Poluição da Água 2 [Modo de Compatibilidade] - Universidade da … · 2012-10-29 · da...
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ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Os Melhores Rumos para os Cidadãos da Região
REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA
REPÚBLICAPORTUGUESA
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Reservatórios de Água Subterrânea
As águas subterrâneas ocorrem em formações geológicas conhecidas por aquíferos. Ocupam os espaços vazios das rochas, nomeadamente, os poros intergranulares, os canalículos que os interligam e as fracturas. 2
Aquífero
• Formação geológica que armazena e possibilita a circulação da água;
• de onde é possível extrair a mesma de forma a possibilitar o seu aproveitamento;
• Para a sua exploração ser viável os aquíferos não só armazenam água como possibilitam a sua circulação.
• São erradamente designados por expressões como lençóis de água, lençóis freáticos e toalhas aquíferas.
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Se as formações geológicas não são aquíferas (aqua +fero = levar)
• Em oposição, as formações geológicas cujas condições físicas impedem o armazenamento, e logo a circulação de água, recebem o nome de aquífugos.
• É caso das rochas magmáticas não fracturadas –granitos, gnaisses, basaltos e calcários muito compactos.
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• Aquitardo (tardare = retardar): Formação geológica que armazena água mas que a transmite lentamente, produzindo pequenas quantidades de água. Apresentam permeabilidades médias/baixas – caso das areias argilosas e rochas vulcânicas alteradas.
• São importantes para a recarga de aquíferos subjacentes.
• Aquicludo (claudere = fechar): Formação geológica que pode armazenar água mas não a transmite - a água não circula – caso das argilas e tufos (piroclastos consolidados).
• Funcionam como camada confinante ou impermeável
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Aquíferos em diferentes meios
• Porosos: a água circula através de poros conectados. As formações geológicas podem ser detríticas (areias, argilitos, conglomerados etc.) ou vulcânicas (piroclastos)
• Fracturados: a água circula através de fracturas ou pequenas fissuras. As formações podem ser granitos, gabros, basaltos, etc;
• Cársicos: a água circula em condutas que resultaram do alargamento de diaclases por dissolução. As formações são os diversos tipos de calcários.
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Na maior parte dos casos os sistemas aquíferos sãosimultaneamente de mais de um tipo:
•As regiões vulcânicas são normalmente formadas por alternânciade escoadas fissuradas e piroclastos podendo, também, contertubos de lava.
•Os granitos podem ter uma zona superior muito alterada onde a circulação é feita através dos poros e uma zona inferior de rocha sãonde a circulação é feita por fracturas.
•Os calcários podem ser cársicos e fissurados circulando a águaatravés de fissuras da própria rocha e de condutas ou riossubterrâneos.
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Tipos de aquíferos: Aquífero livre (B)
• Formação geológica permeável, parcialmente saturada de água e limitada na base por uma camada impermeável.
• O seu limite superior é o nível freático (NL).
• O nível da água no aquífero está à pressão atmosférica.
• O nível freático coincide com o nível piezométrico (furo 3)
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Aquífero suspenso
• É um aquífero livre que ocorre acima do nível de saturação regional devido à existência, na base, de uma camada impermeável. Há uma zona não saturada sob a camada confinante
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Aquífero confinado (A)
• Formação permeável completamente saturada de água e limitada no topo e na base por camadas impermeáveis.
• A pressão da água no aquífero é superior à pressão atmosférica, o nível piezométrico (NC) ascende acima do tecto do aquífero (furo 1), imobilizando-se quando se estabelece um equilíbrio entre as pressões da água e atmosférica.
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O nível piezométrico encontra-se sempre acima do tecto do aquífero confinado. Quando a água sobe acima da superfície topográfica, sob a forma de repuxo, então o furo é artesiano repuxante(furo 2)
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Parâmetros fundamentais dos aquíferos
Tipo Designação
Função capacitiva (n) Porosidade e porosidade eficaz (ne)
(S) Coeficiente de armazenamento
Função transmissiva
(K) Condutividade hidráulica
(T) Transmissividade
Piezometria e gradiente
(h) Nível piezométrico
(i) Gradiente hidráulico
Caudal e velocidade
(Q) Caudal
(Ve) Velocidade efectiva de circulação12
Porosidade
Propriedade que os solos e as rochas têm de possuir poros ou cavidades. É um parâmetro adimensional, exprime-se, normalmente, em %:
n = (Vv / Vt) x 100
Vv = volume de vazios (cm3 ou m3)
Vt = volume total ocupado pelo solo ou rocha (cm3 ou m3)
n = 32% n = 17%13
Porosidade
Porosidade Primária: características intrínsecas à formação da rocha, à sua génese.
