PORT QUESTOES ENEM - Colégio Objetivo - Educação de ... · ENEM/2009 – 3 Concordo plenamente...

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ENEM/2009 – 3

Concordo plenamente com o artigo “Revolucione a salade aula”. É preciso que valorizemos o ser humano, sejaele estudante, seja professor. Acredito na importância deaprender a respeitar nossos limites e superá-los, quandopossível, o que será mais fácil se pudermos desenvolvera capacidade de relacionamento em sala de aula. Comoarquiteta, concordo com a postura de valorização doindivíduo, em qualquer situação: se procurarmos umarelação de respeito e colaboração, seguramente estare -mos criando a base sólida de uma vida melhor.

Tania Bertoluci de SouzaPorto Alegre, RS

Disponível em: <:http://www.kanitz.com.br/veja/cartas.htm>.Acesso em: 2 maio 2009 (com adaptações).

Em uma sociedade letrada como a nossa, são cons truí -dos textos diversos para dar conta das necessidadescotidianas de comunicação. Assim, para utilizar-se dealgum gênero textual, é preciso que conheçamos os seuselementos. A carta de leitor é um gênero textual quea) apresenta sua estrutura por parágrafos, organizado

pela tipologia da ordem da injunção (comando) eestilo de linguagem com alto grau de formalidade.

b) se inscreve em uma categoria cujo objetivo é o dedescrever os assuntos e temas que circularam nosjornais e revistas do país semanalmente.

c) se organiza por uma estrutura de elementos bastanteflexível em que o locutor encaminha a ampliação dostemas tratados para o veículo de comunicação.

d) se constitui por um estilo caracterizado pelo uso davariedade não-padrão da língua e tema construído porfatos políticos.

e) se organiza em torno de um tema, de um estilo e emforma de paragrafação, representando, em conjunto,as ideias e opiniões de locutores que interagemdiretamente com o veículo de comunicação.

RESOLUÇÕESQuestão 11 –– IINNEEPP

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ENEM/20094 –

José Dias precisa sair de sua casa e chegar até o traba -lho, conforme mostra o Quadro 1. Ele vai de ônibus epega três linhas: 1) de sua casa até o terminal de inte -gração entre a zona norte e a zona central; 2) deste ter -minal até outro entre as zonas central e sul; 3) desteúltimo terminal até onde trabalha. Sabe-se que há umacorrespondência numérica, nominal e cromática daslinhas que José toma, conforme o Quadro 2.

José Dias deverá, então, tomar a seguinte sequência delinhas de ônibus, para ir de casa ao trabalho:

a) L. 102 – Circular zona central – L. Vermelha.b) L. Azul – L. 101 – Circular zona norte.c) Circular zona norte – L. Vermelha – L. 100.d) L. 100 – Circular zona central – L. Azul.e) L. Amarela – L. 102 – Circular zona sul.

Comparando as figuras, que apresentam mobiliários deépocas diferentes, ou seja, a figura 1 corresponde a umprojeto elaborado por Fernando e Humberto Campana ea figura 2, a um mobiliário do reinado de D. João VI, pode-se afirmar quea) os materiais e as ferramentas usados na confecção

do mobiliário de Fernando e Humberto Campana,assim como os materiais e as ferramentas utilizadosna confecção do mobiliário do reinado de D. João VI,determinaram a estética das cadeiras.

b) as formas predominantes no mobiliário de Fernandoe Humberto Campana são complexas, enquanto queas formas do mobiliário do reinado de D. João VI sãosimples, geométricas e elásticas.

Questão 22 –– IINNEEPP

Figura 2Disponível em:<http://www.cultura.gov.br/site/wpcontent/uploads/2008/02/cadeira-real.jpg>.Acesso em: 30 abr. 2009.

Figura1Disponível em:<http://www.vemprabrotas.com.br/pcastro5/campanas/campanas.htm>. Acesso em: 24 abr. 2009.

Questão 33 –– IINNEEPP

Quadro 2

Linha 100 Circular zona sul Linha Amarela

Linha 101 Circular zona central Linha Vermelha

Linha 102 Circular zona norte Linha Azul

Quadro 1

ZONA NORTE

ZONA CENTRAL (CASA)

ZONA SUL (TRABALHO)

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ENEM/2009 – 5

c) o artesanato é o atual processo de criação de mobi -liários empregado por Fernando e Humberto Cam -pana, enquanto que o mobiliário do reinado de D.João VI foi industrial.

d) ao longo do tempo, desde o reinado de D. João VI, omobiliário foi se adaptando consoante as necessida -des humanas, a capacidade técnica e a sensibilidadeestética de uma sociedade.

e) o mobiliário de Fernando e Humberto Campana, aocontrário daquele do reinado de D. João VI, consideraprimordialmente o conforto que a cadeira pode pro -porcionar, ou seja, a função em detrimento da forma.

O poema de Manoel de Barros será utilizado para resolveras questões 4 e 5.

O apanhador de desperdícios

Uso a palavra para compor meus silêncios.Não gosto das palavrasfatigadas de informar.Dou mais respeitoàs que vivem de barriga no chãotipo água pedra sapo.Entendo bem o sotaque das águasDou respeito às coisas desimportantese aos seres desimportantes.Prezo insetos mais que aviões.Prezo a velocidadedas tartarugas mais que a dos mísseis.Tenho em mim um atraso de nascença.Eu fui aparelhadopara gostar de passarinhos.Tenho abundância de ser feliz por isso.Meu quintal é maior do que o mundo.Sou um apanhador de desperdícios:Amo os restoscomo as boas moscas.Queria que a minha voz tivesse um formatode canto.Porque eu não sou da informática:eu sou da invencionática.Só uso a palavra para compor meus silêncios.

BARROS, Manoel de. O apanhador de desperdícios. In. PINTO, Manuel da Costa. Antologia comentada da poesia

brasileira do século 21. São Paulo: Publifolha, 2006. p. 73-74.

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ENEM/20096 –

É próprio da poesia de Manoel de Barros valorizar serese coisas considerados, em geral, de menor importânciano mundo moderno. No poema de Manoel de Barros,essa valorização é expressa por meio da linguagema) denotativa, para evidenciar a oposição entre ele men -

tos da natureza e da modernidade.b) rebuscada de neologismos que depreciam elementos

próprios do mundo moderno.c) hiperbólica, para elevar o mundo dos seres insignifi -

cantes.d) simples, porém expressiva no uso de metáforas para

definir o fazer poético do eu-lírico poeta.e) referencial, para criticar o instrumentalismo técnico e

o pragmatismo da era da informação digital.

Considerando o papel da arte poética e a leitura do poe -ma de Manoel de Barros, afirma-se quea) informática e invencionática são ações que, para o

poeta, correlacionam-se: ambas têm o mesmo valorna sua poesia.

b) arte é criação e, como tal, consegue dar voz às diver -sas maneiras que o homem encontra para dar sentidoà própria vida.

c) a capacidade do ser humano de criar está condi cio -nada aos processos de modernização tecnológicos.

d) a invenção poética, para dar sentido ao desperdício,precisou se render às inovações da informática.

e) as palavras no cotidiano estão desgastadas, por issoà poesia resta o silêncio da não comunicabilidade.

Aumento do efeito estufa ameaça plantas, diz estudo.

O aumento de dióxido de carbono na atmosfera, resul -tante do uso de combustíveis fósseis e das queimadas,pode ter consequências calamitosas para o clima mun -dial, mas também pode afetar diretamente o crescimentodas plantas. Cientistas da Universidade de Basel, naSuíça, mostraram que, embora o dióxido de carbono sejaessencial para o crescimento dos vegetais, quantidadesexcessivas desse gás prejudicam a saúde das plantas etêm efeitos incalculáveis na agricultura de vários países.

O Estado de São Paulo, 20 set. 1992, p.32.

O texto acima possui elementos coesivos que promovemsua manutenção temática. A partir dessa perspectiva,conclui-se que

a) a palavra “mas”, na linha 3, contradiz a afirmaçãoinicial do texto: linhas 1 e 2.

b) a palavra “embora”, na linha 4, introduz uma expli -cação que não encontra complemento no restante dotexto.

Questão 55 –– IINNEEPP

Questão 44 –– IINNEEPP

Questão 66 –– IINNEEPP

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c) as expressões: “consequências calamitosas”, na linha2, e “efeitos incalculáveis”, na linha 6, reforçam a ideiaque perpassa o texto sobre o perigo do efeito estufa.

d) o uso da palavra “cientistas”, na linha 3, é desne -cessário para dar credibilidade ao texto, uma vez quese fala em “estudo” no título do texto.

e) a palavra “gás”, na linha 5, refere-se a “combustíveisfósseis” e “queimadas”, nas linhas 1 e 2, reforçando aideia de catástrofe.

Texto ISer brotinho não é viver em um píncaro azulado; é muitomais! Ser brotinho é sorrir bastante dos homens e rir inter -minavelmente das mulheres, rir como se o ridículo, visívelou invisível, provocasse uma tosse de riso irresistível.

CAMPOS, Paulo Mendes. Ser brotinho. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.). As cem melhores

crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 91.

