Por dentro do novo acordo ortográfico da língua portuguesa

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Por dentro das novas regras da Língua Portuguesa e outras dicas Ministrante: Claudinei Flávio Ministrante: Claudinei Flávio Ferreira Ferreira

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Por dentro do Novo Acordo da Língua Portuguesa. Criação, edição e idealização: Claudinei Ferreira

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Por dentro das novas regras da Língua Portuguesa e outras dicas

Ministrante: Claudinei Flávio FerreiraMinistrante: Claudinei Flávio Ferreira

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FILÓLOGO

Filólogo é o estudioso da filologia, que é o estudo de umalíngua em todos os seus aspectos e também dos escritosque a documentaram.

Filólogo é aquele que gosta de palavras, gosta de entender suas origens, suas raízes, sua transmissão de uma língua a outra, e a evolução das mesmas, acompanhando as mudanças contínuas do idioma vivo. 

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A ortografia da língua portuguesa é determinada por normas legais. No início do século XX Portugal estabeleceu pela primeira vez um modelo ortográfico de referência para as publicações oficiais e para o ensino. No entanto, as normas desse primeiro Formulário Ortográfico não foram adotadas pelo Brasil. Desde então, a ortografia da língua portuguesa foi alvo um longo processo de discussão e negociação, com o objetivo de instituir, através de um único tratado internacional, normas comuns que rejam a ortografia oficial de todos os países de língua portuguesa.

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

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As tentativas iniciais materializaram-se num primeiro acordo, assinado em 1931, que, no entanto, viria a ser interpretado de forma diferente nos vocabulários ortográficos nacionais entretanto produzidos: em Portugal, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, de 1940; no Brasil, o Pequeno Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, de 1943, acompanhado de um Formulário Ortográfico. A fim de eliminar estas divergências, foi assinado por ambos os países um novo acordo ortográfico, em 1945, mas este apenas foi aplicado por Portugal, continuando o Brasil a seguir o disposto no Formulário Ortográfico de 1943.

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Nas décadas seguintes, houve várias tentativas de chegar a novo consenso, mas, embora no início da década de 1970 tenha havido revisões que aproximaram as duas variedades escritas, não foi aprovada oficialmente uma reforma que instituísse um documento normativo comum. Fruto de um longo trabalho da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa, os representantes oficiais dos então sete países de língua oficial portuguesa (além do Brasil e de Portugal, também Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) assinaram em 1990 o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, ratificado também, depois da sua independência em 2004, por Timor-Leste. O Acordo Ortográfico da Língua O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990) entrou em vigor no início de 2009 no Brasil e em 13 de Portuguesa (1990) entrou em vigor no início de 2009 no Brasil e em 13 de maio de 2009 em Portugal. Em ambos os países foi estabelecido um maio de 2009 em Portugal. Em ambos os países foi estabelecido um período de transição em que tanto as normas anteriormente em vigor como período de transição em que tanto as normas anteriormente em vigor como a introduzida por esta nova reforma são válidas: esse período é de três a introduzida por esta nova reforma são válidas: esse período é de três anos no Brasil e de seis anos em Portugal. anos no Brasil e de seis anos em Portugal. Com exceção de Angola e de Moçambique, todos os restantes países da CPLP já ratificaram todos os documentos conducentes à aplicação desta reforma.

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Em janeiro de 2013 deveria ter entrado em vigor, mas...a obrigatoriedade de seguir as regras do novo Acordo Ortográfico, que entraria em vigor no primeiro dia do ano, foi adiada para o início de 2016. Tudo por conta do decreto 7.875, assinado pela “presidenta” Dilma Rousseff e publicado no Diário Oficial da União de 28 de dezembro de 2012, determinando que as duas formas de escrita coexistirão até 31 de dezembro de 2015, período ampliado de transição, onde serão consideradas corretas as grafias 'assembléia' e 'assembleia', por exemplo.

Um Acordo em desacordo, que ainda gera dúvidas

O novo Acordo substitui apenas 0,5% de termos e grafias usados no Brasil, a fim de unificar as normas da Língua Portuguesa entre os países que a utilizam. A ideia é facilitar o intercâmbio entre estes países e fortalecer o idioma perante as demais nações.

