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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ensino de Ciências e Matemática Lucas Goulart Collares USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO: Proposta de capacitação para professores Belo Horizonte 2018

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ensino de Ciências e Matemática

Lucas Goulart Collares

USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO: Proposta de

capacitação para professores

Belo Horizonte

2018

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Lucas Goulart Collares

USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO: Proposta de

capacitação para professores

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ensino e Ciências e Matemática da

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,

como requisito parcial para a obtenção do Título de

Mestre em Ensino de Biologia.

Orientador: Prof. Dr. Fernando Costa Amaral

Belo Horizonte

2018

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FICHA CATALOGRÁFICA

Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Collares, Lucas Goulart

C697u Uso das tecnologias digitais na educação: proposta de capacitação para

professores / Lucas Goulart Collares. Belo Horizonte, 2018.

88 f. : il.

Orientador: Fernando Costa Amaral

Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática

1. Tecnologia educacional. 2. Recursos eletrônicos de informação. 3. Ensino

auxiliado por computador. 4. Professores - Formação. 5. Educação - Estudo e

ensino. I. Amaral, Fernando Costa. II. Pontifícia Universidade Católica de Minas

Gerais. Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática. III.

Título.

CDU: 371.68

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Lucas Goulart Collares

USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO: Proposta de

capacitação para professores

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação Stricto Sensu Mestrado em Ensino e

Ciências e Matemática da Pontifícia Universidade

Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para

a obtenção do Título de Mestre em Ensino de

Biologia.

Prof. Dr. Fernando Costa Amaral – PUC Minas (Orientador)

Prof.ª. Dr. Cláudia de Vilhena Schayer Sabino - PUC Minas

Prof. Dr. José Enemir dos Santos – PUC Minas

Belo Horizonte, 28 de junho de 2018

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AGRADECIMENTOS

À minha esposa e filhos pelo incentivo e compreensão da minha ausência durante as

muitas horas de escritório fechado.

Ao meu orientador pelos momentos de sabedoria que muitas vezes me fizeram mudar

minha opinião.

À Escola de Formação Gerencial e ao SEBRAE-MG pelo incentivo a minha formação

e desenvolvimento desse trabalho.

Ao meu irmão e professor Eduardo que sempre se mostrou disponível para ajudar.

À minha mãe e ao Aloysio (em memória) que sempre me apoiaram em tudo que me

dispus a fazer.

Ao meu pai (em memória) que foi exemplo de ética, perseverança e solidariedade para

todos que com ele conviveram.

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RESUMO

O presente trabalho trata do aprofundamento teórico acerca do uso das Tecnologias da

Informação e Comunicação, as TIC, na educação básica, buscando na literatura caminhos para

motivar e auxiliar o professor a repensar suas estratégias pedagógicas, incluindo de forma

significativa a tecnologia digital em suas aulas. O objetivo foi elaborar e testar uma proposta de

capacitação motivacional para orientar e incentivar professores para o uso das Tecnologias da

Informação e Comunicação, dentro e fora da sala de aula, diretamente com os alunos.

Inicialmente foi elucidado o perfil da escola e do ensino contemporâneo, relacionando as

principais dificuldades durante a prática do ensino na sala de aula, principalmente a respeito das

metodologias tradicionais. Posteriormente procurou-se relatar uma serie de estratégias

inovadoras voltadas para o professor da educação básica para serem aplicadas em sala de aula.

A metodologia utilizada foi uma revisão bibliográfica acerca das dificuldades de ensino e

analise do Ensino Híbrido, que propõe a implementação das TIC no processo ensino-

aprendizagem de forma inovadora e ativa. Foram seguidos principalmente os princípios de

Clayton M. Christensen que procura divulgar as metodologias aplicadas ao “Ensino Híbrido”.

Com o intuito de fomentar o trabalho do professor durante suas aulas e trazer mais engajamento

dos alunos na gestão de sua aprendizagem, foi criado um compilado de ferramentas com o

conteúdo voltado para o professor, baseando-se em novas tendências para a educação

contemporânea. Uma proposta de capacitação motivacional de trabalho e aplicação das

metodologias híbridas foi realizada em três escolas e num encontro de professores e gestores

escolares. Durante duas dessas intervenções foi aplicado um questionário para levantamento do

perfil e da percepção de professores acerca do uso das tecnologias da informação e da

comunicação. Os resultados do questionário indicaram que a falta de capacitação é o principal

fator que justifica a baixa frequência no uso das tecnologias na sala de aula e que a criação de

estratégias e de formação continuada é de extrema necessidade, principalmente porque apenas

20,4% dos professores pesquisados relataram a utilização frequente das TIC com os alunos. A

proposta de capacitação foi transformada em um objeto de aprendizagem, baseado em vídeo e

postado na internet para livre acesso.

Palavras-chave: Ensino Híbrido, Tecnologias da Informação e Comunicação, Tecnologias

Digitais na Educação, Recursos Digitais na Personalização do Ensino.

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ABSTRACT

The following work approaches theoretical deepening about the use of information and

communication technologies, the ICT, in primary education, searching in literature ways to help

and improve teachers to rethink their pedagogical strategy, including the digital technology in

their classes. The objective was to elaborate and try a motivational lecture to guide and motivate

teachers to use the information and communications technologies, in and outside of the

classroom, directly with the students. Initially was shown the school´s and the contemporary

teaching profile, relating the main difficulties during the practice of teaching in the classroom,

mainly about the traditional methodologies. Posteriorly reported a series of new strategies

turned to the primary education teacher to be applied in the classroom. The methodology used

was a literature review about the teaching difficulties and a review of blended learning, that

propose the usage of the ICT in the teaching-learning process from an innovative and active

way. The mainly constructs followed were from Clayton M. Christensen that shares the

methodologies about the blended learning. With the objective of encouraging the teacher's

works during his class and bring the students to be more engaged with their learning

management, was created a tool compiled with the content set to the teacher, basing in new

tendencies to the contemporary education. A motivational works lecture and the applications of

the hybrid methodologies was made in three schools and in a teacher and school managers

meeting. During two of these interventions was applied a questionary to examine the profile

and the perception of teachers about the use of the ICT. The results of the questionary shown

that the lack of capacitation is the main reason that explains the low frequency in the use of

technologies in the classroom and creations of strategies and continuing education are

remarkably necessary, even because only 20,4 percent of the asked teachers said that they

frequently utilize the ICT with the students. The lecture was transformed into a learning object,

based on video and posted on the internet for free access.

Keywords: Blended learning, Information and communication technologies, Digital

technologies in education, Digital resources in learning personalization.

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SUMÁRIO

RESUMO ........................................................................................................................... 5

1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................................10

2 OBJETIVOS ....................................................................................................................14

2.1 Objetivo Geral............................................................................................................14

2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................14

3 JUSTIFICATIVA ..............................................................................................................15

4 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................................19

4.1 Perfil da educação contemporânea ............................................................................19

4.1.1 Panorama e desafios atuais do ensino-aprendizagem frente as novas tecnologias ....21

4.2 O uso das TIC na Educação X Demais setores da sociedade .........................................23

4.3 A resistência do professor diante das novas tecnologias .............................................24

4.3.1 Resistências: Possíveis motivos e soluções. ..............................................................25

4.3.2 A resistência das instituições de ensino diante das novas tecnologias ......................27

4.4 O perfil dos jovens estudantes contemporâneos.........................................................28

4.5 A importância da personalização do ensino ................................................................29

4.5.1 Novas tecnologia podem ajudar a personalizar o ensino ..........................................33

4.5.2 Aprendizagem autônoma ........................................................................................34

4.6 Tendências para a educação contemporânea..............................................................35

4.7 Capacitação e estruturação das escolas. Adequação dos espaços. ...............................37

4.8 Novo perfil para o professor, de palestrante para orientador ......................................37

4.9 A importância da formação continuada para o professor ............................................40

4.10 Como capacitar o professor para o uso de tecnologia na educação............................40

4.11 Objeto de Aprendizagem ..........................................................................................40

5 PRODUTO – VÍDEO-AULA: TECNOLOGIA APLICADA A EDUCAÇÃO...................................42

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5.1 Apresentação e introdução ao tema ...........................................................................43

5.2 A sala de aula híbrida .................................................................................................44

5.3 Contextualização histórica do perfil da sala de aula ....................................................44

5.4 Transformação da sala de aula ...................................................................................45

5.5 Evolução: Trabalho X Escola .......................................................................................45

5.6 Motivação e inspiração para o professor ....................................................................46

5.7 Curso de Ensino Híbrido .............................................................................................47

5.8 Personalização no processo ensino-aprendizagem ......................................................48

5.10 Tecnologias da Informação e da Comunicação ..........................................................50

5.11 O Ensino Híbrido ......................................................................................................51

5.11.1 As metodologias híbridas ......................................................................................53

5.11.1.1 As metodologias do Modelo de Rotação .............................................................53

5.11.1.1.1 A Rotação por Estações ....................................................................................54

5.11.1.1.2 O Laboratório Rotacional .................................................................................55

5.11.1.1.3 A Sala de Aula Invertida ...................................................................................57

5.12 Mudanças: Os estudantes são o centro .....................................................................58

5.13 Capacitação: A importância da formação continuada ................................................59

5.14 Outras tendências para a educação contemporânea que a tecnologia pode

potencializar ....................................................................................................................59

5.14.1 Comunicação on-line .............................................................................................60

5.14.2 Descentralização ...................................................................................................61

5.14.3 O movimento maker (mão na massa) ....................................................................62

5.14.4 A gameficação .......................................................................................................65

5.14.5 O Storytelling ........................................................................................................65

5.15.6 As vivências...........................................................................................................66

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5.15.7 As experiências .....................................................................................................66

6- APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO: LEVANTAMENTO DA PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES

NO USO DE TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO .........................................................................67

6.1 Análise dos resultados do questionário ......................................................................69

6.1.1 Respostas do questionário ......................................................................................69

7- CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................................81

8- REFERÊNCIAS ...............................................................................................................83

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1 INTRODUÇÃO

As pessoas são diferentes, gostam e fazem coisas diferentes e aprendem de forma

diferente. Algumas gostam de ler, outras gostam de escrever o que aprendem, outras de apenas

ouvir e outras aprendem melhor fazendo, são mais sinestésicas. Então, por que não fornecer aos

nossos alunos formas diferentes de aprender um mesmo conteúdo? O cérebro humano segrega

e compreende de formas distintas conhecimentos literais e práticos (STERNBERG, 2008). O

respeito à diversidade é a chave para transformar o aprendizado nas escolas contemporâneas.

A diversidade é histórica cultural na interação biológica. A criança e o adulto trazem em

si marcas de sua própria história - os aspectos pessoais que passaram por processos internos de

transformação -, assim como marcas da história acumulada no tempo dos grupos sociais com

quem partilham e vivenciam o mundo. Assim, o indivíduo transforma-se de criança em adulto

processando internamente, por meio de seu livre-arbítrio, as diversas visões de mundo com as

quais convive.

Na teoria sociointeracionista de Vigotskii (2010), encontramos uma visão de

desenvolvimento humano baseada na ideia de um organismo ativo cujo pensamento é

constituído em um ambiente histórico e cultural.

Assim, a prática educacional e a escolha de diferentes metodologias didáticas devem

considerar a heterogeneidade das turmas e a diversidade dos alunos em cada sala de aula,

atendendo características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que são

próprias de cada um (PEREIRA; SANCHES, 2013).

Além disto, novos desenvolvimentos tecnológicos, notadamente as TIC (Tecnologias

da Informação e da Comunicação), oferecem novas possibilidades de ferramentas e práticas

educativas e reclamam por conhecimentos e competências para sua utilização em processos

educacionais (BARRETO et al., 2006).

A tecnologia pode se adaptar e potencializar o ambiente educacional, gerando inovação

e transformando espaços tradicionais. As TIC representam novas possibilidades de acesso às

informações e podem ser usadas como ferramentas para que os alunos, de forma individual ou

cooperativa, construam seus próprios conhecimentos (BARRETO et al., 2006).

Não é mais possível desassociar os processos educativos dos aparatos tecnológicos e da

democratização da informação que a internet possibilitou. Para os nossos alunos, estar

conectado é tão natural quanto escovar os dentes. Não se trata mais de nos perguntarmos se

devemos ou não introduzir as novas tecnologias da informação e da comunicação no processo

educativo. Segundo Webber e Vieira (2010), os recentes avanços das tecnologias aplicadas à

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educação trazem novas oportunidades e desafios para educadores e pesquisadores. A inserção

do computador em atividades educativas implica no uso de novas linguagens, na aprendizagem

de novos conceitos e no desenvolvimento de novas práticas pedagógicas e curriculares.

Kawamura (1998) se refere que os professore de várias áreas reconhecem que, se a educação e

a escola não abrirem espaço para as novas linguagens, elas terão seus espaços comprometidos.

Atualmente o computador é usado em casa, em terminais de agências bancárias, na

compra de ingressos de cinemas e tantos outros espaços. Para Silva (2012), “talvez um dos

lugares onde menos se usa o computador seja na escola, principalmente pelos docentes, em suas

práticas pedagógicas”.

As ferramentas digitais vêm a facilitar a forma do trabalho dentro e fora das escolas,

porém, segundo Lima, Andrade e Damasceno (2017), há uma grande quantidade de

profissionais da educação, principalmente professores, que não aceitam as novas tecnológicas

como instrumento transformador na sua prática pedagógica. Lima, Andrade e Damasceno

(2017) afirmam que “essa rejeição muitas vezes se dá devido à falta de conhecimento, por parte

desses, sobre a forma como utilizá-las para adquirir praticidade no processo de ensino-

aprendizagem”.

A pesquisa TIC Educação 2014, publicada pelo Centro Regional de Estudos para o

Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) em novembro de 2015, identifica que

82% dos professores utilizam as Tecnologias da Informação e Comunicação, as chamadas TIC,

para preparar conteúdo, embora a parcela de educadores que as utilizem com os alunos, dentro

da sala de aula, seja menor (28%) (BARBOSA, 2015)

Segundo os resultados da pesquisa TIC Educação 2014, em 97% das escolas particulares

e 92% das escolas públicas, as TIC estão presentes. Os problemas de infraestrutura são maiores

nas escolas públicas, mas ambas usam de maneira tradicional a tecnologia. Computadores e

projetores nas salas são utilizados somente para apresentação expositiva do conteúdo em

POWER POINT1 ou exposição de vídeos. Nos laboratórios de informática, os alunos utilizam

o computador quase que somente em pesquisas para algum trabalho acadêmico. O aparelho de

comunicação celular, muitas vezes, é terminantemente proibido dentro da sala de aula

(BARBOSA, 2015).

O fato é que, apesar da tecnologia da informação e comunicação já estar presente nas

escolas há muito tempo, os professores não foram capacitados para a utilizarem de forma

1 PowerPoint é um programa utilizado para criação/edição e exibição de apresentações gráficas. É usado

em apresentações, cujo objetivo é informar sobre um determinado tema, podendo

usar: imagens, sons, textos e vídeos que podem ser animados de diferentes maneiras.

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criativa e significativa (MARINHO, 2006). Como associar então, essas novas tecnologias às

nossas melhores práticas educacionais? Como conduzir nossos estudantes a um aprendizado

realmente significativo? A resposta está na capacitação do professor.

O educador deve acompanhar os estudantes no domínio e utilização da tecnologia

digital, fornecendo as ferramentas para a condução do seu próprio aprendizado. Se ele usa o

celular para responder um recado no WHATSAPP2 ou dar uma olhada nas notícias do

FACEBOOK3, porque não o utilizar para aprender matemática ou biologia? E, é possível que

isso aconteça a qualquer momento, mesmo dentro da sala de aula.

Novas tendências para a educação contemporânea contam com a tecnologia para

potencializá-las. É preciso descentralizar o aprendizado, tirar do professor a única fonte de

informação para o aluno. Atualmente, existem diversos portais na internet com conteúdo de

qualidade, de todas as matérias e nos mais variados formatos, como vídeo-aulas, hipertextos,

jogos, questionários e muito mais. A personalização do ensino está justamente nessa questão,

fornecer aos alunos várias possibilidades de aprender um mesmo conteúdo, incentivando-o a

perceber sua melhor forma de aprendizagem.

Em uma aula em que o estudante utiliza os recursos das TIC autonomamente, seja

sozinho ou de forma coletiva, como ferramenta para a construção de aprendizados, o aluno

ganha mais autonomia e libera o professor para orientar colegas com maior dificuldade na

utilização das mídias ou na compreensão dos conteúdos e problemas propostos.

Outra grande tendência, é fazê-los colocar a mão na massa, permitindo que eles

aprendam construindo conhecimento. As teorias educacionais defendem, de maneira geral que

os indivíduos só aprendem construindo seus próprios conhecimentos, seja em interação com os

objetos (buscando seus significados) e/ou com os outros indivíduos. Por exemplo, através de

sites onde os alunos aprendam de forma simples a programar e construir jogos virtuais e

aplicativos para celular associados a determinadas matérias escolares. Existem também,

ferramentas que permitem a comunicação online, segura e rápida entre professores, alunos e

pais. E mais ainda, questionários podem ser postados online, onde os alunos respondem no

celular, a qualquer tempo e local.

Novos softwares educacionais são lançados a cada momento e o professor precisa ser

capacitado a utilizá-las. O uso da tecnologia por se só não é a salvação da educação. Ela é uma

2 WhatsApp é um aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas e chamadas de voz

para smartphones. Além de mensagens de texto, os usuários podem enviar imagens, vídeos e documentos em PDF,

além de fazer ligações grátis por meio de uma conexão com a internet.

3 Facebook é uma mídia social e rede social virtual, operado e de propriedade privada da Facebook Inc..

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ferramenta poderosa, mas precisa adquirir significado dentro da sala de aula e para isso, o

professor precisa se tornar íntimo delas. Indicar um site para um aluno construir seu

conhecimento, precisa ser tão importante quanto marcar as páginas de um livro ou expor a

matéria no quadro.