Texto IISer gagá não é viver apenas nos idos do passado: émuito mais! É saber que todos os amigos já morreram eos que teimam em viver são entrevados. É sorrir, inter mi -navelmente, não por necessidade interior, mas porque aboca não fecha ou a dentadura é maior que a arcada.

FERNANDES, Millôr. Ser gagá. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.). As cem melhores

crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 225.

Os textos utilizam os mesmos recursos expressivos paradefinir as fases da vida, entre eles,a) expressões coloquiais com significados semelhantes.b) ênfase no aspecto contraditório da vida dos seres

humanos.c) recursos específicos de textos escritos em linguagem

formal.d) termos denotativos que se realizam com sentido

objetivo.e) metalinguagem que explica com humor o sentido de

palavras.

Apesar da ciência, ainda é possível acreditar no sopro divino – o momento em que o Criador deu vida até ao maisinsignificante dos micro-organismos?

Resposta de Dom Odilo Scherer, cardeal arcebispo deSão Paulo, nomeado pelo papa Bento XVI em 2007:“Claro que sim. Estaremos falando sempre que, emalgum momento, começou a existir algo, para poderevoluir em seguida. O ato do criador precede a possibi -lidade de evolução: só evolui algo que existe. Do nada,nada surge e evolui.”

LIMA, Eduardo. Testemunha de Deus. SuperInteressante, São Paulo, n. 263-A, p. 9, mar. 2009 (com adaptações).

Questão 77 –– IINNEEPP

Questão 88 –– IINNEEPP

ENEM/2009 – 7

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Resposta de Daniel Dennet, filósofo americano ateu eevolucionista radical, formado em Harvard e Doutor porOxford:“É claro que é possível, assim como se pode acreditarque um super-homem veio para a Terra há 530 milhõesde anos e ajustou o DNA da fauna cambriana, provo can -do a explosão da vida daquele período. Mas não há razãopara crer em fantasias desse tipo.”

LIMA, Eduardo. Advogado do Diabo. SuperInteressante, São Paulo, n. 263-A, p. 11, mar. 2009 (com adaptações).

Os dois entrevistados responderam a questões idênticas,e as respostas a uma delas foram reproduzidas aqui. Taisrespostas revelam opiniões opostas: um defende a exis -tência de Deus e o outro não concorda com isso. Paradefender seu ponto de vista,a) o religioso ataca a ciência, desqualificando a Teoria da

Evolução, e o ateu apresenta comprovações cien tífi casdessa teoria para derrubar a ideia de que Deus existe.

b) Scherer impõe sua opinião, pela expressão “claro quesim”, por se considerar autoridade competente paradefinir o assunto, enquanto Dennett expressa dúvida,com expressões como “é possível”, assumindo nãoter opinião formada.

c) o arcebispo critica a teoria do Design Inteligente,pondo em dúvida a existência de Deus, e o ateuargumenta com base no fato de que algo só podeevoluir se, antes, existir.

d) o arcebispo usa uma lacuna da ciência para defendera existência de Deus, enquanto o filósofo faz umaironia, sugerindo que qualquer coisa inventada po -deria preencher essa lacuna.

e) o filósofo utiliza dados históricos em sua argumen -tação, ao afirmar que a crença em Deus é algo primiti -vo, criado na época cambriana, enquanto o religiosobaseia sua argumentação no fato de que algumascoisas podem “surgir do nada”.

SOUZA, Maurício de. [Chico Bento]. O Globo, Rio de Janeiro, Segundo Caderno, 19 dez. 2008, p.7.

O personagem Chico Bento pode ser considerado umtípico habitante da zona rural, comumente chamado de“roceiro” ou “caipira”. Considerando a sua fala, essatipicidade é confirmada primordialmente pelaa) transcrição da fala característica de áreas rurais.b) redução do nome “José” para “Zé”, comum nas comu -

nidades rurais.c) emprego de elementos que caracterizam sua lingua -

gem como coloquial.d) escolha de palavras ligadas ao meio rural, incomuns

nos meios urbanos.e) utilização da palavra “coisa”, pouco frequente nas

zonas mais urbanizadas.

Questão 99 –– IINNEEPP

ENEM/20098 –

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A sociedade atual testemunha a influência determinantedas tecnologias digitais na vida do homem moderno,sobretudo daquelas relacionadas com o computador e ainternet. Entretanto, parcelas significativas da populaçãonão têm acesso a tais tecnologias. Essa limitação tempelo menos dois motivos: a impossibilidade financeira decustear os aparelhos e os provedores de acesso, e aimpossibilidade de saber utilizar o equipamento e usufruirdas novas tecnologias. A essa problemática, dá-se onome de exclusão digital.

No contexto das políticas de inclusão digital, as escolas,nos usos pedagógicos das tecnologias de informação,devem estar voltadas principalmente para

a) proporcionar aulas que capacitem os estudantes amontar e desmontar computadores, para garantir acompreensão sobre o que são as tecnologias digitais.

b) explorar a facilidade de ler e escrever textos e recebercomentários na internet para desenvolver a interativi -dade e a análise crítica, promovendo a construção doconhecimento.

c) estudar o uso de programas de processamento paraimagens e vídeos de alta complexidade para capa -citar profissionais em tecnologia digital.

d) exercitar a navegação pela rede em busca de jogosque possam ser “baixados” gratuitamente para seremutilizados como entretenimento.

e) estimular as habilidades psicomotoras relacionadasao uso físico do computador, como mouse, teclado,monitor etc.

Texto para as questões de 11 a 13.

Para falar e escrever bem, é preciso, além de co nhe -cer o padrão formal da Língua Portuguesa, saberadequar o uso da linguagem ao contexto discur si vo.Para exempli ficar este fato, seu professor de Lín guaPortuguesa con vida-o a ler o texto Aí, Gale ra, de LuísFernando Ve ríssimo. No texto, o autor brinca comsituações de dis curso oral que fogem à expectativado ouvinte.

Aí, Galera

Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereoti -pação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador defutebol dizendo “estereotipação”? E, no entanto, por quenão?– Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.– Minha saudação aos aficionados do clube e aos de -mais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seuslares.– Como é?– Aí, galera.– Quais são as instruções do técnico?

Questão 1100 –– IINNEEPP

ENEM/2009 – 9

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– Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho decontenção coordenada, com energia otimizada, na zonade preparação, aumentam as probabilidades de, recupe -rado o esférico, concatenarmos um con tra gol pe agudocom parcimônia de meios e ex trema obje tividade, valen -do-nos da desestruturação mo men tâ nea do sistemaoposto, surpreendido pela rever são inesperada do fluxoda ação.– Ahn?– É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles semcalça.– Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?– Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental,algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a umapessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, gené ticas?– Pode.– Uma saudação para a minha progenitora.– Como é?– Alô, mamãe!– Estou vendo que você é um, um...– Um jogador que confunde o entrevistador, pois nãocorresponde à expectativa de que o atleta seja um seralgo primitivo com dificuldade de expressão e assimsabota a estereotipação?– Estereoquê?– Um chato?– Isso.

(Correio Braziliense, 13/05/1998.)

O texto retrata duas situações relacionadas que fogem àexpectativa do público. São elas:a) a saudação do jogador aos fãs do clube, no início da

entrevista, e a saudação final dirigida à sua mãe.b) a linguagem muito formal do jogador, inadequada à

situação da entrevista, e um jogador que fala, comdesenvoltura, de modo muito rebuscado.

c) o uso da expressão “galera”, por parte do entrevis -tador, e da expressão “progenitora”, por parte dojogador.

d) o desconhecimento, por parte do entrevistador, dapalavra “estereotipação”, e a fala do jogador em “épra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles semcalça”.

e) o fato de os jogadores de futebol serem vítimas deestereotipação e o jogador entrevistado não corres -ponder ao estereótipo.

O texto mostra uma situação em que a linguagem usadaé inadequada ao contexto. Considerando as diferençasentre língua oral e língua escrita, assinale a opção querepresenta também uma inadequação da linguagemusada ao contexto: a) “o carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direi to”

– um pedestre que assistiu ao acidente comenta como outro que vai passando.

Questão 1111

Questão 1122

ENEM/200910 –

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b) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” – um jovem quefala para um amigo.

c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer umaobservação” – alguém comenta em uma reunião detrabalho.

d) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me aocargo de Secretária Executiva desta conceituadaempresa” – alguém que escreve uma carta candida -tando-se a um emprego.

e) “Porque se a gente não resolve as coisas como têmque ser, a gente corre o risco de termos, num futuropróximo, muito pouca comida nos lares brasileiros” –um professor universitário em um congresso inter -nacional.

A expressão “pegá eles sem calça” poderia ser subs -tituída, sem comprometimento de sentido, em línguaculta, formal, por:a) pegá-los na mentira. b) pegá-los desprevenidos.c) pegá-los em flagrante. d) pegá-los rapidamente.e) pegá-los momentaneamente.

A discussão sobre gramática na classe está “quen te”.Será que os brasileiros sabem gramática? A profes -sora de Português propõe para debate o seguintetexto:

PRA MIM BRINCARNão há nada mais gostoso do que o mim sujeito de

verbo no infinito. Pra mim brincar. As cariocas que nãosabem gramática falam assim. Todos os brasileiros de -viam de querer falar como as cariocas que não sabemgramática.

