Por uma educação menos a distância e mais online

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Por uma Educação Menos a Distância e Mais Online Cristiane Koehler (PGIE / UFRGS) [email protected] RESUMO: Este artigo apresenta uma discussão sobre os aspectos que envolvem a aprendizagem e a avaliação desta aprendizagem na Educação a Distância (EaD). Um levantamento sobre a situação dos cursos a distância no Brasil foi realizado no portal do Ministério da Educação (MEC), onde foi verificado que apenas 13 cursos de graduação a distância, oferecidos em instituições de ensino superior brasileiras, foram avaliados com conceito máximo pelo MEC. Um estudo de caso é apresentado como exemplo de situação prática para mostrar algumas dificuldades enfrentadas pelos sujeitos que atuam na EaD. E, finalmente, é apresentado uma análise do estudo de caso e algumas reflexões sobre as possibilidades de interação e de metodologias de avaliação da aprendizagem na EaD que podem auxiliar a repensar o cenário da EaD no Brasil. PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem; Interação; Avaliação. 1. Introdução A oferta de cursos de graduação, pós-graduação e extensão, na modalidade a distância, teve um crescimento expressivo nos últimos anos. Os resultados do censo da educação superior divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), em dezembro de 2007, mostram que de 2003 a 2006, houve um aumento de 571% em número de cursos a distância e de 315% no número de matrículas. Os dados do censo apontam ainda que, em 2005, os estudantes da EaD representavam 2,6% do universo de estudantes e, em 2006, essa participação passou a ser de 4,4% (INEP, 2008). Segundo o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (AbraEAD), é possível constatar que as instituições de ensino brasileiras atenderam um total de mais de 2,5 milhões de estudantes em cursos desenvolvidos na modalidade a distância no ano de 2007 (AbraEAD, 2008). Esta pesquisa incluiu não somente alunos matriculados em cursos de instituições credenciadas pelo Sistema de Ensino, mas também em projetos de importância regional ou nacional, como os promovidos pela Fundação Bradesco, Fundação Roberto Marinho e do Grupo S (SESI, SENAI, SENAC e SEBRAE). O censo de 2010 apresenta um crescimento ainda maior no que diz respeito ao número de concluintes, matrículas e oferta de cursos superiores desenvolvidos na modalidade a distância no Brasil. Segundo as Sinopses Estatísticas da Educação Superior, publicadas no portal do INEP (INEP, 2011), o país teve um total de 144.553 estudantes concluintes do ensino superior, egressos de um total de 930 cursos de graduação e 930.179

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RESUMO: Este artigo apresenta uma discussão sobre os aspectos que envolvem a aprendizagem e a avaliação desta aprendizagem na Educação a Distância (EaD). Um levantamento sobre a situação dos cursos a distância no Brasil foi realizado no portal do Ministério da Educação (MEC), onde foi verificado que apenas 13 cursos de graduação a distância, oferecidos em instituições de ensino superior brasileiras, foram avaliados com conceito máximo pelo MEC. Um estudo de caso é apresentado como exemplo de situação prática que mostra algumas das dificuldades enfrentadas pelos sujeitos que atuam na EaD. E, finalmente, é apresentada uma análise do estudo de caso no que diz respeito às possibilidades de interação e de metodologias de avaliação da aprendizagem na EaD que podem auxiliar a repensar o cenário da EaD no Brasil. PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem; Interação; Avaliação.

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Por uma Educação Menos a Distância e Mais Online Cristiane Koehler (PGIE / UFRGS)

[email protected]

RESUMO: Este artigo apresenta uma discussão sobre os aspectos que envolvem a

aprendizagem e a avaliação desta aprendizagem na Educação a Distância (EaD). Um

levantamento sobre a situação dos cursos a distância no Brasil foi realizado no portal do

Ministério da Educação (MEC), onde foi verificado que apenas 13 cursos de graduação a

distância, oferecidos em instituições de ensino superior brasileiras, foram avaliados com

conceito máximo pelo MEC. Um estudo de caso é apresentado como exemplo de situação

prática para mostrar algumas dificuldades enfrentadas pelos sujeitos que atuam na EaD.

E, finalmente, é apresentado uma análise do estudo de caso e algumas reflexões sobre as

possibilidades de interação e de metodologias de avaliação da aprendizagem na EaD que

podem auxiliar a repensar o cenário da EaD no Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem; Interação; Avaliação.

