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Informativo Brasil PNUMA 121

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I N S T I T U T O

Informativo do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

BRASIL PNUMAPNUMA

Nººººº 121

OUT/NOV 2011

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www.brasilpnuma.org.br

Cidades dão prejuízo de 3% do PIBEstudo mostra que planejamento urbano mais inteligente alavancaria economia

Dados do relatório Economia Ver-de, lançado em agosto pelo Pnuma,indicam que os atuais modelos dedesenvolvimento das cidades podemestar causando uma perda anual demais de 3% do PIB das economias dospaíses, devido ao acúmulo de custosdo bem-estar das populações.

Para o Pnuma, o aprimoramento doplanejamento e de um gerenciamentomais inteligente das cidades, tantonos países desenvolvidos quanto emdesenvolvimento, poderia ter papel re-levante no crescimento das economi-as, no incremento das melhorias soci-ais e na redução da pegada ecológicada humanidade.

O relatório do Pnuma sustenta queo desempenho ambiental das cidadespode ser intensificado a partir de umefetivo planejamento urbano e de umasólida governança. A estrutura físicadas cidades – que tem a ver com suaforma, tamanho, densidade populacio-nal e configuração – deve ser desenha-da e gerenciada no sentido de selimitar o consumo dos recursos e asemissões per capta de carbono.

O que deve estar na ordem do diados planejadores urbanos, segundoos especialistas, são cidades maiscompactas, com menores distânciasde transporte, maior densidade deprédios comerciais e residenciais ver-des e investimentos em modelos detransporte público verde que levem

a uma maior eficiência energética eà redução da pegada ecológica daspopulações.

Cidades como Buenos Aires eDakar são dois exemplos de como osatuais modelos predatórios de desen-volvimento estão provocando uma re-dução dos PIBs nacionais de 3,4% aoano. No caso da Cidade do México,esses custos podem estar debilitandosua economia em 2% do PIB. Asmenores perdas apontadas pelo Pnu-ma foram encontradas na União Euro-peia, mas mesmo assim seus paísessofrem com queda média anual de0,75% do PIB.

Vida mais sustentável – No entan-to, muitas cidades já vêm pavimentan-do caminhos para uma maior qualidade

de vida, como Copenhague, Oslo eMadri, na Europa, e Curitiba, Vancou-ver e Portland, nas Américas, ao adotarmodelos de desenvolvimento urbanomais compacto, com áreas vizinhasadequadas para passeios de pedestrese transportes públicos verdes.

Outros bons exemplos citados pelorelatório do Pnuma são cidades degrande densidade, como Hong Konge Nova York, em que as facilidadesresidenciais, comerciais e de lazerestão próximas umas das outras, li-mitando-se assim as distâncias dasviagens diárias, que têm como baseeficientes e amplas redes de trans-porte público.

As economias de custo mais sig-nificativas podem ser obtidas coma implantação de alternativas paraa infraestrutura para automóveis,como sistemas mais eficientes detransporte público, pistas para pe-destres e ciclovias, que implicam emimportantes reduções dos gastos decombustíveis.

Além disso, ressaltam os especia-listas, uma eficiente rede de transpor-te público verde contribui para a cria-ção de empregos. Em muitas cidades,os empregos no setor do transportepúblico representam de 1% a 2% dototal das pessoas empregadas.

O relatório Green Economy estádisponível em www.unep.org/greeneconomy.

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E D I T O R I A L

Presidente: Haroldo Mattos de Lemos Diretor Jurídico: Oscar Graça Couto Diretor Admi-nistrativo: Roberto Carrilho Padula Jornalista Responsável: Ronie Lima (MTb 15.415/RJ)Referências Bibliográficas: Zilda Rodrigues de Souza Arte e Diagramação: Eliana Mac DowellImpressão: Corbã Conselho Consultivo: Adolpho de Marinho Pontes (ex-deputado federal doEstado do Ceará), Aloisio Ferreira de Souza (ex-presidente da Associação Brasileira de Enge-nharia Sanitária e Ambiental/Abes, AL), Cândido Mendes de Almeida (diretor-geral da FaculdadeCândido Mendes/RJ), Carlos Henrique de Abreu Mendes (ex-secretário de Meio Ambiente doEstado do Rio de Janeiro), Carlos Minc (secretário de Estado do Meio Ambiente do Rio de Janeiro),Henrique Brandão Cavalcanti (ex-ministro do Meio Ambiente e da Amazônia Legal), Jean C. L.Dubois (presidente do Instituto Rede Brasileira Agroflorestal/Rebraf,RJ), João Augusto Fortes(presidente da Sociedade Civil Pró-Rio), Joaquim Falcão (ex-secretário-geral da FundaçãoRoberto Marinho), José Mário de Oliveira Ramos (ex-vice-presidente da Federação das Indús-trias do Estado do Rio de Janeiro/Firjan), Márcio Nogueira Barbosa (vice-diretor executivo daUnesco), Nelio Paes de Barros (ex-diretor administrativo do Instituto Brasil Pnuma), PauloNogueira Neto (ex-secretário especial do Meio Ambiente), Paulo Protásio (ex-presidente daAssociação Comercial do Rio de Janeiro), Ricardo Boechat (diretor de jornalismo da Band Rio),Roberto Klabin (presidente da SOS Mata Atlântica, SP), Roberto Messias Franco (ex-presidente