Segundo Valente (1993) “a implantação da informática na educação consiste

basicamente de quatro ingredientes: o computador, o software educativo, o professor capacitado

para usar o computador como ferramenta educacional e o aluno”. Todos os ingredientes têm

grande importância já que sem o software educativo, o computador jamais poderá ser utilizado

na educação. O computador tem sido utilizado tanto para ensinar sobre computação, como para

ensinar praticamente qualquer assunto, onde ele se torna meio - ensino através do computador

(VALENTE, 1993).

A inclusão digital corre em paralelo ao ensino. O que o ensino precisa é de se aproveitar

dos conhecimentos prévios dos alunos e suas habilidades em informática, para orientar a

utilização de plataformas e produtos educacionais selecionados para o aprendizado de

conteúdos educativos. O que não quer dizer que o uso desordenado dessas tecnologias será bem

aproveitado, pois o que importa é saber usá-las e não apenas usá-las (LIMA; ANDRADE;

DAMASCENO, 2017).

Mas para que a inovação aconteça, a escola deve estar disposta a abraçar as novas

metodologias e tecnologias educacionais, evitando medidas proibitivas, investindo em

equipamento e internet de qualidade, e principalmente capacitando constantemente seus

professores.

Somente através das análises das experiências realizadas é que se torna claro que a

promoção dessas mudanças pedagógicas não depende simplesmente da instalação dos

computadores nas escolas. É necessário repensar a questão da dimensão do espaço e do tempo.

A sala de aula deve deixar de ser o lugar das carteiras enfileiradas para se tornar um local em

que professor e alunos podem realizar um trabalho diversificado em relação a conhecimento e

interesse. O papel do professor deixa de ser o de "entregador" de informação para ser o de

facilitador do processo de aprendizagem. O aluno deixa de ser passivo, de ser o receptáculo das

informações para ser ativo aprendiz, construtor do seu conhecimento. Portanto, a ênfase da

educação deixa de ser a memorização da informação transmitida pelo professor e passa a ser a

construção do conhecimento realizada pelo aluno de maneira significativa sendo o professor o

facilitador desse processo de construção.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Elaborar e testar uma proposta de capacitação para orientar e incentivar professores para

o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação, dentro e fora da sala de aula, diretamente

com os alunos.

2.2 Objetivos Específicos

- Realizar um levantamento bibliográfico sobre as principais causas da resistência da

comunidade escolar no uso das TIC no processo ensino/aprendizagem.

- Buscar estratégias conceituais e abordagens que possam ser capazes de incentivar e

orientar os professores para o uso das TIC em metodologias ativas.

- Aplicar um questionário de diagnóstico do perfil dos professores que participaram da

proposta de capacitação, afim de auferir as necessidades de capacitação dos professores para

uso das TIC.

- Testar e avaliar a proposta de capacitação com professores da rede particular de Belo

Horizonte - MG para colher sugestões e críticas capazes de contribuir para seu aperfeiçoamento.

- Disponibilizar o conteúdo da proposta de capacitação como produto obrigatório deste

Mestrado a ser submetido à avaliação da Banca de defesa, juntamente com a Dissertação.

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3 JUSTIFICATIVA

A indagação "Quando, como e por que devemos usar tecnologia na educação?" a

maioria dos professores logo pensa nas soluções e facilidades que os aparatos tecnológicos nos

proporcionam na busca, produção e transmissão das informações. O acesso fácil e rápido à

informação é tão importante que se torna fácil olvidar outros motivos para a introdução da

tecnologia na educação. Utilizamos naturalmente aparatos tecnológicos, como parte do nosso

quotidiano: para ajudar-nos a comunicar, planejar e organizar. A tecnologia digital ajuda ao

professor, acima de tudo, a acessar e transmitir conhecimento técnico e científico - e quem quer

que a domine mal, leva desvantagem tanto na aquisição quanto na transmissão das informações.

As novas tecnologias não conseguem por si só suscitar aprendizagens ou o

desenvolvimento de habilidades. O corpo de educadores é inteiramente responsável pela criação

de projetos educacionais que integrem tecnologias adequadas aos objetivos das aprendizagens.

A formação dos educadores é, portanto, fundamental para garantir o sucesso da inserção das

tecnologias na educação (UNESCO, 2010).

Utilizar as TIC de forma significativa exige do professor novos conhecimentos e

habilidades que vão além dos cursos de licenciatura. Existe uma necessidade de capacitação

para que os professores possam aperfeiçoar suas metodologias didáticas e passem a introduzir

as TIC cada vez mais no cotidiano dos alunos na sala de aula.

Professores são avaliados por meio dos resultados e das conquistas de seus alunos (boas

notas na escola, ingressos nas universidades, seleções em concursos públicos e aprovações em

seus testes) e pelo seu desempenho durante os 50 minutos que precisa prender a atenção desses

estudantes. Apenas ensinando bem podemos nos sair satisfatoriamente como professores.

Alguns professores conhecem, sabem utilizar e valorizam diferentes metodologias

didático-pedagógicas. Dão muita atenção a preparação das suas aulas. Outros sabem que

ensinam mal, mas não se preocupam com isso. Estão enganados se acreditam que ensinar bem

não é particularmente importante para o futuro dos estudantes. Outros, ainda, por estarem

satisfeitos com o nível da sua prática docente, ensinam sem cogitar da possibilidade de

aperfeiçoamentos.

A prática educacional e a escolha de diferentes metodologias didáticas devem considerar

a heterogeneidade das turmas e a diversidade dos alunos em cada sala de aula, atendendo

características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que são próprias de

cada um. Além disto, novos desenvolvimentos tecnológicos, notadamente as TIC, oferecem

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novas possibilidades de ferramentas e práticas educativas e reclamam por conhecimentos e

competências para sua utilização em processos educacionais.

A educação sempre foi tema de discussões. Melhorias qualitativas sempre foram

cobradas. Hoje talvez se tenha tornado importante a demanda da inclusão digital e da utilização

das TIC. As empresas precisam de profissionais qualificados, a política de representantes

honestos, a ciência de cientistas inovadores, a economia de consumidores conscientes e o meio

ambiente de cidadãos comprometidos com as futuras gerações. Tudo isso se dá com educação

de qualidade, permitindo aos envolvidos no processo ensino-aprendizagem alcançarem êxito

nos seus papéis.

As salas de aula ainda são retratos de uma educação em massa que começou no início

do século XX, seguindo os moldes Fordeanos. Os estudantes ainda são preparados, como na

época, para uma educação fabril, voltada para a formação de trabalhadores para as fábricas

(LENGEL, 2012). Apitos que determinam horários para entrada e saída, uniformes que inibem

a individualidade, áreas desconectadas onde na aula de matemática só aprende matemática e na

de história só aprende história, carteiras em fila impedindo a interação entre os estudantes e

sobretudo pouca oportunidade de escolha ou divergência, onde o aluno tem que aprender

naquele momento exclusivamente o que o professor está ensinando. Temos uma determinação

de crescimento linear, obrigando todos os alunos a seguirem o processo educacional de uma

única forma.

Na sociedade do século XXI, os processos estão cada vez mais dependentes das

tecnologias digitais. Nas áreas da saúde, do entretenimento, da economia, do transporte, do

esporte, fica evidente o desenvolvimento tecnológico numa velocidade equivalente. Na

educação, apesar dos grandes avanços, a tecnologia digital não acompanha as reais

necessidades.

O desenvolvimento de aplicativos para facilitar a vida da sociedade, no que se refere ao

consumo, a comunicação e principalmente ao entretenimento, avança de forma surpreendente.

Enquanto que a produção de aplicativos voltados para a educação ainda avança de forma tímida.

A indústria digital, buscando altos lucros, negligencia a necessidade que a educação tem

de transformação. Softwares educacionais respondem por uma parcela muito pequena na

geração de receita para essas empresas, enquanto que a indústria dos games, por exemplo,

apresenta uma modalidade muito lucrativa.

Ainda assim, já está disponível uma vasta opção de ferramentas que podem auxiliar o

professor de forma efetiva no processo ensino-aprendizagem. Essas ferramentas, desde que

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utilizadas de forma significativa, irão permitir que os professores e estudantes obtenham maior

sucesso nos objetivos educacionais.

No Relatório da UNESCO, elaborado pela Comissão Internacional sobre Educação para

o Século XXI (DELORS, 2003), estão os quatro pilares da nova educação: aprender a conhecer,

aprender a conviver, aprender a fazer e aprender a ser. As novas tecnologias podem contribuir

para o desenvolvimento de todos os pilares, mas o presente trabalho contribui em especial, para

que os professores possam desenvolver nos estudantes o “Aprender a conhecer”.

De acordo com Marinho (2006), “o aprender a conhecer vem enfatizar a importância do

domínio dos próprios instrumentos de conhecimento com a finalidade de compreender o

mundo. Esse aprender se fundamenta no prazer de compreender, de conhecer, de descobrir”.

Personalizar o ensino é dar as condições adequadas para que cada estudante possa

conduzir seu aprendizado da forma que mais se identifique, visto que a informação ao seu

alcance está disponível de variadas formas. O aprender a conhecer supõe que se aprende a

aprender. Assim, cada cidadão pode explorar de maneira eficiente as oportunidades oferecidas

pela educação ao longo da sua vida (MARINHO, 2006).

O aprender a conhecer supõe, também, que se aprenda a aprender. Isso requer a

construção de estratégias de atenção, de memória e de pensamento para que os cidadãos

possam, inclusive, vir a se beneficiar das oportunidades oferecidas pela educação ao longo da

vida.

Rocha (2011) afirma que a mudança na escola deve envolver todos os participantes do

processo educativo – alunos, professores, diretores e pais. E contar com o apoio de especialistas

para capacitar e assessorar durante o processo do desenvolvimento curricular.

A participação do professor do desenvolvimento curricular, envolvendo seus

conhecimentos, concepções e crenças, propicia um ambiente favorável à aprendizagem dos

alunos. As condições para criação do currículo são fundamentadas em ações como seleção,

organização e tratamento do conteúdo, escolha de materiais didáticos, elaboração de

instrumentos de avaliação, dentre outras atividades realizadas pelos professores (JANUARIO;

TRUDI JUNIOR; LIMA, 2014).

Ao propiciar um ambiente favorável à aprendizagem dos alunos, os professores

participam de diferentes ações como seleção, organização e tratamento dos conteúdos, escolha

de materiais didáticos, elaboração de instrumentos de avaliação, dentre outras atividades

inseridas no processo do desenvolvimento curricular. É o professor que, por meio de suas

relações com os materiais curriculares – e isso envolve seus conhecimentos, concepções e

crenças –, cria condições para que o currículo seja desenvolvido.

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De acordo com os resultados da pesquisa de Rocha (2011), 91.17% dos professores dos

professores entrevistados no seu trabalho acreditam que o ensino tende a melhorar devido ao

uso das mídias e das tecnologias. Contudo, o mesmo percentual afirma não as utilizar no dia a

dia. No seu trabalho são citadas declarações de professores que afirmam não ter aprendido a dar

aulas utilizando as tecnologias digitais e que a falta de capacitação é o principal fator pessoal

para a deficiência na utilização. Esse resultado confirma que o professor é o grande responsável

pela implantação do uso das TIC no processo educacional.

Para o professor desenvolver adequadamente sua prática pedagógica é necessário que

esteja capacitado. Na discussão sobre a prática do currículo, o professor capacitado encontra

subsídios para uma análise mais crítica na escolha dos materiais didáticos e metodologias que

corroboram o que elabora e oportuniza aos alunos ao mediar ou promover uma situação de

aprendizagem (JANUARIO; TRUDE JUNIOR; LIMA, 2014). Quando o computador é usado

por um docente capacitado, tende a ser uma ferramenta enriquecedora na formação e educação

dos alunos (SILVA, 2001).

E para desenvolver adequadamente sua prática pedagógica (papel) é necessário que esteja

capacitado.

O desenvolvimento curricular deve ser tema da formação inicial e continuada, pois ao

discutir sobre a prática do currículo o professor encontra subsídios para analisar diferentes

proposições, materiais didáticos e olhar com maior criticidade para o que elabora e oportuniza

aos alunos ao mediar/promover situações de aprendizagem.

Portanto é preciso repensar o papel do professor, que é quem planeja, implementa e

propõe os métodos de ensino. Cabe a ele refletir sobre sua prática docente, ser ativo e

responsável por sua atuação, agindo como sujeito dessa transformação (ROCHA, 2011).

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4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 Perfil da educação contemporânea

A educação brasileira, observando uma discreta transformação, ainda é considerada por

muitos como tradicional. Em uma abordagem tradicional, o ensino, em todas as suas formas,

será centrado no professor. Ele é o elemento imprescindível na transmissão do conhecimento.

Mizukami (1986) considera que “esse tipo de ensino se volta para o que é externo ao aluno: o

programa, as disciplinas, o professor”. O conteúdo é dado pronto ao aluno, que se limita a

escutá-lo. E a reprodução dos conteúdos de forma automática e sem variações, na maioria das

vezes, é considerada como indicador de que houve aprendizagem (MIZUKAMI, 1986).

Diferenças individuais são ignoradas, pois os métodos não variam ao longo das classes

e nem dentro da mesma classe. O método expositivo se destaca na abordagem tradicional

(LOPES et. al., 1988). Preocupa-se com a variedade e quantidade de noções, conceitos e

informações e não com a formação do pensamento reflexivo. Caracteriza-se pelo verbalismo do

mestre e pela memorização do aluno. A motivação é extrínseca a ele e dependerá de

características pessoais do professor para manter o aluno interessado e atento (MIZUKAMI,

1986).

Mizukami (1986) ressalta que a abordagem tradicional do processo ensino-

aprendizagem se constitui essencialmente de uma prática transmitida de geração a geração, e

não baseada em teorias empiricamente validadas de ensino, aprendizagem e desenvolvimento

humano.

Para entender a educação de hoje, nós precisamos olhar para o passado da história. Para

Lengel (2012), há 150 ano atrás, educação e trabalho se correspondiam. As pessoas trabalhavam

sobre a terra, ao ar livre, com ferramentas produzidas manualmente e em pequenos grupos. O

trabalho quase não mudava entre as gerações de uma mesma família.

A educação também era realizada ao ar livre, com ferramenta produzidas manualmente

e em pequenos grupos. Pessoas de diferentes idades frequentavam a mesma escola e aprendiam

as mesmas coisas (LENGEL, 2012).

A escola produzia os tipos de cidadãos necessários para o mundo ao seu redor. Lengel

(2012) afirma que, esses cidadãos deveriam aprender a trabalhar em um pequeno grupo, com

ferramentas manuais, executando uma variedade de tarefas a cada dia, e um pequeno círculo de

conexões interpessoais.

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Na nova economia industrial, novamente, educação correspondia ao trabalho. Em ambos

os locais as pessoas trabalhavam em grandes grupos, mas sozinhas em suas máquinas ou

carteiras. Faziam a mesma coisa, ao mesmo tempo, durante todo o dia. Não podiam conversar.

Eram supervisionados e tinham uma pequena conexão com o mundo exterior (LENGEL, 2012).

Num ambiente de trabalho contemporâneo, as pessoas trabalham em pequenos grupos,

resolvendo juntas os problemas e usando ferramentas digitais. Robôs fazem trabalhos

mecânicos (LENGEL, 2012). As pessoas discutem as ideias para solucionar problemas

complexos, que devem recorrer ao conhecimento multidisciplinar, que provém de várias fontes.

Usam ferramentas digitais para se comunicarem com um amplo círculo de pessoas, de todo o

mundo (LENGEL, 2012). As escolas não estão fazendo isso.

A educação contemporânea não acompanhou o trabalho. Lengel (2012) descreve a

educação atual realizada em grandes grupos, com trabalhos individuais, fazendo a mesma coisa

e ao mesmo tempo. Estudantes utilizam lápis e papel. São supervisionados de perto e não podem

conversar entre si. A educação não evoluiu para acompanhar as necessidades do mundo ao

redor.

As escolas atuais não formam mais as pessoas para o trabalho, isso porque os cenários

de trabalho se modificam rapidamente e a escola não consegue acompanhar. As escolas

precisam se preocupar com o mundo do trabalho. O setor produtivo já constata que muitas

pessoas não apresentam os perfis profissionais adequados (MARINHO, 2006).

O avanço tecnológico desencadeou grandes transformações na sociedade. A educação,

como mediadora das práticas da realidade histórica humana, tais como o trabalho, a

sociabilidade e a cultura, se torna investimento sistemático no redimensionamento dessas

práticas. É considerada fundamental na definição de políticas estratégicas no desenvolvimento

integral das sociedades (SEVERINO, 2000).

De acordo com Severino (2000), o trabalho é uma densa relação dos homens com a

natureza, o que o caracteriza como a esfera produtiva e da prática econômica, mediante a qual

os homens podem prover a conservação de sua existência física.

Quando expõem a relevância da educação para conseguir emprego no mundo de hoje,

Assmann (1999) afirma que a educação é uma condição imprescindível para a empregabilidade.

Temos a realidade – e não consigo aceitar o discurso, aparentemente avançado e mais

ideologizado, de que a escola não tem que se preocupar com o mundo do trabalho – de cenários

do trabalho que se modificam rapidamente, que mudam de forma também rápida as exigências

que fazem àqueles que neles pretendem, ou melhor, precisam ingressar.

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Tem-se também a constatação de que muitas pessoas não apresentam os perfis

profissionais que se ajustam ao que o setor produtivo reclama.

Esse trabalho não tem como objetivo explorar as concepções construtivistas, porém

nota-se que essa abordagem teórica é a mais utilizada para orientar o desenvolvimento de

materiais didáticos informatizados e para a idealização de novas metodologias. Nessa visão, o

indivíduo é agente ativo de seu próprio conhecimento. Assumir esses pressupostos significa

mudar alguns aspectos centrais do processo de ensino-aprendizagem em relação à visão

tradicional (TABELA 1).

Tabela 1

Fonte: Resende (2000).

“A organização industrial da escola em salas, turmas e horários é conveniente para

todos - pais, gestores, professores, governantes -, menos para os mais diretamente

interessados, os alunos.” (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2013)

4.1.1 Panorama e desafios atuais do ensino-aprendizagem frente as novas tecnologias

Em muitas instituições de ensino básico e superior predominam modelos tradicionais,

número excessivo de alunos por sala, professores mal preparados, mal pagos e sem motivação.

