Portugal Post Julho 2009

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PORTUGAL POST Director: Mário G. M. dos Santos ANO XVI • Nº 180 • Julho 2009 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351•E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718 Leia nesta edição Página 15 Página 11 Página 5 Página 7 Publicidade Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853 Telmo Pires cresceu na Alemanha com o fado na alma O cantor Telmo Pires é actualmente um dos grandes embaixadores do fado na Alemanha, mas não está de passagem, chegou com os pais emigrantes ainda criança, e manteve a paixão pela língua e pela música portuguesas. Página 13 Cartão do Cidadão disponível em 80 por cento dos consulados até Setembro Europeias Abstenção ganha eleições na Alemanha Língua Portuguesa What língua is esta? Destaque Singen Centro Português aposta no Futebol Feminino Luís Figo - Anuncia fim da carreira na Europa Amizades, títulos e estabilidade familiar são maiores recordações de 18 anos de carreira Pág. 3

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Portugal Post Julho 2009

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PORTUGAL POSTDirector: Mário G. M. dos Santos

ANO XVI • Nº 180 • Julho 2009 • Publicação mensal • 2.00 €

Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351•E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

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Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 DoPVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853

Telmo Pirescresceu na

Alemanhacom o fado

na almaO cantor Telmo Pires é actualmente um dosgrandes embaixadores do fado na Alemanha,

mas não está de passagem, chegou com ospais emigrantes ainda criança, e manteve a

paixão pela língua e pela música portuguesas.

Página 13

Cartão do Cidadão disponível em 80

por cento dos consulados

até Setembro

EuropeiasAbstenção ganha

eleições naAlemanha

Língua PortuguesaWhat

língua is esta?

Destaque

SingenCentro Portuguêsaposta no Futebol

Feminino

Luís Figo - Anuncia fim da carreira na Europa

Amizades, títulos e estabilidade familiar são maiores recordações de 18 anos de carreira Pág. 3

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PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009

EditorialMário dos Santos

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DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS

REDACÇÃO E COLABORADORESCRISTINA KRIPPAHL: BONAFRANCISCO ASSUNÇÃO: BERLIMFERNANDO A. RIBEIRO: ESTUGARDAHELENA GOUVEIA: BONAJOAQUIM PEITO: HANNOVERLUÍSA COSTA HÖLZL: MUNIQUE

CORRESPONDENTESALFREDO CARDOSO: MÜNSTERANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHENJOÃO FERREIRA: SINGENJORGE MARTINS RITA: ESTUGARDAJOSÉ PINTO NASCIMENTO: DÜSSELDORFKOTA NGINGAS: DORTMUNDMANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECKMICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONAPAULO ALEXANDRE: HAMBURGOZULMIRA QUEIROZ: GROß-UMSTADT

COLUNISTASANTÒNIO JUSTO: KASSELDORA MOURINHO: ESSENFERNANDA LEITÃO: TORONTOJOSÉ EDUARDO: FRANKFURTJOSÉ VALGODE: LANGENFELDLAGOA DA SILVA: LISBOALUIS BARREIRA, LUXEMBURGOMARCO BERTOLOSO: COLÓNIAMARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIGPAULO PISCO: LISBOARUI MENDES: AUGSBURGRUI PAZ: DÜSSELDORFTERESA COLAÇO: COLÓNIA

ASSUNTOS SOCIAISJOSÉ GOMES RODRIGUES: ASSISTENTE SOCIALCONSULTÓRIO JURIDICOCATARINA TAVARES: ADVOGADAMICHAELA A. FERREIRA: ADVOGADAMIGUEL KRAG: ADVOGADO

FOTÓGRAFOS:PAULO FERREIRA E FERNANDO SOARESAGÊNCIAS: LUSA. DPAIMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG

PUBLICIDADE: TELMA BONITO

REDACÇÃO, ASSINATURAS E PUBLICIDADEBURGHOLZSTR.43 - D - 44145 DORTMUNDTEL.: (0231) 83 90 289FAX: (0231) 83 90 351WWW.PORTUGALPOST.DEE MAIL: CORREIO @ FREE.DE

REGISTO LEGAL: PORTUGAL POSTJORNAL DA COMUNIDADE PORTUGUESA NA ALEMANHAISSN 0340-3718 • K 25853PROPRIEDADEPORTUGAL POST VERLAG REGISTO COMMERCIAL HRA 13654

PORTUGAL POSTAgraciado com a medalha da Liberdadee Democracia da

Assembleia da RepúblicaFundado em 1993

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PORTUGAL POST

celebra 16 anos de existência PORTUGAL POST como único jornal

português na Alemanha vai no seu dé-

cimo sexto ano de publicação.

Ao longo deste anos, o nosso / vosso

jornal nunca viu a sua publicação inter-

rompida. Mês a pós mês e ano após

ano fomos cumprindo o compromisso que as-

sumimos com os milhares e milhares de leitores

que nos lêem e com os anunciantes que durante

este anos todos foram depositando confiança

em nós.

Chegados aqui, o PORTUGAL POST tornou-se

incontornavelmente no porta-voz da comuni-

dade. Este jornal é hoje imprescindível e sem ele

verificar-se-ia um vazio ou, por outras palavras,

a existência da comunidade neste país seria

como um corpo amputado e sem voz.

Ao logo deste anos todos, a existência deste

jornal foi orientada por valores e princípios da

liberdade, do pluralismo, da independência, da

defesa de uma comunidade com necessidades e

interesses específicos e da denúncia das injus-

tiças, assegurando a todos o direitos à informa-

ção isenta, rigorosa e objectiva, distinguindo

claramente os espaços de opinião e assegu-

rando nestes o confronto das diversas corren-

tes de pensamento.

Claro que não pudemos nem podemos agradar

a todos, ou como soi dizer-se, fazer o pleno.

Seria impossível ser assim. Mas mesmo àqueles

a quem não agradamos nunca recusamos as pá-

ginas deste jornal para a divulgação dos seus

pontos de vista.

Com opinião própria por obediência ao seu es-

tatuto editorial, o PORTUGAL POST também

nunca se coibiu de dizer o que pensa indepen-

dentemente de agradar ou não.

Nunca confundimos confronto de ideias com

ataques nem nos moveu ou move interesses li-

gados a correntes ideológicas ou outras.

Nesta sua existência de década e meia, o POR-

TUGAL POST considerou e considera a sua ac-

tividade como um serviço de interesse público,

com respeito total pelos seus leitores.

Nota:

A Portugal Post Verlag, casa editora responsável

pela publicação deste jornal, poderá já em Se-

tembro próximo anunciar mais uma publicação,

esta com periodicidade semanal.

Para além do PORTUGAL POST que conti-

nuará como até aqui, a nova publicação estará

nas bancas e pode ser adquirida através de assi-

natura. Mais notícias sobre esta publicação na

edição de Setembro do PP.

O

Page 3: Portugal Post Julho 2009

PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009 3

Em entrevista à Agência Lusa, o

antigo capitão da selecção portu-

guesa considerou “impossível dizer

uma única recordação de 18 anos”

de carreira, que termina aos 36

anos, após ter conquistado um

quarto título italiano consecutivo

pelo Inter de Milão.

“Mas acho que todas as rela-

ções de amizade que criei ao longo

destes 18 anos são aquilo que fica

também para o futebol. Acima de

tudo, os títulos que ganhei e a

minha estabilidade em termos de

família são aquilo que fica na retina.

Fazendo um pouco o resumo dos

meus 18 anos de carreira, é aquilo

que fica ligado a mim”, disse.

Admite que também sofreu de-

cepções, mas opta por ignorá-las

por não contribuírem para a sua fe-

licidade: “As decepções têm que se

esquecer rápido, para não ficarem

na memória. É lógico que existiram,

mas, como não me fazem mais feliz,

acho que não vale a pena pensar

nelas”.

Quando se transferiu para o es-

trangeiro, em 1996, Luís Figo já

tinha sido campeão da Europa de

Sub-16 (1989), campeão do Mundo

de Sub-20 (1991) e vencedor da

Taça de Portugal (1995, pelo Spor-

ting).

Em Espanha conquistou, entre

outras competições, quatro títulos

nacionais (1998 e 1999, pelo FC

Barcelona, e 2001 e 2003, pelo Real

Madrid), uma Taça das Taças e uma

Supertaça Europeia (ambas em

1997, pelo FC Barcelona) e uma

Liga dos Campeões e uma Taça In-

tercontinental (ambas em 2002,

pelo Real Madrid).

A carreira ficou concluída com

a transferência para o Inter de

Milão, em 2005, acrescentando ao

seu currículo um quarto clube e

quatro títulos italianos consecuti-

vos, entre 2006 e 2009.

Ao serviço da principal selec-

ção nacional, esteve presente em

três Campeonatos da Europa

(1996, 2000 e 2004) e em dois

Campeonatos do Mundo (2002 e

2006), tendo como melhores resul-

tados o segundo lugar no

Euro2004, em Portugal, e o quarto

no Alemanha2006.

Mas a falta de um título não foi

uma frustração: “Eu acho que foi um

orgulho enorme poder chegar a

uma final pelo meu país. Foi uma

oportunidade perdida, é lógico que

preferia ter ganho, mas isso não

aconteceu e eu só posso estar feliz

pela minha trajectória em termos

de selecção nacional”, comentou.

Apesar de recusar fazer distin-

ções entre os quatro clubes que re-

presentou, recorda o Sporting

como aquele onde se formou e su-

blinha que continua a ser sócio dos

leões.

A sua carreira foi marcada por

uma regularidade só possível pela

quase ausência de lesões - a excep-

ção foi a fractura do perónio já no

Inter de Milão -, mas o antigo nú-

mero sete diz que o seu único se-

gredo foi “trabalhar muito”.

“Ao longo destes 18 anos nin-

guém me ofereceu nada. É lógico

que a minha fisionomia certamente

fez com que não tivesse tido muitas

lesões, também a sorte ajuda, mas

aquilo que conquistei foi com muito

trabalho, com muito suor. Não

posso afirmar mais, porque não

existe nenhuma solução mágica

para aquilo que tenha acontecido

ao longo da minha carreira”, refe-

riu.

Depois da polémica transferên-

cia para o rival Real Madrid, em

2000, Luís Figo passou a ser mal re-

cebido cada vez que se deslocava a

Barcelona, mas isso é algo que

nunca o preocupou.

“Eu faço a minha vida indepen-

dentemente daquilo que os outros

pensam ou possam fazer. Vou aonde

tenho de ir, vou aonde desejo ir,

faço aquilo que bem entendo e

aquilo que os outros pensam não

me importa minimamente. Se fosse

assim, de certeza que não tinha tido

18 anos de carreira, tinha tido uni-

camente dois ou três”, sublinhou.

Com as férias à porta, Luís Figo

ainda não sente a nostalgia da com-

petição, mas admite que esse é “um

processo normal” e quando as

equipas regressarem ao trabalho

será para si “mais duro”.

“Depois de os campeonatos

entrarem de férias, ainda estou na-

quela fase de normalidade. Depois

será mais duro, de certeza, quando

retomarem os compromissos que

têm os diversos clubes e eu conti-

nuar de férias”, reconheceu.

Emídio Simões, Agência Lusa

Luís Figo considera que Cris-

tiano Ronaldo “vai viver um ano de

intensa pressão” no Real Madrid,

que na semana passada chegou a

acordo com o Manchester United

para contratar o futebolista portu-

guês por cerca de 94 milhões de

euros.

O tetracampeão italiano pelo

Inter de Milão, que abandonou a

alta competição aos 36 anos, foi o

primeiro “galáctico” contratado por

Florentino Pérez, quando, no seu

primeiro mandato como presidente

do Real Madrid, o empresário espa-

nhol o resgatou ao FC Barcelona

Luís Figo - Anuncia fim da carreira na EuropaAmizades, títulos e estabilidade familiar são maiores recordações de 18 anos de carreira

por quase 60 milhões de euros, em

2000.

Figo, que esteve cinco tempora-

das em Madrid, foi então protago-

nista da mais cara transferência do

futebol mundial, mas nove anos de-

pois, com Florentino Pérez de re-

gresso, o negócio entre Real Madrid

e Manchester United por Cristiano

Ronaldo, de 24 anos, pulverizou

todos os recordes.

“Acho que ele [Cristiano Ro-

naldo] vai viver um ano de intensa

pressão e o mais importante é con-

centrar-se em fazer o trabalho dele,

mais nada”, disse Luís Figo à Agência

Lusa, em Genebra, Suíça.

Os valores da transferência não

intrigam o antigo capitão da selec-

ção portuguesa, que sublinha: “É a

lei do mercado, é a lei da compra e

da venda. Se existe um clube ven-

dedor e outro comprador, que se

põem de acordo em termos de

montantes, sucede isso”.

“Sem dúvida que se trata de nú-

meros que não passam pela cabeça

de ninguém, mas que existem e que

sucedem, como temos o exemplo

desta transferência. Se há um que

pode pagar e outro que quer ven-

der, acaba por suceder”, comentou.

Ronaldo vai ter “um ano de intensa pressão” em Madrid

Luís Figo prefere “esquecer rápido” as

decepções e elege as relações de amizadecriadas, os títulos con-quistados e a estabili-dade conseguida para a família como princi-

pais recordações de 18anos de carreira ao

mais alto nível nofutebol mundial.

Page 4: Portugal Post Julho 2009

PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009Nacional e Comunidade4

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A emigração portuguesaestá actualmente ao nível dosanos 1960, mantendo-se a ten-dência de fixação nos países dedestino, defende o coordenadordo Observatório da Emigração,que considera ilusória a ideia deque as saídas estagnaram.

„Há características novas nesta

emigração, mas no essencial diria que

se mantém uma emigração de fixação

no destino que não deve ser, neste

momento, inferior à média dos anos

50/60“, disse Rui Pena Pires.

Numa entrevista o coordenador

científico do Observatório da Emi-

gração rejeita a ideia de uma vaga re-

pentina de emigração, considerando

que se tem mantido constante desde

a adesão de Portugal à União Euro-

peia.

