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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Mila Cruz do Valle Avaliação da expressividade oral: análise segundo perspectiva do fonoaudiólogo brasileiro MESTRADO EM FONOAUDIOLOGIA São Paulo 2016

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Mila Cruz do Valle

Avaliação da expressividade oral:

análise segundo perspectiva do fonoaudiólogo brasileiro

MESTRADO EM FONOAUDIOLOGIA

São Paulo

2016

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MILA CRUZ DO VALLE

Avaliação da expressividade oral:

análise segundo perspectiva do fonoaudiólogo brasileiro

Mestrado em Fonoaudiologia

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para a obtenção do título de MESTRE em Fonoaudiologia, área de concentração Voz: avaliação e intervenção, sob a orientação da Profa. Dra. Léslie Piccolotto Ferreira.

São Paulo

2016

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ERRATA

Folha Linha Onde se lê Leia-se

Resumo DeCs voz profissional excluir

Abstract DeCs professional voice excluir

12 Quadro 4 Fo f0

02 16 à metodologia ao método

02 31 alguns dos estudos alguns estudos

03 07 havia sido foi

04 27 análise avaliação

08 10 fonoaudiólogos especialistas propuseram propôs a fonoaudiólogos

especialistas

09 04 , ;

21 7 análise avaliação

22 2 análise avaliação

23 5 e 7 análise avaliação

29 31 relacionado ao trabalho relacionado ao trabalho e o

aprimoramento vocal

31 06 pois não há não há

32 09 encontrados com esse profissional. encontrados.

37 08 análise avaliação

37 13 análise avaliação

38 03 intenções emoções Intenções, emoções

38 24 análise avaliação

38 31 as pausas, a dinâmica as pausas e a dinâmica

45 14 clinico clínico

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Distribuição numérica e percentual do total de trabalhos

segundo tipo de avaliação e suas combinações. 20

Tabela 2 Distribuição numérica e percentual de trabalhos, segundo avaliação perceptivo-auditiva, com uso de diferentes instrumentos e com uso de partitura vocal.

22

Tabela 3 Distribuição numérica e percentual de trabalhos, segundo avaliação perceptivo-auditiva (APA) com uso de marcadores de sentido.

23

Tabela 4 Distribuição numérica e percentual de trabalhos, segundo análise acústica.

24

Tabela 5 Análise de associação dos possíveis tipos de avaliação e os profissionais de voz pesquisados pelo qui-quadrado.

25

Tabela 6 Distribuição numérica e percentual de trabalhos segundo estudos de comparação.

26

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Banca Examinadora

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DEDICATÓRIA

À minha mãe, Claudia Bertollosi Mello e à minha avó, Maria Rosa Fausta

Bertollosi Mello – Dona Zita (in memorian), mulheres da minha vida que ensinaram

o melhor de mim.

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A CAPES, pela bolsa de estudos concedida como estímulo a esta pesquisa.

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AGRADECIMENTOS

À Profª. Drª. Léslie Piccolotto Ferreira pela leveza e alegria com as quais orienta seus alunos, dividindo generosamente seu conhecimento profissional e sendo exemplo de pessoa em suas atitudes.

À Profª. Drª. Izabel Cristina Viola que doou seu tempo e intelecto para me ajudar nos caminhos desta pesquisa.

À estatística Stela Verzinhasse Peres, pelo cuidado com que analisou meus dados e disponibilidade e paciência para me fazer compreender o mundo da análise estatística.

Aos professores do Programa de Estudos Pós-graduados em Fonoaudiologia, em especial à Marta Assumpção de Andrada e Silva, Regina Maria Freire e Tereza Momenhson, que me fizeram repensar a prática clínica e de pesquisa.

Aos integrantes do Laborvox, laboratório de estudos e pesquisas sobre voz da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, pelas discussões e compartilhamento de conhecimento.

Às minhas parceiras Clara Rocha, Cris Borrego, Luana Curti e Laura Melamed, do grupo Clã – Expressão e Arte, pelo estímulo à curiosidade e disposição em compartilhar o conhecimento e a prática fonoaudiológica.

Aos meus colegas de turma, Adriana Ferreira Borges, Ana Terra Pompeu, Ariane Moulin Pedra, Guilherme Zaramella, Ivana Tavares, Tatiane Ichitane, Thalita Santana e Thaynã Barros, por dividirem comigo as alegrias e dificuldades desse momento tão importante em nossas vidas acadêmicas.

Aos meus queridxs amigxs Graziella Bernardinelli, Patrícia Fernandes e Marcos Garcia pela amizade, carinho e força nos momentos mais difíceis.

Aos membros do Coral UNIFESP e Eduardo Fernandes, por entenderem minhas ausências nesse período e me permitirem participar dos melhores momentos de ensaio e palco junto a eles.

Aos professores e amigos da Graduação em Fonoaudiologia da FMU.

Aos professores e amigos da Especialização em Voz do CEV.

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VALLE, M. C. Avaliação da expressividade oral: análise segundo perspectiva

do fonoaudiólogo brasileiro. 2016. 73f. Dissertação (Mestrado)- Faculdade de

Fonoaudiologia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2016.

RESUMO

Introdução: O termo expressividade oral é usado para se referir ao som que sai da boca de um sujeito em direção ao espaço, se realiza no ouvido do outro causando a impressão que acontece no ato da fala, não podendo esse ser revisto ou recolocado. Nota-se uma variedade de instrumentos utilizados para avaliar aspectos referentes à expressividade oral, por parte do fonoaudiólogo. Objetivo: investigar os conceitos e procedimentos utilizados na avaliação da expressividade oral realizada pelo fonoaudiólogo brasileiro. Método: esta pesquisa, de natureza exploratória, ocupou-se do levantamento de material (artigos, livros, dissertações, teses) inserido no site da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, no período entre 2000 e 2012, que teve como critério de inclusão trabalhos que realizaram a avaliação da expressividade oral, e verificou-se: ano e tipo de publicação, parâmetros de julgamento e perfil de juízes e profissionais avaliados, tipos de instrumentos e parâmetros de avaliação utilizados. De um universo de 1730 publicações referentes à profissionais da voz falada, considerando os critérios pré-estabelecidos foram analisados 45 trabalhos. Foi realizada a análise descritiva dos dados por meio de frequências absolutas e relativas e para verificar a associação entre as temáticas, foi utilizado o teste do Qui-Quadrado. Resultados: dos 45 trabalhos, a maioria se encontra em dissertações de mestrado (51,1%) publicadas no ano de 2007 (22,2%), pesquisando mais telejornalistas (31,1%), tendo como juiz avaliador o especialista em voz (33,3%). A maioria utilizou somente a avaliação perceptivo-auditiva-APA (62,2%), 46,3% fizeram a relação entre som e sentido, 33,3% apresentaram estudos de comparação, e 42,2% avaliaram também aspectos não verbais. Dentre os que utilizaram APA, a qualidade vocal foi o parâmetro mais abordado (56,1%), seguido por variação de frequência (53,7%). Dentre os 17 que fizeram análise acústica as mais utilizadas foram frequência fundamental e variação da frequência (ambas em 76,5%). Não houve associação estatisticamente significativa entre o tipo de avaliação e os profissionais que foram avaliados nos estudos. Conclusão: na investigação de conceitos e procedimentos utilizados na avaliação da expressividade oral, realizada pelo fonoaudiólogo brasileiro, observou-se maior tendência na utilização da avaliação perceptivo-auditiva, a partir de instrumentos para registro de parâmetros. Não há consenso entre os autores em relação aos conceitos e procedimentos sendo os marcadores de som priorizados em detrimento dos marcadores de sentido.

Descritores: voz; fala; avaliação; voz profissional; Fonoaudiologia.

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VALLE, M. C. Evaluation of oral expressiveness: an analysis from the

perspective of Brazilian speech-language therapists. 2016. 73f. Dissertação

(Mestrado)- Faculdade de Fonoaudiologia, Pontifícia Universidade Católica de São

Paulo, São Paulo, 2016.

ABSTRACT

Introduction: The term oral expressiveness is used to refer to the sound that leaves a subject’s mouth, travels through space and is realized in another subject’s ears, causing the impression that takes place in the act of speech, and which cannot be reviewed or reemitted. There is a variety of instruments used to evaluate aspects referring to oral expressiveness by a speech-language therapist. Purpose: to investigate the concepts and procedures adopted in the evaluation of oral expressiveness by Brazilian speech-language therapists. Method: this exploratory research was conducted by carrying out a survey of material (articles, books, theses and dissertations) published on the website of the Brazilian Society of Speech-Language Pathology and Audiology between 2000 and 2012. The variables studied were: the year and type of publication, the evaluated aspects, the profiles of the evaluators and the professionals being evaluated, the type of instruments and the evaluation parameters used. From 1,730 publications that researched voice professionals, considering the pre-established criteria, 45 publications were analyzed in this study. The data were analyzed descriptively by means of absolute and relative frequencies, and the chi-squared test was used in order to determine the association between the themes. Results: Most of the 45 publications were Master’s thesis (51.1%), published in 2007 (22.2%); newscasters were the most evaluated professionals (31.1%), and the majority of the evaluators were voice specialists (33.3%). Most studies (62.2%) employed only a perceptual-auditory analysis (APA), 46.3% associated sound and sense, 33.3% presented comparison studies, and 42.2% assessed non-verbal aspects as well. Among those that employed APA, vocal quality was the most commonly approached aspect (56.1%), followed by frequency variation (53.7%). Among the 17 studies that carried out acoustic analyses, the most used were fundamental frequency and frequency variation (both at 76.7%). There was no statistically significant association between the type of evaluation and the professionals who were evaluated in the studies. Conclusion: the investigation of concepts and procedures adopted by Brazilian speech-language therapists when evaluating oral expressiveness found a tendency towards employing a perceptual-auditory analysis with the help of instruments to record parameters. There is no consensus among the authors regarding concepts and procedures, and priority is given to sound markers when compared to sense markers.

Keywords: voice; speech; evaluation; professional voice; speech-language pathology.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1

2. OBJETIVO ....................................................................................................... 7

3. MÉTODO ......................................................................................................... 8

3.1 Coleta de dados .............................................................................................. 8

3.2 Análise dos dados ......................................................................................... 10

3.2.1 Análise Estatística ......................................................................................... 16

4. RESULTADOS .............................................................................................. 17

5. DISCUSSÃO ................................................................................................. 27

6. CONCLUSÃO ................................................................................................ 46

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 47

8. ANEXOS ....................................................................................................... 56

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Parâmetros de avaliação perceptivo-auditiva registrados em diferentes instrumentos.

11

Quadro 2 Parâmetros de avaliação perceptivo-auditiva registrados em trabalhos com uso de partitura vocal.

11

Quadro 3 Aspectos presentes na avaliação perceptivo-auditiva realizada com marcadores de sentido.

12

Quadro 4 Parâmetros utilizados para análise acústica. 12

Quadro 5 Tipos de avaliação por comparação. 12

Quadro 6 Avaliação de conteúdo não verbal. 12

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Distribuição numérica e percentual de trabalhos segundo tipo de publicação

17

Gráfico 2 Distribuição numérica e percentual de trabalhos segundo ano de publicação

17

Gráfico 3 Distribuição numérica e percentual de trabalhos segundo juiz avaliador

18

Gráfico 4 Distribuição numérica e percentual de trabalhos segundo profissional da voz avaliado

19

Gráfico 5 Distribuição numérica e percentual de trabalhos segundo grupos e subgrupos da avaliação perceptivo-auditiva

21

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Distribuição numérica e percentual de trabalhos segundo

análise perceptivo-auditiva (APA), com uso de diferentes instrumentos e com uso de partitura vocal.

20

Tabela 2 Distribuição numérica e percentual de trabalhos, segundo análise perceptivo-auditiva com uso de partitura vocal.

22

Tabela 3 Distribuição numérica e percentual de trabalhos segundo análise acústica.

23

Tabela 4 Distribuição numérica e percentual de trabalhos segundo marcadores de sentido.

24

Tabela 5 Distribuição numérica e percentual de trabalhos segundo estudos de comparação.

25

Tabela 6 Distribuição numérica e percentual de trabalhos segundo trabalhos com avaliação de conteúdo não verbal.

26

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LISTA DE ABREVIATURAS

AC – Análise acústica APA – Avaliação perceptivo-auditiva BIREME – Biblioteca Regional de Medicina CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior DeCS – Descritores em Ciências da Saúde f0 – Frequência fundamental Hz - Hertz PAF – Protocolo de Avaliação Fonoaudiológica SBFa – Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia Unidades VV – Unidades vogal-vogal

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1. INTRODUÇÃO

O termo expressividade oral é usado para se referir ao som que sai da boca

de um sujeito em direção ao espaço, se realiza no ouvido do outro e causa a

impressão única que acontece no ato da fala (VIOLA, 2006). Esse fenômeno

reproduz, representa, retrata, exprime, diz, expõe e enuncia (FÓNAGY, 2003)

revelando características pessoais do falante como marcas físicas, sociais e

psicológicas (LAVER,1994).

