Ponto Turismo 14

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TURISMO É UM DOS CAMPEÕES DA ECONOMIA #14 OUT/NOV 2014 €5 MINISTRO DA ECONOMIA ANTÓNIO PIRES DE LIMA 2 ANOS PONTO TURISMO OPINIÃO O comediante Nilton expressa o seu desejo de um dia ir a Portgal ANÁLISE Crowdsourcing, nova tendência para conseguir resultados 06 INSIGHTS O shark Mark Cuban revela os segredos para o êxito nos negócios

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TURISMO É UM DOS CAMPEÕES DA ECONOMIA

#14OUT/NOV2014 €5

MINISTRO DA ECONOMIAANTÓNIO PIRES DE LIMA

2 ANOS PONTO

TURISMO

OPINIÃOO comediante Nilton expressa o seu desejo de um dia ir a Portgal

ANÁLISECrowdsourcing, nova tendência para conseguir resultados

06 INSIGHTSO shark Mark Cuban revela os segredos para o êxito nos negócios

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3 Editorial

Na Liberdade Económica eu acredito!

“Só existe liberdade de escolha e debate crítico das alternativas num clima de paz social, o qual supõe um mínimo de estabilidade económica”

› Francisco Sá Carneiro

com ferramentas laborais, sociais, económicas e políticas organizadas neste contexto, seríamos seguramente mais competitivos, mais internacionais e mais orgulhosos. E de-certo que estaríamos neste momento a vender os nossos ativos em condições privilegiadas a parceiros estratégicos previamente definidos por cada setor. Mas isto são os “ses” a funcionar. A verdade é que temos a nossa realidade. E te-mos de (sobre)viver com ela. Daí que a lucidez de algumas afirmações do Ministro da Economia, perante as dificulda-des que atravessamos, deveriam alegrar o espírito a muito empresário do nosso setor. Eu, pessoalmente, agradeço. E portanto, faço questão de as destacar neste editorial e re-comendar a sua leitura, nomeadamente no que diz respei-to à privatização da TAP e aos números do turismo.

A Ponto faz 2 anos!Chegámos ao segundo aniversário e é, por si só, um motivo de celebração. A Ponto tem procurado saber o que pensam os principais “players” do nosso mercado (políticos, ONG’s e diretores das maiores empresas de turismo) e adicional-mente tem também procurado apresentar artigos que obri-guem os responsáveis do nosso setor a refletir. Esta última, em particular, é a nossa principal missão. Daí que, para mim, o décimo quarto número da Ponto é o melhor até hoje. Além da referida entrevista central com o Ministro da Economia, procurámos trazer até si uma ideia do Futurista Dr. Ian Yeoman, da Victoria University of Wellington, Nova Zelândia que nos põe a pensar sobre como será o turismo nos próximos (longos ainda) anos. Procurámos explicações junto de David Bratvold, fundador da Daily Crowdsource, para potenciar o seu negócio e ainda trouxemos seis “in-sights” do “Tubarão” Mark Cuban (do programa Shark Tank da cadeia ABC).Finalmente destacaria a entrevista do caderno Amadeus, com o diretor do Grupo UTC – António Neto – a explicar como lidera o seu negócio de DMC. Espero que gostem.Até daqui a dois meses e… boa leitura!

Miguel QuintasDiretor Geral

O Governo está do lado dos que querem dinamizar a economia” diz o nosso Ministro da Economia,

na entrevista central que revela parte dos planos referentes ao

setor do turismo para 2015 e explica algumas das de-cisões tomadas até hoje. Na realidade, penso que o setor tem sentido essa vontade, pese embora considere que a velocidade

de execução não tem sido consonante com a vontade

expressa pelo nosso Ministro da Economia e mais amiúde pelo

Secretário de Estado do Turismo. Te-nho, no entanto, de dar extremo valor à

persistência demonstrada e em particular, à per-manente articulação entre o Governo e todos os repre-sentantes do nosso setor, seja ele do foro privado, as-sociativo ou político. Pires de Lima lidera este espírito de abertura, como tem demonstrado várias vezes e agora, novamente, na entrevista à Ponto Turismo.Eu confesso que sou um adepto da Liberdade Económica. Até que me provem que existem outros sistemas que pre-

parem melhor uma sociedade, quer económica, quer socialmente, continuo a depositar confiança

neste modelo. Não no seu extremismo, como diria Ludwig von Mises, mas

sim num estilo mais Theodore Roosevelt “O Governo somos nós; nós somos o Governo, tu e eu”. Acredito num arquétipo em que prevaleça a proprie-dade privada e empreende-dorismo, a livre concorrência e uma sociedade baseada no

mérito. Penso que são as três traves mestras para garantir

uma sociedade mais justa, eco-nómica e socialmente. Num Portugal

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Acredito num arquétipo

em que prevaleça a propriedade privada

e empreendedorismo, a livre concorrência e uma

sociedade baseada no mérito.

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55 Índice Ficha Técnica

8Propriedade Amadeus Soluciones Tecnologicas, S.A.

Sucursal em Portugal

SedeRua de São José, 35 - 4º andar

1150-321 Lisboa, PortugalTel.: 21 321 30 99 - Fax: 21 322 58 75E-mail: [email protected]

Diretor GeralMiguel Quintas

Diretora da Ponto Turismo Helena Torres

Bimestral · Ano - 2014 - Edição 14

Coordenação [email protected] · Tel.: 21 321 30 99

Produção de Conteúdos e EdiçãoMediapearl - Comunicação e Serviços, Lda.Tel.: 214 037 656 · [email protected]

[email protected] · Tel.: 21 321 30 99

Ilustração CapaPedro Taquelim

FotografiaMediapearl

ProduçãoMediapearl - Comunicação e Serviços, Lda.

Centro Empresarial TejoRua de Xabregas, Lote A, Piso 1, Sala 13

1900-440 [email protected]

Impressão e AcabamentoRBM - Artes Gráficas

Tiragem1300 exemplares

Registo na ERC N.º 126281

Depósito Legal N.º 350109/12

A revista Ponto Turismo é uma publicação da Amadeus Portugal. A empresa não se identifica necessariamene com o conteúdo dos artigos nem com as opiniões dos seus colaboradores. É proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização prévia da empresa editora.

TecnologiaAgentes holográficos e cyborgsTudo no “Star Trek” já se tornou realidade, não foi?!

AnáliseCrowdsourcing por David Bratvold

Tendências Last-MinuteComo é que a tecnologia alterou o panorama para os hoteleiros

06 InsightsInsights de Sucesso nos negócios por Mark Cuban

Lifestyle Travel Gadgets: O futuro está aí!

Viagem de: Cristina Siza VieiraAinda há muito mundo para descobrir

OpiniãoUm dia, gostava de ir a Portugal - Nilton

Grande EntrevistaAntónio Pires de Lima “A continuidade da marca TAP tem de estar assegurada”

Em FocoViver sem amarras mas com laços digitais

Entrevista CadernoAntónio Neto - UTC“Turismo surgiu como por acaso no nosso grupo”

SoluçõesAmadeus Offers

NotíciasRyanair e Amadeus fazem acordo de distribuição a partir de 1 de novembro

“O turismo tem sido um dos campeões

na economia portuguesa”

O Ministro da Economia António Pires de Lima afirmou

na sua entrevista que os resultados do turismo se devem

aos empresários, aliados ao papel facilitador que o Governo tem vindo

a assumir

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“Vá para dentro, cá fora”Um dia, gostava de ir

a Portugal

Sobre Portugal diz que o clima é excelente mas já teve melhores dias e que tem uma certa dificuldade em gerir dinheiros públicos, mas os estrangeiros gostam e dizem que é dos melhores sítios para se estar.

Niltoncomediante

FOTOGRAFIA BERNARDO COELHO

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Moro em Lisboa e gostava de ir a Portugal. Falaram-me muito bem do sítio e até me dizem que é ótimo para morar. Qual-quer dia faço-me à estrada.Para quem que como eu nunca lá foi, explico do que se

trata. É um país na Europa tão fantástico, tão fantástico que até a Ale-manha, Angola e a China compraram. Excelente no clima – embora já tenha sido melhor – e com gente para lá de boa. Talvez um nadinha mal frequentado ao nível de corruptos (dizem), e que não se governa muito bem com dinheiros públicos. Fora esse pormenor de somenos importância, fala-se que é dos melhores sítios para se estar.Eu que nada sei, vou-me seguindo pelos comentários dos ingleses e ho-landeses que visitam as praias do Algarve. Dos turistas brasileiros que andam pelas ruas de Lisboa ou até dos americanos encantados com o Porto e o Douro Vinhateiro. A não ser que ande tudo enganado, só pode ser um país maravilhoso! Até a Troika gosta de lá ir.A maior dificuldade para quem quer visitar Portugal a partir de Portugal é conseguir que lhe vendam uma viagem para Portugal. Não há agência que não sugira as águas verdes das Caraíbas. O azul-turquesa do mar das Maldivas e da Polinésia Francesa, as ruas de Londres e Paris, mas Portugal raramente aparece nas listas de destinos mais sugeridos em Portugal. A conclusão é óbvia: Portugal está em overbooking.Entendo até o grau de dificuldade acrescida que os portugueses terão para vender Portugal a portugueses, como se sabe são um povo muito

exigente. Quem é que sai de Portugal para ir de férias para Portugal?Ajudaria se o país tivesse ganho variadíssimos prémios de turismo. Se o Porto tivesse sido eleito como o melhor destino europeu 2014, e pelo segundo ano consecutivo!? Ou até se a Ponta da Piedade em Lagos tivesse sido considerada a praia mais bonita do mundo, segundo...sei lá, o jornal online Huffington Post. Era perfeito, não era?Poderiam promover o clima, as paisagens, os vinhos, a gastronomia. Faço novamente a ressalva: se os tivessem, claro. Assim, que argumen-tos têm para vender Portugal a portugueses? Depois, o português que foi de férias para Portugal, aconselhado pelo português que achou que Portugal era o local ideal para um português, fica mal impressionado com o país e vem o português das férias em Portugal reclamar com o português que lhe vendeu as férias para Por-tugal sem lhe avisar que Portugal não era o melhor sítio para um por-tuguês?! Nem eu me metia nisso e até os entendo. Vender Portugal a um por-tuguês só dá chatices. Não gostam do país e raramente dominam a língua. Pensando bem, vão para lá fazer o quê?!

Opinião Um dia, gostava de ir a Portugal

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7Nome do Conteúdo do Capítulo Nome do Capítulo 7Um dia, gostava de ir a Portugal Opinião

parte do mundo, menos em Portugal. Descul-pem-me os detratores, mas a ideia é genial! Conseguir convencer os portugueses que um território português, não fica na verdade em Portugal – embora o Alberto João por vezes esqueça-se que a Madeira é em Portugal – é uma ideia louvável e merecedora de um pré-mio Nobel. Consiga-se mudar a língua portuguesa para outra qualquer e somos capazes de ter reuni-das as condições para ter tudo o que é portu-guês a querer ir de férias para Portugal. E não falta assim tanta coisa. Lisboa é já a décima quarta cidade mais cara do mundo. Ter preços de estrangeiro é uma ótima forma de parecer que estamos no estrangeiro. Uma semana num T2 no Algarve custar mais que uma semana nas Caraíbas com tudo incluído é meio caminho andado para um português ir para o Algarve porque vai pagar como se es-

A verdade é que Portugal parece agradar mui-to mais aos estrangeiros do que aos portugue-ses. Os Portugueses gostam tão pouco que se puderem não estar lá, é ótimo. Provavelmen-te será por isso mesmo que os Portugueses sempre foram um povo de emigrantes, o que é muito mais lógico para quem não gosta do país. Assim só lá têm de ir uma vez por ano visitar a família e voltam à vida deles. Conclu-são? Portugal não é para os portugueses.Portugal seria um país óptimo para os portu-gueses se não fosse em Portugal. Esse é que é o problema. O português adora tudo o que não é português, pena Portugal ser em Portugal. Se conseguíssemos mudar esse pequeno porme-nor, penso que tínhamos solução.Talvez por isso se tenha optado há uns anos por promover o Algarve como “Allgarve”, assim tanto os portugueses como os não portugue-ses iam pensar que aquilo era em qualquer

tivesse no estran-geiro.