1. Introdução

A oferta de cursos de graduação, pós-graduação e extensão, na modalidade a distância, teve

um crescimento expressivo nos últimos anos. Os resultados do censo da educação superior

divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

(INEP), em dezembro de 2007, mostram que de 2003 a 2006, houve um aumento de 571%

em número de cursos a distância e de 315% no número de matrículas. Os dados do censo

apontam ainda que, em 2005, os estudantes da EaD representavam 2,6% do universo de

estudantes e, em 2006, essa participação passou a ser de 4,4% (INEP, 2008).

Segundo o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância

(AbraEAD), é possível constatar que as instituições de ensino brasileiras atenderam um total

de mais de 2,5 milhões de estudantes em cursos desenvolvidos na modalidade a distância no

ano de 2007 (AbraEAD, 2008). Esta pesquisa incluiu não somente alunos matriculados em

cursos de instituições credenciadas pelo Sistema de Ensino, mas também em projetos de

importância regional ou nacional, como os promovidos pela Fundação Bradesco, Fundação

Roberto Marinho e do Grupo S (SESI, SENAI, SENAC e SEBRAE).

O censo de 2010 apresenta um crescimento ainda maior no que diz respeito ao

número de concluintes, matrículas e oferta de cursos superiores desenvolvidos na

modalidade a distância no Brasil. Segundo as Sinopses Estatísticas da Educação Superior,

publicadas no portal do INEP (INEP, 2011), o país teve um total de 144.553 estudantes

concluintes do ensino superior, egressos de um total de 930 cursos de graduação e 930.179

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matrículas realizadas. Este panorama aponta para uma preocupação com a qualidade dos

cursos de forma geral.

A oferta desta modalidade de ensino vem com o discurso político da inclusão social

na educação superior, que tem como objetivo oferecer, a todos brasileiros, o acesso à

Universidade em localizações distantes dos grandes centros.

Quando os cursos a distância foram concebidos no Brasil, em meados de 1904, os

recursos utilizados eram baseados em materiais impressos, enviados pelos Correios, ou anos

mais tarde, com as aulas transmitidas via rádio e televisão. Provavelmente, as primeiras

experiências em EaD no Brasil podem ter ficado sem registro, visto que os primeiros dados

conhecidos são do século XX (Alves, 2011).

Nos dias de hoje, com a chegada das Tecnologias da Informação e Comunicação

(TIC), dos computadores, dos dispositivos móveis, e do acesso à Internet, muitos são os

recursos disponíveis para viabilizar a EaD, que também está sendo denominada de Educação

online (EOL) por (Silva, 2012).

Em um primeiro momento, o objetivo principal da implantação da EaD no Brasil, foi

levar a Universidade a regiões distantes dos grandes centros urbanos para que toda a

população brasileira tivesse acesso à educação superior. Após alguns anos, muitos cursos

foram implantados, tanto em instituições públicas quanto privadas, os primeiros formandos

já estão atuando no mercado de trabalho, as primeiras avaliações de cursos foram realizadas

pelo MEC, e nesse momento, é necessário retomar a discussão sobre a qualidade dos cursos

oferecidos nesta modalidade.

A qualidade de um curso é verificada a partir do atendimento aos indicadores de

qualidade definidos por especialistas do Ministério da Educação (MEC), no documento

chamado “Referenciais de Qualidade para a Educação Superior a Distância1”. Além do

atendimento aos critérios definidos neste documento, outra forma de analisar a qualidade de

um curso superior é o desempenho dos estudantes em exames nacionais, como por exemplo,

a prova do ENADE – Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes no Ensino Superior2.

Recentemente, foi divulgada uma relação dos cursos mais bem avaliados do ensino

superior a distância no Brasil3. Ao todo, as instituições de ensino superior brasileiras

oferecem 1.430 cursos de graduação a distância que estão cadastrados no portal do MEC

(http:// http://emec.mec.gov.br/). Deste total, 1.208 cursos estão em atividade, 86 cursos

estão em extinção e 136 cursos foram extintos, conforme mostrado na Tabela 1.

1 Referenciais de qualidade da educação superior a distância, disponível em: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refead1.pdf, com acesso em 12 fev 2013. 2 Informações sobre o ENADE, disponível em: http://portal.inep.gov.br/enade, com acesso em 12 fev 2013.

3 Informações sobre a Avaliação dos cursos, disponível em: http://emec.mec.gov.br/, com acesso em 12 fev 2013.

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Tabela 1. Total de cursos de graduação a distância no Brasil

Curso Em atividade Em extinção Extinto

Licenciatura 570 54 118

Bacharelado 228 17 7

Graduação Tecnológica 406 12 8

Sequenciais 4 3 3

Total de Cursos 1.208 86 136

Fonte: (http:// http://emec.mec.gov.br).

