PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 2: MUDANÇA...

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FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Enfermagem PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 2: MUDANÇA DE HÁBITOS PARA ADESÃO AO TRATAMENTO Juliane Pereira de Oliveira PARACATU-MG 2010

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FACULDADE TECSOMA

Curso de Graduação em Enfermagem

PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 2: MUDANÇA DE

HÁBITOS PARA ADESÃO AO TRATAMENTO

Juliane Pereira de Oliveira

PARACATU-MG

2010

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JULIANE PEREIRA DE OLIVEIRA

PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 2: MUDANÇA DE

HÁBITOS PARA ADESÃO AO TRATAMENTO

Monografia apresentada à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. Orientadora Temática: Professora Íris Leda Camargos Nery Ferreira Supervisor: Geraldo Benedito Batista de Oliveira

PARACATU-MG

2010

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Oliveira, Juliane Pereira. Portador de Diabetes Mellitus Tipo 2: mudança de hábitos para adesão ao tratamento. /Juliane Pereira Oliveira. Paracatu, 2010. 65p. Orientadora: Íris Leda Camargos Nery Ferreira Monografia (Graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Bacharel em Enfermagem. 1. Diabetes Mellitus Tipo 2. 2. Estilo de vida. 3. Adesão ao tratamento. I. Ferreira, Íris Leda Camargos Nery. II. Faculdade Tecsoma. III. Título.

CDU 616.379.008.64

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Juliane Pereira de Oliveira

Portador de diabetes mellitus tipo 2: mudança de hábitos para adesão ao

tratamento

Monografia apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.

_______________________________________________

Íris Leda Camargos Nery Ferreira

Orientadora Temática

_______________________________________________

Geraldo Benedito Batista de Oliveira

Professor Supervisor

Paracatu, 21 de junho de 2010.

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus

por ter me concedido esta oportunidade de

estudo e a toda a minha família.

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AGRADECIMENTO

Primeiro a Deus por estar sempre ao meu lado, dando-me essa

oportunidade de estudo, por tudo que aprendi ao freqüentar este curso.

Agradeço aos meus pais - a minha mãe Eunice e meu pai Milton pelo apoio

e dedicação, que sempre batalharam muito, sacrificando muitas vezes seus

sonhos em favor dos meus, muito obrigado!

Ao meu irmão pelo incentivo e colaboração.

Ao meus patrões Davi Gonçalves e Joana Gomes pela paciência e

tolerância quando estive ausente do trabalho.

À fonoaudióloga Rose, Elidê, Lorrane e Gleice pelo incentivo e

colaboração.

À orientadora Iris Leda e ao professor Geraldo Benedito pelo incentivo e

colaboração no auxilio às atividades e discussões sobre o andamento dessa

monografia.

A todos os professores pela dedicação demonstrada ao longo curso.

A todos os colegas de classe em especial Juliana Faria, Lilia conceição,

Élida, Renata, Fernanda Andrade, Fátima Ulhoa, Isabela Borges, Adolfo Medeiro

e Maria de Lourdes pela espontaneidade na troca de informação e materiais um

demonstração de amizade e solidariedade.

À coordenadora do curso Rosalba e aos funcionários da Faculdade

tecsoma.

À Unidade de Saúde PSF Aeroporto e à enfermeira Elisângela, aos

funcionários e portadores de diabetes cadastrados pela colaboração da pesquisa.

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LISTA SIGLAS

DM - Diabetes Mellitus

DM2 -Diabetes Mellitus Tipo dois

HDL- Lipoproteínas de Alta Densidade

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

HIPERDIA - Sistema de cadastro e acompanhamento de hipertensos e diabéticos

LDL- Lipoproteínas de Baixa Densidade

MG - Minas Gerais

OMS - Organização Mundial de Saúde

OPAS - Organização Pan-Americana de Saúde

PSF - Programa Saúde da Família

SIAB - Sistema de Informação de Atenção Básica

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RESUMO

O presente estudo objetivou conhecer o portador de diabetes mellitus do tipo 2

quanto à mudança de hábitos para adesão ao tratamento, cadastrados na

Unidade de Saúde Programa Saúde da Família Aeroporto, em Paracatu-MG. É

um estudo descrito quantitativo, com uma amostragem de 30 pessoas. Os

resultados apresentaram maioria 76,7% do sexo feminino, a faixa etária

prevalente foi 61 a 70 anos com 46,6%, quanto à renda familiar, 60% sobrevivem

com apenas um salário mínimo por mês, em relação à escolaridade, 70%

possuem o ensino fundamental e 23,3% eram analfabetos. 80% dos diabéticos

procuram o serviço de saúde para realizar a consulta e exames uma vez por mês.

70% não sabem a diferença entre produto diet e light, 67% não praticam atividade

física, e entre os que praticam atividade física 90% aderem à caminhada e 10% à

caminhada e hidroginástica, sendo 50% com freqüência diária. 57% possui

alguma doença associada ao diabetes, sendo que destes, 70% referiram

hipertensão. 97% fazem uso de medicamentos para controle glicêmico. Conclui-

se que é imprescindível a mudança de fatores modificáveis no estilo de vida para

adesão ao tratamento no intuito de controlar a doença e evitar complicações.

Palavras-chaves: Diabetes mellitus tipo 2, estilo de vida, adesão ao tratamento.

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ABSTRACT

This study aimed to identify the bearer of type 2 diabetes mellitus as the changing

habits of adherence to treatment, enrolled in the Health Unit Family Health

Program Airport in Paracatu. It described a quantitative study with a sample of 30

people. The results showed the majority 76.7% of females, the most prevalent age

group was 61-70 years with 46.6%, with regard to family income, 60% survive with

just one minimum wage per month in terms of education, 70% have primary

education and 23.3% were illiterate. 80% of diabetic patients seeking health

services to carry out the consultation and examination once a month. 70% do not

know the difference between diet and light products, 67% not physically active,

and among those who perform physical activities adhere to the 90% and 10% walk

to walking and water aerobics, and 50% with daily frequency. 57% have a disease

associated with diabetes, and of these, 70% reported high blood pressure. 97%

use of medications for glycemic control. We conclude that it is essential to

changing factors modifiable lifestyle to adhere to treatment in order to control the

disease and prevent complications.

Keywords: Diabetes mellitus type II, lifestyle, adherence to treatment

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Perfil socioeconômico dos diabéticos entrevistados, PSF

Aeroporto, Paracatu, 2010 ............................................................................... 33

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: Distribuição dos entrevistados em relação a freqüência que procura

o serviço de saúde ................................................................................................. 34

GRÁFICO 2: Distribuição dos entrevistados, em relação as orientações

recebidas diante do diagnóstico de Diabete Mellitus, PSF Aeroporto, Paracatu,

2010 ....................................................................................................................... 35

GRÁFICO 3: Distribuição dos entrevistados, por categoria profissional que

fornece orientações sobre Diabetes Mellitus, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ...... 35

GRÁFICO 4: Distribuição dos entrevistados quanato às orientações fornecidas

pelo PSF sobre a dieta do Diabetes Mellitus foi orientado PSF Aeroporto,

Paracatu, 2010 ....................................................................................................... 36

GRÁFICO 5: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus,

conforme grupo de alimentos consumidos no dia-a-dia, PSF Aeroporto,

Paracatu, 2010 ....................................................................................................... 36

GRÁFICO 6: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus,

conforme conhecimento sobre a diferença entre produtos diet e light, PSF

Aeroporto, Paracatu, 2010 ..................................................................................... 37

GRÁFICO 7: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus,

sobre o consumo de produtos diet, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ..................... 37

GRÁFICO 8: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus,

sobre o consumo de produtos light, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ..................... 38

GRÁFICO 9: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus,

quanto à prática de atividades físicas, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ................. 38

GRÁFICO 10: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus,

quanto à atividade física praticada, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ..................... 39

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GRÁFICO 11: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus,

quanto aos motivos para a não realização da atividade física, PSF Aeroporto,

Paracatu, 2010 ....................................................................................................... 39

GRÁFICO 12: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus,

quanto à freqüência com que praticam exercícios físicos, PSF Aeroporto,

Paracatu, 2010 ....................................................................................................... 40

GRÁFICO 13: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus,

quanto ao uso de bebida alcoólica, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ..................... 40

GRÁFICO 14: Distribuição dos entrevistados quanto aos portadores possuir

alguma doença associada ao Diabetes Mellitus, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 . 41

GRÁFICO 15: Distribuição dos entrevistados portadores, quanto às doenças

associadas ao Diabetes Mellitus, que possuem, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 . 41

GRÁFICO 16: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus,

quanto a estar cientes em relação às possíveis complicações crônicas nos pés,

rins, coração ou PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ................................................... 42

GRÁFICO 17: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus,

fazem uso de medicamentos para o controle glicêmico, PSF Aeroporto,

Paracatu, 2010 ....................................................................................................... 42

GRÁFICO 18: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus,

conforme medicamentos utilizados para controle glicêmico, PSF Aeroporto,

Paracatu, 2010 ....................................................................................................... 43

GRÁFICO 19: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus,

sobre a participação na Associação dos Diabéticos, PSF Aeroporto, Paracatu,

2010 ....................................................................................................................... 43

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 13 1.1 Justificativa ............................................................................................. 14 1.2 Objetivos ................................................................................................. 15 1.2.1 Objetivo Geral ...................................................................................... 15 1.2.2 Objetivos Específicos ......................................................................... 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................... 16 2.1 diabetes mellitus tipo 2 ........................................................................... 18 2.2 Complicações do Diabetes Mellitus Tipo 2 .......................................... 20 2.3 Política de atenção ao diabetes ............................................................ 23 2.4 Fatores modificáveis no Diabetes Mellitus Tipo 2 ............................... 24 2.4.1 Atividade física .................................................................................... 25 2.4.2 Dieta Alimentar .................................................................................... 26 2.5 Tratamento do Diabetes Mellitus Tipo 2 ............................................... 26 2.5.1 Tratamento medicamentoso ............................................................... 27 2.6 Atuação da Enfermagem no Diabetes Mellitus Tipo 2 ........................ 28 3 METODOLOGIA ......................................................................................... 31 4 RESULTADOS ............................................................................................ 33 5 DISCUSSÃO ............................................................................................... 44 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 52 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 54 APÊNDICES .................................................................................................. 61

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1 INTRODUÇÃO

A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença de importância mundial que vem se

tornando um problema de saúde pública, tomando proporções crescentes no que se

refere ao aparecimento de novos casos. (GRILLO; GORINI, 2007).

Para Assunção e Ursine (2008), o Diabetes Mellitus consiste em uma

síndrome metabólica crônica, de evolução grave, lenta e progressiva. Caracterizada

pela falta ou produção diminuída de insulina e/ ou da incapacidade dessa em

exercer adequadamente seus efeitos metabólicos, levando á hiperglicemia e

glicosúria.