Publicação bimestral. Permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte.

INSTITUTO

BRASIL PNUMA COMITÊ BRASILEIRO DO PROGRAMA DASNAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE

INSTITUTO BRASIL PNUMAAv. Treze de Maio 13, sala 1.315 – CentroCEP 20.031-901 – Rio de Janeiro – RJ – BrasilTelefax: (21) 2262-7546CGC: 40.200.230/0001-19

[email protected]

Haroldo Mattos de LemosPresidente

O interessado em tornar-se sócio doInstituto BRASIL PNUMA e recebereste informativo deve fazer contatopelo nosso telefone ou pelo email.

PNUMA

www.brasilpnuma.org.br

do Ibama) Conselho Fiscal: Joper Padrão do Espirito Santo, Telma de Avellar Guimarães,Vicente Hermogerio Schmall (titulares), João Alfredo Noronha Viegas, Saint Clair ZugnoGiacobbo (suplentes).

Emails [email protected]

Pnuma no Brasil tem nova coordenadoraProfissional experiente na área ambiental assume escritório em Brasília

Profissional com mais de 25 anosde experiência na área de conserva-ção ambiental e em questões de de-senvolvimento em níveis nacional, re-gional e internacional, Denise Hamúassumiu, em setembro, o cargo decoordenadora do Pnuma no Brasil.Denise construiu sua carreira profissi-onal atuando no setor público, bemcomo no terceiro setor, em que tam-bém interagiu com o setor privado,comunidade de doadores e com asociedade em geral.

Antes de ingressar no Pnuma, foisecretária-geral do WWF-Brasil poroito anos. Como membro do time exe-cutivo da rede WWF, estabeleceu pro-gramas, ampliou diálogos entre ossetores produtivos do Brasil e contri-buiu para o sucesso do desenvolvi-mento do Arpa (Programa Áreas Pro-tegidas da Amazônia).

Denise Hamú foi funcionária de car-reira do Conselho Nacional de Desen-volvimento Científico e Tecnológico(CNPq), do Ministério da Ciência eTecnologia, e também trabalhou noMinistério do Meio Ambiente. Nesteperíodo, atuou no planejamento e ne-gociação de programas nacionais, re-gionais e internacionais, incluindo oPrograma da Política Nacional do MeioAmbiente e o Programa para o Desen-volvimento do Ecoturismo na Amazô-nia Legal (Proecotur).

A nova coordenadora do escritório doPnuma no Brasil, em Brasília, represen-tou o país em diversos fóruns ambientaisinternacionais, inclusive no Tratado de

Cooperação Amazônica. Conquistouposição de destaque no cenário inter-nacional de meio ambiente e desenvol-vimento ao presidir a Comissão deEducação e Comunicação da UniãoInternacional para a Conservação daNatureza (IUCN), de 2000 a 2006.

Denise Hamú traz também para oPnuma suas habilidades multicultu-rais adquiridas não somente durantesua trajetória profissional, mas tam-bém em sua formação, quando morouna Suíça, no Reino Unido e nos Esta-dos Unidos. Além disso, viveu mais de10 anos de sua carreira na região daAmazônia.

Formada em Relações Internacio-nais e em História pela Universidadede Brasília, Denise Hamú é mestre emMuseologia pela George WashingtonUniversity (EUA), com ênfase em his-tória natural e antropologia cultural.

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Denise Hamú: ex-secretária-geral doWWF-Brasil, trabalhou no setor público

Em nossa capa, destacamos es-tudo do Pnuma que aponta a falta desustentabilidade dos atuais mode-los de desenvolvimento urbano, quegera grandes perdas anuais no PIBdas nações. Ao dar exemplos decidades que estão no caminho certo,o relatório defende um planejamen-to mais inteligente do crescimentourbano.