Pode-se dizer que a expressividade oral se constrói a partir da relação entre

som e sentido, que pode ser alterada por meio de escolhas prosódicas que se faz

(MADUREIRA, 2005). Entende-se por prosódia, em outras palavras, as variações de

fala que se manifestam por meio da qualidade vocal, entoação, padrões de acento,

variações no ritmo, na taxa de elocução e nas pausas.

Em breve histórico sobre o início da trajetória das pesquisas em

expressividade oral, pode-se delimitar o marco na década de 70 do século XX, ainda

antes da regulamentação da Fonoaudiologia como profissão, quando surgiu o

primeiro trabalho em expressividade oral (FERREIRA, 2005). Nesse momento,

MELLO (1972) faz uma proposta para a educação da voz falada a partir de sua

experiência no trabalho com os distúrbios vocais, presentes principalmente nos

profissionais da voz, em livro reeditado em 2002 sob a alcunha de Brandi

(FERREIRA, 2005).

Na sequência, BEUTTENMÜLLER (1974) foi responsável pelo primeiro

trabalho em expressividade oral em um grupo específico de profissionais da voz a

partir de seu trabalho com atores. SOARES E FERREIRA (1977) também

disponibilizaram em seu livro o material didático utilizado em cursos teórico-práticos

para trabalhar a voz e expressividade oral de profissionais cujo trabalho dispõe da

voz como força principal.

FERREIRA (1988) organizou no livro Trabalhando a voz, os relatos de

experiências de fonoaudiólogos no atendimento a professores, radialistas e atores, e

suas propostas de trabalho com a expressão vocal. Em tese de Doutorado,

MADUREIRA (1992) dá destaque ao termo “dinâmica da voz”, detalhando, por meio

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dos efeitos expressivos dos recursos fônicos presentes no discurso de um

conferencista, a avaliação da melodia, do ritmo e da velocidade da fala, o volume e

alongamento das vogais.

Nos anos que seguiram, apesar do aumento no número de trabalhos com

profissionais da voz, não se manteve uma produção importante sobre a

expressividade oral, o que vem a acontecer a partir do ano de 2000, quando houve

um crescimento de pesquisas que estudaram questões sobre a temática (VIOLA,

2006). Em levantamento realizado por VIOLA e FERREIRA (2007), com o objetivo

de revisar os trabalhos apresentados na literatura sobre expressividade e abordar

aspectos para embasar novas propostas avaliativas, pode-se notar que as

pesquisas resultaram de avaliações a partir da análise de recursos vocais ou

observação de recursos linguístico-discursivos utilizados pelos falantes, e pelo

julgamento efetuado por pessoas especializadas (ou não) em relação à

expressividade oral de diferentes grupos de profissionais.

É possível destacar, numa leitura preliminar desses trabalhos e daqueles que

se seguiram, três vertentes quanto à metodologia adotada: quanto à coleta de

dados, forma de análise e instrumento utilizado.

Do ponto de vista da coleta de dados, há aqueles que avaliaram os

profissionais em um único momento, e outros que o fizeram antes e depois de uma

intervenção fonoaudiológica. Se priorizado o modo de coleta, existem aquelas em

que a avaliação é feita in loco, no momento da produção da fala, pela percepção

psicoacústica e psicodinâmica dos avaliadores e outros utilizaram amostras de fala

gravadas em áudio ou vídeo. Em relação à forma de análise, duas se destacam:

avaliação perceptivo-auditiva e análise acústica (ou ambas). Pode-se perceber

também, nessas pesquisas, a demanda por medidas de referência para grupos de

falantes em termos de voz e fala (CAMARGO, 2014). Nota-se, ainda, que há uma

variedade de instrumentos utilizados para a avaliação, alguns especialmente criados

para uma determinada pesquisa; neles são registrados diferentes terminologias para

nomear parâmetros de voz e expressividade.

Para ilustrar a diversidade desse panorama serão apontados abaixo alguns

dos estudos.

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GAYOTTO (1996) propôs uma análise de recursos vocais por meio de uma

partitura vocal para textos teatrais, em que faz a notação por meio de marcações

das pausas, ênfases, curva melódica, intensidade, articulação, duração, velocidade

e cadência da fala, e assim atores podem fazer registros da construção vocal de

suas personagens ao longo do processo de criação. Essa é uma possibilidade de

avaliação da expressividade oral e vem sendo utilizada em outros trabalhos até os

dias atuais. Um instrumento de avaliação semelhante havia sido proposto

anteriormente por BRAZIL (1997), que criou um modelo com normas para registrar

transcrições e que foi, posteriormente, utilizado em um trabalho sobre o papel dos

padrões entoacionais na construção de sentido na leitura oral de professores

(SANTOS, 2010), ou o modelo de CAPECCHI (2004), utilizado na transcrição da fala

de um professor universitário em sala de aula (CHAVES, 2009).

ARRUDA (2003) utilizou em seu trabalho um instrumento de avaliação da

expressividade oral de professores. Nesse instrumento foram avaliados os

parâmetros da fala e recursos de ênfase, e a direção do pitch utilizada para a

finalização de enunciados, por meio de notação em partitura. Também foi solicitado

ao avaliador dizer se existe ou não coerência entre o emprego de direção do pitch e

a sinalização de continuidade do assunto e o tipo de sentença. Esse instrumento foi

adaptado por MOREIRA-FERREIRA (2007), acrescido de aspectos específicos para

a análise linguística do discurso, em seu trabalho para a análise da expressividade

oral e recursos linguístico-discursivos em teleoperadores, assim como a relação

desses com o desempenho profissional e o sentido gerado em clientes.

Outro trabalho foi a adaptação do protocolo Voice Profile Analyses Scheme –

Protocolo de Análise do Perfil Vocal (LAVER, 1980), denominado VPAS-PB

(português brasileiro) realizado por CAMARGO e MADUREIRA (2008) que avalia

não apenas os traços laríngeos, supralaríngeos e de tensão muscular da qualidade

vocal, mas também dados da prosódia do indivíduo. MARQUEZIN (2013) fez uso

desse instrumento para avaliar as características da expressividade da fala de

executivos a partir de dados perceptivos e acústicos da dinâmica vocal. O estudo

contou com a avaliação perceptivo-auditiva da qualidade vocal e dinâmica da voz

realizada por três juízes fonoaudiólogos. Um segundo instrumento foi elaborado com

os descritores convincente/não convincente, objetivo/não objetivo, empático/não

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empático, e seguro/inseguro para o julgamento das impressões causadas pela

expressividade da fala por 30 juízes leigos. Em seus resultados, a autora encontrou

na avaliação feita por esses juízes maior aceitação para os sujeitos que

apresentaram determinados parâmetros prosódicos de forma mais fluente, a saber,

pausas, taxa de elocução, taxa de articulação.

Algumas propostas de avaliação que aliam recursos vocais ao conteúdo não

verbal, como a análise da expressão facial, postura corporal e gestos, também são

da autoria de fonoaudiólogos, como o Protocolo de Avaliação Fonoaudiológica (PAF)

de KYRILLOS (2003). Esse instrumento foi utilizado posteriormente nas pesquisas

de TRINDADE (2008), que analisou o efeito de uma proposta de programa de

intervenção fonoaudiológica na expressividade oral de repórteres no julgamento de

telespectadores, e de ROMANO (2010), em que alunos e fonoaudiólogos avaliaram

a expressividade de um professor universitário ministrando aula.

FERREIRA et al. (2010) analisaram a expressividade da voz e fala a partir de

um olhar fonoaudiológico em trechos de um filme. Os aspectos selecionados foram:

loudness; variação de frequência na frase e palavra, velocidade de fala e agilidade

de encadear os diferentes ajustes motores, prolongamento e pausa. Nesse estudo,

os autores fizeram a relação entre a voz e o sujeito, levando em conta a tríade

pensamento-corpo-voz. Os pesquisadores associaram a velocidade de fala ao

tempo interior e à rapidez mental do falante, e uso de parâmetros - prolongamentos

e pausas - como ênfases capazes de produzir e/ou modificar sentidos. Esses

aspectos são importantes para a interpretação de texto, e, se bem utilizados,

resultam em uma expressividade oral adequada.

Para descrever, qualitativamente, os aspectos da expressividade oral em

artigo que analisou a emissão de voz natural e a dublagem de diferentes

personagens realizados por um ator (DITSCHEINER et al., 2012), foi feita uma

análise perceptivo-auditiva por juízes fonoaudiólogos que, em consenso, realizaram

registro em partitura de notações gráficas com marcas de ajustes laríngeos, pausas

respiratórias, velocidade de fala, pitch, recursos de ênfase (variação de pitch,

aumento de loudness ou alongamento de sílaba), qualidade vocal e articulação.

Estudos que analisaram propostas de intervenção em que a expressividade

está em foco também podem ser destacados. RODRIGUES (2010) analisou o

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impacto produzido por uma intervenção fonoaudiológica de 21 horas na

expressividade de estudantes de um curso de locução comercial radiofônica,

avaliando antes e depois de uma intervenção. A autora verificou, por meio de

instrumento criado por FARGHALY e ANDRADE (2008), se os aspectos da fala

estavam iguais ou diferentes nos dois momentos, e qual deles estava melhor em

relação à qualidade vocal, ataque vocal, pitch, loudness, ressonância, coordenação

pneumofonoarticulatória, articulação, modulação e ritmo de leitura. Como resultado

destacou o efeito do trabalho de recursos vocais nas ênfases e, assim, na

expressividade oral.

Esse dado corrobora estudo anterior realizado por BORREGO (2007), que

também investigou recursos de ênfase utilizados por indivíduos pré e pós-

treinamento vocal. Para a avaliação, foi utilizado um instrumento com uma escala

analógica de 10 cm que variava de ruim (no extremo esquerdo) a ótima (no extremo

direito), para que os juízes marcassem a sua impressão em relação à qualidade da

utilização de ênfases de palavras previamente selecionadas em um texto, levando

em conta a variação tonal ascendente ou descendente, aumento ou diminuição da

intensidade e duração da palavra.

O termo gesto vocal foi definido por VIOLA (2006) para se referir a união da

fala, som e sentido, dado que é pela interação dos elementos prosódicos com os

elementos fonéticos e sons não verbais que é produzida a comunicação em prol de

veicular um determinado sentido atribuído pelo falante. Em sua tese, verificou como

os gestos vocais constroem a relação entre som e sentido com a intenção de

contribuir teórica e metodologicamente na análise da expressividade oral. Para isso

utilizou a avaliação perceptivo-auditiva e análise acústica de um poema interpretado

por um ator profissional e pelo pareamento entre som e sentido.

O termo psicodinâmica vocal foi sugerido por BEHLAU e ZIEMER (1988)

baseado em grupos vivenciais em “Audição Criativa” para relacionar aspectos da

personalidade e emoções do indivíduo a sua voz. A avaliação da psicodinâmica

vocal utiliza adjetivos negativos ou positivos para descrever o efeito da produção

vocal do individuo no ouvinte (BEHLAU et al., 2008). Ainda há trabalhos que se

preocupam com o orador do ponto de vista de sua competência comunicativa,

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considerando a emissão do ponto de vista da saúde vocal e do efeito da fala no

ouvinte (BEHLAU e PONTES, 2009).

Ao resgatar esse breve histórico sobre a temática da expressividade, pode-se

constatar que a preocupação com o bem falar é assunto antigo na História da

humanidade. Os estudos em Oratória, conjunto de regras que constituem a arte do

bem dizer, tem sua origem na Grécia Antiga. Fazem parte da oratória os estudos em

retórica que é a capacidade de gerar persuasão, tendo como maior meta à adesão

dos ouvintes, e em eloquência, que é a capacidade de expressar com facilidade a

fala, relacionada à arte de convencer ou comover por meio da palavra (LOPES,

2000).

É importante destacar que o fonoaudiólogo é o profissional que avalia,

prepara e aprimora os recursos da comunicação oral (SILVA et al., 2015) com

estratégias para mobilizar a relação corpo-voz e a criatividade, e levar o indivíduo a

reflexão para mudança de comportamentos vocais e, portanto, de sua prosódia,

atuando de forma prática na modificação que pode resultar em uma expressividade

oral mais adequada.