O problema é na ver-dade o Slogan “Vá para

fora, cá dentro”. Sempre achei que deveria ser: “Vá para dentro, cá fora”. Porque se convencermos os portugueses que estão a morar fora de Portugal, torna-se muito mais fácil trazê-los para dentro uma vez por ano.E parecendo que não, as coisas até estão no bom caminho. Num mundo com um milhar de milhões de pessoas, só 10 milhões de almas é que ainda não estão convencidos que Portugal é fantástico. Portanto, já temos os estrangeiros, agora só falta convencer os portugueses. l

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Para quem que como eu nunca lá foi, explico

do que se trata. É um país na Europa tão fantástico, tão fantástico que até a Alemanha, Angola e a

China compraram.

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António Pires de Lima

Ministro da Economia do Governo de Portugal

Grande Entrevista António Pires de Lima

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O Ministro da Economia António Pires de Lima destacou o comportamento “notável” do setor do Turismo nacional numa conjuntura difícil e no papel deste no processo de retoma. O Ministro falou ainda do processo de venda da companhia aérea nacional e da necessidade de manter a marca TAP.

Venda da TAP Portugal“A continuidade da marca TAP

tem de estar assegurada”

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atualmente a viver. Um se-tor fortemente internacio-nalizado, incontornável no contributo para as nossas exportações e criação de emprego. Face a 2011, as exporta-

ções na área do turismo cresceram cerca de 14%,

atingindo em 2013 cerca de 9,2 mil milhões de euros, o me-

lhor ano de sempre. Ao nível da balança comercial, o cresci-

mento em igual período foi de 18,5% atingin-do em 2013 os 6 mil milhões de euros e uma taxa de cobertura de 300%. Até julho de 2014, Portugal cresceu mais de 10% nos prin-cipais indicadores do setor do turismo. A hotelaria registou 5,8 milhões de dormidas em julho de 2014, valor corres-

António Pires de Lima Grande Entrevista

#14 OUT/NOV 2014

o setor do turismo nacional conseguiu com

engenho, mérito e inovação, posicionar Portugal no pelotão da frente do

turismo mundial

Ponto Turismo › Pode comentar os números do turismo até agora? Está satisfeito com o peso que o setor tem no PIB ou podemos ambicio-nar mais? O que é preciso fazer? António Pires de Lima › Este é um dos mais di-nâmicos e competitivos setores da nossa econo-mia, e tem tido um com-portamento notável neste último ano e meio. Vencendo adversidades, num contexto altamente competitivo, num mercado cada vez mais exigente, o setor do turismo nacional conseguiu com engenho, mérito e inovação, posicionar Portugal no pelotão da frente do turismo mundial. Os números que conhecemos, revelam uma resistência notável à difícil conjuntura que atravessámos e muito contribuíram para o processo de retoma que estamos

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10 Grande Entrevista António Pires de Lima

pondente a um acréscimo homólogo de 9,4. As dormidas de residentes apresentaram um aumento significativo (+15,4%). No acumu-lado de janeiro a julho 2014, com a exceção da Holanda, registaram-se crescimentos nos principais mercados emissores, tendo-se des-tacado a Espanha com um aumento de 19,4%, que como sabemos é um mercado muito relevante, e que está de novo a ganhar maior expressão. Os proveitos totais aumentaram 10,7% e os de aposento 12,0%. O desafio não é necessariamente aumentar o peso do turismo no PIB mas sim assegurar que o turismo continua a contribuir decisivamente para a recuperação económica do País, como tem feito nos últimos anos, e que esse contributo incontornável é reconhecido e valorizado. O turismo tem sido um dos campeões da economia e queremos que assim se mantenha. Não me cansarei de referir que estes não são os resultados do Governo. Estes são os resultados das Empresas, dos Empresários, dos Gestores e Colaboradores, daqueles que todos os dias fazem esta realidade acontecer, e que, aliado a um papel de facilitador que o Estado tem vindo a assumir, se tem refletido em ganhos de sucesso quer para o setor, quer para a eco-nomia portuguesa, quer para Portugal.

Ponto T. › O turismo é o maior setor exportador que paga IVA e tem uma carga fiscal grande. Há perspetivas de alteração desta situação? O que é que os agentes do setor podem esperar do Governo que fa-voreça a competitividade?

A.P.L. › O IVA sobre a Hotelaria em Portugal é de 6%, um dos mais competitivos da Europa.

Este é um dado que não deve ser nem esquecido, nem ignorado, e que na realidade raramente é refe-

renciado. O Governo já definiu aquele que é o seu roteiro fiscal. Julgo que, em 2015, teremos condições para dar conti-

nuidade à reforma do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC) e iniciar a reforma do IRS.Naquilo que à intervenção do Estado diz respeito, a competitividade do setor não pode ser mensurável apenas pela carga fiscal que lhe está atri-buída. Cabe ao Governo assumir um papel inequívoco de facilitador, e criar as condições propícias ao desenvolvimento e crescimento das empresas que todos os dias operam no mercado. E hoje posso afirmar que temos tra-balhado nesse sentido. O Governo tem levado a cabo um amplo processo de redução de custos de contexto no setor do turismo, que inclui a redução ou eliminação de taxas e simplificações administrativas várias em áreas tão diversas como as agências de viagens, a animação turística, o licencia-mento de empreendimentos turísticos, o alojamento local, as embarcações marítimo-turísticas, as concessões de praia, os direitos de autor e conexos, entre outras. Todas estas medidas estão a dar um contributo decisivo para a competitividade do setor e para dar sustentabilidade aos seus bons re-sultados, sendo tal contributo evidente pelo número de novas empresas

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O turismo tem sido um dos campeões da

economia e queremos que assim se mantenha.

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11António Pires de Lima Grande Entrevista

no setor do turismo, bastante superior ao número de empresas encerradas.Além disso, mudámos de forma profunda a forma de promoção do destino, aproximando-a da cadeia de distribuição e de valor do setor do turismo, através da aposta na comu-nicação online, no trabalho junto da imprensa interna-cional, em campanhas com operadores turísticos e com-panhias aéreas nos workshops comerciais realizados nos merca-dos prioritários para o nosso destino. Este trabalho tem-nos permitido conciliar a promoção do destino e o reforço da sua noto-riedade com o aumento da eficácia comercial dos agentes do setor.

Ponto T. › Falando sobre a privatização da TAP. Consi-dera que os problemas que a companhia aérea sofreu este Verão possam ter afetado o seu valor?A.P.L. › Em julho passado manifestei publicamente o desconforto e o sentido de exigência do Governo perante alguns incidentes operacionais que afetaram não a segu-rança da empresa – a TAP posiciona-se nas cinco compa-nhias aéreas mais seguras do mundo – mas a regularida-de dos voos. Em junho e principalmente em julho foram cancelados 2,4% dos voos, quando os padrões da indústria rondam os 1%. Antes destes problemas operacionais, a TAP estava abaixo dos 1%. Estas ocorrências deveram-se essencialmente a problemas com tripulação e problemas técnicos, sendo que dos 474 cancelamentos daqueles dois meses, cerca de 227 tiveram origem na gestão da tripu-lação, e 120 foram de natureza técnica. O desafio de re-cuperação da normalidade foi cumprido em agosto, sendo que estamos e estaremos a acompanhar a evolução da operação no decorrer dos próximos meses. Estou consciente de que há uma margem de progresso ao nível da pontualidade dos voos (só ¾ dos voos saem de forma pontual), mas julgo estarem ultrapassadas as ques-tões de stress operacional a que assistimos no verão. Hoje – mesmo considerando os acontecimentos recentes – a TAP tem, por várias razões, mais valor do que há dois anos. A TAP cresceu, tem um EBITA e resultados líquidos melho-res e tem menos 350 milhões de euros de dívida.

Ponto T. › Como vai ser o modelo de privatização quando for lançado, 100% ou irá manter uma parti-cipação pública?A.P.L. › A privatização da TAP não está decidida. O que temos de momento são várias manifestações de interes-se, que devem fazer o Governo ponderar se se justifica relançar o processo de privatização. Como já foi referido publicamente, essa é uma decisão que deverá ser toma-da nas próximas semanas. Só posteriormente, e caso se decida avançar, será definido o modelo de venda parcial ou total.

Ponto T. › Em que áreas conside-ra que a TAP aporta mais valor

para o Portugal? E em caso de venda, como protegerá esta questão?A.P.L. › A TAP é um ativo estratégico muito importante para o País. Além do valor económico que lhe está associado, a TAP é

líder de mercado, em termos europeus, dos voos para o Bra-

sil, e é líder em vários mercados em África, posicionando-se como um

hub estratégico de valor inquestionável para o turismo e para as nossas exportações. É

por isso fundamental, em caso de privatização, garantir a manutenção deste hub, assim como prevenir e assegurar o serviço prestado às comunidades portuguesas e serviço que a TAP presta nas ilhas. E a continuidade da marca TAP tem de estar assegurada.

Ponto T. › Considera que face a situações que estão ainda presentes no dia a dia e que expuseram o sis-tema bancário, a confiança de potenciais investidores em Portugal ficou tremida?A.P.L. › Há forças positivas que puxam a economia para o crescimento e também algumas situações adversas que podem afetar essa trajetória de recuperação. Neste “braço de ferro” o Governo está do lado dos que querem dinamizar a economia e procura veicular, em todos os contactos com investidores, a mensagem de um País onde vale a pena investir. O relatório de Competitividade deste ano, elaborado pelo Fórum Económico Mundial, coloca Portugal na 36ª posição, a melhor desde 2005 com uma subida de 15 lugares face a 2013. Este salto é também uma evidência de que, neste “braço de ferro” que existe entre tudo aquilo que economi-camente contribui para o crescimento e desenvolvimento e tudo o que contribui para a tensão e descredibilização, a economia saiu vencedora.É por isso necessário contrariar potenciais danos que ca-sos pontuais de insucesso empresarial pudessem gerar na imagem de Portugal em geral, e do mercado de capitais em particular. As oportunidades são muitas e o Pais é hoje mais competitivo e amigo do investimento.

Ponto T. › Em termos de investimentos públicos, de-pois da ‘tempestade da crise’, qual é a sua opinião? Haverá margem para retomar projetos como o TGV ou o segundo aeroporto para servir Lisboa? A.P.L. › As infraestruturas prioritárias estão bem definidas no Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas (PETI), que engloba 59 projetos, a maioria dos quais ligados aos setores ferroviário e portuário. O investimento total será de 6.067 milhões de euros, dos quais 2.828 a suportar por fun-dos comunitários. Este Plano inclui seis eixos de atuação, em função dos corredores considerados estratégicos para o País.

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“o Governo está do lado dos que querem

dinamizar a economia”

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12 Grande Entrevista António Pires de Lima

A grande fatia do investimento, correspondente a 44%, será alocada aos pro-jetos ferroviários, seguindo-se 25% para os portos, 15% para a rodovia e 4% para o setor aeroportuário. Esta é uma decisão que tem subjacente uma visão económica, competitiva e logística de Portugal, que não surge de forma avul-sa e voluntariosa. Projetos como o TGV, não foram considerados prioritários e não constam neste Plano.

