PORT 3 ANO EF - SAEPE 2009 · À apresentação das escalas de proficiência através de um...

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ISSN 1984-560X SAEPE 2008 PERNAMBUCO | BOLETIM PEDAGÓGICO DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco LÍNGUA PORTUGUESA - 2 a série / 3 o ano ENSINO FUNDAMENTAL

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ISSN 1984-560X

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P E R N A M B U C O | B O L E T I M P E D A G Ó G I C O D E AVA L I A Ç Ã O D A E D U C A Ç Ã O

Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco

LÍNGUA PORTUGUESA - 2a série / 3o anoENSINO FUNDAMENTAL

SISTEMA DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL DE PERNAMBUCO

SAEPE / 2008

BOLETIM PEDAGÓGICO DELÍNGUA PORTUGUESA DA 2ª SÉRIE/3º ANO

DO ENSINO FUNDAMENTAL

ISSN 1984-560X

Ficha Catalográfica

PERNAMBUCO. Secretaria de Educação. Boletim Pedagógico de Avaliação da Educação: SAEPE – 2008 /

Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.

v. 1 (jan/dez. 2008), Juiz de Fora, 2008 – Anual

Editor: Anderson Córdova Pena

Conteúdo: v.1. 2ª Série/3º Ano do Ensino Fundamental

ISSN 1984-560X

1. Ensino Fundamental - Avaliação - Periódicos

CDU 373.3+373.5:371.26(05)

Governador do Estado de Pernambuco Eduardo Henrique Accioly Campos

Secretário de Educação do Estado Danilo Cabral

Chefe de Gabinete Nilton da Mota Silveira Filho

Secretária Executiva de Gestão de Rede Margareth Costa Zaponi

Secretária Executiva de Desenvolvimento da Educação Aída Maria Monteiro da Silva

Gerente de Avaliação e Monitoramento das Políticas Educacionais Maria Epifânia de França Galvão Valença

Gerente Geral do Programa de Correção do Fluxo Escolar Ana Coelho Vieira Selva

Gerente de Políticas Educacionais de Ensino Fundamental Zélia Granja Porto

Gerente de Políticas Educacionais de Ensino Médio Cantaluce Lima

Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora

Coordenação GeralLina Kátia Mesquita Oliveira

Consultor TécnicoManuel Fernando Palácios da Cunha e Melo

Coordenação EstatísticaTufi Machado Soares

Coordenação de Divulgação dos ResultadosAnderson Córdova Pena

Equipe de Banco de ItensVerônica Mendes Vieira (Coord.)Mayra da Silva Moreira

Equipe de Análise e MedidasWellington Silva (Coord.)Ailton Fonseca GalvãoClayton ValeRafael Oliveira

Equipe Responsável pela Elaboração do BoletimLina Kátia Mesquita Oliveira (Org.)Manuel Fernando Palácios da Cunha e Melo (Org.)Anderson Córdova Pena

Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco – SE/PEGerência de Avaliação e Monitoramento das Políticas Educacionais

Coordenação Geral do SAEPEMaria Epifânia de França Galvão Valença

Equipe de Língua Portuguesa - SE/PEJeanne Amália de Andrade TavaresMaria de Lourdes Santos SpádoaOsvaldo de Oliveira Pereira FilhoVânia Rodrigues Pereira

Equipe de Matemática - SE/PEMarcos Antônio Heleno DuarteMaria Sônia Leitão Melo Vieira

IlustraçõesRuy Barros

UNDIME-PEPresidente EstadualLeocádia Maria da Hora Neta

Comissão da UNDIME – PEAdriana Maria das NevesAna Cristina Moreira Rodrigues dos SantosLeila Maria Lopes Loureiro Maria de Fátima Cavalcanti Guerra

Equipe de Língua PortuguesaHilda Aparecida Linhares da Silva Micarello (Coord.)Josiane Toledo Ferreira Silva (Coord.)Ana Letícia Duin TavaresMaika Som MachadoEdson Munck

Equipe de MatemáticaLina Kátia Mesquita Oliveira (Coord.)Denise Mansoldo SalazarMariângela de Assumpção de Castro Tatiane Gonçalves de MoraesMara Sueli Simões MoraesNelson Antônio PirolaMarcelo Câmara dos Santos

Equipe de editoraçãoHamilton Ferreira (Coord.)Clarissa AguiarMarcela ZaghettoRaul Furiatti MoreiraVinicius Peixoto

Sumário

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Apresentação

A Chegada

O Percurso

Etapa 1: SAEPE

Etapa 2: Matriz

Etapa 3: Resultados

Etapa 4: Transformação

A Partida: seguindo novas trilhas

Mensagem do Secretário

Na história da educação do País é visível o avanço da democratização do acesso à educação pública, garantida constitucionalmente. No entanto, esse avanço não tem sido acompanhado de melhorias significativas na qualidade, em todos os níveis e modalidades de ensino, como é possível identificar nos resultados do IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica de 2007.

Nesse contexto, o Governo de Pernambuco assumiu o compromisso de melhorar a qualidade da educação, desenvolvendo um conjunto de ações que têm como foco a promoção da aprendizagem dos estudantes, a qualificação e valorização profissional, podendo-se destacar: reestruturação da rede física das escolas; melhoria salarial dos profissionais da educação; formação continuada e em serviço com oferta de cursos de especialização e atualização; reestruturação do currículo escolar e da sistemática da avaliação da aprendizagem; garantia de livro didático, material escolar, fardamento e merenda para todos os estudantes.

Essas ações constituem uma via de mão dupla, em que o Estado fornece as condições básicas para viabilizar os processos de ensino e de aprendizagem, mas ao mesmo tempo tem o dever de acompanhar e avaliar os seus resultados.

Para realizar o acompanhamento desses processos em cada unidade didática nas escolas, foi necessária a reformulação do SAEPE – Sistema de Avaliação da Educação de Pernambuco, que passou a ter periodicidade anual, para avaliar o desempenho dos estudantes por série ou ano de escolaridade e dar subsídios ao trabalho pedagógico e da gestão da escola.

O SAEPE é, portanto, uma das principais ferramentas para auxiliar a definição e a implantação de políticas educacionais que assegurem a todos os estudantes o direito de aprender.

É importante destacar que o cruzamento dos dados do SAEPE com a taxa de aprovação dos estudantes vai gerar, a exemplo do IDEB, um indicador local - o IDEPE (Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco), a ser publicado anualmente, contribuindo para o acompanhamento e o planejamento de intervenções na busca da melhoria da educação pública no Estado.

Esse indicador será, também, um mecanismo que irá subsidiar a Secretaria de Educação do Estado para o reconhecimento dos profissionais e de escolas com trabalhos bem sucedidos, como indicadores para premiação dos mesmos.

Neste Boletim Pedagógico estão apresentados os resultados da avaliação aplicada em dezembro de 2008, reflexões, sugestões que devem ser analisados por todos os que fazem a gestão da educação e, por você, professor (a), no sentido de identificar os conhecimentos já consolidados pelos estudantes e os novos conhecimentos a serem apreendidos.

É nessa direção que convocamos todos os profissionais da educação para ler e analisar os dados apresentados neste Boletim, a fim de que possamos, juntos, alcançar o grande desafio: elevar os índices educacionais e melhorar a educação pública de Pernambuco.

Danilo Cabral Secretário de Educação de Pernambuco

Apresentação

É com grande prazer que apresentamos a você este Boletim Pedagógico, com os resultados do SAEPE – Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco, cujos testes foram aplicados em dezembro de 2008 em aproximadamente 600 mil estudantes das 2ªsérie/3° ano, 4ªsérie/5° ano e 8ª série/9° ano do Ensino Fundamental e 3° ano do Ensino Médio das redes estadual e municipal de ensino de Pernambuco. Os estudantes foram avaliados quanto aos conteúdos de Língua Portuguesa e de Matemática.

O principal objetivo do SAEPE é avaliar o desempenho dos estudantes da rede pública de Pernambuco nessas duas disciplinas, utilizando métodos e critérios pedagogicamente bem definidos, possibilitando o planejamento de intervenções pedagógicas que possam melhorar a aprendizagem dos estudantes.

Além de apresentar o resultado do SAEPE, o presente documento vai ajudar você, professor(a), na análise dos dados, uma vez que, de forma bastante didática e detalhada, expõe todas as etapas do processo avaliativo, disponibilizando o desempenho da escola, das turmas avaliadas, além de poder fazer um comparativo entre os resultados das escolas de seu município e do nosso Estado.

Sabemos que esse conhecimento da realidade das unidades escolares, sobretudo dos estudantes, é imprescindível para que cada instância possa cumprir o seu papel: as Secretarias de Educação do Estado e dos Municípios possam elaborar suas políticas públicas; a gestão escolar possa planejar melhor as suas intervenções; e você, professor(a), possa avaliar e planejar melhor as suas aulas, impor metas próprias e superar os desafios apresentados.

Esperamos que toda a equipe pedagógica da escola se sinta motivada para o estudo deste Boletim, firmando, mais uma vez, o compromisso de todos os educadores em formar cidadãos e aprender sempre mais.

Secretaria de Educação de Pernambuco União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação de Pernambuco - UNDIME - PE

Professor,*

A avaliação em larga escala, ao eleger a escola como unidade básica de análise, constitui-se em um importante instrumento para a consolidação do direito a uma educação de qualidade. Por meio dessa avaliação, também chamada de avaliação externa, podemos construir um quadro diagnóstico do desempenho dos estudantes nas habilidades e competências consideradas fundamentais para o seu sucesso escolar e compreender em quais aspectos estamos indo bem e em quais ainda temos que melhorar.

Assim, tendo por norte esse objetivo, as escolas passaram por uma avaliação em larga escala em 2008, que incluiu a aplicação de testes de proficiência aos estudantes. Para você se apropriar dos resultados dessa avaliação da melhor forma possível, é que nós, da Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco - SE/PE em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Pernambuco - UNDIME - PE, em conjunto com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora, CAEd/UFJF, elaboramos este Boletim Pedagógico.

Nossa intenção é criar as bases para uma rotina de discussão dos resultados na escola que possibilite a todos diagnosticar o desempenho dos estudantes. Esse é o primeiro passo para a implementação de ações pedagógicas coletivas capazes de contribuir para garantir o direito a uma educação de qualidade e a igualdade de oportunidades educacionais a todos os nossos estudantes.

A Chegada:

Por que começar pela “Chegada”?

No processo de avaliação em larga escala, a entrega dos resultados significa o fim de uma etapa e o começo de outra. O processo avaliativo não se esgota na entrega dos resultados à comunidade escolar, mas é aí que ele se inicia. Só tem significado avaliar para tomar decisões que interfiram na melhoria da qualidade da educação.

Então, vamos construir um percurso com todos que fazem a escola. Você, professor, pode dar uma grande contribuição!

Vamos, enfim, começar.

Resultados do SAEPE 2008

* Utilizamos, neste boletim, a forma “Professor” no masculino, para nos dirigirmos a você, professor ou professora.

A quais informações você terá acesso?

Os resultados das avaliações em larga escala são importantes ferramentas a favor da melhoria da educação ofertada e, por essa razão, é imprescindível que as escolas organizem debates com base nos materiais produzidos, associando-os às políticas públicas educacionais.

Para atingir esse ideal, é preciso oferecer condições para um debate nas redes de ensino e unidades escolares sobre as metas que podem ser estabelecidas a partir da compreensão dos indicadores que associam o fluxo escolar, representado pelos índices de aprovação, de reprovação e de abandono da escola, às médias de proficiência alcançadas pelos estudantes nos testes de Língua Portuguesa e Matemática. Para tanto, devem ser continuamente desenvolvidas novas formas para a divulgação e apropriação das informações das avaliações em larga escala, de uma maneira que possibilite a você, e a todos da escola, uma discussão sobre os resultados alcançados nas séries/anos avaliados.

Pensando nisso, criamos um conjunto de ações com o propósito de levar a você e a toda comunidade escolar, uma nova forma de entender os resultados das avaliações em larga escala. Além desse Boletim Pedagógico com os resultados da escola, você terá acesso:

Ao Documento “Matrizes Detalhadas para Avaliação”: material com o detalhamento de todas as Matrizes de Referência para Avaliação em Língua Portuguesa e Matemática, para as séries avaliadas, com muitos exemplos de itens.

Ao Documento “Guia de Elaboração de Itens”: guia simples e fácil de utilizar que traz passo a passo a metodologia de elaboração de itens para testes de proficiência.

Aos Boletins de Resultados contendo a Análise Contextual: boletim com o cruzamento dos dados socioeconômicos dos estudantes, dos professores e dos diretores com os resultados de proficiência atingidos pela escola.

Ao Portal da Avaliação: trata-se de um portal com inúmeras informações sobre as avaliações em larga escala e diversos documentos importantes para você consultar e estudar.

À divulgação dos resultados na web: os resultados da escola, de seu município e regional estarão disponibilizados no Portal da Avaliação.

À apresentação das escalas de proficiência através de um hipertexto: a escala, em uma forma interativa, fácil e sem complicações, será apresentada no Portal da Avaliação. Você descobrirá muitas formas de investigar os conceitos apresentados na escala.

Aos vídeos direcionados aos gestores: todas as escolas receberão um vídeo com informações e diretrizes para o trabalho com o material de divulgação dos resultados. Isso será muito importante no comprometimento e motivação de toda a equipe.

Como você pode ver, todos esses materiais têm a função de contribuir no trabalho da escola em detectar os principais problemas de aprendizagem dos estudantes e, ao mesmo tempo, apoiar você no estabelecimento de projetos pedagógicos que visem melhorar o nível de aprendizagem dos estudantes e sua permanência na escola.

Professor,

Para realizar este percurso, existem quatro etapas e nove trilhas com desafios a serem enfrentados. É importante que você vença os desafios. Isso lhe permitirá extrair todas as informações que o Boletim Pedagógico apresenta. A finalidade desses desafios é proporcionar reflexão, aprendizado e superação. Recomendamos que você avance em uma trilha quando todos os conceitos tratados estiverem bem claros. Conheça o que você vai precisar para cumprir com sucesso o seu percurso.

O Percurso

Visitar o Portal: O Portal da Avaliação é um site com informações sobre avaliação da educação realizada em diversos estados que, como o nosso, fazem a avaliação externa de suas redes educacionais. Os endereços são www.caed.ufjf.br e www.educacao.pe.gov.br. Neles você também encontrará a Matriz de Referência para Avaliação, a Escala de Proficiência e os resultados da sua escola e de todas as outras que participaram da avaliação. Você poderá “baixar” vários documentos e fazer muitas outras descobertas. Para organizar todas essas novidades, sugerimos que registre o seu aprendizado e o passo a passo do percurso em um Diário de Bordo.

Registrar seus momentos no Diário de Bordo:O que é um Diário de Bordo? O Diário de Bordo é um caderno para anotar as suas dúvidas, opiniões e sugestões. Nesse caderno, você poderá registrar a trajetória, rever as direções, enfim, refletir sobre o seu percurso. Isso ajudará você a aproveitá-lo melhor, repensando constantemente o caminho percorrido e o que você ainda percorrerá. Essas anotações são importantes e, portanto, podem ser compartilhadas com todos os seus companheiros de trajeto.

Consultar seus companheiros:Você não precisa e nem irá caminhar sozinho. Forme um grupo de companheiros na escola, converse com a direção e a equipe pedagógica sobre o Boletim e troque informações com a sua Gerência Regional de Educação (GRE) ou Secretaria Municipal de Educação.

Etapa 1: SAEPE

Você conhecerá um pouco da história do Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco, o SAEPE. Saberá também da importância dele para a melhoria da qualidade da educação em nosso Estado.

Trilhas a percorrer: Conhecendo o SAEPE.

Desafio a cumprir: Conhecer o Portal da Avaliação.

Objetivo a alcançar:Conhecer o Sistema de Avaliação da Educação de nosso Estado como uma política pública.

Etapa 2: MATRIZ

Nesta parte do percurso, vamos explorar a Matriz de Referência para Avaliação do SAEPE, suas relações com a Base Curricular Comum de Pernambuco (BCC-PE); entender a composição dos testes de proficiência e como eles são analisados. Tudo isso será percorrido em três trilhas.

Trilhas a percorrer:A Matriz de Referência para Avaliação em Língua Portuguesa da 2ª série/3º ano do Ensino Fundamental.

A Composição dos Testes de Proficiência. A Metodologia de Análise dos Testes.

Desafio a cumprir: Comparar a Base Curricular Comum de Pernambuco (BCC-PE) com a Matriz de Referência para Avaliação.

Objetivo a alcançar: Compreender a Matriz de Referência para Avaliação, a composição e a análise dos testes.

Vejamos em quais estações você deverá passar.

Etapa 3: RESULTADOSNesta etapa, há uma grande meta a ser conquistada: compreender os resultados da escola. Haverá uma Escala de Proficiência que será seu mapa nesse percurso, explore-a. Na escala, você poderá acompanhar o desenvolvimento dos estudantes na conquista de suas habilidades e competências acadêmicas. O objetivo é conhecer melhor como está o ensino e a aprendizagem na escola. Será a mais importante descoberta do Boletim, temos certeza!

Trilhas a percorrer:A Apresentação e a Análise dos Resultados da sua Escola. A Escala de Proficiência. Os Perfis de Desempenho em Língua Portuguesa.

Desafios a cumprir: Compreender a Escala de Proficiência e aprimorar seus conhecimentos utilizando o Portal de Avaliação.

Analisar o Gráfico do Percentual de Estudantes por Nível de Proficiência. Compor o Quadro do Diagnóstico Pedagógico da sua Escola.

Objetivo a alcançar:Conhecer quais habilidades em Língua Portuguesa já foram consolidadas pelos estudantes e aquelas que ainda precisam de uma atenção especial.