Os alunos valorizam mais o diploma do que o aprendizado, esperam ser conduzidos

passivamente para fazer o mínimo para serem aprovados, sem explorar outras possibilidades

(MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2013).

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Somente a introdução de novas tecnologias na educação não implica necessariamente

que se estará se desenvolvendo novas práticas pedagógicas, pois podemos utilizá-las facilmente

com as metodologias tradicionais. As vezes só trocamos o giz pelo teclado, ou deixamos de

desenhar um coração no quadro para apresentar uma imagem desse órgão em três dimensões.

Porém o processo ensino-aprendizagem continuará o mesmo, com as tecnologias usadas apenas

como instrumento, sem inovação didática (REZENDE, 2000).

Fernandes e Megid Neto (2009) identificaram na sua pesquisa que:

Trinta trabalhos que foram analisados quanto ao método de ensino, recursos

didáticos, relação professor-aluno, avaliação, referencial teórico e modelo educacional

(tradicional, redescoberta, construtivista, tecnicista, CTS, sócio-cultural). O modelo

construtivista foi predominante (63%), seguido do sócio-cultural (20%) e da

redescoberta (10%). Notou-se que as práticas pedagógicas foram elaboradas pelos

pesquisadores, aplicadas pelos professores e realizadas pelos alunos, acentuando uma

relação hierárquica e autoritária entre universidade e escola. As práticas

implementadas (nível de fato) na maioria das vezes se distanciam do que foi

preconizado no discurso (nível de propósito). Observou-se ainda que os pesquisadores

não encontram dificuldades em aplicar uma nova proposta; todavia provocar

mudanças nas relações pessoais e nas formas de avaliação constitui uma barreira.

(FERNANDES; MEGID NETO, 2009)

Entretanto, para Rezende (2000), o uso das novas tecnologias pode contribuir para novas

práticas pedagógicas, com o objetivo de transformar os elementos que compõem o processo

ensino-aprendizagem e torná-lo mais eficiente. Novas concepções devem ser adotadas tanto

pelo professor quanto pelos alunos, afim de posicionar as tecnologias como fundamento do

processo e não somente como um mero instrumento.

Embora seja verdade que a tecnologia educacional não irá resolver os problemas da

educação, que são de natureza social, política, ideológica, econômica e cultural, essa

constatação não nos pode deixar sem ação frente à introdução das inovações

tecnológicas no contexto educacional. Ainda é preciso continuar pesquisando sobre o

que as novas tecnologias têm a oferecer à educação, para que tenhamos condições de

formar uma visão crítica fundamentada sobre o seu uso (REZENDE, 2000).

Apesar da sua importância, as tecnologias da informação e da comunicação,

isoladamente, não podem ser responsáveis pela salvação da educação. De acordo com Rocha

(2011), “só o artefato tecnológico não é capaz de promover milagres e melhorias instantâneas

no ensino”. Mercado (2002) também afirma que:

Precisamos estar conscientes de que não é somente a introdução da tecnologia, dos

computadores, que trará mudanças na aprendizagem dos alunos. Os computadores, a

internet e os softwares são ferramentas ricas em possibilidades que contribuem para a

melhoria do nível de aprendizagem, desde que haja uma reformulação no currículo,

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que se criem novas metodologias, se repense qual o significado da aprendizagem

(MERCADO, 2002, p.163).

A tecnologia educacional deve ser vista como um recurso dentro de um processo mais

abrangente, contribuindo em qualquer prática educacional que venha a contemplar de maneira

significativa os processos de ensino e aprendizagem (ROCHA, 2011).

São desafiadoras as circunstâncias atuais, pois, é imposto às escolas e aos seus

profissionais, que vivenciam essa acelerada mudança, uma adaptação na sua práxis

cotidiana, tendo em vista que é impossível ficar inerte a toda essa avalanche de

informação e tecnologia, resultado inquestionável desse novo tempo, produto de todo

um processo de ascendente evolução tecnológica (ROCHA, 2011).

É um grande desafio adequar a escola às exigências da sociedade do conhecimento. A

complexidade do trabalho escolar envolve inúmeros fatores, que apesar de fundamentais, vão

além do professor e dos alunos. Porém, são as ações de discentes e docentes que efetivamente

transformam a escola, e essas ações devem ser acompanhadas de uma maior autonomia para

tomar decisões, desenvolver projetos, trabalhar em equipes, modificar currículos e utilizar as

TIC (ROCHA, 2011).

A efetiva utilização das TIC pode contribuir na construção de uma escola capaz de

superar suas limitações e resistência às mudanças que incorporem novas práticas pedagógicas.

Segundo Mercado (2002) estas mudanças devem ser precedidas de planejamento docente e

incorporado a uma metodologia de ensino.

Várias escolas da educação básica, já exigem dos candidatos a professor pelo menos

uma declaração que sabem lidar com computadores na educação. Embora isso aconteça, as

licenciaturas, espaço da formação inicial do professor, não se movimentam para incorporar as

tecnologias digitais na formação dos docentes (MARINHO, 2006).

4.2 O uso das TIC na Educação X Demais setores da sociedade

Na história da humanidade, os avanços tecnológicos sempre foram responsáveis por

transformações em diversos campos de atividades, mas nos últimos cinquenta anos os avanços

têm se intensificado e são mais rapidamente compartilhados pela maioria das sociedades que

compõem o “Mundo Globalizado” das informações. Assim, novas tecnologias da informação e

da comunicação vêm desafiando a humanidade pelas modificações econômicas, sociais e

políticas, em um processo acelerado e irreversível. Atualmente, a sociedade está se

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transformando em diversos aspectos, devido ao desenvolvimento técnico e informacional, e a

educação não poderia ficar alienada neste contexto. Fazer com que o ensino acompanhe a

linguagem dos novos tempos é um dos desafios que as escolas e os professores têm no momento

(ROCHA, 2011).

Segundo Penin e Vieira (2002) a escola sofre mudanças relacionando-se com os

momentos históricos. “Sempre que a sociedade defronta-se com mudanças significativas em

suas bases sociais e tecnológicas, novas atribuições são exigidas à escola”. Embora, uma

característica marcante do mundo contemporâneo é o fenômeno das mudanças, aceleradas,

significativas, rapidamente difundidas e compartilhadas. Contudo, mudanças não são

prontamente assimiladas e normalmente geram resistências. Neste sentido é necessário

conscientizar os profissionais de ensino da importância de assimilar, avaliar e experimentar

mudar, nem que seja um pouco, de modo que se sintam estimulados, mais confiantes e capazes

de ir além dos limites, que talvez tenha imposto a si mesmos. (PENIN; VIEIRA, 2002).

De acordo com Rocha (2011), “para melhor observarmos os impactos das tecnologias

na cultura da contemporaneidade devemos perceber a educação como um processo complexo,

inacabado e em permanente transição”. Além disso, nas últimas décadas vem se dando ênfase

à criação de produtos para ensino-aprendizagem subsidiados por tecnologias digitais.

Já existe um consenso da importância da tecnologia na escola, no entanto, a forma como

essa tecnologia tem sido introduzida e são desenvolvidas ou utilizadas em grande parte das

escolas é um tema de discussões e polêmicas (ROCHA, 2011).

4.3 A resistência do professor diante das novas tecnologias

O atual estágio de desenvolvimento sociocultural está sendo influenciado pela

participação cada vez mais intensa de diversos recursos tecnológicos no dia-a-dia dos

estudantes, com influência direta na percepção e afeição dos alunos aos modelos

exclusivamente formais de ensino. Esta situação reclama pesquisa e reflexão sobre modelos e

estratégias de ensino que levem em conta a evolução tecnológica e sociocultural da sociedade.

As propostas de modernização e adequação do ensino não são tão recentes. Freire (2017)

já defendia no seu livro “Pedagogia da Autonomia” a importância de se propor dispositivos

para a aproximação e formação de professores nos recursos da informática e, como um dos

principais objetivos da escola ensinar o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo. Mas o

que se constata ainda hoje, passados 21 anos da morte do eminente pesquisador, é que o ensino

regular pouco se modernizou, mantendo, de maneira geral, um sistema tradicional de educação

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que tem o professor como figura responsável por ensinar e passar o conteúdo aos alunos, que

serão avaliados por meio de provas e trabalhos.

Modelos mais tradicionais de ensino são ainda bastante utilizados, e apresentam eficácia

educativa, contribuindo para o aprendizado de conteúdos e habilidades por parte dos estudantes.

Tais modelos são sedimentados pelo longo tempo em que vêm sendo disseminados, utilizados

na formação de professores. É, portanto, natural que muitos profissionais do ensino apresentem

resistência para a incorporação e utilização de novas práticas, notadamente aquelas que

demandam a utilização de novas tecnologias da informação e da comunicação (MORAN;

MASETTO; BEHRENS, 2013)

Mas temos uma desigualdade na aprendizagem e na evolução pessoal e social de

professores e estudantes. Muitos profissionais mantêm distância entre as ideias que professam

e suas ações. É possível ainda que muitos professores tenham receio, dificuldade ou resistência

de trabalhar em conjunto, isso reflete na prática pedagógica (MORAN; MASETTO;

BEHRENS, 2013). Estas considerações vêm exigir que os professores repensem sua prática

pedagógica e busquem atuar em espaços não mais exclusivamente tradicionais de ensino.

4.3.1 Resistências: Possíveis motivos e soluções.

Segundo Schön (2007),

Quando aprendemos a fazer algo, realizamos a tarefa sem pensar muito a respeito,

somos aptos a nos impulsionar espontaneamente à realização das tarefas, nem sempre

sendo dessa forma. Todas as experiências, sejam agradáveis ou não, contêm um

elemento de surpresa, quando algo não está de acordo com nossas expectativas,

podemos responder à ação colocando a situação de lado, ou podemos responder a ela

por meio da reflexão, tendo esse processo duas formas: refletir sobre a ação,

examinando retrospectivamente o que aconteceu e tentando descobrir como nossa

ação pode ter contribuído para o resultado, ou refletir no meio da ação, sem

interrompê-la, chamando esse processo de reflexão-na-ação. Nesse momento, nosso

pensar pode dar uma nova forma ao que estamos fazendo enquanto ainda estamos

fazendo, portanto estamos refletindo-na-ação (SCHÖN, 2007).

O fato que ocorre é que grande parte dos professores ainda compreende, acredita e

mantém sua prática educativa quase que exclusivamente com transmissão de conhecimento

através das aulas expositivas dialógicas ou não, mantendo uma atitude conservadora. Isso não

significa que eles negligenciem a possibilidade de aderirem a novas práticas que poderiam em

certo sentido melhorar a qualidade do ensino e a adesão dos alunos à uma prática mais sedutora.

Ressalta-se que nos dias de hoje, a maioria dos alunos já são utilizadores contumazes das TIC.

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Mas de certo modo, os professores não têm incentivos para desenvolver a sua capacidade

pedagógica e que, muitas vezes, nem dispõe de informação complementar para isso (SILVA;

BORBA, 2011).

De acordo com os resultados da pesquisa de Rocha (2011), 91.17% dos professores dos

professores entrevistados no seu trabalho acreditam que o ensino tende a melhorar devido ao

uso das mídias e das tecnologias. Contudo, o mesmo percentual afirma não as utilizar no dia a

dia.

Rocha (2011) ainda afirma em seus resultados que “nem todos os professores

demonstraram necessidade de mudança ou reconhecimento de que é preciso sua ação para a

inovação se fazer presente”.

O motivo por não dominarem as mais variadas formas de utilização das TIC é apontado

como uma das principais causas da rejeição. A utilização inapropriada pode gerar desinteresse

por parte dos alunos e indisciplina. Outro motivo é o medo de que as novas tecnologias venham

a substituí-lo. Ou mesmo da crença de que as TIC não cumprem bem o papel de ensinar e/ou

representam somente um “teatro de variedades” com pouca significância o aprendizado (LIMA;

ANDRADE; DAMASCENO, 2017).

Paiva (2008) afirma que o processo de adesão das novas tecnologias como ferramenta

pedagógica ocorre numa classificação de estágios: rejeição, adesão e normatização.

A primeira atitude quando surge uma nova tecnologia é a desconfiança e rejeição. A

escola começa a incorpora-la aos poucos em suas práticas pedagógicas. A normatização é

definida como o estágio em que a tecnologia se integra às práticas pedagógicas de tal forma que

deixa de ser vista como algo a ser temido (LIMA; ANDRADE; DAMASCENO, 2017).

Uma capacitação adequada, que instrua e demonstre ao professor o poder que as novas

tecnologias têm em potencializar as suas aulas, pode ser uma forma de incentivar a aceitação e

consequente adoção das TIC como ferramentas de aprendizagem significativa. Lima, Andrade

e Damasceno (2017) ressaltam que cabe ao professor buscar o conhecimento sobre o uso

adequado das novas tecnologias, pois só assim ele poderá perceber qual recurso ele deve,

quando e como usar.

As novas tecnologias usadas na educação requerem professores capacitados

que saibam como utiliza-las em benefícios do aprendizado do aluno, mas o que se

percebe é uma reação negativa de muitos educadores a essas inovações. Muitos

insistem em utilizar métodos tradicionais de ensino por não saberem lidar com novos

instrumentos tecnológicos (LIMA; ANDRADE; DAMASCENO, 2017).

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As TIC devem ser vistas como um conjunto de ferramentas que proporcionam vantagens

ao professor, permitindo maior praticidade e velocidade para adquirir as informações

necessárias à construção do conhecimento. Somadas aos métodos tradicionais, as novas

tecnologias vêm dando aos professores, que a aderiu, um bom suporte no desenvolvimento de

suas atividades (LIMA; ANDRADE; DAMASCENO, 2017).

4.3.2 A resistência das instituições de ensino diante das novas tecnologias

Para Moran, Masetto e Behrens, (2013), a sociedade vive experimentando desafios cada

vez mais complexos, mas a escola precisa se restabelecer como uma organização efetivamente

significativa, inovadora e empreendedora. A educação formal ainda se mantém organizada de

modo previsível, repetitivo, burocrático, pouco atraente. As instituições de ensino formal só

sobrevivem porque são espaços obrigatórios para certificação. Alunos não são motivados e sim

obrigados a frequentar as aulas.

Apesar das inúmeras possibilidades que o avanço do mundo digital traz, as instituições

de ensino têm dificuldade para determinar o deve manter, o que deve alterar e o que deve adotar.

De acordo com Moran, Masetto e Behrens, (2013), “é possível ensinar e aprender de muitas

formas, inclusive da forma convencional”. O uso da tecnologia não é certeza de resultados

expressivos. Existem escolas com poucos recursos tecnológicos e bons resultados assim como

outras que utilizam muito a tecnologia. A definição da aprendizagem se dá pelas pessoas, pelo

projeto pedagógico, pelas interações, pela gestão, e não pelos recursos. Contudo, a tecnologia

digital afeta a forma de aprender, assim como a de comunicar-se.

De acordo com Moran, Masetto e Behrens, (2013), a gestão das tecnologias pelas escolas

passa por três etapas, até o momento. Primeiro elas utilizam a tecnologia para melhorar a gestão,

automatizando processos e diminuindo custos. Já numa segunda etapa ela insere parcialmente

no processo educacional, como a criação de uma página com algumas ferramentas, desenvolve

projetos no laboratório de informática, introduz aos poucos a tecnologia móvel, mas mantém

inalterados a estrutura de aulas, disciplinas e horários. Por fim, após um amadurecimento na

implantação das tecnologias, as instituições repensam seu projeto pedagógico e propõe

mudanças significativas.

A escola, no entanto, não é estática nem intocável. Está sujeita a

transformações, como o estão outras instituições. Novas formações sociais surgem a

partir das anteriores e a escola muda, assim como tem seu papel como um possível

agente de mudança, numa realidade essencialmente dinâmica (MIZUKAMI, 1986).

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Para Rezende (2000), a escola tem-se mostrado resistente a mudanças, mesmo quando

tenta incorporar meios inovadores, e que em muitos casos, “a presença nas escolas de

equipamentos de vídeo ou informática obedece mais ao interesse dos pais ou aos interesses

comerciais de alguma empresa do que propriamente aos educacionais e didáticos”.

Um projeto de inovação tecnológica na educação deve gerar propostas comprometidas

com as finalidades educativas, assumindo como essencial o sentido transformador da prática

pedagógica (CANDAU, 1991). Rezende (2000) reflete que é importante que a escola perceba

que o valor instrumental “não está nos próprios meios, mas na maneira como se integram na

atividade didática, em como eles se inserem no desenvolvimento da ação”.

Outro ponto que dificulta as escolas a utilizar adequadamente as novas tecnologias são

os currículos. Concordo com Marinho (2006) quando relata a falta de sincronização entre as

novas tecnologias da informação e os velhos currículos.

4.4 O perfil dos jovens estudantes contemporâneos

Não é difícil perceber que a tecnologia tem um papel de destaque no momento social

que estamos vivendo. Para Rezende (2000), “o aluno de hoje, de todos os níveis de ensino, com

o acesso (maior ou menor) às novas tecnologias em seu cotidiano, começa a desempenhar um

novo papel no contexto escolar”. Este traz para a escola maior conhecimento factual e

demonstra necessidades e expectativas mais objetivas quanto à sua formação.

Os alunos contemporâneos são conhecidos como nativos digitais, caracterizados pelo

uso constante das TIC por meio de dispositivos móveis, que estão imersos num contexto de

uma sociedade digitalizada na qual as TIC estão presentes na organização e no funcionamento

da vida cotidiana. Os alunos de hoje não são os mesmos para os quais nosso sistema educacional

foi criado (TEZANI, 2017).

Os nativos digitais são aqueles que nasceram após 1990 e que possuem habilidades com

as TIC. Eles apresentam familiaridade com a utilização de computadores, aparelhos celulares e

vídeo games em vários contextos quando estão conectados à internet. São capazes de se

relacionar pelas redes sociais, buscar informações, utilizam novas formas de se comunicar e

trocar informações que poder ser enviadas ou recebidas na forma de fotos, vídeos, áudios,

animações e textos. Pesquisam e processam as informações de tudo isso com muita rapidez,

realizando várias tarefas ao mesmo tempo. O uso constante das tecnologias digitais permite que

os alunos de hoje busquem, processem e armazenem informações de forma diferente das

gerações anteriores (TEZANI, 2017).