Embora se saiba que a expressividade do sujeito não se dá apenas pela fala

e suas nuances, ou seja, que uma ideia é transmitida pelo corpo, voz e fala ao

mesmo tempo (McNEILL e DUNCAN, 2004), nem todos os grupos profissionais

fazem uso da imagem como meio de expressão. A atuação profissional de

radialistas e teleoperadores, por exemplo, se dá apenas pela sua expressão oral,

diferentemente de outros grupos como o de professores e telejornalistas.

Optou-se nesta pesquisa por um olhar mais atento a expressividade oral, por

se tratar do assunto da maioria dos trabalhos da Fonoaudiologia quando a temática

é expressividade, porém, não se omitirá dados de avaliação de aspectos não verbais

quando esses aparecerem.

Para compreender o que tem sido considerado como expressividade oral e

como essa tem sido avaliada no contexto clínico e de pesquisa do fonoaudiólogo,

esta pesquisa partiu de levantamento de publicações desse profissional. A princípio

entende-se que ao analisar esse material, do ponto de vista dos parâmetros

destacados e a forma como esses são avaliados, será possível levar o

fonoaudiólogo a refletir sobre seu fazer no atendimento aos profissionais da voz,

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7

contribuindo para que surjam novas propostas de análise da chamada

expressividade oral.

2. OBJETIVO

Investigar os conceitos e procedimentos utilizados na avaliação da

expressividade oral realizada pelo fonoaudiólogo brasileiro.

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8

3. MÉTODO

Esta pesquisa, de caráter exploratório, se ocupou do levantamento de fontes

bibliográficas que pesquisaram sobre a expressividade oral na Fonoaudiologia

brasileira. Não houve necessidade de encaminhamento para o Comitê de Ética por

não se tratar de pesquisa com humanos.

3.1 Coleta de dados

A coleta de dados partiu de material elaborado pelo Departamento de Voz da

Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia registrado no site da referida Sociedade

(VOZ, 2015).

A diretoria desse Departamento, com o intuito de contemplar toda literatura

fonoaudiológica brasileira produzida em voz profissional, fonoaudiólogos

especialistas e voluntários propuseram a busca de fontes bibliográficas em

determinados períodos. As fontes são: artigos em periódicos nacionais e

internacionais, teses, dissertações, monografias de especialização, trabalhos de

conclusão de cursos de graduação, capítulo de livros, resumos em anais de

congressos e simpósios em que os sujeitos de pesquisa são professores,

teleoperadores, locutores radialistas, atores de teatro, telejornalistas, cantores e

religiosos e outros profissionais de voz falada e cantada.

A apresentação dos dados é feita de acordo com um determinado profissional

da voz (professor, ator, radialista, entre outros), e constantes atualizações têm sido

feitas em diferentes períodos (anterior a 2005, 2005 a 2007 e 2007 a 2012). As

informações inseridas nesse levantamento têm sido importantes para a área que

busca dados atualizados para aprimorar a atuação clínica ou desenvolver trabalhos

científicos.

Para esta pesquisa foi considerado:

● Período: foi considerado o período correspondente a 2000-2012, ou seja,

o levantamento foi realizado em material referente aos anos de 2000 a

2005, 2005 a 2007 e 2007 a 2012; o ano inicial foi estabelecido por conta

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9

do maior número de propostas ter acontecido a partir desse ano e o final

por ter sido o último levantamento realizado.

● Conteúdo: fontes bibliográficas referentes a artigos, dissertações, teses,

livros e anais de congresso concorrentes a prêmio, não se considerou

anais de congresso, uma vez que o tamanho dos mesmos (geralmente

500 palavras) não permite o aprofundamento no tema.

● Sujeitos de pesquisa: profissionais de voz falada que constam no

levantamento, a saber: professores, teleoperadores, radialistas, atores,

telejornalistas, religiosos e outros profissionais da voz falada;

● Presença nas fontes pesquisadas das palavras-chave: a partir da leitura

dos textos buscaram-se os termos expressividade oral; comunicação oral;

recursos vocais; oratória; habilidade comunicativa; variação melódica;

dinâmica vocal; psicodinâmica vocal; dicção; gama tonal; e sentidos.

● Trabalhos que realizaram a avaliação da expressividade oral.

Na sequência cada uma dessas fontes foi localizada na internet e em

bibliotecas para compor planilha específica de dados. Dentre essas, foram excluídas

fontes repetidas, quando se referiam, por exemplo, a uma dissertação e na

sequência ao artigo publicado com base nos dados dessa dissertação (optou-se

pela dissertação por trazer maior número de dados) e nove pesquisas (8

monografias de curso de especialização e 1 dissertação de mestrado) foram

excluídas desse levantamento em função de não terem sido localizadas, apesar das

tentativas para encontrar o autor ou a instituição de ensino superior em que o

trabalho foi produzido.

De um universo de 2564 publicações referentes a diferentes profissionais da

voz levantados pela SBFa, correspondente ao período de 2000 a 2012 foi registrado

um total de 1730 publicações sobre a temática voz profissional falada. Em seguida,

considerando as publicações que apresentavam as palavras-chave definidas, foram

registrados 508 trabalhos. Considerando os demais critérios anteriormente

detalhados, a coleta foi finalizada com 45 publicações (anexo 1).

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10

3.2 Análise dos dados

Todo o material foi registrado em planilha especifica (Excel) em que numa

primeira leitura foram destacados: autor; ano; título; tipo de publicação (artigo, livro,

monografia, dissertação ou tese); profissional abordado; objetivo; proposta de

instrumentos de avaliação e parâmetros de julgamento categorizados nos eixos som

e/ou sentido; e tipo de juízes (leigo, especialista, o próprio pesquisador ou mais de

um desses juntos). Em seguida, para a análise estatística, foram categorizados os

seguintes dados:

Ano

Tipo de publicação

o Dissertação de Mestrado

o Tese de doutorado

o Monografia de especialização

o Capítulo de livro

o Artigo

Profissional

o Professor

o Teleoperador

o Radialista

o Ator

o Telejornalista

o Religioso

o Político

o Policial

o Executivo

o Advogado

o Vendedor

Sexo

Tipo de juiz avaliador

o Especialista em voz: Fonoaudiólogo; preparador vocal

o O próprio pesquisador

o Leigo: com ou sem conhecimento prévio do profissional avaliado

o Especialista + linguista

o Especialista + leigo + o próprio pesquisador

o Especialista + leigo

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11

Para a análise dos instrumentos utilizados para avaliação da expressividade

oral, observaram-se todos os parâmetros avaliados e as diferentes nomenclaturas

utilizadas para a avaliação de um mesmo recurso (Quadros 1 a 6).

Os quadros 1, 2 e 3 enumeram as diferentes palavras utilizadas para

nomeação de parâmetros vocais em instrumentos de avaliação-auditiva, com uso de

diferentes instrumentos, de partitura vocal, ou por marcadores de sentido,

respectivamente.

Quadro 1 - Parâmetros de avaliação perceptivo-auditiva registrados em diferentes instrumentos.

QUALIDADE VOCAL qualidade vocal; produção da voz (neutra, não neutra e tipo da alteração); padrão optimal; voz fluida; tipo de voz; voz suja ou limpa;

FREQUÊNCIA frequência fundamental; pitch preponderante; pitch habitual

VARIAÇÃO DE FREQUÊNCIA

entoação; entonação; mudança entoacional; variação de frequência; variação tonal; modulação; modulação de altura; variação de pitch; variação de altura; prosódia

INTENSIDADE loudness; intensidade; alta-baixa

RESSONÂNCIA ressonância; projeção vocal; registro vocal

ÊNFASES por intensidade; por frequência; por articulação; por silabação; segmentos marcados;

ESFORÇO VOCAL esforço vocal

ARTICULAÇÃO articulação; força articulatória; padrão articulatório; pronuncia

FLUÊNCIA hesitação; repetição de palavras; reformulação de palavras ; pontuação; barreiras verbais

SOTAQUE OU REGIONALISMO

sotaque ou regionalismo

ERROS erros fonológicos; erros gramaticais

VELOCIDADE velocidade de fala; rápida-devagar; ritmo; duração de palavra; aumento ou diminuição da palavra; prolongamento de fonemas; alongamentos de segmento; tempo de emissão

PAUSAS tipo: respiratória e expressiva; extensão; emprego de pausas; duração da pausa; pausa de organização de pensamento

RESPIRAÇÃO CPFA ; coordenação respiratória; ar residual

ATAQUE VOCAL ataque vocal

Quadro 2 - Parâmetros de avaliação perceptivo-auditiva registrados em trabalhos com uso de

partitura vocal.

FREQUÊNCIA pitch; unidade tonal

VARIAÇÃO DE FREQUÊNCIA

contorno melódico; curva melódica; parâmetros entoacionais; cadeia tonal

INTENSIDADE Intensidade

VELOCIDADE Duração

ARTICULAÇÃO Articulação

ÊNFASES sílabas proeminentes; ênfases: curva melódica, velocidade, articulação, intensidade

MARCAÇÃO divisão por grupos prosódicos

PAUSAS Pausas

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Quadro 3 – Aspectos presentes na avaliação perceptivo-auditiva realizada com marcadores de

sentido.

O Quadro 4 enumera as diferentes palavras utilizadas para nomeação de

parâmetros vocais na análise acústica.

Quadro 4 - Parâmetros utilizados para análise acústica.

FREQUÊNCIA frequência fundamental; frequência usual

VARIAÇÃO DE FREQUÊNCIA

grupos tonais; intervalo e contorno melódico; valores iniciais e finais de Fo; Fo mínima e máxima

INTENSIDADE Intensidade

UNIDADE VV análise de unidades VV ; segmentação das unidades fônicas: segmento isolado, sílaba e segmento vogal-vogal

ÊNFASES ênfases ; pitch accents; sílabas tônicas rítmicas; sílabas tônicas salientes; duração de palavra

PAUSAS tempo de pausa; duração de pausa silenciosa e do grupos de frases delimitadas por elas; tipo: de expressividade, de planejamento discursivo, de respiração e de estruturação discursiva

ORGANIZAÇÃO TEMPORAL

nº de sílabas; tempo de elocução; taxa de elocução velocidade de fala; velocidade de articulação; taxa de articulação; duração; divisão silábica

No Quadro 5 pode-se ver diferentes propostas de comparação nas avaliações

pré e pós intervenção fonoaudiológica ou de diferentes amostras.

Quadro 5 - Tipos de avaliação por comparação.

PRÉ E PÓS INTERVENÇÃO

melhor e pior de 4 falantes em contexto profissional (ranking); expressividade oral igual ou diferente e qual a melhor; menos enfático, igual, mais enfático; clareza, credibilidade, maior segurança, maior envolvimento por parte do ouvinte (marcadores de sentido)

DIFERENTES AMOSTRAS

comparar 3 emissões e dizer qual é mais projetada e expressiva e o porquê; voz cotidiana x voz profissional

O Quadro 6 demonstra as possibilidades de avaliação de recursos não

verbais utilizadas em alguns dos trabalhos, que apresentavam avaliação da

expressividade oral.

Quadro 6 - Avaliação de conteúdo não verbal.

CORPORAL gestual; expressão facial; postura corporal; contato visual

INTENÇÃO Laban (verbos de ação: caminho percorrido, peso, espaço, tempo, energia)

SOM segmentos e sons corporais

OPOSIÇÃO bom - ruim; bonita - feia; descontraído – sério

PONTUAÇÃO escala de 5, 7 ou 10 graus, com uso de adjetivos

ADJETIVOS neutro; agradável; confiável; natural; motivante; sério; transmite firmeza, credibilidade, segurança, autoridade, poder, desânimo; causa emoção; com controle

RANKING melhor e pior entre profissionais de uma categoria

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Em seguida, para a tabulação, os dados foram categorizados conforme

descrito abaixo.

