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Língua Portuguesa - FCC Prof. Daniel Araújo www.olaamigos.com.br Página 1 de 88 AULA ZERO DEMONSTRATIVA APRESENTAÇÃO Olá, amig@. Tudo bem? É com grande prazer que inicio nosso curso escrito de Língua Portuguesa preparatório para os concursos da Fundação Carlos Chagas FCC. Este material faz parte do nosso novo projeto, o PDF Amigo, aqui no Olá Amigos. Quero, primeiramente, agradecer ao meu mestre e amigo Sérgio Carvalho a oportunidade de integrar essa maravilhosa equipe, que tem como desígnio maior oferecer o que há de melhor em material preparatório para concursos a um preço realmente acessível. É isto que o Olá é para mim: uma Casa de Amigos em busca da democratização do conhecimento. Bem, agora é hora de eu me apresentar, né não? Eu sou Daniel Araújo, graduado em Letras (Português/Inglês e suas Literaturas) e especialista em Ensino da Língua Inglesa pela Universidade Regional do Cariri URCA (aqui, no extremo sul do Ceará). Tenho 8 anos de experiência no ensino de línguas (portuguesa, inglesa e espanhola) e já lecionei desde o 1º ano do Ensino Fundamental até cursos de pósgraduação lato sensu (todas as etapas do sistema da educação formal!), passando por cursos de idiomas e preparatórios para vestibulares e concursos. Já fui aprovado em alguns concursos públicos dos governos federal e estadual e atualmente sou professor efetivo do Instituto Federal. "O que eu trago para você"? Bem, pode ter certeza de que não será uma "formação completa em Linguística". Um dos meus princípios é o de que o maior objetivo do professor deve ser simplificar para @ estudante; jamais tentar introduzir "conceitos teóricos altamente complexos e desnecessários". Não estou dizendo que não vamos usar a linguagem técnica aqui: ela é indispensável, até mesmo para você conseguir entender o que quer o elaborador; porém, só na medida do estritamente necessário. Não estou aqui para exibir conhecimento; estou aqui para ajudál@. E então? Quer vir comigo? Então, vamos nessa!

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AULA  ZERO  DEMONSTRATIVA  

 APRESENTAÇÃO  

 Olá,  amig@.  Tudo  bem?  

  É   com   grande   prazer   que   inicio   nosso   curso   escrito   de   Língua   Portuguesa  preparatório  para  os   concursos  da   Fundação  Carlos  Chagas   -­‐   FCC.   Este  material   faz  parte  do  nosso  novo  projeto,  o  PDF  Amigo,  aqui  no  Olá  Amigos.  

  Quero,   primeiramente,   agradecer   ao  meu  mestre   e   amigo   Sérgio   Carvalho   a  oportunidade   de   integrar   essa   maravilhosa   equipe,   que   tem   como   desígnio   maior  oferecer   o   que   há   de  melhor   em  material   preparatório   para   concursos   a   um  preço  realmente  acessível.  É   isto  que  o  Olá  é  para  mim:  uma  Casa  de  Amigos  em  busca  da  democratização  do  conhecimento.  

  Bem,  agora  é  hora  de  eu  me  apresentar,  né  não?  

  Eu  sou  Daniel  Araújo,  graduado  em  Letras  (Português/Inglês  e  suas  Literaturas)  e   especialista   em   Ensino   da   Língua   Inglesa   pela   Universidade   Regional   do   Cariri   -­‐  URCA   (aqui,   no   extremo   sul   do   Ceará).   Tenho   8   anos   de   experiência   no   ensino   de  línguas   (portuguesa,   inglesa   e   espanhola)   e   já   lecionei   desde   o   1º   ano   do   Ensino  Fundamental  até  cursos  de  pós-­‐graduação  lato  sensu  (todas  as  etapas  do  sistema  da  educação  formal!),  passando  por  cursos  de  idiomas  e  preparatórios  para  vestibulares  e   concursos.   Já   fui   aprovado  em  alguns   concursos  públicos  dos  governos   federal   e  estadual  e  atualmente  sou  professor  efetivo  do  Instituto  Federal.  

  "O  que  eu  trago  para  você"?    

  Bem,   pode   ter   certeza   de   que   não   será   uma   "formação   completa   em  Linguística".  Um  dos  meus  princípios  é  o  de  que  o  maior  objetivo  do  professor  deve  ser   simplificar   para   @   estudante;   jamais   tentar   introduzir   "conceitos   teóricos  altamente   complexos   e   desnecessários".  Não   estou  dizendo  que  não   vamos  usar   a  linguagem  técnica  aqui:  ela  é  indispensável,  até  mesmo  para  você  conseguir  entender  o   que   quer   o   elaborador;   porém,   só   na   medida   do   estritamente   necessário.   Não  estou  aqui  para  exibir  conhecimento;  estou  aqui  para  ajudá-­‐l@.  

  E  então?  Quer  vir  comigo?  Então,  vamos  nessa!  

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SUMÁRIO    

01.  Análise  do  programa  .............................................................................................  03  02.  Cronograma  do  curso  ..........................................................................................  06  03.  O  que  é  um  texto?  .................................................................................................  07  04.  Compreensão/Intelecção  e  Interpretação  de  Textos  .........................................  08     04.1.  Tipologia  Textual  .........................................................................................  11     04.2.  Gêneros  Textuais  ........................................................................................  16     04.3.  Coesão  e  Coerência  ....................................................................................  18  05.  Questões  .................................................................................................................  21  06.  Gabarito  .................................................................................................................  42  07.  Resolução  comentada  das  questões  ....................................................................  43  08.  Dever  de  casa  ........................................................................................................  76  09.  Bibliografia  ............................................................................................................  88    

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 01.  ANÁLISE  DO  PROGRAMA  

   

  Antes  de  irmos  à  batalha,  precisamos  "conhecer  o  inimigo",  certo?  Por  isso,  fiz   um   trabalho   (exaustivo)   de   análise   de   editais   e   provas   da   banca,  principalmente,   de   2009   a   2012.   Cheguei   a   esta   síntese   (os   números   entre  parênteses  indicam,  de  1  a  5,  o  grau  de  frequência  e,  portanto,  relevância  de  cada  tópico):  

1. Tipologia  Textual  (1);  2. Compreensão/Intelecção  e  Interpretação  de  textos  (5);  3. Ortografia  oficial  e  acentuação  gráfica  (5);  4. Crase  (5);  5. Emprego  das  classes  de  palavras  (2);  6. Emprego  dos  tempos  e  modos  verbais  (3);  7. Vozes  do  verbo  (3);  8. Flexão  verbal  e  nominal  (2);  9. Concordância  verbal  e  nominal  (5);  10. Regência  verbal  e  nominal  (4);  11. Emprego  de  tempos  e  modos  verbais  (4);    12. Pronomes:    emprego,    formas    de    tratamento    e  colocação  (3);  13. Emprego  das  conjunções  e  locuções  conjuntivas  (1);  14. Pontuação  (3);  15. Redação    (confronto    e    reconhecimento    de    frases  corretas  e  incorretas)  (3);  16. Redação  Oficial  (3);  

  Outros  pontos  menos  frequentes  incluem:  i. Significação  das  palavras;  ii. Homônimos  e  parônimos;  iii. Sintaxe  da  oração  e  do  período;  

  Vamos  falar  um  pouquinho  destes  três  últimos,  então...  

  O  ponto  (iii)  acima  é  demasiado  abrangente,  pois  envolve  vários  tópicos   já  enumerados   mais   acima,   tais   como:   concordância,   regência   e   flexão   verbal   e  nominal;  vozes  verbais;  emprego  das  classes  de  palavras;  pontuação  etc.  

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  O   ponto   (i),   acredito,   é   autoexplicativo.   Estamos   falando   de   sinônimos,  antônimos,  polissemia   (palavras  com  mais  de  um  significado),  sentido  próprio   e  figurado,  e  conotação  e  denotação.  

  O   (ii)   é,   na   verdade,   um   subtópico   do   (i)   e   refere-­‐se   a   palavras   iguais   na  pronúncia,  ou  na  escrita,  ou  em  ambas  (homo-­‐)  ou  parecidas  (paro-­‐),  mas  que  têm  significados  diferentes.  Não  tem  segredo.  

HOMÔNIMOS   PARÔNIMOS  

são  (sadio)  ≠  são  (verbo  ser)  

jogo  (ô)  (subst.)  ≠  jogo  (ó)  (verbo)  

aço  (subst.)  ≠  asso  (verbo  assar)  

descrição  ≠  discrição  

soar  ≠  suar  

osso  ≠  ouço  

 LEMBRE-­‐SE!  

PARônimos  são  PARecidos  

  Vixe!  Só  com  isso  já  dá  pra  você  resolver  esta:  

FCC  2012  -­‐  TRE/PE  -­‐  Técnico  Judiciário  

O  par  grifado  que  constitui  exemplo  de  parônimos  está  em:  

(A) No  pomar  atrás  da  casa  havia  frutas,  entre  elas,  mangas  e  cajus.  Em  mangas  de  camisa,  homens  tentavam  salvar  o  que  as  águas  levavam.  

(B) No  espaço  de  uma  noite,   o   rio   havia   transbordado  e   inundado  o  quintal   da  casa.  Pela  manhã,  foi  possível  constatar  a  força  destrutiva  das  águas.  

(C) O   rio   se   convertera   em   um   caudaloso   fluxo   de   águas   sujas.   O   menino   se  assustou  com  a  violência  barrenta  das  águas.  

(D) Famílias   eminentes   podiam   ir   para   o   campo,   fugindo   do   bulício   da   cidade.  Eram  iminentes  os  riscos  causados  pela  inundação  das  águas  barrentas  do  rio.  

(E) Era  urgente  a  necessidade  de  obras  para  a  contenção  do  rio.  Havia  heroísmo  na  concentração  dos  homens  que  lutavam  contra  a  corrente.  

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  O   ponto   16,   acima,   Redação   Oficial,   também  merece   um   destaque   agora  (não  quer  dizer  que  não  vamos  estudá-­‐lo  adiante).  É  altamente  recomendável  que  você  faça  o  download  do  Manual  de  Redação  Oficial  da  Presidência  da  República.  Basta  clicar  neste  link:  http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/ManualRedPR2aEd.PDF.  

O  que  você  precisa  estudar  está  entre  o  início  e  a  página  27  (mel  na  chupeta,  né?),  porque  o  resto  é  gramática  e  nós  vamos  esmiuçá-­‐la  aqui  para  você,  combinado?    

  As  provas  que  vamos  trabalhar  neste  curso  serão,  pelo  menos,  estas  listadas  abaixo,  TODAS  da  FCC,  realizadas  neste  triênio  2010-­‐1012.  Mas  isso  não  quer  dizer  que  eu  não  possa  incluir  outras  questões  de  outras  provas,  e  até  de  outras  bancas,  sempre  que  oportuno  ao  melhor  entendimento  e  fixação.    

1. Metrô/SP  2010  -­‐  Secretário  Pleno  2. Nossa  Caixa  2011  -­‐  Advogado  3. TRE/TO  2012  -­‐  Técnico  Judiciário  4. TRE/PE  2012  -­‐  Técnico  Judiciário  5. INSS  2012  -­‐  Técnico  do  Seguro  Social  6. TRE/CE  2012  -­‐  Analista  Judiciário  7. TRE/SP  2012  -­‐  Analista  Judiciário  8. TRF  2ª  Região  2012  -­‐  Analista  Judiciário  

    Meu/Minha  amig@,  serão  em  torno  de  DUZENTAS  questões  pra  você  ficar  tarimbad@   e   "cair  matando"   na   prova   de   Português   da   FCC!   Só   nesta   primeira  aula,   eu   lhe   trago   40   Questões,   25   das   quais   já   se   encontram   resolvidas   neste  material.   As   outras   15   são   o   nosso   "Dever   de   Casa":   questões   que   você   deve  resolver  e  aguardar  o  gabarito  e  a  resolução  na  Aula  01,  OK?  

  Que  tal  a  proposta?  

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 02.  CRONOGRAMA  

 DATA   AULA   CONTEÚDO  

21/11/12   00  Compreensão/intelecção  e  interpretação  de  textos  Tipologia  e  gêneros  textuais  Coesão  e  coerência  

26/11/12   01  Significação  das  palavras  Homônimos  e  parônimos  

03/12/12   02  Ortografia  Oficial  Acentuação  Gráfica  

10/12/12   03  Emprego  das  classes  de  palavras  Emprego  dos  tempos  e  modos  verbais  Vozes  verbais  

17/12/12   04   Sintaxe  da  oração  e  do  período  

24/12/12*   05  Flexão  verbal  e  nominal  Concordância  verbal  e  nominal  

31/12/12*   06  Regência  verbal  e  nominal  Crase  

07/01/13*   07  Pronomes:    emprego,    formas    de    tratamento    e  colocação  Emprego  das  conjunções  e  locuções  conjuntivas  

14/01/13*   08   Pontuação  

21/01/13*   09  Redação     (confronto     e     reconhecimento     de     frases  corretas  e  incorretas)  

28/01/13*   10   Redação  Oficial  *Isso  se  o  mundo  não  acabar!  (Eh-­‐eh!  Piada  velha  e  besta...  Foi  mal...)

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 03.  O  QUE  É  UM  TEXTO?  

    A   resposta   para   a   pergunta   acima   pode   parecer   demasiado   óbvia,   mas  minha  intenção  é  instigá-­‐l@  a  uma  reflexão  que  muito  vai  ajudá-­‐l@  a  refletir  sobre  esse  fenômeno  social  e,  assim,  ter  uma  visão  crítica  para  lidar  melhor  com  eles.  

  A  palavra   texto  vem  do   latim   textus,   que   significa...   tcham,   tcham,   tcham,  tcham!  TECIDO.   Isso  mesmo!   Agora,   pegue   qualquer   tecido   que   esteja   perto   de  você  e  examine-­‐o  bem  de  perto,  com  uma  lupa,  se  possível.  O  que  você  vê?    

  Um  monte  de  fios,  Professor.    

  Beleza.   Mas,   diga-­‐me:   se   alguém   tivesse   pegado   esses   fios   e   tivesse-­‐os  aglomerado  de  forma  aleatória,  não  estruturada,  você  teria  um  tecido  agora?    

  Não,  Professor.    

  Certamente  que  não!  

  Então  temos  que  um  texto  ("tecido")  não  é  um  amontoado  de  palavras  ou  frases  ("fios"),  mas  uma  unidade   linguística  com  elementos  estruturados,  que  o  tornam  algo  organizado,  analisável  -­‐-­‐  como  o  trançado  do  tecido.  

  Todas  as  partes  do  texto  estão  interligadas  por  mecanismos  textuais  como  a  coesão  e  coerência,  por  exemplo.  

  Bem,   poderíamos   discorrer   por   mais   cinquenta   páginas   sobre   o   assunto.  Porém,  para  o  seu  objetivo,  isso  já  basta.  

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04.  COMPREENSÃO/INTELECÇÃO  E  INTERPRETAÇÃO  DE  TEXTOS    

  Primeiro,   vamos   entender   a   diferença   entre   compreensão  e   intelecção  de  textos,  que  é...  Nenhuma!  

  Vamos  ao  dicionário:    

compreensão            substantivo  feminino  ato  ou  efeito  de  compreender  

  (...)     2   faculdade  de  entender,  de  perceber  o  significado  de  algo;  

entendimento  (...)  

  7   Rubrica:  linguística.     na  comunicação,  qualidade  de  coerência  na  resposta  do  interlocutor  (enunciado  ou  ato)  à  mensagem  emitida  pelo  locutor    intelecção            substantivo  feminino    1   ação  ou  processo  de  entender  

  2   fato  de  entender;  compreensão,  entendimento  

(HOUAISS,  2010)  

  O  primeiro  verbete  (compreensão)  é  mais  polissêmico.  Porém,  analisando  as  acepções   que   nos   interessam,   percebemos   que   são   sinônimas.   Podemos,   pois,  concluir   que   os   elaboradores   de   editais   e   provas   usam   essas   palavras   sem  distinção,  porque  esta  não  existe.  Por  isso,  venho  usando  a  barra  (/)  para  separá-­‐las.  

  OK,  Professor.  Mas...  O  que  é  compreensão/intelecção  de  textos  mesmo?  

  Podemos   usar   a   definição   do   Houaiss   mesmo:   é   entender,   perceber   o  significado  do  que  está  escrito.  

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  E  essa   já  é  nossa  "deixa"  para  explicar  o  que  é   interpretação:  é  perceber  o  que   não   está   necessariamente   escrito,   o   que   @   autor/a   "quis"   dizer;   é   inferir,  deduzir,  tirar  conclusões;  "ir  além  do  óbvio".  

  Veja   um   exemplo   de   enunciado   de   uma   questão   de  compreensão/intelecção:  O  texto  informa  claramente  que...    

  Agora   um   exemplo   de   uma   questão   de   interpretação:  Das   informações   do  texto,  pode-­‐se  concluir  que...  

  Olhe   esta   assertiva,   retirada   da   prova   para   Agente   da   Polícia   Federal,  elaborada  pelo  Cespe,  neste  ano:  

A   informação   que   inicia   o   texto   é   suficiente   para   se   inferir   que  Freud  conheceu  Marx,  mas  o  contrário  não  é  verdadeiro,  visto  que  esses  pensadores  não  são  contemporâneos  (grifei).  

  Bem,   sabendo   que   o   texto   não   fala   de   que   época   foram   os   intelectuais  citados,   fica   fácil   perceber   que   essa   é   uma   questão   de   interpretação,   pois   você  terá  de   ler  o  texto  com  atenção  especial  e,  através  das   informações   lá  contidas,  concluir  se  a  assertiva  é  verdadeira  ou  falsa.  

  Agora  veja  esta,  da  mesma  prova:  

A   expressão   “dessas   duas   palavras”   (l.11),   como   comprovam   as  ideias   desenvolvidas   no   parágrafo   em  que   ela   ocorre,   remete   não  aos  dois  vocábulos  que  imediatamente  a  precedem  —  “mais-­‐valia”  (l.8)   e   “inconsciente”   (l.9)   —,   mas,   sim,   a   “fetichismo”   (l.7)   e  “alienação”  (l.8).  

  Aqui   se   percebe   que   o   elaborador   até  mesmo   se   utilizou   de  mecanismos  coesivos   (calma,   ainda   vamos   estudar   isso)   do   próprio   texto   para   verificar   o  entendimento.  

RESUMINDO...  COMPREENSÃO/INTELECÇÃO   INTERPRETAÇÃO  

• perceber  o  que  está  escrito  • entender  o  texto  • "mais  objetividade"  

• perceber  o  subentendido  • inferir,  concluir,  deduzir  • mais  atenção  às  inter-­‐relações  entre  

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• atenção  às  estruturas  • atenção  às  relações  textuais  • O  texto  diz...  • Segundo  o  texto...  • @  autor/a  diz/afirma/defende...  

as  ideias  • Pode-­‐se   concluir/inferir/deduzir   do  

texto...  • @  autor/a  sugere...  • A  intenção  d@  autor/a  é...  

 

ATENÇÃO!  É  importantíssimo  salientar  que,  nem  na  compreensão/intelecção,  nem  na   interpretação,  poder-­‐se-­‐á   ir  além  das  informações  efetivamente  CONTIDAS  no  textos,   mesmo   que   de   forma   subentendida   (interpretação).   ATENHA-­‐SE,  DETENHA-­‐SE  ao  que  diz/sugere  o  texto.  Fugir  a  essa  regra  é  um  erro  comum  entre  candidat@s.  

  Por   último,   quero   chamar-­‐lhe   a   atenção   para   as   váááááárias   dicas   de  compreensão/intelecção   e   interpretação   textual   que   estão   espalhadas   pelas  resoluções  das  questões.  Leia-­‐as,  se  possível,  com  o  mesmo  carinho  com  o  qual  as  escrevi.        

   

 

 

   

   

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 04.1.  TIPOLOGIA  TEXTUAL  

  Ainda  uso  esse  termo  pela  tradição  e  por  ser  isso  que  aparece  no  seu  edital,  mas  prefiro  o  termo  padrões  retóricos  (MAGALHÃES),  por  ser  autoexplicativo.  

  "Tipologia  textual"  são  padrões  retóricos  da  linguagem  que  usamos  quando  narramos,  descrevemos,  expomos   (como  estou   fazendo   agora),  argumentamos  ou   injungimos   (damos   instruções   ou   comandos).   Daí,   temos   estes   "tipos   de  texto":  

• Narração  • Descrição  • Exposição  (ou  dissertação  expositiva)  • Argumentação  (ou  dissertação  argumentativa)  • Injunção  

    Você  narra  e  descreve,  por  exemplo,  quando  está  contando  a  um/a  amig@  uma  piada  ou  fazendo  um  relato  pessoal.  

  Esses  dois   tipos   (narração  e  descrição),  provavelmente  os  mais   antigos  da  história  da  humanidade,  são  fáceis  de  se  diferenciar.    

  Imagine   que   agora   você   esteja   olhando   para   uma   foto.   Como   você   a  descreveria  para  mim?  Com  certeza  iria  usar  estes  recursos:  

• predominância  de  elementos  caracterizadores:  adjetivos  e  termos  com  essa  função;  

• o  tempo  é  parado,  estático;  por  isso,  predominam  o  presente  do  indicativo  (João  está...  Maria  parece...)  e  o  pretérito   imperfeito  do   indicativo   (Pedro  caminhava...  O  ônibus  ia...);  

• Perceba  também,  nos  exemplos  logo  acima,  que  há  uma  predominância  de  verbos  de  ligação  (ser,  estar,  parecer  etc.);  

• É  comum  aparecer  uma  descrição  dentro  de  uma  narração.  

 

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  Bem,  agora  imagine  que  você  vai  descrever  (narrar)  uma  cena  de  um  filme  para  mim.  Com  certeza  identificaremos  estas  características  no  seu  texto:  

• predominância  do  movimento  (Ele  foi  até  a  porta.);  

• verbos  no  passado  (João  estava  dormindo  quando  Maria  chegou.);  

• narrador   em   1ª   pessoa   (Eu   estava   estudando   quando...),   ou   em   3ª   pessoa  (Ela  chegou  atrasada.);  

• enredo   (o   que   aconteceu),   personagem(ns)   (com   quem   aconteceu),  conflito  (o  que  faz  a  narração  ser  interessante)  e  clímax  (o  ponto  crucial  da  narração);  

• tempo   -­‐-­‐  o  quando     (Às  duas  horas,...)  e  espaço   -­‐-­‐  o  onde   (...  ele  chegou  à  estação.);  

• Citações  diretas  e  indiretas  (ou  discurso  direto  e  discurso  indireto):  o Na  citação  direta,  "cita-­‐se  diretamente"  o  que  alguém  disse.  Exemplo:  

Ângela  disse:  -­‐-­‐  Com  este  material  eu  passo.  o Na   citação   indireta,   "cita-­‐se   indiretamente"   o   que   alguém   disse.  

Exemplo:  Ângela  disse  que  com  este  material  ela  passaria.    

  Veja   um   excerto   de   texto   (do   gênero   relato   pessoal)   que,   no   mesmo  parágrafo,  narra  e  descreve:  

  Conheci  o  último  bufarinheiro  de  verdade,  e  comprei  dele  um  espelhinho  que  tinha  no  lado  oposto  a  figura  de  uma  bailarina  nua.  Que  mulher!  Sorria  para  mim  como  prometendo  coisas,  mas  eu  era  pequeno,  e  não  sabia  que  coisas  fossem.  Perturbava-­‐me.    

(Carlos  Drummond  de  Andrade.  Contos  plausíveis,   in  Prosa  Seleta.  Rio  de  Janeiro:  Nova  Aguilar,  2003,  p.89)  

  Observe   o     movimento   do   primeiro   trecho   (em   azul)   e   a   "parada"   no  restante  (em  verde,  depois  de  espelhinho)  para  descrever  o  espelhinho.    

