PORTARIA 2048/2002 Aprova o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência...
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PORTARIA 2048/2002
Aprova o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência
Prof. Raimundo Lima Monteiro
Portaria 2048/2002Estabelece os princípios e diretrizes dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, as normas e critérios de funcionamento, classificação e cadastramento de serviços e envolve temas como a elaboração dos Planos Estaduais de Atendimento às Urgências e Emergências, regulação médica, atendimento pré-hospitalar, transporte inter-hospitalar, criação de Núcleos de ]educação em Urgências e proposição de grades curriculares para capacitação de recursos humanos da área.
Capítulos:
I - Plano Estadual de Atendimento às Urgências e Emergências
II – A Regulação médica das Urgências e Emergências
III – Atendimento Pré-Hospitalar Fixo
IV – Atendimento Pré-Hospitalar Móvel
V – Atendimento Hospitalar
VI – Transferências e Transporte Inter-Hospitalar
VII – Núcleos de Educação em Urgência
3 Conceitos
URGÊNCIA: “Ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco
potencial de morte, cujo portador necessita de assistência médica
imediata."
EMERGÊNCIA: “ Constatação médica de condições de agravo à saúde que
impliquem em risco iminente de morte ou sofrimento intenso, exigindo,
portanto, tratamento médico imediato.”
(Diário Oficial da União/1995 - Seção I – Pg. 3666)
4 PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ATENDIMENTO EM EMERGÊNCIA:
Emergências clínicas – acometimentos de origem interna que
causam
repercussão sistêmica, com agravamento que indica
situação de sofrimento
intenso e/ ou risco de morte iminente, requerendo
tratamento imediato.
Emergências traumáticas – situações de agressões por causas
externas que
originam deformidades anatômicas com repercussão
sistêmica em
situações que requerem tratamento imediato.
Capítulo III
Atendimento Pré-Hospitalar Fixo
Primeiro nível de atenção;
Quadros clínicos, traumáticos e psiquiátricos;
Vinculado ao Sistema Estadual de Urgência e Emergência;
Prestação de serviços:
- Unidades básicas de saúde - Unidades PSF
- PACS - Ambulatórios especializados
- Unidades não hospitalares - Unidades móveis
a) Urgências e Emergências e a Atenção Primária e PSF: acolhimento e
estabilização
b) Urgências e Emergências e as Unidades não-hospitalares: resolução
Atendimento Pré-Hospitalar Fixo
a) Atenção Primária e PSF
Acolhimento dos casos de baixa complexidade por todos
os municípios brasileiros – PAB OU PABA
Responsabilidade por pacientes com quadros agudos ou crônicos agudizados onde habitualmente são tratados – prontuários já existentes – readequação terapêutica com o disponível na rede SUS
Recursos humanos: tendência a encaminhar sem avaliação e estabilização prévias: necessidade de qualificação
Recursos físicos: espaço devidamente abastecido de “mat-med” necessários até a viabilização da transferência – conhecimento da localização pela equipe – PABA área física para observação por até 08 horas.
Atendimento Pré-Hospitalar Fixo
a) Atenção Primária e PSF (cont.)
Recursos físicos:
Materiais: cuidados com via aérea – AVP – curativos –
pequenas suturas – imobilizações
Medicamentos: cristalóides – aminas – AINES/AIES – analgésicos –
psicotrópicos – broncodilatadores – diuréticos – anti-
hipertensivos – anti-espasmódicos – anestésicos
Grade de referência: adequada retaguarda pactuada para maior complexidade – mediação pela Central de Regulação para unidades não hospitalares, PS, ambulatórios especializados ou apoio diagnóstico – garantia de transporte: PH móvel ou pactuações.
Atendimento Pré-Hospitalar Fixo
b) Unidades não-hospitalares
Funcionamento 24 horas – primeiro nível de assistência de média complexidade (M1) – pelo menos uma em cada sede módulo assistencial para sua própria população ou agrupamento de municípios – observação até 24 horas
Atribuições/ missões:
- Integrantes do SEUE, dando retaguarda às USB/ PSF;
- Complexidade intermediária – entre UBS/ PSF e Unidades
Hospitalares – ordenadores dos fluxos de urgência;
- Atendimento resolutivo aos quadros clínicos agudos de qualquer
natureza de média complexidade e de baixa complexidade quando
inatividade das USB e PSF;
- Descentralizar o atendimento.