Etapa 4: TRANSFORMAÇÃONesta etapa, você encontrará mais uma possibilidade de refletir sobre algumas atitudes que contribuirão para a transformação da realidade na sala de aula.

Trilhas a percorrer:Sugestões de Atividades Pedagógicas. Avaliação: o SAEPE na Escola.

Desafios a cumprir: Responder aos questionamentos sobre a avaliação. Estimular, na comunidade escolar, o debate e a discussão sobre os resultados obtidos. Propor ações pedagógicas com o objetivo de superar as dificuldades diagnosticadas pelo SAEPE.

Objetivo a alcançar:Utilizar os resultados do SAEPE para melhorar a realidade escolar.

Finalizaremos nossa jornada na Partida. Parece estranho terminar assim, mas você entenderá o porquê.

Agora é sua vez: consulte o Portal, leia este Boletim, releia, leia de novo e – o mais importante – pergunte! As dúvidas e questionamentos que você anota no Diário de Bordo não devem ficar no papel. Troque informações, busque outras opiniões, converse, interaja por meio dos canais de comunicação feitos para você no Portal!

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Bem-vindo ao SAEPE!

Para continuar sua caminhada, você terá que passar pela trilha desta etapa:

1ª Trilha. Conhecendo o SAEPE. 9

Etapa 1: SAEPE

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Professor,

Temos um grande objetivo: elevar os indicadores educacionais de Pernambuco.

Foi com esse intuito que a Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco reestruturou o Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco – SAEPE. O seu propósito é o desenvolvimento de programas de avaliação, cujos resultados apresentam informações importantes para o planejamento de ações em todos os níveis do sistema de ensino.

Os resultados advindos do SAEPE contribuem para a implementação de ações políticas e pedagógicas para a melhoria da educação pública, porque, com eles, é possível conhecer como o sistema funciona e identificar as dificuldades de cada escola.

Entre os vários objetivos do SAEPE, detalhados a seguir, a SE/PE também utilizará seus resultados como base para o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco - o IDEPE -, instituído pelo governo do Estado, com a finalidade de medir a qualidade da Educação de Pernambuco.

O IDEPE considera tanto o resultado da avaliação de Língua Portuguesa e Matemática dos estudantes da 4a série/5o ano e 8a série/9o ano do Ensino Fundamental e do 3o ano do Ensino Médio, como também a taxa de aprovação da escola.

Esse índice é calculado para todas as escolas da rede estadual e, mediante um processo de articulação com as redes municipais, poderá ser também utilizado para suas escolas de acordo com a adesão de cada município.

Nesta etapa, você terá uma única trilha a percorrer.

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Conhecendo o SAEPE

Nesta trilha você conhecerá os objetivos do SAEPE, sua trajetória e dados sobre sua realização em 2008.

O Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco – SAEPE foi criado em 2000 com a finalidade de monitorar o padrão de qualidade do ensino e apoiar as iniciativas de promoção da igualdade de oportunidades educacionais. E o que é avaliado?

Os testes do SAEPE têm como objetivo avaliar as competências e habilidades, na área de Língua Portuguesa (leitura) e Matemática, dos estudantes das redes estadual e municipal nas 2ª, 4ª, e 8ª séries ou 3°, 5° e 9° anos do Ensino Fundamental e do 3° ano do Ensino Médio, incluindo os projetos de correção do fluxo escolar. Além da aplicação dos testes, a avaliação inclui outros instrumentos importantes como o questionário do estudante, cujo objetivo é traçar o perfil socioeconômico e sua trajetória escolar; os questionários do professor e do diretor, com o objetivo de traçar o perfil dos profissionais da educação de Pernambuco e o questionário da escola, com objetivo de conhecer sua infraestrutura e os serviços oferecidos por ela, tendo em vista identificar os fatores que interferem no desempenho escolar.

Como você pode ver, os principais objetivos do SAEPE são:

Produzir informações sobre o desempenho escolar dos estudantes nas habilidades e competências consideradas essenciais em cada período de escolaridade avaliado.

Monitorar o desempenho dos estudantes ao longo do tempo, como forma de avaliar continuamente o projeto pedagógico de cada escola, possibilitando a implementação de intervenção pedagógica quando necessário.

Contribuir diretamente para a adaptação das práticas de ensino às necessidades dos estudantes, possibilitando a implantação de programas e projetos de intervenção pedagógica.

Associar os resultados da avaliação às políticas de incentivo com a intenção de elevar os indicadores educacionais.

Compor, em conjunto com as taxas de aprovação verificadas pelo Censo Escolar, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica de Pernambuco – IDEPE.

Dessa forma, as Secretarias de Educação, por meio do SAEPE, assumem o compromisso de avaliar a educação pública, tendo como foco de análise, a escola. Para tanto, os instrumentos são construídos para produzir um diagnóstico do trabalho desenvolvido pelas unidades escolares. Os resultados retornam às unidades escolares e Secretarias de Educação para subsidiar as ações pedagógicas e administrativas. A comunidade, por meio da escola, pode e deve ter acesso aos resultados da avaliação. Esse papel de divulgar o SAEPE cabe a você e a todos da escola.

Trilha 1

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Trajetória do SAEPE: Linha do Tempo

Linha do Tempo

2000Séries Avaliadas:2ª série/3° ano, 4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e 3º ano EM

Disciplinas:Língua Portuguesa (leitura e escrita):2ª série/3° ano EFLíngua Portuguesa (leitura), Ciências e Matemática: 8ª série/9° ano EFLíngua Portuguesa (leitura) e Matemática: 3º ano EM

Abrangência:Toda a rede estadual mais 68 municípios

2005Séries Avaliadas:2ª série/3° ano, 4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e 3º ano EM

Disciplinas:Língua Portuguesa (leitura e escrita): 2ª série/3° ano EFLíngua Portuguesa (leitura) e Matemática: 4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e 3º ano EM

Abrangência:Toda a rede estadual mais 184 municípios

2002Séries Avaliadas:2ª série/3° ano, 4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e 3º ano EM

Disciplinas:Língua Portuguesa (leitura e escrita): 2ª série/3° ano EFLíngua Portuguesa (leitura) e Matemática: 4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e 3º ano EM

Abrangência:Toda a rede estadual mais 184 municípios

2008Séries Avaliadas:2ª série/3° ano, 4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e 3º ano EM

Disciplinas:Língua Portuguesa (leitura e escrita): 2ª série/3° ano EFLíngua Portuguesa (leitura) e Matemática: 4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano EF e 3º ano EM

Abrangência:Toda a rede estadual mais 184 municípios

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O SAEPE 2008

Vamos entender como aconteceu o SAEPE em 2008, com mais detalhes.

O SAEPE tornou-se anual, possibilitando um acompanhamento mais sistemático da educação pública (redes estadual e municipal) de Pernambuco.

Em 2008, os números do SAEPE podem ser observados no quadro a seguir:

Número de escolas e estudantes que participaram do SAEPE 2008 por rede de ensino

EscolasEstudantes

Previsto Realizado

Estadual 1.030 225.865 141.467

Municipal 5.679 339.659 274.247

Total 6.709 565.524 415.714

Como você pode perceber, essa é uma grande ação que envolve inúmeros profissionais, todos imbuídos na tarefa de melhorar a educação dos estudantes e proporcionar-lhes mais oportunidades educacionais.

É interessante acrescentar que foram aplicados instrumentos de avaliação aos estudantes da 2ªsérie/3ºano, 4ªsérie/5ºano, 8ªsérie/9ºano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio. Também foram incluídos os estudantes dos projetos de correção do fluxo escolar (“Se Liga Pernambuco”, “Acelera Pernambuco” e “Travessia”). O quadro a seguir apresenta os quantitativos de estudantes por série e rede de ensino.

Número de estudantes que participaram do SAEPE 2008 por série e rede de ensino

Ensino Fundamental Ensino Médio

2ªsérie/3ºano 4ªsérie/5ºano 8ªsérie/9ºano 3º ano

Rede Estadual 12.713 22.653 49.347 56.754

Rede Municipal 126.518 108.264 35.634 3.831

Total 139.231 130.917 84.981 60.585

Os estudantes do “Se Liga Pernambuco” responderam aos instrumentos equivalentes à alfabetização (2ª série/3º ano do Ensino Fundamental), os do “Acelera Pernambuco” responderam aos instrumentos relativos ao ano final dos anos iniciais do Ensino Fundamental (4ª série/5º ano) e os do projeto “Travessia” aos mesmos instrumentos utilizados pelos estudantes do 3º ano do Ensino Médio.

Dentre as inovações realizadas no SAEPE 2008, destacamos a nova organização do relatório dos resultados, em formato de Boletim Pedagógico, que apresenta um diagnóstico detalhado por escola. Esse Boletim traz, além dos dados estatísticos, a interpretação pedagógica dos mesmos e sugestões para o trabalho em sala de aula.

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Também chamamos atenção para os resultados referentes à 2ª série/3º ano do Ensino Fundamental que serão apresentados por estudante nos Boletins Pedagógicos.

Desafio:

Consulte o Portal da Avaliação nos sites www.caed.ufjf.br e www.educacao.pe.gov.br e acrescente mais informações sobre a avaliação do SAEPE. Registre em seu Diário de Bordo.

E por falar em avaliação, você sabe o que deu origem aos testes de proficiência que seus estudantes fizeram? Falaremos disso na próxima etapa.

Até lá!

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Bem-vindo à Etapa Matriz!

Para continuar sua caminhada, você terá que passar pelas trilhas desta etapa:

2ª Trilha. A Matriz de Referência para Avaliação em 9Língua Portuguesa da 2ª série/3º ano do Ensino Fundamental.

3ª Trilha. A Composição dos Testes de Proficiência. 94ª Trilha. A Metodologia de Análise dos Testes. 9

Etapa 2: Matriz

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Professor, em sua experiência docente, você já deve ter percebido que a criança tem contato com as letras mesmo antes de frequentar a escola. Ela vê placas, folhetos de supermercados, teclados de computadores e celulares, controles de eletrodomésticos, dentre outros. Também observa, em situações do dia a dia, as pessoas lendo, escrevendo, falando...

A criança, em seus jogos, brincadeiras e na interação com o outro, ao longo do seu desenvolvimento, vivencia momentos fundamentais para criação de esquemas cognitivos ligados à aprendizagem da Língua Portuguesa.

E qual é o seu papel e o da escola nessa história?

O aprendizado da Língua Portuguesa envolve o desenvolvimento de diversas habilidades como, por exemplo, estabelecer relações entre textos, localizar informações, dentre outras. Essas habilidades vão se tornando cada vez mais complexas à medida que o estudante avança em sua escolarização. Assim, a cada etapa da escolarização correspondem níveis básicos de consolidação dessas habilidades, cuja finalidade é garantir não só a continuidade dos estudos, mas o sucesso escolar do estudante. Ao implementar suas ações pedagógicas, você, professor, dá vida aos elementos curriculares da aprendizagem da Língua Portuguesa, o que possibilita a aquisição de competências e habilidades dos estudantes. Essa é a chave do processo de ensino e de aprendizagem e, por conseguinte, o seu papel nessa história.

Para que suas ações, efetivamente, contribuam para o avanço da aprendizagem dos estudantes, é fundamental que você possa identificar quais habilidades já foram consolidadas, quais estão em desenvolvimento e aquelas que ainda não foram consolidadas pelos estudantes. Para isso, você sabe, é preciso avaliar.

Em seu trabalho, você realiza avaliações em sala de aula que permitem acompanhar a aprendizagem dos estudantes. Esse tipo de avaliação é chamado de avaliação interna. Mas existem também outros tipos de avaliação complementar à interna, que permitem o diagnóstico do desempenho dos estudantes naquelas habilidades consideradas básicas ao seu período de escolaridade. A avaliação externa permite esse tipo de análise. É disso que iremos tratar agora.

Nessa etapa você conhecerá o que foi avaliado nos testes da avaliação externa do SAEPE da 2ª série/3º ano do Ensino Fundamental de Língua Portuguesa, entenderá a composição dos testes e sua metodologia de análise.

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A Matriz de Referência para Avaliação em Língua Portuguesa da 2ª série/3º ano do Ensino Fundamental

Ao passar por esta trilha você verá:

A diferença entre Base Curricular Comum de Pernambuco (BCC-PE) e Matriz de Referência para Avaliação em Larga Escala.

A Matriz de Referência para Avaliação em Língua Portuguesa da 2ª série / 3º ano do Ensino Fundamental.

Para a efetivação de uma avaliação em larga escala, é necessária a construção de um elemento que dê transparência e legitimidade ao processo avaliativo, informando com clareza o que foi avaliado. Esse elemento é o que chamamos de Matriz de Referência para Avaliação.

Uma Matriz de Referência para a avaliação em larga escala é apenas uma amostra representativa da Matriz Curricular do Sistema de Ensino. Em nosso Estado, existe a BCC-PE como referência para o ensino das redes públicas. A BCC-PE é ampla e espelha as diretrizes de ensino cujo desenvolvimento deve ser obrigatório para todos os estudantes. Imagine a Matriz de Referência para Avaliação como uma bússola indicativa do que será avaliado, informando o que se espera dos estudantes naquele período da escolaridade.

Deve-se ressaltar que a Matriz de Referência não pode ser concebida como um conjunto de indicações de estratégias de ensino nas escolas. Esse papel é reservado à BCC-PE, às matrizes curriculares de ensino, aos parâmetros, aos currículos e às diretrizes curriculares. Essa é a diferença básica entre uma Matriz de Referência para Avaliação, utilizada como fonte para a organização dos testes, e a BCC-PE, que é muito mais ampla e espelha as diretrizes de ensino. Em outras palavras, a Matriz de Referência para Avaliação do SAEPE, utilizada para elaborar os testes de proficiência em Língua Portuguesa e Matemática, foi construída tendo como referência a BCC-PE, a Matriz de Referência do SAEPE 2002 e a Matriz de Referência do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB). Ela contempla, portanto, as habilidades consideradas fundamentais e passíveis de serem mensuradas em testes de múltipla escolha.

Trilha 2

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Quais são os elementos que formam a Matriz de Referência para Avaliação?

Ela é formada por um conjunto de descritores agrupados em tópicos.

O descritor, como o próprio nome indica, descreve uma habilidade. Ele explicita dois pontos básicos do que se pretende avaliar: o conteúdo programático e o nível de operação mental necessário para a aprendizagem.

Vamos conhecer a Matriz de Referência para Avaliação de Língua Portuguesa do SAEPE 2008, da 2ª série/3º ano do Ensino Fundamental.

Desafio:

Professor, para avançar em seu trajeto de compreensão de uma Matriz de Referência para Avaliação, é fundamental que os conceitos trabalhados até agora estejam bastante claros para você. É hora de utilizar novamente o seu Diário de Bordo! Escreva, em poucas linhas, o que é um descritor e qual a relação entre BCC-PE e Matriz de Referência. A resposta a essa atividade é essencial para você prosseguir em sua caminhada.

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MATRIZ DE REFERÊNCIA PARA A AVALIAÇÃO EM ALFABETIZAÇÃO - SAEPE2a SÉRIE / 3O ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

TÓPICO I - APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DE ESCRITA

D1 Diferenciar letras de outros sinais gráficos.

D2 Identificar sílabas de palavras ouvidas e/ou lidas.

D3 Reconhecer palavras como unidades gráficas.

TÓPICO II - PRÁTICAS DE LEITURA

D4 Ler palavras.

D5 Ler sentenças.

D6 Localizar informação explícita em um texto.

D7 Inferir informação em um texto.

D8 Inferir o sentido de palavra ou expressão a partir do contexto.

D9 Identificar o tema central de um texto.

D11 Interpretar textos não-verbais e textos que articulam elementos verbais e não-verbais.

D12 Identificar o gênero do texto.

D13 Identificar a finalidade de diferentes gêneros textuais.

D16 Estabelecer relações de causa e consequência entre partes de um texto.

D18Reconhecer relações entre partes de um texto, identificando os recursos coesivos que contribuem para sua continuidade (substituições e repetições).

D23 Identificar efeitos de sentido decorrentes do uso de pontuação.

Desafio:

O detalhamento da Matriz de Referência para Avaliação com exemplos de itens, você encontra no documento Matrizes Detalhadas para Avaliação em Língua Portuguesa. Consulte esse material em sua escola ou você mesmo poderá “baixar” esse documento do Portal da Avaliação.

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Professor, no quadro a seguir, você pode ver como os descritores da Matriz de Referência se articulam com os domínios e competências da Escala de Proficiência.

DOMÍNIO COMPETÊNCIAS DESCRITORES

APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DA ESCRITA

Identifica letras. D1

Manifesta consciência fonológica. D2

Lê palavras. D3 e D4

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Localiza informação. D5 e D6

Identifica tema. D9

Infere.D7, D8, D11 e

D23Identifica gênero, função e destinatário de um texto. D12 e D13

PROCESSAMENTO DO TEXTO

Estabelece relações lógico-discursivas. D16 e D18

Identifica elementos de um texto narrativo.

*Estabelece relações entre textos.

Distingue posicionamentos.

Identifica marcas linguísticas.

* As habilidades envolvidas nessas competências serão avaliadas na 4ª série/5° ano e 8ª série/9° ano do Ensino Fundamental

e no 3° ano do Ensino Médio.

As competências representam agrupamentos de descritores que, por sua vez, indicam os grandes domínios de Língua Portuguesa.

A Escala de Proficiência e o detalhamento dos domínios você verá mais adiante.

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Qual a diferença entre a avaliação que você realiza em sala de aula e a avaliação externa?

Professor, a esta altura do percurso você pode estar se fazendo exatamente essa pergunta. Sim, existem diferenças, mas como você verá, os dois tipos de avaliação são complementares.

