Pódio - 3 de janeiro de 2016

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Pódio [email protected] 3090-1075 E1 MANAUS, DOMINGO, 3 DE JANEIRO DE 2016 PODER DO UFC Ex-lutador diz que hoje seria rico Pódio E7 MÁRCIO MELO FOTOS: DIVULGAÇÃO APOSTAS PARA Se em 2015 José Aldo perdeu o cinturão do UFC e deixou os fãs de luta tristes, o Ano-Novo promete colocar o Amazonas em destaque no cenário nacional e internacional. PÓDIO E4 e E5

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Pódio - Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

Transcript of Pódio - 3 de janeiro de 2016

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MANAUS, DOMINGO, 3 DE JANEIRO DE 2016

PODER DO UFC

Ex-lutador diz que hoje seria rico

Pódio E7

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APOSTAS PARA

Se em 2015 José Aldo perdeu o cinturão do UFC e deixou os fãs de luta tristes, o Ano-Novo promete colocar o Amazonas em destaque no cenário nacional e internacional. PÓDIO E4 e E5

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MANAUS, DOMINGO, 3 DE JANEIRO DE 2016E2 PódioPódio MANAUS, DOMINGO, 3 DE JANEIRO DE 2016

Willian D’Ângelo

Colunista do PÓDIO

Depois da Segunda Guer-ra Mundial, a Fifa deci-diu retornar a Copa do Mundo. No congresso

de 1948, em Luxemburgo, a entidade resolveu defi nir três países para os três mundiais seguintes. O Brasil foi indicado para 1950. A Suíça fi cou com a edição de 1954, com a Suécia fi cando, provisoriamente, como a sede de 1958. Nunca um provisório foi tão permanente.

Em 1954, em Zurique (Suíça), a Fifa decidiu homologar Suécia como sede em 1958. Trata-va-se de um país organizado, correto, com um dos melhores índices de qualidade de vida do mundo. Os suecos realizariam uma bela festa, com reformas de estádios para o torneio - apenas um foi construído es-pecialmente, o Idrottsparken, em Norrkoping.

O problema é que o mundo mudou muito entre a Copa de 1954 e a que seria realizada em 1958. A começar pela Fifa, que perdeu os três principais decanos nesse período. O bel-ga Rodolphe Seeldrayers, que presidia a entidade desde 1954, morreu em outubro de 1955, aos 78 anos. Um mês depois, o mesmo aconteceu com o francês Henri Delaunay, 72. Em outubro de 1956, foi a vez de Jules Rimet, então com 83 anos.

Sem Rimet, Delaunay e Seel-drayers, o comando da Fifa fi -

O futebol de [email protected]

Túnel do tempo

Pelé e Gar-rincha ga-nharam fama mundial com o título de 1958, mas o grande craque dos gramados da Suécia foi Valdir Pereira, o Didi. Ele era chamado de ‘Príncipe Etío-pe’, tal ele-gância com que corria em campo. Didi foi o inven-tor da “folha seca” - chute no qual a bola sobe e cai repentina-mente”

cou com o inglês Arthur Drewry. O período era de guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética. A tensão ainda não estava no auge, mas já as-sustava o planeta inteiro. Por achar que os países socialistas tinham uma relevância que não poderia mais ser ignorada, a Fifa incluiu um soviético, Valen-tim Granatkin, no comitê orga-nizados da Copa. E, por tabela, sentiu-se obrigado a chamar também um norte-americano, Jim McGuire, da inexpressiva Federação dos Estados Unidos.

Pelé e Garrincha ganharam

fama mundial com o título de 1958, mas o grande craque dos gramados da Suécia foi Valdir Pereira, o Didi. Ele era chamado de “Príncipe Etíope”, tal elegância com que corria em campo. Didi foi o inventor da “folha seca” - chute no qual a bola sobe e cai repen-tinamente - e tinha um jeito diferente de tratar a redonda. O time Canarinho do técnico Vicente Feola foi a Copa do Mundo de 1958 com os atletas Gilmar, Castilho, Bellini, Djalma Santos, Dino Sani, Didi, Zagallo, Oreco, Zózimo, Pelé, Garrincha,

Nilton Santos, Moacir, De Sordi, Orlando Peçanha, Mauro, Joel, Mazzola, Zito, Vavá, Dida e Pepe.

O jogo entre Brasil e In-glaterra, no dia 11 de junho, entrou para a história por ser o primeiro empate em 0 a 0 visto em Copas do Mundo. Como era uma situação inédita, alguns jogadores chegaram a pensar que haveria uma prorrogação.

O Campeonato Amazonense de 1958 foi disputado em duas fases, onde a primeira, fase de classifi cação, selecionou seis equipes para a disputa da fase fi nal no segundo semestre. Ao

fi nal dessa fase foi necessária uma partida desempate entre São Raimundo e Cliper, deci-dindo a sexta vaga. O Tufão da Colina venceu por 6 a 2, jo-gando com Nanico, Didimo, Sa-les, Zeca, Nilson, Orlando, Didi, Cristóvão, Santarém, Tiririca e Argemiro. A grande surpresa foi a eliminação do Nacional que ainda tentou uma “virada de mesa” alegando que havia sido o campeão de 1957. Porém no regulamento da competição nada havia que garantia ao campeão a classifi cação à fase fi nal do ano seguinte.

Seleção brasileira foi, pela primeira vez na história, campeão do mundo. No time, o garoto Pelé, de 17 anos, já mostrava seu potencial em campo

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São Paulo (SP) - O ano de 2015 passou e viu o maior escân-dalo de corrupção da

história do futebol afastar Joseph Blatter da presidência da Fifa e prender o ex-pre-sidente da CBF José Maria Marin. O esquema envolvia subornos e propinas entre dirigentes da Fifa e executi-vos do setor na comerciali-zação de jogos e direitos de marketing de campeonatos.