Avaliação da amostra de fala

o Avaliação perceptivo-auditiva

Com instrumentos variados

Som

o Qualidade vocal

o Frequência

o Variação de frequência

o Intensidade

o Ênfases:

frequência

intensidade

o Esforço vocal

Fala

o Articulação

o Ênfases:

Articulação

Genérica (não explicita o recurso vocal

utilizado)

o Ritmo / Fluência de fala

o Sotaque / regionalismo

o Alterações fonológicas / erros gramaticais

o Barreiras verbais

Organização temporal

o Velocidade

o Pausas:

Duração

o Ênfases:

Prolongamento de sílabas

o Tempo de emissão

Fisiologia

o Coordenação pneumofonoarticulatória

o Ataque vocal

o Pausas: respiratórias

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Com partitura vocal

Som

o Frequência

o Variação de frequência

o Intensidade

o Ênfases

Frequência

Intensidade

Fala

o Articulação

o Ênfases

Genérica (não explicita o recurso vocal

utilizado)

Organização temporal

o Pausas

o Ênfases

prolongamento

o Velocidade de fala

Com marcadores de sentido

Psicodinâmica vocal

o Adjetivo único

o Adjetivo - pontuação com uso de escala

o Adjetivos - por oposição

o Adjetivo com uso de ranking: melhor entre

profissionais

o Sotaque / regionalismo

Relação som-sentido

o Avaliação acústica

Som

Frequência fundamental

Variação de frequência

Intensidade

Ênfases:

o Frequência

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o Intensidade

Unidade vogal-vogal

Organização temporal

Pausas:

o Duração

o Tipo expressiva

Ênfases:

o prolongamento

Velocidade de fala

Taxa de elocução

Taxa de articulação

Fisiologia

Pausas

o Respiratórias

o Avaliação de conteúdo não verbal

Corporal

Postura

Gestual

Expressão facial

Contato visual

Intenção

Laban

Som

Sons corporais

Estudos de comparação

o Pré e pós-intervenção

Melhor ou pior

Ranking: melhor entre profissionais

o Diferentes amostras

Melhor das amostras

Em dois momentos (sem intervenção fonoaudiológica)

Voz cotidiana x voz profissional

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3.2.1 Análise Estatística

Foi realizada a análise descritiva dos dados por meio de frequências

absolutas e relativas. Para verificar a associação entre as temáticas ao desfecho

que se constituiu no profissional da voz foi utilizado o teste do Qui-Quadrado.

Para a significância estatística, assumiu-se um nível descritivo de 5%. Os

dados foram digitados em Excel e analisados no software Statistical Package for the

Social Sciences (SPSS) versão 22.0 para Windows.

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4. RESULTADOS

Foram avaliados 45 trabalhos, de 2000 a 2012 (Gráficos 1 e 2).

Gráfico 1 – Distribuição numérica e percentual de trabalhos (n=45), segundo tipo de publicação (n;%).

Gráfico 2 – Distribuição numérica e percentual de trabalhos (n=45), segundo ano de publicação (n;%).

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Para o julgamento da expressividade oral nos trabalhos em que foi realizada a

avaliação perceptivo-auditiva, foram convocados diferentes tipos de avaliadores e

destaca-se como o tipo mais frequente o especialista em voz (33,3%) (Gráfico 3).

Gráfico 3 – Distribuição numérica e percentual de trabalhos (n=45), segundo juiz avaliador (n;%).

Os trabalhos avaliados nesta pesquisa (Gráfico 4), contaram com diferentes

profissionais da voz como participantes dos mesmos, e em 31,1% aparecem os

telejornalistas, seguido de professores (17,8%) e radialistas (15,6%).

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Gráfico 4 – Distribuição numérica e percentual de trabalhos (n=45), segundo profissional da voz

avaliado

(n;%).

Quanto ao sexo desses sujeitos, dos trabalhos avaliados, 48,9% (n=22)

apresentaram sujeitos de ambos os sexos, 22,2% (n=10) apenas do masculino,

20,0% (n=9) do feminino, e 8,9% (n=4) não mencionavam.

Destaca-se na Tabela 1, o número e percentual do total de trabalhos segundo

tipo de avaliação e suas combinações. Dentre os trabalhos, 28 (62, 2%) fizeram

somente a avaliação perceptivo-auditiva, 4 (8,9%) somente análise acústica e 13

(28,9%) combinaram os dois tipos de avaliação. As combinações de avaliação

presentes nos 13 trabalhos são mais bem detalhadas na parte debaixo da tabela.

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Tabela 1 – Distribuição numérica e percentual do total de trabalhos (n=45), segundo tipo de avaliação e

suas combinações (n; %).

Variável n %

Somente APA 28 62,2

Somente Análise Acústica 4 8,9

APA + Análise Acústica 13 28,9

Total Geral 45 100,0 n %

Análise Acústica + Instrumentos variados 2

Análise Acústica + Marcadores de sentido 1

Análise Acústica + Instrumentos variados + Partitura Vocal 2

Análise Acústica + Instrumentos variados + Marcadores de sentido 7

Análise Acústica + Instrumentos variados + Partitura Vocal +

Marcadores de sentido

1

Total (APA + Análise Acústica) 13 100,0

No gráfico 5 está disposto o número de trabalhos que realizaram avaliação

perceptivo-auditiva e seus subgrupos (tipo de avaliação). Do lado direito da tabela

está detalhado o número de trabalhos que utilizaram a análise acústica,

independente de associação ou não com instrumento de APA.

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Gráfico 5 – Distribuição numérica e percentual de trabalhos segundo grupos e subgrupos da avaliação

perceptivo-auditiva (APA) (n=41) e acústica (n=17) (n; %).

Na Tabela 2, verifica-se que dos 41 trabalhos que utilizaram a análise

perceptivo-auditiva com diferentes instrumentos, a qualidade vocal foi um parâmetro

abordado em 56,1% dos trabalhos, seguido por variação de frequência (53,7%),

frequência (51,2), articulação (51,2) e velocidade de fala (48,8%).

Tabela 2 – Distribuição numérica e percentual de trabalhos (n=41), segundo análise perceptivo-auditiva (APA), com uso de diferentes instrumentos (n=36) e com uso de partitura vocal (n=6) (n;%).

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Variável n %

Análise perceptivo auditiva (total) 41 100,0

Instrumentos Variados 36 87,8

Som

Qualidade vocal 23 56,1

Frequência 21 51,2

Variação de frequência 22 53,7

Intensidade 19 46,3

Ressonância 16 39,0

Ênfase (intensidade) 6 14,6

Ênfase (frequência) 7 17,1

Esforço vocal 4 9,8

Fala

Articulação 21 51,2

Ênfase (articulação) 2 4,9

Ênfase (sem discriminação do recurso vocal utilizado) 8 19,5

Ritmo e fluência de fala 9 22,0

Sotaque e regionalismo 3 7,3

Alterações fonológicas e/ou erros gramaticais 5 12,2

Barreiras verbais 4 9,8

Organização temporal

Velocidade de fala 20 48,8

Duração de pausas 14 34,1

Ênfase (prolongamento) 6 14,6

Tempo de emissão 7 17,1

Fisiologia

CPFA 9 22,0

Ataque vocal 6 14,6

Pausas respiratórias 10 24,4

Partitura vocal 6 14,6

Som

Frequência 2 4,9

Variação da frequência 6 14,6

Intensidade 3 7,3

Ênfase na frequência 4 9,8

Ênfase na intensidade 4 9,8

Fala

Articulação 1 2,4

Ênfase (sem discriminação do recurso vocal utilizado) 4 9,8

Organização temporal

Velocidade 1 2,4

Ênfase (prolongamento) 5 12,2

Pausas 7 17,1

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Observa-se na Tabela 3 que dos 41 trabalhos que fizeram a avaliação

perceptivo-auditiva, 63, 4% utilizaram a avaliação de marcadores de sentido, 46,3%

o fizeram com uso de adjetivos. Dentre os trabalhos, 46,3% avaliaram também a

relação entre som e sentido.

Tabela 3 – Distribuição numérica e percentual de trabalhos, segundo análise perceptivo-auditiva

(APA) com uso de marcadores de sentido (n %).

Variável n %

Análise perceptivo auditiva (total) 41 100,0

Marcadores de sentido 26 63,4

Psicodinâmica

Oposição 2 4,9

Pontuação 3 7,3

Adjetivo 19 46,3

Ranking 5 12,2

Sotaque e regionalismo 1 2,4

Relação som/sentido 19 46,3

Na Tabela 4, verifica-se que, de 17 trabalhos que fizeram análise acústica, as

variáveis utilizadas com maior frequência foram frequência fundamental e variação

da frequência, ambas avaliadas em 76,5% dos trabalhos.

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Tabela 4 – Distribuição numérica e percentual de trabalhos (n=17), segundo análise acústica (n;%).

Variável n %

Análise Acústica (total) 17 100,0

Som

Frequência 13 76,5

Variação de frequência 13 76,5

Unidade VV 2 11,8

Intensidade 10 58,8

Ênfase (frequência) 5 29,4

Ênfase (intensidade) 4 23,5

Organização temporal

Duração de pausa 9 52,9

Pausas expressivas 5 29,4

Taxa de elocução – n° de sílabas 6 35,3

Velocidade 5 29,4

Ênfase (prolongamento) 5 29,4

Taxa de articulação 3 17,6

Fisiologia

Pausas respiratórias 4 23,5

Observa-se na Tabela 5 que não houve associação estatisticamente

significativa entre o tipo de avaliação e os profissionais que foram avaliados nos

estudos. Para esta análise foram consideradas as categorias profissionais citadas

em pelo menos cinco ou mais trabalhos.

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Tabela 5 – Análise de associação dos possíveis tipos de avaliação e os profissionais de voz

pesquisados pelo qui-quadrado.

Profissionais

Temáticas* professor radialista ator telejornalista

n; % n; % n; % n; %

Análise acústica 0; 0,0 0; 0,0 1; 20,0 2; 14,3

Instrumentos Variados 1; 12,5 5; 71,4 0; 0,0 4; 28,6

Partitura Vocal 0; 0,0 0; 0,0 1; 20,0 1; 7,1

Marcadores de Sentido 0; 0,0 0; 0,0 0; 0,0 1; 7,1

Instrumentos Variados + Partitura

Vocal

1; 12,5 0; 0,0 0; 0,0 0; 0,0

Instrumentos Variados +

Marcadores de Sentido

4; 50,0 1; 14,3 1; 20,0 0; 0,0

Instrumentos variados + Análise

Acústica

0; 0,0 1; 14,3 0; 0,0 1; 7,1

Marcadores de sentido + Análise

Acústica

0; 0,0 0; 0,0 0; 0,0 1; 7,1

Instrumentos variados + Partitura

Vocal + Análise Acústica

0; 0,0 0; 0,0 0; 0,0 2; 14,3

Instrumentos variados +

Marcadores de sentido + Análise

Acústica

1; 12,5 0; 0,0 2; 40,0 2; 14,3

Instrumentos Variados + Partitura

Vocal + Marcadores de sentidos +

Análise Acústica

1; 12,5 0; 0,0 0; 0,0 0; 0,0

Total 8; 100,0 7; 100,0 5; 100,0 14; 100,0

* p=0,210

Dos 45 trabalhos analisados, 15 (33,3%) apresentaram estudos de

comparação, sendo 6 (40,0%) entre antes e depois de uma dada intervenção, e 9

(60,0) entre a voz utilizada no cotidiano versus a voz profissional ou a melhor voz

dentre uma série de amostras coletadas em um mesmo momento (tabela 6).

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Tabela 6 – Distribuição numérica e percentual de trabalhos (n=15), segundo estudos de

comparação (n;%)..

Avaliação n %

Pré e pós intervenção 6 40,0

Melhor das amostras 2 13,3

Voz cotidiana versus voz profissional 7 46,7

Total 15 100,0

Observa-se também que, dos 45 trabalhos analisados, 19 (42,2%)

apresentaram a temática não verbal.

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5. DISCUSSÃO

O objetivo deste trabalho foi investigar os conceitos e procedimentos

utilizados na avaliação da expressividade oral realizada pelo fonoaudiólogo

brasileiro, e neste capítulo será discutido inicialmente o método desta pesquisa e a

seguir os resultados encontrados.

Alguns pontos sobre o método merecem ser discutidos e o primeiro deles é

sobre a decisão de fazer o levantamento dos trabalhos a partir do Levantamento em

Voz profissional feito pelo Departamento de Voz da Sociedade Brasileira de

Fonoaudiologia (SBFa). A SBFa é um órgão de importância para a Fonoaudiologia,

pois discute as necessidades da profissão e é grande incentivadora da produção

científica realizando congressos e mantendo uma revista indexada, o que dá

visibilidade a produção científica da área.

O levantamento realizado por eles teve o intuito de contemplar toda a

literatura fonoaudiológica brasileira produzida em voz profissional. Conforme

explicitado no capítulo do método, esse levantamento tem passado por constantes

atualizações e fica disponível para acesso pelo site da SBFa, fato que permite nas

revisões seguintes que um autor ou qualquer outro profissional que conheça uma

publicação na área de voz profissional não incluída no levantamento possa apontar

essa falta. Frente a esse dado, é feita a inclusão da referida pesquisa, o que garante

a atualização dos dados.

As publicações inseridas nesse levantamento têm sido importantes para a

área que busca informações atualizadas para aprimorar a atuação clínica ou

desenvolver trabalhos científicos. Porém, se por um lado optou-se por contar com

fontes de fato produzidas por fonoaudiólogos, por outro houve a restrição do período

pesquisado, uma vez que o levantamento realizado neste trabalho pode conter

referencias datadas somente até 2012, ano final da última atualização dos

levantamentos da SBFa.