Aqui ao lado, saudamos a escolha deDenise Hamú para coordenar o escri-tório do Pnuma no Brasil, em Brasília.Denise é uma profissional talentosae experiente, com um currículo demuitos anos dedicados à causa am-biental. Foi uma excelente escolha.

Na página 3, nossa reportagemaborda outro tema importante des-tacado pelo relatório Economia Ver-de: investimentos anuais de apenas0,16% do PIB global seriam sufici-entes para, em quatro anos, dimi-nuir em muito a escassez de águaque ameaça a vida de bilhões depessoas ao redor do planeta.

No artigo das páginas centrais, osecretário estadual do Ambiente doRio de Janeiro, Carlos Minc, defendeuma posição propositiva por partedos países que participarão daRio+20, para que estabeleçam me-tas factíveis de redução de suasemissões de gases-estufa, e dáexemplos de iniciativas já em cursopelo governo estadual para tornar aeconomia fluminense mais verde.

Por fim, em nossa contracapa,divulgamos um festival de filmes quevai dar o que falar entre os ambien-talistas: o FilmAmbiente, com a exi-bição em cinemas do Rio de um totalde 60 longas e curtas-metragens.

Um abraço e até o próximo

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US$ 198 bilhões anuais para setor hídricoEstudo aponta investimentos necessários para tornar uso da água mais eficiente

Investimentos anuais de US$ 198 bilhões até 2030– equivalentes a 0,16% do PIB global – no setor hídricopoderiam diminuir, em apenas quatro anos, a escas-sez de água e reduzir pela metade o número depessoas sem acesso à água potável e a serviços desaneamento básico.

A avaliação está contida no relatório EconomiaVerde, lançado em agosto pelo Pnuma, que defendeque esses investimentos poderiam tornar o uso daágua mais eficiente, permitindo um aumento susten-tável da produção agrícola, de biocombustíveis eindustrial.

No cenário atual, segundo especialistas, a falta deinvestimentos em serviços hídricos, de coleta, trata-mento e reutilização eficiente da água implica naredução de reservas aquíferas em várias partes domundo. Se esta tendência negativa for mantida, até

2030 a demanda global por água potável poderá ultra-passar a oferta em 40%.

No capítulo dedicado à água, o relatório do Pnumasustenta que investimentos em saneamento e águapotável, assim como o fortalecimento dos sistemaslocais de abastecimento hídrico, a conservação dosecossistemas vitais para o abastecimento de águae o desenvolvimento mais eficiente de políticasno setor podem ajudar a prevenir altos custos so-ciais e econômicos resultantes do abastecimentoinadequado.

As perdas econômicas devidas a deficiências nosaneamento básico foram exemplificadas com casosde países como os asiáticos Camboja, Indonésia,Filipinas e Vietnã, cujas perdas anuais alcançamcerca de US$ 9 bilhões ou 2% do PIB total dessasnações.

Benefícios econômicos – O relatório destacaexemplos em que investimentos verdes em água estãoproduzindo benefícios econômicos e ambientais. Apli-cações adequadas no setor podem contribuir paragarantir a segurança do fornecimento de água e dosalimentos, melhorar a saúde e fomentar o crescimentoeconômico.

Um caso citado é o da República da Coreia, queanunciou, em 2009, investimentos de US$ 17,3 bilhõesem seu Projeto de Restauração de Quatro GrandesRios, que visa, entre outros pontos, a proteger seusrecursos hídricos contra a escassez de água e aimplementar medidas de controle de enchentes. Espe-ra-se, com o projeto, a criação de 340 mil empregos ea geração de cerca de US$ 31,1 bilhões em efeitoseconômicos positivos para a saúde.

Segundo o subsecretário-geral da ONU e diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner, no lançamento dorelatório, “otimizar o acesso à água potável e a servi-ços de saneamento básico é fundamental para umasociedade mais sustentável e de uso mais eficiente derecursos”.

O relatório inclui recomendações para se melhoraro abastecimento de água, como uma abordagem ho-lística e com perspectiva de longo prazo, a criação eimplementação de políticas efetivas relacionadas àágua e a promoção do desenvolvimento tecnológico ede pesquisas mais amplas, com a promoção de ferra-mentais regionais.

O relatório Green Economy está disponível emwww.unep.org/greeneconomy.