O fi m de 2015 chegou com o Comitê de ética da Fifa suspendendo Blatter e Michel Platini, mandatário da Uefa desde 2007, por oitos anos de qualquer atividade rela-cionada ao futebol. O Comitê considerou os dois dirigentes culpados de “confl ito de inte-resses” e de “gestão desleal”. A investigação teve início após decisão do procurador-geral suíço de iniciar procedimen-tos criminais contra Blatter pelo pagamento de 1,8 milhão de euros (R$ 8,3 milhões) em 2011 a Platini.

Brasil olímpicoÀs vésperas dos Jogos Olím-

picos do Rio, o 2015 ruim de alguns dos principais atletas do país candidatos a medalha nos Jogos do Rio acendeu o alerta em relação à meta estabelecida pelo Comitê Olímpico do Brasil de obten-ção de 27 a 30 pódios e um lugar entre as dez nações com mais conquistas.

Estrelas como Arthur Za-netti, Cesar Cielo, Mayra Aguiar -expoente de uma temporada fraca do judô- e o vôlei não tiveram bons re-sultados em seus respectivos Mundiais ou equivalentes.

Do ponto de vista da in-fraestrutura, o Brasil pré-o-límpico também deixou a desejar neste ano.

O combate à poluição da água caminha para ser um dos principais fracassos no legado olímpico. A promessa de tratar 80% do esgoto despejado na baía de Gua-nabara não será cumprida. A poluição pode atrapalhar as provas de vela, remo e maratona aquática.

Hegemonia paulistaNo futebol brasileiro, o

destaque fi ca para os times

paulistas em 2015. O títu-lo brasileiro do Corinthians, além das boas campanhas dos fi nalistas da Copa do Brasil, Palmeiras e Santos, campeão e vice, respectivamente, con-fi rmam isso.

Já no futebol sul-americano, o país não teve tanto desta-que. O desempenho do fu-tebol pentacampeão mundial na fase fi nal da Libertadores deixou a desejar.

Depois de nove fi nais se-guidas com participação bra-sileira e uma série de quatro títulos, o país agora está há dois anos fora da decisão.

No âmbito internacional, o destaque fi cou por conta do Barcelona e seu trio sul-ame-ricano Lionel Messi, Neymar e Luis Suárez.

Se já não bastasse o trau-ma do 7 a 1 na Copa de 2014, a seleção brasileira não teve um bom ano em 2015 e conheceu na Copa América o peso da realidade. Vindo de 11 vitórias consecutivas, sendo dez em amistosos, o time foieliminado nas quar-tas de fi nal da competição pelo Paraguai, nos pênaltis.

Já na F-1, o domínio foi da Mercedes e seus pilotos: Lewis Hamilton, que conquis-tou o tricampeonato, e Nico Rosberg, vice no Mundial.

Já os brasileiros tiveram um ano razoável na compe-tição. O novato Felipe Nasr, por exemplo, conquistou 27 pontos em sua primeira tem-porada, fi cando no pelotão intermediário e próximo ao veterano Felipe Massa.

País do surfeO ponto brilhante do país

em 2015 foi no surfe. O maior responsável por isso é o paulista Adriano de Souza, o “Mineirinho”, 28, que con-quistou o título do Mundial de surfe pela primeira vez na sua carreira. Foi o segundo título do Brasil -Gabriel Medina, 22, ganhou em 2014.

Além de ter o campeão mundial, o Brasil teve ainda o paulista Filipe Toledo, 20, lutando até a última etapa, no Havaí, pelo título. Ficou em quarto no ranking. Contudo, acabou o Mundial como o surfi sta que mais venceu no ano: foram três vitórias (Gold Coast, Rio e Portugal)

NO TOPO

O “Brazilian Storm”, como é chamado o time de surfi stas bra-sileiros, teve mais um ano impecável. A boa fase verde e amarela foi mantida com o inédito título de “Mi-neirinho”, na praia de Pipeline

Ginasta Arthur Zanetti não conseguiu manter a hegemonia nas argolas durante o ano de 2015

César Cielo já foi considerado o homem mais rápido do mundo na natação, mas quer esquecer 2015

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Adriano de Souza, o “Mineirinho”, aclamado pelo torcida após o título mundial de surfe após vencer a etapa do Havaí

Surfe brilhou e esportes olímpicos decepcionaramO 2015 passou, mas os resquícios devem infl uenciar o Ano-Novo. O esporte canarinho deixou a desejar, com exceção do surfe

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E4 PódioPódio E5MANAUS, DOMINGO, 3 DE JANEIRO DE 2016

Ano-Novo promete paralutadores amazonenses

Em 2015, o Amazonas, mais uma vez, se destacou no cenário brasileiro e mundial do MMA. Celeiro conhecido de grandes lutadores, o Estado viu atletas como Alexandre “Capitão” Almeida dando a volta por cima e se tornando campeão dos

penas do World Series of Fighting (WSOF). Outro que manteve sua sequência de vitórias foi Bibiano Fernandes. Considerado um dos melhores peso-galo do mundo, o manauense continua reinando no One FC após nocautear Toni Tauru. No maior evento do mundo, o Ultimate Fighting Championship (UFC), o Amazonas tinha tudo para terminar o ano comemorando.

O Estado viu, também, seus “fi lhos”, Adriano Martins e Dileno Lopes, fi rmando seus nomes na UFC, porém, também presenciou a derrota muito discutida do capixaba, mas erradicado no Ama-zonas, Ronaldo Jacaré contra Yoel Romero, e o destronamento de José Aldo da categoria dos Leves diante do falastrão irlandês, Conor McGregor.

Apesar disso, os fãs de luta do Estado podem esperar um 2016 melhor. O “Scarface” pode fazer a revanche contra McGregor e Jacaré tem tudo para voltar à rota do cinturão da categoria dos médios. Além disso, o novo ano pode fi nalmente ser marcado pela realização do primeiro UFC Manaus. A informação foi revelada pelo lutador Ronys Torres. O representante de Manacapuru foi o primeiro amazonense a lutar pelo UFC e está há quatro anos pe-lejando para voltar a maior organização do mundo. Com um cartel de 30 vitórias e apenas cinco derrotas, Torres recebeu mais uma promessa dos representantes da organização que afi rmaram que ele estará dentro do card, caso realmente esse evento aconteça em solo baré.

