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Política de Investimentos 2018 a 2022 Plano Básico

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Política de Investimentos

2018 a 2022

Plano Básico

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO 3

2. POLÍTICA DE TERCEIRIZAÇÃO DE GESTÃO E CUSTÓDIA 3

3. PLANO DE BENEFÍCIOS 4

4. TAXA MÍNIMA ATUARIAL 5

5. METAS DE RENTABILIDADE 5

6. ALOCAÇÃO DE RECURSOS E LIMITES POR SEGMENTO DE APLICAÇÃO 5

7. RESTRIÇÕES 8

8. AVALIAÇÃO DOS INVESTIMENTOS 8

9. NOVOS INVESTIMENTOS 8

10. MONITORAMENTO DOS INVESTIMENTOS 9

11. MANDATOS E BENCHMARKS DE INVESTIMENTO 9

12. OPERAÇÕES COM DERIVATIVOS 10

13. APREÇAMENTO DOS ATIVOS 10

14. PROCESSO DE CONTROLE DE RISCOS 10

15. CONTRATAÇÃO DE AGENTES FIDUCIÁRIOS 17

16. DESENQUADRAMENTOS 17

17. PRINCÍPIOS SOCIOAMBIENTAIS 17

18. ACOMPANHAMENTO DE GESTÃO 18

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1. Introdução

De acordo com o Artigo 16 da Resolução CMN 3.792, de 24 de setembro de 2009, todas as Entidades

Fechadas de Previdência Complementar devem definir uma política de investimento para a aplicação dos

recursos de cada plano por ela administrado.

A legislação estabelece as diretrizes básicas a serem observadas por todos os investimentos realizados por

cada plano de benefícios. É importante pontuar que o GUIA PREVIC – Melhores Práticas em Investimentos

também recomenda diretrizes a serem observadas quando da elaboração de uma política de investimento.

Todas as diretrizes aplicáveis, ainda que não mencionadas de maneira explícita nesse documento, devem

ser necessariamente seguidas e, em havendo ambiguidade de qualquer natureza, a legislação em vigor

deve sempre prevalecer.

Caso haja mudanças na legislação, os investimentos devem ser adequados à nova regulamentação. Se

houver necessidade de negociação de ativos, a entidade estabelecerá um plano com critérios e prazos para

a realização dessas operações, de forma a garantir a preservação dos recursos, sem prejuízos à

rentabilidade dos investimentos.

A elaboração desta política de investimento foi conduzida pela Diretoria Executiva e aprovada pelo

Conselho Deliberativo. As diretrizes aqui definidas, que entram a partir da aprovação pelo Conselho

Deliberativo, contemplam todos os itens previstos no Capítulo V, “Da Política de Investimento”, da

Resolução CMN nº 3.792.

Esta Política de Investimento será vigente entre 01/01/2018 a 31/12/2022, ou até sua alteração pelo

Conselho Deliberativo da Fundação Nestlé de Previdência Privada.

Empresa Patrocinadora

Chocolates Garoto S/A.

2. Política de Terceirização de Gestão e Custódia

A FUNEPP optou por terceirizar a gestão de recursos, por entender que gestores externos especializados

possuem estrutura mais adequada para a gestão dos ativos, possibilitando a obtenção de melhores

resultados. Adicionalmente, a gestão própria demandaria custo maior com estrutura e informações. Sendo

assim, os investimentos serão realizados por meio de fundos de investimentos.

Os gestores dos recursos têm liberdade na seleção de papéis, desde que respeitadas as regras de

investimento que estão especificadas nesta Política de Investimentos e pela legislação aplicável.

A gestão dos recursos garantidores manterá segregadas as funções de gestão, administração e custódia. A

forma de remuneração dos serviços de custódia, administração e gestão será determinada em contrato e

especificada nos respectivos regulamentos. Também será permitida incidência de taxa de performance,

desde que em acordo com as normas da legislação vigente e de acordo com as metas de rentabilidade de

cada fundo de investimento.

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2.1. Seleção de Gestores

Os gestores de recursos da FUNEPP foram e serão selecionados por meio dos seguintes critérios, entre

outros:

Qualitativos:

Tradição no Mercado;

Sistema interno de informação;

Sistema interno de gerenciamento de riscos;

Fornecimento de relatórios necessários para estabelecer controle externo;

Qualidade no atendimento;

Compliance.

Quantitativos:

Rentabilidade X Benchmark;

Relação risco/retorno;

Taxas cobradas para Gestão dos Recursos x Serviços.

A FUNEPP poderá substituir gestores que não atendam aos critérios mínimos descritos acima, em qualquer

momento que julgar propício, mediante análise do Comitê de Investimentos e Aprovação da Diretoria

Executiva.