  Assim,   podemos   perceber   que   os   "tipos   textuais"   (ou   padrões   retóricos)  podem  aparecer  bem  "entrelaçados"  no  mesmo  texto.  

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PARE!  Tente  resolver  as  questões  15,  pág.  31,  e  20,  pág.  36.       O   tipo   expositivo   costuma   aparecer   em   aulas   (como   esta),   reportagens,  textos  técnico-­‐científicos  etc.  Exemplo:  

O   documentário   E   Agora?   pretende   revelar   detalhes   do  tráfico   de   aves   silvestres   no   Brasil.   Segundo   o   produtor   Fábio  Cavalheiro,   o   longa-­‐metragem   apresentará   cenas   de   flagrantes   de  tráfico,  as  rotas  do  comércio  ilegal  e  entrevistas  com  autoridades  e  representantes  de  ONGs.    

A  Agência  Nacional  de  Cinema  (Ancine)  aprovou  o  projeto  e,  agora,   busca-­‐se   patrocínio.   A   ONG   SOS   Fauna,   especializada   em  resgates,  foi  uma  das  orientadoras  para  a  produção  do  filme.  

O  longa  também  se  propõe  a  discutir  outro  problema:  o  fato  de   que,   mesmo   quando   salvas   das   mãos   dos   traficantes,   muitas  aves  não  são  reintroduzidas  na  natureza.  

Além  da  versão  final  editada  para  o  cinema,  as  entrevistas  e  materiais   pesquisados   estarão   disponíveis   para   pesquisadores   que  queiram   se   aprofundar   no   tema.   A   intenção   é   a   de   que   o   filme  contribua   para   a   educação   –   e,   por   isso,   será   oferecido   para  estabelecimentos  de  ensino.  

Entre   as   espécies   mais   visadas   pelos   traficantes   estão  papagaios,   a   araponga,   o   pixoxó,   o   canário-­‐da-­‐terra,   o   tico-­‐tico,   a  saíra-­‐preta,  o  galo-­‐de-­‐campina,  sabiás  e  bigodinho.    

(O  Estado  de  S.  Paulo,  A30  Vida,  Planeta,  21  de  novembro  de  2010)  

 

  A   argumentação   -­‐-­‐   geralmente   cobrada   nas   provas   discursivas   dos  concursos   -­‐-­‐  visa  "convencer"  alguém  de  alguma  coisa,  demonstrar  a  validade  de  uma  tese,  defender  um  ponto  de  vista.  Exemplo:  

  Dizem   que   Karl   Marx   descobriu   o   inconsciente   três   décadas  antes   de   Freud.   Se   a   afirmação   não   é   rigorosamente   exata,   não  deixa  de  fazer  sentido,  uma  vez  que  Marx,  em  O  Capital,  no  capítulo  sobre   o   fetiche   da   mercadoria,   estabelece   dois   parâmetros  conceituais   imprescindíveis   para   explicar   a   transformação   que   o  capitalismo   produziu   na   subjetividade.   São   eles   os   conceitos   de  

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fetichismo  e  de  alienação,  ambos  tributários  da  descoberta  da  mais-­‐valia  —  ou  do  inconsciente,  como  queiram.  

  A  rigor,  não  há  grande  diferença  entre  o  emprego  dessas  duas  palavras   na   psicanálise   e   no   materialismo   histórico.   Em   Freud,   o  fetiche   organiza   a   gestão   perversa   do   desejo   sexual   e,   de   forma  menos  evidente,  de   todo  desejo  humano;   já  a  alienação  não  passa  de   efeito   da   divisão   do   sujeito,   ou   seja,   da   existência   do  inconsciente.   Em   Marx,   o   fetiche   da   mercadoria,   fruto   da  expropriação   alienada   do   trabalho,   tem   um   papel   decisivo   na  produção  “inconsciente”  da  mais-­‐valia.  O  sujeito  das  duas  teorias  é  um  só:  aquele  que  sofre  e  se  indaga  sobre  a  origem  inconsciente  de  seus  sintomas  é  o  mesmo  que  desconhece,  por  efeito  dessa  mesma  inconsciência,  que  o  poder  encantatório  das  mercadorias  é  condição  não   de   sua   riqueza,  mas   de   sua  miséria  material   e   espiritual.   Se   a  sociedade   em   que   vivemos   se   diz   “de   mercado”,   é   porque   a  mercadoria  é  o  grande  organizador  do  laço  social.  

Maria  Rita  Kehl.  18  crônicas  e  mais  algumas.  São  Paulo:  Boitempo,  2011,  p.  142  (com  adaptações)  

DISSERTAÇÃO  EXPOSITIVA   ARGUMENTATIVA  

• não   existe   pessoalidade,   opinião  d@  autor/a;  

• não  há   intenção  de  convencer,  mas  apenas  expor  ideias;  

• @   autor/a   posiciona-­‐se,   opina  diante  de  ideias  expostas;  

• há  argumentação,  debate;  

    Deparamo-­‐nos   com   um   tipo   injuntivo   quando   lemos   um   manual   de  instruções,  uma  receita  culinária,  ou  uma  lei.  Exemplo:  

Art.   37.   A   administração   pública   direta   e   indireta   de   qualquer   dos  Poderes  da  União,  dos  Estados,  do  Distrito  Federal  e  dos  Municípios  obedecerá   aos   princípios   de   legalidade,   impessoalidade,  moralidade,   publicidade   e   eficiência   e,   também,   ao   seguinte:   (...)  (grifei)  

Constituição  Federal  do  Brasil  de  1988    

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  Características:  

• é   um   tipo   também   chamado   instrucional,   ou   seja,   visa   dar   instruções,  comandos,  ordens;  

• predominância   de   verbos   no   imperativo   ou   futuro   do   presente   do  indicativo  (como  nas  leis:  veja  o  exemplo  acima);  

• frases  claras  e  concisas  (Insira  o  disco  no  aparelho.)  

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 04.2.  GÊNEROS  TEXTUAIS  

 

  São   padrões   de   estruturação   textual   que   dependem   de   fatores  determinantes  como:  

• o  contexto   -­‐-­‐   você  não  vai  escrever  uma  carta  de  amor  no  serviço  público,  vai?  

• o   destinatário   -­‐-­‐   é,   no   mínimo,   estranho   escrever   um   ofício   para   @  namorad@,  não  acha?  

• a   finalidade   -­‐-­‐   já   pensou   se   eu   estivesse   escrevendo   uma   crônica   para   lhe  passar  estas  informações?  

• o   contexto   de   circulação   -­‐-­‐   os   Ministros   de   Estado   utilizam   o   gênero   de  documento  oficial  chamado  aviso  para  comunicar-­‐se  entre  si.  

  Existem   tantos   gêneros   textuais   quanto   forem   as   necessidades   de  comunicação   humana:   charges,   tiras   de   quadrinhos,   resenhas,   artigos,   receitas  culinárias,  contos,  depoimentos,  piadas,  anúncios,  cartas,  bilhetes  etc.    

PARE!   Se   você   não   conseguiu   da   primeira   vez,   tente   novamente   resolver   as  questões  15,  pág.  31,  e  20,  pág.  36.  

  Agora   vamos   relacionar   esses   dois   conceitos   (tipologia   textual   e   gênero  textual).  

  Um  gênero  textual  (ou  seja,  um  texto)  pode,  e  geralmente  o  faz,  reunir  mais  de  um  tipo  textual,  mais  de  um  padrão  retórico.  Veja  esta  questão  do  Cespe  para  o  cargo  de  Analista  Judiciário  do  TRE/RJ,  aplicada  este  ano:  

  As   mulheres   sabem   que   a   participação   democrática   é   o  principal   meio   de   defesa   de   seus   interesses   e   de   conquista   de  representação   política,   tal   como   a   implantação   do   sistema   de  quotas  para  aumentar  o  número  de  representantes  eleitas.    

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  O  número  reduzido  de  mulheres  que  ocupam  cargos  públicos  —   atualmente,   uma   média   mundial   de   19%   nas   assembleias  nacionais   —   constitui   um   déficit   a   corrigir.   A   participação   das  mulheres   em   todos   os   níveis   do   governo   democrático   —   local,  nacional   e   regional   —   diversifica   a   natureza   das   assembleias  democráticas   e   permite   que   o   processo   de   tomada   de   decisões  responda  a  necessidades  dos  cidadãos  não  atendidas  no  passado.  

Internet:  <http://www.unric.org/pt/>  (com  adaptações).  

Identifica-­‐se   no   texto   ambivalência   estrutural,   evidenciada   pela  presença   de   trechos   tipicamente   dissertativos   e   outros  marcadamente  narrativos  (grifei).  

  Não   é   o   caso   (a   assertiva   é   falsa,   pois   o   texto   é   tipicamente  dissertativo  argumentativo),  mas   a   citada  ambivalência   estrutural  existe.  Ou   seja,   um   único  texto   pode   apresentar   elementos   narrativos   e   descritivos   (eu   já   disse   e  mostrei  isso  acima),  expositivos  e  argumentativos,  expositivos  e  injuntivos  etc.  

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 04.3.  COESÃO  E  COERÊNCIA  

 COESÃO  

  Na  Física,  coesão  é    

a   força   de   atração   entre   átomos   e  moléculas   que   constituem   um  corpo,  e  que  resiste  a  que  este  se  quebre  (grifei).  

(HOUAISS,  2010)  

  "Por   que   usei   um   conceito   de   outra   ciência"?   Porque   é   da   Física   que   vem  esse   conceito;   além   de   que   ele   é   claro   e   ilustrativo   o   suficiente   para   que  entendamos  seu  sentido  figurado,  o  qual  usamos  ao  falar  de  textos:  

unidade   lógica,   coerência  de  um  pensamento,  de  uma  obra.  Ex.:  o  autor  demonstrou  com  clareza  a  c.  de  suas  ideias  (grifei)  

(Idem)  

  Simplificando,  a  coesão  é  o  que  "amarra"  as  partes  de  um  texto  -­‐-­‐  palavras,  frases,  orações,  períodos  e  parágrafos,  transformando-­‐os  nessa  unidade  lógica.  

  Exemplos   mais   claros   de   elementos   coesivos   são   os   pronomes  demonstrativos.  Veja:  

Roma  e  Grécia  foram  duas  importantíssimas  civilizações  antigas.  

Aquela,  pelo  seu  poder  bélico;  esta,  pela  sua  contribuição  cultural.  

  Veja   como   os   períodos   se   "amarram"   através   dos   pronomes.   Além   disso,  perceba   que   até  mesmo   elementos   omitidos   fazem   a   coesão:   as   vírgulas   estão  substituindo  "...  foi  importante...",  que  se  refere,  também,  ao  período  anterior.  

 

COERÊNCIA  

  Você   já   ouviu   alguém   dizer   a   outrem   que   está   tendo   um   piti:   "Seja  coerente!"?  

  Bem,  ter  coerência  é,  grosso  modo,  fazer  sentido.  É  fácil  de  notar-­‐se  quando  falta  coerência,  sentido,  a  um  texto.  Veja  este  exemplo  de  Platão  &  Fiorin  (2012):    

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Havia   um   menino   muito   magro   que   vendia   amendoins   numa  esquina  de  uma  das   avenidas  de  São  Paulo.   Ele   era   tão   fraquinho,  que  mal  podia   carregar   a   cesta  em  que  estavam  os  pacotinhos  de  amendoim.   Um   dia,   na   esquina   em   que   ficava,   um  motorista,   que  vinha  em  alta  velocidade,  perdeu  a  direção.  O  carro  capotou  e  ficou  de  rodas  para  o  ar.  O  menino  não  pensou  duas  vezes.  Correu  para  o  carro   e   tirou   de   lá   o   motorista,   que   era   um   homem   corpulento.  Carregou-­‐o  até  a  calçada,  parou  um  carro  e   levou  o  homem  para  o  hospital.  Assim,  salvou-­‐lhe  a  vida.  

  Sentiu  o  absurdo?  Como  é  que,  segundo  o  mesmo  texto,  o  menino  que  mal  podia   carregar   a   cesta   em   que   estavam   os   pacotinhos   de   amendoim,   sem   nenhuma  explicação  ou  justificativa  verossímil,  consegue  carregar  o  homem  corpulento  que  sofreu  o  acidente.  

  Claro.  Os  mestres  citados,  com  a  didática  que  lhes  é  inerente,  usaram  um  exemplo  fácil.  Há  casos  de   incoerência   textual  que  exigem  do   leitor  um  pouco  mais  de   juice,  de  habilidade  com  textos,  e  isso,  minha/meu  amig@,  vem  com  a  prática.  

  Vejamos  uma  questão  da  FCC  2012  para  cargo  de  Analista  Judiciário  do  TRF  2:  

Aqui,  nesta  casa,  criamos  projetos  e  atividades  que  mantenham  o  tecido  urbano  e  social  de  Paraty  em  harmonia.    

A   frase  acima   foi   reelaborada,   sem  prejuízo  para  a   correção  e   a  coerência,   nesta  nova  redação:    

(A) É  para  manter  em  harmonia  o  tecido  urbano  e  social  de  Paraty  que  se  criam  projetos  e  atividades  nesta  casa.    

(B) A   fim  de  que   se  mantenham  o   tecido   urbano   e   social   de   Paraty   em  harmonia   que  criamos  nesta  casa  projetos  e  atividades.    

(C) São  projetos   e   atividades  que   criamos  nesta   casa   com  vistas   a   harmonia   aonde   se  mantenha  o  tecido  urbano  e  social  de  Paraty.    

(D) Nesta  casa,  cria-­‐se  projetos  e  atividades  visando  à  manter-­‐se  o  tecido  urbano  e  social  de  Paraty  de  modo  harmonioso.    

(E) Os  projetos  e  atividades  criados  nesta  casa  é  para  se  manter  em  harmonia   tanto  o  tecido  urbano  quanto  o  social  de  Paraty.  

 

Veja  que  somente  a  letra  A  mantém  a  correção  e  a  coerência!  

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  Mas   nossa   "parte   teórica"   não   acaba   aqui!   Há   muitas   "dicas",   as   quais  acabam   sendo   suporte   teórico,   na   seção   RESOLUÇÃO   COMENTADA   DE  QUESTÕES,  a  partir  da  pág.  20.  

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 05.  QUESTÕES  

    Agora,   uma   das   partes   mais   importantes:   A   PRÁTICA!   Sugiro   que   tente  resolver   estas   questões   sozinh@   e,   somente   depois,   confira   o   gabarito   e   os  comentários   que   as   seguem.  O   gabarito   encontra-­‐se   na   pág.   41   e   as   resoluções  comentadas,  a  partir  da  pág.  43.    FCC  2010  -­‐  Metrô/SP  -­‐  Secretário  Pleno  

Atenção:  As  questões  abaixo  referem-­‐se  ao  texto  seguinte.    

Estradas  e  viajantes  

  A   linguagem   nossa   de   cada   dia   pode   ser   altamente   expressiva.   Não   sei   até  quando  sobreviverão  expressões,  ditados,  fórmulas  proverbiais,  modos  de  dizer  que  atravessaram   o   tempo   falando   as   coisas   de   um   jeito   muito   especial,   gostoso,  sugestivo.  Acabarão  por   cair   todas  em  desuso  numa  época   como  a  nossa,   cheia  de  pressa  e  sem  nenhuma  paciência,  ou  apenas  se  renovarão?    

  Algumas   expressões   são   tão   fortes   que   resistem   aos   séculos.   Haverá   alguma  língua   que   não   estabeleça   formas   de   comparação   entre   vida   e   viagem,   vida   e  caminho,   vida   e   estrada?   O   grande   Dante   já   começava   a   Divina   Comédia   com   “No  meio  do  caminho  de  nossa  vida...”.  Se  a  vida  é  uma  viagem,  a  grande  viagem  só  pode  ser...   a   morte,   fim   do   nosso   caminho.   “Ela   partiu",   “Ele   se   foi”,   dizemos.   E   assim  vamos  seguindo...    

  Quando  menino,   ouvia   com   estranheza   a   frase   “Cuidado,   tem   boi   na   linha”.  Como   não   havia   linha   de   trem   nem   boi   por   perto,   e   as   pessoas   olhavam  disfarçadamente  para  mim,  comecei  a  desconfiar,  mas  sem  compreender,  que  o  boi  era  eu;  mas  como  assim?  Mais  tarde  vim  a  entender  a  tradução  completa  e  prosaica:  “suspendamos   a   conversa,   porque   há   alguém   que   não   deve   ouvi-­‐la”.   Uma   outra  expressão   pitoresca,   que   eu   já   entendia,   era   “calça   de   pular   brejo”   ou   “calça   de  atravessar   rio”,   no   caso  de  pernas   crescidas  ou   calças   encolhidas,   tudo   constatado  antes  de  pegar  algum  caminho.    

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  Já   adulto,   vim   a   dar   com  o   termo  “passagem”,   no   sentido   fúnebre.   “Passou  desta  para  melhor”.  Situação  difícil:  “estar  numa  encruzilhada”.  Fim  de  vida  penoso?  “Também,   já   está   subindo   a   ladeira   dos   oitenta...”   São   incontáveis   os   exemplos,   é  uma   retórica   inteira   dedicada   a   imagens   como   essas.   Obviamente,   os   poetas,  especialistas  em  imagens,  se  encarregam  de  multiplicá-­‐las.  “Tinha  uma  pedra  no  meio  do   caminho”,   queixou-­‐se   uma   vez,   e   para   sempre,   o   poeta   Carlos   Drummond   de  Andrade,  fornecendo-­‐nos  um  símbolo  essencial  para  todo  e  qualquer  obstáculo  que  um   caminhante   fatalmente   enfrenta   na   estrada   da   vida,   neste   mundo   velho   sem  porteira...    

(Peregrino  Solerte,  inédito)  

01.  A  frase  de  abertura  do  texto  –  A  linguagem  nossa  de  cada  dia  pode  ser  altamente  expressiva  –  corresponde  a  uma  tese  

(A) cuja   contestação   é   coerentemente   desenvolvida,   concluindo-­‐se   com   a  referência  a  Carlos  Drummond  de  Andrade.    

(B) cujo  desenvolvimento  se  faz  com  a  multiplicação  de  exemplos,  relativos  a  um  mesmo  campo  de  expressão  simbólica.    

(C) cujo   desenvolvimento   acaba   por   comprovar   a   ineficiência   da   linguagem  simbólica,  se  comparada  com  a  rotineira.    

(D) cuja   comprovação   se   dá   pelo   fato   de   que,   na   evolução   de   uma   língua,   as  expressões  simbólicas  se  mantêm  sempre  as  mesmas.    

(E) cuja  contestação  é  encaminhada  mediante  a  comparação  entre  a   linguagem  antiga  e  a  linguagem  contemporânea.    

02.  Atente  para  as  seguintes  afirmações:    

I.   No   1º   parágrafo,   expressa-­‐se   a   convicção   de   que   os   modos   de   dizer   mais  expressivos  não   sobreviverão  nos   tempos  modernos,  por   serem  avaliados   como  ineficazes  nos  processos  de  comunicação.    

II.  No  3º  parágrafo,  a  impossibilidade  de  o  menino  compreender  a  frase  ouvida  aos  adultos  deveu-­‐se  ao  fato  de  estar  traduzida  em  linguagem  prosaica.    

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III.   No   4º   parágrafo,   reconhece-­‐se   nos   poetas   a   capacidade   de   enriquecimento  expressivo  da  linguagem,  especialistas  que  são  na  criação  de  imagens.    

Em  relação  ao  texto,  está  correto  APENAS  o  que  se  afirma  em    

(A)  I.  

(B)  II.  

(C)  III.  

(D)  I  e  II.  

(E)  II  e  III.  

03.  As  expressões  E  assim  vamos  seguindo  e  neste  mundo  velho  sem  porteira  

(A) devem  ser  tomadas  como  exemplos  do  mesmo  tipo  de  repertório  de  imagens  enumeradas  no  texto.    

(B) constituem   mais   exemplos   da   tradução   prosaica   que   se   faz   de   bem  conhecidas  expressões  simbólicas.    

(C) remetem  ao  mesmo  significado  que  se  atribuiu  ao  verso  “Tinha  uma  pedra  no  meio  do  caminho”.  

(D) assumem   a   mesma   significação   melancólica   de   expressões   como   “grande  viagem”ou  “passagem”.  

(E) significam,  no  âmbito  das  expressões  simbólicas,  que  já  não  há  mais  nada  de  novo  que  se  deva  conhecer  nesta  vida.  

04.   Funcionam   como   marcas   temporais,   dentro   de   uma   sequência   histórica,   as  expressões    

(A) Não  sei  até  quando  e  algumas  expressões  são  tão  fortes.  

(B) Como  não  havia  linha  de  trem  e  São  incontáveis  os  exemplos.  

(C) Já  adulto  e  fornecendo-­‐nos  um  símbolo  essencial.  

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(D) Quando  menino  e  Mais  tarde  vim  a  entender.  

(E) Uma  outra  expressão  pitoresca  e  já  está  subindo  a  ladeira  dos  oitenta.  

05.   Está   correta   a   seguinte   afirmação   sobre   um   procedimento   construtivo   do  texto:    

(A) O  segmento  ou  apenas  se  renovarão?  expressa  uma  concomitância  em  relação  ao  segmento  Acabarão  por  cair  todas  em  desuso.(1º  parágrafo)    

(B) A   construção   Algumas   expressões   são   tão   fortes   que   resistem   aos   séculos  expressa  uma  comparação.  (2º  parágrafo)    

(C) No   segmento   ouvia   com   estranheza   a   frase,   o   elemento   sublinhado   está  empregado  com  a  significação  sentindo-­‐me  estranho.  (3º  parágrafo)    

(D) No  segmento  vim  a  dar  com  o  termo  “passagem”,  o  elemento  sublinhado  tem  o  sentido  de  passei  a  me  valer.  (4º  parágrafo)    

(E) A  construção  Queixou-­‐se  uma  vez,   e  para   sempre,   afirma  a  permanência  que  uma  expressão  confere  a  um  incidente.  (4º  parágrafo)  

Atenção:  A  questão  abaixo  refere-­‐se  ao  texto  seguinte.    

Metrô:  próxima  parada  

  Não   fique   com   medo   de   embarcar   caso   chegue   à   plataforma   de   uma   das  estações  do  Metrô  em  São  Paulo  e  veja  um  trem  sem  condutor.  Os  novos  vagões  da  linha   amarela  dispensam  o  profissional   a   bordo.   Esse   é   apenas  um  detalhe  de  uma  lista  de   recursos   tecnológicos  que   estão   sendo   implementados  para   transportar   os  paulistas   com  mais   eficiência.   Escadas   rolantes   com   sensores  de  presença,   câmeras  de   vídeo   que   enviam   imagens   para   a   central   por   Wi-­‐Fi,   comunicação   com   os  passageiros  por  VoIP  e  freios  inteligentes  são  outras  novidades.    

  O  Metrô  está  passando  por  uma  modernização  que  não  é  só  cosmética.  Com  ar  condicionado,  os  novos  trens  não  precisam  de  muitas  frestas  para  entrada  de  ar.  Não  é   só   uma   questão   de   conforto   térmico,  mas   acústico.   Nas   novas   escadas   rolantes,  sensores   infravermelho  detectam  a  presença  de  pessoais;   não  havendo  ninguém,   a  rolagem  é  mais  lenta,  e  economiza-­‐se  energia  elétrica.    