Ponto T. › Quais as novidades que o novo quadro de apoios traz e o que é que o Turismo pode esperar do Portugal 2020?A.P.L. › Os regulamentos dos programas operacionais do Portugal 2020 estão a ser finalizados e o Governo espera que até ao final do ano seja pos-

sível começar a disponibilizar fundos, de uma forma bastante mais simples e eficaz. A competitividade e internacionalização das empresas será um dos principais objetivos do novo quadro comunitário e será o Programa Operacional com a maior dotação orçamental, cerca de 4.400 milhões de euros, pelo que estamos a assegurar que as especificidades do setor do turismo estão devidamente enquadradas. Adicionalmente, estamos a fazer um trabalho de articulação entre o se-tor do turismo e outros parceiros públicos e privados, nacionais e regionais ou locais, como as associações empresariais, as universidades, as autar-quias, as CCDR [Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional],

a área da cultura, dos transportes, do agroalimentar, etc., para desenvolver uma estratégia que alinhe o desenvolvimento transversal do setor com o financiamento desse desenvolvimento. Esta transversalidade permitirá, por exemplo, às empresas do setor acederem a fundos para financiar neces-sidades que serão essenciais para a sua competitividade futura como as tecnologias de informação, a investigação e desenvolvimento, a melhoria de processos de gestão, a eficiência energética, entre outros.Mas tudo isto será desperdiçado se o setor não souber fazer uso dos fun-

dos, pelo que será necessário um grande trabalho por parte de todos os agentes económicos do turismo para assegurar que as candidaturas são apresentadas e os projetos con-cretizados.

Ponto T. › Numa altura em que já estamos a entrar na fase final deste mandato do governo, que balanço é que faz? A.P.L. › A legislatura termina em outubro de 2015. Haverá tempo, depois, para se fazerem balanços...

Ponto T. › Esta foi a terceira vez que Portugal foi obri-gado a pedir ajuda externa desde o 25 de abril. O que é preciso fazer para não voltar a acontecer? A.P.L. › Consciência e sentido de responsabilidade financeira naqueles que são escolhidos para governar Portugal. Maior exigência que deve começar no voto dos eleitores!

Ponto T. › O que é que os portugueses podem esperar para o próximo OE? O Governo está a pensar em medi-das que possam permitir aos portugueses esperar uma melhoria real da sua vida e desta forma aumentar o consumo o que irá favorecer as empresas que depen-dem grandemente do consumo interno? A.P.L. › Temos limitações, parte das quais consequência dos sucessivos chumbos do Tribunal Constitucional às me-didas da redução da despesa, com impacto superior a 800 milhões de euros em 2015. Se não tivéssemos tido estes chumbos, o Governo teria condições de eliminar num ano a sobretaxa do IRS. Temos por isso dois desafios para este OE: continuar a reforma do IRC, uma reforma que resulta também do compromisso com o PS e, portanto deve estar plasmado na proposta para 2015, e também, e em função da margem que exista, iniciar a reforma do IRS que tem vá-rias componentes, como a simplificação fiscal, os incentivos ou os prémios aos casais, o incentivo ao empreendedorismo e a redução gradual das taxas.

Ponto T. › Como é que caracteriza a atitude dos portugueses durante estes últimos anos?A.P.L. › De grande espírito de sacrifício e de grande resiliência. É um traba-lho notável aquele que as empresas, empresários, gestores e os trabalha-dores estão a fazer para levantar e para recuperar Portugal. l

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Novos nómadas Viver sem amarras mas

com laços digitais

Soltar amarras e partir à aventura. Talvez nem todos tenham perfil para empreender numa viagem de exploração do mundo, sem preocupações, sem saberem onde irão estar no dia seguinte.

Viver sem amarras mas com laços digitais Em Foco

Alguns tiram licenças sabáticas e vivem de poupanças, outros, mantêm as profissões que já tinham e que lhes permitem trabalhar à distância, outros há que o destino obrigou a criar negócios.O denominador de todos é a forte vontade de empreender por um novo estilo de vida e criar o seu próprio trabalho.A portuguesa, natural de Portimão, Rafaela Mota Lemos é tradutora de profissão e tem um projeto a dois anos chamado “Home is where I am” e pretende provar que “casa é onde se está”. O objetivo é adaptar-se o mais possível à vida tal como a vivem os locais e replicar os hábitos que teria em casa. Adepta do slow travel diz à Ponto Turismo que “O objetivo é ficar três meses em cada cidade porque é o tempo que considero ser o mínimo para se adquirir a rotina diária que se teria em casa”. Para que isso aconteça Rafaela tem quatro pilares que considera fundamentais: um alojamento confortável, um espaço de coworking, uma vida social com amigos e um hobby. No que diz respeito ao primeiro, normalmente aluga um apartamento que

Muitos há que, secretamente ou não, desejavam fazê-lo mas não se atrevem. Há no entanto, um grupo de pessoas que es-colheu viver sem atilhos, sem destino marcado. São os novos nómadas que tiram partido das novas tecnologias não só para

manterem o contacto mas também para garantirem o seu rendimento ao trabalharem à distância.O fenómeno não é de agora, afinal, sempre existiram andarilhos, gente que viajava e ia encontrando trabalho ao longo das suas jornadas, fosse no campo ou nas cidades. O curioso é que não são apenas indivíduos ou casais a optarem por este modo de vida, são famílias inteiras com filhos em idade escolar e que optam pelo ensino online. Podem ser viajantes a tempo inteiro, ou seja viajam durante mais tempo do que aquele em que não viajam, podem ser aqueles que durante o Inverno procuram destinos mais temperados, viajantes que vivem literalmente em autocaravanas e os viajantes lentos, ou seja que ficam durante semanas ou meses no mesmo destino e assim conhecerem-no melhor.Com os novos nómadas o conceito ‘trabalhar no estrangeiro’ adquiriu um novo significado ao transformar o ‘trabalho em casa’ em ‘trabalho onde me apetecer’.

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CADERNO

14 Em Foco Viver sem amarras mas com laços digitais

divide com outras pessoas. No Rio de Janeiro dividiu casa com mais duas pessoas, agora vai viver com outras pessoas em Brooklyn. Ter um local de trabalho também é considerado fundamental

para Rafaela, até porque tam-bém serve de base para conhe-

cer outras pessoas e assim ter uma vida social tal como teria em casa. Ter

uma atividade é o quarto pilar para se considerar um local, e isto significa ir ao ginásio,

aprender uma dança, fazer cursos… Considera-se uma praticante do nomadismo digital, dado que é utilizadora das redes sociais para se manter em con-tacto.Em Outubro estará em Nova Iorque, depois irá para Telavi-ve, seguindo-se Nápoles e Lobito. A diferença entre a Rafae-la e muitos outros novos nómadas é que a Rafaela regressa a Portugal, mesmo que seja por três semanas como foi da última vez. Não foi uma opção. A ideia inicial era percorrer as cinco cidades que fazem parte do projeto seguidas, sem regressar a Portugal, mas não pode. “Não me deixaram comprar um bilhete só de ida. É conside-rado emigração ilegal, tenho sempre de regressar a Lisboa, aconteceu-me na ida para o Rio e agora para Nova Iorque”, conta.Mas a jornada não começa de um dia para o outro, tal como tudo, também um modo de vida sem destino tem que ser planeado com antecedência. Segundo o site wand’rly o primeiro passo é ultrapassar o medo de partir e que são as próprias barreiras de segurança que criamos como por exemplo ‘se fosse mais novo’, ‘tenho

crianças’, ‘preciso de um rendimento fixo’… Foi o que acon-teceu com Rene Agredano e Jim Nelson, ambos agora com idades próximas dos 40, que foram adiando o seu sonho de enveredarem por um estilo diferente de vida. A inevita-bilidade da morte do seu cão, a quem foi diagnosticado um cancro nos ossos em 2006, acelerou o processo e depois de venderem a sua empresa, casa e “praticamente tudo o que tinham” começaram a sua jornada numa autocaravana pelos Estados Unidos. Estão na estrada há cinco anos, vi-vem do que ganham com trabalhos esporádicos e não têm planos de voltar ao que faziam antes. Rene é escritora free-lancer e faz joias “para quem gosta de cães” diz. O marido Jim é designer gráfico e guru do wordpress. Fazem a gestão de diversos websites e lojas online e o marketing de produto para uma empresa. Este verão trabalharam num rancho.A escolha do destino também é importante para os novos nómadas, havendo inclusive uma lista de destinos recomen-dados. Pode escolher-se um destino onde o custo de vida seja mais baixo e assim poupar, ou optar por viver na Eu-ropa ou Estados Unidos em que o nível de vida é mais alto.Em suma, o objetivo é assumir a vontade de partir, assumir que hoje em dia ter um emprego não é sinónimo de segu-rança para o resto da vida, ser criativo na escolha de uma atividade que traga rendimentos e ter a coragem de viver uma vida diferente. lAntónia BarrosoJornalista

Rafaela Mota Lemos gosta do slow travel e começou o seu pro-

jeto “Home Is where I am” no Rio de Janeiro

Rene Agredano e Jim Nelson venderam o que tinham e andam na estrada há cinco anos. São felizes

assim e não pretendem mudar de estilo de vida

#14 OUT/NOV 2014

a jornada não começa de um dia

para o outro, tal como tudo, também um modo de vida sem destino tem que ser planeado com

antecedência.

Page 15: Ponto Turismo 14

CADERNO

NotíciasAmadeus e Ryanair fazem acordo de distribuição de conteúdo através da tecnologia Amadeus Light Ticketing

SoluçõesAmadeus Offers permite de uma forma fácil e eficiente, gerir e enviar aos passageiros vários orçamentos criados

Queremos funcionar em exclusivo como DMC

António NetoUTC VIAGENS

António Neto Entrevista Caderno 15

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19

21

#14 OUT/NOV 2014

Page 16: Ponto Turismo 14

16

Caderno Amadeus

António NetoADMINISTRADOR DO GRUPO UTC

Entrevista Caderno António Neto

#14 OUT/NOV 2014

Page 17: Ponto Turismo 14

Grupo UTC“Turismo surgiu como por

acaso no nosso grupo”

17Nome do Conteúdo do Capítulo Nome do Capítulo 17

Caderno Amadeus

António NetoADMINISTRADOR DO GRUPO UTC

António Neto Entrevista Caderno

No grupo UTC em que o core business são os transportes e cujo lema é “sempre em movimento”, o turismo surgiu como por acaso nos Açores com a abertura de uma DMC e com um serviço de shuttle no aeroporto de Ponta Delgada

Ponto Turismo › Pode falar um pouco sobre a UTC?António Neto › A UTC é uma empresa ligada ao ramo de transportes de passageiros, faz serviço de aluguer de autocarros e também negoceia com venda de combustíveis. É uma empresa que está há muitos anos no mercado e foi crescendo e adquirindo uma série de empresas da região [do Porto] e integrando no grupo. Tem há muitos anos uma agência de viagens e turismo que mante-ve inoperacional durante muito tempo porque pretendíamos trabalhar de uma forma diferen-te e com um projeto com o qual avançámos para os Açores. Nós avançámos com um investimento ligado ao transporte público em Ponta Delgada mas causaram-nos dificuldades e tivemos de ir para tribunal. Neste processo nós tínhamos viaturas em Ponta Delgada e come-çámos a equacionar um projeto na área do turismo, então

reativámos a agência, com um carácter de DMC.

Ponto T. › Foi então que começou nos Açores...A. N. › Sim, começámos a criar programas e pacotes próprios integran-

do os transportes e a área da agência de viagens. Neste momento já temos uma equipa com alguma importância nos Açores e estamos foca-dos essencialmente nos serviços de terra, e a procurar um mercado que não é comum que os Açores tenham, mas que é um mercado que nós sabemos que em dois anos vai ultrapassar totalmente o atual mercado que os Açores têm.Conseguimos entrar muito bem num relacionamento com um dos maio-res grupos americanos que é o AAA [American Automobile Association], que é uma espécie de Automóvel Clube em ponto grande com milhões

de clientes e que trabalha com viagens. Esta-mos neste momento em negociações muito

avançadas. Estamos a conseguir que eles trabalhem connosco em exclusivo para os Açores e como parceiro preferencial em Portugal Continental.

