Ponto Turismo 12

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GRANDE ENTREVISTA COMENDADOR RUI NABEIRO - PRESIDENTE DO GRUPO NABEIRO LIFESTYLE Digital Detox - Quando a tecnologia se torna numa dependência 10 INSIGHTS Dimitrios Buhalis dá as suas ideias principais sobre o futuro das viagens ANÁLISE Modelo de negócio disruptivo, saiba mais sobre como se desenvolve TECNOLOGIA Apesar de recente, a moeda virtual Bitcoin já é usada no Turismo TURISMO SEMPRE ESTEVE PRESENTE NO GRUPO #12 JUN/JUL 2014 €5

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GRANDE ENTREVISTACOMENDADOR RUI NABEIRO - PRESIDENTE DO GRUPO NABEIRO

LIFESTYLEDigital Detox - Quando a tecnologia se torna numa dependência

10 INSIGHTSDimitrios Buhalis dá as suas ideias principais sobre o futuro das viagens

ANÁLISEModelo de negócio disruptivo, saiba mais sobre como se desenvolve

TECNOLOGIAApesar de recente, a moeda virtual Bitcoin já é usada no Turismo

TURISMO SEMPRE ESTEVE PRESENTE NO GRUPO

#12JUN/JUL2014 €5

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Estamos há 50 anos em Portugal, a construir famílias para crianças desprotegidas. A Mãe Paula faz a diferença na vida dos seus 7 filhos SOS com pequenos gestos, dia após dia. As nossas necessidades são inúmeras e a sua empresa pode fazer a diferença. Venha construir connosco a vida destas crianças. Nós construiremos consigo a política de responsabilidade social da sua empresa.

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FAZ.TER UMA MÃE

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#12 JUN/JUL 2014

3 Editorial

O Comendador da genuinidade e do empreendedorismo

“Simplicidade é o último resultado da experiência, a derradeira força do génio.” › George Bernard Shaw

que benefícios para quem os pratica. É pelas boas e más razões que atrás menciono que não posso deixar de res-saltar o discurso direto positivo do nosso entrevistado principal desta edição: “O meu sonho e o sonho dos meus é criarmos sempre mais fluxos de trabalho, mais fluxos de atitude porque tudo isso dá uma ajuda”. Eu tenho a certeza que ajuda mesmo!No décimo segundo número da Ponto, para além da refe-rida entrevista central, trazemos uma novidade mundial no mundo das “.com” – As “bitcoins”. O diretor da primeira empresa do mundo a usar esta moeda virtual – Amuda Goueli – explica as vantagens e consequências. Destaque ainda para um dos maiores gurus da economia digital – Dimitrios Buhalis – que nos apresenta os 10 passos para uma organização bem sucedida e um artigo muito inte-ressante de disrupção empresarial de Ouke Arts. Espero que gostem.Até daqui a dois meses e… boa leitura!

Miguel QuintasDiretor Geral

O génio da simplicidade é algo que muitos al-mejamos, mas infelizmente apenas está ao alcance dos grandes. Quando soa o nome de Rui Nabeiro (duas vezes Comendador) tenho a certeza que a grande maioria dos portugue-

ses sente orgulho e tem algo de positivo para dizer. É fácil associar estima e

consideração a este grande Se-nhor da gestão e economia

em Portugal. A sua simpa-tia permanente, o trabalho comunitário e empresarial realizado, o sentido social mas acima de tudo, a fa-cilidade com que sai o seu discurso, tão simples e tão direto, faz-nos imaginar que

poderia ser igual a qualquer português de qualquer estra-

to social e económico. A figura do Comendador Rui Nabeiro é das

poucas em Portugal que, tendo sucesso a vários níveis, é raramente alvo de inveja – o

nosso desporto favorito e bem acima do futebol. Tive o prazer de o conhecer pessoalmente e trocar algumas (infelizmente poucas) palavras e comprovar que a trans-parência e simpatia desarmam qualquer obstáculo. Não tenho dúvidas que estes mesmos atributos são essen-ciais no nosso setor (aliás, em qualquer parte da nossa vida). Maioritariamente relacional, o turismo vive do que

os clientes pensam de nós, de como nos “sentem”, de como acreditam nas nossas promessas,

de como vêem aquilo que fazemos e se estamos à altura daquilo que

compram. No geral, temos sabido ser bons “Rui Nabeiros” do nos-so País e os resultados provam que os nossos clientes estão satisfeitos. Infelizmente, e outra história completamente diferente, é a da relação en-tre certas empresas do setor.

Em alguns casos, o interesse e vontade em aniquilar a con-

corrência tem feito mais estragos internamente em algumas empresas,

“No geral, temos

sabido ser bons “Rui Nabeiros” do nosso

País e os resultados provam que os nossos

clientes estão satisfeitos.”

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APOIO: TODAS AS INFORMAÇÕES EM:ORGANIZAÇÃO

Todo o PaísOnde?

Estudantes > Turismo, Marketing, Gestão

Empresas > Todo o setor do Turismo

Para quem?

Programa de apoio à contratação de jovens qualificados

O que é?

Inicio a partir do mês de Outubro

Quando?

Reconhecimento e valorização da carreiraIntegração de jovens nas empresasAumento da competitividade para as empresas

Para quê?

www.forumturismo21.orgwww.facebook.com/forumturismo21

PROGRAMAVALORIZA-TE

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#12 JUN/JUL 2014

5 Índice Ficha Técnica

8Propriedade Amadeus Soluciones Tecnologicas, S.A.

Sucursal em Portugal

SedeRua de São José, 35 - 4º andar

1150-321 Lisboa, PortugalTel.: 21 321 30 99 - Fax: 21 322 58 75E-mail: [email protected]

Diretor GeralMiguel Quintas

Diretora da Ponto Turismo Helena Torres

Bimestral · Ano - 2014 - Edição 12

Coordenação [email protected] · Tel.: 21 321 30 99

Produção de Conteúdos e EdiçãoMediapearl - Comunicação e Serviços, Lda.Tel.: 214 037 656 · [email protected]

[email protected] · Tel.: 21 321 30 99

Ilustração CapaPedro Taquelim

FotografiaMediapearl

ProduçãoMediapearl - Comunicação e Serviços, Lda.

Centro Empresarial TejoRua de Xabregas, Lote A, Piso 1, Sala 13

1900-440 [email protected]

Impressão e AcabamentoRBM - Artes Gráficas

Tiragem1300 exemplares

Registo na ERC N.º 126281

Depósito Legal N.º 350109/12

A revista Ponto Turismo é uma publicação da Amadeus Portugal. A empresa não se identifica necessariamene com o conteúdo dos artigos nem com as opiniões dos seus colaboradores. É proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização prévia da empresa editora.

TecnologiaA moeda virtual bitcoin já está a ser utilizada nas compra de viagens

AnáliseNão se deixe ultrapassar no seu negócio e conheça o modelo de negócio disruptivo

10 InsightsDimitrios Buhalis apresenta as ideias-chave no futuro das viagens e turismo

Lifestyle Desintoxicação Tecnológica - o que fazer quando a tecnologia se torna num vício

Viagem de: Carlos Brighton“Viajar significa viver, aprender, entender melhor o planeta em que vivo”

OpiniãoGrandes eventos em Lisboa

Grande EntrevistaRui Nabeiro - Presidente do Grupo Nabeiro

Em FocoTurismo e Literatura têm um longo caminho a percorrer na promoção

Entrevista CadernoFlorbela LopesPaixão e ir “mais além” são os motores que movem a SEI TRAVEL

SoluçõesTransavia.com, nova companhia “Light Ticketing” em Amadeus

NotíciasEstudo: Viajantes na região do Golfo irão moldar o futuro da viagensNovo protocolo Amadeus/AHP

“No Enoturismo e no turismo queremos dar movimento à

nossa terra e região”Apesar de ser conhecido pelo caminho percorrido no café e mais recentemente no vinho, o turismo

esteve sempre no horizonte do Comendador Rui Nabeiro.

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APOIO: TODAS AS INFORMAÇÕES EM:ORGANIZAÇÃO

Todo o PaísOnde?

Estudantes > Turismo, Marketing, Gestão

Empresas > Todo o setor do Turismo

Para quem?

Programa de apoio à contratação de jovens qualificados

O que é?

Inicio a partir do mês de Outubro

Quando?

Reconhecimento e valorização da carreiraIntegração de jovens nas empresasAumento da competitividade para as empresas

Para quê?

www.forumturismo21.orgwww.facebook.com/forumturismo21

PROGRAMAVALORIZA-TE

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Vítor CostaDiretor-geral

da Associação Turismo de Lisboa

Em constante evoluçãoOs grandes eventos

em Lisboa

Desde a riqueza do seu património à gastronomia, do calendário anual de eventos às modernas infraestruturas, Lisboa é hoje referenciada como força motriz no setor do Turismo, um dos principais motores do desenvolvimento económico nacional.

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No panorama internacional, Lisboa afirma-se como um destino turístico diferenciado, autêntico e de qualidade. Ao longo dos últimos anos, como forma de satisfazer e propiciar experiên-cias únicas tem vindo a reforçar a sua oferta, tornando-se num

palco privilegiado para a realização de inúmeros eventos culturais, des-portivos e de negócios, o que possibilita atrair turistas de todo o mundo.O honroso trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela Associação Turismo de Lisboa tem-se focado, sobretudo, numa oferta turística dis-tinta e uma visão estratégica alinhada com o perfil do turista que se pre-tende captar, assente nas suas preferências e motivações. E, por isso, acreditamos que é necessário continuar a apostar na criatividade e na diversificação da oferta na hotelaria, restauração, comércio e serviços, por forma a alcançar um posicionamento turístico diferenciado e vocacionado para experiências personalizadas do turista que nos visita, cada vez mais exigente e ligado ao mundo no online e redes sociais. Não posso deixar de referir que o ponto de viragem no turismo da ci-dade de Lisboa foi a Expo 98. Este megaevento teve impactos muito fortes, abriu horizontes no turismo e também a responsabilidade de se encontrar uma forma organizativa de aproveitamento das oportunidades criadas. A este grande momento juntámos o Campeonato Europeu de Futebol em 2004, e desde então a Região tem recebido diversos eventos, essencialmente desportivos que garantiram uma grandiosa projeção do destino. Exemplo disso mesmo, é a recente final da Liga dos Campeões ou o Portugal Open, que conseguiram captar a atenção e a curiosidade

de todo o mundo para a cidade. E aqui não falamos apenas dos media, mas também do número de turistas que permitiram alcançar um impacto muito positivo que impulsionou o negócio da restauração e hotelaria.Obviamente que também não podemos deixar de destacar outros even-tos como o Peixe em Lisboa ou as Festas de Lisboa que são uma aposta ganha, dada a relevância no calendário de eventos da cidade e o facto de, todos os anos, trazerem milhares de pessoas até à capital portuguesa.O Peixe em Lisboa, organizado pelo Turismo de Lisboa em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, e a EV- Essência do Vinho, é exemplo da dinamização da oferta turística da capital portuguesa tendo este ano registado uma maior procura, face ao ano anterior, no que diz respeito ao número de jornalistas e bloguistas, com mais de 210 acreditações de Imprensa, não apenas portugueses mas de outros países como Áustria, Bélgica Brasil, China, Espanha, Estados Unidos da América, Dinamarca, França, Inglaterra, Irlanda e Itália – mercados emissores muito importan-tes para a cidade.Já as Festas de Lisboa, organizadas pela Câmara Municipal de Lisboa/ EGEAC, têm como previsão receber meio milhão de visitantes nacionais e estrangeiros que prometem assistir nas mais emblemáticas praças e ruas da cidade, às marchas e arraiais populares, concertos, espetáculos,

