Poema alvaro de campos

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“O que há em mim é sobretudo cansaço” Álvaro de Campos- Fase abúlica Realizado por: André Rocha nº2 Maria Inês Teixeira nº8 Nuno Sousa nº 10

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Este trabalho apresenta uma análise ao poema " o que há em mim é sobretudo cansaço" de Álvaro de Campos - heterónimo de Fernando Pessoa

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Page 1: Poema alvaro de campos

“O que há em mim é

sobretudo cansaço”

Álvaro de Campos- Fase abúlica

Realizado por: André Rocha nº2

Maria Inês Teixeira nº8Nuno Sousa nº 10

Page 2: Poema alvaro de campos

“ O que há em mim é sobretudo cansaço”

O que há em mim é sobretudo cansaço- Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,   As paixões violentas por coisa nenhuma,   Os amores intensos por o suposto em alguém,    Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -;   Tudo isso faz um cansaço,   Este cansaço, Cansaço.  

Há sem dúvida quem ame o infinito,   Há sem dúvida quem deseje o impossível,   Há sem dúvida quem não queira nada -  Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:   Porque eu amo infinitamente o finito,   Porque eu desejo impossivelmente o possível,   Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado?   Para eles a vida vivida ou sonhada,    Para eles o sonho sonhado ou vivido,   Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo,   E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,    Um supremíssimo cansaço,    Íssimno, íssimo, íssimo,   Cansaço...

Page 3: Poema alvaro de campos

Análise do poema Este poema é constituído por:

Duas quintilhas

Duas oitavas

Uma quadra

Não tem esquema rimático

Rima livre ou verso livre- as palavras que rimam ou são iguais

ou derivam da mesma palavra.

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Assunto do

poema

Por estrofes

O poema está dividido em 4 partes

lógicas:

O cansaço que o poeta sente

A origem do cansaço

A comparação e a própria definição

A conclusão

Page 5: Poema alvaro de campos

O que há em mim é sobretudo cansaço- 

Não disto nem daquilo,

Nem sequer de tudo ou de nada:

Cansaço assim mesmo, ele mesmo,

Cansaço.

•Tema: O cansaço que há no sujeito poético.•Sente cansaço mas não sabe de onde vem esse cansaço

Page 6: Poema alvaro de campos

A sutileza das sensações inúteis,   

As paixões violentas por coisa nenhuma,

Os amores intensos por o suposto em alguém,    

Essas coisas todas - 

Essas e o que falta nelas eternamente -;   

Tudo isso faz um cansaço,   

Este cansaço,

Cansaço.  

•A origem do cansaço•Existe uma contradição com a 1ª estrofe.•O cansaço tem origem nas coisas fúteis da vida, nas paixões fortes por nada e nos amores intensos.

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Há sem dúvida quem deseje o impossível,   

Há sem dúvida quem não queira nada - 

Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:   

Porque eu amo infinitamente o finito,   

Porque eu desejo impossivelmente o possível,   

Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder

ser,

Ou até se não puder ser... 

•A comparação e a definição•Está a comparar-se com os que não viviam como ele, que não sentiam angústia do seu ser.•O Sujeito Poético era diferente dos comuns.

Page 8: Poema alvaro de campos

E o resultado?   

Para eles a vida vivida ou sonhada,    

Para eles o sonho sonhado ou vivido,   

Para eles a média entre tudo e nada, isto é,

isto...

Para mim só um grande, um profundo,   

E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,    

Um supremíssimo cansaço,    

Íssimno, íssimo, íssimo,   

Cansaço...•Conclusão•Apesar do cansaço o poeta sente uma felicidade por estar cansado porque sabe que esse cansaço se deve a dificuldade em realizar os seus sonhos.

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Recursos

estilísticos

Page 10: Poema alvaro de campos

O que há em mim é sobretudo cansaço- Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço.   A sutileza das sensações inúteis,   As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto em alguém,    Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -;   Tudo isso faz um cansaço,   Este cansaço, Cansaço.  

Aliteração em s

Anáfora-repetição da mesma palavra, ou construção sintática, no princípio de cada verso.

Repetição-consiste na utilização de palavras repetidas para intensificar ideias.

Antítese-consiste no contraste entre dois elementos ou ideias.

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Há sem dúvida quem ame o infinito,   Há sem dúvida quem deseje o impossível,   Há sem dúvida quem não queira nada -  Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:   Porque eu amo infinitamente o finito,   Porque eu desejo impossivelmente o possível,   Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado?   Para eles a vida vivida ou sonhada,    Para eles o sonho sonhado ou vivido,   Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...Para mim só um grande, um profundo,   E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimno, íssimo, íssimo, Cansaço...

Anáfora-repetição da mesma palavra,ou construção sintática,no princípio de cada verso.

Interrogação

retórica-pergunta

que não espera

resposta,colocada

para reforçar o que

se está a dizer.

Hipérbole-consiste no emprego de uma expressão que exagera o pensamento para dar mais ênfase ao discurso.

Page 12: Poema alvaro de campos

Versos mais

difíceis e

versos mais

fáceis e

fascinantes

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“A subtileza das sensações inúteis” (v.6)

Significa que há sensações que nos são transmitidas mas que são inúteis.

Difícil

Page 14: Poema alvaro de campos

“Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles” (v.6)

Impre

ssionan

te

Tipos de idealistas:

“Há sem dúvida quem ame o infinito,Há sem dúvida quem deseje o impossível,Há sem dúvida quem não queira nada-”

Page 15: Poema alvaro de campos

Características da poética

Page 16: Poema alvaro de campos

O poema pertençe a 3ªfase de escrita do poeta

Fase Intimista.

Uso de muitas figuras de sintaxe e recursos

estilísticos

Uso de linguagem acessível(corrente)

Ausência de Rima

Tendência para o Exagero

Mais uma vez como em outros poemas ,o tema

abordado pelo sujeito poético é a angústia

existencial(á semelhança de alguns poemas de

Fernando Pessoa, o ortónimo).

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Fim