– As palavras mais feias da língua portuguesa sãoquiçá, alhures e miúde.

(BANDEIRA, Manuel. Seleta em prosa e verso.Org: Emanuel de Moraes. 4ª ed. Rio de Janeiro,

José Olympio, 1986. Pág. 19)

Com a orientação da professora e após o debate sobre otexto de Manuel Bandeira, os alunos chegaram à se guinteconclusão:a) Uma das propostas mais ousadas do Modernismo foi

a busca da identidade do povo brasileiro e o registro,no texto literário, da diversidade das falas brasileiras.

b) Apesar de os modernistas registrarem as falas regio -nais do Brasil, ainda foram preconceituosos em rela -ção às cariocas.

c) A tradição dos valores portugueses foi a pauta temá -tica do movimento modernista.

d) Manuel Bandeira e os modernistas brasileiros exal -taram em seus textos o primitivismo da nação brasi -leira.

e) Manuel Bandeira considera a diversidade dos falaresbrasileiros uma agressão à Língua Portuguesa.

Questão 1133

Questão 1144

ENEM/2009 – 11

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Texto para as questões 15 e 16.

Amor é fogo que arde sem se ver;é ferida que dói e não se sente;é um contentamento descontente;é dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;é solitário andar por entre a gente;é nunca contentar-se de contente;é cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;é servir a quem vence, o vencedor;é ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favornos corações humanos amizade,se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões

O poema tem, como característica, a figura de lingua gemdenominada antítese, relação de oposição de pa lavrasou ideias. Assinale a opção em que essa oposi ção se fazclaramente presente.

a) “Amor é fogo que arde sem se ver.”b) “É um contentamento descontente.”c) “É servir a quem vence, o vencedor.”d) “Mas como causar pode seu favor.”e) “Se tão contrário a si é o mesmo Amor?”

O poema pode ser considerado como um texto:

a) argumentativo. b) narrativo. c) épico.d) de propaganda. e) teatral.

Texto para as questões 17 e 18.

Em uma disputa por terras, em Mato Grosso do Sul,dois depoimentos são colhidos: o do pro prie tário deuma fazenda e o de um integrante do Mo vimento dosTrabalhadores Rurais sem Terras:

Depoimento 1A minha propriedade foi conseguida com muito sa cri fíciopelos meus antepassados. Não admito invasão. Es sagente não sabe de nada. Estão sendo manipu lados peloscomunistas. Minha resposta será à bala. Esse povo temque saber que a Constituição do Brasil garante apropriedade privada. Além disso, se esse governo quiseras minhas terras para a Reforma Agrária terá que pagar,em dinheiro, o valor que eu quero.

(proprietário de uma fazenda no Mato Grosso do Sul)

Questão 1166

Questão 1155

ENEM/200912 –

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Depoimento 2Sempre lutei muito. Minha família veio para a cidadeporque fui despedido quando as máquinas chegaram lána Usina. Seu moço, acontece que eu sou um homem daterra. Olho pro céu, sei quando é tempo de plantar e decolher. Na cidade não fico mais. Eu quero um peda ço deterra, custe o que custar. Hoje eu sei que não es tousozinho. Aprendi que a terra tem um valor social. Ela éfeita para produzir alimento. O que o homem co me vemda terra. O que é duro é ver que aqueles que possuemmuita terra e não dependem dela para sobreviver, poucose preocupam em produzir nela.

(integrante do Movimento dos Trabalhadores RuraisSem Terra (MST), de Corumbá – MS)

A partir da leitura do depoimento 1, os argumentos uti li -zados para defender a posição do proprietário deterras são:I. A Constituição do país garante o direito à proprie -

dade privada, portanto, invadir terras é crime.II. O MST é um movimento político controlado por par -

tidos políticos.III. As terras são o fruto do árduo trabalho das famílias

que as possuem.IV. Este é um problema político e depende unicamente

da decisão da justiça.

Estão corretas as proposições:

a) I, apenas. b) I e IV, apenas.c) II e IV, apenas. d) I, II e III, apenas.e) I, III e IV, apenas.

A partir da leitura do depoimento 2, quais os argu men tosutilizados para defender a posição de um traba lha dorrural sem terra?I. A distribuição mais justa da terra no país está sendo

resolvida, apesar de que muitos ainda não têm aces -so a ela.

II. A terra é para quem trabalha nela e não para quema acumula como bem material.

III. É necessário que se suprima o valor social da terra.IV. A mecanização do campo acarreta a dispensa de

mão-de-obra rural.

Estão corretas as proposições:a) I, apenas. b) II, apenas.c) II e IV, apenas. d) I, II e III, apenas.e) III, I e IV, apenas.

Questão 1188

Questão 1177

ENEM/2009 – 13

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Para explicar o fenômeno que ocorreu com a populaçãode veados após a interferência do homem, o mesmo estu -dan te elaborou as seguintes hipóteses e/ou conclu sões:I. lobos, pumas e coiotes não eram, certamente, os

únicos e mais vorazes predadores dos veados;quando estes predadores, até então desper ce bidos,foram favorecidos pela eliminação de seus com -petidores, aumentaram numericamente e qua sedizimaram a população de veados.

II. a falta de alimentos representou para os veados ummal menor que a predação.

III. ainda que a atuação dos predadores pudesse re pre -sentar a morte para muitos veados, a predação de -monstrou-se um fator positivo para o equilíbrio di nâ- mico e sobrevivência da população como um todo.

IV. a morte dos predadores acabou por permitir um cres - cimento exagerado da população de veados, is to le -vou à degradação excessiva das pastagens, tan tope lo consumo excessivo como pelo seu pisotea -mento.

O estudante, desta vez, acertou se indicou as alter na ti vas:a) I, II, III e IV. b) I, II e III, apenas.c) I, II e IV, apenas. d) II e III, apenas.e) III e IV, apenas.

Você está estudando o abolicionismo no Brasil e fi -cou perplexo ao ler o seguinte documento:

Texto 1Discurso do deputado baiano Jerônimo Sodré Pereira –Brasil 1879No dia 5 de março de 1879, o deputado baiano Jerô ni moSodré Pereira, discursando na Câmara, afirmou que erapreciso que o poder público olhasse para a condição deum milhão de brasileiros, que jazem ainda no cativei ro.Nessa altura do discurso foi aparteado por um depu ta doque disse: “BRASILEIROS, NÃO”.

Em seguida, você tomou conhecimento da exis tên ciado Projeto Axé (Bahia), nos seguintes termos:

Texto 2Projeto Axé, Lição de cidadania – 1998 – BrasilNa língua africana lorubá, axé significa força mágica. EmSalvador, Bahia, o Projeto Axé conseguiu fazer, em ape -nas três anos, o que sucessivos governos não foramcapazes: a um custo dez vezes inferior ao de projetosgovernamentais, ajuda meninos e meninas de rua a cons -truírem projetos de vida, transformando-os de pi ve tes emcidadãos.A receita do Axé é simples: competência pedagógica,administração eficiente, respeito pelo menino, incen ti vo,formação e bons salários para os educadores. Cria do em1991 pelo advogado e pedagogo italiano Cesare de FlorioLa Rocca, o Axé atende hoje a mais de duas mil criançase adolescentes.

Questão 1199

ENEM/200914 –

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A cultura afro, forte presença na Bahia, dá o tom doProjeto Erê (entidade criança do candomblé), a parte cul -tu ral do Axé. Os meninos participam da banda mirim doOlodum, do Ilé Ayê e de outros blocos, jogam capoeira etêm um grupo de teatro.Todas as atividades são remuneradas. Além da bolsa se -manal, as crianças têm alimentação, uniforme e vale-transporte.

Com a leitura dos dois textos, você descobriu que a ci da -dania:a) jamais foi negada aos cativos e seus descendentes.b) foi obtida pelos ex-escravos tão logo a abolição fora

de cretada.c) não era incompatível com a escravidão.d) ainda hoje continua incompleta para milhões de bra -

si leiros.e) consiste no direito de eleger deputados.

SONETO DE FIDELIDADEDe tudo ao meu amor serei atentoAntes e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momentoE em seu louvor hei de espalhar meu cantoE rir meu riso e derramar meu prantoAo seu pesar ou ao seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procureQuem sabe a morte, angústia de quem viveQuem sabe a solidão, fim de quem ama.

Eu possa me dizer do amor (que tive):Que não seja imortal, posto que é chamaMas que seja infinito enquanto dure.