Segundo Smeltzer e Bare (2005), a Diabetes Mellitus são classificados em

Diabetes Mellitus tipo 1, Diabetes Mellitus tipo 2, Diabetes Mellitus gestacional,

Diabetes Mellitus associado a outras condições ou síndromes são mais raro.

Silva e outros (2006), afirma que a doença não tem cura, mas que pode ser

controlada, desde que sejam efetuadas mudanças no seu cotidiano, com

adaptações de rotinas, inclusão de novos hábitos, enfim, as pessoas precisam ter

limites e novas obrigações.

Segundo Assunção, Santos e Costa (2002), o Diabetes Mellitus é uma doença

com diagnósticos bem definidos, porém, uma vez seu diagnostico aborda a

terapêutica medicamentosa envolve mudanças nos hábitos de vida dos portadores

de Diabetes Mellitus tipo 2.

Cabe aos profissionais de saúde estar atentos na identificação das pessoas

com risco para o Diabetes Mellitus e intensificar as ações para promover o seu

controle, entre os já diagnosticados. (PACE; NUNES; OCHOA-VIGO, 2003).

Quando ocorre a descoberta é preciso deixar hábitos anteriores e adquirir

mudanças de hábitos por toda vida, para garantia de sucesso no plano terapêutico.

É necessário que a equipe de saúde desenvolva ações educativas e de acolhimento

para que o portador de Diabetes assuma a sua doença, percebendo a importância

de seguir o regime terapêutico, o envolvimento da família no tratamento, com um

maior conhecimento sobre sua patologia e de possíveis complicações.

É necessário, portanto, que os serviços de saúde orientem melhor os

portadores do Diabetes Mellitus tipo 2, para adesão aos fatores modificáveis de seu

estilo de vida para uma melhor qualidade de vida.

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1.1 Justificativa

De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), o Diabetes Mellitus

configura-se hoje como uma epidemia mundial, tornando-se problema de saúde

publica no Brasil e no mundo, associada seu aumento a vários fatores envolvidos

como o envelhecimento da população, a urbanização crescente, a adoção de estilos

de vida pouco saudáveis, como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os

grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do diabetes em

todo o mundo.

De acordo com McLellan e outros (2006), o Diabetes Mellitus representa um

considerável encargo econômico para o indivíduo e para a sociedade,

especialmente quando mal controlada, sendo a maior parte dos custos diretos de

seu tratamento relacionada às suas complicações, que comprometem a

produtividade, a qualidade de vida e a sobrevida dos indivíduos, e que, muitas

vezes, podem ser reduzidas, retardadas ou evitadas.

Conforme o exposto torna-se evidente a necessidade de se conhecer os

fatores que facilitam e/ou dificultam a modificação do estilo de vida, bem como a

adesão ao tratamento.

A idéia de desenvolver este trabalho surgiu, através dos ensinos clínicos, de

Semiologia e Saúde Coletiva onde, presenciei inúmeros pacientes portadores de

diabetes com os níveis de glicose sanguíneos descompensados, bem como a

presença de complicações, como, por exemplo: pé diabético, amputações entre

outras alterações.

Buscou-se através da pesquisa conhecer os portadores de Diabetes Mellitus

tipo 2 do município de Paracatu, para compreender até que ponto esses diabéticos

estão priorizando a redução dos fatores modificáveis do Diabetes Mellitus tipo 2,

entendendo que a enfermagem tem um papel fundamental de educador,

promovendo ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida e promoção da

saúde, visando prevenir as possíveis complicações decorrentes do diabetes.

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1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Conhecer os aspectos que interferem na adesão e tratamento dos

Diabéticos tipo 2, cadastrados no Programa Saúde Família Aeroporto do município

de Paracatu-MG.

1.2.2 Objetivos Específicos

Identificar o perfil dos portadores de Diabetes Mellitus tipo 2 cadastrados no

Programa de Saúde da Família Aeroporto , em Paracatu;

Verificar os fatores que interferem junto ao portador de Diabetes Mellitus tipo

2 na adesão à dieta e atividade física;

Verificar junto ao portador de Diabetes Mellitus tipo 2 a presença de

patologias associadas.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

A primeira referência ao diabetes foi feita por Aretaeus da Capadócia, em 250

d.C. que escreveu sobre as pessoas que tinham „derretimento da carne em urina‟.

(DELIBERATO, 2002).

Dados de 2005 da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, 2005 apud

KATZER, 2007), anunciaram que uma em cada vinte mortes que acontecem podem

ser atribuídas ao diabetes, cerca de 8.700 mortes por dia, seis mortes por minuto e

ainda pelo menos uma de dez mortes nos adultos com idade entre 35 e 64 anos são

atribuídas ao diabetes.

Estudo epidemiológico brasileiro realizado em nove capitais brasileiras,

verificou prevalência de 7,6% de diabetes na população urbana entre 30 e 69 anos

de idade. (MATHIAS; JORGE, 2004).

De acordo com Paiva, Bersusa e Escuder (2006), a prevalência do diabetes

mellitus no Brasil atinge 7,6% da população com idade entre 30 a 69 anos e 20% na

população acima de 70 anos. Nos últimos 10 anos, a população brasileira com idade

igual ou superior a 60 anos aumentou mais do que a população jovem, sendo que o

envelhecimento da população acarreta um significativo aumento da carga das

doenças cardiovasculares.

Para Engel e outros (2003, p. 13) “a prevalência do DM2 em nosso meio é de

8% entre adultos maiores de 30 anos, sendo de 17% entre os idosos maiores de 60

anos. Esta prevalência é semelhante à estatística americana e européia”.

De acordo com pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde

(OMS, 2004) citada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, 2007), a

Diabetes Mellitus foi a terceira causa de morte nas mulheres e a nona nos homens.

Representa 4,6% entre as cinco primeiras causas de morte entre mulheres e,

representa 28,5% das principais causas de morte envolvendo pessoas com idade

superior a 60 anos.

Entre os americanos, o diabetes é a principal causa de insuficiência renal e de

cegueira do adulto e uma causa importante de amputações dos pododáctilos, pés e

pernas. Cerca de dois terços das pessoas com diabetes apresentam formas leves a

severas de lesão nervosa, acarretando uma diminuição da sensibilidade das mãos e

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dos pés, retardamento do esvaziamento gástrico e síndrome do túnel do carpo.

(NIEMAN, 1999).

Para Deliberato (2002):

Os sinais e sintomas do Diabetes mellitus são poliúria diurna e noturna, polipsia, boca seca, polifagia, mialgia, fadiga constante, fraqueza generalizada, turbamento da visão, emagrecimento acelerado e prurido corporal. O diagnóstico é determinado pelos exames laboratoriais. A glicose sanguínea em jejum superior a 110 mg/dl é sugestiva, enquanto níveis superiores a 126 mg/dl confirmam o diagnóstico. O exame de urina com glicosúria também é determinante para o diagnóstico definitivo. A presença de anticorpos antiinsulínicos (ac-ai) mostra que há comprometimento do pâncreas. (DELIBERATO, 2002, p. 86).

A principal meta do tratamento do diabetes consiste em normalizar a atividade

de insulina e os níveis sangüíneos de glicose para reduzir o desenvolvimento de

complicações vasculares e neuropáticas. (SMELTZER; BARE, 2005).

Para Nieman (1999), o tratamento para qualquer tipo de diabetes procura

obter o que o corpo humano normalmente realiza: manter um equilíbrio adequado

entre a glicose e a insulina. A alimentação faz com que a glicemia aumente

enquanto a insulina e o exercício fazem com que ela diminua. O importante é

manipular os três fatores para manter o nível de glicose dentro de uma faixa estreita.

O Diabetes Mellitus representa um considerável encargo econômico para o

indivíduo e para a sociedade, especialmente quando mal controlada, sendo a maior

parte dos custos diretos de seu tratamento relacionada às suas complicações, que

comprometem a produtividade, a qualidade de vida e a sobrevida dos indivíduos, e

que, muitas vezes, podem ser reduzidas, retardadas ou evitadas. (MCLELLAN et al.,

2007).

Para Portero e Cattalini (2005), as doenças crônicas não transmissíveis com

implicações nutricionais, como o Diabetes mellitus (DM), representam, por sua alta

prevalência, sério problema de saúde pública em nosso meio. A progressiva

ascensão delas, no Brasil, impõe a necessidade de uma revisão das práticas dos

serviços de saúde pública, com a implantação de ações de saúde que incluam

estratégias de redução de risco e controle dessas doenças.

A educação em saúde, enquanto medida de prevenção ou retardo do

Diabetes Mellitus, é uma ferramenta importante para a redução de custos para os

serviços de saúde. As intervenções que focalizam aspectos múltiplos dos distúrbios

metabólicos, incluindo a intolerância à glicose, a hipertensão arterial, a obesidade e

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a hiperlipidemia, poderão contribuir para a prevenção primária do Diabetes Mellitus.

(FRANCO, 1998 apud MCLELLAN et al., 2007).

Nesse trabalho será focado o diabetes mellitus tipo 2 (DM2) ou seja, diabetes

não insulino-dependente.

2.1 diabetes mellitus tipo 2

O Diabetes Melittus tipo 2 (DM2) é mais comum em adultos acima de 40

anos, principalmente se estes estão acima do peso. Crianças e adolescentes acima

do peso também podem ter este tipo de diabetes. O diabetes tipo 2 é mais comum

do que o tipo 1 e costuma ser chamado de diabetes independente de insulina (O

pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina nos casos de diabetes tipo 1).

(DIABETES MELLITUS TIPO 2, 2009).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2006), a incidência de

Diabetes mellitus tipo 2 na atualidade atinge proporções epidêmicas, demandando

um alto custo tanto econômico quanto social. Nesse sentido, atenção tem sido

dispensada aos diferentes níveis preventivos da doença. A prevenção terciária, em

que complicações já ocorreram, e, ainda hoje, a que consome a maior parte dos

investimentos. A prevenção secundaria tem merecido discussões desde os

resultados dos grandes ensaios, mostrando a importância do tratamento adequado

do diabético sem complicações. A prevenção primaria, de interesse mais recente e

enfoque dessas diretrizes, tem como finalidade impedir o aparecimento da doença.

Na visão de Deliberato (2002) o Diabetes mellitus tipo 2:

Acomete pessoas com mais de 40 anos, frequentemente obesas, a taxa de insulina pode ser normal ou mesmo aumentada, porém ela não está ativa (deficiencia), é rara a presença de anticorpos antiinsulina e há presença de hipoglicemia. (DELIBERATO, 2002, p. 85).

O Diabetes mellitus tipo 2 aparece geralmente após os 40 anos, tem forte

fator hereditário e freqüentemente está associado à obesidade e ao sedentarismo.

Neste tipo, a insulina pode estar até aumentada, mas não funciona adequadamente:

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é o que chamam de resistência à insulina. Representa aproximadamente 90% dos

casos de diabetes. (MALAMAN, 2006).