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Investimentos anuais da ordemde 0,16% do PIB global seriamsuficientes para, em quatro anos,diminuir pela metade o número daspessoas sem acesso à água potável

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Rio se prepara para ser exemploCARLOSDaqui a menos de um ano, em

junho de 2012, o Rio de Janeiro voltaráa ser a capital ecológica do mundocom a realização da Conferência dasNações Unidas para o Desenvolvi-mento Sustentável, a Rio+20. NaCúpula da Terra de 1992, a Rio-92, asdiscussões giraram em torno de umapolítica ambiental global, com baseno desenvolvimento sustentável. ARio+20, por sua vez, terá como focoações para se melhor combater apobreza e avançar com a economiaverde, criando-se empregos susten-táveis. E como pano de fundo, a cons-trução de um quadro institucional quesustente e incentive o desenvolvimen-to sustentável. Mas precisamos avan-çar mais, com as nações que partici-parão da Rio+20 se comprometendoa se empenhar pelo estabelecimentode metas factíveis para o uso susten-tável dos recursos naturais e para aredução das emissões dos gases deefeito estufa, que estão aquecendoperigosamente o planeta. Ou seja: aproposta que nós do governo estadualdefendemos é a de que os paísesparticipem com metas factíveis. Nes-sa linha, a Rio+20 será uma oportuni-dade para que os países se compro-metam a cumprir metas de desenvol-vimento, com a geração de empregose o fortalecimento do PIB Verde. Aideia básica é de que esses paísestragam propostas de planejamentodos setores público e privado para ageração de empregos verdes. Umexemplo disso seria a implantação deparques ecológicos, com a criaçãode postos de trabalho para a conser-vação de unidades de conservação.Isso estimularia a realização de even-tos que podem ser incluídos no calen-dário turístico de cidades, incremen-tando suas economias.

O Estado do Rio de Janeiro já seprepara para servir de exemplo deeconomia verde ao desenvolver políti-cas públicas focadas no crescimentosocioeconômico, por meio do uso efi-ciente de recursos e de energia. Ôni-bus ecologicamente corretos, obrassustentáveis, reflorestamento, coletaseletiva, o Pacto pelo Saneamento,que propõe a erradicação dos lixões,com a instalação de aterros sanitári-os, e a ampliação da rede de esgota-mento sanitário no estado, o incentivoao uso de energia limpa e a implanta-ção de parques fluviais são algumasdas ações realizadas pelo Governo doEstado em favor do meio ambiente,

contribuindo para reduzir as emissõesde gases-estufa. Em importante apoioinstitucional para estimular esses pro-jetos e metas, recentemente o gover-nador Sérgio Cabral assinou decretoque estabelece metas de redução dasemissões de gases-estufa por setoreconômico e a meta geral de suasreduções no Estado do Rio de Janeiroaté 2030. Com as reduções de emis-sões estabelecidas pelo decreto, es-pera-se que em 2030 haja um total deemissões evitadas de 11 milhões detoneladas CO2e – unidade de medidaque representa o conjunto dos gases-estufa, e não apenas de CO2. Trata-se

de uma redução de emissões expres-siva, equivalente às emissões do setorde transportes no estado em 2005 e aodobro das emissões do setor energé-tico em 2005. O decreto estabelecemetas setoriais. Um exemplo é o setorde transportes, cujas emissões de-vem ser cortadas em 30%, em relaçãoa 2010, até o ano de 2030. A ideia éevitar a emissão de 5,4 milhões detoneladas de CO2e. Isso seria feitoampliando o setor de transportes pú-blicos – metrô, trens, barcas e ônibus–, o que reduziria o uso de automóveis,além de estimular a utilização de maisbiocombustíveis.

Nosso próximo passo é estudar ossetores que mais emitem e identificarcustos e estratégias de redução. Istoquer dizer entender os impactos daredução de emissões na economia doestado e o estudo das melhores tecno-logias existentes para o crescimentoda economia verde. Essas metas ain-da não estão no decreto porque quere-mos sentar e discutir com o segmentoindustrial. Esse estudo que avalia cus-tos, benefícios e curvas de abatimentodeve ficar pronto para a Rio+20. Outrodecreto assinado pelo governador tam-bém incentiva a economia verde, aoisentar de ICMS a produção de equipa-mentos para geração de energias eó-lica e solar (por células fotovoltaicas).Os incentivos vão permitir a produçãode equipamentos para empresas ins-taladas no estado e no país com cus-tos reduzidos. Iniciativas como essassão fundamentais para estimular aentrada e o uso, no estado e no país,de fontes alternativas de energia lim-pa. Quando estava à frente do Ministé-rio do Meio Ambiente, nós lançamos aCarta dos Ventos, de incentivo à ener-gia eólica no país, que especificava,dentre outros pontos, a isenção de IPI

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o em economia verde na Rio+20S MINC