A avaliação interna é realizada pelos próprios membros da equipe de uma unidade escolar, ou seja, ela acontece dentro da sala de aula. Seu objetivo principal é avaliar a aprendizagem dos estudantes. Nesse caso, você pode e deve utilizar diversos instrumentos como, por exemplo, trabalhos em grupos ou individuais, provas com questões de múltipla escolha ou abertas, dramatizações, observações, relatórios, dentre outros. Esses instrumentos apresentam características diferentes, mas têm em comum o fato de que, por meio deles, é possível avaliar a particularidade sobre o progresso de cada estudante. O foco da avaliação interna, portanto, é o próprio estudante.

Já a avaliação externa recebe esse nome porque é efetivada por uma instituição externa à escola e, como são avaliadas redes de ensino e um grande número de estudantes, também é chamada de avaliação em larga escala. Assim, o foco da avaliação em larga escala é a escola, tendo por unidade de medida o desempenho dos estudantes, geralmente em Língua Portuguesa e Matemática, aferido por meio de testes padronizados. Os resultados dessa avaliação têm por objetivos básicos a definição de subsídios para a formulação de políticas educacionais, o acompanhamento, ao longo do tempo, da qualidade da educação e a produção de informações capazes de desenvolver relações significativas entre as unidades escolares e os órgãos centrais e distritais de secretarias, bem como iniciativas pedagógicas dentro das escolas.

Seja na avaliação interna, ou na externa, a ação de avaliar implica refletir sobre uma determinada realidade, a partir de dados e informações, e emitir um julgamento que possibilite uma tomada de decisão. Nesse caso, como você percebe em seu dia a dia, o processo avaliativo não se esgota nele mesmo. Ao possibilitar uma tomada de decisões, a avaliação inicia uma nova fase, ou seja, a avaliação externa busca subsídios para a tomada de decisões relacionadas à melhoria do ensino em nível de sistema e da escola de maneira geral. Por sua vez, a avaliação interna, ou em sala de aula, possibilita decisões relacionadas às ações didáticas que viabilizem o alcance dos objetivos propostos pela escola no seu Projeto Político Pedagógico para cada sala de aula e para cada estudante.

Tendo em vista a avaliação em larga escala, para que você compreenda um pouco mais sobre a sua metodologia, é muito importante conhecer as normas e o processo de montagem dos testes.

Para tratar desse assunto, vamos para a próxima trilha.

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A Composição dos Testes de Proficiência

A caminhada por esta trilha lhe permitirá:

Entender como são montados os testes de proficiência que foram aplicados a seus estudantes.

Para a 2ª série/3º ano, utilizamos 56 itens de Língua Portuguesa agrupados em 7 blocos com 8 itens cada, sendo 7 modelos de cadernos diferentes. Vale lembrar que, nessa etapa, o que se avalia é a alfabetização, por isso não há itens de Matemática.

Para a 4ª série/5º ano, utilizamos 77 itens de Língua Portuguesa e também 77 de Matemática, distribuídos em 7 blocos de 11 itens, para cada disciplina. Com base nessa distribuição, são gerados 21 modelos de cadernos. Os estudantes responderam a 2 blocos de Língua Portuguesa (22 itens) e 2 blocos de Matemática (22 itens). Assim, cada estudante respondeu, no total, a 44 itens alternados entre Língua Portuguesa e Matemática.

Já para a 8ª série/9º ano e 3º ano do Ensino Médio, utilizamos 91 itens de Língua Portuguesa e 91 de Matemática distribuídos em 7 blocos de 13 itens, para cada disciplina. Foram gerados 21 modelos de cadernos. Os estudantes responderam a 2 blocos de Língua Portuguesa (26 itens) e 2 blocos de Matemática (26 itens). Assim, cada estudante respondeu no total a 52 itens alternados entre Língua Portuguesa e Matemática.

Desafio:

Vamos aprender a elaborar itens? Você pode “baixar” do Portal da Avaliação o Documento Guia de Elaboração de Itens de Língua Portuguesa. Com base nesse documento, elabore alguns itens e aplique em sua turma. Registre os resultados em seu Diário de Bordo e depois troque experiências com outros professores.

Trilha 3

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A Metodologia de Análise dos Testes

O que acontece depois da aplicação dos testes?

Depois da aplicação, as respostas dos testes são enviadas ao CAEd e geram uma grande quantidade de informações que precisam ser transformadas em resultados de desempenho para que possam ser analisados qualitativamente.

Esta trilha apresenta a você:

Uma introdução à metodologia de análise dos testes de proficiência.

Como você pode imaginar, os dados resultantes da aplicação dos testes constituem um conjunto de informações importantes que são organizadas em uma base de dados, que inclui a Gerência Regional de Ensino (GRE), município, escola, série, turno, turma, rede e as opções de resposta dos itens respondidos pelos estudantes. Assim, é possível localizar informações específicas por GRE, município, escola, série, turno, turma por rede de ensino e até por estudante. Após a montagem da base de dados, é feito o tratamento estatístico das respostas dos itens utilizando os procedimentos da Teoria da Resposta ao Item – TRI. Essa é uma modelagem que possibilita gerar uma medida de sua habilidade, denominada proficiência.

Um dos resultados mais importantes da TRI é a construção e interpretação de escala de habilidades através de níveis pré-fixados. Apresentaremos, na próxima etapa, a escala elaborada para o SAEPE e os resultados da escola. Se até aqui, algum conceito não ficou claro para você, retome sua leitura. Aprofunde seu entendimento. Troque informações com seus colegas e, só assim, você estará melhor preparado para prosseguir sua caminhada.

Trilha 4

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Etapa 3: Resultados

Bem-vindo à Estação Resultados!

Nesta parte de sua caminhada, você terá que passar pelas seguintes trilhas:

5ª Trilha: A Apresentação e a Análise dos Resultados da 9sua Escola.

6ª Trilha: A Escala de Proficiência. 97ª Trilha: Os Perfis de Desempenho em Língua Portuguesa. 9

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Bem-vindo aos resultados de desempenho de sua escola.

Professor, como você pode ver, todo processo avaliativo, seja aquele realizado em sala de aula ou o externo, parte da premissa de que a avaliação deve produzir seus resultados com um propósito específico: servir de subsídios para a construção de um diagnóstico.

Nesta etapa você terá acesso aos resultados de sua escola em Língua Portuguesa e aprenderá como a Escala de Proficiência pode ser útil para a melhoria da aprendizagem de seus estudantes.

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A Apresentação e a Análise dos Resultados da sua Escola

Esta é uma trilha bem especial, não tenha pressa em percorrê-la.

Aqui você encontrará:

Os resultados de proficiência em Língua Portuguesa da 2ª série / 3º ano do Ensino Fundamental da sua escola.

Para você aproveitar da melhor forma possível a trilha, os resultados de sua escola foram analisados por duas teorias estatísticas: Teoria Clássica dos Testes (TCT) e Teoria da Resposta ao Item (TRI).

Pela Teoria da Resposta ao Item (TRI), o foco principal são as medidas de desempenho alocadas nos diversos níveis da Escala de Proficiência. Para a compreensão desses resultados, são discutidas diferentes apresentações dos resultados de proficiência. Na Abrangência são apresentados o quantitativo bruto de estudantes nas diferentes turmas e turnos da escola, o número de estudantes avaliados por turma e o percentual de participação para cada turma. O Quadro Comparativo de Proficiência posiciona a média de proficiência da escola em comparação às médias de proficiência do Brasil, do Estado, da GRE a qual pertence a escola e do Município. E por fim, a Distribuição do Percentual de Estudantes por Nível de Proficiência em Alfabetização informa o percentual de estudantes da escola e do estado em cada nível da escala de proficiência, além de posicionar as médias da escola e do estado nos níveis correspondentes. O objetivo fundamental desse último gráfico é possibilitar a identificação do percentual de estudantes do Estado e da escola nas diferentes categorias de desempenho, bem como reconhecer a posição das médias da escola e do Estado dentro das categorias.

Pela teoria Clássica dos Testes (TCT), o foco principal é a apresentação dos resultados tendo por base as médias do acerto ao teste. Essas médias de acerto são então dispostas de quatro maneiras. Na primeira, o Gráfico das Médias de Acerto por Descritor, dispõe os descritores que compuseram o teste aplicado e a média de acerto para cada descritor, levando em conta todo o universo de estudantes que realizaram a avaliação. Na segunda, o Gráfico Comparativo dos Resultados Alcançados, apresenta a média de acertos geral do Estado, da GRE a qual pertence a escola, do Município e da própria Escola. Na terceira forma, o Gráfico dos Resultados da Escola por Turma, apresenta todas as turmas que foram avaliadas na escola e o percentual de acertos das turmas em cada descritor. Por último, são apresentados os Resultados da Escola por Estudante. Nesse quadro pode-se identificar o percentual de acerto para cada estudante, de cada turma da escola, em cada descritor.

Trilha 5

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Resultados de Proficiência da sua escola

1. Abrangência

2. Quadro das médias comparadas

Compare a média da sua escola com as outras médias. Como você interpreta a posição da sua escola? Quais os fatores que podem ter contribuído para esse resultado?

E a participação da sua escola? Caso você considere essa posição pouco satisfatória, como modificar essa situação para as próximas avaliações?

Registre suas respostas no Diário de Bordo.

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Gráficos do Percentual de Estudantes por Nível de Proficiência

No Estado:

Em sua escola:

Agora que você já conhece o percentual de estudantes em cada nível de proficiência e a evolução da proficiência da sua escola, é preciso identificar quem são esses estudantes. Para isso, temos que conhecer as características que determinam os níveis de proficiência. Prepare-se, vamos entrar em mais uma trilha!

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Quadro comparativo dos resultados alcançados

Neste quadro você poderá comparar o percentual de outros no teste no Estado, GRE, Município e em sua escola.

Como foi o desempenho de sua escola?A que você atribui esse resultado?

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Desafio:

Observando as médias de acerto por descritor,

responda.

A) Como foi o desempenho dos estudantes da escola?_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

B) Em qual descritor os estudantes tiveram melhor desempenho? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

C) Agora, observe o descritor no qual os estudantes de sua escola tiveram mais dificuldade. Escreva-o.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Discuta com os demais profissionais de sua escola suas observações. Uma boa forma de con-duzir essa discussão seria trocar informações sobre as atividades realizadas por você e que se relacionam aos descritores que compõem a Matriz de Referência para Avaliação.

Agora que você já analisou o desempenho dos estudantes, tente planejar, com os demais profissionais da escola, atividades que possam contribuir para que os estudantes avancem em seus processos de aprendizagem. A troca de informações pode dar origem a um planejamento conjunto entre os profissionais, o que certamente contribuirá para um enriquecimento dos professores e, consequentemente, para a melhoria da qualidade do trabalho pedagógico.

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Desafio:

Tendo em vista os resultados da escola, localize sua turma e analise o seu desempenho.

A) Questões nas quais a turma teve melhor desempenho:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

B) Questões nas quais seus estudantes encontraram maiores dificuldades:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Consulte, neste boletim, as habilidades relacionadas a cada um dos descritores que compuseram a Matriz de Referência. Essa análise ajudará você a compreender quais as habilidades que os estudantes já desenvolveram e quais se encontram em processo de desenvolvimento.

C) Depois de fazer essa consulta, escreva, resumidamente, as suas conclusões com relação ao desempenho da turma._______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

D) Pense quais os procedimentos pedagógicos necessários para que aqueles estudantes, que ainda apresentam desempenho insatisfatório, avancem. E também para que aqueles que tiveram bom desempenho no teste, mantenham esses resultados.

E) Faça um quadro, como no exemplo abaixo, em que você possa registrar as suas conclusões.

Estudante Como foi o desempenho no teste? Por quê?

Procedimentos pedagógicos necessários

Discuta com os seus colegas suas conclusões, especialmente com os demais professores que trabalham, ou trabalharão, com esses estudantes. Compartilhe essas informações com o(a) diretor(a) e a equipe pedagógica da escola.

Tendo em vista os resultados da escola, localize sua turma

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A Escala de Proficiência

A caminhada por esta trilha vai possibilitar a você:

O estudo da Escala de Proficiência em Língua Portuguesa.

Professor, uma escala é a expressão da medida de uma grandeza. É uma forma de apresentar resultados com base em uma espécie de régua construída com critérios próprios. Em seu percurso pelos caminhos da avaliação, a Escala de Proficiência é uma ferramenta a orientá-lo em relação às competências que seus estudantes desenvolveram.

Em sala de aula você usa, muitas vezes, um intervalo de 0 a 10 que estabelece a nota do estudante em uma prova. Trabalhar com uma medida que expressa a quantidade de questões acertadas pode funcionar para avaliar os estudantes em sala de aula. Para obter essa nota, como já falamos, você pode utilizar vários instrumentos e o conjunto desses instrumentos será usado no julgamento do desempenho do estudante.

Para avaliar um sistema inteiro, entretanto, é necessária uma medida específica. Essa medida é o que chamamos de Escala de Proficiência. Assim, enquanto a escola, na sua avaliação interna, trabalha com notas ou conceitos individuais, a avaliação externa trabalha com a média de desempenho do grupo avaliado.

Na Escala de Proficiência, os resultados da avaliação são apresentados em níveis, revelando o desempenho dos estudantes do nível mais baixo ao mais alto. A Escala de Proficiência em Língua Portuguesa do SAEPE varia de 0 a 500 pontos, de modo a conter, em uma mesma “régua”, a distribuição dos resultados do desempenho dos estudantes no período de escolaridade avaliado. A média de proficiência deve ser alocada na régua da Escala de Proficiência no ponto correspondente. Isso permitirá que você realize um diagnóstico pedagógico bastante útil.

Venha, vamos descobrir juntos a Escala de Proficiência!

Trilha 6

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Desafio:

Consulte no Portal da Avaliação a Escala de Proficiência. A forma como a escala está apresentada no Portal permite uma interação muito maior com o texto. Você fará grandes descobertas.

Como você viu, a Escala de Proficiência em Língua Portuguesa é composta por três domínios: Apropriação do Sistema de Escrita, Estratégias de Leitura e Processamento do Texto.

Cada um dos domínios se divide em competências que, por sua vez, reúnem um conjunto de habilidades que são apresentadas por meio dos descritores da Matriz de Referência. As cores que vão do amarelo-claro ao vermelho apresentam a gradação das habilidades desenvolvidas, pertinentes a cada competência apresentada na escala.

Vejamos, então, as competências e as habilidades presentes nos domínios da Escala de Proficiência.

Vamos continuar caminhando!

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Detalhamento dos domínios e competências da Escala

DOMÍNIO: APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DE ESCRITA

Professor, a apropriação do sistema de escrita é condição para que o estudante leia com compreensão e de forma autônoma. Essa apropriação é o foco do trabalho nos anos iniciais do Ensino Fundamental, ao longo dos quais se espera que o estudante avance em suas hipóteses sobre a língua escrita. Nesse domínio, encontram-se reunidas quatro competências que envolvem percepções acerca dos sinais gráficos que utilizamos na escrita – as letras – e sua organização na página e aquelas referentes a correspondências entre som e grafia. O conjunto dessas competências permite ao alfabetizando ler com compreensão.

COMPETÊNCIA: Identifica letras

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Identifica letras

Uma das primeiras hipóteses que a criança formula com relação à língua escrita é a de que escrita e desenho são uma mesma coisa. Sendo assim, quando solicitada a escrever, por exemplo, “casa”, a criança pode simplesmente desenhar uma casa. Quando começa a ter contatos mais sistemáticos com textos escritos, observando-os e vendo-os ser utilizados por outras pessoas, a criança começa a perceber que escrita e desenho são coisas diferentes, reconhecendo as letras como os sinais que se deve utilizar para escrever. Para chegar a essa percepção, a criança deverá, inicialmente, diferenciar as letras de outros símbolos gráficos, como os números, por exemplo. Uma vez percebendo essa diferenciação, um próximo passo será o de identificar as letras do alfabeto, nomeando-as e sabendo identificá-las mesmo quando escritas em diferentes padrões.

Estudantes que se encontram em níveis de proficiência até 125 pontos estão em processo de desenvolvimento dessa competência e esse fato é indicado na Escala de Proficiência pela cor amarelo-clara.

Estudantes com nível de proficiência acima de 125 pontos diferenciam as letras de outros sinais gráficos e identificam as letras do alfabeto, mesmo quando escritas em diferentes padrões gráficos. Esse dado está indicado na Escala de Proficiência pela cor vermelha.

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COMPETÊNCIA: Manifesta consciência fonológica

COMPETÊNCIAS

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Os estudantes que se encontram em níveis de proficiência até 125 pontos estão em processo de consolidação dessa competência que envolve habilidades de perceber e refletir sobre as relações entre fala e escrita. Esse fato é representado, na Escala de Proficiência, pela cor amarela. Para que essa competência se desenvolva, concorrem as habilidades de identificar rimas, contar as sílabas de uma palavra, identificar sílabas no início, meio e fim de palavras e estabelecer relações entre fonemas e grafemas. Essas habilidades começam a ser desenvolvidas na educação infantil e são objeto de um trabalho mais sistemático nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

Estudantes com proficiência acima de 125 pontos já consolidaram essa habilidade e esse fato está representado na Escala de Proficiência pela cor vermelha.

COMPETÊNCIA: Lê palavras

COMPETÊNCIAS

INTERVALOS

Lê palavras

0 100 125 15075 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 50025 50

Para ler palavras com compreensão, o alfabetizando precisa desenvolver algumas habilidades. Uma delas, bastante elementar, é a de identificar as direções da escrita: de cima para baixo e da esquerda para direita. Em geral, ao iniciar o processo de alfabetização, o alfabetizando lê com maior facilidade as palavras formadas por sílabas no padrão consoante/vogal, isso porque quando estão se apropriando da base alfabética, as crianças constroem uma hipótese inicial de que todas as sílabas são formadas por esse padrão. Posteriormente, em função de sua exposição a um vocabulário mais amplo e a atividades nas quais são solicitadas a refletir sobre a língua escrita, tornam-se hábeis na leitura de palavras compostas por outros padrões silábicos.