Do total de cursos em atividade, 570 são de licenciaturas, 406 são graduação

tecnológica, 228 são bacharelados, e 4 são sequenciais. Analisando o total de cursos em

extinção, 54 são de licenciaturas, 17 são bacharelados, 12 são graduação tecnológica, e 3 são

sequenciais. E, do total de cursos extintos, 118 são de licenciatura, 7 de bacharelado, 8 de

graduação tecnológica, e 3 são cursos sequenciais.

Dos cursos em atividade, apenas 13 obtiveram avaliação global considerada de

excelência. Os critérios de avaliação da qualidade de um curso, que formam a avaliação

global, e que indicam se um curso é de excelência ou não, são compostos por 3 notas: o

Conceito Preliminar do Curso (CPC), baseado na avaliação de documentos do curso; o

Conceito de Curso (CC), definido após avaliação in loco do curso por uma comissão

designada pelo MEC; e a nota dos estudantes na prova do ENADE.

Isto é, do total de 1.430 cursos de graduação a distância oferecidos atualmente no

Brasil, apenas 13 cursos alcançaram o conceito máximo. Esta avaliação do curso é feita a

partir de uma pontuação em ordem decrescente e dividido em cinco classificações, a saber: 5

– excelente, 4 – muito bom e 3 - suficiente. Os cursos com avaliação global abaixo de 3 são

reprovados pelo MEC.

No que se refere ao resultado da prova do ENADE – Exame Nacional do

Desempenho dos Estudantes no Ensino Superior, mostra que apenas 12 cursos foram

avaliados com a nota 5; 66 com a nota 4; e 137 com a nota 3. É importante salientar, que 92

cursos obtiveram nota 2 e 2 cursos com nota 1, como pode ser observado na Tabela 2.

Tabela 2. Desempenho dos estudantes na prova do ENADE

Nota na Prova do ENADE

Quantidade de Cursos

5 12

4 66

3 137

2 92

1 2

Fonte: (http:// http://emec.mec.gov.br).

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O Conceito Preliminar do Curso (CPC) e o Conceito de Curso (CC) apresentam os

indicadores da avaliação que levam em conta a proposta pedagógica do curso, os sistemas de

comunicação e informática, o material didático, a metodologia de avaliação dos estudantes,

a equipe pedagógica multidisciplinar, a infraestrutura tecnológica, de recursos humanos e de

apoio, a gestão acadêmico-administrativa do curso e a sustentabilidade financeira.

A nota dos estudantes na prova do ENADE também é considerada na avaliação

global do curso e tem relação, especificamente, com o desempenho dos estudantes

ingressantes e dos formandos no curso em avaliação. Este exame integra o Sistema Nacional

de Avaliação da Educação Superior (SINAES) e tem como objetivo4 principal aferir o

rendimento dos estudantes dos cursos de graduação em relação aos conteúdos

programáticos, suas habilidades e competências.

Muitos cursos de graduação a distância autorizados pelo MEC ainda não têm suas

notas divulgadas no portal do e-mec, pelo fato de que muitos cursos estão em processo de

reconhecimento ou de renovação do reconhecimento, ou ainda, estar tramitando interposição

ou recursos pelas instituições de ensino. A regulação dos cursos superiores a distância no

Brasil segue os trâmites semelhantes aos dos cursos presenciais.

A partir deste contexto, é importante ressaltar que 90,9% dos cursos de ensino

superior oferecidos na modalidade a distância no Brasil, ou ainda não foram avaliados, ou

não atingiram a excelência na avaliação global de curso realizada pelo MEC.

Estes dados mostram a necessidade urgente de se investir em pesquisas que estudem

e proponham soluções para melhorar a qualidade dos cursos oferecidos nesta modalidade. A

qualidade de um curso pode ser observada a partir de vários critérios como já mencionado

acima. No entanto, um dos critérios mais importantes da avaliação é o resultado do

desempenho dos estudantes no ENADE. Porque é o desempenho dos estudantes que mostra

se o projeto pedagógico do curso e as metodologias de ensino, aprendizagem e avaliação

estão atendendo às necessidades dos estudantes e auxiliando no processo de construção do

conhecimento. Se os estudantes não atingem o mínimo esperado nas avaliações, pode haver

inúmeros problemas, mas o projeto pedagógico do curso e as metodologias de ensino,

aprendizagem e avaliação, precisam ser revistos.