“As promessas que recebi antes não frustraram, mas deixaram muito triste. Pensei milhares de vezes em assinar com outro evento, porque a promessa dos caras era que se eu vencesse quatro lutas, voltaria, mas já estou com 16 vitórias. Chegou um momento em que sentei com o Dedé (Pederneira) e liguei para a minha família para pedir a opinião deles, porque não sou mais garoto, o tempo passa e já faz 4 anos que saí do UFC e a promessa deles não se cumpriu. Realmente, fi camos tristes e pensativos. Grandes eventos ligaram e não assinei por causa dessa esperança de voltar para o UFC. Tenho esse sonho dentro de mim, mas me fi zeram uma promessa. Falaram que vai ter, sim, UFC em Manaus e que estarei no card. Eles querem muito que eu esteja”, revelou o lutador que nos últimos anos recebeu proposta de três dos principais eventos do mundo, WSOF, Bellator e One FC.

No fi nal de 2015, outra organização que convidou Ronys foi o Rizin FF, chamado de novo Pride, porque é organizado pelo mesmo idealizador do evento japonês responsável por idolatrar lutadores como Rodrigo Minotauro, Rogerio Minotouro, Mauricio Shogun Rua e Kazushi Sakuraba. Sobre essas portas, o lutador manacapuruense afi rma ter fi cado tentado a aceitar os desafi os. Ele crê que em 2016 tudo irá se alinhar e que tem tudo para ser o melhor ano de sua carreira.

“Acabo fi cando nessa dúvida e não assino com outros eventos esperando esse sonho voltar a se realizar no UFC. Acredito que em 2016 seja o melhor ano para a minha carreira. Já tive algumas propostas de eventos de fora. Fiquei um tempo parado devido uma cirurgia que fi z no meu rosto e em 2015 voltei. Vim para competir e para ser campeão, mas um pouco inseguro do meu rosto. Do meio do ano para o fi nal, ganhei a forma física e confi ança no rosto. Então, 2015 foi perfeito. Fiz três lutas e venci bem. Posso dizer que estou de volta. Acredito que 2016 seja o ano para conquistar mais. Um ano de benção, vitória e, principalmente, saúde, porque com saúde, o resto corro atrás”, afi rmou Ronys.

O manacapuruense Ronys Torres pode voltar ao UFC, já Michael Sassarito quer o cinturão do Jungle Fihgt

Nova geração chegando forte

Mantendo a tradição de re-velar grandes lutadores, 2015 foi um ano inesquecível para a academia SD System. Capi-taneada pelo mestre Sammy Dias, a SD teve como grande nome o guerreiro de Deus, Michel “Sassarito” Silva.

Das suas nove lutas, o atleta venceu oito, e no último ano, ganhou todos os cinco comba-tes, nocauteando em quatro deles. A sensacional fase o levou a disputar o cinturão do maior evento brasileiro, o Jun-gle Fight. A luta seria contra o atual campeão, Erick Parrudo, porém, o baiano se lesionou. Por este motivo, Sassarito vai disputar, no próximo dia 23, o cinturão interino contra o brasiliense Rander Júnior.

Para Michel, é difícil não considerar o ano de 2015 o mais importante em sua jornada esportiva. Focado para conquistar esse cinturão, Sassarito sabe que esse títu-lo pode abrir muitas portas, inclusive a do UFC.

“O ano de 2015 foi muito abençoado para mim. Foram cinco lutas e cinco vitórias. Estou muito feliz com o meu desempenho e espero que

2016 seja melhor. Vou ga-nhar esse cinturão interino do Jungle Fight para Manaus e quem sabe o linear. Vou treinar bastante para ganhar esses cinturões. Quero ganhar esse cinturão do Jungle, porque sei que lá é uma porta para o UFC”, disse o lutador.

Equipe forteMichel fez questão de agra-

decer ao seu mestre, Sammy Dias, por sua evolução e cres-cimento no esporte. O lutador lembrou que nada seria pos-sível se fi zesse parte de uma equipe como a da SD System, devido ao alto nível técnico dos seus companheiros de treino.

“Estou muito feliz, a acade-mia está muito feliz. Esse é o objetivo, para abrir portas, não só para mim, mas para todos. Tenho ao meu lado o Diogo (Dias) e o Sammy que são meus empresários e mestres. Eles que cuidam de toda a parte fora do tatame. Eu só me preocupo em trei-nar. Tenho que agradecer aos meus patrocinadores, porque sem eles não conseguiria. Te-nho uma fi lhinha e tenho que cuidar dela. Tenho que dá o

que comer e o que vestir. Se não fossem eles, eu teria que trabalhar e não estaria tão empenhado e focado nos trei-namentos como estou hoje”, concluiu Sassarito.

Outro nome da academia que promete muito é Marcos ‘Marajó’ Rodrigues. Com oito vitórias na carreira, o atleta terá em 2016 três disputas de cin-turões em Manaus. O primeiro dele será logo em fevereiro, quando lutará o Big Way.

“O ano de 2016 tem muitas lutas boas. Esperamos que o novo ano seja melhor que o de 2015. Tenho o Rei da Selva, Mr Cage e o Big Way. Depois desses cinturões, o meu foco será lutar fora. Pode ser no Jungle. Graças a Deus, estou em uma equipe muito boa. Como o meus Mestre Sammy Dias diz: “Aqui não queremos quantidade. Queremos qua-lidade”, então, sempre é um ajudando e dando apoio ao outro. Quando um acaba de lutar, no outro dia, se não tiver muito machucado, já volta para a academia para apoiar e ajudar o companheiro. Essa união que é a nossa maior força”, argumentou Marajó.

