Poemethos adroaldo bauer Porto Alegre – Outono de 2008.

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poemethos adroaldo bauer Porto Alegre – Outono de 2008

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poemethosadroaldo bauer

Porto Alegre – Outono de 2008

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Não me penso modesto,Apenas verso sem ser prosa

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Da inconstância para o amor

Se fácil fosse ao marem lasso repouso estar,

se deixasse o pereneir e constante voltar,

a areia fria o recebesseem quente calmaria,existiriam a paixão

ou então o terno amor?

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Encanta a sereiaTraz-me a brisa o eco de um canto.

Na areia, arrolhada resta a mensagem.

Deliro, conheço apenas uma sereia.

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Lua ensolaradaNa ponta dos dedos sinto tua aura

amadaa alma nua de lua iluminada, e

ensolarada.

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Eu e tu, sem espelhosSe me vês,

sei que estou em frente a ti.E assim também te vejo,

o olho em mim.

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Se em silêncio me ouves,também te ouvi.

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Aprendendo a ler e amandoEu ainda saberei ler

E um dia poderei te dizerO que tantas tuas letras

em mar revolto disseram-meQue em ondas me arrebataram

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Um sol que lavaGuardas do solum brilho tal

que lava a alma

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Quando um é o outroHá só uma humanidade

Há ou não a luzA alma é que seduz

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CompactoO poeta já disse:

nada mais compactoé do que o vazio é

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Ferido de amoramarrei-me

ameirasguei-me

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Outonal querênciaAs folhas loucas

em balé dos elementosbraseiros acalentam

Jogam o juízo ao vento... Outono

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A lua me diz de flores e fantasias, cores, brilho e perfumes.

Então, a lua me diz assim, sem segredo, tudo que sei de ti.

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O coração do poemaE porque amamos é que seguimos

renascendoa cada verso, morrendo a cada antevisãoeis que o problema não está no poema,o problema, adivinho, está no coração.

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ProcuraA dor de não encontrar,tanta terra e tanto mar,nem abraço, nem porto

para meus ais...onde o cais?

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AmargoBissetrizes bissextasSonho entre frestas

Não é o mate amargoÉ o tanto que morro.

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Porque sempre amareiEspero quem não virá;desespero do que fui.

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Nu e cru, um fio de navalhaEm essência, remanesce o aroma da presença

tua.Passo a passo na linha, uma alma desalinhada,

nua.Enredado em teus cabelos, um fio de navalha,

crua.

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A poesia deseja ardenteO querer indizível é das castas criaturas,

e não existem adultas.A poesia deseja ardente, profundo ensejo:

o leito do poema.

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Setas em brasa no coraçãoEmbora sinceros de quem se vai,

Conselhos são, quando resta a paixão,setas em brasa no coração.

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Da cor, da flor, do amorA mulher amada envia floresO poeta enlouquece, lindas,ambas, que são, alma e cor.

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Curupira apaixonadoO curupira apaixonado, a si próprio

enfeitiça:Faz das próprias pegadas paisagem, uma

vista.

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MestiçagemDoce mescla matinalleite branco virginalcafé preto ao natural

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Pensando carnavalValete penando

Dama em Dia de ReisColombina serpenteando púrpura

Pierrô amarga rubroArlequim, palhaço, ri.

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SaudadesArfa o peito em solidão tamanha

A lembrança já não é tanta, acalenta;mas a dor não mais espanta.

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Na descendente do plano inclinado

É já o limiar dessa minha transversal do amor

o pensamento oblíquo imensa dor há causado

A pedra rolante na descendente desse plano

É a parte inda viva do coração despedaçado

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nós de nósDesatento de nósEu te vi enleada

Novelo desenroladoNovela inacabada

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De bronzeTorpor matinalAngélico sinal

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Solfa 2A festa que teu riso lindo em mim faz

deixa-me lasso, náufrago salvo em paz.

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Solfa 4 - De amar o vôoAlbatroz rasante voaPela alva luz cegado

Revolta contra a rochaRevoluta, volta ao mar

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O teu beijoÉ indelével a tinta que usa,traçando iluminuras no céuda boca e na própria alma

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O brilho a Lua emprestasEmprestas beleza a LuaE o próprio brilho à auradela flui da tua iluminura

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PoemethosFicha Técnica 

Poemas: Adroaldo Bauer Ilustração e montagem: Adroaldo B. S.

CorrêaTrilha: Choro para o maestro, de

Ricardo Mansur Mansur - violão base e solo

Kim Pereira - loop de bateria

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