A aprendizagem dos estudantes, a avaliação desta aprendizagem e a mediação

pedagógica são fatores importantes a serem considerados quando se trata da qualidade de

um curso a distância.

4 Portal do INEP com a definição dos objetivos do ENADE: http://portal.inep.gov.br/enade, com acesso em 12 fev 2013.

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O objetivo deste artigo é apresentar algumas reflexões sobre novas possibilidades de

aprendizagem e de avaliação desta aprendizagem na EaD, com o intuito de trazer para a

discussão o atual modelo pedagógico desta modalidade de ensino no Brasil.

2. Contextualização

Inicialmente, para contextualizar a discussão proposta neste artigo, sobre novas

possibilidades de aprendizagem e avaliação desta aprendizagem na Educação a Distância

(EaD), a Figura 1 apresenta o Mapa Conceitual (concebido com o software Cmap Tools5),

com os conceitos que estão envolvidos neste estudo.

Figura 1: Conceitos relacionados com a Educação a Distância desenvolvida no Brasil

Fonte: elaborada pelo autora.

O mapa conceitual apresentado na Figura 1 mostra que com a chegada das

tecnologias da comunicação e informação e do acesso à Internet, a EaD, que antes era

realizada a partir de materiais impressos, atualmente, encontra-se no Ciberespaço, na

chamada Cibercultura (Lévy, 1996, 1999, 2000). A EaD está utilizando as tecnologias do

Virtual (Lévy, 1996) e (Barros, 2008) e do Online, a partir do uso de Espaços Digitais

5 Software disponível para download no endereço eletrônico: http://cmap.ihmc.us/, com acesso em 04 jan 2013.

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Virtuais de Aprendizagem (Bona, 2012), também denominados de Ambientes Virtuais de

Aprendizagem (AVA) (Schlemmer, 2002). Os AVAs estão sendo utilizados para mediar o

processo de ensino e aprendizagem, que atualmente, não é mais a distância, e sim é online

(Silva, 2012).

Os AVAs são sistemas computacionais que proporcionam o encontro, a discussão e a

aprendizagem online. Estes encontros online são mediados pelo professor com o auxílio das

Tecnologias Digitais de Rede (Teixeira, 2010), a partir da Interação Mútua (Silva, 2010) e

(Primo, 2000, 2003), da Interatividade (Silva, 2010), da Colaboração e Cooperação (Piaget,

1973) entre os sujeitos envolvidos: professores-tutores e alunos virtuais (Palloff & Pratt,

2004).

A aprendizagem online, assim como na educação presencial, também requer uma

avaliação, a qual é diferente do processo de avaliação da aprendizagem na modalidade

presencial.

A avaliação da aprendizagem de um estudante não é tema de discussões somente nos

dias atuais. A avaliação da aprendizagem é um assunto amplamente discutido pela

comunidade acadêmica (Luckesi, 2010), (Esteban, 2004) e (Hoffmann, 2001, 2002), e que

muitas vezes os educadores não chegam a um consenso sobre quais são as melhores práticas.

De um lado, alguns educadores defendem a metodologia de avaliação tradicional, somativa,

que tem a ênfase no “produto”, no resultado final; e por outro lado, outros educadores

defendem as metodologias inovadoras para acompanhar e avaliar a aprendizagem dos

estudantes, de maneira formativa, priorizando o “processo” e a construção de saberes

durante o “processo”. Essas metodologias são defendidas conforme o projeto pedagógico, a

filosofia e os valores da instituição de ensino, e as concepções epistemológicas e

educacionais que cada educador traz consigo.

Na EaD não seria diferente. Nesta modalidade de ensino, a avaliação é feita

conforme o que se chama de modelo pedagógico de EaD da instituição. Isto é, cada

instituição de ensino tem um modelo próprio de gestão da EaD, e neste modelo, as

metodologias de ensino, aprendizagem, acompanhamento e avaliação, estão definidas.

Para atingir o objetivo principal deste artigo, que é refletir sobre novas

possibilidades de aprendizagem e avaliação na EaD, faz-se necessário pensar em três

aspectos norteadores que estão relacionados à aprendizagem e à avaliação, que são:

1) como os estudantes aprendem em interação com as tecnologias do virtual ?

2) qual a relação que existe entre o desempenho acadêmico e a interação em ambientes online ?

3) como a mediação docente contribui para a aprendizagem online ?