Opinião Grandes eventos em Lisboa

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Em constante evoluçãoOs grandes eventos

em Lisboa

7Nome do Conteúdo do Capítulo Nome do Capítulo

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7Grandes eventos em Lisboa Opinião

lência. E por isso, a cidade encontra-se natural-mente na mira e na ambição de muitas orga-nizações pela sua clara mais-valia de oferecer condições particularmente vantajosas para este segmento, nomeadamente o clima ameno e a sua excelente oferta hoteleira a preços muito competitivos.Nesta área, uma das abordagens-chave que utilizamos para captar turistas tem que ver com a elaboração de programas complementares de leisure-business, influenciadores de peso, que incentivam o turista a prolongar a visita em Lisboa ou a regressar em férias com a família. Se Lisboa pretender atingir um patamar supe-rior, no que a Turismo de Negócios diz respeito, continua a ser primordial para a cidade um novo Centro de Congressos com uma missão muito bem definida de dinamização da oferta e que permita melhorar a receita média por turista. É sinónimo de que Lisboa passa a poder concorrer a Congressos e Eventos com um maior número de Congressistas, o que representa mais recei-tas para a cidade.

exposições, oficinas e ateliês, mostras de cine-ma, teatro, fado, e muitas outras iniciativas que refletem o talento e o carácter inovador e multi-cultural da capital.Se falarmos em Turismo de Negócios, os re-sultados e perspetivas também são animado-res. De acordo com o mais recente inquérito do Observatório do Turismo aos Congressistas Internacionais, Lisboa é referida como a pri-meira cidade onde se realizam os melhores Congressos a que tiveram oportunidade de as-sistir, reforçando assim a liderança da capital portuguesa. Lisboa é muito atrativa, tem muita experiência e qualidade nos seus serviços, para além de que é caracterizada por uma luz úni-ca e possuidora de um clima ameno ao longo de todo o ano. Além disso é uma capital eu-ropeia repleta de História, com um carácter e um fascínio fora do comum, onde as influências culturais diversificadas se misturam com as mais modernas tendências e estilos de vida. Ao reinventar-se e revitalizar-se constantemente torna-se, cada vez mais, um destino apetecível e afirma-se como um destino turístico de exce-

Lisboa foi ainda, recentemente, con-

siderada pelo TripAdvi-sor, o maior site internacio-

nal de viagens, que reuniu respostas de mais de 54 mil utilizadores mundiais acerca das principais cidades turísticas do globo, a terceira cidade mais hospitaleira do mundo. Já em 2013, a capital portuguesa viu reconheci-do todo o trabalho e enfoque ao ser destacada com diversos prémios, entre os quais, “Melhor Destino Europeu para City Break”, atribuído também pelos World Travel Awards, bem como “Melhor Destino City Break on a Budget”, uma distinção da Amadeus & World Travel Market. Também no ano passado, e pela primeira vez na história do Turismo de Lisboa, a hotelaria da região da capital ultrapassou a fasquia dos 10 milhões de dormidas num único ano.Todos estes exemplos refletem os bons resulta-dos no Turismo em Lisboa, que contribuem de forma muito positiva para a economia nacional, mas que resultam, igualmente, na responsabili-dade de fazer mais e melhor.A distinção contínua de Lisboa enquanto destino turístico de excelência é um orgulho para todos nós e um sinal de que é necessário continuar a apostar na criatividade, estratégia e muito en-foque. Um trabalho de grande responsabilidade, que por todos deverá ser partilhado. l

Se Lisboa pretender atingir um

patamar superior, no que a Turismo de Negócios diz

respeito, continua a ser primordial [...] um novo Centro de Congressos

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Rui Nabeiro Presidente Grupo Nabeiro

Grande Entrevista Rui Nabeiro

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Page 9: Ponto Turismo 12

Apesar de ser conhecido pelo café Delta, que é quase uma ‘instituição’ em Portugal, e, mais recentemente, pelos vinhos, o Grupo Nabeiro desde cedo teve ‘um pé’ no turismo. Primeiro com uma residencial que depois transformou em hotel de 3-estrelas, mais tarde, em 2007, com a construção da Adega Mayor, desenhada por Siza Vieira, e este ano com a abertura do Centro de Ciência do Café, um equipamento de características únicas na Europa. Nos planos está a construção de uma praia fluvial, ainda sem data. O objetivo é sempre o mesmo: gerar fluxo de trabalho em Campo Maior.

Praia fluvial nos planosTurismo sempre esteve

presente no grupo Nabeiro

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que leva muita gente a vi-sitar-nos.

Depois temos a fábrica, o Centro de Ciência do Café que abrimos há pouco tempo, e assim podemos fazer programas e ativi-dades em que integra-mos tudo.

Ponto T. › Sei que o gru-po também está represen-

tado na hotelaria com uma unidade…

R.N. › Sim, temos também o hotel Santa Beatriz que está a fazer uma boa re-

lação com o resto das infraestruturas. Também estamos neste momento numa propriedade muito grande junto à Adega Mayor, a uns 500 ou 600 metros, onde vamos realizar algo que possa ser mais

Rui Nabeiro Grande Entrevista

estamos (...) numa

propriedade muito grande junto à Adega Mayor, (...) onde vamos

realizar algo que possa ser mais um encanto para

as pessoas

Ponto Turismo › O enoturismo, mais precisamente a Adega Mayor é um sonho seu que se tornou rea-lidade…Rui Nabeiro › Sim, sem dúvida que foi…é a primeira adega de autor em Portugal.

Ponto T. › …E um dos seus objetivos é colocar Campo Maior na rota internacio-nal do enoturismo. Já o conseguiu?R.N. › Ainda não. Esta-mos a trabalhar nisso. Tenho a minha neta que é a gestora, junto comi-go nessa área, e estamos a trabalhar bem, a evoluir bastante. Estamos a fazer tudo com muito cuidado, mas temos infraestruturas ca-pazes.

Ponto T. › E quais são essas infraes-truturas?R.N. › Temos, no enoturismo, a atração local, com a grande imagem que é a nossa adega de autor, do Siza Vieira, e não há dúvida alguma que essa é uma razão

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10 Grande Entrevista Rui Nabeiro

um encanto para as pessoas se desloca-rem a Campo Maior, não para ficarem… mas onde o atrativo seja suficientemente bom para criar mais movimento: ter uma herdade bonita, junto à adega, onde vamos fazer esse trabalho de campo, ter atividades para as crianças e com os pais… não há dúvi-da que, do nosso ponto de vista, o enoturismo é para continuar, com a nossa fasquia, mas com tranquilidade, porque nós não estamos a viver das coisas, estamos a viver para elas.Uma coisa é uma pessoa precisar para ir ao mercado, e outra é uma pessoa ter uma indústria, um comércio, em que pode ir fomentando ou-tras coisas sem ter pressa, e mesmo se tiver pressa, corre menos riscos.

Ponto T. › Isso então quer dizer que o senhor tem um pezinho no turismo…R.N. › Ah sim, sempre tive! Criei há muitos anos, há cerca de 40 anos, uma pequena residencial em Campo Maior, já a pensar no turismo por-que alguém na política de então me disse que Campo Maior não tinha nada e que eu tinha de arranjar alguma coisa. Eu arranjei logo e fiz a residencial que mais tarde foi transformada no hotel Santa Beatriz, classificado com 3-estrelas. Todo o mundo pensa no turismo. Não há muitos meios no Alentejo e temos que arranjar meios. As pessoas passam, vêem os campos ver-dinhos, ou dourados… mas não chega! O que é necessário é criar os

meios, é criar forma… então, se criando nós pensamos no turismo... então vamos fazer

uma pequena praia fluvial. Temos um peque-no rio que passa nessa propriedade que falava há

pouco e estamos a ver junto das autoridades com-petentes qual é a possibilidade de se realizar ou não esse

projeto para uma praia fluvial. Estou em crer que vamos conseguir, te-mos boas perspetivas que sim. Para nós essa situação é um processo cuidadoso, mas o objetivo é ser construido e ter êxito.

Ponto T. › Isso quer dizer que o setor do turismo é algo que é tam-bém importante para o Grupo e que pretende reforçar…R.N. › O meu sonho e o sonho dos meus é criarmos sempre mais fluxos de trabalho, mais fluxos de atitude porque tudo isso dá uma ajuda, tudo isso dá um nome. Eu nasci no comércio, com muito pouco, mas sempre sonhei que era capaz de realizar... e realizar é acreditando e realmente, criando coisas. Se me perguntar temos necessidade de fazer o enoturismo? Não, mas o Homem tem realmente necessidade de preencher aquilo que a sua vida lhe permite e é esse o caso. Criámos a adega, mas primeiro criámos a vinha, com toda a tranqui-

“[o turismo]é um dos poucos

produtos que temos, tem que ser bem

tratado e isso inclui o Governo”

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Rui Nabeiro Grande Entrevista

lidade. Neste momento estamos a aumentar a própria adega, não na própria porque seria uma grande obra, mas ao lado. Estamos a crescer. E como estamos a crescer, podemos realmente completar e como estamos necessitados daquele co-mércio... Aquele comércio que é para sustentar e para criar e dar vida [à região]. E no Enotu-rismo, e no turismo em geral, sonhamos porque queremos dar movimento à nossa zona, à nossa terra, à nossa região e estou convencido que vai acontecer.

Ponto T. › Essa praia fluvial de que falou, quando é que vai ser realidade? Já tem alguma ideia de da-tas?R.N. › Nós estamos em período de estudos e de au-torização. Como sabe os serviços das águas... isto tem todo um caminho a percorrer, mas não estamos a cor-rer. Estamos a solicitar as autorizações e só saberei quando elas forem todas dadas de facto, mas eu tenho a certeza que isso irá acontecer, penso que não será difícil. A partir do momento em que tivermos todas as autori-zações necessárias, será fácil porque é dentro da nossa

casa, dentro do nosso terreno. Tendo as autorizações, o resto é caminhar. É

uma obra que se faz com relati-va facilidade.

Ponto T. › Pode precisar melhor onde ficará loca-lizada?R.N. › A praia fluvial que estamos a pensar construir fica a um quilómetro da Ade-

ga.

Ponto T. › Então depois quan-do estiver pronto poderá fazer

programas que integrem tudo…. R.N. – A ideia é precisamente essa, e é por

isso mesmo que se está a fazer, doutro modo talvez não se pensasse fazer.

Ponto T. › Acha que o Governo português está a tratar bem o setor do turismo ou podia fazer muito mais por Portugal?R.N. › Eu acho que no turismo todos temos de fazer muito por ele. Como é um dos poucos produtos que te-mos, tem que ser bem tratado e isso inclui o Governo que também tem que o tratar bem.

Ponto T. › Mas acha que no momento presente está a fazer um bom trabalho ou não?

A Adega Mayor, inaugurada em 2007, é o resultado de um sonho de Rui Nabeiro. Com vinhas localizadas na Herdade das Argamassas e na Herdade da Godinha, a Adega Mayor tornou-se uma referência ao ser a primeira adega de autor em Portugal. Coube ao arquiteto Siza Vieira erguer, na bucólica paisagem alentejana, um edifício original, caiado a branco, que os locais chamavam carinhosamente ‘bunker’.O edifício tem três pisos, o menor é o último, destinado ao enoturismo e à promoção dos vinhos. Aqui existe a sala de provas que se abre para um terraço panorâmico com relvado e um espelho de água central. Do terraço avistam-se a vinha e o olival da herdade, bem como Espanha e a serra de Portalegre.Existem várias opções para os visitantes na Adega Mayor. Além do pa-cote Visita & Degustação com tapas, os visitantes podem optar por um

pacote Experiência Mayor, que oferece seis experiências: um de ‘Aven-tura e Descoberta’ com atividades que podem ser passeio de balão, piquenique nas vinhas, geo catching, provas de orientação, jogo das pistas, passeios pedestres, circuitos de BTT, birdwatching; ‘Pack Família Mayor’ desenhado para os mais pequenos que acompanham os pais à Adega Mayor; workshops de introdução à Prova de Vinhos; ‘Pack Vin-dimas’, ‘Teambuilding’ e ‘Pack Fim de semana’ que inclui visita à Adega com Degustação & Tapas, almoço e jantar no restaurante A Muralha, duas noites de alojamento para 2 pessoas no Hotel Santa Beatriz e descoberta da Rota Cultural de Campo Maior.Com a abertura em março passado do Centro de Ciência do Café do grupo, a oferta cultural e turístico-patrimonial da região de Campo Maior aumentou. O espaço, que se apresenta como único, inovador e moderno na Europa, pretende proporcionar uma viagem interativa aos visitantes que terão a oportunidade de obter um maior e mais rico conhecimento sobre o café.O Centro de Ciência do Café ensina de uma forma interativa e inte-ressante, todo o processo de produção, desde o cultivo à torra, e tudo o que o envolve até chegar à preparação, ao cheiro de um bom café, através de uma viagem no tempo: dos primeiros mitos que envolvem o café, às naus portuguesas ou até à época do contrabando entre Por-tugal e Espanha, ficando o visitante a perceber porque o café é uma bebida consumida em todo o Mundo, e como este influenciou as artes e a literatura.

