Poemethos 11 adroaldo bauer setembro de 2009. Um novo amor Parecia sim vivia enfim um novo amor...

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poemethos 11 adroaldo bauer setembro de 2009

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poemethos 11

adroaldo bauer

setembro de 2009

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Um novo amor

Parecia simvivia enfim

um novo amor

Joguei-me a elesem pára-quedas

amador

Passara já o verãopouca água, pouco pão

pouca dor

Punha fé, jogava de mãoera muito fogo então

nem mesmo um fiador

Hoje carrego as pedrassem muito jeitoaté contrafeito

Inda um sonhadorapresso logo o passose aparece uma flor

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Sem saber amar

Não sei deixar de amarNem respirar mais

Não penso mais só em ti

Nem razão há pra ser assimSairei pra recolher gotas de luar

Após a chuva passar

A nova caminhada é uma descidaTalvez prepare uma nova subidaOutra vez, sem deixar de amar

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Não ama quem não perdoa

Há em tudo o que desabaComo as tormentas d’água

Certo tom de elevaçãoHouve tempo, era rasaHá momento de paixão

Só não convém a qualquerQue intentem encontrar

Na finitude alguma razãoPois não as há no coração

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Tristes eras

há nos céus grossas nuvens a maise nas terras elevadas embarradas

crianças a menos embora hosanas às alturas

das terras assim tantas oreis.

os doces e amargos sabem, soem súbito a decúbitos desfalcados

de fanfarronices histriônicas, defraudadas ainda a faldas desafamadas de lama.

Tribos estrebucharam quando estripadas

restaram de sol restias nodosas sanguinolentas, letalmente eram as eras

poucas e priscas tantas foram

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Despreparado, esfalfado

cansado fiquei, sim, amorconvidado a passeio em dor

trilhar desprevenido e esfalfado um caminho da flor

não planejado, indesejado, sim, belo, feito até alguma alegria

mas quase não suportadas em doresnão entendidas as tantas flores, fiquei desarrumado de modo tal

sequer o grande amor safou-me dos indesejados achaques

ainda os carrego hoje.toda vez que o futuro os convoqueme encontrar assim novamente,

vou preferir morrer a tanto sofrer, renego.

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amorser perdão e ver-se perdoadoé dos raros corações deveras

encantados, apaixonados

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Vazio, sem desamor

o vaziovazio éporquedeixoude ser

e deixouassim deser sem

nem querersem desamor

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breve balanço

vazio dolorido espalhafatado.perdas e danos balanceadasbalouçantes sismas e tricas

não é feliz quem apenas querse é feliz porque se o é

a dor é companheira do vago

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Certo é o amor

A densa neblina, a chuva pouca, mas persistenteMolha a terra toda e todo o verde e as gentes

Eu penso em ti ainda assim, sem sol ou estrelas.Sinto já o teu beijo e o teu abraço. Fico contente

É apenas um cinza que vai encerrando o invernoÉ já permeado ele de tons florais primaveris

Eu sinto ainda de nossos momentos todo o ardorOs primeiros, os demais, toda a travessia, o amor

Não desespero, nem assoma a aflição em mimO coração arde, descompassa, mas é feliz

Minha alma já se destina, mansa, ao encontro teu

É um mesmo sentimento em outro momentoÉ uma expectativa tanta, já acalmada a saudade

É a certeza de estar amanhã contigo, amada

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Já é saudade

as luzes que das auras iridescemnos momentos mais áureos padecem

do escuro profundo donde rebrotaqual quem nasceu de mulher, coranão se importa que padeça o corpoapenas que a solidão a alma chora.

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Quimera

Quem dera desse amor e mais nada fossesomente ardente desejo então sofrenado

ficassem amantes enlevados desapegadosas tantas horas altas, o tempo já parado

deram-se então ao outro cada demasiado

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Nada se perde e pouco ainda vi

quando se quero incrível se fazàs penas tantas

com amor, mansidãoe paciência!

da máquina a ciênciaàs graças incriveis

das nossas mentes sãoesforços que valerão

se se os faz por doaçãonada, nenhum fio de nadase perde ou cai no chão

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Sei que me amas

Sei que me amas e em mim pensas e esse sentimento intenso vem com o vento

uma brisa fresca que te trazMe invades de tal modo indelével

e sutil os pelos se-me eriçamouço sussurros de teus lábios aveludadosmansos roçando-me o corpo em carícias

como leves os pensamentos sãoscomo intensos os meus desejos são

por ti que me enleva e acordado sonho

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A que serve a poesia

A poesia não serve nem é útil, A nada nem a ninguém ela é servil

Ela apenas é. E também inútil será, Teria muitos uis,ais demais,

Sim, pensam assim.E o dizem. Oh, dor!

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Escrevo e vou, em recantos mis, Palavras tantas,

Até tontas mesmo, Bêbadas elas e eu,

Desatentas das circunstâncias, Querendo já amar o que não há.

Querendo já a pérola Apenas o grão a ostra emprenha.

Poeta sou isso e nem tudo.Poeta é quem fala do mundo

Enquanto o mundo roda, Poeta é capaz de escapar

Da roda que a todos esmaga.Que vê a poesia no quadro parado,

E também canta o que nos faz rodar Sem falar de corações que anima,

Da paz que canta o amor , Que denuncia o horror.

Poeta assim é, quando o encontra, Por graça de musas e fados, a poesia.

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É leve o vento que te traz

se me namoraste namoro

se me esperascerto nos veremos

tão breve comoé o vento leve

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Estrelado anis

Toda droga cura e matavaria por dose e ignorância

Desinformação sobre doençaseja qualquer a influenza

é droga que não curaseu sustrato é a ganância

lhe sustenta a usura

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Triste tempo

nesse momentofora do tempo

outro momentoapenas lamento

eu danço, mesmo triste

eu canto, mesmo triste,

sorrio, ainda assim

sãos tristes tempos

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Finda o grande amor

nem meiguice ou floresmágoas, queixumes, ciúmes

os muitos desamores rimam todas as dores

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Se é amor

não sei dizer da loucuraapenas sei amar

se há nisso algo dementeé só um ponto de vistaum outro modo de olhar

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Encontro

o amor nos encontra semprea esperança não desencanta,quem da dor sabe toda a cor

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Pelo amor que valerá

se amar desejo tantohá mais por fazer

além de às escuras andar da paz encontrar

e desapertar os nósda vontade e dos medos

de errar os cálculosde desfazer planos

desamarrar as mãosdesnudar corpo e almaaceitar dos elementos os alimentos da paixão desfazendo os castelostodos de sonhos vãos cavaleiro do benvirá

em terras de melhor porvirpor onde se aventuraraté às nuvens subir

os céus arranhar e beijarerguer a fronte, caminhar

de mãos dadas com a amadapor essa infinda estrada

ainda por começarmesmo ela mesma

diferente da trilha sonhadapelo amor que valerá