Ponto T. › Qual é a estratégia?A. N. ›O AAA está dividido em pequenos

clubes ao longo de vários estados ameri-canos e a área que está a trabalhar con-

nosco e está a permitir a ligação com outros estados é precisamente a de Boston que está

a 4 horas dos Açores. Está muito próximo, é um voo direto, não tem escalas. O aeroporto de Ponta Del-

gada também está muito próximo da cidade é muito rápido chegar de Boston a Ponta Delgada e nós acabamos por ter um serviço fora do normal em Ponta Delgada. Nós temos uma situação organizada durante todo o ano, com tours diários que saem com qualquer número de passageiros, mesmo se for apenas uma pessoa, o tour sai na mesma, com guia, almoço incluído em bons restaurantes, e com preço imbatível e conseguimos uma fidelização por parte dos hotéis porque antes se os clientes no inverno queriam fazer um passeio só tinham os táxis a quem recorrer e essa situação desapareceu com o nosso surgimento. O nosso foco é o cliente e procuramos a satisfação deles. Nós temos autocarros de nove lugares, de 12, 23, 27, de 44 e de 55 lugares. Temos neste mo-mento em Ponta Delgada 16 autocarros e nas Flores temos 10, o que perfaz 26 autocarros em duas ilhas o que é significativo para quem está em Ponta Delgada há pouco mais de um ano.

#14 OUT/NOV 2014

Nós temos uma

situação organizada durante todo o ano, com tours diários que saem

com qualquer número de passageiros, mesmo se for apenas uma

pessoa

Page 18: Ponto Turismo 14

18 Nome do Capítulo Nome do Conteúdo do Capítulo18

Caderno Amadeus

Entrevista Caderno António Neto

Ponto T. › Têm também uma vertente de outgoing mas muito menos significativa…A. N. › Sem expressão e não é potenciado por nós. Nós apostamos em programas organizados para o mercado americano e do Canadá, muito embora não estejamos desatentos aos restantes mercados com quem também trabalhamos. Depois também quere-mos e estamos a trabalhar com a Secretaria de Esta-do dos Transportes e do Turismo dos Açores no senti-do de conseguir uma ligação também ao Continente.

Ponto T. › Qual é a ideia concretamente?A. N. › No inverno há muita procura por parte dos americanos para o Continente. E nós queremos uma situação em que, sem custos agravados, se possa fazer uma escala de alguns dias em Ponta Delgada para eles conhecerem a ilha e depois seguirem para o Continente. Esta hipótese está a ser muito bem vista pelos americanos que estão muito interessados em conhecer a zona do Porto. Os americanos gostam do turismo do vinho e o Porto tem essa característica e queremos juntar os Açores e o Continente e fazer um pacote atrativo para eles. Os americanos não gostam de surpresas, gostam de saber que vai custar X e pon-to final.

Ponto T. › Nos Carvalhos também funciona uma agência certo?A. N. › Temos a funcionar uma área de atendimento para os transportes e ao mesmo tempo uma agência de viagens, neste momento mais vocacionada para o outgoing mas que pretendemos anular a partir do momento que consigamos ter o mercado que venha via Açores porque queremos funcionar em exclusivo como DMC.

Ponto T. › Têm alguma data prevista?A. N. › Nós estamos a pensar em final de 2015. Em Outubro vamos estar em Boston através da Associação de Turismo dos Aço-res e a AAA vai apresentar um portal em que irá poder vender os Açores e o Continente.

Ponto T. › A AAA vai fazer essa parceria em exclusivo convosco? A. N. › Somos só nós e essa é uma grande van-tagem. Todo o destino vai ser promovido e suportada essa promoção pelas entidades oficiais mas o parceiro pri-vilegiado seremos nós até porque é assim que eles trabalham. São muito fiéis aquele parceiro. Criou-se uma relação muito forte porque eles conheceram os nossos serviços nos Açores de uma forma quase fortuita.

Ponto T. › Como é que aconteceu? A. N. › Eles experimentaram os serviços sem nós sabermos… Um dos representantes da AAA gostou tanto dos nossos serviços que criou uma relação muito especial com o nosso representante local. Quando verifi-cou que estava perante pessoas que tinham grande conhecimento local e bem relacionadas, de uma forma natural incitaram o nosso esforço em apresentá-los junto das entidades oficiais e apresentarem aquilo que pretendiam fazer e foram muito bem recebidos. Apesar de trabalharem grupos, eles trabalham essencialmente individuais. Por outro lado as

temperaturas de Boston permitem que os Açores sejam apetecíveis du-rante a época baixa. Pretende-se utilizar as temperaturas médias de 14º durante o inverno, com praticamente nenhuma amplitude térmica, para atrair os americanos.

Ponto T. › E como é que está a correr o negócio das viagens.

A. N. › Está a correr bem. Nós começámos o ano passado e paralelamente a isto a convite da

ANA Aeroportos, criámos um serviço que não existia no aeroporto que foi o de shuttle. Está com um aumento exponencial muito grande apesar da grande resistência dos taxistas. Montámos uma loja no aeroporto, o que nos permite também fazer a receção de grupos e a colocação dos tours para os clientes que

chegam sem programas organizados. Esta-mos com um crescimento de 120% face a

2013. A meio do ano já tínhamos um volume de faturação maior do que no ano anterior.

Ponto T. › Em número de passageiros quantos são?A. N. › Só no shuttle e em Julho transportámos 5.000 passageiros

o que num aeroporto como o de Ponta Delgada é muito significativo. Em julho em Ponta Delgada faturámos em tours aquilo que faturámos no Continente em aluguer de autocarros de turismo. Não estamos lá a fazer concorrência às empresas de aluguer de transporte. Temos essa preocu-pação, vendemos lugares nos autocarros e não alugamos autocarros a terceiros.

Ponto T. › Como vê a Amadeus como parceiro tecnológico?A. N. › Estamos numa fase inicial a trabalhar com a Amadeus e estou satisfeito para já embora não estejamos a tirar a rentabilidade total, mas estamos em crescendo. l

#14 OUT/NOV 2014

apostamos em programas

organizados para o mercado americano e do

Canadá, embora não estejamos desatentos

aos restantes

Page 19: Ponto Turismo 14

19Nome do Conteúdo do Capítulo Nome do Capítulo 19

Caderno Amadeus

Amadeus Offers Soluções

Uma Oferta é uma cotização, sem garantia de preço ou dispo-nibilidade.

A solução Amadeus Offers facilita as atividades de pré-reserva, garantindo os meios para propor e armazenar uma lista de reservas guar-dadas dentro do PNR.

Esta solução está integrada no sistema central Amadeus e reutiliza o processo de reservas existente, dessa forma é bastante fácil de utilizar e não implica necessidade de qualquer tipo de formação.

As Ofertas podem ser criadas para conteúdo Aéreo, de Hotel e Carro.

Uma Oferta só poderá ser criada depois de uma reserva e preço informa-tivo ter sido verificado e/ou depois de uma recomendação Master Pricer Expert.Para ser possível criar uma Oferta em Amadeus deverá ter presente as seguintes condições:• Utilizador com acesso ao PNR Amadeus• PNR deverá estar ativo• A Oferta deve ser compatível com o status do segmento• A Oferta deve ser compatível com o tipo de segmento• Um PNR pode conter, no máximo, 50 Ofertas, sendo permitidos até 12

segmentos aéreos• O segmento não pode estar emitido• Todos os passageiros devem ser tarifados em conjuntoUma Oferta é construída utilizando uma disponibilidade e uma tarifa Amadeus e armazenada no PNR.

Uma vez criada a Oferta poderá ser comunicada ao passageiro por e--mail, de maneira a que uma Oferta seja aceite e selecionada pelo pas-sageiro para ser enviada de volta. Esta Oferta poderá ser transformada numa reserva numa única transação, evitando que toda a pesquisa seja efetuada novamente.Uma Oferta é considerada expirada após 30 dias da sua criação ou quan-do a data do primeiro elemento da Oferta fica com data passada.Num PNR que contenha Ofertas, mas sem reserva e que nunca tenha tido uma reserva confirmada, toda a informação é removida do Sistema após 4 dias da data de criação do PNR ou quando a data do primeiro elemento da Oferta ficar com data passada.

Quando um PNR contém apenas Ofertas, os elementos obrigatórios para poder validar o PNR são o Nome do Passageiro (NM), o Contacto (AP), o

Amadeus Offers A revolução da gestão de orçamentos de viagem

Amadeus Offers permite gerir e enviar aos passageiros, de uma forma mais eficiente e profissional, os vários orçamentos criados.

Tempo Limite para Emissão (Ticket Limit - TK) e a indicação de quem está a criar a reserva (Received From – RF xxx).

Um elemento RF (received from) é obrigatório, mesmo que somente as Ofertas sejam modificadas. Esta ação permite garantir a alteração do PNR.

Se for efetuado um split a um PNR que contenha Ofertas, estas não serão desativadas. No caso das entradas existentes em Amadeus para copiar o PNR (RRA, RRN, RR*), as mesmas não se aplicam.

A solução Amadeus Offers disponibiliza um sumário das notas da tarifa, garantindo assim uma explicação clara e concisa das regras das tarifas e condições de voos aplicados na Oferta feita ao cliente. O passageiro e detalhes da viagem são identificados automaticamente e a regra corres-pondente é selecionada. O sumário das notas da tarifa está diretamen-te integrado na notificação de Ofertas (autorização através de perfil de agência).

A Oferta pode ser enviada por e-mail ao cliente, tornando a análise da mesma mais rápida e fácil. Na notificação da Oferta serão enviadas in-formações relativas à Oferta(s) criadas e o sumário das notas da tarifa.

AVISO DE OFERTAAmadeus OffersReferencia: 4ALJ3T 30/Set/2014Data:

Agencia: Amadeus PortugalRua De Sao Jose, N. 34 4. Andar1050-321LISBOA

E-mail: [email protected]: 351 213 213 090FAX: 351 213 225 875

.Por favor encontre aqui a(s) proposta(s) para a organizacao da sua viagem. Esta oferta (s) nao e uma reserva confirmada e nao garante a sua viagemno(s) voo(s) informado(s). Todos os precos estao sujeitos a disponibilidade na altura da reserva. Agradecemos que entre em contato conosco paraconfirmar a sua oferta(s)..

Oferta 1 Preco: EUR 993,34.

.

Operado por Tap Portugal Airbus Industrie A330-200 Classe (P)TP075De: Lisbon (Airport) Terminal: 1 Partir: 30/Jan/2015, 14:40 Duracao: 09:45

Para: Rio De Janeiro (Galeao A.C Jobim Intl) Terminal: 2 Partida: 30/Jan/2015, 22:25 Paragem: 0.

Operado por Tap Portugal Airbus Industrie A330-200 Classe (P)TP070De: Rio De Janeiro (Galeao A.C Jobim Intl) Terminal: 2 Partir: 20/Fev/2015, 18:25 Duracao: 09:40

Para: Lisbon (Airport) Terminal: 1 Partida: 21/Fev/2015, 06:05 Paragem: 0.

Condicoes de tarifa para 1 adulto (s)TP075 Condicoes de alteracao antes da partida: De EUR 0,00 a EUR 120,00

Condicoes de alteracao depois da partida: De EUR 0,00 a EUR 120,00Condicoes de reembolso para cancelamento antes da partida:EUR 110,00

TP070 A viagem deve iniciar depois 1/Fev/2015 de Rio De JaneiroEstada minima:A viagem deve iniciar antes de 30/Mai/2015 a partir de Rio De JaneiroEstada maxima:

Condicoes de alteracao antes da partida: De EUR 0,00 a EUR 120,00Condicoes de alteracao depois da partida: De EUR 0,00 a EUR 120,00Condicoes de reembolso para cancelamento antes da partida:EUR 110,00

As taxas de penalizacao sao somadas a qualquer diferenca na tarifa Para obter mais detalhes entre em contato com seu agente.