“no Enoturismo,

e no turismo em geral, sonhamos

porque queremos dar movimento à nossa

zona, à nossa terra”

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12 Grande Entrevista Rui Nabeiro

R.N. › Eu penso bem que não. Mas penso que temos de dar tempo ao tempo.

Ponto T. › Alguma vez na vida pensou que iria chegar onde che-gou?R.N. › É difícil de responder. Se sinceramente respondesse “eu calculei, fiz…” Não, ninguém calcula nada daquilo que acontece. Agora logo no início de vida, quase no nosso nascimento, há perspetiva. Eu era criança e as pessoas com quem eu me juntava, ou passeava, vizinhos, pessoas amigas, os pais… todos me apontavam como exemplo. Depois na es-cola primária… eu sou um homem da escola primária, não sou mais, aí

era mais um parceiro do professor do que um aluno. Era um parceiro porque tomava conta dos outros. Ficava a tomar conta deles quando o professor tinha de sair. Por isso, as coisas vão surgindo porque cá den-tro, a providência deve dar uma mais-valia.

Ponto T. › Sendo o senhor uma pessoa tão querida em Portugal, acredito que não haverá um português que não tenha um grande respeito e apreço por si, que conselho deixaria aos jovens que que-rem ser empreendedores? R.N. › É uma coisa curiosa, porque temos um ATL onde neste momento

temos 150-160 crianças e não há melhor resposta para lhe dar do que dizer que essas crianças estão lá dos três aos 12 anos, se bem que de-pois vão à escola oficial… mas regressam ali para eles irem aprendendo sobre ser empreendedores, para dar-lhes ambição, dar-lhes forma de acreditarem na vida… e até digo mais, está a iniciar esta semana o campeonato das profissões no Porto onde alguns dos alunos que es-tão lá a concorrer passaram pela nossa casa e já levam o bichinho do querer e do serem capazes... e eram moços que estavam fora do êxito

escolar, no abandono escolar, estavam com famílias que pouco podiam fazer pelos filhos. Eu tenho a certeza que esses moços vão ser homens no futuro. Por isso há que acreditar, há que querer e há que juntarmo-nos sempre aos bons. l

ASSOCIAÇÃO CORAÇÃO DELTAO comportamento solidário e socialmente responsável para com as comunidades é um dos pilares das boas práticas sociais do grupo Rui Nabeiro e com base na mensagem de partilha do comendador, foi criada a As-sociação Coração Delta.Tudo começou em 2000 quando um grupo de colabo-radores começou a recolher brinquedos, roupas e livros para distribuírem por crianças em risco, que deu origem ao grupo de voluntários “Um Coração chamado Delta”. Em 2005 foi constituído o “ Coração Delta – Associação de Solidariedade Social”. O Coração Delta foi criado com o objetivo de desenvol-ver projetos nas comunidades, nomeadamente de vo-luntariado e de apoio social sendo suas associadas as empresas do Grupo Nabeiro e os seus colaboradores.Entre as diferentes valências estão o Centro Educati-vo Alice Nabeiro com sala de pré-escolar e centro de atividades livres, intervenção precoce, serviço de apoio a crianças e jovens, empreendedorismo, projetos am-bientais, de cidadania e voluntariado. Ainda dentro do âmbito do voluntariado empresarial, a Associação criou o Tempo Para Dar, que se dedica aos seniores que envolve atualmente 427 voluntários, dis-tribuídos pelos 22 Departamentos Comerciais da Delta Cafés em Portugal e pelas empresas do Grupo Nabeiro.Os voluntários deslocam-se às casas dos idosos sina-lizados pelas Instituições parceiras, e disponibilizam tempo aos idosos, fazendo-lhes companhia, ouvindo as suas preocupações, conversando sobre a atualidade ou outros temas de interesse.Ao mesmo tempo os voluntários identificam as neces-sidades sentidas pelos idosos.

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Literatura e turismo Há muito caminho

a percorrer

Dublin promove James Joyce, Espanha faz eco de Cervantes com o seu Dom Quixote, Praga tem referências a Kafka em cada esquina, Inglaterra promove Shakespeare, Oscar Wilde…e por aí fora. E Portugal?

Literatura e turismo: há muito caminho a percorrer Em Foco

mas que acaba também por ser o reflexo da sociedade”. Não é por acaso, diz, que “continuamos a ver Camões como um dos grandes poetas portugueses, ou Pessoa, que continuam vivos através da sua obra e aos quais recorremos para encontrar leituras da situação que se vive hoje”. José Luís Catalão, chefe da divisão de Museus da C.M. de Setúbal, considera que o Estado devia ter um papel na divulgação da literatura, em concreto a Secretaria de Estado da Cultura. “O Instituto Camões tem trabalho a fazer em relação ao turismo”. “Em Portugal a dinamização do turismo através da literatura poderia ser me-lhor explorada, não apenas no plano comercial ou económico, mas a outros níveis”, diz o diretor da Fundação Saramago. Em Lisboa já há trabalho feito, tanto no caso de Fernando Pessoa cuja casa está agora na EGEAC, e com o protocolo de cedência da Casa dos Bicos pela Câmara Municipal à Fundação durante 10 anos. “A C.M.L. fez essa aposta, mantendo um espaço e criando um outro, que dão

Portugal tem grandes autores mas cuja notoriedade não ultrapassa as fronteiras, salvo raras exceções como por exemplo José Saramago, que, mercê de um Nobel e de ter a sua obra transposta para o grande ecrã com o filme baseado no “Ensaio sobre a Cegueira”, será talvez

o mais conhecido. Fernando Pessoa, apesar da sua grandeza é considerado ainda ‘um grande desconhecido’. Bocage, por sua vez, é considerado um ‘mal-amado’, a quem o Estado voltou as costas.Que a literatura contribui decididamente para a construção da identidade de um país parece não haver dúvida. Domingos Cruz, dono da Tell a Story, disse à Ponto Turismo que “nenhuma cidade se realiza totalmente se for ‘orfã’ de uma alma escritora. De uma voz que tenha sabido dar expressão aos senti-mentos mais profundos de um grupo de cidadãos. Da mesma forma, nenhum país se afirma sem um ‘biógrafo’, sem alguém que tenha sabido interpretar as virtudes e limitações de um povo, forjando-lhe a identidade. Assim, o que Fernando Pessoa representa para Lisboa, Camões representa para Portugal”.Também Sérgio Machado Letria, diretor da Fundação Saramago considera que “a literatura ocupa um papel fundamental na formação da identidade de um país e de um povo” porque “é uma área que trabalha precisamente sobre os aspetos culturais, sociais, psicológicos de personagens em concreto,

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CADERNO

Em Foco Literatura e turismo: há muito caminho a percorrer

visibilidade a duas figuras da maior importância em Por-tugal. Acho que faz todo o sentido e só me espanta que não seja mais aproveitado”, refere.O responsável diz que deviam

ser criados roteiros da cidade unindo a Fundação Saramago

(Casa dos Bicos) à Casa Fernando Pessoa, ter uma presença destes dois

autores utilizando os transportes públicos, através de frases das suas obras e dá ainda o

exemplo da caravana Tell a Story.A Tell a Story nasceu para “dar a conhecer os autores por-tugueses traduzidos aos estrangeiros que nos visitam. E de facto, para explicar Pessoa, nada melhor do que exemplificar o caso de Kafka em Praga ou de Joyce em Dublin. Escritores que souberam identificar melhor do que ninguém o ADN de uma cidade, onde em cada livro seu a cidade é a persona-gem principal”, diz Domingos Cruz.O feed back é ‘excelente’ e Fernando Pessoa é campeão de vendas sendo o Livro do Desassossego o mais vendido. O responsável diz que “há um genuíno interesse pela his-tória de vida de Fernando Pessoa, do baú cheio de escritos originais por publicar, dos heterónimos e da imagem de um empregado de escritório a escrever furiosamente como se disso dependesse a salvação da pátria”.Na sua opinião “Fernando Pessoa vive hoje um ‘estado de graça’, Lisboa respira Pessoa a cada esquina, ao ponto de deixar de ser Pessoa para ser Lisboa, de ser escritor para passar a ser cicerone desta cidade”, acrescentando que “se isto servir para convidar mais estrangeiros a ler Pessoa, já que o desconhecimento ainda é esmagador, terá sido por

uma boa causa, se não, apenas capitalizamos, no sentido literal da palavra, um chapéu e um bigode”. Para Sérgio Machado Letria o ‘truque’ será encontrar um equilíbrio entre manter a presença do autor na cidade, atra-vés das suas palavras e obras, e por esse lado atrair mais tu-ristas, sem o transformar num objeto meramente comercial. No caso da Fundação Saramago, que funciona na Casa dos Bicos desde 2012, 50% dos visitantes são estrangeiros que chegam de Espanha, Itália, França, Alemanha, Rússia, da América do Sul: Argentina, Colômbia, Brasil e da Ásia da Chi-na, Coreia, Japão, cuja maioria já conhece Saramago. Além da presença e atividade nas redes sociais, a Fundação é sócia da Associação Turismo de Lisboa e tem o seu nome nos materiais promocionais. Falta fazer trabalho a nível inter-nacional onde o objetivo é entrar nos principais guias.“Há muito a aperfeiçoar nomeadamente fazer contactos com agências de turismo, por exemplo. Começámos a contactar operadores turísticos locais de Lisboa, que fazem passeios pedestres por Lisboa, desafiando-os a fazerem passeios a partir da obra de José Saramago: já se fizeram alguns pas-seios inspirados na obra o Ano da Morte de Ricardo Reis, há um outro passeio que é a Lisboa de Saramago do livro bio-gráfico as Pequenas Memórias, tanto um operador como o outro estão a pensar a alargar a oferta e incluir o Memorial do Convento e portanto ir a Mafra”. l

Antónia BarrosoJornalista

o Estado devia ter um papel na divulgação da

literatura, em concreto a Secretaria de Estado

da Cultura

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CADERNO

NotíciasO relatório Shaping the Future of Travel in the Gulf Cooperation Council (GCC): Big Travel Effects mostra o impacto da demografia e outras variáveis nas viagens

SoluçõesTransavia.com a nova companhia “Light Ticketing” da Amadeus possibilita aos agentes um processo mais harmonioso e coincidente com o processo atual de reservas e emissões, para uma Low Cost

Trabalhamos por paixão”

Florbela LopesSEI TRAVEL

Florbela Lopes Entrevista Caderno 15

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SEI TRAVEL‘Por si vamos mais longe’

é o lema da empresa

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Caderno Amadeus

Florbela LopesDIRETORA GERAL SEI TRAVEL

Entrevista Caderno Florbela Lopes

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SEI TRAVEL‘Por si vamos mais longe’

é o lema da empresa

17Nome do Conteúdo do Capítulo Nome do Capítulo

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Caderno Amadeus

Florbela LopesDIRETORA GERAL SEI TRAVEL

Florbela Lopes Entrevista Caderno

A SEI TRAVEL é uma agência de viagens recente no mercado e que surgiu de uma necessidade logística que tem a ver com a expatriação de professores que se encontram a lecionar em Angola. Mas além das viagens dos professores e dos alunos, a agência pretende atingir um público mais vasto.