Contudo, caso a opção fosse fazer este levantamento a partir das bases de

dados disponíveis para pesquisa na área de Ciências da Saúde outras restrições

seriam registradas. É importante lembrar que o link Descritores em Ciências da

Saúde (DeCS), foi criado pela Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) para servir

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como uma linguagem única na indexação de artigos, livros, anais de congresso,

relatórios técnicos, e outros tipos de materiais, e para ser usado na pesquisa e

recuperação de assuntos da literatura científica nas fontes de informação

disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) como LILACS, MEDLINE e outras.

Nesse link, porém, não são encontrados o termo “expressividade” e seus análogos.

Caso a opção fosse seguir por esse link isso limitaria a pesquisa por descritores, e

assim, ter-se-ia maior dificuldade para encontrar as publicações da área.

Considerou-se acertada fazer a análise do material contido no Levantamento em

Voz da SBFa e completar trazendo para discussão fontes mais recentes.

Ao partir para a discussão dos achados desta dissertação um ponto a ser

comentado é a forma da coleta feita pelos pesquisadores de algumas fontes

analisadas e a relação que essa tem com o contexto profissional dos sujeitos dos

estudos. No caso de teleoperadores, radialistas e telejornalistas a maior parte das

coletas foi feita com gravações de amostras de fala dos profissionais, visto que a

sua atividade laboral se dá pelos meios de telecomunicação, e sofrem a interferência

na captação de suas vozes, na conversão de sinais sonoros em sinais elétricos. No

caso dos professores e atores, geralmente a avaliação foi feita in loco, no momento

de sua atuação, como acontece naturalmente.

Nos estudos avaliados pode-se verificar uma grande sorte de termos

presentes nos diferentes instrumentos utilizados para a avaliação da expressividade

oral para nomear cada um dos parâmetros avaliados (quadros 1 a 6). Esses termos

por vezes fazem parte do universo de estudo da Linguística, como “variação de

frequência” em outros casos, da Música, como “variação de altura” ou “registro

vocal”, ou termos com base no fisiologismo, como “coordenação

pneumofonoarticulatória” ou “ataque vocal” e não no resultado expressivo, como

seria o caso de voz “animada”, “projetada” ou “controlada”. A falta de uma

padronização desses termos pode evidenciar que a Fonoaudiologia ainda busca em

outras áreas termos que possam designar a avaliação da expressividade, não como

algo estanque que se dá num único momento, mas sim processual, que pode

acontecer de diferentes formas num mesmo individuo, em diversos momentos do

seu discurso. Com isso, percebe-se que não há consenso na área, fato que confirma

a dificuldade de um fortalecimento nas pesquisas científicas dessa área.

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Os resultados do gráfico 1 mostraram o número de trabalhos segundo o tipo

de publicação, evidenciando que em maior número aparecem as dissertações de

mestrado. Em estudo bibliométrico baseado na produção científica de dissertações e

teses fazendo interface entre a Educação especial e a Fonoaudiologia dados

semelhantes foram registrados (maior número de dissertações (n=65;87,8%) do que

teses (n=9;12,2%)) no período de 1984 a 2005 (BELLO, 2009), dados que

corroboram os achados deste estudo quanto a diferença entre o número de

dissertações (n=23;82,1%) e teses (n=5;17,9%). É evidente que o número de

dissertações será sempre maior que o de teses, uma vez que doutores na maior

parte das vezes se tornaram mestres antes, e nem todo mestre se tornará doutor,

mas o interessante neste caso é a proporcionalidade entre os estudos nas áreas.

Outro estudo (PAZ-OLIVEIRA, CARMO, FERREIRA, 2015), que analisou o número

de fonoaudiólogos brasileiros titulados doutores no período de 2009 a 2013,

registrou 271 doutorados defendidos nas diferentes áreas de atuação, número esse

baixo quando comparado ao de outras áreas do conhecimento. Houve um aumento

no número de Programas de Pós-graduação na área da Fonoaudiologia,

demonstrado em documento da CAPES (RODACKI, 2013), porém tal fato se dá

mais entre os Programas de Mestrado do que entre os de Doutorado.

Para além da quantidade de programas de pós-graduação disponíveis pode-

se refletir esses dados pelo ponto de vista da experiência profissional. A

Fonoaudiologia gradua profissionais para trabalhar basicamente em quatro

diferentes áreas (Voz, Audição, Motricidade Oral e Linguagem). O fonoaudiólogo

recém-formado ainda não tem ideia clara sobre as possibilidades de sua atuação, e

assim, é a partir do fazer, ao longo do tempo de atuação, que o profissional vai

adquirindo experiência e definindo essas possibilidades, momento em que decide se

especializar em uma das áreas e/ou pela carreira acadêmica.

Os trabalhos em expressividade oral vêm das áreas de Voz, em sua maioria,

e da Linguagem. Na área de Voz são muitas as possibilidades de atuação dentro do

que se denomina voz clínica (quando o foco são os distúrbios da voz, independente

da atuação profissional do paciente) e voz profissional (quando o foco é o distúrbio

de voz relacionado ao trabalho). É na pós-graduação (especialização, mestrados

acadêmicos e doutorados) que o profissional pode se dedicar a pesquisa de sua

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área de atuação específica. Em trabalho sobre a população de mestres e doutores

(BRASIL, 2010), se considerou o grupo de 45 a 69 anos de idade como o período de

consolidação da população de mestres e doutores, relacionando isso a uma etapa

de amadurecimento científico.

Quanto ao número de publicações por ano, o de 2007 teve o maior registro de

publicações. O gráfico 2 mostrou um número crescente a partir do ano 2000,

corroborando achados de VIOLA (2006), porém com queda no registro de trabalhos

entre 2008 e 2012. Pesquisa breve que contemplou os anos entre 2000 e 2009

(TOFFOLI, FERREIRA 2011), e que analisou dados de publicações na área de

ciências da comunicação, demonstrou um aumento do número até 2007, com uma

grande queda a partir de 2008, o que demonstra que outras áreas também tiveram

declínio quanto ao número de publicações. Em pesquisa breve sobre a temática

expressividade oral publicadas no período que compreendeu 2013 a 2015, pode-se

constatar oito publicações derivadas de quatro diferentes pesquisas, a saber: uma

dissertação defendida em 2013 (MARQUEZIN, 2013), cinco publicações publicadas

em 2014, sendo uma dissertação (FRAGA, 2014) quatro artigos (ANDRADE, 2014;

AZEVEDO et al., 2014; CHACON,FILHO, 2014; FRAGA, 2014) e 2 em 2015, sendo

um artigo (MARQUEZIN, 2015) e um capítulo de livro (AZEVEDO, MORTIMER,

2015). Dos cinco autores, dois defenderam dissertações e essas foram

transformadas em artigos uma vez que a Coordenação de Aperfeiçoamento de

Pessoal de Nível Superior (CAPES) recomenda a submissão de artigos para todas

as dissertações e teses defendidas. Dois dos autores escreveram somente um artigo

e outro escreveu um artigo e o transformou em capítulo de livro no ano seguinte.

Em relação ao número de juízes avaliadores, o gráfico 3 mostrou que em 15

trabalhos a avaliação foi feita por especialistas em voz. O julgamento dos

parâmetros da avaliação perceptivo-auditiva apresenta um considerável grau de

dificuldade, e depende de fatores subjetivos como as referências internas de cada

avaliador, o instrumento utilizado, entre outros (DEJONCKERE et al., 2001).

Especialistas em voz são profissionais treinados na pós-graduação para a avaliação

perceptivo-auditiva da voz do ponto de vista da qualidade vocal e seus correlatos,

geralmente em sujeitos com uma provável alteração laríngea. Um estudo que

verificou o impacto de um treinamento auditivo na avaliação perceptivo-auditiva da

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voz concluiu que o treinamento potencializa as habilidades auditivas refinando-as

para realização da avaliação de voz (SILVA, SIMÔES-ZENARI, NEMR, 2012).

Contudo não há um treinamento quando se trata da avaliação da expressividade

oral. Essa prática acaba acontecendo no dia a dia apenas daqueles que trabalham

com profissionais da voz, mas nesse momento, como na maioria das vezes não se

considera a rigidez de procedimentos como acontece na pesquisa, pois não há uma

determinação do que deve ser observado e, na sequencia, registrado. Assim, cada

profissional, de acordo com sua escola, prática e vivência, observa aquilo que julga

ser importante na avaliação do seu cliente/aluno que busca o aprimoramento em

consultório ou em sala de aula.

Em 13 trabalhos foi o próprio pesquisador quem fez a avaliação do material

de voz coletado, e pode-se pensar que esses pesquisadores estão na posição de

especialistas ou têm experiência no trabalho com profissionais da voz, uma vez que

esse foi o objeto de seu estudo. Porém, é questionável a condição de avaliador

quando se está envolvido com a pesquisa e se tem hipóteses para os resultados,

podendo ser esse um viés no resultado de sua avaliação (SOUZA, 1989).

Outros trabalhos usaram juízes leigos na avaliação das vozes. Nesses, o juiz

era o público alvo do profissional avaliado, como por exemplo, alunos em sala de

aula (no caso de professores), espectadores de teatro, possíveis eleitores de

políticos, ouvintes de rádio ou telespectadores de telejornal. É importante destacar

que muitos desses trabalhos avaliaram marcadores de sentido, com a proposta de

descrever não apenas como se fala, mas qual sentido aquela fala passa para o

ouvinte, ou seja, compreender que sentido(s) a mensagem, expressada oralmente

pelo profissional, transmite ao outro.

Os resultados do gráfico 4 evidenciaram o número de trabalhos segundo o

profissional avaliado, registrando que a maioria contou com telejornalistas (31,1%),

seguidos por professores (17,8%) e radialistas (15,6%). Pode-se discutir este

achado traçando um panorama da atuação fonoaudiológica nessas profissões e as

relações com as demandas específicas de expressividade oral desses profissionais.

Com relação aos telejornalistas, é importante destacar que o serviço de

Fonoaudiologia surgiu na televisão brasileira na década de 70 do século XX, e, no

ano 2000, 18 fonoaudiólogas atuavam em televisão (COTES, 2005). Com o

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crescimento da televisão brasileira e a expansão das TVs a cabo, em 2003 esse

número ultrapassava os 40. Os textos telejornalísticos são lidos em um teleprompter,

aparelho que fica junto à câmera (COTES, 2007), e assim há a necessidade de

transformar essa leitura em uma fala natural. A necessidade de um trabalho

considerando as implicações estilísticas diferenciadas da profissão levou o

fonoaudiólogo a buscar fundamentação teórica que acabou resultando em

publicações. O foco do trabalho com esse profissional é a expressividade e essa

demanda específica conduz ao entendimento do maior número de trabalhos

encontrados com esse profissional.

Da mesma forma, o locutor radialista também é um profissional com

características de comunicação marcantes. É um profissional versátil, que realiza

atividades tanto dentro como fora das emissoras de rádio (BORREGO, 2005).

Dentro delas ele narra noticias, realiza entrevistas, conversa com os ouvintes e

grava locuções comerciais. Fora dos estúdios, pode realizar as funções de mestre

de cerimônias e animador de festas e eventos, em que a expressividade oral é um

fator decisivo em sua demanda de atuação. Ao realizar uma busca breve na

plataforma Google, inserindo os termos “fonoaudiologia” e “curso de locução” foi

possível verificar que a maioria das escolas que oferecem esse curso, conta com o

trabalho do fonoaudiólogo na orientação, treinamento e aperfeiçoamento vocal para

os alunos. Novamente pode-se hipotetizar que, pela necessidade de se atuar junto a

este público de demanda específica, o fonoaudiólogo passa a buscar

fundamentação teórica para tal, fato que induz a pesquisa sobre o assunto.

Por outro lado, o professor é um profissional que tem alta demanda vocal com

exigência relativa de qualidade vocal e com grau de risco vocal de moderado a

elevado, de acordo com o número de horas trabalhadas, composição da sala de

aula e acústica do ambiente (BEHLAU et al. 2005). O olhar do fonoaudiólogo se

voltou, nos primórdios da profissão, para as manifestações e dimensões orgânicas.

Assim, muitos dos trabalhos fonoaudiológicos foram direcionados ao bem-estar

vocal dessa comunidade, e apenas recentemente tem-se estado mais atento para

trabalhar aspectos relacionados à expressividade. Até porque, nos anos 80, do

século XX, surgem os primeiros estudos sobre a relação ensino-aprendizagem, e

alguns deles comprovaram que a expressividade oral pode influenciar a interação

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com seus alunos e a construção de significados por parte deles favorecendo a

aprendizagem do conteúdo (BARBOSA et al., 2009).

