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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS SOCIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
POLÍTICAS EDUCACIONAIS E A QUESTÃO DO MEIO AMBIENTE
O RECONHECIMENTO DA IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
MARCOS ANTONIO DINIZ
PROFESSORA ORIENTADORA: FABIANE MUNIZ
RIO DE JANEIRO
Outubro/2002
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS SOCIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
POLÍTICAS EDUCACIONAIS E A QUESTÃO DO MEIO AMBIENTE
O RECONHECIMENTO DA IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIETAL
Monografia apresentada como requisito parcial para
a conclusão do curso de Pós-Graduação Lato Sensu
em Docência do ensino superior para disciplina de
metodologia da Pesquisa.
Por: Marcos Antonio Diniz
Professora Orientadora: Fabiane Muniz
RIO DE JANEIRO
Outubro/2002
3
Agradeço a todos que direta e indiretamente
contribuíram para a execução desta pesquisa.
4
Dedico este trabalho de pesquisa a todos aqueles
que estão envolvidos no processo ensino-
aprendizagem e que acredita numa proposta de
mudança no comportamento ambiental ao meio
de tantos desafios do mundo contemporâneo
5
“Nosso desafio é duplo. Por um lado, trata-se de
destruir e combater esta nova retórica que se
expande de forma bastante envolvente, com
força. implacável do senso comum dominante.
Por outro lado, trata-se de construir um novo
sentido que leve a qualidade da educação do
status de direito inalienável que corresponde à
cidadania, sem nenhum tipoe restrição ou
segmentação de caráer mercantil.”
(Gentili)
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 07 CAPÍTULO I ANTECEDENTES HISTÓRICOS ............................................................. 09 CAPÍTULO II REFLEXÔES SOBRE A POLÍTICA AMBIENTAL E O MEIO AMBIENTE .......................................................................................................................
12
II.1 O meio ambiente como tema transversal na educação................................................. 12 II.2 O papel do educador no contexto ambiental ............................................................... 16 II.3 Por que uma Educação Ambiental? ............................................................................ 19 CAPÍTULO III POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – PNEA ..... 24 III.1 Ações .......................................................................................................................... 25 III.2 Institucionalização da Educação Ambiental .............................................................. 25 III.3 Informação ................................................................................................................. 26 III.4 Articulação ................................................................................................................. 27 III.5 Formação de Professores .......................................................................................... 28 CAPÍTULO IV. PARÂMETROS CURRICULARES E O MEIO AMBIENTE .............. 29 4.1 Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA .................................................... 30 CAPÍTULO V EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A AGENDA 21 ...................................... 31 V.1 Objetivos ..................................................................................................................... 32 V.2 Atividades ................................................................................................................... 33 V.3 Meios de Implementação ............................................................................................ 37 V.4 Aumento da conscientização pública .......................................................................... 38 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 44
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INTRODUÇÃO
A monografia em questão tem como tema as Políticas Educacionais e a questão
ambiental como sendo grandes desafios para as escolas.
Tendo em vista as dificuldades das comunidades escolares ao acesso às leis ambientais
sancionadas nas esferas políticas (federais, estaduais e municipais) e no que tange,
principalmente a área educacional, entendida como a capacidade de interpretação crítica da
questão ambiental e sua inserção como agente transformador e multiplicador de valores e
ações, o trabalho em pauta justifica-se pela falta daquele acesso. Este trabalho, então, visa
contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos a decidir e a atuar na realidade
sócio ambiental de modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da
sociedade local e global.
Explanada a justificativa para a escolha do assunto, o objetivo deste trabalho é
promover a integração entre os diversos segmentos das políticas educacionais direcionadas às
comunidades escolares, na busca de uma educação de qualidade e contextualizada,
contribuindo, assim para a formação de um cidadão mais crítico politizado, participativo,
diagnosticador, investigador e consciente de sua atuação para um mundo melhor. Um outro
objetivo é regatar valores morais, sociais , políticos e a questão da identidade, como princípios
fundamentais para a melhoria da qualidade de vida.
Espera-se, como hipótese, que a comunidade escolar seja capaz de praticar os valores
da convivência com o meio ambiente, respeitando decisões políticas e intervindo quando
necessário, aperfeiçoando as relações, aumentando a participação política e valorizando a
questão do meio ambiente como parte integrante do nosso espaço.
Entende-se que para que esta hipótese torne-se verdadeira, é necessário que a
Educação Ambiental seja valorizada nas escolas, em todos os ciclos do ensino fundamental e
no ensino médio, como meio de, como já mencionado, garantir uma maior conscientização
política e de cidadania por parte da população, cujo aprendizado otimizará a sua participação
nas decisões concernentes ao melhoramento ambiental de sua comunidade, bairro e cidade.
Definida e recomendada mundial e nacionalmente pelos órgãos competentes oficiais e
da sociedade civil, a Educação Ambiental (EA) tem-se inserido em nossa sociedade através de
programas e/ou projetos desenvolvidos na escola por meio de ações implantadas pelos
professores junto às suas turmas, através de programas desenvolvidos por empresas,
organizações não governamentais (ONGs) e instituições ligadas ao poder público seja na
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esfera municipal, estadual ou federal, ou ainda, de forma menos percebida, através da
organização de grupos ou comunidades.
Em 1992 o Brasil sediou, no Rio de Janeiro, uma conferência internacional que
marcaria o futuro das políticas ambientais mundiais e nacionais – a Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92). Talvez a maior importância da
Rio-92 para o Brasil tenha sido a atenção dada ao evento pela mídia nacional, o que fez
despertar na população o interesse pelas questões ambientais.
Um dos temas mais falados e discutidos no encontro foi a Educação Ambiental.
Discutia-se como trabalhar a Educação Ambiental em organizações não-governamentais,
como usá-la para realizar eventos de conscientização ecológica, como implementá- la em
cidades, municípios, bairros e comunidades. Falava-se sobre sua importância, sobre os meios
de se chegar a ela, sobre seus princípios e recomendações.
A evolução do conceito de Educação Ambiental esteve diretamente relacionada à
evolução do conceito de meio ambiente e ao modo como este era percebido. O conceito de
meio ambiente, reduzido exclusivamente a seus aspectos naturais, não permitia apreciar as
interdependências nem a contribuição das ciências sociais e outras à compreensão e melhoria
do ambiente humano.
Segundo o Conselho Nacional de Meio Ambiente – 1996 (CONAMA) a EA é um
processo de formação e informação, orientado para o desenvolvimento da consciência crítica
sobre as questões ambientais e de atividades que levem a participação das comunidades na
preservação do equilíbrio ambiental.
Em 1997, por ocasião da Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e
Sociedade: Educação e Conscientização Pública para a Sustentabilidade (Unesco -
Tessalônica, Grécia) , definiu-se como um meio de trazer mudanças de comportamentos e
estilos de vida, para disseminar conhecimentos e desenvolver habilidades na preparação do
público, para suportar mudanças rumo a sustentabilidade oriundas de outros setores da
sociedade.
Minini (2000) mostra que a Educação Ambiental é um processo que consiste em
propiciar às pessoas uma compreensão crítica e global do ambiente, para elucidar valores e
desenvolver atitudes que lhes permitam adotar uma posição consciente e participativa, a
respeito das questões relacionadas com a conservação e adequada utilização dos recursos
naturais, para a melhoria da qualidade de vida e a eliminação da pobreza extrema e
consumismo desenfreado.
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CAPÍTULO I
ANTECEDENTES HISTÓRICOS
A Educação Ambiental é uma prática que só agora começa a ser introduzida de modo
organizado e oficial no sistema escolar brasileiro. Isso não quer dizer que alguns temas
relacionados com o que nos habituamos designar como a questão ambiental já não estivessem
presentes, eventualmente, no corpo programático das disciplinas. Certamente eles estavam,
porém, não organizados sob um recorte abrangente e globalizante, o que vem se configurando
desde os anos 60/70, por força de um conjunto de movimentos em defesa do meio ambiente
que, sem dúvida, logrou sensibilizar parcelas significativas da sociedade e suas respectivas
instituições para a questão ambiental.
A abrangência dessa questão, que desde o início teve vocação transnacional, se
manifestou e se manifesta em uma série de articulações (conferências, fóruns, convenções,
etc.) de caráter internacional, que vêm sedimentando diretrizes e acordos que passaram a
orientar as políticas ambientais nacio-nais. Foi no interior desse movimento que ganhou forma
a idéia de Educação Ambiental e que se estabeleceu que essa prática, além de ser empregada
em vários âmbitos da vida social, também deveria ser introduzida no universo escolar formal
dos países signatários desses acordos internacionais.
Podemos considerar os anos 60/70 como um marco contemporâneo de ascensão dos
movimentos sociais em defesa do meio ambiente. Como todos sabem, a força das
reivindicações e a concretude real dos problemas ambientais funcionaram como uma poderosa
pressão política sobre os Estados nacionais e organismos internacionais, o que acabou
resultando na I Conferência Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento em
Estocolmo, na Suécia, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972. Foi
uma conferência em que compareceram mais de 100 representantes de Estado, o que não
impediu uma participação paralela de cerca de 250 organizações da sociedade civil. Dessa
conferência da ONU resultaram inúmeros estudos e documentos e foi estabelecida uma
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agenda. A partir daí, houve uma sucessão de iniciativas desse tipo, até chegar-se à II
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio
de Janeiro, em 1992.