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Bacich, Neto e Trevisani (2015) ressaltam que “crianças e jovens estão cada vez mais

conectados às tecnologias digitais, configurando-se como uma geração que estabelece novas

relações com o conhecimento e que, portanto, requer que transformações aconteçam na escola.”

Presnsky (2001) caracteriza aqueles que nasceram na era analógica, mas que migraram

posteriormente para a era digital, que vivem com as TIC e adotam postura de abertura para as

possibilidades que a internet pode proporcionar. Eles são considerados imigrantes digitais.

Presnsky (2001) afirma que, como consequência disso, um problema que a educação enfrenta

hoje é a diferença da linguagem dos professores imigrantes digitais e dos alunos nativos digitais.

Com base nos estudos de Presnky (2001) e Palfrey e Gasser (2011), Tezani (2017)

elaborou uma tabela comparativa:

Tabela 2: Imigrantes Digitais x Nativos Digitais

Fonte: Elaborado por Tezani com base em Presnky (2001); Palfrey e Gasser (2011)

Tezani (2017) destaca que fora da escola nossos alunos utilizam esse universo

tecnológico, porém ainda encontramos restrições desse uso na prática pedagógica.

4.5 A importância da personalização do ensino

As pessoas são diferentes, gostam de coisas diferentes, fazem coisas diferentes e

aprendem de forma diferente. Algumas gostam de ler, outras gostam de escrever o que

aprendem, outras de apenas ouvir e outras aprendem melhor fazendo, são mais sinestésicas.

Então, por que não fornecer aos nossos alunos formas diferentes de aprender um mesmo

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conteúdo? O cérebro humano segrega e compreende de formas distintas conhecimentos literais

e práticos. O respeito à diversidade é a chave para transformar o aprendizado nas escolas

contemporâneas.

Assim, a prática educacional e a escolha de diferentes metodologias didáticas devem

considerar a heterogeneidade das turmas e a diversidade dos alunos em cada sala de aula,

atendendo características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que são

próprias de cada um. Além disto, novos desenvolvimentos tecnológicos, notadamente as

tecnologias da informação e da comunicação, oferecem novas possibilidades de ferramentas e

práticas educativas e reclamam por conhecimentos e competências para sua utilização em

processos educacionais.

Um curso de formação de professores deveria possibilitar confronto entre

abordagens, quaisquer que fossem elas, entre seus pressupostos e implicações, limites,

pontos de contraste e convergência. Ao mesmo tempo, deveria possibilitar ao futuro

professor a análise do próprio fazer pedagógico, de suas implicações, pressupostos e

determinantes, no sentido de que ele se conscientizasse de sua ação, para que pudesse,

além de interpretá-la e contextualizá-la, superá-la constantemente. (MIZUKAMI,

1986, p. 109)

O fenômeno educativo pode ser concebido de várias formas. Possui múltiplos aspectos

presentes tanto na dimensão humana quanto na técnica, na cognitiva, na emocional, na sócio-

política e cultural. Essas dimensões possuem múltiplas implicações e relações. Diferentes

formas de aproximação do fenômeno educativo podem ser consideradas, e devem ser

analisadas, contextualizadas e discutidas criticamente (MIZUKAMI, 1986).

Entendendo o fenômeno educativo como um processo de mão dupla, onde professor e

aluno podem juntos construir conhecimento e expandi-lo em diferentes direções, e que cada

aluno possui uma maneira própria para interpretar os fenômenos da natureza, torna-se

necessário disponibilizar diferentes formas de contato com as informações que levarão ao

entendimento e memorização de um conteúdo.

De acordo com Mizukami (1986), as relações dos sujeitos com os meios estabelecem

diferentes posições que podem implicar em diferentes aplicações pedagógicas. Os empiristas

consideram o organismo sujeito às contingências do meio, enfatizando uma aquisição exógena

do conhecimento, a partir de experiências, verbalizações ou recursos e materiais audiovisuais

que são simplesmente transmitidos. Os nativistas enfatizam o sujeito, atribuindo a ele categorias

de conhecimento “já prontas”, numa pré-formação endógena. Do ponto de vista interacionista

o conhecimento é considerado como uma construção contínua, onde a ênfase está na descoberta

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e na invenção, que implicam a interação de ambas as posições, exógena e endógena. Tendo em

vista os diferentes posicionamentos pessoais, deveríamos ter diferentes ações educativas em

sala de aula (MIZUKAMI, 1986).

O método expositivo se destaca na abordagem tradicional (VEIGA, 1991). Preocupa-se

com a variedade e quantidade de noções, conceitos e informações e não com a formação do

pensamento reflexivo. Caracteriza-se pelo verbalismo do mestre e pela memorização do aluno.

A motivação é extrínseca a ele e dependerá de características pessoais do professor para manter

o aluno interessado e atento (MIZUKAMI, 1986).

A aula expositiva é uma comunicação verbal estruturada, utilizada pelos professores

com o objetivo de transmitir determinados conteúdos aos alunos (VEIGA, 1991). Quando

utilizada como única forma de ensino, essa abordagem não considera as diferenças individuais.

Para Mizukami (1986), no método tradicional a tendência de se tratar todos igualmente é devido

a dificuldade do professor em identificar se o aluno está necessitando de auxílio, e ainda de

atendê-lo, uma vez que o restante da turma ficará isolada durante o atendimento.

Veiga (1991) destaca que a importância dada ao professor como transmissor do acervo

cultural, deu ao ensino tradicional um caráter autoritário, inibidor da participação do aluno.

Assemelha-se a relação destacada por Freire (2014), onde o opressor (professor) inibe a ação

do oprimido (aluno). E estes aspectos são sentidos na aula expositiva, considerada como a

principal técnica da Pedagogia Tradicional.

Novas tendências para a educação contemporânea contam com a tecnologia para

potencializá-las. É preciso descentralizar o aprendizado, tirar do professor a única fonte de

informação para o aluno. Atualmente, existem diversos portais na internet com conteúdo de

qualidade, de todas as matérias e nos mais variados formatos, como vídeo-aulas, hipertextos,

jogos, questionários e muito mais. A personalização do ensino está justamente nessa questão,

fornecer aos alunos várias possibilidades de aprender um mesmo conteúdo, incentivando-o a

perceber sua melhor forma de aprendizagem.

De um lado, as metodologias do Ensino Híbrido assemelham-se com a abordagem

comportamentalista. A aplicação de tecnologias educacionais, tão inerentes aos tempos atuais,

foi citado por Mizukami (1986), assim como a preocupação com a personalização do ensino.

Por outro, espera-se que alguns alunos aprendam verdadeiramente com aula expositiva

tradicional, por isso, no Ensino Híbrido ela continua em destaque. Snyders (1974) afirma que o

ensino tradicional, é o ensino verdadeiro, cuja pretensão é conduzir o aluno até o contato com

as grandes realizações da humanidade. O mundo é externo ao indivíduo, que gradativamente

vai adquirindo uma compreensão cada vez mais sofisticada dele, a medida que se confronta

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com os modelos, os ideais, as aquisições científicas e tecnológicas, os raciocínios e

demonstrações, as teorias elaboradas (MIZUKAMI, 1986).

No Ensino Híbrido, metodologias ativas são amplamente utilizadas. Os alunos

desenvolvem as atividades de forma autônoma e interpretam o conteúdo oferecido por fontes

externas ao professor, como vídeo-aulas e hipertextos disponíveis na internet. Metodologias

como essa assemelham-se com a abordagem humanista descrita por Mizukami (1986), no que

se refere ao professor em si não transmitir conteúdo, mas orientar e dar assistência, sendo um

facilitador da aprendizagem, criando condições para que o aluno aprenda. Contudo, em uma

abordagem sociocultural, nota-se que essas metodologias aprofundam a consciência crítica da

realidade, na medida em que os homens participam ativamente da exploração de suas temáticas.

(MISUKAMI, 1986)

Acredito que alguns alunos aprendam bem assim, pois sua curiosidade pode facilmente

extrapolar a atividade proposta. Uma rápida busca sobre o assunto na internet o levará a outras

abordagens e exemplos. Concordo com Misukami (1986) quando ele propõe que “o

conhecimento é inerente à atividade humana. O ser humano tem curiosidade natural para o

conhecimento.” Concordo ainda quando Misukami (1986) define que o jovem é intrinsicamente

motivado, curioso, tem a ânsia de descobrir, de conhecer, de resolver problemas.

Em metodologias ativas, a disponibilidade do professor para o atendimento pessoal é

fator relevante pois, assim como numa abordagem sociocultural do processo educativo, o

professor pode participar juntamente com o aluno desse processo, aprendendo junto com ele, já

que a autonomia do aluno na pesquisa pode trazer novas informações. O diálogo é desenvolvido,

ao mesmo tempo em que são oportunizadas a cooperação, a união, a organização, a solução

comum de problemas. (MISUKAMI, 1986).

Na abordagem cognitivista, é evidente a promoção da socialização e da cooperação entre

os alunos, pois a própria atividade grupal tem um aspecto integrador. A interação social, o

compartilhamento de ideias, responsabilidades, decisões, são imprescindíveis ao

desenvolvimento operatório do ser humano (Misukami, 1986).

As técnicas de ensino socializado, como os seminários, visam investigar um problema,

analisar criticamente fenômenos, trabalhar de forma cooperativa e instaurar um diálogo crítico.

São como aulas expositivas ministradas pelos alunos, mas que possuem um caráter mais ativo,

partindo da pesquisa, preparação e exposição do tema. (VEIGA, 1991).

Apenas marcar a diferença em relação ao processo tradicional de ensino, no qual o aluno

interage com o conteúdo visando apenas à avaliação e as metodologias ativas é inconsistente.

É insuficiente a oposição entre os papéis ativo e passivo do aluno frente à aprendizagem. É

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preciso dar ênfase à apropriação das estratégias metacognitivas pelo aluno na interação com

materiais didáticos informatizados (REZENDE, 2000)

Para Resende (2000), o mais importante é aprender como aprender, como construir e

refinar novos significados. A metacognição pode, assim, ser associada à resolução de

problemas, quando, além de refletir sobre a solução, o indivíduo reflete sobre suas próprias

abordagens ao problema. Essa reflexão pode gerar estratégias alternativas mais produtivas.

Rezende (2000) afirma que o alvo do processo educativo passa a ser a habilidade de

reflexividade e não o de memorização.

Um professor criativo e inovador, busca dinamizar as atividades desenvolvidas em sala

de aula. O Ensino Híbrido valoriza a variação das técnicas de ensino e a introdução de inovações

nas técnicas já conhecidas (VEIGA, 1991).

4.5.1 Novas tecnologia podem ajudar a personalizar o ensino

As tecnologias digitais podem propiciar diferentes possibilidades para trabalhos

educacionais mais significativos para seus participantes e elas já começam a fazer parte da

rotina escolar. As TIC permitem acesso rápido a uma grande quantidade de informação,

alterando a forma de pensar e construir conhecimento, e por isso, devemos refletir sobre seu

papel nessa modificação. Novas formas de aprendizagem surgem, construindo conhecimento

de forma coletiva e que são compartilhados com um toque na tela. Assim o conhecimento, sendo

construído a muitas mãos, nunca estará pronto e acabado, mas reorganizado conceitualmente

considerando diferentes cenários (BACICH; NETO; TREVISANI, 2015).

Para Prensky (2010), a maioria dos professores imigrantes digitais, que se inseriam no

mundo da tecnologia digital têm uma forma de ensinar que nem sempre está em sintonia com

os alunos nativos digitais, na sua forma de aprender ou pelo menos atrair seu interesse. Segundo

Bacich, Neto e Trevisani (2015), alguns estudantes não aprendem bem no passo a passo, de

forma coletiva e concomitantemente, tendo o professor como transmissor único do

conhecimento. Alguns preferem aprender em paralelo, no seu ritmo, solicitando ajuda

individual quando necessário. Aulas expositivas tendem a ser mais curtas, pois mantem a

atenção e concentração dos estudantes por pouco tempo. As diferentes possibilidades de

aprendizagem oferecidas pelas tecnologias digitais, quando bem utilizadas pela escola, são

oportunidades para que os alunos possam aprender mais e melhor (BACICH; NETO;

TREVISANI, 2015).

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Precisamos considerar que os estudantes possuem relações diferentes com professores

e/ou tecnologias digitais, nem sempre aprendendo do mesmo jeito e no mesmo ritmo. Essa

consideração requer novas metodologias de ensino para o melhor aproveitamento que as

tecnologias digitais possibilitam. Nesse sentido, o ensino on-line pode ajudar a personalizar o

aprendizado visto o grande leque de possibilidades de informação que a internet proporciona

(BACICH; NETO; TREVISANI, 2015).

Deve-se considerar que a tecnologia representa apena recursos que podem ser utilizados

e para isto devem se adequar às necessidades de determinado projeto político-pedagógico, e

colocar-se a serviço de seus objetivos e nunca os determinando (REZENDE, 2000). Entretanto,

os meios ou recursos, por si só, não são eficientes se forem utilizados com item mais importante

do processo educativo, se não forem objeto da reflexão humana, deslocando para segundo plano

as intenções pedagógicas. O tratamento educacional perante as tecnologias precisa ser efetivo,

ou não trará contribuição ao processo ensino-aprendizagem, nem irá alterar o cotidiano de

professores e alunos (CANDAU, 1991).

A utilização das tecnologias da informação e da comunicação no campo educacional

tem um caráter sociocultural, defendido por Freire (2014) e exposto por Misukami (1986), onde

somente através do diálogo será possível democratizar a cultura, e essa democratização implica

na igualdade ontológica dos homens, com acessibilidade ilimitada ao conhecimento e à cultura

e comunicabilidade ilimitada do conhecimento e da cultura.

4.5.2 Aprendizagem autônoma

As tecnologias móveis já estão dentro das salas de aula, mas como o próprio nome já

diz, são feitas para movimentar-se, levadas a qualquer lugar, utilizadas a qualquer hora e de

muitas formas. Não precisamos estar sempre juntos para aprender. A aprendizagem pode ser

feita fora da sala de aula e sem a supervisão do professor (MORAN; MASETTO; BEHRENS,

2013).

As Metodologias Ativas têm o potencial de despertar a curiosidade, à medida que os

alunos se inserem na teorização e trazem elementos novos, ainda não considerados nas aulas ou

na própria perspectiva do professor. A implementação dessas metodologias pode vir a favorecer

uma motivação autônoma quando inclui o fortalecimento da percepção do aluno de ser agente

da própria ação (BERBEL, 2011).

Para Freire (2007), o respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo

ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros. Para ele o docente que

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desrespeita a curiosidade do aluno, a sua inquietude e sua linguagem, transgredem os princípios

fundamentalmente éticos de nossa existência.

Materiais didáticos que incorporam as novas tecnologias têm como característica

principal permitir que o estudante tenha o controle de sua aprendizagem (VALENTE, 1993)

As Metodologias Ativas são formas de desenvolver o processo ensino-aprendizagem,

favorecendo a autonomia do educando, despertando a curiosidade e estimulando tomadas de

decisão individuais e coletivas (BORGES; ALENCAR, 2014).

Para Borges e Alencar (2014), é fundamental que o professor participe do processo de

repensar a construção do conhecimento, na qual a mediação e a interação são os pressupostos

essenciais para que ocorra aprendizagem. Contudo, a implantação de metodologias ativas deve

ser feita de forma consciente, pensada e, sobretudo, preparada para não tirar do professor a

alegria de ensinar.

Como agente integrante participativo deste processo, o educador dedica a atividade, cria

condições de desenvolvimento de práticas desejáveis, seja individualmente, seja do ponto de

vista do grupamento humano CANDAU (1991). Sendo assim, o educador além de transmissor

de conhecimento, deve atuar na mediação do aprendizado, usando recursos didáticos que

favoreça o aprendizado crítico-reflexivo do estudante, de forma ativa e motivadora.

4.6 Tendências para a educação contemporânea

É muito difícil traçar um rumo para a educação, diante de tantas mudanças, tantas

possibilidades, tantos desafios. Com a disseminação da internet, metodologias diferentes, mais

participativas e adaptadas a cada aluno vem aparecendo, porém num ritmo ainda muito lento

(MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2013).

A educação formal está num impasse diante de tantas mudanças na

sociedade: como evoluir para tornar-se relevante e conseguir que todos aprendam de

forma competente a conhecer, a construir seus projetos de vida e a conviver com os

demais. Os processos de organizar o currículo, as metodologias, os tempos e os

espaços precisam ser revistos. (MORAN, 2015)

A tecnologia traz hoje uma integração simbiótica, profunda e constante do ensinar e

aprender no que chamamos de mundo físico e mundo digital. Mundos hibridizados que

expandem o espaço da sala de aula e que são fundamentais para abrir a escola para o mundo e

para trazer o mundo para dentro da escola. A criação de desafios, atividades, jogos que

realmente trazem competências necessárias para cada etapa, solicitando informações

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pertinentes e oferecendo recompensas estimulantes, estão cada vez mais presentes na escola.

(MORAN, 2015)

As escolas que nos mostram novos caminhos estão mudando o modelo

disciplinar por modelos mais centrados em aprender ativamente com problemas,

desafios relevantes, jogos, atividades e leituras, combinando tempos individuais e

tempos coletivos; projetos pessoais e projetos de grupo. Isso exige uma mudança de

configuração do currículo, da participação dos professores, da organização das

atividades didáticas, da organização dos espaços e tempos. (MORAN, 2015)

Com o apoio das tecnologias móveis, flexibilizando, integrando e inovando o processo

ensino-aprendizagem, tornando-o mais empreendedor, uma educação inovadora deve se apoiar

em um conjunto de propostas e grande eixos que servem de base e de guia: o conhecimento

integrador e inovador; o desenvolvimento da autoestima e do autoconhecimento; a formação de

alunos empreendedores e a construção de alunos-cidadãos (MORAN; MASETTO; BEHRENS,

2013).