„Não é um fenómeno novo.

Houve uma ilusão de óptica. Com a

transformação de Portugal também

em país de imigração, houve uma con-

centração do olhar sobre a imigração,

mas todos os dados disponíveis mos-

tram que a emigração praticamente

só esteve parada em 1974/75 e nos

anos da integração europeia”.

No âmbito do Observatório da

Emigração, criado no início do ano

pelo gabinete do secretário de Estado

das Comunidades, uma equipa de in-

vestigadores do Instituto Superior de

Ciência do Trabalho e da Empresa

(ISCTE) está a recolher informação

sobre os portugueses emigrados.

Os primeiros dados recolhidos,

relativos ao período 2000-2005 deve-

rão ser disponibilizados on-line ainda

este mês.

Segundo Rui Pena Pires, os dados

agora obtidos vêm confirmar o Reino

Unido e a Espanha como novos des-

tinos de emigração na Europa e per-

mitem „ter uma ideia do crescimento

recente da emigração para Angola“.

„Toda a emigração para o Espaço

Económico Europeu cresceu, nomea-

damente em países como o Reino

Unido ou a Suíça, mas o crescimento

mais importante dos últimos anos é

para Angola”, onde há cerca de 100

mil portugueses, números que não

„andam muito longe“ dos oficiais.

“A emigração para os Estados

Unidos, Canadá ou Venezuela não de-

sapareceu, mas baixou, quando com-

parada com os novos destinos“, diz,

acrescentando que a França é o único

país que mantém um fluxo regular e

constante de emigrantes portugue-

ses.

„Talvez o único número que é

bastante diferente de tudo o que se

estava à espera é (…) na África do

Sul, que com toda a informação dis-

ponível é muito, muito, muito inferior

a tudo o que sempre se disse“, refere.

Os dados oficiais apontam para a

existência de 300 mil emigrantes na

África do Sul, mas Rui Pena Pires

afirma que „todas as contas que se

conseguem fazer apontam para entre

30 mil e 50 mil.“

O investigador afirma ainda que

„uma parte da nova emigração na

União Europeia é mais temporária e

envolve mais circulação do que no

passado“, justificando que é uma emi-

gração mais qualificada e porque as

deslocações são mais baratas que no

passado.

Sem dados que lhe permitam per-

ceber os efeitos da actual crise eco-

nómica na emigração portuguesa, Rui

Pena Pires considera, no entanto, que

“os emigrantes não são parvos e não

vão emigrar se não tiverem oportu-

nidades maiores no país para onde

vão emigrar do que no país onde

estão“.

Segundo os últimos dados da Di-

recção-Geral dos Assuntos Consula-

res e Comunidades, há 4.968.197

portugueses no estrangeiro, mas este

número é apenas relativo aos inscri-

tos nos consulados, registo que não é

obrigatório.

A emigração portuguesa está actualmente ao nível dos anos 1960

O PSD questionou o Governo

sobre o programa Escola Virtual para

estrangeiros, afirmando que quatro

anos depois do seu lançamento „nada

é conhecido“ sobre quantas pessoas

o utilizaram ou o financiamento que

teve.

O programa, que lançado em

Junho de 2005, pressupunha que as

comunidades portuguesas no estran-

geiro pudessem usar a plataforma

Porto Editora - Escola Virtual na In-

ternet para aprender português, pa-

gando um custo „simbólico” - entre

20 e 25 euros - para terem cartões

de utilizador.

Em declarações à Agência Lusa, o

deputado social-democrata José Ce-

sário - que subscreveu as perguntas

dirigidas ao Ministério dos Negócios

Estrangeiros através da Assembleia da

República - disse que „nada é conhe-

cido“ sobre o Escola Virtual.

„Quando foi apresentado, era

uma solução para a grande dificul-

dade em generalizar o ensino do por-

tuguês pela rede dos portugueses no

exterior e outros públicos interessa-

dos, mas pelas informações que

vamos tendo, praticamente ninguém

aderiu“, disse José Cesário.

Assim, os deputados do PSD elei-

tos pela Emigração querem saber

quantos utilizadores recorreram ao

Escola Virtual durante os quatro últi-

mos anos lectivos e quantos obtive-

ram a certificação de conhecimentos

em língua portuguesa.

Um dos pressupostos do pro-

grama era que os alunos estudariam

em regime de auto-aprendizagem, re-

correndo a professores através da In-

ternet e fariam exames presenciais

nos consulados para certificação de

resultados.

Os sociais-democratas pergun-

tam „quantos exames foram feitos

nas instalações dos Postos Consula-

res“, quais foram usados para realiza-

ção de provas, quanto dinheiro foi

feito com as vendas de cartões e qual

o financiamento global.

„Não há informações que tenham

tido lugar em algum Consulado ou

em alguma Embaixada de Portugal

qualquer tipo de exame relativo à Es-

cola Virtual“, referem os deputados,

que questionam se o projecto acabou

por não ter viabilidade.

Questionada pela Agência Lusa

sobre a matéria das perguntas, fonte

do gabinete do secretário de Estado

das Comunidades afirmou „não res-

ponder a perguntas dirigidas ao Go-

verno pela Assembleia da República

através da comunicação social“.

PSD questiona Governo sobre funcionamento do programa Escola Virtual

Doze portugueses que vivem noestrangeiro foram distinguidosno dia 26 de Junho, em Lisboa,com os Prémios Talento 2008,atribuídos pela Secretaria de Es-tado das Comunidades.

Na categoria Artes do Espectá-

culo, a vencedora foi a actriz, escri-

tora e produtora Alice de Sousa, do

Reino Unido que fundou a Galleon

Theatre Company, o teatro Green-

wich Playhouse e a companhia de ci-

nema Galleon Films.

Na área de Artes visuais, foi dis-

tinguida a pintora Maria Cristina Ta-

vares, de França, que expõe em

exclusividade numa das principais ga-

lerias de arte de Lyon.

O prémio Associativismo foi atri-

buído ao Real Hospital Português de

Beneficência em Pernambuco, Brasil,

o maior complexo do norte-nordeste

brasileiro, gerido por portugueses e

que, apesar de ser uma instituição pri-

vada, dá assistência médica e social

gratuita aos mais carenciados.

Na categoria de Ciência, foi dis-

tinguido Victor Pereira da Rosa, do

Canadá, especializado em antropolo-

gia social e sociologia, tendo já publi-

cados diversos trabalhos em vários

países, incluindo Portugal.

Na Comunicação Social, o vence-

dor foi José Ribeiro Franco, do Ca-

nadá, director e proprietário do

Jornal Luso-Canadiano.

Letícia da Costa venceu o prémio

Desporto. Esta jovem, de 22 anos,

pratica karaté e foi vice-campeã do

Luxemburgo na categoria de Cadetes.

O prémio Divulgação da Língua

Portuguesa foi atribuído a Pierre Lé-

glise-Costa. O professor, linguista e

crítico literário já mereceu outras

distinções, nomeadamente o Prémio

Europeu Charles Perrault pelo me-

lhor trabalho de divulgação de litera-

tura estrangeira em França.

Na área Empresaria, foi distin-

guido Avelino Costa, um empresário

dedicado à comercialização e em

1981 foi eleito deputado federal pelo

Estado de Minas Gerais, Brasil. Criou

também a Fundação de beneficiência

Mendes da Costa.

Na categoria Humanidades, o

prémio foi para Elisa das Candeias

Borges, religiosa da Congregação de

Nossa Senhora da Caridade, em

França, que ajuda presos da cadeia de

Fresnes, nos arredores de Paris.

O prémio Literatura foi atribuído

a Isabel D’Ávila Winter, professora de

escrita criativa no Kenmore Commu-

nity College, em Vrisbane, Austrália.

Em 2008, publicou o romance “Dona

Stella e as suas rivais”, editado em

Portugal pela Quidnovi.

Na Política, o vencedor foi Gil-

berto Pereita Martins, um dos mais

destacados membros não africanos

do Congresso Nacional Africano

(ANC, no poder na África do Sul) e é

actualmente director-adjunto das

Obras Públicas do governo provincial

de Gauteng.

Finalmente, na área das Profissões

Liberais, foi distinguido Manuel Nor-

berto de Sousa, um dos melhores

vendedores no Canadá da rede imo-

biliária REMAX.

Em declarações aos jornalistas no

final da gala de atribuição dos Pré-

mios, que se realizou no Convento do

Beato, em Lisboa, o secretário de Es-

tado das Comunidades, António

Braga, afirmou que o objectivo desta

iniciativa é o “reconhecimento de tan-

tos e tantos portugueses que honram

a memória” de Portugal.

“Temos de saber criar sinergias e

fazer com que no quotidiano o país

também possa beneficiar dessa força

que existe em todo o mundo”, disse.

Os vencedores da terceira edição

dos Prémios Talento receberam uma

obra do escultor Charters de Al-

meida.

Prémios Talento 2008

E os vencedores foram ....

Page 5: Portugal Post Julho 2009

PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009 Nacional e Comunidades 5

Oitenta por cento dos consula-

dos portugueses espalhados pelo

mundo deverão ter, em Setembro,

„a cobertura da área consular com

oferta do Cartão do Cidadão“,

anunciou o secretário de Estado

das Comunidades, António Braga.

Durante uma visita ao consu-

lado geral de Paris, França, António

Braga referiu que „há já um con-

junto de consulados com relevo

para a Europa, mas também fora da

Europa, que estão a receber o pro-

grama“.

„A nossa meta é termos cerca

de 80 por cento de todo o trabalho

consular com a oferta do Cartão

do Cidadão até ao mês de Setem-

bro e, nessa medida, estão agora a

desenvolver-se um conjunto de ac-

ções“, afirmou o governante.

Na Suíça, Londres, Canadá e al-

guns países da América Latina „esse

procedimento está a ser desenvol-

vido, afirmou.

António Braga mencionou

igualmente que também „o pro-

grama de acesso directo à base de

dados da justiça - que permite fazer

o serviço na hora - já está pratica-

mente todo concluído, devendo até

ao final do mês de Julho ficar dispo-

nível a 100 por cento na rede con-

sular“.

No âmbito desta reestrutura-

ção consular levada a cabo pelo

Governo português, está previsto o

redimensionamento da rede exis-

tente por todo o globo, sendo Paris

um exemplo.

À semelhança do consulado da

capital francesa, também o consu-

lado de Londres será alvo de uma

reestruturação, segundo o secretá-

rio de Estado.

„Todo o processo de reestrutu-

ração consular foi lançado à rede

mundial que Portugal dispõe e a

rede consular tem uma dimensão

que, relativamente a Portugal, é

considerada das mais fortes“, disse.

„Há um esforço extraordinário

de Portugal, também orçamental,

para podermos proporcionar este

serviço às pessoas na vertente do

serviço público e portanto essa é a

razão de ser da reestruturação“,

disse.

Apesar do ligeiro atraso „rela-

tivamente à própria modernização,

o caso de Londres enquadra-se

nesse plano“, justificou.

„Acredito que no mês de Se-

tembro temos todo o processo de

transformação concluído e com

uma estrutura equivalente em ter-

mos funcionais à de Paris“, acres-

centou.

Igualmente presente nesta visita

ao consulado geral de Paris esteve

o secretário de Estado da Justiça,

Cartão do Cidadão disponível em 80 por centodos consulados até Setembro

Tiago Silveira.

„Antes desta reforma, as pes-

soas tinham que esperar cerca de

quatro meses para terem o registo

de nascimento, de casamento, um

divórcio resolvido, mas agora, por-

que os consulados passaram a utili-

zar directamente as aplicações

informáticas dos registos, estes pas-

sam a fazer-se imediatamente no

consulado“, declarou.

Desta forma, „Portugal fica mais

próximo dos portugueses no es-

trangeiro e isso significa também

melhores serviços públicos“, consi-

derou Tiago Silveira.

O secretário de Estado das Co-

munidades, António Braga, alertou

para a necessidade de todo o Go-

verno se empenhar na „revalorização

dos portugueses que vivem no es-

trangeiro“, traduzindo-se „em acções

concretas“.

„Estou a salientar que a realidade

dos portugueses que vivem fora de

Portugal não pode ser desconside-

rada e, muito menos, esquecida e é

também esse o papel que cabe ao

membro do Governo que tutela esta

área“, defendeu o governante, em de-

clarações à imprensa à margem de

uma visita ao consulado geral de

Paris, França.

António Braga salientou a urgên-

cia de reforçar „a componente de vi-

sibilidade e reconhecimento até no

lançamento de programas e acções

que contemplem de forma constante

essa parceria ou essa relação com os

portugueses que vivem no estran-

geiro“.

„Falo de uma população estimada

em cerca de cinco milhões de cida-

dãos, em empresários, cujo levanta-

mento ultrapassa já cerca de 120 mil

empresas, falo num conjunto de indi-

cadores que são indissociáveis desta

realidade“, disse.

Instado a mencionar acções con-

cretas, o secretário de Estado apon-

tou medidas „no domínio da

economia, da cultura, da preservação

da língua“.

„Mas isso também tem que ter

contrapartidas para Portugal na reva-

lorização interna do peso específico

da própria comunidade portuguesa

que vive no estrangeiro“, salientou.

De acordo com António Braga,

„os programas dedicados ao estímulo

ao investimento em Portugal têm que

levar em conta estes parceiros que

vivem fora de Portugal“.

Relativamente aos programas

destinados às parcerias entre empre-

sas, em particular, estes „têm que

levar em conta o tecido empresarial

titulado por portugueses que têm

lugar em diferentes países do mundo

e que têm lugar privilegiado do ponto

de vista da competitividade e da eco-

nomia cada vez mais global“.

António Braga pede a todo o Governo “revalorização” dos emigrantes

de casa, se assim o entenderem“, ex-

plicou o governante.

Ressalvando que o propósito

deste equipamento é o de „permitir

a massificação do acesso das pessoas

em situação de relacionamento no

mundo associativo“, António Braga

fez um balanço positivo desta medida

alternativa.