Na Escala de Proficiência, a cor amarela indica que os estudantes que apresentam níveis de proficiência de até 125 pontos estão em processo de consolidação dessa competência. Podem, por exemplo, já ter desenvolvido a habilidade de ler palavras no padrão consoante/vogal, mas encontrar dificuldades com relação a palavras que apresentam outros padrões silábicos, decodificando-as mais lentamente, o que pode comprometer o processo de compreensão.

A cor vermelha indica que estudantes com proficiência acima de 125 pontos já consolidaram as habilidades que concorrem para a construção da competência de ler palavras.

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DOMÍNIO: ESTRATÉGIAS DE LEITURA

A concepção de linguagem que fundamenta o trabalho com a língua materna no Ensino Fundamental é a de que a linguagem é uma forma de interação entre os falantes. Consequentemente, o texto deve ser o foco do ensino da língua, uma vez que as interações entre os sujeitos, mediadas pela linguagem, se materializam na forma de textos de diferentes gêneros. O domínio “Estratégias de Leitura” reúne as competências que possibilitam ao leitor utilizar recursos variados para ler com compreensão textos de diferentes gêneros.

COMPETÊNCIA: Localiza informação

COMPETÊNCIAS

Localiza informação

INTERVALOS 0 100 125 15075 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 50025 50

A competência de localizar informação explícita em textos pode ser considerada uma das mais elementares, uma vez que seu desenvolvimento torna o leitor pode recorrer a textos de diversos gêneros, buscando neles informações de que possa necessitar. Essa competência pode apresentar diferentes níveis de complexidade - desde localizar informações em frases, por exemplo, até fazer essa localização em textos mais extensos - e se consolida a partir do desenvolvimento de um conjunto de habilidades que devem ser objeto de trabalho do professor em cada período de escolarização. Isso está indicado, na Escala de Proficiência, pela gradação de cores.

Estudantes que se encontram num nível de proficiência de até 125 pontos localizam informações em frases, pequenos avisos, bilhetes curtos, um verso. Essa é uma habilidade importante porque mostra que o leitor consegue estabelecer nexos entre as palavras que compõem uma sentença, produzindo sentido para o todo e não apenas para as palavras isoladamente. Na Escala de Proficiência, o desenvolvimento dessa habilidade está indicado pela cor amarelo-clara.

Os estudantes que apresentam proficiência entre 125 e 175 pontos localizam informações em textos curtos, de gênero familiar e com poucas informações. Esses leitores conseguem, por exemplo, a partir da leitura de um convite, localizar o lugar onde a festa acontecerá ou ainda, a partir da leitura de uma fábula, localizar uma informação relativa à caracterização de um dos personagens. Essa habilidade está indicada, na Escala, pela cor amarelo-escura.

Os estudantes com proficiência entre 175 e 225 pontos localizam informações em textos mais extensos, desde que o texto se apresente em gênero que lhes seja familiar. Esses leitores selecionam, dentre as várias informações apresentadas pelo texto, aquela(s) que lhes interessa(m). Na Escala de Proficiência, a cor laranja-clara indica o desenvolvimento dessa habilidade.

Os estudantes com proficiência entre 225 e 250 pontos, além de localizar informações em textos mais extensos, conseguem localizá-las mesmo quando o gênero e o tipo textual lhe são menos familiares. Isso está indicado, na Escala de Proficiência, pela cor laranja-escura.

A partir de 250 pontos encontram-se os estudantes que localizam informações explícitas mesmo quando essas se encontram sob a forma de paráfrases. Esses estudantes já consolidaram a habilidade de localizar informações explícitas, o que está indicado, na Escala de Proficiência, pela cor vermelha.

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COMPETÊNCIA: Identifica tema

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Identifica tema

INTERVALOS 0 100 125 15075 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 50025 50

A competência de identificar tema se constrói pelo desenvolvimento de um conjunto de habilidades que permitem ao leitor perceber o texto como um todo significativo pela articulação entre suas partes.

Estudantes que apresentam um nível de proficiência entre 150 e 175 pontos identificam o tema de um texto desde que esse venha indicado no título, como no caso de textos informativos curtos, notícias de jornal ou revista, textos instrucionais. Esses estudantes começam a desenvolver a competência de identificar tema de um texto, fato indicado na Escala de Proficiência pela cor amarelo-clara.

Estudantes com proficiência entre 175 e 225 pontos fazem a identificação do tema de um texto valendo-se de pistas textuais. Na Escala de Proficiência, a cor amarelo-escura indica esse nível mais complexo de desenvolvimento da competência de identificar tema de um texto.

Estudantes com proficiência entre 225 e 275 pontos identificam o tema de um texto mesmo quando esse tema não está marcado apenas por pistas textuais, mas é inferido a partir da conjugação dessas pistas com a experiência de mundo do leitor. Justamente por mobilizar intensamente a experiência de mundo, estudantes com esse nível de proficiência conseguem identificar o tema em textos que exijam inferências desde que os mesmos sejam de gênero e tipo familiares. A cor laranja-clara indica este nível de complexidade mais elevado da competência.

Já os estudantes com nível de proficiência a partir de 275 pontos identificam o tema em textos de tipo e gênero menos familiares que exijam a realização de inferências nesse processo. Esses estudantes já consolidaram a competência de identificar tema em textos, o que está indicado na Escala de Proficiência pela cor vermelha.

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COMPETÊNCIA: Realiza inferências

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Realiza inferência

INTERVALOS 0 100 125 15075 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 50025 50

Fazer inferências é uma competência bastante ampla e que caracteriza leitores mais experientes, que conseguem ir além daquelas informações que se encontram na superfície textual, atingindo camadas mais profundas de significação. Para realizar inferências, o leitor deve conjugar, no processo de produção de sentidos para o que lê, as pistas oferecidas pelo texto aos seus conhecimentos prévios, à sua experiência de mundo. Estão envolvidas na construção da competência de fazer inferências as habilidades de: inferir o sentido de uma palavra ou expressão a partir do contexto no qual ela aparece; inferir o sentido de sinais de pontuação ou outros recursos morfossintáticos; inferir uma informação a partir de outras que o texto apresenta ou, ainda, o efeito de humor ou ironia num texto.

O nível de complexidade dessa competência também pode variar em função de alguns fatores: se o texto apresenta linguagem não-verbal, verbal ou mista; se o vocabulário é mais ou menos complexo; se o gênero textual e a temática abordada são mais ou menos familiares ao leitor, dentre outros. Estudantes com proficiência entre 125 e 175 pontos apresentam um nível básico de construção dessa competência, podendo realizar inferências em textos não-verbais como, por exemplo, tirinhas ou histórias sem texto verbal, e, ainda, de inferir o sentido de palavras ou expressões a partir do contexto em que elas se apresentam. Na Escala de Proficiência a cor amarelo-clara indica essa etapa inicial de desenvolvimento da competência de realizar inferências.

Aqueles estudantes que apresentam proficiência entre 175 e 225 pontos inferem informações em textos não-verbais e de linguagem mista, desde que a temática desenvolvida e o vocabulário empregado lhes sejam familiares. Esses estudantes conseguem, ainda, inferir o efeito de sentido produzido por sinais de pontuação e o efeito de humor em textos como piadas e tirinhas. Na Escala de Proficiência o desenvolvimento dessas habilidades pelos estudantes está indicado pela cor amarelo-escura.

Estudantes com proficiência entre 225 e 275 pontos realizam tarefas mais sofisticadas como inferir o sentido de uma expressão metafórica ou efeito de sentido de uma onomatopeia; inferir o efeito de sentido produzido pelo uso de uma palavra em sentido conotativo e pelo uso de notações gráficas e, ainda, o efeito de sentido produzido pelo uso de determinadas expressões em textos pouco familiares e/ou com vocabulário mais complexo. Na Escala de Proficiência o desenvolvimento dessas habilidades está indicado pela cor laranja-clara.

Estudantes com proficiência a partir de 275 pontos já consolidaram a habilidade de realizar inferências pois, além das habilidades relacionadas aos níveis anteriores da Escala, inferem informações, em textos de vocabulário mais complexo e temática pouco familiar, valendo-se das pistas textuais, de sua experiência de mundo e de leitor e, ainda, de inferir o efeito de ironia em textos diversos. A consolidação das habilidades relacionadas a essa competência está indicada na Escala de Proficiência pela cor vermelha.

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COMPETÊNCIA: Identifica gênero, função e destinatário de textos de diferentes gêneros

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Identifica gênero, funçãoe destinatário de um texto

INTERVALOS 0 100 125 15075 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 50025 50

A competência de identificar gênero, função ou destinatário de um texto envolve habilidades cujo desenvolvimento permite ao leitor uma participação mais ativa em situações sociais diversas nas quais o texto escrito é utilizado com funções comunicativas reais. Essas habilidades vão desde a identificação da finalidade com que um texto foi produzido até a percepção de a quem ele se dirige. O nível de complexidade que essa competência pode apresentar dependerá da familiaridade do leitor com o gênero textual, portanto, quanto mais amplo for o repertório de gêneros de que o estudante dispuser, maiores suas possibilidades de perceber a finalidade dos textos que lê. É importante destacar que o repertório de gêneros textuais se amplia à medida que os estudantes têm possibilidades de participar de situações variadas, nas quais a leitura e a escrita tenham funções reais e atendam a propósitos comunicativos concretos.

Estudantes que apresentam um nível de proficiência de 100 a 175 pontos identificam a finalidade de textos de gênero familiar como receitas culinárias, bilhetes, poesias. Essa identificação pode se fazer em função da forma do texto, quando ele se apresenta na forma estável em que o gênero geralmente se encontra em situações da vida cotidiana. Por exemplo, no caso da receita culinária, quando ela traz inicialmente os ingredientes, seguidos do modo de preparo dos mesmos. Na Escala de Proficiência esse início de desenvolvimento da competência está indicado pela cor amarelo-clara.

Aqueles estudantes com proficiência de 175 a 250 pontos identificam o gênero e o destinatário de textos de ampla circulação na sociedade, valendo-se das pistas oferecidas pelo texto, tais como: o tipo de linguagem e o apelo que faz a seus leitores em potencial. Na Escala de Proficiência, a maior complexidade dessa competência está indicada pela cor amarelo-escura.

Os estudantes que apresentam proficiência a partir de 250 pontos já consolidaram a competência de identificar gênero, função e destinatário de textos, ainda que estes se apresentem em gênero pouco familiar e com vocabulário mais complexo. Esse fato está representado na Escala de Proficiência pela cor vermelha.

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DOMÍNIO: PROCESSAMENTO DO TEXTO

Nesse domínio, estão agrupadas competências cujo desenvolvimento tem início nas séries iniciais do Ensino Fundamental, progredindo em grau de complexidade até o final do Ensino Médio. Para melhor compreendermos o desenvolvimento dessas competências, precisamos lembrar que a avaliação tem como foco a leitura, não se fixando em nenhum conteúdo específico. Na verdade, diversos conteúdos trabalhados no decorrer de todo o período de escolarização contribuem para o desenvolvimento das competências e habilidades associadas a esse domínio.Chamamos de processamento do texto as estratégias utilizadas na sua constituição e sua utilização na e para a construção do sentido do texto. Nesse domínio, encontramos cinco competências, as quais serão detalhadas a seguir, considerando que as cores apresentadas na Escala, indicam o início do desenvolvimento da habilidade, as gradações de dificuldade e sua consequente consolidação.

COMPETÊNCIA : Estabelece relações lógico-discursivas entre partes de um texto

COMPETÊNCIAS

Estabelece relaçõeslógico-discursivas

INTERVALOS 0 100 125 15075 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 50025 50

A competência de estabelecer relações lógico-discursivas envolve habilidades necessárias para que o leitor estabeleça relações que contribuem para a continuidade, progressão do texto, garantindo sua coesão e coerência. Essas habilidades relacionam-se, por exemplo, ao reconhecimento de relações semânticas indicadas por conjunções, preposições, advérbios ou verbos. Ainda podemos indicar a capacidade de o estudante reconhecer as relações anafóricas marcadas pelos diversos tipos de pronome. O grau de complexidade das habilidades associadas a essa competência está diretamente associado a dois fatores: a presença dos elementos linguísticos que estabelecem a relação e o posicionamento desses elementos dentro do texto, por exemplo, se um pronome está mais próximo ou mais distante do termo a que ele se refere.

Os estudantes que se encontram na faixa amarelo-clara, de 150 a 200, começam a desenvolver a habilidade de perceber relações de causa e consequência em texto não-verbal e em texto com linguagem mista, além, de perceberem aquelas relações expressas por meio de advérbios ou locuções adverbiais como, por exemplo, de tempo, lugar e modo.

No intervalo de 200 a 250, faixa amarelo-escura, os estudantes já conseguem realizar tarefas mais complexas como estabelecer relações anafóricas por meio do uso de pronomes pessoais retos, e por meio de substituições lexicais. Acrescente-se que já começam a estabelecer relações semânticas pelo uso de conjunções, como as comparativas.

Na faixa laranja-clara, intervalo de 250 a 300 pontos na Escala, os estudantes atingem um nível maior de abstração na construção dos elos que dão continuidade ao texto, pois reconhecem relações de causa e consequência sem que haja marcas textuais explícitas indicando essa relação semântica. Esses estudantes também reconhecem, na estrutura textual, os termos retomados por pronomes pessoais oblíquos e por pronomes demonstrativos.

Os estudantes com proficiência acima de 300 pontos na Escala estabelecem relações lógico-semânticas mais complexas, pelo uso de conectivos menos comuns ou mesmo pela ausência de conectores. A cor vermelha indica a consolidação das habilidades associadas a essa competência.

É importante ressaltar que o trabalho com elementos de coesão e coerência do texto deve ser algo que promova a compreensão de que os elementos linguísticos que constroem uma estrutura sintática estabelecem entre si uma rede de sentido, o qual deve ser construído pelo leitor.

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COMPETÊNCIA: Identifica elementos de um texto narrativo

COMPETÊNCIAS

Identifica elementosde um texto narrativo

INTERVALOS 0 100 125 15075 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 50025 50

Os textos com sequências narrativas são os primeiros com os quais todos nós entramos em contato e com os quais mantemos maior contato, tanto na oralidade quanto na escrita. Daí, observarmos a consolidação das habilidades associadas a essa competência em níveis mais baixo da Escala de Proficiência, ao contrário do que foi visto na competência anterior. Identificar os elementos estruturadores de uma narrativa significa conseguir dizer onde, quando e com quem os fatos ocorrem, bem como sob que ponto de vista a história é narrada. Essa competência envolve, ainda, a habilidade de reconhecer o fato que deu origem à história (conflito ou fato gerador), o clímax e o desfecho da narrativa. Esses elementos dizem respeito tanto às narrativas literárias (contos, fábulas, crônicas, romances...) como a narrativas de caráter não-literário, uma notícia, por exemplo.

Os estudantes cuja proficiência se encontra entre 150 e 175 pontos na Escala, nível marcado pela cor amarelo-clara, estão começando a desenvolver essa competência. Esses estudantes identificam o fato gerador de uma narrativa curta e simples, bem como reconhecem o espaço em que transcorrem os fatos narrados.

Entre 175 e 200 pontos na Escala, há um segundo nível de complexidade, marcado pela cor amarelo-escura. Nesse nível, os estudantes reconhecem, por exemplo, a ordem em que os fatos são narrados.

A partir de 200 pontos, os estudantes agregam a essa competência mais duas habilidades: o reconhecimento da solução de conflitos e do tempo em que os fatos ocorrem. Nessa última habilidade, isso pode ocorrer sem que haja marcas explícitas, ou seja, pode ser necessário fazer uma inferência. A faixa vermelha indica a consolidação das habilidades envolvidas nessa competência.

COMPETÊNCIA: Estabelece relações entre textos

COMPETÊNCIAS

Estabelece relaçõesentre textos

INTERVALOS 0 100 125 15075 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 50025 50

Essa competência diz respeito ao estabelecimento de relações intertextuais, as quais podem ocorrer dentro de um texto ou entre textos diferentes. É importante lembrar, também, que a intertextualidade é um fator importante para o estabelecimento dos tipos e dos gêneros, na medida em que os relaciona e os distingue. As habilidades envolvidas nessa competência começam a ser desenvolvidas em níveis mais altos da Escala de Proficiência, revelando, portanto, tratar-se de habilidades mais complexas, que exigem do leitor uma maior experiência de leitura.

Os estudantes que se encontram entre 225 e 275 pontos na Escala, marcado pela cor amarelo-clara, começam a desenvolver as habilidades dessa competência. Esses estudantes reconhecem diferenças e semelhanças no tratamento dado ao mesmo tema em textos distintos, além de identificar um tema comum na comparação entre diferentes textos informativos.

O amarelo-escuro, 275 a 325 pontos, indica que os estudantes com uma proficiência que se encontra nesse intervalo já conseguem realizar tarefas mais complexas ao comparar textos, como, por exemplo, reconhecer, na comparação entre textos, posições contrárias acerca de um determinado assunto.

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A partir de 325 pontos temos o vermelho, que indica a consolidação das habilidades relacionadas a essa competência. Os estudantes que ultrapassam esse nível na Escala de Proficiência são considerados leitores proficientes.

COMPETÊNCIA: Distingue posicionamentos

COMPETÊNCIAS

Distingue posicionamentos

INTERVALOS 0 100 125 15075 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 50025 50

Distinguir posicionamentos está diretamente associado a uma relação mais dinâmica entre o leitor e o texto.

Essa competência começa a se desenvolver entre 200 e 225 pontos na Escala de Proficiência. Os estudantes que se encontram no nível indicado pelo amarelo-claro, distinguem fato de opinião em um texto narrativo, por exemplo.