Ponto Turismo › A SEI TRAVEL é uma empresa jovem. Como é que surgiu e o que é que vos distingue?Florbela Lopes › A agência surge um pouco do meu passado. Eu tenho a administração de dois colégios em Luanda, um inglês e um português, e sempre tivemos de comprar passagens aéreas aos nossos professores expatriados. Como temos o colégio portu-guês temos de ter professores de Portugal, com licenciaturas de Portugal, os ingleses têm de ser de língua mãe, pela pro-ximidade, normalmente são da África do Sul, mas temos de variados países. Temos este compromisso de no pacote salarial incluir bilhetes de avião, o nosso inclui três passagens por ano. Trabalhámos estes anos todos com agências de viagens ou comprámos diretamente as passagens... e nos últimos três anos fui eu quem tomou conta da parte das

viagens dos colégios. Além disso sempre fez parte da minha ambi-ção abrir uma agência de viagens.

Angola é um local complicado no que diz respeito às viagens. Por um lado as alterações de bilhetes são constantes porque os vistos não

saem ou não chegam, há muitos cancelamentos de viagens, temos de trocar bilhetes de manhã à noite… estas dificuldades levaram-me a pensar cada vez mais na abertura de uma agência para também termos mais controlo. E a agência abriu logo como IATA, nem daria para as nossas necessidades se assim não fosse.Há quatro anos viemos para Portugal para continuar os estudos dos meus filhos e nasceu a empresa-mãe SEI Internacional que significa Serviço para a Educação Internacional. Em Angola é preciso comprar tudo e esta empresa faz o apoio de serviços e logística dos colégios, e

dela nasceu a SEI TRAVEL. Inicialmente ía-mos fazer apenas online, mas já que tínha-

mos o espaço, resolvemos ir mais além da emissão de bilhetes para os professores. Resolvemos assim ter a porta aberta.

Ponto T. › Pode-se dizer que a SEI TRAVEL acaba por nascer de uma ne-cessidade interna…

F.L › É uma necessidade interna devido à base dos professores, mas temos ou-

tra base que é a das férias dos professores para outros sítios e naturalmente esses clientes

já estão em casa. Para crescer a ideia é também usarmos a nossa experiência de África com os nossos

contatos diretos, já conseguimos pacotes para o Zimbabwe. Queremos transmitir ao cliente a noção de que vamos mais além, que essa é a nossa diferença. Não nos baseamos só nos pacotes existentes, mas vamos mais longe: não dizer que não, procurar e arranjar soluções.

Ponto T. › Portanto a SEI TRAVEL nasce da necessidade interna de ter um meio de agilizar os processos de viagens dos professores e dar um serviço mais personalizado, tendo em conta o vosso co-nhecimento de Angola.F.L › Angola e África, ainda agora organizámos para os nossos meni-nos uma viagem à África do Sul para um torneio de natação, já tive-mos a reunião anual de diretores no Zimbabwe que agilizámos porque temos conhecimento do terreno e é esse tipo de serviço que podemos prestar.

Queremos transmitir ao

cliente a noção de que vamos mais além, que

essa é a nossa diferença. Não nos baseamos só nos

pacotes existentes, mas vamos mais

longe

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18 Nome do Capítulo Nome do Conteúdo do Capítulo

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Caderno Amadeus

Entrevista Caderno Florbela Lopes

Ponto T. › Ou seja, além dos professores, tam-bém organizam as viagens dos alunos…F.L › Sim e queremos abranger também o mundo dos pais, que viajam imenso durante todo o ano, principalmente quando tivermos o nosso site em que vamos ter reservas online. Os colégios tiveram recentemente um arraial de beneficência, cujas re-ceitas revertem em 50% para uma escola comu-nitária e a SEI TRAVEL, como forma de divulgação da agência, participou nessa angariação de fundos contribuindo com duas passagens.

Ponto T. › Então além das viagens dos professo-res, também querem atingir a parte do lazer dos pais, dos alunos e dos professores. Como é que tem corrido o negócio desde que abriram?F.L › A loja foi inaugurada oficialmente a 30 de Abril e estamos à espera de lançar o site e é aí que espe-ramos atingir os clientes que queremos. A Alexandra, que é técnica de viagens há 12 anos está conosco desde Março, depois da agência onde estava ter encerrado e trouxe com ela os seus clientes tendo já feito alguns pacotes para o verão, já fez pacotes para a Nicarágua e Costa Rica… ou seja mesmo sem publicidade ou lançamento em grande. Começamos assim devagari-nho… mas as perspetivas são boas.

Ponto T. › De qualquer forma, mesmo sendo um negócio dentro de um segmento específico, é complicado abrir uma agência de viagens quando estão outras a fechar, num ambiente adverso como o que se vive hoje?F.L › Sim, mas a abertura da agência nasceu de uma ambição de muitos anos e agora propor-cionou-se pelo espaço que precisava para a empresa-mãe. Sendo que temos a base de cumprimento do negócio que são os pro-fessores, a ideia é de ter a porta aberta para chamar outros clientes, especialmen-te nesta zona [Barcarena], onde já fecha-ram várias agências de viagens. Abrimos porque já temos um background de clien-tes. Não abrimos uma porta e ficamos à es-pera que entrem.

Ponto T. › Apesar de ter uma experiência curta nesta profissão, na sua opinião qual é o papel de um agente de viagens hoje em dia. O que é que ele deve fazer? F.L › Se calhar é fazer exatamente aquilo que eu disse antes. Não é só pegar nos pacotes que estão disponíveis. É perceber mais o que o cliente está à procura e sugerir alternativas e coisas diferentes. Ouvir e perceber. Ter um bocadinho mais de tempo para personalizar se não os clientes têm a internet e vão por aí.

Ponto T. › Esse era um ponto que também ia focar, como é a sua posição face às novas tecnologias, internet, redes sociais…F.L › Acho que têm todas as sua função. Há pessoas que só querem marcar uma viagem ponto a ponto e vão à internet e não vão a uma agência de viagens. Depois há também o lado do excesso de informa-ção que a internet dá. Durante uma pesquisa podemos ter tanta infor-

mação que pode levar uma pessoa a ficar confusa e a não conseguir chegar de um ponto a outro porque tem demasiadas opções e é esse o papel do agente, utilizar a internet a seu favor. O que interessa é ajudar o cliente independentemente deste só precisar de um serviço de rent-a-

car ou de um hotel, ou de qualquer outra coisa ou quantia. Ao fim ao cabo é a atenção ao cliente.

Ponto T. › E como é que vê a Amadeus como parceiro tecnológico?

F.L › Conheço a Amadeus há já algum tem-po, das minhas viagens e o meu primeiro contato com o Pedro Pupo foi há um ano e meio. Têm sido óptimos, têm prestado todo o apoio. De entre as suas ferramen-tas têm uma solução para empresas que também acho interessante e que iremos

utilizar para o colégio.

Ponto T. › Como é que define a SEI TRAVEL?F.L › Gosto muito do que está escrito na nossa

brochura e que é ‘Por si vamos mais longe’, penso que será por aí. E também costumamos dizer ‘Descanse,

é a única coisa que ainda não conseguimos fazer por si’. Nós trabalhamos por paixão. Esse é o princípio da nossa qualidade de ser-viço, sendo os pormenores, a dedicação e a coordenação do processo logístico as razões para que a experiência de viagem seja boa e con-fortável. l

“[o agente

de viagens deve]perceber o que o cliente está à procura e sugerir

alternativas e coisas diferentes. Ouvir e

perceber”

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19Nome do Conteúdo do Capítulo Nome do Capítulo

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Caderno Amadeus

Transavia.com Soluções

Dentro da enorme oferta de conteúdos aéreos em Amadeus existem também as companhias Low Cost e Híbridas. São cerca de 65 companhias Low Cost e Híbridas em Amadeus.

Dentro da categoria Low Cost encontramos as Companhias “Light Ticketing”.

São consideradas companhias “Light Ticketing”, aquelas cuja emissão de documentos é possível via sistema Amadeus, mas estes não são enviados ao BSP. O processo de reserva é igual ao de qualquer outra companhia, no entanto a confirmação da reserva só é possível após a emissão dos documentos.

A companhia aérea Low Cost transavia.com junta-se à funcionalidade Amadeus “Light Ticketing”.

A transavia.com poderá ser emitida por agências IATA e não IATA via siste-ma Amadeus e para os agentes de viagens traz as seguintes vantagens:• Possibilidadedetertodooprocessodereservasemelhanteaodeuma

companhia regular;• Tertodaa informaçãodisponívelnoBackOfficeatravésdoA.I.RAma-

deus;• PermitirqueosrelatóriosdevendasLowCostexistameestejamdispo-

níveis para o agente de viagens.

A transavia.com apresenta uma disponibilidade numérica permitindo que a reserva seja feita a partir de uma disponibilidade neutral Amadeus.

Depois de ter a reserva criada, com a transavia.com os agentes Amadeus poderão aplicar as seguintes transações:• ObterpreçosinformativoscomFXXeFXH(paraoFXHaTSTjádeverá

existir no PNR);• Obterpreçodatarifaedespesasdecartãodecrédito(FXP)epreçosdeserviços(FXG);

• Emitirosdocumentos(TTP/TTM)evisualizarorelatóriodevendas(TJQ).

Depois da emissão o PNR será atualizado com o número de documentos paraitinerárioeserviçosetodaainformaçãoseráenviadaparaBackOfficeda agência.

Transavia.com Nova companhia “Light Ticketing” em Amadeus

Com o “Light Ticketing”, a Amadeus possibilita aos agentes de viagens todo um processo mais harmonioso e coincidente com o processo atual

de reservas e emissões, para uma companhia Low Cost

Neste momento a transavia.com disponibiliza em Amadeus serviços de bagagem de porão:

SR XBAG-KG15 PC5 - MAX 15KG SR XBAG-KG20 PC5 - MAX 20KG SR XBAG-KG25 PC5 - MAX 25KG SR XBAG-KG30 PC5 - MAX 30KG SR SBAG-KG40 PC5 - MAX 40KG SR SBAG-KG50 PC5 - MAX 50KG

MAX 50KG PER PERSONMAX WEIGHT PER ITEM OF LUGGAGE 32KG

E serviços de bagagem especial:SRBIKE - TRANSPORTATION OF BICYCLE SRDELT - HANG GLIDER SRFISH - FISH EQUIPMENT SRGOLF - GOLF EQUIPMENT SRPETC - DOG/CAT(MAX 5KGS)IN CABIN SRSKIS - WINTER SPORT EQPMT SRSURF - SURFBOARD AND ALL OTHER >1.65M

Preços e mais condições disponíveis em GGAIRHV.

Neste momento a transavia.com aceita as seguintes formas de paga-mento:VISAFPCCVI4111111122223333/1009*CV123/HHOLDER

AMEX FPCCAX378211112222003/0409*CV1234/HHOLDERMASTERCARD FPCCCA1111222233334444/0210*CV123/HHOLDER

• Disponibilidade Amadeus É uma disponibilidade standard que mostra de imediato o número de lugares disponíveis.