Carlos Minc, deputado estadual(PT/RJ), é secretário de Estadodo Ambiente do Rio de Janeiro

na produção de equipamentos para ageração de energia eólica. Isso qua-druplicou a geração desse tipo deenergia no país. Este ano, lançamosa Carta do Sol aqui na Secretaria deEstado do Ambiente, com a Secre-taria de Estado de DesenvolvimentoEconômico, Energia, Indústria a Ser-viços e a Coppe/UFRJ. A Carta doSol também tem o propósito de in-centivar a geração de energia solar apartir de células fotovoltaicas no es-tado. Com a isenção de ICMS paraeste setor, o governo está sinalizan-do seu apoio às fontes de energialimpa no Rio de Janeiro.

Assumimos metas de reduzir em65% as emissões de gases-estufageradas pelo esgoto e a partir dadecomposição do lixo. Para isso, es-tamos investindo na ampliação da redede esgotamento sanitário em todo oestado, bem como na erradicação detodos os lixões até 2014, com a im-plantação de aterros sanitários, atra-vés do nosso programa Pacto peloSaneamento. Isso representará umaquebra na emissão de gases-estufaproveniente do esgoto e do lixo, princi-palmente do gás metano, um gás-estufa que provoca mais estragos noclima do planeta do que o dióxido decarbono (CO2). O Pacto pelo Sanea-mento tem a audaciosa meta de am-pliar a coleta e o tratamento de esgotoem todo o estado, passando dos atu-ais índices de 30% para 60%, emquatro anos, e acabando com os li-xões. Até o final de 2012, 86% do lixodo Estado do Rio de Janeiro deixará deser jogado em lixões, passando a teraterros sanitários, solução ecologica-mente correta para o descarte dosresíduos sólidos. E até 2014, todos oslixões estarão erradicados. Estamosfazendo um grande esforço nessa área.

É bom lembrar que, entre 2008 e 2010,apenas 12% dos resíduos sólidos eramdescartados em aterros sanitários.Hoje, o estado já conta com 19 aterrossanitários em operação. Até o final de2012, deverão estar em funcionamen-to outros 11 aterros sanitários, atingin-do-se a marca de 30 aterros sanitáriosem atividade. Muitos desses aterrossanitários se transformarão em Cen-trais de Tratamento de Resíduos, comprojetos de aproveitamento energéti-co, ou seja, com a canalização e atransformação em energia do gás me-tano produzido pela decomposiçãonatural do lixo orgânico. Estamos avan-çando muito principalmente em função

de dois subprogramas: o Rio+Limpo,que implica investimentos de R$ 370milhões, e o Lixão Zero, de R$ 400milhões.

Temos outras importantes açõespara a redução da emissão dos gases-estufa: a implantação de parques fluvi-ais e o programa PSA (Pagamento porServiços Ambientais), de incentivo eco-nômico aos agricultores para a con-servação e recuperação ambiental. OPSA é estratégico para a recomposi-ção ambiental de 18 municípios doNorte e Noroeste Fluminense, contri-buindo para a proteção de mananciaise, assim, aumentando a qualidade e a

quantidade de água para consumo.Com o Psam (Programa de Sanea-mento Ambiental dos Municípios doEntorno da Baía de Guanabara), esta-remos dando um passo importantepara concluir o projeto de despoluiçãoda Baía de Guanabara. Vamos investircerca de R$ 1,13 bilhão no esgotamen-to sanitário do entorno da baía, sendoR$ 800 milhões de recursos do BID eo restante, do Fecam (Fundo Estadualde Conservação Ambiental).

Sabemos que é grande o desafio eque ainda há muito que fazer. Conciliardesenvolvimento e preservação é oprincipal desafio que o mundo enfren-ta, e a economia verde é um caminhoimportante para garantirmos o desen-volvimento sustentável, reduzindo a po-breza e gerando empregos. Não setrata apenas de uma alternativa para aerradicação da pobreza, mas de umasolução possível – e, principalmente,uma solução mais do que urgente. ATerra vive uma crise planetária semprecedentes, que alia a exaustão pro-gressiva e perigosa dos nossos recur-sos naturais a crises econômicas,sociais e culturais cada vez mais gra-ves. Não é alarmismo dizer que nossofuturo está em cheque, e que precisa-mos reverter esse quadro de destrui-ção ambiental que ameaça a humani-dade, principalmente devido ao agrava-mento do aquecimento global e dosdesastres naturais. Temos desde já depavimentar um futuro seguro para ahumanidade, unindo esforços de dife-rentes setores sociais em prol de umaeconomia global de baixo uso de car-bono, mais justa e igualitária. A Rio+20poderá se tornar um importante pontode referência nessa caminhada.