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(Adaptado  de  Kátia  Arima,  da  INFO.  http://info.abril.com.br/noticias)    

06.   Deve-­‐se   entender,   dado   o   contexto,   que   o   título   do   texto   refere-­‐se,  precisamente,    

(A) ao   anúncio   de   estações   mais   modernas   e   mais   bem   equipadas,   cujo     avanço   eletrônico   não   deve   causar   temor   entre   os   futuros   usuários   do     Metrô.    

(B) ao   planejamento   de   linhas   de  Metrô   que,   sob   novas   condições,   tornarão     mais  rápido  e  eficaz  o  transporte  dos  passageiros  paulistas.    

(C) às   novidades   tecnológicas   que   representarão   considerável   economia   de     tempo  e  manutenção  mais  barata.  

(D) ao   provimento   de   novos   recursos   eletrônicos,   que   têm   reflexo   na     operação   do  Metrô   paulista   e   redundam  em  maior   conforto   e   segurança     aos  usuários.    

(E) às   conquistas   da   tecnologia   que,   uma   vez   adotadas   pelo  Metrô   paulista,     significarão  cortes  em  gastos  e  alterações  menos  cosméticas.    

07.  Atente  para  as  seguintes  afirmações:  

I. A   autora   do   texto   trabalha   com   a   suposição   de   que   o   leitor   conhece  suficientemente  termos  técnicos  associados  a  recursos  tecnológicos.  

II. Na   frase   O   Metrô   está   passando   por   uma   modernização   que   não   é   só  cosmética  subentende-­‐se  que  algumas  transformações  não  são  essenciais.    

III. Subentende-­‐se  que,  nas  novas  viagens  do  Metrô,  o  conforto  térmico  deixou  de  ser  tão  importante  quanto  o  conforto  acústico.  

Em  relação  ao  texto,  está  correto  o  que  se  afirma  em    

(A) I,  II  e  III.  

(B) I  e  II,  apenas.    

(C) II  e  III,  apenas.    

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(D) I  e  III,  apenas.    

(E) II,  apenas.  

Atenção:  As  questões  abaixo  referem-­‐se  ao  texto  seguinte.    

Apoio  ao  transporte  urbano  

  O  BNDES  tem  um  programa  de  apoio  a  projetos  de  transportes  públicos,  abrangendo  todos  os   investimentos  necessários  à  qualificação  do  espaço  urbano  no   entorno   do   empreendimento.   O   apoio   pode   se   dar   visando   a   forma   de  operação  específica,  sempre  com  a  preocupação  de  mirar  os  seguintes  objetivos:  a)   racionalização   econômica,   com   redução   dos   custos   totais   do   sistema;   b)  privilégio  do  transporte  coletivo  sobre  o  individual;  c)  integração  tarifária  e  física,  com  redução  do  ônus  e  do  tempo  de  deslocamento  do  usuário;  d)  acessibilidade  universal,   inclusive   para   os   usuários   com   necessidades   especiais;   e)  aprimoramento  da  gestão   e  da   fiscalização  do   sistema;   f)   redução  dos  níveis   de  poluição   sonora   e   do   ar,   do   consumo   energético   e   dos   congestionamentos;   g)  revalorização  urbana  do  entorno  dos  projetos.    

  O   BNDES   admite   um   nível   de   participação   em   até   100%,   no   caso   de  municípios   de   baixa   renda   ou   de   média   renda   inferior   localizados   nas   regiões  Norte  e  Nordeste.    

(Baseado  em  informações  do  site  oficial  do  BNDES)    

08.   Para   apoiar   projetos   de   transportes   públicos,   o   BNDES   considera,   antes   de  mais  nada,  a    

(A) viabilidade  operacional,  já  demonstrada,  de  projeto  similar  ao  oferecido.    

(B) repercussão  positiva  do  empreendimento  sobre  aspectos  de  seu  entorno.    

(C) recuperação  tecnológica  e  financeira  de  empreendimentos  onerosos.    

(D) formulação  de  objetivos  ordenados  segundo  sua  prioridade.    

(E) integração  do  sistema  de  transporte  com  equipamentos  de  lazer  e  cultura.    

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09.  Considerando-­‐se  o  conjunto  dos  objetivos  relacionados  no  texto,  identificados  pelas  letras  correspondentes,  é  correto  afirmar  que  os  objetivos    

(A)   a)   e   b)   são   alternativos   entre   si,   pela   impossibilidade   do   duplo     atendimento.    

(B)   c)  e  d)  são  complementares,  já  que  ambos  cuidam  de  casos  excepcionais.    

(C)   e)  e  f)  estão  diretamente  voltados  para  a  preservação  ambiental.    

(D)   a)  e  c)  estão  intimamente  associados,  quanto  ao  aspecto  econômico.    

(E)   f)  e  g)  são  alternativos  entre  si,  pela  impossibilidade  do  duplo  atendimento.  

10.  Traduz-­‐se  de  forma  correta  e  coerente  o  sentido  do  parágrafo  final  em:    

No  caso  de  municípios  de  baixa  renda  ou  de  renda  média  inferior  localizados  nas  regiões  Norte  e  Nordeste,    

(A) admite-­‐se   que   100%   dos   empreendimentos   podem  pleitear   a   participação     do  BNDES.    

(B) o  nível  de  100%  de  resultados  é  a  condição  participativa  do  BNDES.    

(C) a  participação  do  BNDES  pode  chegar  ao  patamar  da  plena  integralidade.    

(D) será  mais  que  satisfatória  a  implementação  complementar  do  BNDES.    

(E) o   BNDES   arcará   com   a   responsabilidade   integral   pelo   sucesso   do     empreendimento.  

 

FCC  2011  -­‐  Nossa  Caixa  -­‐  Advogado  

Atenção:  As  questões  de  abaixo  referem-­‐se  ao  texto  seguinte.    

Pós-­‐11/9  

  Li   que   em   Nova   York   estão   usando   “dez   de   setembro”   como   adjetivo,  significando   antigo,     ultrapassado.   Como   em:   “Que   penteado   mais   dez   de  

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setembro!”.   O   11/9   teria   mudado   o   mundo   tão   radicalmente   que   tudo   o   que   veio  antes  –  culminando  com  o  day  before  [dia  anterior],  o  último  dia  das  torres  em  pé,  a  última  segunda-­‐feira  normal  e  a  véspera  mais  véspera  da  História  –  virou  preâmbulo.  Obviamente,  nenhuma  normalidade  foi  tão  afetada  quanto  o  cotidiano  de  Nova  York,  que  vive  a  psicose  do  que  ainda  pode  acontecer.  Os  Estados  Unidos  descobriram  um  sentimento  inédito  de  vulnerabilidade  e  reorganizam  suas  prioridades  para  acomodá-­‐las,   inclusive   sacrificando   alguns   direitos   de   seus   cidadãos,   sem   falar   no   direito   de  cidadãos   estrangeiros   não   serem   bombardeados   por   eles.     Protestos   contra   a  radicalíssima   reação   americana   são   vistos   como   irrealistas   e   anacrônicos,  decididamente  “dez  de  setembro”.    

  Mas  fatos  inaugurais  como  o  11/9  também  permitem  às  nações  se  repensarem  no  bom  sentido,  não  como  submissão  à  chantagem  terrorista,  mas  para  não  perder  a  oportunidade  do  novo  começo,  um  pouco  como  Deus  –  o  primeiro  autocrítico  –  fez  depois   do   Dilúvio.   Sinais   de   revisão   da   política   dos   Estados   Unidos   com   relação   a  Israel  e  os  palestinos  são  exemplos  disto.  E  é  certo  que  nenhuma  reunião  dos  países  ricos   será   como  era   até   10/9,   pelo  menos  por   algum   tempo.  No   caso  dos  donos  do  mundo,   não   se   devem   esperar   exames   de   consciência   mais   profundos   ou   atos   de  contrição  mais  espetaculares,  mas  o  instinto  de  sobrevivência  também  é  um  caminho  para  a  virtude.  O  horror  de  11/9  teve  o  efeito  paradoxalmente  contrário  de  me  fazer  acreditar  mais  na  humanidade.    

  A  questão  é:  o  que  acabou  em  11/9  foi  prólogo,  exatamente,  de  quê?  Seja  o  que  for,  será  diferente.  Inclusive  por  uma  questão  de  moda,  já  que  ninguém  vai  querer  ser  chamado  de  “dez  de  setembro”  na  rua.  

(Luis  Fernando  Veríssimo,  O  mundo  é  bárbaro)  

11.   Já   se   afirmou   a   respeito   de   Luis   Fernando   Veríssimo,   autor   do   texto   aqui  apresentado:   "trata-­‐se   de   um   escritor   que   consegue   dar   seriedade   ao   humor   e  graça   à   gravidade,   sendo   ao   mesmo   tempo   humorista   inspirado   e   ensaísta  profundo".   Essa   rara   combinação   de   planos   e   tons   distintos   pode   ser  adequadamente  ilustrada  por  meio  destes  segmentos  do  texto:    

I. Que   penteado  mais   dez   de   setembro!   e   Os   Estados   Unidos   descobriram   um  sentimento  inédito  de  vulnerabilidade.  

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II. um   pouco   como   Deus   –   o   primeiro   autocrítico   –   fez   depois   do   Dilúvio   e   o  instinto  de  sobrevivência  também  é  um  caminho  para  a  virtude.  

III. fatos  inaugurais  como  o  11/9  também  permitem  às  nações  se  repensarem  e  não  se  devem  esperar  exames  de  consciência  mais  profundos.  

Em  relação  ao  texto,  atende  ao  enunciado  desta  questão  o  que  se  transcreve  em    

(A) I,  II  e  III.    

(B) I  e  II,  apenas.    

(C) II  e  III,  apenas.    

(D) I  e  III,  apenas.    

(E) II,  apenas.  

 

12.  Ao  comentar  a  tragédia  de  11  de  setembro,  o  autor  observa  que  ela    

(A) foi  uma  espécie  de  prólogo  de  uma  série  de  muitas  outras  manifestações     terroristas.    

(B) exigiria   das   autoridades   americanas   a   adoção   de   medidas   de   segurança     muito  mais  drásticas  que  as  então  vigentes.    

(C) estimularia   a   população   nova-­‐iorquina   a   tornar   mais   estreitos   os   até     então  frouxos  laços  de  solidariedade.    

(D) abriu   uma   oportunidade   para   que   os   americanos   venham   a   se   avaliar     como  nação  e  a  trilhar  um  novo  caminho.    

(E) faria   com   que   os   americanos   passassem   a   ostentar   com   ainda   maior     orgulho  seu  decantado  nacionalismo.  

   FCC  2011  –  TRE/TO  –  Técnico  Judiciário  

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Atenção:  As  questões  abaixo  referem-­‐se  ao  texto  abaixo.    

O   documentário   E   Agora?   pretende   revelar   detalhes   do   tráfico   de   aves  silvestres   no   Brasil.   Segundo   o   produtor   Fábio   Cavalheiro,   o   longa-­‐metragem  apresentará  cenas  de  flagrantes  de  tráfico,  as  rotas  do  comércio  ilegal  e  entrevistas  com  autoridades  e  representantes  de  ONGs.    

A  Agência  Nacional   de   Cinema   (Ancine)   aprovou  o  projeto   e,   agora,   busca-­‐se  patrocínio.  A  ONG  SOS   Fauna,   especializada   em   resgates,   foi   uma  das   orientadoras  para  a  produção  do  filme.  

O   longa  também  se  propõe  a  discutir  outro  problema:  o   fato  de  que,  mesmo  quando   salvas   das   mãos   dos   traficantes,   muitas   aves   não   são   reintroduzidas   na  natureza.  

Além   da   versão   final   editada   para   o   cinema,   as   entrevistas   e   materiais  pesquisados   estarão  disponíveis  para  pesquisadores  que  queiram   se   aprofundar  no  tema.   A   intenção   é   a   de   que   o   filme   contribua   para   a   educação  –   e,   por   isso,   será  oferecido  para  estabelecimentos  de  ensino.  

Entre  as  espécies  mais  visadas  pelos  traficantes  estão  papagaios,  a  araponga,  o  pixoxó,   o   canário-­‐da-­‐terra,   o   tico-­‐tico,   a   saíra-­‐preta,   o   galo-­‐de-­‐campina,   sabiás   e  bigodinho.    

(O  Estado  de  S.  Paulo,  A30  Vida,  Planeta,  21  de  novembro  de  2010)  

13.  O  assunto  do  texto  está  corretamente  resumido  em:  

(A) Um  longa-­‐metragem,  em  forma  de  documentário,  abordará  o  tráfico  de  aves  silvestres  no  Brasil,  e  terá  objetivos  educativos.  

(B) A   Ancine   deverá   escolher   e   patrocinar   a   realização   de   alguns   projetos   de  filmes  educativos,  destinados  às  escolas  brasileiras.  

(C) ONGs   voltadas   para   a   proteção   de   aves   silvestres   buscam   a   realização   de  novos  projetos,  como  a  de  filmes  educativos.  

(D) Várias   espécies   de   aves   silvestres   encontram-­‐se   em   extinção,   apesar   dos  constantes  cuidados  de  ONGs  destinadas  à  sua  proteção.  

(E) Apesar   das   intenções   didáticas,   filme   sobre   tráfico   de   aves   silvestres   não  atinge  sua  finalidade  educativa.  

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 14.  O  texto  informa  claramente  que    

(A) o  produtor  do  documentário  sobre  aves  silvestres  baseou-­‐se  em  entrevistas  com  pesquisadores  para  desenvolver  o  roteiro  do  filme.  

(B) as  discussões   referentes  aos  diversos  problemas  que  colocam  em  perigo  as  aves  silvestres  já  estão  em  andamento  na  Ancine.  

(C) algumas   Organizações   Não   Governamentais   estão   se   propondo   a   proteger  aves  silvestres  capturadas  e  a  preparar  seu  retorno  à  natureza.  

(D) o  objetivo  principal  do  documentário  será  oferecer  subsídios  a  pesquisadores  interessados  em  estudos  sobre  aves  silvestres  brasileiras.  

(E) o  projeto  do  documentário  sobre  o  tráfico  de  aves  silvestres  já  foi  aprovado,  mas  ainda  não  há  patrocinador  para  sua  produção.  

 

Atenção:    As  questões  abaixo  referem-­‐se  ao  texto  abaixo.    

A  bailarina  

A   profissão   de   bufarinheiro   está   regulamentada;   contudo,   ninguém   mais   a  exerce,  por  falta  de  bufarinhas*.  Passaram  a  vender  sorvetes  e  sucos  de  fruta,  e  são  conhecidos  como  ambulantes.    

Conheci  o  último  bufarinheiro  de  verdade,  e  comprei  dele  um  espelhinho  que  tinha   no   lado   oposto   a   figura   de   uma   bailarina   nua.   Que  mulher!   Sorria   para  mim  como   prometendo   coisas,   mas   eu   era   pequeno,   e   não   sabia   que   coisas   fossem.  Perturbava-­‐me.    

Um  dia  quebrei  o  espelho,  mas  a  bailarina  ficou  intata.  Só  que  não  sorria  mais  para   mim.   Era   um   cromo   como   outro   qualquer.   Procurei   o   bufarinheiro,   que   não  estava  mais  na  cidade,  e  provavelmente  teria  mudado  de  profissão.  Até  hoje  não  sei  qual  era  o  mágico:  se  o  bufarinheiro,  se  o  espelho.      

*  bufarinhas  −  mercadorias  de  pouco  valor;  coisas  insignificantes.      

(Carlos  Drummond  de  Andrade.  Contos  plausíveis,  in  Prosa  Seleta.  Rio  de  Janeiro:  Nova  Aguilar,  2003,  p.89)  

15.  O  texto  se  desenvolve  como        

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(A) depoimento   de   uma   criança   sobre   o   espelhinho   que   tinha   no   lado   oposto   a  figura  de  uma  bailarina  nua,  registrado  em  sua  memória.    

(B) discussão   em   torno   da   importância   de   certas   profissões,   ainda   que   se  destinem  ao  comércio  de  bufarinhas.    

(C) crítica   a   um   tipo   de   vendedores   que   não   se   preocupa   com   valores  morais,  como  no  caso  da  figura  da  bailarina  nua  vendida  a  uma  criança.  

(D)  relato   de   caráter   pessoal,   em   que   o   autor   relembra   uma   situação   vivida  quando    era  pequeno    e  reflete  sobre  ela.    

(E) ensaio   de   caráter   filosófico,   em   que   o   autor   questiona   o   dilema   diante   de  certos   fatos   da   vida,   apontado   na   dúvida   final:  Até   hoje   não   sei   qual   era   o  mágico.    

16.  É  incorreto  afirmar  que:    

(A) A  exclamação  Que  Mulher!  cria  uma  incoerência  no  contexto,  por  referir-­‐se  a  uma  figura  feminina  que    era,  na  verdade,  um  cromo  como  outro  qualquer.    

(B) Percebe-­‐se,  na  fala  do  contista,  certa  nostalgia  em  relação  aos  bufarinheiros,  que  vendiam  sonhos,  embutidos  nas  pequenas  coisas.      

(C) Bufarinheiro   é   uma   palavra   atualmente   em   desuso   no   idioma,   porém   é  possível  entender  seu  sentido  no  decorrer  do  texto.    

(D) Uma  possível  conclusão  do   texto  é  a  de  que  a  verdadeira  mágica  estava  no  encanto  da  criança,  quebrado  com  o  espelho  partido.  

(E) No   1º   parágrafo   o   autor   constata   mudança   de   hábitos   na   substituição   das  bufarinhas  por  sorvetes  e  sucos  de  fruta.  

   

Atenção:  As  questões  abaixo  baseiam-­‐se  no  texto  abaixo.    

    Na  Academia  Brasileira  de  Letras,  há  um  salão  bonito,  mas  um  pouco  sinistro.  É  o   Salão   dos   Poetas   Românticos,   com   bustos   dos   nossos   principais   românticos   na  poesia:  Castro  Alves,  Gonçalves  Dias,  Casimiro  de  Abreu,  Fagundes  Varela  e  Álvares  de  Azevedo.    

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Os  modernistas  de  22,  e  antes  deles  os  parnasianos,  decidiram  avacalhar  com  essa  turma  de  jovens,  que  trouxe  o  Brasil  para  dentro  de  nossa  literatura.  Foram  os  românticos,   na   prosa   e   no   verso,   que   colocaram   em   nossas   letras   as   palmeiras,   os  índios,  as  praias  selvagens,  o  sabiá,  as  borboletas  de  asas  azuis,  a  juriti  −  o  cheiro  e  o  gosto  de  nossa  gente.  Não  fosse  o  romantismo,   ficaríamos  atrelados  ao  classicismo  das   arcádias,   à   pomposidade   do   verso   burilado.   Sem   falar   nos   poemas-­‐piadas,   a  partir  de  1922,  todos  como  vanguarda  da  vanguarda.    

Foram  jovens.  Casimiro  morreu  com  21  anos,  Álvares  de  Azevedo  com  22,  Castro  Alves  com  24,  Fagundes  Varela  com  34.  O  mais  velho  de  todos,  Gonçalves  Dias,  mal  chegara  aos  40  anos.  O  Salão  dos  Poetas  Românticos  é  também  sinistro,  pois  é  de  lá  que  sai  o  enterro  dos  imortais,  que  morrem  como  todo  mundo.    

(Adaptado  de  Carlos  Heitor  Cony  "Salão  dos  românticos".  FSP,  16/12/2010)    

17.  No  2º  parágrafo,  identifica-­‐se    

(A) aceitação,   com   ressalvas,   do   fato   de   a   escola   romântica   ser   considerada  superior   à   parnasiana   por   esta   última   não   ter   sido   produzida   por   jovens  talentos.      

(B) elogio   à   produção   literária   dos   autores   parnasianos,   cujas   obras   clássicas  teriam  inspirado  o  modernismo  de  22.      

(C) comparação  do  movimento  de  22  com  o  romantismo,  e  conclusão  de  que  o  primeiro,  mais  ousado,  é  superior  ao  segundo.    

(D) reflexão   a   respeito   do   valor   dos   poetas   românticos   brasileiros,   que   teriam  sido  injustamente  criticados  por  parnasianos  e  modernistas.      

(E) constatação   dos   inúmeros   defeitos   da   produção   literária   modernista,   com  base  na  falta  de  seriedade  de  seus  autores.    

 

18.   ...  pois   é   de   lá   que   sai   o   enterro  dos   imortais,   que  morrem   como   todo  mundo.  (final  do  texto)    

 A  frase  acima      

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(A) aponta   a   desvalorização   dos   escritores   que   já   foram   considerados   os  melhores  do  país.  

(B) produz   efeito   humorístico   advindo   do   paradoxo   causado   por   um   jogo   de  palavras  com  os  conceitos  de  mortalidade    e  imortalidade.    

(C) conclui   que   apenas   os   autores   românticos   merecem   ser   chamados   de  imortais.      

(D) repudia   com  sarcasmo  o  privilégio  oferecido  aos  autores  da  Academia,  pois  são  mortais  como  os  demais  escritores.      

(E) estabelece  oposição  à  ideia  de  que  o  Salão  dos  Poetas  Românticos  teria  algo  de  fúnebre.    

 FCC  2011  –  TRE/PE  –  Técnico  Judiciário    Atenção:  A  questão  abaixo  baseia-­‐se  no  texto  seguinte.       Antes   de   vitoriosa   a   colonização   portuguesa   do   Brasil,   não   se   compreendia  outro  tipo  de  domínio  europeu  nas  regiões  tropicais  que  não  fosse  o  da  exploração  comercial   através  de   feitorias  ou  de  pura  extração  de   riqueza  mineral.   Em  nenhum  dos  casos  se  considerara  a  sério  o  prolongamento  da  vida  europeia  ou  a  adaptação  dos   seus   valores  materiais   e  morais   a  meios   e   climas   tão   diversos;   tão  mórbidos   e  dissolventes.    

  O   colonizador   português   do   Brasil   foi   o   primeiro,   dentre   os   colonizadores  modernos,   a   deslocar   a   base   da   colonização   tropical   da   pura   extração   de   riqueza  mineral,  vegetal  ou  animal  –  o  ouro,  a  prata,  a  madeira,  o  âmbar,  o  marfim  –  para  a  de  criação   local  de  riqueza.  Ainda  que  riqueza  –  a  criada  por  eles  sob  a  pressão  das  circunstâncias  americanas  –  à  custa  do  trabalho  escravo:  tocada,  portanto,  daquela  perversão   de   instinto   econômico   que   cedo   desviou   o   português   da   atividade   de  produzir  valores  para  a  de  explorá-­‐los,  transportá-­‐los  ou  adquiri-­‐los.  

  Semelhante   deslocamento,   embora   imperfeitamente   realizado,   importou  numa   nova   fase   e   num   novo   tipo   de   colonização:   a   “colônia   de   plantação”,  caracterizada  pela  base  agrícola  e  pela  permanência  do  colono  na   terra,  em  vez  do  

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seu   fortuito   contato   com   o   meio   e   com   a   gente   nativa.   No   Brasil   iniciaram   os  portugueses  a  colonização  em  larga  escala  dos  trópicos  por  uma  técnica  econômica  e  por  uma  política  social   inteiramente  novas:  apenas  esboçadas  nas   ilhas  subtropicais  do  Atlântico.  [...]  

  A  sociedade  colonial  no  Brasil,  principalmente  em  Pernambuco  e  no  Recôncavo  da   Bahia,   desenvolveu-­‐se   patriarcal   e   aristocraticamente   à   sombra   das   grandes  plantações  de  açúcar,  não  em  grupos  a  esmo  e  instáveis;  em  casas-­‐grandes  de  taipa  ou  de  pedra  e  cal,  não  em  palhoças  de  aventureiros.  Observa  Oliveira  Martins  que  a  população   colonial   no   Brasil,   “especialmente   ao   Norte,   constituiu-­‐se  aristocraticamente,   isto  é,   as   casas  de  Portugal   enviaram  ramos  para  o  ultramar,   e  desde   todo   o   princípio   a   colônia   apresentou   um   aspecto   diverso   das   turbulentas  imigrações  dos  castelhanos  na  América  Central  e  ocidental”.  