O Diabetes Mellitus se insere no grupo de doenças crônicas não

transmissíveis e atualmente vem se configurando como grave problema de saúde

pública no Brasil. A doença tem alcançado altos níveis epidêmicos e está associado

a complicações que comprometem a produtividade, a qualidade de vida e a

sobrevida dos indivíduos acarretando em altos custos para seu controle metabólico

e tratamento das complicações decorrentes da doença. “O diabetes é uma doença

com critérios diagnósticos bem definidos, porém com manejo complexo, uma vez

que sua abordagem além da terapêutica medicamentosa envolve uma séria

mudança nos hábitos de vida”. (ASSUNÇÃO; SANTOS; COSTA, 2002).

Na visão de Nieman (1999), os sintomas do diabetes mellitus não insulino-

dependente podem incluir qualquer um ou todos os sintomas do diabetes mellitus

insulino-dependente que são micção excessiva e freqüente, fome insaciável, sede

intensa, perda de peso inexplicável, visão borrada, náuseas e vômitos, fraqueza,

tontura, irritabilidade e fadiga extrema, mas frequentemente são negligenciados

porque tendem a se manifestar gradualmente e serem menos pronunciados. Outros

sintomas podem incluir formigamento ou amortecimento nas pernas, pés ou mãos,

infecções freqüentes ou recorrentes da pele, gengiva ou bexiga e cortes ou

escoriações que apresentam cicatrização lenta. O início do diabetes mellitus não

insulino-dependente usualmente ocorre após os 30 anos de idade e aumenta

regularmente com o avançar da idade.

De acordo com Sartorelli e Franco (2003), as evidências apontadas sobre as

alterações no estilo de vida, com ênfase na alimentação e prática de atividades

físicas, associadas ao aumento da esperança de vida dos brasileiros são apontados

atualmente como os principais fatores responsáveis pelo aumento da prevalência do

Diabetes mellitus tipo 2 observado no país. Portanto, a importância da prevenção

primária de obesidade e diabetes no Brasil tem sido enfatizada por diversos

epidemiologistas.

A Diabetes mellitus tipo 2 é responsável por cerca de 80 a 90% dos casos

registrados da doença. Diz-se que o início da doença ocorre a partir dos 40 anos de

idade, sendo mais freqüente entre 50 e 60 anos, e desenvolve-se de forma gradual.

(GUYTON; HALL, 2006).

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Para Sherwin (2000), da população diabética total, entre 85% e 90% dos

indivíduos manifesta o DM2 enquanto 10% a 15% têm o diabetes tipo 1.

A causa precisa do DM2 não é conhecida. No entanto, à medida que as

pessoas envelhecem ou ganham peso, estão mais propensas a terem diabetes, pois

o pâncreas pode não funcionar adequadamente, ou as células podem se tornar

incapazes de usar a insulina produzida por ele. Hereditariedade é também um

importante fator. (DIABETES MELLITUS TIPO 2, 2009). Já para Guyton e Hall (2006),

o Diabete Mellitus do tipo 2 ou não insulino-dependente é causada pela redução da

sensibilidade dos tecidos alvo ao efeito metabólico da insulina, sendo descrita como

resistência á insulina.

Na visão de Figueiredo (2005), o DM2 tem como origem um forte componente

genético evidenciado pelo padrão familiar, ocorrendo com mais frequência em

adultos com mais de quarenta anos e obesos.

Para Smelzter e Bare (2005), os dois principais problemas relacionados com

a insulina no DM2 são a resistência à insulina e a secreção de insulina

comprometida. A resistência à insulina refere-se à redução da sensibilidade tecidual

à insulina. O mecanismo exato que leva à resistência à insulina e à secreção

prejudicada pela insulina do DM2 é desconhecido, embora se acredite que os

fatores genéticos desempenhem algum papel.

Para Macedo (2001) citado por Portero e Cattalini (2005), os portadores de

DM2 são freqüentemente assintomáticos, independentemente da taxa de glicemia e

relatam falta de atividade física vida sedentária e hábitos alimentares inadequados,

evoluindo dessa forma para complicações crônicas. Entre os motivos desse

comportamento nas pessoas com DM, são relevantes a falta de sintomas e

distúrbios em geral bem como a dificuldade de receber e aceitar as informações

específicas sobre a doença que poderiam prevenir ou pelo menos retardar o

surgimento das complicações.

2.2 Complicações do Diabetes Mellitus Tipo 2

Para Sartorelli e Franco (2003), devido ao fato do diabetes estar associado a

maiores taxas de hospitalizações, a maiores necessidades de cuidados médicos, a

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maior incidência de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, cegueira,

insuficiência renal e amputações não traumáticas de membros inferiores, pode-se

prever a carga que isso representará para os sistemas de saúde dos países latino-

americanos, a grande maioria ainda com grandes dificuldades no controle de

doenças infecciosas.

Sabe-se, há vários anos que os pacientes com diabetes têm maior risco de

desenvolverem e de morrerem de doenças cardiovasculares. Muitos dos grandes

estudos cardiovasculares prospectivos têm demonstrado que os pacientes com

diabetes têm risco muito alto de virem a desenvolver cardiopatia coronariana, e

incluindo também doenças vasculares encefálicas e as vasculopatias dos membros

inferiores. A doença vascular periférica é freqüente nos pacientes com diabetes e é

a causa de quase metade das amputações por doença vascular. (ORCHARD, 1997).

Embora o diabetes esteja associado a uma gama de desordens com

mecanismos patogênicos distintos, a resistência insulínica é um fator que

geralmente está presente na maioria das comorbidades graves, a exemplo da

obesidade, hipertensão arterial e doença vascular (arterial e venosa). A história

natural da doença está geralmente associada a várias sequelas micro e

macrovasculares capazes de causar cegueira, insuficiência renal, amputação de

extremidades e aterosclerose que pode culminar com infarto agudo do miocárdio.

(HIATT, 2000).

De acordo com Ramos (1999), achados em diabéticos indicam aumento em

triglicerídeos, elevação nos níveis de colesterol LDL e baixa nos níveis de colesterol

HDL.

Para a maioria dos pacientes (aproximadamente 75%), o DM2 é detectado por acaso (p. ex. quando os exames laboratoriais rotineiros ou exames oftalmoscópicos são realizados). Uma conseqüência do diabetes não detectado é que as complicações do diabetes a longo prazo (p. ex. doença ocular, neuropatia periférica, doença vascular periférica) podem ter se desenvolvido antes que o diagnóstico real do diabetes fosse feito. (SMELTZER; BARE, 2005, p. 1220).

Como a resistência à insulina está relacionada à obesidade, o tratamento

primário do DM2 é a perda de peso. O exercício também é importante na

estimulação da eficácia da insulina. Os agentes hipoglicemiantes podem ser

adicionados quando a dieta e o exercício não são bem-sucedidos no controle dos

níveis sanguíneos de glicose. Quando as doses máximas de uma única categoria de

agentes orais falham em reduzir os níveis de glicose até os níveis satisfatórios,

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podem ser empregados outros agentes orais. A insulina pode ser adicionada à

terapia com agente oral ou os pacientes podem mudar para a terapia total com

insulina. Alguns pacientes precisam de insulina em uma base contínua, e outros

podem precisar de insulina em uma base temporária durante os períodos de

estresse fisiológico agudo como a doença ou cirurgia. (SMELTZER; BARE, 2005).

A ação da insulina é feita nos receptores celulares de insulina, que são os

locais onde a insulina vai se unir às células, levando a glicose para o seu interior,

permitindo liberar, então a energia nela contida. Os receptores são como uma

espécie de fechaduras nas células e a insulina é a chave que abre as portas para o

açúcar entrar. No DM2 os receptores se tornam mais resistentes aos efeitos da

insulina. Essa resistência à ação da insulina se torna mais acentuada e precoce com

o excesso de peso (80% dos diabéticos são obesos). A resistência celular aumenta

com a ociosidade e diminui com a atividade física. (RAMOS, 1999).

Segundo Rossi e Pace (2003), a retinopatia é uma das complicações mais

graves do diabetes podendo causar cegueira, e sua prevenção é decorrente da

detecção precoce, juntamente com o controle glicêmico.

A retinopatia diabética ocorre em quase 100% dos diabéticos do tipo 1 após

20 anos, tratados com a terapia convencional e em 60 a 80% dos pacientes

diabéticos tipo 2 após o mesmo período, no DM1 a retinopatia começa a aparecer

após 5 anos de doença, enquanto que em alguns diabéticos tipo 2 já apresentam

retinopatia quando do seu diagnóstico. Estima-se que no diabético tipo 2 esta

complicação apareça após 5 a 8 anos do início da hiperglicemia (ENGEL et al.,

2003).

Gouvêa (2004) afirma que a nefropatia diabética é a síndrome clínica que

ocorre em conseqüência do processo de microangiopatia, acometendo pacientes

com, diabetes do tipo 1 e tipo 2, que tem a capacidade de evoluir ao longo do tempo,

danificando, de modo progressivo e irreversível, os rins e reduzindo a expectativa de

vida dos indivíduos afetados.

Na nefropatia diabética, o comprometimento renal decorrente do diabetes

mellitus se dá no nível do glomérulo, sendo que a glomerulipatia diabética é um

importante fator contribuinte para a mortbi-mortalidade dos pacientes diabéticos. No

DM2 a incidência gira em torno de 20%. Estes pacientes costumam ser

assintomáticos do ponto de vista renal, porém já possuem uma glomerulopatia

avançada que leva ao estado de rins terminais em menos de 7 anos. Alguns

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pacientes, antes de evoluírem para insuficiência renal avançada podem desenvolver

proteinúrias na faixa nefrótica, eventualmente com repercussão clínica (síndrome

nefrótica). (ENGEL et al., 2003).

Outra complicação do diabetes é o pé diabético, de acordo com Castro e

Knackfuss (2004), é a designação dada a transtornos tróficos que ocorrem na pele e

estrutura osteoarticular do pé de indivíduos diabéticos podendo levar a ulceração,

infecção e gangrena. Cerca de 15% dos diabéticos desenvolvem ulceração no é em

alguma fase da evolução da doença, configurando uma das complicações crônicas

com grande potencial incapacitante e alta morbimortalidade.

2.3 Política de atenção ao diabetes

O instrumento que atualmente orienta as estratégias de controle do Diabetes

é a Portaria do Ministério da Saúde, 371/GM de 04 de março de 2002, que cria o

Plano de Reorganização e Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus

(HIPERDIA). O plano estabelece a organização da assistência e Promoção da

Saúde a vinculação dos usuários à rede, a implementação de programa de

educação permanente em Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus e demais fatores

para doenças cardiovasculares e determina como responsabilidade das secretarias

municipais de saúde, além do oferecimento de consultas médicas e medicação, a

“implementação de outras ações de promoção de hábitos e estilos de vida saudáveis

voltados para a melhoria do controle clínico destas doenças” (inciso III item e da

Portaria que institui o Plano de Reorganização e Atenção à Hipertensão Arterial e ao

Diabetes Mellitus e o cadastro HIPERDIA. (BRASIL, 2001).