Na faixa amarelo-escura, de 225 a 275 pontos, encontram-se os estudantes que já se relacionam com o texto de modo mais avançado. Nesse nível de proficiência, encontram-se as habilidades de identificar trechos de textos em que está expressa uma opinião e a tese de um texto.

O laranja-claro, 275 a 325 pontos, indica uma nova gradação de complexidade das habilidades associadas a essa competência. Os estudantes cujo desempenho se localiza nesse intervalo da Escala de Proficiência conseguem reconhecer, na comparação entre textos, posições contrárias acerca de um determinado assunto.

O vermelho, acima do nível 325, indica a consolidação das habilidades envolvidas nessa competência.

É importante lembrar que são habilidades mais complexas, exigindo uma maior capacidade de abstração, pois a opinião pode se manifestar pelo uso de um adjetivo, de um advérbio ou de um certo verbo, por exemplo.

COMPETÊNCIA: Identifica marcas linguísticas

COMPETÊNCIAS

Identifica marcaslinguísticas

INTERVALOS 0 100 125 15075 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 50025 50

Essa competência relaciona-se ao reconhecimento de que a língua não é imutável e faz parte do patrimônio social e cultural de uma sociedade.

Assim, identificar marcas linguísticas significa reconhecer as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.

Essa competência envolve as habilidades de reconhecer, por exemplo, marcas de coloquialidade ou formalidade de uma forma linguística e identificar o locutor ou interlocutor por meio de marcas linguísticas.

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Os estudantes que se encontram na faixa amarelo-clara – de 125 a 175 pontos na Escala – começam a desenvolver essa competência, ao reconhecer expressões próprias da oralidade.

No intervalo de 175 a 225, faixa amarelo-escura, os estudantes já conseguem identificar marcas linguísticas que diferenciam o estilo de linguagem em textos de gêneros distintos.

Na faixa laranja-clara, intervalo de 225 a 275, os estudantes apresentam a habilidade de reconhecer marcas de formalidade ou de regionalismos.

Os estudantes que apresentam uma proficiência de 275 a 325 pontos, cor laranja-escura, identificam marcas de coloquialidade que evidenciam o locutor e o interlocutor, as quais são indicadas por expressões idiomáticas.

A faixa vermelha, a partir do nível 325 da Escala de Proficiência, indica a consolidação das habilidades associadas a essa competência. O desenvolvimento dessas habilidades é muito importante, pois implica a capacidade de realizar uma reflexão metalinguística.

Professor, agora que você já conhece os domínios, as competências e as habilidades que possibilitam a interpretação pedagógica do desempenho alcançado pela escola em Língua Portuguesa, é hora de conhecer os perfis dos estudantes que se situam em torno de alguns pontos importantes da Escala de Proficiência.

Já caminhamos bastante, mas ainda falta mais um pouco.

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Os Perfis de Desempenho em Língua Portuguesa

Um perfil é um conjunto de traços particulares que permite distinguir as características de uma pessoa ou instituição. Ou seja, quando um grupo ou uma instituição apresenta traços semelhantes entre si, dizemos que se encaixam em um perfil.

No entanto, esse perfil não é fixo, pelo contrário, ele está sujeito a muitas variáveis ou pode até modificar-se intencionalmente a partir de nossa interferência. Por exemplo, se um grupo de estudantes se enquadra em um perfil de baixo desempenho, é totalmente possível reverter esse quadro com ações de intervenção pedagógicas específicas. Essas ações terão maior efeito se você identificar, com clareza, o nível de desempenho dos estudantes.

É esse o caminho a percorrer nesta trilha. Aqui, você conhecerá os perfis de desempenho em Língua Portuguesa e, para exemplificar o que o estudante pode resolver, vamos apresentar alguns itens do teste.

Aqui você encontrará:

Os perfis de desempenho em Leitura.A descrição de habilidades pertinentes a cada perfil.A análise pedagógica de itens do teste.

Trilha 7

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Os Perfis de desempenho em Leitura

Os perfis de leitor que serão apresentados a seguir foram definidos a partir dos níveis da Escala de Proficiência em leitura. Eles descrevem, de forma sintética, características comuns a estudantes que se encontram num mesmo nível de proficiência, portanto tomam como referência o desempenho desses estudantes nos testes, ou seja, as habilidades em leitura que os estudantes demonstram ter desenvolvido.

Esses perfis não estabelecem uma tipologia de leitores que evoluiria de forma linear ao longo do processo de escolarização, mas evidenciam habilidades em leitura que os estudantes já consolidaram e sinalizam aquelas que ainda precisam ser consolidadas e que podem ser observadas em níveis subsequentes de proficiência.

As características apresentadas nos perfis não esgotam tudo aquilo que os estudantes realizam, uma vez que as habilidades avaliadas são apenas aquelas consideradas as mais importantes em cada etapa da escolarização e passíveis de serem avaliadas num teste de múltipla escolha. Cabe aos docentes, através dos instrumentos de observação e dos registros que utilizam em sua prática cotidiana, identificar outras características apresentadas por seus estudantes e que não são contempladas nos perfis. Isso porque, a despeito de traços comuns a estudantes que se encontram num mesmo nível de proficiência, existem diferenças individuais que precisam ser consideradas para a reorientação da prática pedagógica, com vistas à melhoria da qualidade da educação a que os estudantes têm direito.

É importante lembrar, ainda, que os perfis não estão, necessariamente, vinculados a uma etapa da escolarização. Podemos encontrar, por exemplo, estudantes que estão na 8ª série/9º ano de escolarização que apresentam um perfil compatível com nível de proficiência desejável a estudantes da 4ª série/5º ano, ou mesmo com aqueles que estão iniciando seu processo de formação como leitores. Há, ainda, a possibilidade de identificar estudantes que apresentam perfil de leitores que normalmente se encontram em etapas posteriores de escolarização. Professor, em ambos os casos a identificação dos perfis de leitores pode subsidiar a escola no planejamento de intervenções para atender às necessidades apresentadas pelos estudantes.

Concepções que orientam a definição dos perfis de leitoresA concepção de leitura que orienta a definição dos perfis de leitores é a de que a leitura é um processo de interação entre leitor e texto a partir do qual se dá a produção de sentidos. Portanto a leitura é concebida como atividade sociocognitiva, na qual conhecimentos da língua e conhecimentos de mundo são mobilizados. Para interagir com textos de diferentes gêneros, o leitor deve percorrer um longo caminho. Ele deve compreender o que a linguagem escrita representa e como ela faz essa representação. Além disso, ele deve estabelecer nexos entre as diferentes partes de um texto e, ainda, relacionar texto e contexto. O desenvolvimento das habilidades necessárias à mobilização desses conhecimentos é que possibilita ao leitor interagir com aquilo que lê de forma mais ou menos competente, em função dos recursos que se encontra apto a mobilizar na atividade de leitura. Os perfis que apresentamos a seguir descrevem característica que os leitores apresentam ao longo desse caminho. A análise desses perfis, aliada à dos níveis da Escala de Proficiência, indica as habilidades que os estudantes já consolidaram e aquelas que ainda precisam ser consolidadas.

Ao estabelecermos os perfis de leitores, estamos considerando que há o leitor e seus conhecimentos e que esses conhecimentos variam de um leitor para outro. Isso implica, portanto, aceitar que existe uma diversidade de leituras e de sentido em relação ao um mesmo texto, conforme a capacidade que o leitor possui disponibilizar seus conhecimentos para interagir com o texto.

A seguir, você verá o quadro com a descrição sintética de cada perfil.

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Quadro da descrição sintética dos perfis de leitor

Intervalo Perfil Descrição Sintética

75 a 125 Leitor Iniciante

Podemos afirmar que embora o Leitor Iniciante tenha desenvolvido competências importantes para a compreensão da base alfabética de nosso sistema de escrita, ainda precisa desenvolver aquelas habilidades necessárias ao estabelecimento de relações entre as diferentes partes do texto e entre texto e contexto.

125 a 175Leitor Iniciante Avançado

O Leitor Iniciante Avançado já pode ser considerado alfabetizado, pois adquiriu maior autonomia na apropriação daquilo que leu. Tal autonomia, aliada ao reconhecimento da estrutura e das funções comunicativas de uma maior variedade de gêneros textuais, lhe permite realizar inferências básicas e perceber que um texto é mais que uma coleção de frases, mas um todo que se articula de forma coerente.

175 a 225 Leitor Ativo

Podemos afirmar que o traço distintivo fundamental desse leitor em relação ao Leitor Iniciante Avançado é sua capacidade de realizar inferências mais sofisticadas, que permite uma percepção mais clara do texto como um todo e daquilo que se encontra em suas entrelinhas. Essas são características desejáveis a estudantes que completam sua 4ª série/5º ano de escolarização, embora também possam estar presentes em alguns estudantes antes de atingirem essa etapa da escolarização.

Professor, a partir de agora você estudará mais detalhadamente cada um dos perfis de leitor.

I – Leitor Iniciante (até 125 pontos)

O termo “Iniciante” é utilizado aqui para fazer referência ao fato de que os estudantes que se encontram no nível de proficiência entre 75 e 125 pontos consolidaram habilidades básicas, iniciais, que esboçam conhecimentos relativos à leitura. Portanto, o termo “Iniciante” não qualifica os estudantes, mas sim sua apropriação da leitura, que se mostra ainda inicial.

Aqueles estudantes que se encontram em níveis de proficiência abaixo de 75 pontos não diferenciam, ainda, letras de outros sinais gráficos, portanto, muito provavelmente, não diferenciam a escrita do desenho ou de pseudo-letras ou rabiscos. É necessária uma avaliação diagnóstica por parte dos professores para que seja possível identificar as hipóteses sobre a língua escrita que eles já formulam.

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Já aqueles estudantes que se encontram no nível de proficiência entre 75 e 125 pontos começam a compreender como a língua escrita representa sons da fala; diferenciar letras de outros sinais, portanto já sabem que a escrita se diferencia de desenhos e outras formas gráficas; percebem que as palavras são compostas por unidades menores que elas próprias e que existe uma correspondência entre o que se fala e o que se escreve, embora não necessariamente saibam fazer essa correspondência de forma convencional. A análise dos textos que apresentamos a seguir pode nos ajudar a compreender melhor o que esses leitores realizam.

Texto 1

VENDO PIPAS COLORIDAS.

Texto 2

O JACARÉ

PARECE UM TRONCO DE ÁRVORE, O JACARÉ,BOIANDO NO MEIO DO RIOPORÉM, QUANDO ELE ABRE A BOCA,EU NÃO RIO, DOU NO PÉ.

FILHO, Aristides Torres. Bichos divertidos. São Paulo: Scipione, 2004.

O Leitor Iniciante provavelmente não encontraria dificuldades na leitura do texto 1, um aviso que se resume a uma única frase. As palavras que compõem a frase estão escritas em letras maiúsculas, o que contribui para que as diferenças entre o traçado das letras possa ser mais claramente perceptível, facilitando o processo de leitura. Os leitores com perfil de Leitor Iniciante conseguem ler frases simples, no padrão canônico – sujeito/verbo/objeto, sendo essa uma habilidade importante uma vez que a leitura de frases requer a capacidade de estabelecer nexos entre os diferentes elementos que as compõem. Ao ler uma frase, além de decodificar as palavras, o leitor deve armazená-las em sua memória de trabalho para, ao término da leitura, produzir um sentido para a frase como um todo pela articulação de suas partes. Por terem desenvolvido essa habilidade, esses leitores leem pequenos avisos, como aquele apresentado no exemplo, mensagens curtas, manchetes, embora possam encontrar dificuldades quando nessas frases aparecem palavras formadas por sílabas com maior complexidade. Os estudantes com perfil de Leitor Iniciante conseguem, portanto, de ler o aviso extraindo dele informações como o que está sendo vendido e como são as pipas. Além disso, saberiam identificar a finalidade do texto.

Com relação ao texto 2, uma poesia, gênero provavelmente familiar aos estudantes, composta por poucos versos e vocabulário simples, o Leitor Iniciante consegue lê-la, embora possa encontrar alguma dificuldade em fazer inferências básicas, tais como o duplo sentido da palavra rio, que aparece no segundo verso como acidente geográfico e, no último, como uma conjugação do verbo rir. Outra inferência que pode representar uma dificuldade ao Leitor Iniciante é a compreensão de por que o autor afirma, nos dois últimos versos, que “dá no pé” quando o jacaré abre a boca. Por essa razão, esse leitor pode necessitar, ainda, do apoio de parceiros mais experientes para realizar uma leitura com compreensão.

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As dificuldades que o Leitor Iniciante encontra para realizar inferências e para ler textos mais longos podem ser consequência de uma leitura ainda hesitante, vagarosa, o que dificulta a produção de sentidos para o que se lê pelo esforço e tempo despendidos no processo de decodificação. Além disso, quando os estudantes dispõem de um vocabulário limitado, essa pode ser uma dificuldade adicional.

II – Leitor Iniciante Avançado (de 125 a 175 pontos)

Muito antes de frequentar a escola a criança tem contato com a língua escrita, formula hipóteses sobre como ela se organiza e realiza atividades de leitura como, por exemplo, a leitura logográfica - a leitura de logomarcas em rótulos e embalagens, uma leitura global, pela forma da palavra, na qual a atividade de decifração do código não está necessariamente presente. Essa criança faz, ainda, uma leitura do mundo à sua volta, portanto já se encontra iniciada enquanto leitora.

Sem desconsiderar essa experiência anterior do leitor, o termo “Iniciante Avançado” é utilizado, aqui, para fazer referência às primeiras iniciativas de leitura compreensiva de forma autônoma, ou seja, esse termo faz referência àqueles leitores que já podem ser considerados alfabetizados, por decifrarem o texto escrito e produzir sentido para ele.

O que diferencia o Leitor Iniciante de um Leitor Iniciante Avançado é o fato de que, para esse último, a decifração do escrito já não apresenta dificuldades, exceto no caso de palavras pouco familiares, que podem exigir um esforço maior para sua decifração, tornando a leitura menos fluente. O texto que apresentamos a seguir pode nos ajudar a compreender as habilidades de leitura que o Leitor Iniciante Avançado já construiu.

Texto

A PANELA MÁGICA

Era uma vez uma menina que vivia sozinha com sua mãe, e as duas já não tinham coisa alguma para comer. Indo à floresta, a menina encontrou uma velha muito simpática, que, sabendo de sua dolorosa situação, ofereceu-lhe uma panelinha mágica. Quando a menina dissesse: ”Cozinha, panelinha, cozinha”, a panela cozinhava um gostoso mingau, e quando dissesse : “Pára, panelinha, pára”, ela imediatamente deixava de cozinhar. A menina levou a panela para casa, e ela e sua mãe nunca mais passaram fome.

Jacob e Wilhelm Grimm. Contos de Grimm. Belo Horizonte, Itatiaia, 2000. (Fragmento)

Para ler com compreensão o conto “A panela mágica”o leitor, além de decifrar as palavras que o constituem, precisa conhecer o significado dessas palavras, ou seja, precisa ter o domínio de um vocabulário razoável. O vocabulário do texto utilizado como exemplo pode ser considerado acessível a leitores com perfil de Leitor Iniciante Avançado que realizam uma decifração do texto suficientemente fluente.

Além do conhecimento do vocabulário, esses leitores dispõem de uma fluência na leitura que lhes permite reter na memória as palavras lidas, impedindo que se percam na progressão textual.

Por apresentarem certa familiaridade com o tipo narrativo e o gênero contos de fadas, conseguem fazer predições baseando-se no título do texto e no modo como ele se inicia “Era uma vez...” Portanto, logo no início do texto, já conseguem “preparar” para a leitura em função do que esperam encontrar: uma história.

Estudantes que correspondem ao perfil de Leitor Iniciante Avançado conseguem, ao ler esse texto – um texto curto, de linguagem simples e gênero que provavelmente lhes é familiar – localizar

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informações como, por exemplo, com quem a menina da história vivia, quem ela encontrou na floresta, o que a velha lhe deu de presente, dentre outras que se encontram explícitas na superfície textual.

Além de localizar informações dessa natureza, o leitor Iniciante Avançado, infere o sentido de palavras que possam ser desconhecidas a partir do contexto em que elas aparecem como, por exemplo, a palavra “imediatamente”, cujo sentido pode ser inferido a partir do contexto da frase: “Pára, panelinha, pára” e ela, imediatamente, parava de cozinhar, o que permite compreender que “imediatamente” quer dizer “na mesma hora”.

No caso da narrativa que apresentamos a título de exemplificação, o Leitor Iniciante Avançado compreende que o que dá origem a toda a história é o fato da menina ter encontrado a velha na floresta, pois se não fosse esse acontecimento a criança não teria ganho a panelinha mágica e, consequentemente, seu problema não teria solução.

Sabemos que algumas crianças se apropriam da estrutura dos textos narrativos muito antes de estarem alfabetizadas. Isso acontece quando adultos leem ou contam para elas histórias como contos tradicionais e lendas. Desse modo elas reproduzem a estrutura desses textos no plano da oralidade: contam histórias com princípio, meio e fim, caracterizam personagens e até dão entonações específicas à sua fala em momentos de clímax ou desfecho. Entretanto, para que construam as competências de identificar os elementos que compõem a narrativa e estabelecer relações lógico discursivas entre eles em textos escritos, necessitam desenvolver habilidades que permitam reconhecer o modo como as diferentes partes do texto se articulam, permitindo a progressão textual. Para isso, precisam tornar-se conscientes dos nexos que se estabelecem entre as partes do texto e que permitem sua progressão. As habilidades necessárias a essa percepção começam a ser construídas pelo Leitor Iniciante Avançado e delineiam mudanças no perfil desse leitor. Tais mudanças se consolidarão num nível posterior de proficiência, no qual se encontra o Leitor Ativo.