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UM ACORDO POLÊMICO

“Especialistas têm feito críticas pertinentes ao Acordo, mas a maioria das pessoas que quer derrubá-lo não sabe o que diz. Muitos, por exemplo, já não sabiam usar o hífen antes. E agora, com o Acordo, se depararam com a necessidade de aprender as regras, por isso se desesperam”. O adiamento para 2016 pode abrir precedentes para que novas normas sejam propostas e ainda as atuais excluídas, já que diversos setores não foram ouvidos na discussão da nova ortografia. Segundo o professor Márcio o novo acordo ortográfico tem sido mal compreendido por pessoas que não estão acostumadas a dar aulas.

“Alguns até falam em reforma da Língua Portuguesa. O que houve, na verdade, foi apenas um acordo entre os países lusófonos na tentativa de unificar as regras ortográficas. É claro que poderiam ter modificado muito mais, no entanto, para começar, está bom. Um dos casos mais polêmicos é o emprego do hífen, mas só fala mal do acordo quem nunca ensinou, por exemplo, as regras do hífen. Antes, para apenas um dos casos, tínhamos de decorar mais ou menos 100 prefixos; hoje, com cinco regras, resolvem-se todos os casos relativos ao tema”, explica Romulo Bolívar.

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Resumindo...

“Alguns até falam em reforma da Língua Portuguesa. O que houve, na verdade, foi apenas um acordo entre os países lusófonos na tentativa de unificar as regras ortográficas. É claro que poderiam ter modificado muito mais, no entanto, para começar, está bom. Um dos casos mais polêmicos é o emprego do hífen, mas só fala mal do acordo quem nunca ensinou, por exemplo, as regras do hífen.

Antes, para apenas um dos casos, tínhamos de decorar mais ou menos 100 prefixos; hoje, com cinco regras, resolvem-se todos os casos relativos ao tema”,

Romulo Bolívar

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

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ALFABETO

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.

O alfabeto completo passa a ser:A B C D E F G H I JK L M N O P Q R S

T U V W X Y Z

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TREMA

Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos

grupos gue, gui, que, qui.

agüentar aguentar

argüir arguir

bilíngüe bilíngue

cinqüenta cinquenta

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ACENTUAÇÃO

Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na

penúltima sílaba).

Como era Como fica

alcalóide alcaloide

alcatéia alcateia

andróide androide

idéia, assembléia, platéia ideia, assembleia, plateia

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ACENTUAÇÃO

Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas e os monossílabos tônicos

terminados em éis eói(s). Exemplos: papéis, herói, heróis, dói (verbo doer), sóis etc.

Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).

abençôo abençoo

crêem (verbo crer) creem

dêem (verbo dar) deem

dôo (verbo doar) doo

enjôo enjoo

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ACENTUAÇÃO

Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.

Ele pára o carro. Ele para o carro.

Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte.

Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo.

Esse gato tem pêlos brancos. Esse gato tem pelos brancos.

Comi uma pêra. Comi uma pera.

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ACENTUAÇÃOPermanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente do

indicativo, na 3ª pessoa do singular.

Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.

-Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. -Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.

-- Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter evir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).

-Exemplos:

-Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba. Ele mantém a palavra.

-Eles mantêm a palavra.Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.

Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.

-

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HÍFEN – Esse é o causador da discórdia...

a) Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação. Exemplos: guarda-chuva, arco-íris, boa-fé, segunda-feira, mesa-redonda, vaga-lume, joão-ninguém, porta-malas, porta-bandeira,

pão-duro, bate-boca.

*Exceções: Não se usa o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como 

girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, paraquedismo.

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HÍFEN – Esse é o causador da discórdia...

b) Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação. Exemplos: reco-reco,

blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-taque, cri-cri, glu-glu, rom-rom, pingue-pongue, zigue-zague, esconde-esconde, pega-

pega, corre-corre.

c) Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação. Exemplos: pé de moleque, pé de vento, pai de

todos, dia a dia, fim de semana, cor de vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra.

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HÍFEN – Esse é o causador da discórdia...

d) Incluem-se nesse caso os compostos de base oracional. Exemplos: maria vai com as outras, leva e traz, diz que diz que, deus me livre, deus nos acuda, cor de burro quando foge, bicho de sete cabeças, faz de conta.

* Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.

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HÍFEN – Esse é o causador da discórdia...

d) Usa-se o hífen nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo.

Exemplos: gota-d ‘água, pé-d'água.

e) Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos de ligação.