3. Plano de Benefícios

Os planos de benefícios em operação no Brasil devem estar registrados no Cadastro Nacional de Plano de

Benefícios das Entidades Fechadas de Previdência Complementar, conforme estabelece a Resolução CGPC

nº 14, de 1º de outubro de 2004.

Além disso, toda entidade fechada de previdência complementar deve designar um administrador

estatutário tecnicamente qualificado, responsável civil, criminal e administrativamente pela gestão,

alocação, supervisão, controle de risco e acompanhamento dos recursos garantidores de seus planos de

benefícios, bem como pela prestação de informações relativas à aplicação dos mesmos, sem prejuízo da

responsabilidade solidária dos demais administradores.

A tabela a seguir apresenta esses pontos:

Dados cadastrais

Nome do plano Plano de Básico

Tipo Benefício Definido

CNPB 1993.0011-74

Administrador Estatutário Tecnicamente Qualificado (AETQ)

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Período Segmento Nome Cargo

01/01/2018 a 31/12/2018 Todos os segmentos Ricardo Yukio Sueyasu Diretor de Controle de

Investimentos

Administrador Responsável pelo Plano de Benefícios (ARPB)

Período Segmento Nome Cargo

01/01/2018 a 31/12/2018 Todos os segmentos Raimundo César Gomes Diretor Presidente

Cabe destacar que o AETQ – Administrador Estatutário Tecnicamente Qualificado, de acordo com os

preceitos da Resolução CMN 4.275, de 31 de outubro de 2013, que alterou a Resolução n. 3.792/2009, é

responsável pela: (i) gestão; (ii) alocação; (iii) supervisão; (iv) controle de risco e (v) acompanhamento dos

recursos garantidores de seus planos e (vi) pela prestação de informações relativas à aplicação desses

recursos. Deve, porém, ser destacada a norma contida na LC n. 109 (art. 31, parágrafo segundo, inciso I)

que prevê a obrigação de terceirização da gestão das reservas no caso dos fundos instituídos.

4. Taxa Mínima Atuarial

Segundo o Inciso IV Parágrafo 3º Artigo 16 da Resolução CMN 3.792, a política de investimento de deve

conter “a taxa mínima atuarial ou os índices de referência, observando o regulamento de cada plano de

benefícios”. Visto que essa política de investimentos é relativa ao Plano de Benefícios Básico, do tipo

Benefício Definido (BD), o parâmetro utilizado como referência para a rentabilidade dos investimentos é a

sua meta atuarial. A tabela apresenta essa informação:

Informações do regulamento

Meta Atuarial INPC + 5,37% ao ano

5. Metas de Rentabilidade

A Resolução CMN 3.792 ainda estabelece que a política de investimentos deve apresentar a meta de

rentabilidade para cada segmento de aplicação. A meta de rentabilidade, diferentemente da meta atuarial

ou dos índices de referência, representa o objetivo de retorno a ser obtido para o segmento, em prazo

condizente com as aplicações, em termos nominais.

Metas de rentabilidade

Renda Fixa INPC + 5,37% ao ano

6. Alocação de recursos e limites por segmento de aplicação

A Resolução CMN 3.792 estabelece que os planos devem definir em sua política “a alocação de recursos e

os limites por segmento de aplicação”. Segundo o Guia PREVIC – Melhores Práticas em Investimentos, os

limites “máximo e mínimo planejados de cada um dos segmentos e modalidades de investimentos na

vigência da política de investimento devem ser representativos da estratégia de alocação de cada plano de

benefícios, portanto mais restritivos que a legislação vigente”.

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O Guia conclui: “assim, não se esperam bandas muito largas para cada um dos investimentos, pois

demonstram baixa confiabilidade nas ferramentas de planejamento dos investimentos de longo prazo”.

Para seleção dos segmentos de aplicação e classes de ativos, foi elaborado exercício de ALM, respeitando

o prazo dos fluxos de investimentos e as características dos ativos disponíveis no mercado, com o objetivo

de proporcionar rentabilidade adequada e liquidez suficiente para o cumprimento dos objetivos do plano.

A tabela seguinte apresenta os limites de alocação por segmento de aplicação, bem como o alvo para a

alocação em cada tipo de mandato que compõe esses segmentos.

Alocação dos Recursos e Limites por Segmento de Aplicação

Segmento Alvo Mínimo Máximo

Renda Fixa 100% 85% 100%

Renda Variável 0% 0% 0%

Investimentos Estruturados 0% 0% 0%

Investimentos no Exterior 0% 0% 0%

Imóveis 0% 0% 0%

Operações com Participantes 0% 0% 0%

A alocação “Alvo” não configura nenhuma obrigação para o plano e tem por intuito apenas balizar os

investimentos no longo prazo. Os limites inferiores e superiores devem ser respeitados a todo instante,

bem como os demais limites estabelecidos pela legislação em vigor.