III – Leitor Ativo (de 175 a 225 pontos)

Como afirmamos anteriormente, a concepção de leitura que orienta a definição dos perfis aqui apresentados é a de atividade sociocognitiva, envolvendo conhecimentos da língua e conhecimentos de mundo. A capacidade de mobilizar esses conhecimentos faz com que o leitor possa ter uma postura mais ou menos ativa diante do texto escrito em seu processo de produção de sentidos. Portanto, o termo ativo, aqui utilizado, visa a demarcar uma qualidade diferenciada do processo de produção de sentidos para o que se lê, que é a de mobilizar habilidades para atuar sobre o texto, indo além do que ele apresenta em sua superfície e atingindo camadas mais profundas de significado.

Vamos compreender melhor as habilidades que o estudante com perfil de Leitor Ativo mobiliza a partir de uma análise do texto que apresentamos a seguir.

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Texto

Uma história de príncipes e reis. E nada de dragões.

Numa bela manhã, um formoso reino recebia ordens de um outro reino distante. Com o cair da tarde, porém, este encanto se quebrou e ele tornou-se livre como sempre sonhou...

Não, não houve feitiço nenhum. Nem bruxaria. Essa história que está aí em cima aconteceu no Brasil e, portanto, não inclui bruxas, feiticeiros ou dragões. Mas tinha príncipes. Bem diferentes dos contos de fada, mas eram príncipes. Um deles, de nome Pedro , estava viajando de Santos a São Paulo quando recebeu uma carta do pai, o rei de Portugal. Devia estar bem bravo: exigiu a volta do filho para casa. Não porque estava tarde, mas porque disso dependia a manutenção do poder.

Pedro não gostou nadinha da história. Estava ao lado do riacho do Ipiranga, em São Paulo, quando decidiu que proclamaria nossa independência ali mesmo. Fez um discurso rápido, levantou a espada e bradou: “Independência ou morte!” Muita gente diz que não foi assim. Acredite quem quiser.

O fato é que, depois daquele grito - cantado até no nosso hino -, o Brasil passou a não receber mais ordens de Portugal. Durante um tempo, Pedro foi rei. Depois, obedeceu ao pai e voltou para casa, deixando a coroa para seu filho - outro Pedro, o segundo. Um detalhe: o menino tinha apenas cinco anos. Devia acreditar em bruxas, feiticeiros e dragões, embora nessa história não tenha dragão nenhum. Só quando completou 14 anos pôde assumir o poder. Isso até 1889, quando outros descontentes resolveram que o País deveria ser uma República. Mas essa já é uma outra história.

Extraído de BRASIL: Almanaque de Cultura Popular, n° 113, setembro de 2008, p. 17.

Estudantes que apresentam o perfil de Leitor Ativo identificam a função do texto, a despeito dele apresentar-se num gênero híbrido, que mistura o tipo narrativa de contos de fadas a informações sobre fatos reais. No caso do texto utilizado como exemplo, tal habilidade seria fundamental à leitura com compreensão.

“Uma história de príncipes e reis. E nada de dragões.” é um texto informativo, bastante extenso, no qual várias informações são apresentadas e que relata um episódio da história do Brasil. A despeito da extensão do texto, estudantes que apresentam o perfil de Leitor Ativo localizam informações que se encontram na superfície textual tais como: onde a independência do Brasil foi proclamada, quem a proclamou, quem substituiu Pedro no trono quando ele teve que retornar a Portugal, dentre outras.

Além de apresentar várias informações, o texto possui a peculiaridade de apresentar essas informações na forma de uma narrativa semelhante a um conto de fadas. O título, inclusive, induz o leitor a identificar o texto com um conto de fadas. Apesar disso, o Leitor Ativo saberia utilizar pistas oferecidas pelo texto – a referência ao fato de que o texto tratará de uma história acontecida no Brasil, a alusão ao estado de São Paulo, ao grito “Independência ou morte!”, a observação relativa ao nosso hino – para identificar o tema do texto, que não era um conto de fadas, como se poderia supor de início, mas “A independência do Brasil”, um fato real de nossa história.

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O vocabulário utilizado no texto é simples, mas também aparecem palavras mais sofisticadas como “manutenção”, “proclamaria”, “bradou”. É, portanto, um texto que exige do leitor a realização de algumas inferências, para as quais deverá mobilizar seus conhecimentos do texto e também seus conhecimentos de mundo. Por exemplo, quando no último parágrafo se afirma que Pedro “voltou para casa”, é necessário que o leitor infira que essa casa ficava em Portugal. Para realizar essa inferência, o leitor deve estar atento a uma informação apresentada no segundo parágrafo, no qual se lê que o rei de Portugal estava bravo e exigia a volta de seu filho para casa. Também é necessário inferir que o texto relata um fato real da história do Brasil, a despeito do seu início semelhante a um conto de fadas. Para realizar essa inferência, os conhecimentos de mundo do leitor devem ser mobilizados, nesse caso, é necessário um conhecimento, ainda que superficial, da história do Brasil. O Leitor Ativo é aquele que reúne condições para fazer essas inferências, estabelecendo relações que devem ser buscadas nas entrelinhas do texto.

Outra habilidade importante que o leitor deveria mobilizar para a leitura desse texto seria a de identificar elementos da narrativa como personagens, tempo, lugar e sequência em que os fatos são narrados, o que seria possível a estudantes com o perfil de Leitor Ativo.

Para uma leitura com compreensão do texto “Uma história de príncipes reis. E nada de dragões.” o leitor deveria, ainda, estabelecer relações entre partes do texto, relacionando, no primeiro parágrafo, a expressão “um deles”, a “príncipes”, ou ainda, no segundo parágrafo, “Pedro” a “fez um discurso rápido”. Em alguns trechos, tais relações se encontram distantes e a habilidade de reconhecê-las demarca uma alteração no perfil desses estudantes que indica um passo adiante em seu trajeto de leitores que conseguem não apenas de agir sobre o texto, mas interagir com ele, identificando as intenções do autor. Tal capacidade será característica de Leitores Interativos, cujo perfil está descrito nos boletins da 4a série/5° ano, 8a série/9° ano do Ensino Fundamental e do 3° ano Ensino Médio.

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A interpretação pedagógica dos Níveis de Proficiência Professor, você viu que na Escala de Proficiência existem intervalos que vão de 0 a 500 pontos. Esses intervalos são chamados de Níveis de Proficiência. Como o desempenho é apresentado em ordem crescente e cumulativa, os estudantes posicionados em um nível mais alto da Escala, revelam ter desenvolvido não só as habilidades do nível em que se encontram, mas também aquelas dos níveis anteriores. Para proporcionar uma interpretação pedagógica, os níveis de proficiência foram agrupados em categorias de desempenho.

Assim, na avaliação da 2ª série/3º ano de Língua Portuguesa do SAEPE, consideramos que estão na categoria Desejável os estudantes que se encontram nos níveis acima de 150 pontos na Escala. Ou seja, os estudantes que se encontram a partir desse intervalo demonstram dispor das condições suficientes para prosseguir em seu processo de escolarização. Observe no quadro abaixo as categorias de desempenho e seus respectivos níveis de proficiência.

Quadro das Categorias de Desempenho e Nível de Proficiência

Categorias de Desempenho Nível de Proficiência

Elementar I Até 100

Elementar II 100 até 125

Básico 125 até 150

Desejável Acima de 150

A seguir você verá as habilidades que os estudantes já consolidaram em cada um dos níveis de proficiência da Escala. Para ilustrar quais tarefas os estudantes podem resolver, analisamos alguns itens que compuseram o teste que eles fizeram.

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Categoria de Desempenho: Elementar I Até 100 pontos

Neste nível, os estudantes da 2ª série/3º ano do Ensino Fundamental:Identificam letras entre rabiscos, desenhos, números e outros símbolos gráficos. •Reconhecem letras do alfabeto. •Reconhecem diferentes formas de grafar uma mesma letra. •Identificam direções da escrita. •Identificam espaçamento entre palavras na segmentação da escrita. •Reconhecem diferentes formas de grafar uma mesma letra. •Decodificam e compreendem palavras nos padrões silábicos consoante/vogal. •Identificam rimas. •Contam sílabas de uma palavra. •Identificam sílabas no início de palavra. •Identificam sílabas no meio e no fim de palavras. •Identificam sílabas de palavra ouvida. •Identificam as direções da escrita. •Estabelecem relação grafema-fonema.•

Nesse nível, quais itens os estudantes resolvem?

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Item AL0055A8

Veja a fi gura abaixo.

Qual é a primeira sílaba (pedacinho) do nome dessa fi gura?A) BAB) DAC) GAD) LA

QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA

A B C DBrancos e Nulos

7,0% 3,7% 5,9% 80,8% 2,6%

Esse item avalia a habilidade de identificar sílaba formada pelo padrão silábico consoante/vogal. O que facilita a realização da tarefa é o tamanho da palavra e a posição inicial do segmento sonoro a ser reconhecido.

Os estudantes que fizeram a opção pela alternativa D (80,8%) demonstram ter construído a habilidade avaliada pelo item, uma vez que identificam a segmentação de palavras em sílabas.

Aqueles que escolheram as alternativas A (7,0%), B (3,7%) ou C (5,9%), não conseguiram identificar o som inicial da palavra “lata”, provavelmente por encontrarem dificuldades na correspondência entre o som que a consoante “l” realiza na palavra “lata” e o grafema (letra) “l”.

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Item AL0157A8

Qual é o balão que tem apenas letras?

A)L a B O H j

B)3 14 0

C)& % = $

D)? * & , ^

QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA

A B C DBrancos e Nulos

93,1% 3,1% 1,5% 0,8% 1,5%

Esse item tem o objetivo de avaliar a capacidade do estudante diferenciar letras de outros sinais gráficos. Ele deve identificar o balão no qual aparecem apenas letras, dentre as opções apresentadas.

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A representação do nosso sistema de escrita se dá por meio das letras do alfabeto. A compreensão de que utilizamos, ao escrever, letras e não outros símbolos ou sinais gráficos é fundamental para que o estudante avance na aquisição desse sistema.

Os estudantes que fizeram opção pela letra A (93,1%) demonstram ter consolidado essa habilidade, uma vez que identificaram o balão no qual aparecem apenas letras.

Aqueles que optaram pela alternativa B (3,1%) ainda não fazem distinção entre letras e números.

Os que escolheram as alternativas C (1,5%) não distinguem letras de outras formas gráficas frequentes no mundo letrado.

Os estudantes que marcaram a letra D (0,8%) confundiram letras com alguns sinais do nosso sistema de escrita, como acentos e sinais de pontuação.

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Item AL0075A8

Veja a fi gura abaixo.

Qual é a última sílaba (pedacinho) do nome do animal que você viu?A) ALB) CAC) LOD) VA

QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA

A B C DBrancos e Nulos

4,0% 24,9% 61,3% 7,2% 2,6%

Esse item requer do estudante a habilidade de identificar sílaba formada pelo padrão silábico consoante/vogal em posição final. O reconhecimento de sílabas na posição final de palavras é uma habilidade mais complexa do que o reconhecimento daquelas presentes no início da palavra. Nesse item, além de reconhecer o som final da palavra “cavalo”, o estudante deverá associá-lo à sílaba que o representa.

Os estudantes que fizeram a opção pela alternativa C (61,3%) demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada pelo item, uma vez que identificaram a sílaba “lo”.

Os que escolheram as alternativas B (24,9%) ou D (7,2%) confundiram a sílaba final com a sílaba inicial e com a sílaba medial da palavra, respectivamente.

Aqueles que optaram pela alternativa A (4,0%) não conseguiram reconhecer os sons e as sílabas que compõem a palavra cavalo pois, embora as letras “al” apareçam próximas na palavra, elas não

representam uma sílaba desta palavra.

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Categoria de Desempenho: Elementar IIDe 100 até 125 pontos

Neste nível, os estudantes da 2ª série/3º ano do Ensino Fundamental: Leem palavras no padrão consoante-vogal. •Identificam o espaçamento entre palavras na segmentação da escrita. •Leem frases. •Localizam informações em frases. •Identificam gênero e finalidade de textos de gênero familiar.•

Nesse nível, quais itens os estudantes resolvem?

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Item AL0125A8

Leia a frase abaixo.

O RATO ROEU A ROUPA DO REI DE ROMA

Quantas palavras têm essa frase?

5

6

8

9

QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA

A B C DBrancos e Nulos

34,8% 10,9% 9,6% 41,1% 3,5%

Esse item avalia a habilidade de reconhecer palavras como unidades gráficas. O estudante deverá contar quantas palavras há num pequeno texto, nesse caso, um trava-línguas, provavelmente bastante conhecido pelos estudantes.

Para responder, corretamente, ao item, o estudante deve ter desenvolvido o conceito de palavra, ou seja, deve compreender que, embora a fala se apresente num fluxo contínuo, na escrita, esse fluxo divide-se em unidades de sentido menores. Quando o estudante chega a essa compreensão, consegue perceber que, numa frase, as palavras são escritas entre dois espaços em branco. Dominar essa convenção gráfica é um importante passo para a aquisição do nosso sistema de escrita.

Os estudantes que fizeram opção pela alternativa D (41,1%), a correta, demonstraram ter reconhecido as palavras como formas gráficas destinadas a marcar a segmentação na escrita.

Aqueles que optaram pela alternativa A (34,8%) não consideraram os artigos definidos (o, a) e as preposições (do, de) como palavras.

Os estudantes que marcaram as alternativas B (10,9%) e C (9,6%) ainda não captaram o conceito de palavra e, por isso, não identificaram a segmentação dos espaços em branco.

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Categoria de Desempenho: BásicoDe 125 até 150 pontos

Neste nível, os estudantes da 2ª série/3º ano do Ensino Fundamental:Localizam informações explícitas que completam literalmente o enunciado da questão.•Inferem informações implícitas.•Reconhecem elementos como o personagem principal.•Interpretam o texto com auxílio de elementos não-verbais.•Identificam a finalidade do texto.•Estabelecem relação de causa e consequência, em textos verbais e não-verbais.•Conhecem expressões próprias da linguagem coloquial.•

Nesse nível, quais itens os estudantes resolvem?

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Item AL0143A8

Leia a história abaixo.

NO MEIO DO PARQUE, PAULA ENCONTROU UM GATINHO PERDIDO. ELA CUIDOU DO BICHINHO E DEU UM POUCO DE COMIDA A ELE.

O gatinho estava

A) ferido.B) cansado.C) assustado.D) perdido.

QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA

A B C DBrancos e Nulos

12,1% 9,8% 7,2% 66,5% 4,3%

Lemos os textos de diferentes gêneros que circulam na sociedade com diversos objetivos. Um deles é o de localizar informações relevantes que são selecionadas entre as várias informações que um texto pode apresentar.

Esse item avalia a habilidade de localizar informação em texto. O texto que dá suporte ao item é curto, de temática provavelmente familiar ao universo infantil e apresenta poucas informações.

Os estudantes que fizeram opção pela alternativa D (66,5%) – gabarito - demonstraram ter construído a habilidade avaliada pelo item.

Aqueles que optaram pela alternativa A (12,1%) podem ter sido atraídos pelas semelhanças entre as palavras “perdido” e “ferido” que têm a mesma terminação.

Os estudantes que optaram pela letra B (9,8%), podem ter associado o fato do gatinho estar perdido com a ideia de cansaço, mas essa informação não aparece no texto.

Aqueles que escolheram a alternativa C (7,2%), provavelmente, imaginaram qual seria o sentimento do gatinho perdido. Essa opção pode revelar uma aproximação do próprio sentimento do menino ao se colocar no lugar do gatinho.

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Item P030093A8

Leia o texto abaixo.

A CUTIA

A cutia é um bicho pequeno. Ela recolhe mais alimento do que consegue comer. O restante das castanhas ela enterra para comer mais tarde e acaba se esquecendo de onde as enterrou. Por causa disso as sementes acabam brotando e se tornam outras árvores.

QUEIROZ, Luis Roberto. Animais brasileiros. São Paulo.

A cutia enterra as castanhas paraA) comê-las mais tarde.B) esquecer sua comida.C) plantar novas árvores.D) recolher mais alimento.

QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA

A B C DBrancos e Nulos

46,6% 15,9% 13,9% 20,0% 3,6%

O item avalia a habilidade de localizar informação explícita em um texto Essa é uma habilidade importante porque os leitores que a desenvolveram dispõem de meios para recorrer a textos de diferentes gêneros textuais - como uma bula de remédio, um romance, uma notícia, entre outros - para buscar informações de que possam necessitar. Esses leitores selecionam, entre diversas informações apresentadas num texto, aquela (s) que lhes interessa (m),

O texto que dá suporte ao item é informativo, curto, e apresenta recursos coesivos que auxiliam a leitura, além de apresentar vocabulário acessível aos estudantes do período de escolarização avaliado.Para realizar tarefa solicitado no comando do item o estudante precisa ler com compreensão, relacionando as diferentes partes do texto, pois a informação solicitada não aparece logo no seu início.

Os estudantes que optaram pela alternativa A (46,6%) demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada, pois conseguiram localizar a informação solicitada pelo enunciado do item.

A alternativa B (15,9%) - esquecer sua comida - é semelhante à informação que aparece no texto “esquecendo de onde as enterrou” e vem logo em seguida à informação solicitada. Esse fato pode ter contribuído para que os estudantes tenham sido atraídos por essa alternativa.

A alternativa C (13,9%) faz menção à consequência do que ocorre se a cutia se esquecer das castanhas enterradas, que é o surgimento de árvores. Porém ela não tem a intenção de plantá-las (enterrá-las) para seu crescimento e sim para comê-las depois, como forma de proteger o próprio alimento. Os estudantes que escolheram essa alternativa relacionaram a palavra “enterrar”, que aparece no texto, com outras que são do mesmo campo semântico: “plantação e árvores”, mas não ficaram atentos à informação solicitada.

