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Ci d a d e s
14 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, DOMINGO, 07 DE SETEMBRO DE 2014
MOBILIDADE URBANA
Cruzamentos que param a cidadeVitória tem a quinta pior mobilidade no trânsito entre 22 capitais, e quatro cruzamentos estão entre os principais vilões
Pontos críticos Veja no mapa um congestionamento típico às 18 horas em um dia útil
Texto: Giordany Bossatoe Luiza WernersbachArte: Leo Rangel
Trafegar pelas avenidas de Vi-tória em determinados ho-rários exige paciência. São
muitos carros e poucos caminhospara ir de um local a outro.
É isso que apontou a pesquisa doarquiteto e urbanista Valério Me-deiros, pesquisador da Universida-de de Brasília (UnB). Durante o es-tudo, Medeiros concluiu que a ca-pital capixaba tem a 5ª pior mobili-dade entre 22 capitais brasileiras.
As capitais com trânsito pior queVitória, segundo o estudo, são Flo-
rianópolis, Rio de Janeiro, Salva-dor, Porto Alegre e São Paulo.
“O fato de ser uma ilha resultaem uma malha viária fragmenta-da, o que reduz significativamentea quantidade de rotas e trajetospossíveis entre quaisquer pontosda cidade”, disse o pesquisador.
Com base nisso, a reportagem de
Fo n t e : Assessoria de imprensa Google Brasil; arquiteto e urbanista Valério Medeiros; mestre em Engenharia de Transportes Fábio Romero; João Renato Prandina, engenheiro civil especialista em túneis.
A Tribuna destacou cinco pontos(sendo quatro cruzamentos) críti-cos no trânsito da cidade. A pes-quisa foi feita com auxílio do apli-cativo Google Maps, que recebeinformações de celulares via GPS emede a velocidade de desloca-mento dos usuários.
A convite do jornal, especialistas
analisaram os problemas e lista-ram possíveis soluções para me-lhorar a circulação nesses locais.
“Acredito que a melhora da mo-bilidade depende de reformas físi-cas, como a abertura de vias queatravessem a cidade, e também demelhorias no transporte público”,ressaltou Valério Medeiros.
Cruzamento da Retada Penha com aD e s e m b a rga d o rSantos NevesS O LU Ç Ã OAinda não está definida adivisão da Praça do Cauê.Mas especialistas sugeremum túnel ligando a Reta daPenha à entrada da Tercei-ra Ponte, preservando ap ra ç a .
Chegada a Vitóriapela SegundaPonte e PonteFlorentino Avidos
Cruzamento da avenidaMaruípe com a Serafim Derenzi
S O LU Ç Ã ODifícil. Além de guardas de trânsito mais tem-po no local, o mestre em Engenharia de Trans-portes Fábio Romero diz que é preciso pensaraté em remoção do canteiro central, criandoum “b o l s ã o” para os veículos no sentido Sera-fim Derenzi. Assim, os carros que vão para aReta da Penha não ficariam parados.
Cruzamento da Des. Santos Nevescom a avenida Saturnino de BrittoS O LU Ç Ã OO engenheiro João Re-nato Prandina sugereum mergulhão em senti-do único, com duas pis-tas passando por baixoda Saturnino de Britto.
S O LU Ç Ã ONeste trecho, o trânsitofica lento, em geral, en-tre 6h30 e 8h30. Paraenfrentar o problemaestão em andamentoas obras do Portal Sul,com desapropriações,alargamento de vias econstrução de viaduto.
LocalizaçãoO Google Maps recebe informa-ções como velocidade de deslo-camento, local e horário de todousuário que utiliza o aplicativo eseleciona “Ativar Localização”.
O rga n i z a ç ã oCom os dados enviados por mi-lhares de smartphones e ta-blets, o Google consegue identi-ficar, em tempo real, a situaçãodo trânsito nas ruas e avenidas.
Da d o sAs informações disponibilizadaspelo aplicativo formam um his-tórico. Com ele é possível obser-var a situação das vias em todosos horários e dias da semana.
Aler taHá cerca de um ano, a Googlecomprou o Waze, outro aplica-tivo sobre trânsito, e passou areceber as informações publi-cadas por usuários do Waze.
GOOGLE MONITORA TRÂNSITO EM TEMPO REAL
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Entrada deJardim Camburi
S O LU Ç Ã ONo local existem semáfo-ros exclusivos para pedes-tres. Segundo o especialis-ta em engenharia de trân-sito Fabio Romero, podemser feitas passagens emdesnível, para que os se-máforos sejam retirados.
60km/h
40km/h
15km/h
VELOCIDADE DO TRÂNSITO
PONTE DE CAMBURI
AVENIDA NOSSA
TERCEIRA PONTE
ENSEADA DO SUÁ
AV E N I DA
RETA DA
L E I TÃO
SERAFIM
AV E N I DA
PONTE DA PASSAGEM
MARUÍPE
DERENZI
DA SILVA
PENHA
D ES E M B A R G A D O RSANTOS NEVES
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SENHORA DOSN AV EG A N T ES
B E I R A- M A R
Ci d a d e s
VITÓRIA, ES, DOMINGO, 07 DE SETEMBRO DE 2014 ATRIBUNA 15
Bicicletas contra o caosMeio de transporte saudável,
não poluente e que requer um es-paço muito reduzido para estacio-namento. De acordo com o diretorda Associação Brasileira de Medi-cina de Tráfego (Abramet), DirceuAlves, essas características tornama bicicleta a melhor solução para ocaos no trânsito das grandes cida-d e s.
“Os governos estão facilitando acompra dos veículos quando deve-riam investir em ciclovias, até para
garantir a segurança do ciclista”.Segundo o arquiteto e urbanista
André Abe, transportes públicosmais eficientes também implica-riam em menos veículos indivi-duais sendo utilizados.