.

Destaques.

amadeus websiteFavor confirmar ofertas ate as 18h00 do dia de hoje& have a nice jouney.

Avisos importantes.

.<div style="font-size:11px;font-family:PT Sans;">Por favor notar que as ofertas nao sao reservas confirmadas. A disponibilidade, preco taxa de câmbio dasPor favor notar que as ofertas nao sao reservas confirmadas. A disponibilidade, preco taxa de câmbio das mesmas sao estabelecidos na hora e data dasua criacao e nao sao garantidos. O seu agente de viagens ira informa-lo das condicoes exatas aplicadas no momento da criacao da oferta. Estedocumento nao podera ser utilizado como documento de viagem e unicamente informativo. Este documento contem informacao confidencial epreviligiada..

v0.5.14Página 1 de 1

#14 OUT/NOV 2014

Page 20: Ponto Turismo 14

20 Nome do Capítulo Nome do Conteúdo do Capítulo20

Caderno Amadeus

Soluções Amadeus Offers

Como criar uma Oferta?

• Criação de Pré-Reserva Efetuar uma pré-reserva com os elementos obrigatórios, adicionar os voos pretendidos e tarifar os mesmos a nível informativo (FXX).

RP/LISP22118/ 1.OFERTA/AMADEUS 2 AP LIS 00 351 21 3213090 - AMADEUS TESTES - A 3 TK OK20DEC/LISP22118

- Pré-Reserva Aérea

>AN02SEPLISEWR **AMADEUS AVAILABILITY-AN** EWR NEWARK LIBERTY.US 63 TU 02SEP 1 UA 065 J9 C9 P6 Y9 B9/LIS 1 EWR B 1025 1325 E0/752 8:00 2 TP 103 C9 J9 RL Y9 P9/LIS 1 EWR B 1320 1625 E0/343 8:05

>SS1P1

RP/LISP22118/ 1.OFERTA/AMADEUS 2 TP 103 P 02SEP 2 LISEWR HK1 1220 1 1320 1625 343 E 0 LS 3 AP LIS 00 351 21 3213090 - AMADEUS TESTES - A 4 TK OK20DEC/LISP22118

>FXX

- Pré-Reserva Hoteleira

>HANYC02SEP-03SEPUS NYC NY ALL AREAS TU 02SEP14-03SEP14 OCC:1 AR CUR 1 MU!MILLENNIUM BROADWAY HOTEL NEW D USD =! 269.10-489.00 2 TW!TRUMP INTL HOTEL AND TOWER D USD =! 625.00-2700.00 >HAx

- Pré-Reserva Carros

>CAEWR02SEP-03SEP/ARR-7A-12A **AMADEUS CARS RATE AVAILABILITY** CHECK POLICIES: USE CT OR CR EWR NEW YORK/NJ/US:NEWARK LIBERTY ARRIVAL:TU02SEP14/07:00 RETURN:WE03SEP14/00:01 A TYPE DAILY-EUR ESTIMATED-EUR KM/M CHRG S 1T ZE+HERTZ ECAR +43.92@* 43.92@* UNL .00 . 2T ZD+BUDGET ECAR +47.80 * 47.80 * UNL .00 .

• Criar Oferta AéreaSolicitar criação da Oferta Aérea após criação e tarifação da Pré-Reserva.

>OFS/ARP/LISP22118/ 1 OFFER 577.84 EUR TP 103 P 02SEP 2 LISEWR OO1 1 1320 1625 E

• Criar Oferta HoteleiraSolicitar criação da Oferta Hoteleira após criação e tarifação da Pré-Re-serva.

>OFS/H1RP/LISP22118/ 1 OFFER I 346.59 USD HHL MU OO1 NYC IN02SEP OUT03SEP 1C1QFR1 MAC COM:YES H MILLENNIUM BROADWAY HOTEL NEW YORK/BC-C1QFR1

• Criar Oferta CarrosSolicitar criação da Oferta Carros após criação e tarifação da Pré-Reserva.

>OFS/C1RP/LISP22118/ 1 OFFER I 43.92 EUR 1 CCR ZE OO1 EWR 02SEP 03SEP ECAR/BS-/ARR-0700/RC-AUADE /RT-0001

Nota1: No cabeçalho do PNR ficará um elemento indicador de que existe uma Oferta (OFR)

• Enviar Notificação da OfertaO comando OFN envia um documento de notificação da Oferta(s) para um endereço de e-mail, seja o que consta no campo APE ou um especi-ficado no comando.

--- OFR --- RP/LISP22118/ 1.OFERTA/AMADEUS 2 AP LIS 00 351 21 3213090 - AMADEUS TESTES - A 3 TK OK20DEC/LISP22118

>[email protected]

• Verificar OfertaCom um único comando é possível verificar se as condições de uma Ofer-ta, no que diz respeito a disponibilidade e tarifa, ainda se mantém.

>RTOFRP/LISP22118/ 1 OFFER 577.84 EUR TP 103 P 02SEP 2 LISEWR OO1 1 1320 1625 E

>OFVxRP/LISP22118/ 1 OFFER 578.84 EUR TP 103 P 02SEP 2 LISEWR OO1 1 1320 1625 E

Nota2: Sendo x o número da Oferta a verificar (exemplo: OFV1)

• Confirmar OfertaAo solicitar a confirmação da Oferta, primeiro é realizada uma verificação automática da mesma e só depois é efetuada a venda e alteração de valor (caso aplicável).

--- OFR --- RP/LISP22118/ 1.OFERTA/AMADEUS 2 AP LIS 00 351 21 3213090 - AMADEUS TESTES - A 3 TK OK20DEC/LISP22118

>OFKx

>OFFER CONFIRMED SUCCESSFULLY

Nota3: Ao confirmar a Oferta os segmentos confirmados são adicionados ao PNR.

--- OFR --- RP/LISP22118/ 1.OFERTA/AMADEUS 2 TP 103 P 02SEP 2 LISEWR HK1 1220 1 1320 1625 343 E 0 LS 3 AP LIS 00 351 21 3213090 - AMADEUS TESTES - A 4 TK OK20DEC/LISP22118

• Cancelar OfertaPara cancelar uma Oferta deve ter acesso ao PNR que contém a Oferta que pretende cancelar e permissão de acesso às Ofertas em modo de escrita.

--- OFR --- RP/LISP22118/ 1.OFERTA/AMADEUS 2 TP 103 P 02SEP 2 LISEWR HK1 1220 1 1320 1625 343 E 0 LS 3 AP LIS 00 351 21 3213090 - AMADEUS TESTES - A 4 TK OK20DEC/LISP22118

>RTOFRP/LISP22118/ 1 OFFER 577.84 EUR TP 103 P 02SEP 2 LISEWR OO1 1 1320 1625 E>XE1

#14 OUT/NOV 2014

Page 21: Ponto Turismo 14

21Nome do Conteúdo do Capítulo Nome do Capítulo 21

Caderno Amadeus

Ryanair e Amadeus fazem acordo de distribuição Notícias

A Ryanair e Amadeus estabeleceram uma parceria de distribuição para agências de viagens vá-lida a partir de 1 de novembro que dará uma ampla gama de tarifas e o con-

teúdo completo de serviços auxiliares da com-panhia aos clientes Amadeus pela primeira vez em mais de uma década, através da tecnologia Amadeus Light Ticketing. O acor-do também significa que as novas tarifas Business Plus da Ryanair serão disponibili-zadas aos clientes Amadeus, oferecendo aos viajantes de negócios e corporativos um paco-te sob medida, incluindo mudanças de bilhetes flexíveis, a bagagem de 20 kg, fast-track nos ae-roportos, embarque prioritário e assentos especiais. Os termos do acordo definem que os clientes Amadeus não estarão sujeitos a qualquer custo adicional no momento da reserva Ryanair e as tarifas apresentadas via Amadeus terão paridade com outros canais de distribuição da Ryanair, incluindo o seu website. O uso da tecnologia da Amadeus, desenhada especificamente para as companhias aéreas low cost, oferece simplicidade a ambos os parceiros da Amadeus, a Ryanair e as agências de viagens. Com uma abordagem completamente sem bilhetes para a companhia aérea, tarifas dinâmi-cas e conteúdos complementares são fornecidos através de uma ligação XML para Amadeus. A experiência de reservar voos e serviços auxiliares da Ryanair em Amadeus será igual a qualquer outra companhia aérea, com a integração completa do processo de reserva tradicional, integração

com o back-office, tarifas dinâmicas e servi-ços em tempo real.Hoje, já mais de 70 companhias aéreas low cost escolheram a Amadeus como sua par-

ceira de distribuição. As reservas em low cost através do sistema Amadeus aumentaram

21% durante 2013. Desde a sua introdução, em 2007, a ligação XML da Amadeus permitiu que as

companhias aéreas low cost beneficiassem do alcance e da rentabilidade fornecida pela distribuição aos agentes de

viagens, sem a complexidade associada com os processos de emissão de bilhetes tradicionais para as companhias aéreas. As melhorias do Ama-deus Light Ticketing foram implementadas pela primeira vez por uma low cost em 2013 e permitiram que os agentes de viagens utilizassem os seus fluxos de trabalho normais e passassem a aceder ao conteúdo da companhia aérea a partir do fluxo de disponibilidade neutral padrão, mo-dificar PNRs e finalizar o processo de reserva, com a criação de números de bilhete, assim como fazem no momento da reserva com companhias de bandeira tradicionais. l

Com o Amadeus Light TicketingRyanair e Amadeus fazem

acordo de distribuição

#14 OUT/NOV 2014

“as tarifas apresentadas via

Amadeus terão paridade com outros canais de

distribuição da Ryanair, incluindo o seu

website”

Page 22: Ponto Turismo 14

22 Nome do Capítulo Nome do Conteúdo do Capítulo22

Caderno Amadeus

Notícias Breves

Gama completa de tarifas e serviços complementares da Germanwings Os utilizadores de Amadeus já têm acesso a todas as tarifas e serviços complementares da companhia aérea Germanwings.Anteriormente, a Lufthansa era a única transportadora aérea que vendia uma gama reduzida de tarifas através das agências de viagens Amadeus mediante a emissão do bilhete eletrónico (full e-ticketing). Desde 23 de Setembro, esta implementação, inédita no setor, converteu a Germanwings na primeira companhia aérea do mundo a oferecer a aquisição dos bilhetes tanto na modalidade full ticketing como em light ticketing aos agentes de viagens.