„O consulado virtual é uma ini-

ciativa que neste momento tem cerca

de 1.200 actos concretizados por

mês, o que é ainda pouco“, reconhe-

ceu o secretário de Estado das Co-

munidades, justificando que „é o

início de uma nova ferramenta que só

agora se concretiza“.

Este equipamento está já insta-

lado em diferentes pontos do globo,

com 75 equipamentos já instalados

ou em fase de instalação, acrescentou.

„Temos um calendário e um

mapa: numa primeira fase ambiciona-

mos instalar à volta de 200 quiosques

multimédia (consulados virtuais) no

mundo inteiro e depois fazer a avalia-

ção do uso desse equipamento“, re-

feriu ainda António Braga.

As comunidades portuguesas re-

sidentes nos arredores de Paris

podem agora ver reforçada a rede

consular com a instalação de mais um

consulado virtual inaugurado pelo se-

cretário de Estado António Braga.

Na sequência do redimensiona-

mento da rede consular, „a constru-

ção deste consulado virtual permite

que as pessoas possam dirigir-se ao

consulado através da Internet“, decla-

rou o secretário de Estado das Co-

munidades, à margem da inauguração

do consulado virtual na Associação

Portuguesa Cultural e Social (ACPS)

em Pontault Combault, nos arredores

de Paris. António Braga explicou as

mais-valias deste equipamento seme-

lhante a uma ‘caixa automática’, ou

seja, „autónomo, que se instala em di-

ferentes lugares públicos ou associa-

ções destinado a facilitar o acesso das

pessoas por via da internet“.

Mas esta modalidade só estará

acessível aos cidadãos portugueses

portadores de um código de acesso

e respectiva palavra passe, podendo

„aceder ao consulado virtual a partir

Novo consulado virtual portuguêsinaugurado nos arredores de Paris

A Comissão Permanente da

Participação Cívica e Política de-

fende que os emigrantes portu-

gueses votem nas eleições para

as juntas de freguesia e câmaras

municipais em Portugal, desde

que mantenham uma ligação

forte ao país.

Segundo disse o presidente

da referida Comissão, Paulo Mar-

ques, a ideia foi lançada no de-

correr da reunião de trabalho de

dois dias em Lisboa

Para Paulo Marques, „uma li-

gação forte a Portugal“ pode tra-

duzir-se na construção de uma

casa na freguesia de nascimento,

ou em deslocações anuais ou

mais do que uma vez por ano à

terra natal, levando os emigran-

tes a interessarem-se pela polí-

tica local.

No encontro que a Comis-

são Cívica e Política do Conse-

lho das Comunidades

Portuguesas (CCP) manteve

com a Associação Nacional das

Freguesias (ANAFRE), o tema foi

abordado devendo agora ser

„amadurecido“ para que mais

tarde (eventualmente na pró-

xima legislatura) sejam tomadas

as medidas necessárias para con-

cretizar esta pretensão dos emi-

grantes, como já acontece em

Espanha e Itália.

Na opinião de Marques, que

cumpre actualmente o seu ter-

ceiro mandato no CCP e é au-

tarca em Aulnay-sous-Bois

(França), o facto dos emigrantes

portugueses votarem presencial-

mente nas eleições presidenciais,

por correspondência nas legisla-

tivas e novamente através de

voto presencial e durante três

dias nas europeias, cria alguma

confusão.

Comissão Cívica e Política quer

emigrantes a votar nas autárquicas

em Portugal

Page 6: Portugal Post Julho 2009

PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009Opinião6

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acção do Governo e do PS

relativamente às Comuni-

dades tem sido altamente

inovadora, porque com-

porta uma enorme mu-

dança na forma de

relacionamento com os

portugueses que vivem e trabalham

no estrangeiro, numa postura de

igual para igual e de valorização

efectiva da sua situação, mas sem o

paternalismo que em alguns gover-

nos passados existiu.

Seria por isso bom que também os

responsáveis políticos e outros líde-

res das comunidades abandonassem

uma postura própria de há trinta

anos, ainda ancorada na visão da

“mala de cartão”, como se o mundo

não tivesse evoluído nas últimas dé-

cadas e não fosse necessário levar

em consideração aspectos como a

existência das segundas e terceiras

gerações com atitudes e interesses

muito diferentes dos seus pais e

avós, a rápida e enorme evolução

das tecnologias de informação e co-

municação e o acréscimo de mobi-

lidade a nível global, mas sobretudo

no espaço da União Europeia, que

vieram transformar radicalmente as

relações de trabalho e de proximi-

dade entre os portugueses, onde

quer que estejam.

A abordagem dos problemas das

comunidades não deve ser instru-

mental, quer dizer, levar mais em

consideração o cálculo eleitoral

para conseguir votos nas eleições,

do que apontar caminhos para que

as nossas comunidades se integrem

bem e tenham as melhores oportu-

nidades nos países que escolheram

para viver. Uma abordagem instru-

mental das nossas comunidades

tende a considerá-las apenas na re-

lação a Portugal, como se fossem

uma espécie de nichos de mercado

eleitoral, quando, pelo contrário, de-

veríamos era estar todos apostados

em valorizar muito, mas muito, a in-

serção dos portugueses na cidade,

região e país que escolheram para

viver, trabalhar e educar os filhos.

No que se refere ao movimento as-

sociativo, por exemplo, é inquestio-

nável a sua importância para os

portugueses, mas as associações

devem fazer tudo para evitar funcio-

narem como “guettos” ou serem

utilizadas como forma de esconder

dificuldades de integração e de rela-

cionamento com os cidadãos e as

instituições dos países de acolhi-

mento. Este é um tema que deveria

ser discutido e analisado por todos

e é tão importante como debater as

razões pelas quais se assiste ao en-

fraquecimento e à morte de tantas

associações.

É óbvio que deve igualmente ser re-

forçada e melhorada a ligação a Por-

tugal, mas nesse aspecto é preciso

reconhecer que o Governo tem

agido bem ao criar uma relação com

as comunidades em que prevalece a

modernidade a partir de uma valo-

rização das iniciativas dirigidas a em-

presários, jovens, artistas, cientistas,

numa relação descomplexada e

adulta e que vai ao encontro da mu-

dança de mentalidades nas Comuni-

dades. Além disso, é importante

referir que os problemas mais gra-

ves que havia nos consulados foram

resolvidos, como acontecia em Ge-

nebra e no Luxemburgo. Só Lon-

dres, apesar de algumas melhorias,

precisa ainda de se adaptar melhor

à grande comunidade e às suas ca-

racterísticas particulares, estando já

previstas também mudanças para

breve. Na Alemanha, um dos casos

que merece relevo é a mudança de

instalações e a respectiva melhoria

de condições do consulado de

Hamburgo.

Quando olhamos para as reformas

do Governo do PS em matéria de

comunidades, devíamos compreen-

der o seu significado e o seu al-

cance. A reforma consular com a

aplicação massiva das tecnologias de

informação e comunicação, o consu-

lado virtual, o reforço do relaciona-

mento com os empresários, a

contratação local de professores, o

apelo determinado ao envolvimento

cívico nos países de acolhimento, as

políticas de natureza social, onde

agora se pode incluir a contagem do

tempo de tropa para efeitos de re-

forma, ou a valorização das novas

gerações, são apenas alguns aspec-

tos destes novos caminhos que

estão a ser seguidos, em que os por-

tugueses a residir no estrangeiro

são efectivamente encarados como

cidadãos plenos. E é assim que se

dignificam as nossas comunidades.

Com um trabalho lúcido, responsá-

vel e reformador, que o Governo do

Partido Socialista de José Sócrates

(e a Secretaria de Estado das Comu-

nidades de António Braga) tem

vindo a implementar.

Paulo Pisco é Director do Departamento Internacio-nal e de Comunidades do PS

Novos Caminhos para as Comunidades

A

É importante referir que os problemas mais graves que havianos consulados foram resolvidos, como acontecia em Gene-bra e no Luxemburgo. Só Londres, apesar de algumas melho-rias, precisa ainda de se adaptar melhor à grande comunidadee às suas características particulares, estando já previstas tam-bém mudanças para breve. Na Alemanha, um dos casos quemerece relevo é a mudança de instalações e a respectiva me-lhoria de condições do consulado de Hamburgo.

Li no último número do “Por-

tugal Post” um comentário de um

leitor do jornal intitulado “Tempo

de despertar” que escrevia sobre

a grave situação que a associação

portuguesa em Bona esta viver,

deixando no ar que a associação

pode ter os dias contados. Se é

verdade, e da forma como o leitor

escreve leva-nos a pensar que

sim, esta é uma situação que tem

que obrigatoriamente pôr a pen-

sar tudo e todos.

Pois se entre todas as associa-

ções há algumas conhecidas

como bem estáveis uma delas é a

Associação Lusitânia de Bona. Isto

quer dizer que se a Associação

em Bona deixar de existir não é

exagerado dizer que está em

causa a existência de todas as as-

sociações. Se uma das mais está-

veis está a viver uma situação

difícil, então que dizer das outras

que se batem com problemas fi-

nanceiros e de gente para as man-

ter de pé?

Pelo “Portugal Post” tem-se

sabido que existe uma Federação

de Associações. Penso que esta

Federação devia fazer um apa-

nhado das associações com pro-

blemas , organizar uma comissão

onde todas as associações esti-

vessem representadas e levar às

nossas autoridades uma proposta

para salvar o que vai restando das

associações.

Parece que todos estão à es-

pera que as coisas se resolvam

sozinhas e enquanto se espera vai

morrendo uma hoje, outra ama-

nhã, outra depois e assim sucessi-

vamente.

Também gostava que o “Por-

tugal Post” como porta-voz da

comunidade escrevesse mais e

alertasse para a situação das as-

sociações.

Como diz o leitor, não pode-

mos assistir sem fazer ao deitar

fora todo o esforço que as gera-

ções anteriores dedicaram à

construção das associações.

António MarquesColónia

Fala o Leitor

O futuro das associações

Page 7: Portugal Post Julho 2009

PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009 7Comunidade AlemanhaEuropeias Eleições locais

De 11520 inscritos nos cadernos

eleitorais, apenas 425 votantes deslo-

caram-se aos consulados para votar.

Numa apreciação nua e crua sobre a

participação eleitoral na Alemanha

conclui-se que foram votar os militan-

tes dos partidos que trouxeram famí-

lia e amigos.

As urnas nos consulados estive-

ram abertas durante três dias das

8h00 às 19h00 e imagine-se a tre-

menda desilusão das pessoas que as-

sistiam às mesas: funcionários dos

consulados e representantes dos par-

tidos.

Feitas as contas no final, e depois

dos resultados apurados pela Direc-

ção Geral da Administração Interna, a

abstenção na Alemanha situou-se nos

96,31 %. Nas últimas eleições para o

mesmo parlamento, em 2004, a abs-

tenção foi de cerca de 70%, sendo

que aqui os cidadãos votaram por

correspondência.

Temia-se, pois, que estas eleições

teriam uma abstenção significativa. O

desinteresse por estas eleições aliado

à falta de informação e à inexistência

de acções de esclarecimento dos par-

tidos sobre a importância do parla-

mento europeu na vida dos cidadãos

pode explicar algumas das razões que

levam os eleitores a ficarem em casa.

Também os representes dos par-

tidos portugueses na Alemanha ten-

tam encontrar explicações para tão

grande abstenção.

Artur Amorim, presidente do

PSD na Alemanha acusa o Governo

“por não produzir informação sufi-

ciente sobre o modo de votar nestas

eleições porque muitas pessoas pen-

savam que iam votar por correspon-

dência”. Amorim diz ainda que “houve

muita gente que decidiu votar nos

partidos alemães. As pessoas também

não estavam informadas sobre os

prazos de recenseamento”, disse o

líder social-democrata na Alemanha,

que se mostrou satisfeito com a vitó-

ria do seu partido na Alemanha.

O PS, pela voz de um seu mili-

tante da área consular de Dusseldorf,

Manuel Botelho, disse que a absten-

ção “retrata um pouco aquilo que

aconteceu em todo lado. Em boa ver-

dade há que fazer um trabalho sério

em que todos estejamos envolvidos

para não se verificam valores de abs-

tenção como os que aconteceram

nas última eleições para o parlamento

europeu. Penso que criticar o Go-

verno pela abstenção é cair na critica

fácil e na demagogia”

Já o PCP, pela voz de um seu res-

ponsável na Alemanha, Rui Paz, diz

que “há muita gente que está desilu-

dida, pois vota e torna a votar e as

coisas em vez de melhorar pioram”.

Rui Paz, numa análise mais profunda,

aponta culpas pela abstenção à “di-

reita conservadora, à social-democra-

cia e à maior parte dos partidos

socialistas europeus” que desacredi-

tam a democracia e “proíbem os ci-

dadãos de se pronunciar sobre as

decisões mais importantes respeitan-

tes à União Europeia”.

Feitas as contas o PSD ganhou

por uma margem mínima as eleições

europeias neste país. Com um total

de votos de 119 contra 115 do PS, o

PSD obteve 30,35 % contra os 42 %

conseguidos em 2004, enquanto o PS

se fica pelos 27,06%, muito abaixo

dos 39% conseguidos nas anteriores

eleições.

A CDU conserva o 3º lugar mas

sobe de 2,54% (2004) para 23,06%

(2009). O BE sobe igualmente de 1.35

(2004) para 10,12% (2009).

A surpresa cabe a CDU, coligação

PCP-Verdes, que consegue ser a pri-

meira força política na área consular

de Düsseldorf. Nesta área, a CDU

obtém 45 votos dos 97 entrados nas

urnas.

Na Europa o Partido Socialista

baixa de 45.99% (2004) para 30.9%

(2009). O PSD cai de 34,68% (2004)

para 28.54% (2009). A CDU fica em

3º lugar, mas sobe de 4.15% (2004)

para 17.31% (2009). O BE passa de

1,87% (2004) para 9.81% (2009).

Abstenção ganha eleições naAlemanha

As últimas eleições para oParlamento Europeu teve,na Alemanha, um clarovencedor: a abstenção.