(MORAES, Vinícius de. Antologia poética. São Paulo: Cia das Letras, 1992)

A palavra mesmo pode assumir diferentes signifi cados,de acordo com a sua função na frase. Assinale a alter -nativa em que o sentido de mesmo equivale ao que severifica no 3º verso da 1ª estrofe do poema de Viníciusde Moraes.a) "Pai, para onde fores, / irei também trilhando as mes -

mas ruas..." (Augusto dos Anjos)b) "Agora, como outrora, há aqui o mesmo contraste

da vida interior, que é modesta, com a exterior, que éruidosa." (Machado de Assis)

c) "Havia o mal, profundo e persistente, para o qual oremédio não surtiu efeito, mesmo em dosesvariáveis." (Raimundo Faoro)

d) "Mas, olhe cá, Mana Glória, há mesmo neces sidadede fazê-lo padre?" (Machado de Assis)

e) "Vamos de qualquer maneira, mas vamos mesmo."(Aurélio)

Questão 2211

Questão 2200

ENEM/2009 – 15

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(QUINO. Mafalda inédita. São Paulo: Martins Fontes, 1993)

Observando as falas das personagens, analise o empre -go do pronome SE e o sentido que adquire no contexto.No contexto da narrativa, é correto afirmar que o pro nomeSE,

a) em I, indica reflexividade e equivale a “a si mesmas”.b) em II, indica reciprocidade e equivale a “a si mesma”.c) em III, indica reciprocidade e equivale a “umas às ou -

tras”.d) em I e III, indica reciprocidade e equivale a “umas às

ou tras”.e) em II e III, indica reflexividade e equivale a “a si mes -

ma” e “a si mesmas”, respectivamente.

Considere os textos abaixo.(...) de modo particular, quero encorajar os crentes em -penhados no campo da filosofia para que iluminem osdiversos âmbitos da atividade humana, graças ao exer -cício de uma razão que se torna mais segura e pers picazcom o apoio que recebe da fé.

(Papa João Paulo II. Carta Encíclica Fides et Ratio aos bispos da igreja católica sobre as

relações entre fé e razão, 1998)

As verdades da razão natural não contradizem as ver -dades da fé cristã.

(São Tomás de Aquino – pensador medieval)

Refletindo sobre os textos, pode-se concluir quea) a encíclica papal está em contradição com o pensa -

mento de São Tomás de Aquino, refletindo a diferençade épocas.

b) a encíclica papal procura complementar São Tomásde Aquino, pois este colocava a razão natural acimada fé.

c) a Igreja medieval valorizava a razão mais do que aencíclica de João Paulo II.

d) o pensamento teológico teve sua importância naIdade Média, mas, em nossos dias, não tem relaçãocom o pensamento filosófico.

e) tanto a encíclica papal como a frase de São Tomás deAquino procuram conciliar os pensamentos sobre fé erazão.

Questão 2222

Questão 2233

ENEM/200916 –

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(...) Depois de longas investigações, convenci-me por fim deque o Sol é uma estrela fixa rodeada de planetas que giram emvolta dela e de que ela é o centro e a chama. Que, além dosplanetas principais, há outros de segunda ordem que circulamprimeiro como satélites em redor dos planetas principais e comestes em redor do Sol. (...) Não duvido de que os matemáticossejam da minha opinião, se quiserem dar-se ao trabalho detomar conhecimento, não superficial mente mas duma maneiraaprofundada, das demonstrações que darei nesta obra. Sealguns homens ligeiros e ignorantes quiserem cometer contramim o abuso de invocar alguns passos da Escritura (sagrada),a que torçam o sentido, desprezarei os seus ataques: as ver da -des matemáticas não devem ser julgadas senão por matemáticos.

(COPÉRNICO, N. De Revolutionibus orbium caelestium.)

Aqueles que se entregam à prática sem ciência são como onavegador que embarca em um navio sem leme nem bússola.Sempre a prática deve fundamentar-se em boa teoria. Antes defazer de um caso uma regra geral, experimente-o duas ou trêsvezes e verifique se as experiências produzem os mesmosefeitos. Nenhuma investigação humana pode se considerar ver -dadeira ciência se não passa por demons trações matemáticas.

(VINCI, Leonardo da. Carnets.)

O aspecto a ser ressaltado em ambos os textos paraexemplificar o racionalismo moderno éa) a fé como guia das descobertas.b) o senso crítico para se chegar a Deus.c) a limitação da ciência pelos princípios bíblicos.d) a importância da experiência e da observação.e) o princípio da autoridade e da tradição.

Diante da visão de um prédio com uma placa indicandoSAPATARIA PAPALIA, um jovem deparou com a dúvida:como pronunciar a palavra PAPALIA?

Levado o problema à sala de aula, a discussão girou emtorno da utilidade de conhecer as regras de acentuaçãoe, especialmente, do auxílio que elas podem dar à corretapronúncia de palavras.Após discutirem pronúncia, regras de acentuação eescrita, três alunos apresentaram as seguintes conclu -sões a respeito da palavra PAPALIA:

Questão 2255

Questão 2244

ENEM/2009 – 17

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I. Se a sílaba tônica for o segundo PA, a escrita deveriaser PAPÁLIA, pois a palavra seria paroxítona termi -nada em ditongo crescente.

II. Se a sílaba tônica for LI, a escrita deveria ser PAPALÍA,pois "i" e "a" estariam formando hiato.

III.Se a sílaba tônica for LI, a escrita deveria ser PAPALIA,pois não haveria razão para o uso de acento gráfico.

A conclusão está correta apenas em:

a) I b) II c) III d) I e II e) I e III

Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta per -nambucano, sobre a função de seus textos:“Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta,contato denso; falo somente do que falo: a vida seca,áspera e clara do sertão; falo somente por quem falo:o homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e namíngua. Falo somente para quem falo: para os queprecisam ser alertados para a situação da miséria noNordeste.”Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário,

a) a linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala doautor deve denunciar o fato social para determinadosleitores.

b) a linguagem do texto não deve ter relação com otema, e o autor deve ser imparcial para que seu textoseja lido.

c) o escritor deve saber separar a linguagem do tema ea perspectiva pessoal da perspectiva do leitor.

d) a linguagem pode ser separada do tema, e o escritordeve ser o delator do fato social para todos os leitores.

e) a linguagem está além do tema, e o fato social deveser a proposta do escritor para convencer o leitor.

Quem não passou pela experiência de estar lendo umtexto e defrontar-se com passagens já lidas em outros?Os textos conversam entre si em um diálogo cons tante.Esse fenômeno tem a denominação de inter textualidade.Leia os seguintes textos:

I. Quando nasci, um anjo tortoDesses que vivem na sombraDisse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia.Rio de Janeiro: Aguilar, 1964)

II. Quando nasci veio um anjo safadoO chato dum querubimE decretou que eu tava predestinadoA ser errado assimJá de saída a minha estrada entortouMas vou até o fim.

(BUARQUE, Chico. Letra e Música.

São Paulo: Cia das Letras, 1989)

Questão 2277

Questão 2266

ENEM/200918 –

PORT_QUESTOES_ENEM 31.07.09 14:00 Página 18

III. Quando nasci um anjo esbeltoDesses que tocam trombeta, anunciou:Vai carregar bandeira.Carga muito pesada pra mulherEsta espécie ainda envergonhada.

(PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)

Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertex tua -lidade, em relação a Carlos Drummond de Andrade, por

a) reiteração de imagens. b) oposição de ideias.c) falta de criatividade.d) negação dos versos.e) ausência de recursos.

E considerei a glória de um pavão ostentando o es plendorde suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros,e descobri que aquelas cores todas não existem na penado pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculasbolhas d'água em que a luz se fragmenta, como em umprisma. O pavão é um arco-íris de plumas.Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingiro máximo de matizes com o mínimo de elementos. Deágua e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é asimplicidade.Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! Minha ama da;de tudo que ele suscita e esplende e estremece e deliraem mim existem apenas meus olhos recebendo a luz deteu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.

(BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 20.ed.)

O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu assimsobre a obra de Rubem Braga:

O que ele nos conta é o seu dia, o seu expediente dehomem, apanhado no essencial, narrativa direta e eco -nômica. (...) É o poeta do real, do palpável, que se vaidiluindo em cisma. Dá o sentimento da realidade e oremédio para ela.

Em seu texto, Rubem Braga afirma que "este é o luxo dogrande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimode elementos". Afirmação semelhante pode ser encon -trada no texto de Carlos Drummond de Andrade, quando,ao analisar a obra de Braga, diz que ela é

a) uma narrativa direta e econômica.b) real, palpável.c) sentimento de realidade.d) seu expediente de homem.e) seu remédio.

Questão 2288

ENEM/2009 – 19

PORT_QUESTOES_ENEM 31.07.09 14:00 Página 19

Ferreira Gullar, um dos grandes poetas brasileiros daatualidade, é autor de “Bicho urbano”, poema sobre a suarelação com as pequenas e grandes cidades.

Bicho urbano

Se disser que prefiro morar em Pirapemasou em outra qualquer pequena cidade do paísestou mentindoainda que lá se possa de manhãlavar o rosto no orvalhoe o pão preserve aquele brancosabor de alvorada......................................................................A natureza me assusta.Com seus matos sombrios suas águassuas aves que são como apariçõesme assusta quase tanto quantoesse abismode gases e de estrelasaberto sob minha cabeça.

(GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1991)

Embora não opte por viver numa pequena cidade, o poetareconhece elementos de valor no cotidiano das pequenascomunidades. Para expressar a relação do homem comalguns desses elementos, ele recorre à sinestesia, cons -trução de linguagem em que se mesclam impressõessensoriais diversas. Assinale a opção em que se observaesse recurso.

a) “e o pão preserve aquele branco / sabor de alvorada.”b) “ainda que lá se possa de manhã / lavar o rosto no

orvalho”c) “A natureza me assusta. / Com seus matos sombrios

suas águas”d) “suas aves que são como aparições / me assusta

quase tanto quanto”e) “me assusta quase tanto quanto / esse abismo / de

gases e de estrelas”

Questão 2299

ENEM/200920 –

PORT_QUESTOES_ENEM 31.07.09 14:00 Página 20

Em uma conversa ou leitura de um texto, corre-se o riscode atribuir um significado inadequado a um termo ouexpressão, e isso pode levar a certos resultados ines pe -rados, como se vê nos quadrinhos abaixo.

(SOUZA, Maurício de. Chico Bento. Rio de Janeiro: Ed. Globo, nº 335, Nov./99)

Nessa historinha, o efeito humorístico origina-se de umasituação criada pela fala da Rosinha no primeiro quadri -nho, que é:

a) Faz uma pose bonita!b) Quer tirar um retrato?c) Sua barriga está aparecendo!d) Olha o passarinho!e) Cuidado com o flash!

“Precisa-se nacionais sem nacionalismo, (...) mo -vidos pelo presente mas estalando naquele cio ra cialque só as tradições maduram! (...). Precisa-se gentescom bastante meiguice no sentimento, bastante forçana peitaria, bastante paciência no entusiasmo esobretudo, oh! sobretudo bastante vergonha na cara! (...) Enfim: precisa-se brasileiros! Assim está escritono anúncio vistoso de cores desesperadas pintadosobre o corpo do nosso Brasil, camaradas.”

(Jornal A Noite, São Paulo, 18/12/1925 apud LOPES, TelêPorto Ancona. Mário de Andrade: ramais e caminhos.

São Paulo: Duas Cidades, 1972)

No trecho acima, Mário de Andrade dá forma a um dositens do ideário modernista, que é o de firmar a feiçãode uma língua mais autêntica, “brasileira”, ao expres -sar-se numa variante de linguagem popular identificadapela (o):

a) escolha de palavras como cio, peitaria, vergonha.b) emprego da pontuação.c) repetição do adjetivo bastante.d) concordância empregada em Assim está escrito.e) escolha de construção do tipo precisa-se gentes.

Questão 3300

Questão 3311

ENEM/2009 – 21

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“Poética”, de Manuel Bandeira, é quase um manifesto domovimento modernista brasileiro de 1922. No poema, oautor elabora críticas e propostas que representam opensamento estético predominante na época.

Poética

Estou farto do lirismo comedidoDo lirismo bem comportadoDo lirismo funcionário público com livro de ponto expediente

[protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.

Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário[o cunho vernáculo de um vocábulo

Abaixo os puristas........................................................................................

Quero antes o lirismo dos loucosO lirismo dos bêbedosO lirismo difícil e pungente dos bêbedosO lirismo dos clowns de Shakespeare

— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.(BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa.

Rio de Janeiro. Aguilar, 1974)

Com base na leitura do poema, podemos afirmar correta -mente que o poeta:

a) critica o lirismo louco do movimento modernista.b) critica todo e qualquer lirismo na literatura.c) propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico.d) propõe o retorno ao lirismo do movimento romântico.e) propõe a criação de um novo lirismo.

O texto abaixo foi extraído de uma crônica de Machadode Assis e refere-se ao trabalho de um escravo.

“Um dia começou a guerra do Paraguai e durou cincoanos, João repicava e dobrava, dobrava e repicava pelosmortos e pelas vitórias. Quando se decretou o ventre li vredos escravos, João é que repicou. Quando se fez a abo -lição completa, quem repicou foi João. Um dia pro cla mou-se a República. João repicou por ela, repicaria peloImpério, se o Império retornasse.”

(MACHADO, Assis de. Crônica sobre a morte do escravo João, 1897)

A leitura do texto permite afirmar que o sineiro João:

a) por ser escravo tocava os sinos, às escondidas, quan -do ocorriam fatos ligados à Abolição.

b) não poderia tocar os sinos pelo retorno do Império,vis to que era escravo.

c) tocou os sinos pela República, proclamada pelos abo -li cionistas que vieram libertá-lo.

d) tocava os sinos quando ocorriam fatos marcantes por -que era costume fazê-lo.

e) tocou os sinos pelo retorno do Império, co me mo ran doa volta da Princesa Isabel.

Questão 3322

Questão 3333

ENEM/200922 –

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Texto para as questões 34 e 35.

O autor do texto abaixo critica, ainda que em linguagemmetafórica, a sociedade contemporânea em relação aosseus hábitos alimentares.

“Vocês que têm mais de 15 anos, se lembram quando agente comprava leite em garrafa, na leiteria da esquina?(...)Mas vocês não se lembram de nada, pô! Vai ver nemsabem o que é vaca. Nem o que é leite. Estou falandoisso porque agora mesmo peguei um pacote de leite –leite em pacote, imagina, Tereza! – na porta dos fundos eestava escrito que é pasterizado, ou pasteurizado, sei lá,tem vitamina, é garantido pela embromatologia, foienriquecido e o escambau.Será que isso é mesmo leite? No dicionário diz que leiteé outra coisa: ʻLíquido branco, contendo água, proteína,açúcar e sais mineraisʼ. Um alimento pra ninguém botardefeito. O ser humano o usa há mais de 5.000 anos. É oúnico alimento só alimento. A carne serve pro animalandar, a fruta serve pra fazer outra fruta, o ovo serve prafazer outra galinha (...) O leite é só leite. Ou toma ou botafora.Esse aqui examinando bem, é só pra botar fora. Temchumbo, tem benzina, tem mais água do que leite, temserragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trásdesse negócio.Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninosnão gostem de leite. Mas, como não gostam? Não gos tamcomo? Nunca tomaram! Múúúúúúú!”

(FERNANDES, Millôr. O Estado de S. Paulo, 22 de agosto de 1999)

ENEM/2009 – 23

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A crítica do autor é dirigida:

a) ao desconhecimento, pelas novas gerações, da im -por tância do gado leiteiro para a economia nacional.

b) à diminuição da produção de leite após o de sen vol -vi mento de tecnologias que têm substituído os pro -dutos naturais por produtos artificiais.

c) à artificialização abusiva de alimentos tradicionais,com perda de critério para julgar sua qualidade esa bor.

d) à permanência de hábitos alimentares a partir darevolução agrícola e da domesticação de animaisiniciada há 5.000 anos.

e) à importância dada ao pacote de leite para a con ser -vação de um produto perecível e que necessita deaper feiçoamento tecnológico.

A palavra embromatologia usada pelo autor é:

a) um termo científico que significa estudo dos bro ma -tos.

b) uma composição do termo de gíria “embromação”(enganação) com bromatologia, que é o estudo dosali mentos.

c) uma junção do termo de gíria “embromação” (en ga -na ção) com lactologia, que é o estudo das em ba la -gens para leite.

d) um neologismo da química orgânica que significa atéc nica de retirar bromatos dos laticínios.

e) uma corruptela de termo da agropecuária quesignifica a ordenha mecânica.

Questão 3355

Questão 3344

ENEM/200924 –

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Em muitos jornais, encontramos charges, quadrinhos, ilus -trações, inspirados nos fatos noticiados. Veja um exemplo:

(Jornal doCommercio,22/8/93)

O texto que se refere a uma situação semelhante à queinspirou a charge é:

a) Descansem o meu leito solitárioNa floresta dos homens esquecida,À sombra de uma cruz, e escrevam nela – Foi poeta – sonhou – e amou na vida.

(AZEVEDO, Álvares de. Poesias escolhidas. Rio deJaneiro/Brasília: José Aguilar/INL,1971)

b) Essa cova em que estásCom palmos medida,é a conta menorque tiraste em vida.É de bom tamanho,Nem largo nem fundo,É a parte que te cabe deste latifúndio.

(MELO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina e outros poemas em voz alta.

Rio de Janeiro: Sabiá, 1967)

c) Medir é a medidamedeA terra, medo do homem, a lavra;lavraduro campo, muito cerco, vária várzea.

(CHAMIE, Mário. Sábado na hora da escutas. São Paulo: Summums, 1978)

d) Vou contar para vocêsum caso que sucedeuna Paraíba do Nortecom um homem que se chamavaPedro João Boa-Morte,lavrador de Chapadinha:talvez tenha morte boaporque vida ele não tinha.

(GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983)

e) Trago-te flores, – restos arrancados Da terra que nos viu passarE ora mortos nos deixa e separados.

(ASSIS, Machado de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 1986)

Questão 3366

ENEM/2009 – 25

PORT_QUESTOES_ENEM 31.07.09 14:00 Página 25

O uso do pronome átono no início das frases é destacadopor um poeta e por um gramático nos textos abaixo.

Pronominais

Dê-me um cigarroDiz a gramáticaDo professor e do alunoE do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom brancoda Nação BrasileiraDizem todos os diasDeixa disso camaradaMe dá um cigarro

(ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos.São Paulo: Nova Cultural, 1988)

“Iniciar a frase com pronome átono só é lícito naconv ersação familiar, despreocupada, ou na línguaescrita quando se deseja reproduzir a fala dospersonagens (...).”

(CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática dalíngua portuguesa. São Paulo: Nacional, 1980)

Comparando a explicação dada pelos autores sobre essaregra, pode-se afirmar que ambos:

a) condenam essa regra gramatical.b) acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa

regra.c) criticam a presença de regras na gramática.d) afirmam que não há regras para uso de pronomes.e) relativizam essa regra gramatical.

Questão 3377

ENEM/200926 –

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O trecho a seguir é parte do poema “Mocidade e morte”,do poeta romântico Castro Alves:

Oh! eu quero viver, beber perfumesNa flor silvestre, que embalsama os ares;Ver minhʼalma adejar pelo infinito,Qual branca vela nʼamplidão dos mares.No seio da mulher há tanto aroma...Nos seus beijos de fogo há tanta vida...— Árabe errante, vou dormir à tardeÀ sombra fresca da palmeira erguida.

Mas uma voz responde-me sombria:Terás o sono sob a lájea fria.

(ALVES, Castro. Os melhores poemas de Castro Alves.Seleção de Lêdo Ivo. São Paulo: Global, 1983.)

Esse poema, como o próprio título sugere, aborda o in -conformismo do poeta com a antevisão da morte pre -matura, ainda na juventude.

A imagem da morte aparece na palavra

a) embalsama. b) infinito. c) amplidão.d) dormir. e) sono.

O problema enfrentado pelo migrante e o sen ti do daexpressão “sustança” expressos nos qua drinhos, podemser, respectivamente, rela cionados a

a) rejeição / alimentos básicos.b) discriminação / força de trabalho.c) falta de compreensão / matérias-primas.d) preconceito / vestuário.e) legitimidade / sobrevivência.

Questão 3399

Questão 3388

ENEM/2009 – 27

PORT_QUESTOES_ENEM 31.07.09 14:00 Página 27

O mundo é grande

O mundo é grande e cabeNesta janela sobre o mar.O mar é grande e cabeNa cama e no colchão de amar.O amor é grande e cabeNo breve espaço de beijar.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.)

Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: areiteração de determinadas construções e expressõeslinguísticas, como o uso da mesma conjunção paraestabelecer a relação entre as frases. Essa conjunçãoestabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido de

a) oposição. b) comparação.c) conclusão. d) alternância.e) finalidade.

Os provérbios constituem um produto da sabedoriapopular e, em geral, pretendem transmitir um en sina -mento. A alternativa em que os dois provérbios reme tema ensinamentos semelhantes é:

a) “Quem diz o que quer, ouve o que não quer” e “Quemama o feio, bonito lhe parece”.

b) “Devagar se vai ao longe” e “De grão em grão, agalinha enche o papo”.

c) “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando” e“Não se deve atirar pérolas aos porcos”.

d) “Quem casa quer casa” e “Santo de casa não fazmilagre”.

e) “Quem com ferro fere, com ferro será ferido” e “Casade ferreiro, espeto de pau”.

Questão 4411

Questão 4400

ENEM/200928 –

PORT_QUESTOES_ENEM 31.07.09 14:00 Página 28

Murilo Mendes, em um de seus poemas, dialoga com acarta de Pero Vaz de Caminha:

“A terra é mui graciosa,Tão fértil eu nunca vi.A gente vai passear,No chão espeta um caniço,No dia seguinte nasceBengala de castão de oiro.Tem goiabas, melancias,Banana que nem chuchu.Quanto aos bichos, tem-nos muito,De plumagens mui vistosas.Tem macaco até demaisDiamantes tem à vontadeEsmeralda é para os trouxas.Reforçai, Senhor, a arca,Cruzados não faltarão,Vossa perna encanareis,Salvo o devido respeito.Ficarei muito saudosoSe for embora daqui”.

(MENDES, Murilo. Murilo Mendes – poesia completa e prosa.Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.)

Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nessepoema, criando um efeito de contraste, como ocorre em:

a) A terra é mui graciosa / Tem macaco até demaisb) Salvo o devido respeito / Reforçai, Senhor, a arcac) A gente vai passear / Ficarei muito saudosod) De plumagens mui vistosas / Bengala de castão de

oiroe) No chão espeta um caniço / Diamantes tem à vontade

Questão 4422

ENEM/2009 – 29

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Oxímoro (ou paradoxo) é uma construção textual queagrupa significados que se excluem mutuamente. ParaGarfield, a frase de saudação de Jon (tirinha abaixo)expressa o maior de todos os oxímoros.

Nas alternativas abaixo, estão transcritos versos retira -dos do poema “O operário em construção”. Pode-seafirmar que ocorre um oxímoro em

a) “Era ele que erguia casasOnde antes só havia chão.”

b) “… a casa que ele faziaSendo a sua liberdadeEra a sua escravidão.”

c) “Naquela casa vaziaQue ele mesmo levantaraUm mundo novo nasciaDe que sequer suspeitava.”

d) “…o operário faz a coisaE a coisa faz o operário.”

e) “Ele, um humilde operárioUm operário que sabiaExercer a profissão.”

(MORAES, Vínícius de. Antologia Poética. São Paulo:Companhia das Letras, 1992.)

Questão 4433

ENEM/200930 –

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Nas conversas diárias, utiliza-se frequentemente apalavra “próprio” e ela se ajusta a várias situações. Leiaos exemplos de diálogos:I – A Vera se veste diferente!

– É mesmo, é que ela tem um estilo próprio.

II – A Lena já viu esse filme uma dezena de vezes! Eunão consigo ver o que ele tem de tão maravilhosoassim.– É que ele é próprio para adolescente.

III – Dora, o que eu faço? Ando tão preocupada com oFabinho! Meu filho está impossível!– Relaxa, Tânia! É próprio da idade. Com o tempo,ele se acomoda.

Nas ocorrências I, II e III, “próprio” é sinônimo de, respec -tivamente,

a) adequado, particular, típico.b) peculiar, adequado, característico.c) conveniente, adequado, particular.d) adequado, exclusivo, conveniente.e) peculiar, exclusivo, característico.

No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a perso na gem,critica sutilmente um outro estilo de época: o romantismo.

“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseisanos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e,com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhecoubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas dotempo, porque isto não é romance, em que o autorsobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas eespinhas; mas também não digo que lhe maculasse orosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca,saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço,precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo,para os fins secretos da criação.”

(ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957.)

A frase do texto em que se percebe a crítica do nar radorao romantismo está transcrita na alternativa:

a) ... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos àssardas e espinhas ...

b) ... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça ...c) Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia

daquele feitiço, precário e eterno, ...d) Naquele tempo contava apenas uns quinze ou de zes -

seis anos ...e) ... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins

secretos da criação.

Questão 4455

Questão 4444

ENEM/2009 – 31

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ENEM/200932 –

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ENEM/2009 – 33

Teste defeituoso, sem resposta; resposta oficial: EHabilidade requerida: “1 – Identificar as diferentes lingua -gens e seus recursos expressivos como elementos decaracterização dos sistemas de comunicação”.

Este teste, a rigor, não tem resposta, pois todas as alter -nativas nele propostas são defeituosas, inclusive aquelaque apresenta menos problemas e foi dada como corretano gabarito oficial. De fato, cartas de leitores não são umgênero de texto com características fixas, não têm neces -sariamente de ser estruturadas em parágrafos e, emborageralmente se restrinjam a um único tema, podem referir-sea vários. Além disso, é muito imprecisa a afirmação de quetal tipo de texto se organiza “em torno de um estilo” e émais do que imprecisa – é inadequada e desorientadora –a designação do autor da carta como “locutor”! Erros das demais alternativas: a) os parágrafos, numa cartade leitor, não se organizam de nenhuma forma determinada,muito menos pela mal descrita “tipologia da ordem da in -jun ção (comando)” (expressão que deve referir-se à propo -sição temática no início do parágrafo, também chamadatópico frasal); além disso, tais cartas não costumam apre -sentar “estilo de linguagem com alto grau de formalidade”,embora tal estilo ocorra até com frequência em textos deleitores que confundem formalidade e rebuscamento comboa redação; b) o objetivo de cartas de leitor não é “des -crever os assuntos e temas que circularam nos jornais erevistas do país semanalmente”, mas sim comentar taisassuntos, temas e as opiniões de jornais e revistas sobreeles; c) não se trata, em tais cartas, de “ampliação dostemas” jornalísticos, mas sim de comentários e obser -vações sobre eles; d) em tais cartas tanto se pode empregara “variedade padrão” da língua, ou seja, o seu registro culto,como se pode comentar tema que não seja “construído(sic) por fatos políticos”.

Habilidade requerida: “2 – Recorrer aos conhecimentossobre as linguagens dos sistemas de comunicação einformação para resolver problemas sociais”.

Esperava-se que o estudante percebesse o roteiro neces -sário de um trabalhador que, para chegar ao local detrabalho, parte da zona norte, através da linha circular zonanorte, chegando por ela ao centro, de onde, através da linhacircular centro, atinge a zona sul.Resposta: C

Habilidade requerida: “13 – Analisar as diversas produçõesartísticas como meio de explicar diferentes culturas,padrões de beleza e preconceitos.”