SD mira eventos internacionais

Manacapuruense, Ronys Torres espera voltar ao UFC em 2016 e acredita que a luta pode ser em Manaus

Michel Sassarito é um dos melhores luta-dores do Brasil até 70 quilos

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Mayana atrás de novos reinos MAYAN

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Ronys está há tanto tempo representando o Amazonas pelos octógo-nos do mundo que os mais desatentos se assustam quando descobrem que ele tem apenas 29 anos. Sua perícia na arte suave faz dele uma referência para a nova geração. Por este motivo, muitos atle-tas amazonenses o pro-curam quando buscam espaço, principalmente na Nova União, academia comandada pelo ex-luta-dor Dedé Pederneira.

“Sem dúvida, a Nova União Rio é uma forma-dora de grandes atletas. Eu, que já sou mais an-tigo, estou há 13 anos, tento ajudar essa gale-ra nova. Tem o ‘Boca’ (Maycon Silvan) que vai lutar agora, que é um grande talento. Outros jovens também saíram de Manaus e se mudaram para o Rio. Eles tão em um apartamento que um amigo liberou para essa garotada fi car lá de gra-ça. Tem o Fernando Tou-rinho, o Klinger Pinheiro, Yarlei Andrade “Júnior”. São caras que se dedi-cam ao máximo e treinam forte. Com certeza vamos

ouvir falar muito. Essa garotada toda está trei-nando forte em busca de um espaço e sem dúvida vai arrebentar e aparecer no cenário nacional em 2016”, citou o lutador que ainda fez questão de lembrar a importância do Amazonas como for-mador de novos grandes atletas.

“Sem dúvida nenhuma, o Amazonas é celeiro em todos os esportes. Não importa onde entre, en-tramos para bater de frente e competir. No cenário de luta, acredito que no jiu-jítsu e MMA, tem tudo para continuar dominando e sendo um dos polos. Acredito que 2016 tem tudo para con-tinuar aparecendo mais atletas e títulos. Essa é a minha torcida. Temos grandes atletas, treina-dores e equipes. Torço muito para que isso aumente mais ainda”, fi -na l i zou Torres.

Mayane Kellen quer conquistar seu espaço no MMA internacional em 2016

O ano de 2015 confi r-mou que o MMA femini-no começou a ganhar seu devido espaço no Amazo-nas. Praticamente todos os eventos realizados no Estado tiveram combates femininos em seu card. Das guerreiras que vem lutando por seu espaço, a que mais

se destaca é Mayana Kellen. Detentora do cinturão do Rei da Selva Combate, a ma-nauense passou com louvor sobre seu maior desafi o, a paraibana Juh Moura. Ape-sar dessa vitória que confi r-mou seu reinado no Estado, Mayana espera que o novo ano seja melhor, principal-

mente, porque seus planos são grandes.

“O ano de 2015 foi bom, mas me senti frustrada por-que só lutei uma vez. Isso para o atleta é problema. Conse-gui segurar o cinturão do rei da selva. Minha adversária foi realmente um grande teste. Foi a luta mais difícil.

Depois daquilo, começamos a levar a profi ssão mais a sério para chegar forte em 2016”, disse a lutadora que terminou o ano sendo gradu-ada a faixa roxa de jiu-jitsu.

Com sede de lutar, Mayana adianta que já voltará ao octógono em fevereiro no Big Way.

THIAGO FERNANDO

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Ano-Novo promete paralutadores amazonenses

Em 2015, o Amazonas, mais uma vez, se destacou no cenário brasileiro e mundial do MMA. Celeiro conhecido de grandes lutadores, o Estado viu atletas como Alexandre “Capitão” Almeida dando a volta por cima e se tornando campeão dos

penas do World Series of Fighting (WSOF). Outro que manteve sua sequência de vitórias foi Bibiano Fernandes. Considerado um dos melhores peso-galo do mundo, o manauense continua reinando no One FC após nocautear Toni Tauru. No maior evento do mundo, o Ultimate Fighting Championship (UFC), o Amazonas tinha tudo para terminar o ano comemorando.

O Estado viu, também, seus “fi lhos”, Adriano Martins e Dileno Lopes, fi rmando seus nomes na UFC, porém, também presenciou a derrota muito discutida do capixaba, mas erradicado no Ama-zonas, Ronaldo Jacaré contra Yoel Romero, e o destronamento de José Aldo da categoria dos Leves diante do falastrão irlandês, Conor McGregor.

Apesar disso, os fãs de luta do Estado podem esperar um 2016 melhor. O “Scarface” pode fazer a revanche contra McGregor e Jacaré tem tudo para voltar à rota do cinturão da categoria dos médios. Além disso, o novo ano pode fi nalmente ser marcado pela realização do primeiro UFC Manaus. A informação foi revelada pelo lutador Ronys Torres. O representante de Manacapuru foi o primeiro amazonense a lutar pelo UFC e está há quatro anos pe-lejando para voltar a maior organização do mundo. Com um cartel de 30 vitórias e apenas cinco derrotas, Torres recebeu mais uma promessa dos representantes da organização que afi rmaram que ele estará dentro do card, caso realmente esse evento aconteça em solo baré.

“As promessas que recebi antes não frustraram, mas deixaram muito triste. Pensei milhares de vezes em assinar com outro evento, porque a promessa dos caras era que se eu vencesse quatro lutas, voltaria, mas já estou com 16 vitórias. Chegou um momento em que sentei com o Dedé (Pederneira) e liguei para a minha família para pedir a opinião deles, porque não sou mais garoto, o tempo passa e já faz 4 anos que saí do UFC e a promessa deles não se cumpriu. Realmente, fi camos tristes e pensativos. Grandes eventos ligaram e não assinei por causa dessa esperança de voltar para o UFC. Tenho esse sonho dentro de mim, mas me fi zeram uma promessa. Falaram que vai ter, sim, UFC em Manaus e que estarei no card. Eles querem muito que eu esteja”, revelou o lutador que nos últimos anos recebeu proposta de três dos principais eventos do mundo, WSOF, Bellator e One FC.