O principal documento extraído da II Conferência foi a Agenda 21. Trata-se de um
programa recomendado para os governos, agências de desenvolvimento, órgãos das Nações
Unidas, organizações não-governamentais e para a sociedade civil de um modo geral, para ser
colocado em prática a partir de sua aprovação, em 14 de junho de 1992, ao longo do século
21, em todas as áreas em que a atividade humana interfira no meio ambiente. Uma
característica desse documento, que tem caráter abrangente, foi incorporar uma série de
decisões anteriores que vinham sendo tomadas em conferências específicas e temáticas. Tal é
o caso da Conferência Intragovernamental de Tbilisi sobre Educação Ambiental, organizada
pela UNESCO e pelo PNUMA e realizada em 1977. Esta conferência é o referencial
fundamental para a celebração da Educação Ambiental como prática a ser desenvolvida no
cotidiano das sociedades, entendida como instrumento essencial de sensibilização para a
centralidade do meio ambiente nas questões contemporâneas - num sentido mais amplo - e
como prática que busca educar as pessoas para cuidarem melhor do meio ambiente - sendo
esse seu sentido mais restrito.
A Agenda 21 incorporou, junto a outros temas relacionados ao meio ambiente, as
decisões de Tbilisi sobre Educação Ambiental, no seu capítulo 36, que trata da promoção do
ensino, da conscientização e treinamento em relação à questão ambiental. Um dos aspectos
principais das recomendações da Agenda 21 sobre Educação Ambiental refere-se à
reorientação do ensino formal no sentido de incorporá- la, salientando que: "o ensino tem
fundamental importância na promoção do desenvolvimento sustentável e para aumentar a
capacidade do povo para abordar questões de meio ambiente e desenvolvimento. Ainda que o
ensino básico sirva de fundamento para o ensino em matéria de ambiente e desenvolvimento,
este último deve ser incorporado como parte essencial do aprendizado. (...) O ensino é
também fundamental para conferir consciência ambiental e ética, valores e atitudes, técnicas
de comportamentos em consonância com o desenvolvimento sustentável e que favoreçam a
participação pública efetiva nas tomadas de decisão. Para ser eficaz, o ensino sobre o meio
ambiente e desenvolvimento deve abordar a dinâmica do desenvolvimento do meio
físico/biológico e do sócio-econômico e do desenvolvimento humano (que pode incluir o
espiritual), deve integrar-se em todas as disciplinas e empregar métodos formais e informais e
meios efetivos de comunicação."
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Com base nessas recomendações, acordadas em âmbito internacional, o Congresso
Nacional instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental por meio da Lei n.º 9.795 de 27
de abril de 1999. Para o que nos interessa no momento, vale destacar que a lei define que a
presença no ensino formal da Educação Ambiental deve abranger os currículos das
instituições de ensino públicas e privadas, englobando: Educação Infantil; Ensino
Fundamental; Ensino Médio, Educação Superior; Educação Especial; Educação Profissional;
Educação de Jovens e Adultos, todavia - e isso merece toda a atenção - ela não deve ser
implantada como disciplina específica nos currículos.
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CAPÍTULO II
REFLEXÔES SOBRE A POLÍTICA AMBIENTAL E O MEIO AMBIENTE
II.1 O meio ambiente como tema transversal na educação
Num contexto de crise ambiental, torna-se cada vez mais necessária a inserção da
dimensão ambiental nas práticas educativas. A inserção do meio ambiente como um tema
transversal no currículo escolar, impregnando a prática educativa indica a importância do
tratamento interdisciplinar, num processo onde a questão da cidadania assume um papel cada
vez mais desafiador, demandando novos saberes, para apreender questões que se tornam cada
vez mais complexas tendo como meta reforçar seu uso pedagógico e a sua presença em sala
de aula.
A inclusão do tema transversal Meio Ambiente nos currículos, é um passo
significativo que incentiva a Educação Ambiental no ensino formal e está em consonância
com as recomendações e tratados internacionais, que consagraram que a Educação Ambiental
possibilita um
“modo de ver o mundo em que se evidenciam as inter-relações e a interdependência dos diversos elementos na constituição e manutenção da vida. Em termos de educação, essa perspectiva contribui para evidenciar a necessidade de um trabalho vinculado aos princípios da dignidade do ser humano, da participação, da co-responsabilidade, da solidariedade e da eqüidade.” (PCN Temas Transversais- 5ª a 8ªséries, 1998 p:201)
Por sua vez os PCNs e o tema transversal Meio Ambiente assinalam que
“a questão ambiental impõe às sociedades a busca de novas formas de pensar e agir, individual e coletivamente, de novos caminhos e modelos de produção de bens, para suprir necessidades humanas, e relações sociais que não perpetuem tantas desigualdades e exclusão social, e, ao mesmo tempo, que garantam a sustentabilidade ecológica. Isto implica um novo universo de valores no qual a
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educação tem um importante papel a desempenhar.” (PCN Temas Transversais- 5ª a 8ªséries,1998, pág.180)
De uma forma geral a Educação Ambiental pode ser entendida como
“uma ferramenta privilegiada para o estabelecimento de um novo contrato com a natureza baseado em uma conscientização mais profunda, tanto dos elementos que compõe o meio ambiente, onde o homem passe a ser encarado como um elemento chave do contexto ambiental, quando da necessidade de ver o meio ambiente como condição maior da vida” (PCNs Vol. 9)
Foi através da criação do Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA)
aprovado na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano em Estocolmo
(1972) que, pela primeira vez reconheceu-se oficialmente a importância da ação educativa
para as questões ambientais. A partir daí, as outras conferências como Belgrado (1975),
Tbilisi (1977), Moscou (1987) e Rio-92 (1992), ratificaram esse ideal, defendendo o ensino
formal como um dos eixos essenciais para que a Educação Ambiental pudesse ser viabilizada,
insistindo para que fosse incluída nos sistemas educativos de todos os países.
A forma como a Educação Ambiental foi incluída nos PCNs, principalmente em seu
volume 9, reconhece que a escola assume um papel fundamental na formação de cidadãos
ativos e responsáveis, resgatando valores essenciais como a ética, fraternidade e respeito da
vida em geral. Devido a abordagem holística e integradora da Educação Ambiental ela é
trabalhada de forma mais sensível nos PCNs, através da proposição do MEIO AMBIENTE
como tema transversal (PCNs volume 9). A legitimação dessa transversalidade implícita na
temática ambiental representa um passo essencial para que a Educação Ambiental não
continue a ser erroneamente pensada e reduzida na escola a mais uma disciplina da grade
curricular pertencente a Biologia. Os problemas ambientais não se restringem apenas à
proteção da vida, mas a qualidade da mesma. Desse modo, a distribuição desigual de renda, a
injustiça social generalizada decorrentes do modelo de desenvolvimento adotado, a corrida
biológica, o individualismo crescente e os desafios da pluralidade cultural que hoje
caracterizam o mundo globalizado também são encarados como ambientais.
A escolha do MEIO AMBIENTE como um dos seis temas transversais, foi definida de
acordo com 4 critérios básicos.
· urgência social;
· questões de abrangência social;
· possibilidade de ensino (aprendizagem na educação fundamental);
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· favorecimento da compreensão da realidade e da participação social (tomada
de posicionamento frente as questões que interferem na vida coletiva) (PCNs
vol 9, p:23).
Levando em conta esses critérios, não fica difícil entender o porquê dessa inclusão,
tendo em vista a gravidade das questões ecológicas com relação ao momento em que vivemos
e a urgência de formar uma consciência sensível as mesmas para garantir a sobrevivência da
humanidade.
Como formas de inserção no ambiente escolar, considerando inclusive o projeto
educativo de cada escola, os PCNs destacam que por meio da Educação Ambiental se ensina e
se aprende, que essa prática é um elemento indispensável para transformação da consciência
ambiental e que pode levar a mudanças de comportamento, valores e atitudes de cidadania
que podem ter importantes conseqüências sociais, que se pode e se deve estabelecer relações
da escola com a comunidade em que se situa.
Mas, a questão ambiental é trabalhada como um conjunto de temáticas que “não
dizem respeito apenas a proteção da vida no planeta, mas também a melhoria do meio
ambiente e da qualidade de vida das diferentes comunidades,” enfatizando o papel
imprescindível da Educação e da participação popular na resolução de boa parte dos
problemas responsáveis pela crise ambiental, reforçando a necessidade das práticas em
Educação Ambiental de forma espontânea e consciente por parte daqueles que optam por
realizá-las.
Trabalhar de forma transversal significa buscar a transformação de conceitos, a
explicitação de valores e a inclusão de procedimentos, sempre vinculados à realidade
cotidiana da sociedade, de modo que obtenha cidadãos mais participantes.
A apresentação do tema transversal MEIO AMBIENTE nos PCNs se dá em 2 partes
bem definidas:
1o momento procura-se traçar um histórico resumido das conferências e reuniões
mundiais sobre o tema, onde a Educação Ambiental é apontada como elemento chave
para promover novos pontos de vista e deflagrar novas posturas diante da problemática
ambiental.