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E S T A N T E

Parte das publicações, periódicos e DVDs recebidos pela biblioteca

A G E N D A31

S E G U N D A

O U T U B R O

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (Bra-sil). Cuidando das águas: soluçõespara melhorar a qualidade dos recur-sos hídricos. Brasília: Ana; Pnuma, 2011.155 p.

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Cuidan-do das Águas: Soluções para Melhorar aQualidade dos Recursos Hídricos. Pro-grama das Nações Unidas para o MeioAmbiente. Brasília: ANA, 2011. 154 p.

AMARAL JÚNIOR, Alberto do. Comérciointernacional e a proteção do meioambiente. São Paulo: Atlas, 2011. 420 p.

BRYSON, Christopher. The fluoride de-ception. New York: Seven StoriesPress, 2004. 374 p.

CARSON, Rachel. Primavera silencio-sa. São Paulo: Gaia, 2010. 327 p.

CECHIN, Andrei. A natureza como limi-te da economia: A contribuição de Ni-cholas Georgescu-Roegen. São Paulo:Editora Senac São Paulo/Edusp, 2010.264 p.

Conselho Empresarial Brasileiro para oDesenvolvimento Sustentável. Diretri-zes para a sustentabilidade dos me-gaeventos: o Rio de Janeiro e questãoclimáticas= GUIDELINES for the sustai-nability of mega events: Rio de Janeiroand the climate issues, Rio de Janeiro:CEBDS, 2010. 47 p.

DEMOCRACIA VIVA. Rio de Janeiro: Iba-se, n.46, abr. 2011.

ECCLESTON, H. Charles. Environmen-tal impact assessment: a guide to bestprofessional practices. Taylor and Fran-cis Group, 2011. 268 p.

EARTH audit: the world environment 1972to 1992. Nairobi: Unep, 1992. 27 p.

Eco Cidadão eUnião Europeia

Com sede em Macaé (RJ), oPrograma Eco Cidadão, com seuProjeto Cultivar Plantas CultivarPaz, foi um dos 23 projetos sele-cionados na América do Sul peloProjeto Inovação e Coesão So-cial – um curso de capacitaçãopromovido, em Montevidéu, emsetembro, pela União Europeia,Universidade de Sorbonne Nou-velle Paris III e Fundação Tiau.

Foram selecionados projetosdo Brasil (Macaé, Bagé e PortoAlegre), Argentina, Bolívia, Chi-le, Paraguai, Peru, Uruguai eVenezuela. O objetivo do cursofoi criar um espaço entre gover-nos locais e organizações dasociedade civil para o desenvol-vimento de iniciativas de caráterregional que, através de meto-dologia inovadora, promova pro-postas nas temáticas Integra-ção Regional, Inclusão Social eCidadania Regional.

Para a coordenadora do Pro-grama Eco Cidadão, MarielzaHorta, a seleção para participa-ção nesse curso de capacitaçãofoi muito importante para a gestãodo trabalho e implementação deoutras iniciativas. “A busca peloconhecimento e aprimoramentodeve ser permanente e contínua.São os governos locais, por se-rem o nível mais próximo doscidadãos, que devem implemen-tar projetos e políticas que promo-vam a inclusão social, atenden-do a necessidades de acordo coma realidade da população.”

.5ªªªªª Mostra Fiesp/Ciesp de Responsabilidade Socioambiental – De 21 a 23 denovembro, em São Paulo (SP). Realização: Federação das Indústrias do Estado deSão Paulo (FIESP) e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo. Informaçõesem www.fiesp.com.br..XII Feira e Seminário Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabi-lidade – De 8 a 10 de novembro, em São Paulo (SP). Realização: AmbientepressComunicação Ambiental. Informações em www.fimai.com.br e [email protected].

ENVIRONMENTAL perspective to the year2000 and beyond. Nairobi: Unep, 1988.33 p.

Global Footprint Network. Climate chan-ge is not the problem. California: GlobalFootprint Network, 2010.

INSTITUTO TRATA BRASIL. Dois anosde acompanhamento do PAC Sanea-mento em 2010: análise comparativacm 2009. São Paulo: Instituto Trata Bra-sil, 2011.

NATAL, Jorge. América Latina: uma luzno fim do túnel. Petrópolis: Natal, 2007.178 p.

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDASPARA O MEIO AMBIENTE. Relatório eco-nomia verde: resumo das conclusões.Brasília: Pnuma, 2011. 10 p.