No fi nal de 2015, outra organização que convidou Ronys foi o Rizin FF, chamado de novo Pride, porque é organizado pelo mesmo idealizador do evento japonês responsável por idolatrar lutadores como Rodrigo Minotauro, Rogerio Minotouro, Mauricio Shogun Rua e Kazushi Sakuraba. Sobre essas portas, o lutador manacapuruense afi rma ter fi cado tentado a aceitar os desafi os. Ele crê que em 2016 tudo irá se alinhar e que tem tudo para ser o melhor ano de sua carreira.

“Acabo fi cando nessa dúvida e não assino com outros eventos esperando esse sonho voltar a se realizar no UFC. Acredito que em 2016 seja o melhor ano para a minha carreira. Já tive algumas propostas de eventos de fora. Fiquei um tempo parado devido uma cirurgia que fi z no meu rosto e em 2015 voltei. Vim para competir e para ser campeão, mas um pouco inseguro do meu rosto. Do meio do ano para o fi nal, ganhei a forma física e confi ança no rosto. Então, 2015 foi perfeito. Fiz três lutas e venci bem. Posso dizer que estou de volta. Acredito que 2016 seja o ano para conquistar mais. Um ano de benção, vitória e, principalmente, saúde, porque com saúde, o resto corro atrás”, afi rmou Ronys.

O manacapuruense Ronys Torres pode voltar ao UFC, já Michael Sassarito quer o cinturão do Jungle Fihgt

Nova geração chegando forte

Mantendo a tradição de re-velar grandes lutadores, 2015 foi um ano inesquecível para a academia SD System. Capi-taneada pelo mestre Sammy Dias, a SD teve como grande nome o guerreiro de Deus, Michel “Sassarito” Silva.

Das suas nove lutas, o atleta venceu oito, e no último ano, ganhou todos os cinco comba-tes, nocauteando em quatro deles. A sensacional fase o levou a disputar o cinturão do maior evento brasileiro, o Jun-gle Fight. A luta seria contra o atual campeão, Erick Parrudo, porém, o baiano se lesionou. Por este motivo, Sassarito vai disputar, no próximo dia 23, o cinturão interino contra o brasiliense Rander Júnior.

Para Michel, é difícil não considerar o ano de 2015 o mais importante em sua jornada esportiva. Focado para conquistar esse cinturão, Sassarito sabe que esse títu-lo pode abrir muitas portas, inclusive a do UFC.

“O ano de 2015 foi muito abençoado para mim. Foram cinco lutas e cinco vitórias. Estou muito feliz com o meu desempenho e espero que

2016 seja melhor. Vou ga-nhar esse cinturão interino do Jungle Fight para Manaus e quem sabe o linear. Vou treinar bastante para ganhar esses cinturões. Quero ganhar esse cinturão do Jungle, porque sei que lá é uma porta para o UFC”, disse o lutador.

Equipe forteMichel fez questão de agra-

decer ao seu mestre, Sammy Dias, por sua evolução e cres-cimento no esporte. O lutador lembrou que nada seria pos-sível se fi zesse parte de uma equipe como a da SD System, devido ao alto nível técnico dos seus companheiros de treino.

“Estou muito feliz, a acade-mia está muito feliz. Esse é o objetivo, para abrir portas, não só para mim, mas para todos. Tenho ao meu lado o Diogo (Dias) e o Sammy que são meus empresários e mestres. Eles que cuidam de toda a parte fora do tatame. Eu só me preocupo em trei-nar. Tenho que agradecer aos meus patrocinadores, porque sem eles não conseguiria. Te-nho uma fi lhinha e tenho que cuidar dela. Tenho que dá o

que comer e o que vestir. Se não fossem eles, eu teria que trabalhar e não estaria tão empenhado e focado nos trei-namentos como estou hoje”, concluiu Sassarito.

Outro nome da academia que promete muito é Marcos ‘Marajó’ Rodrigues. Com oito vitórias na carreira, o atleta terá em 2016 três disputas de cin-turões em Manaus. O primeiro dele será logo em fevereiro, quando lutará o Big Way.

“O ano de 2016 tem muitas lutas boas. Esperamos que o novo ano seja melhor que o de 2015. Tenho o Rei da Selva, Mr Cage e o Big Way. Depois desses cinturões, o meu foco será lutar fora. Pode ser no Jungle. Graças a Deus, estou em uma equipe muito boa. Como o meus Mestre Sammy Dias diz: “Aqui não queremos quantidade. Queremos qua-lidade”, então, sempre é um ajudando e dando apoio ao outro. Quando um acaba de lutar, no outro dia, se não tiver muito machucado, já volta para a academia para apoiar e ajudar o companheiro. Essa união que é a nossa maior força”, argumentou Marajó.

SD mira eventos internacionais

Manacapuruense, Ronys Torres espera voltar ao UFC em 2016 e acredita que a luta pode ser em Manaus

Michel Sassarito é um dos melhores luta-dores do Brasil até 70 quilos

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Mayana atrás de novos reinos MAYAN

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Ronys está há tanto tempo representando o Amazonas pelos octógo-nos do mundo que os mais desatentos se assustam quando descobrem que ele tem apenas 29 anos. Sua perícia na arte suave faz dele uma referência para a nova geração. Por este motivo, muitos atle-tas amazonenses o pro-curam quando buscam espaço, principalmente na Nova União, academia comandada pelo ex-luta-dor Dedé Pederneira.

“Sem dúvida, a Nova União Rio é uma forma-dora de grandes atletas. Eu, que já sou mais an-tigo, estou há 13 anos, tento ajudar essa gale-ra nova. Tem o ‘Boca’ (Maycon Silvan) que vai lutar agora, que é um grande talento. Outros jovens também saíram de Manaus e se mudaram para o Rio. Eles tão em um apartamento que um amigo liberou para essa garotada fi car lá de gra-ça. Tem o Fernando Tou-rinho, o Klinger Pinheiro, Yarlei Andrade “Júnior”. São caras que se dedi-cam ao máximo e treinam forte. Com certeza vamos

ouvir falar muito. Essa garotada toda está trei-nando forte em busca de um espaço e sem dúvida vai arrebentar e aparecer no cenário nacional em 2016”, citou o lutador que ainda fez questão de lembrar a importância do Amazonas como for-mador de novos grandes atletas.