O estudante deveria perceber que as diferenças entre osdois móveis apresentados são devidas a um complexo defatores de natureza histórica, cultural e estética.Resposta: D

Habilidade requerida: “15 – Estabelecer relações entre otexto literário e o momento de sua produção, situandoaspectos do contexto histórico, social e político”.

O texto apresenta a linguagem programaticamente simplesde Manuel de Barros, mas tal simplicidade não descarta ouso de metáforas: “palavras... fatigadas... de barriga nochão...”, “sotaque das águas”, etc. Todo o poema é meta -linguístico, pois se refere à própria linguagem – espe -cificamente, ao tipo de linguagem poética que o eu-líricodiz privilegiar. A alternativa a não está correta porque otexto está carregado de linguagem conotativa e o seu temanão se restringe à “oposição entre elementos da naturezae da modernidade”Resposta: D

Habilidade requerida: “17 – Reconhecer a presença devalores sociais e humanos atualizáveis e permanentes nopatrimônio literário nacional”.

Do neologismo “invencionática” o estudante deveria con -cluir que, para o eu-lírico, poesia é invenção, ou seja,criação. Quanto à conclusão de que a poesia – ou a arte emgeral, como se afirma na alternativa correta – consiga “darvoz às diversas maneiras que o homem encontra para darsentido à própria vida”, trata-se de uma idéia que nãodecorre do texto e que banca examinadora julgou dever tersido incorporada pelos estudantes a partir de sua expe -riência literária e artística, assim como da instrução escolarque tenham recebido sobre arte e literatura.Resposta: B

Habilidade requerida: “18 – Identificar os elementos queconcorrem para a progressão temática e para a organizaçãoe estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos”.

A alternativas deste teste são imprecisas e criam problemasindevidos para que se chegue à resposta, ela mesmaduvidosa. O enunciado fala em promoção da “manutençãotemática”, uma expressão inepta e desorientadora para osestudantes, Segundo o texto, o que prejudica o crescimentodas plantas é o excesso de dióxido de carbono no ar, e nãopropriamente o “efeito estufa”, ou seja, o aumento datemperatura que é produzido pelo excesso de dióxido decarbono e que também pode ser danoso para a agricultura,mas por outras razões. Portanto, os “efeitos incalculáveisna agricultura” não se devem, no caso, ao efeito estufa,como indica a alternativa de resposta, que é, não obstante,a mais correta ou menos errada deste teste impreciso. Comefeito, a alternativa b poderia levar o estudante a erro, poisnela não se atina com o sentido que possa ter a palavra“complemento”.Resposta: C (teste defeituoso)

Habilidade requerida: “22 – Relacionar, em diferentes tex -tos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos”.

Trata-se, em ambos os textos, de explicar, com ironia ehumor, o sentido da expressões “ser brotinho” e “ser gagá”.Resposta: E

Questão 88 –– IINNEEPP

Questão 77 –– IINNEEPP

Questão 66 –– IINNEEPP

Questão 55 –– IINNEEPP

Questão 44 –– IINNEEPP

Questão 33 –– IINNEEPP

Questão 22 –– IINNEEPP

Questão 11–– IINNEEPP

PORT_QUESTOES_ENEM 31.07.09 14:00 Página 33

Habilidade requerida: “24 – Reconhecer no texto estraté -gias argumentativas empregadas para o convencimento dopúblico, tais como a intimidação, sedução, comoção,chantagem, entre outras”.

A “lacuna da ciência” a que se refere a alternativa corretapode não ser de fato uma lacuna, pois se trata da questãodo “criador”, da “causa das causas” ou da razão queexplica a existência do universo – questão que preocupoufilósofos e religiosos, mas que parece não fazer parte dohorizonte científico. O religioso preenche essa “casa vazia”com Deus – ou seja, o deus de sua religião –, enquanto ocientista não vê motivo para não a deixar vazia ou para aimaginar habitada por fantasmas.Resposta: D

Habilidade requereida: “25 – Identificar, em textos de dife -rentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam asvariedades linguísticas sociais, regionais e de registro”.

É evidente, na tirinha, que se procurou reproduzir o modode falar típico do dialeto caipira, ou seja, fez-se “atranscrição da fala característica de áreas rurais”.Resposta: A

Habilidade requerida: “30 – Relacionar as tecnologias decomunicação e informação ao desenvolvimento dassociedades e ao conhecimento que elas produzem”.

A “facilidade de ler e escrever textos” e de os enviar ereceber, facilidade propiciada pela Internet, pressupõe odesenvolvimento das competências de leitura e redação,que, ao contrário do que muitos pensam, são decisivaspara a verdadeira “inclusão digital”.Resposta: B

A expectativa geral em relação a um jogador de futebolcorresponde ao estereótipo mencionado no final do texto:“um ser algo primitivo com dificuldade de ex pressão”, ouseja, alguém que dispõe de repertório cul tural mínimo e seexprime de maneira tosca, elementar. O jogador repre sen -tado no texto contraria essa expec tativa, ao exprimir-senum português castiço e rebus cado, com vocabulário esintaxe que fogem comple tamente até mesmo aos hábitosda linguagem oral mais educada.Resposta: B

No texto transcrito na alternativa e, o contexto de umcongresso acadêmico pediria o emprego de linguagemformal, correspondente ao padrão culto da língua. Notrecho apresentado, fogem a esse padrão tanto o uso de “agente” como pronome indefinido (uso típico da oralidadeinformal), quanto a concordância por silepse desse pro -nome, que é singular e de 3.ª pessoa, com a forma verbal“termos”, plural e de 1.ª pessoa.Resposta: E

A expressão popular “pegar alguém sem calça(s)” sig nifica“pegar alguém desprevenido”; o objeto direto “eles”, emportuguês formal (isto é, conforme à gra mática normativa),deve ser substituído pela forma oblíqua do pronome: “(l)os”.Resposta: B

Oswald de Andrade, um dos líderes do Modernismo bra si -lei ro, na mesma linha de Manuel Bandeira no tex to trans -crito, defendia a “contribuição milionária de to dos os erros”para o enriquecimento da linguagem da literatura brasileira.Resposta: A

Em “contentamento descontente” as palavras são antô ni -mas. Como elas se opõem, referindo-se uma à ou tra, ne gan -do-se, temos um tipo especial de antítese chamado oxímoro. Resposta: B

O texto, de fato, desenvolve ideias, argumentos, acer ca doamor. Resposta: A

A partir do texto pode-se afirmar que as proposições quedefendem a posição do proprietário de terras são I, II e III.A reforma agrária não é uma decisão da justiça, mas da pro -posta de reforma agrária elaborada pelo governo fe deral. Resposta: D

O argumento utilizado pelo “sem-terra” é de que a terra épara quem trabalha nela e não para quem a acumula comobem material. Resposta: B

A predação é um fator importante na regulação eco ló gicada população de presas. No caso, a eliminação dos pre -dadores provocou um cres ci mento exa ge ra do na po pula -ção de veados, acar retando a falta de alimento e, conse- quentemente, a sua diminuição.Resposta: E

Apesar de a Constituição de 1988 ter sido chamada de“Carta Cidadã”, o exercício da cidadania ainda é muitolimitado, tendo em vista que milhões de brasileiros con -tinuam vivendo em verdadeiros bolsões de pobreza, mar -ginalizados dos direitos formalmente garantidos pela lei.Além disso, a segregação racial, criada no pe ríodo colonialatravés do escravismo negro africano, embora condenadapor lei, é uma realidade que tam bém contribui para aexclusão social de milhões de bra silei ros negros e mulatos.Resposta: D

Questão 1100 –– IINNEEPP

Questão 99 –– IINNEEPP

Questão 2200

Questão 1199

Questão 1188

Questão 1177

Questão 1166

Questão 1155

Questão 1144

Questão 1133

Questão 1122

Questão 1111

ENEM/2009 – 34

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No verso de Vinícius de Moraes — “que mesmo em face domaior encanto” —, mesmo, empregado em função adver -bial, tem o sentido, de “até, ainda”, tal como na fraseapresentada na alternativa c.Resposta: C

O pronome se pode ser empregado como puramente re fle -xi vo, como ocorre nos quadrinhos II e III, ou comorecíproco, como ocorre em I. Observe-se que, no quadrinhoI, o sentido do se é de “umas às outras”.Resposta: E

Ambos os textos refletem a preocupação da Igreja Católica,em épocas diferentes, em buscar uma conciliação entre fée razão. O primeiro é parte da Encíclica “Fides et Ratio” (Fée Razão), de João Paulo II, enquanto o segundo foi extraídode Santo (*) Tomás de Aquino, do século XIII (Baixa IdadeMédia). Em ambos, ressalvando-se as respectivas reali da -des, percebe-se a preocupação da Igreja em defender a fé,procurando no entanto compatibilizá-la com os avan ços dopensamento racional.(*) Na língua portuguesa, usa-se a forma “Santo” paraTomás de Aquino para destacar sua importância face aoshomônimos, igualmente canonizados (São Tomás de Kempis,São Tomás Morus).Resposta: E