Düsseldorf Estugarda Hamburg Frankfurt/ Berlin

Osnabrück Europa Leste

PPD /PSD 17 42 32 28 119

PS 23 32 36 24 115

CDU 45 18 20 15 98

B.E. 10 9 5 19 43

CDS/PP 2 1 1 4 8

97 102 100 90 totais

Votação por área consular

„Fiquei muito aquém do que es-

perava, mas paciência, a vida conti-

nua, e há muito trabalho para

fazer“, disse Maria do Céu Campos,

que obteve 1910 votos e precisava

de quase seis mil para ser eleita.

Na Alemanha, os candidatos às

autárquicas apresentam-se em listas

partidárias, mas depois são eleitos

para as assembleias municipais e as-

sembleias de freguesia os nomes

mais votados, independentemente

da formação política.

Céu Campos também não lo-

grou ser eleita para a Assembleia de

Freguesia de Eschach, em votação

em que obteve 547 votos, mas pre-

cisa de cerca de 700 votos.

Em recente entrevista (ver em

www.portugalpost.de) , Maria do

Céu Campos, que vive há 33 anos

na Alemanha, manifestou o desejo

de que os seus compatriotas fos-

sem politicamente mais activos na

sociedade de acolhimento.

„Acho que todos podem fazer

alguma coisa, seja em que partido

for, não podemos estar à espera

que as coisas caiam do céu“, disse a

cidadã portuguesa, de 56 anos.

A sua recandidatura à Assem-

bleia Municipal de Ravensburg, onde

moram cerca de 260 portugueses,

foi o corolário das actividades

sócio-políticas que tem desempe-

nhado nesta cidade no Sudoeste da

Alemanha, a par da actividade pro-

fissional numa grande firma de en-

genharia, e da vida familiar.

Em 1985, foi eleita para a direc-

ção do Centro Português de Ra-

vensburg, a partir de 1989 integrou

o Conselho dos Estrangeiros junto

da câmara municipal, em 1999 foi

convidada pela primeira vez para

ser candidata da CDU às eleições

autárquicas, e a partir de 2001 pas-

sou a fazer parte da direcção distri-

tal dos democratas-cristãos.

Em Ravensburg moram cerca

de 260 portugueses, mas quando há

eleições, quer para órgãos de poder

em Portugal, quer na Alemanha, „a

abstenção é muito grande“, lamenta

a candidata portuguesa. FA.

Portuguesa falhou eleição para Assembleia Municipal de Ravensburg

A portuguesa Mariado Céu Campos falhoua eleição para a Assem-

bleia Municipal de Ravensburg, nas au-

tárquicas , a que se can-didatava nas listas da

União Democrata-Cristã (CDU), da chan-

celer Ângela Merkel.

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Paulo Reis, responsável pela

secção de futebol feminino do Cen-

tro Português de Singen, é um

exemplo vivo de quem através de

desporto integrado numa associa-

ção lusa consegue dar a uma colec-

tividade um verdadeiro rumo e um

sentido válido à sua existência.

Orientando 97 atletas, 59 dos

quais são do sexo feminino, Paulo

Reis, viu recentemente o seu traba-

lho reconhecido aquando da apre-

sentação oficial de quatro equipas

de futebol feminino com raparigas

com idades dos 5 aos 21 anos que

vão participar no campeonato da

época 2009/2010 da região de

Boden See.

Centenas de pessoas e familia-

res dos atletas puderam assistir a

um espectáculo maravilhoso da

apresentação das equipas do Cen-

tro Português de Singen.

Presente na cerimónia, Marion

Mirtthes, responsável pelo futebol

feminino da região do Boden See,

disse sentir orgulho por uma insti-

tuição estrangeira ter a coragem de

ultrapassar as suas próprias frontei-

ras e abrir-se à sociedade de uma

forma clamorosa através de um tra-

balho reconhecido como muito útil,

não apenas à sociedade onde está

integrada, como à construção da

personalidade de muito jovens que

através do desporto aprendem a

respeitarem-se mutuamente e a

crescerem de forma saudável física

e moralmente.

A senhora Mirthes elogiou

ainda as atletas e toda as equipas

técnicas que, depois dos seus afaze-

res, se entregam ao trabalho que

contribui para engrandecer os atle-

tas e promover o futebol feminino.

Paulo Reis aproveitou a pre-

sença do PORTUGAL POST para

fazer um apelo aos empresários e

instituições que queiram apoiar as

equipas do Centro Português de

Singen através da oferta de equipa-

mentos e, assim, tornarem-se pa-

trocinadoras das várias equipas.

Paulo Reis disse-nos que “todos

sabem que as colectividades se de-

batem com a falta de recursos ma-

teriais e financeiros”, por isso “as

ajudas são bem-vindas” porque o

trabalho que Paulo Reis e o Centro

Português de Singen estão a levar a

cabo no campo do desporto para

as crianças e jovens é valioso para

todos.

Empresas que queiram informa-

ções para oferta de equipamentos

podem faze-lo através do corres-

pondente do PORTUGAL POST

em Singen João-Manuel Ferreira

Fon: 07731/41281 joao.m_fer-

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João FerreiraCorrespondente

Centro Português de Singen aposta noFutebol Feminino

Os dias 23 e 24 de Maio passado

foram dias grandes para o Moto

Clube de Portugueses em Hamburgo.

Para além do encontro anual, os mo-

tardes lusos de Hamburgo participa-

ram activamente na procissão em

honra de Nossa Senhora de Fátima e

na missa que partiu da Domkirche St

Marien e que foi um momento bonito

de se ver. Isto no Domingo.

Já o Sábado foi dia de festa rija

diante do conhecido restaurante O

Oliveira, em Bilbrok. Houve animação

e música com os grupos B-Mad-Rock

e o Brush your Monkey.

Fundado em 2004 por um grupo

de amigos que sempre tiveram paixão

pelas motos, o Moto Clube nasceu

em conversas de café do tal grupo

amigos que participavam a título indi-

vidual em concentrações.

Foi no dia 15 de Dezembro de

2003 que quatro amigos decidiram

arrancar com a ideia que, como se

disse, tinha nascido em conversas de

café.

Começaram pela criação de um

emblema que os distinguisse dos ou-

tros clubes já existentes; escreveram

estatutos de acordo com a lei, e daí

até hoje já aderiram cerca de vinte e

cinco membros que possuem o em-

blema oficial do clube que é atribuído

depois de um ano da adesão dos seus

membros. Convém dizer que Clube

Moto tem muito simpatizantes, isto é,

membros que ainda não têm o tal

emblema que identifica os sócios

A adesão de novos membros está

dependente de diversos factores que

têm a ver com o comportamento de

cada indivíduo: ter um comporta-

mento morar e cívico exemplar na

sociedade, nem ter má fama.

Falta dizer que o Moto Clube

realiza durante o ano diversas mani-

festações: passeios turísticos, partici-

pação em concentrações de

motardes com outros clubes na Ale-

manha: a missa anual do motard por-

tuguês, etc..

O Moto Clube esta aberto a

todos os motards de todas as nacio-

nalidades que residam na região de

Hamburgo e arredores

Mais informações em

www.mcph-ev.de

Paulo AlexandreCorrespondente

Moto Clube Português realiza encontro anual com festa rija

Hamburgo

Em cima, plantel de uma das equipas feminina. Na foto mais pequena: Paulo Reis e a senhora Marion Mirtthes

Fotos: joão Ferreira

Aspecto da procissão realizada em hamburgo. Foto: Paulo Alexandre

Page 9: Portugal Post Julho 2009

PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009 Comunidade Alemanha 9

GENTESílvia Dias é para a maioria

dos portugueses aqui residen-

tes um nome desconhecido tal-

vez porque da sua biografia não

conste qualquer ligação às ini-

ciativas da comunidade. No en-

tanto, esta jovem portuguesa é

uma estrela no firmamento da

música que se faz e se canta na

Alemanha.

Esta cantora luso descendente

de 23 anos de idade tem mere-

cido muitos elogios da imprensa

alemã, não apenas porque o seu

último Single “Thank You” cons-

titui uma sensacional revelação,

mas também porque a sua pre-

sença em palco faz dela uma

cantora muito requisitada para

concertos dentro e fora da Ale-

manha .

A sua voz forte, meiga e, ao

mesmo tempo sensual, faz desta

cantora um caso de sucesso e,

naturalmente, uma artista com

um potencial enorme de ascen-

são no mundo da música.

Provocou a integração a vários

níveis, no desporto, no convívio in-

ternacional, na organização da festa

da cidade, uma das maiores festas

deste estado. Foi treinador duma

equipe de jovens de diversas nacio-

nalidades. Há anos que diversas nú-

cleos de portugueses na Alemanha

se solidarizaram com o Dr. Manfred

Prinz numa acção solidária com as

crianças da Rua em Moçambique. O

Jorge Avelar no seu lugar de traba-

lho provocou um fluxo de solida-

riedade junto dos seus colegas.

O fruto da sua maneira de ser

expressou-se com muita objectivi-

dade na comitiva que o acompa-

nhou à sua ultima morada. A

saudade espelhava-se em cada

rosto dos presentes. Os seus pupi-

los do futebol devidamente vesti-

dos, com seus pais, amigos, colegas

do grupo das festas, de trabalho, fi-

zeram-se apresentar em peso. Era

uma Sexta-feira ao meio-dia.

A Associação Portuguesa de

Neuss esteve presente em peso.

Esta instituição constituiu muitas

vezes a sala de visitas para os seus

amigos, que não distinguia pelo co-

lorido da nacionalidade. O seu

Sportinguismo era firme, pelo res-

peito que nutria pelas diferenças de

cores. Conseguia alegrar-se com a

vitoria dos seus rivais.

Neuss ficará mais pobre? Terá

ele na verdade desaparecido dos

nossos horizontes? Acho que não,

ele continuará vivo nas nossas me-

mórias e a sua obra, o seu bom co-

ração, continuará a bater naqueles

que lhes irão seguir as pegadas.

Deste palco que é o Portugal

Post, queremos alongar as nossas

mãos e abraçar todos os teus fami-

liares e amigos que com tanto cari-

nho e abnegação te acompanharam,

em especial nestes anos de luta que

não conseguiste vencer. O teu de-

sejo, segredado alguns dias antes

ao autor deste artigo, irá ser cum-

prido: a celebração duma Eucaristia

como um encontro a outro nível

dos amigos que soubeste e bem se-

mear. É a celebração da amizade, da

solidariedade em agradecimento a

Deus que também em ti colocou

essa centelha da Sua luz que não

deixou de brilhar. Quantas flores te

ofereceram nesse dia!...de certeza

que serias unânime com o Frei Da-

niel, que com o carinho que lhe é

peculiar, te acompanhou à última

morada e afirmou que é premente

distribuir mais flores misturadas de

sorrisos e de gestos de gratidão du-

rante a vida. Foi o que fizeste. Ob-

rigado amigo Jorge!

José Gomes Rodrigues

Neuss chora um amigoO Jorge Avelar deixou-nos fisicamente mas o seu exemplo permanece

Fundada a 20 de Junho 1998, a

Associação União Lusitana Rhein

Neckar e. V., muitas vezes designada

por Centro Português de Wei-

nheim, acabou de completar no

passado dia 20 de Junho mais um

aniversário.

Assinalado com um jantar-con-

vívio onde ao mesmo tempo se co-

memorou o já tradicional Dia do

Sócio, ao qual os sócios compare-

ceram em grande número. Dia esse,

que todos os anos tenta juntar o

maior número de sócios em con-

vívio na nossa “casa”, pois eles bem

o merecem. São os sócios que mui-

tas das vezes asseguram a prestação

de serviços, quer no nosso bar, quer

noutros eventos para os quais são

muitas vezes solicitados pela Direc-

ção. Não podemos esquecer tam-

bém os amigos desta “casa”, que

mesmo não sendo sócios, também

eles nos ajudam nas mais diversas

formas.

A todos aqueles que trabalha-

ram para que fosse possível fundar

esta “casa”, mas também para aque-

les, que desde esse dia e, sempre

que podem, não deixam de dar o

seu contributo a esta Associação e

assim fazem com que a nossa “casa”

seja o principal ponto de encontro

dos Portugueses da região de Rhein

Neckar Kreis, a todos prestamos

aqui uma merecida homenagem .

Pedimos, ainda, o apoio de toda

a restante comunidade portuguesa

da região para que se junte a nós

nesta “cruzada”. São todos bem-vin-

dos ,e se possível, seja mais um dos

nossos sócios!

E como parar é morrer, a actual

Direcção Liderada pelo Presidente

Constantino Guimarães não tem

parado de trabalhar no sentido de

desenvolver um programa cultural

e desportivo que possa envolver

principalmente os nossos sócios,

programa esse, que inclui: um grupo

de dança sempre pronto a animar

qualquer festa, a prática de futebol

e futsal com a participação em vá-

rios torneios, actividades lúdicas

como desenho e pintura, para as

quais convidámos os alunos e pais

dos Cursos de Língua e Cultura

Portuguesas da região a participar;

um Campeonato de sueca que se

disputa em 26 jornadas e que este

ano conta com a participação de 13

equipas, equipas essas que disputam

também a Taça da Liga (sueca). Esta

iniciativa vai já na segunda edição e

tem tido imenso êxito, pois trata-se

de uma tradição nos centros por-

tugueses. Estamos a estudar a pos-

sibilidade de organizar uma Liga dos

Campeões (sueca) com as melho-

res equipas das Associações e Cen-

tros Portugueses que queiram

participar. Com todas estas activi-

dades procuramos manter sempre

o equilíbrio entre receitas e despe-

sas, de modo a assegurar o futuro

da nossa Associação.

A Direcção tudo fará para que

os sócios se orgulhem de fazer

parte desta grande “família” que é a

União Lusitana .

União Lusitana Rhein Neckar e. V.