“Sem dúvida nenhuma, o Amazonas é celeiro em todos os esportes. Não importa onde entre, en-tramos para bater de frente e competir. No cenário de luta, acredito que no jiu-jítsu e MMA, tem tudo para continuar dominando e sendo um dos polos. Acredito que 2016 tem tudo para con-tinuar aparecendo mais atletas e títulos. Essa é a minha torcida. Temos grandes atletas, treina-dores e equipes. Torço muito para que isso aumente mais ainda”, fi -na l i zou Torres.

Mayane Kellen quer conquistar seu espaço no MMA internacional em 2016

O ano de 2015 confi r-mou que o MMA femini-no começou a ganhar seu devido espaço no Amazo-nas. Praticamente todos os eventos realizados no Estado tiveram combates femininos em seu card. Das guerreiras que vem lutando por seu espaço, a que mais

se destaca é Mayana Kellen. Detentora do cinturão do Rei da Selva Combate, a ma-nauense passou com louvor sobre seu maior desafi o, a paraibana Juh Moura. Ape-sar dessa vitória que confi r-mou seu reinado no Estado, Mayana espera que o novo ano seja melhor, principal-

mente, porque seus planos são grandes.

“O ano de 2015 foi bom, mas me senti frustrada por-que só lutei uma vez. Isso para o atleta é problema. Conse-gui segurar o cinturão do rei da selva. Minha adversária foi realmente um grande teste. Foi a luta mais difícil.

Depois daquilo, começamos a levar a profi ssão mais a sério para chegar forte em 2016”, disse a lutadora que terminou o ano sendo gradu-ada a faixa roxa de jiu-jitsu.

Com sede de lutar, Mayana adianta que já voltará ao octógono em fevereiro no Big Way.

THIAGO FERNANDO

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Foco, determinação e per-sistência, tudo isso regado a uma boa dose de dis-ciplina são os principais

predicados da família Silva. Os irmãos Romário, 20, Ranieri, 23, e Roberto, 25, sonham em partici-par de grandes eventos de MMA mundo afora. Para isso, suam, literalmente, a camisa todos os dias para conquistar espaço num meio cada vez mais disputado.

Moradores da Comunidade Nossa Senhora de Fátima, no bairro Cidade Nova, na Zona Norte, os fi lhos da autônoma Giovana,47, e do vigilante Rai-mundo Belém, 52, os jovens são o orgulho dos Silva, uma família humilde, mas que acre-dita que o talento esportivo dos irmãos pode ajudar na melhoria de vida de todos.

Normalmente, os fi lhos são incentivados pelo pai para co-meçarem a praticar esportes. Nesse caso, foi dona Giovana quem estimulou os rapazes a praticarem artes marciais. O início foi na capoeira, modalida-de que seu Raimundo já havia praticado quando jovem.

“Desde os 8 anos de idade que incentivei a pratica da capoeira junto com o pai deles. Esse incen-tivo na prática dessa modalidade de luta foi muito importante para que eles continuassem a ter gosto pelas artes marciais, migrando para outras modali-dades, como luta livre, jiu-jitsu e MMA” ressalta dona Giovana.

Atualmente os irmãos mo-ram com os pais e mais dois parentes, que são mantidos por dois salários mínimos que seu Raimundo recebe como vigilante. Mesmo com pouco estudo, o chefe da família sem-pre foi exemplo de bom caráter e é a principal inspiração de garra e determinação para os jovens lutadores. “Incentivar o que eles gostam sempre foi uma das minhas formas de

educar. A luta agrega discipli-na em todas as modalidades”, afi rma Raimundo Rodrigues Belém, pai coruja dos atletas.

Orgulhoso do pai, o caçula Romário quer se tornar o or-gulho de seu genitor. Para isso, ele não se esquiva quando o assunto é treinamento. Extre-mamente dedicado, ele acredita que somente “suando sangue” conseguirá seus objetivos.

“Estou iniciando minha carrei-ra no MMA, já treino desde 2007 na categoria de Jiu-Jitsu e atual-mente estou me especializando em MMA, e espero brevemente estar competindo em grandes

campeonatos, mostrando que o Estado do Amazonas tem atletas de qualidade e qualifi -cados para disputas nacionais e internacionais” comenta.

Nos passos do mestreNo meio da luta, os jovens

tiveram um segundo pai. O trei-nador Cristiano Carioca, que ao lado de Claudevan Soneca tem tem acompanhado o desenvol-vimento dos irmãos desde os primeiros passos na capoeira até o ingresso no jiu-jítsu e, consequentemente, no MMA.

Renomado treinador das artes marciais mistas, mestre Carioca, 38, tem uma história de difi culdade parecida com a dos irmãos Silva. Ele iniciou no jiu-jítsu em 1998, após um grave acidente que o deixou lesionado. Para não fi car parado em casa,

MMA no DNAIrmãos Romário, Ranieri e Roberto Silva querem levar nome da família para o topo do MMA mundial

da família

iniciou em sua residência aulas de jiu-jítsu, migrando anos de-pois para o MMA. Atualmente, ele já formou mais de 22 atletas de MMA que estão em disputas em grandes campeonatos na-cionais e internacionais.

Sua vasta experiência nas di-versas modalidades lutas levou o mestre Cristiano a se espe-cializar e buscar conhecimentos nos Estados Unidos e no Japão. Ao todo foram mais de 10 anos viajando e sempre que tem um tempo está lá novamente em

busca de conhecimento nas modalidades de luta.

“Busco o conhecimento com o propósito de reunir qualidades técnicas para ter melhor con-dições de formar atletas mais qualifi cados para o mercado” afi rmou o treinador ‘Carioca’ e promete inaugurar no fi nal do mês de janeiro de 2016 o maior centro de treinamento de MMA da região Norte e um dos maiores do Brasil.