>AN12JUNLISAMS/AHV AN12JUNLISAMS/AHV ** AMADEUS AVAILABILITY - AN ** AMS AMSTERDAM.NL 55 TH 12JUN 0000 1 HV5986 Y9 Z9 S9 B9 M9 H9 Q9 LIS 2 AMS 0915 1310 T0-73H 2:55 V9 K9 L9 T9 N7 D9 G9 I9 J9 R9 2 HV5952 Y9 Z9 S9 B9 M9 H9 Q9 LIS 2 AMS 1925 2320 T0-73W 2:55 V9 K9 L9 T9 N6 D9 G9 I9 J9 R9 >

• Disponibilidade e preço ao mesmo tempo (opcional)É uma disponibilidade opcional a partir de AN que permite visualizar o valor da tarifa e a classe mais baixa disponível.

>ACW1/B1 AWHV12JUNLISAMS/B1 ** HV - TRANSAVIA AIRLINES ** AMS AMSTERDAM.NL ** EUR ** TH 12JUN 0000 1 HV 5986 N7 LIS 2 AMS 0910 1305 0 73H ADT NHVBC 41.90 2 HV 5952 N6 LIS 2 AMS 1810 2205 0 73W ADT NHVBC 41.90 NO MORE FLIGHTS >

Como fazer uma reserva na transavia.com?

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Caderno Amadeus

Soluções Transavia.com

• Venda do segmentoVenda normal, como se de qualquer outra companhia se tratasse.>SS1N1RP/LISP22118/ 1 HV5986 N 12JUN 4 LISAMS NN1 2 0910 1305 >

• Criar os restantes elementos na reservaTodos obrigatórios para reserva com a transavia.com>NM1TICKETING/LIGHT MR>[email protected]>AP> FPCCVIXXXXXXXXXXXX1111/1214*CV123/HTICKETING LIGHT>TKOK

• PNR depois de encerradoTodos obrigatórios para reserva com a transavia.com>ER--- RLR --- RP/LISP22118/LISP22118 CB/SU 18APR14/1210Z 6UK8ZF 1.TICKETING/LIGHT MR 2 HV5986 N 12JUN 4 LISAMS HN1 2 0910 1305 3 AP LIS 00 351 21 3213090 - AMADEUS TESTES - A 4 APE [email protected] 5 TK OK18APR/LISP22118 6 FP CCVIXXXXXXXXXXXX1111/1214*CV/HTICKETING LIGHT >

>RLRP/LISP22118/LISP22118 CB/SU 18APR14/1210Z 6UK8ZF HV/ >

Nota: Emitir as reservas logo após o EOT de forma a garantir que os lugares, as tarifas e os serviços sejam confirmados pela transavia.com e o localizador da companhia seja devolvido.

• Tarifar um PNRO preço com a transavia.com é sempre devolvido em Euros e com as despesas de cartão de crédito adicionadas.

>FXPFXP01 TICKETING/LIGHT MR ------------------------------------------------------------ AL FLGT BK T DATE TIME FARE BASIS NVB NVA BG LIS AMS HV 5986 N 12JUN 0910 NHVBC EUR 26.79 12JUN14LIS HV AMS26.79EUR26.79END EUR 1.90SA EUR 13.21SA EUR 41.90 EUR 10.00 AIRLINE FEES EUR 51.90 TOTAL INSTANT ISSUANCE REQUIRED FOR THIS CARRIER PRICED VC HV > PAGE 2/ 2 >

• Um elemento SVC é adicionado ao PNR e uma TST e TSM são criadas--- TST TSM RLR --- RP/LISP22118/LISP22118 CB/SU 18APR14/1333Z 6UK8ZF 1.TICKETING/LIGHT MR 2 /SVC HV HK1 CCCH LIS 18APR 3 HV5986 N 12JUN 4 LISAMS HN1 2 0910 1305 4 AP LIS 00 351 21 3213090 - AMADEUS TESTES - A 5 APE [email protected] 6 TK OK18APR/LISP22118 7 FP CCVIXXXXXXXXXXXX1111/1214*CV/HTICKETING LIGHT 8 FV PAX HV/S3 >

• SSR (SPECIAL SERVICE REQUEST)Poderá, se desejar, adicionar um serviço (GGAIRHV). >SRXBAGHV–KG15PC5/S3--- TST TSM RLR --- RP/LISP22118/LISP22118 CB/SU 18APR14/1340Z 6UK8ZF 1.TICKETING/LIGHT MR 2 /SVC HV HK1 CCCH LIS 18APR 3 HV5986 N 12JUN 4 LISAMS HN1 2 0910 1305 4 AP LIS 00 351 21 3213090 - AMADEUS TESTES - A 5 APE [email protected] 6 TK OK18APR/LISP22118 7 /SSR XBAG HV HN1 KG15 PC5/S3 8 FP CCVIXXXXXXXXXXXX1111/1214*CV/HTICKETING LIGHT 9 FV PAX HV/S3 >

• Tarifar o serviçoPara obter o preço do serviço, o itinerário já deverá estar tarifado.

>FXGFXG PASSENGER PTC ---------------------------------------- OC SRV NP PR FLGT DATE (EUR)FARE TAX TOTAL 01 TICKETING/LIGHT ADT 988 CCCH 1 HV 18APR EUR10.00 EUR10.00 0AA XBAG 1 HV5986 12JUN EUR15.00 EUR15.00 >

• Emissão Bilhete e serviços devem ser emitidos ao mesmo tempo.

>TTP/TTM/RT--- TST TSM RLR --- RP/LISP22118/LISP22118 CB/SU 18APR14/1340Z 6UK8ZF 1.TICKETING/LIGHT MR 2 /SVC HV HK1 CCCH LIS 18APR 3 HV5986 N 12JUN 4 LISAMS HK1 2 0910 1305 4 AP LIS 00 351 21 3213090 - AMADEUS TESTES - A 5 APE [email protected] 6 TK OK18APR/LISP22118 7 /SSR XBAG HV HK1 KG15 PC5/S3 8 FA PAX 979-2403080631/LTHV/EUR41.90/18APR14/LISP22118/0000000 0/S3 9 FA PAX 979-8203050001/LTHV/EUR10.00/18APR14/LISP22118/0000000 0/S2 10 FA PAX 979-8203080637/LTHV/EUR15.00/18APR14/LISP22118/0000000 0/E7 11 FB PAX 0800000017 TTP/TTM/RT OK DOCUMENTS ISSUED/S3 12 FB PAX 0800000017 TTP/TTM/RT OK DOCUMENTS ISSUED/S2 13 FB PAX 0800000017 TTP/TTM/RT OK DOCUMENTS ISSUED/E7 14 FM PAX *C*0.00/S3 15 FP CCVIXXXXXXXXXXXX1111/1214*CV/HTICKETING LIGHT/N12321 16 FV PAX HV/S3 >

Nota1: Após a emissão no PNR aparecem Itinerário e serviços confirma-dos, a autorização do Cartão de Crédito e o Localizador da companhia fica visível.Nota2: Para segmentos Transavia France (TO), a companhia validadora será a Transavia (HV) com o código numérico 979.

• Visualizar o relatório de vendas Está disponível um relatório de vendas transavia.com em que os bilhetes não são reportados ao BSP.

>TJQ/SOF/T-HV

AGY NO - 00000000 QUERY REPORT 18APR CURRENCY EUR OFFICE - LISP22118 SELECTION: AGENT - 0011CB 18 APR 2013 --------------------------------------------------------------------------- SEQ NO A/L DOC NUMBER TOTAL DOC TAX FEE COMM FP PAX NAME AS RLOC TRNC --------------------------------------------------------------------------- 000004 979 8203050001 14.01 0.00 0.00 0.00 CC BERNARDE CB 6UK8ZF EMDS 000005 979 8203080637 11.00 0.00 0.00 0.00 CC BERNARDE CB 6UK8ZF EMDA 000006 979 2403080631 36.99 0.00 0.00 0.00 CC BERNARDE CB 6UK8ZF TKTT >

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Nos países da GCC (Gulf Cooperation Council) a popu-lação é mais jovem, mais rica e familiar, face a outras regiões do mundo e este comporta-mento demográfico irá impulsionar uma

mudança para novas tecnologias, de acordo com o novo relatório comissionado pela Amadeus, Shaping the Future of Travel in the Gulf Coope-ration Council (GCC): Big Travel Effects.À medida que vai crescendo, a população GCC mais jovem irá renovar a indústria das viagens na região ao longo dos próximos 15 anos. Sen-do nativos digitais, irão direcionar-se por uma vertente de tecnologias mobile e social media, de modo a planear, reservar e gerir as viagens. Atualmente mais de 25% da população GCC tem menos de 15 anos e sendo os decisores do futuro, irão provocar alterações nos comportamentos tradicionais dando origem a comportamentos cada vez mais autónomos. Segundo o relatório da Frost & Sullivan e pela Insights, forças adicionais de-mográficas estão a aparecer com o fluxo constante de trabalhadores expa-triados, com o vigoroso crescimento natural da população e com o aumento da classe média, o que vai culminar no aparecimento de um novo e divergen-te conjunto de comportamentos nas viagens e necessidades da região.Para Antoine Medawar, Vice President, MENA, Amadeus “a região do Golfo está pronta para uma nova era de viagens, com o investimento em infra-estruturas, com novos setores de turismo e com iniciativas governamentais de modo a facilitar o movimento intra e extra-regional, a GCC torna-se mais cativante para negócios e lazer”, destacando que “Os agentes de viagens que se focam nas variantes, nas necessidades da população e região, estarão em prospeção durante as próximas décadas”.O estudo conclui que produtos como cruzeiros, eventos, conferências e turis-

mo medicinal, estão a desempenhar um papel de destaque na diversificação da economia na GCC, o que tem resultado num PIB médio acima dos 5%, na passada década, com um

maior aumento esperado no futuro. O turismo terá um efeito trickle-down em outros setores,

promovendo o crescimento económico e a diversi-ficação. A hotelaria e a construção serão beneficiados

com o aumento do número de passageiros que entram ou passam pela região. O Qatar espera 3,7 milhões de turis-

tas em 2022 devido à organização do Mundial da FIFA e investiu 20 mil milhões de dólares em infraestruturas turísticas e 140 mil milhões em transportes.Os países que fazem parte da GCC estão também a trabalhar para facilitar as viagens na região, tanto locais como para o estrangeiro. A dificuldade de obtenção de visto tem sido a principal razão para 33% dos viajantes não fa-zerem as viagens tão frequentemente como gostariam. Ao melhorar a acessi-bilidade à região e ao exterior, o número de passageiros intrarregionais deverá aumentar quatro vezes até 2030. “Viajar na região do Golfo está a mudar. A diversificação económica e a deslocação do petróleo é um importante fator, mas há outros também em causa. Mudanças na população e a pressão geopolítica para abrir fronteiras e tornar as movimentações mais acessíveis estão a causar impacto no futuro das viagens aqui” disse Mona Faraj, Managing Partner, Insights. l

Gulf Cooperation CouncilMudanças demográficas

alteram perfil das viagens

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Caderno Amadeus

Notícias Mudanças demográficas alteram indústria das viagens na Gulf Cooperation Council

“Os países que fazem parte da GCC estão também

a trabalhar para facilitar as viagens

na região”

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Estudo ‘Thinking like a retailer: Airline merchandising’

Classificação A+ pela Global Reporting Iniciative

Amadeus integra projeto Tourism Think Tank

AHP e Amadeus assinam protocolo de colaboração A AHP - Associação da Hotelaria de Portugal e a Amadeus Portugal, parceiro tecnológico para a indústria de viagens e turismo assinaram recen-temente um protocolo de colaboração que visa estreitar as relações entre as duas organizações. Assumindo o compromisso de desenvolvimento do setor, através do protocolo, a Amadeus passa a integrar o projeto “Tourism Think Tank” e o Hotel Buyers Índex, estando ainda previsto um evento conjunto sobre tecnologia e distribuição.Luís Veiga, presidente da AHP, considera que “esta parceria resulta do trabalho constante que a associação tem vindo a desenvolver no sen-

Personalização dos serviços aumenta receitas às transportadoras O estudo ‘Thinking like a retailer: Airline merchandising’ comissionado pela Amadeus indica que a personalização é essencial para que as companhias aéreas aumentem as receitas provenientes das suas estratégias de merchan-dising, podendo vir a aumentar a despesa média por passageiro entre os 30 e 35 euros, através de pacotes personalizados.O relatório, realizado pela Frost & Sullivan e que tem por base entrevistas com executivos seniores de companhias aéreas e uma pesquisa em mais de 300 passageiros de negócios e lazer, destaca que para gerar receitas através de serviços auxiliares, as companhias aéreas devem competir com as agências de viagens no foco em dados de clientes, utilizando as informações recolhidas dos seus clientes de forma mais eficaz.As transportadoras, diz o estudo, devem utilizar os dados dos clientes para cria-rem um único perfil de cliente unificado, o que lhes permite ajustar as técnicas de negociação de acordo com os horários e rotas de cada passageiro. A combi-nação de uma melhor gestão de dados e maior conhecimento do consumidor irá aumentar a relevância da oferta, a taxa de conversão e a receita.