2o momento discute-se a pedagogia da Educação Ambiental voltada para o ensino
fundamental em termos de conteúdo, critérios de avaliação, práticas e orientações
didáticas fundamentadas nas observações efetivadas na primeira parte.
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Percebe-se através das sugestões teórico-práticas uma tentativa de evidenciar a
necessidade de se educar os futuros cidadãos brasileiros para que assumam suas
responsabilidades e cumpram sua parte na luta planetária por um ambiente mais saudável para
as gerações atuais e futuras.
Inspirada nos documentos das Conferências de Estocolmo (1972), Tbilisi (1977) e Rio
(1992); a Educação Ambiental é definida nos PCNs como uma proposta revolucionária, que
se bem empregada, pode levar “a mudanças de comportamento pessoal e a atitudes e valores
de cidadania que podem ter fortes consequências sociais.”
Os destaques da segunda parte do documento, referentes à seleção de conteúdos e
orientações didáticas para o trabalho de Educação Ambiental, no ensino fundamental, ficam
por conta dos objetivos a serem alcançados tais como:
“conhecimento e compreensão integrada de noções básicas de meio ambiente; adoção de posturas sustentáveis em casa e na escola compatíveis com esta compreensão; observação e análise crítica de fatos e situações ambientais pertinentes ao tema; percepções de fenômenos de causa e efeito na natureza importante para compreensão do meio ambiente e seus diferentes ecossistemas; domínio de procedimentos de conservação e manejo de recursos naturais; percepção e valorização da diversidade natural e sócio-cultural e identificação pessoal como parte integrante do meio ambiente” (id.p.53-54).
Os conteúdos relativos a temática ambiental são:
ciclos da natureza (enfocando o conjunto de interrelações e fluxos presentes na
natureza a partir de uma visão sistêmica);
sociedade meio ambiente (voltado para o estudo das interrelações entre grupos
humanos e as atividades que desenvolvem num determinado espaço);
manejo e conservação ambiental (de cunho mais prático, voltado para análise e
incentivo de práticas que respeitem o meio ambiente e evitem desperdícios) – (PCNs –
Temas Transversais –MEC – p:203).
Esses são três aspectos das questões ambientais: os blocos não são estanques, nem
sequenciais, mas aglutinam conteúdos relativos aos diferentes aspectos que configuram a
problemática ambiental. Eles possibilitam de maneira mais consistente esses determinantes
dos vários ambientes, como eles se configuraram e como poderiam ser modificados.
Entre os conteúdos, os procedimentos merecem atenção especial. Os conteúdos dessa
natureza são aprendidos em atividades práticas. São um “como fazer” que se aprende fazendo,
com orientação organizada e sistemática dos professores. A atuação nessas atividades
favorece tanto as construções conceituais quanto o aprendizado da participação social. Além
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disso, constituem situações didáticas em que o desenvolvimento de atitudes pode ser
trabalhado por meio da vivência concreta e da reflexão sobre ela.
A partir da inclusão da temática ambiental como tema transversal, os PCNs ajudam no
desenvolvimento da Educação Ambiental no âmbito formal, despertando o universo escolar
para a importância da temática, sublinhando a necessidade de participação de todos os
profissionais na escola , dando sua parcela de colaboração, sendo o convívio e a própria sala
de aula, elementos decisivos para a aprendizagem de valores sócio-ambientais. É preciso usar
a criatividade, adaptar, buscar formas de melhor atender as demandas de cada realidade
escolar.
Ao longo dos documentos, a escola é apresentada não apenas como uma instituição
possuidora de poder com possibilidade de intervenção na sociedade, mas também como
aquela que deve garantir meios de se colocar em prática esse trabalho.
Embora atitudes criativas e individualizadas sejam bem vindas, é fundamental um
investimento sério nessa área, onde equipes interdisciplinares de profissionais treinados
possam atuar junto às escolas trabalhando a partir de suas realidades locais.
II.2 O papel do educador no contexto ambiental
A principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir para a
formação de cidadãos conscientes, aptos a decidir e atuar na realidade sócio ambiental de um
modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade, local e global.
Para isso, é necessário que, mais do que informações e conceitos, a escola se proponha a
trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e aprendizagem de
procedimentos. E esse é um grande desafio para a educação.
Assim, a grande tarefa da escola é proporcionar um ambiente escolar saudável e
coerente com aquilo que ela pretende que seus alunos apreendam, para que possa de fato,
contribuir para a formação da identidade como cidadãos conscientes de suas
responsabilidades com o meio ambiente e capazes de atitudes de proteção e melhoria em
relação a ele.
Por outro lado, cabe à escola também garantir situações em que os alunos possam pôr
em prática sua capacidade de atuação. O fornecimento das informações, a explicitação e
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discussão das regras e normas da escola, a promoção de atividades que possibilitem uma
participação concreta dos alunos, desde a definição do objetivo, dos caminhos a seguir para
atingi- los, da opção pelos materiais didáticos a serem usados, dentro das possibilidades da
escola, são condições para a construção de um ambiente democrático e para o
desenvolvimento da capacidade de intervenção na realidade.
O trabalho de Educação Ambiental deve ser desenvolvido a fim de ajudar os alunos a
construírem uma consciência global das questões relativas ao meio para que possam assumir
posições afinadas com os valores referentes à sua proteção e melhoria. Por isso é importante
que possam atribuir significados àquilo que aprendem sobre a questão ambiental. E esse
significado é resultado da ligação que o aluno estabelece entre o que aprende e sua realidade
cotidiana, da possibilidade de estabelecer ligação entre o que aprende e o que já conhece, e
também da possibilidade de utilizar o conhecimento em outras situações. A perspectiva
ambiental oferece instrumentos para que o aluno possa compreender problemas que afetem
sua vida, a de sua comunidade, de seu país e a do planeta.
Muitas das questões políticas, econômicas e sociais são permeadas por elementos
ligados à questão ambiental. Logo, as situações de ensino devem se organizar de forma a
proporcionar oportunidades para que o aluno possa utilizar conhecimento sobre Meio
Ambiente para compreender sua realidade e atuar sobre ela, contextualizando o que foi
aprendido.
O trabalho com a realidade local possui a qualidade de oferecer um universo acessível
e conhecido, passível de ser campo de aplicação de conhecimento, através de assuntos mais
significativos. Portanto para que os alunos possam compreender a complexidade e a
amplitude das questões ambientais, é fundamental oferecer-lhes além da maior diversidade de
experiências, uma visão abrangente que englobe diversas realidades, e ao mesmo tempo, uma
visão contextualizada da realidade ambiental, o que inclui, além do ambiente físico as
condições sociais e culturais.
É fundamental associarmos processos educativos formais às demais atividades de luta
por qualidade de vida e sustentabilidade. São fundamentais projetos que articulem o trabalho
escolar com o trabalho comunitário buscando conhecimento, a reflexão e ação concreta sobre
o ambiente em que se vive.
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A terra que cresce, e não o pseudomundo econômico é o horizonte no qual a virtude
tem de ser redescoberta.
A luta entre o mito do progresso e o mito ecológico criou o espaço para que a
educação ambiental se tornasse, desde 1977, um programa da Organização das Nações
Unidas.
Suas diretrizes básicas, princípios, objetivos e finalidades, foram inicialmente
definidas por ocasião da Primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação
Ambiental, já mencionada anteriormente, com o apoio do Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente - PNUMA.
Os objetivos fundamentais do educador sugeridos por esta Conferência são:
· Sensibilização - Num primeiro momento, o educador ambiental atua para que
indivíduos e grupos sociais adquiram consciência e sensibilidade em relação ao
ambiente e aprendam a identificar problemas. Realização de trilhas e estudos
do meio (urbano ou campestre) são atividades educativas que auxiliam o
educador.
· Conhecimento - Aspecto importante é a transmissão de conhecimento. O
educador propicia ao indivíduo uma compreensão básica do ambiente e seus
problemas. A participação em palestras com especialistas ajuda a entender o
contexto ambiental.
· Formação de atitudes - Outro fundamento importante se refere a formação de
atitudes favoráveis à relação com o meio ambiente e a motivação para
participar na sua proteção e melhoria. Os fumantes, por exemplo, são
conscientes dos males que o cigarro causa à saúde, porém, não têm a
predisposição ou motivação necessária para deixar o vício. Em relação ao meio
ambiente, o papel do educador ambiental é exatamente a de estimular e de
motivar uma intervenção positiva. Essa predisposição, porém, é subjetiva,
influenciada pelos valores pessoais, crenças, conhecimentos e experiências
anteriores.
· Habilidades - Propicia condições para que as pessoas adquiram habilidades
para a solução dos problemas ambientais. De acordo com as circunstâncias, o
educador ensina como aproveitar partes dos alimentos que são jogados no lixo
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(casca, folhas, etc.) ou mostra como fazer compostagem e separação do lixo
inorgânico para a reciclagem e coleta seletiva. É importante frisar que a
educação ambiental deverá, além disso, abordar o problema do consumismo
(de supérfluos, é claro), o desperdício, o papel da publicidade que incentiva o
consumo, os interesses econômicos etc.
