Por que países comercializam? - PET Economia UnB · Modelo de economias externas e retornos...

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Introdu¸c˜ ao Modelo ricardiano de vantagem comparativa Modelo de Heckscher-Ohlin Modelo de economias externas e retornos crescentes Conclus˜ ao Por que pa´ ıses comercializam? Fernando de Faria Siqueira Orientador: Maur´ ıcio Barata Universidade de Bras´ ılia 20/05/2011 Siqueira, F. F. Por que pa´ ıses comercializam?

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IntroducaoModelo ricardiano de vantagem comparativa

Modelo de Heckscher-OhlinModelo de economias externas e retornos crescentes

Conclusao

Por que paıses comercializam?

Fernando de Faria SiqueiraOrientador: Maurıcio Barata

Universidade de Brasılia

20/05/2011

Siqueira, F. F. Por que paıses comercializam?

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Modelo de Heckscher-OhlinModelo de economias externas e retornos crescentes

Conclusao

1 Introducao

2 Modelo ricardiano de vantagem comparativa

3 Modelo de Heckscher-Ohlin

4 Modelo de economias externas e retornos crescentes

5 Conclusao

Siqueira, F. F. Por que paıses comercializam?

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Modelo de Heckscher-OhlinModelo de economias externas e retornos crescentes

Conclusao

Perguntas como qual o papel do comercio exterior na vidaeconomica nacional e o que determina o que cada paıs vende oucompra no ambito internacional sao bastante recorrentes. Oobjetivo desse trabalho e tentar responder essa segunda, agrupandoas contribuicoes ate entao relevantes para explicar, de uma formageral, as trocas comerciais que sao realizadas em todo o mundo.

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Conclusao

Na primeira conceituacao da teoria comercial, o comercio,presumivelmente, envolvia a troca do excedente de alguns produtosoriundos dos recursos naturais de um paıs pelos produtos, emexcesso a de outros paıses. Adam Smith considerava o comercioexterior como um escoadouro para o excedente, pressupondo,evidentemente, uma base de recursos naturais altamenteassimetrica. Enquadram-se no padrao habitual do desenvolvimentoeconomico, amplamente observado pelos economistas, os paısesque se iniciam desse modo no comercio, ie, vendendo no exterioras mercadorias produzidas naturalmente pelos recursos que nelesabundam.

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Conclusao

Modelo ricardiano de vantagem comparativa

A lei dos custos comparativos, foi originariamente formulada porRicardo em termos da teoria do valor do trabalho. Todos os custoseram expressos em termos de dias de trabalho necessarios paraproduzir varias mercadorias. Toneis de vinhos e rolos de fazendacustavam, respectivamente, tantos dias para serem produzidos emPortugal e tantos dias para serem produzidos na Inglaterra. Asdiferencas relativas nesses custos estabeleciam a possibilidade deum comercio lucrativo.

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Conclusao

A teoria fazia vista grossa da contribuicao de outros fatores deproducao. Para explicar diferencas de custos entre paıses, parauma dada mercadoria, os economistas classicos se viam obrigadosa supor ou que os homens diferiam em habilidades ou em outrosatributos de um paıs para outro ou que eles trabalhavam emdiferencas conforme o clima. As diferencas de habilidadesadquiridas -resultantes de treinamento ou de educacao quepoderiam ser atribuıdos aos insumos adicionais- deviam serignoradas tanto as diferencas de recursos naturais quanto a ofertade capital.

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Conclusao

A analise do comercio exterior sempre foi comparativa. Seuprincipio primordial esta corporizado na generalizacao denominadolei dos custos comparativos, significando que aquilo que um dadopaıs exporta e importa nao e somente determinado pelas suascaracterısticas proprias, mas tambem pelas que se relacionam comas dos paıses que com ele comercializam.

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Conclusao

Suponha dois paıses (N e S) e dois produtos, tecido e trigo.

Tecido TrigoN 5 2,5S 10 4

No modelo, a fonte da vantagem comparativa e a diferenca detecnologia na producao dos bens. Note que o know-how tecnico eassumido a divergir entre os paıses. Assim, assumimos que N temuma vantagem tecnica na producao de ambos bens, mas o ponto eque a vantagem relativa na producao de tecidos e maior e issolevou a esse padrao particular de comercio.

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Conclusao

E certo que ambos os paıses terao produtividades diferentes, umavez que possuem tecnologias variadas. Tendo em vista essaheterogeneidade e considerando que apenas dois tipos de bens saoproduzidos, e razoavel a ideia de que o paıs local pode ser maiseficiente na producao dos dois bens, porem e equivocada aquelaque prega a nao interacao das duas economias. Ambas podem sesituar acima de suas respectivas curvas de possibilidade deproducao ao se especializarem naquele bem cujo custo deoportunidade for menor e realizarem comercio.