(Fragmento   extraído   de   Gilberto   Freyre.  Casa   grande  &   senzala.   v.1.   14.   ed.   Rio   de   Janeiro,   José  Olympio,  1969,  pp.22-­‐3)  

 19.   O   texto   estabelece   uma   clara   oposição   entre   dois   tipos   de   colonização   nos  trópicos:  a  colonização    

(A) em  que  colonos  castelhanos  se  dedicaram  à  verdadeira  produção  de  valores,  e   aquela   em   que   colonos   portugueses   trataram   apenas   de   explorá-­‐los   ou  adquiri-­‐los.    

(B) realizada  pelos  portugueses,  com  base  no  trabalho  escravo,  e  a  que  foi  levada  a   cabo   por   outros   povos   europeus,   em   que   o   trabalho   era   realizado   pelos  próprios  colonos.    

(C) baseada  na  pura  extração  das  riquezas,  sem  a  fixação  do  explorador,  e  a  que  empreende   a   criação   de   riquezas   e   o   estabelecimento   do   colono   na   terra  conquistada.    

(D) bem   que   o   domínio   europeu   se   dava   pelo   estabelecimento   de   feitorias,   e  aquela  outra  em  que  havia   tão  somente  a  exploração  da  riqueza  mineral  da  colônia.  

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(E) ultrapassada   das   ilhas   subtropicais   do   Atlântico,   de   um   lado,   e   a   do   Brasil  pelos  portugueses,  de  outro,  em  que  foi  empregada  uma  técnica  econômica  e  uma  política  social  inovadoras.    

 

Atenção:  As  questões  de  abaixo  baseiam-­‐se  no  texto  seguinte.    

Meu  avô  Costa  Ribeiro  morava  na  Rua  da  União,  bairro  da  Boa  Vista.  Nos  meses  de   verão,   saíamos   para   um   arrabalde   mais   afastado   do   bulício   da   Cidade,   quase  sempre  Monteiro   ou   Caxangá.   Para   a   delícia   dos   banhos   de   rio   no   Capiberibe.   Em  Caxangá,  no   chamado  Sertãozinho,   a   casa  de  meu  avô  era   a  última  à   esquerda.  Ali  acabava  a  estrada  e  começava  o  mato,  com  os  seus  sabiás,  as  suas  cobras  e  os  seus  tatus.   Atrás   de   casa,   na   funda   ribanceira,   corria   o   rio,   à   cuja   beira   se   especava   o  banheiro   de   palha.   Uma  manhã,   acordei   ouvindo   falar   de   cheia.   Talvez   tivéssemos  que  voltar  para  o  Recife,  as  águas  tinham  subido  muito  durante  a  noite,  o  banheiro  tinha  sido  levado.  Corri  para  a  beira  do  rio.  Fiquei  siderado  diante  da  violência  fluvial  barrenta.   Puseram-­‐me   de   guarda   ao  monstro,   marcando   com   toquinhos   de   pau   o  progresso   das   águas   no   quintal.   Estas   subiam   incessantemente   e   em   pouco   já  ameaçavam   a   casa.   Às   primeiras   horas   da   tarde,   abandonamos   o   Sertãozinho.  Enquanto  esperávamos  o  trem  na  Estação  de  Caxangá,  fomos  dar  uma  espiada  ao  rio  à  entrada  da  ponte.  Foi  aí  que  vi  passar  o  boi  morto.  Foi  aí  que  vi  uns  caboclos  em  jangadas   amarradas   aos   pegões   da   ponte   lutarem   contra   a   força   da   corrente,  procurando  salvar  o  que  passava  boiando  sobre  as  águas.  Eu  não  acabava  de  crer  que  o  riozinho  manso  onde  eu  me  banhava  sem  medo  todos  os  dias  se  pudesse  converter  naquele  caudal  furioso  de  águas  sujas.  No  dia  seguinte,  soubemos  que  tínhamos  saído  a  tempo.  Caxangá  estava  inundada,  as  águas  haviam  invadido  a  igreja...    

(Manuel  Bandeira.  Poesia  completa  e  prosa.  Rio  de  Janeiro:  Nova  Aguilar,  1993,  v.  único,  p.  692)  

20.  Identifica-­‐se  no  texto  

(A) opinião,  baseada  em  fatos,  sobre  como  se  defender  das  forças  da  natureza.  

(B) manifestação  de  apoio  a  decisões  tomadas  por  famílias  em  situação  de  risco.  

(C) depoimento  pessoal,  em  que  transparecem  lembranças  familiares.    

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(D) desenvolvimento  objetivo  a  respeito  da  ocorrência  de  catástrofes.    

(E) discussão  de  ideias  sobre  acontecimentos  naturais,  como  a  cheia  de  rios.    

21.  Talvez  tivéssemos  que  voltar  para  o  Recife,  as  águas  tinham  subido  muito  durante  a  noite,  o  banheiro  tinha  sido  levado.  

           O  segmento  grifado  atribui  ao  contexto  a  noção  de  

(A) causa  determinante  da  hipótese  apresentada  antes  dele.  

(B) ressalva  a  partir  da  afirmativa  feita  anteriormente.      

(C) condição  para  a  realização  de  uma  ação  anterior.  

(D) consequência  das  observações  a  respeito  de  um  fato  natural.  

(E) proporcionalidade  entre  dois  fatos  mutuamente  relacionados.  

 FCC  2012  -­‐  INSS  -­‐  Técnico  do  Seguro  Social  

  Em  vida,  Gustav  Mahler  (1860-­‐1911),  tanto  por  sua  personalidade  artística  como  por  sua  obra,  foi  alvo  de  intensas  polêmicas  –  e  de  desprezo  por  boa  parte  da  crítica.  A   incompreensão   estética   e   o   preconceito   antissemita   também   o   acompanhariam  postumamente  e   foram  raros  os  maestros  que,  nas  décadas  que   se   seguiram  à   sua  morte,  se  empenharam  na  apresentação  de  suas  obras.  Durante  os  anos  60,  porém,  uma  virada   totalmente   inesperada   levou  a  obra  de  Mahler   ao   início  de  uma  era  de  sucesso   sem   precedentes,   que   perdura   até   hoje.   Intérpretes   conhecidos   e  pesquisadores   descobriram   o   compositor,   enquanto   gravações   discográficas  divulgavam  uma  obra  até  então  desconhecida  do  grande  público.    

  Há   uma   série   de   fatores   envolvidos   na   transformação   de   Mahler   em   figura  central  da  história  da  música  do  século  XX.  A  visão  de  mundo  de  uma  geração  mais  jovem  certamente   teve   influência   central   aqui:   o  dilaceramento   interior  de  Mahler,  seu   interesse   pelos   problemas   fundamentais   da   existência   humana,   seu   pacifismo,  seu  engajamento  contra  a  opressão  social  e  seu  posicionamento  em  favor  do  respeito  à   integridade   da   natureza   –   tudo   isso   se   tornou,   subitamente,  muito   atual   para   a  geração  que  nasceu  nos  pós-­‐guerra.  

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O   amor   incondicional   de  Mahler   pela   a   natureza   sempre   esteve   presente   em  sua  obra.  O  compositor  dedicava   inteiramente  à  criação  musical  os  meses  de  verão,  recolhendo-­‐se   em   pequenas   cabanas   na   paz   dos   Alpes   austríacos.   Em   Steinbach,  Mahler   empreendia   longas   caminhadas,   que   lhe   proporcionaram   inspiração   para  sinfonias.  

Comparar   a   simplicidade   espartana   dessas   casinhas   com   a   enorme  complexidade  das  obras  ali  criadas  diz  muito  sobre  a  genialidade  do  compositor  –  e,  sobretudo,   sobre   a   real   origem   de   sua   genialidade.   Totalmente   abandonadas   e  esquecidas  na  Áustria  do  pós-­‐guerra,  essas  casinhas  de  Mahler  hoje  se  transformaram  em  memoriais,   graças   à   ação   da   Sociedade   Internacional   Gustav  Mahler.   O  mundo  onírico   dos   Alpes   do   início   do   século   XX   certamente   voltará   à   memória   de   quem,  tendo   a   imagem   desses   despojados   retiros   musicais   de   Mahler,   voltar   a   ouvir   sua  música  grandiosa.  

(Adaptado:  Klaus  Billand,  Gustav  Mahler:   a   criação  de  um   ícone.  Revista   18.  Ano   IV,  n.   15,  março/abril/maio  de  2006,  p.   52-­‐53.  Disponível   em:   <http.//WWW.cebrap.org.br/v1/upload/biblioteca_virtual/GIANNOTTI_Tolerancia%20maxima.pdf>   Acesso   em:   22  dez.  2011)  

22.  Segundo  o  autor,  o  reconhecimento  da  grandeza  artística  de  Mahler  deve-­‐se,  em  larga  medida  

(A)   ao   advento   de   uma   geração   cujos   valores,   apesar   da   distância   temporal,  correspondiam  aos  defendidos  pelo  compositor.  

(B)   ao   reconhecimento,   ainda   que   tardio,   de   sua   originalidade   por   maestros   e  grandes  intérpretes  da  música  clássica  com  quem  o  compositor  convivera.  

(C)   à   ação   de   organizações   culturais   que   se   dispuseram   a   divulgar   a   obra   do  autor,  mesmo  correndo  o  risco  de  sofrer  represálias  por  parte  do  público.  

(D)   à   beleza   única   de   suas   obras,   para   a   qual   contribuíram   largamente   o   amor  incondicional  do  compositor  pelos  sons  e  pela  musicalidade  da  natureza.  

(E)   à   harmonia   do   conjunto   de   sua   obra,   que,   por   sua   simplicidade   intrínseca,  pôde  ser  amplamente  compreendida  pelas  gerações  seguintes.  

 FCC  2012  -­‐  TRE/CE  -­‐  Analista  Judiciário    

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Atenção:  As  questões  a  seguir  referem-­‐se  ao  texto  abaixo.         O  tempo,  como  o  dinheiro,  é  um  recurso  escasso.  Isso  poderia  sugerir  que  ele  se  presta,  portanto,  à  aplicação  do  cálculo  econômico  visando  o  seu  melhor  proveito.  O  uso  racional  do  tempo  seria  aquele  que  maximiza  a  utilidade  de  cada  hora  do  dia.  Diante   de   cada   opção   de   utilização   do   tempo,   a   pessoa   delibera   e   escolhe  exatamente  aquela  que  lhe  proporciona  a  melhor  relação  entre  custos  e  benefícios.    

  Ocorre  que  a  aplicação  do  cálculo  econômico  às  decisões  sobre  o  uso  do  tempo  é   neutra   em   relação   aos   fins,   mas   exigente   no   tocante   aos   meios.   Ela   cobra   uma  atenção   alerta   e   um   exercício   constante   de   avaliação   racional   do   valor   do   tempo  gasto.   O   problema   é   que   isso   tende   a  minar   uma   certa   disposição   à   entrega   e   ao  abandono,   os   quais   são   essenciais   nas   atividades   que   envolvem   de   um  modo  mais  pleno   as   faculdades   humanas.   A   atenção   consciente   à   passagem   das   horas   e   a  preocupação   com   o   seu   uso   racional   estimulam   a   adoção   de   uma   atitude   que   nos  impede  de  fazer  o  melhor  uso  do  tempo.    

  Valéry  investigou  a  realidade  dessa  questão  nas  condições  da  vida  moderna:  “O  lazer  aparente  ainda  permanece  conosco  e,  de  fato,  está  protegido  e  propagado  por  medidas  legais  e  pelo  progresso  mecânico.  O  nosso  ócio  interno,  todavia,  algo  muito  diferente   do   lazer   cronometrado,   está   desaparecendo.   Estamos   perdendo   aquela  vacuidade   benéfica   que   traz   a   mente   de   volta   à   sua   verdadeira   liberdade.   As  demandas,   a   tensão,   a   pressa   da   existência   moderna   perturbam   esse   precioso  repouso.”       O  paradoxo  é  claro.  Quanto  mais  calculamos  o  benefício  de  uma  hora  “gasta”  desta  ou  daquela  maneira,  mais  nos  afastamos  de  tudo  aquilo  que  gostaríamos  que  ela  fosse:  um  momento  de  entrega,  abandono  e  plenitude  na  correnteza  da  vida.  Na  amizade  e  no  amor;  no  trabalho  criativo  e  na  busca  do  saber;  no  esporte  e  na  fruição  do   belo   −as   horas   mais   felizes   de   nossas   vidas   são   precisamente   aquelas   em   que  perdemos  a  noção  da  hora.      (Adaptado  de  Eduardo  Giannetti.  O  valor  do  amanhã.São  Paulo,  Cia.  das  Letras,  2005,  p.206-­‐209)    

 

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23.   O   posicionamento   crítico   adotado   pelo   autor   em   relação   ao   emprego   do  cálculo  econômico  sobre  a  utilização  do  tempo  está  em:    

(A) O   uso   racional   do   tempo   seria   aquele   que  maximiza   a   utilidade   de   cada     hora  do  dia.  

(B) Diante  de  cada  opção  de  utilização  do  tempo,  a  pessoa  delibera  e  escolhe     exatamente   aquela   que   lhe   proporciona   a  melhor   relação   entre   custos   e     benefícios.  

(C) A   atenção   consciente   à   passagem  das   horas   e   a   preocupação   com  o   seu     uso  racional  estimulam  a  adoção  de  uma  atitude  que  nos  impede  de  fazer  o     melhor  uso  do  tempo.  

(D) Isso   poderia   sugerir   que   ele   se   presta,   portanto,   à   aplicação   do   cálculo     econômico  visando  o  seu  melhor  proveito.    

(E) O   lazer   aparente   ainda   permanece   conosco   e,   de   fato,   está   protegido   e     propagado  por  medidas  legais  e  pelo  progresso  mecânico.  

24.  O  paradoxo  a  que  o  autor  se  refere  está  corretamente  resumido  em:    

(A) O   tempo   despendido   na   busca   de   conhecimento   é   recompensado   pelo     saber.    

(B) Os  momentos  de  relaxamento  pleno  advêm  do  bom  planejamento  do  uso     do  tempo.    

(C) A   criatividade   confere   maior   qualidade   ao   tempo   despendido   com   o     trabalho.    

(D) O   controle   do   uso   do   tempo   compromete   o   seu   aproveitamento     prazeroso.    

(E) As   horas   de   maior   prazer   são   aquelas   empregadas   em   atividades   bem     planejadas.  

25.  Leia  atentamente  as  afirmações  abaixo.    

I. O  problema  é  que  isso  tende  a  minar...(2º  parágrafo)    

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O  pronome  grifado  se  refere  a  decisões  sobre  o  uso  do  tempo.  

II. ...  os  quais  são  essenciais  nas  atividades  que  envolvem  de  um  modo  mais  pleno  as  faculdades  humanas.  (2º  parágrafo)    O  segmento  grifado  na  frase  acima  se  refere  aos  termos    

III. Os   segmentos     vacuidade   benéfica   (3º   parágrafo)   e   fruição   do   belo   (4º  parágrafo)   estão   corretamente   traduzidos,   respectivamente,   por  esmorecimento  revigorante  e  deleite  venturoso.  

Está  correto  o  que  se  afirma  APENAS  em    

(A)    II.    

(B)    I  e  III.    

(C)    I.    

(D)    II  e  III.    

(E)    I  e  II.  

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 06.  GABARITO  

 01   B   06   D   11   B   16   A   21   A  02   C   07   B   12   D   17   D   22   A  03   A   08   B   13   A   18   B   23   C  04   D   09   D   14   E   19   C   24   D  05   E   10   C   15   D   20   C   25   A  

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 07.  RESOLUÇÃO  COMENTADA  DAS  QUESTÕES  

 

  Em   compreensão/intelecção   e   interpretação   de   textos,   a   PRÁTICA   é   mais  importante   que   a   TEORIA.  Peço-­‐lhe,   suplico:   leia,   com   o  máximo   de   atenção   as  dicas  que  estão  espalhadas  abaixo  em  azul  e  vermelho.  

 

FCC  2010  -­‐  Metrô/SP  -­‐  Secretário  Pleno  

Atenção:  As  questões  abaixo  referem-­‐se  ao  texto  seguinte.    

Estradas  e  viajantes  

  A   linguagem   nossa   de   cada   dia   pode   ser   altamente   expressiva.   Não   sei   até  quando  sobreviverão  expressões,  ditados,  fórmulas  proverbiais,  modos  de  dizer  que  atravessaram   o   tempo   falando   as   coisas   de   um   jeito   muito   especial,   gostoso,  sugestivo.  Acabarão  por   cair   todas  em  desuso  numa  época   como  a  nossa,   cheia  de  pressa  e  sem  nenhuma  paciência,  ou  apenas  se  renovarão?    

  Algumas   expressões   são   tão   fortes   que   resistem   aos   séculos.   Haverá   alguma  língua   que   não   estabeleça   formas   de   comparação   entre   vida   e   viagem,   vida   e  caminho,   vida   e   estrada?   O   grande   Dante   já   começava   a   Divina   Comédia   com   “No  meio  do  caminho  de  nossa  vida...”.  Se  a  vida  é  uma  viagem,  a  grande  viagem  só  pode  ser...   a   morte,   fim   do   nosso   caminho.   “Ela   partiu",   “Ele   se   foi”,   dizemos.   E   assim  vamos  seguindo...    

  Quando  menino,   ouvia   com   estranheza   a   frase   “Cuidado,   tem   boi   na   linha”.  Como   não   havia   linha   de   trem   nem   boi   por   perto,   e   as   pessoas   olhavam  disfarçadamente  para  mim,  comecei  a  desconfiar,  mas  sem  compreender,  que  o  boi  era  eu;  mas  como  assim?  Mais  tarde  vim  a  entender  a  tradução  completa  e  prosaica:  “suspendamos   a   conversa,   porque   há   alguém   que   não   deve   ouvi-­‐la”.   Uma   outra  expressão   pitoresca,   que   eu   já   entendia,   era   “calça   de   pular   brejo”   ou   “calça   de  atravessar   rio”,   no   caso  de  pernas   crescidas  ou   calças   encolhidas,   tudo   constatado  antes  de  pegar  algum  caminho.    

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  Já   adulto,   vim   a   dar   com  o   termo  “passagem”,   no   sentido   fúnebre.   “Passou  desta  para  melhor”.  Situação  difícil:  “estar  numa  encruzilhada”.  Fim  de  vida  penoso?  “Também,   já   está   subindo   a   ladeira   dos   oitenta...”   São   incontáveis   os   exemplos,   é  uma   retórica   inteira   dedicada   a   imagens   como   essas.   Obviamente,   os   poetas,  especialistas  em  imagens,  se  encarregam  de  multiplicá-­‐las.  “Tinha  uma  pedra  no  meio  do   caminho”,   queixou-­‐se   uma   vez,   e   para   sempre,   o   poeta   Carlos   Drummond   de  Andrade,  fornecendo-­‐nos  um  símbolo  essencial  para  todo  e  qualquer  obstáculo  que  um   caminhante   fatalmente   enfrenta   na   estrada   da   vida,   neste   mundo   velho   sem  porteira...    

(Peregrino  Solerte,  inédito)  

01.  A  frase  de  abertura  do  texto  –  A  linguagem  nossa  de  cada  dia  pode  ser  altamente  expressiva  –  corresponde  a  uma  tese  

OK!  O  autor  abre  o  texto  com  uma  tese,  que  pode  ser  desenvolvida,  comprovada,  detalhada,  demonstrada,  contestada  etc.  ao  longo  do  texto.  Saca  só:  

(A) cuja   contestação   é   coerentemente   desenvolvida,   concluindo-­‐se   com   a  referência  a  Carlos  Drummond  de  Andrade.    

ERRADA.   O   autor   não   contesta   sua   tese;   pelo   contrário,   ele   a   sustenta   e   a  desenvolve.  

(B) cujo  desenvolvimento  se  faz  com  a  multiplicação  de  exemplos,  relativos  a  um  mesmo  campo  de  expressão  simbólica.    

CORRETA.  O  autor  desenvolve,  por  meio  de  vários  exemplos,  sua  tese.  

(C) cujo   desenvolvimento   acaba   por   comprovar   a   ineficiência   da   linguagem  simbólica,  se  comparada  com  a  rotineira.    

ERRADA.  A  eficiência  da  linguagem  simbólica  é  enfatizada,  sobretudo,  no  2º  e  3º  parágrafos.  

(D) cuja   comprovação   se   dá   pelo   fato   de   que,   na   evolução   de   uma   língua,   as  expressões  simbólicas  se  mantêm  sempre  as  mesmas.    

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ERRADA.  O  1º  parágrafo  coloca  uma  questão  que  é  retomada  no  2º.  Então,  o  autor  afirma  que  Algumas  expressões  são  tão  fortes  que  resistem  aos  séculos.  

(E) cuja  contestação  é  encaminhada  mediante  a  comparação  entre  a   linguagem  antiga  e  a  linguagem  contemporânea.    

ERRADA.   Vale   o   mesmo   comentário   da   letra   A,   acrescendo-­‐se   que   o   1º  parágrafo  compara,  sim,  a  linguagem  mais  antiga  com  a  contemporânea,  mas  de  forma  alguma  contesta  a  tese  posta.  

GABARITO:  B  

02.  Atente  para  as  seguintes  afirmações:    

I.   No   1º   parágrafo,   expressa-­‐se   a   convicção   (não   há   tal   convicção;   há   dúvida,  questionamento)   de   que   os  modos   de   dizer  mais   expressivos   não   sobreviverão  nos  tempos  modernos,  por  serem  avaliados  como  ineficazes  (ele  não  diz  isso  em  parte   alguma   do   texto;   pelo   contrário)   nos   processos   de   comunicação.  ERRADÍSSIMA!  (Eliminemos  logo  as  letras  A  e  D.)  

II.  No  3º  parágrafo,  a  impossibilidade  de  o  menino  compreender  a  frase  ouvida  aos  adultos  deveu-­‐se  ao  fato  de  estar  traduzida  em  linguagem  prosaica  (au  contraire,  mon  ami(e):  prosaico,  aqui,  significa  comum,  trivial.  O  menino  não  entendia  o  que  se   dizia   justamente   porque   se   estava   usando   a   linguagem   simbólica,   não  prosaica).  ERRADA.  (Eliminamos  as  letras  B  e  E;  sobrou  a  C  -­‐-­‐  o  GABARITO.  E  VOCÊ,  na  hora  da  prova  NÃO  deve  ler  o  resto  -­‐-­‐  marca  e  vai-­‐se  embora!)  

III.   No   4º   parágrafo,   reconhece-­‐se   nos   poetas   a   capacidade   de   enriquecimento  expressivo  da  linguagem,  especialistas  que  são  na  criação  de  imagens.  ("Isso,  isso,  isso".  Vide  último  parágrafo,  do  6º  período  em  diante.)  CORRETA!    

Em  relação  ao  texto,  está  correto  APENAS  o  que  se  afirma  em    

(A)  I.  

(B)  II.  

(C)  III.  

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(D)  I  e  II.  

(E)  II  e  III.  

GABARITO:  C  

03.  As  expressões  E  assim  vamos  seguindo  e  neste  mundo  velho  sem  porteira  

(A) devem   ser   tomadas   como   exemplos   do   mesmo   tipo   de   repertório   de  imagens  enumeradas  no  texto.    

CORRETA.  Concorde  comigo:  essa  foi  de  graça,  não  foi?  Imagens,  aqui,  são  as  várias  metáforas   e   outros   simbolismos   que   o   autor   usa   como   exemplo   em  todo  o  texto.  