A coordenadoria nacional do Plano de Reorganização da Atenção à

Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus reconhece que, “uma etapa difícil para

prevenir a Hipertensão Arterial e o Diabetes Mellitus é convencer o doente de que

ele precisa mudar seu comportamento. É uma etapa minuciosa, pois tem que lidar

com o estilo de vida das pessoas. O Ministério estabelece as diretrizes e o município

desenvolve o trabalho”. (BRASIL, 2001).

Essas diretrizes enfatizam os cuidados com uma alimentação saudável e a

necessidade da prática de exercícios físicos no controle da doença. As

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complicações do diabetes são geralmente incapacitantes e acarretam ao doente,

limitações importantes no campo da visão e da locomoção e aos serviços de saúde

longos períodos de internações, pois além disso há grandes possibilidades de

recidivas. (MALAMAN, 2006).

Porém, tal plano não especifica como essas atividades devem se dar. As

secretarias municipais de saúde têm toda liberdade de montar o seu plano de

Educação em Saúde para os usuários e decidir quais os profissionais incluídos, os

requisitos deles exigidos e as estratégias pedagógicas a serem adotadas para o

alcance dos objetivos pretendidos, que é o de “mudar o estilo de vida das pessoas”.

(MALAMAN, 2006).

Para Gomes (2004), o paciente diabético interna-se com uma freqüência duas

vezes mais do que o indivíduo não-diabético, tendo um maior tempo de permanência

no hospital. Esse fato foi enfatizado ao demonstrar que 7,9% das internações em um

Hospital Universitário foram devidas ao diabetes e suas complicações, sendo as

principais causas as doenças cardiovasculares.

2.4 Fatores modificáveis no Diabetes Mellitus Tipo 2

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes de (2006), estudos têm

demonstrado que a modificação do estilo de vida é praticamente duas vezes mais

efetiva que o tratamento farmacológico. Além disso, as políticas de prevenção do

diabetes que focalizam modificações no estilo de vida, especialmente perda de peso

e atividade física regular, apresentam benefícios adicionais para a saúde,

particularmente no que tange à diminuição do risco cardiovascular. Tais

modificações devem levar em conta metas realistas que possam ser incorporadas

na rotina diária dos pacientes da maneira mais agradável possível.

O aumento das taxas de sobrepeso e obesidade associado às alterações do

estilo de vida e ao envelhecimento populacional, são os principais fatores que

explicam o crescimento da prevalência do DM2. As modificações no consumo

alimentar da população brasileira - baixa freqüência de alimentos ricos em fibras,

aumento da proporção de gorduras saturadas e açúcares da dieta - associadas a um

estilo de vida sedentário compõem um dos principais fatores etiológicos da

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obesidade, DM2 e outras doenças crônicas. Programas de prevenção primária do

diabetes vêm sendo desenvolvidos em diversos países, cujos resultados

demonstram um impacto positivo sobre a qualidade de vida da população.

(SARTORELLI; FRANCO, 2003).

2.4.1 Atividade física

A adoção de atividades físicas regulares e o planejamento alimentar são de

suma importância para o controle da doença, assim como para a melhoria da

qualidade de vida. (NIEMAN, 1999).

O exercício físico deve ser considerado um complemento ao tratamento, e

não como único objetivo terapêutico. Deverá ser realizado sob orientação de

profissional preparado, adequando as possibilidades e as limitações do paciente, de

forma regular e gradativa - exercícios exagerados sem preparo, em vez de trazerem

benefícios, podem causar transtornos à saúde. Conforme o grau de controle, o

paciente deverá alimentar-se antes do início da atividade física. Além disso, deve

sempre contar com alimento rico em açúcares de rápida absorção, utilizando-o

assim que surgirem os sintomas indicativos de hipoglicemia. (BRASIL, 1993).

A atividade física é indicada aos diabéticos do tipo 2 porque ajuda no

tratamento, podendo oferecer melhor controle da glicose, sendo que o exercício

obriga o organismo a utilizar maiores quantidades de glicose, melhorando assim a

relação glicose – insulina – tecidos, através do aumento da sensibilidade dos tecidos

à insulina, diminuindo, desta maneira a necessidade de insulina no transporte de

glicose para dentro do tecido. (RAMOS, 1999). Esse efeito pode levar à redução na

administração de insulina, ou seja, o diabético que pratica esporte rotineiramente

tem um controle mais estável com menos doses de insulina. (OLIVEIRA, 1995).

De acordo com Engels e outros (2003), o exercício físico regular é

fundamental para os diabéticos tipo 2 por auxiliar na correção da obesidade e da

hipertensão arterial, além de reduzir diretamente o risco cardiovascular, recomenda-

se um exercício aeróbico por 30 minutos diários pelo menos 5 vezes por semana.

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2.4.2 Dieta Alimentar

Quanto ao planejamento alimentar, a adoção de uma dieta balanceada tem

por objetivo manter as condições energéticas necessárias ao organismo para manter

o peso ideal, proporcionar boa saúde e bem-estar e prevenir as complicações do

diabetes. O acompanhamento nutricional deve ser feito por profissional preparado,

mas algumas dicas são importantes para o paciente portador de DM2.

(FIGUEIREDO, 2005).

De acordo com Sartorelli e Franco (2003), a obesidade tem sido apontada

como um dos principais fatores de risco para o DM2. Estima-se que entre 80 e 90%

dos indivíduos acometidos por esta doença são obesos e o risco está diretamente

associado ao aumento do índice de massa corporal.

2.5 Tratamento do Diabetes Mellitus Tipo 2

De acordo com Figueiredo (2005), os objetivos do tratamento são aliviar os

sintomas, melhorar a qualidade de vida, prevenir as complicações, reduzir a

mortalidade e tratar as doenças associadas.

Na visão de Smeltzer e Bare (2005), a meta terapêutica para o tratamento do

diabetes é a de conseguir níveis sanguíneos normais de glicose (euglicemia) sem

hipoglicemia e sem romper gravemente a atividade e o estilo de vida usual do

paciente. Na visão dessas autoras, o tratamento é dividido em cinco componentes:

tratamento nutricional, exercício físico, monitoração, terapia farmacológica e

educação.

Para Costa e Almeida Neto (1992), o DM2 é uma patologia em que o

compromisso e a participação do paciente no processo de controle da sua patologia

é fundamental. No tratamento do diabetes os recursos medicamentosos são

empregados geralmente em um segundo momento da terapêutica diante da

incapacidade de controlar níveis glicêmicos pela prática de dieta e exercícios físicos

(se possível).

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O tratamento varia por causa das alterações no estilo de vida e estados físico

e emocional, bem como pelos avanços nos métodos de tratamento. Portanto, o

tratamento do diabetes envolve a avaliação constante e a modificação do plano de

tratamento por profissionais de saúde e os ajustes diários na terapia pelo paciente.

Embora a equipe de saúde direcione o tratamento, é o paciente que deve controlar o

complexo regime terapêutico. Por essa razão, a educação do paciente e da família é

um componente essencial do tratamento do diabetes e é tão importante quanto

todos os outros componentes do regime. (SMELTZER; BARE, 2005).

Mais do que um conjunto de sintomas clínicos ou desconfortos, a doença

(DM2) representa uma alteração na estrutura social e cultural em que o paciente se

insere e a percepção e a aceitação da doença pelo usuário são fatores importantes

para a adesão deste ao tratamento proposto. Segundo Adam e Herzelich (2001), o

doente estabelece uma relação destrutiva com a doença, se a mesma interrompe

suas atividades e impossibilita sua integração social. “Ele (o doente) se esforçará

para lutar contra esta situação, chegando a negar a doença enquanto for possível”.

(ADAM; HERZELICH, 2001, p. 70).

Para Engels (2003), a base estratégica terapêutica dos pacientes portadores

de DM2 está centrada no controle dos fatores de risco para aterosclerose, ou seja,

tratar de forma agressiva a hipertensão arterial, corrigir a obesidade e a dislipidemia.

Bem como parar de fumar e sair do sedentarismo. Os grandes estudos mostram que

estas medidas são fundamentais para diminuir a morbi-mortalidade nesses

pacientes.

2.5.1 Tratamento medicamentoso

O tratamento para o diabetes poderá ser medicamentoso ou não. O

tratamento medicamentoso para DM2 consiste no uso de hipoglicemiantes orais, em

caso da dieta não ser suficiente para o controle da doença. Para o DM2 não

controlado é necessário administrar insula. (FIGUEIREDO, 2005).

O tratamento segue desde educação até adoção de medidas para o estilo de

vida saudável, que inclui a interrupção de tabagismo, aumento da atividade física,

hábitos alimentares corretos e se necessário, o uso de medicamentos. O portador de

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DM2 onde a insulina não foi indicada e não se atingiu níveis de controle desejáveis

da glicemia, deve ser usado medicamento oral. A preferência do tipo de

medicamento deve levar em consideração o nível de glicemia e hemoglobina

glicosilada do paciente, a ação anti-hiperglicemiante do medicamento, o efeito sobre

o peso, idade, doenças e possíveis interações medicamentosas, reações adversas e

contra-indicações. (VIGGIANO, 2003).

2.6 Atuação da Enfermagem no Diabetes Mellitus Tipo 2

Nas últimas décadas o Enfermeiro tem ampliado sua área de atuação nas

instituições tanto nos aspectos assistenciais quanto administrativos. De acordo com

Vanzin e Nery (1996), ele precisa associar ao conhecimento, a flexibilidade e

habilidade na abordagem de problemas com o cliente no núcleo familiar e no

contexto social.

Para Vasconcelos e outros (2000) oprofissional de enfermagem deve ser

crítico e atuante, executando suas funções juntamente com os demais membros da

equipe de saúde no sentido de fornecer ao paciente o que necessita, seja a respeito

da cura e recuperação, orientações, bem como auxiliar no controle de complicações.

Ajudar ao diabético a alcançar melhor qualidade de vida é um desafio para a

equipe de saúde. Segundo Damasceno (1997), há um vasto referencial escrito por

diferentes categorias profissionais que aborda desde aspectos fisiológicos,

epidemiológicos e técnicos, até aqueles relacionados com o ensino do auto-cuidado.

Os enfermeiros precisam ensinar o auto-cuidado aos pacientes sob sua

responsabilidade, como forma de garantir mudança de comportamento e

participação no tratamento. (VASCONCELOS et al., 2000).

A Promoção da Saúde configura-se uma vertente de atuação em saúde que

objetiva a adoção de hábitos e estilos de vida favoráveis à saúde individual e

coletiva e a inter-relação saudável das pessoas com seus ambientes pessoais,

domiciliar, de trabalho e de lazer.