Atendimento Pré-Hospitalar Fixo
b) Unidades não-hospitalares (cont.)
Atribuições / missões:
- Ser entreposto de estabilização do PH móvel;
- Acolher, intervir e referenciar para a rede básica, especializada ou
internação proporcionando continuidade;
- Articular-se com unidades hospitalares, de apoio diagnóstico e terapêutico
com fluxos coerentes;
- Subsidiar a elaboração de estudos epidemiológicos e a construção de
indicadores de saúde para a atenção integral às urgências.
Dimensionamento e organização assistencial:
- No mínimo médico e enfermeiro por 24 horas – clínicas médica e pediátrica - podendo ser ampliada a equipe com clínicas cirúrgica, ortopedia e odontologia de urgência dependendo do perfil epidemiológico loco-regional
Atendimento Pré-Hospitalar Fixo
B) Unidade não-hospitalares (cont.)
Dimensionamento e organização assistencial:
- Suporte ininterrupto de patologia clínica e radiologia, leitos de obs
de 06 a 24 horas – transporte adequado e ligação com rede
hospitalar por regulação médica garantidos mediante centrais
estruturadas ou pactuação de caráter municipal ou regional
Recursos humanos: coordenador – clínico geral e pediatra – enfermeiro – técnico/ auxiliar de enfermagem – téc radiologia – aux serviços gerais – aux administrativo – laboratório na unidade - outros que poderão compor a equipe – habilitação pelos Núcleos de educação em Urgências
Atendimento Pré-Hospitalar Fixo
Obs: números da relação poderão variar e a inclusão de outras clínicas poderão ocorrer conforme a realidade loco regional ou sazonalidade – unidade porte I: deverá haver 01 médico adicional de sobreaviso
PORTE População da região
de cobertura
Número de atendimentos médicos
em 24 horas
Número de
médicos por
plantão
Número de leitos
de observaçã
o
Percentual pacientes
em observação
Percentual encaminhamentos
para internação
I 50.000 a 75.000
habitantes
100 pacientes
1 pediatra1 clínico
6 leitos 10 % 3 %
II 75.000 a 150.000
habitantes
300 pacientes
2 pediatras
2 clínicos
12 leitos 10 % 3 %
III 150.000 a 250.000
habitantes
450 pacientes
3 pediatras
3 clínicos
18 leitos 10 % 3 %
Atendimento Pré-Hospital Fixo
b) Unidades não-hospitalares (cont.)
Área física de acordo com o tamanho da complexidade - composição da unidade por blocos
OBRIGATÓRIOS Bloco de pronto atendimento: recepção e espera (com sanitários) –
SAME – Triagem (Manchester) – consultórios Bloco de apoio diagnóstico: radiologia – patologia clínica Bloco de procedimentos: suturas – curativos contaminados –
inaloterapia/ medicações Bloco de urgência/observação: reanimação e estabilização / urgência –
observação masculina, feminina e pediátrica (posto de enfermagem, sanitários e chuveiros)
Bloco de apoio logístico: farmácia – almoxarifado – expurgo/lavagem materiais – CME – rouparia - necrotério
Atendimento Pré-Hospital Fixo
b) Unidades não-hospitalares (cont.)