Amadeus publica o seu primeiro Global ReportO Global Report 2013 da Amadeus traduziu a sua visão a longo prazo da inovação e o seu compromisso para moldar o futuro das viagens de forma sustentável. O relatório integra o conteúdo do antigo relatório Anual e relatório de Sustentabilidade, contendo uma ampla variedade de dados e informações sobre as operações e atividades da empresa durante 2013.O objetivo da Amadeus é moldar o futuro das viagens através das soluções tecnológicas de modo a ajudar a indústria a crescer com sucesso. A persona-lização, a conectividade e a sustentabilidade são fatores fundamentais para atingir este objetivo: no futuro, os passageiros vão exigir mais dos seus forne-cedores de viagens, desde a personalização dos seus próprios itinerários, até à redução do impacto social e ambiental nas suas atividades.Como parceiro tecnológico líder na indústria das viagens, a Amadeus aposta em oferecer soluções inovadoras aos seus clientes e por isso, em 2013, a em-presa investiu 16,5% da sua receita em I&D e lançou uma gama de soluções

tido de reforçar a competitividade do turismo nacional pela sinergia de todos os players do mercado, naquele que é o mais importante setor exportador do nosso país. Este protoco-lo permitirá, também, aumentar a notoriedade dos nossos associados no mercado nacional e internacional”. Miguel Quintas, General Manager da Amadeus Portugal, acrescenta “num mercado cada vez mais relacional é fundamental para a Amadeus trabalhar em rede com todos os seus parceiros. É esse o objetivo deste acordo, o qual nos permite

criar ações comerciais e institucionais cruzadas com uma das associações mais ativas do nosso setor turístico.”

Com base nas respostas dos inquiridos, o relatório encoraja as companhias a desenvolverem estratégias de merchandising integradas, que levem em conta o impacto na época, as técnicas, o canal, o serviço e o preço.O estudo indica ainda que as transportadoras aéreas devem reconhecer que a sua relação com os clientes não termina quando o avião aterra, pois para 25% dos passageiros, o melhor momento para considerar a oferta adicional é quando chega a casa e começa a pensar na sua próxima viagem. Outra con-clusão do estudo identifica ainda a otimização da interface do utilizador, as notificações por e-mail de inteligência contextual, promoções e acordos com terceiros, notificações push e pacotes de valor agregado como as técnicas de merchadising mais importantes.O estudo revela ainda que 79% dos passageiros preferem adquirir serviços adicionais diretamente às companhias aéreas e que no canal Internet a impor-tância do mobile está a aumentar rapidamente. No que diz respeito às tarifas especiais (branded fares e fare families) as companhias aéreas devem eliminar a complexidade e explicar claramente o valor de cada pacote, sendo a compra de ofertas adicionais maior no momento da reserva.

pioneiras, entre as quais se destaca o lançamento do portfólio Amadeus Travel Intelligence, cujo objetivo é ajudar a indústria a tirar partido dos avanços tec-nológicos e analíticos para transformar dados brutos em informações úteis; o Amadeus AirPlus Travel Agency Card, solução de pagamento virtual; a VisitEu-rope, uma app para a European Travel Commission que incorpora a Amadeus’ innovative online search.A Amadeus continua com o seu compromisso de responsabilidade social tendo em 2013, com trabalho voluntário dos seus funcionários e lançado o projeto de micro-bolsas em colaboração com a UNICEF’s children..Do ponto de vista ambiental, os esforços da Amadeus concentram-se em oti-mizar as suas operações e desenvolver soluções que ajudam a reduzir o impac-to ambiental e continua a trabalhar no setor, em parceria com a International Civil Aviation Organisation (ICAO), para padronizar o cálculo das emissões de carbono nas iniciativas da indústria de aviação.O Amadeus Global Report teve nota A+ pela Global Reporting Initiative (GRI).

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breves Notícias

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Notícias Breves

Novo acordo inclui a tarifa básica e serviços complementares

Relatório Amadeus “IT makes sense to share”

Amadeus distribui todas as tarifas publicadas pela GermanwingsA Germanwings e a Amadeus anunciaram um novo acordo que permitirá à companhia aérea alemã distribuir as suas tarifas publicadas e os seus ser-viços complementares, mais requisitados, através das agências de viagens.A partir de setembro, as agências de viagens poderão oferecer aos clientes opções de viagens como as tarifas budget, standard e comfort da Ger-manwings; os voos diretos e os que operam por outra companhia; e uma gama mais ampla de opções extra. As tarifas disponíveis são a BASIC, SMART e BEST. A primeira é uma tarifa económica que inclui o voo, a baga-gem de mão, as milhas e que não pode ser combinada com as outras com-panhias aéreas. Esta tarifa será incorporada pela primeira vez no sistema de reservas da Amadeus e apenas se poderá reservar via Light Ticketing. As opções SMART e BEST podem ser reservadas tanto via Light Ticketing como full e-ticketing. A SMART é uma tarifa standard que inclui o mesmo que a tarifa económica, além de uma seleção de serviços complementa-res. A BEST é uma tarifa superior e de maior valor, dirigida especialmente

Cloud irá transformar a experiência no aeroportoSegundo o relatório “IT makes sense to share: making the case for the cloud in Common Use airport technology“ lançado pela Amadeus, os aeroportos sentem cada vez mais a necessidade de mudarem para sistemas de nova geração em cloud, para melhorarem a eficiência operacional. As crescentes pressões comerciais, tanto das partes interessadas como de concorrentes, significam que os aeroportos devem fazer um uso mais efi-ciente dos recursos de TI de modo a operarem de uma forma mais eficaz e colaborarem mais com as companhias aéreas, enquanto procuram fontes de receitas alternativas para se manterem competitivos. O documento indi-ca que modernizar as abordagens para os sistemas de Uso Comum é um caminho para atenuar esses desafios num mundo com acesso aos mais recentes modelos de computação em cloud.Apesar de alguns aeroportos terem dúvidas decorrentes de preocupações so-bre a capacidade de resistência, privacidade, segurança e risco - questões que os servidores de cloud abordaram como uma prioridade - o estudo destaca que a indústria está pronta para adotar a próxima geração de soluções de Uso Comum para maximizar o desempenho operacional e comercial do setor .

Migração para a Amadeus PSS solution

SWISS e AMADEUS assinam acordo de longo prazo para o uso do AltéaA Amadeus e a Swiss International Air Lines, companhia aérea suíça, anunciaram um acordo estratégico com duração prevista de 10 anos, através do qual a companhia irá passar adotar os principais módulos do Amadeus Altéa Suite, a fim de melhorar as suas reservas, inventários e processos de controlo de partida.Com a migração para a Amadeus PSS solution, a SWISS também bene-ficiará de um acesso otimizado a dados precisos sobre os passageiros e voos, uma vez que outras companhias aéreas do Grupo Lufthansa, Air

Dolomiti e Austrian Airlines, já adotaram as soluções Altéa da Amadeus.Esta integração irá proporcionar também uma experiência de viagem mais fluida para os passageiros que viajam com diferentes companhias aéreas do Grupo Lufthansa e ainda aumentar as oportunidades de cola-boração com outras companhias aéreas, especialmente aquelas perten-centes à Star Alliance.A mudança da SWISS para os módulos Altéa Reservation e Inventory está prevista para o início de 2016, enquanto que a migração para o módulo Departure Control será em meados do mesmo ano.

a passageiros de negócios, mas que também é atrativa para os turistas. Inclui o voo e uma gama mais alargada de serviços complementares tais como a bagagem de porão, o catering por carta a bordo, a preferência por lugares em filas dianteiras com um assento livre ao lado, serviços prioritá-rios em terra, assim como acesso à sala reservada da companhia aérea. Também estarão disponíveis as tarifas flexíveis, SMART Flex e BEST Flex, que permitem aos viajantes alterar ou cancelar uma reserva de voo, sem penalização, mesmo à última hora. Com este acordo, a Germanwings torna-se na primeira companhia aérea que também permite reservar toda a sua gama de tarifas publicadas me-diante o procedimento de Light ticketing, e a primeira a oferecer as duas modalidades de processamento de bilhetes aos seus agentes de viagem. O Light Ticketing é uma melhoria introduzida exclusiva da Amadeus no seu sistema que permitirá às agências de viagens reservar companhias aéreas regulares e híbridas com o mesmo processo utilizado na reserva de companhias aéreas convencionais, mesmo quando usada por uma interface avançada, como tecnologia XML.

Entre as conclusões do relatório, destaque para a tecnologia de Uso Co-mum ter evoluído pouco desde a criação em 1984, do Common Use Termi-nal Equipment (CUTE) que se mantém como mais popular do que o Com-mon Use Passenger Processing System (CUPPS), muito mais recente, criado em 2009. Os aeroportos entrevistados consideram essas plataformas ul-trapassadas, inflexíveis, complexas, lentas, volumosas e pouco rentáveis, o que afeta todo o ecossistema do aeroporto, havendo por isso, margem para melhorias.A tecnologia de cloud tem-se desenvolvido rapidamente nos últimos anos. Desde que o CUPPS foi implementado pela primeira vez, novas tecnologias, como a virtualização de aplicativos que melhoraram consideravelmente as redes, e novos dispositivos móveis, tornaram viável a transição para a cloud.A tecnologia de cloud tem o potencial de revolucionar os sistemas aeropor-tuários. Os benefícios incluem a redução dos custos de hardware e manu-tenção, poupança de espaço físico em resultado da remoção de servidores, a certificação simplificada e flexibilidade da localização para processar o check-in de passageiros e embarque, ajudando como resultado os aeropor-tos e companhias aéreas a melhorarem o serviço de passageiros.

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26 Tecnologia Bitcoins, o princípio de uma mudança

BitcoinsO princípio de uma mudança

Para sermos sinceros, quando abrimos a ‘passarelle’ de pagamen-tos nesta moeda virtual pensei que iríamos demorar pelo menos uns quinze dias até registarmos as primeiras operações. A surpre-sa chegou quando após quatro horas entrou a primeira compra:

um cidadão polaco pagou 2.197,3 milibitcoins (mBTC), ou seja, cerca de 1.280 euros, um pacote de voo mais hotel. Não podia acreditar, pensei que era uma partida dos nossos programadores! Desde então, pratica-mente todos os dias recebemos reservas em BTC e acreditamos que é porque a comunidade de bitcoins está a ganhar confiança na moeda e em nós. Hoje em dia podem comprar-se voos, reservas hoteleiras, paco-tes de voo+hotel e bilhetes de comboio com a Renfe e, pouco a pouco, iremos ampliar a base de produtos disponíveis em BTC. Muitos perguntaram-me como é que nós decidimos embarcar no mundo das moedas virtuais, um mercado de nicho, volátil e desconhecido para a

grande maioria. Tenho de admitir que eu também não tinha ouvido falar muito do bitcoin até há um ano, mas quando o ouvi a um dos nossos programadores, a curiosidade mordeu-me e pus-me a investigar. Sempre fui fascinado por tudo o que rodeia o dinheiro enquanto conceito, a sua evolução, como passou de moeda a papel, os impérios financeiros… por isso, meter-me no mundo bitcoin foi quase um entretenimento. Para os que ainda não sabem muito bem do que é que estamos a falar, pode resumir-se que o bitcoin é uma moeda virtual fruto de um algoritmo P2P que se troca de forma anónima entre computadores. Apareceu pela primeira vez em 2009, quando um grupo de pessoas, sob o pseudónimo Satoshi Nakamoto, publicou um protocolo baseado em criptografia de chave pública. Não é cotada num mercado oficial, nem está controla-da por um regulador. Ou seja, não tem um banco central por trás para usar. Por isso foi batizado como dinheiro dos cidadãos. Como vantagem:

Alemães, italianos, suecos, israelitas, tailandeses, espanhóis, polacos, brasileiros… e assim por diante até 23 nacionalidades de viajantes confiaram na Destinia para pagar as suas férias em bitcoins. A receção por parte da comunidade turística está a ser espetacular. Uma aventura que começou em janeiro passado e da qual estamos hoje muito orgulhosos.