Para Malaman (2006), as atividades educativas têm um importante papel no

tratamento das doenças crônicas. Mais do que transmitir orientações sobre uma

doença com a qual o indivíduo deverá conviver por toda a sua vida cabe à equipe

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auxiliar o usuário na adequação do seu cotidiano, ou mesmo o de toda família, a

diferentes hábitos de vida, necessários ao controle dos parâmetros vitais normais do

usuário.

A enfermagem atua no processo educativo que engloba reeducação

alimentar, atividade física, tratamento medicamentoso e cuidados com o pé diabético

e também como motivação no processo de interação social. (NASCIMENTO; SILVA,

2005).

Quanto à eficácia do tratamento de Diabetes Mellitus tipo 2, a reeducação

alimentar se insere como estratégia, como apontado por Smeltzer e Bare (2005) que

elegem cinco componentes do tratamento do Diabetes Mellitus tipo II, entre eles o

tratamento nutricional, exercício, monitoração, terapia farmacológica e educação.

De acordo com silva (1985) citado por Vasconcelos e outros (2000), a

assistência de enfermagem junto ao cliente portador de diabetes mellitus consiste de

um conjunto de orientações para a saúde visando a conscientização e mudança de

comportamento frente a sua problemática, com o propósito de levá-lo a atuar

preventivamente, diminuindo os danos decorrentes da evolução natural da doença,

investindo no desenvolvimento da capacidade e das habilidades do indivíduo para o

auto - cuidado, o enfermeiro pode contribuir ativamente para que ele leve uma vida

mais independente.

O relacionamento terapêutico enfermeiro-paciente ocorre de diversas formas:

através da motivação; de uma comunicação eficiente, ou seja, de um diálogo franco

e aberto; de demonstrações de carinho pelo ato de tocar o paciente; pela

disponibilidade em atender e explicar suas dúvidas e questionamentos; pelo simples

sorriso, entre outras. (NASCIMENTO; SILVA, 2007).

No estudo de Luciano Moreira, Maria de Fátima Moreira e Adriana Nunes

(2009), notou-se que uma das justificativas mais freqüentes para a evasão das

consultas no Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João pessoa na Paraíba, é

a distância do centro de referência à residência dos pacientes que muitas vezes

residem muito longe. Portanto, a capacitação de profissionais no atendimento e

manuseio do diabético nas unidades de origem, contribuiria para facilitar o acesso

dos pacientes e, consequentemente, a aderência ao tratamento.

A reeducação alimentar, o tratamento continuado em parceria com o

tratamento medicamentoso, a realização de atividade física e os cuidados com o pé

diabético somam-se para um processo educativo eficaz na redução dos índices de

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complicações diabéticas. A atuação do enfermeiro no enfrentamento de possíveis

complicações voltando-se para a educação em saúde se mostrou peça fundamental

para que tais complicações sejam uma ameaça cada vez mais distante na

população estudada por Nascimento e Silva (2007).

Porém, podem ser ainda mais efetivas se a formação dos profissionais

responsáveis pela condução dessas atividades contempla as técnicas de

abordagem em grupo desde a sua graduação, com abordagens das diferentes

técnicas e dinâmicas de condução de grupos.

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3 METODOLOGIA

O presente estudo foi desenvolvido com portadores de Diabetes Mellitus tipo

2 cadastrados na Unidade de Saúde Programa Saúde Família PSF Aeroporto que

foi implantado no ano 2000 pela gestão do prefeito Almir Paraca Cristovão Cardoso,

sendo a 6ª unidade implantada no município de Paracatu-MG.

A cidade de Paracatu está situada na região noroeste de Minas Gerais, a

população total de 83.560 habitantes. Conforme dados do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE) a população estimada é de 83.560 habitantes. O

nome significa "rio bom" em língua tupi. Os limites municipais são - ao Norte: Unai-

MG, ao Sul: Vazante-MG e Guarda-Mor-MG, ao Leste: João Pinheiro-MG e Lagoa

Grande-MG, ao Oeste: Cristalina-GO. Distante a 220 km de Brasília (Capital

Federal), e a 500 km de Belo Horizonte. (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA

E ESTATÍSTICA, 2010).

O município de Paracatu apresenta um clima tropical semi-úmido, com verões

chuvosos e com período seco durando entre quatro e cinco meses por ano

(PARACATU, 2009a).

A agricultura é uma das principais atividades econômicas do município de

Paracatu, que está quase toda concentrada na área do cerrado, que é muito extensa

(MELLO, 2007).

Conforme Richardson e outros (1999) citados por Lakatos e Marconi (2006, p.

269) o “método quantitativo caracteriza pelo emprego da quantificação tanto nas

modalidades de coleta de informações quanto no tratamento delas por meio de

técnicas estatísticas”.

A população de estudo foi composta por 30 pacientes de ambos sexos com

idade de 30 a 70 anos cadastrados no PSF Aeroporto, este trabalho iniciou-se com

a solicitação (Apêndice A) à enfermeira responsável pela unidade o número de

portadores de Diabetes Mellitus tipo 2 cadastrados no PSF Aeroporto, onde foi feito

um levantamento do nome portadores de Diabetes Mellitus tipo 2 e endereço

totalizando 30 portadores de Diabetes Mellitus tipo 2 que representou a amostragem

total.

De acordo com secretaria Municipal de Saúde (PARACATU, 2009b),

conforme dados do Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB), constam

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cadastrados no município de Paracatu 720 diabéticos tipo 2 , sendo que destes 296

fazem parte da Unidade de saúde Bela Vista.

Foi realizada uma coleta de dados através de entrevista semi-estruturada

padronizada por meio de um questionário com 15 perguntas fechadas e abertas, as

entrevista foram realizadas pela própria pesquisadora nos meses fevereiro e março

de 2010, através de visita domiciliar a cada portador.

Segundo Lakatos e Marconi (2006), a entrevista (Apêndice B) é um

instrumento de coleta dados que serve de apoio ao pesquisador quando se pretende

atingir um numero considerável de pessoas. Constituindo por uma série ordenada de

perguntas, que devem ser respondidas por escrito com uma presença do

entrevistador, com objetivo de conhecer as opiniões e a sua realidade.

Cada participante recebeu um termo de consentimento livre e esclarecido

(Apêndice C) que apresentou os objetivos do trabalho, seguindo as observâncias

éticas que referem à garantia de privacidade, do anonimato e do sigilo das

informações dos colaboradores, conforme a Resolução 196 de 10 de outubro de

1996, preceituadas pelo Conselho Nacional de Saúde. (FONTINELE JÚNIOR,

2003). Após assinatura do portador, procedeu-se a entrevista. A partir do mês de

abril iniciou-se a tabulação e análise dos dados coletados, e em conseqüência o

referencial teórico e conclusão do presente trabalho.

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4 RESULTADOS

Foram realizadas 30 entrevistas domiciliares com portadores de Diabetes

Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, em Paracatu- MG.

TABELA 1

Perfil socioeconômico dos diabéticos entrevistados, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010

(continua)

Perfil socioeconômico Nº %

Gênero

Feminino 23 76,7

Masculino 7 23,3

Faixa etária

30 a 40 2 6,7

41 a 50 9 30,0

51 a 60 5 16,7

61 a 70 14 46,6

Ocupação

Do lar 10 33,3

Aposentado 8 26,8

Motoristas 3 10,0

Auxiliar serviços gerais 3 10,0

Doméstica 2 6,7

Cabeleireira 1 3,3

Vigilante 1 3,3

Lavrador 1 3,3

Auxiliar administrativo 1 3,3

Estado Civil

Casado 18 60,0

Solteiro 1 3,3

Divorciado 5 16,7

Viúvo 6 20,0

Escolaridade

Analfabeto 7 23,3

Ensino Fundamental (1ª a 8ª) 21 70,0

Ensino Médio 2 6,7

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(conclusão)

Perfil socioeconômico Nº %

Renda familiar mensal

Até um Salário Mínimo 18 60,0

De 2 a 3 salários 12 40,0

TOTAL 30 100,0

Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010.

Na tabela 01: 23 diabéticos (76,7%) eram do sexo feminino e 7 (23,3%) sexo

masculino. Quanto à faixa etária o maior número de caso se encontra entre 61 e 70

anos com 14 portadores DM (46,7%), Dois portadores se encontram entre 30 a 40

anos (6,7%). Em relação à ocupação, 10 portadoras são do lar (33,3%) e 8 (26,8%)

aposentados. Quanto ao estado civil 18 (60%) são casados e 6 (20%) viúvos. Em

relação à escolaridade 21 (70%) possuíam o ensino fundamental (1ª à 8ª séries) e 7

(23,3%) são analfabetos. A renda familiar de 18 portadores (60%) correspondia a um

salário mínimo. Doze portadores (40%) recebiam entre 2 e 3 salários mínimo.

13%7%

80%

Uma vez por mês

Duas vezes por mês

Nenhuma

GRÁFICO 1: Distribuição dos entrevistados em relação a freqüência que procura o serviço de

saúde, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010.

Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010.

Em relação à freqüência com que os portadores de DM2 procuram o serviço

de saúde para realizar a consulta e exames, verificou-se que 24 (80%) vão ao

serviço de saúde uma vez por mês; 4 (13%) vão até duas vezes por mês e 2 (7%)

não procuram o serviço de saúde.

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28%

25%

15%32%

Dieta

Sobre medicação

Orientações diversas

Atividade física

GRÁFICO 2: Distribuição dos entrevistados, em relação as orientações recebidas diante do

diagnóstico de Diabete Mellitus, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010.

O gráfico 2 se refere às orientações recebidas após o diagnóstico de DM2.

constatou-se que 17 (32%) foram orientados quanto à dieta, 15 (28%) quanto à

medicação, 13 (25%) receberam orientações diversas e 8 (15%) referiram ser

orientados quanto à prática de atividade física.

30%

14% 0%

56%

Médico

Enfermeiro

Agente Com. Saúde

Técnico em Enfermagem

GRÁFICO 3: Distribuição dos entrevistados, por categoria profissional que fornece orientações sobre Diabetes Mellitus, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010.

Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010.

O gráfico 3 apresenta que 28 (56%) das orientações sobre DM2, são

fornecidas pelo médico, 15 (30%) pelo enfermeiro e 7 (14%) pelo agente comunitário

de saúde. Não houve relatos de orientações pelos técnicos de enfermagem.

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15%

9% 3%

73%

Retirada de açúcares e redução degorduras e carboidratos

Retirada de açúcares

Redução de carboidratos

Redução de gorduras

GRÁFICO 4: Distribuição dos entrevistados quanto às orientações fornecidas pelo PSF sobre a

dieta do Diabetes Mellitus foi orientado PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010.

O gráfico 4 refere-se às orientações da dieta ao portador de DM2, onde 24

(73%) receberam diversas orientações sobre a eliminação do açúcar, redução de

gorduras e carboidratos. Cinco (15%) referiram terem sido orientados sobre a

eliminação do açúcar e três (9%) sobre os carboidratos. Somente um (3%) portador

referiu receber orientações sobre a redução da gordura.