É importante frisar que mudanças no cenário macroeconômico inevitavelmente alteram as expectativas de

retorno dos ativos, bem como suas volatilidades, o que pode obrigar os administradores de plano a buscar

um novo ponto de equilíbrio dentro dos limites de alocação de cada segmento. Caberá à Funepp a

realocação dos recursos entre os segmentos conforme as oscilações do mercado, a fim de se manter a

alocação objetivo e evitar desenquadramentos passivos.

Além dos objetivos e limites de alocação acima definidos, a Resolução CMN 3.792 estabelece outras

restrições por modalidade de investimento e a concentração de alocação em títulos de um mesmo emissor.

Os quadros a seguir mostram os limites que serão adotados pelo plano. Cabe ressaltar que, excetuando-se

o caso dos títulos públicos ou dos CDBs e Letras Financeiras emitidos por instituições financeiras e

Debêntures de companhias abertas e, os demais ativos serão permitidos apenas em fundos condominiais,

e sua participação em relação ao plano deve observar a tabela seguinte.

ALOCAÇÃO POR EMISSOR LIMITES

LEGAL POLÍTICA

Tesouro Nacional 100% 100%

Instituição financeira autorizada a funcionar pelo Bacen 20% 10%

Fundo de índice de renda fixa composto exclusivamente por títulos da dívida mobiliária federal interna 20% 20%

Debêntures de Infraestrutura 15% 15%

Tesouro Estadual ou Municipal 10% 0%

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Companhias abertas com registro na CVM 10% 5%

Organismo Multilateral 10% 5%

Companhias Securitizadoras 10% 5%

Patrocinador do Plano de Benefício 10% 0%

FIDC/FICFIDC 10% 5%

Fundos de Índice Referenciado em Cesta de Ações de Companhias Abertas 10% 5%

Sociedade de Propósito Específico – SPE 10% 5%

FI/FICFI Classificados no Segmento de Investimentos Estruturados 10% 10%

FI/FICFI Classificados como Dívida Externa no Segmento de Investimentos no Exterior 10% 10%

Fundo de Índice de Renda Fixa 10% 10%

Demais emissores 5% 5%

O quadro a seguir apresenta os limites para alocação em um mesmo emissor:

CONCENTRAÇÃO POR EMISSOR LIMITES

LEGAL POLÍTICA

% do Capital Total de uma mesma Companhia Aberta ou de uma mesma SPE 25%* 15%

% do Capital Votante de uma mesma Companhia Aberta 25% 15%

% do PL de uma mesma Instituição Financeira 25% 15%

% do PL de Fundo de Índice Referenciado em Cesta de ações de Companhia Aberta 25% 15%

% do PL de Fundo de Investimento classificado no Segmento de Investimentos Estruturados 25% 25%

% do PL de FI constituído no Brasil sob forma de condomínio aberto com o sufixo “Investimento no Exterior” 25% 25%

% do PL de Fundos de Índice no Exterior negociados em Bolsa de Valores no Brasil 25% 25%

% do PL de FI constituído no exterior, de que trata o inciso I do Art. 21 da Resolução CMN 4.611 25% 25%

% do PL de Fundo de Índice de Renda Fixa 25% 25%

% do Patrimônio Separado de Certificado de Recebíveis com Regime Fiduciário 25% 5%

* O limite passa a ser de 30% para SPE constituída exclusivamente para atuar como concessionária, permissionária, arrendatária ou

autorizatária, conforme redação expressa na Resolução Bacen 4.275 de 31 de outubro de 2013.

O quadro a seguir mostra os limites de concentração por modalidade de investimento:

CONCENTRAÇÃO POR INVESTIMENTO LIMITES

LEGAL POLÍTICA

% de uma mesma série de títulos ou valores mobiliários* 25% 15%

% de uma mesma classe ou série de cotas de FIDC 25% 15%

% de um mesmo empreendimento imobiliário 25% 0%

* Exceto ações, bônus de subscrição de ações, recibos de subscrição de ações, certificados de recebíveis emitidos com adoção de regime

fiduciário e debêntures de infraestrutura.

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7. Restrições

Este capítulo apresenta as restrições de investimentos estabelecidas por esta política. Tais restrições se

aplicam unicamente aos investimentos realizados diretamente, ou seja, em carteira própria ou através de

fundos de investimentos exclusivos.

Estão autorizados todos os ativos permitidos pela legislação vigente, exceto:

Depósitos de Poupança;

Títulos da Dívida Agrária e Moedas de Privatização;

Notas de Crédito à Exportação (NCE) e Cédulas de Crédito à Exportação (CCE);

Aluguéis de ativos financeiros a descoberto (a entidade não poderá atuar como tomador).