· Participação - Nesta fase, as pessoas são incentivadas a assumirem
responsabilidades em escolas, no bairro, no edifício onde mora, na cidade, no
país e no planeta em prol da melhoria da qualidade de vida das gerações
futuras e atuais.
· Capacidade de avaliação - O educador estimula a avaliação constante durante o
processo, o que vai permitir a eficiente condução do projetos educativos.
Seguramente, a mola propulsora para a criação desse programa emergiu de um cenário
mundial em que os poderes da mente sobre a força bruta da natureza aumentaram em escala
quase que infinita, deixando a humanidade, neste final de século, assustada entre visões de
esperança sem limite com relação ao futuro e à realidade dos recursos exauridos da natureza,
em decorrência de nossos prazeres privados e nosso consumo elevado.
2.3 Por que uma Educação Ambiental?
O reconhecimento da necessidade de uma ética global na relação sociedade e meio
ambiente, em realidade, antecedeu àquela conferência, realizada na República da Geórgia, em
1977.
Desde a década de 60, o mundo começou a conviver com movimentos de
reivindicação, nascidos no interior da sociedade civil, sobre a premência de uma abordagem
globalizante na busca de soluções contra o agravamento dos problemas ambientais.
A consciência, por parte de alguns grupos sociais, de que a depredação do ambiente
não afeta somente os seres não-humanos do planeta mas torna-se, também, uma grave ameaça
à vida humana, fez com que pessoas, isoladamente ou através de organizações não-
governamentais, passassem a exigir dos governos das principais nações do mundo, medidas
alternativas em favor da preservação do meio ambiente.
20
Em junho de 1972, durante a realização da Conferência de Estocolmo, que reuniu
representantes de 113 países para a Conferência da ONU sobre o Ambiente Humano, foi
recomendado que deveria ser desenvolvido um programa internacional de Educação
Ambiental com vista a educar o cidadão comum para a compreensão dos mecanismos de
sustentação da vida na terra, como o primeiro passo para o manejo e controle do meio
ambiente.1
Na visão de Freire Dias, o embrião dessa medida foi gerado a partir do relatório
elaborado, em 1968, por um grupo de 30 especialistas de várias áreas, que passaram a se
reunir, regularmente, com a preocupação de discutir a crise atual e futura da humanidade.2
Em decorrência dessas reuniões, o grupo criou o chamado Clube de Roma e publicou
um relatório denominado The limits of growth (Os limites do crescimento econômico), onde
se condenavam, a partir de estudos sobre os modelos de desenvolvimento adotados:
A busca incessante do crescimento da economia a qualquer custo, e a meta de se torná-
la cada vez maior, mais rica e poderosa, sem levar em conta o custo final desse crescimento.3
As várias análises contidas no referido relatório convergiam para o alerta sobre o
perigo do crescente consumo das sociedades modernas, que se mantido no ritmo atual, levaria
a humanidade a um limite de crescimento, possivelmente a um colapso.
Esse relatório, apesar de rejeitado pelos políticos da época, foi levado à Conferência
de Estocolmo, em cujo fórum aprovou-se a Recomendação nº 96 que reconhecia o
desenvolvimento da Educação Ambiental como elemento crítico para o combate à crise
ambiental do mundo moderno.
A partir deste evento, vários movimentos foram articulados na Europa para fortalecer
a Recomendação 96, até que em 1977 ocorreria a reunião que ficou conhecida como a
Conferência de Tbilisi, onde se abriu o espaço definitivo para a consolidação do Programa
Internacional de Educação Ambiental.
Desde então, muita estrada já foi percorrida em direção ao reconhecimento da
premência de se investir em programas e ações que privilegiem o despertar da consciência
humana para a questão ambiental.
Há que se ensinar ao homem que a grande prioridade, neste final de século, não é mais
ter tanto orgulho intelectual pelas conquistas da ciência, e, sim, mais reverência e gratidão
pelo dom da vida. Não é promover, a qualquer custo, a satisfação das ambições humanas, e,
1 FREIRE, Dias Genebaldo. Os quinze anos de educação ambiental no Brasil: um depoimento - Aberto, Brasília, v. 10, n. 49, 3-14, jan./mar. 1991. 2 Id. Ibid. 3 Id. ibid.
21
sim, refletir sobre os perigos de um holocausto ecológico resultante da nossa ação predatória
sobre o meio ambiente.
Já é chegado o tempo de reaprender o antigo acordo com a sabedoria da natureza e
compreender que a vocação de nossa era não deve mais se identificar com a execução de um
poder impiedoso combinado com a força de uma tecnologia puramente racional.
Hoje, mais do que em qualquer época, a humanidade precisa se conscientizar de que
mesmo sendo o homem "a expressão autoconsciente do mundo, não é a principal nem a
única".4
Essa é a razão da necessidade de programas e ações de natureza educativa que
despertem o ser humano para a sua condição de interdependência no planeta e ensinem ao
homem a amar e respeitar a vida, qualquer que seja sua forma de expressão.
Precisamos de uma nova consciência individual que nos conduza em direção a um
projeto pessoal de revisão dos níveis de bem-estar que reivindicamos neste final de século, em
decorrência de nossa sedução à ética da obsolescência planejada e nossa adoração aos estilos
que fazem de nós ávidos consumidores e geradores de montanhas de lixo e resíduos, inclusive
radioativos.
Para tanto, não há como prescindir de um propósito político e de um projeto educativo
comprometidos com o resgate do equilíbrio entre a necessidade social e a ambição pessoal, a
pobreza global e a pobreza nacional, a ação predatória sobre o meio ambiente e o interesse
pela preservação do patrimônio cultural do planeta.
Nessa perspectiva, a educação ambiental precisa ultrapassar os limites da escola
formal e atingir o ser humano onde quer que se encontre, pois o que se busca, em essência, é a
mudança de paradigma nas relações - homem, sociedade e natureza.
Todos os espaços da mídia, da família, do lazer, da cultura, da ciência, do trabalho e
da educação precisam ser contaminados por um novo "vírus" que possa alterar o sistema
social e psicológico que levou nosso século a gastar a herança das gerações futuras.
Esse "vírus", que precisa se alojar na consciência individual e coletiva do ser humano,
deve conter o embrião de uma nova ética planetária comprometida com a erradicação da
pobreza, da fome, da poluição, da opressão humana, da degradação ambiental, para que todos
os recursos da natureza possam ser utilizados com equilíbrio e respeito à fragilidade da Terra,
e de forma a beneficiar toda a humanidade.
Uma das vias de disseminação desse "vírus" é, sem dúvida, a Educação Ambiental, na
medida em que seus princípios, valores, objetivos e estratégias possam ser enfocados através
4 BOFF, Leonardo. Por uma ecologia de libertação. Ecologia e Desenvolvimento, Rio de Janeiro, ano 1, n. 12, 61-63, fev. 1992.
22
de uma abordagem transdisciplinar, que transcenda o espaço escolar e seja concebida como
um processo contínuo de formação para a cidadania, dirigido a todos os grupos sociais de
diferentes faixas etárias e categorias profissionais.
Nesse sentido, a Educação Ambiental expande-se para além de sua dimensão
pedagógica, para se transformar num instrumento de ampliação da consciência humana e
social, tão necessária à percepção da interdependência econômica, política e ecológica do
mundo moderno.
Eis por que não estamos tratando apenas de mais uma disciplina a ser incorporada aos
currículos escolares, tampouco de novos conteúdos a serem introduzidos nas programações
das diversas disciplinas.
Mais do que isso, trata-se de proporcionar a todas as pessoas a possibilidade de
adquirir informações e conhecimentos sobre a complexidade do equilíbrio ecológico; a
necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente; o sentido dos valores; a importância de
novas formas de conduta dos indivíduos frente à exploração sem limites dos recursos naturais;
a dimensão da pobreza social resultante do mau uso e da má distribuição desses recursos e
sobre o porquê da urgência na criação de uma ética que honre a natureza, respeite a
fragilidade da Terra, preserve a comunidade dos seres vivos e reverencie a própria espécie
humana.
É bem verdade que ainda não encontramos a coragem necessária para nos
comprometermos com um projeto secular de mudança no estilo das relações políticas e
econômicas, entre as nações do mundo, e na forma de inserção do ser humano no meio
ambiente.
Não há, no homem contemporâneo, uma predisposição interna para abrir mão do estilo
de vida altamente consumista e predador que escolheu para viver nos últimos tempos.
Portanto, não são apenas nossas ações que precisam mudar. Nosso nível de
consciência planetária e nossa identidade psicológica com uma cultura de consumo também
têm de mudar.
Se o sentido essencial de pertencer à comunidade global do planeta não calar fundo na
mente e no coração da pessoa humana, se não mudar nossa percepção do que significa a
interdependência e a inter-relação de todas as coisas, se não mudar nossa compreensão do que
significa ser um homem, se não modificar o que admiramos e o que ambicionamos ter,
certamente não haverá futuro no horizonte dos filhos de nossa era.
Eis o grande compromisso da Educação Ambiental: informar, esclarecer,
conscientizar, convocar, questionar, denunciar, sensibilizar e contribuir para mudar a estrutura
23
de base do ser humano que, segundo Boff, "não é a razão, mas a afetividade, o coração, o
êxtase, a compaixão, a perspectiva da totalidade".5
Efetivamente, precisamos nos redimir do estigma de uma civilização que aprendeu a
devorar tudo que constitui fonte de energia e de vida.