Contudo pesquisas também revelam que o professor ainda não se deu conta

da importância da voz no contexto de seu trabalho como docente e não compreende

a voz como recurso importante em sua profissão (GRILLO, 2004). Se mesmo com

um quadro de alteração vocal, o professor demora a procurar atendimento

fonoaudiológico, e quando o faz esse está associado a prejuízos sociais e

profissionais (SIMÕES, 2002), o que se dirá da busca por um trabalho de

aprimoramento da expressividade oral.

Algo que chama a atenção nos resultados é o baixo número de pesquisas

encontradas em avaliação da expressividade oral de atores. O ator em sua

interpretação deve explorar as possibilidades expressivas de sua voz de maneira

consciente, de forma a provocar novas percepções no espectador de modo que

esse possa criar imagens e também abstrair dos sons um significado e responder a

questões relativas do que se quer comunicar (SOUZA, 2014). O trabalho da

expressividade oral é importante para o ator tanto do ponto de vista do som quanto

do sentido. Visto que a avaliação da expressividade pode ajudar na compreensão da

demanda do ator, e o fonoaudiólogo é um profissional que vem atuando na

preparação vocal desse profissional, é de se estranhar tal resultado.

Em relação ao gênero dos profissionais não foi analisado o número total de

profissionais avaliados, mas somente o gênero avaliado em cada trabalho:

masculino, feminino ou ambos. Apenas sete trabalhos foram realizados apenas com

sujeitos do sexo masculino e em diferentes categorias profissionais. Dos trabalhos

que realizaram avaliações em ambos os sexos, não foram analisados o número de

homens e mulheres. Em relação ao sexo feminino o grupo que mais se caracterizou

pelo gênero dos profissionais foi o de professores. Historicamente, por muito tempo

a mulher foi tida como sexo frágil, inferior e incapaz de se equiparar ao homem e

este dogma se intensificou quando a mulher saiu de seu espaço privado para

competir com os homens no espaço público. Responsável pelas atividades do lar,

inclusive a função de criar e educar os filhos, quando ganha o espaço público, o

mais “natural” seria ela desempenhar funções as quais fazia em casa, sendo no

caso da docência, cuidar da formação e educação de crianças (RABELO, 2007). A

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partir dos anos 30 do século XX, o magistério passa a ser uma das poucas

possibilidades profissionais que atraiam mulheres das elites da sociedade, por

proporcionar ganho financeiro e aprimoramento intelectual, o que sinalizava uma

ascensão no status social e de aceitação em funções públicas e ambientes

intelectualizados (LIMA, BERTI, BRISOLA, 2014). De acordo com o primeiro Censo

do Professor, realizado em 2007, 14,1% da categoria docente é constituída de

homens e 85,7% de mulheres em média. O número predominantemente feminino vai

diminuindo à medida que se caminha da educação infantil para o ensino médio e

para a educação profissional. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2009).

Em seguida serão discutidos os instrumentos de avaliação utilizados nesses

trabalhos. O leitor pode constatar que duas formas básicas aparecem nas fontes

analisadas, no caso de o fonoaudiólogo ter como objetivo avaliar a expressividade

oral: a avaliação perceptivo-auditiva (APA) e a análise acústica (AC), isoladamente

ou combinadas entre si. Na tabela 1 destaca-se o número e percentual de trabalhos

segundo o tipo de avaliação e suas combinações. Desses, 28 trabalhos fizeram

somente a avaliação perceptivo-auditiva e 13 fizeram APA e avaliação acústica.

LOPES, CAVALCANTE e COSTA (2014) verificaram em seu estudo que há

correlação entre medidas acústicas e perceptivo-auditivas, fato que faz a análise

acústica ser complementar a análise perceptivo-auditiva e muitas vezes utilizada

para comprovar essa avaliação com dados concretos (BEHLAU et al., 2008).

Os resultados do gráfico 5 demonstram que em 17 trabalhos foi realizada a

AC e em 41 trabalhos a avaliação foi registrada utilizando a APA; dentre esses há os

que priorizam a utilização de instrumentos, os que seguem uma determinada

partitura vocal e outros ainda que se preocupam com a questão do sentido gerado

pelo som produzido pelo falante (marcador de sentido). Dezenove trabalhos

avaliaram a expressividade oral apenas do ponto de vista do som. No caso da

avaliação da expressividade oral não há um único modelo a ser seguido. Porém

observa-se nos trabalhos que muitas vezes o pesquisador quer entender a

expressividade oral sob a avaliação do ouvinte ou do ouvinte alvo, uma vez que é no

ouvido do outro que se dá o sentido da fala. Assim, destaca-se a importância do uso

de marcadores de sentido na avaliação da expressividade oral. Quando a avaliação

é feita somente do ponto de vista do som, é possível avaliar a forma como se fala,

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mas não o conteúdo e os sentidos gerados no ouvinte. Vinte e seis trabalhos

utilizaram a avaliação perceptivo-auditiva com marcadores de sentido, e desses,

apenas sete utilizaram a APA com uso de diferentes instrumentos mais marcadores

de sentido e a análise acústica (GUBERFAIN, 2003; VIOLA, 2006; DRAGONE,

2007; MOREIRA-FERREIRA, 2007; BATISTA, 2007; CHAVES, 2009; VIOLA,

GHIRARDI, 2011).

Ainda hoje pode-se verificar que as pesquisas continuam partindo da análise

de recursos vocais ou observação de recursos linguístico-discursivos utilizados

pelos falantes na maior parte com o uso da avaliação perceptivo-auditiva, dados que

corroboram VIOLA e FERREIRA (2007), porém, o avaliador mais frequente

encontrado nesta pesquisa é o especialista em voz, dado que discorda da pesquisa

anterior, em que os avaliadores mais encontrados foram o próprio pesquisador ou

orientador da pesquisa.

Na análise das fontes que apresentam instrumentos com diferentes

parâmetros, os resultados da tabela 2 mostraram que, nos trabalhos que utilizaram

avaliação perceptivo-auditiva, a qualidade vocal foi o parâmetro mais avaliado. Os

marcadores utilizados para a avaliação desse parâmetro foram: descrever um

padrão optimal esperado para a voz, dizer se a voz é suja ou limpa, se a produção

da voz é neutra ou não, e qual tipo de alteração, tipo de voz, se a voz é fluida ou

determinar a qualidade vocal sem um marcador específico.

O profissional da voz depende de uma qualidade vocal específica e de

características que compõem uma voz preferida para sua categoria profissional

(BEHLAU et al., 2005). Quando uma voz não consegue transmitir a mensagem

verbal e emocional de um indivíduo, com alterações que não podem ser aceitas pelo

ouvinte como marcadores sociais, culturais e emocionais, esta é chamada uma voz

alterada e que pode transmitir impressões não desejadas (BEHLAU et al., 2008).

Porém, a qualidade vocal é apenas um dos parâmetros que pode chamar a atenção

de um ouvinte durante a fala. Sabe-se que o conceito de voz normal depende da

cultura que o indivíduo está inserido e de uma interpretação subjetiva. Ela causa

impressões e é um importante fator perceptivo no julgamento da emoção e da

atitude (VIOLA, 2006), mas não é determinante para que uma expressividade oral

seja “adequada”. Mesmo sujeitos com a qualidade vocal alterada podem ser ótimos

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comunicadores. Pode-se aqui destacar a questão da voz soprosa que muitas vezes

quando presente em teleoperadores induz a compra por parte do cliente, por ter uma

característica de sensualidade. Quando a qualidade vocal é avaliada sem se fazer a

relação com outros elementos da prosódia e sem estabelecer a relação entre o som

e o sentido, acaba sendo somente mais um tipo de avaliação vocal.

A variação de frequência/pitch foi o segundo parâmetro mais avaliado nos

trabalhos que utilizaram avaliação perceptivo-auditiva. A variabilidade de padrões

melódicos e rítmicos da fala lhe atribui diferentes sentidos e causa impressões no

ouvinte (MADUREIRA, 2005), levando-o a julgar a expressividade do falante. Esse é

um dos elementos prosódicos e importante parâmetro a ser avaliado. Porém, alguns

trabalhos não usam esse parâmetro de forma a avaliar a expressividade, dizendo

somente se a modulação é adequada, ampla ou restrita, o que por si não a

caracteriza.

Diferentes nomenclaturas foram utilizadas nos instrumentos de avaliação, a

saber, entoação; entonação; mudança entoacional; variação de frequência; variação

tonal; variação de pitch; modulação; modulação de altura; variação de altura. Ao

buscar o significado das palavras em dicionário da língua portuguesa pode-se

verificar que os termos entoação (ato ou efeito de entoar; variação; modulação) e

entonação (ato ou efeito de entonar; maneira de emitir um som vocal, dando inflexão

ou modulação à fala ou ao canto; entoação; modulação na emissão de uma

sentença, que indica se trata de uma afirmação, uma pergunta, pedido ou ordem, ou

se o falante está contente, surpreso etc.) são sinônimos. O termo “mudança

entoacional” é redundante, uma vez que entoação é um termo que por si explica a

variabilidade de tons na voz. O termo modulação pode ter o significado de inflexão

de voz. Variação de altura apenas se explica quando contextualizada (altura pode

ser usada como medida geométrica, propriedade astronômica, entre outros); os

fonoaudiólogos usam esse termo emprestado da área da música que o define como

a maneira como o ouvido percebe as frequências sonoras.

O termo pitch se refere à sensação psicoacústica da frequência do som. A

proposta de termo a ser utilizado para esse parâmetro é: variação de frequência

quando o som for medido em Hz, variação de pitch, para avaliações psicoacústicas

ou entoação, pelo seu significado. A escolha pelo termo entoação, e não entonação

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se deu ao verificar as duas palavras em sua forma verbal: entoar quer dizer enunciar

em voz, recitar, dizer em voz alta; e entonar quer dizer levantar ou exibir de forma

altiva, dar tom forte a voz (HOUAISS, VILLAR, 2001). No Dicionário de Linguística e

Fonética (CRYSTAL, 1988) não foi encontrado o termo “entoação”, enquanto se diz

que “entonação” é um termo usado no estudo da fonologia suprassegmental, com

referência ao uso distintivo de padrões de pitch, ou melodia.

A avaliação da frequência fundamental/pitch foi utilizada em mais da metade

dos trabalhos que utilizaram a análise perceptivo-auditiva. Os termos encontrados

para a avaliação desse parâmetro foram: frequência fundamental, pitch

preponderante, pitch habitual. Frequência fundamental é a medida física do número

de vibrações das pregas vocais por segundo; é expressa em Hertz (ciclos por

segundo - Hz), e, portanto, é um parâmetro acústico e não deve ser utilizado em

análise perceptivo-auditiva. Pitch refere-se à sensação psicofísica da altura levando

em conta a variação entre sons graves e agudos (BEHLAU, PONTES, 1995), e

revela características específicas do indivíduo, como sexo, idade, ocorrência de

distúrbios e até o estado emocional (BARBOSA et al. 2009). Alguns padrões de pitch

são esperados em determinadas profissões, como por exemplo, voz de frequência

grave em telejornalistas e advogados ou com grande modulação em professores

(BEHLAU et al., 2005).

Nos instrumentos foram registradas variadas formas de se avaliar esse

parâmetro como: pitch habitual; adequação do pitch para o sexo, idade, tipo físico, e

contexto; classificação em grave ou agudo; pitch grave, médio ou agudo; grave,

adaptado ou agudo; pitch médio, excessivamente grave ou excessivamente agudo;

com mais possibilidades em classificação em grave, médio-grave, médio, médio-

agudo; como uma das possibilidades de parâmetro que melhor identifique a escolha

entre duas leituras numa avaliação pré e pós intervenção; pitch (sem orientação).

Como se vê, a definição de pitch não está clara. Em alguns instrumentos as

classificações de grave a agudo foram utilizadas como forma de se notar o registro

vocal do falante e em outros esses termos foram utilizados para classificar a

frequência como fora do adequado para o padrão esperado para determinado grupo

profissional (grave, adequado ou agudo).

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A avaliação da frequência fundamental/pitch pode servir para traçar o perfil

vocal de um falante, mas não sua expressividade oral. Qualquer falante, fale bem ou

mal, usa um padrão de pitch usual e expressa suas ideias, intenções emoções de

forma mais ou menos adequada. A variação da frequência e seus graus de

ascendência ou descendência relativos ao tempo ou a previsibilidade em uma

determinada frase é que pode determinar melhor se há relação entre o som e o

sentido.