A união faz a força

Se ainda não sabe onde pode encontrar a União Lusitana aqui segue

a informação: Händelstr. 38 69469 Weinheim

Já agora aproveita-s para anunciar o torneio de futsal que terá lugar

a 10 de Outubro em Weinheim para equipas não federadas. Poderá

obter mais informações através do email [email protected]

Quem era o JorgeAvelar? Uma coisa é

certa, a luz da solidarie-dade e do afecto trans-

parecia no seu modo deser e de actuar. Este

fluxo de luz era tão in-tenso e límpido que

transbordava sem qual-quer filtro, ignorando

nacionalismos, estratossociais ou idades.

Jorge Avelar

Page 10: Portugal Post Julho 2009

PORTUGAL POST nº 180 • Julho 200910 Entrevista

PORTUGAL POST- Durante asua deslocação à Alemanha, oPresidente da República numdiscurso público disse , e cita-mos, que “Portugal necessita,hoje mais do que nunca, daajuda da sua Diáspora”, acres-centando ainda que contacom a colaboração de todos“para que possamos aumentaras exportações de produtos eserviços portugueses” .”Que planos tem a aicep Portu-gal Global para concretizareste apelo do Presidente daRepública?

Élia Rodrigues - A Alemanha con-

tinua a desempenhar um papel

muito importante como parceiro

comercial tanto como cliente,

como fornecedor: é o nosso se-

gundo Mercado, para onde vende-

mos, em 2008, mais de 4 mil

milhões de euros.

Ao contrário do que acontece nou-

tros mercados, a exportação de

Portugal para a Alemanha tem uma

composição muito industrial, em

parte motivada pelas muitas empre-

sas alemãs estabelecidas no nosso

país: máquinas, aparelhos, veículos,

produtos químicos representam

mais de 50% das exportações por-

tuguesas para a Alemanha.

Os produtos de consumo tradicio-

nal, como os vinhos, os têxteis cor-

rentes, as loiças, têm muito pouca

expressão no nosso fluxo de ex-

portação para cá. Por exemplo, os

nossos vinhos vendidos para a Ale-

manha não chegam a 1% do total

de todos os produtos que Portugal

vende neste grande país! Para me-

lhorar esta situação, as autoridades

portuguesas sabem que podem

contar com o peso e a influência da

comunidade portuguesa neste país,

que tão bem representa as nossas

cores com os seus restaurantes e

lojas de produtos portugueses.

Como devem conhecer, publicámos

há uns anos um pequeno guia dos

restaurantes, cafés e lojas portugue-

sas, que tem tido grande procura,

apesar de já se encontrar algo de-

sactualizado. Está prevista a sua ac-

tualização para breve.

Estou na Alemanha há muito pouco

tempo, mas apraz-me registar a

existência de uma comunidade por-

tuguesa empresarial muito dinâ-

mica, bem inserida na sociedade

alemã, com quadros próprios, com

um porta-voz muito representativo

que é o Portugal Post. Esta é uma

situação que não encontrei noutros

países onde tive oportunidade de

trabalhar.

Para a nossa actividade, todos os

produtos são importantes, daí es-

tarmos presentes em todas as feiras

onde haja um pavilhão de Portugal,

apesar de, actualmente, a participa-

ção em feiras já não ser da nossa

responsabilidade, mas sim das

Associações sectoriais. Ainda

recentemente, acompanhámos pes-

soalmente uma grande prova de vi-

nhos portugueses em Wiesbaden e

participámos com um bom stand na

feira de Turismo, Imex, em Frank-

furt.

A nossa actividade na Alemanha é,

por um lado, o de apoiar as empre-

sas portuguesas nas feiras, organizar

contactos, informar sobre os im-

portadores no mercado; por outro

lado interessa-nos seguir as acções

das empresas alemãs que investem

no estrangeiro e apresentar-lhes as

vantagens de Portugal, muito em es-

pecial nos sectores das indústrias

automóvel, electrónica, informática,

energias renováveis e serviços. Es-

cusado será dizer que apoiamos

igualmente os projectos de empre-

sas portuguesas na Alemanha que

pretendam investir em projectos

estruturantes em Portugal.

Muito importante é também o Pro-

grama InovContacto, patrocinado

pela UE, e totalmente gerido por

nós, através do qual jovens licencia-

dos portugueses são colocados, por

um período de tempo limitado, em

empresas no estrangeiro. Muitas

empresas portuguesas na Alemanha

já beneficiaram deste programa. Na

edição actual, alguns dos 13 estagiá-

rios no país estão a trabalhar em

empresas portuguesas. O programa

continua, vai começar em breve a

divulgação da próxima edição.

Trata-se de um programa, cujo ob-

jectivo principal é o de apoiar jo-

vens portugueses, residentes ou

não em Portugal, nos seus primei-

ros contactos com o mundo em-

presarial, sendo que, neste projecto,

contamos também com as empre-

sas portuguesas no estrangeiro,

neste caso na Alemanha, apelando

daqui, via Portugal Post às empre-

sas portuguesas para que se candi-

datem para receber estes

estagiários, sem encargos.

Para saber mais sobre a nossa ac-

tividade, podem sempre consultar

o nosso site Internet: www.portu-

galglobal.pt

PP- Em 2008 Portugal acolheu779 mil turistas oriundos daAlemanha, o que representa

cerca de 11 por cento do nú-mero total de turistas. Já estána posse de números que indi-quem, ou não, alguma quebrade fluxo turistico deste país de-vido à crise económica?

É.R. - De acordo com as estatísti-

cas do Turismo de Portugal, tivemos

em 2008 cerca de 3,8 milhões de

pernoitas e cerca de 780.000 visi-

tantes provenientes da Alemanha.

Assim, e no que se refere ao nú-

mero de noites, a Alemanha é o se-

gundo mercado de origem mais

importante, a seguir ao Reino

Unido e ainda antes da Espanha, Paí-

ses Baixos e da França.

Embora os números definitivos de

Março de 2009 ainda não sejam co-

nhecidos, espera-se para o 1º tri-

mestre do ano uma ligeira redução

no número de pernoitas, em espe-

cial porque o período de férias da

Páscoa no último ano foi em Março,

enquanto que este ano foi em Abril.

Para 2009, o Turismo de Portugal

está optimista em poder alcançar

os resultados do ano transacto.

Neste sentido, e para poder fazer

face a eventuais quebras resultantes

da crise internacional que atraves-

samos, o Turismo de Portugal, atra-

vés da sua Equipa de Turismo em

Berlim, lançou uma grande campa-

nha de marketing em conjunto com

os mais importantes operadores

turísticos alemães, assim como com

algumas companhias aéreas que

operam para Portugal.

Com base no número de reservas

conhecido até esta data para o pe-

ríodo de Verão de 2009, em especial

para as regiões do Algarve e da Ma-

deira, o Turismo de Portugal está

convicto que esta iniciativa vai atin-

gir os objectivos propostos,

apoiando os parceiros alemães num

momento difícil no mercado.

PP - Voltando ainda ao discursodo Presidente da Repúblicaque apelou aos portuguesespara promoverem a nossaterra como um destino turís-tico de excelência.Como é que os portuguesespodem ajudar a aicep isto é, oTurismo de Portugal, a promo-ver o país como destino turís-tico?

É.R. - O Turismo de Portugal con-

sidera todos os portugueses resi-

dentes na Alemanha como

representantes privilegiados da

Nação Portuguesa como destino

turístico, em especial pelo conheci-

mento pormenorizado que têm de

regiões do país e da forma entusiás-

tica como se referem a Portugal nas

conversas com amigos e conheci-

dos alemães ou de outras naciona-

lidades.

Como complemento de informa-

ção, o Turismo de Portugal tem ao

dispor de todos os interessados

uma linha telefónica (0180-5-

004930) atendida tanto em portu-

guês como em alemão, onde

podem ser solicitadas brochuras e

obtidas informações de carácter

geral. Simultaneamente está ao dis-

por para consulta a página www.vi-

sitportugal.pt , tanto em versão

portuguesa como alemã, que inclui

textos e fotografias de todas as re-

giões portuguesas.

Para solicitações de material pro-

mocional para associações, escolas,

restaurantes, etc, agradecemos o

contacto com a Equipa de Turismo

em Berlim, edt.berlin@turismode-

portugal.pt

PP - A aicep continua a pagarrenda das instalações emFrankfurt onde funcionava oTurismo de Portugal apesar denão estarem a ser usadas? Sesim, quando é que acaba o con-trato de arrendamento dessasinstalações e quanto é que estáa custar ao erário publico?

É.R. - Quanto à questão das insta-

lações da aicep em Frankfurt, posso

informar que o contrato foi por

nós denunciado no ano passado, e

estamos actualmente muito perto

de encontrar uma solução satisfa-

tória para aquela situação.

Élia Rodrigues, Directora Coordenadora do Centro de Negócios da AICEP na Alemanha

“Apoiamos projectos de empresas portuguesas na Alemanha que pretendam investir em Portugal”

aicep Portugal Global é uma agência governamental sob a égide do Ministério da Economia que trabalha

com um Plano anual de actividades, adaptado às características de cada mercado, às estruturas existentes,

às empresas já estabelecidas.

Com sede no Porto, a aicep tem escritórios em todo o mundo, actualmente 50 escritórios no estran-

geiro.

O objectivo principal é o de contribuir para o aumento das exportações portuguesas, para a internacionalização

da indústria e para o aumento do Investimento estrangeiro em Portugal; por acordo com o Turismo de Portugal,

as estruturas da aicep no estrangeiro ocupam-se também da promoção do Turismo.

Na Alemanha funciona com um Centro de Negócios em Berlim, com estruturas de Comércio e Investimento

e de Turismo, sendo esta última chefiada por João Sampaio Castro.

De Berlim dependem também os escritórios da aicep em Viena e em Zurique.

A

O discurso do Presidente da República dirigido aosportugueses aquando da sua deslocação a Osna-bruck, em Março passado, o qual apela aos portu-gueses aqui residentes para ajudarem na promoçãodo país dá o mote a uma entrevista feita por escritoà senhora Élia Rodrigues (na foto), directora daaicep Portugal Global em Berlim, “entidade públicaresponsável empenhada em desenvolver um am-biente de negócios competitivo que contribua paraa globalização da economia portuguesa”.

Mário dos Santos

Foto: aicep

Page 11: Portugal Post Julho 2009

PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009 11Comunidade Alemanha

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Desde 1987 que o Sport Hamburgo Benfica tem dedicado a sua acti-

vidade ao desporto, mormente no campo do futebol que tem sido uma

modadalidade que tem conquis-

tado adesão de muitos benfi-

quistas em Hamburgo.

Nascido no 13 de Março de

1987 durante um encontro de

adeptos do futebol no restau-

rante Bela Mar. De entre os fun-

dadores, destaque-se o

sr.Mendes Albano, ja falecido,

que foi um dos grandes impul-

sionadores.

Informa-se ainda que a partir

do dia deste mês a sede do

Sport Hamburg Benfica vai

mudar para a Wendenstraße 130, a 10 minutos do S-Bahn de Hammer-

brook Telefone 040-430 59 77 www.sport-hamburg-benfica.de

Foto Legenda.

Da esquerda para a direita em cima:

Vice-presidente José Almeida, João

Paulo, Zézito, Batreuer Beto, Pau-

lino,Metin, Nelito, Lisandro, Patrick,

Carvalho, Nelson, Armenio, António,

Manuel, David, Umut, Bruno, Cevdet,

Zé Martins, Addo, Victor, Chico,

treinador Joao Oliveira,

secretário Peter,

Treinador Acacio,Hannif

Ao centro, ao lado do guarda-redes, o

presidente Fernando Silva

Sport Hamburgo Benfica

Page 12: Portugal Post Julho 2009

PORTUGAL POST nº 180 • Julho 200912 Crónica

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Decorado com muito bom gosto, onde nãofaltam detalhes que evocam o espíritomarinheiro do povo português e os seusnavegadores, o Infante Sagres tem umambiente agradável onde apetece estar adegustar as especialidades da casa.E por falar em especialidades,o GerentePaulo Cortes aconselha vivamente o Ca-brito à Transmontana como prato especialno primeiro domingo de cada mês.Venha e traga os seus amigos e familia

Não se esqueça de reservar a sua mesa

É com enorme prazer que,

ao pequeno-almoço de sá-

bado, abro o meu jornal. O pri-

meiro olhar vai para os títulos

da primeira página: o desastre

dos bancos mais os discursos

dos políticos mais uma qual-

quer desgraça por esse

mundo. Prefiro logo mudar

para a última página do pri-

meiro caderno, panorama

sobre notícias insólitas, os cha-

mados „faits-divers“, que ocu-

pam mas não preocupam. Ao

sábado vem num cantinho uma

rubrica intitulada „Mitten in...“,

o que significa „no meio de“

com normalmente três ou

quatro lugares do mundo, para

cada um uma pequena foto e

um comentário engraçado

sobre qualquer coisa de estra-

nho aí passado. Qual não é o

meu espanto quando deparo

com o nome „Amareleja“

entre as metrópoles Moscovo

e Berlim! A Amareleja...e

quando digo este nome não o

pronuncio à lisboeta, mas bem

à alentejana, pois a Amareleja,

encostada à raia, é terra pro-

funda no nosso Alentejo pro-

fundo. A foto: um burro, ao

lado um ser humano, rapaz ou

mulher ou homem. O artigo

reza que, sendo o Alentejo

terra selvagem, é em grande

parte habitado pelo espécimen

asino. Não, não se trata de ne-

nhuma anedota alentejana,

aliás uma leitura nesse sentido

daria azo ainda a mais brinca-

deiras...tendo eu quase todas

as costelas alentejanas, não re-

ceio parafrasear este artigo,

escrito por um alemão que

está de facto a falar de burros

eles-mesmos: de 4 patas, cal-

mos, indolentes não deixando

de ser trabalhadores... Pois

este burro, a puxar  carroças

na estreita estrada poeirenta,

perto do parque eólico da

Amareleja, depara-se com o

seu inimigo natural: os bólidos

do governo português que, a

220 à hora, num enorme

alarde de sinais de luzes, buzi-

nas e até sirenes atiram para a

valeta carros ou mesmo ca-

miões descuidados. O burro

alentejano, com a enorme in-

diferença dos burros, apenas

vira ligeiramente a cabeça, tal-

vez para melhor seguir a

brusca travagem do carro ofi-

cial. Mas não se deixa impres-

sionar, continua o seu caminho

como se nada fosse. E o artigo

acaba: o burro é patrão e se-

nhor daquelas paragens! Este

o conteúdo das poucas linhas

sobre o trânsito na Amareleja.