Os estudantes que optaram pela alternativa D (20,0%) estabeleceram uma relação de causa e consequência, uma vez que a causa da cutia enterrar as castanhas é o fato dela recolher mais alimentos do que precisa para sua alimentação, e não a consequência como está apresentada nesta alternativa.

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Item 2P2D013.0004

Leia o texto abaixo.

http://.monica.com.br/comics/tirinhas/5362 . Acesso em 08 jun. 2002

A menina fechou a boca do menino para ele nãoA) brincar.B) comer.C) gritar.D) sorrir.

QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA

A B C DBrancos e Nulos

11,9% 10,1% 67,6% 7,0% 3,4%

Esse item avalia a habilidade de interpretar texto não-verbal. Em alguns textos o elemento não- verbal é o único recurso utilizado para contar uma história, como nessa tirinha.

Para interpretar o texto que dá suporte ao item, o estudante precisa ficar atento às expressões faciais e gestos dos personagens e, principalmente, a sequência de imagens que constituem o texto.

Os estudantes que marcaram a alternativa A (11,9%) não perceberam que Cebolinha não está brincando, pois as estrelinhas, sinais que indicam dor, localizadas ao redor de seu dedo permaneceram mesmo depois que a Mônica fechou sua boca.

Aqueles que optaram pela alternativa B (10,1%) não interpretaram a tirinha, uma vez que nela não há elementos que indiquem que o menino estivesse com vontade de comer.

Os estudantes que escolheram a letra C (67,6%) conseguiram perceber o significado da expressão facial do Cebolinha e dos sinais visuais que indicam dor e grito, como também a tentativa da Mônica fazer o menino ficar calado ao invés de aliviar sua dor.

Os estudantes que marcaram a letra D (7,0%) não observaram o que representa a expressão facial do Cebolinha, os traços acima de sua cabeça indicando a elevação da voz, assim como as estrelinhas indicando dor, o que explica uma interpretação equivocada da tirinha.

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Categoria de Desempenho: Desejável De 150 até 175 pontos

Neste nível, os estudantes da 2ª série/3º ano do Ensino Fundamental:Localizam informações explícitas em anúncios que contenham informação verbal e não-•verbal.Localizam informações explícitas em textos narrativos mais longos, em textos poéticos, •informativos e em anúncio de classificados.Localizam informações explícitas em situações mais complexas, por exemplo, requerendo •a seleção e a comparação de dados do texto.Inferem o sentido de palavra em texto poético (cantiga popular).•Inferem informações, identificando o comportamento e os traços de personalidade de •uma determinada personagem, a partir de texto do gênero conto de média extensão, de texto não-verbal ou expositivo curto.Identificam o tema de um texto expositivo longo e de um texto informativo simples.•Identificam o conflito gerador de um conto de média extensão.•Identificam, em uma história em quadrinhos, o espaço ou o cenário em que ocorre a •narrativa.Identificam marcas linguísticas que evidenciam os elementos que compõem uma narrativa •(conto de longa extensão).Interpretam textos com material gráfico diverso e com auxílio de elementos não- verbais •em histórias em quadrinhos, tirinhas e poemas, identificando características e ações dos personagens.

Nesse nível, quais itens os estudantes resolvem?

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Item 2P2D015.0002

Leia o texto abaixo.

SOUZA, Maurício de. Bidu. Rio de Janeiro: Globo, nº 23,1999. p.162

O menino fi cou chateado porque o cachorrinhoA) estragou o jornal.B) não lhe deu o jornal.C) quis rasgar o jornal.D) amassou o jornal.

QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA

A B C DBrancos e Nulos

13,8% 64,2% 9,4% 9,3% 3,3%

A leitura de um texto não é realizada unicamente por meio do código linguístico. Alguns textos empregam outros recursos que não o texto verbal, por isso são chamados textos extraverbais. O item avalia a habilidade de interpretar texto não-verbal na tirinha. O leitor deve, para realizar a tarefa solicitada, observar as expressões faciais, os gestos dos personagens e a sequência dos quadros que compõem a tirinha.

O comando do item aponta o sentimento do menino após a atitude tomada pelo cachorro e o estudante precisa interpretar o que o cachorro fez para que o menino tivesse a reação apresentada no último quadro. Aqueles que marcaram a alternativa B - gabarito -(64,2%) conseguiram interpretar os gestos, as atitudes e as expressões dos personagens, demonstrando que desenvolveram a habilidade avaliada. Eles entenderam que o cachorro saiu de casa para pegar o jornal e, provavelmente, entregá-lo ao seu dono, o que seria o esperado. O elemento surpresa foi o fato do cachorro ter passado pelo menino, tomando o seu lugar de leitor provocando sua expressão de aborrecimento.

Os estudantes que optaram pela letra A (13,8%) não perceberam que apesar do cachorro levar o jornal na boca este não aparece estragado na imagem, como pode ser visto no terceiro quadrinho.

Os estudantes que marcaram a alternativa C (9,4%) demonstram ter extrapolado as informações que o texto apresenta, pois a atitude do cachorro de rasgar o jornal poderia até acontecer já que o animal poderia ver esse objeto como um brinquedo. Entretanto, isso não é o que aparece na imagem.

Os estudantes que optaram pela letra D (9,3%) também não fizeram a interpretação adequada, pois prenderam-se apenas aos dois primeiros quadros, que mostram o animal indo pegar o jornal e depois carregando-o na boca, dando a entender que, ao segurá-lo, poderia tê-lo apertado demais, amassando-o. Porém, no último quadro, a informação que aparece, ou seja, o jornal totalmente inteiro, inviabiliza essa hipótese.

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Item AL0113A8

Leia o texto abaixo.

ESCORPIÃO

O escorpião possui até doze olhos, mas isso não o impede de ter uma péssima visão! Ainda bem que não precisa muito dela por ser um animal noturno, que caça durante a noite e consegue sentir suas presas (aranhas, insetos), graças a pêlos muito sensíveis às vibrações.

(Texto retirado da Enciclopédia Planeta Animal. Girassol Brasil edições ltda.) O assunto do texto éA) a extinção do escorpião.B) a visão do escorpião.C) o ferrão da aranha.D) o habitat dos insetos.

QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA

A B C DBrancos e Nulos

22,0% 56,1% 12,4% 7,8% 1,7%

Esse item avalia a habilidade de identificar o tema central de um texto. Para fazer essa identificação, o estudante precisa ler com compreensão, percebendo o sentido global do texto e não apenas localizando informações pontuais.

O gênero do texto que dá suporte ao item é informativo. É um texto curto, construído com recursos coesivos que dão unidade ao texto, exigindo do estudante uma leitura atenta para não se perder durante a retomada de palavras pela substituição, enquanto as informações vão sendo apresentadas. O suporte vem acompanhado pela imagem de um escorpião, o que auxilia a interpretação.

Os estudantes que marcaram a alternativa A (22,0%) não compreenderam que apesar dessa alternativa apresentar a palavra “escorpião”, o assunto tratado no texto não é a extinção dessa espécie.

Aqueles que optaram pela alternativa B (56,1%) conseguiram conjugar as pistas do texto, construindo um sentido global para ele, o que demonstra o desenvolvimento da habilidade avaliada.

Os estudantes que marcaram a opção C (12,4%) não conseguiram conjugar as diversas informações apresentadas ao longo do texto porque, provavelmente, focalizaram apenas a palavra “aranha”, que aparece entre parênteses na penúltima linha.

Os estudantes que escolheram a alternativa D (7,8%) não compreenderam o texto ou fizeram uma escolha baseada, talvez, num desconhecimento do significado da palavra “habitat”.

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Categoria de Desempenho: Desejável De 175 até 200 pontos

Neste nível, os estudantes da 2ª série/3º ano do Ensino Fundamental:Inferem informações implícitas, a partir do seu sentido global.•Localizam informações explícitas, a partir da reprodução das ideias de um trecho do •texto.Localizam informações explícitas em textos curtos anedóticos, ficcionais e poéticos, além •de identificar informações a partir da comparação entre anúncios classificados e pela associação entre imagem e linguagem verbal, em histórias em quadrinhos.Localizam informações explícitas, identificando as diferenças entre textos da mesma •tipologia (convite).Inferem o sentido de uma expressão, mesmo na ausência do discurso direto.•Inferem informações que tratam, por exemplo, de sentimentos, impressões e características •pessoais das personagens, em textos verbais e não-verbais.Interpretam textos com auxílio de elementos não-verbais e verbais em histórias em •quadrinhos, tirinhas, identificando características, estados psicológicos e ações dos personagens.Interpretam histórias em quadrinhos de maior complexidade temática, reconhecendo a •ordem em que os fatos são narrados.Identificam a finalidade de um texto jornalístico.•Reconhecem elementos que compõem uma narrativa com temática e vocabulário •complexos (a solução do conflito e o narrador).Identificam o efeito de sentido produzido pelo uso da pontuação.•Distinguem efeitos de humor e o significado de uma palavra pouco usual.•Identificam o emprego adequado de homonímias.•Identificam as marcas linguísticas que diferenciam o estilo de linguagem em textos de •gêneros distintos.Estabelecem relações entre partes de um texto identificando substituições por pronomes •pessoais que retomam um antecedente. Reconhecem as relações semânticas expressas por advérbios ou locuções adverbiais e por •verbos.Estabelecem relação de causa e consequência entre partes e elementos de uma fábula.•Identificam o tema de um texto poético a partir de pistas evidenciadas nos versos.•

Nesse nível, quais itens os estudantes resolvem?

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Item P030137A8

Leia o texto abaixo.

Meu aniversário

Hoje é meu aniversário.É um dia bem especial !Eu queria que hojeFosse feriado nacional.

CAPUTO, Ruth Rozendo. Ciranda Cultural. p. 122. Adaptado.

Nesse texto, o ponto de exclamação foi usado para indicarA) alegria.B) dúvida. C) surpresa. D) susto.

QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA

A B C DBrancos e Nulos

52,0% 10,5% 27,6% 7,4% 2,4%

Nesse item a habilidade avaliada é a de identificar efeitos de sentido decorrente do uso de pontuação. O suporte é a estrofe de uma poesia e a temática é bastante familiar aos estudantes do período de escolarização avaliado. O estudante deverá identificar o efeito de sentido que o ponto de exclamação produz ao ser utilizado no texto, e não sua função gramatical.

Os estudantes que fizeram a opção pela alternativa A (52,0%) demonstraram ter construído a habilidade avaliada, uma vez que, ao ler a mensagem, perceberam que se trata de um assunto que lembra festividade e relacionaram o uso do ponto de exclamação para dar ênfase ao sentimento de alegria da autora.

Os que optaram pela alternativa B (10,5%), provavelmente, confundiram a função gramatical do ponto de exclamação com a do ponto de interrogação.

Aqueles que marcaram a alternativa C (27,6%), aquela que mais atraiu os estudantes que não acertaram o item, podem ter sido atraídos pelo fato do ponto de exclamação indicar, usualmente, surpresa. Esses estudantes não consideraram, adequadamente, o contexto dos versos nos quais uma pessoa fala de seu próprio aniversário, o que não justifica que estivesse surpresa com o fato.

Aqueles estudantes que marcaram a alternativa D (7,4%), não consideraram o contexto mais amplo da mensagem do texto e, por isso, não compreenderam o efeito de sentido causado pelo ponto de exclamação.

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Item P04467SI

Leia o texto abaixo.

O médico e o louco

– O que é isso na sua testa? – perguntou o médico.– Uma mordida.– Quem mordeu você?– Eu mesmo.– Você mesmo? Mas como?– Subi num banquinho.

Esse texto é umaA) carta.B) história.C) notícia.D) piada.

QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA

A B C DBrancos e Nulos

11,5% 19,9% 13,0% 51,2% 4,4%

Uma das habilidades que indica o envolvimento do leitor com práticas de letramento é a identificação do gênero de um texto. Essa habilidade, avaliada por meio desse item, é importante porque, além de considerar a organização estrutural interna dos textos, ou seja, os aspectos lexicais, sintáticos, as relações lógico-discursivas, entre outros, o estudante precisa perceber que os textos que circulam na sociedade têm uma função específica, são escritos para um público definido e que são produzidos em diferentes situações de interação. Essa percepção é importante porque permite que o leitor “se prepare” para a leitura do texto, lançando mão de estratégias de antecipação que vão contribuir no processo de interação leitor/texto.

Os estudantes que marcaram a alternativa D (51,2%) perceberam o humor na progressão do texto em forma de diálogo e identificar o gênero ao qual pertence.

Aqueles que escolheram a opção B (19,9%) confundiram esse gênero com uma história, provavelmente, porque nas histórias também encontramos diálogos.

Os que optaram pelas alternativas A (11,5%), provavelmente, o fizeram porque nas cartas o remetente estabelece um diálogo com seu destinatário. Entretanto, esses estudantes não observaram a ausência de elementos próprios às cartas como local, data e saudação. Os estudantes que escolheram a alternativa C (13,0%), provavelmente, fizeram essa escolha porque o texto que dá suporte ao item apresenta um acontecimento: alguém foi mordido. Entretanto, esses estudantes desconhecem as características do gênero textual notícia e/ou desconsideraram o título do texto que, nesse caso, era importante para que o leitor percebesse que se tratava de uma piada.

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Categoria de Desempenho: Desejável De 200 até 225 pontos

Neste nível, os estudantes da 2ª série/3º ano do Ensino Fundamental:Selecionam, entre informações explícitas e implícitas, as correspondentes a um •personagem.Inferem o sentido de uma expressão metafórica e o efeito de sentido de uma •onomatopeia.Inferem a intenção implícita na fala de personagens, identificando o desfecho do conflito, •a organização temporal da narrativa e o tema de um poema.Identificam, em fábulas e histórias em quadrinhos, o conflito gerador de um enredo, sua •solução, e o tempo em que ocorre um determinado fato.Distinguem o fato da opinião relativa a ele em texto narrativo.•Estabelecem relações entre partes de um texto pela identificação de substituições •pronominais ou lexicais.Identificam palavras sinônimas que estabelecem a coesão lexical entre partes distantes •de um texto narrativo.Estabelecem relações lógico-discursivas em textos narrativos através do uso de expressão •adverbial.Estabelecem relação de causa e consequência explícita entre partes e elementos em •textos verbais e não-verbais de diferentes gêneros.Reconhecem o tema de textos informativos que contêm vocabulário técnico •simplificado.Reconhecem diferenças no tratamento dado ao mesmo tema em textos distintos.•Identificam marcas linguísticas referentes a interlocutores, de acordo com a faixa etária.•Identificam os efeitos de sentido de humor decorrentes do uso dos sentidos literal e •conotativo das palavras e de notações gráficas.Identificam a finalidade de um texto informativo longo e de estrutura complexa, •característico de publicações didáticas.Compreendem textos que associam linguagem verbal e não-verbal (textos multi-•semióticos), tendo como base informações explícitas.Reconhecem, com base em informações implícitas, não só características dos personagens •de uma narrativa, mas também as intenções pretendidas com uma ação particular.

Nesse nível, quais itens os estudantes resolvem?

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Item P030127A8

Leia o texto abaixo.

O elefantinho

Onde vais elefantinho?Correndo pelo caminho,

Assim tão desconsolado?Andas perdido bichinho?

Espetaste o pé no espinho?O que sentes pobre coitado?

– Estou com um medo danado.– Encontrei um passarinho.

MORAES, Vinícius de. A Arca de Noé: poemas infantis. São Paulo: Cia das Letras, p.36.

O elefante estava correndo porqueA) espetou o pé no espinho e sentia dor.B) estava com medo de um passarinho.C) estava procurando um bichinho perdido.D) fi cou perdido e desconsolado.

QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA

A B C DBrancos e Nulos

28,9% 41,6% 11,6% 14,0% 4,0%

Esse item avalia a habilidade de estabelecer relações de causa e consequência entre partes de um texto, nesse caso, um poema. Para responder corretamente ao item, o estudante precisa relacionar o segundo verso da poesia aos dois últimos.

Apesar da informação solicitada pelo comando do item estar explícita, o estabelecimento da relação causa e consequência torna-se mais difícil por não existir proximidade entre os fatos apresentados.

Os estudantes que marcaram a letra B (41,6%) reconheceram o motivo da pressa do elefantinho no final do texto.

Os que escolheram a alternativa A (28,9%) estabeleceram uma relação causa e consequência indevida, pois relacionaram o segundo ao quinto verso, provavelmente por haver proximidade entre eles, além de não distinguirem a pergunta do interlocutor da resposta do elefante.

Aqueles que escolheram a alternativa C (11,6%) não compreenderam que a expressão “andas perdido bichinho?” faz referência ao próprio elefante e não a outro animal.

Os que optaram pela alternativa D (14,0%) não estabeleceram relação causa e consequência, uma vez que as palavras “perdido” e “desconsolado” adjetivam o elefantinho e não são a causa da corrida do animal.

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Item P030027A8

Leia o texto abaixo.

Sem Barra

Enquanto a formigacarrega comidapara o formigueiro,a cigarra canta, canta o dia inteiro.

A formiga é só trabalho.A cigarra é só cantiga.

Mas sem a cantiga da cigarraque distrai da fadiga,seria uma barrao trabalho da formiga!

PAES, José Paulo. Olha o bicho. São Paulo: Ática, 1989.

No verso “A cigarra é só cantiga”, cantiga é o mesmo queA) alegria.B) comida.C) fadiga.D) música.

QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA

A B C DBrancos e Nulos

20,3% 21,5% 10,4% 45,2% 2,6%

O item avalia a habilidade de inferir o sentido de uma palavra a partir de seu contexto. O texto que dá suporte ao item é uma poesia que aborda a fábula da Cigarra e da Formiga, provavelmente conhecida pelos estudantes que se encontram na etapa de escolarização avaliada. O sentido da palavra “cantiga” pode ser inferido pelo contexto, ou seja, se relaciona à palavra “canta”, utilizada no texto, como também é referida como algo que distrai, na terceira estrofe, dois elementos, pois, que lembram música.

