ann Intern Med. 2012 May;156(10):684-91.
Copyrights apply Ann Intern Med. 2012 May;156(10):684-91.
https://www.acponline.org/journals/annals/extras/gap/
Tratamento
Afastamento do agente causador
Glicocorticóides
Medicações alternativas
Transplante pulmonar
Afastamento do agente causal
Estudos com pulmão de fazendeiro
Identificação do agente antigênico.
Pacientes são relutantes (fazendeiros, criadores de pássaros)
Tempo de afastamento ainda é controverso (principalmente
na doença aguda com remissão total)
Alguns estudos mostram que a doença não progrediu mesmo
após a persistência na exposição.
Br J Ind Med. 1983;40(2):173.
Chest. 1985;87(6):796.
Glicorcoticóides
Acelera a melhora inicial
Não altera a resposta no longo prazo
Preconizado principalmente em pacientes sintomáticos na
fase subaguda ou crônica
Prednisona 0,5 – 1,0 mg/kg (max 60 mg/dia)
Duração 4 semanas
(redução progressiva da dose após 2ª semana)
J Allergy Clin Immunol. 2001;108(5):661.
Effect of corticosteroid treatment on the
recovery of pulmonary function in farmer's
lung. Department of Pulmonary Diseases, Kuopio University Central Hospital, Finland
36 patients randomly allocated in a double-blind placebo-controlled
study.
Twenty patients were given prednisolone treatment for 8 wk.
Sixteen patients received an 8-wk placebo treatment.
After 1 month of treatment there was a significant difference (p = 0.03) in
DLCO between the treatment groups.
After a follow-up of 5 yr no statistically significant differences were found
between the treatment groups in FVC, FEV1, or DLCO.
In conclusion, in the corticosteroid group the improvement of pulmonary
function was more rapid than in the placebo group, but no influence on
the long-term result was found. The possibility that corticosteroid
treatment may favor the occurrence of recurrent attacks of FL needs
attention.
Am Rev Respir Dis. 1992;145(1):3.
Tratamentos alternativos
Rituximabe
Anticorpo monoclonal, imunossupressor)
Azatioprina
imunossupressor
Micofenolato
imunossupressor
Chest. 2017;151(3):619.
ERJ Open Res. 2017;3(3)
Transplante pulmonar
Opção para casos avançados de PH
Excelente sobrevida após em 1,3 e 5 anos quando
comparado a transplantados por fibrose pulmonar idiopática
(FPI)
96%, 89% e 89% vs 86%, 67% e 49%
Chest. 2015 Jun;147(6):1558-65.
Prevenção
Redução da carga de antigenos na manipulação
antifungicos, umedecimento p/diminuir a dispersão
Drenagem para evitar umidade permanente,
desumidificadores , evitar carpetes)
Manutenção permanente
tubos de aquecimento, ar condicionado
Máscaras protetoras
Obrigado