(B) constituem   mais   exemplos   da   tradução   prosaica   que   se   faz   de   bem  conhecidas  expressões  simbólicas.    

ERRADA.  Pelo  dito  em  A,  não,  né?  

(C) remetem  ao  mesmo  significado  que  se  atribuiu  ao  verso  “Tinha  uma  pedra  no  meio  do  caminho”.  

ERRADA.   Cuidado!   Ao   mesmo   significado,   não!   Este   verso   remete-­‐nos   ao  repertório  (conjunto)  de  expressões  que  comparam  a  vida  a  uma  estrada.  

(D) assumem   a  mesma   significação   melancólica   de   expressões   como   “grande  viagem”ou  “passagem”.  

ERRADA.  As  expressões  do  enunciado  e  "grande  viagem"  não  têm  o  referido  tom  melancólico.  

(E) significam,  no  âmbito  das  expressões  simbólicas,  que  já  não  há  mais  nada  de  novo  que  se  deva  conhecer  nesta  vida.  

ERRADA.   Absurda!   Se   vamos   seguindo   nesse   mundo   velho   sem   porteira,   é  porque  ainda  temos    o  que  ver,  não?  

GABARITO:  A  

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04.   Funcionam   como  marcas   temporais,   dentro   de   uma   sequência   histórica,   as  expressões    

(A) Não  sei  até  quando  e  algumas  expressões  são  tão  fortes.  

ERRADA.  A  1º  marca  um  futuro  incerto;  mas  a  2º  nada  tem  de  temporal:  é  uma  constatação  de  um  fato.  

(B) Como  não  havia  linha  de  trem  e  São  incontáveis  os  exemplos.  

ERRADA.  A  1º  é  causal  e  a  segunda  também  é  uma  constatação  de  fato.  

(C) Já  adulto  e  fornecendo-­‐nos  um  símbolo  essencial.  

ERRADA.  A  1ª  é  um  marcador  temporal,  mas  a  2ª  expressa  uma  consequência  da  ação  do  poeta  Drummond.  

(D) Quando  menino  e  Mais  tarde  vim  a  entender.  

CORRETA.   As   expressões   marcam   dois   momentos   da   vida   do   narrador:   a  infância  e  a  fase  adulta.  

(E) Uma  outra  expressão  pitoresca  e  já  está  subindo  a  ladeira  dos  oitenta.  

ERRADA.   A   1º   inicia   uma   exemplificação   e   a   segunda   é   um   exemplo   de  expressão  simbólica.  Leia  o  enunciado  novamente!  

GABARITO:  D  

05.   Está   correta   a   seguinte   afirmação   sobre   um   procedimento   construtivo   do  texto:    

(A) O  segmento  ou  apenas  se  renovarão?  expressa  uma  concomitância  em  relação  ao  segmento  Acabarão  por  cair  todas  em  desuso.(1º  parágrafo)    

ERRADA.   Concomitância   é   simultaneidade;   essas   orações   estão   numa  relação  de  alternância,  exclusão:  vai  acontecer  isso  ou  aquilo?  

(B) A   construção   Algumas   expressões   são   tão   fortes   que   resistem   aos   séculos  expressa  uma  comparação.  (2º  parágrafo)    

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ERRADA.  Quando  uma  oração  inicia-­‐se  por  que,  tendo  na  oração  principal  tão,  a   relação   é   de   causa   e   consequência:   por   serem  muito   fortes,   resistem   ao  tempo.  

(C) No   segmento   ouvia   com   estranheza   a   frase,   o   elemento   sublinhado   está  empregado  com  a  significação  sentindo-­‐me  estranho.  (3º  parágrafo)    

ERRADA.  Ele  não  "se  sentia  estranho";  apenas  desconhecia  a  expressão.  

(D) No  segmento  vim  a  dar  com  o  termo  “passagem”,  o  elemento  sublinhado  tem  o  sentido  de  passei  a  me  valer.  (4º  parágrafo)    

ERRADA.  Vir  a  dar  com  significa  deparar-­‐se  com,  encontrar.  Passei  a  me  valer  (de)  significa  comecei  a  usar.  

(E) A  construção  Queixou-­‐se  uma  vez,   e  para   sempre,   afirma  a  permanência  que  uma  expressão  confere  a  um  incidente.  (4º  parágrafo)  

CORRETA.   Refere-­‐se   à   metáfora   que   Drummond   fez   com   a   "pedra"   e   o  "caminho".  

GABARITO:  E  

Atenção:  As  questões  abaixo  referem-­‐se  ao  texto  seguinte.    

Metrô:  próxima  parada  

  Não   fique   com   medo   de   embarcar   caso   chegue   à   plataforma   de   uma   das  estações  do  Metrô  em  São  Paulo  e  veja  um  trem  sem  condutor.  Os  novos  vagões  da  linha   amarela  dispensam  o  profissional   a   bordo.   Esse   é   apenas  um  detalhe  de  uma  lista  de   recursos   tecnológicos  que   estão   sendo   implementados  para   transportar   os  paulistas   com  mais   eficiência.   Escadas   rolantes   com   sensores  de  presença,   câmeras  de   vídeo   que   enviam   imagens   para   a   central   por   Wi-­‐Fi,   comunicação   com   os  passageiros  por  VoIP  e  freios  inteligentes  são  outras  novidades.    

  O  Metrô  está  passando  por  uma  modernização  que  não  é  só  cosmética.  Com  ar  condicionado,  os  novos  trens  não  precisam  de  muitas  frestas  para  entrada  de  ar.  Não  é   só   uma   questão   de   conforto   térmico,  mas   acústico.   Nas   novas   escadas   rolantes,  

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sensores   infravermelho  detectam  a  presença  de  pessoais;   não  havendo  ninguém,   a  rolagem  é  mais  lenta,  e  economiza-­‐se  energia  elétrica.    

(Adaptado  de  Kátia  Arima,  da  INFO.  http://info.abril.com.br/noticias)    

06.   Deve-­‐se   entender,   dado   o   contexto,   que   o   título   do   texto   refere-­‐se,  precisamente,  

  Muita   atenção!   Uma   boa   leitura   do   enunciado   é   imprescindível   à   boa  interpretação.   Veja   que   a   banca   quer   saber   qual   parte   do   texto   está  PRECISAMENTE,  DIRETAMENTE,  relacionada  ao  título.  

(A) ao   anúncio   de   estações   mais   modernas   e   mais   bem   equipadas,   cujo     avanço   eletrônico   não   deve   causar   temor   entre   os   futuros   usuários   do     Metrô.    

ERRADA!  Não  tem  como  encontrar  nenhuma  relação  entre  a  evolução  dos  metrôs  e  o  fato  de  que  o  avanço  eletrônico  não  deve  causar  temor.  

(B) ao  planejamento  de   linhas  de  Metrô  que,   sob  novas   condições,   tornarão     mais  rápido  e  eficaz  o  transporte  dos  passageiros  paulistas.    

ERRADA.  A  "parada"  nada  tem  a  ver  com  "planejamento  de  linhas".  Aliás,  o  texto  nem  menciona  isso!  

(C) às   novidades   tecnológicas   que   representarão   considerável   economia   de     tempo  e  manutenção  mais  barata.  

ERRADA.  O  texto  não  menciona  "custo  de  manutenção".  Chega  a  falar  em  economia   de   energia   elétrica,   mas   isso,   de   qualquer   forma,   não   está  precisamente  relacionado  ao  título.  

(D) ao   provimento   de   novos   recursos   eletrônicos,   que   têm   reflexo   na     operação   do  Metrô   paulista   e   redundam  em  maior   conforto   e   segurança     aos  usuários.    

CORRETA.   A   metáfora   com   a   expressão   "próxima   parada"   está  diretamente  relacionada  com  o  investimento  que  tem  sido  feito  no  metrô  paulista.  

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(E) às   conquistas   da   tecnologia   que,   uma   vez   adotadas   pelo  Metrô   paulista,     significarão  cortes  em  gastos  e  alterações  menos  cosméticas.  

ERRADA.  Não  há   referência  direta   às   "conquistas  da   tecnologia",  mas   ao  emprego  destas  no  metrô.  

GABARITO:  D    

07.  Atente  para  as  seguintes  afirmações:  

I. A   autora   do   texto   trabalha   com   a   suposição   de   que   o   leitor   conhece  suficientemente  termos  técnicos  associados  a  recursos  tecnológicos.    

CORRETA.   Pois   ela   não   explica   o   que   é   Wi-­‐Fi,   VoIP,   infravermelho   etc.  Eliminemos  as  letras  C  e  E.  

II. Na   frase   O   Metrô   está   passando   por   uma   modernização   que   não   é   só  cosmética  subentende-­‐se  que  algumas  transformações  não  são  essenciais.    

CORRETA.   Transformações   que   são   só   cosméticas   não   são   essenciais.  Eliminemos  a  letra  D;  temos  duas  alternativas,  ainda...  

III. Subentende-­‐se  que,  nas  novas  viagens  do  Metrô,  o  conforto  térmico  deixou  de  ser  tão  importante  quanto  o  conforto  acústico.  

ERRADA.  Leia  o  meio  do  2º  parágrafo.    

Em  relação  ao  texto,  está  correto  o  que  se  afirma  em    

(A) I,  II  e  III.  

(B) I  e  II,  apenas.    

(C) II  e  III,  apenas.    

(D) I  e  III,  apenas.    

(E) II,  apenas.  

GABARITO:  B  

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Atenção:  As  questões  abaixo  referem-­‐se  ao  texto  seguinte.    

Apoio  ao  transporte  urbano  

  O  BNDES  tem  um  programa  de  apoio  a  projetos  de  transportes  públicos,  abrangendo  todos  os  investimentos  necessários  à  qualificação  do  espaço  urbano  no   entorno   do   empreendimento.   O   apoio   pode   se   dar   visando   a   forma   de  operação  específica,  sempre  com  a  preocupação  de  mirar  os  seguintes  objetivos:  a)   racionalização   econômica,   com   redução   dos   custos   totais   do   sistema;   b)  privilégio  do  transporte  coletivo  sobre  o  individual;  c)  integração  tarifária  e  física,  com  redução  do  ônus  e  do  tempo  de  deslocamento  do  usuário;  d)  acessibilidade  universal,   inclusive   para   os   usuários   com   necessidades   especiais;   e)  aprimoramento  da  gestão   e  da   fiscalização  do   sistema;   f)   redução  dos  níveis   de  poluição   sonora   e   do   ar,   do   consumo   energético   e   dos   congestionamentos;   g)  revalorização  urbana  do  entorno  dos  projetos.    

  O   BNDES   admite   um   nível   de   participação   em   até   100%,   no   caso   de  municípios   de   baixa   renda   ou   de   média   renda   inferior   localizados   nas   regiões  Norte  e  Nordeste.    

(Baseado  em  informações  do  site  oficial  do  BNDES)    

08.   Para   apoiar   projetos   de   transportes   públicos,   o   BNDES   considera,   antes   de  mais  nada,  a    

(A) viabilidade  operacional,  já  demonstrada,  de  projeto  similar  ao  oferecido.    

ERRADA.     A   viabilidade   operacional   é   visado   pelo   Banco,   sim   (vide   2º  período,  item  "a"),  mas  a  informação  tachada  acima  não  tem  nada  a  ver.  

(B) repercussão  positiva  do  empreendimento  sobre  aspectos  de  seu  entorno.    

CORRETA.   Confirma-­‐se   essa   resposta   já   no   primeiro   período,  principalmente  na  parte  que  sublinhei  para  você.  

(C) recuperação  tecnológica  e  financeira  de  empreendimentos  onerosos.    

ERRADA.  Não  obstante  os   itens  "a"  e  "c"  do  texto,  não  há  menção  direta  ou  indireta  a  este  aspecto.  Tentaram  "misturar  alhos  com  bugalhos"  nessa.  

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(D) formulação  de  objetivos  ordenados  segundo  sua  prioridade.    

ERRADA.  A  informação  tachada  não  se  encontra  no  texto.  

(E) integração  do  sistema  de  transporte  com  equipamentos  de  lazer  e  cultura.    

ERRADA.  A  informação  tachada  não  se  encontra  no  texto.  

GABARITO:  B  

09.  Considerando-­‐se  o  conjunto  dos  objetivos  relacionados  no  texto,  identificados  pelas  letras  correspondentes,  é  correto  afirmar  que  os  objetivos    

(A)   a)   e   b)   são   alternativos   entre   si,   pela   impossibilidade   do   duplo     atendimento.    

ERRADA.   Não   é   impossível   atender,   simultaneamente,   a   a)   racionalização  econômica,   com   redução   dos   custos   totais   do   sistema   e   b)   privilégio   do  transporte  coletivo  sobre  o  individual.  

(B)   c)  e  d)  são  complementares,  já  que  ambos  cuidam  de  casos  excepcionais.    

ERRADA.  Apenas  "d"  cuida  de  casos  excepcionais.  

(C)   e)  e  f)  estão  diretamente  voltados  para  a  preservação  ambiental.    

ERRADA.  "E"  não  está  diretamente  voltado  para  a  preservação  ambiental.  

(D)   a)  e  c)  estão  intimamente  associados,  quanto  ao  aspecto  econômico.    

CORRETA.  A  a)  racionalização  econômica,  com  redução  dos  custos  totais  do  sistema  e  a  c)   integração  tarifária  e  física,  com  redução  do  ônus  e  do  tempo  de   deslocamento   do   usuário   estão,   no   aspecto   econômico,   intimamente  associadas.  

(E)   f)  e  g)  são  alternativos  entre  si,  pela  impossibilidade  do  duplo  atendimento.  

ERRADA.  Mesmo  comentário  da  letra  (A):  f)  redução  dos  níveis  de  poluição  sonora   e   do   ar,   do   consumo   energético   e   dos   congestionamentos   e   g)  revalorização  urbana  do  entorno  dos  projetos  não  são  incompatíveis.  

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GABARITO:  D  

10.  Traduz-­‐se  de  forma  correta  e  coerente  o  sentido  do  parágrafo  final  em:    

No  caso  de  municípios  de  baixa  renda  ou  de  renda  média  inferior  localizados  nas  regiões  Norte  e  Nordeste,    

(A) admite-­‐se  que   100%  dos  empreendimentos   podem  pleitear   a  participação     do  BNDES.    

NÃO  é  100%  dos  "empreendimentos";  é  100%  de  participação  do  BNDES.  

(B) o  nível  de  100%  de  resultados  é  a  condição  participativa  do  BNDES.    

NÃO  tem  nada  a  ver  com  resultados.  

(C) a  participação  do  BNDES  pode  chegar  ao  patamar  da  plena  integralidade.    

CORRETA.  A  banca  colocou  uns  óculos  escuros,  um  chapéu  e  um  sobretudo  na  redação  para  confundir  você.  Compare  as  redações.  

(D) será  mais  que  satisfatória  a  implementação  complementar  do  BNDES.    

NÃO  se  falou  em   implementação  apenas  complementar,  mas  que  poderá  ser  integral.  

(E) o   BNDES   arcará   com   a   responsabilidade   integral   pelo   sucesso   do     empreendimento.  

ERRADA.   O   BNDES   poderá   financiar   o   projeto   integralmente,   não   "se  responsabilizar   pelo   seu   sucesso".   Uma   possível   conclusão   é   a   de   que   essa  responsabilidade  é  do  Governo.  

GABARITO:  C  

 

FCC  2011  -­‐  Nossa  Caixa  -­‐  Advogado  

Atenção:  As  questões  de  abaixo  referem-­‐se  ao  texto  seguinte.    

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Pós-­‐11/9  

  Li   que   em   Nova   York   estão   usando   “dez   de   setembro”   como   adjetivo,  significando   antigo,     ultrapassado.   Como   em:   “Que   penteado   mais   dez   de  setembro!”.   O   11/9   teria   mudado   o   mundo   tão   radicalmente   que   tudo   o   que   veio  antes  –  culminando  com  o  day  before  [dia  anterior],  o  último  dia  das  torres  em  pé,  a  última  segunda-­‐feira  normal  e  a  véspera  mais  véspera  da  História  –  virou  preâmbulo.  Obviamente,  nenhuma  normalidade  foi  tão  afetada  quanto  o  cotidiano  de  Nova  York,  que  vive  a  psicose  do  que  ainda  pode  acontecer.  Os  Estados  Unidos  descobriram  um  sentimento  inédito  de  vulnerabilidade  e  reorganizam  suas  prioridades  para  acomodá-­‐las,   inclusive   sacrificando   alguns   direitos   de   seus   cidadãos,   sem   falar   no   direito   de  cidadãos   estrangeiros   não   serem   bombardeados   por   eles.     Protestos   contra   a  radicalíssima   reação   americana   são   vistos   como   irrealistas   e   anacrônicos,  decididamente  “dez  de  setembro”.    

  Mas  fatos  inaugurais  como  o  11/9  também  permitem  às  nações  se  repensarem  no  bom  sentido,  não  como  submissão  à  chantagem  terrorista,  mas  para  não  perder  a  oportunidade  do  novo  começo,  um  pouco  como  Deus  –  o  primeiro  autocrítico  –  fez  depois   do   Dilúvio.   Sinais   de   revisão   da   política   dos   Estados   Unidos   com   relação   a  Israel  e  os  palestinos  são  exemplos  disto.  E  é  certo  que  nenhuma  reunião  dos  países  ricos   será   como  era   até   10/9,   pelo  menos  por   algum   tempo.  No   caso  dos  donos  do  mundo,   não   se   devem   esperar   exames   de   consciência   mais   profundos   ou   atos   de  contrição  mais  espetaculares,  mas  o  instinto  de  sobrevivência  também  é  um  caminho  para  a  virtude.  O  horror  de  11/9  teve  o  efeito  paradoxalmente  contrário  de  me  fazer  acreditar  mais  na  humanidade.    

  A  questão  é:  o  que  acabou  em  11/9  foi  prólogo,  exatamente,  de  quê?  Seja  o  que  for,  será  diferente.  Inclusive  por  uma  questão  de  moda,  já  que  ninguém  vai  querer  ser  chamado  de  “dez  de  setembro”  na  rua.  

(Luis  Fernando  Veríssimo,  O  mundo  é  bárbaro)  

11.   Já   se   afirmou   a   respeito   de   Luis   Fernando   Veríssimo,   autor   do   texto   aqui  apresentado:   "trata-­‐se   de   um   escritor   que   consegue   dar   seriedade   ao   humor   e  graça   à   gravidade,   sendo   ao   mesmo   tempo   humorista   inspirado   e   ensaísta  profundo".   Essa   rara   combinação   de   planos   e   tons   distintos   pode   ser  adequadamente  ilustrada  por  meio  destes  segmentos  do  texto:    

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I. Que   penteado  mais   dez   de   setembro!   e   Os   Estados   Unidos   descobriram   um  sentimento  inédito  de  vulnerabilidade.  

SIM.  A  primeira  oração  tem  o  tom  humorístico,  enquanto  a  segunda  tem  o  analítico.  Eliminemos  as  letras  C  e  E.  

II. um   pouco   como   Deus   –   o   primeiro   autocrítico   –   fez   depois   do   Dilúvio   e   o  instinto  de  sobrevivência  também  é  um  caminho  para  a  virtude.  

SIM.  A  primeira  também  tem  o  tom  sarcástico:  Deus  sendo  comparado  aos  EUA  e,   também,  "o  primeiro  autocrítico";  a   segunda   também  encerra  uma  análise  profunda.  Eliminamos  a  letra  D:  ficamos  com  duas;  logo,  temos  que  analisar  a  (III).  

III. fatos  inaugurais  como  o  11/9  também  permitem  às  nações  se  repensarem  e  não  se  devem  esperar  exames  de  consciência  mais  profundos.  

NÃO.  Esta  não  ilustra  a  combinação  de  planos  e  tons  distintos.  Em  nenhuma  das  duas  percebe-­‐se  o  humor,  apenas  a  análise  crítica.  

Em  relação  ao  texto,  atende  ao  enunciado  desta  questão  o  que  se  transcreve  em    

(A) I,  II  e  III.    

(B) I  e  II,  apenas.    

(C) II  e  III,  apenas.    

(D) I  e  III,  apenas.    

(E) II,  apenas.  

GABARITO:  B  

12.  Ao  comentar  a  tragédia  de  11  de  setembro,  o  autor  observa  que  ela    

(A) foi  uma  espécie  de  prólogo  de  uma  série  de  muitas  outras  manifestações     terroristas.    

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NÃO   há   essa   observação.   No   último   parágrafo,   o   autor   questiona   esse  "prólogo".  

(B) exigiria   das   autoridades   americanas   a   adoção   de   medidas   de   segurança     muito  mais  drásticas  que  as  então  vigentes.    

Alternativa   perigosa!   Cuidado   quando   a   banca   "coloca   palavras   na   boca   do  autor"!   A   afirmação,   apesar   de   coerente,   NÃO   é   sugerida   pelo   autor,   que  apenas  comenta  que  os  Estados  Unidos  descobriram  um  sentimento   inédito  de  vulnerabilidade  e  reorganizam  suas  prioridades  para  acomodá-­‐las  (...)  

(C) estimularia   a   população   nova-­‐iorquina   a   tornar   mais   estreitos   os   até     então  frouxos  laços  de  solidariedade.    

Absurda!  Nenhuma  referência  no  texto.  

(D) abriu   uma   oportunidade   para   que   os   americanos   venham   a   se   avaliar     como  nação  e  a  trilhar  um  novo  caminho.  

CORRETA.  Isso  fica  bem  claro  no  início  do  2º  parágrafo.  Releia.  

(E) faria   com   que   os   americanos   passassem   a   ostentar   com   ainda   maior     orgulho  seu  decantado  nacionalismo.  

"Forçaram   a   barra"   nessa.   O   comentário   do   autor   é:   No   caso   dos   donos   do  mundo,  não  se  devem  esperar  exames  de  consciência  mais  profundos  ou  atos  de  contrição  mais  espetaculares  (...).  Daí  para  o  que  afirma  a  letra  E...  

GABARITO:  D  

 FCC  2011  –  TRE/TO  –  Técnico  Judiciário  

Atenção:  As  questões  abaixo  referem-­‐se  ao  texto  abaixo.    

O   documentário   E   Agora?   pretende   revelar   detalhes   do   tráfico   de   aves  silvestres   no   Brasil.   Segundo   o   produtor   Fábio   Cavalheiro,   o   longa-­‐metragem  apresentará  cenas  de  flagrantes  de  tráfico,  as  rotas  do  comércio  ilegal  e  entrevistas  com  autoridades  e  representantes  de  ONGs.    

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A  Agência  Nacional   de   Cinema   (Ancine)   aprovou  o  projeto   e,   agora,   busca-­‐se  patrocínio.  A  ONG  SOS   Fauna,   especializada   em   resgates,   foi   uma  das   orientadoras  para  a  produção  do  filme.  

O   longa  também  se  propõe  a  discutir  outro  problema:  o   fato  de  que,  mesmo  quando   salvas   das   mãos   dos   traficantes,   muitas   aves   não   são   reintroduzidas   na  natureza.  

Além   da   versão   final   editada   para   o   cinema,   as   entrevistas   e   materiais  pesquisados   estarão  disponíveis  para  pesquisadores  que  queiram   se   aprofundar  no  tema.   A   intenção   é   a   de   que   o   filme   contribua   para   a   educação  –   e,   por   isso,   será  oferecido  para  estabelecimentos  de  ensino.  

Entre  as  espécies  mais  visadas  pelos  traficantes  estão  papagaios,  a  araponga,  o  pixoxó,   o   canário-­‐da-­‐terra,   o   tico-­‐tico,   a   saíra-­‐preta,   o   galo-­‐de-­‐campina,   sabiás   e  bigodinho.    