OBRIGATÓRIOS
- Bloco de apoio administrativo: gerência/administração – descanso para equipes (sanitários e chuveiros) – vestuários – copa/refeitório – DML – área para limpeza geral – local para acondicionar lixo
TRIAGEM CLASSIFICATÓRIA:
- Profissional de saúde nível superior
- Treinamento específico com protocolos pré-estabelecidos
- Avaliar grau de urgência
- Vedada a dispensa antes do atendimento médico
Capítulo IV
Atendimento Pré Hospitalar Móvel
Procura chegar precocemente à vítima após ocorrência de agravo à saúde
Naturezas clínicas-cirúrgica-traumática-psiquiátrica
Atendimento hierarquizado e integrado ao SUS
Atendimento Pré Hospitalar Móvel:
- Primário: pedido de socorro oriundo de um cidadão;
- Secundário: pedido de socorro oriundo de um serviço de saúde que indica
estabilização do quadro de urgência
Atendimento Pré Hospitalar Móvel
Definição dos Veículos:
Tipo A – transporte: transporte em decúbito horizontal – não apresentam risco de vida – remoções simples – caráter eletivo
Tipo B – suporte básico: transporte inter-hospitalar com risco de vida conhecido – PH com risco desconhecido – não classificados com potencial de necessitar de intervenção médica
Tipo C – resgate: atendimento PH vítima de acidentes – locais de difícil acesso – equipamentos de salvamento
Tipo D – suporte avançado: pacientes de alto risco no PH – cuidados intensivos de IH – equipamentos necessários
Atendimento Pré Hospitalar Móvel
Definição dos Veículos:
Tipo E – aeronaves: asa fixa ou rotativa para IH – asa rotativa para resgates PH
Tipo F – embarcações: aquaviário – vias marítima ou fluvial – equipamentos e recursos humanos conforme suporte prestado –
Obs: VIR: leves – transporte de médicos e equipamentos – suporte
avançado em ambulâncias tipos A – B – C – F
Outros: habituais adaptados para pacientes baixo risco – crônicos - não caracterizados como tipo lotação – somente com anuência médica
Atendimento Pré Hospitalar Móvel
Tripulação
devem ser todos habilitados pelos Núcleos de Educação em Urgências:
Ambulâncias A: 02 profissionais
Ambulâncias B: 02 profissionais
Ambulâncias C: 03 profissionais
Ambulâncias D: 03 profissionais
Ambulâncias E: PH primário não traumático ou secundário x
atendimentos traumáticos – 03 profissionais
Ambulâncias F: SBV x SAV – 02 ou 03 profissionais
Capítulo V Atendimento
Hospitalar Unidades Hospitalares:
Estruturação baseada na regionalização/ NOAS: nenhum PS hospitalar pode apresentar infra-estrutura inferior à de uma unidade não-hospitalar
Classificação:
- Unidades gerais de atendimento às urgências e emergências
tipos I – II
- Unidades de referência em atendimento às urgências e emergências
tipos I – II – III
Definição de critérios de classificação
Características gerais comuns às unidades gerais I e II e de referência I , II e III
Recursos Humanos: equipe capacitada nos NEU e treinada em serviço – RT da unidade responsável pelo programa de treinamento – escala de treinamento e cópia disponível para revisão – cada 04 anos
Equipe:
- Responsável técnico: médico especialista – exerce somente em uma unidade cadastrada pelo SUS, permitido em outra se unidade universitária
- Equipe médica: quantitativo suficiente para 24 horas de serviços
- Equipe de enfermagem: coordenador de enfermagem: 01 – enfermeiros e técnicos de enfermagem em quantitativo suficiente para 24 horas de serviços
Capítulo V Atendimento
Hospitalar
Atendimento Hospitalar Características específicas exigíveis para cada tipo de unidade (gerais e de
referência):
- Unidades gerais de atendimento tipo I: hospitais gerais de pequeno porte correspondente ao primeiro nível de média complexidade (m1) no atendimento do SEUE – recursos no mínimo os exigíveis das unidades não-hospitalares de UE - centro cirúrgico e enfermarias
- Unidades gerais de atendimento tipo II: hospitais gerais de médio porte correspondente ao segundo nível de média complexidade (m2) no atendimento do SEUE - recursos no mínimo os exigíveis das unidades não-hospitalares - centro cirúrgico, centro obstétrico e enfermarias
Atendimento Hospitalar Características específicas exigíveis para cada tipo de unidade de
referência:
- Hospitais gerais ou especializados correspondentes ao nível de assistência de média complexidade terceiro nível (m3) e alta complexidade no atendimento do SEUE – instalações físicas, recursos humanos e tecnológicos adequados a que se tornem referência – a unidade hospitalar se responsabiliza garantindo com recursos próprios o acesso ao serviço ou profissional
- Características da unidade de referência tipo I: recursos tecnológicos e humanos adequados para ocorrências de naturezas clínica e cirúrgica nas áreas de pediatria OU cardiologia OU traumato-ortopedia
Atendimento Hospitalar Características específicas exigíveis para cada tipo de unidade de
referência
- Características da unidade de referência tipo II: recursos tecnológicos e humanos adequados para ocorrências de naturezas clínica e cirúrgica.
- Características da unidade de referência tipo III: recursos tecnológicos e humanos adequados para ocorrências de naturezas clínica, cirúrgica e traumatológico – desempenhar atribuições de capacitação, aprimoramento e atualização dos recursos humanos.
Dúvidas