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Conclusao

O modelo ricardiano tem esse ponto positivo de explicar os padroesdo comercio, mesmo quando a analise e feita com varios bens, fatoque condiz com o que e observado no balanco de pagamentos dospaıses: uma vasta gama de produtos comercializados.A principal fragilidade da teoria, entretanto, e desconsiderar aspossıveis mudancas na divisao de rendas entre os indivıduos que olivre comercio pode trazer.

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Conclusao

Como Samuelson[1954] ressalta, uma parte da mercadoriasimplesmente se perde ao longo do percurso e tendo isso emmente, e preciso saber se os custos de transporte sao tao grandesque se chega ao ponto de ser mais vantajoso o proprio paısproduzir o dado bem ao compra-lo no exterior.Se os custos de transporte fossem infinitos, nao haveria comerciointernacional. No outro extremo, se os mesmos fossem zero, tudoseria trocado no mercado global- pelo menos aqueles bens cujoscustos comparativos de producao diferissem de local para local.

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Conclusao

Levando em consideracao que os paıses so irao comercializar se oscustos de transporte forem acessıveis, surge um novo conceito queDeardoff[2004] chama de vantagem comparativa local. Seu nomebem sugestivo diz que a analise de vantagem comparativa entredois paıses so faz sentido ao passo que estes possam de fatocomercializar a um custo de transporte relativamente baixocomparado ao custo de producao total.

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Conclusao

Na teoria de custos comparativos, especializacao significasimplesmente um deslocamento ao longo de uma curva depossibilidade de producao estatica, construıda para dados recursose para tecnicas dadas do paıs que comercia.Em contraste, a doutrina de produtividade considera o comerciointernacional como uma forca dinamica que, por ampliar aextensao do mercado e a amplitude da divisao do trabalho, eleva aperıcia e a destreza dos trabalhadores, encoraja inovacoes tecnicase em geral permite ao paıs que comercia desfrutar de rendimentoscrescentes e desenvolvimento economico.

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Conclusao

Modelo de Heckscher-Ohlin

Pela teoria ricardiana, o comercio e justificado pela eficiencia dotrabalho, ou seja, esse e o unico fator que determina os padroes detroca. Por exemplo, e bastante razoavel a ideia de que um paısexporta determinado bem simplesmente por ter em seu territoriorecursos favoraveis para tal, independentemente da suaprodutividade relativa do trabalho.

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Conclusao

A participacao de um paıs qualquer no comercio internacionaldepende em parte das barreiras que ele ergue ante as vias docomercio, em parte do seu estagio de desenvolvimento e em partedos seus recursos.Com referencia a este ultimo, todo paıs deve possuir algunsrecursos naturais para sobreviver- um mınimo de metros quadradospor pessoa, agua para beber, etc. Acima desse mınimo, noentanto, o teorema de Heckscher-Ohlin pressupoe que os recursosnao sao uniformemente distribuıdos nem adaptados as necessidadesnacionais. Quanto mais irregulares e assimetricos forem os recursosnaturais de um dado paıs, mais ele comercializara e mais essecomercio podera ser explicado por um modelo desse tipo.

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Conclusao

Diferentemente do modelo de vantagem comparativa, neste,considera-se trabalho e terra como insumos e nao se fala mais emquantidade necessaria para producao, mas sim em quantidadeutilizada para tal. Isso se deve ao fato de que os agentes agora temcerta liberdade de escolha entre os dois insumos, o que dependerade quao intensamente utilizam cada um e evidentemente de seusprecos relativos- seja w

r a razao entre salario e renda da terra.

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Conclusao

Em uma economia que produz apenas tecidos e alimentos, mesmose nao realizar comercio com outros paıses, uma mudanca em w

rtrara modificacoes no preco dos bens que utilizarem determinadofator de producao. Por exemplo, se os salarios aumentarem emrelacao a renda da terra, aqueles bens que utilizarem trabalhoextensivamente (nesse caso, tecidos) terao seus precos elevados.Por caracterısticas inatas de producao, sabe-se que na producao dealimentos o fator terra e predominantemente utilizado, enquantona producao de tecidos, trabalho e o que mais se adota. Dessemodo, o preco relativo dos insumos tera grande efeito (e positivo)sobre o preco relativo dos bens, Pt

Pa. 1

1 PtPa

e o preco do tecido, medido em termos do preco de alimentos.Siqueira, F. F. Por que paıses comercializam?

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Conclusao

Ou seja, se houver um aumento do preco do aluguel da terra, opreco dos alimentos certamente aumenta, uma vez que os custosde producao (majoritariamente em terra) igualam ao seu respectivopreco em um ambiente competitivo. Consequentemente, osproprietarios de terra saem ganhando enquanto os capitalistasperdem dada uma simples modificacao em w

r .