Os programas de Educação Ambiental, no cenário conturbado do mundo neste final de
século, devem ser vistos como mais um esforço para se resgatar - pela via da educação em seu
sentido mais amplo e com a cumplicidade de diferentes agentes sociais - todo o conhecimento
necessário à construção de uma ponte, por menor que seja, mas que volte a unir homem,
sociedade e natureza na perspectiva de um novo amanhã.
5 Id. ibid
24
CAPÍTULO III
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL - PNEA
Sancionada pelo presidente Fernando Henrique, em 27 de abril de 1999, a Lei No
9795 "Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação
Ambiental e dá outras providências." O Projeto de Lei, proposto pelo deputado federal Fábio
Feldmann, reconhece, enfim, a educação ambiental como um componente urgente, essencial e
permanente em todo processo educativo, formal e/ou não-formal, como orientam os Artigos
205 e 225 da Constituição Federal.
A Política Nacional de Educação Ambiental é uma proposta programática de
promoção da educação ambiental em todos os setores da sociedade. Diferente de outras Leis,
não estabelece regras ou sanções, mas estabelece responsabilidades e obrigações.
Ao definir responsabilidades e inserir na pauta dos diversos setores da sociedade, a
Política Nacional de Educação Ambiental institucionaliza a educação ambiental, legaliza seus
princípios, a transforma em objeto de políticas públicas, além de fornecer à sociedade um
instrumento de cobrança para a promoção da educação ambiental.
Finalmente, a Política de Educação Ambiental legaliza a obrigatoriedade de trabalhar
o tema ambiental de forma transversal, conforme foi proposto pelos Parâmetros e Diretrizes
Curriculares Nacionais. Durante um ano a Câmara Técnica de Educação Ambiental do
CONAMA. , na época, presidida pela COEA/MEC discutiu propostas para regulamentação da
Lei. Em 25 de junho de 2002 foi assinado pelo Presidente da República a Regulamentação da
Lei nº 9795 pelo Decreto 4.281.
25
III.1 Ações
Para alcançar sua missão, a Coordenação Geral de Educação Ambiental – COEA,
segundo orientações da Política Nacional de Educação Ambiental – Lei Nº 9795/99, definiu
duas linhas de ações prioritárias:
Projetos de Educação Ambiental no convívio escolar
Inserção de temas do meio ambiente nas disciplinas do ensino fundamental – PCN em
Ação de Meio Ambiente.
Estas linhas de ações se apoiam em quatro estratégias básicas
III.2 Institucionalização da Educação Ambiental
Esta estratégia busca universalizar a Educação Ambiental no ensino fundamental,
concretizando sua presença nas escolas. Para atingir este objetivo, é importante garantir a
continuidade e a permanência das ações conforme Artigo 2º da Lei 9795/99 “A Educação
Ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar
presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em
caráter formal e não-formal”. Assim, a institucionalização significa também garantir a
coerência e a continuidade no comprometimento do Ministério da Educação – MEC para as
ações de Educação Ambiental.
Algumas ações:
· Meio ambiente nas áreas de conhecimento: está sendo definido por meio do PCN em
Ação de meio ambiente e busca incorporar este tema ao cotidiano escolar por
intermédio das disciplinas.
· Definição de diretrizes para elaboração de projetos em educação ambiental: propor
parâmetros e indicadores para elaboração de projetos procurando enquadrar seus
objetivos e ações ao projeto educativo da escola.
· Avaliação e orientação de projetos: dar assistência técnica quanto ao encaminhamento
e execução de projetos em educação ambiental, procurando sempre contextualizá- los
26
dentro dos referenciais propostos pela política da Secretaria de Educação Fundamental
do MEC.
· Prêmio Qualidade de Educação Ambiental no Ensino Fundamental: tem por objetivo
estimular e incentivar as instituições governamentais e não-governamentais a
desenvolverem projetos de educação ambiental no ensino formal, procurando
identificar e divulgar experiências bem sucedidas e promover a troca de informações
nas estratégias desenvolvidas.
· Grupo de trabalho de meio ambiente: considerando que a educação ambiental envolve
todos os níveis e modalidades de ensino, foi criado um grupo de trabalho com
representantes de todas as Secretarias do MEC para ampliar e institucionalizar as
discussões referente às iniciativas e às políticas de educação ambiental no ensino
formal.
· Política de educação ambiental do Ministério da Educação: a COEA está num
processo de definição da Política de Educação Ambiental e ela conta com a ajuda de
especialistas, parceiros, secretarias estaduais e municipais de educação. Os eventos
promovidos pela COEA fazem parte deste processo.
III.3 Informação
A produção e disponibilização das informações ambientais, a difusão de
conhecimentos, tecnologias, montagem de banco de dados são as atividades vinculadas à
educação ambiental, dispostas no Artigo 8º da Lei Nº 9795/99.
A garantia da democratização de informações na área de educação ambiental proporciona
conteúdos de qualidade, fornece igualdade de acesso ao conhecimento e contribui para
capacitar profissionais de educação ambiental no ensino formal.
Algumas ações:
· Banco de dados: todas as informações sobre educação ambiental da COEA estão
sendo sistematizadas e serão armazenadas num banco de dados como instrumento do
projeto diagnóstico da educação ambiental no Brasil.
· Produção de materiais: a produção de folder institucional, a publicação da oficina
Panorama da Educação Ambiental no Brasil, da Lei n.º 9795/99 que institui a Política
27
Nacional de Educação Ambiental e sua regulamentação, dos PCN em Ação de Meio
Ambiente e Manual para Elaboração de Projetos de Educação Ambiental.
· Home-Page da COEA: disponibiza na Internet dentro da página da Secretaria de
Ensino Fundamental – SEF, programas, documentos de referência, sites para
pesquisas, a Lei nº 9795/99, o processo de regulamentação da Lei N.º 9795/99,
principais eventos e outras informações pertinente à educação ambiental.
· Participação no programa Salto para o Futuro, produzido pela TV Escola e uma
teleconferência produzida pela TV Executiva do MEC.
III.4 Articulação
A articulação institucional é uma das atribuições da COEA, como instituição federal,
que garante a participação e o trabalho articulado dos parceiros, estimulando a cooperação
entre as diversas regiões e instituições do país como proposto pela Lei n.º 9795/99.
Algumas ações:
· Atendimento às demandas das Secretarias de Educação – SEDUCs e Secretarias de
Municipais de Educação – SEMEDs: proporciona um intercâmbio de cooperação
cujos resultados são efetivados e sentidos na escola.
· Grupo Trabalho de Meio Ambiente do MEC: criado pela Portaria Nº 1648/99 com a
finalidade de estudar medidas que visem implantar a Política Nacional de Educação
Ambiental, envolvendo todas as Secretarias do MEC.
· Câmara Técnica de Educação Ambiental do CONAMA: é uma das Câmara Técnicas
do Conselho Nacional de Meio Ambiente onde o MEC tem a Presidência. É um fórum
de discussão com poder de deliberação relativo à educação ambiental, que congrega
representantes de instituições governamentais e não-governamentais de meio ambiente
e representantes da sociedade civil.
· Oficinas: foi realizado um encontro em março de 2000 reunindo especialistas em
educação ambiental para discutir e avaliar o panorama da educação ambiental no
Brasil, enfocando a capacitação e projetos de Educação Ambiental.
28
· Seminário Nacional de Educação Ambiental: será realizado em agosto de 2000,
contará com a participação de professores e de representantes das secretarias estaduais
e municipais de educação. Tem por objetivo discutir as diretrizes políticas da COEA, a
Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA e proporcionar troca de
experiências de professores que trabalham com projetos de educação ambiental.
· Parcerias para eventos e projetos:
Ministério do Meio Ambiente: realização da Conferência Nacional de Educação
Ambiental e curso de educação ambiental à distância.
UNESCO e Instituto Brasil de Educação Ambiental: realização do projeto de avaliação da
educação ambiental no ensino formal no Brasil, que resultará em uma publicação.
SOS Amazônia e secretaria estadual de educação do Acre: organização não-
governamental que trabalha com capacitação de professores e gestão ambiental escolar
nos municípios do Parque Nacional da Serra do Divisor e da cidade de Rio Branco.
Comissão Pró-Índio, Organizações dos Estados Americanos – OEA (em discussão):
projeto de cooperação técnica para realizar cursos de formação continuada de educação
ambiental para professores e promover a gestão ambiental em escolas isoladas.
ANEEL e Eletrobrás – PROCEL nas escolas.
III.5 Formação de Professores
A formação continuada para professores do ensino fundamental é a política básica da
Secretaria de Educação Fundamental - SEF, prevista na LDBN (Artigo 67, II). A
PNEA enfatiza a formação continuada como uma das estratégias fundamentais para
implantação da educação ambiental (Artigo 8º parágrafo 2º, I).
Algumas ações
· Os PCNs em ação de Meio Ambiente (ver projeto);
· Curso de educação ambiental à distância em parceria com o Ministério de Meio
Ambiente e Universidade Federal de Santa Catarina;
· PROCEL nas escolas ( ver projeto);
· Educação ambiental em escolas isoladas (projeto em discussão).