29%

22% 49% Carboidratos

Açúcares

Proteínas

GRÁFICO 5: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, conforme grupo

de alimentos consumidos no dia-a-dia, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010.

Quanto aos alimentos consumidos pelo portador no seu dia-dia, 87 (49%)

consomem carboidratos, 39 (29%) proteínas e 51 (22%) consomem açúcares.

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30%

70%

NãoSim

GRÁFICO 6: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, conforme

conhecimento sobre a diferença entre produtos diet e light, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010.

O gráfico 6, demonstra o conhecimento dos portadores de Diabetes Melittus

Tipo 2 quanto à diferença entre diet e light, demonstrando que 21 (70%) não sabem

a diferença entre diet e light e apenas 9 (30%) sabem diferenciar.

37%

63%

Não

Sim

GRÁFICO 7: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, sobre o consumo

de produtos diet, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010.

O gráfico 7 demonstra que 19 (63%) não utilizam produtos diet, e apenas 11

(37%) usam produtos diet.

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20%

80%

Não

Sim

GRÁFICO 8: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, sobre o consumo

de produtos light, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010.

O gráfico 8 demonstra que 24 (80%) não usam produtos light e 6 (20%) usam

produtos light.

33%

67%

NãoSim

GRÁFICO 9: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, quanto à prática

de atividades físicas, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010.

Em relação à prática de atividades físicas 20 (67%) portadores de Diabetes

Mellitus 2 não realizam exercícios físicos e apenas 10 (33%) praticam exercícios

físicos.

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10%

90%

Caminhada

Caminhada e Hidroginástica

GRÁFICO 10: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, quanto à

atividade física praticada, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010.

Quanto à atividade física, dos 10 (33%) que afirmaram praticar, 9 (90%)

referiram realizar caminhada, e somente um (10%) referiu praticar caminhada e

hidroginástica.

30%

17%

9%9%

35%

Falta de tempo

Sente dores

Dificuldade de locomoção

Não gosta

Ausência de companhia

GRÁFICO 11: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, quanto aos motivos para a não realização da atividade física, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010.

Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010.

Quanto aos 20 (67%) que afirmaram não realizar atividade física, relataram os

seguintes motivos: 8 (35%) alegaram falta de tempo, 7 (30%) sente dores nos

membros inferiores, 4 (17%) por dificuldade de locomoção, 2 (9%) não gostam e 2

(9%) não praticam exercícios físicos devido à ausência de companhia.

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40

30%

20%

50%

Diariamente

Duas vezes por semana

Três vezes por semana

GRÁFICO 12: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, quanto à

freqüência com que praticam exercícios físicos, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010.

Dos dez que praticam exercício físico 5 (50%) praticam diariamente, 3 (30%)

duas vezes por semana e 2 (20%) três vezes por semana.

30%

20%

50%

Diariamente

Duas vezes por semana

Três vezes por semana

GRÁFICO 13: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, quanto ao uso

de bebida alcoólica, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010.

Quanto ao uso de bebida alcoólica notou-se que 27 (90%) dos entrevistados

não faz o uso e 3 (10%) que sim.

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41

43%

57%

SimNão

GRÁFICO 14: Distribuição dos entrevistados quanto aos portadores possuir alguma doença associada ao Diabetes Mellitus, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010.

Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010.

O gráfico 14 demonstra que 17 (57%) dos portadores além de ter DM2 possui

outras doenças associadas e 13 (43%) não sabiam se possuíam outra doença

associada ao DM.

17%

9% 4%

70%

Hipertensão

Doença de Chagas

Osteoporose

Bronquite

GRÁFICO 15: Distribuição dos entrevistados portadores, quanto às doenças associadas ao

Diabetes Mellitus, que possuem, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010.

Sobre as doenças associadas que os 57% dos portadores referiram possuir,

estão assim distribuídas: 16 (70%) acometidos por hipertensão, 4 (17%) por doença

de chagas, 2 (9%) por osteoporose e 1 (4%) por bronquite. Sendo que em alguns

casos, um mesmo portador referiram possuir mais de uma doença associada.

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7%

93%

Sim

Não

GRÁFICO 16: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, quanto a estar

cientes em relação às possíveis complicações crônicas nos pés, rins, coração ou PSF Aeroporto, Paracatu, 2010.

Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010.

Em relação aos portadores ter conhecimento das possíveis complicações do

DM, notou-se que 28 (93%) estão cientes e 2 (7%) não tem conhecimento quanto às

possíveis complicações do Diabetes Mellitus.

3%

97%

Sim

Não

GRÁFICO 17: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, fazem uso de medicamentos para o controle glicêmico, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010.

Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010.

O gráfico 17 demonstra que 29 (97%) usam comprimidos hipoglicemiantes ou

insulina para o tratamento e 1 (3%) não utiliza hipoglicemiantes.

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24%

17%

59%

Comprimido hipoglicemiante

Insulina NPH

Comprimido Hipoglicemiante +

Insulina

GRÁFICO 18: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, conforme

medicamentos utilizados para controle glicêmico, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de

Diabetes Mellitus Tipo 2,cadastrados no PSF Aeroporto 2010.

Dos portadores que fazem uso de medicamentos, 17 (59%) referiram usar

comprimido hipoglicemiante, 7 (24%) usam insulina e 5 (17%) fazem uso de

comprimido hipoglicemiante mais insulina.

3%

97%

Não

Sim

GRÁFICO 19: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, sobre a

participação da Associação dos Diabéticos, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010.

O gráfico 19 demonstra que 29 (97%) não participam da Associação

Diabéticos de Paracatu e que apenas 1 portador (3%) participa da Associação.

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5 DISCUSSÃO

A grande maioria da população estudada é composta por portadores do sexo

feminino com 23 (76,7%). Neste estudo houve a predominância da faixa etária de 61

a 70 anos, 14 (46,7%). No estudo de Assunção e Ursine (2008), encontrou-se 164

diabéticos cadastrado no PSF do Centro de Saúde Ventosa, em Belo Horizonte,

também com predominância do sexo feminino 71,9% e apenas 28,1% portadores de

masculino; sendo que a faixa etária prevalente de 60 a 75 anos 31,7%. Sobre

ocupação demonstrou que a predominância foi do lar 10 (33,3%) e aposentados 8

(26,8%). Quanto ao estado civil 18 (60%) são casados. Pelo fato de que a amostra

foi composta por portadores da faixa etária de 30 a 70 anos. Na pesquisa de

Rodrigues e outros (2009), verificou-se 69,5% eram aposentados ou que apenas

desenvolvia atividade do lar, neste mesmo estudo houve mais números de casados

com 68,3%.

A população estudada apresentou-se um baixo nível de escolaridade sendo

21 (70%) ensino fundamental e baixas condições socioeconômicas 18 (60%)

sobrevivendo com apenas 1 salário mínimo, justificando que o maior número da

amostra são de mulheres que realizam atividades domésticas em suas próprias

casas e não tem nenhuma remuneração e as profissões prevalentes não exigem

um grau de escolaridade mais avançado. No estudo de Grillo e Gorini (2007),

realizado com 206 portadores de diabetes mellitus tipo 2, 65,6% dos entrevistados

também apresentaram de 1 a 5 anos de estudo, correspondendo à parte do ensino

fundamental, onde afirmam que a importância de analisar o grau de instrução se

deve ao fato de que a condição da escolaridade pode dificultar o acesso às

informações e trazer menores oportunidades de aprendizagem quanto ao cuidado

com a saúde, pois os pacientes diabéticos desenvolvem, em grande parte, o seu

auto-cuidado.

No trabalho realizado por Viegas-Pereira, Rodrigues e Machado (2008),

verificou-se que dos 439 portadores de diabetes mellitus tipo dois 92,3% recebiam

até 1 salário mínimo, sendo 61,3% da amostra era composta por aposentados.

Diante das características socioeconômicas observadas, acrescentadas às

limitações que a doença impõe, torna-se imprescindível a necessidade de se

repensar as ações de educação em saúde realizadas pela equipe multiprofissional

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da Unidade Básica de Saúde, principalmente no tocante às orientações para o auto-

cuidado, respeitando o contexto social e cultural da comunidade, aproveitando os

recursos disponíveis, de acordo com a sua realidade, para adquirir hábitos mais

saudáveis, implementando os cuidados do paciente diabético. Lembrando sempre

que a renda e a escolaridade influenciam significativamente na aderência de forma

adequada ao tratamento.

O estudo mostrou que 24 (80%) procuram o serviço de saúde uma vez por

mês para a realização da consulta. No estudo de Francisco e outros (2010), em

relação ao uso de serviços de saúde, aos conhecimentos e às práticas de controle

da doença, verificou-se que 75,2% dos idosos diabéticos visitam periodicamente o

médico/serviço de saúde.

No tocante às orientações recebidas após o diagnóstico de DM2, constatou-

se que 17 (32%) são orientados quanto à dieta, 15 (28%) sobre medicação, 13

(25%) recebem orientações diversas e 8 (15%) referiram ser orientados quanto à

prática de atividade física. Para Pieniz e outros (2007), a adesão do paciente ao

tratamento dietético não é fácil, pois há necessidade de mudanças nos padrões

alimentares e introdução de novos hábitos. Para isso é importante a participação

ativa do paciente e de familiares na terapia, uma vez que a nutrição é um dos

componentes essenciais do tratamento para portadores de DM. No estudo de Grillo

e Gorini (2007), outros aspectos analisados foram as dificuldades das pessoas em

aderir à dieta e em conviver com a doença e pôde-se observar que 55,2%

apresentavam dificuldade em aderir à dieta e a maioria delas 73,6% encontravam

dificuldade em conviver com a doença.

Em relação ao gráfico 3, 28 (56%) das orientações sobre DM2, são fornecidas

pelo médico, 15 (30%) pelo enfermeiro e 7 (14%) pelo agente comunitário de saúde.

De acordo com Rossi e Pace (2003), o enfermeiro é o elemento que tem o poder de

integrar o paciente junto à equipe multidisciplinar, além da sua função indispensável

na realização de abordagens educativas sobre questões psicológicas, sociais e

biológicas relacionados à patologia.

As consultas médicas são cada vez mais curtas e centradas apenas na adequação da dose de medicamentos deixando para a enfermagem todas as demais atividades tanto educativas como até mesmo o exame físico do paciente e a verificação de sinais vitais. É como se ele recebesse de cada membro da equipe uma parte da informação que unidas formam o atendimento integral, mas nem sempre as informações são complementares

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ou discutidas e nem sempre há uma uniformidade nesses dizeres. (MALAMAN, 2006, p. 47).