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Conclusao

Suponha que uma economia N tenha uma grande oferta de mao deobra relativa e outra economia S tenha uma grande oferta relativade terra. Desse modo Pt

Pasera menor em N comparado a S. Nao e

difıcil ver que ambos terao incentivos de realizarem comercio, Nexportando tecidos para S e importando alimentos de S. Aofaze-lo, Pt

Paaumenta em N e diminui em S, isto e, os precos

relativos dos dois paıses tendem a se equilibrar em um ponto entreos mesmos. Ou seja, o comercio favorece aqueles produtores cujofator de producao intensivo e abundante em seu respetivo paıs.

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Conclusao

A parte essencial do modelo de Heckscher-Ohlin e que quando aintensidade do uso da terra e muito alta, a economia sera eficaz naproducao daquele bem cujo fator de producao majoritario tambemfor terra. Em termos gerais, uma economia se especializaranaquele bem cujo fator majoritariamente empregado na suaproducao for abundante em termos relativos.

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Conclusao

Modelo de economias externas e retornos crescentes

”A teoria do comercio convencional, explica o comerciointeiramente por diferencas entre os paıses, especialmente pordiferencas em suas dotacoes relativas dos fatores de producao. Istosugere uma relacao inversa entre a semelhanca dos paıses e dovolume de comercio entre eles. Na pratica, porem, quase metadedo comercio mundial e composto por trocas entre os paısesindustrializados que sao relativamente semelhantes nas suasdotacoes de fatores”. (Helpman and Krugman, I985, p. 2.)

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Conclusao

Como Krugman[1990] ressalta, a segunda metade de seculo XXpassou por uma revolucao na teoria de comercio internacional nosentido de que os novos modelos diferem em princıpiosfundamentais, tanto nos pressupostos de retornos de escala quantona estruturacao do mercado. E o que se chama de nova teoria docomercio.

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Ademais, as teorias convencionais ignoram os aspectos qualitativosdas mercadorias, enquanto a nova teoria salienta que esse quesito ede grande importancia e que parte das trocas podem ser explicadaspor esse aspecto. O que sugere que pode surgir comercio entredois paıses em que os bens exportados e importados sejam damesma caracterıstica, porem de qualidades diferentes. Esse e umcaso de concorrencia monopolıstica, pois cada produtor conseguediferenciar seu produto dos demais de maneira que, de certa forma,esse tem um poder de monopolio, mesmo enfrentandoconcorrencia.

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Conclusao

A partir da decada de 80, um maior volume de trabalhos seconcentraram no estudo das economias externas, uma vez que suaimportancia para a teoria do comercio deixou de ser marginal. Deeconomias externas, entende-se que sao economias de escala quese aplicam ao nıvel setorial, ou seja, o tamanho do setor como umtodo que e a chave da questao, como bem observa Marshall[1920].

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Conclusao

A nova teoria reconhece que as diferencas entre paıses podem seruma causa de comercio, mas de comercio interindustria, e podesim ser explicado pela vantagem comparativa. Entretanto, paısespodem comercializar porque existem vantagens inerentes aespecializacao em um eixo geografico. As economias de escala naproducao de avioes sao tao grandes que o mercado mundial sopode acomodar alguns produtores eficientes, e desse modo, poucoscentros de producao prevalecerao.

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Conclusao

Dessa forma, imaginando dois paıses bem parecidos, um comeconomias externas e outro sem, e muito provavel que aquele terauma vantagem na producao da respectiva mercadoria comparadoao outro. Portanto, a organizacao do sistema de producao em umpolo industrial geograficamente concentrado gerou retornoscrescentes de escala e melhorou as condicoes desse paıs frente aconcorrencia internacional.

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Conclusao

Conclusao

As teorias de comercio internacional tem seus pontos fortes efracos. A teoria de vantagem comparativa, por exemplo, consegueexplicar os padroes de comercio, entretanto, nao abrange como queinteracoes na economia causam redistribuicoes de renda entre aspessoas. Do mesmo modo, o modelo de Heckscher-Ohlin consegueendogeneizar os efeitos do intercambio comercial sobre asdiferentes classes economicas, porem e aplicavel somente a umamınima fracao do comercio mundial. Por fim, economias externase retornos crescentes explicam boa parte do comercio mundial,porem nao explica os padroes de comercio como a teoria de custoscomparativos.

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Conclusao

Depois de analisar separadamente cada uma das teorias decomercio internacional e ter em maos estudos que comprovaram,de certa forma, a veracidade de cada uma delas em distintosambientes, conclui-se que o comercio internacional nao pode serexplicado por uma vertente, apenas. Ou seja, embora as teoriassofram algumas restricoes em alguns casos particulares, todas temsua importancia na determinacao das causas de comercio entrepaıses.

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