(O  Estado  de  S.  Paulo,  A30  Vida,  Planeta,  21  de  novembro  de  2010)  

13.  O  assunto  do  texto  está  corretamente  resumido  em:  

(A) Um  longa-­‐metragem,  em  forma  de  documentário,  abordará  o  tráfico  de  aves  silvestres  no  Brasil,  e  terá  objetivos  educativos.  

CORRETA.   Fala-­‐se   de   um   longa-­‐metragem   (o   documentário   E   Agora?)   que  abordará  o  problema  do  tráfico  de  aves  no  Brasil  e  terá  objetivos  educativos.  Veja  que  são  duas  ideias  que,  de  fato,  são  centrais  ao  texto.  Os  parágrafos  1  a  3   e   5   descrevem  o   problema   apresentado   pelo   filme   e   trazem   informações  acessórias  (parágrafo  2º).  O  aspecto  educacional  é  abordado  no  4º  parágrafo.  

(B) A   Ancine   deverá   escolher   e   patrocinar   a   realização   de   alguns   projetos   de  filmes  educativos,  destinados  às  escolas  brasileiras.  

ERRADA.  A  Ancine  aprovou  o  projeto,  mas  o  texto  não  diz  que  esta  agência  deverá   “patrocinar”   nada.   Ademais,   não   se   fala   em   “filmes”;   o   texto   só   se  refere  ao  documentário  citado.  Enfim,  esta  assertiva  é  só  para  encher  linguiça  ou  pegar  os  candidatos  mais  desatentos.  

(C) ONGs   voltadas   para   a   proteção   de   aves   silvestres   buscam   a   realização   de  novos  projetos,  como  a  de  filmes  educativos.  

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ERRADA.   De   quantas   ONGs,   especificamente,   fala   o   texto?   Só   uma:   a   SOS  Fauna   (2º   parágrafo).   E   o   que   diz   o   texto   sobre   ela?   Que   ela   foi   uma   das  orientadoras  para  a  produção  do  filme.  Leia  o  texto.  Ele  não  fala  nada  sobre  “a  realização  de  novos  projetos”.  

(D) Várias   espécies   de   aves   silvestres   encontram-­‐se   em   extinção,   apesar   dos  constantes  cuidados  de  ONGs  destinadas  à  sua  proteção.  

"Assertiva  correta"!  Mas  não  resume  o  assunto  do  texto.  Veja  bem:  não  é  o  que   você   sabe;   é   o   que   o   texto   diz!   Raciocínio   e   conhecimento   prévio   são  essenciais   a   uma   boa   leitura,   mas,   se   mal   usados,   podem   levá-­‐lo   ao   erro.  ERRADA.  

(E) Apesar   das   intenções   didáticas,   filme   sobre   tráfico   de   aves   silvestres   não  atinge  sua  finalidade  educativa.  

ERRADA.  O  4º  parágrafo  diz  que  a  intenção  é  a  de  que  o  filme  contribua  para  a  educação   –   e,   por   isso,   será   oferecido   para   estabelecimentos   de   ensino.  Somente  isso.  Não  sabemos,  através  do  texto,  se  essa  intenção  logrou  êxito  ou  não.  

GABARITO:  A  

14.  O  texto  informa  claramente  que    

(A) o  produtor  do  documentário  sobre  aves  silvestres  baseou-­‐se  em  entrevistas  com  pesquisadores  para  desenvolver  o  roteiro  do  filme.  

ERRADA.   O   1º   parágrafo   fala   de   entrevistas   “com   autoridades   e  representantes  de  ONGs”.  O  que  os  “pesquisadores”  têm  a  ver  com  isso?  Ah!  O  4º  parágrafo  diz  que  eles  poderão  se  beneficiar  do  documentário  em  suas  pesquisas.  Só  isso!  

(B) as  discussões   referentes  aos  diversos  problemas  que  colocam  em  perigo  as  aves  silvestres  já  estão  em  andamento  na  Ancine.  

ERRADA.  A  Ancine  é  a  Agência  Nacional  de  Cinema.  O  que  tem  ela  a  ver  com  este   problema   das   aves?   Tudo   bem.   Acho   que   nada   impede   que   Ancine   se  envolva  com  questões  ambientais.  Mas  o  que  importa  é  que  o  texto  não  fala  

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dessas   “discussões”   e   que   a   Ancine   apenas   aprovou   o   projeto   do  documentário.  

(C) algumas   Organizações   Não   Governamentais   estão   se   propondo   a   proteger  aves  silvestres  capturadas  e  a  preparar  seu  retorno  à  natureza.  

O  documentário  apresenta  entrevistas  com  representantes  de  ONGs.  A  ONG  SOS  Fauna  foi  uma  das  orientadoras  para  a  produção  do  filme.  Só  isso?  Não.  Desta  última  frase,  eu  retirei  o  aposto  (explicação)  que  diz  que  a  SOS  Fauna  é  “especializada  em  resgate  (certamente,  de  animais)”.  Ah!  Então  aqui  está  a   assertiva!   Não.   Leia   bem   a   assertiva.   O   texto   não   fala   claramente   de  “algumas”  ONGs,  nem  de  elas  estarem  se  “propondo  a  preparar  o  retorno  das  aves  à  natureza”.  Veja  também  o  3º  parágrafo.  ERRADA.  

(D) o  objetivo  principal  do  documentário  será  oferecer  subsídios  a  pesquisadores  interessados  em  estudos  sobre  aves  silvestres  brasileiras.  

Tópico  frasal  do  1º  parágrafo:  O  documentário  E  Agora?  pretende  revelar  detalhes  do  tráfico   de   aves   silvestres   no   Brasil.   Este   é   o   objetivo   principal   do   documentário.  Como   se   vê   no   4º   parágrafo,   ele   também   servirá   para   pesquisadores   e   para   a  educação.  ERRADA.  

(E) o  projeto  do  documentário  sobre  o  tráfico  de  aves  silvestres  já  foi  aprovado,  mas  ainda  não  há  patrocinador  para  sua  produção.  

CORRETA.  É  exatamente  o  que  diz  a  primeira  frase  do  2º  parágrafo.  

GABARITO:  E  

Atenção:    As  questões  abaixo  referem-­‐se  ao  texto  abaixo.    

A  bailarina  

A   profissão   de   bufarinheiro   está   regulamentada;   contudo,   ninguém   mais   a  exerce,  por  falta  de  bufarinhas*.  Passaram  a  vender  sorvetes  e  sucos  de  fruta,  e  são  conhecidos  como  ambulantes.  

Aqui  o  autor  faz  uma  breve  introdução  ao  seu  relato  pessoal  (a  seguir:  Conheci...,  referindo-­‐se  a  uma  profissão  extinta  para  contextualizar  o  leitor.  

Conheci  o  último  bufarinheiro  de  verdade,  e  comprei  dele  um  espelhinho  que  tinha   no   lado   oposto   a   figura   de   uma   bailarina   nua.   Que  mulher!   Sorria   para  mim  

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como   prometendo   coisas,   mas   eu   era   pequeno,   e   não   sabia   que   coisas   fossem.  Perturbava-­‐me.    

Clímax  da  estória,  este  parágrafo  traz  o  tema  de  interesse  central  no  texto.  

Um  dia  quebrei  o  espelho,  mas  a  bailarina  ficou  intata.  Só  que  não  sorria  mais  para   mim.   Era   um   cromo   como   outro   qualquer.   Procurei   o   bufarinheiro,   que   não  estava  mais  na  cidade,  e  provavelmente  teria  mudado  de  profissão.  Até  hoje  não  sei  qual  era  o  mágico:  se  o  bufarinheiro,  se  o  espelho.      

O  autor  narra,  em  tom  nostálgico,  o  desfecho  desse  episódio  de  sua  vida.  

*  bufarinhas  −  mercadorias  de  pouco  valor;  coisas  insignificantes.      

(Carlos  Drummond  de  Andrade.  Contos  plausíveis,  in  Prosa  Seleta.  Rio  de  Janeiro:  Nova  Aguilar,  2003,  p.89)  

15.  O  texto  se  desenvolve  como        

(A) depoimento   de   uma   criança   sobre   o   espelhinho   que   tinha   no   lado   oposto   a  figura  de  uma  bailarina  nua,  registrado  em  sua  memória.    

O   autor  não   está   “depondo”   (veja   as   aspas!),   testemunhando   sobre   algum  fato,  mas  apenas  relatando  um  episódio  de  sua  infância.  

(B) discussão   em   torno   da   importância   de   certas   profissões,   ainda   que   se  destinem  ao  comércio  de  bufarinhas.    

Apenas  no  1º  parágrafo  ele  comenta,  não  discute,  a  extinta  profissão  de  uma  profissão:  a  de  bufarinheiro.  

(C) crítica   a   um   tipo  de   vendedores  que  não   se  preocupa   com  valores  morais,  como  no  caso  da  figura  da  bailarina  nua  vendida  a  uma  criança.  

É   impossível   marcar   essa,   amig@!   Não   há   no   texto   qualquer   julgamento  moral!  

(D)  relato   de   caráter   pessoal,   em   que   o   autor   relembra   uma   situação   vivida  quando    era  pequeno    e  reflete  sobre  ela.    

É  isso  aí!  

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(E) ensaio   de   caráter   filosófico,   em   que   o   autor  questiona   o   dilema   diante   de  certos   fatos   da   vida,   apontado   na   dúvida   final:   Até   hoje   não   sei   qual   era   o  mágico.    

De   forma   alguma!   Trata-­‐se   de   um   simples   relato   pessoal   envolvendo   um  encantamento  desses  que  nós  temos  quando  criança.  

GABARITO:  D  

16.  É  INCORRETO  afirmar  que:    

(A) A  exclamação  Que  Mulher!  cria  uma  incoerência  no  contexto,  por  referir-­‐se  a  uma  figura  feminina  que    era,  na  verdade,  um  cromo  como  outro  qualquer.  

A  expressão  apenas  mostra  o  deslumbramento  do  infante,  NÃO  “incoerência  textual”.  ESSA  É  O  GABARITO!!!    

(B) Percebe-­‐se,  na  fala  do  contista,  certa  nostalgia  em  relação  aos  bufarinheiros,  que  vendiam  sonhos,  embutidos  nas  pequenas  coisas.      

Sentimento  presente,  principalmente,  no  2º  e  3º  parágrafos.  

(C) Bufarinheiro   é   uma   palavra   atualmente   em   desuso   no   idioma,   porém   é  possível  entender  seu  sentido  no  decorrer  do  texto.    

No   1º   parágrafo,   a   comparação   com   os   atuais   “ambulantes”;   no   2º,   um  exemplo  do  que  eram  as  “bufarinhas”.  

(D) Uma  possível  conclusão  do  texto  é  a  de  que  a  verdadeira  mágica  estava  no  encanto  da  criança,  quebrado  com  o  espelho  partido.  

O  deslumbramento  já  mencionado  pode  justificar  esta  ilação.  

(E) No   1º   parágrafo   o   autor   constata   mudança   de   hábitos   na   substituição   das  bufarinhas  por  sorvetes  e  sucos  de  fruta.  

Correto.   Ninguém   exerce   a   tal   profissão   porque   agora   estão   vendendo  sorvetes  e  sucos  de  fruta  e  são  chamados  “ambulantes”.  

GABARITO:  A  

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Atenção:  As  questões  abaixo  baseiam-­‐se  no  texto  abaixo.    

    Na  Academia  Brasileira  de  Letras,  há  um  salão  bonito,  mas  um  pouco  sinistro.  É  o   Salão   dos   Poetas   Românticos,   com   bustos   dos   nossos   principais   românticos   na  poesia:  Castro  Alves,  Gonçalves  Dias,  Casimiro  de  Abreu,  Fagundes  Varela  e  Álvares  de  Azevedo.    

Os  modernistas  de  22,  e  antes  deles  os  parnasianos,  decidiram  avacalhar  com  essa   turma   de   jovens   (Que   turma?   Os   românticos,   citados   no   1º   parágrafo.   Aqui  está  a  resposta  da  18ª  questão),  que  trouxe  o  Brasil  para  dentro  de  nossa  literatura.  Foram   os   românticos,   na   prosa   e   no   verso,   que   colocaram   em   nossas   letras   as  palmeiras,  os  índios,  as  praias  selvagens,  o  sabiá,  as  borboletas  de  asas  azuis,  a  juriti  −  o  cheiro  e  o  gosto  de  nossa  gente.  Não  fosse  o  romantismo,  ficaríamos  atrelados  ao  classicismo  das   arcádias,   à   pomposidade  do   verso  burilado.   Sem   falar   nos  poemas-­‐piadas,  a  partir  de  1922,  todos  como  vanguarda  da  vanguarda.    

Todo  o  resto  do  parágrafo  é  uma  reflexão  sobre  o  valor,  o  mérito  dos  românticos  na  Literatura  Brasileira.  

Foram  jovens.  Casimiro  morreu  com  21  anos,  Álvares  de  Azevedo  com  22,  Castro  Alves  com  24,  Fagundes  Varela  com  34.  O  mais  velho  de  todos,  Gonçalves  Dias,  mal  chegara  aos  40  anos.  O  Salão  dos  Poetas  Românticos  é  também  sinistro,  pois  é  de  lá  que  sai  o  enterro  dos  imortais,  que  morrem  como  todo  mundo.    

Sentiu  o  sarcasmo  e  a  ironia  aqui?  A  “imortalidade”  refere-­‐se  à  memória  das  obras  e  seus  autores  que  sempre  sobreviverão  na  memória  dos  homens;  porém,  o  autor  satiriza  com  o  sentido  denotativo,  literal,  da  palavra  –  “aquele  que  morre”.  

(Adaptado  de  Carlos  Heitor  Cony  "Salão  dos  românticos".  FSP,  16/12/2010)    

17.  No  2º  parágrafo,  identifica-­‐se  

Observe  que  cada  assertiva  começa  com  uma  palavra-­‐chave.  

(A) aceitação,   com   ressalvas,   do   fato   de   a   escola   romântica   ser   considerada  superior   à   parnasiana   (dos   versos   burilados)   por   esta   última   não   ter   sido  produzida  por  jovens  talentos.    

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O  texto  se  refere  à  juventude  dos  românticos  no  2º  e  3º  parágrafos,  mas  isso  não   seria   o   motivo   para   declarar   a   superioridade   destes   em   relação   aos  parnasianos;   aliás,   o   autor   nem   declara   a   suposta   superioridade:     apenas  atesta  a  valiosa  contribuição  daqueles  poetas.  

(B) elogio   à   produção   literária   dos   autores   parnasianos,   cujas   obras   clássicas  teriam  inspirado  o  modernismo  de  22.      

Nenhum   dos   dois   elementos   tachados   é   encontrado   no   texto.   Faz-­‐se  referência   à   “pomposidade”   dos   versos   parnasianos   no   2º   parágrafo   e   aos  poemas-­‐piadas   modernistas,   no   final   deste   parágrafo.   Sem   elogios,   nem   a  mencionada  relação  de  “inspiração”.      

(C) comparação  do  movimento  de  22  com  o  romantismo,  e  conclusão  de  que  o  primeiro,  mais  ousado,  é  superior  ao  segundo.    

Pode   haver   uma   comparação   implícita   sim,   mas   não   há   julgamento   de  “superioridade”,  como  disse  na  letra  “a”,  acima.  

(D) reflexão   a   respeito   do   valor   dos   poetas   românticos   brasileiros,   que   teriam  sido  injustamente  criticados  por  parnasianos  e  modernistas.  

CORRETA.   É   exatamente   o   que   diz   o   início   do   2º   parágrafo,   com   ideias  desenvolvidas  no  decorrer  deste.  

(E) constatação   dos   inúmeros   defeitos   da   produção   literária   modernista,   com  base  na  falta  de  seriedade  de  seus  autores.    

Quantos   defeitos   dos   modernistas   você   vê   citados   no   texto?   Nenhum.   A  menção   aos   “poemas-­‐piadas”   é   um   mero   comentário   a   um   dos   estilos  peculiares  destes  autores.)  

GABARITO:  D  

 18.   ...  pois  é  de   lá  que   sai  o  enterro  dos   imortais,  que  morrem  como   todo  mundo.  (final  do  texto)    

 A  frase  acima      

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(A) aponta   a   desvalorização   dos   escritores   que   já   foram   considerados   os  melhores  do  país.  

Não.  Apenas  os  modernistas  e  parnasianos  avacalharam  –  ridicularizaram  –  os  românticos.  

(B) produz  efeito  humorístico  advindo  do  paradoxo  (algo  que  contraria  a   lógica  humana)  causado  por  um  jogo  de  palavras  com  os  conceitos  de  mortalidade    e  imortalidade  (em  seu  sentido  literal,  que  NÃO  é  o  do  texto).      

CORRETA.  Veja  comentário  no  final  do  texto.  

(C) conclui   que   apenas   os   autores   românticos   merecem   ser   chamados   de  imortais.      

O   final   do   texto   refere-­‐se   aos   românticos   como  “imortais”,  mas  não  afirma  que  “apenas”  eles  merecem  este  “atributo”.  

(D) repudia   com  sarcasmo  o  privilégio  oferecido  aos  autores  da  Academia,  pois  são  mortais  como  os  demais  escritores.      

Como  vimos  na   letra  “b”,  o  sarcasmo  é  apenas  um  recurso  estilístico  usado  pelo  autor;  mas,  de  forma  alguma,  chega  a  ser  um  repúdio  a  este  privilégio.  

(E) estabelece  oposição  à  ideia  de  que  o  Salão  dos  Poetas  Românticos  teria  algo  de  fúnebre.    

Pelo  contrário:  o  aspecto  funéreo  do  Salão  concatena  com  a  ideia  do  trecho  em  destaque.  

GABARITO:  B    

 FCC  2011  –  TRE/PE  –  Técnico  Judiciário    Atenção:  A  questão  abaixo  baseia-­‐se  no  texto  seguinte.       Antes   de   vitoriosa   a   colonização   portuguesa   do   Brasil,   não   se   compreendia  outro  tipo  de  domínio  europeu  nas  regiões  tropicais  que  não  fosse  o  da  exploração  

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comercial   através  de   feitorias  ou  de  pura  extração  de   riqueza  mineral.   Em  nenhum  dos  casos  se  considerara  a  sério  o  prolongamento  da  vida  europeia  ou  a  adaptação  dos   seus   valores  materiais   e  morais   a  meios   e   climas   tão   diversos;   tão  mórbidos   e  dissolventes.    

IMPORTANTE!  O  primeiro  parágrafo  é,  quase  sempre,  o  mais  importante  do  texto,   pois   é   ele   que   introduz   o   leitor   ao   assunto   principal,   integra-­‐o   no  processo   de   leitura,   com   informações   que,   dependendo   do   conhecimento  do   leitor,   irá   iniciar   uma   série   de   operações   cognitivas   determinantes   na  compreensão   e   interpretação   do   texto.   Esse   parágrafo   refere-­‐se   à  colonização  do  Brasil,  durante  a  qual  o  tipo  de  domínio  era  a  de  exploração  comercial,  sem  se  considerar  o  estabelecimento  dos  colonos  em  nossa  terra,  devidos   às   diferenças   ambientais   deste   país   tropical   em   relação   ao   clima  temperado  da  Europa.  

  O   colonizador   português   do   Brasil   foi   o   primeiro,   dentre   os   colonizadores  modernos,   a   deslocar   a   base   da   colonização   tropical   da   pura   extração   de   riqueza  mineral,  vegetal  ou  animal  –  o  ouro,  a  prata,  a  madeira,  o  âmbar,  o  marfim  –  para  a  de  criação   local  de  riqueza.  Ainda  que  riqueza  –  a  criada  por  eles  sob  a  pressão  das  circunstâncias  americanas  –  à  custa  do  trabalho  escravo:  tocada,  portanto,  daquela  perversão   de   instinto   econômico   que   cedo   desviou   o   português   da   atividade   de  produzir  valores  para  a  de  explorá-­‐los,  transportá-­‐los  ou  adquiri-­‐los.  

Aqui   se   destaca   o   pioneirismo   do   português   em   romper   com   a   tradição  exposta  no  1º  parágrafo.  Estabelece-­‐se  também  uma  dicotomia:  “extração  de  riqueza   mineral,   vegetal   ou   animal”   versus   “criação   local   de   riqueza”,   esta  última  sendo  explorada  pelos  portugueses.  

  Semelhante   deslocamento,   embora   imperfeitamente   realizado,   importou  numa   nova   fase   e   num   novo   tipo   de   colonização:   a   “colônia   de   plantação”,  caracterizada  pela  base  agrícola  e  pela  permanência  do  colono  na   terra,  em  vez  do  seu   fortuito   contato   com   o   meio   e   com   a   gente   nativa.   No   Brasil   iniciaram   os  portugueses  a  colonização  em  larga  escala  dos  trópicos  por  uma  técnica  econômica  e  por  uma  política  social   inteiramente  novas:  apenas  esboçadas  nas   ilhas  subtropicais  do  Atlântico.  [...]  

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Este   parágrafo   oferece   mais   informações   acerca   de   como   o   os   colonos  portugueses  aqui  se  estabeleceram.  

  A  sociedade  colonial  no  Brasil,  principalmente  em  Pernambuco  e  no  Recôncavo  da   Bahia,   desenvolveu-­‐se   patriarcal   e   aristocraticamente   à   sombra   das   grandes  plantações  de  açúcar,  não  em  grupos  a  esmo  e  instáveis;  em  casas-­‐grandes  de  taipa  ou  de  pedra  e  cal,  não  em  palhoças  de  aventureiros.  Observa  Oliveira  Martins  que  a  população   colonial   no   Brasil,   “especialmente   ao   Norte,   constituiu-­‐se  aristocraticamente,   isto  é,   as   casas  de  Portugal   enviaram  ramos  para  o  ultramar,   e  desde   todo   o   princípio   a   colônia   apresentou   um   aspecto   diverso   das   turbulentas  imigrações  dos  castelhanos  na  América  Central  e  ocidental”.  

Essa  “conclusão”  serve  para  arrematar  a   ideia  da  relativamente  organizada  colonização   portuguesa,   quando   comparada,   por   exemplo,   com   a  castelhana,  no  mesmo  continente.  

(Fragmento   extraído   de   Gilberto   Freyre.  Casa   grande  &   senzala.   v.1.   14.   ed.   Rio   de   Janeiro,   José  Olympio,  1969,  pp.22-­‐3)  

 19.   O   texto   estabelece   uma   clara   oposição   entre   dois   tipos   de   colonização   nos  trópicos:  a  colonização    

a) em   que   colonos   castelhanos   se   dedicaram   à   verdadeira   produção   de  valores,  e  aquela  em  que  colonos  portugueses  trataram  apenas  de  explorá-­‐los  ou  adquiri-­‐los.    

ERRADA.  Veja  os  comentários  dos  parágrafos  2  e  4.  

b) realizada   pelos   portugueses,   com   base   no   trabalho   escravo,   e   a   que   foi  levada  a  cabo  por  outros  povos  europeus,  em  que  o  trabalho  era  realizado  pelos  próprios  colonos.    

ERRADA.  A  informação  tachada  aqui  não  consta  do  texto.  

c) baseada   na   pura  extração   das   riquezas,   sem   a   fixação   do   explorador,   e   a  que   empreende   a   criação   de   riquezas   e   o   estabelecimento   do   colono   na  terra  conquistada.    

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CORRETA.   Informação   apresentada   no   parágrafo   2   e   reiterada   nos   2  seguintes.  

d) em   que   o   domínio   europeu   se   dava   pelo   estabelecimento   de   feitorias,   e  aquela  outra  em  que  havia  tão  somente  a  exploração  da  riqueza  mineral  da  colônia.    