Alguns trabalhos propuseram-se a avaliar parâmetros específicos como, por

exemplo, as pausas em grupo de telejornalistas (COTES, 2005), e ênfases durante a

locução radialística (BORREGO 2004 e 2007 e BATISTA, 2007). A pausa é

relevante na estruturação do discurso oral e na expressão das atitudes e emoções

(VIOLA e MADUREIRA, 2008), e podem ter diferentes funções que dão diversos

sentidos ao som. Quando expressivas podem destacar palavras, como as de

planejamento discursivo que são utilizadas como um tempo para planejar a

continuidade da fala, ou as de estruturação discursiva, utilizadas para organizar

partes do discurso como, por exemplo, a sua introdução ou o seu fechamento

(MADUREIRA, 1992).

A ênfase atua como um destaque que deve ser aplicado na palavra mais

expressiva de uma mensagem (GONÇALVES, 2000) e é um recurso que pode ser

utilizado de diferentes maneiras prosódicas e assim movimentar marcadores de

sentido. Entende-se que são parâmetros marcantes na utilização de voz profissional

desses grupos, e assim importantes de serem avaliados.

Ainda na tabela 2, os resultados mostraram que o parâmetro mais avaliado

quando se fez a análise perceptivo-auditiva com partitura vocal foi a pausa e a

variação de frequência.

A partitura vocal e seus análogos vêm sendo utilizados na Fonoaudiologia e

em outras áreas para notação de recursos vocais, seja em avaliações, no registro de

transcrições ou para a manutenção do uso de um determinado recurso vocal, como

no caso de atores em textos dramatúrgicos. Como em uma partitura musical, em que

é possível visualizar a altura (frequência), o ritmo (cadência), o andamento

(velocidade), as pausas, a dinâmica (intensidade) das notas a serem cantadas ou

tocadas pelos instrumentos, a partitura vocal permite a anotação dos recursos

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vocais no exato momento em que ele ocorreu no discurso do falante. O termo

“partitura vocal” vem do termo “partitura de um papel”, criado por STANISLAVSKI

(1995), ator, diretor, pedagogo e escritor russo, teórico do Teatro que criou um

sistema para a interpretação do ator. Com essa forma de notação gráfica ele pode

registrar a forma como proferiu determinada palavra no texto e pode buscar repeti-la

com a mesma prosódia (GAYOTTO, 1996). Da mesma forma acontece em uma

avaliação: o uso desse instrumento permite ao leitor da pesquisa visualizar o exato

momento em que o recurso vocal foi utilizado.

A pausa foi o parâmetro mais avaliado em trabalhos que fizeram uso de

partitura vocal. Como foi dito na Introdução desta dissertação, interfere na fluência

de fala e pode levar o ouvinte a reflexão do que foi falado logo antes dela. Saber o

exato momento em que ela ocorreu no texto faz toda a diferença na avaliação da

expressividade oral. A variação de frequência, item descrito anteriormente neste

capítulo, foi o segundo parâmetro mais avaliado em partitura vocal e da mesma

forma, visualizar o exato momento em que ocorreu no texto é uma interessante

forma de se mostrar a dinâmica da fala.

A tabela 3 mostra que 42,2% dos trabalhos fizeram a relação das avaliações

entre o som e o sentido da fala. Como falado anteriormente, a fala tem como

significado reproduzir, representar, retratar, exprimir, dizer, expor e enunciar

claramente (FÓNAGY, 1991). A forma com que se expressa um conteúdo semântico

durante o ato de fala, com um determinado ritmo e uma determinada melodia, pode

determinar as condições de satisfação, ou não, do sentido a ele atribuído

(BALDISSERA, 2015). Avaliar somente o som pode não deixar claro ao leitor do

trabalho as intenções e a clareza de ideias de conteúdo na comunicação do

indivíduo. A relação entre o sentido e o som é dinâmica e multilateral. Ora o locutor

pode buscar o sentido via o som que moldará suas palavras, ora o contrário, o

sentido será interpretado por uma determinada configuração sonora. O sentido é

intensificado pelos recursos acústicos, quando reforça o sentido semântico do

enunciado ou da palavra expressada (VIOLA, 2006). Menos da metade dos

trabalhos fizeram essa relação. Para o pesquisador que tem a intenção de avaliar a

expressividade do sujeito globalmente, é sugerido que em seu instrumento de

avaliação constem também marcadores de sentido.

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Dentre as pesquisas que avaliaram por meio de marcadores de sentido,

46,3% dos trabalhos utilizaram expressões que remetem a qualificação, ou seja,

adjetivos. Foram encontrados os termos descritos no quadro 3 em Método, em

solicitações de afirmação como: “a notícia ficou mais clara”, “o repórter transmite

mais credibilidade” ou “você se sente mais envolvido com a notícia”; ou “transmite

segurança”, “transmite controle”, “transmite autoridade”; ou “qual é a voz mais séria”,

“qual é a voz mais descontraída”; ou em perguntas abertas que resultaram em

atribuições ao falante como: “empática”, “legal”, “respeitosa”, “arrogante”,

“displicente”. Em menor número foram encontrados trabalhos com o uso de adjetivo

por oposição em que o pesquisador determinou previamente marcadores de sentido

como: voz bonita ou feia, estilo descontraído ou sério. No caso dos trabalhos que

pesquisaram os marcadores de estilo por pontuação, o fizeram com o uso de

escalas milimétricas ou de 5, 7 ou 10 pontos com marcadores como “motivante”,

“agradável”, “causa emoção”. Por fim, aqueles que fizeram o uso de ranking,

solicitaram aos avaliadores que enumerassem os oradores do pior ao melhor,

solicitando justificativas as escolhas, e nessas houve ocorrência de marcadores de

sentido.

Os resultados da tabela 4 mostraram que os parâmetros mais avaliados

quando se faz a opção pela análise acústica foram a frequência e a variação de

frequência, ambos presentes em quase um terço dos trabalhos analisados. A análise

acústica fornece evidências ao texto que foi dito e auxilia na interpretação dos

dados, uma vez que possibilita a audição do registro quantas vezes forem

necessárias (VIOLA, 2006). Assim, a análise acústica é uma boa forma de

documentar as amostras de fala. Ao se pensar nos instrumentos de avaliação

perceptivo-auditiva como uma fotografia, onde a anotação dos parâmetros utilizados

pelo falante congela a expressão ouvida em determinada amostra, aconteça a coleta

in loco ou por meio de gravação, aqui se pode pensar em uma imagem em três

dimensões, que traz a possibilidade de se visualizar o parâmetro movimentado

durante a ocorrência da fala, e esse apoio visual aumenta a confiabilidade da

avaliação perceptivo-auditiva (GAMA et al,. 2011). As imagens e gráficos podem ser

colocadas nos trabalhos para visualização do leitor, porém sua interpretação pode

necessitar conhecimento prévio.

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Quatro trabalhos utilizaram a análise acústica como único instrumento de

avaliação.

Um dos trabalhos avaliou somente a duração das unidades vogal-vogal

(unidades VV), para analisar as mudanças no estilo de elocução telejornalística

antes e depois do treinamento (DITSCHEINER, CONSTANTINI, 2012). Os

resultados foram dispostos em gráficos de comparação do pré e pós intervenção do

trecho analisado em que se pode observar as unidades vogal-vogal, os locais de

saliência na palavra e as pausas silenciosas. Entende-se que esse parâmetro tem

relação direta com o ritmo de fala e condiciona a percepção de regularidade e de

estruturação do enunciado (BARBOSA, 2006), aspectos importantes na fala

jornalística.

SOUZA (2007), em sua dissertação de mestrado em Linguística, também

utilizou somente a análise acústica. No seu trabalho foram avaliados os parâmetros

de frequência, variação de frequência, intensidade, velocidade, taxa de elocução e

taxa de articulação da prosódia de militares em situação de comando cuja função é

demarcar um espaço de atuação do alocutário, aquele o qual o enunciado se dirige,

com uso do programa Praat, o que permitiu se colocar imagens do oscilograma, do

espectrograma com curvas de f0 e intensidade e a transcrição ortográfica do texto

exemplificando as condições de análise dos dados. A autora considerou que a

frequência fundamental, com medidas de f0 mínima e máxima, se constituiu no

aspecto prosódico mais importante na análise entoativa do enunciado.

COTES (2005) avaliou amostras de fala de dois jornalistas em cinco

programas de televisão, fazendo uso da análise acústica de tempos de narração e

pausas silenciosas, também com uso do programa Praat. Neste trabalho, a autora

colocou além do oscilograma e espectrograma, a duração em segundos das pausas

e enunciados. Seus resultados mostraram mudanças ocorridas no uso das pausas

em função do estilo de narrativa. Verificar o tempo de pausa faz compreender, além

do seu tipo, o contexto dela. Da mesma forma, OLIVEIRA (2005) analisou as pausas

e entoação para compreender as diferenças entre a fala cotidiana e profissional de

atores de teatro.

Para além do levantamento, MARTINS e NETTO (2010), em trabalho que

visou determinar qual seria a escala de frequências mais adequada para

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quantificação de dados em estudos de Prosódia, sugeriu uma proposta de medição

da variação de frequência na análise acústica por semitons. O autor discutiu que

com a finalidade de se fazer a análise física do som (emissão) a melhor escala seria

a de Hertz (Hz), mas para a avaliação psicoacústica do som (recepção) uma escala

tonal temperada, escala utilizada no mundo ocidental e a mais natural dentro de

nosso sistema sócio-antropológico, facilitaria a avaliação por juízes. Ou seja, uma

escala a qual estivesse mais focada a análise de percepção do som do que em sua

análise física propriamente dita. Assim, ele propõe uma escala de banda, com

quatro semitons acima e quatro semitons abaixo da frequência fundamental.

A análise acústica é um método de avaliar a voz de forma um pouco mais

objetiva, uma vez que oferece o feedback visual (CARRARA, 2001). É possível fazer

os correlatos acústicos e prosódicos da fala, mas não necessariamente atribuir o

sentido que foi dado àquela fala, uma vez que um mesmo recurso vocal utilizado

com a mesma dinâmica pode causar impressões diferentes dependendo do texto e

contexto utilizado. Ao se utilizar unicamente essa análise sem a associação com

marcadores de sentido, expõe-se apenas as características sonoras da fala que não

necessariamente são determinantes da expressividade oral.

Nos resultados da tabela 5 observa-se que não houve associação

estatisticamente significativa entre o tipo de avaliação e os profissionais que foram

avaliados neste estudo. Cabe destacar, porém, que 71,4% dos trabalhos realizados

com radialistas fizeram somente a avaliação perceptivo-auditiva. Dos trabalhos

realizados com professores, 50% utilizaram APA e uso de marcadores de sentido e

25% fizeram APA, uso de marcadores de sentido e análise acústica. Ou seja, 75%

dos trabalhos com professores avaliaram marcadores de sentido, o que demonstra

que os pesquisadores que têm estudado a expressividade dessa categoria

profissional têm realizado de forma mais abrangente, levando em consideração o

aspecto subjetivo da recepção da mensagem pelos ouvintes. No caso de atores,

60% dos trabalhos usaram os marcadores de sentido; 42,8% dos trabalhos com

telejornalistas e apenas 14,2% dos trabalhos com radialistas usaram os marcadores

de sentido.

Embora os grupos de teleoperadores e religiosos tenham sido descritos

separadamente no levantamento da SBFa, assim como o grupo de outros

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profissionais da voz falada, não foi possível realizar a análise estatística de

associação entre esses e o tipo de avaliação utilizada na pesquisa, pelo baixo

número de trabalhos que avaliaram a expressividade. Em Estatística, para melhores

resultados, não se trabalha com ocorrência menor do que cinco eventos.

Para BAKHTIN (2010), a expressividade é um constituinte indissociável da

comunicação, e está relacionada a contextos emocionais e atitudes do falante. Ela

se caracteriza pela forma com que o ser humano utiliza diversos recursos a fim de

produzir um enunciado, e esses são considerados acontecimentos únicos por

apresentar acento, apreciação e entoação próprios. O autor considera diferentes

elementos, tanto verbais quanto não-verbais. A palavra constitui o produto da

interação entre as pessoas, e é determinada pelo fato de que procede de um locutor,

e de que se dirige para um ouvinte, que constrói o sentido (BUBNOVA, 2011).

Em trabalho sobre a escuta radiofônica, BRUCK (2011) infere que a mídia

nessa área pode avançar ao permitir-se novos formatos e linguagens que se valham

da força produtora de sentido do som em seu potencial de tocar não apenas a razão,

mas, pela sensorialidade, e assim se ofertar melhores condições para a recepção

das mensagens que divulga. Em seu trabalho afirma que muitos autores

demonstram “uma preocupação em enfatizar e valorizar o potencial da

expressividade sonora no rádio”, (BRUCK, 2011). Cabe lembrar que um dos

profissionais que pode trabalhar os aspectos expressivos da fala é o fonoaudiólogo e

assim necessita da compreensão dos aspectos do sentido na linguagem.