Rede Brasileira de Produção Mais Lim-pa. Convênio CEBDS e Sebrae Nacio-nal: período 1999/2009. Brasília: RedeBrasileira de Produção Mais Limpa,2009. 22 p.

SÃO João Marcos: patrimônio e progres-so. Rio de Janeiro: Cidade Viva: InstitutoCultural Cidade Nova, 2011. 167 p.

SILVA, Felipe de Freitas Tavares da. OSistema LEED de Certificação de No-vas Edificações: checklist e propostade guia para prevenção e controle deimpactos ambientais na etapa de cons-trução. 2011. Monografia (Pós-Gradua-ção em Gestão Ambiental) – EscolaPolitécnica da UFRJ, Instituto BrasilPnuma, Rio de Janeiro.

TRAMONTINA, Carlos. Rios de São Pau-lo: Tietê presente e futuro. São Paulo:BEI Comunicação, 2011. 231p.

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Relatório lançado em outubro –Approach for Reporting on EcosystemServices: Incorporating EcosystemServices into an Organization’s Perfor-mance Disclousure – visa a auxiliarempresas a relatar suas interaçõese dependências com ecossistemas,como água potável e serviços de ferti-lização de solos e de polinização.

Preparado pela iniciativa Global Re-porting Initiative (GRI), o Centro deMonitoramento da Conservação Mun-dial do Pnuma (Unep-WCMC, na siglaem inglês) e o organismo de consulto-res Crem, o relatório foca em temasemergentes em torno de serviços pro-venientes de ecossistemas, como fon-tes de água e materiais de construção,e como as corporações interagem comeles, colhem seus benefícios e, comoconsequência, precisam monitorá-lose protegê-los.

Outro desafio das companhias émedir o valor financeiro dos serviçosprovidos por ecossistemas, para auxi-liar suas decisões de negócios. Algu-mas empresas já monitoram as pres-sões que exercem sobre o ambientelocal, como suas emissões e efluen-tes, mas isto não cobre todos os bene-fícios que as populações recebem deecossistemas nem a dependência queas companhias têm deles.

A nova publicação sugere indicado-res que as organizações empresariaispodem utilizar para analisar e relatar

Recursos mais eficientesna América Latina e Ásia

Dois relatórios regionais pionei-ros sobre a eficiência na utilizaçãode recursos na América Latina e naÁsia-Pacífico, apresentados emsetembro pelo Pnuma, mostramque políticas e medidas voltadaspara o uso eficiente de recursossão necessárias para dar suporteao desenvolvimento econômicosustentável em nível mundial e, emparticular, nas regiões analisadas.

As análises regionais comparti-lham uma visão mais ampla que vaialém da análise econômica con-vencional, dando maior atençãopara o papel central desempenha-do pelos recursos naturais no de-senvolvimento econômico, no bem-estar das populações e na integra-ção internacional dos países decada região.

Recursos naturais são bens pú-blicos que oferecem bens e servi-ços a toda a população. Desdematérias primas até terra, ar, águae ecossistemas, os recursos natu-rais são essenciais para o funcio-namento da economia e para me-lhorias na qualidade de vida.

Os relatórios Eficiência na Utili-zação de Recursos: Perspectivase Implicações Econômicas (REEO,na sigla em inglês) procuram in-centivar ações preventivas por par-te dos governos e outros setores,estabelecendo um quadro para aju-dar a assegurar que estratégiaspolíticas de longo prazo produzamresultados em prol da eficiência nautilização de recursos.

A maioria dos países analisadosnão integra o conceito de eficiênciade recursos em suas estratégiaseconômicas e produtivas, mas orelatório mostra que há oportunida-des de se melhorar a informação epráticas de uso eficiente dos recur-sos, garantindo que sua integraçãono marco estratégico dos paísesfomente sua disseminação.

O resumo do documento e osrelatórios setoriais estão em www.pnuma.org/reco_port.

Em seu novo plano de negócios,anunciado em setembro, a Petrobrasestabeleceu metas de eficiência ener-gética, de redução de emissões degás-estufa e de diminuição do gásnatural queimado em suas platafor-mas. No total, para alcançar essesobjetivos, a companhia pretende in-vestir o equivalente a US$ 1,2 bilhãoaté 2015.

Entre as ações previstas, estão ummaior aproveitamento de derivados depetróleo produzidos nas refinarias daPetrobras para geração própria de ener-gia. Em termelétricas, serão instala-

seus impactos sobre os serviços dosecossistemas. Alguns exemplos inclu-em o volume de água consumida pelaunidade de produção e sua relaçãocom o total de água disponível em suasáreas de operação, com a identificaçãodas fontes de água e o custo econômi-co para empresas devido a desastresrelacionados ao clima, como enchen-tes e insucessos agrícolas.