ERRADA.   Na   verdade,   esta   foi   a   forma   de   colonização   “mais   primitiva”  destacada  no  1º  parágrafo.    

e) ultrapassada  das   ilhas   subtropicais   do  Atlântico,   de  um   lado,   e   a  do  Brasil  pelos  portugueses,  de  outro,  em  que  foi  empregada  uma  técnica  econômica  e  uma  política  social  inovadoras.    

ERRADA.  Esta  assertiva  é  a  mais  perigosa!  De  fato,  o  3º  parágrafo  compara  as   inovações   coloniais   no   Brasil   com   aquelas   apenas   esboçadas   nas   ilhas  subtropicais,  mas   leia  o  enunciado  e  veja  que  o  examinador   refere-­‐se  a   tal  oposição  ocorrida  nos  trópicos,  o  que  exclui  tais  ilhas.  

GABARITO:  C  

Atenção:  As  questões  de  abaixo  baseiam-­‐se  no  texto  seguinte.    

Meu  avô  Costa  Ribeiro  morava  na  Rua  da  União,  bairro  da  Boa  Vista.  Nos  meses  de   verão,   saíamos   para   um   arrabalde   mais   afastado   do   bulício   da   Cidade,   quase  sempre  Monteiro   ou   Caxangá.   Para   a   delícia   dos   banhos   de   rio   no   Capibaribe.   Em  Caxangá,  no   chamado  Sertãozinho,   a   casa  de  meu  avô  era   a  última  à   esquerda.  Ali  acabava  a  estrada  e  começava  o  mato,  com  os  seus  sabiás,  as  suas  cobras  e  os  seus  tatus.   Atrás   de   casa,   na   funda   ribanceira,   corria   o   rio,   à   cuja   beira   se   especava   o  banheiro   de   palha.   Uma  manhã,   acordei   ouvindo   falar   de   cheia.   Talvez   tivéssemos  que  voltar  para  o  Recife,  as  águas  tinham  subido  muito  durante  a  noite,  o  banheiro  tinha  sido  levado.  Corri  para  a  beira  do  rio.  Fiquei  siderado  diante  da  violência  fluvial  barrenta.   Puseram-­‐me   de   guarda   ao  monstro,   marcando   com   toquinhos   de   pau   o  progresso   das   águas   no   quintal.   Estas   subiam   incessantemente   e   em   pouco   já  ameaçavam   a   casa.   Às   primeiras   horas   da   tarde,   abandonamos   o   Sertãozinho.  Enquanto  esperávamos  o  trem  na  Estação  de  Caxangá,  fomos  dar  uma  espiada  ao  rio  à  entrada  da  ponte.  Foi  aí  que  vi  passar  o  boi  morto.  Foi  aí  que  vi  uns  caboclos  em  

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jangadas   amarradas   aos   pegões   da   ponte   lutarem   contra   a   força   da   corrente,  procurando  salvar  o  que  passava  boiando  sobre  as  águas.  Eu  não  acabava  de  crer  que  o  riozinho  manso  onde  eu  me  banhava  sem  medo  todos  os  dias  se  pudesse  converter  naquele  caudal  furioso  de  águas  sujas.  No  dia  seguinte,  soubemos  que  tínhamos  saído  a  tempo.  Caxangá  estava  inundada,  as  águas  haviam  invadido  a  igreja...    

(Manuel  Bandeira.  Poesia  completa  e  prosa.  Rio  de  Janeiro:  Nova  Aguilar,  1993,  v.  único,  p.  692)  

 

COMENTÁRIOS:   Primeiro   de   tudo,   compreenda   o   texto   em   seus   aspectos  macrotextuais,  quero  dizer,  como  um  todo,  uma  unidade  de  sentido,  um  “tecido”  (este  é  significado  da  palavra  latina  textus)  que  o  autor  “teceu”  com  um  objetivo  específico.  

Aqui   temos  uma  pequena  narrativa  de  apenas  um  parágrafo.  A   linguagem  não  é  coloquial,  mais  tem  leveza,  de  forma  que  podemos  “deslizar”  com  suavidade  pelo  texto.  Manuel  Bandeira  narra  um  episódio  trágico  de  sua  infância,  com  descrições  pitorescas   (=   que   nos   lembram   uma   “pintura”)   –   a   delícia   dos   banhos   de   rio,   a  estrada  e   (...)  o  mato,  com  seus  sabiás,  as   suas  cobras  e  os   seus   tatus...  E   também  suas  emoções  diante  do  evento  (siderado,  isto  é,  atordoado;  o  monstro...  riozinho  manso...  furioso).  Enfim,  perceba  o  tom  narrativo  e  subjetivo  do  texto  e  já  teremos  a  questão  20,  abaixo.  

20.  Identifica-­‐se  no  texto  

a) opinião,  baseada  em  fatos,  sobre  como  se  defender  das  forças  da  natureza.  ERRADA.  Veja  que  o  texto  não  é  opinativo,  nem  dá  sugestões.  

b) manifestação   de   apoio   a   decisões   tomadas   por   famílias   em   situação   de  risco.    ERRADA.   Pelos   comentários   que   fiz   abaixo   do   texto,   acredito   que   você  percebeu  o  quanto  esta  assertiva  é  absurda.  

c) depoimento  pessoal,  em  que  transparecem  lembranças  familiares.    CORRETA.  De  acordo  com  os  comentários  ao  texto.  

d) desenvolvimento  objetivo  a  respeito  da  ocorrência  de  catástrofes.  

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ERRADA.  A   objetividade   seria  mais   característica   de   um   texto   jornalístico,  que   descreve   fatos   sem  muito   envolvimento   pessoal   –   hoje   em   dia,   nem  tanto.  Ademais,  apontei,  acima,  algumas  expressões  de  subjetividade.  

e) discussão  de  ideias  sobre  acontecimentos  naturais,  como  a  cheia  de  rios.    ERRADA.  Não   há   ideias   em   discussão   e   não   se   tratam   de   acontecimentos  naturais   em   geral,   mas,   especificamente,   sobre   um:   uma   enchente  presenciada  pelo  autor.  

 GABARITO:  C  

21.  Talvez  tivéssemos  que  voltar  para  o  Recife,  as  águas  tinham  subido  muito  durante  a  noite,  o  banheiro  tinha  sido  levado.  

           O  segmento  grifado  atribui  ao  contexto  a  noção  de  

Temos  um  período  composto  por  3  orações  (=  ideias):  

o  banheiro  tinha  sido  levado  

Talvez  tivéssemos  que  voltar  para  o  Recife,    

Eu  que  pergunto  a  você  agora:  qual  a  causa  desses  dois  fatos  acima?  

as  águas  tinham  subido  muito  durante  a  noite  

Olhe  as  palavras-­‐chaves  destacadas  abaixo:  

(A) causa  determinante  da  hipótese  apresentada  antes  dele.  CORRETA!  (B) ressalva  a  partir  da  afirmativa  feita  anteriormente.      (C) condição  para  a  realização  de  uma  ação  anterior.  (D) consequência  das  observações  a  respeito  de  um  fato  natural.  (E) proporcionalidade  entre  dois  fatos  mutuamente  relacionados.  

 É   isso  mesmo,   amig@.   Algumas   questões   podem   ser   simples   assim.   Você  leva   menos   de   30   segundos   para   resolver   e   sobra   tempo   para   as   mais  complexas.  

 GABARITO:  A  

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 FCC  2012  -­‐  INSS  -­‐  Técnico  do  Seguro  Social  

  Compreenda  o  texto.  

  Em  vida,  Gustav  Mahler  (1860-­‐1911),  tanto  por  sua  personalidade  artística  como  por  sua  obra,  foi  alvo  de  intensas  polêmicas  –  e  de  desprezo  por  boa  parte  da  crítica.  A   incompreensão   estética   e   o   preconceito   antissemita   também   o   acompanhariam  postumamente  e   foram  raros  os  maestros  que,  nas  décadas  que   se   seguiram  à   sua  morte,  se  empenharam  na  apresentação  de  suas  obras.  Durante  os  anos  60,  porém,  uma  virada   totalmente   inesperada   levou  a  obra  de  Mahler   ao   início  de  uma  era  de  sucesso   sem   precedentes,   que   perdura   até   hoje.   Intérpretes   conhecidos   e  pesquisadores   descobriram   o   compositor,   enquanto   gravações   discográficas  divulgavam  uma  obra  até  então  desconhecida  do  grande  público.    

Esse  1º  parágrafo  apresenta  Mahler,  um  incompreendido  compositor  do  século  XIX  que  só  veio  a  ganhar  visibilidade  no  século  XX  –  o  próximo  parágrafo  revela  como.  

  Há   uma   série   de   fatores   envolvidos   na   transformação   de   Mahler   em   figura  central  da  história  da  música  do  século  XX.  A  visão  de  mundo  de  uma  geração  mais  jovem  certamente  teve  influência  central  aqui:  o  dilaceramento  interior  de  Mahler,  seu   interesse   pelos   problemas   fundamentais   da   existência   humana,   seu   pacifismo,  seu  engajamento  contra  a  opressão  social  e  seu  posicionamento  em  favor  do  respeito  à   integridade   da   natureza   –   tudo   isso   se   tornou,   subitamente,  muito   atual   para   a  geração  que  nasceu  nos  pós-­‐guerra.  

Como  dito  acima,  este  parágrafo  nos  revela  os  fatores  que  levaram  o  compositor  à  fama,   dentre   os   quais   o   principal   foi   “a   visão   de   mundo   de   uma   geração   mais  jovem”,  que  correspondia  à  defendida  por  Mahler.  

O   amor   incondicional   de  Mahler   pela   a   natureza   sempre   esteve   presente   em  sua  obra.  O  compositor  dedicava   inteiramente  à  criação  musical  os  meses  de  verão,  recolhendo-­‐se   em   pequenas   cabanas   na   paz   dos   Alpes   austríacos.   Em   Steinbach,  Mahler   empreendia   longas   caminhadas,   que   lhe   proporcionaram   inspiração   para  sinfonias.  

Comparar   a   simplicidade   espartana   dessas   casinhas   com   a   enorme  complexidade  das  obras  ali  criadas  diz  muito  sobre  a  genialidade  do  compositor  –  e,  

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sobretudo,   sobre   a   real   origem   de   sua   genialidade.   Totalmente   abandonadas   e  esquecidas  na  Áustria  do  pós-­‐guerra,  essas  casinhas  de  Mahler  hoje  se  transformaram  em  memoriais,   graças   à   ação   da   Sociedade   Internacional   Gustav  Mahler.   O  mundo  onírico   dos   Alpes   do   início   do   século   XX   certamente   voltará   à   memória   de   quem,  tendo   a   imagem   desses   despojados   retiros   musicais   de   Mahler,   voltar   a   ouvir   sua  música  grandiosa.  

(Adaptado:  Klaus  Billand,  Gustav  Mahler:   a   criação  de  um   ícone.  Revista   18.  Ano   IV,  n.   15,  março/abril/maio  de  2006,  p.   52-­‐53.  Disponível   em:   <http.//WWW.cebrap.org.br/v1/upload/biblioteca_virtual/GIANNOTTI_Tolerancia%20maxima.pdf>   Acesso   em:   22  dez.  2011)  

22.  Segundo  o  autor,  o  reconhecimento  da  grandeza  artística  de  Mahler  deve-­‐se,  em  larga  medida  

  (A)  ao   advento   de   uma   geração   cujos   valores,   apesar   da   distância   temporal,  correspondiam  aos  defendidos  pelo  compositor.    

Esta  informação  está  no  2º  parágrafo.  Confira!  GABARITO.  

  (B)  ao  reconhecimento,  ainda  que  tardio,  de  sua  originalidade  por  maestros  e  grandes  intérpretes  da  música  clássica  com  quem  o  compositor  convivera.  

Pelo   destacado   no   1º   parágrafo,   vemos   que   Mahler   só   foi   reconhecido   pelos  intérpretes  dos  anos  60  do  século  seguinte  em  diante.  

  (C)  à   ação  de  organizações   culturais   que   se   dispuseram  a   divulgar   a   obra   do  autor,  mesmo  correndo  o  risco  de  sofrer  represálias  por  parte  do  público.  

O  texto  cita,  no  último  parágrafo,  a  Sociedade  Internacional  Gustav  Mahler,  a  qual  foi  responsável  pela  transformação  das  casinhas  onde  o  compositor  compunha  em  memoriais.   Além   disso,   a   informação   tachada   aqui   não   pode   ser   encontrada   de  forma  alguma  no  texto.  

  (D)     à  beleza  única  de  suas  obras,  para  a  qual  contribuíram  largamente  o   amor   incondicional   do   compositor   pelos   sons   e   pela   musicalidade   da  natureza.  

Acredito  que  muitos  marcaram  esta,  porque  a  informação  é  verdadeira,  mas  NÃO  é   DIRETAMENTE   a   isto   que   se   deve,   “em   larga   medida”,   o   reconhecimento   de  

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Mahler,  e  sim  a  uma  nova  mentalidade  que  estava  em  sintonia  com  os  ideais  aqui  expressos.  

  (E)  à  harmonia  do  conjunto  de  sua  obra,  que,  por  sua  simplicidade  intrínseca,  pôde  ser  amplamente  compreendida  pelas  gerações  seguintes.  

Esta  está  errada  porque  estabelece  uma  relação  de  causa  e  efeito  equivocada:  não  foi   por   causa   da   simplicidade   da   obra   de   Mahler   que   as   gerações   o   puderam  compreender,  embora  esta  seja  uma  característica  do  compositor.  Fique  atent@!  

GABARITO:  A  

 

FCC  2012  -­‐  TRE/CE  -­‐  Analista  Judiciário    Atenção:  As  questões  a  seguir  referem-­‐se  ao  texto  abaixo.         O  tempo,  como  o  dinheiro,  é  um  recurso  escasso.  Isso  poderia  sugerir  que  ele  se  presta,  portanto,  à  aplicação  do  cálculo  econômico  visando  o  seu  melhor  proveito.  O  uso  racional  do  tempo  seria  aquele  que  maximiza  a  utilidade  de  cada  hora  do  dia.  Diante   de   cada   opção   de   utilização   do   tempo,   a   pessoa   delibera   e   escolhe  exatamente  aquela  que  lhe  proporciona  a  melhor  relação  entre  custos  e  benefícios.    

  Ocorre  que  a  aplicação  do  cálculo  econômico  às  decisões  sobre  o  uso  do  tempo  é   neutra   em   relação   aos   fins,   mas   exigente   no   tocante   aos   meios.   Ela   cobra   uma  atenção   alerta   e   um   exercício   constante   de   avaliação   racional   do   valor   do   tempo  gasto.   O   problema   é   que   isso   tende   a  minar   uma   certa   disposição   à   entrega   e   ao  abandono,   os   quais   são   essenciais   nas   atividades   que   envolvem   de   um  modo  mais  pleno   as   faculdades   humanas.   A   atenção   consciente   à   passagem   das   horas   e   a  preocupação   com   o   seu   uso   racional   estimulam   a   adoção   de   uma   atitude   que   nos  impede  de  fazer  o  melhor  uso  do  tempo.    

  Valéry  investigou  a  realidade  dessa  questão  nas  condições  da  vida  moderna:  “O  lazer  aparente  ainda  permanece  conosco  e,  de  fato,  está  protegido  e  propagado  por  medidas  legais  e  pelo  progresso  mecânico.  O  nosso  ócio  interno,  todavia,  algo  muito  diferente   do   lazer   cronometrado,   está   desaparecendo.   Estamos   perdendo   aquela  

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vacuidade   benéfica   que   traz   a   mente   de   volta   à   sua   verdadeira   liberdade.   As  demandas,   a   tensão,   a   pressa   da   existência   moderna   perturbam   esse   precioso  repouso.”       O  paradoxo  é  claro.  Quanto  mais  calculamos  o  benefício  de  uma  hora  “gasta”  desta  ou  daquela  maneira,  mais  nos  afastamos  de  tudo  aquilo  que  gostaríamos  que  ela  fosse:  um  momento  de  entrega,  abandono  e  plenitude  na  correnteza  da  vida.  Na  amizade  e  no  amor;  no  trabalho  criativo  e  na  busca  do  saber;  no  esporte  e  na  fruição  do   belo   −as   horas   mais   felizes   de   nossas   vidas   são   precisamente   aquelas   em   que  perdemos  a  noção  da  hora.      (Adaptado  de  Eduardo  Giannetti.  O  valor  do  amanhã.São  Paulo,  Cia.  das  Letras,  2005,  p.206-­‐209)    

 23.   O   posicionamento   crítico   adotado   pelo   autor   em   relação   ao   emprego   do  cálculo  econômico  sobre  a  utilização  do  tempo  está  em:    

Observe  que  o  autor  apresenta,  logo  no  início,  uma  tese,  a  qual  podemos  resumir  no  ditado  popular  "Tempo  é  dinheiro".  O  desenvolvimento  dessa  tese  culmina  no  paradoxo  que  constitui  o  posicionamento  crítico  do  autor,  que  nos  é  apresentado  já   no   final   do   primeiro   parágrafo   e   mais   claramente   defendido   no   último  parágrafo.  Isso  nos  leva  à  letra  C.  

(A) O   uso   racional   do   tempo   seria   aquele   que  maximiza   a   utilidade   de   cada     hora  do  dia.  

(B) Diante  de  cada  opção  de  utilização  do  tempo,  a  pessoa  delibera  e  escolhe     exatamente   aquela   que   lhe   proporciona   a  melhor   relação   entre   custos   e     benefícios.  

(C) A  atenção   consciente  à  passagem  das  horas  e   a  preocupação   com  o   seu     uso  racional  estimulam  a  adoção  de  uma  atitude  que  nos  impede  de  fazer     o  melhor  uso  do  tempo.  

(D) Isso   poderia   sugerir   que   ele   se   presta,   portanto,   à   aplicação   do   cálculo     econômico  visando  o  seu  melhor  proveito.    

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(E) O   lazer   aparente   ainda   permanece   conosco   e,   de   fato,   está   protegido   e     propagado  por  medidas  legais  e  pelo  progresso  mecânico.  

GABARITO:  C  

24.  O  paradoxo  a  que  o  autor  se  refere  está  corretamente  resumido  em:  

Essa  questão  dá  uma  continuidade   lógica  à  anterior.  A  resposta  também  está  no  último   parágrafo.   Além   disso,  mesmo   sem   ler   o   texto,   percebemos   que   a   única  alternativa  que  apresenta  um  paradoxo  é  a  letra  D.    

(A) O   tempo   despendido   na   busca   de   conhecimento   é   recompensado   pelo     saber.    

(B) Os  momentos  de  relaxamento  pleno  advêm  do  bom  planejamento  do  uso     do  tempo.    

(C) A   criatividade   confere   maior   qualidade   ao   tempo   despendido   com   o     trabalho.    

(D) O   controle   do   uso   do   tempo   compromete   o   seu   aproveitamento     prazeroso.    

(E) As   horas   de   maior   prazer   são   aquelas   empregadas   em   atividades   bem     planejadas.  

GABARITO:  D  

25.  Leia  atentamente  as  afirmações  abaixo.    

I. O  problema  é  que  isso  tende  a  minar...(2º  parágrafo)    O  pronome  grifado  se  refere  a  decisões  sobre  o  uso  do  tempo.  

O  pronome  isso,  usado  dentro  do  texto,  geralmente  se  refere  à  última  ideia  apresentada.  Neste  caso,  é  ideia  de  que  "a  aplicação  do  cálculo  econômico  às  decisões  sobre  o  uso  do  tempo  (...)   cobra  uma  atenção  alerta  e  um  exercício  constante   de   avaliação   racional   do   valor   do   tempo   gasto.   ERRADA.  Eliminemos  as  letras  B,  C  e  D.  

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II. ...  os  quais  são  essenciais  nas  atividades  que  envolvem  de  um  modo  mais  pleno  as  faculdades  humanas.  (2º  parágrafo)    O  segmento  grifado  na  frase  acima  se  refere  aos  termos  '    

O  relativo  qual  normalmente  se  refere  a  termos   imediatamente  anteriores.  Logo,   assertiva   CORRETA.   Ainda   sobraram   duas   alternativas...   Temos   que  ver  a  3ª.  

III. Os   segmentos     vacuidade   benéfica   (3º   parágrafo)   e   fruição   do   belo   (4º  parágrafo)   estão   corretamente   traduzidos,   respectivamente,   por  esmorecimento  revigorante  e  deleite  venturoso.  

Já   começa   ERRADA!   Vacuidade   vem   de   vácuo   e   significa   vazio,   com  significado   que,   neste   contexto,   é   positivo;   ao   passo   que   esmorecimento  tem  a  denotação  negativa  de  abandono,  desalento.    

Benéfica,  neste  contexto,  pode-­‐se  traduzir  por  revigorante,  sim.  

Deleite   é   satisfação;   fruição   é   aproveitamento.   Venturoso   é   feliz,   ditoso.  Logo,  o  último  par  também  não  corresponde.  

Está  correto  o  que  se  afirma  APENAS  em    

(A)    II.    

(B)    I  e  III.    

(C)    I.    

(D)    II  e  III.    

(E)    I  e  II.  

GABARITO:  A.  

 

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08.  DEVER  DE  CASA       Agora  é  só  com  você!  Não  dei  a  esta  seção  o  nome  de  "dever"  à  toa.  Resolva  estas   quinze   questõezinhas   e   aguarde   o   gabarito   e   os   comentários   na  Aula   01.  Estou  fazendo  a  minha  para  garantir  o  seu  sucesso:  não  deixe  de  fazer  a  sua!  

 FCC  2012  -­‐  TRE/SP  -­‐  Analista  Judiciário  

Atenção:   As   questões   a   seguir   referem-­‐se   à   crônica   abaixo,   publicada   em  28/08/1991.    

Bom  para  o  sorveteiro  

  Por  alguma  razão  inconsciente,  eu  fugia  da  notícia.  Mas  a  notícia  me  perseguia.  Até  no  avião,  o  único  jornal  abria  na  minha  cara  o  drama  da  baleia  encalhada  na  praia  de  Saquarema.  Afinal,  depois  de  quase  três  dias  se  debatendo  na  areia  da  praia  e  na  tela  da   televisão,  o   filhote  de   jubarte   conseguiu   ser  devolvido  ao  mar.  Até   a  União  Soviética  acabou,  como  foi  dito  por  locutores  especializados  em  necrológio  eufórico.  Mas  o  drama  da  baleia  não  acabava.  Centenas  de  curiosos   foram   lá  apreciar  aquela  montanha   de   força   a   se   esfalfar   em   vão   na   luta   pela   sobrevivência.   Um   belo  espetáculo.    

  À  noite,  cessava  o  trabalho,  ou  a  diversão.  Mas  já  ao  raiar  do  dia,  sem  recursos,  com   simples   cordas   e   as   próprias  mãos,   todos   se   empenhavam   no   lúcido   objetivo  comum.  Comum,   vírgula.  O   sorveteiro   vendeu   centenas  de  picolés.   Por   ele   a  baleia  ficava  encalhada  por  mais  duas  ou  três  semanas.  Uma  santa  senhora  teve  a  feliz  ideia  de  levar  pastéis  e  empadinhas    

para  vender  com  ágio.  Um  malvado  sugeriu  que  se  desse  por  perdida  a  batalha  e  se  começasse  logo  a  repartir  os  bifes.    

  Em   1966,  uma  baleia   adulta   foi  parar   ali  mesmo  e   em  quinze  minutos   estava  toda  retalhada.  Muitos  se  lembravam  da  alegria  voraz  com  que  foram  disputadas  as  toneladas   da   vítima.   Essa   de   agora   teve   mais   sorte.   Foi   salva   graças   à   religião  

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ecológica  que  anda  na  moda  e  que  por  um  momento  estabeleceu  uma  trégua  entre  todos  nós,  animais  de  sangue  quente  ou  de  sangue  frio.    