A FUNEPP não restringe a prática de day-trade, isto é, de existência de operações que se iniciam e

encerram em uma mesma data, desde que:

Haja justificativa para a necessidade de realização de uma operação desse tipo;

O gestor assuma a responsabilidade pela elaboração de justificativa a ser apresentada aos

órgãos competentes, conforme determina a Resolução CMN 3792.

8. Avaliação dos Investimentos

Os investimentos realizados diretamente pela EFPC devem ser objeto de análise prévia. A análise de cada

investimento deverá ser feita de acordo com as características específicas do mandato ao qual o

investimento está associado, considerando, no mínimo, os pontos aqui elencados:

Conformidade com a política de investimento e com a legislação vigente;

Análise de desempenho pregresso do fundo ou do gestor, quando cabível;

Análise da estrutura do gestor, quando cabível;

Análise dos principais riscos associados ao mandato;

Análise do horizonte de investimento e sua adequação com os objetivos do plano.

9. Novos Investimentos

Conforme preconiza o GUIA PREVIC – Melhores Práticas em Investimentos, sempre que houver a

necessidade de investimento em classes de ativos ou mesmo em segmentos que ainda não tenham sido

explorados, serão observados alguns pontos adicionais:

Na avaliação do investimento em questão, deve-se ponderar o motivo pelo qual a classe está sendo

avaliada;

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Os riscos relacionados ao investimento devem ser especialmente explorados, para que todos os

envolvidos tenham ciência das características específicas desse investimento; e

A alocação inicial será reduzida, de forma a causar pouco impacto no plano, e poderá ser aumentada

à medida que o grau de conhecimento do investimento aumente.

10. Monitoramento dos Investimentos

Os investimentos já realizados devem ser objeto de monitoramento contínuo, com o objetivo de avaliar

seu desempenho. Para tanto, os seguintes itens devem ser avaliados:

Desempenho em relação ao benchmark, considerando-se o horizonte de investimento;

Existência de desenquadramentos;

Grau de utilização dos limites de risco pré-estabelecidos;

Alterações na estrutura de gestão.

É importante ressaltar que essa avaliação pode variar de mandato para mandato, em função dos diferentes

horizontes de investimento que cada um dos mandatos possui.

11. Mandatos e benchmarks de investimento

Os segmentos de aplicação definidos pela Resolução CMN 3.792, com seus respectivos limites de alocação

por segmento e metas de rentabilidade, sintetizam em seis categorias um número amplo de modalidades

de investimento, que neste capítulo serão tratados como mandatos.

Os mandatos podem ser entendidos como um subsegmento na estrutura de alocação de recursos. A

definição de mandatos facilita a implantação das estratégias de investimento, bem como a seleção e

avaliação de gestores terceirizados.

A proposta deste capítulo é apresentar os mandatos em que o plano de benefícios pode alocar recursos ao

longo da vigência desta política de investimento, bem como definir os benchmarks desses investimentos.

Mandatos

Característica do mandato Metas de retorno Alvo de alocação (%) Faixa de alocação (%)

Renda Fixa – ALM INPC + 5,37% ao ano 100 70 - 100

Os mandatos apresentados, com seus respectivos benchmarks e horizontes de investimentos, são definidos

para fins gerenciais. Dessa forma, os parâmetros aqui estabelecidos são subordinados aos índices de

referência e metas de rentabilidade apresentados anteriormente.

A seguir, detalha-se resumidamente a estrutura de cada um dos mandatos observados. Ressalta-se que a

combinação de todos os mandatos representa a alocação estratégica definida no modelo de macro

alocação de ativos (ALM).

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Renda Fixa – ALM: representa os investimentos em fundos de renda fixa, que adquire papéis de longo prazo,

com o objetivo de proteção do passivo atuarial. Nesse mandato poderão ser utilizados títulos indexados à

inflação classificados como “Mantidos até o vencimento”, sendo esses títulos contabilizados através da

marcação pela curva do papel.

Multimercado Institucional (S&P): esse mandato engloba o fundo multimercado exclusivo que adquire

títulos públicos pós-fixados e futuro de S&P500, gerando exposição a esse índice. Contabilmente, tais

investimentos compõem a Renda Fixa da FUNEPP.

12. Operações com Derivativos

As operações com derivativos são permitidas em todos os veículos de investimento utilizados pelo plano.

Além de estarem sujeitas ao regulamento de cada um desses veículos, tais operações devem estar em

conformidade com a legislação aplicável às EFPC.