Porosidade Secundária: originada por processos posteriores à sua formação. Fracturação, cavidades por dissolução, etc.. Os factores secundários podem actuar nos dois sentidos, aumentando ou diminuindo o volume de vazios (colmatação).
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A porosidade depende do tamanho, forma, arranjo e homogeneidade dos grãos:
• Se os grãos são de tamanho variado, a porosidade tende a ser menor do que num caso de grãos uniformes, uma vez que os grãos menores ocupam os espaços vazios entre os maiores.
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A porosidade depende do tamanho, forma, arranjo e homogeneidade dos grãos:
• Para a mesma dimensão e forma, a porosidade varia com a geometria do arranjo dos grãos:
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A porosidade depende do tamanho, forma, arranjo e homogeneidade dos grãos:
• Quanto menor a granulometria (tamanho dos grãos), apesar do volume dos poros ser menor, o somatório de todos os poros confere à rocha uma maior a porosidade.
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Valores de porosidade (função da dimensão dos grãos, da litificação e da alteração das rochas)
24 a 38 %
31 a 53 %
34 a 60 %
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Lei de Darcy: Q = K A Δh/ L
• Darcy concluiu que para o mesmo material geológico ocaudal escoado é directamente proporcional à área da secção de escoamento e ao gradiente hidráulico (razão entre a diferença do nível de água entre dois pontos e a distância entre eles).
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Condutividade hidráulica
• A permeabilidade (K) não é uma característica intrínseca do meio pois depende do fluído que atravessa a formação (água normal, vapor de água, petróleo, gás, ar, etc.), razão pela qual é mais correcto designar por condutividade hidráulica quando se aplica às águas
• Condutividade hidráulica é a maior ou menor facilidade com que um aquífero se deixa atravessar pela água.
• Exprime-se em m/d ou m/s;
• Mede-se no campo através de ensaios de caudal e no laboratório a partir de permeâmetros e de fórmulas empíricas (ex: Hazen)
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Porosidade vs Condutividade hidráulica
A conexão hidráulica entre os vazios é fundamental para que a uma porosidade elevada possa corresponder uma elevada permeabilidade
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Tipo de rocha Porosidade (%) Condutividade Hidráulica (m/d)
Cascalheira 30 > 1000
Areia 35 10 a 5
Argila 45 < 0.001
É muito comum relacionar a condutividade hidráulica com a porosidade, o que nem sempre é correcto:
• Uma rocha porosa pode ter uma elevada condutividade hidráulica se os seus poros forem grandes e bem interconectados (ex: areias e cascalheiras) ou ter uma condutividade hidráulica quase nula se os seus poros forem muito pequenos, retendo fortemente a água (ex: argilas)
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Transmissividade
• Corresponde à capacidade de um aquífero para transmitir água em toda a sua espessura saturada, expressa-se em m2/dia:
T= K x bK, condutividade hidráulica (m/d)
b, espessura saturada do aquífero (m)
• A transmissividade é o parâmetro que mais condiciona o fluxo da água subterrânea sendo por isso o parâmetro mais usado na avaliação de recursos hídricos subterrâneos.
• Determina-se in situ através de ensaios de caudal em obras de captação. 23
Captações de água subterrânea
• Entende-se por CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUBTERRÂNEAqualquer dispositivo que permita extrair a águacontida num aquífero, quer seja por gravidade querseja por bombagem, ou qualquer outro sistema deelevação:
• Furos
• Galerias
• Nascentes
• Poços com drenos radiais
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Tipos de captação
• Furos ou poços: tratam-se de captações cilíndricas, verticais, cujo diâmetro é muito menor do que a profundidade.
• Há consumo de energia na sua extracção
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• Galerias: tratam-se de perfurações sub-horizontais de grande diâmetro (1,5x2m) com uma profundidade muito maior do que o diâmetro (de 500m a 3000m, até interceptarem o nível de saturação).
• A água captada circula por gravidade.
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Nascentes: são descargas naturais de água subterrânea, devido à intercepção do nível freático com o relevo. Na Madeira, existe um sistema de canais, as levadas, que recolhe e transporta a água das nascentes e do escoamento superficial.
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Água é vida…usos da água:
Usos consumptivos e não consumptivos da água:1. Agrícola2. Industrial3. Doméstico e municipal4. Pecuário e piscícola5. Ecológico/ambiental
(reflorestação e combate aos incêndios
6. Navegação7. Produção de energia8. Recreio e turismo
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Uso doméstico
• A água é utilizada na alimentação, higiene pessoal, higiene das habitações, lavagem de automóveis, rega de jardim, etc.
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Uso industrial
• A água é utilizada na lavagem e arrefecimento dos equipamentos e também como matéria prima em diversos processos de fabrico.
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Uso agrícola
• A agricultura é a actividade humana que consome mais água (79%).