Poderíamos em jeito de

conclusão imaginar a pachor-

renta reflexão do burro: os

cães ladram, mas a carruagem

passa, sendo que aqui os cães

do provérbio seriam os desa-

tinados carros governamentais

e, metonimicamente, o go-

verno em alarido canino; a car-

ruagem o próprio burro,

movendo-se no seu terreno,

sem nunca perder o seu carác-

ter entre teimoso e indife-

rente.

Esta história lembrou-me

uma outra, passada há quase

trinta anos. Princípios de Se-

tembro, o Alentejo profundo,

umas quatro da tarde, um

calor de rachar, ainda os car-

ros não possuíam ar con-

dicionado, viajávamos

vagarosamente, também por

estradas poeirentas, paulatina-

mente comendo quilómetros.

Algures depois de Moura

(íamos a caminho de Monsa-

raz), à  beira da estrada, no

meio do nada - ainda não havia

parques eólicos -  um homem

fazia um gesto breve de quem

pede boleia. Parámos e convi-

dámo-lo a entrar. E aí come-

çou ele a discorrer sobre as

vicissitudes daquele dia, que a

„camineta da carrera“ não

havia passado, que a roda da

carroça do cunhado se havia

partido, que ele se nesse dia

não chegasse à Amareleja o

patrão deixaria de lhe dar tra-

balho e que depois a patroa (a

dele!) o desancava e que isto

era uma vida desgraçada ter

que alimentar umas quantas

bocas, e que a lavoura estava

pelas horas da amargura e que

feliz ele se sentia de a gente

lhe estar dando boleia  e que

ora, os senhores, também po-

diam ter passado e aí é que a

sorte se acabava mesmo, pois

isto nestes ermos é o lá vai

um, e que íamos chegar à Ama-

releja ainda antes das cinco e

que então ele podia ainda falar

com o patrão e combinar

como seria. De facto, lá chegá-

mos, ainda não eram cinco.

Agradecido, quis que tomásse-

mos com ele um copo, lá en-

trámos no café / taberna da

aldeia para molhar o bico.

Conversa puxa conversa, ou-

tros se juntaram a nós, falou-

se desta coisa de dar boleia

que até pode ser perigoso que

anda por aí tanto malandro e

tanta galdéria, depois da la-

voura e das cooperativas e da

Reforma Agrária que isto é

tudo a mesma coisa, terra de

pouco pão, enfim fomos fi-

cando, ficando, o meu marido

alemão bem olhava o relógio e

eu interpelei o nosso amigo

quando já eram quase seis

horas. Bem, afinal, agora tam-

bém já não valia a pena, isto

daqui a nada são sete, o patrão

vai embora, amanhã é outro

dia. Então, mas regressa à sua

casa? Bem, vou ficando por

aqui, lá para a noitinha tenho aí

um compadre que me leva de

retorno. Isto amanhã é outro

dia.

Quando li a notícia sobre

a Amareleja lembrou-me o

homem aparentemente cheio

de pressa e empenho e que

afinal acabou o dia sem resol-

ver um assunto que parecia

tão premente. Não, longe de

mim fazer críticas ou compa-

rações. No nosso dia-a-dia

cheíssimo e activíssimo em

que todos nos damos ares de

ter sempre de resolver assun-

tos de vida ou de morte, em

que tudo é importantíssimo,

uma sombra da calma alente-

jana só nos ficaria bem. O go-

verno português anda a 220 à

hora. E depois? A pressa é

tanta que nada vê. E resolve

por isso mais e melhor? Tenho

as minhas dúvidas... 

Já o homem da Amareleja

dizia em 1980: isto está mal

mas que se lhe há-de fazer? Aí

só há a responder com indife-

rença asinina: continuar o

nosso caminho, devagarinho lá

chegaremos.

Alentejo Lá na AmarelejaLuísa Costa Hölzl

Page 13: Portugal Post Julho 2009

PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009 Música 13

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“Cheguei aqui com dois anos e

meio, frequentei a escola durante 13

anos, mas cresci com o fado, porque

a minha mãe era uma grande admira-

dora da Amália Rodrigues e do Car-

los do Carmo e trouxe discos deles”,

disse o cantor em Berlim, cidade

onde hoje reside.

Nos anos setenta do século pas-

sado, “ainda não havia televisão por-

tuguesa na Alemanha, aos

fins-de-semana, em casa, ouvíamos a

rádio portuguesa e os discos portu-

gueses que os meus pais tinham”, ex-

plica Telmo Pires.

Mais tarde, já na escola secundá-

ria, as influências originais do fado so-

freram a interferência da poderosa

música pop anglo-americana. Telmo

foi guitarrista de uma banda de rock,

passou a admirar Prince, os U2, Jimmy

Hendrix, os Doors, os Hot Chili Pep-

pers.

“Só quando tinha 20 anos, aca-

bada a escola, comecei a sentir qual-

quer coisa que me puxava para outro

lado e deixei o rock. Mas primeiro

ainda fui pianista de um grupo, escre-

via e cantava „chanson française“ e

também alguns temas em Inglês”,

conta o músico português.

Estava-se nos anos noventa e o

fado na Alemanha estava muito

menos divulgado do que está hoje,

mas qualquer coisa interior voltou a

encaminhar Telmo para as origens.

“Uma vez, tinha então 21 anos, fiz

um arranjo musical ao piano para o

fado ‘Foi Deus’. Cantei-o, e foi assim

que começou a minha carreira de

cantor português na Alemanha”, ex-

plica Telmo Pires.

Desde 2001, gravou três CD para

os quais escolheu alguns fados conhe-

cidos que também cantou em nume-

rosos concertos ao vivo. Escreveu a

maior parte das letras.

A interpretação e o acompanha-

mento musical, com piano e contra-

baixo, fogem aos cânones do fado

tradicional, mas para Telmo o impor-

tante “é o sentimento que o cantor

transmite através dos textos e da sua

emoção em palco”.

Apesar disso, não se considera

um fadista, mas sim um cantor portu-

guês que tem o fado como base.

“Nunca cantei fado tradicional,

sempre tentei ligar estilos musicais,

como o fado, o jazz e a chanson, mas

o meu coração está no fado”, garante.

O disco mais recente, „Sinal“, lan-

çado em Abril por uma editora inde-

pendente, é uma parceria com a

conceituada pianista de jazz Maria

Baptist, e tem 11 temas, todos em

português, oito dos quais da autoria

de Telmo.

Com muitos concerto agendados

Telmo Pires cresceu na Alemanha com o fado na almaem toda a Alemanha, o maior desejo

de Telmo Pires é actuar brevemente

em Portugal, e o sonho do menino de

Bragança parece à beira de se concre-

tizar.

“A minha editora já está a tratar

disso, estou ansioso por cantar em

Portugal, aqui tenho de estar sempre

a explicar por que optei pela música

portuguesa e não canto em alemão”,

gracejou o cantor.

Nos concertos, para o público

saber o que vai ouvir, Telmo faz sem-

pre em alemão um intróito a cada um

dos temas. Defende que o fado pede

meças a qualquer género musical:

“pode ser cantado em todo o lado e

tem o mesmo nível musical do que os

blues, o jazz, o flamenco ou o tango”.

Este ano, antes de se concretizar

o sonho de cantar em Portugal, ac-

tuará no Luxemburgo, na Holanda, em

França, na Suíça e na Áustria, para pú-

blicos diferentes dos que costuma en-

contrar na Alemanha.

Além dos concertos a solo ou em

dueto, Telmo Pires é o principal intér-

prete musical do bailado “Fado -

Schicksal”, do coreógrafo português

Hugo Vieira da Silva, em cena no Tea-

tro de Gera, na Turíngia.

A peça teve tal sucesso, graças

também às belas interpretações de

Telmo Pires, que já há espectáculos

marcados até finais de 2009 e não se

sabe se ficará por aqui, apesar de ter

estado previsto que terminasse após

algumas exibições em 2008, no ano

da estreia.

Francisco Assunção

O cantor Telmo Pires é ac-tualmente um dos grandes

embaixadores do fado naAlemanha, mas não está de

passagem, chegou com ospais emigrantes ainda

criança, e manteve a paixãopela língua e pela música

portuguesas.

Telo Pires: “O meu coração está no fado”

Page 14: Portugal Post Julho 2009

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Page 15: Portugal Post Julho 2009

PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009 15Língua Portuguesa

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ma língua viva e em constante

mutação, mas também saudá-

vel, com nobre genealogia e

forte tradição. É assim que

Sérgio Rodrigues, jornalista e

escritor brasileiro, vê o portu-

guês, um idioma falado em todo o

mundo que tem sabido renovar-se a

afirmar a sua singularidade em tem-

pos de globalização e de hegemonia

inglesa. É isso mesmo que defende em

What língua is esta?, uma colectânea

de crónicas curtas editada agora em

Portugal pela editora Gradiva. “Este

livro entra na barriga alegremente” é

a frase que surge na introdução deste

livro de Sérgio Rodrigues. A mistura

do inglês com o português no título

é, só por si, indicador do que se trata

no interior da obra, indicação essa

que é confirmada pelo subtítulo: Es-

trangeirismos, Neologismos, Lulismos

e Outros Modismos que marcam a

oralidade e a escrita de muitos brasi-

leiros, incluindo o Presidente Lula da

Silva. Ao brincar com clichés vão-nos

sendo apresentados estrangeirismos

e alteraç?es que se insinuam na língua

portuguesa do outro lado do Atlân-

tico nos dias de hoje. Sem pretens?es

académicas, assiste-se nesta obra a

um mergulhar nas delícias e nas dores

do uso da língua num país que vive fe-

nómenos como o indivíduo que, de

pé fincado, se considera o último bas-

tião do bem falar de língua de Ca-

mões, ou o que pelo uso das novas

tecnologias distorce a gramática no

intuito de poupar tempo e trabalho.

No seu conjunto, configuram também

uma espécie de identificação da língua

e dos desafios que ela enfrenta no iní-

cio do milénio. O Português nunca vai

ser estático, nunca o foi. Entre os apo-

calípticos do conservadorismo, que

insistem no rigor estético e gramati-

cal, e os que defendem o contrário,

em que tudo é permitido, é possivel

tentar encontrar uma posição mais

equilibrada.

É o que tenta fazer o autor, Sérgio

Rodrigues, nas suas crónicas, ensi-

nando, com muita leveza e bom-

humor, o que está sendo dito e

escrito no país irmão além-fronteiras.

É ideal para quem deseja melhorar o

Português, mas não se dá bem com o

tom académico das gramáticas em

geral. É como dizer: “A sua colocação

quanto a certo, errado, mais ou

menos, bom e ruim, bonito e feio, no

que se escreve e no que se fala, está

perfeita”.

Tem o leitor entre mãos um da-

queles livros que faz pensar e rir ao

mesmo tempo. Pensar no que se per-

deu ou mudou; rir com o optimismo

de quem encara a perda ou a mu-

dança simplesmente como passagem

a outro estado, tirando partido da

travessia.

What Língua is Esta? é um con-

junto de 48 textos curtos selecciona-

dos que o jornalista Sérgio Rodrigues

publicou na imprensa brasileira, bem-

humoradas, mas nem por isso menos

reflectidas e fundamentadas, sobre o

estado da língua portuguesa do outro

lado do Atlântico. Ou será do lado de

cá? Tratam de clichês, termos que usa-

mos de maneira errada, adaptações

esdrúxulas que fazemos do inglês,

onomatopeias e o que mais render

assunto para discutir a Língua Portu-

guesa de um jeito inteligente. Faz a

gente pensar mais antes de falar e de

escrever.

Estas crónicas denotam, pela

parte do seu autor, um interesse

grande pelo modo como a língua é fa-

lada pelos seus conterraneos. Por

isso, elas partem sempre da constata-

ção de um uso da língua, ao qual o

autor junta a sua piada de humor.

Confesso que a leitura foi divertida.

e desejo que assim seja a leitura de

todos. E também (des)aprendi muito.

Imagine que escreveria assim uma

fenomenal e bombástica carta de

apresentação da minha pessoa:

Sou designer free-lancer de

uma empresa de marketing, mas já

trabalhei como office-boy e com

silk-screen, e hoje moro num flat

com a minha esposa, o meu baby,

uma baby-sitter e crio um pit-bulllonge do playground e da pista de

skate.

Mantenho a forma e contratei um

personal-trainner. Ele recomen-

dou-me praticar mountain-bike ewind-surf. Também contratei uma

personal-diet que me recomendou

um coffee-break com biscoitos

diets ou low-carb, e nada de milk-shakes, nuggets, waffers, hot-dogs

ou long-necks, pois quero ser um

ultra-men forte como o superman.

Mas nunca dispenso um fast-foodnum self-service ao lado do

Otelo’s bar, onde sou um cliente vip.

Depois da happy-hour, vou ao

meu PC, ponho um CD no drive;

mas um vírus infectou os seus sofwa-res e o hardware; por isso contratei

um expert com know-how com

aparelhos high-tech. Quando ficar

pronto, vou ficar on-line na internet

e acesssar os chats com o nick de

“blood” para pensarem que sou um

bad-boy. Acesso ao orkut e vejo se

tem scraps no meu profile ou nos

fakes que uso para criar posts.

Após a hora do rush, pego no

meu carro que tem um air-bag que

aluguei a um rent-a-car após um

test-drive, e vou ao shopping-cen-ter comprar um telemóvel com vi-bracall e ver o preço de um

home-teather com até 50% off. Ànoite, assisto à SIC News e de dia a

Band News, mas também assisto

aos realty-shows, aos talks-show e

nunca perco um round do boxe.Também viajo e quando faço um

tour em Lisboa, visito a Lisboa Fas-hion Week para ver as top-modelsou curtir um show de rock, mas em

Lisboa eu vou aos night-clubs para

curtir um rap, um axé-music ou um

programa mais light nos melhores

points.