O modelo de passar conteúdo e cobrar sua devolução é insuficiente. Situações concretas,

histórias, estudos de caso, vídeos e jogos podem servir de base para o professor ir incorporando

informações, reflexões e teoria, incentivando os alunos a pesquisarem, compararem,

produzirem e comunicarem (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2013).

“Aprendemos melhor quando vivenciamos, experimentamos, sentimos.

Aprendemos quando fazemos relação, estabelecemos vínculos, laços, entre o que

estava solto, caótico, disperso, integrando-o em um novo contexto, dando-lhe

significado, encontrando um novo sentido” (MORAN; MASETTO; BEHRENS,

2013).

Em uma palestra apresentada por Michelle Sander, no TEDxMauá, publicitária e

consultora envolvida com a educação, integrante da Perestroika: escola de criatividade,

ela destaca oito tendências da educação na atualidade: 1 tecnologia (e seu uso criativo na

educação); 2 descentralização (mediação da educação); 3 personalização (respeitar a

individualidade do aluno); 4 storytelling (narrativa educacional, como uma grande contação de

histórias); 5 gameficação (aprendizagem por fases em jogos de aprendizado); 6

desescolarização (aprender fora da escola tradicional); 7 escola + vida (o cotidiano trazido pra

dentro da escola), 8 experiência (aproveitando a imaginação e o imaginário) (TENDÊNCIAS...

2014).

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4.7 Capacitação e estruturação das escolas. Adequação dos espaços.

A personalização do ensino acontece em diferentes espaços escolares, entre eles – e

talvez em primeiro lugar – a sala de aula. E importante que o professor reveja as propostas

desenvolvidas de forma a oportunizar ao aluno a efetiva participação na construção do

conhecimento. Dependendo da infraestrutura de cada local, podemos incluir tecnologias

(música, vídeos, filmes, projetores, computadores e aparelhos celulares) na sala de aula, mas é

importante dar significado a elas (BACICH; NETO; TREVISANI, 2015).

A escola precisa ser repensada com vistas a criar vários espaços diferentes onde os

alunos possam usar ferramentas adequadas a cada caso, funcionando como um impulsionador

e facilitador, trazendo o aluno para o centro das atenções. Esses espaços devem permitir que o

aluno aprenda a partir de aula expositiva, roda de debate, uma leitura, ou mesmo em um jogo

(BACICH; NETO; TREVISANI, 2015).

A internet por exemplo, deve ser inserida numa boa escola, como importante

componente metodológico, assegurada por um projeto pedagógico inovador, não para controlar

mais os alunos e reforçar o papel do professor como mero transmissor de conhecimento

(MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2013).

Os espaços podem ter múltiplas atividades diferenciadas. Uma sala de aula pode se

tornar um espaço de pesquisa, de desenvolvimento de projetos, de intercomunicação on-line,

de publicação, combinando o melhor do presencial e do virtual (MORAN; MASETTO;

BEHRENS, 2013).

4.8 Novo perfil para o professor, de palestrante para orientador

Segundo Perrenoud (2000), todo professor que se preocupa com a transferência,

com o reinvestimento dos conhecimentos escolares na vida teria interesse em adquirir uma

cultura básica no domínio das tecnologias, sendo elas necessárias a qualquer um que pretenda

lutar contra o fracasso escolar e a exclusão social. Essa cultura básica também é necessária para

pensar a relação entre a evolução dos instrumentos, as competências intelectuais e a relação

com o saber que a escola pretende formar. Tal evolução afeta as situações que os alunos

enfrentam e enfrentarão, e que pretensamente eles mobilizam e mobilizarão o que aprenderam

na escola (PERRENOUD, 2000).

As novas tecnologias educacionais devem fazer parte do projeto pedagógico da

instituição, pois incentivam o trabalho com atividades colaborativas, pesquisas, projetos e a

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produção de conteúdos. Cabe ao professor o papel de organização das tarefas, de discussão,

orientação e apresentação de resultados, e de sua publicação pelos alunos (MORAN;

MASETTO; BEHRENS, 2013).

As novas tecnologias contribuem para os trabalhos pedagógicos e didáticos

contemporâneos, permitindo a criação de situações de aprendizagem ricas, complexas e

diversificadas, fazendo com que todo o investimento no trabalho não repouse mais somente

sobre o professor, uma vez que tanto a informação quanto a dimensão interativa são assumidas

pelos produtores dos instrumentos (PERRENOUD, 2000).

Para Perrenoud (2000), “a verdadeira incógnita é saber se os professores irão apossar-

se das tecnologias como um auxílio ao ensino, para dar aulas cada vez mais bem ilustradas por

apresentações multimídia, ou para mudar de paradigma e concentrar-se na criação, na gestão e

na regulação de situações de aprendizagem”. Sendo assim, o educador além de transmissor do

conhecimento, deve atuar na mediação do aprendizado, usando recursos didáticos que favoreça

o aprendizado crítico-reflexivo do estudante, de forma ativa e motivadora (BORGES;

ALENCAR, 2014).

Nessa abordagem, o papel do professor, aproxima-se de uma concepção de profissional

que facilita a construção de significados por parte do aluno nas suas interpretações do mundo.

Assim, este profissional será melhor denominado de facilitador pedagógico (REZENDE, 2000).

Em sua prática, o facilitador pedagógico poderá, entre outras atividades: (l)

desenvolver poucos conceitos com maior produtividade; (2) encorajar o aluno a buscar

outros pontos de vista e a desejar aprender e entender; (3) propiciar a análise de

experiências significativas e a sua reflexão crítica; (4) promover a comunicação entre

os alunos e grupos de alunos e o intercâmbio de experiências (REZENDE, 2000).

Muitos professores, ao se colocarem à frente de uma classe, tendem a se ver como

especialistas na disciplina que lecionam. Dessa forma, as ações desenvolvidas em sala de aula

são expressas pelo verbo ensinar. Eles reproduzem os processos pelos quais passaram ao longo

da sua formação, centralizando o conhecimento em sua própria pessoa (SILVA; BORBA,

2011).

Os professores que vêem os alunos como principais agentes do processo educativo,

preocupam-se em identificar as aptidões, necessidades e interesses, buscando auxiliá-los na

coleta das informações. Suas atividades estão centradas na figura do aluno. Desta maneira

realizam o papel de facilitadores, mediadores da aprendizagem (SILVA; BORBA, 2011).

À medida que a ênfase é colocada na aprendizagem, Borges e Alencar (2014) afirmam

que o papel predominante do professor deixa de ser o de ensinar, e passa a ser o de ajudar o

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aluno a aprender. Neste contexto, Werner e Bower (1984) ressaltam que educar deixa de ser a

“arte de introduzir ideias na cabeça das pessoas, mas de fazer brotar ideias”.

Sendo assim, o ensino passa a ser mais do que a transmissão de conhecimento. Passa

a exigir a utilização de métodos e de ferramentas para o desempenho desse papel ativo.

Dessa forma, a atenção principal na ação educativa transfere-se, em grande parte, do

ensino para a aprendizagem. Assim, o docente, mais do que transmissor de

conhecimento, é um facilitador da aprendizagem. (SILVA; BORBA, 2011).

O ensino com as novas mídias deveria questionar as relações convencionais entre

professores e alunos. Para tanto, o perfil desse novo professor - ser aberto, humano, valorizar a

busca, o estímulo, o apoio e ser capaz de estabelecer formas democráticas de pesquisa e

comunicação (MORAN, 1998).

Conforme Vigotskii (2010), o professor deve ser um agente mediador, propondo

desafios aos seus acadêmicos e ajudando-os a resolvê-los, ou proporcionando atividades em

grupo, em que aqueles que estiverem mais adiantados possam cooperar com os que tiverem

mais dificuldades. Na abordagem cognitivista da educação, Mizukami (1986) afirma que “cabe

ao professor evitar rotina, fixação de respostas, hábitos.”

Na relação aluno-professor, um cuidado deve ser tomado no processo ensino-

aprendizagem, para que a autoridade do professor não seja confundida com opressão. É

importante a abertura do diálogo a todo momento, pois essa é a essência da educação. O

crescimento do educando deve ser recíproco ao crescimento do educador, porque “... ninguém

educa ninguém, ninguém se educa; os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”

(FREIRE, 2014).

Para Resende (2000), “o uso das novas tecnologias pode contribuir para novas práticas

pedagógicas desde que seja baseado em novas concepções de conhecimento, de aluno, de

professor, transformando uma série de elementos que compõem o processo de ensino-

aprendizagem.”

Pretto (2013) admite que as novas tecnologias podem representar uma nova forma de

pensar e sentir ainda em construção, vislumbrando, assim, um papel importante para elas na

elaboração do pensamento.

Ensinar informática é uma coisa, ensinar com informática é outra. E é nessa outra

perspectiva, na do “ensinar com”, que consigo pensar o uso das tecnologias digitais na escola.

É nessa perspectiva que devemos concentrar nossos esforços (MARINHO, 2006).

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4.9 A importância da formação continuada para o professor

Na realidade, as relações convencionais professor-aluno estão em pauta de discussão,

porque o professor deixou de ser o único a ter acesso à informação nessa relação. Esse dado

está levando o professor a mudar de postura, abdicando do poder que detinha enquanto único

possuidor do conhecimento relevante no contexto escolar, favorecendo uma relação mais

simétrica com o aluno (REZENDE, 2000).

Ao definirmos essa educação que precisamos e queremos tornar possível para nossos

jovens e crianças, temos que estar atentos a vozes várias, em coros múltiplos, que nos fazem

crer, com linguagem enfática e que denota preocupação, que a info-alfabetização, ou a

alfabetização ou letramento digital, são necessários de forma absoluta, para todos (MARINHO,

2006).

Na formação continuada do professor nas escolas brasileiras, tanto públicas

quanto particulares, pouco foi desenvolvido em relação às novas habilidades, sobretudo aquelas necessárias para o uso intencional de tecnologias digitais, o que

reflete diretamente na continuidade de práticas pedagógicas ultrapassadas, muitas das

quais, por sua vez, são reflexo da graduação incompatível com o cenário atual das

salas de aula (BACICH; NETO; TREVISANI, 2015).

4.10 Como capacitar o professor para o uso de tecnologia na educação

O verdadeiro educador mostra para o aluno a nossa ignorância e dificuldades, está atento

àquilo que não sabe, ao mesmo tempo que mostra o que sabe. Para Moran, Masetto e Behrens

(2013), ele é humilde e confiante, valoriza o relativo e aceita o provisório, dando lugar a novas

descobertas e novas sínteses.

O professor deve ter coerência entre o que fala e o que faz na vida, sua atitude é um fator

importante para o sucesso pedagógico. Os alunos estão atentos a pessoa do professor. Se

expressar bem, contar histórias interessantes, saber jogar com as metáforas e com o humor, usar

as tecnologias adequadamente, trazer novidades, variar técnicas e métodos, sem dúvida trará

bons resultados. Quando o professor une as competências intelectual, emocional e ética, ele

causa impacto (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2013).

4.11 Objeto de Aprendizagem

O uso da tecnologia digital na formulação e desenvolvimentos de conceitos científicos

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está aumentando e tem ganhado mais evidência, emergindo novos caminhos no processo

ensino aprendizagem e na produção de material voltado para o campo educacional e

acadêmico (TAROUCO; FABRE; TAMUSIUNAS, 2003).

A internet abriga diversas plataformas e repositórios de objetos de aprendizagem, que

podem ser acessados no trabalho, em casa, na escola ou em qualquer outro lugar. As novas

formas de comunicação e interatividade proporcionadas pela internet permite que os objetos

de aprendizagem auxiliem o ensino e a aprendizagem de conteúdos específicos (TAROUCO;

FABRE; TAMUSIUNAS, 2003).

Os objetos de aprendizagem são recurso que apoiam os professores, suplementando e

facilitando o processo de aprendizagem. Devem ser materiais educacionais projetados e

construídos em pequenos conjuntos para favorecer a autonomia e a reutilização (TAROUCO;

FABRE; TAMUSIUNAS, 2003).

O Objeto de Aprendizagem é um recurso educacional virtual ou não, que tem como

objetivo facilitar o processo de ensino-aprendizagem de forma dinâmica, utilizando a

tecnologia como apoio. Esse recurso deve ser planejado com práticas pedagógicas de

forma a favorecer a aprendizagem, a autonomia, e principalmente precisa estar

contextualizado de forma significativa para uma melhor compreensão das aplicações

do conteúdo. Deve, ainda, fazer com que o estudante se sinta desafiado e estimulado

a investigar e simular. Uma das principais características do O.A é a reutilização de

seus recursos, em diferentes contextos de aprendizagem (DAUANNY JÚNIOR,

2017).

O desenvolvimento destes objetos de aprendizagem deve prever o reuso, a organização

dos metadados que são as informações sobre a sua fonte e o gerenciamento do seu conteúdo

(TAROUCO; FABRE; TAMUSIUNAS, 2003).

Segundo Wiley (2000), a tecnologia do Objeto de Aprendizagem é a mais forte

candidata na área de produção de materiais didáticos flexíveis. Ele ressalta o alto potencial de

reutilização, geração, adaptabilidade e escalabilidade, além do custo reduzido, o que é um forte

estímulo para sua produção.

A partir da literatura técnica e, de forma sintética, os objetos de aprendizagem3 se

distinguem dos demais recursos didáticos por características como: 1) reutilização,

com a possibilidade de uso em diferentes contextos educativos, proporcionando

eficiência econômica em sua preparação e desenvolvimento, 2) portabilidade, com

disponibilidade de utilização através de diferentes plataformas técnicas, 3)

modularidade, de forma que um objeto possa conter ou estar contido em outros

objetos, com a perspectiva de combiná-los; 4) autossuficiência, no sentido de não

depender de outros objetos para fazer sentido e 5) descritos por metadados, como por

exemplo, autor, palavra-chave, criador/autor, idioma e objetivos educacionais

(SABBATINI, 2012).

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De acordo com Sabbatini (2012), essa distinção é necessária, uma vez que tecnicamente

os objetos de aprendizagem podem assumir qualquer formato ou mídia, desde simples imagens,

arquivos de texto ou apresentações de slides e chegando a objetos complexos como simulações

de realidade virtual.

A tecnologia aplicada aos objetos educacionais é um novo paradigma em se tratando de

instrução por meio de computadores. Baseada na orientação ao objeto, consiste na elaboração

de objetos com objetivos educacionais de possível reutilização em múltiplos contextos,

permitindo ao aluno aprender em qualquer lugar, fazendo simulações e pesquisando. Dessa

forma, a aprendizagem se dará de uma maneira mais significativa (DAUANNY JÚNIOR,

2017).

Nas definições de objeto de aprendizagem, é justamente a propriedade de reutilização

que além de consistir uma característica de definição do conceito, surge também como uma

justificativa de sua própria existência, na medida em que possibilitaria uma redução dos custos

associados ao desenvolvimento de cursos e de materiais didáticos (SABBATINI, 2012).

Por esse fato, o objeto de aprendizagem, produto dessa dissertação, inicialmente testado

e aplicado com os professores ouvintes todos reunidos em um mesmo ambiente, foi

transformado em uma vídeo-aula, afim de atender a todas as pessoas sem a necessidade de

mediador (palestrante).

5 PRODUTO – VÍDEO-AULA: TECNOLOGIA APLICADA A EDUCAÇÃO

Como produto, objeto desse trabalho, foi elaborada uma proposta de capacitação,

intitulada “Ensino Híbrido: um imenso poder transformador”, direcionada para professores da

educação básica, que têm como objetivo orientar e incentivar os educadores para o uso das

Tecnologias da Informação e Comunicação, dentro e fora da sala de aula, diretamente com os

alunos. A proposta de capacitação é ilustrada visualmente com slides digitais construídos com

POWER POINT e com pequenos vídeos.

Com o objetivo de permitir que todos os professores pudessem ter acesso às informações

contidas na proposta de capacitação, ela foi transformada em um objeto de aprendizagem,

baseado em vídeo e postado no repositório digital do maior portal de compartilhamento de

vídeos da internet, o YOUTUBE. Esse repositório foi escolhido por entender que seria a forma

mais rápida, abrangente e sem custos para atingir um grande número de professores. O endereço

eletrônico para acessar o vídeo é: https://www.youtube.com/watch?v=CaiYmLXgwk4&t=515s

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Se os objetos de aprendizagem são defendidos como meio de alcançar uma economia

compartilhada de recursos, suprindo a carência de materiais didáticos de qualidade para o ensino

online, será através dos chamados repositórios digitais que os educadores terão acesso a eles.

Um repositório pode ser definido como uma localização central no qual um conjunto de dados

é armazenado e se mantém de maneira organizada. Porém, dependendo de sua acepção, um

repositório pode permitir o acesso direto a estes recursos ou somente possuir registros que

redirecionem os usuários à localização original, em outros pontos da rede (SABBATINI, 2012).

Os slides e vídeos utilizados na proposta de capacitação compunham as imagens do

vídeo, e o autor desse trabalho fez a narrativa de cada slide, buscando explicar ao professor

ouvinte sobre os caminhos para iniciar a transformação na sua sala de aula e ao mesmo tempo

incentivá-lo a seguir esse caminho, como foi proferida a proposta de capacitação nas escolas.

A seguir temos as informações pretendidas em cada slide desse objeto de aprendizagem.

5.1 Apresentação e introdução ao tema

A apresentação do autor como professor e aplicador das metodologias do ensino híbrido

visa trazer a confiança do professor ouvinte para um relato de experiência de um colega de

profissão. O exposto o objetivo de orientar e incentivar os professores para o uso das tecnologias

digitais, dentro e fora da sala de aula e diretamente com os alunos. Aqui também é chamada a

atenção para as dicas de ferramentas que serão citadas durante o vídeo.

Slide 01: Apresentação

Fonte: Desenhos do autor

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5.2 A sala de aula híbrida

A imagem abaixo representa um primeiro trecho de um vídeo apresentando uma sala de

aula híbrida. O objetivo e que o professor ouvinte possa compará-la com a sua própria sala de

aula e perceber as diferenças, notadamente o silêncio e o engajamento dos alunos em suas

atividades, comportamentos comuns durante uma aula híbrida.