Amadeus integra a UnionPay na Amadeus Payment Platform A UnionPay Internacional, uma filial da UnionPay China, e a Amadeus, as-sinaram um acordo para integrar o débito e crédito da UnionPay na plata-forma de pagamentos da Amadeus, a Amadeus Payment Platform (APP). A partir de agora, os utilizadores Amadeus, tais como companhias aéreas e agências de viagens online por todo o mundo, podem oferecer a possi-bilidade de pagar com o cartão mais utilizado na China, como opção de pagamento online diretamente através da plataforma de pagamentos da Amadeus, em mais de 140 países que aceitam UnionPay. Com este acordo os turistas chineses poderão viajar para o estrangeiro de uma forma mais fácil, uma vez que podem pagar com seu cartão de eleição, o que permitirá aos fornecedores de viagens obter uma posição sólida no turismo chinês (tanto no estrangeiro como no turismo interno).A UnionPay é o sistema de cartões de pagamentos mais importante do mundo com mais de 4.300 milhões de cartões em circulação e é com-

Acessíveis em Amadeus desde 23 de Setembro

O maior sistema de cartões de pagamentos

SATA distribui Serviços Auxiliares em Amadeus

A SATA Internacional e a SATA Air Açores distribuem os serviços auxiliares pela Amadeus desde 15 de setembro. As agências de viagens que utilizam o sistema Amadeus já têm acesso exclusivo a parte do inventário de serviços auxiliares da SATA Internacio-nal e SATA Air Açores. Nesta primeira fase de implementação, os agen-tes de viagens Amadeus poderão reservar e emitir com EMD (Electronic Miscellaneous Document) os serviços Oxygen on board of aircraft, Deposit down payment, Residual value for refundable, Residual value for future air e Unaccompanied minorPara Miguel Quintas, General Manager da Amadeus: ”É uma satisfação enorme para a Amadeus, poder continuar a ser o parceiro privilegiado da SATA no que toca a inovação tecnológica e ferramentas focadas no serviço ao cliente. Recordo que a SATA foi a primeira companhia aérea a usar o Amadeus Altéa em Portugal. Com o lançamento dos Ancilaries Services da Amadeus, a SATA amplia ainda mais a sua gama de soluções de venda, que se traduz em ganhos adicionais de rentabilidade para todas as entida-des que se relacionam com a companhia.” “O Grupo SATA, consciente da relevância das tecnologias na implemen-

tação dos seus processos de negócio, tem contado com a Amadeus na implementação de um conjunto de novas soluções de grande utilidade aos nossos clientes. O processo de reserva e emissão, com EMD, de um conjun-to de serviços, permitirá a desmaterialização de documentos, a transmis-são de informação em tempo real, a gestão de quotas e um maior controlo do processo. É compromisso futuro do Grupo SATA continuar a inovar nos serviços que disponibiliza aos seus clientes” , diz Francisco Fernandes Gil, Chief Commercial Officer.A Amadeus está comprometida em fornecer tecnologia de ponta de mer-chandising aos seus clientes de companhias aéreas, dando às agências de viagens novos conteúdos para melhor atenderem às necessidades dos viajantes. A solução Amadeus Ancillary Services está agora integrada e a apoiar companhias aéreas a implantarem serviços auxiliares em mais de 95 mercados em todo o mundo. Atualmente, 58 companhias aéreas já se inscreveram para a tecnologia de merchandising.

O light ticketing é um processo exclusivo da Amadeus, no seu sistema, que permite aos agentes de viagens reservar companhias low cost e híbridas com o mesmo processo de reserva utilizado nas companhias aéreas con-vencionais, mesmo através da interface com a tecnologia XML.As agências de viagens poderão oferecer aos passageiros opções de via-gens mais pertinentes e adaptadas, como as tarifas budget, standard e comfort da Germanwings; os seus voos diretos e os que operam por ou-tra companhia; e uma gama mais ampla de opções extra. As tarifas dis-poníveis são a Basic, Smart e Best. Também estão disponíveis as tarifas flexíveis, SMART Flex e BEST Flex, que permitem aos viajantes alterar ou cancelar uma reserva de voo, sem penalização, mesmo à última hora.

patível com todos os principais bancos comerciais da China. No ano pas-sado, a rede da UnionPay registou 80% dos pagamentos realizados pelo turismo emissor chinês.A plataforma de pagamentos da Amadeus, utilizada por mais de 300 companhias aéreas, em todo o mundo, garante um processo de paga-mento rápido e fácil a todos os utilizadores, uma vez que a autorização está integrada no fluxo de emissão e venda de bilhetes. Por sua vez, re-sulta em informações mais completas sobre as transações, o que facilita a liquidação de pagamentos. Além disso, a plataforma de pagamento Amadeus oferece recursos personalizados que oferecem um pagamento seguro, tanto para viajantes como para fornecedores.

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Acessíveis em Amadeus desde 23 de Setembro

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24 Tecnologia Tudo no “Star Trek” já se tornou realidade, não foi?!

Agentes holográficos e cyborgsTudo no “Star Trek” já se tornou realidade, não foi?!

Introdução ao futuro Na “Física do Futuro” Michio Kaku demonstra que em 2100 iremos con-trolar os computadores através de sensores cerebrais minúsculos e, tal como mágicos, iremos movimentar objetos com o poder das nossas mentes. A inteligência artificial estará dispersa pelo ambiente e lentes de contato com internet irão possibilitar-nos o acesso a informação ou pro-jetar qualquer imagem que queiramos com um piscar de olhos. Os com-putadores têm feito parte do nosso quotidiano desde que muitos de nós temos memória, mas à medida que caminhamos em direção ao ponto de singularidade onde o poder de processamento do computador iguala ou ultrapassa o do cérebro humano, a ficção científica irá tornar-se realidade. Simplificando, a jornada para a singularidade baseia-se nos domínios da ficção científica; no entanto, a ficção científica baseia-se frequentemente em desenvolvimentos atuais que acontecem nas melhores universidades e empresas tecnológicas do mundo. Ao que parece, atualmente, a ficção científica e os elementos de singularidade estão a dominar ou a mudar a interface entre o turismo e a tecnologia.Do ponto de vista turístico, os computadores agora têm a capacidade

de interagir connosco de uma forma significativa. Eles falam connosco em russo, mandarim, alemão ou inglês de forma natural. Por exemplo, muitos de nós já terão usado o tradutor do Google em algum momento. As interfaces são impercetíveis e naturais e transcenderam o teclado e o rato. Agora, novos mecanismos de controlo prometem compreender até mesmo as nuances mais subtis da nossa linguagem corporal com uma destreza que poderíamos esperar apenas de outros seres humanos. A tecnologia atua agora na esfera da integração e cooperação ao ponto do ‘humano’ e ‘computador’ serem fundidos num só como um cyborg. O comando de ondas cerebrais já percorreu o seu caminho em brinquedos e aviões a jato e os engenheiros estão atualmente a conceber mecanismos de controlo ‘on-body’ e câmaras que podem ler emoções com sucesso. Estes são conhecidos por tecnologias usáveis e são dispositivos que se tornaram mais úteis ao aumentarem as capacidades do corpo. O Android Wear da Google permite usar dispositivos pequenos e potentes no corpo, possibilitando a utilização de informação útil sempre que necessário.A Google Glass (https://www.google.com/glass/start/) utiliza um visor ótico que se coloca na cabeça como um smartphone mãos-livres que comuni-

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Computadores e seres humanos, as fronteiras que os limitam estão cada vez mais difusas. Há quem acredite que o teletransporte poderá ser possível.

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25Tudo no “Star Trek” já se tornou realidade, não foi?! Tecnologia

ca com a internet, sobrepõe conteúdo aumentado e tira fotografias. O

investigador do laboratório MIT Media Dhairya Dand inventou

uns sapatos inteligentes que podem ajudar a orientar os turistas através dos cami-nhos urbanos sem consultar um mapa.

O seu agente de viagens virtual

O aeroporto de Orly em Paris tem atualmente agentes holográficos que

guiam passageiros, fazem atualizações de in-formação e respondem a questões. É isto o início de algo novo? Hatsune Miku é próxima grande estrela pop japo-nesa, mas ela não é real, é com curadoria e holográfica.A tecnologia está a melhorar a economia da experiência ao trazer virtualidade. Por exemplo, os hologramas estão a tornar-se lentamente numa realidade de hoje. Um ho-lograma é uma fotografia a três dimensões feita com a ajuda de um laser, que serve múltiplas funções, como por exemplo uma lente combinada, corretor asférico, com-binador de feixe e filtro estreito. Esta tecnologia está a deslocar-se para os televisores sob a forma de televisão holográfica 3D que potencialmente poderia ser projetada numa mesa para as pessoas assistirem. A Telepresença holográfica permite a gravação de uma imagem tridimensional num local e mostrá-la em outro local, quase em tempo real, em qualquer lugar do mundo. Os hologramas são uma dimensão da realidade virtual, mas quando combinados com interfaces gestuais, os hologramas de tecnologia dão uma sensação de toque. Esta tecnologia permite aos seres humanos comunicar com o holograma e interagem naturalmente, sem quais-quer dispositivos mecânicos. Esta tecnologia é a base do Kinect pela Xbox na qual os utilizadores têm uma sensa-ção de tacto por exemplo, ao jogar ténis virtual. Se a sin-gularidade é o futuro, então já está aqui. O Ciudad Grupo do Banco Santander em Madrid criou um centro futurista de visitantes que englobam mordomos robóticos. Quan-do os visitantes entram no lobby principal do banco, es-tes mordomos cumprimentam e atendem as pessoas e orientam-nas para um determinado local. Em conclusão, pensem em tecnologia da seguinte forma. Tudo na série de televisão “Star Trek” (“O Caminho das Estrelas”) está a tornar-se realidade. O comunicador pes-soal é o smartphone, o replicador é uma 3D food printer, o holodeck é qualquer jogo virtual, o tradutor universal é o tradutor do Google, a telepresença é a vídeoconferência e o tricoder médico é o equipamento portátil para resso-nâncias magnéticas. Assim, se tudo no “O Caminho das Estrelas” pode tornar-se realidade, o teletransporte altera todo o conceito de viagens internacionais e irá tornar as companhias aéreas redundantes. Beam me up Scotty! l

Dr. Ian YeomanFuturistaVictoria University of Wellington, New Zealand & European Tourism Futures Institute, the Netherlands

Hatsune Miku é próxima grande estrela pop japonesa, mas ape-

sar de ser virtual, faz concertos

Google Glass utiliza um visor ótico que se coloca na cabeça

como um smartphone mãos-livres

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a ficção científica baseia-

se frequentemente em desenvolvimentos atuais que acontecem

nas melhores universidades

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CrowdsourcingDuas formas de

melhorar os esforços de marketing nacional e internacional

O crowdsourcing é uma nova forma de conseguir a ajuda de um grupo de pessoas para desempenhar uma tarefa que era habitualmente desempenhada só por uma ou por uma equipa.

26 Análise Crowdsourcing

Existe uma nova tendência chamada crowdsourcing a crescer no seio das empresas de todas as dimensões e que está a ter um impacto significativo na forma como as empresas abordam o marketing. O crowdsourcing tem ajudado os departamentos com

escassos recursos humanos a desenvolverem melhores materiais de marketing, a conseguirem envolver melhor o público-alvo e até ajudou empresas como o Facebook e eBay a traduzirem os seus conteúdos, pou-pando até 90% dos seus custos (por vezes até de graça). Então o que é exatamente o crowdsourcing?O crowdsourcing é conseguir a ajuda de um grupo de pessoas numa tare-fa que habitualmente era desempenhada por uma pessoa ou equipa. É a última parte desta declaração que a maioria das pessoas não entende. O crowdsourcing não é simplesmente levar uma série de pessoas a fazerem alguma coisa. É levar as pessoas a fazerem alguma coisa que costuma-va ser feita por apenas uma, tal como desenhar um logótipo, traduzir um post de um blog ou criar novas brochuras de marketing. Já não é preciso contratar esse tipo de serviços a uma só pessoa.Imagine que está a criar um logótipo para uma nova marca. Se fizer o percurso tradicional irá desenhá-lo sozinho, contratar um empregado, um freelancer, um primo, um amigo ou contratar uma agência para criar o logótipo para si. O designer iria então mostrar-lhe algumas ideias, você escolheria a sua favorita e que viria a ser o seu logótipo.