A avaliação perceptivo-auditiva da voz é amplamente utilizada na clínica e

pesquisa pelo fonoaudiólogo não apenas por ser soberana quando se trata de

qualidade vocal, mas também porque é acessível a qualquer profissional, que

quando se especializa em voz, passa por esse treinamento auditivo. Para a análise

acústica existem softwares, gratuitos e pagos (o que pode não ser acessível ao

profissional), com variedade nos números e funções de parâmetros e diferentes

graus de dificuldade de uso, necessitando formação específica para seu uso. Porém,

quando a voz é avaliada sem se fazer a relação com outros elementos da prosódia e

sem estabelecer a relação entre o som e o sentido, acaba sendo somente mais um

tipo de avaliação vocal. Ao se pensar em expressividade oral, pode-se refletir se ao

fazer somente a marcação de um determinado parâmetro com base num

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determinado instrumento isso se torna apenas uma caricatura do som, uma

fotografia estanque de um momento da fala, para o que chama mais atenção em um

texto, e não para a expressividade como um todo.

Em relação aos estudos de comparação (tabela 6), 15,6% trabalharam com a

diferença entre voz cotidiana versus voz profissional, e 13,3% com avaliação pré e

pós intervenção. Nesses estudos pode-se verificar a diferença de indivíduos antes e

após treinamento vocal, ou grupos com e sem treinamento, demonstrando a eficácia

do trabalho fonoaudiológico na expressividade de profissionais da voz, a

comparação de recursos vocais usados na prosa e na poesia ou as mudanças na

expressividade após anos de experiência profissional. Esses estudos são

importantes para o aperfeiçoamento da prática fonoaudiológica, além de permitirem

compreender como determinados parâmetros modificam a expressividade oral.

Como anunciado na Introdução deste trabalho embora o foco desta pesquisa

fosse a expressividade oral, considerou-se os aspectos de avaliação de conteúdo

não verbal, quando surgiram. Assim, dos 19 trabalhos registrados, 14 fizeram a

avaliação dos gestos corporais do profissional durante a fala. O fonoaudiólogo deve

aprofundar os estudos e pesquisas nessa área, pois gestos corporais são ações que

transmitem uma ideia ou um sentimento e que acompanham o gesto vocal para

expressar informações. Quando há hesitações na fala, os gestos corporais tendem a

ser também interrompidos (McNEILL, 1992).

Nem todos os grupos profissionais fazem uso da imagem como expressão

embora como dito anteriormente, o uso de gestos pode favorecer a expressividade

oral do falante. ROCHA et al. (2013) descreveram uma atividade proposta para

alunos de locução de rádio em que esses deveriam associar o uso de gestos

corporais de ninar, cutucar e chamar, a frases escolhidas de textos radiofônicos.

Após gravação do exercício foi possível verificar que o uso dos verbos trouxe

expressividade diferenciada com modulação de voz, variação de ritmo e intenção,

deixando clara a relação entre corpo e voz.

Em breve pesquisa de artigos publicados em período posterior ao

estabelecido nesta pesquisa (ANDRADE et al., 2014; AZEVEDO et al., 2014;

CHACON e FRAGA, 2014; MARQUEZIN et al., 2015) pode-se reforçar a falta de

consenso na avaliação da expressividade oral. Cada pesquisador avalia de seu

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ponto de vista, de acordo com suas referências e conceitos adquiridos ao longo de

sua história.

Em relação ao levantamento pode-se observar que em determinados casos,

avaliações de parâmetros específicos puderam bem servir ao objetivo dos

pesquisadores. Porém, quando a ideia é pensar na avaliação da expressividade oral

ainda muito há o que se discutir. Observou-se que os instrumentos avaliam a

capacidade de variar a expressão em diferentes estilos, mas não a capacidade do

orador em fazê-lo. Uma definição de quais parâmetros avaliam de fato a

expressividade oral, uma possível normatização da nomenclatura desses

parâmetros e a necessidade de se fazer o uso dos marcadores de sentido para a

compreensão do ponto de vista do ouvinte, uma vez que é no ouvido desse que a

fala se dá, e não somente do ponto de vista do parâmetro vocal movimentado, são

aspectos que devem levar o fonoaudiólogo a refletir no dia a dia de seu trabalho,

quer como clinico quer como pesquisador. Quando a avaliação da expressividade

está em jogo não se pode deixar de lado a avaliação do sentido.

A análise do levantamento aqui discutido permitiu traçar duas vertentes para a

construção de um instrumento de avaliação da expressividade oral:

● Do ponto de vista do som, considerar os parâmetros de ênfase, com

destaque a variação de frequência, intensidade, articulação, pausas,

velocidade, ritmo e fluência de fala, de forma perceptivo-auditiva e com

uso complementar da análise acústica.

● Do ponto de vista do sentido, fazer uso de adjetivos como marcadores

de sentido e a sua relação com o parâmetro vocal movimentado e o

significado do enunciado.

Novas pesquisas podem ser realizadas para a busca da adequação da

terminologia utilizada por fonoaudiólogos para nomear os parâmetros avaliados,

para que assim seja possível a existência de estudos padronizados e mais

consistentes na área, o que facilitará as publicações científicas. O desenvolvimento

de um instrumento de avaliação mais completo também é desejado para melhor

avaliação da expressividade oral.

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6. CONCLUSÃO

Na investigação de conceitos e procedimentos utilizados na avaliação da

expressividade oral, realizada pelo fonoaudiólogo brasileiro, observou-se maior

tendência na utilização da avaliação perceptivo-auditiva, a partir de instrumentos

para registro de parâmetros. Não há consenso entre os autores em relação aos

conceitos e procedimentos sendo priorizado mais os marcadores de som quando

comparados aos de sentido.

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8. ANEXOS

Anexo 1: Trabalhos que constam deste levantamento

AUTOR ANO TÍTULO TIPO PROFISSIONAL

ABORDADO

1 Cavalcanti MFPD 2000 Análise de Recursos Vocais em Locução de Telejornalismo.

dissertação de mestrado

telejornalista

2 Cotes CSG 2000

Apresentadores de Telejornal: Análise Descritiva dos Recursos Não-verbais e Vocais durante o Relato da Notícia.

dissertação de mestrado

telejornalista

3 Mercatelli CR; Coelho RR; Donegá RS; Kyrillos LCR

2000

Análise comparativa da emissão de repórteres de televisão em emissão espontânea e profissional.

capítulo de livro

telejornalista

4 Navarro CA, Behlau M.

2001 O perfil vocal dos locutores: profissionais da voz em publicidade.

capítulo de livro

radialista

5 Santiago FC 2001 Encenam voz e corpo. dissertação de

mestrado ator

6 Stier MA; Behlau M 2001 Voz profissional do repórter de TV.

capítulo de livro

telejornalista

7 Panico ACMC 2001 A voz no contexto político: análise dos recursos vocais e gestuais no discurso de senadores.

dissertação de mestrado

político

8 Vilanova TFDD 2001 Caracterização da comunicação oral de executivos

monografia de especialização

executivo

9 Medrado RB 2002 Locução publicitária: análise perceptivo-auditiva e acústica de recursos vocais

dissertação de mestrado

radialista

10 COSTA, EMF 2002 As modificações da voz e os Efeitos de Sentido no Telejornalismo

dissertação de mestrado

telejornalista

11 Guberfain JC 2003 A Expressão Vocal na paixão da dor da personagem Medéia de Eurípedes.

dissertação de mestrado

ator

12 Torres MLM 2003

Estudo da Intenção Vocal do Repórter de TV na Transmissão de Textos Noticiosos de Diferentes Conteúdos.

dissertação de mestrado

telejornalista

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Anexo 1: Trabalhos que constam deste levantamento

13 Arruda AF 2004 A expressividade oral de professoras: análise de recursos vocais.

dissertação de mestrado

professor

14 Borrego MCM 2004 Efeitos do treinamento de voz e fala em alunos do curso de radialista

monografia de especialização

radialista

15 Pedra AM 2004 Projeção Vocal: relações entre a expressão vocal do ator e a acústica de salas teatrais

monografia de especialização

ator

16 Cronemberger FF 2005 A voz do professor nas práticas discursivas em sala de aula

dissertação de mestrado

professor

17 Paoliello M 2005

Análise perceptivo-auditiva e caracterização dos recursos vocais de quatro estilos de locução comercial

monografia de especialização

radialista

18 Oliveira DSF 2005

Um Estudo Experimental da Fala Espontânea: Pausas e Fatos da Entoação Normalmente Encontrados nos Falares Cotidianos e Teatral.

capítulo de livro

ator

19 Panico ACB. 2005

Julgamento do comportamento vocal de jornalistas em diferentes estilos de notícias e seus correlatos acústicos

tese de doutorado

telejornalista

20 Peter GS 2005 Estilo de narração de telejornalistas esportivos.

capítulo de livro

telejornalista

21 Vieira VP. 2005

O efeito da orientação fonoaudiológica na expressividade em estagiários do curso de jornalismo de emissora de televisão.

monografia de especialização

telejornalista

22 Santos FA 2005

Caracterização da voz de comando de oficiais de polícia militar da academia de polícia militar do Barro Branco

monografia de especialização

policial

23 Viola IC 2006 O Gesto Vocal: A arquitetura de um ato teatral

tese de doutorado

ator

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Anexo 1: Trabalhos que constam deste levantamento

24 Brayner ALB 2006 Avaliação da oratória política realizada por deputados federais

monografia de especialização

político

25 Santos DS 2006 Julgamento da expressividade de políticas em contexto de debate televisivo

dissertação de mestrado

político

26 Dragone MLS 2007

O despertar da relação consciente com a voz na formação inicial do professor: efeitos na prática docente

tese de doutorado

professor

27 Vieira A 2007

Análise da comunicação oral, condições de trabalho e sintomas vocais em professores de curso pré-vestibular

monografia de especialização

professor

28 Moreira-Ferreira AE

2007

Recursos de expressividade oral e lingüístico-discursivo de operadores de telemarketing: relação com a sensação gerada em prováveis clientes e o desempenho profissional.

dissertação de mestrado

teleoperador

29 Pimentel AT 2007 Teleoperadoras ativas: estresse e expressividade oral.

dissertação de mestrado

teleoperador

30 Souza CC 2007

Identificação e caracterização da expressividade de vendedoras de planos de saúde no momento da negociação.

dissertação de mestrado

vendedor

31 Borrego MCM 2007 Recursos de ênfase utilizados por indivíduos com e sem treinamento de voz e fala

dissertação de mestrado

radialista

32 Batista RJ 2007 A ênfase na locução do repórter de telejornal

dissertação de mestrado

telejornalista

33 Cotes C 2007 O uso das pausas nos diferentes estilos de TV.

artigo telejornalista

34 Souza LMC 2007 A prosódia no comando militar dissertação de

mestrado policial

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Anexo 1: Trabalhos que constam deste levantamento

35 Souza RASA 2007

Aspectos da expressividade de universitários em situação de apresentação de seminários: análise pré e pós-intervenção fonoaudiológica

dissertação de mestrado

advogado

36 Cotes CSG 2008 O estudo dos gestos vocais e corporais no telejornalismo brasileiro

tese de doutorado

telejornalista

37 Trindade LLM 2008

Julgamento do efeito de um programa de intervenção fonoaudiológica na expressividade oral de repórteres

dissertação de mestrado

telejornalista

38 Chaves TA 2009

A expressividade do professor universitário em situação experimental e de interação em sala de aula

tese de doutorado

professor

39 Romano CC 2010 O julgamento da expressividade do professor universitário de enfermagem ministrando aula

dissertação de mestrado

professor

40 Santos LVPT 2010

O papel dos padrões entoacionais na construção de sentido na leitura oral do professor em sala de aula.

dissertação de mestrado

professor

41 Penteado RZ 2010 Locução em propagandas: uma releitura da caracterização de vozes profissionais.

artigo radialista

42 Rodrigues FMA 2010

Expressividade na locução comercial radiofônica: análise dos efeitos de uma proposta de intervenção fonoaudiológica

dissertação de mestrado

radialista

43 Viola IC 2011 Assessoria fonoaudiológica a religiosos.

capítulo de livro

religioso

44 Pires IC 2012

Protocolo de análise do comportamento vocal e da expressividade de professores por meio de registros audiovisuais.

dissertação de mestrado

professor

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Anexo 1: Trabalhos que constam deste levantamento

45 Constantini A C 2012

Mudanças na estruturação prosódica de texto jornalístico antes e após intervenção fonoaudiológica

Artigo telejornalista

Os trabalhos encontrados online neste levantamento estão disponíveis em:

https://drive.google.com/drive/folders/0BxVxo97Sn9oYfmZ3SkFGWmNHdnVSRGtOc

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