Quanto às orientações da dieta ao portador de DM2, 24 (73%) receberam

diversas orientações sobre a eliminação do açúcar, redução de gorduras e

carboidratos, 5 (15%) referem terem sido orientados sobre a eliminação do açúcar e

3 (9%)sobre os carboidratos. Apenas 1 (3%) referiu receber orientações sobre a

redução da gordura. A Organização Mundial da Saúde considera que a dieta do

diabético é um dos fatores responsáveis para manter os níveis glicêmicos dentro de

limites desejáveis. (RIQUEL; SOARES; MEIRELLES, 2002). Embora existam

controvérsias sobre a quantidade e tipos de carboidratos recomendados a

orientação atual preconiza que uma dieta com alto conteúdo de carboidratos

complexos e ricos em fibras, tais como frutas inteiras, legumes, verduras, grãos e

cereais, melhora o controle glicêmico e lipídico, a sensibilidade à ação da insulina,

além de favorecer a perda de peso. (PÉRES; FRANCO; SANTOS, 2006).

Quanto aos alimentos consumidos pelo portador no seu dia-dia, 87 (49%)

consomem carboidratos, 39 (29%) proteínas e 51(22%) consomem açúcares. Nota-

se que os portadores estão consumindo muitos carboidratos e açúcares, o que é

justificado pelo fato da população estudada ter uma condição socioeconômica baixa

e por ser uma categoria de alimentos mais baratos. No estudo de Brito, Buzo e

Salado (2009), revelaram que 95,18% dos entrevistados consomem carboidratos e

derivados todos os dias. Já em relação aos doces 57,83% referem não consumir,

sendo este resultado significativo por serem portadores de DM. Com relação a

legumes e verduras 67,47% referem consumir diariamente, considerando-se esta

conduta muito importante, pois ajuda no controle da glicemia.

Quanto o conhecimento dos portadores de Diabetes Melittus Tipo 2 quanto à

diferença entre diet e light 21 (70%) não sabem a diferença entre light e diet e

apenas 9 (30%) sabem diferenciar; 19 (63%) não utilizam produtos diet, e apenas

11 (37%) usam produtos diet; 24 (80% ) não usam produtos light e 6 ( 20%) usam

produtos light. Este estudo demonstrou baixo nível de conhecimento dos portadores

de diabetes mellitus tipo 2 quanto a diferença entre diet e light e também no

consumo desses alimentos pode estar relacionado ao baixo nível de escolaridade e

baixas condições socioeconômicas, famílias sobrevivendo com apenas 1 salário

mínimo. Um estudo de Talamone (2009), demonstrou que o portador diabetes

mellitus tipo 2 desconheciam a diferença entre os produtos diet e light de ser

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produtos consumidos com freqüência. E também mostrou que a população não têm

o hábito de leitura do rótulo dos produtos e, ainda, não se preocupa com a

quantidade utilizada e nem sabe da importância do rodízio do uso de adoçantes,

conforme recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse rodízio é

importante para que não haja acúmulo de uma determinada substância no

organismo como, por exemplo, açúcar, gordura e sódio. (TALAMONE, 2009). Tanto

os produtos diet como os light só poderão ser utilizados após análise de sua

composição para verificar se são ou não adequados para o consumo do diabético.

(SEYFFARTH; LIMA; LEITE, 2000).

O diabético deve ter conhecimento de que os ingredientes do produto podem ser calóricos e devem ser incluídos no cálculo da dieta, além de existir a possibilidade de conter sacarose ou glicose mesmo em teores menores que os produtos originais, o que contra-indica o seu uso indiscriminado. (SEYFFARTH; LIMA; LEITE, 2000, p. 31).

20 (67%) dos diabéticos não praticam atividades físicas, o que predomina

também no estudo de Grillo e Gorini (2007), onde 66,4% dos participantes do estudo

não as praticam. Ao serem questionados quanto ao motivo de não praticarem

atividade física, 8 (35%) justificou-se ser por falta de tempo. No entanto, os motivos

são incoerentes uma vez que neste estudo predominou a ocupação do lar e

aposentados, não seria talvez dificuldade em adaptar às mudanças no estilo de vida

ou seria desinteresse dos portadores? De acordo com Teixeira, Silva e Santos

(2006), a dificuldade que os portadores de diabetes mellitus encontram em mudar os

velhos hábitos está relacionada à renda, escolaridade e tempo da evolução da

afecção, causando a falta de aderência ou uma pseudo-aderência ao tratamento, o

que justifica a dificuldade da equipe multiprofissional em realizar o acompanhamento

de forma adequada. Mudar hábitos na vida de alguém é uma atividade bastante

complexa, pois a ação que se aplica a esse cliente não deverá durar apenas uma

hora ou o tempo de permanência dele na unidade de saúde, exige uma atividade

continua e de caráter duradouro. Portanto, o papel das atividades educativas é agir

como facilitador deste processo.

Quanto à atividade física, 10 (33%) dos que praticam – ou seja, 90% fazem

caminhada e 1 (10%) referiu a prática de hidroginástica e caminhada. No presente

estudo vê-se pouca adesão na prática de exercício físico. Para Fechio e Malerbi

(2004), o exercício físico regular ajuda a diminuir ou manter o peso e diminuir a

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resistência da insulina que melhora o controle glicêmico, o que para os portadores é

essencial a adesão da atividade física tendo a mesma importância como o uso de

medicamento e da dieta.

Conforme gráfico 12 dos que praticam exercício físico 5 (50%) praticam

diariamente, 3 (30%) duas vezes por semana e 2 (20%) três vezes por semana.

Neste estudo, a prática de exercícios físicos dos portadores que realizam foi 5

(50%) praticam diariamente. Segundo Katzer (2007), foi comprovada atuação nos

glicotransportadores, na prática do exercício físico o aumento da sensibilidade

celular a insulina fica mais eficiente, este efeito tem a duração de dois a três dias,

por este fato prescrevem-se rotina de no mínimo três dias intercalados por semana

atividades física.

27 (90%) dos diabéticos não fazem uso de bebida alcoólica, demonstrando

que não há o risco dos portadores de diabetes com a interação de bebida alcoólica

com medicamento sabendo-se que o uso do fármaco é contínuo. Também foi

verificado no estudo de Brito, Buzo e Salado (2009), que 89,16% referiram não

ingerir nenhum tipo de bebida alcoólica e 10,84% referem beber mais de uma vez

por semana. Em relação ao uso de cigarros, 91,57% referem não fumar, enquanto

8,43% referem fumar mais de um cigarro ao dia. Não há uma relação causal direta

entre bebida alcoólica e diabetes apesar de várias incidências do DM2 entre estes.

No estudo de Geraldo e outros (2008), realizado com 42 portadores de Diabetes

Mellitus participantes do projeto de atendimento nutricional da Universidade Federal

de Viçosa-MG, notou-se que 61,9% dos participantes também não consumiam

bebida alcoólica.

Os portadores além de ter DM2 possuem outras doenças, sendo que 17

(57%) são acometidos por outras doenças. Percebe-se que o portador necessita de

uma equipe multidisciplinar para um sucesso terapêutico, ou seja, além de ter o

diabetes, possuem outras doenças e a mudanças no estilo de vida. No estudo de

Grillo e Gorini (2007), as comorbilidades associadas ao DM2 são a hipertensão

76,8%, dislipidemia 48% e 83,2% foram classificados no grupo pré-obesos, obesos

classe I e II.

Sobre as doenças associadas que o portador referiu possuir, com

predominância foram 16 (70%) acometidos por hipertensão. De acordo com a

Sociedade Brasileira de Diabetes (2003, 2006), a presença de hipertensão em

portador diabetes é duas vezes mais comum do que em indivíduos não diabéticos.

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Um estudo Gack-Ghelman, Souza e machado (2009), realizado com 197 pacientes

atendidos em consulta de enfermagem em uma Unidade Básica de Saúde no Rio

Janeiro, demonstrou a presença de hipertensão arterial em 66% dos pacientes.

Sobre as demais doenças associadas que o portador referiu possuir, 4 (17%) por

doença de chagas, 2 (9%) por osteoporose e 1 (4%) por bronquite.

Os portadores tem conhecimento das possíveis complicações do DM, notou-

se que 28 (93%) estão cientes e 2 (7%) não tem conhecimento quanto às possíveis

complicações do Diabetes Mellitus. Percebe-se que os portadores estão sendo

orientados quanto às complicações DM no atendimento do serviço de saúde e as

equipe estão trabalhando na prevenção ao orientar sobre o risco do não

cumprimento do plano terapêutico das complicações que podem surgir, no momento

das entrevistas, os mesmos citaram as possíveis complicações nos olhos

(retinopatia), pé diabético e problemas renais.

29 (97%) usam comprimidos hipoglicemiantes ou insulina, durante a

entrevista alguns dos pacientes relataram ter começado o tratamento com alteração

alimentar e exercícios físicos e não conseguiram atingir o controle dos níveis

glicêmicos e então foi necessário utilizar a medicação, outros iniciaram já com uso

de medicamentos, alterações alimentares e realização de atividade física. No estudo

de Geraldo e outros (2008), realizado com 42 portadores de Diabetes Mellitus

participantes do projeto de atendimento nutricional da Universidade Federal de

Viçosa-MG o uso de hipoglicemiante e/ou insulina foi relatado por 90,47% dos

portadores.

Dos portadores que fazem uso de medicamentos para o controle glicêmico 17

(59%) referiram usar comprimido hipoglicemiante, 7 (24%) usam insulina e 5 (17%)

fazem uso de comprimido hipoglicemiante mais insulina. No entanto, os

medicamentos de primeira escolha foram os fármacos de via oral, nota-se que os

pacientes precisaram utilizar medicação para controle glicêmico - só com a

priorização de uma dieta adequada e atividade física não foi possível este controle,

sendo adotado um conjunto terapêutico nutricional, exercício físico e fármaco. No

estudo de Grillo e Gorini (2007), foi encontrado que 54,4% faz uso de comprimido

hipoglicemiante oral, 12% comprimido hipoglicemiante mais insulina e 8,8% usam

insulina. Estudou-se também o tipo de tratamento medicamentoso realizado pelos

pacientes, para tratar o diabetes e suas comorbidades e pôde-se verificar que 24,8%

não realizavam tratamento medicamentoso, 54,4% utilizavam hipoglicemiante oral,

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12,0% utilizavam além da medicação oral a insulina e 8,8% utilizavam apenas

insulina. Quanto ao tratamento para hipertensão, do total de 96 hipertensos, 68,5%

faziam uso de medicação. No que se refere ao tratamento da dislipidemia, do total

de 60 pessoas, 20% utilizavam medicação; as demais não faziam uso de

medicação, assim como não seguiam a dieta indicada à doença. (GRILLO; GORINI,

2007). Na pesquisa de Malaman (2006), uma das maiores dificuldades relatadas

pelos usuários é a mudança dos hábitos de vida, principalmente os relacionados à

alimentação. Mesmo fazendo o uso correto da medicação indicada pelo médico e

algum tipo de atividade física, os usuários não conseguem controlar seus

parâmetros de glicemia devido a hábitos alimentares inadequados.