  Até  que  enfim  chegou  uma   traineira  da  Petrobrás.   Logo  uma  estatal,  ó   céus,  num   momento   em   que   é   preciso   dar   provas   da   eficácia   da   empresa   privada.   De  qualquer  forma,  eu  já  podia  recolher  a  minha  aflição.  Metáfora  fácil,  lá  se  foi,  espero  que  salva,  a  baleia  de  Saquarema.  O  maior  animal  do  mundo,  assim  frágil,  à  mercê  de  curiosos.   À   noite,   sonhei   com   o   Brasil   encalhado   na   areia   diabólica   da   inflação.   A  bordo,   uma   tripulação   de   camelôs   anunciava   umas   bugigangas.   Tudo   fala.   Tudo   é  símbolo.  

(Otto  Lara  Resende,  Folha  de  S.  Paulo)    

26.  O  cronista  ressalta  aspectos  contrastantes  do  caso  de  Saquarema,  tal  como  se  observa  na  relação  entre  estas  duas  expressões:    

(A) drama  da  baleia  encalhada  e  três  dias  se  debatendo  na  areia.    

(B) em  quinze  minutos  estava  toda  retalhada  e  foram  disputadas  as  toneladas  da  vítima.    

(C) se   esfalfar   em   vão   na   luta   pela   sobrevivência   e   levar   pastéis   e   empadinhas  para  vender  com  ágio.    

(D) o   filhote   de   jubarte   conseguiu   ser   devolvido   ao  mar   e   lá   se   foi,   espero   que  salva,  a  baleia  de  Saquarema.    

(E) Até  que  enfim  chegou  uma  traineira  da  Petrobrás  e  Logo  uma  estatal,  ó  céus.    

27.  Atente  para  as  seguintes  afirmações  sobre  o  texto:    

I. A  analogia  entre  a  baleia  e  a  União  Soviética  insinua,  entre  outros  termos  de  aproximação,  o  encalhe  dos  gigantes.    

II. As   reações   dos   envolvidos   no   episódio   da   baleia   encalhada   revelam   que,  acima  das  diferentes  providências,  atinham-­‐se  todos  a  um  mesmo  propósito.    

III. A  expressão  Tudo  é   símbolo   prende-­‐se  ao   fato  de  que  o  autor  aproveitou  o  episódio   da   baleia   encalhada   para   também   figurar   o   encalhe   de   um   país  imobilizado  pela  alta  inflação.    

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Em  relação  ao  texto,  está  correto  o  que  se  afirma  em    

(A)    I,  II  e  III.    

(B)    I  e  III,  apenas.    

(C)    II  e  III,  apenas.    

(D)    I  e  II,  apenas.    

(E)    III,  apenas.    

28.  Foram  irrelevantes  para  a  salvação  da  baleia  estes  dois  fatores:    

(A) o  necrológio  da  União  Soviética  e  os  serviços  da  traineira  da  Petrobrás.    

(B) o  prestígio  dos  valores  ecológicos  e  o  empenho  no  lúcido  objetivo  comum.    

(C) o   fato  de  a   jubarte   ser  um  animal  de   sangue   frio  e  o  prestígio  dos  valores  ecológicos.    

(D) o  fato  de  a  Petrobrás  ser  uma  empresa  estatal  e  as  iniciativas  que  couberam  a  uma  traineira.    

(E) o  aproveitamento   comercial   da   situação  e   a   força  descomunal   empregada  pela  jubarte.  

29.   Considerando-­‐se   o   contexto,   traduz-­‐se   adequadamente   o   sentido   de   um  segmento  em:    

(A) em  necrológio  eufórico  (1º  parágrafo)  =  em  façanha  mortal.    

(B) Comum,  vírgula  (2º  parágrafo)  =  Geral,  mas  nem  tanto.    

(C) que  se  desse  por  perdida  a  batalha  (2º  parágrafo)  =  que  se  imaginasse  o  efeito  de  uma  derrota.    

(D) estabeleceu   uma   trégua   entre   todos   nós   (3º   parágrafo)   =   derrogou   uma  imunidade  para  nós  todos.    

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(E) é  preciso  dar   provas  da   eficácia   (4º   parágrafo)   =   convém  explicitar  os  bons  propósitos.  

Atenção:  As  questões  a  seguir  referem-­‐se  ao  texto  abaixo.    

A  razão  do  mérito  e  a  do  voto  

  Um  ministro,   ao   tempo   do   governo   militar,   irritado   com   a   campanha   pelas  eleições   diretas   para   presidente   da   República,   buscou  minimizar   a   importância   do  voto  com  o  seguinte  argumento:  −Será  que  os  passageiros  de  um  avião  gostariam  de  fazer   uma   eleição   para   escolher   um   deles   como   piloto   de   seu   voo?   Ou   refeririam  confiar  no  mérito  do  profissional  mais  abalizado?    

  A   perfídia   desse   argumento   está   na   falsa   analogia   entre   uma   função  eminentemente  técnica  e  uma  função  eminentemente  política.  No  fundo,  o  ministro  queria  dizer  que  o  governo  estava  indo  muito  bem  nas  mãos  dos  militares  e  que  estes  saberiam  melhor  que  ninguém  prosseguir  no  comando  da  nação.    

  Entre   a   escolha   pelo   mérito   e   a   escolha   pelo   voto   há   necessidades   muito  distintas.   Num   concurso   público,   por   exemplo,   a   avaliação   do   mérito   pessoal   do  candidato  se  impõe  sobre  qualquer  outra.  A  seleção  e  a  classificação  de  profissionais  devem  ser  processos  marcados  pela  transparência  do  método  e  pela  adequação  aos  objetivos.   Já   a   escolha   da   liderança   de   uma   associação   de   classe,   de   um   sindicato  deve  ocorrer  em  conformidade  com  o  desejo  da  maioria,  que  escolhe  livremente  seu  representante.   Entre   a   especialidade   técnica   e   a   vocação   política   há   diferenças  profundas  de  natureza,  que  pedem  distintas  formas  de  reconhecimento.    

  Essas   questões   vêm   à   tona   quando,   em   certas   instituições,   o   prestígio   do  "assembleísmo"   surge   como   absoluto.   Há   quem   pretenda   decidir   tudo   no   voto,  reconhecendo   numa   assembleia   a   "soberania"   que   a   qualifica   para   a   tomada   de  qualquer   decisão.   Não   por   acaso,   quando   alguém   se   opõe   a   essa   generalização,  lembrando  a  razão  do  mérito,  ouvem-­‐se  diatribes  contra  a  "meritocracia".  Eis  aí  uma  tarefa  para  nós  todos:  reconhecer,  caso  a  caso,  a  legitimidade  que  tem  a  decisão  pelo  voto  ou  pelo   reconhecimento  da  qualificação   indispensável.  Assim,  não  elegeremos  deputado   alguém   sem   espírito   público,   nem   votaremos   no   passageiro   que   deverá  pilotar  nosso  avião.    

(Júlio  Castanho  de  Almeida,  inédito)  

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 30.  Deve-­‐se  presumir,  com  base  no  texto,  que  a  razão  do  mérito  e  a  razão  do  voto  devem  ser  consideradas,  diante  da  tomada  de  uma  decisão,    

(A) complementares,   pois   em   separado   nenhuma   delas   satisfaz   o   que   exige  uma  situação  dada.    

(B) excludentes,   já  que  numa  votação  não  se   leva  em  conta  nenhuma  questão  de  mérito.    

(C) excludentes,  já  que  a  qualificação  por  mérito  pressupõe  que  toda  votação  é  ilegítima.    

(D) conciliáveis,  desde  que  as  mesmas  pessoas  que  votam  sejam  as  que  decidam  pelo  mérito.    

(E) independentes,  visto  que  cada  uma  atende  a  necessidades  de  bem  distintas  naturezas.    

31.  Atente  para  as  seguintes  afirmações:    

I. A  argumentação  do  ministro,  referida  no  primeiro  parágrafo,  é  rebatida  pelo  autor  do  texto  por  ser  falaciosa  e  escamotear  os  reais  interesses  de  quem  a  formula.    

II. O  autor  do   texto  manifesta-­‐se   francamente   favorável  à   razão  do  mérito,  a  menos  que  uma  situação  de  real  impasse  imponha  a  resolução  pelo  voto.    

III. A   conotação   pejorativa   que   o   uso   de   aspas   confere   ao   termo  "assembleísmo"   expressa   o   ponto   de   vista   dos   que   desconsideram   a  qualificação  técnica.    

Em  relação  ao  texto,  está  correto  SOMENTE  o  que  se  afirma  em    

(A)    I.    

(B)    II.    

(C)    III.    

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(D)    I  e  II.    

(E)    II  e  III.  

32.   Considerando-­‐se   o   contexto,   são   expressões   bastante   próximas   quanto   ao  sentido:    

(A)    fazer  uma  eleição  e  confiar  no  mérito  do  profissional.  

(B)    especialidade  técnica  e  vocação  política.  

(C)    classificação  de  profissionais  e  escolha  da  liderança.  

(D)    avaliação  do  mérito  e  reconhecimento  da  qualificação.  

(E)    transparência  do  método  e  desejo  da  maioria.    

 

FCC  2012  -­‐  TRF  2ª  Região  -­‐  Analista  Judiciário    

 

Atenção:  As  questões  a  seguir  referem-­‐se  ao  texto  abaixo.    

Divagação  sobre  as  ilhas  

  Minha   ilha  (e  só  de  a   imaginar   já  me  considero  seu  habitante)   ficará  no   justo  ponto  de   latitude  e   longitude  que,  pondo-­‐me  a  coberto  de  ventos,  sereias  e  pestes,  nem  me  afaste  demasiado  dos  homens  nem  me  obrigue  a  praticá-­‐los  diuturnamente.  Porque  esta  é  a   ciência  e,  direi,   a   arte  do  bom  viver:  uma   fuga   relativa,   e  uma  não  muito  estouvada  confraternização.    

  E  por  que  nos  seduz  a  ilha?  As  composições  de  sombra  e  luz,  o  esmalte  da  relva,  a  cristalinidade  dos  regatos  −  tudo  isso  existe  fora  das  ilhas,  não  é  privilégio  delas.  A  mesma  solidão  existe,  com  diferentes  pressões,  nos  mais  diversos  locais,  inclusive  os  de  população  densa,  em  terra  firme  e   longa.  Resta  ainda  o  argumento  da  felicidade  −“aqui   eu   não   sou   feliz”,   declara   o   poeta,   para   enaltecer,   pelo   contraste,   a   sua  Pasárgada,  mas  será  que  se  procura  realmente  nas  ilhas  a  ocasião  de  ser  feliz,  ou  um  

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modo  de   sê-­‐lo?   E   só   se   alcançaria   tal  mercê,   de   índole   extremamente   subjetiva,   no  regaço  de  uma  ilha,  e  não  igualmente  em  terra  comum?    

  Quando   penso   em   comprar   uma   ilha,   nenhuma   dessas   excelências  me   seduz  mais  do  que  as  outras,  nem  todas  juntas  constituem  a  razão  do  meu  desejo.  A  ideia  de   fuga   tem  sido  alvo  de   crítica   severa  e   indiscriminada  nos  últimos  anos,   como  se  fosse   ignominioso,   por   exemplo,   fugir   de   um   perigo,   de   um   sofrimento,   de   uma  caceteação.   Como   se   devesse   o   homem   consumir-­‐se   numa   fogueira   perene,   sem  carinho  para  com  as  partes  cândidas  ou  pueris  dele  mesmo.  Chega-­‐se  a  um  ponto  em  que   convém   fugir   menos   da   malignidade   dos   homens   do   que   da   sua   bondade  incandescente.   Por   bondade   abstrata   nos   tornamos   atrozes.   E   o   pensamento   de  salvar  o  mundo  é  dos  que  acarretam  as  mais  copiosas  e  inúteis  carnificinas.    

  A  ilha  é,  afinal  de  contas,  o  refúgio  último  da  liberdade,  que  em  toda  parte  se  busca  destruir.  Amemos  a  ilha.    

(Adaptado  de  Carlos  Drummond  de  Andrade,  Passeios  na  ilha)    

33.  Em  suas  divagações  sobre  as  ilhas,  o  autor  vê  nelas,  sobretudo,  a  positividade  de    

(A) um   espaço   ideal,   cujas   características   naturais   o   tornam   uma   espécie   de  reduto  ecológico,  que  faz  esquecer  os  artifícios  urbanos.    

(B) um  repouso  do  espírito,  de  vez  que  não  é  possível  usufruir  os  benefícios  do  insulamento  em  meio  a  lugares  povoados.    

(C) um   sucesso   pessoal,   a   ser   obtido   pela   paz   de   espírito   e   pela   concentração  intelectual  que  somente  o  pleno  isolamento  garante.    

(D) uma  libertação  possível,  pois  até  mesmo  os  bons  homens  acabam  por  tolher  a  prática  salvadora  da  verdadeira  liberdade.    

(E) uma   solidão   indispensável,   pois   a   felicidade   surge   apenas   quando  conseguimos  nos  distanciar  dos  nossos  semelhantes.  

34.  Atente  para  as  seguintes  afirmações:    

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I.  A  expressão  fuga  relativa,  referida  no  1º  parágrafo,  diz  respeito  ao  equilíbrio  que  o   autor   considera   desejável   entre   a   conveniente   distância   e   a   conveniente  aproximação,  a  se  preservar  no  relacionamento  com  os  semelhantes.    

II.  No  2º  parágrafo,  todas  as  razões  aventadas  para  explicar  a   irresistível  sedução  de   uma   ilha   são   consideradas   essenciais,   não   havendo   como   entender   essa  atração  sem  se  recorrer  a  elas.    

III.  No  3º  parágrafo,  o  autor  se  vale  de  amarga  ironia  quando  afirma  que  o  exercício  da   liberdade  pessoal,  benigno  em  si  mesmo,  é  a   causa  da   falta  de   liberdade  dos  povos  que  mais  lutam  por  ela.    

Em  relação  ao  texto  está  correto  SOMENTE  o  que  se  afirma  em    

(A)    I.    

(B)    II.    

(C)    III.    

(D)    I  e  II.    

(E)    II  e  III.    

 

35.  Quando  afirma,  no   início  do  3º  parágrafo,  que  nenhuma  dessas  excelências  me  seduz   mais   do   que   as   outras,   o   autor   deprecia,   precisamente,   estes   clássicos  atributos  das  ilhas:  

(A) a  hostilidade  agreste,  a  solidão  plena  e  a  definitiva  renúncia  à  solidariedade.    

(B) a  poesia  do  mundo  natural,  o  exclusivo  espaço  da  solidão  e  a   realização  do  ideal  de  felicidade.    

(C) a   monotonia   da   natureza,   o   conforto   da   relativa   solidão   e   a   surpresa   da  felicidade.    

(D) a  sedução  mágica  da  paisagem,  a  valorização  do  espírito  e  a  relativização  da  felicidade.    

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(E) a   fuga   da   vida   urbana,   a   exaltação   da   bondade   e   o   encontro   da   liberdade  verdadeira.    

 

36.   Considerando-­‐se   o   contexto,   traduz-­‐se   adequadamente   o   sentido   de   um  segmento  em:    

(A) pondo-­‐me  a  coberto  de  (1º  parágrafo)  =  recobrindo-­‐me  com  

(B) estouvada  confraternização  (1º  parágrafo)  =  insensível  comunhão  

(C) se  alcançaria  tal  mercê  (2º  parágrafo)  =  se  granjearia  essa  graça  

(D) crítica  severa  e  indiscriminada  (3º  parágrafo)  =  análise  séria  e  circunstanciada  

(E) acarretam  as  mais   copiosas   e   inúteis   carnificinas   (3º   parágrafo)   =   induzem  as  exemplares  mortalidades  

Atenção:  As  questões  abaixo  referem-­‐se  ao  texto  que  segue.    

Paraty  

  É  do  esquecimento  que  vem  o  tempo  lento  de  Paraty.    

  A   vida   vagarosa   −quase   sempre   caminhando   pela   água   −,   o   saber   antigo,   os  barcos   feitos   ainda   hoje   pelas   mãos   de   antepassados,   os   caminhos   de   pedra   que  repelem  e  desequilibram  a  pressa:   tudo   isso  vem  do  esquecimento.  Vem  do  dia  em  que  Paraty  foi  deixada  quieta  no  século  XIX,  sem  razão  de  existir.    

  Até  ali,  a  cidade  fervia  de  agitação.  Estava  na  rota  do  café,  e  escoava  o  ouro  no  lombo  do   burro   e   nas   costas   do   escravo.  Um   caminho   de   pedra   cortava   a   floresta  para  conectar  Paraty  à  sua  época  e  ao  centro  do  mundo.    

  Mas,  em  1855,  a  cidade  inteira  se  aposentou.  Com  a  estrada  de  ferro  criada  por  D.  Pedro   II,  Paraty   foi   lançada  para   fora  das   rotas  econômicas.   Ficou   sossegada  em  seu  canto,  ao  sabor  de  sua  gente  e  das  marés.  E  pelos  próximos  119  anos,  Paraty  iria  formar  lentamente,  sem  se  dar  conta,  seu  maior  patrimônio.    

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  Até   que   chegasse   outro   ciclo   econômico,   ávido   por   lugares   onde   todos   os  outros  não  houvessem  tocado:  o  turismo.  E  assim,  em  1974,  o  asfalto  da  BR-­‐101  fez  as  pedras  e  a  cal  de  Paraty  virarem  ouro  novamente.  A  cidade  volta  a  conviver  com  o  presente,  com  outro  Brasil,  com  outros  países.  É  então  que  a  preservação  de  Paraty,  seu   principal   patrimônio   e   meio   de   vida,   escapa   à   mão   do   destino.   Não   podemos  contar  com  a  sorte,  como  no  passado.  Agora,  manter  o  que  dá  vida  a  Paraty  é  razão  de  muito  trabalho.  Daqui  para  frente,  preservar  é  suor.    

  Para  isso  existe  a  Associação  Casa  Azul,  uma  organização  da  sociedade  civil  de  interesse   público.   Aqui,   criamos   projetos   e   atividades   que   mantenham   o   tecido  urbano  e  social  de  Paraty  em  harmonia.  Nesta  casa,  o  tempo  pulsa  com  cuidado,  sem  apagar  as  pegadas.    

(Texto  institucional-­‐  Revista  Piauí,  n.  58,  julho  2011)  

37.  Paraty  é  apresentada,  fundamentalmente,  como  uma  cidade    

(A) cuja  vocação  turística  se  manifestou  ao  mesmo  tempo  em  que  foi  beneficiada  pelos  ciclos  econômicos  do  café  e  do  ouro.    

(B) que   se   beneficiou   de   dois   ciclos   econômicos   do   ouro,   muito   embora  espaçados  entre  si  por  mais  de  um  século.    

(C) cuja   história   foi   construída   tanto   pela   participação   em   ciclos   econômicos  como  pela  longa  inatividade  que  a  preservou.  

(D) cujo   atual   interesse   turístico   deriva   do   fato   de   que   foi   convenientemente  remodelada  para  documentar  seu  passado.  

(E) que  sempre  respondeu,  com  desenvoltura  e  sem  solução  de  continuidade,  às  demandas  econômicas  de  várias  épocas.  

38.  Atente  para  as  seguintes  afirmações:    

I.   A   frase   É   do   esquecimento   que   vem   o   tempo   lento   de   Paraty   faz   alusão   ao  período  em  que  a  cidade  deixou  de  se  beneficiar  de   sua   importância  estratégica  nos  ciclos  do  ouro  e  do  café.    

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II.   O   texto   sugere   que   o   mesmo   turismo   que   a   princípio   valoriza   e   cultua   os  espaços  históricos  e  naturais  preservados   traz   consigo  as   ameaças  de  uma   séria  degradação.    

III.   Um   longo     esquecimento,   condição   em   princípio   negativa   na   escalada   do  progresso,  acabou  sendo  um  fator  decisivo  para  a  atual  evidência  e  valorização  de  Paraty.    

Em  relação  ao  texto,  está  correto  o  que  se  afirma  em    

(A)    I,  II  e  III.    

(B)    I  e  II,  somente.    

(C)    II  e  III,  somente.    

(D)    I  e  III,  somente.    

(E)    II,  somente.    

 

39.  A  informação  objetiva  contida  numa  expressão  ou  frase  de  efeito  literário  está  adequadamente  reconhecida  em:    

(A) os   barcos   feitos   ainda   hoje   pelas   mãos   de   antepassados     (2º   parágrafo)   =os  barcos  que  lá  se  encontram  foram  herdados  dos  antecessores  

(B) escoava  o  ouro  no  lombo  do  burro  e  nas  costas  do  escravo  (3º  parágrafo)  =  dava  embarque  ao  ouro  trazido  por  muares  e  cativos  

(C) em  1855,  a  cidade  inteira  se  aposentou  =  ano  em  que  se  decretou  a  inatividade  de  todos  os  seus  funcionários  

(D) Ficou  sossegada  em  seu  canto,  ao  sabor  de  sua  gente  e  das  marés  (4º  parágrafo)    =  acomodou-­‐se  ao  ritmo  das  canções  de  seu  povo  e  aos  sons  da  natureza  

(E) o  asfalto  da  BR-­‐101  fez  as  pedras  e  a  cal  de  Paraty  virarem  ouro  novamente  (5º  parágrafo)   =   a   valorização   imobiliária   reviveu   a   pujança   dos   antigos   ciclos  econômicos  

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40.   Articulam-­‐se   como   uma   causa   e   seu   efeito,   respectivamente,   os   seguintes  elementos:    

(A) É  do  esquecimento  que  vem  o  tempo  lento  /  Estava  na  rota  do  café    

(B) a  cidade  fervia  de  agitação  /  foi  lançada  para  fora  das  rotas  econômicas    

(C) estrada  de  ferro  criada  por  D.  Pedro  /  Um  caminho  de  pedra  cortava  a  floresta    

(D) A  cidade  volta  a  conviver  com  o  presente  /  o  asfalto  da  BR-­‐101    

(E) Nesta  casa,    o  tempo  pulsa  com  cuidado  /    sem  apagar  as  pegadas    

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 09.  BIBLIOGRAFIA  

 

ABAURRE,   Maria   Luiza   M.;   ABAURRE,   Maria   Bernadete  M.;   PONTARA,   Marcela.  Português:  contexto,  interlocução  e  sentido.  São  Paulo:  Ed.Moderna,  2010.  

CEREJA,  William  Roberto  e  MAGALHÃES,  Thereza  Cochar.  Português:   linguagens.  2.ed.  São  Paulo:  Atual  Ed.,  2005.  

CIPRO   NETO,   Pasquale   &     INFANTE,   Ulisses.   Gramática   da   Língua   Portuguesa.  3.ed.  São  Paulo:  Ed.  Scipione,  2010.  

DICIONÁRIO  Houaiss  da  Língua  Portuguesa.  Rio  de  Janeiro:  Ed.  Objetiva,  2009.  

FIORIN,   José   Luiz   e   SAVIOLI,   Francisco   Platão.   Para   entender   o   texto:   leitura   e  redação.  17.ed.  São  Paulo:  Ed.  Ática,  2012.  

GARCIA,   Othon  M.   Comunicação   em   prosa  moderna.   27.ed.   Rio   de   Janeiro:   Ed.  FGV,  2010.  

MAGALHÃES,   Célia.   Estratégias   de   análise   macrotextual:   gênero,   texto   e  contexto.   in  Traduzir   com  autonomia:   estratégias   para   o   tradutor   em   formação.  São  Paulo:  Ed.  Contexto,  2000.  

SACCONI,   Luiz,   Antonio.  Nossa   gramática   completa:   teoria   e   prática.   31.ed.   São  Paulo:  Ed.  Nova  Geração,  2011.