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Com base nestes três aspectos norteadores da discussão, a seção 3 apresenta um

estudo de caso para ilustrar as dificuldades encontradas em uma situação prática de docência

online. Nesta seção, também são apresentados apontamentos importantes, que a princípio

não respondem às questões acima na sua totalidade, mas conduzem a uma reflexão sobre

que cursos a distância se oferece atualmente, e que cursos a distância se quer para o futuro.

3. Estudo de Caso

Para iniciar a discussão, tem-se como exemplo, a análise de desempenho dos

estudantes de uma disciplina da graduação a distância, oferecida no período letivo de

2012/2, em uma instituição de ensino superior, no estado do Rio Grande do Sul, credenciada

e reconhecida pelo MEC.

A disciplina em questão é comum a vários cursos de graduação, que são oferecidos

na modalidade 100% a distância. A carga-horária desta disciplina é composta por quatro

créditos, totalizando sessenta horas-aula. O trabalho desenvolvido com os estudantes

efetiva-se em um bimestre definido em nove semanas e contempla conteúdos da área das

Ciências Exatas.

Os materiais didáticos digitais são disponibilizados como arquivos no formato (.pdf)

e vídeo-aulas, distribuídos em nove módulos.

A comunicação entre professor e estudantes é realizada em seis encontros síncronos,

com duração de quarenta e cinco minutos e suporte tecnológico da ferramenta chat. Além

dessa ferramenta de interação e comunicação, a comunicação entre professor e estudantes é

realizada a partir dos fóruns de discussão, das mensagens individuais e do correio eletrônico.

A Tabela 3 apresenta o total de estudantes matriculados na turma, o total de

estudantes que obtiveram aprovação por média, e o total de estudantes aprovados e

reprovados após exame de recuperação. É importante destacar, que nem todos os estudantes

atuam, profissionalmente, nas áreas dos cursos; são pessoas que têm idade acima de vinte e

cinco anos, e residem na região metropolitana dos estados do Rio Grande do Sul (RS), Santa

Catarina (SC) e Paraná (PR).

Tabela 3. Total de estudantes matriculados, aprovados por média, aprovados e reprovados após exame de recuperação

Situação dos Estudantes Turma 2012/2 Matriculados 51

Aprovados por media 22 Aprovados após exame 28 Reprovados após exame 23

Fonte: elaborada pela autora.

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Tabela 4. Percentual de estudantes, aprovados por média, aprovados e reprovados após exame de

recuperação

Situação dos Estudantes Turma 2012/2 Aprovados por media 43,14%

Aprovados após exame 54,90% Reprovados após exame 45,10%

Fonte: elaborada pela autora.

Neste exemplo, a avaliação da aprendizagem dos estudantes foi composta por uma

média ponderada que considera duas notas: a primeira nota (30%) trata da interação do

estudante no ambiente virtual de aprendizagem, bem como a produção do bimestre; e a

segunda nota (70%), refere-se ao desempenho do estudante em uma prova escrita,

presencial, individual, com o uso de calculadora e do livro didático.

Entende-se por “produção do bimestre” como sendo as participações nos fóruns de

discussão; as participações nos chats; a entrega de trabalhos escritos em arquivos do

Microsoft Word; e o envio de questionários de correção automática, nos prazos estabelecidos

desde o início da disciplina.

Observa-se que 43,14% dos estudantes obtiveram aprovação por média sem

necessidade de realizar o exame de recuperação. Após a realização do exame de

recuperação, apenas 54,90% foram aprovados.

3.1 Análise do Caso

O caso apresentado requer algumas considerações importantes, quanto às

possibilidades de interação entre os sujeitos no ambiente virtual de aprendizagem, e

quanto à metodologia de avaliação aplicada.

Os números apresentados nas Tabelas 3 e 4 mostram que, dos 51 estudantes

matriculados, 23 não obtiveram aprovação na disciplina. O que representa um alto índice de

reprovação: 45,10%.

Koehler (2012) analisou três turmas da graduação a distância, nas mesmas condições

deste estudo de caso, sendo disciplinas da área das Ciências Exatas e com a mesma proposta

pedagógica, onde também foi constatado um alto índice de reprovação.

Quanto às possibilidades de interação, o que pode ser observado, nestes dois casos,

é que quando os estudantes conseguem interagir no ambiente virtual com o professor e com

os colegas, os resultados nas avaliações são positivos. A interação entre professor e

estudante é importante para a construção do conhecimento, tanto na educação a distância,

quanto na presencial.

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A EaD apresenta características que facilitam a interação entre os sujeitos, a

interação esta mediada pelas tecnologias da informação e comunicação.