Com o crowdsourcing o processo é exatamente igual com a exceção de que irá dizer o que pretende a uma grande comunidade de designers e quem quer que esteja interessado no seu produto ou ideias irá criar-lhe um logótipo num espaço de dias (normalmente entre 3 e 7 dias) e você escolherá o melhor de entre os apresentados.Em vez de contratar alguém baseado na promessa de ter um excelente logótipo ou a oferta mais baixa, irá ter uma série de designers (geralmen-te entre 20 e 60) que lhe apresentarão logótipos finalizados de entre os quais você escolherá o melhor. Imagine a diversidade. O crowdsourcing basicamente altera o processo de trabalho para que seja você a definir os termos e a escolher o trabalho baseado na qualidade – não em pro-messas.O que torna o crowdsourcing tão versátil é que é um processo de trabalho que pode ser aplicado a praticamente tudo. Assim como contratar um empregado, freelancer ou contratar serviços externos são processos de trabalho, o crowdsourcing é a futura forma de processo de trabalho. É

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Page 27: Ponto Turismo 14

27Crowdsourcing Análise

O fundador do Daily Crowdsource David Bratvold diz

que o crowdsourcing pode levar os seus potenciais

clientes a criarem os seus materiais promocionais

0,10-0,20 cêntimos de dólar (0,08-0,16 cênti-mos em euros) por palavra. A pessoa que faz realmente a tradução é geralmente um mem-bro júnior que estudou o idioma envolvido no trabalho.Que melhor do que realmente ter um homem alemão, com idade entre 18-24 anos, que vive na Alemanha a fazer a tradução para si? Eles não só falam a linguagem corrente, o calão e chavões locais, como conhecem quais as mar-cas e tendências mais populares e relacioná-veis. Eles também sabem como falar o idioma

de forma a atrair melhor os seus pares.O Facebook e o eBay traduziram

secções dos seus websites utilizando exatamente

este mesmo proces-so. O eBay reduziu

o custo por palavra para 0,024¢ e o Facebook envol-veu a sua comu-nidade de graça.Se está mais

curioso em apren-der mais sobre o

crowdsourcing, a me-lhor forma de começar

é pensar num pequeno pro-blema que o crowdsourcing pos-

sa solucionar e fazer um pequeno teste. Depois visite o site WhatIsCrowdsourcing.com para ter um melhor entendimento sobre o que o crowdsourcing pode fazer por si e descubra exemplos de aplicações. l

David BratvoldFundador Daily Crowdsource Crowdopolis Producer

conseguir que uma multidão de pessoas traba-lhe para si num projeto que costumava ser feito por uma pessoa.As duas formas mais eficazes de começar a uti-lizar o crowdsourcing no setor do turismo são no âmbito do trabalho de design gráfico e da tra-dução/localização. Assim como no exemplo da conceção do logótipo, poderá aplicar o mesmo processo para criar uma brochura de viagens, um design para um website ou materiais tu-rísticos.Pense no percurso tradicional. Imagine que quer atrair turistas masculinos alemães, entre os 18-24 anos. Você teria a sua equipa interna ou agência a avançar-lhe ideias sobre como atrair esse pú-blico específico. Se estiver a utilizar a mesma equipa vezes sem conta, seja ela externa ou interna, o tra-balho que realizar será sempre den-tro da mesma linha, semelhante. Toda a gente tem o seu próprio estilo e torna-se difícil apa-recer com novas ideias.Imagine se pedisse aos seus consumido-res, os viajantes, as pessoas que estão mais interessadas em visitar a sua região, para mos-trarem os seus materiais de marketing. Que melhor do que ter realmente homens alemães, dos 18-24 anos e envolvê-los?O crowdsourcing faz exatamente isso. Com o crowdsourcing pode levar os seus potenciais clientes a criarem os seus próprios materiais promocionais. Eles terão a melhor visão sobre o que é que atrai os alemães à sua região e a melhor forma de o vender. Os seus materiais promocionais criados pelo próprio mercado que está a tentar atrair, terão um impacto muito maior. Uma vez que o crowdsourcing é um processo de trabalho, pode ser aplicado a qualquer pro-blema de negócio como a tradução ou localiza-ção. Utilizar os métodos de crowdsourcing para traduzir conteúdo existente é uma das inova-ções mais subestimadas dos últimos anos. Para o compreender temos de o comparar com o método tradicional de tradução de conteúdos.O processo típico da tradução envolve o en-vio dos materiais aos seus tradutores internos ou contratar uma empresa de traduções. Em média as traduções demoram entre 1 a 4 se-manas até serem devolvidas, por um custo de

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o crowdsourcing

é um processo de trabalho que pode ser aplicado a qualquer

problema de negócio

Page 28: Ponto Turismo 14

Tendências Last-MinuteComo é que a

tecnologia alterou o panorama para os hoteleiros

O comportamento dos consumidores alterou-se e na hotelaria o impacto nota-se nas reservas. As janelas de compras antecipadas que são cada vez menores, levando os gestores de receita ‘à beira de um ataque de nervos’ e a baixar preços. A culpa, dizem, é da incerteza da economia e dos avanços da tecnologia de viagens.

© HAMMETT79 | DREAMSTIME.COM - HOTEL BELL LAST MINUTE PHOTO

28 Análise Tendências Last-Minute

Uma das tendências hoteleiras sobre a qual se tem escrito mais na última década é que as janelas de compras antecipadas es-tão cada vez mais pequenas. O consumidor de hoje não só quer, como espera tudo a pedido. Apesar disto não ser exclusivo nas

viagens – podemos ver exemplos em muitas indústrias de serviços – o impacto nesta indústria em particular tem sido profundo.Alguns argumentam que se trata do resultado de uma situação económi-ca incerta. Outros dizem que é catapultada pelos avanços na tecnologia de viagens. Seja qual for a razão, o resultado final é sempre o mesmo, os viajantes esperam mais tempo até reservarem os seus quartos de hotel.

Os números não mentemMuitos hotéis referem que a maioria das suas reservas chegam atual-mente nos sete dias anteriores à partida, o que para um revenue mana-ger tanto pode deixá-lo ‘à beira de um ataque de nervos’ quanto pode ser considerado um desafio. No entanto, apesar desta mudança nas janelas de compras antecipadas, poucos foram os hotéis que adapta-ram as suas estratégias de gestão de receitas. Como resultado, parece que alguns revenue managers estão a carregar no botão de pânico e a baixar preços à última hora.Um estudo interno de pricing conduzido pela Hotel Tonight descobriu que existe uma descida linear e constante da ADR (tarifa média diária) que

começa sete dias antes e continua até ao dia de chegada. Em média os preços para o próprio dia eram 8 a 10% mais baixos do que aqueles para o mesmo hotel, sete dias antes. Esta tendência era ainda mais evidente nos maiores mercados norte-americanos, com os preços a baixarem em cerca de 15%.Todos os revenue managers irão concordar que querem aumentar as suas reservas antecipadas. No entanto, os dados indicam que os preços estão a baixar durante o pico do período de reservas, uma altura em que a procura dos clientes está em alta. Ao baixarem os preços na semana que culmina com a data de chegada, em vez de os manter ou subir, os hotéis correm o risco de treinarem os clientes para esperarem até à úl-tima hora.

Aproveitar os canais de reservas de última horaA realidade atual é que o comportamento dos clientes mudou e é pouco provável que os hotéis consigam reverter esta tendência. Uma melhor es-

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TO29Tendências Last-Minute Análise

Primeiro, o valor supera o desconto. Os clien-tes de mobile são conhecedores e não se dei-xam enganar pela prática de inflacionar o preço regular para mostrar um grande desconto. No Hotel Tonight descobrimos que há um ponto de preço “mágico” para cada hotel, o preço em que os quartos voam das prateleiras, que tem pou-ca correlação com a percentagem de desconto mostrada.Lição a reter: Os clientes de mobile não se deixam enganar facilmente. Eles procuram um preço justo e valor elevado. Foco na competi-tividade do preço para maximizar as reservas.

Segundo, existe uma correlação direta entre a hora do dia e a flexibilidade do preço do cliente (sensibilidade do cliente face ao pre-ço) Ao comparar pontos de preços em oferta versus os vendidos ao longo do dia, descobri-mos que os pontos de preço permanecem re-lativamente constantes, ao passo que aqueles que são reservados decrescem ao longo do dia. Lição a reter: O madrugador consegue o que quer. Quanto mais tarde se tenta ocupar os quartos ao longo do dia, menos clientes estão dispostos a pagar.

As tendências da indústria e da sociedade in-dicam que o comportamento de reservas de última hora chegou para ficar. Apesar de que os hotéis gostariam de reverter a maré e reabituar os clientes a reservarem com antecedência, a estratégia vencedora é aceitá-la e usá-la a seu favor.Embora ainda haja muita incerteza no panora-ma em rápida mudança das viagens, alterar as estratégias de gestão de receita e aproveitar as oportunidades dadas pelas novas tecnologias é um primeiro passo crucial para ter uma vanta-gem no mundo de última hora de hoje. l

Heather Leisman, Diretora Executiva na HotelTonight

tratégia para os hotéis será aceitar isso e fazê--la trabalhar a seu favor.

Na mesma medida em que as novas tecnologias podem ser parcialmente

responsáveis pela diminuição das janelas de reservas, também podem ser parte da solução. Quando utilizados estrategi-camente e em conjunto com uma estratégia de gestão de receita mais alargada, os ca-

nais de reservas para o próprio dia podem ajudar a gerar vendas

de última hora, ao mesmo tempo que permitem aos hotéis proteger os

seus preços durante o pico do período de reservas. Como pioneiro em mobile apenas

de última hora, o Hotel Tonight identificou duas tendências nas reservas para o próprio dia que os hotéis podem aproveitar para maximizar a sua ocupação.

As tendências

da indústria e da sociedade indicam que o comportamento de reservas de última hora chegou para

ficar

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3030

Insights de Sucesso nos negócios06

06 Insights Sucesso nos negócios por Mark Cuban

Pergunte sempre como conceberia uma solução se não existisse uma atual.99,99% de tudo o que fazemos nos negócios é feito da forma como tem sido feito sempre. Ninguém re-imagina como as coisas deveriam ser feitas. Isso é o que as pessoas bem sucedidas fazem. Em todas as situações em que se encontram tiram conhecimento do negócio ou situação em que estão, seja a comprar um baralho de cartas, a comer num restaurante ou a tentar resolver um problema, e pensam sobre como re-inventar isso. Não perguntam o que é que as pessoas irão querer. Eles imaginam uma reaplicação completa. Depois decidem o que fazer com o que acabam de recriar.

Coloque-se no lugar do seu cliente

Se conseguir colocar a pessoa com quem está a lidar numa situação de sucesso, você terá sucesso. Para conseguir isto, terá de ser rápido a perceber as necessidades e exigências dessa pessoa e as da empresa ou empresas para as quais trabalham ou com quem trabalham. Todas

as pessoas e indústrias são diferentes. Isto é algo que se aprende depois de um grande investimento de tempo em compreender as diferentes

indústrias, negócios, funções e no que as fez ou não funcionar. É um processo de aprendizagem sobre o que as empresas precisam que

não termina. O que é que as pessoas nessas companhias precisam e como trabalham. Se não compreender o que é preciso para melhorar as

pessoas e empresas que trabalham consigo, então também não entende como ser bem sucedido.

Saber venderVender significa ser capaz de transmitir a mensagem do porquê o seu produto ou serviço - que pode ser você caso esteja à procura de emprego - vai ser benéfico para o comprador. Vender não tem a ver com convencer. Tem sempre a ver com ajudar.

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31Sucesso nos negócios por Mark Cuban 06 Insights

Mark Cuban Shark no programa

Shark Tank da cadeia ABC e transmitido na

Sic Radical

Seja simpáticoAs pessoas detestam lidar com pessoas que sejam imbecis. É sempre

mais fácil ser simpático do que imbecil. Não seja imbecil.

O caminho mais fácil para algo melhorMuitas pessoas surgem com formas de fazer algo que pensam que são óptimas ou espantosas. Onde eles falham é em perguntar se esse método irá facilitar ou melhorar a vida de alguém. O teste mais simples para toda a conceção de um processo ou situação é simples. Será este o caminho mais fácil para o utilizador? Sim ou não?