O tratamento do paciente diabético é feito por um conjunto de ações que

envolvem uma tríade constituída por dieta, medicação e exercícios físicos.

(DELIBERATO, 2002). A adesão do indivíduo diabético às formas não

farmacológicas de tratamento é baixa, a maioria dos indivíduos, se inicialmente

aceitam a prescrição dietética, por exemplo, com o passar dos anos, terminam por

abandoná-la. (MCLELLAN et al., 2007). Atualmente tem havido uma tendência para

a valorização de medidas não convencionais de assistência ao paciente com

doenças crônicas, ou seja, das centradas no tratamento não medicamentoso,

destacando-se as práticas contínuas e muitas vezes diárias de exercícios físicos e

de caminhadas. Incentiva-se também a valorização da alimentação adequada, a

qual passa a ser vista mais com o benefício do que como castigo. (FERNANDES et

al., 2005). Mudar hábitos na vida de alguém é uma tarefa bastante complexa e exige

uma ação em tempo contínuo. A atividade educativa tem o papel de fornecer

subsídios para que o paciente mude seus hábitos de vida em prol da melhora de

seus sintomas, porém essa é uma alteração que envolve não só o usuário, mas todo

seu círculo familiar e social. Segundo Adam e Herzelich (2001), as modificações dos

comportamentos dos usuários baseiam-se em crenças, aceitação das informações

dada pelo corpo médico, crença na realidade da ameaça e suas conseqüências e

crença na eficácia das medidas preventivas.

Apenas 1 (3%) dos entrevistados participam da Associação Diabéticos de

Paracatu. De acordo com dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2000), publicado

na Revista de Hipertensão Arterial e Diabetes sobre a Associação de Diabéticos do

Distrito Federal a entidade realiza desde a detecção do diabetes e o

encaminhamento à assistência médica necessário até o acompanhamento por

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nutricionista e psicólogo, bem como o suporte à família do diabético, onde afirma

que o esclarecimento da família é fundamental para a adaptação do portador de

diabetes aos cuidados que a doença exige.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da pesquisa e dados obtidos com este estudo sabe-se que o diabetes

é uma doença crônica não transmissível que demanda uma adesão ao tratamento,

sendo imprescindível a mudança de hábitos por toda vida e auto-cuidado, para o

controle dos níveis glicêmicos a fim de prevenir ou retardar complicações e diminuir

o número de internações devido ao diabetes.

Porém, mudar hábitos não é tarefa fácil e requer esforço e disciplina, as

condições socioeconômicas influenciam principalmente o consumo de alimentos

apropriados, como os produtos diet e light e conhecimento desses produtos, os

resultados deste estudo apontaram pouca adesão na atividade física e o consumo

de produtos diet e light e um número elevado de portadores acometidos por outras

doenças, sabe-se que o portador precisa estabelecer mudanças de hábitos no seu

cotidiano, desistir de hábitos anteriores não saudáveis, neste caso a colaboração da

família e dos profissionais de saúde no sentido de orientar, motivar dando suporte no

esclarecimento de dúvidas.

E o trabalho da equipe multidisciplinar com práticas holísticas em saúde de

integração com o paciente para um sucesso terapêutico, nesta equipe de

multiprofissionais de saúde encontra-se o enfermeiro que contribui e desenvolve

ações de promoção e prevenção com um papel de educador, através de atividades

educativas levando conhecimento sobre a doença, a importância de adaptar-se às

mudanças do estilo de vida, e incluir a família nestas mudanças de hábitos que são

tão saudáveis e trabalhando no modelo preventivo com esses membros da família

para evitar o aparecimento de diabetes. E um olhar focalizado com o portador de

diabetes no seu contexto sócio-cultural com práticas de educação em saúde através

de grupo educativo com a administração de palestras e oficinas de saúde que leva

informações e orientações, mais que agrega o conhecimento da patologia e das

mudanças no estilo de vida em relação aos hábitos alimentares como as restrições

do açúcar, a importância da leitura dos rótulos dos produtos diet e ligt e os

benefícios das práticas de exercícios.

No entanto, é necessário que haja maior participação do portador na

entidade implantada que luta por seus interesses para melhoria da qualidade de vida

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do portador e a colaboração do serviço de atendimento aos diabéticos para

divulgação dessa Associação.

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VIGGIANO, Celeste Elvira. Prevalência, fatores de risco, complicações e tratamento do diabetes melito. Revista Nutrição Brasil, v. 2, n. 2, 2003. Disponível em: <http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=BDENF&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=7044&indexSearch=ID >. Acesso em: 05 maio 2010.

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Apêndice A: Autorização para coleta de dados para elaboração de Trabalho de

Conclusão de Curso

Paracatu, 01de fevereiro de 2010.

Assunto: Autorização para coleta de dados para elaboração de Trabalho de

Conclusão de Curso

Prezado Coordenador,

Vimos através deste apresentar a solicitação de autorização para coleta de

dados como requisito para realização do trabalho de conclusão de curso intitulada:

“Portador de diabetes mellitus tipo 2: mudança de hábitos para adesão ao

tratamento”, que será desenvolvido pela acadêmica Juliane Pereira Oliveira,

regularmente matriculada no 7º Período do Curso de Enfermagem .

Para realização deste trabalho a acadêmica necessita coletar dados junto aos

portadores de Diabetes Mellitus tipo 2 cadastrados no PSF Aeroporto do município

Paracatu. Em nenhum momento este trabalho tem como objetivo denegrir valores e

sim rever conceitos referentes ao assunto tão importante. Este trabalho não visa

lucros, nem vai gerar encargos à instituição e sim, melhorar a qualidade de vida dos

portadores de diabetes mellitus tipo 2.

Solicitamos, portanto a colaboração e permissão de Vossa Senhoria para a

coleta das informações necessárias ao estudo.

Sem mais para o momento,

Atenciosamente.

____________________________ ___________________________

Íris Leda Carmargos Nery Ferreira Juliane Pereira Oliveira

Professor Orientador Temática Acadêmica curso de enfermagem

À enfermeira responsável pela Unidade de saúde PSF Aeroporto

Paracatu – Minas Gerais

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Apêndice B - Questionário

Nome: _________________________ Idade: ________________________

Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino Profissão: _____________________ Estado civil: ( ) Solteiro(a) ( ) Casado(a) ( ) divorciado(a) ( ) Viúvo(a) Escolaridade: ( ) Analfabeto ( ) Ens. Fund.– 1ª a 8ª série ( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo ( ) Ensino superior incompleto ( ) Superior completo Renda mensal familiar: ( ) até um salário mínimo ( até $510.00) ( ) de 2 a 3 salários mínimos (até $1530.00) ( ) Acima de 4 salários mínimos ( mais de $2040.00 ) 1) Com qual freqüência procura o serviço de saúde para a realização da consulta

para diabetes para controle glicêmico? ( ) uma vez por mês ( ) duas vezes mês ( ) nenhuma 2) Quais as orientações foram fornecidas frente ao diagnóstico de Diabetes Mellitus

tipo 2 ? ( ) sobre medicação ( ) dieta ( ) atividades físicas ( ) possíveis complicações

( ) diversas orientações 3) De qual categoria profissional você recebeu orientação sobre Diabetes Mellitus

tipo 2 pela 1ª vez? ( ) Médico ( ) Enfermeiro ( ) Técnico de Enfermagem

( ) Agente Comunitário de Saúde ( ) outras, quais? ______________ 4) Quais tipos de dietas foram orientadas sobre o Diabetes Mellitus Tipo 2? ( ) eliminação de açúcares ( ) redução carboidratos ( ) redução gorduras em geral ( ) eliminação de açucares, redução carboidrato e gorduras em geral 5) Quais dos grupos de alimento abaixo você consome no seu dia a dia?

( )arroz ( ) folhas verdes ( ) batata ( ) beterraba ( ) massas ( ) refrigerantes ( ) biscoitos ( ) bolos ( ) bolacha

6) Você sabe a diferencia entre os produtos diet e light? ( ) sim ( ) não 7) Você usa produtos diet? ( ) sim ( ) não 8) Você usa produtos light? ( ) sim ( ) não

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9) Você pratica atividade física? ( ) sim ( ) não 9.1 Se sim, quais? ____________________________________________ 9.2 se não Por quê? ___________________________________________ 10) Com que freqüência você pratica exercício físico? ( ) diariamente ( ) 2 vezes na semana ( ) 3 vezes na semana 11) Você faz uso de bebida alcoólicas ( ) sim ( ) não 12) Possui alguma doença associada ao Diabetes Mellitus tipo 2?

( ) sim ( ) não Se sim Quais? _____________________________ 13) Você sabe que o portador de Diabetes Mellitus tipo 2 pode desenvolver

complicações crônicas nos pés, rins, coração ou olhos? ( ) Sim, devido o controle inadequado das taxas de glicose ( ) não sabe 14) Você faz uso de medicamentos por via oral comprimidos hipoglicemiante para o

controle glicêmico? ( ) sim ( ) não

Se sim, quais? _______________________________________________ 15 Você participa da associação de diabéticos de Paracatu? ( ) sim ( ) não

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Apêndice C – Termo de consentimento livre e esclarecido

Nome do (a) paciente: ____________________________________________

Pesquisadora responsável: Acadêmica de Enfermagem do 7º período da Faculdade

Tecsoma, Juliane Pereira de Oliveira.

O presente trabalho, “Portador de diabetes mellitus tipo 2: mudança de hábitos

para adesão ao tratamento“ tem como objetivo, conhecer os aspectos que interferem

na adesão ao tratamento de Diabetes Mellitus tipo 2, bem como conhecimento sobre

a patologia e suas possíveis complicações na população diabética adulta na faixa

etária de 30 a 70 anos, cadastrada no PSF Aeroporto de Paracatu-MG, através da

aplicação de questionário, visando à investigação dos fatores modificáveis no estilo

de vida dos diabéticos, que poderiam melhorar o controle da doença e qualidade de

vida dos mesmos, conhecendo assim as dificuldades encontradas pelo portador de

Diabetes Mellitus do tipo 2, envolvendo o tratamento medicamentoso e mudança no

estilo de vida.

O paciente terá a liberdade de recusar a participar ou cancelar o seu

consentimento sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu tratamento e

cuidado. É garantido o sigilo e privacidade dos dados envolvidos na pesquisa. Os

dados e informações provenientes deste trabalho serão utilizados como fins de

produção do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) à Faculdade Tecsoma.

Eu _________________________________________________, venho por

meio deste, manifestar meu consentimento em participar da amostragem da

pesquisa acima referida pela acadêmica de enfermagem do 7º período de

Enfermagem da Faculdade Tecsoma, Juliane Pereira de Oliveira, estando

consciente sobre sua justificativa, objetivos e procedimentos a serem utilizados.

Paracatu, _____ /______ /_______

Familiar/Paciente: ________________________________________________

Acadêmica Juliane Pereira de Oliveira: _______________________________