Slide 02: Vídeo sala de aula híbrida

Fonte: Desenhos do autor

5.3 Contextualização histórica do perfil da sala de aula

A sala de aula tradicional é ilustrada no próximo slide do vídeo para que os professores

ouvintes continuem a reflexão sobre as diferenças com a sala de aula híbrida, e possam talvez,

observar os mesmos comportamentos narrados pelo autor em referência aos alunos da sala

tradicional: após algum tempo do início da aula, alguns alunos já estavam dispersos, dormindo,

conversando ou mexendo em seus aparelhos celulares.

Slide 03: Sala de aula tradicional

Fonte: Desenhos do autor

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5.4 Transformação da sala de aula

O objetivo desse slide é motivar o professor a iniciar o processo de transformação da

sua sala de aula, por seu próprio planejamento e ação, sem depender da ação prévia da escola

ou do governo. É chamada a atenção da velocidade de transformação dos diversos setores da

sociedade na era digital, ao contrário da educação que se modifica de maneira mais lenta.

Slide 04: Transformação

Fonte: Desenhos do autor

5.5 Evolução: Trabalho X Escola

Nesse slide é explicitado o trabalho de Lengel (2012) que faz um paralelo da evolução

do trabalho e da escola. A escola acompanhava a evolução do trabalho e eram planejadas para

a formação de trabalhadores de acordo com as necessidades da sociedade.

No século 19, o Trabalho 1.0, denominado assim por Lengel (2012), ocorria no campo,

ao ar livre, com ferramentas simples e manuais, e os grupos incluíam pessoas de idades

diferentes. A Educação 1.0 era em um sistema artesanal, com estudos ao ar livre, com

ferramentas simples e em pequenos grupos, formados por pessoas de diferentes idades.

(LENGEL, 2012)

No século 20, a indústria representava o que Lengel (2012) denominou de Trabalho 2.0.

O trabalho se dá em fábricas, com ferramentas mecânicas, em grandes grupos e a partir de

tarefas repetitivas. A Educação 2.0 consistia em um sistema padronizado, onde os estudos se

davam em grandes grupos, com pessoas da mesma idade. O local passa a ser fechado e as

atividades são repetitivas. (LENGEL, 2012)

O Trabalho 3.0, representativo no século 21 é multitarefa, ocorre em pequenos grupos

interdisciplinares, que resolvam problemas complexos. Usam ferramentas digitais e estão

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conectados a outras pessoas durante todo o dia. A Educação 3.0 ainda está em transição, pois,

o estudo ainda se organiza a partir de grandes grupos, que fazem a mesma atividade ao mesmo

tempo. Lengel (2012) acredita que é preciso uma nova configuração.

Slide 05: Evolução: Trabalho X Educação

Fonte: Desenhos do autor

5.6 Motivação e inspiração para o professor

Os dois próximos slides se referem as primeiras dicas para incentivar e inspirar os

professores a buscarem as informações relevantes para a continuidade da sua formação. Trata-

se de dois portais na internet que abrigam conteúdos relevantes para os professores.

Fundação Lemann. A Fundação Lemann é uma organização sem fins lucrativos, criada

em 2002 pelo empresário brasileiro Jorge Paulo Lemann. Contribuir para melhorar a qualidade

do aprendizado dos alunos brasileiros e formar uma rede de líderes transformadores são os

grandes objetivos da instituição. No site temos acesso a notícias, cursos, pesquisas e redes.

Link: http://www.fundacaolemann.org.br

Slide 06: Fundação Lemann

Fonte: Desenhos do autor

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Porvir. O Porvir é uma iniciativa de comunicação e mobilização social que mapeia,

produz, difunde e compartilha referências sobre inovações educacionais para inspirar melhorias

na qualidade da educação brasileira e incentivar a mídia e a sociedade a compreender e

demandar inovações educacionais. Link: porvir.org

Slide 07: Portal Porvir

Fonte: Desenhos do autor

5.7 Curso de Ensino Híbrido

O Ensino Híbrido, também chamado de “blended learning”, é um método que alterna

momentos em que o aluno estuda sozinho - em geral em ambiente virtual - e em grupo, quando

interage com seus colegas e o professor. O cerne é a personalização do ensino. Busca diferentes

ferramentas - não somente as tecnológicas - para suprir as necessidades do aluno

contemporâneo.

No slide 08 o objetivo foi colocar para o professor o endereço eletrônico de onde ele

pode acessar o curso de Ensino Híbrido, de forma gratuita e completa.

Link: isesp.edu.br/ensinohibrido/curso

Slide 08: Curso de Ensino Híbrido

Fonte: Desenhos do autor

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Após a apresentação do curso de Ensino Híbrido é exposto um vídeo institucional que

resume os pressupostos das metodologias aplicadas.

Slide 09: Vídeo institucional do curso de Ensino Híbrido

Fonte: Desenhos do autor

5.8 Personalização no processo ensino-aprendizagem

Existem várias noções do significado de ensino personalizado, mas quando nos

referimos a ele aqui, queremos dizer que a aprendizagem é adaptada às necessidades

particulares de um determinado estudante. O poder do ensino personalizado entendido dessa

forma, é intuitivo (HORN; STAKER, 2015).

Quando os estudantes recebem ajuda individual do professor, em vez de ensino em

massa para um grupo, os resultados são geralmente superiores. Isso faz sentido, visto que, nessa

situação, os professores podem fazer de tudo, desde ajustar seu ritmo, se estiverem indo muito

rápido ou muito devagar, a reformular uma explicação ou fornecer um novo exemplo ou uma

nova abordagem para fazer um tópico ganhar vida para um estudante (HORN; STAKER, 2015).

Além disso, eles geralmente persistem até que seus alunos compreendam totalmente a

matéria. Uma abordagem personalizada também implica que os estudantes possam ter uma

experiência de aprendizagem individual quando necessitam, mas possam participar de projetos

e atividades em grupo quando isso for melhor para sua aprendizagem (HORN; STAKER, 2015).

É na síntese dinâmica da aprendizagem personalizada e colaborativa que desenvolvemos

todo o nosso potencial como pessoas e como grupos sociais, ao enriquecer-nos mutualmente

com as múltiplas interfaces do diálogo dentro de cada um, alimentando e alimentados pelos

diálogos com os diversos grupos dos quais participamos, com a intensa troca de ideias,

sentimentos e competências em múltiplos desafios que a vida nos oferece (BACICH; NETO;

TREVISANI, 2015).

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Slide 10: Personalização do Ensino

Fonte: Desenhos do autor

No slide 11 está representado o vídeo que contém o depoimento do professor Luiz

Junqueira e sobre a personalização do ensino.

Slide 11: Depoimento do professor Luiz Junqueira

Fonte: Desenhos do autor

No próximo slide foi sugerido um teste on-line que objetiva analisar através do

preenchimento de um questionário e sugerir a característica mais marcante de aprendizagem. O

site VARK, siglas que significam: visual, aural, leitura/escrita e sinestésico, estilos de

aprendizagem que podem predominar de forma diferente nas diferentes pessoas. Devemos

compreender que o teste não é uma verdade absoluta, mas pode ajudar os alunos a compreender

como aprendem. O link para acesso ao VARK é: vark-learn.com/questionário.

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Slide 12: V.A.R.K. Questionário de estilos de aprendizagem.

Fonte: Desenhos do autor

O slide posterior chama a atenção para a necessidade de mais estudos em relação a uma

avaliação personalizada. A personalização da educação precisa passar pelo processo ensino-

aprendizagem de forma completa, incluindo o processo avaliativo.

Slide 13: É necessário personalizar a avaliação

Fonte: Desenhos do autor

5.10 Tecnologias da Informação e da Comunicação

No próximo slide são expostas as Tecnologias da Informação e da Comunicação como

ferramentas importantes nas metodologias híbridas. O objetivo é chamar a atenção para o uso

da TIC não somente para expor conteúdo, mas também diretamente com os alunos.

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Slide 14: Tecnologias da Informação e da Comunicação

Fonte: Desenhos do autor

5.11 O Ensino Híbrido

O ensino híbrido tem suas raízes no ensino on-line e como todas as inovações

disruptivas, o ensino on-line está melhorando contínua e previsivelmente, na medida em que

busca atender a usuários mais exigentes em situações mais difíceis (HORN; STAKER, 2015).

Ensino híbrido é fundamentalmente diferente da tendência muito mais ampla de equipar

as salas de aula com dispositivos e programas de computador, mas é facilmente confundida com

ela. As pessoas usam o termo “ensino híbrido” de forma demasiadamente ampla, para se referir

a todos os usos da tecnologia na educação que se acumulam em uma sala de aula, ou

demasiadamente restrita, para indicar apenas os tipos de aprendizagem que combinam o on-line

e o presencial e com a qual tem mais afinidade (HORN; STAKER, 2015).

Ensino híbrido é qualquer programa educacional formal no qual um estudante

aprende, pelo menos em parte, por meio de ensino on-line, com algum elemento de

controle do estudante sobre o tempo, o lugar, o caminho e/ou o ritmo. O estudante

aprende, pelo menos em parte, em um local físico supervisionado longe de casa. As

modalidades, ao longo do caminho de aprendizagem de cada estudante em um curso

ou uma matéria, estão conectadas para fornecer uma experiência de aprendizagem

integrada (HORN; STAKER, 2015).

Híbrido significa misturado, mesclado, blended. A educação sempre foi misturada,

híbrida, sempre combinou vários espaços, tempos, atividades, metodologias, públicos. Esse

processo, agora, com a mobilidade e a conectividade, é muito mais perceptível, amplo e

profundo: é um ecossistema mais aberto e criativo. Podemos ensinar e aprender de inúmeras

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formas, em todos os momentos, em múltiplos espaços. Híbrido é um conceito rico, apropriado

e complicado. Tudo pode ser misturado, combinado, e podemos, com os mesmos ingredientes,

preparar diversos “pratos”, com sabores muito diferentes (BACICH; NETO; TREVISANI,

2015).

O slide 15 ilustra a descrição de como o Ensino Híbrido aposta em combinar diferentes

ferramentas, ambientes e organizações para potencializar a aprendizagem. Metodologias

tradicionais são combinadas com ensino on-line e atividades “mão na massa”, onde o aluno

alterna momentos sozinho com outros, em grupo e com o professor.

Slide 15: O Ensino Híbrido

Fonte: Desenhos do autor

No slide 16 procurou-se explicar o novo papel do professor no processo ensino-

aprendizagem, onde ele assume a posição de orientador e alterna para um papel de palestrante

nas aulas expositivas, que deveram ser em menor proporção.

Slide 16: O novo papel do professor

Fonte: Desenhos do autor

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5.11.1 As metodologias híbridas

A organização dos modelos de ensino híbrido, feita pela equipe de pesquisadores do

Clayton Christensen Institute, aborda formas de encaminhamento das aulas em que as

tecnologias digitais podem ser inseridas de forma integrada ao currículo e, portanto não são

consideradas como um fim em si mesmas, mas que têm papel essencial no processo,

principalmente em relação à personalização do ensino (BACICH; NETO; TREVISANI, 2015).

Os modelos de Rotação por Estações, Laboratório Rotacional e Sala de Aula Invertida,

seguem o modelo de inovações híbridas sustentadas, que incorporam as principais

características tanto da sala de aula tradicional quanto do ensino on-line. Podem ser adotados

pelo professor sem depender diretamente da escola. Os modelos de Rotação Individual, Flex,

A La Carte e Virtual Enriquecido estão se desenvolvendo de modo mais disruptivo em relação

ao sistema tradicional e por isso são mais difíceis de serem implantados, pois dependem de uma

adoção institucional. Os modelos disruptivos não são tratados nesse trabalho.

Slide 17: Distribuição dos modelos do Ensino Híbrido

Fonte: Desenhos do autor

5.11.1.1 As metodologias do Modelo de Rotação

Os estudantes revezam as atividades realizadas de acordo com um horário fixo ou

orientação do professor. As tarefas podem envolver discussões em grupo, com ou sem a

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presença do professor, atividades escritas, leituras e, necessariamente, uma atividade on-line

(BACICH; NETO; TREVISANI, 2015).

O modelo de rotação inclui qualquer curso ou matéria em que os estudantes alternam –

em uma sequência fixa ou a critério do professor – entre modalidades de aprendizagem em que

pelo menos uma seja on-line. Com frequência, os estudantes alternam entre ensino on-line,

ensino conduzido pelo professor em pequenos grupos e tarefas registradas em papel e realizadas

em suas mesas. Eles também podem alternar entre ensino on-line e algum tipo de discussão ou

projeto realizado por toda a turma. O fundamental é que o professor, ou o relógio, anuncie que

chegou a hora de trocar, e todos mudem para a próxima atividade designada no curso. (HORN;

STAKER, 2015).

5.11.1.1.1 A Rotação por Estações

Os estudantes são organizados em grupos, cada um dos quais realiza uma tarefa, de

acordo com os objetivos do professor para a aula em questão. Podem ser realizadas atividades

escritas, leituras, entre outras. Um dos grupos estará envolvido com propostas on-line que, de

certa forma, independem do acompanhamento direto do professor. É importante valorizar

momentos em que os estudantes possam trabalhar de forma colaborativa e aqueles em que

possam fazê-lo individualmente (BACICH; NETO; TREVISANI, 2015).

Em alguns grupos, o professor pode estar presente de forma mais próxima, garantindo

o acompanhamento de estudantes que precisam de mais atenção. A variedade de recursos

utilizados, como vídeos, leituras, trabalho individual e colaborativo, entre outros, também

favorece a personalização do ensino, pois, como sabemos, nem todos os estudantes aprendem

da mesma forma (BACICH; NETO; TREVISANI, 2015).

O slide 18 representa um pequeno vídeo que explica como a rotação por estações é

aplicada.

Slide 18: Vídeo Rotação por Estações

Fonte: Desenhos do autor

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Os próximos dois slides ilustram, primeiro a introdução de uma experiência do autor

com a aplicação do modelo de Rotação por Estações no estudo dos vírus e posteriormente um

o registro em vídeo da aula em que foi aplicado o modelo. A aula constituiu de quatro estações

de atividades: duas on-line, uma tradicional com leitura do livro didático e uma em formato de

jogo. Os alunos permaneciam vinte minutos em cada estação.

Slide 19: Abordagem Metodológica: Rotação por Estações

Fonte: Desenhos do autor

Slide 20: Vídeo: Filmagem do autor durante aula de Rotação por Estações

Fonte: Desenhos do autor

5.11.1.1.2 O Laboratório Rotacional

Os estudantes usam o espaço da sala de aula e laboratórios. O modelo de laboratório

rotacional começa com a sala de aula tradicional, em seguida adiciona uma rotação para

computador ou laboratório de ensino. Os laboratórios rotacionais frequentemente aumentam a

eficiência operacional e facilitam o aprendizado personalizado, mas não substituem o foco nas

lições tradicionais em sala de aula (BACICH; NETO; TREVISANI, 2015).

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O modelo não rompe com as propostas que ocorrem de forma presencial em classe, mas

usa o ensino on-line uma inovação sustentada para ajudar a metodologia tradicional a atender

melhor às necessidades de seus alunos (BACICH; NETO; TREVISANI, 2015).

O slide 21 representa um vídeo que explica como o laboratório rotacional é aplicado.

Slide 21: Vídeo Laboratório Rotacional

Fonte: Desenhos do autor

No próximo slide representa uma aula experimentada pelo autor sobre AIDS, onde

metade da turma ficou no laboratório de informática aprendendo sobre a biologia do vírus HIV

e a outra metade permaneceu na sala de aula, participando de uma roda de discussão sobre as

questões sociais que envolvem a doença e os comportamentos de risco, mediada por vídeos

curtos que expunham alguns casos.

Slide 22: Abordagem metodológica: Laboratório Rotacional

Fonte: Desenhos do autor

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5.11.1.1.3 A Sala de Aula Invertida

Nesse modelo, a teoria é estudada em casa, no formato on-line, e o espaço da sala de

aula é utilizado para discussões, resolução de atividades, entre outras propostas. O que era feito

em classe (explicação do conteúdo) agora é feito em casa, e o que era feito em casa (aplicação,

atividades sobre o conteúdo) agora é feito é feito em sala de aula (BACICH; NETO;

TREVISANI, 2015).

Diversos estudos têm mostrado que os estudantes constroem sua visão sobre o mundo

ativando seus conhecimentos prévios e integrando as novas informações com as estruturas

cognitivas já existentes para que possam, então, pensar criticamente sobre os conteúdos

ensinados (BACICH; NETO; TREVISANI, 2015).

O slide 23 representa um pequeno vídeo que explica como a sala de aula invertida é

aplicada.

Slide 23: Vídeo Sala de Aula Invertida

Fonte: Desenhos do autor

O próximo slide ilustra a aplicação pelo autor do modelo de sala de aula invertida em

uma aula sobre bactérias. O autor preparou um vídeo sobre as características das bactérias e

postou no repositório do YouTube para que os alunos tivessem livre acesso ao vídeo, onde

poderiam pausar o vídeo e voltar à algum ponto que não ficou bem entendido. Os alunos

também poderiam pesquisar sobre qualquer explicação do vídeo que tenha ficado subentendida.

Os alunos deveriam assistir ao vídeo como tarefa de casa. Na aula presencial seguinte os alunos

fizeram em grupo um exercício sobre o assunto, onde poderiam esclarecer as dúvidas geradas

em com os colegas, estimulando uma construção coletiva de conhecimento, ou mesmo

discutidas diretamente com o professor, autor desse trabalho, que estava disponível para o

atendimento individual ao aluno com dúvida ou mesmo para atender ao grupo.

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Slide 24: Abordagem metodológica: Sala de Aula Invertida

Fonte: Desenhos do autor

5.12 Mudanças: Os estudantes são o centro

Nas metodologias híbridas, os estudantes estão no centro do processo. O próximo slide

chama a atenção para as mudanças necessárias na cultura escolar, o novo papel do professor, a

adequação dos espaços da escola, estimulação à autonomia do aluno, a utilização da tecnologia

de forma mais significativa e a avaliação que precisa ser repensada para atender de forma mais

personalizada aos alunos.