29
CAPÍTULO IV
PARÂMETROS CURRICULARES E O MEIO AMBIENTE
O MEC, por meio da Secretaria de Educação Fundamental – SEF – lançou em
1997/1998 os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs – para o ensino fundamental,
estabelecendo uma referência de qualidade para a construção do conteúdo dos currículos de
acordo com as diferentes realidades locais. A novidade dos PCNs é a inclusão dos Temas
Transversais na proposta curricular, concretizando as recomendações dos documentos
internacionais de EA e da Política Nacional de Educação Ambiental, de incorporar o tema
ambiental de modo transversal às diversas disciplinas.
Esse é o principal projeto da COEA cujo objetivo é a inserção do tema Meio Ambiente
nas disciplinas do ensino fundamental. A constatação dessa lacuna nas áreas do
conhecimento impulsionou a elaboração dos PCNs em Ação de Meio Ambiente. Esse
documento poderá ser referência para o trabalho do professor quer seja nos cursos de
formação continuada, quer seja na sala de aula.
O PCN em Ação de Meio Ambiente demostra as possibilidades de transversalizar a
temática ambiental a partir de exemplos concretos vividos em situações cotidianas. Por meio
de propostas de atividades, o PCN em Ação mostra que as diversas disciplinas têm acréscimos
a fazer ao entendimento do tema ambiental e possibilita um convívio harmonioso com o
conhecimento científico das disciplinas de base .Transversalizando conteúdos e atitudes,
espera-se como resultado tomadas de posição dos professores, alunos e escola, diante das
demandas e à problemáticas ambientais.
30
IV.1 Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA
Uma das responsabilidades inerentes à COEA é a implantação da Política Nacional de
Educação Ambiental. A Coordenação participou do processo de discussão para definição do
Decreto de Regulamentação da PNEA no CONAMA. Atualmente a COEA está
acompanhando o parecer do Conselho Nacional de Educação - CNE sobre a regulamentação.
O próximo passo será definir as diretrizes de implantação da PNEA. A definição da Política
de Educação Ambiental do MEC estará em consonância com a PNEA .
31
CAPÍTULO V
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A AGENDA 21
A Agenda 21 é um programa de ações recomendado para todos os países nas suas
diversas instâncias e setores para colocarem em prática a partir da data de sua aprovação – 14
de junho de 1992 e ao longo de todo século 21. A seguir reproduzimos o capítulo referente à
educação que propõe um esforço global para fortalecer atitudes, valores e ações que sejam
ambientalmente saudáveis e que apóiem o desenvolvimento sustentável por meio da
promoção do ensino, da conscientização e do treinamento.
O ensino, o aumento da consciência pública e o treinamento estão vinculados
virtualmente a todas as áreas de programa da Agenda 21 e ainda mais próximas das que se
referem à satisfação das necessidades básicas, fortalecimento institucional e técnico, dados e
informações, ciência e papel dos principais grupos. Este capitulo formula propostas gerais,
enquanto que as sugestões especificas relacionadas com as questões setoriais aparecem em
outros capítulos. A Declaração e as Recomendações da Conferência Intergovernamental de
Tbilisi sobre Educação Ambiental, organizada pela UNESCO e o PNUMA e celebrada em
1977, ofereceram os princípios fundamentais para as propostas deste documento.
As áreas de programas descritas neste capítulo são:
- Reorientação do ensino no sentido do desenvolvimento sustentável;
- Aumento da consciência pública;
- Promoção do treinamento.
Áreas de Programa a) Reorientação do ensino no sentido do desenvolvimento sustentável Base para a Ação
32
O ensino, inclusive o ensino formal, a conscientização pública e o treinamento devem ser
reconhecidos como um processo pelo qual os seres humanos e as sociedades podem
desenvolver plenamente suas potencialidades. O ensino tem fundamental importância na
promoção do desenvolvimento sustentável e para aumentar a capacidade do povo para
abordar questões de meio ambiente e desenvolvimento. Ainda que o ensino deve ser
incorporado como parte essencial do aprendizado. Tanto o ensino formal como o informal são
indispensável para modificar a atitude das pessoas, para que estas tenham capacidade de
avaliar os problemas do desenvolvimento sustentável e abordá- los. O ensino é também
fundamental para conferir consciência ambiental e ética, valores e atitudes, técnicas e
comportamentos em consonância com o desenvolvimento sustentável e que favoreçam a
participação pública efetiva nas tomadas de decisão. Para ser eficaz, o ensino sobre o meio
ambiente e desenvolvimento deve abordar a dinâmica do desenvolvimento do meio
físico/biológico e do sócio econômico e do desenvolvimento humano (que pode incluir o
espiritual) deve integrar-se em todas as disciplinas e empregar métodos formais e meios
efetivos de comunicação.
5.1 Objetivos
Reconhecendo-se que os países e as organizações regionais e internacionais determinarão
suas próprias prioridades e prazos para implementação, em conformidade com suas
necessidades, políticas e programas, os seguintes objetivos são propostos:
a. Endossar as recomendações da Conferência Mundial sobre Ensino para todos:
Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem (Jomtien, Tailândia, 5 a 9 de
março de 1990), procurar assegurar o acesso uni8versal ao ensino básico, conseguir,
por meio de ensino formal e informal, que pelo menos 80 por cento das meninas e 80
por cento dos meninos em idade escolar terminem a escola primária, e reduzir a taxa
de analfabetismo entre os adultos ao menos pela metade de seu valor de 1990. Os
esforços devem centralizar-se n a redução dos altos de analfabetismo e na
compensação da falta de oportunidades que têm as mulheres de receber ensino básico,
para que seus índices de alfabetização venham a ser compatíveis com os dos homens;
b. Desenvolver consciência do meio ambiente e desenvolvimento em todos os setores da
sociedade em escala mundial e com a maior brevidade possível;
33
c. Lutar para facilitar o acesso à educação sobre meio ambiente e desenvolvimento,
vinculada à educação social, desde a idade escolar primária até a idade adulta em
todos os grupos da população;
d. Promover a integração de conceitos de ambiente e desenvolvimento, inclusive
demografia,, em todos os programas de ensino, em particular a análise das causas dos
principais problemas ambientais e de desenvolvimento em um contexto local,
recorrendo para isso às melhores provas científicas disponíveis e a outras fontes
apropriadas de conhecimentos, e dando especial atenção ao aperfeiçoamento do
treinamento dos responsáveis por decisões em todos os níveis.