Na análise do desempenho acadêmico dos estudantes das três turmas analisadas

(Koehler, 2012) relacionou as interações destes estudantes no ambiente virtual com o

desempenho acadêmico. Esta análise foi feita a partir da quantidade de acessos que o

estudante fez às ferramentas do ambiente virtual. Os resultados mostraram que nem todos os

estudantes que tiveram um maior número de acessos ao ambiente virtual de aprendizagem,

obtiveram os melhores desempenhos acadêmicos. Concluiu-se então, que não é a quantidade

de acessos ao ambiente que contribui para a aprendizagem dos estudantes.

Bassani (2006) constatou a necessidade de se definir uma ferramenta capaz de

mapear as interações, tanto a partir de um enfoque quantitativo, quanto qualitativo. O

enfoque quantitativo da interação faz referência ao que é possível apresentar de informações

quantificáveis, quantidade de trabalhos enviados ou ainda o número de contribuições em

determinada ferramenta, e que podem ser utilizadas como subsídios para o professor

acompanhar a aprendizagem do estudante. Mas, nesta pesquisa a autora também concluiu

que somente os dados quantitativos não são suficientes para analisar a aprendizagem sob o

aspecto cognitivo.

Bassani (2006) afirma que o enfoque qualitativo da interação prevê a visualização do

conteúdo e mapeamento das contribuições individuais e interindividuais dos estudantes,

mostrando a sua interconexão com as contribuições dos colegas e que os dados quantitativos

puramente como são disponibilizados, não fornecem esta informação.

O que pode ser observado nos dois estudos de caso de Koehler (2012), e na pesquisa

de Bassani (2006), é que a interação que está presente nestes cursos não é a interação que

contribui para a construção do conhecimento, a interação mútua definida por Primo (2000,

2003). Isto quer dizer que não há uma comunicação bidirecional entre professor tutor e

estudantes (alunos virtuais). Nestes casos, os estudantes perdem a motivação, não acessam

mais o ambiente virtual, e tão pouco participam dos momentos síncronos em chats ou das

discussões nos fóruns. O que se pode afirmar é que este tipo de interação, definida por

Primo (2000, 2003) como interação reativa, efetivamente, não contribui para a aprendizagem

dos estudantes.

Por outro lado, a maioria dos AVAs6 (Teleduc (Unicamp), e-Proinfo (MEC), AVA

(Unisinos), WebCT e Moodle) utilizados nas instituições de ensino superior brasileiras,

6 Ambientes Virtuais de Aprendizagem: Teleduc (http://www.teleduc.org.br/), e-Proinfo (http://e-proinfo.mec.gov.br), AVA

(http://gpedunisinos.wordpress.com/pesquisas/pesquisa-ava-unisinos/) , WebCT (http://www.webct.com/), e Moodle (http://www.moodle.org), com acesso em 13 fev 2013.

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possibilitam apenas mapear as interações dos estudantes numa perspectiva quantitativa,

oferecendo relatórios com a frequência, o número de acessos em cada ferramenta e

quantidade de mensagens postadas nos diversos espaços do ambiente. Desta forma, a ênfase

é apenas no aspecto individual do estudante, ou seja, as informações apresentadas são

referentes a cada estudante individualmente, e não apresenta relatórios das interações do

grupo de estudantes, nem dos caminhos percorridos para a compreensão de um determinado

conceito.

O acompanhamento da construção do pensamento do estudante, das suas interações

com os colegas e professores, sob uma perspectiva qualitativa, não é contemplado na

maioria dos atuais ambientes virtuais de aprendizagem, e os dados quantitativos não

possibilitam identificar progressos cognitivos potencializados pelas trocas interindividuais,

nem da aprendizagem dos conceitos efetivadas ao longo do curso.

Observa-se, também, que as poucas ferramentas que existem para mapear as

interações em ambientes virtuais (Bassani, 2006), limitam-se em apresentar com quem um

determinado sujeito interagiu ou o conteúdo da mensagem. Mas, é importante afirmar que

estas interações não mostram o processo de construção dos conceitos realizado por cada

estudante em interação com os pares no grupo da disciplina.

Quanto à metodologia de avaliação utilizada, acredita-se que a partir dos

resultados apresentados, os instrumentos e as metodologias de avaliação não estão atingindo

os objetivos de uma avaliação formativa, que são acompanhar, orientar, e aferir se o

estudante realmente aprendeu os conceitos e conteúdos apresentados. A avaliação como foi

realizada caracteriza-se como uma avaliação somativa (Bloom, 1983), onde o sujeito é

avaliado somente no final do curso, sendo avaliado o produto final, e não o processo.