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27Bitcoins, o princípio de uma mudança Tecnologia

é eficiente, seguro e fácil de trocar. Quando se realizam compras

com o bitcoin não é necessário revelar informação sensível como números de cartões de crédito ou a conta bancária, portanto não existe risco de que esta informação seja roubada. E como também não exige intermediários fi-

nanceiros, não são cobradas taxas adicionais. Atraente não

é verdade?O bitcoin é, pelo menos gosto de

pensar assim, o início de uma mudança, de uma revolução. É verdade que é um mer-

cado que atualmente levanta muitas questões, mas jul-ga-se esta moeda virtual com a mentalidade e os olhos do presente e não com uma visão do futuro. E no futuro os meios de pagamento serão diferentes. Irão chamar-se ou não, bitcoins, mas a moeda virtual será um claro pro-tagonista e nós, na Destinia, queremos estar preparados para quando essa mudança ocorrer. Por isso decidimos abrir uma via para a utilização de uma moeda que é fácil de comprar e de vender mas que, de momento, não é tão fácil de gastar. Apesar de se estimar que haja perto de 60 mil comércios no mundo que aceitam os bitcoins, fomos pioneiros na indústria do turismo e viagens.Gosto de fazer o paralelismo entre a Internet e o bitcoin e recordar as palavras de um sábio como Mahatma Gan-dhi: “Primeiro rir-se-ão de ti; depois, ignorar-te-ão, depois lutarão contra ti e no final, tu ganharás” [First they ignore you, then they laugh at you, then they fight you, then you win]. É certo que o mestre pronunciou-as num contexto muito diferente ao que agora utilizo, mas ilustra perfeita-mente um comportamento do ser humano. Quando apa-rece algo desconhecido, a reação natural do Homem é o medo e a resistência à mudança. Aconteceu com a Inter-net, e eu senti-o na pele, e agora acontece com o bitcoin.Passo a explicar, quando há 15 anos o meu sócio e eu começámos com isto da Internet, até os amigos se ri-ram. Estão a perder tempo, diziam. E quando lançámos a empresa em 2001, a concorrência turística simplesmente nem nos olhava. A seguir veio uma espécie de apocalipse: que a Internet era a origem de todo o mal, que ias ser roubado se compravas na net, que isto e aquilo… Mas no final, a Internet venceu: chegou para ficar e revolucionou as nossas vidas, a forma como fazemos negócios… tudo! Nesta mudança de modelo, a indústria financeira tem fi-cado sempre para trás, protegida pela complexidade de um sistema no qual é difícil entrar (e de entender). Mas agora, o ataque chega de uma frente inesperada: o bit. O bitcoin não é a primeira moeda virtual nem será a última, mas conseguiu deixar nervosos os sistemas centrais de países como Estados Unidos, Europa, Rússia ou China. Uns regulam-na como propriedade, não como divisa, ou-tros proíbem-na… Têm medo! É curioso, porque apenas cerca de 4% de todo o dinheiro em circulação no mundo é

físico, o resto são meros lançamentos contabilísticos. Va-mos lá, antes da chegada do bitcoin, o dinheiro em papel e moeda já estava a começar a desaparecer. Mas o mais importante a meu ver é que o dinheiro tem sido e é uma questão de confiança, desde o início dos tempos. Mas que tipo de confiança inspira uma divisa que não está respaldada por nenhum Banco Central e sobre a qual se conhecem notícias de roubos e comércio ilegal? Em Espanha, antes da criação do Banco de Espanha ori-ginal, no final do século XVIII cada banco comercial emi-tia o seu papel-moeda e este era aceite ou não como meio de pagamento por muitos credores em função da solvência do emissor. Em tempos mais próximos, muitos países fracassaram na sua política monetária e adota-ram o dólar, por exemplo, como moeda de referência. E eu não posso abstrair-me da minha própria experiência, quando em criança não precisávamos de moedas para

comprar: em Núbia praticavam-se as trocas de bens. Se pensarmos bem, o dinheiro não é mais do que o valor que lhe atribuem os usuários. Aí radicará o êxito ou não do bitcoin. l

Amuda Goueli, CEO de Destinia

o bitcoin é

uma moeda virtual fruto de um algoritmo P2P que se troca de

forma anónima entre computadores

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O leitor tem o mais belo trabalho do mundo. Lidera uma empresa que conecta vidas, cria experiências únicas e partilha as maravilhas do mundo com um número crescente de pessoas. Mas provavelmente, não passa um dia sem que alguém lhe diga que o seu negócio está a ficar ultrapassado. Particularmente os consultores que afirmam que tudo vai mudar e que precisa de agir já. Esses são os piores.

Modelo de Negócio DisruptivoCansado de ouvir que

está a ser ultrapassado? Não leia mais.

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28 Análise Cansado de ouvir que está a ser ultrapassado? Não leia mais

Quando a escala já não é soluçãoSempre que qualquer combinação de características do cliente, tecnologia ou legislação está em constante mudança, de repente o Leitor pode estar a liderar um negócio bem sucedido, mas que

precisa de reinventar-se. Rápidas mudanças nas condições do mercado são um forte incentivo para que novas start-ups entrem em mercados existentes, colocando a sua empresa sob crescente pressão competitiva. Se estas start-ups são capazes de oferecer substitutos de menor custo e menor qualidade para propostas de valor existentes em segmentos de mercado de menor mar-gem, a disrupção está a bater à sua porta. Sim, leu bem, três vezes ‘menor’. Quando a disrupção o assalta, aumentar a escala, os níveis de qualidade e os orçamentos de marketing, não é solução. Tampouco é esperar pela recupera-ção económica ou focar-se unicamente em mercados emergentes. Então, o que é que deve fazer? Poderia ter evitado que isso acontecesse? E como pode conduzir a sua empresa para um futuro sustentável? Nas palavras de Bob Dylan, o que fazer quando «the times they are-a changin’»...

Fragmentação e pontos de ruptura requerem uma liderança ágil, rápida e precisa Os mercados de viagens e de lazer estão a mudar incrivelmente rápido. Via-jantes, tanto de economias emergentes quanto de economias desenvolvidas,

vêem facilitada a sua necessidade eterna de destinos e experiências únicas a preços acessíveis. Companhias aéreas de baixo custo têm adicionado ro-tas para os seus destinos. As reservas têm migrado para os canais online e móveis. O social travel está-se a tornar um negócio florescente, embora por grupos-alvo muito mais fragmentados: os nichos de mercado serão o novo mercado de massas. A Airbnb (fundada em 2008) demorou quatro anos a atingir 4 milhões de hóspedes e só levou menos de um ano para servir mais de 5 milhões. É a combinação imbatível de um boom global em demografia e o ponto de inflexão do serviço omnicanal. Neste contexto, a escala e a falta de rapidez são desvantagens estratégicas. O Leitor precisa de ser ágil, rápido e preciso. Ágil para que possa experimentar, falhar e tentar novamente. Rápi-do para que possa manter a adaptação às constantes mudanças. E preciso, para minimizar a canibalização dos fluxos de receita existentes pelos novos modelos de negócio e propostas de valor. Não é fácil, porém. E nunca será.

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Modelo de Negócio DisruptivoCansado de ouvir que

está a ser ultrapassado? Não leia mais.

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Cansado de ouvir que está a ser ultrapassado? Não leia mais Análise

Companhias aéreas tradicionais

e agências de viagens sociais terão de encontrar

melhores formas de agregar valor a um

preço razoável.

XXI vão querer ir. E é aí que eles vão ter a necessidade de serviços.

É melhor ser transparente, social e pessoal. A co-

meçar já.

Em suma Viagens e lazer sempre foram ati-vidades sociais. Agora chegou o

momento de as companhias aéreas

e agências de viagens desenvolverem serviços

que acolhem nichos de mer-cado em grande escala. Esteja ao

seu serviço dos viajantes e eles vão espa-lhar a palavra para si em todo o mundo. Ser apa-nhado numa disrupção é desafiador e frustrante, com certeza. “Surfar a onda”, não obstante, é tão inspirador quanto é gratificante. l

Ouke ArtsPartner Thaesis

modelos de afiliados são apenas sustentáveis se o consumidor receber alguns dos benefí-cios, torna-se necessá-rio um serviço mais orientado para os desejos e orçamen-tos pessoais dos viajantes. A inevi-tável transparência nas viagens resul-tará em ciclos ainda mais rápidos de des-contos por reservar com antecedência e ofertas de última hora. Em resposta, os serviços nas comunidades locais serão posicionados como um premium. As comunidades locais tornar-se-ão intermediários de viagens e status stories tornar-se-ão o coração de qualquer atividade de marketing. As comunida-des locais de todo o mundo estão ligadas atra-vés das redes sociais e os destinos consolidados serão substituídos pelos destinos não tweetados ou não publicados. É onde os viajantes do século

Atualmente a lei viabiliza o acesso à atividade das

agências de viagens a pessoas coletivas, sem exigir

um capital social mínimo, e a pessoas singulares

Modelo de negócios disruptivoParceiros

ParceirosAfiliados

ComunidadesLocais

Redes Sociais

Custos operacionais e de marketing mais

elevados

Estrutura dos custos

Custos de entrada mais baixos

Custos de transação mais baixos

OperaçõesDesenvolvi-mento do serviço

Marketing

Atividades estratégicas

Recursos estratégicos

Staff Operacional

ConcessõesAcredi-tações

Reputação

Marca

Network nas comu-

nidades locais

Proposta de valor

Destinos

Experiências

Serviços em Comunidades

Locais

Relações com clientes

Redes Afiliadas

“Status stories” (Redes Sociais)

Canais

Online e mobile

Comunidades locais

Mercados de massas

Nichos de mercado

Segmentos

Canais de Receitas

Receitas mais baixas, provenientes

de transações

Receitas mais altas, provenientes de

serviços

fonte: http://www.slideshare.net/oukearts/10-disruptive-business-models-thaesis-and-trendwatching

Modelo tradicionalModelo disruptivo

Os clientes anseiam uma empresa de viagens transparente, pessoal e socialO on-line e móvel reduziram os custos de entrada e custos de transação, mas a promessa de trans-parência ainda não foi totalmente entregue. As tarifas aéreas tornaram-se muito mais dinâmicas e, portanto, quase inescrutáveis. Taxas de hotel, taxas de reserva e comissões são cada vez mais frustrantes para os viajantes que estão à procura de um negócio justo. Com mais de 500.000 re-servas por dia, a Booking.com enfrenta cada vez mais críticas por, na verdade, limitar a concorrência de preços, em vez de aumentar a concorrência e baixar os preços. No entanto, o preço só permane-cerá um fator de diferenciação para os grupos de rendimento mais baixo. Por causa da falta de con-fiança, as companhias aéreas de baixo custo e as agências de viagens tradicionais serão ultrapassa-das pelos seus pares mais sociais e centradas no cliente. A Touristlink e a Wanderfly (adquiridas pela TripAdvisor) são grandes exemplos no uso de in-formação de viagens mais pessoal e peer-to-peer. Companhias aéreas tradicionais e agências de via-gens sociais terão de encontrar melhores formas de agregar valor a um preço razoável. Como os

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InsightsO futuro das viagens e turismo10

10 Insights O futuro das viagens e turismo por Dimitrios Buhalis

CocriaçãoA cocriação acontece com organizações/empresas mas também com os outros. Foco na experiência do consumidor e encoraja uma maior interatividade por parte do cliente.