Exemplos: Belo Horizonte - belo-horizontino; Porto Alegre - porto-alegrense; Mato Grosso do Sul - mato-grossense-do-sul; Rio Grande do Norte - rio-grandense-do-norte.

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HÍFEN – Esse é o causador da discórdia...

f) Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação. Exemplos: bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraíso, mico-leão-dourado, andorinha-da-serra, lebre-da-patagônia, erva-doce, ervilha-de-cheiro, pimenta-do-reino, peroba-do-campo, cravo-da-índia.

Obs.: não se usa o hífen, quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Observe a diferença de sentido entre os pares:a) bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental) - bico de papagaio(deformação nas vértebras).b) olho-de-boi (espécie de peixe) - olho de boi (espécie de selo postal).Uso do hífen com prefixos

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HÍFEN – Esse é o causador da discórdia...

Casos gerais...

Na dúvida consultar o manual, pois o Acordo trouxe muitas exceções.

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CRASE

A palavra crase é de origem grega e significa fusão, mistura. Em gramática, basicamente a crase se refere à fusão da preposição a com o artigo feminino a: Vou à escola. O verbo ir rege a preposição a, que se funde com o artigo exigido pelo substantivo feminino escola: Vou à (a+a) escola.

Os MACETES que nos ajudam a memorizar...

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OBRIGADO/OBRIGADA

Segundo a gramática tradicional, a palavra “obrigado” é um adjetivo que, num contexto de agradecimento, significa que alguém se sente agradecido por alguma coisa, por algum favor que lhe tenha sido feito, se sentindo obrigado a retribuir esse favor a quem o fez. Por ser adjetivo, deve concordar com o elemento ao qual se refere em gênero e número, podendo ser masculino ou feminino, singular ou plural, dependendo da pessoa que se sentir obrigada a retribuir um determinado favor.

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MENOS/MENAS

A forma correta de escrita da palavra é menos. A palavra “menas” está errada, não existe. Sempre que quisermos referir alguém ou alguma coisa em menor número, em menor quantidade, numa posição inferior, devemos utilizar a palavra menos. É uma palavra uniforme e invariável, ou seja, não há flexão da mesma em gênero (masculino e feminino) e em número (singular e plural). É correto dizer: menos pão, menos livros, menos água, menos cadeiras, o menos, a menos. 

Exemplos: 

Aquele aluno é o menos inteligente da turma. Aquela aluna é a menos inteligente da turma. 

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PARA MIM/PARA EU

Usamos o pronome do caso reto (eu, tu, ele (a), nós, vós, eles (as) quando nos referimos ao sujeito da oração. Já os pronomes oblíquos tônicos (mim, ti, ele (a), nós, vós, eles (as)) fazem papel de objeto e surgem após uma preposição: para mim, de mim, por mim, e assim por diante.

Exemplos: 

Ela trouxe o presente para eu desembrulhar.Ela trouxe o presente para mim.

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AO ENCONTRO DE / DE ENCONTRO

As expressões “ao encontro de” e “de encontro a” são diariamente faladas em jornais, revistas, artigos, em conversas telefônicas, e-mails, dentre outros. Contudo, só não são mais utilizadas pelas dúvidas constantes que geram no indivíduo: qual está correta? como empregá-las? qual o significado dessas expressões?

Ao encontro de: tem significado de “estar de acordo com”, “em direção a”, “favorável a”, “para junto de”.Exemplo: Meu novo trabalho veio ao encontro do que desejava. (Meu novo trabalho está de acordo com o que desejava.)

De encontro a: tem significado de “contra”, “em oposição a”, “para chocar-se com”.Exemplos: Esta questão está indo de encontro aos interesses da empresa. (Esta questão está indo contra os interesses da empresa).

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CARTA/OFÍCIO/E-MAIL

Há três possibilidades de uso do vocativo em ofícios e cartas comerciais no aspecto da pontuação:

Prezado Senhor,   [com vírgula]Prezado Senhor:     [com dois-pontos]Prezado Senhor    [sem nada: versão moderna, mais limpa e econômica].

Naturalmente, em correspondência de cunho particular, dita a regra quem escreve. Aí se usa a pontuação (ou não) a gosto – é possível até continuar a escrever na mesma linha depois do nome seguido de vírgula ou dois-pontos:

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Obrigado!!!