Como vêem o estrangeirismo em

si não é assim um mal tão grande. A

nossa língua é formada por palavras

de origem latina, grega, árabe, fran-

cesa, inglesa e...

Se fossemos abolir os estrangei-

rismos, não poderíamos dizer, por

exemplo, futebol, porque é uma pala-

vra que vem do inglês (football).

O estrangeirismo justifica-se ape-

nas quando não há uma palavra que

traduza bem seu significado. Por

exemplo: marketing, pizza.

Mas todos estes estrangeirismos

e invenç?es transformam o português

de tal forma e por muitas vezes não

faz sentido absolutamente nenhum

usá-los sem nenhuma necessidade. O

que é necessário é bom senso e uma

forte carga de humor para os usar. Só

ele, o humor, consegue criar um antí-

doto que mostre às geraçoes vindou-

ras aquilo que não faz sentido.

Mas de quem é a culpa? Uns cul-

pam a globalização, outros o imperia-

lismo económico, outros a tecnologia,

outros a net.

O facto é que a moda dos estran-

geirismos invadiu a nossa língua. Até

que ponto é bom ou mau? Bom! A

língua é um bem público e social, até

um direito. Qualquer ser humano

pode usar a língua como bem enten-

der. Cada pessoa é livre de escrever

como quiser...desde que as outras a

compreendam. Ora vejamos este diá-

logo numa loja de informática:

C – Estava a tentar ver o meu e-

mail e ia registar um e-mail quando o

computador foi abaixo...

T – Mas sabes como é que cra-

chou? Pode ser do seu browser...

C – Do meu browser?

T – Pois... Chegou a fazer um re-

boot?

C – Sim, mas não resolveu a situa-

ção.

T – E o modem, é externo ou in-

terno?

C – É externo, deixei-o ficar em

casa...

T – Ora vamos lá ver. (...) Para-

béns, adoro o teu screensaver!

Não sei se tem como ser radical

a ponto de falar que ou é mau ou é

bom. Agora, o que não podemos dei-

xar de analisar e criticar é o porquê

de usarmos determinada palavra se

ela já existe na língua portuguesa?

Com um pouco de atenção, interesse

e preocupação pela defesa da língua

portuguesa, muitos dos termos es-

trangeiros (sobretudo ingleses) que

acrtiticamente são utilizados em por-

tuguês poderiam ser substituídos por

palavras portuguesas.

Afinal, podemos estudar e adqui-

rir uma segunda ou terceira língua,

mas nós já temos uma língua cheia

de vocábulos: o português!

a) Mail – correio

b) E-mail – endereço electrónico

c) Crachou – foi-se abaixo, desligou-

se, deixou de funcionar

d) Browser – motor de busca, pesqui-

sador

e) Reboot – reiniciar

f) Modem – modelador, transmissor

(dispositivo para transmissão de

dados por linha telefónica

g) Screesaver – protector de ecrã

What língua is esta?Joaquim Peito

U

Page 16: Portugal Post Julho 2009

PORTUGAL POST nº 180 • Julho 200916 ConsultórioO Consultório jurídico tem a colaboração

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De acordo com o direito

português, será condição es-

sencial para que alguém se

torne herdeiro, que a herança

transmitida por lei ou por tes-

tamento seja aceite pelo

mesmo no prazo de 10 anos.

A aceitação poderá ser efec-

tuada por escrito, não sendo

porém absolutamente neces-

sário fazê-lo. Também será

possível proceder-se à aceita-

ção por comportamento cor-

respondente, como seja, a

título de exemplo, ir morar

para a casa herdada. Contudo,

ao aceitar uma herança, o

herdeiro deverá ficar ciente

de que só poderá aceitar a to-

talidade da mesma. Não será

possível aceitar apenas os

bens e recusar as dívidas.

Além disso, a aceitação da he-

rança é irrevogável.

Para se tomar esta deci-

são, será igualmente impor-

tante saber-se que só se será

responsável pelas dívidas que

possam ser saldadas através

dos bens herdados. A fim de

se poder comprovar o efec-

tivo dos bens face aos credo-

res da herança, persiste a

possibilidade de uma aceita-

ção a benefício de inventário,

através da qual se efectuará

uma relação dos bens herda-

dos.

Para além da aceitação,

poder-se-á igualmente proce-

der a um repúdio da herança.

Este também é irrevogável e,

ao contrário da aceitação,

terá de ser efectuado por es-

crito. Se, por exemplo, existi-

rem terrenos, será obrigatória

a realização de uma escritura

pública.

Logo que a herança tenha

sido aceite, terá de se proce-

der à sua administração. Tal

caberá ao cabeça-de-casal,

cuja nomeação é prescrita

por lei na forma já referida

em artigos anteriores.

O cabeça-de-casal deverá

entrar em contacto com a re-

partição de finanças, adminis-

trar um negócio existente,

representar os herdeiros no

tribunal, etc. Para estes actos,

poderá ser apoiado por espe-

cialistas na respectiva matéria

que serão remunerados atra-

vés dos bens herdados.

A partilha da herança po-

derá ser efectuada extrajudi-

cialmente, através de acordo

entre os herdeiros, ou por in-

tervenção dos tribunais. Em

determinados casos, como os

de terrenos que pertencem

ao espólio herdado, a partilha

por comum acordo terá de

ser efectuada por escritura

pública. Será necessário pro-

ceder-se a uma partilha judi-

cial, sempre que os herdeiros

não cheguem a um acordo, ou

nos casos previstos por lei

(por exemplo quando um dos

herdeiros for menor).

Dado que um processo ju-

dicial é moroso, dispendioso e

geralmente muito desagradá-

vel para as pessoas envolvidas,

deveria tentar-se sempre che-

gar a um acordo extrajudicial.

Heranças, Testamentos e DoaçõesAceitação, Repúdio e Partilha da HerançaMiguel Krag

Na edição de Janeiro daPortugal Post tinha já des-crito quais os órgãos ofi-ciais a serem contactadosem Portugal e na Alema-nha, em caso de faleci-mento de um familiar.Chamei igualmente aatenção para os váriosprocedimentos adminis-trativos a serem efectua-dos. No artigo de hojetratarei dos direitos e de-veres dos herdeiros entresi.

Page 17: Portugal Post Julho 2009

PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009 17

3José Gomes Rodrigues

Assistente SocialCaritas Neuss

Não sei como iniciar esta minhacarta. Uma coisa é certa, podetranscrevê-la no PP e dar-me aresposta também em público. Seique há muitos pais que infeliz-mente se encontram na minhasituação e que a leitura da vossaresposta os poderão ajudar esentir que não estão sós nestesproblemas. Sei que vocês têmajudado muita gente e tenho lidotodos os meses a informação so-cial do jornal no nosso centro.Esta leitura tem sido muito útil.O meu filho de 20 anos conse-gui, a custo, obter o diploma daescola secundária., já lá vão trêsanos. Sonhou com uma profissão.Tentou encontrar um lugar deformação profissional em diver-sas empresas e as recusas foramconstantes. Tem feito vários tra-balhos sempre mas mal pagos.Desde a entrega ao domicílio dePizas à distribuição de jornais.Noto que ele passa noites forade casa. Não sei que amigos pos-sui. Muda muito de amizades.Tem um comportamento quenão nos agrada. Ele mente-nos.Raramente fala connosco, só oessencial. Ele jogava futebol epraticava desporto e deixou de ofazer há algum tempo. Nós nadasabíamos.Às vezes chegamos a desconfiarque poderá tomar algum estupe-faciente. Gostaríamos de saber ecomo o poderemos ajudar. Nãosei se o Jornal nos poderá indicaralgum caminho e dar-nos algu-mas dicas.Leitor devidamente identificado

Obrigado pela confiança e

pelas suas palavras de estima.

Alegramo-nos que possamos

ser úteis. Aliás, é o lema que

nos fortalece a continuar. As

reacções dos nossos leitores

são como uma bússola que

nos indicam palmilhar esse ca-

minho de solidariedade e de

altruísmo. Infelizmente o

amigo, como afirma, não está

só, nesta situação. Tentamos

ajudá-los, já no nosso leque de

amigos e consultores contam

também assistentes sociais, de-

vidamente preparados e legiti-

mados para tal. Hoje a

educação dos filhos não é fácil.

Os valores que nos prezamos

de ter e procuramos comuni-

car aos nossos vindouros, es-

barram com tantas vozes

dissonantes que não é fácil

para eles filtrarem essas vozes

e distinguirem o que é essen-

cial e o que é secundário, do

que é bom e mal. O imediato,

o que dá uma felicidade passa-

geira e superficial é o que

atrai, é o que esta na moda.

Os meios de comunicação so-

cial são, infelizmente, um vei-

culo muito veloz, agressivo e

eficaz a transmitirem esses

pseudo valores. Parece que a

normalidade sai deste sistema

e é colocada de fora e vista

com olhos de antipatia. O que-

rido leitor não deve, de forma

alguma, sentir-se só e imerso

nesta situação. Há infeliz-

mente muitos, e filhos de bons

pais, como o amigo, que enve-

redaram por este caminho.

Mas muitas vezes é um cami-

nho passageiro que poderá

constituir uma experiência

transitória.

O mais importante é o seufilho

Não quer dizer que o com-

portamento do seu filho de-

note o consumo de

estupefacientes. Poderá cons-

tituir um preconceito. Con-

ceito esse que poderá

expressar-se num amor des-

medido. Não significa um real

consumo. O mais importante

é procurar compreender se

aquela maneira de ser do seu

filho expressa uma crise pró-

pria dos jovens ou uma expe-

riência pela qual ele passou.

Tem um comportamentoque não nos agrada

Eis alguns comportamentos

que poderão indicar o con-

sumo de drogas: possuir ingre-

dientes para o seu gasto, como

papel próprio, objectos para a

sua feitura ou consumo, como

sejam frascos de vidro, agulhas

injectáveis, entre outros. O

consumidor possui um odor

especial, muito fácil de detec-

tar. Pode dar-se o caso de que

use um perfume forte para

tentar despistar quem lidera

com ele.

A maneira de vestir, muitas

vezes duma forma deterio-

rada, indiferente, sem a devida

higiene, poderão também ser

indicadores desta realidade.

Muitos mostram uma agressi-

vidade exagerada quando se

procura falar do tema, ne-

gando esta evidencia com

certa veemência. O consumi-

dor pode mostrar um racio-

cínio lento, denotando lacunas

mentais. Poderá mostrar difi-

culdade em se expressar. Fi-

siologicamente pode notar-se

também uma certa dilatação

das pupilas e suor.

Se ainda esta na formação es-

colar, denota-se uma mudança

dramática e negativa do seu

aproveitamento. A falta de

pontualidade e mesmo faltas à

escola sem motivo, mentindo

muitas vezes, podem constituir

também indícios de consumo.

A mentira constante, os pe-

quenos roubos, mesmo em

casa, as insónias, mudança

constante de humor, sono ex-

cessivo e a troca da noite pelo

dia deve ter-se muito em

conta. A alteração constante

de amizades ou se se irrita,

mostrando um comporta-

mento colérico e injustificado

podem constituir outros tan-

tos pressupostos. A autodisci-

plina, a motivação, a energia, a

auto estima são imprescindí-

veis para um jovem normal

singrar na vida e de relacionar-

se duma forma normal com a

sociedade e com o seu futuro.

Estas estão neste caso em

baixa forma o que provoca o

consumo de estupefacientes

de fácil presa.

Se algum comportamento

deste tipo ou vários se deno-

tarem em seu filho e se este

ultrapassar três semanas,

então converse com seu filho

calmamente, apresente os fac-

tos e faça-lhe saber que está

na disposição de o ajudar. Fale

com ele com provas concretas

e com certezas, pois é muito

natural que ele tudo negue.

Procure ganhar a confiança

dele, que ele sinta que tem um

amigo. Procure compreendê-lo

e que ele sinta essa compreen-

são. Nunca o condene. Mostre

sempre a sua predisposição de

ajudar.

Não sei que amigos possui

Será de todo conveniente co-

nhecer os amigos dele, conhe-

cer os ambientes que ele fre-

quenta. Muitas vezes os amigos

poderão ser o sustento dessa

forma de viver como também

uma forca para sair dessa

mesma vida. “Diz com andas e

dir-te-ei quem és”. A mudança

de amigos e de ambiente tem

de constituir uma decisão

dele.

Sair do circulo vicioso e vi-ciado

Pelo que se afirmou já se po-

derá justificar esse comporta-

mento. Ele nota que algo não

esta certo com ele. Falta-lhe a

vontade e a energia de alterar.

As amizades travam-no. Pro-

curem interessar-se pelos seus

temas. Nós, adultos, pelos nos-

sos muitos afazeres, não temos

infelizmente muito tempo dis-

ponível para frequentar semi-

nários, sair do nosso ambiente

e reflectir sobre a educação

actual. Talvez as ofertas são mí-

nimas em português, mas mui-

tos compatriotas, e queremos

elevar o esforço, já conseguem

participar activamente em

ofertas da sociedade maioritá-

ria. Vivemos a vida sem pensar

em que os tempos são outros

e as exigências actuais são di-

ferentes das do nosso tempo.

Provoque no seu meio am-

biente a necessidade destas

ofertas, se elas não existirem

ainda. A família é uma célula

social que é necessário esti-

mar e fortalecer. Cada mem-

bro teria de encontrar o seu

espaço de responsabilidade

dentro da mesma. Seria inte-

ressante que houvesse em

cada família um espaço de en-

contro pelo menos uma vez

por semana. Nesse tempo,

mesmo que fosse somente

uma hora, dever-se-iam pro-

gramar em conjunto a vida da

família como sejam os tempos

livres, ferias, escola e até rever

com muita humildade com-

portamentos de impasse. As

decisões mais minúsculas

como sejam as aquisições, a

compra dum carro, dum frigo-

rifico e outras, deveriam ser

decididas em família. Manter a

todos informados sobre os

gastos da casa, da alimentação,

da electricidade, do aqueci-

mento. Conversar sobre a par-

ticipação de todos nas lides

caseiras e na alimentação é es-

sencial no entrelaçar dos laços

normais duma família. Até reu-

nir-se num restaurante para

uma refeição conjunta forta-

lece, duma forma considerável,

a família..