A Resolução CMN nº 3.792 estabelece que as operações com derivativos devem ser realizadas na

modalidade com garantia e devem obedecer, adicionalmente, às seguintes restrições:

Depósito de margem limitado a 15% da posição em títulos públicos, em títulos privados de emissão

de instituições financeiras e em ações pertencentes ao Ibovespa;

Valor total dos prêmios de opções pagos limitado a 5% da posição em títulos públicos, em títulos

privados de emissão de instituições financeiras e em ações pertencentes ao Ibovespa.

13. Apreçamento dos Ativos

O apreçamento dos ativos, independentemente da modalidade, será realizado pelo custodiante contratado

pela EFPC ou pelo custodiante dos fundos de investimento alocados. Dessa forma, pode-se estabelecer que

esse apreçamento estará sujeito aos seguintes pontos:

Metodologia: conforme manual disponibilizado pelo agente custodiante;

Fontes: poderão ser utilizados como fontes de referência os dados divulgados por instituições com

reconhecidas por sua atuação no mercado de capitais brasileiro, como a Associação Brasileira das

Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (ANBIMA) e a BM&FBovespa. No caso de ativos

com baixa liquidez, autoriza-se o uso de estudos específicos, elaborados por empresas especializados

e com reconhecida capacidade;

Modalidade: a mercado ou na curva do papel, conforme estabelecido pelo mandato ao qual o título

está vinculado, e pelos estudos elaborados pela FUNEPP.

14. Processo de Controle de Riscos

O controle de riscos é um processo contínuo, e não algo pontual e estático que possa ser resumido em

controles unicamente quantitativos. Por essa razão, esse capítulo apresenta os controles exercidos e

também a influência de tais controles na gestão dos recursos.

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O Capítulo III da Resolução CMN nº 3792 estabelece a necessidade de identificação e de controle dos riscos

incorridos pelas EFPC. Da mesma forma, o GUIA PREVIC – Melhores Práticas em Investimentos sugere

diversos controles que devem ser levados com consideração quando da análise dos investimentos.

No caso dos investimentos realizados por gestores terceirizados, embora os controles sejam de

responsabilidade do gestor, os parâmetros de riscos são verificados periodicamente pela EFPC. Cabe

ressaltar que a FUNEPP mantém o cálculo e a disponibilização da Divergência Não-Planejada de seus

investimentos, a despeito dos controles que serão descritos a seguir.

15.1. Risco atuarial

O risco atuarial nos fundos de pensão está relacionado aos compromissos presentes e futuros da instituição

para com seus participantes. Esses compromissos variam de acordo com a modalidade do plano de

benefícios e com as especificidades definidas em seus regulamentos. Como regra geral, porém, cabe às

entidades fechadas de previdência complementar manter o nível de reservas adequado para fazer frente

às obrigações previdenciárias.

A gestão do risco atuarial será feita através da realização de avaliações atuariais do plano de benefícios, e

também através da realização de estudos de macroalocação de ativos.

15.2. Risco de solvência

Entende-se por risco de solvência o risco decorrente das obrigações da Entidade para com seus

participantes. O monitoramento desse risco é feito a partir da avaliação do passivo atuarial de cada plano,

quando cabível, e também a partir da realização de simulação dos valores de benefícios (tanto dos atuais

aposentados como dos futuros) que devem ser pagos ano a ano, descontados dos valores das contribuições

a serem recebidas (desembolsos anuais). Com a adoção da metodologia descrita é possível encontrar a

Reserva Matemática e a consequente Provisão Matemática.

Razão de Solvência =Ativo Total do Plano

Provisão Matemática

O acompanhamento da solvência é essencial, pois permite verificar se há ativos suficientes para honrar as

obrigações do plano e adicionalmente permite estabelecer o quanto é necessário de retorno adicional para

se estabelecer o equilíbrio do plano.

15.3. Risco de Mercado

O acordo com o Art. 13 da Resolução CMN 3792, as EFPC devem acompanhar e gerenciar o risco e o retorno

esperado dos investimentos diretos e indiretos com o uso de modelo que limite a probabilidade de perdas

máximas toleradas para os investimentos.

Nesse contexto, para monitorar e avaliar a probabilidade de perda, serão utilizadas principalmente duas

ferramentas estatísticas: (i) VaR (Value-at-Risk) e (ii) Stress Test. O VaR estima, com base em um intervalo

de confiança, qual a perda máxima esperada para uma carteira, nas condições atuais de mercado. O Stress

Test avalia, considerando um cenário em que há forte depreciação dos ativos e valores mobiliários (sendo

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respeitadas as correlações entre os ativos), qual seria a extensão das perdas na hipótese de ocorrência

desse cenário.

No nível de mandatos, o monitoramento do risco se dá com base no risco de descolamento do benchmark.