O autor também chama a atenção do professor quando expõe que a personalização pode

começar de baixo para cima, onde o professor pode começar antes da escola, estimulando a

transformações dos outros professores da instituição. Não existe “receita de bolo”, a criatividade

do professor é sua maior referência.

Slide 25: Mudanças: Estudantes no centro

Fonte: Desenhos do autor

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5.13 Capacitação: A importância da formação continuada

O slide 26 pretende ilustrar o fato de que a capacitação do professor é o segredo para a

transformação da sala de aula. O professor precisa voltar para a sala de aula na condição de

aluno. Precisa voltar para aprender sobre as novas metodologias que estão dando certo na

educação contemporânea.

Slide 26: Capacitação

Fonte: Desenhos do autor

5.14 Outras tendências para a educação contemporânea que a tecnologia pode

potencializar

No slide seguinte o autor descreve a seleção de ferramentas para auxiliar e motivar o

professor a iniciar a transformação da sua sala de aula. As ferramentas estão classificadas de

acordo com algumas tendências para a educação contemporânea.

Slide 27: Ferramentas digitais de auxílio ao professor

Fonte: Desenhos do autor

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5.14.1 Comunicação on-line

A comunicação on-line assume um papel importante na educação contemporânea.

Novas ferramentas vão além da comunicação e permitem a gestão da sala de aula, com

gerenciamento de conteúdo e atividades postadas para os alunos, sustentadas por arquivos de

texto, fotos, vídeos e links para outros sites e que podem ser realizadas dentro da própria

plataforma. É o caso do Google Sala de Aula (slide 28). Link: classroom.google.com

Slide 28: Google Sala de Aula

Fonte: Desenhos do autor

Outras ferramentas como o Google+ Hangouts (Slide 29) é possível realizar

videoconferências com outros professores de outros locais com os alunos. Link:

hangouts.google.com

Slide 29: Google Hangouts

Fonte: Desenhos do autor

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5.14.2 Descentralização

Com as tecnologias, dispomos de um vasto arsenal de materiais digitais sobre qualquer

assunto, permitindo uma menor dependência do professor para a transmissão de conteúdo.

Segundo Moran, Masetto e Behrens (2013), caberá ao professor definir quais, quando e onde

esses conteúdos serão disponibilizados, e o que se espera que os alunos aprendam. A

descentralização visa tirar do professor a figura de única fonte de informação para o aluno.

No portal da Khan Academy (slide 30) o aluno pode aprender Matemática, Artes,

Programação de Computadores, Economia, Física, Química, Biologia, Medicina, Finanças,

História e muito mais, gratuitamente através de vídeo aulas, atividades e jogos. É a maior

plataforma educacional do mundo. Link: https://pt.khanacademy.org/

Slide 30: Khan Academy

Fonte: Desenhos do autor

No portal Geekie, alunos e escolas aumentam seu desempenho através de vídeo aulas

preparadas com foco no ENEM. O portal Geekei é a única tecnologia de aprendizado

personalizado certificada pelo MEC. Link: https://www.geekie.com.br/

Slide 31: Geekie

Fonte: Desenhos do autor

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O YouTube EDU é uma plataforma que seleciona e agrega vídeos de educação feitos

por professores brasileiros. Link: https://www.youtube.com/channel/UCs_n045yHUiC-

CR2s8AjIwg

Slide 32: YouTube EDU

Fonte: Desenhos do autor

5.14.3 O movimento maker (mão na massa)

Essa tendência consiste na produção de conhecimento tanto por parte do professor

quanto por parte dos alunos. Aqui são expostas ferramentas que auxiliam a todos na produção

de atividades e de conteúdo que depois possam ser aplicados ou compartilhados.

Com o Socrative o professor pode engajar, avaliar e personalizar sua classe. Educadores

podem iniciar avaliações através de questionários, enquetes, pergunta rápida e corridas. Link:

http://www.socrative.com/

Slide 33: Socrative

Fonte: Desenhos do autor

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Com o Google forms o professor pode criar formulários personalizados para pesquisas

e questionários, sem qualquer custo adicional. Reunir tudo em uma planilha e analisar dados

diretamente. Link: www.google.com/forms/about/

Slide 34: Google Forms

Fonte: Desenhos do autor

O portal Super Professor é um banco de questões para criação de provas e avaliações

on-line em 11 disciplinas do ensino fundamental e médio. Nele é possível montar provas e

disponibilizar exercícios online. Link: https://www.sprweb.com.br/

Slide 35: Super Professor

Fonte: Desenhos do autor

O Powtoon é um aplicativo web gratuito que permite aos alunos facilmente criarem

apresentações e vídeos animados. Link: https://www.powtoon.com

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Slide 36: Powtoon

Fonte: Desenhos do autor

O Canva.com é uma ferramenta que faz design ser simples para todos. Permite que os

professores e alunos criem projetos para web ou impressão: de gráficos para blogs,

apresentações, capas para Facebook, flyers, cartazes, convites e muito mais. Link: canva.com

Slide 37: Canva

Fonte: Desenhos do autor

O Scratch é uma linguagem de programação livre e comunidade on-line, onde o aluno

pode criar suas próprias histórias interativas, jogos e animações. Link: https://scratch.mit.edu/

Slide 38: Scratch

Fonte: Desenhos do autor

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5.14.4 A gameficação

A gameficação é uma tendência educacional que visa trabalhar o engajamento do aluno

no desenvolvimento do conhecimento. Os processos gameficados se relacionam com o aumento

gradativo da dificuldade e da complexidade dos assuntos tratados e das premiações aplicadas

em cada conquista.

Code.org. é uma organização sem fins lucrativos cujo objetivo é divulgar e ensinar

programação a pessoas de todas as idades, inclusive a produção de games. A instituição tem

parcerias com vários gigantes da tecnologia, e algumas das aulas são ministradas por

personalidades da área, como Mark Zuckerberg e Bill Gates, por exemplo. Link:

https://code.org/

Slide 39: Code.org

Fonte: Desenhos do autor

5.14.5 O Storytelling

Essa é a arte de contar histórias. Alguns conteúdos podem ser aprendidos com histórias

bem contadas. Utilizando técnicas de storytelling o professor consegue chamar a atenção dos

alunos e também pode estimula-los a contar suas próprias histórias.

Pixton é uma ferramenta de narrativa gráfica mais poderosa e fácil de usar do mundo.

Com ela os alunos podem criar histórias em quadrinhos sensacionais. Link:

https://www.pixton.com/br/

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66

Slide 40: Pixton

Fonte: Desenhos do autor

5.15.6 As vivências

Os alunos podem aprender muito baseados nas suas próprias vivências. Habilidades dos

alunos por exemplo, podem ser filmadas e depois editadas para uso nas aulas.

Movie Maker, imovie e Adobe première são aplicativos para edição de vídeos.

Slide 41: Editores de vídeo

Fonte: Desenhos do autor

5.15.7 As experiências

Paulo Freire (2007) defende as metodologias ativas, afirmando que, para que haja

educação, a superação de desafios, a resolução de problemas e a construção de novos

conhecimentos a partir de experiências prévias, são necessárias para impulsionar as

aprendizagens.

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Goolge Cardboard é um óculos de realidade virtual feito de papelão, que pode ser usado

com praticamente qualquer smartphone e permite uma imersão em realidade virtual com

baixíssimo custo e fácil de usar. Com ele é possível levar o aluno a ter uma experiência muito

rica e a um custo muito baixo. Por exemplo, é possível que um estudante que nunca tenha

visitado uma praia, possa ter uma experiência visual e auditiva próxima do que seria a realidade.

Slide 42: Google Cardboard

Fonte: Desenhos do autor

6- APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO: LEVANTAMENTO DA PERCEPÇÃO DOS

PROFESSORES NO USO DE TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO

Com o objetivo de levantar o perfil dos professores e relacioná-lo com a percepção que

os mesmos possuem acerca do uso de tecnologia na educação, foi elaborado um questionário

quantitativo e aplicado aos professores que participaram da proposta de capacitação, produto

desse trabalho. Ao todo, cinquenta e quatro professores responderam ao questionário.

Durante a idealização do produto desse trabalho, em 18 de março de 2016 foi realizada

uma proposta de capacitação preliminar para professores de ensino médio e técnico da Escola

de Formação Gerencial do SEBRAE-MG, porém, o presente questionário foi elaborado em data

posterior, portanto os participantes desse primeiro evento não responderam ao questionário.

Também foi ministrada uma proposta de capacitação a convite do Grupo de Educadores

do Google GEG em 27 de março de 2017 para professores, coordenadores e diretores de

diversas escolas, contando com a presença de 86 ouvintes. Contudo, em tal evento também não

foi aplicado o questionário.

Após a elaboração do questionário a proposta de capacitação, foi aplicado com

professores de duas escolas consideradas entre as melhores do município de Belo Horizonte.

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Tal consideração relaciona-se ao desempenho no ENEM 20164, segundo o site do Jornal Folha

de São Paulo e o tradicionalismo que essas escolas sustentam perante a sociedade belorizontina.

O Colégio Santo Agostinho, sexto colocado entre as escolas de Minas Gerais e décimo sétimo

colocado entre as escolas brasileiras. E o Colégio Santa Doroteia, décimo segundo colocado em

Minas Gerais e setuagésimo no ranking nacional.

No Colégio Santo Agostinho, o evento aconteceu no dia 5 de maio de 2016, das 18:30

às 20:30, e contou com a presença de 24 professores do ensino médio. No Colégio Santa

Doroteia, o evento foi realizado no dia 03 de outubro de 2017 e contou com a presença de 31

professores do ensino médio.

Os professores no momento específico da proposta de capacitação que expunha a

ferramenta GOOGLE FORMS foram instruídos a entrar individualmente, utilizando seus

smartphones, no questionário online através do link:

<https://goo.gl/forms/Be5J9PT1x6MKJdvJ2>.

Figura 1: Questionário

Fonte: Desenhos do autor

4 Fonte: Ranking nacional do ENEM 2016. Jornal Folha de São Paulo. Disponível em: <

https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2017/12/1942488-confira-a-posicao-de-sua-escola-no-ranking-

nacional-do-enem-de-2016.shtml> Acesso em: 25 de agosto de 2017.

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6.1 Análise dos resultados do questionário

Durante a proposta de capacitação “Ensino Híbrido: um imenso poder transformador”

realizada nos dias 5 de maio de 2016 no Colégio Santo Agostinho e 03 de outubro de 2017 no

Colégio Santa Doroteia, em Belo Horizonte, foi aplicado um questionário com o objetivo de

levantar a percepção dos professores com o uso das tecnologias na educação e relacioná-las

com o perfil destes professores.

O questionário foi respondido por 55 professores do Ensino médio, sendo 24 do Colégio

Santo Agostinho, 31 do Colégio Santa Doroteia.

O questionário aplicado foi elaborado pelo autor desse trabalho utilizando a ferramenta

GOOGLE FORMS, que é uma das ferramentas mais utilizadas como formulários de pesquisa

nos mais variados ramos de atividade, e que pode também ser utilizada em atividades com os

alunos. A vantagem dessa ferramenta é que além de ser fácil de construir o questionário, gera

automaticamente os gráficos quantitativos referente a cada resposta.

6.1.1 Respostas do questionário

A primeira parte do questionário visa obter dados do perfil dos professores quanto a sua

formação acadêmica, idade e tempo de docência.

Figura 1: Questionário Perfil

Fonte: Desenhos do autor

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O objetivo do levantamento de perfil é uma análise comparativa da formação continuada

e do uso das tecnologias digitais em relação à idade e tempo de docência. Esse levantamento

mostra a necessidade de propostas de capacitação que visem ensinar ao professor as melhores

formas de utilização das atuais tecnologias.

A primeira pergunta é referente a formação acadêmica do professor e foi respondida por

55 professores

Tabela 03: Pergunta: Qual a sua formação acadêmica?

Formação Acadêmica Percentual Nº de respostas

Graduação 16,7% 09

Pós-graduação 51,9% 28

Mestrado 29,6% 17

Doutorado 1,9% 01 Fonte: Resultado da Pesquisa

Gráfico 1: Pergunta: Qual a sua formação acadêmica?

Fonte: Resultado da Pesquisa

A segunda pergunta do levantamento de perfil foi referente a faixa etária do professor e também

foi respondida pelos 55 professores.

Tabela 04: Pergunta: Qual a sua idade?

Idade Percentual Nº de respostas

Entre 20 e 30 anos 3,7% 02

Entre 31 e 40 anos 33,3% 18

Entre 41 e 50 anos 37% 21

Entre 51 e 60 anos 24,1% 13

Mais de 60 anos 1,9% 01 Fonte: Resultado da Pesquisa

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Gráfico 2: Pergunta: Qual a sua idade?

Fonte: Resultado da Pesquisa

A terceira pergunta é referente ao tempo de docência do professor e os 55 professores

responderam a ela.

Tabela 05: Pergunta: Quanto tempo você tem de docência?

Tempo de docência Percentual Nº de respostas

Menos de 5 anos 5,6% 03

Entre 5 e 10 anos 18,5% 10

Entre 11 e 15 anos 16,7% 09

Entre 16 e 20 anos 18,5% 10

Mais de 20 anos 40.7% 23 Fonte: Resultado da Pesquisa

Gráfico 3: Pergunta: Quanto tempo você tem de docência?

Fonte: Resultado da Pesquisa

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Com essas três perguntas iniciais verificou-se que a maioria dos professores possuem

formação acadêmica continuada, seja pós-graduação, mestrado ou doutorado. Contudo, 16,7%

tem apenas a graduação completa. Esse indicador pressupõe que os professores entrevistados,

em sua maioria, preocuparam-se com a continuidade da sua formação.

Numa análise individual das respostas do perfil, um indicador de importância é o fato

da formação continuada estar mais presente nos professores mais jovens, visto que os dois

professores com menos de 30 anos de idade possuem mestrado e dos três professores com

menos de 5 anos de docência, dois possuem pós-graduação e um deles possui mestrado. Entre

os nove professores que possuem graduação completa, quatro possuem mais de 50 anos de idade

e 20 anos de docência, os demais tem entre 30 e 40 anos de idade.

No que se refere à escolaridade dos professores da educação básica no Brasil, os dados

revelam um total de 1.288.688 docentes com nível superior completo, que correspondem a

68,4% do total (PESTANA et al., 2009). Isso é bem abaixo da realidade das escolas onde foi

aplicado o questionário, visto que a totalidade dos professores possuem graduação superior

completa.

Mais da metade dos entrevistados está acima dos 40 anos de idade, o que justifica o alto

percentual de professores com mais de 20 anos de docência.

A média de idade dos professores da educação básica é de 38 anos e tem uma pequena

variação, de apenas 5 anos, quando se toma o conjunto de docentes de cada etapa (PESTANA

et al., 2009).

A segunda parte do questionário visa fazer um levantamento quantitativo acerca das

capacitações que os professores obtiveram sobre o uso das tecnologias da informação e

comunicação para uso pessoal e para uso direcionado à educação. Também procurou-se

observar os motivos que dificultam o professor a se capacitar. O objetivo é levantar a

necessidade de mais capacitações sobre o assunto e assim justificar a produção do produto

objeto desse trabalho.

A primeira pergunta dessa parte foi em relação a participação do professor em algum

curso de informática. Os 55 professores responderam a essa pergunta.

Tabela 06: Pergunta: Você já participou de algum curso de informática/computação?

Já participou de algum

curso de informática?

Percentual Nº de respostas

Sim 85,2% 47

Não 14,8% 08 Fonte: Resultado da Pesquisa

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Observa-se que 85,2% dos professores entrevistados já participaram de algum curso de

informática. Contudo é importante conhecer a finalidade dessa capacitação, afim de avaliar a

necessidade da aquisição dos conhecimentos expostos na proposta de capacitação, produto

dessa dissertação.

Na próxima pergunta o professor que respondeu “Sim” à pergunta anterior, deveria

responder para que finalidade ele participou do curso de informática. Eles foram orientados a

marcar quantas respostas acharem necessário. Todos os 47 professores que marcaram

positivamente a pergunta anterior responderam à essa pergunta.

Tabela 07: Para quem respondeu “Sim” na pergunta anterior. Pergunta: Sim, para...

Já participou de algum curso de informática para... Percentual Nº de respostas

utilizar o computador para uso pessoal. 82,9% 38

utilizar o computador em atividades docentes

(preparar prova, preparar aulas, etc.).

76,5% 36

utilizar o computador em atividades de pesquisa. 48,9% 23

usar a internet. 48,9% 23

usar e-mail. 36,1% 17

outras finalidades. 6,3% 03 Fonte: Resultado da Pesquisa

A maior parte dos professores que já fizeram curso de informática, 82,9%, marcaram

como finalidade a utilização do computador para uso pessoal. Também um número expressivo,

76,5%, dos professores fizeram o curso para utilização em atividades docentes.

A pergunta seguinte é direcionada ao professor que respondeu “Não” em relação a ter

participado de algum curso de informática. Erroneamente, 11 professores responderam a essa

pergunta, onde deveriam ser apenas 08 que responderam “Não”. O fato não altera o objetivo

dessa parte do questionário, uma vez que as respostas elucidam os motivos aos quais os

professores não buscam novas capacitações.

Tabela 08: Para quem respondeu “Não” na pergunta anterior. Pergunta: Não, por...

Não participou de nenhum curso de informática

por...

Percentual Nº de respostas

falta de informação sobre que curso fazer. 36,4% 04

indisponibilidade de tempo. 45,5% 05

perceber que poderia aprender sozinho. 45,5% 05

desinteresse sobre informática/computação. 9,1% 01

motivos financeiros. 9,1% 01

outros motivos. 0% 00 Fonte: Resultado da Pesquisa

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Cinco professores marcaram que não participaram de nenhum curso de informática por

perceber que poderiam aprender sozinhos. A presença do computador no cotidiano das pessoas

torna essa ferramenta cada vez mais familiar. A falta de tempo e de informação também são

apontados como motivos recorrentes.

Ainda há um abismo no que tange o uso das TIC na vida social e na educação escolar:

fora da escola nossos alunos utilizam esse universo tecnológico, porém ainda encontramos

restrições desse uso na prática pedagógica (TEZANI, 2017)

A próxima pergunta era sobre a participação anterior do professor em outra capacitação

específica para o uso de tecnologia na educação. Foram obtidas 55 respostas.