A poesia é estruturada por meio de associação de palavras e ideias, que se ligam umas às outras em uma construção sustentada pela sonoridade. A compreensão dessa construção é que permitirá ao leitor a realização da inferência solicitada no enunciado do item.

Os estudantes que optaram pela alternativa D (45,2%) consideraram todos os fatos apresentados no texto para realizar a inferência solicitada no comando do item.

Os estudantes que optaram pela alternativa A (20,3%) realizaram uma inferência apoiada, provavelmente, no fato de que quem canta geralmente está alegre. Esses estudantes, embora não tenham acertado o item, demonstram que já realizam um tipo de inferência, uma vez que deduziram que quem canta está alegre.

Aqueles que escolheram a alternativa B (21,5%), provavelmente, fizeram uma associação entre a palavra “cantiga” e outra que também aparece no texto: “comida”. Esses estudantes não realizaram uma operação de inferência, uma vez que se apoiaram simplesmente na presença da palavra no texto para fazer sua opção.

Os estudantes que escolheram a alternativa C (10,4%), provavelmente, se apoiaram no fato de que ambas as palavras – cantiga e fadiga – terminam com um mesmo som: “iga”. Portanto, esses estudantes também não realizaram qualquer tipo de inferência, uma vez que sua escolha foi baseada na semelhança entre os sons das palavras.

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Item 2P2D015.0006

Leia o texto abaixo.

Canguru

Canguru fi cou cansadode carregar seu fi lhinho.Por isso foi à cidadee comprou lindo carrinho.CAMARGO, Milton. A zebra, a girafa e outros bichos. São Paulo: Ática, 1982.

O Canguru comprou um carrinho porque queriaA) carregar os brinquedos do fi lho.B) dar de presente de aniversário ao seu fi lho.C) fazer uma longa viagem com seu fi lho.D) carregar seu fi lho sem se cansar.

QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA

A B C DBrancos e Nulos

19,5% 16,7% 12,1% 46,8% 4,9%

Uma das habilidades que o estudante precisa desenvolver para ler com compreensão é estabelecer relações de causa e consequência entre partes de um texto. Essa habilidade é avaliada por esse item.

O texto que dá suporte ao item é uma estrofe de um poema e a relação de causalidade que o estudante deve estabelecer está marcada, no texto, pela expressão “por isso”. Para perceber essa relação o estudante precisa relacionar dois versos do texto.

Os estudantes que marcaram a alternativa A (19,5%), provavelmente, acharam que a palavra “carrinho”, por estar escrita no diminutivo, se refere a um brinquedo. Esses estudantes não conseguiram estabelecer a relação de causalidade solicitada no enunciado do item.

Aqueles que marcaram a opção B (16,7%) também acharam que o carrinho poderia ser um brinquedo que o canguru daria de presente ao seu filhote, guiando-se por seu conhecimento de mundo, o que demonstra que os estudantes não compreenderam a estrofe.

Os estudantes que escolheram a alternativa C (12,1%), provavelmente, relacionaram as palavras “cansado” e “carregar”, presentes no texto, com uma possível viagem que ambos iriam fazer e para a qual o canguru teria comprado o carrinho para não se cansar. No entanto, essa relação de causalidade não é autorizada pelo texto.

Os estudantes que optaram pela alternativa D (46,8%) estabeleceram corretamente a relação de causa-consequência solicitada.

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Professor, como você viu, essa foi uma longa etapa.

Caminhamos pelos resultados de sua escola, pelos perfis de desempenho, pelos níveis da escala e pela análise pedagógica dos itens. Valeu aprender tudo isso.

Será com base nesse aprendizado que construiremos, a seguir, o Quadro do Diagnóstico Pedagógico de sua escola. Prepare-se, nossa caminhada está chegando ao seu ponto principal!

Desafio:

Para elaborar o diagnóstico pedagógico de sua escola, volte aos resultados de desempenho. Com base nesses dados, preencha o quadro diagnóstico a seguir.

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Professor, com as informações do quadro, é possível identificar, e até mesmo nomear os estudantes com maiores dificuldades e que precisam de novas oportunidades de aprendizagem.

Para a escola, o diagnóstico que você elaborou é um norteador para as ações de transformação da realidade escolar em direção à garantia do direito do estudante a uma educação de qualidade. O diagnóstico é, pois, o início dessa transformação.

Lembra que dissemos que nossa caminhada terminaria na Partida? Então, agora essa ideia está começando a fazer sentido...

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Muito bem, continue a caminhada!

Nesta parte de sua caminhada, você terá que passar pelas seguintes trilhas:

8ª Trilha. Sugestões de Atividades Pedagógicas. 99ª Trilha. Avaliação: o SAEPE na Escola. 9

Etapa 4: Transformação

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Professor, transformar quer dizer transpor a forma original, criar novas perspectivas, formar novos pontos de vista.

Assim, temos certeza de que, depois de ler este Boletim, vencer os desafios propostos até aqui, e interagir com o Portal, você agora, possui mais informações sobre a avaliação que foi realizada em nosso Estado. Mas, como você sabe, conhecer o diagnóstico da escola, implica em responsabilidade. E aí, inevitavelmente, vem a pergunta: agora que o diagnóstico já está definido, o que fazer com essa informação?

Bem, sabemos que não existem fórmulas mágicas para resolver os problemas da educação, também sabemos que muitos desses problemas têm origem na própria estrutura social, como a pobreza, o desemprego, a violência e a falta de apoio familiar. Essa realidade transcende os muros da escola, mas seus efeitos na aprendizagem são sentidos em cada sala de aula.

Ainda assim, a escola pode fazer a diferença na vida dos estudantes, porque o trabalho que é coletivamente realizado por ela, interfere em uma parcela significativa da aprendizagem dos estudantes. Por isso, toda e qualquer atitude em direção à transformação da qualidade da educação, será sempre bem vinda.

Nessa altura da caminhada, o que propomos nessa etapa é a possibilidade de uma reflexão sobre algumas atitudes possíveis de transformar a realidade da escola para melhor.

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Sugestões de Atividades Pedagógicas

Professor, você aprendeu, neste Boletim, a identificar as habilidades em leitura já desenvolvidas pelos estudantes ao final do 3º ano de escolarização e aquelas que ainda estão em fase de desenvolvimento.

Nossa proposta, agora, é que você conheça e incorpore à sua prática pedagógica algumas sugestões de atividades que podem ser trabalhadas em sala de aula, a fim de desenvolver habilidades importantes para que seus estudantes prossigam, com sucesso, o processo de escolarização.

Estabelecer rotinas nas quais sejam reservados, diariamente, momentos para que os estudantes 1. ouçam a leitura de histórias e realizem atividades que proporcionem uma reflexão sobre como se organiza a língua escrita. Aproveite momentos da rotina diária para transformá-los em situações de leitura e de escrita. Alguns exemplos de como isso pode acontecer:

Discuta com os estudantes o planejamento das atividades diárias. Confeccione com eles 9cartões que representem os diferentes momentos da rotina e, no início de cada aula, planeje com o grupo o que farão durante aquele dia.

Mantenha atualizados, com a participação dos estudantes, os cartazes de sala - “ajudantes 9do dia”, “calendário”, “chamada”, dentre outros. Envolva-os na confecção desses materiais, solicite que eles próprios escrevam as fichas com nomes dos meses, dias da semana, seu próprio nome, por exemplo. Essas são atividades de escrita significativa nas quais os estudantes escrevem com prazer.

Confeccione com os estudantes, no formato de produção de texto coletiva, os avisos que 9devem circular na escola e/ou que estabelecem comunicação com as famílias. São boas oportunidades para discutir com a turma coisas como: para quem vamos escrever? O que

desejamos comunicar? O que precisamos escrever para comunicar o que pretendemos?

Além disso, aproveite esses momentos para fazer com os estudantes a necessária revisão do texto – já que ele será destinado a comunicar algo a alguém, precisa estar compreensível. Esse é um momento adequado para se discutir questões de ortografia, pontuação, utilização de elementos de coesão, dentre outras questões relativas à estrutura do texto.

O professor é um mediador importante da relação dos estudantes com a língua escrita. Ele é um 2. modelo de leitor no qual os estudantes buscam referências, especialmente quando oriundos de famílias nas quais os pais ou irmãos mais velhos não são alfabetizados. Por isso, leia para seus estudantes. Compartilhe com eles notícias de jornal referentes a temas que possam despertar-lhes o interesse, histórias variadas – histórias em quadrinhos, contos, fábulas – comunicados escolares, receitas culinárias e outros textos. Quando o professor lê para os estudantes, fornece a eles modelos importantes de como fazer as entonações adequadas, as pausas, a ênfase em determinados períodos.

Faça a correção das atividades realizadas pelos estudantes juntamente com eles, levando-os 3. a observar possíveis omissões e/ou repetição de letras, segmentação indevida de palavras na construção de frases, dentre outros possíveis equívocos, para que sejam levados a questionar as hipóteses construídas. Proponha, em algumas situações, que façam a correção em pares, um corrigindo a atividade – por exemplo, um ditado – realizada por outro e, em seguida, invertendo os papéis.

Trilha 8

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Incentive a leitura dos estudantes. Promova momentos em que as crianças sejam solicitadas a 4. apresentar e comentar suas leituras, a refletir sobre elas e a criar a partir delas.

Organize varais temáticos de leitura. Você pode ter, durante um mês, um varal com jornais; 5. no mês seguinte, um varal com revistas em quadrinhos; em outro, um varal com panfletos e assim sucessivamente. A permanência dos varais dependerá do interesse que os estudantes manifestem em relação a eles. As formas de utilização dos materiais de leitura expostos nos varais podem ser, também, variadas: podem ler no intervalo entre as atividades de acordo com seu próprio interesse ; podem levar os materiais na forma de empréstimo para ler em casa; o professor pode estabelecer momentos e /ou propostas de atividades com os materiais.

Como você pode perceber, professor, são várias as alternativas que você pode criar para que a leitura e a escrita façam parte do cotidiano de sua sala de aula. Tente incorporar algumas dessas sugestões à sua prática e compartilhe com seus colegas os resultados alcançados.

Desafio:

Com base nas sugestões que você viu aqui, desenvolva algumas atividades com seus estudantes. Registre em seu Diário de Bordo essa experiência e divulgue em sua escola.

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Avaliação: o SAEPE na Escola

Professor, como você viu ao longo desse Boletim, a avaliação realizada pelo SAEPE permite acompanhar o desempenho da escola em relação às habilidades e competências fundamentais para o sucesso escolar dos estudantes em Língua Portuguesa. Mas, para que o diagnóstico que você elaborou contribua efetivamente para a transformação da realidade escolar, é necessária a criação de uma cultura de avaliação que dê sustentação às ações a serem efetivadas.

Construir uma cultura democrática para utilização dos resultados das avaliações, requer a participação da comunidade escolar. Os educadores têm um papel muito importante na disseminação e análise dos resultados da escola. O gestor deverá propor momentos específicos no calendário escolar para o estudo do Boletim Pedagógico. Participe dessas reuniões e discuta os tópicos que você anotou em seu Diário de Bordo. Motive seus colegas professores, de todas as disciplinas, para a importância da avaliação realizada pelo SAEPE.

Como contribuição, sugerimos alguns assuntos, em forma de questionamentos, a serem debatidos nas reuniões com a equipe. São eles:

1. O SAEPE

O que é o SAEPE? Quais os objetivos do SAEPE? 9Quem é avaliado no SAEPE? O estudante, o professor, o diretor ou a escola? 9Quais as séries/ anos avaliados pelo SAEPE? Por quê? 9Para que servem seus resultados? 9

2. As relações entre avaliação interna e externa

Como a avaliação externa do desempenho escolar, pode ser complementar à avaliação 9interna da aprendizagem realizada em sala de aula?

O professor pode utilizar os resultados do SAEPE para planejar suas avaliações de sala de 9aula? Como?

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3. A BCC-PE, os Parâmetros, Diretrizes Curriculares e as Matrizes de Referência para Avaliação em Língua Portuguesa

Quais as relações entre o que é proposto nas Matrizes de Referência para Avaliação e a 9BCC-PE, os Parâmetros e Diretrizes Curriculares?

Por que nem tudo o que está na BCC-PE, nos Parâmetros e Diretrizes Curriculares está na 9Matriz de Referência para Avaliação?

Como os conteúdos tratados em sala de aula se relacionam com os descritores da Matriz 9de Referência para Avaliação?

4. A Escala de Proficiência e os Níveis de Desempenho

Como identificar o desempenho dos estudantes a partir das características de desempenho 9da Escala de Proficiência de Língua Portuguesa?

Das competências apresentadas na Escala de Proficiência de Língua Portuguesa, quais 9são as mais complexas? Por quê?

Na sua opinião, o que o estudante deve saber em Língua Portuguesa ao final do 3º ano 9do Ensino Fundamental? Qual deve ser o perfil desse estudante?

Lembramos que essas são algumas questões para iniciar o diálogo sobre a avaliação na escola. Mas elas não se esgotam aqui. Elabore outras e crie grupos de estudo com o tema da avaliação. Essa é uma boa atitude para formar, na escola, uma cultura de aprendizagem colaborativa sobre a avaliação.

E os Quadros Diagnósticos que você construiu com base nos resultados de desempenho no SAEPE? Como, efetivamente, você e todos da escola podem utilizá-los para a melhoria da qualidade da educação?

Nesse sentido, um caminho que sugerimos é a reflexão coletiva sobre as características dos estudantes nos diferentes níveis de desempenho e as metas de aprendizagem previstas no Projeto Político Pedagógico da sua escola. Essa reflexão deverá, inclusive resultar em um plano de ações de intervenção pedagógica com vistas à melhoria da aprendizagem dos estudantes.

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A partir daí, a escola poderá:

Criar novas oportunidades de aprendizagem para os estudantes identificados com baixo desempenho em Língua Portuguesa.

Desenvolver projetos para recuperação da aprendizagem e consolidação das competências e habilidades que mereçam uma atenção especial.

Discutir com todos os professores novos mecanismos de avaliação dos estudantes, no processo de avaliação.

Motivar a equipe escolar a participar de programas desenvolvidos pelas Secretarias de Educação.

Professor, como dissemos no início de nossa caminhada, é preciso garantir o direito dos estudantes a uma educação de qualidade. Mas para isso, não basta apenas o esforço de todos os profissionais da escola, é necessário também envolver os estudantes e suas famílias na discussão sobre o SAEPE. O debate acerca dos resultados do SAEPE precisa romper os limites da escola e chegar até as famílias dos estudantes.

Para isso, sugerimos:

Divulgar os resultados do SAEPE para os estudantes, de uma forma que eles possam compreender a avaliação que foi realizada como um instrumento a favor da melhoria da escola.

Divulgar os resultados aos pais dos estudantes, dando uma atenção especial aos Quadros Diagnósticos.

Comprometer os pais na desafiante tarefa de melhorar, ainda mais, os resultados alcançados, deixando claro que eles têm grande participação no desempenho de seus filhos.

Professor, saiba que conhecer os resultados da avaliação é um direito da sociedade e, ao divulgá-los aos familiares dos estudantes, você está garantindo o princípio da transparência e criando laços mais fortes de comprometimento em prol de um sistema de educação mais justo e igualitário.

Você viu, neste Boletim, o desempenho da sua escola nos testes de proficiência. Conheceu a Matriz de Referência para Avaliação, comparou dados, analisou informações, enfim aprendeu um pouco mais sobre o SAEPE. De posse deste material, você identificou os pontos fortes e os fracos, o que está indo bem e o que ainda precisa (e pode) ser melhorado em sala de aula, na escola. Enfim, você e toda a comunidade escolar têm em mãos dados concretos sobre o processo de desenvolvimento das habilidades e competências básicas da 2ª série / 3º ano do Ensino Fundamental em Língua Portuguesa.

Naqueles aspectos em que os estudantes foram bem sucedidos, você pode manter e até intensificar as suas práticas. Por outro lado, não desanime se os resultados que você recebeu não foram satisfatórios. Eles poderão ser melhorados. Temos certeza de que você e todos da escola estão preocupados com isso e encontrarão estratégias para reverter essa situação.

Faltou explicar uma última coisa. Você se lembra de que, no início, dissemos que essa seria uma caminhada diferente? Vamos, finalmente, esclarecer o porquê. Em nossa caminhada, você percorreu os caminhos da Avaliação realizada pelo SAEPE e conheceu o desempenho dos estudantes nessa avaliação.

Este não é o fim, mas é onde efetivamente começa o trajeto real: aplicar em seu trabalho docente

os conhecimentos que você desenvolveu no percurso. Acreditamos que a prática constante da ação-reflexão-ação, tendo por base os dados da avaliação em larga escala, contribuirão para que a escola cumpra, efetivamente, o seu papel: proporcionar um ensino de qualidade a seus estudantes.

É preciso transformar as informações sobre o resultado do SAEPE em ações de intervenção pedagógica. Você tem um papel fundamental nesse percurso.

Agora, já está clara, a razão deste material ter sido apresentado na forma de um caminho a ser trilhado! Ele não deve ficar guardado na estante ou na gaveta. Este Boletim deve acompanhá-lo nas reuniões, nas conversas com seus colegas, com o(a) gestor(a), enfim ele é um instrumento para muitas outras descobertas.

Então, professor, nossa história, na verdade, está apenas começando!

Este é o ponto de partida. Bem-vindo ao início!

A PARTIDA:SEGUINDO NOVAS TRILHAS Professor,

Vencemos uma importante etapa do percurso.

O objetivo foi trazer todas as informações sobre o processo de avaliação ocorrido em nosso Estado, no ano de 2008.

SAEP

E 20

08

102

Referências Bibliográficas

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Este Boletim é para ser usado e compartilhado por todos os professores da escola.Aproveite-o bem!

Até a próxima...