“Um automóvel com 1,3 passa-geiro ocupa 30 metros quadrados(m2) de espaço público. Já um ôni-bus com 40 passageiros ocupa1 00 m2. Ou seja, no primeiro casosão 23m2 por pessoa e no segundo,2, 5 m 2 por pessoa”.
Número de veículoscresce acima da média
O excesso de carros nas vias deVitória é o maior fator complica-dor do trânsito. Na capital, o nú-mero de veículos nas ruas cresceem torno de 10% ao ano, enquantoem todo o Estado, essa taxa é de7%.
A afirmação é do secretário deTransportes, Trânsito e Infraes-trutura Urbana de Vitória, JoséEduardo Oliveira.
Para ele, a retenção e o volumede carros existem porque, no ho-rário de pico, a quantidade de veí-culos nas principais vias da cidadeé muito grande. Só em 2013, eram122.229 automóveis na capital.
“Nosso sistema viário hoje é limi-tado, mas não adianta aumentar asvias porque seria o mesmo que di-zer: ‘ponham mais carros na rua’”.
Segundo o secretário, o fim dopedágio da Terceira Ponte tam-bém agravou a situação em algunspontos da capital, já que o númerode carros transitando pela ponteaumentou cerca de 23%.
“Em Vitória estão as principaisempresas, os principais serviçospúblicos estaduais. Muitas pessoasque trabalham e estudam em Vitó-ria vêm de municípios vizinhos”.
Uma forma de minimizar o pro-
blema, para o secretário, é incenti-var o uso de outros meios de trans-porte, como ônibus e bicicletas.
Para isso, a prefeitura está discu-tindo uma integração ao programade transporte do governo do Esta-do. Dessa forma, seriam criadasmais ofertas de viagem sem passarpelo mesmo itinerário.
“Existe sobreposição de itinerá-rios entre as linhas municipal emetropolitana. Assim, consegui-ríamos reduzir o número de ôni-bus nas vias, mantendo ou melho-rando a qualidade do serviço”.
O secretário ainda afirmou que otempo dos semáforos em cruza-mentos está sendo reavaliado paraque se criem mais sequências desinais verdes, sem interferir emoutros pontos.
NARA PARANÁ - 25/04/2013
TRÂNSITO EM VITÓRIA: frota aumenta em torno de 10% ao ano
MOBILIDADE URBANA
Como trocar ocarro pelo ônibus?Garantir mais confortoe a pontualidade notransporte público éuma das mudanças queespecialistas apontampara que isso aconteça
Naiara Gomes
Em outros países, é normalque as pessoas optem pelotransporte público para ir ao
trabalho. Para que isso aconteça naGrande Vitória, especialistasapontam o que é preciso mudarpara que o motorista deixe o carrona garagem e vá de ônibus paraseus compromissos profissionais.
Segundo os profissionais da áreade trânsito, são soluções simples,que não gerariam altos custos aoEstado e garantiam mais agilidadee conforto nas viagens.
Para o diretor do Instituto Brasi-leiro de Estudos do Trânsito (Ibe-tran), Paulo Lindoso, os ônibus de-veriam ter mais fluidez que os ou-tros veículos. “Os ônibus levam de40 a 50 pessoas. Já o carro leva, namaioria das vezes, apenas duaspessoas”, afirmou Lindoso.
Segundo ele, o fato de todos osveículos terem a mesma fluidez notrânsito faz com que as pessoaspriorizem o conforto.
“Ônibus e carros ficam presos notrânsito. Diante disso, as pessoasacabam optando pelo conforto doscarros em vez de ficarem em pénos ônibus cheios”, analisou.
Para diminuir essa desigualda-de, Lindoso defende que faixas ex-clusivas para ônibus sejam criadasnos horários de pico. “Isso é neces-sário para desatar os nós do tráfe-go da Grande Vitória”, afirmou.
Ele afirmou que essa medidatem baixo custo e implementaçãode curto prazo. “Viadutos não pre-
cisarão ser construídos, a infraes-trutura atual é aproveitada”.
Para o mestre em AdministraçãoPública e professor da Universida-de Federal do Espírito Santo(Ufes) Hugo Júnior Brandião, énecessário também garantir con-fiabilidade do transporte público.“Falta pontualidade nos horáriosde ônibus”, afirmou.
O engenheiro de transportesRodrigo Rosa é enfático sobre oque é preciso mudar para que omotorista opte por deixar o carrona garagem. “É necessário ofere-cer qualidade, conforto e dignida-de ao passageiro”, afirmou.
O coordenador operacional Ed-mar Azevedo, 45, já deixa o carroem casa todos os dias e vai para otrabalho de ônibus.
Ele mora em Santana, Cariacica,e trabalha em Goiabeiras, Vitória,e disse que se optasse pelo carrotodo dia, teria muito gasto ao lon-go do mês.
LEONARDO DUARTE/AT
O COORDENADOR OPERACIONAL Edmar Azevedo contou que deixa o carro em casa e vai trabalhar de ônibus
O QUE ELES DIZEM
“Enquanto a pessoanão tiver conforto
nos ônibus, ela vaipreferir usar o carropara sair de casa ”Rodrigo Rosa, eng. de transporte
“É necessárioaumentar a
fiscalização para queas operadoras cumpramos horários dos ônibus”Hugo Brandião, mestre em Adm. Pública
“Hoje, o grandeproblema do
transporte públicoé a falta de confortodos passageiros”Paulo Lindoso, diretor do Ibetran
“Não adiantaaumentar as vias
porque seria o mesmoque dizer: ‘ponham maiscarros na rua'”José Eduardo Oliveira, secretário deTransportes, Trânsito e InfraestruturaUrbana de Vitória