Mais informações em www.unep-wcmc.org/.

Petrobras e eficiência energéticados equipamentos para melhorar oaproveitamento de gás como fonte deenergia elétrica.

A estatal pretende cortar 65% daqueima de gás em suas plataformasde produção em alto mar, provocandouma menor emissão de gás-estufa.Atualmente, a companhia queima 3,8milhões de metros cúbicos de gás pordia, o que corresponde ao volume decerca de 40% do consumo do Estadodo Rio de Janeiro.

Empresas e suas relações com ecossistemasArquivo Pnuma

Page 8: Pnuma 121

B R A S I L P N U M A

88888 OUTUBRO/NOVEMBRO 2011 – Nº 121

Impresso em papel ecoeficiente Printmax 90g/m² da Fibria.Papel produzido com florestas plantadas de eucalipto.Preservando matas nativas, em harmonia com o meio ambiente.

Apoio Cultural

Rio sedia festival de filmes ambientais60 longas e curtas-metragens visam a estimular mudanças comportamentais

A Cidade do Rio de Janeiro serápalco, de 18 a 25 de novembro, doprimeiro FilmAmbiente – Festival In-ternacional do Audiovisual Ambiental,evento sem fins lucrativos que exibiráem mostras competitivas, no cinemaArteplex, em Botafogo (Zona Sul), 12longas e 16 curtas-metragens, legen-dados em português. Os vencedoresreceberão o troféu Tainá.

Haverá em várias salas de cinemaoutras quatro mostras não-competiti-vas: de filmes selecionados pelo Institu-to Goethe; de filmes sobre florestas,com os vencedores do Festival Interna-cional do Filme de Floresta, realizadopela ONU em fevereiro; de filmes cedi-dos pelo Instituto Francês; e uma sele-ção de filmes da Ecomove Internacional.

Ao todo, no FilmAmbiente, serãoexibidos 60 filmes de diferentes gêne-ros (ficção, documentários e anima-ções). O festival reunirá as mais re-centes produções nacionais e inter-nacionais sobre questões ambientaiscom o objetivo estimular debates econtribuir para ampliar o conhecimen-to e a consciência sobre as mudan-ças comportamentais necessárias, degovernos, empresas e indivíduos, pelapreservação da vida.

Uma realização da Amado arte&produção, o FilmAmbiente conta coma colaboração do Ecomove Internaci-onal. Um júri internacional premiará omelhor longa e o melhor curta-metra-gem, e concederá até duas mençõeshonrosas. Através do voto popular,será escolhido o melhor filme do even-to, dentre todos os exibidos.

Todas as exibições serão gratui-tas. A grade de exibição está disponí-vel em www.filmambiente.com.

Debates com diretores – Apósa exibição de alguns filmes da com-petição, haverá debates com seusrealizadores: a norueguesa TonjeSchei, diretora de Vamos BrincarNovamente?; o francês Florent Tillon,de Chicago, Cidade Selvagem; a ame-ricana Suzan Bezara, de Ensacola!; e a canadense Elène Dallaire, pro-dutora de Os Anjos do Lixo, que fará workshops sobre técnicas de anima-ção. Elène usou lixo e outros materiaisdescartáveis na composição do filme, evai mostrar esta técnica engenhosa ajovens, entre 8 e 14 anos, no Instituto

Moreira Salles e nas comunidades doChapéu Mangueira e Babilônia.

Os filmes em competição foramselecionados por Michael Greif, ale-mão radicado no Brasil que representao Ecomove Internacional. O júri é for-mado pelo documentarista, fotógrafo eprodutor polonês Slawomir Grunberg,o diretor alemão Phillip Hartman e obrasileiro Manoel de Almeida e Silva,que desde sua volta ao Brasil, após sedesligar da ONU, onde trabalhou de1979 a 2008, tem prestado consultoriaem educação ambiental.

Fora da competição oficial, haveráexibição de filmes no Espaço Museuda República, Instituto Moreira Salles, Espaço Multimídia do Jardim Botâni-co, Comunidade do Morro do ChapéuMangueira e Cineclube Nós do Morro,no Vidigal.

Celular Manchado de Sangue. (Blood inthe Mobile; 2010): O dinamarquês FrankPiasecki Poulsen participa com um dos

documentários em competição

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O documentário Trabalho Interno(Inside Job; 2010), do americano

Charles Ferguson, é um dosdestaques do festival

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