UsabilidadeComandos intuitivos. Teremos máquinas que iremos

usar e podemos comandar de forma intuitiva.

Tradução/ interpretaçãoO computador traduz e interpreta automaticamente. Poderá traduzir numa linguagem e interpretar noutra diferente. A ideia é compreender o ambiente em redor. Trata-se de agilidade e inteligência.

Personalização e individualização

Todas as máquinas entendem o que eu gosto e não gosto e utilizam a informação de acordo

com os meus interesses.

Interoperabilidade e portabilidade de perfilTodas as máquinas comunicam umas com as outras. Significa que quando saio, a máquina sabe que vou sair, a porta abre e o meu carro liga-se.

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Strategist e eTourism

Innovator - Professor e Diretor eTourism Lab

na Bournemouth University

O futuro das viagens e turismo por Dimitrios Buhalis 10 Insights

TelepresençaSignifica que está aqui mas também está ali. A localização física desaparece e nós estaremos em múltiplas localizações.

Realidade aumentadaImposição de informação (virtual) em tempo real numa

imagem. Dar muita informação sobre o que está à nossa frente.

SoCoMo MarketingÉ sobre Social Media, conhecimento de contexto e dispositivos móveis. Significa que sei onde está, que posso dar o nome de cinco restaurantes nessa localização e quais os amigos que estão perto.

Proativo e reativoProativo é compreender o que está a acontecer e

predizer o futuro. É aprender mais com base no conhecimento que se tem da pessoa.

Serviço em tempo real e o serviço do agoraCompreender o que está a acontecer no momento e responder aos clientes em tempo real.

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32 Lifestyle Digital Detox

Se respondeu sim a qualquer uma destas perguntas, o mais certo é que seja um ‘digitólico’ e um sério candidato a uma desintoxicação tecnológica ou digital, uma espécie de tratamento para os viciados em tecnologia cujo princípio é retirar os aparelhos e ‘obrigar’ as pes-

soas a interagirem e a conviverem ‘à moda antiga’ e (re)criando laços.Não se trata de um movimento “antitecnologia”, ela está aí e chegou para facilitar-nos a vida, e ajudar a poupar tempo. Deixámos de pedir indicações para algum sítio ao senhor que está na esquina para puxarmos do telefone e guiar-nos pelo GPS ou Google Maps. A questão é que ao mesmo tempo que a tecnologia ajuda, também torna as pessoas reféns dela e o tempo que ajuda a poupar acaba por ser gasto em mais tecnologia, em vez de ser com a família ou amigos. A nova tendência surge para consciencializar as pessoas de que a tecnologia não é tudo o que se precisa para ter uma vida plena, serve o propósito de que existe vida além da tecnologia digital. O movimento pretende prevenir a sua utilização desmesurada e consequente dependência que em certos países está a ser ponderada como um problema de saúde pública.A dependência tecnológica está a tornar-se tão intensa que já há quem pague para fazer uma desintoxicação dos seus aparelhos. Por outro lado, e porque é uma dependência com os sintomas de abstinência de qualquer outro vício,

a experiência poderá deixar as pessoas ansiosas e renitentes. Um dos casos mais famosos de dependência tecnológica surgiu com a notícia de uma crian-ça de quatro anos que foi internada na clínica inglesa Capio Nightingale Clinic porque começou a ter comportamentos compulsivos sempre que lhe tiravam o iPad. Existem também estudos e experiências com jovens que preferem enviar sms, emails ou falar em chats em vez de falarem pessoalmente ou mesmo pelo telefone.O movimento é uma oportunidade para parar e pensar, mas também uma estratégia para utilizar a longo prazo. Não existe uma desintoxicação padrão, cada um saberá qual a que melhor lhe serve. A chave é estabelecer priori-dades e estar preparado para tomar decisões difíceis ou para lidar com as consequências.

Digital DetoxDesligar a ficha da tecnologia

Não consegue estar um dia inteiro sem o telemóvel, tablet ou computador, sem verificar o e-mail ou pesquisar algo na internet? Pertence ao grupo de pessoas que vai jantar fora e coloca o telemóvel ao lado do prato como se de outro talher se tratasse? Verifica sistematicamente os sms ou email no telemóvel mesmo que não tenha ouvido o aviso de nova mensagem?

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33Digital Detox Lifestyle

Os acampamentos de quatro dias acontecem anualmente, os próximos reali-zam-se em junho sendo os preços anunciados desde 570 dólares.Em Portugal existem locais onde é possível fazer-se uma desintoxicação tec-nológica, mas só por opção própria. Os clientes não são obrigados a largarem os seus aparelhos no check-in. São locais que não são vocacionados para a desintoxicação digital mas em que os clientes poderão sentir-se incentivados a desligarem os seus telemóveis até porque a rede é nula ou inexistente. Um deles é o Juicy Oasis Boutique Health Retreat & Spa, perto da Sertã. Um retiro de luxo de desintoxicação física e mental, tendo por base uma dieta de sumos naturais de fruta e vegetais.Mais a norte existe outro local onde a desintoxicação digital é pos-sível. Não há internet e a rede móvel é mínima. Chama-se Moinho do Maneio e fica em Penamacor, Castelo Branco. O conceito é “desligar a ficha”, promovendo a comu-nhão com a natureza e a família, diz Anabela Mar-tins, do Moinho do Maneio à Ponto Turismo. “Isto pelo local onde estamos inseridos, bem junto à Serra da Malcata, com uma ribeira por limite da nossa propriedade e um ambiente verda-deiramente campestre”. As três casas não possuem televisão ou in-ternet e o telemóvel não funciona dentro das mesmas, só no exterior, e em locais “estratégi-cos”, afastados das mesmas.“É esse o nosso conceito, que publicitamos nos vários suportes”. No entanto na casa onde moram, inserida no espaço do Moinho, existe internet porque há telefone fixo, sendo uma ligação limitada, em velocidade. A existência de telefone fixo ‘descansa’ os mais stressados e é dado o

acesso tanto ao telefone como à internet em casos urgentes. Segundo Anabela Martins, grande parte dos clientes que

os procuram, fazem-no precisamente por saberem que “essas modernices” não existem ali e por isso

irão desfrutar mais do descanso. Apesar de previamente serem informados das condições, alguns dos que chegam são apanhados de surpresa pelas condições ‘an-tidigitais’. Alguns ficam satisfeitos por isso acontecer, sobretudo por não haver rede de telemóvel. Outros nem tanto e ficam “aborre-

cidos” principalmente pela falta da televisão, mas, por norma, no final da estada acabam por

confessar que foi “uma experiência interessante, vi-ver sem a televisão”.

O cliente-tipo vai para o Moinho para relaxar, ler, namorar e usufruir da natureza. Especialmente se vier em família, que

aproveita para com ela usufruir sem terem a televisão pelo meio. l

Do lado da oferta a tendência que traça os limites à tecnologia começa a sur-gir um pouco por todo o mundo, sendo mais evidente na Ásia ou nos Estados Unidos onde existem unidades hoteleiras onde ‘telemóvel e afins não entram’ e organizações que promovem eventos e atividades onde a tecnologia não tem lugar.Casos desses são o Renaissance Pittsburgh Hotel que tem um pacote ‘digital detox’ em que as famílias/clientes entregam os seus aparelhos – laptops, te-lemóveis e todos os aparelhos digitais durante o check-in onde ficarão até ao final da estada. Antes da chegada os quartos para estes clientes são prepara-dos, sendo removidos a televisão, o telefone e o ihome dock station que são substituídos por jogos de tabuleiro e baralhos de cartas, lê-se na descrição do pacote no site do hotel que garante que é um dos pacotes mais populares.Mais exemplos são o Lake Placid Lodge, no estado de Nova Iorque, o Echo Valley Ranch & Spa na British Columbia, Canadá, o Via Yoga na Costa Rica ou o westin Dublin na Irlanda, entre outros. Além dos hotéis que podem promover este tipo de ‘reabilitação’, existem ou-tras organizações como o Digital Detox que realiza retiros em locais como a ilha de Koh Totang no Camboja, ou acampamentos de verão como o Camp Grounded, nos Estados Unidos, perto de São Francisco. Estes acampamentos inspirados nos dos escuteiros têm três regras de ouro: a tecnologia é proibida, os telemóveis são proibidos e falar de trabalho é proibido. O seu lema é “onde os adultos vão para desligar, fugir e ser criança novamente”.Neste acampamento a atualização do estado no Facebook, o twitter, o novo filtro do instagram dão lugar a atividades como jogos tradicionais, tiro com arco, observação de estrelas, ioga, música, pintura, etc. As dormidas são em tendas ou cabinas e as refeições são feitas em comu-nidade.

O movimento é

uma oportunidade para parar e pensar,

mas também uma estratégia para

utilizar a longo prazo

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#12 JUN/JUL 2014

34 Viagem de: Carlos Brighton

Carlos Brighton Viajar significa viver, aprender,

entender melhor o planeta em

que vivo

Ponto Turismo › Qual foi até ao presente, a viagem que mais o marcou na sua vida e o que foi que a tornou tão especial?Carlos Brighton › A viagem que mais me marcou foi a primeira que fiz à Índia. Era um viajante inexperiente nessa altura - princípio dos anos 80...- e fascinou-me ser confrontado com uma realidade de vida dificil-mente imaginável para mim, nesse tempo.

P. Turismo › Quando se propõe fazer uma viagem, quais são os critérios que o levam a escolher um determinado destino em detri-mento de outro?C.B. › Procuro normalmente uma cultura diferente, uma conceção de vida diferente daquela a que estou habituado, tentando assim, alargar a minha visão do mundo, e entender os diferentes pontos de vista sobre o mundo.

Ponto T. › Viajar é ‘viver’ durante um curto período de tempo numa outra cultura. É complicado adaptar-se à realidade local ou faz par-te da viagem?C.B. › Tenho grande facilidade em adaptar-me a outras culturas. Tento, dentro da medida do possível, viver à maneira do sítio onde estou, intera-gir com os habitantes locais, aprender algumas palavras da língua local, e, como sempre, os pratos locais.

Ponto T. › Como é que normalmente estrutura as suas viagens? São viagens programadas e organizadas ao milímetro ou gosta de ir um pouco à descoberta?C.B. › Normalmente programo a base da viagem, e localmente vou um pouco ao sabor da motivação. Tento ir o mais possível à descoberta, com as limitações que viajar com a minha filha mais nova, agora com 10 anos, impõem.

Ponto T. › O que é que significa para si viajar?C.B. › Viajar para mim significa viver, aprender, entender melhor o planeta em que vivo.

Ponto T. › Sendo uma pessoa ligada a viagens e por isso com um leque enorme de destinos já conhecidos, qual é a viagem que te falta fazer e porquê?C.B. › Tenho vários projetos em mente: o Peru (Machu Pichu), o Tibete, o Botão, as ilhas do Pacífico...enfim...Vou decidindo de acordo com as opor-tunidades e as circunstâncias... l

Tento, na medida do possível, viver

à maneira do sítio onde estou, interagir com os habitantes

locais

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Carlos Brighton Viajar significa viver, aprender,

entender melhor o planeta em

que vivo

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