Poesia de Fernando Pessoa

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F P ernando essoa Ilustrações de Lino Sousa Novembro de 2009

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Ilustrações de Lino Sousa

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Page 1: Poesia de Fernando Pessoa

F Pernando essoa

Ilustrações de Lino SousaNovembro de 2009

Page 2: Poesia de Fernando Pessoa

Fernando Antonio Nogueira Pessoa, nascido a 13 de julho de 1888, é conhecido por Fernando Pessoa. Foi um poeta portugues, é considerado um dos maiores poetas de lingua portuguesa, o seu valor é comparado ao de Luís de Camões. Fernando Pessoa por ter crescido na África do Sul, em virtude do casamento de sua mãe, foi alfabetizado em Inglês. Quatro das suas obras lançadas em vida são em portugues. Durante a sua vida trabalhou em jornalismo, publicidade e no comércio, e principalmente, na literatura como poeta. Multiplicou-se em diversas personagens como heterónimos, das quais se movimenta grande parte dos estudos sobre a sua vida e a sua obra. O grande impulsionador da heteronimia auto denominou-se um “drama em gente”.Fernando Pessoa morreu de cirrose hepática aos quarenta e sete anos, na cidade onde nasceu, lisboa. A sua última frase dita com vida foi “I know not what tomorrow will bring...”Morreu a trinta de Novembro de 1935.

Biografia de Fernando Pessoa

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Fernando Antonio Nogueira Pessoa, nascido a 13 de julho de 1888, é conhecido por Fernando Pessoa. Foi um poeta portugues, é considerado um dos maiores poetas de lingua portuguesa, o seu valor é comparado ao de Luís de Camões. Fernando Pessoa por ter crescido na África do Sul, em virtude do casamento de sua mãe, foi alfabetizado em Inglês. Quatro das suas obras lançadas em vida são em portugues. Durante a sua vida trabalhou em jornalismo, publicidade e no comércio, e principalmente, na literatura como poeta. Multiplicou-se em diversas personagens como heterónimos, das quais se movimenta grande parte dos estudos sobre a sua vida e a sua obra. O grande impulsionador da heteronimia auto denominou-se um “drama em gente”.Fernando Pessoa morreu de cirrose hepática aos quarenta e sete anos, na cidade onde nasceu, lisboa. A sua última frase dita com vida foi “I know not what tomorrow will bring...”Morreu a trinta de Novembro de 1935.

Biografia de Fernando Pessoa

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C

U

C

?Sonho. Não sei quem sou.

Sonho. Não sei quem sou neste momento. Durmo sentindo-me. Na hora calma Meu pensamento esquece o pensamento, Minha alma não tem alma. Se existo é um erro eu o saber. Se acordo Parece que erro. Sinto que não sei. Nada quero nem tenho nem recordo. Não tenho ser nem lei.

Lapso da consciência entre ilusões, Fantasmas me limitam e me contêm. Dorme insciente de alheios corações, Coração de ninguém.

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Sonho. Não sei quem sou neste momento. Durmo sentindo-me. Na hora calma Meu pensamento esquece o pensamento, Minha alma não tem alma. Se existo é um erro eu o saber. Se acordo Parece que erro. Sinto que não sei. Nada quero nem tenho nem recordo. Não tenho ser nem lei.

Lapso da consciência entre ilusões, Fantasmas me limitam e me contêm. Dorme insciente de alheios corações, Coração de ninguém.

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Leve, leve, muito leve,

Leve, leve, muito leve, Um vento muito leve passa, E vai-se, sempre muito leve. E eu não sei o que penso Nem procuro sabê-lo.

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Leve, leve, muito leve,

Leve, leve, muito leve, Um vento muito leve passa, E vai-se, sempre muito leve. E eu não sei o que penso Nem procuro sabê-lo.

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Dizem?

Dizem? Esquecem. Não dizem ? Disseram.Fazem? Fatal. Não fazem? Igual.

Por quê Esperar ? Tudo é Sonhar.

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Dizem?

Dizem? Esquecem. Não dizem ? Disseram.Fazem? Fatal. Não fazem? Igual.

Por quê Esperar ? Tudo é Sonhar.

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Como uma voz de fonte que cessasse

Como uma voz de fonte que cessasse

Como uma voz de fonte que cessasse (E uns para os outros nossos vãos olhares Se admiraram), p'ra além dos meus palmares De sonho, a voz que do meu tédio nasceParou... Apareceu já sem disfarce De música longínqua, asas nos ares, O mistério silente como os mares, Quando morreu o vento e a calma pasce...

A paisagem longínqua só existe Para haver nela um silêncio em descida P'ra o mistério, silêncio a que a hora assiste...

E, perto ou longe, grande lago mudo, O mundo, o informe mundo onde há a vida... E Deus, a Grande Ogiva ao fim de tudo...

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Como uma voz de fonte que cessasse

Como uma voz de fonte que cessasse

Como uma voz de fonte que cessasse (E uns para os outros nossos vãos olhares Se admiraram), p'ra além dos meus palmares De sonho, a voz que do meu tédio nasceParou... Apareceu já sem disfarce De música longínqua, asas nos ares, O mistério silente como os mares, Quando morreu o vento e a calma pasce...

A paisagem longínqua só existe Para haver nela um silêncio em descida P'ra o mistério, silêncio a que a hora assiste...

E, perto ou longe, grande lago mudo, O mundo, o informe mundo onde há a vida... E Deus, a Grande Ogiva ao fim de tudo...

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Entre o luar e o arvoredo

Entre o luar e o arvoredo, Entre o desejo e não pensar Meu ser secreto vai a medo Entre o arvoredo e o luar. Tudo é longínquo, tudo é enredo. Tudo é não ter nem encontrar.Entre o que a brisa traz e a hora, Entre o que foi e o que a alma faz, Meu ser oculto já não chora Entre a hora e o que a brisa traz. Tudo não foi, tudo se ignora. Tudo em silêncio se desfaz.

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Entre o luar e o arvoredo

Entre o luar e o arvoredo, Entre o desejo e não pensar Meu ser secreto vai a medo Entre o arvoredo e o luar. Tudo é longínquo, tudo é enredo. Tudo é não ter nem encontrar.Entre o que a brisa traz e a hora, Entre o que foi e o que a alma faz, Meu ser oculto já não chora Entre a hora e o que a brisa traz. Tudo não foi, tudo se ignora. Tudo em silêncio se desfaz.

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Olho os campos, Neera, Campos, campos, e sofro Já o frio da sombra Em que não terei olhos. A caveira ante-sinto Que serei não sentindo, Ou só quanto o que ignoro Me incógnito ministre. E menos ao instante Choro, que a mim futuro, Súbdito ausente e nulo Do universal destino.

Olho

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Olho os campos, Neera, Campos, campos, e sofro Já o frio da sombra Em que não terei olhos. A caveira ante-sinto Que serei não sentindo, Ou só quanto o que ignoro Me incógnito ministre. E menos ao instante Choro, que a mim futuro, Súbdito ausente e nulo Do universal destino.

Olho

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Ministério da Educação E s c o l a S e c u n d á r i a c / 3 º c i c l oDr. Joaquim Gomes Ferreira Alves560_Li noSous a_10_12D