Esse risco é medido pelo B-VaR, ou Benchmark-VaR, que estabelece o descolamento máximo entre o

retorno do mandato e de seu benchmark, para um dado horizonte de tempo, com um nível de confiança

pré-estabelecido.

Os parâmetros que devem ser observados no cálculo do risco da FUNEPP são:

Horizonte de investimento: 21 dias

Modelo: Paramétrico

Nível de confiança: 95%

A tabela a seguir apresenta os limites de risco estabelecidos para cada um dos mandatos:

Limites de Risco de Mercado

Mandato Benchmark Tipo Limite

Renda Fixa – ALM INPC + 5,37% ao ano NA NA

Como o controle do risco de mercado é feito para cada parcela dos investimentos da Entidade (mandatos),

em que a alocação tática é discricionária aos gestores dos fundos, o risco do portfólio de investimentos

como um todo será monitorado apenas para fins gerenciais, e nenhum limite será definido para esse caso.

No caso do monitoramento gerencial, também será utilizado o VaR absoluto.

Apesar de essa modelagem ter sido estabelecida com o rigor técnico necessário, é preciso considerar que

modelos estatísticos carregam consigo as possíveis imprecisões e limitações teóricas, motivo pelo qual os

resultados devem ser analisados com diligência, por especialistas.

O risco da exposição em derivativos pode ser considerado como parte integrante do risco de mercado, e

será avaliado e controlado dessa forma. Como a legislação exige que os derivativos sejam negociados

somente na modalidade com garantia, o risco de crédito que esses instrumentos envolvem é mitigado.

Além disso, serão respeitados os limites de margem de garantia e de prêmio de opções estabelecidos pela

legislação em vigor.

15.4. Risco de Crédito

Entende-se por risco de crédito aquele risco que está diretamente relacionado à capacidade de uma

determinada contraparte de honrar com seus compromissos. Esse risco pode impactar a carteira de duas

formas:

• Diminuição do valor de determinado título, em função da piora da percepção sobre o risco de a

contraparte emissora realizar o pagamento;

• Perda do valor investido e dos juros incorridos e ainda não pagos.

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A gestão do risco de crédito será realizada considerando principalmente os ratings dos títulos de dívida

bancária ou corporativa, ou das operações de crédito estruturadas, sem prejuízo às análises realizadas em

relação à estrutura dos ativos.

Abordagem Quantitativa

A Entidade poderá utilizar, entre outros instrumentos, para essa avaliação os ratings atribuídos por agência

classificadora de risco de crédito atuante no Brasil.

Para checagem do enquadramento, os títulos privados devem, a princípio, ser separados de acordo com

suas características. Os seguintes pontos devem, adicionalmente, ser considerados:

• Para títulos emitidos por instituições financeiras, será considerado o rating da instituição;

• Para títulos emitidos por quaisquer outras instituições não financeiras, será considerado o rating

da emissão, e não o rating da companhia emissora;

É preciso verificar se a emissão ou emissor possui rating por uma das agências elegíveis e se a nota é, de

acordo com a escala da agência no mercado local, igual ou superior à classificação mínima apresentada a

seguir:

RATING MÍNIMO PARA CLASSIFICAÇÃO COMO GRAU DE INVESTIMENTO

(POR AGÊNCIA, PRAZO E MODALIDADE DE APLICAÇÃO) – ESCALA BRASILEIRA

Agência de Classificação de Risco Emissões Bancárias Outras Emissões

Fitch Ratings BBB-(bra) BBB-(bra)

Moody’s Baa3.br Baa3.br

Standard & Poor’s brBBB- brBBB-

Os investimentos que possuírem rating igual ou superior às notas indicadas na tabela serão classificados

como Grau de Investimento, observadas as seguintes condições:

• Caso duas das agências classificadoras admitidas classifiquem o mesmo papel ou emissor, será

considerado, para fins de enquadramento, o pior rating;

• O enquadramento dos títulos ou emissores será feito com base no rating vigente na data da

verificação da aderência das aplicações à política de investimento.

As agências de classificação de risco utilizadas na avaliação dos ativos de crédito privado domiciliadas no

país devem estar registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No caso de agências domiciliadas

no exterior, essas devem ser reconhecidas pela CVM.

Exposição a Crédito Privado

O controle da exposição a crédito privado é feito através do percentual de recursos alocados em títulos

privados, considerada a categoria de risco dos papéis. O controle do risco de crédito deve ser feito em

relação aos recursos garantidores, evitando-se exposição à ativos não elegíveis.

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Eventuais rebaixamentos de ratings de papéis já integrantes da carteira de investimentos deverão ser

avaliados individualmente, visando a proteger o interesse dos participantes dos planos de benefícios.