V.2 Atividades
Reconhecendo-se que os países e as organizações regionais e internacionais determinarão
suas próprias prioridades e prazos para implementação, em com suas necessidades, políticas
programas, as seguintes atividades são propostas:
a. Todos os países são incentivados a endossar as recomendações da Conferência de
Jomtien e a lutar para assegurar sua estrutura de ação. Essa atividade deve
compreender a preparação de estratégias e atividades nacionais para satisfazer as
necessidades de ensino básico, universalizar o acesso e promover a equidade, ampliar
os meios e o alcance do ensino, desenvolver um contexto de política de apoio,
mobiliza recursos e fortalecer a cooperação internacional para compensar as atuais
para compensar as atuais disparidades econômicas, sociais e de gênero que interferem
no alcance desses objetivos. As organizações não-governamentais podem dar um
importante contribuição para a formulação e implementação de programas
educacionais e devem ser reconhecidas;
b. Os Governos devem procurar atualizar ou preparar estratégias destinadas a integrar
meio ambiente e desenvolvimento como tema interdisciplinar ao ensino de todos os
níveis nos próximos três anos. isso deve ser feito em cooperação com todos os setores
da sociedade. Nas estratégias devem-se formular políticas e atividades identificar
necessidades, custos, meios e cronogramas para sua implementação, avaliação e
revisão. Deve-se empreender uma revisão exaustiva dos currículos para assegurar um
34
abordagem multidisciplinar, que abarque as questões de meio ambiente e
desenvolvimento e seus aspectos e vínculos sócio-culturais e demográficos. Deve-se
respeitar devidamente as necessidades definidas pela comunidade e os sistemas de
conhecimentos, inclusive a ciência e a sensibilidade cultural e social;
c. Os países são incentivados a estabelecer organismos consultivos nacionais para a
coordenação da educação ecológica ou mesas redondas representativas de diversos
interesses, tais como o meio ambiente, , o desenvolvimento, o ensino, a mulher, e
outros, e das organizações não-governamentais, com o fim de estimula parcerias,
ajudar a mobilizar recursos e criar uma fonte de informação e de coordenação para a
participação internacional. Esses órgãos devem ajudar a mobilizar os diversos grupos
de população e comunidades e facilitar a avaliação por eles de suas próprias
necessidades e desenvolver as técnicas necessárias para elaborar e por em prática suas
próprias iniciativas sobre meio ambiente e desenvolvimento;
d. Recomenda-se que as autoridades educacionais, com a assistência apropriada de
grupos comunitários ou de organizações não governamentais, colaborem ou
estabeleçam programas de treinamento prévio e em serviço para todos os professores,
administradores e planejadores educacionais, assim como para educadores informais
de todos os setores, considerando o caráter e os métodos de ensino sobre meio
ambiente e desenvolvimento e utilizando a experiência pertinente das organizações
não governamentais;
e. As autoridades pertinentes devem assegurar que todas as escolas recebam ajuda para a
elaboração de planos de trabalho sobre as atividades ambientais, com a participação
dos estudantes e do pessoal. As escolas devem estimular a participação dos escolares
nos estudos locais e regionais sobre saúde ambiental, inclusive água potável,
saneamento, alimentação, e os ecossistemas e nas atividades pertinentes, vinculando
esse tipo de estudo com os serviços e pesquisas realizadas em parques nacionais,
reservas de fauna e flora , locais de herança ecológica, etc;
f. As autoridades educacionais devem promover métodos educacionais de valor
demonstrado e desenvolvimento de métodos pedagógicos inovadores para sua
aplicação prática. Devem reconhecer também o valor dos sistemas de ensino
tradicional apropriados nas comunidades locais;
g. Dentro dos próximos dois anos, o Sistema da Nações Unidas deve empreender uma
revisão ampla de seus programas de ensino, compreendendo treinamento e
conscientização pública, com o objetivo de reavaliar prioridades e realocar recursos. O
35
programa Internacional de educação Ambiental da UNESCO e do PNUMA, em
colaboração com os órgãos pertinentes do sistema das Nações Unidas, os Governos, as
.organizações não governamentais e outras entidades, devem estabelecer um programa
em um prazo de dois anos, para integrar as decisões da Conferência à estrutura
existente das Nações Unidas, adaptado para as necessidades de educadores de
diferentes níveis e circunstâncias. As organizações regionais e as autoridades
nacionais devem ser estimuladas a elaborar programa e oportunidades paralelos
análogos, analisando a maneira de mobilizar os diversos setores da população para
avaliar e enfrentar suas necessidades em matéria de educação sobre meio ambiente e
desenvolvimento;
h. É necessário fortalecer, em um p0razo de cinco anos, o intercâmbio de informação por
meio do melhoramento da tecnologia e dos meios necessários para promover a
educação sobre meio ambiente e desenvolvimento e a conscientização pública. Os
países devem cooperar entre si e com os diversos setores sociais e grupos de
população para preparar instrumentos educacionais que abarquem questões e
iniciativas regionais sobre o meio ambiente e desenvolvimento, utilizando materiais e
recursos de aprendizagem adaptados às suas próprias necessidades;
i. Os países podem apoiar as universidade e outras atividades terciárias e de redes para
educação ambiental e desenvolvimento. Devem- se oferecer a todos os estudantes
cursos interdisciplinares. As redes e atividades regionais e ações de universidades
nacionais que promovem a pesquisa e abordagens comuns de ensino em
desenvolvimento sustentável devem ser aproveitadas e devem –se estabelecer novos
parceiros e vínculos com os setores empresariais e outros setores independentes, assim
como com todos os países, tendo em vista o intercâmbio de tecnologias, conhecimento
técnico-científico e conhecimentos em geral;
j. Os países, com a assistência de organizações internacionais, organizações não
governamentais e outros setores, podem fortalecer ou criar centros nacionais ou
regionais de excelências para pesquisa e ensino interdisciplinar nas ciências de meio
ambiente e desenvolvimento, direito e manejo de problemas ambientais específicos.
Estes Centros podem ser universidades ou redes existentes em cada país ou região, que
promovam a cooperação na pesquisa e difusão da informação. No plano mundial,
essas funções devem ser desempenhadas por instituições apropriadas;
k. Os paises devem facilitar e promover atividades de ensino informal nos planos local,
regional e nacional por meio da cooperação e apoio dos educadores informais e de
36
outras organizações baseadas na comunidade. Os órgãos competentes do Sistema das
Nações Unidas, em colaboração com as organizações não governamentais, devem
incentivar o desenvolvimento de uma rede internacional para alcançar os objetivos
mundiais par o ensino. Nos foros públicos e acadêmicos dos planos nacional e local
devem-se examinar as questões de meio ambiente e desenvolvimento e sugerir opções
sustentáveis aos responsáveis por decisões;
l. As autoridades educacionais, com a colaboração apropriada das organizações não
governamentais, inclusive as organizações de mulheres e de populações indígenas,
devem promover todo tipo de programas de educação de adultos para incentivar a
educação permanente sobre meio ambiente e desenvolvimento, utilizando como base
de operação as escolas primárias e secundárias e centrando-se nos problemas locais.
Estas autoridades e a industria devem estimular as escolas de comércio, industria, e
agricultura para que incluam temas dessa natureza em seus currículos. O setor
empresarial pode incluir o desenvolvimento sustentável em seus programas de ensino
e treinamento. Os programas de pós-graduação devem incluir cursos especialmente
concebidos para treinar os responsáveis por decisões;
m. Governos e autoridades educacionais devem promover oportunidades para a mulher
em campos não tradicionais e eliminar dos currículos os estereótipos de gênero. Isso
pode ser feito por meio da melhoria das oportunidades de inscrição e incorporação da
mulher, como estudante ou instrutora, em programas avançados, reformulação das
disposições de ingresso e normas de dotação de pessoal docente e criação de
incentivos para estabelecer serviços de creche, quando apropriado.deve-se dar
prioridade à educação das adolescentes e a programas de alfabetização da mulher;
n. Os governos devem garantir por meio de legislação, se necessário, o direito das
populações indígenas a que sua experiência e compreensão sobre o desenvolvimento
sustentável desempenhe um papel no ensino e no treinamento;
o. As Nações Unidas podem manter um papel de monitoramento e avaliação em relação
as decisões da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento sobre educação e conscientização por meio de agências pertinentes
das Nações Unidas. Em coordenação com os Governos e as organizações
governamentais, quando apropriado, as Nações Unidas devem apresentar e difundir as
decisões sob diversas formas e assegurar a constante implementação e revisão das
conseqüências educacionais das decisões da Conferência , em particular por meio da
celebração de atos e conferências pertinentes.
37
V.3 Meios de Implementação O Secretariado da Conferência estimou o custo total anual médio (1993 – 2000) da
implementação das atividades deste programa em cerca de $8 a $9 bilhões de doláres,
inclusive cerca de $3.5 a $4.5 bilhões de doláres a serem providos pela comunidade
internacional em termos concessionais ou de doações. Estas são estimativas apenas
indicativas e aproximadas não revisadas pelos Governos. Os custos reais e os termos
financeiros, inclusive os não concessionais, dependerão, inter alia, das estratégias e programas
específicos que os governos decidam adotar para a implementação.
Considerando-se a situação especifica de cada pais, pode-se dar mais apoio às atividades
de ensino, treinamento conscientização relacionadas com meio ambiente e desenvolvimento,
nos casos apropriados, por meio de medidas como as que se seguem:
a. Dar alta prioridade a esses setores nas alocações orçamentarias, protegendo-os das
exigências de cortes estruturais;
b. Nos orçamentos já estabelecidos para o ensino, transferir créditos para o ensino
primário com foco em meio ambiente e desenvolvimento;
c. Promover condições em que as comunidades locais participem mais dos gastos e as
comunidades mais ricas ajudem as mais pobres;
d. Obter fundos adicionais de doadores particulares para concentrá-los nos países mais
pobres e naqueles em que a taxa de alfabetização esteja abaixo dos 40 por cento;
e. Estimular a conversão da divida em atividades de ensino;
f. Eliminar as restrições sobre o ensino privado e aumentar o fluxo de fundos de e para
organizações não-governamentais, inclusive organizações populares de pequena
escala;
g. Promover a utilização eficaz das instalações existentes, por exemplo, com vários
turnos em uma escola, aproveitamento pleno das universidade abertas e outros tipos de
ensino à distância;
h. Facilitar dos meios de comunicação de massa, de forma gratuita ou barata, para fins de
ensino;
i. Estimular as relações de reciprocidade entre as universidades de países desenvolvidos
e em desenvolvimento.
38
V.4 Aumento da conscientização pública
Ainda há muito pouco consciência da inter-relação existente entre todas as atividades
humanas e o meio ambiente devido à insuficiência ou inexatidão da informação. Os países em
desenvolvimento, em particular, carecem da tecnologia e dos especialistas competentes. É
necessário sensibilizar o público sobre os problemas de meio ambiente e desenvolvimento,
fazê-lo participara de suas soluções fomentar o senso de responsabilidade pessoal em relação
ao meio ambiente e uma maior motivação e dedicação em relação ao desenvolvimento
sustentável.