A avaliação da aprendizagem de um estudante, realizada de forma constante,

formativa (Bloom, 1983), ao longo do curso e com uma mediação docente online baseada na

interação mútua entre professores e estudantes e entre estudantes e seus pares, é uma forma

de acompanhar o estudante e verificar se a aprendizagem está sendo efetivada ou não. Com

o acompanhamento constante do estudante, o professor poderá intervir sempre que

necessário, orientando as dificuldades e sugerindo outros caminhos para o aprendizado.

Os autores Máximo, Barone e Carvalho (2008) realizaram uma pesquisa sobre a

avaliação da aprendizagem, nos cursos oferecidos na modalidade a distância na UFRGS,

mostrando um panorama no período de 1998 a 2008. Esta pesquisa mostrou que, apesar de

todos os esforços despendidos, os resultados ainda são preocupantes porque falta a

utilização de referenciais teóricos sobre avaliação da aprendizagem na educação a

distância em grande parte dos cursos analisados. E esta constatação é observada em outros

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cursos, em outras universidades, para não dizer, na maioria das instituições de ensino

superior brasileiras que oferecem cursos na modalidade a distância.

Segundo (Azzi, 2006) apud (Máximo, 2008), a avaliação da aprendizagem

desempenha funções legítimas e indispensáveis no processo educativo. A função principal

da avaliação é a pedagógica, que visa, principalmente, à verificação da aprendizagem dos

estudantes, à identificação de suas necessidades e à regulação ou melhoria do processo de

ensino e de aprendizagem. Os autores Ferreira, Otsuka e Rocha (2003) destacam a especial

importância de uma avaliação formativa, no contexto da educação a distância, ou seja, que a

avaliação possa apresentar características informativas e reguladoras.

Para Bona, Fagundes e Basso (2011), apenas entregar material no ambiente virtual

não significa que o estudante aprenderá; o ambiente virtual não pode ser considerado um

repositório de conteúdos. O ambiente virtual precisa ser um espaço de convivência digital

virtual para além da interação entre os estudantes, e que considere a afetividade como um

elemento essencial na educação e inseparável da cognição. Bona, Fagundes e Basso (2011)

ainda afirmam que: “a avaliação permanece um tema polêmico entre as áreas do

conhecimento, e que os instrumentos que melhor avaliam são os que possibilitam a leitura

do estudante como um todo: afeto, cognição e metacognição”.

Máximo, Barone e Carvalho (2008) acreditam que a Informática possa contribuir de

forma efetiva nos processos avaliativos em cursos na modalidade a distância, e que tal

contribuição pode vir da combinação de diversos recursos computacionais. No entanto,

ainda se tem poucas iniciativas em termos de pesquisa e produção científica na área de

Informática na Educação sobre avaliação na educação a distância.

Nesta seção, foram apresentadas algumas discussões relevantes sobre as dificuldades

encontradas em uma situação prática, onde também foram apresentados alguns

apontamentos importantes, que devem ser norteadores no planejamento de novos cursos a

distância.

Após analisar o estudo de caso apresentado, quanto às possibilidades de interação

e quanto à metodologia de avaliação aplicada, a seção 4 apresenta as Considerações

Finais provisórias. Provisórias porque são considerações sobre um recorte da pesquisa que

está em andamento, em nível de Doutorado, e que segue com outros questionamentos para

além deste texto.

4. Considerações Finais

Analisando o contexto atual da EaD no Brasil, os resultados das avaliações dos cursos

apresentados no portal do e-mec, e os estudos de caso apresentados neste texto, é importante

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que professores, gestores e equipes pedagógicas das instituições de ensino superior, pensem

que o planejamento pedagógico, dos novos cursos nesta modalidade de ensino, precisa

prever uma outra forma de trabalho do docente online, conforme as reflexões propostas por

(Silva, 2012).

É necessário que o professor tutor, chamado de docente online (Silva, 2012), consiga

desenvolver atividades didáticas que priorizem a interação mútua entre docente e estudantes.

Esta mediação docente pode ser feita a partir do uso de ferramentas da Web 2.0, que podem

ser incorporadas ao ambiente virtual de aprendizagem institucional, e serem utilizadas como

dinâmica principal de interação entre os sujeitos.

Os Blogs7, Wikis e, principalmente, as Redes Sociais como Facebook8 e Twitter9 são

possibilidades de interação a serem consideradas no planejamento dos novos cursos.