Os seguintes pontos devem, adicionalmente, ser considerados:

• Aplicações em DPGE (Depósitos a Prazo com Garantia Especial) serão sempre consideradas como

“Grau de Investimento”, desde que sejam respeitados os limites de cobertura de R$ 20 milhões do

FGC (Fundo Garantidor de Créditos) por instituição;

• Se não houver rating válido atribuído, o ativo será classificado como Grau Especulativo.

O controle do risco de crédito deve ser feito em relação aos recursos garantidores, de acordo com os

seguintes limites:

CATEGORIA DE RISCO LIMITE

Grau de investimento + Grau especulativo 20%

Grau especulativo 5%

O limite para títulos classificados na categoria “Grau Especulativo” visa a comportar eventuais

rebaixamentos de ratings de papéis já integrantes da carteira de investimentos, papéis que já se

enquadram nesta categoria e eventuais ativos presentes em fundos de investimentos condominiais

(mandato não discricionário). Nesse sentido, o limite acima previsto não deve ser entendido como aval

para aquisição de títulos que se enquadrem na categoria “Grau Especulativo” por parte dos gestores de

carteira e de fundos exclusivos.

15.5. Risco de Liquidez

O risco de liquidez compreende o risco de ocorrência das seguintes situações:

Indisponibilidade de recursos para cumprimento de suas obrigações atuariais;

Posições em determinados ativos que estejam sujeitos a variações abruptas de preço por liquidez

baixa ou inexistente.

Serão adotados os seguintes mecanismos de controle para mitigação desses riscos:

Controles do Risco de Liquidez

Risco Controles adotados

Cotização de fundos de investimento Observação das regras para solicitação de resgates, cotização e pagamento de resgates;

Observação do prazo de duração do fundo, no caso de fundos fechados.

Liquidez de ativos Observação dos limites de concentração e diversificações estabelecidos pela legislação vigente;

Observação da liquidez do mercado secundário.

Pagamento de obrigações O risco de cumprimento das obrigações é continuamente monitorado e os estudos de

macroalocação consideram essa premissa.

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15.6. Risco de Investimentos Estruturados

O segmento de Investimentos Estruturados, conforme definido pela legislação vigente, agrega produtos

com gestão mais especializada e grau de risco mais elevado. Nesse caso, as ferramentas tradicionais,

usadas em outras classes de ativos, podem não ser suficientes para o completo mapeamento dos riscos

envolvidos.

A fim de monitorar os riscos associados a esse segmento, são monitorados continuamente alguns riscos

relativamente comuns a este segmento, sendo eles:

(i) Exposição Cambial: no caso de exposição cambial oriunda de estratégias empregadas por fundos

multimercados, os seguintes tópicos devem ser observados:

Se existe proteção ou não para a exposição gerada;

No caso de não haver proteção, entendimento das moedas envolvidas;

Ainda nesse caso, possíveis testes de stress, considerando movimentos adversos dessas exposições.

(ii) Fundos de Investimento em Participações: no caso específico desse tipo de fundo, devem ser

observados os seguintes pontos:

Experiência da equipe na originação dos negócios;

Equipe que atuará junto às empresas investidas;

Monitoramento das ações do gestor durante a duração do fundo, com vistas a identificar eventuais

desvios em relação ao que havia sido proposto;

Monitoramento das estratégias de desinvestimento.

(iii) Fundos de Investimento Imobiliários: no caso específico desse tipo de fundo, devem ser observados os

seguintes pontos:

Experiência da equipe na originação dos negócios;

Equipe que atuará junto às empresas investidas;

Tipo de projeto, com seus principais riscos e avaliação da remuneração adequada a eles;

Monitoramento do mercado secundário, quando houver.

15.7. Risco de Gestão

A terceirização da gestão de recursos requer o monitoramento dos prestadores de serviço que se

encarregam da tarefa. Para mitigar esse risco, todos os processos de seleção de gestores são conduzidos

conforme diretrizes estabelecidas em documentos internos.

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Além disso, há o acompanhamento, com assessoria de consultoria especializada, dos seguintes pontos

relativos aos gestores terceirizados:

Alterações profundas na estrutura da instituição gestora dos recursos;

Mudanças na equipe principal;

Mudança de perfil de risco dos investimentos;

Eventuais desenquadramentos.

Com isso, o risco de gestão e, consequentemente, o risco de terceirização é minimizado.

15.8. Risco Legal

Em função de o risco legal permear todo o processo de investimentos, esse risco é monitorado de forma

contínua. Para tanto, são observadas, no mínimo, os seguintes procedimentos:

Solicitação de parecer jurídico a escritório especializado quando há necessidade de amparar o risco

legal de investimentos, ou de entender os riscos jurídicos relacionados às garantias;

Apoio constante de consultores especializados nas discussões acerca do enquadramento dos

investimentos;

Elaboração periódica de relatórios de enquadramento e de monitoramento da Política de

Investimento;

Elaboração cuidados dos contratos firmados entre a EFPC e seus diversos prestadores de serviços.