Reconhecendo-se que os países e as organizações regionais e internacionais devem
desenvolver suas próprias prioridades e prazos para implementação, em conformidade com
suas necessidades, políticas e programas, os seguintes objetivos são propostos:
a. Os países devem fortalecer os organismos consultivos existentes ou estabelecer novo
de informação pública sobre meio ambiente e desenvolvimento e coordenar as
atividades com as ações Unidas, as organizações não-governamentais e os meios de
difusão mais importantes. Devem também estimular a participação do público nos
debates sobre políticas e avaliações ambientais. Além disso, os Governos devem
facilitar e apoiar a formação de redes nacionais e locais de informação por meio dos
sistemas já existentes;
b. O sistema das Nações Unidas deve melhorar seus meios de divulgação por meio de
uma revisão de suas atividades de ensino e conscientização do público para promover
uma maior revisão de suas atividades de ensino e conscientização do público para
promover uma maior participação e coordenação de todas as partes do sistema,
especialmente de seus organismos de informação e suas operações nacionais e
regionais. Devem ser feitos estudos sistemáticos dos resultados das campanhas de
difusão, tendo presentes as necessidades e as contribuições de grupos específicos da
comunidade;
c. Devem-se estimular os países e as organizações regionais, quando apropriado, a
proporcionar serviços de informação pública sobre meio ambiente e desenvolvimento
para aumentar a consciência de todos os grupos, do setor privado e, em particular, dos
responsáveis por decisões;
d. Os países devem estimular os estabelecimentos educacionais em todos os setores,
especialmente no setor terciário, para que contribuam mais para a conscientização do
39
público. Os materiais didáticos de todo os tipos e para todo o tipo de público devem
basear-se na melhor informação científica disponível, inclusive das ciências naturais,
sociais e do comportamento, considerando as dimensões ética e estética;
e. os países e o sistema das Nações Unidas devem promover a cooperação com os meios
de informação, os grupos de teatro popular e as indústrias de espetáculo e de
publicidade, iniciando debates para mobilizar sua experiência em influir sobre o
comportamento e os padrões de consumo do público e fazendo amplo uso de seus
métodos. Essa colaboração também aumentará a participação ativa do público no
debate sobre meio ambiente. O UNICEF deve colocar a disposição dos meios de
comunicação material orientado para as crianças, como instrumento didático,
assegurando um estreita colaboração entre o setor da informação pública extra-escolar
e o currículo do ensino primário. A UNESCO, o PNUMA e as universidades devem
enriquecer os currículos para jornalistas com temas relacionados com meio ambiente e
desenvolvimento;
f. Os países, em colaboração com a comunidade científica, devem estabelecer maneiras
de autoridades nacionais e locais do ensino e os organismos pertinentes das Nações
Unidas devem expandir, quando apropriado, a utilização de meios audiovisuais,
especialmente nas televisão para os países em desenvolvimento, envolvendo a
participação local e empregando métodos interativos de multimídia e integrando
métodos avançados com os meios de comunicação populares;
g. Os países devem promover, quando apropriado, atividades de lazer e turismo
ambientalmente saudáveis, baseando-se na Declaração de Haia sobre Turismo (1989)
e os programas atuais históricos, jardins zoológicos, jardins botânicos parques
nacionais e outras áreas protegidas;
h. Os países devem incentivar as organizações não-governamentais a aumentar seu
envolvimento nos problemas ambientais e de desenvolvimento por meio de iniciativas
conjuntas de difusão e um maior intercâmbio com outros setores da sociedade;
i. Os países e o sistema da Nações Unidas devem aumentar sua interação e incluir,
quando apropriado, as populações indígenas no manejo, planejamento e
desenvolvimento de seu meio ambiente local, e incentivar a difusão de conhecimentos
tradicionais e socialmente transmitidos por meio de costumes locais especialmente nas
zonas rurais, integrando esses esforços com os meios de comunicação eletrônicos,
sempre que apropriado;
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j. O UNICEF, a UNESCO, o PNUMA e as organizações não-govenamentais devem
desenvolver programas para envolver jovens e crianças com assuntos relacionados e
meio ambiente e desenvolvimento, tais como reuniões informativas para crianças e
jovens baseados nas decisões da Cúpula Mundial da Infância;
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CONCLUSÃO
Por fim, o que resta para ser comentado como algo prático a ser tratado refere-se aos
procedimentos necessários para a formação dos professores para saberem lidar com a
Educação Ambiental. Encontrar a palavra ideal nesse caso é difícil, mas usando uma mais ou
menos generalizada, como devem ser capacitados os professores para assumirem em ambiente
escolar a Educação Ambiental? Não basta, para fazer juz à complexidade da Educação
Ambiental, reduzir essa capacitação do professor a certas técnicas e informações que
permitam ao professor ser um "agente sensibilizador" sobre a questão ambiental. Não é ruim
que o professor seja capaz disso, mas não é bom que ele pare aí. É preciso que o professor
esteja preparado para que, a começar do ponto de vista de sua área de conhecimento, saiba
aprofundar a análise e elevar a discussão do tema ambiental para patamares mais complexos.
Uma necessidade inicial se impõe. Os professores, para essa capacitação, deverão ter acesso a
materiais, cursos e experiências que lhes demonstrem essa possibilidade de sua disciplina
produzir uma contribuição à questão. Para que eles não fiquem com a impressão de que o
saber e a experiência que eles já trazem de nada servem, e que a capacitação em Educação
Ambiental signifique o acesso e o aprendizado de um cabedal totalmente novo de
conhecimentos estranhos a eles e à sua área específica de formação. Caso não tenham
familiaridade com a questão, necessitarão conhecer alguns conteúdos novos. Mas em especial
aqueles que mais alimentam a metodologia da questão ambiental, tais como: idéias de
sustentabilidade, de ecossistema, de diversidade biológica, etc. Também eles devem ter
acesso, sucinto que seja, ao histórico dos movimentos ambientalistas: o que já foi
institucionalizado, o que é a legislação ambiental, o que são as políticas ambientais, etc. Quer
dizer, é necessário ter acesso a um certo núcleo comum de conhecimentos para que cada
professor, especialista ou não, tenha como se inserir, usando os conhecimentos que possui
42
para ser um participante ativo e crítico da Educação Ambiental, introduzida e disseminada
como Tema Transversal e interdisciplinar no ensino formal.
As preocupações e a sensibilização dos professores na área da EA são muito
diferenciadas e com origens muito variadas, o que acaba por influenciar as abordagens feitas,
pelos professores, a esta temática.
Para mudar as rotinas dos professores e adoptar uma perspectiva mais ambientalista
não é suficiente alterar o quadro legislativo, é fundamental desenvolver um programa de
formação para os professores, nesta área.
As diferentes perspectivas dos professores em relação ao ensino e à EA relacionam-
se com as suas vivências pessoais e profissionais.
Concluí-se que as finalidades da educação ambiental são:
· Ajudar a fazer compreender, claramente, a existência e a importância da
interdependência econômica, social, política e ecológica, nas zonas urbanas e rurais;
· Proporcionar a todas as pessoas a possibilidade de adquirir os conhecimentos, o
sentido dos valores, as habilidades, o interesse ativo e as atitudes necessárias para
proteger e melhorar o meio ambiente;
· Induzir novas formas de conduta a respeito do meio ambiente nos indivíduos, nos
grupos sociais e na sociedade em seu conjunto.
A educação ambiental é um instrumento que pode e deve ser utilizado como
estratégia para o embasamento de discussões acerca de problemas concretos. Deve ser
constantemente considerada nas atividades de integração da unidade de conservação com o
entorno, nos planos de manejo, desde a sua elaboração até a implantação, na fiscalização
enquanto preparação para a ação fiscalizatória, desde que seja bem conhecido o sujeito a
quem a ação se destina.
São princípios básicos da educação ambiental:
Considerar o meio ambiente em sua totalidade, ou seja, em seus aspectos naturais e
nos criados pela espécie humana, sejam tecnológicos, sociais, econômicos, políticos, técnicos,
histórico-culturais, morais e estéticos;
Constituir-se num processo contínuo e permanente, começando pelo ensino pré-
escolar e continuando através de todas as fases da aprendizagem formal e não-formal;
Aplicar um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada
disciplina, de modo a se adquirir uma perspectiva global e equilibrada;
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Examinar as principais questões ambientais do ponto de vista local, regional,
nacional e internacional a fim de desenvolver uma percepção global e equilibrada;
Concentrar-se nas situações ambientais atuais, tendo em conta também a perspectiva
histórica;
Insistir no valor e na necessidade da cooperação local, nacional e internacional para
prevenir e resolver os problemas ambientais;
Considerar, de maneira explícita, os aspectos ambientais nos planos de
desenvolvimento e de crescimento;
Ajudar a descobrir os sintomas e as causas reais dos problemas ambientais;
Destacar a complexidade dos problemas ambientais e, em conseqüência, a
necessidade de desenvolver o senso crítico e as habilidades necessárias para resolver os
problemas;
Utilizar diversos ambientes educativos e uma ampla gama de métodos para
comunicar e adquirir conhecimentos sobre o meio ambiente, acentuando devidamente as
atividades práticas e as experiências pessoais.
Assim como os objetivos, finalidade e práticas ou estratégias, a educação ambiental,
vista como um instrumento para a resolução de problemas ambientais, tem ampla aplicação
no gerenciamento das unidades de conservação, uma vez que as ações da população do
entorno ou do interior da Unidade (especialmente no caso de Áreas de Proteção Ambiental)
são essenciais para que a mesma cumpra suas finalidades.
Outro ponto a destacar como estratégia para o desenvolvimento de atividades de
caráter educativo nas unidades de conservação é o de estar sempre em estreito contato com as
áreas de conhecimento da própria Unidade, bem como com organizações não-governamentais
e governamentais, universidades, escolas de 1º e 2º graus, sindicatos, cooperativas e demais
formas de organização comunitária.
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