É importante que o docente online consiga reconhecer o Virtual como um espaço

educativo, onde se possa compartilhar, colaborar, cooperar, interagir, ser autor e co-autor de

trabalhos realizados em grupos, numa comunidade que vive e convive em rede.

E, a partir desta vivência e convivência em rede será possível acompanhar, orientar e

avaliar o progresso das aprendizagens dos estudantes sob um aspecto mais formativo e

menos somativo. Acompanhando os caminhos trilhados pelos estudantes em uma

comunidade em rede e virtual, o docente online pode orientar e sugerir novos rumos para a

aprendizagem dos estudantes. Os históricos destas interações ficam armazenados e o

docente online pode utilizar estas informações para compor a avaliação do estudante.

As três questões norteadoras que conduzem a escrita deste texto não foram

respondidas na sua totalidade. No entanto, este é o ponto de partida para a pesquisa de novas

possibilidades de aprendizagem e avaliação na EaD, que está em andamento.

No que diz respeito à questão de como os estudantes aprendem em interação com

as tecnologias do virtual, o que se pode afirmar é que o estudante desta nova geração não

pensa como os estudantes pensavam há uma década atrás (Veen & Vrakking, 2009). Os

estudantes de hoje foram crianças que nasceram com acesso às tecnologias em casa,

relacionam-se com amigos em redes sociais e resolvem seus problemas de forma

colaborativa na rede. Logo, estes estudantes têm uma nova lógica de aprender usando as

tecnologias do virtual a seu favor.

7 Blog disponível no endereço eletrônico: http://www.blogspot.com 8 Rede social Facebook disponível no endereço eletrônico: http://www.facebook.com 9 Rede social Twitter disponível no endereço eletrônico: http://www.twitter.com

Page 13: Por uma educação menos a distância e mais online

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Quanto à questão da relação entre o desempenho acadêmico com a interação em

ambientes online, pode-se afirmar que os estudantes que obtiveram as melhores notas

foram os estudantes que mais se comunicaram com o professor e com os colegas, por meio

do ambiente virtual. Esta comunicação foi realizada nos fóruns de discussão e nas sessões de

chats para discutir as dúvidas sobre os conceitos previamente estudados. Os estudantes que

fizeram as leituras com antecedência, que tentaram resolver os exercícios e que tiraram suas

dúvidas com o docente online, obtiveram as melhores avaliações na disciplina. No entanto,

os estudantes que tentaram uma comunicação com o docente sem ter feito a leitura prévia

dos materiais didáticos digitais, nem realizaram os exercícios propostos com antecedência,

não tinham dúvidas, e não conseguiam participar da discussão com o docente e com os

colegas. É importante salientar, que o tópico da disciplina que causou mais dúvidas e o que

foi mais discutido nos fóruns de discussão, foi a parte da avaliação escrita que teve mais

acertos. Observou-se que os conteúdos introdutórios da disciplina, considerados mais fáceis,

não teve o mesmo número de acertos na avaliação escrita. Os conteúdos mais complexos,

que geraram mais dúvidas e que provocou uma maior interação entre o docente e os

estudantes, teve o maior número de acertos.

Quanto à importância da mediação docente para a aprendizagem online, sem

dúvida a atuação do docente online é um aspecto muito importante para a aprendizagem.

Isto porque é o docente que consegue integrar o grupo ao contexto da disciplina, observar as

dificuldades do grupo, propor novos caminhos de estudo, orientar o grupo para uma reflexão

sobre as dificuldades, relacionando os conceitos teóricos com a solução de problemas na

prática. A mediação pedagógica do docente online é tão importante quanto a qualidade dos

materiais didáticos disponíveis no ambiente virtual, porque é o docente online que vai

conduzir o processo de reflexão sobre as questões da disciplina. O acompanhamento

constante do docente online permite que a avaliação da aprendizagem seja de caráter

formativo, com ênfase no “processo” e não no “produto” final.

Como mencionado anteriormente, a qualidade de um curso é observada a partir de três

conceitos que formam o conceito global de curso, e um destes conceitos é o desempenho dos

estudantes nos exames nacionais promovidos pelo MEC. Então, pode-se dizer que a

qualidade de um curso a distância está relacionada ao quanto os estudantes conseguem

aprender e construir conhecimento, em interação e colaboração, com os professores e seus

pares, no ambiente virtual. E, esta aprendizagem somente será constatada quando mudarem

os espaços, os tempos e as metodologias de ensino, aprendizagem e de avaliação na EaD, e

então se pensar em uma educação menos a distância e mais online.

Page 14: Por uma educação menos a distância e mais online

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