15.9. Risco Operacional

O risco operacional caracteriza-se como o risco decorrente de processos, o que inclui de procedimentos

operacionais a falhas humanas. Tais falhas podem ocasionar perdas, que devem ser mensuradas com o

propósito de mensuração do risco.

Como parte do processo de controle do risco operacional, são adotadas as seguintes regras:

Conhecimento e mapeamento profundo de seus procedimentos operacionais;

Avaliação dos pontos sujeitos a falhas de qualquer tipo;

Avaliação dos impactos das possíveis falhas;

Avaliação da criticidade de cada processo, em termos dos erros observados e dos impactos causados.

As atividades críticas são revistas de forma prioritária, e as demais são revistas conforme a necessidade.

Esse processo é realizado rotineiramente, de forma a prover a segurança necessária.

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15.10. Risco Sistêmico

Entende-se por risco sistêmico aquele decorrente da crise de confiança em diversas instituições de um

mesmo segmento econômico, podendo evoluir para uma reação em cadeia que afeta a economia de

maneira mais ampla. Dessa forma, trata-se de um risco difícil de controlar, apesar de ter identificação

relativamente simples.

Com o objetivo de reduzir a exposição ao risco sistêmico, a Funepp manterá parte significativa dos recursos

em títulos soberanos e buscará priorizar o investimento em títulos e valores mobiliários que disponham de

garantias. Além disso, serão respeitados todos os limites de diversificação e de concentração exigidos pela

legislação.

15. Contratação de Agentes Fiduciários

A contratação de agentes fiduciários, tal como gestores, custodiantes, administradores e consultores, deve

ser precedida de análise da capacidade técnica desses prestadores de serviços, a partir de métricas

adequadas a cada uma de suas funções.

Somente poderão ser contratados aqueles prestadores que cumpram as exigências mínimas previstas pela

Resolução CMN nº 3.792 quanto a seus cadastros e certificações junto aos órgãos competentes.

Adicionalmente, serão observadas as questões de conflitos de interesse, sempre visando à inexistência de

tais situações, sobretudo nas questões relacionadas à gestão de recursos, avaliação de riscos e

enquadramento.

16. Desenquadramentos

Apesar de todos os esforços para que não haja nenhum tipo de desenquadramento, esse tipo de situação

não pode ser totalmente descartado. No caso de ocorrência de desenquadramento, os seguintes

procedimentos mínimos devem ser observados:

O desenquadramento ocasionado por erros ou falhas internas deve gerar procedimento de revisão

de processos, e adequação formal dos mesmos;

O desenquadramento gerado por descumprimento da legislação, do mandato ou dessa política de

investimento, no que concerne aos recursos investidos, deve gerar sanções ao gestor de recursos,

que podem ir desde sua advertência formal até o resgate da totalidade dos recursos investidos.

Deve, quando cabível, gerar sanções análogas ao administrador e ao custodiante do fundo.

17. Princípios Socioambientais

Pela própria definição de sua atividade primordial, a Funepp considera que a utilização dos princípios de

responsabilidade socioambiental como base para suas diversas atividades é de fundamental importância.

No campo dos investimentos, a análise de projetos e de fundos sempre levará em conta a existência de

cláusulas ou objetivos que contradigam tais princípios. Em função de não haver princípios formalmente

definidos, a Funepp procurará, sempre que possível, pautar-se por seu entendimento sobre a

responsabilidade socioambiental antes de qualquer tomada de decisão.

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18. Acompanhamento de Gestão

O Comitê de Investimentos é responsável pelo acompanhamento da qualidade dos serviços fornecidos

pelos gestores, o qual será realizado periodicamente.

Os critérios avaliados deverão contemplar ao menos o desempenho/rentabilidade, a avaliação de riscos, a

adesão à política de investimentos, a qualidade do atendimento e as taxas cobradas pelos serviços.

Os gestores de recursos poderão ser também avaliados através de comparações com os demais

administradores de recursos de investidores institucionais em atividade no país. Essa avaliação será

efetuada analisando a relação risco/retorno dos fundos da Funepp em comparação com outros fundos de

estratégia semelhante. A Funepp pode contratar consultoria especializada para o auxílio na avaliação dos

gestores e acompanhamento da gestão de investimentos.

O Comitê de Investimentos realizará reuniões periódicas de acompanhamento de gestão, nas quais

poderá haver participação dos gestores que deverão se reportar quanto à estratégia passada e se

manifestar em relação às expectativas futuras.