O desafi o de Carioca agora é preparar Ranieri Silva, reba-

tizado como ‘Rany Silva’. Ele já luta como atleta profi ssional de MMA, sendo apontado como a principal aposta para o evento ’Mister Cage’ que acontece em fevereiro de 2016.

“Determinação, concentra-ção e muita força de vontade. Essas são as principais qualida-des do Rany Silva. Ele é um atleta de alto nível. Ele está altamente preparado para competir em qualquer campeonato lá fora e trazer orgulho para o Estado” pontua o treinador Carioca.

Rany sabe que para conquistar o espaço desejado no MMA, terá que se dedicar cada vez mais nos treinos e nunca, mesmo em meio a possíveis derrotas, fi car cabisbaixo e sem motivação. Por isso, praticamente se mudou para a academia, onde passa a maior parte do seu dia a dia.

“Estou me dedicando muito no esporte que escolhi para a minha vida e tenho certeza que com muita confi ança e determinação eu vou chegar lá e conquistar todos os meus sonhos” enfatiza.

MR CAGE

Sob orientação do mestre Cristiano Carioca, Rany Silva está se preparando para lutar o Mr Cage, tradicional evento de MMA do Estado, que terá sua primeira edi-ção de 2016 no mês de fevereiro

MAIRKON CASTRO

Rany Silva é o único dos irmãos

que já lutou profi ssionalmente

OSCAR DO MMA

Rio de Janeiro (RJ) - A revista Fighters Only, que faz a premiação mais im-portante do MMA, divul-gou a lista e abriu votação para os melhores de 2015, com destaque para Rafa-el dos Anjos concorrendo com Conor McGregor ao título de melhor lutador e Thomas Almeida em duas categorias, incluindo a de melhor nocaute, que ain-da tem um golpe lindo do Jungle Fight, do gari Jorge Filho. A votação acontece no site www.worldmma-awards.com/vote.php.

Thomas Almeida pinta na lista de melhores nocautes do ano, por sua joelhada voadora em Brad Pickett. A categoria ainda tem Holm x Ronda, McGregor x Aldo e uma surpresa, com o be-líssimo nocaute de chute

rodado aplicado por Jorge Filho sobre Claudio Cezario no Jungle Fight 83.

“Assim eu choro’’, disse ele, quando foi informado

sobre estar concorrendo. “Estou muito feliz. Tudo que passei até agora valeu muito à pena. Difi culdades para treinar, necessidade fi nan-ceira, ser criado dentro de

favela (Acari, no Rio). E con-seguir colocar o Taekwondo no MMA. É tudo muito ma-ravilhoso’’, falou o gari, que quando não está treinando, está correndo atrás do ca-minhão de lixo.

A lista de melhores lu-tadores conta com Conor McGregor como favorito. Rafael dos Anjos, que con-quistou e defendeu o título dos leves aparece na lista junto aos também campe-ões Demetrious Johnson e Luke Rockhold, além de Max Holloway, único não deten-tor de cinturão na disputa.

Entre as mulheres, Ronda Rousey está na lista, apesar de perder para Holly Holm, que agora é a favorita ao prêmio. A campeã peso palha Joanna Je-drzejczyk completa a lista, ao lado de Tonya Evinger (Invicta FC) e Angela Lee (One FC).

Gari brasileiro concorre ao prêmio

Oriundo do taekwondo, Jorge Filho aplicou um lindo chute, nocauteando o oponente no Jungle Fight 83

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WERDUM

O campeão dos pesos pesados do UFC, Fabrí-cio Werdum, concorre à melhor fi nalização. Seu técnico e de Ra-fael dos Anjos, Rafael Cordeiro, que coroou dois lutadores no mes-mo ano, aparece entre os melhores técnicos

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O futebol já foi a prin-cipal alegria de mui-tos amazonenses quando viveu seu

auge nos anos de 1970. Algumas modalidades do

atletismo como maratona e lançamento de dardo também já estiveram em alta com os fãs locais. Em 2015, foi a vez do tênis de mesa e tiro com arco obterem uma boa pro-jeção nacional. Apesar disso, nenhuma modalidade trouxe tantas medalhas e glórias ao Estado quanto as lutas. Celeiro de multicampeões, o Amazonas, mais uma vez, se destacou no jiu-jítsu e no MMA. Por essa razão, as modalidades marciais aca-bam atraindo mais pratican-tes, deixando outros esportes tradicionais para trás.

Mas se engana quem pensa que a paixão pelas lutas é algo novo no cenário local. Há muito tempo que a prática de artes marciais é aprecia-da pelos amazonenses, e o biotipo do caboclo da região sempre ajudou os lutadores locais a se destacarem em nível nacional e internacional.

Um dos precursores do va-le-tudo em Manaus em me-ados da década de 1970, José Augusto da Silva Cam-pos, mais conhecido como “Gula”, relembra quando os confrontos eram violentos como as brigas de rua. O agora vigilante de 53 anos garante que se a febre do MMA tivesse ocorrido há 20 anos, ele e seus amigos es-tariam ricos. “Ganharíamos muito dinheiro, pois ninguém nos venceria”, destaca.

“Gula” recorda com bom humor do período no qual grupos rivais se digladiavam a qualquer hora nas ruas de Manaus. “A rivalidade era en-tre as equipes da natação do Olímpico Clube e do Atlético Rio Negro. Onde nos encon-trávamos, a briga começava. Depois, levamos a briga das ruas para o ringue em eventos organizados, porque enten-demos que birgar na rua não é coisa de homem, mas de menino”, relembra.

“Comecei a brigar na rua com 15 anos, mas já não faço

mais isso. Evoluí. Os jovens de hoje em dia têm que evoluir também, parar de brigar em shopping centers por aí e en-tender que não são melhores do que ninguém. Todos são iguais”, orienta.