Tabela 09: Pergunta: Já participou de alguma outra capacitação para uso de tecnologia na

educação?

Já participou de alguma outra capacitação

para uso de tecnologia na educação?

Percentual Nº de respostas

Apenas uma vez. 25,5% 14

Duas ou mais vezes. 41,8% 23

Nunca participei anteriormente. 32,7% 18 Fonte: Resultado da Pesquisa

As tabelas 06 e 07 demonstram que a maior parte dos professores fizeram alguma

capacitação para uso do computador para uso pessoal ou em atividades docentes. Contudo,

alguns nunca fizeram e responderam em sua maioria, como mostra a tabela 07 que o motivo

seria falta de tempo ou por perceber que poderia aprender sozinho.

A tabela 09 mostra que a maioria os professores já se capacitaram em alguma atividade

para o uso de tecnologia na educação, um quarto do total apenas uma vez, mas um terço dos

entrevistados alegam nunca terem participado. Enquanto 85,2% dos professores que

responderam ao questionário já fizeram algum curso de informática, seja para uso pessoal ou

no trabalho, ainda temos 32,7%, ou seja, 18 entrevistados que apesar de trabalharem em escolas

reconhecidas pela tradição e qualidade no ensino, estavam pela primeira vez participando de

uma capacitação específica para o uso de tecnologias na educação.

O corpo de educadores é inteiramente responsável pela criação de projetos educacionais

que integrem tecnologias adequadas aos objetivos das aprendizagens. A formação dos

educadores é, portanto, fundamental para garantir o sucesso da inserção das tecnologias na

educação (UNESCO, 2010).

Curiosamente, cruzando dados individuais, dos 18 professores que nunca haviam

participado de capacitações para uso de tecnologia na educação, 8 já tem mais de 20 anos de

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docência, demonstrando que a defasagem desse tipo de capacitação para os professores já se

estende a muito tempo.

A terceira parte do questionário levantou a aplicabilidade dos conhecimentos dos

professores em relação à frequência com que eles utilizam computadores em suas atividades

profissionais. O objetivo foi analisar como e com que frequência os professores estão utilizando

o computador, e assim, medir a necessidade de capacitá-los para o uso direto com os alunos,

potencializando o processo de aprendizagem.

A primeira pergunta dessa parte foi referente a frequência do uso do computador na

elaboração de material didático. Foram dadas 55 respostas.

Tabela 10: Pergunta: Em que frequência utiliza o computador na elaboração de material

didático?

Em que frequência utiliza o computador na

elaboração de material didático?

Percentual Nº de respostas

Sempre. 83,6% 46

Muita frequência. 10,9% 06

Média frequência. 3,6% 02

Baixa frequência. 1,8% 01

Nunca. 0,0% 00 Fonte: Resultado da Pesquisa

Considerando a particularidade de cada disciplina, 83,6% dos professores relatam que

sempre utilizam o computador na elaboração de material didático, é apenas um dos professores

entrevistados utiliza com baixa frequência.

A segunda pergunta questionava sobre a frequência do uso do computador na

formulação de provas. Os 55 professores responderam.

Tabela 11: Pergunta: Em que frequência utiliza o computador na formulação de provas?

Em que frequência utiliza o computador na

formulação de provas?

Percentual Nº de respostas

Sempre. 92,7% 51

Muita frequência. 3,6% 02

Média frequência. 3,6% 02

Baixa frequência. 0,0% 00

Nunca. 0,0% 00 Fonte: Resultado da Pesquisa

A terceira pergunta era relacionada a utilização do computador na exibição de

documentários e filmes didáticos. Também foi respondida pelos 55 professores.

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Tabela 12: Pergunta: Em que frequência utiliza o computador na exibição de documentários e

filmes didáticos?

Em que frequência utiliza o computador na

exibição de documentários e filmes?

Percentual Nº de respostas

Sempre. 45,5% 25

Muita frequência. 18,2% 10

Média frequência. 20% 11

Baixa frequência. 10,9% 06

Nunca. 5,5% 03 Fonte: Resultado da Pesquisa

A próxima pergunta era sobre a frequência que o professor utiliza o computador na

simulação de fatos e fenômenos. Para essa pergunta foram obtidas 54 respostas. Um dos

professores não respondeu a essa pergunta.

Tabela 13: Pergunta: Em que frequência utiliza o computador na simulação de fatos e

fenômenos?

Em que frequência utiliza o computador na

simulação de fatos e fenômenos?

Percentual Nº de respostas

Sempre. 25,9% 14

Muita frequência. 20,4% 11

Média frequência. 16,7% 09

Baixa frequência. 16,7% 09

Nunca. 20,4% 11 Fonte: Resultado da Pesquisa

A pergunta seguinte se refere a utilização do computador na pesquisa de temas. Os 55

professores responderam.

Tabela 14: Pergunta: Em que frequência utiliza o computador na pesquisa de temas?

Em que frequência utiliza o computador na

simulação de fatos e fenômenos?

Percentual Nº de respostas

Sempre. 69,1% 38

Muita frequência. 23,6% 13

Média frequência. 5,5% 03

Baixa frequência. 0,0% 00

Nunca. 1,8% 01 Fonte: Resultado da Pesquisa

Na pergunta subsequente, foi questionada a frequência de utilização do computador pelo

professor diretamente com os alunos, na produção de conhecimento ou resolução de problemas.

Todos os 55 professores responderam.

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Tabela 15: Pergunta: Em que frequência utiliza o computador na diretamente com os alunos, na

sala de aula ou no laboratório de informática, para produção de conhecimento ou resolução de

problemas?

Em que frequência utiliza o computador na

diretamente com os alunos, na sala de aula ou no

laboratório de informática, para produção de

conhecimento ou resolução de problemas?

Percentual Nº de respostas

Sempre. 20% 11

Muita frequência. 20% 11

Média frequência. 34,5% 19

Baixa frequência. 9,1% 05

Nunca. 16,4% 09 Fonte: Resultado da Pesquisa

Depois foram questionados sobre a que atribuem a baixa frequência na utilização do

computador nas atividades profissionais. Poderiam marcar quantas respostas quisessem. Um

total de 28 professores responderam a essa pergunta.

Tabela 16: Pergunta: A que atribui a sua pouca (ou não) frequência de utilização do computador

em suas atividades profissionais?

A que atribui a sua pouca (ou não) frequência de

utilização do computador em suas atividades

profissionais?

Percentual Nº de respostas

Não gosta. 0,0% 00

Falta de experiência. 28,6% 08

Falta de tempo. 32,1% 09

Falta de estímulo. 7,1% 02

Falta de capacitação. 53,6% 15

Falta de infraestrutura adequada na escola. 35,7% 10

Inadequação às atividades que exerce. 14,3% 04

Uso muito o computador. 3,6% 01 Fonte: Resultado da Pesquisa

A maioria dos professores demonstram que usam com frequência o computador para

elaborar material didático e para formular provas, mas considerando que hoje em dia a única

forma do professor elaborar suas provas e outros materiais a serem impressos seja pelo

computador, esse resultado era esperado. Essa frequência diminui um pouco na exibição de

documentários e filmes didáticos, que ainda são formas de expor o conteúdo. É muito frequente

também o uso do computador para pesquisar temas.

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Certa preocupação deve ser obtida quando se observa uma menor frequência na

utilização das TIC para simular fatos e fenômenos, ou diretamente com os alunos na construção

do conhecimento ou na resolução de problemas. Esse fato sugere que os professores ainda não

se prepararam para uma escola onde os computadores logo vão estar na carteira de cada aluno.

Mais da metade dos professores que justifica a infrequência no uso dos computadores,

alega ser pela falta de capacitação e falta de experiência. Um alerta para o fato de que quase um

terço dos professores que responderam a essa questão alegarem falta de tempo, sendo que as

tecnologias ajudam a otimizar o tempo em sala de aula. E ainda que quatro professores

marcaram que a infrequência se deve pela inadequação à natureza das atividades que

desenvolve.

Naturalmente, o professor com dificuldade em lidar com as TIC tende não as utilizar

com frequência. Lima, Andrade e Damasceno (2017) afirmam que “essa rejeição muitas vezes

se dá devido à falta de conhecimento, por parte desses, sobre a forma como utilizá-las para

adquirir praticidade no processo de ensino-aprendizagem”.

Diante disso, um novo paradigma está surgindo na educação e o papel do

professor, frente às novas tecnologias, será diferente. Com as novas tecnologias pode-

se desenvolver um conjunto de atividades com interesse didático-pedagógico, como:

intercâmbios de dados científicos e culturais de diversa natureza; produção de texto

em língua estrangeira; elaboração de jornais inter-escolas, permitindo

desenvolvimento de ambientes de aprendizagem centrados na atividade dos alunos,

na importância da interação social e no desenvolvimento de um espírito de

colaboração e de autonomia nos alunos (MERCADO, 2002).

Na quarta parte do questionário, quando perguntados com que frequência utilizavam

computadores fora de suas atividades profissionais, os professores responderam como segue.

Primeiro foram questionados sobre a frequência de utilização do computador na gestão

de atividades familiares. Os 55 professores responderam.

Tabela 17: Pergunta: Com que frequência utiliza computadores na gestão de atividades pessoais

e familiares?

Em que frequência utiliza computadores na gestão

de atividades pessoais e familiares?

Percentual Nº de respostas

Sempre. 45,5% 25

Muita frequência. 20% 11

Média frequência. 16,4% 09

Baixa frequência. 10,9% 06

Nunca. 7,3% 04 Fonte: Resultado da Pesquisa

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Percebemos a familiaridade que os professores entrevistados têm com o computador,

visto que 45,5% sempre o utilizam na gestão de atividades pessoais e familiares. Mas uma das

formas mais utilizadas no dia a dia é para a comunicação com outras pessoas, como demonstra

o questionário.

Na segunda pergunta dessa parte, os professores responderam sobre a utilização do

computador na comunicação em redes sociais ou e-mails. Todos responderam.

Tabela 18: Pergunta: Com que frequência utiliza computadores para comunicar com outras

pessoas em redes sociais ou e-mails?

Com que frequência utiliza computadores para

comunicar com outras pessoas em redes sociais ou

e-mails?

Percentual Nº de respostas

Sempre. 61,8% 34

Muita frequência. 14,5% 08

Média frequência. 10,9% 06

Baixa frequência. 7,3% 04

Nunca. 5,5% 03 Fonte: Resultado da Pesquisa

A terceira pergunta era em relação a utilização do computador para aprender sobre

outros assuntos. Respondida por todos os professores.

Tabela 19: Pergunta: Com que frequência utiliza computadores para aprender sobre outros

assuntos?

Com que frequência utiliza computadores para

aprender sobre outros assuntos?

Percentual Nº de respostas

Sempre. 60% 33

Muita frequência. 27,3% 15

Média frequência. 9,1% 05

Baixa frequência. 3,6% 02

Nunca. 0,0% 00 Fonte: Resultado da Pesquisa

A última pergunta dessa parte questionava o professor sobre a frequência de utilização do

computador em jogos e passatempos. Todos responderam.

Tabela 20: Pergunta: Com que frequência utiliza computadores em jogos e passatempos?

Com que frequência utiliza computadores em jogos

e passatempos?

Percentual Nº de respostas

Sempre. 21,8% 12

Muita frequência. 9,1% 05

Média frequência. 18,2% 10

Baixa frequência. 10,9% 06

Nunca. 40% 22 Fonte: Resultado da Pesquisa

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80

A maior parcela dos professores que responderam ao questionário usa o computador

com muita frequência para gerir as atividades pessoais e familiares, para comunicar com outras

pessoas nas redes sociais ou e-mails e para aprender sobre outros assuntos. Isso demonstra a

familiaridade que esses professores têm com o computador e que eles mesmos utilizam as

tecnologias digitais para aprender novos assuntos. Então porque não utilizar os computadores

para que os alunos também aprendam?

A maioria não utiliza o computador em jogos e passatempos, mas uma parcela

considerável relata muita frequência durante esse lazer.

A quarta e última parte do questionário procura levantar a percepção dos professores

sobre a importância das TIC nas suas atividades profissionais.

A primeira pergunta dessa parte indagou o professor se ele considera útil o uso de

computadores em suas atividades profissionais. Todas as 55 respostas foram positivas.

Tabela 21: Pergunta: Considera útil o uso de computadores em suas atividades profissionais?

Considera útil o uso de computadores em

suas atividades profissionais?

Percentual Nº de respostas

Sim 100% 55

Não 0,0% 00 Fonte: Resultado da Pesquisa

A última pergunta questionava ao professor o porque que ele considera útil o uso do computador

em suas atividades profissionais.

Tabela 22: Pergunta: Porque considera útil o uso do computador em suas atividades

profissionais?

Porque considera útil o uso do computador em suas

atividades profissionais?

Percentual Nº de respostas

Reduz o tempo de trabalho do professor em casa. 51,9% 28

Gera maior motivação entre os alunos. 79,6% 43

Melhora o seu desempenho profissional. 79,6% 43

Melhora o desempenho dos alunos. 66,7% 36

Otimiza o tempo em sala de aula para transmissão

dos conteúdos.

85,2% 46

Todos acima. 1,9% 01 Fonte: Resultado da Pesquisa

O questionário mostrou que 85,2% dos professores acreditam que o uso do computador

otimiza o tempo em sala de aula para transmissão do conteúdo e quase 80% concordam que

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melhora o seu desempenho profissional e gera maior motivação para os alunos. Praticamente

metade dos professores marcaram a opção que o computador reduz o tempo de trabalho do

professor em casa.

Com as novas tecnologias, novas formas de aprender, novas competências são exigidas,

novas formas de se realizar o trabalho pedagógico são necessárias e fundamentalmente, é

necessário formar continuamente o novo professor para atuar neste ambiente telemático, em

que a tecnologia serve como mediador do processo ensino-aprendizagem (MERCADO, 2002).

7- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Refletindo sobre atitudes e aplicações metodológicas, constata-se que uma abordagem

tradicional atinge apenas uma parcela dos alunos por determinado período, e a medida que o

tempo da aula passa, é perceptível a diminuição da atenção e consequentemente da aquisição

do conhecimento por parte do aluno. Esse fato desencadeia a necessidade de transformar a sala

de aula num local mais colaborativo e prazeroso.

Assumir uma postura diferente é fundamental. Sair da zona de conforto e começar do

início. Preparar cada aula novamente, planejando, pesquisando e sendo criativo. Incentivar o

aluno a trabalhar de uma forma mais independente, propondo desafios sem dar a resposta

pronta, promovendo pesquisa e reflexão sobre os assuntos.

Metodologias educacionais inovadoras, associadas e alternadas com práticas

tradicionais de ensino, têm demostrado eficiência na forma de aprender e de ensinar. O Ensino

Híbrido propõe um equilíbrio entre os elementos, ou seja, unir nossas melhores práticas

pedagógicas com o uso da tecnologia dentro da sala de aula. Portanto, a educação híbrida tem

um grande potencial transformador, e a tecnologia é uma grande aliada.

A maioria das escolas já possuem multimídia nas salas de aula e laboratório de

informática, mas ainda assim, identificamos uma subutilização desses recursos. Computadores

e projetores nas salas são utilizados somente para apresentação expositiva do conteúdo em

power point ou exposição de vídeos. Nos laboratórios de informática, os alunos utilizam o

computador quase que somente em pesquisas para algum trabalho acadêmico. O celular, muitas

vezes, é terminantemente proibido dentro da sala de aula.

O fato é que, apesar da tecnologia já estar presente nas escolas há muito tempo, os

professores não foram capacitados para à utilizarem de forma criativa e significativa. Como

associar então, essas novas tecnologias às nossas melhores práticas educacionais? Como

conduzir nossos estudantes a um aprendizado realmente significativo? A resposta está na

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capacitação do professor. O educador deve acompanhar os estudantes no domínio e utilização

da tecnologia digital, fornecendo as ferramentas para a condução do seu próprio aprendizado.

Se ele usa o celular para responder um recado no wattsapp ou dar uma olhada nas notícias do

facebook, porque não o utilizar para aprender matemática ou biologia? E, é possível que isso

aconteça a qualquer momento, mesmo dentro da sala de aula.

Novas tendências para a educação contemporânea contam com a tecnologia para

potencializá-las. É preciso descentralizar o aprendizado, tirar do professor a única fonte de

informação para o aluno. Atualmente, existem diversos portais na internet com conteúdo de

qualidade, de todas as matérias e nos mais variados formatos, como vídeo-aulas, hipertextos,

games, quizzes e muito mais. A personalização do ensino está justamente nessa questão,

fornecer aos nossos alunos várias possibilidades de aprender um mesmo conteúdo,

incentivando-o a perceber sua melhor forma de aprendizagem. Em uma aula onde o estudante

participa ativamente da construção do seu próprio conhecimento, seja sozinho ou de forma

coletiva, o professor fica disponível para atender aquele que realmente está com dificuldade,

orientando-o para a sua melhor forma de aprender. Outra grande tendência, é fazê-los colocar a

mão na massa, permitindo que eles aprendam construindo conhecimento. Por exemplo, através

de sites onde os alunos aprendam de forma simples a programar e construir games e aplicativos

para celular associados a determinadas matérias escolares. Existem também, ferramentas que

permitem a comunicação segura e rápida entre professores, alunos e pais. E mais ainda,

questionários podem ser postados online, onde os alunos respondem durante o retorno para casa,

na van escolar.

Novas ferramentas educacionais são lançadas a cada momento e o professor precisa ser

capacitado a utilizá-las. O uso da tecnologia por se só não é a salvação da educação. Ela é uma

ferramenta poderosa, mas precisa adquirir significado dentro da sala de aula e para isso, o

professor precisa se tornar íntimo delas. Indicar um site para um aluno construir seu

conhecimento, precisa ser tão importante quanto marcar as páginas de um livro ou expor a

matéria no quadro.

Mas para que a inovação aconteça, a escola deve estar disposta a abraçar as novas

metodologias e tecnologias educacionais, evitando medidas proibitivas, investindo em

equipamento e internet de qualidade, e principalmente capacitando constantemente seus

professores.

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