Aprender tudo o que conseguir sobre tecnologia

A beleza da tecnologia é que muda todos os dias. Olhe para qualquer tecnologia que exista hoje ou que tenha existido. Para qualquer

tecnologia sobre a qual tenha lido. Foi inventada por alguém. Eles conhecem o produto melhor do que ninguém. No dia do lançamento,

você está tão bem informado acerca dessa tecnologia como qualquer outra pessoa no mundo. A partir dali tratar-se-á apenas de esforço em

continuar a aprender.Se é uma daquelas poucas pessoas que conhece as novas tecnologias,

então está na posição única de se poder colocar na pele dos seus clientes e determinar se as novas tecnologias podem ser benéficas. As novas tecnologias permitem a mudança e onde há mudança há

oportunidade. Cabe-lhe perceber qual é essa oportunidade.

Não há atalhos nos negócios. Para ter sucesso há algumas coisas que é preciso

saber. Estes seis itens não são nem de perto nem de longe os únicos, mas são na

minha honesta opinião, os mais importantes.

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32 Lifestyle Travel Gadgets: O futuro está aí!

Os gadgets estão aí e invadem todos os setores, uns realmente revolucionários, outros que simplesmente estão no nível dos ‘atraentes, mas será que são mesmo necessários?’. O turismo e as viagens não são exceção e um sem número de aplicações e

dispositivos surgem no mercado para simplificar a experiência de viagem ou para levar o viajante para um novo patamar do futuro.Desde roupa que poderá carregar as baterias de um smartphone ou en-viar mensagens pelas redes sociais, a robots-mordomos em hotéis ou robots em bares de navios de cruzeiros, passando por computadores portáteis que se transformam em rolos que se transportam a tiracolo, sapatos que nos ajudam a orientar numa cidade, quase tudo é possível.Algumas das mais faladas e que fizeram parte da cimeira SITA IT em Ju-nho, foram as pulseiras que utilizam tecnologia ‘vampira’ Nymi. A pulseira biométrica, que na opinião dos responsáveis do Laboratório SITA irá faci-litar as viagens, utiliza a mesma tecnologia que permite aos morcegos--vampiros da Monróvia, identificarem qual o cavalo preferido para suga-rem… O utilizador coloca o dedo nos micro-sensores o tempo suficiente para a pulseira identificar o seu perfil único de eletrocardiograma e deste modo fica pronto para ir para qualquer lado.

Roll Top - Um dos gadgets é o Roll Top, um projeto em busca de parceiro que consiste num computador portátil flexível que se destaca por se trans-formar num rolo de 8,3 cm de diâmetro e 28 cm de comprimento com o peso de um mini notebook. O computador inclui tudo o que é necessário, desde uma fonte de alimentação de energia, câmara, portas, pen intera-tiva e não precisa de bolsa. A própria alsa serve de cabo. O computador portátil utiliza tecnologia OLED e um ecrã multitouch, transformando-se também num monitor de 17 polegadas devido ao suporte ligado à parte de trás..

Quem não se lembra do Inspetor Gadget ou da série Get Smart (Olho Vivo em português), onde as duas personagens principais estão equipadas com dezenas de gadgets que as livram de apuros nas mais variadas situações? Os gadgets faziam então, um pouco parte do imaginário… hoje não é tanto assim.

Travel Gadgets:O futuro está aí!

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O computador flexível Roll Top ainda precisa de um parceiro para ser realidade

Page 33: Ponto Turismo 14

Se estiver no Aloft Cupertino pode experimentar o serviço do robot A.L.O the Botlr

Os sapatos Lechal vão indicar o caminho pelas cidades

O ainda protótipo do vestido-solar irá carregar os smartphones

As pulseiras Vivofit avisam quando é hora de voltar a ‘mexer’

33Travel Gadgets: O futuro está aí! Lifestyle

A.L.O. the Botlr - A hotelaria não foge às novidades tecnológicas e o novo hotel Aloft Cupertino em Silicon Valley tornou-se no primeiro a ter um ro-bot que desempenha as funções de um mordomo. Por enquanto trata-se de uma experiência-piloto, mas o robot A.L.O. the Botlr, criado pela start--up Savioke, junta, na opinião de Brian McGuinness, vice-presidente sénior da empresa, “a cortesia e ética do Wall-E, o humor de Rosie (o robot dos Jetsons) e traz recordações de infância do R2D2 da Guerra das Estrelas”.O robot está ‘vestido’ a rigor, com uniforme e placa com o nome, e apenas aceita tweets como gorjeta. Com cerca de 90 cm de altura, A.L.O. the Botlr leva aos hóspedes aquilo que eles pedirem para a receção. O pessoal coloca o pedido no robot, carrega o número do quarto e envia-o pelos corredores e pelos elevadores que a máquina chama através de Wi-Fi.

Vestuário-solar - A utilização da energia solar para recarregar equipamen-tos foi a inspiração da estilista holandesa Pauline van Dongen que, jun-tamente com um grupo de cientistas, criou um protótipo de vestido e de casaco com painéis solares flexíveis inseridos.

Sapatos Lechal - Uma das ‘invenções’ em início de comercialização chega da Índia, da startup tecnológica Ducere Technologies, e são sapatos e palmilhas ativados por Bluetooth que orientam as pessoas em direção ao destino. Os sapatos e palmilhas da marca Lechal, que em hindu sig-nifica ‘leva-me contigo’, terão um preço entre os 100 e os 150 dólares e funcionam através da sincronização com uma aplicação de smartphone que utiliza o Google Maps e faz vibrar o sapato direito ou esquerdo para informar os utilizadores quando e onde devem virar para chegarem ao seu destino.Inicialmente estes sapatos foram desenvolvidos para ajudarem os invi-suais que utilizam as bengalas brancas, embora atualmente estas já exis-tam com GPS, no entanto, durante os testes, a empresa viu o potencial de alargamento do mercado a todos. Os sapatos podem ser utilizados como uma forma mais precisa de saber a distância percorrida e as calorias con-sumidas e funciona com bateria que pode ser carregada com o acessório interativo próprio e que vem com os sapatos. Esta não é a única invenção relacionada com sapatos. Também o investigador do MIT Dhairya Dand inventou uma palmilha que se pode colocar em qualquer sapato e que in-dica não só o caminho como diz quando se deve descansar. Ao que parece o realizador do ‘Feiticeiro de Oz’ não estava longe da realidade quando colocou magia nos sapatos vermelhos de Dorothy!

Pulseiras Vivofit - Fora do âmbito da experiência de viagem a Garmin apresentou a pulseira de Vivofit que consegue contar os passos diários do utilizador e lembra quando é altura de começar a andar. Depois de uma hora de inatividade, a pulseira mostra uma linha vermelha de análise de movimento que avisa o utilizador de que está sem atividade há muito tempo. l

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34 Viagem de: Cristina Siza Vieira

Ponto Turismo › Qual foi a viagem da sua vida ou que a tocou mais?Cristina Siza Vieira › Montes delas. Tem muito a ver com o contexto. Gosto muito de viagens românticas, viagens que o meu marido escolhe, planeia e faz. Gostei imenso de ir às Maurícias, da minha lua-de-mel nas Maldivas, onde apanhámos uma revolução dos índios Tamil e ficámos iso-lados na ilha. Gosto também muito de viagens familiares. Gostei muito de uma viagem à Sicília porque teve uma parte histórica e eu gosto muito de história. Visi-támos todos os pontos de referência históricos na Sicília, fomos ao monte Etna ver o vulcão. Foi uma altura interessante em que cruzámos a parte histórica e voltas na ilha, com uma semana de ‘papo para o ar’. Gosto muito das viagens de família nos Estados Unidos. Já ali fizemos três longas viagens, quer para o sul, quer para o norte, quer à zona mais rural.

Ponto T. ›O que é que lhe falta fazer?C.S.V. › Fiz a mim própria a promessa de que me apetecia imenso fazer trekking no Nepal! Foi algo que devia ter sido feito há cerca de 23 anos mas que não foi possível porque estava grávida e não deu para fazer e depois as circunstâncias não se reuniram para o efeito. Falta-me ir à Índia. Conhe-cer a Índia com olhos ‘de alma e coração’. Ir aos Fiordes da Noruega, à Terra do Fogo. As prioridades são basicamente estas: Trekking no Nepal, ir à Terra do Fogo, não conheço o Chile, e os Fiordes da Noruega.Gosto muito de cidades. Portanto mesmo quando são viagens mais curtas de cidades, gosto muito. As cidades são uma forma muito interessante de organização humana e neste momento da nossa vida a natureza também nos diz muito. Gosto muito de ir à montanha.

Ponto T. › Então quais são as férias ideais?C.S.V. › Passam sempre por ter uma ou duas semanas de fazer muito, correr muito, parar em vários sítios e depois parar um tempo para estar ‘de papo para o ar’. Isto é que é o ideal. O ‘papo para o ar’ pode ser na praia ou na montanha. Uma parte de andar a mudarmo-nos constantemente, quase de ‘mochila às costas’, estar um ou dois dias num sítio, depois ir para outro, e depois ter uma semana de ‘pousio’. Viajar é sempre um prazer e ainda há muito mundo para descobrir.

Ponto T. › E sente-se sempre mais rica quando viaja?C.S.V. › Eu acho que sim. Quando vemos outras coisas é inevitável a com-paração com o sítio onde vivemos, com as pessoas que nos rodeiam, com o próprio povo, generalizando um pouco e chegamos à conclusão que gos-tamos imenso do nosso povo. Acontece-nos perceber que temos qualida-des humanas extraordinárias. Por outro lado também percebemos melhor quais são os nossos defeitos, mas também percebemos que, por vezes, a nossa espontaneidade e ‘o arranjar as coisas à ultima hora’, são boas so-luções. Vimos mais ricos porque nos conhecemos melhor por contraponto com os outros povos e outros lados que visitamos. Por outro lado, ficamos maravilhados com o que o mundo tem para nos mostrar e isso enriquece--nos como pessoa. Há muito mais do que este mundinho aqui, do que esta vida do dia-a-dia. É uma oportunidade para refletirmos, para encaixarmos estas experiências no nosso catálogo de coisas boas do mundo.

Ponto T. › O que é que a leva a escolher um destino? C.S.V. › Eu tenho um grande organizador de viagens em casa e por isso normalmente não sou eu que escolho. Eu tenho estas viagens que que-ro fazer e que também partilho com o meu marido, portanto planeamos juntos. Não escolho um destino em detrimento de outro, às vezes é pelas circunstâncias. Escolhe-se porque não se conhece, porque se quer revisitar, porque se quer mostrar aos miúdos, porque há uma boa exposição num museu…. Há destinos que gostava de conhecer mas que não me passa pela cabeça ir nas circunstâncias atuais, tipo Jordânia, Iraque…. Esses são preteridos porque as condições de segurança são fundamentais. l

Cristina Siza VieiraAinda há muito

mundo para descobrir

#14 OUT/NOV 2014

É uma oportunidade

para refletirmos, para encaixarmos estas

experiências no nosso catálogo de coisas

boas do mundo

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Nesta viagem não há agências de turismo. Não há pacotes promocionais. Não há praias paradisíacas, nem hotéis de luxo. Há genuinidade, espírito humanitário, trabalho de equipa, boa disposição e, sobretudo, um resultado final que fará toda a diferença na localidade visitada. Porque cada aventura tem um objectivo concreto e uma tarefa definida a cumprir.É uma jornada surpreendente ao âmago das missões apoiadas pela AMI no Senegal, Guiné-Bissau e Brasil. A maioria dos participantes inscreve-se pelo desejo sincero de querer ajudar os outros, de ver no terreno a acção da AMI e também de verificar, in loco, onde é aplicado o seu donativo.

Aventura Solidária é um projecto da FUNDAÇÃO AMI cujo lema é “Viajar contra a Indiferença mostrando o mundo como ele é”.

Futura Aventura:Guiné-Bissau: 22 a 30 de Nov.

Para saber mais: www.ami.org.pt (ajudar a AMI)

Vontade de partir, financiar e AJUDAR

SolidáriaAventura

2014