Ele jogava futebol e deixoude repente

Uma das características dum

comportamento que descre-

vemos é desinteressar-se por

comportamentos que exigem

esforço, continuidade, luta. O

desporto poderá ser um deles.

O interesse por passatempos,

actividades extracurriculares

tem tendência a diminuir. Pro-

cure acompanhá-lo e a interes-

sar-se.

Gostaríamos de sabercomo o poderemos ajudar

Esperamos que o que descre-

vemos poderá servir-lhe de

ajuda para o acompanhar

nesta situação. Mais informa-

mos que existem instituições

de aconselhamento para

apoio, não só dos jovens. Os

familiares, incluindo os pais,

podem recorrer também a

esses serviços e procurar con-

selhos úteis. Existem grupos

de familiares que são acompa-

nhados por pessoal especiali-

zado através de reuniões

periódicas e em grupo. Ex-

põem com total confiança os

seus problemas a outros pais

que estão ou estiveram na

mesma situação fortalecendo-

se deste modo mutuamente.

Não tenha receio de recorrer

a um amigo de confiança, sabe-

mos que na emigração não é

fácil encontrar um interlocu-

tor que reúna estas condições.

Não serve qualquer amigo. Po-

deis recorrer a um sacerdote

e confiar-lhe o seu peso, pe-

dindo-lhe conselho. Eles tem o

dever intrínseco de guardar si-

gilo. Até poderá ser na sua Pa-

roquia de origem, na Missão

Católica ou na sua paroquia

alemã. A pessoa humana ne-

cessita de falar e ter a certeza

de que existe um sigilo in-

transponível.

Muita compreensão emuito amor

Só nos resta desejar-lhe muita

calma e muita compreensão,

muito amor. Não perca a cer-

teza de que o seu filho sairá

dessa situação mais fortale-

cido, pois os valores que lhe

transmitiram continuarão a

subsistir no seu subconsciente

e com o tempo estes irão pre-

valecer perante os pseudo va-

lores que a sociedade tentou

impingir-lhe.

Um abraço e a certeza da

nossa solidariedade! Procurem

participar activamente tam-

bém na reconstrução e no for-

talecimento da sociedade. Se

vos for possível sejam activos

e não se fechem lamentando o

mundo engrossando deste

modo as lágrimas e perdendo-

se no número dos que não

acreditam no bem e na felici-

dade. Bastam pequenos gestos.

A visita a um doente, um sor-

riso a quem dele necessita.

Enfim o que afirmo a antes de

mais para mim. Quando não

vir mais luz...e que tudo parece

sombrio e, se for uma pessoa

mesmo com uma centelha de

fé...afinal mais de 95% dos por-

tugueses ainda se consideram

cristão, entre numa Igreja e,

simplesmente permaneça em

silencio, na certeza que esse

Pai que reza tantas vezes no

Pai Nosso sempre existe e

esta vivo. Entregue-lhe com

confiança esse seu peso pe-

dindo que o ajuda a carregar

com ele. É necessário dar asas

à fé. Afinal foi Ele que o pro-

meteu e Ele cumpre com as

suas promessas ...”vinde a mim

todos os que estais cansados

e sobrecarregados que Eu vos

aliviarei” Mt. 11, 28-30. Claro

que ser cristão ultrapassa esta

atitude. É uma maneira de ser

e de actuar.

Amar os filhos

Page 18: Portugal Post Julho 2009

PORTUGAL POST nº 180 • Julho 200918

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Page 19: Portugal Post Julho 2009

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Aprenda a Viver Sem StressFormato: 15,5 X 23 cm.Páginas: 100Preço: 18,99Quanto mais tempo da sua vida é que estádisposto a desperdiçar? Quanto maistempo da sua vida está disposto a conti-nuar a sofrer? Quanto da sua vida está dis-posto a finalmente reivindicar hoje?Quanto mais tempo vai deixar que os ou-tros mandem nas suas escolhas? E, se rei-vindicar a sua vida, acha que fica a dever alguma coisa aos outros?Quando você cede ao stress, você não está ser você mesmo. Quando vocêcede ao stress, você passa ao lado da vida, da sua vida. Você vive em per-manente sobrevivência. E quem sobrevive, sofre. E quem sofre, vive emstress.. "Aprenda a Viver Sem Stress" é um livro que o ajuda a reencontrar-se.

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Page 20: Portugal Post Julho 2009

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Senhor56 anos, divorciado, não fumador,re-

sidente na Alemanha deseja conhe-

cer com senhora dos anos para fins

de amizade. Resposta a este jornal

Refª A107

poesias de amore de outros sentires

Acredite se quiser

Cavalheiro70 anos, residente na Alemanha,

viúvo, com casa e carro, deseja co-

nhecer Senhora dos 65 ao 70 Anos

nas mesmas condições para fins de

amizade. Assunto sério

Resposta a este jornal Refª 0106

Com uma extensa ficha crimi-

nal, o norte-americano Paul Bald-

win foi preso pela 153ª vez, em 25

anos, apenas uma semana depois de

ter cumprido um ano de prisão por

roubar uma lata de cerveja no valor

de 1,99 dólar (1,40 euro). Baldwin,

de 49 anos, foi preso pela primeira

vez em 1984, sendo, de acordo com

a promotora Rena DiLando, um pe-

rigo para a comunidade. O norte-

americano foi agora detido, em

Portsmouth, no estado de New

Hampshire (EUA),acusado de

agressão. A justiça estabeleceu uma

fiança de cinco mil dólares (cerca

de três mil e quinhentos euros).

Uma erecção prolongada de 55

horas foi motivo para o ex-presidiá-

rio Dawud Yaduallah, de 43 anos,

colocar um processo sobre a enfer-

meira Judith Lovelace, noticia um

jornal brasileiro.O caso ocorreu

nos Estados Unidos.

Yaduallah alega que teve uma

dolorosa erecção depois de ter

sido medicado pela enfermeira. De

acordo com o homem, a enfer-

meira provocou «graves danos ao

pénis, incluindo a disfunção eréctil,

incapacidade de ejacular e dor du-

rante as relações sexuais».

O homem afirmou que precisa

de uma prótese para «restaurar a

sua função sexual». Yaduallah desta-

cou também que o problema mé-

dico afectou o seu casamento.

Dawud Yaduallah confessou

que, durante o tempo em que es-

teve na prisão, recebeu doses diá-

rias de antipsicóticos que

provocaram erecções persistentes

e dolorosas.

Erecção prolongada dáprocesso em tribunal

Um funcionário de uma morgue

foi condenado a dez anos de prisão

por cortar partes de cadáveres e

vendê-los para investigação e hos-

pitais. Os corpos tinham sido doa-

dos à Universidade de Califórnia

em Los Angeles, de acordo com o

que avança o «Telegraph».

Ernest Nelson, 51 anos, foi con-

siderado culpado e vai ter pagar

mais de 1 milhão de libras. O fun-

cionário fazia este trabalho para ga-

nhar dinheiro há cerca de cinco

anos, juntamente com Henry Reid,

o antigo director da Universidade

de Califórnia em Los Angeles.

Nelson ia aos frigoriíicos, des-

membrava os corpos, empacotava

as partes e entregava-os aos com-

pradores na América.

Thomas Rosenthal, professor

de medicina na Universidade da Ca-

lifórnia, disse ao juiz que todos na

escola estavam «zangados com a

traição».

Funcionário da morgueganhava dinheiro commortos

A polícia de Nebrasca, nos Es-

tados Unidos, revelou que uma

criança de 6 anos evitou um aci-

dente rodoviário, ao assumir o con-

trolo do volante de uma carrinha

de caixa aberta, depois de o pai ter

desmaiado, noticia o «G1».

Tustin Mains estava no banco

traseiro com o irmão de 3 anos

quando reparou que o pai, Phillip

Mains, sentiu-se mal no caminho do

restaurante para casa. De seguida,

saltou para o colo do pai e tomou

o controlo da viatura, enquanto o

pé adormecido do pai mantinha

uma velocidade entre os 20 e os 25

quilómetros por hora.

Os outros condutores percebe-

ram que era uma criança que estava

a conduzir a carrinha e fizeram uma

espécie de comboio na parte da

frente e na parte detrás do carro

para o proteger.

Depois de vários quarteirões

percorridos ao volante pelo jovem

condutor, um polícia saltou para a

carrinha e parou-a. No final da

aventura, Tustin afirmou que apenas

teve medo em duas alturas, quando

o pai desmaiou e quando o polícia

entrou pela janela.

Criança de 6 anos assume volante e evitaacidente

Um jovem norte-americano

teve um prejuízo de cerca de739

euros por ter tentado chamar à

atenção dos ocupantes de um

BMW com uma moeda de um

penny. O rapaz, com cerca de 18

anos, atirou a moeda contra o veí-

culo e acabou por lhe fazer

«mossa». Segundo um jornal, o

jovem tentou chamar à atenção, o

jovem, que não foi identificado, con-

seguiu danificar o tejadilho do carro

com uma pequena moeda.

Com um prejuízo de cerca de

739 euros, o jovem foi acusado de

crime menor e presente às autori-

dades.

Penny» provoca prejuízode 739 euros

Preso pela 153ª vez em25 anos

Dize-me, amor, como te sou querida, Conta-me a glória do teu sonho eleito, Aninha-me a sorrir junto ao teu peito, Arranca-me dos pântanos da vida.

Embriagada numa estranha lida, Trago nas mãos o coração desfeito, Mostra-me a luz, ensina-me o preceito Que me salve e levante redimida!

Nesta negra cisterna em que me afundo, Sem quimeras, sem crenças, sem turnura, Agonia sem fé dum moribundo,

Grito o teu nome numa sede estranha, Como se fosse, amor, toda a frescura Das cristalinas águas da montanha!

Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"

Diz-me, Amor, como Te Sou Querida

Viajavam no mesmo compartimento de um com-boio, um português, um espanhol, uma loiraespectacular e uma gorda enorme.Depois deuns minutos de viagem, o comboio passa por umtúnel e ouve-se uma chapada.Ao saírem dotúnel, o espanhol tinha um vermelhão na cara...Aloira espectacular pensou: .... este filho da p....do espanhol queria-me apalpar, enganou-se,apalpou a gorda e ela deu-lhe logo no focinho...Agorda enorme pensou: ... o palhaço do espanholapalpou a loira e ela mandou-lhe uma cha-pada.O espanhol pensou: ... tou lixado... comisto, o sacana do português apalpou a loira, elaenganou-se e deu-me logo a mim uma cha-pada.E o português pensou: ... oxalá venhaoutro túnel para poder mandar mais uma cha-pada ao %$&#$#&!? do espanhol ...

Page 21: Portugal Post Julho 2009

PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009 21Passar o Tempo

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Page 22: Portugal Post Julho 2009

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LusofoniaO ministro dos Negócios Estran-geiros de Moçambique, Olde-miro Baloi, afirmou em Berlimque a crise económica „é umproblema, mas também umaoportunidade para países comgrande potencial de cresci-mento“, se apostarem nas suaspossibilidades.

„Claro que os países pequenos

são mais vulneráveis, porque os im-

pactos são vários a nível do orça-

mento e do lado da receita não

podemos fazer muito“, disse o chefe

da diplomacia moçambicana.

No entanto, „para países como

Moçambique, que ainda têm um

grande potencial de crescimento, a

crise é uma oportunidade, obriga a

redimensionar, a racionalizar, a projec-

tar e a tentar crescer mais rapida-

mente“, acrescentou Baloi.

A crise serve também, na opinião

do MNE moçambicano, „para os paí-

ses pobres perceberem que não

podem depender apenas da ajuda ex-

terna, que não se sabe até quando

fluirá, e devem basear a sustentabili-

dade no seu próprio crescimento

económico“.

Oldemiro Baloi deslocou-se a

Berlim para participar em diversas ac-

tividades durante a Semana de Mo-

çambique, que decorreu até no final

do mês de junho em várias cidades

alemãs, e conta com uma numerosa

embaixada de artistas e escritores.

O ministro moçambicano reúniu-

se também com responsáveis políti-

cos alemães „para trocar ideias no

campo regional e internacional, face

aos muitos desafios“ pela frente, sem

adiantar mais pormenores.

O o chefe da diplomacia moçam-

bicana manteve encontros em Berlim

com o ministro de Estado dos Negó-

cios Estrangeiros, Gernot Erler, e com

o secretário de Estado da Coopera-

ção, Erich Stather.

Participou também numa confe-

rência económica em que foram

apresentadas possibilidades de inves-

timentos em Moçambique nas áreas

das energias renováveis e do turismo.

Ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique deslocou-se à Alemanha

Ministro dos Negócios Estrangeiros deMoçambique, Oldemiro Baloi

A diminuição das remessas

dos emigrantes africanos é uma

das principais consequências da

crise económica mundial para os

países da Comunidade de Países

de Língua Portuguesa (CPLP.

„A crise interna-

cional afecta essen-

cialmente as

remessas de di-

nheiro enviadas

pelos emigrantes

guineenses na diás-

pora“, afirmou o mi-

nistro das Finanças

de Guiné-Bissau.

José Mário Vaz

acrescentou, ainda

assim, que esse não

é o único problema

decorrente da crise: „Como os

países estão a rever o cresci-

mento em baixa, isso significa

que para apoiarem a Guiné-Bis-

sau têm de fazer um grande es-

forço“, conclui o governante.

Igual problema

tem Cabo Verde. A

ministra da Econo-

mia, Fátima Fialho,

diz que a crise eco-

nómica mundial

afecta „sobretudo o

sector do turismo,

principal fonte de

receita, e as remes-

sas dos emigrantes

e o Investimento

Directo Estran-

geiro“.

CPLP:

Remessas dos emigrantes diminuemcom a crise

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