Os dois autores citados viveram no período do Renas ci -mento e refletem a mudança de mentalidade e visão demundo naquele momento de transição.No período, o desenvolvimento do capitalismo e da vidaurbana estimulou a produção científica, baseada no racio -na lismo, na observação dos fenômenos naturais e noexperimentalismo.Dessa forma, ficaram superados o teocentrismo e o dogma -tismo que predominaram no período anterior (Idade Média).Ressalte-se, porém, que, de acordo com a questão, ambosos textos enfatizam “a importância da experiência e daobservação”. Ora, o texto de Copérnico não faz nenhumareferência à “experiência”; por outro lado, os dois textosenfatizam a importância das “verdades matemáticas” (Co -pérnico) ou das “demonstrações matemáticas” (Da Vinci).Resposta: D

A afirmação II está errada, porque, no caso, se aplicaria aregra das paroxítonas, que não levam acento gráficoquando terminadas em a. A regra referente aos hiatos é deteor totalmente diverso e diz respeito apenas a hiatos emque o segundo elemento, não o primeiro, seja i ou u. Resposta: E

Embora a alternativa atenda adequadamente ao que sesolicita, e esteja contida no texto que se atribui inte gral -men te a João Cabral de Melo Neto, teria sido convenienteespecificar que apenas as passagens grafadas em negritosão de autoria do poeta e cons tituem versos octossílabos.O que se segue aos versos são acréscimos de outra lavra,de natureza interpre tativa, não-poética. Os versos trans -critos têm por refe rência o escritor alagoano GracilianoRamos, a quem são dedicados. O enunciado explicita auto-referência, o que não ocorre. João Cabral não está sereferindo à função de seus próprios textos, mas à dostextos de Graciliano Ramos, com quem tem inúmerasafinidades, que não justificam o equívoco.Resposta: A

Os textos de Chico Buarque e Adélia Prado retomam a fa -mosa imagem do poema de Carlos Drummond de Andrade.Notas: No poema de Drummond, fragmento I, há omissãoda vírgula que antecede o vocativo: “Vai, Carlos!”, grama -ticalmente obrigatória e constante das prin cipais edições.No fragmento III, de Adélia Prado, é indevida a vírgula queantecede o verbo “anunciou”, o que não se sabe se ocorrepor responsabilidade da ban ca examinadora. Resposta: A

Rubem Braga celebra, no pavão como no grande ar tista, a“capacidade de atingir o máximo de matizes com o mínimode elementos”. Portanto, trata-se de um prodígio de simpli -cidade e economia, ou, nos termos de Drummond, “umanarrativa direta e econômica”.Resposta: A

Na expressão sabor de alvorada, mesclam-se refe rências aduas impressões sensoriais diversas. A pala vra saborimplica sensação gustativa; alvorada (palavra derivada dealvo) implica sensação visual.Resposta: A

A fala que se omitiu no primeiro quadrinho é a ex pres sãoque os fotógrafos converteram em lugar-comum, comoapelo ao fotografado, visando a um melhor enqua dramentofrente à câmara: “Olha o passarinho!”. (Trata-se de um re -manescente dos primeiros tempos da fotografia). A situa -ção humarística decorre da reação inesperada e inade quadade Chico, que deu ao termo “passarinho” outra conotação,de uso popular, de sig na tiva da genitália masculina, e dirigiuseu olhar para a sua, provocando a reação irritada deRosinha. O último qua drinho deixa claro que Chicocontinuou sem entender o ape lo, justificando com umaponta de preconceito “ma chis ta” a reação da menina.Resposta: D

Questão 3300

Questão 2244

Questão 2233

Questão 2222

Questão 2211

Questão 2299

Questão 2288

Questão 2277

Questão 2266

Questão 2255

ENEM/200935 –

PORT_QUESTOES_ENEM 31.07.09 14:00 Página 35

Em “precisa-se gentes”, Mário de Andrade, usando umaconstrução corrente no Brasil, especialmente na línguacoloquial popular, infringe uma norma da gramática tradi -cio nal, fundada na tradição escrita e no uso coloquialportuguês. Segundo tal norma, sendo o verbo transitivodireto (uma das construções possíveis de “precisar”), opronome se funciona como apas sivador. Assim, o termo“gentes” seria o sujeito, com o qual o verbo deveria con cor -dar: “precisam-se gentes”. A mesma construção apareceno texto em “precisa-se nacionais” e “precisa-se brasilei ros”.Resposta: E

Manuel Bandeira, ao condenar o “lirismo bem com portado”e ao defender o “lirismo dos loucos”, está com batendo oformalismo tradicionalista dos parnasia nos (ainda predomi -nantes quando da eclosão do Mo dernismo) e propondouma poesia livre das convenções estéticas e linguísticasaté então vigentes no Brasil.Resposta: E

O texto de Machado de Assis relata a atividade da queleescravo: tocar os sinos para celebrar grandes aconte cimen -tos. A natureza e o sentido político de tais acontecimentosnão eram em nada pertinentes à tarefa do sineiro.Resposta: D

O caso do leite (“em pacote… pasteurizado… tem vita mina,é garantido pela embromatologia, foi enriquecido e oescambau”) serve como exemplo para a crítica à “artificiali -zação abusiva dos alimentos tradicionais”, nos termos daalternativa c.Resposta: C

O autor, para efeito corrosivamente cômico, elabora uma“palavra-montagem” em que ocorre o trocadilho menciox -nado na alternativa b. (É de lamentar a falta das vírgulasque, no caput da questão, deveriam separar da principal aoração adjetiva explicativa reduzida de particípio.)Resposta: B

A charge reproduzida nesta questão refere-se ao genocídiodos índios, sugerindo que as terras que lhes são desti -nadas são as de suas covas. O mesmo se diz, a respeitodos agricultores “sem terra”, nos versos transcritos deJoão Cabral de Melo Neto.Resposta: B

Em ambos os textos, a regra pronominal em questão éreferida a situações específicas: prática escolar (“profes -sor” e “aluno”) e oportunismo social (“mulato sabido”), nocaso do poema de Oswald de Andrade; linguagem escrita,não voltada para a reprodução do coloquial, no texto dogramático Cegalla.Resposta: E

A associação entre a imagem da morte e o sono, bastanteconvencional, é reforçada, no dístico de Castro Alves, pelaexpressão “sob a lájea fria”, perífrase eufemística de tú mu lo.O verbo “dormir”, que também pode ser associado àimagem da morte, não tem qualquer conotação fúnebre nosversos:“— Árabe errante, vou dormir à tarde / À sombra fresca dapalmeira erguida”, que sugerem o descanso reparador docaminhante do deserto que chega a um oásis.Resposta: E

Ao ser expulso da “city” do proprietário, o trabalhador –identificado como imigrante nordestino pelo chapéu e pelainterjeição “apois” – está enfrentando o problema dadiscriminação que o vitima num grande centro do sul dopaís, como São Paulo. Ao retirar da “city” a sua “sustança”(outro elemento do dialeto nordestino), o trabalhador estátomando de volta a sua força de trabalho, que ergueuaqueles prédios que agora desabam, abraçados peloproprietário.Resposta: B

Cada oração introduzida pela conjunção e está em rela çãode oposição com a oração que a antecede.Observe-se, contudo, que não é a conjunção e que “es -tabelece” essa relação, conforme propõe o enunciado daquestão, pois a oposição decorre do sentido das ora çõesem confronto.Resposta: A

Os provérbios que remetem ao mesmo ensinamento são“Devagar se vai ao longe” e “De grão em grão, a galinhaenche o papo”, pois ambos aconselham comportamentopaciente e persistente.Resposta: B

Em “A terra é mui graciosa”, a forma apocopada do advér -bio muito foi, impropriamente, considerada como “arcaís -mo”, embora seu uso seja até hoje corrente, ainda que nãofrequente. Em “Tem macaco até demais”, tanto o empregode tem por há, quanto o da locução adverbial até demais,correspondem ao registro coloquial da língua portuguesado Brasil.Resposta: A

Questão 3311

Questão 3344

Questão 3333

Questão 3322

Questão 4422

Questão 4411

Questão 4400

Questão 3399

Questão 3388

Questão 3377

Questão 3366

Questão 3355

ENEM/2009 – 36

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Nos versos transcritos na alternativa b, o sujeito casarecebe dois predicativos que se contradizem e excluem(“liberdade” e “escravidão”), o que constitui a figura delinguagem chamada oxímoro. Em nenhuma das demaisalternativas ocorre a mesma estrutura de significação.Resposta: B

Os sinônimos propostos na alternativa b são precisa menteadequados aos três contextos em que se em pregou oadjetivo próprio: “estilo próprio” é “estilo peculiar”; “pró -prio para adolescente” equivale a “ade quado a adoles -cente”, e “próprio da idade” significa “característico daidade”.Resposta: B

O narrador afasta-se da idealização sentimental do Ro man -tis mo quando afirma que o texto que escreve não“sobredoura a realidade” e não “fecha os olhos às sardase espinhas”. Fica patente, portanto, que o narrador vairegistrar também aspectos que contrariam qualqueridealização – aspectos “realistas”, aos quais os autoresromânticos fechariam os olhos.Resposta: A

Questão 4433

Questão 4455

Questão 4444

ENEM/200937 –

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