Há 8 anos sem lutar, ele garante que as brigas há 20 anos eram arriscadas e difíceis. “Naquela época nós lutávamos no Comitê, em lutas casadas. Eram dois ou três confrontos por noi-te e terminávamos a com-petição muito machucados. Hoje é melhor, pois o atle-ta disputa uma luta a cada seis meses”, revela.

Para o veterano do ringue, além de pouco interessados na condição profi ssional dos lutadores, os eventos de ar-tes marciais desprezam os atletas experientes. “Hoje, a cate-goria mas-ter, na

qual os mestres lutam, a re-muneração é menor que a dos garotos de 18 anos que estão começando no espor-te. A ordem está invertida”, lamenta “Gula”.

O ex-lutador percebeu ao passar do tempo que so-breviver apenas dos ringues em Manaus seria impossí-vel. “O esporte dignifi ca as pessoas. Quem estuda e pratica esportes não tem tempo para se envolver em coisas erradas”, diz.

“Gula” também superou a luta da vida com conhecimen-to. Além de trabalhar como segurança, ele gerencia um estacionamento de automó-veis e planeja, em breve, abrir uma academia com o amigo de lutas Bidida. “Temos esse projeto e vamos colocar em prática”, destaca.

lutadores, os eventos de ar-tes marciais desprezam os atletas experientes. “Hoje, a cate-goria mas-ter, na

qual os mestres lutam, a re-muneração é menor que a dos garotos de 18 anos que

A luta livre é uma mo-dalidade de luta antiga e considerada completa. No Brasil, a arte se desenvol-veu e estourou no Rio de Janeiro. Caracterizada por ser um estilo agarrado, o esporte acabou ganhando notoriedade pelos compe-tidores por utilizar golpes de torsão como chaves de braço e estrangulamen-tos. O esporte logo chegou em Manaus por meio de Roberto Leitão.

Conceituado, o mestre Leitão, 77, continua na ati-va por gostar da troca de experiência e conhecimen-to com os lutadores mais jovens. Para ele, sempre é possível aprender na luta, mesmo quando o atleta não tem uma capacidade técni-ca tão apurada. Fundador da Federação de Lutas do

Estado do Rio de Janeiro, a primeira federação da mo-dalidade no Brasil, em 1979, o sensei lamenta que sua iniciativa tenha sido com 50 anos de “atraso”, mas faz questão de destacar a importância do “wrestling” nas artes marciais mistas.

“Na década de 1970 a luta livre foi fortemente infl uenciada por Fausto e Carlos Brunocilla, pai e fi lho que foram alunos do mestre Tatu, e responsáveis pela transmissão da luta livre. Eles também ajudaram na formação de vários mes-tres, que dedicaram muitos anos ao wrestling e ao judô”, lembra Leitão que é um dos pioneiros do antigo vale-tudo, hoje, MMA.

Sendo de menor fi sica-mente do que a maioria dos atletas de sua época, Leitão

primava pela técnica, as-sim como Royce Gracie fez no primeiro Ultimate Figh-ting Championship (UFC), quando assustou o mundo com o jiu-jítsu brasileiro. A luta livre evoluiu e foi levada para a Alemanha em 1995 por Daniel D’Da-ne, onde ensinou a moda-lidade para várias pesso-as do pais, chegado a ser mentor do famoso músico Andreas Schmidt.

A luta livre esportiva é atualmente um sistema de wrestling criado em me-ados do século 20 no Rio de Janeiro por Euclydes Ha-tem – o Tatu, que lutou (e venceu) George Gracie nos anos 1940. A “luta de chão” sempre foi sua prioridade por causa dos submissions e sua importância nos com-bates de vale-tudo.

Na época de “Gula”, a luta era preodominantemente na trocação, uma vez que o jiu-jítsu ainda estava che-gando no Amazonas.

A arte suave, uma vez ins-talada no Estado, se tornou um celeiro de craques. Um dos fatores que mais con-tribuem para esse cenário é a conhecida vocação dos amazonenses para a luta agarrada, uma das técnicas com maior predominância entre atletas de MMA. No entanto, até quem é fera neste esporte milenar no Amazonas ainda sofre com a falta de apoio público e privado para treinar e competir, o que difi culta a evolução dos talentos.

“Somos talvez o esporte que mais dá orgulho para o Estado, porque hoje te-mos seis ou sete amazo-

nenses no UFC. Todos têm patrocínio da prefeitura”, diz Márcio Pontes, primei-ro treinador de José Aldo, lamentando a difi culdade de

apoio dos setores públicos e privados do esporte.

“O problema é que eles só patrocinam quando o cara já está lá”, critica Williams Jezini, outro que se dedica

ao esporte para represen-tar o Amazonas em com-petições internacionais e já teve viu as portas se fecharam para ele.

Outros talentosos nomes do jiu-jítsu no Amazonas, como os faixa-preta Clan-devan Martins, Maike Matos, William Couto, Maeclay Silva e Orley Passos, todos em situação semelhante. “Já ga-nhei passagem para ir para a Argentina disputar o Mundial Absoluto e não tinha como me manter e como fi car”, recorda Clandevan Martins, que também pode fi car de fora das competições no Sudeste por falta de apoio.

Um dos poucos espor-tes de maior destaque do Amazonas no cenário mun-dial, o jiu-jítsu continuará revelando talentos para o mundo da luta.

Luta livre foi difundida no EstadoAmazonas é a casa do jiu-jítsu

O CARA

O Amazonas pode se orgulhar de ter um dos melhores lutadores de jiu-jítsu do mundo. Hoje no UFC, Ronaldo Jacaré é temido por muitos quando a luta está no chão e aprendeu a técnica em Manaus

Veterano lutador diz que nasceu na época errada“Gula” foi um dos principais nomes do antigo vale-tudo em Manaus. Ele afi rma que estaria rico se lutasse atualmente

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Mesmo sem lutar, “Gula” mantém a for-

ma treinando em uma academia de Manaus

LINDIVAN VILAÇA

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