• Em Portugal, chove pouco nos meses mais quentes, pelo que se torna necessária uma grande quantidade de água para regar as diferentes culturas.
• Na Madeira, a agricultura consome cerca de 73% da água total consumida.
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Uso recreativo
• As águas para utilização recreativa podem ser do mar, rios, ribeiras, lagos ou albufeiras e podem envolver o contacto directo: natação, surf, etc., ou contacto indirecto: pesca, vela, etc.
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Produção de energia
• A construção de aproveitamentos hidroeléctricos começou em Portugal nos anos 40, sendo até aí a termoeléctrica a única fonte geradora de electricidade.
• Actualmente existe uma revitalização da produção de energia a partir da água, porque é uma energia renovável e uma das formas de reduzir o recurso a hidrocarbonetos, principal responsável pela emissão de CO2 e consequente aumento do efeito de estufa.
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• Nas Centrais Hidroeléctricas realiza-se a transformação, em potencia eléctrica com um rendimento global de 90%, da potencia hidráulica contida no produto do caudal turbinado (m3/s) pela altura útil de queda (m), (Q x H), constituindo a roda de uma turbina associada a um alternador, o elemento primário desta transformação.
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POUPANÇA E EFICIÊNCIA NO CONSUMO DE ÁGUA
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Tecnologias de aproveitamento e reutilização da água
1. Utilização da água do nevoeiro;
2. Utilização das águas residuais tratadas (tratamento terciário, sempre que envolve contacto com o homem);
3. Utilização da água da chuva caída nos telhados ou áreas impermeabilizadas (ex: estádios de futebol);
4. Utilização de água do mar, dessalinizada;
5. Utilização da água das centrais hidroeléctricas
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1. Utilização da água do nevoeiro
A água do nevoeiro captada por painéis de grande dimensão é, posteriormente, utilizada para:1. Abastecimento de povoações
remotas e isoladas;2. Rega de superfícies agrícolas
em áreas secas e isoladas;3. Fonte de água para o gado;4. Rega de áreas recém-
reflorestadas em locais de difícil acesso;
5. Enchimento de reservatórios de combate a incêndios em locais sem acesso por estrada.
Chile
Omã43
2. Utilização das águas residuais tratadas
• Rega agrícola: viveiros de águas e plantas, culturas alimentares, protecção contra as geadas, silvicultura.
• Rega paisagística: campos de golfe, faixas separadoras e margens de auto-estradas, parques públicos, campus escolares, cemitérios, jardins residenciais.
• Indústria: água de arrefecimento, lavagem de equipamento, combate contra incêndio, construção pesada, água de
processo.
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• Recarga de aquíferos: reforço dos aquíferos, barreira contra a intrusão salina, armazenamento.
• Usos recreativos e ambientais: lagos e lagos artificiais, reforço do caudal dos cursos de água, reforço de zonas húmidas, neve artificial.
• Usos urbanos não potáveis: descarga de autoclismos, fontes e jogos de água ornamentais, lavagem de veículos e ruas, lavagem de contentores de resíduos sólidos urbanos, combate a incêndios, varrimento de colectores, fusão de neve, condicionamento de ar.
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3. Utilização da água da chuva caída nos telhados ou áreas impermeabilizadas
• Envolve a captação, filtragem e armazenamento daágua - A captação é feita através da instalação de umconjunto de calhas no telhado, que direccionam aágua para um tanque ou cisterna, onde ela seráarmazenada.
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• Tipo de utilização doméstica: rega de relvados, canteiros, hortas e jardins, limpeza do piso exterior da casa, lavagem de carros, descarga de WC , lavagem de roupa…
• Este tipo de sistemas pode ainda ser aplicado em estruturas de maior dimensão
• O estádio do Dragão tem um sistema de recolha das águas pluviais que depois é utilizado na rega do relvado.
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4. Utilização da água do mar
• A dessalinização da água do mar é uma prática corrente em ilhas e zonas litorais com graves carências hídricas (Porto Santo, Algarve, Canárias).
• Uma vez que a água do mar tem 35.000 mg/l de sais dissolvidos, o que a torna imprópria para fins domésticos , industriais e agrícolas, há que proceder à remoção dos sais.
• O processo mais utilizado é a osmose inversa: a água passa através de membranas semipermeáveis (permitem a passagem da água mas não dos sais), resultando água doce e uma salmoura que é rejeitada, de novo, para o mar.
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5. Utilização da água das centrais hidroeléctricas
A água trazida das zonas altas da ilha é utilizada na produção de electricidade em centrais hidroeléctricas.Após a passagem pelas turbinas, a água é reencaminhada para um sistema de levadas que a transporta para locais onde é necessária.Desta forma, a água usada na produção eléctrica é reaproveitada na agricultura e, a levada onde circula, é utilizada como percurso pedestre pelos turistas.
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