pos graduaçao em automaçao industrial
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Otimizao Efetiva em Unidades de Processo:Disponibilidade de Malhas em Automtico.
Arilson Costa Cerqueira eJorge Luciano Freire.
SALVADOR2007
Orientador: Ricardo de Arajo Kalid
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RESUMO
Este trabalho mostra um caminho para elevar a utilizao da automao disponvel em umaplanta industrial e os resultados que essa prtica propicia. Foi realizado com base ematividades desenvolvidas numa refinaria de petrleo, mas que de aplicabilidade em qualquerunidade onde haja uma automao em uso. Mostra-se a automao disponvel na planta, otrabalho de investigao que deu origem descoberta da necessidade de mudana e a forma
como se estruturou o trabalho para se atingir o objetivo proposto. Com isso, demonstra-se asituao inicial da planta, com seus resultados de confiabilidade bem aqum dos referenciaisda rea. Em seguida, j na fase de desenvolvimento da atuao efetiva, explicada comoficou a composio da equipe de trabalho. Assim, so relacionados os objetivos operacionaisdo grupo e mostrados indicadores desenvolvidos para acompanhar a evoluo do trabalho.Indicadores que evidenciam o crescimento do uso efetivo da automao disponvel -disponibilidade de malhas em automtico - e os resultados proporcionados - custo da no-confiabilidade com sua melhoria. Mostra-se, ento, que, medida que elevada adisponibilidade de malhas em automtico no sistema de controle de uma unidade, h umamelhor controlabilidade, o que leva a um menor nmero de interrupes da sua operao,melhor confiabilidade da planta, e consequentemente, melhores resultados financeiros (houve
uma diminuio do custo operacional de R$ 34 milhes de reais entre 2005 e 2006).Conclui-se, no entanto, que o sucesso dessa busca, s obtido com a disposio de recursoshumanos que tenham essa atividade como prioridade em seu trabalho, que de forma contnuaesteja vigilante quanto a esses indicadores.
Palavras-chave: Automao; Disponibilidade; Confiabilidade; Plantas Petroqumicas;
Instrumentao; Controle; Manuteno.
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SUMRIO
1 INTRODUO 4
2 REFERENCIAL TERICO 6
3 A REFINARIA LANDULPHO ALVES MATARIPE. 9
4 RECURSOS DE AUTOMAO DISPONVEL. 12
5 PROBLEMAS DE FALHAS EM EQUIPAMENTOS E PERDAS DE
PRODUO. 15
6 PROGRAMA DE DISPONIBILIDADE DE MALHAS EM AUTOMTICO.
18
7 RESULTADOS OBTIDOS: CONFIABILIDADE OPERACIONAL, MENORES
CUSTOS OPERACIONAIS. 26
8 CONCLUSO. 32
REFERNCIAS BILBLIOGRFICAS. 34
BIBLIOGRAFIA. 35
ANEXO A MAPEAMENTO DE PROBLEMAS DE MALHAS EM MANUAL 37
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1 INTRODUO
Neste trabalho busca-se apresentar uma srie de atividades desenvolvidas que
objetiva resgatar, ou usar efetivamente, os recursos da automao e otimizao numa refinaria
de petrleo. Recursos esses que, antes mesmo de trazer otimizao, traz maior confiabilidade,
segurana s operaes das unidades e tambm ganhos financeiros com diminuio de custos,
na forma de gastos com reparos indesejveis ou lucros cessantes. Assim, essa a grande
motivao de escolhermos esse tema para tratarmos: a baixa disponibilidade de malhas em
automtico e seus impactos nos resultados da refinaria.
Para dar subsdio ao trabalho fazem-se as seguintes perguntas sobre o tema em
questo: Usamos efetivamente o potencial de automao disponvel em nossa unidade? As
equipes tcnicas conhecem, efetivamente, as unidades que trabalham? Estamos focando
nossos esforos no que pode agregar mais resultados ao negcio?
O desenvolvimento desse trabalho contempla o perodo de 2005 a maro de 2007,
onde se diagnosticou o problema, implementaram-se as aes de correo e observaram-se
seus resultados. A unidade enfrentava baixa confiabilidade, e, consequentemente, elevadas
perdas operacionais provocados por problemas sistmicos, isso porque, mesmo com muito
esforo da equipe os resultados continuavam ruins. Um grupo de trabalho constitudo e
apoiado por consultoria externa realizou a anlise conjuntural das dificuldades enfrentadas e
apontou recomendaes para a refinaria reverter a situao. A abordagem principal nesse
trabalho mostrar como se buscou corrigir um dos trs principais fatores levantados naquele
diagnstico: Falhas de Instrumentao e Controle. E a conseqncia observada nos resultados
de maior confiabilidade operacional se traduzindo em ganhos financeiros para a unidade de
negcio.
No primeiro captulo h uma breve apresentao da refinaria onde se desenvolveuo trabalho: um pouco de sua histria, a seqncia de unidades que a compem, sua capacidade
de processamento, principais produtos produzidos e sua influncia na empresa e na regio em
que se insere.
No segundo captulo, apresenta-se o sistema de automao disponvel e suas
facilidades para o corpo tcnico buscar os melhores resultados da planta.
No captulo trs, realizada uma contextualizao do momento operacional em
que passava a refinaria. Mostram-se indicadores como nmero de falhas em equipamentos ecusto da no confiabilidade, no ano em que comeamos esse trabalho, 2005.
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No captulo quatro, mostra-se como a necessidade de se construir o programa
surgiu e como se montou e desenvolveu o mesmo: sua composio, objetivo, indicadores
definidos, sistemtica de trabalho e de apresentao de resultados.
No quinto e ltimo captulo os resultados desse trabalho so apresentados.
Resultados como o aumento do conhecimento da unidade pela a equipe, maior confiabilidade
e melhores resultados financeiros para a unidade.
Portanto, este trabalho se justifica pela demonstrao que feita de que um
trabalho estruturado, planejado e com persistncia na busca dos resultados pode transformar o
desempenho de unidades de processo. Levanta o questionamento que deve ser feito se a sua
unidade est efetivamente usufruindo dos recursos de automao disponveis, sejam eles quais
forem. Mostra caminhos e exemplos prticos de definio de ferramentas e indicadores
operacionais que guiem essas anlises e justifiquem, inclusive financeiramente, investimentos
de recursos na busca de desempenhos melhores.
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2 REFERENCIAL TERICO
Ao longo do desenvolvimento do trabalho usa-se muito dois termos que aqui se faz
uma conceituao: disponibilidade e confiabilidade. Colocamos as definies desses termos
extrados da NBR 5462 da ABNT (ASSOCIAO..., 1994), disponibilidade a
capacidade de um item estar em condies de executar uma certa funo em um dado
instante ou durante um intervalo de tempo determinado, levando-se em conta os aspectos
combinados de sua confiabilidade, mantenabilidade e suporte de manuteno, supondo
que os recursos externos requeridos estejam assegurados;
e confiabilidade a
capacidade de um item desempenhar uma funo requerida sob condies especificadas,
durante um dado intervalo de tempo.
Continua a referida norma, segundo a qual o termo disponibilidade tambm
usado como uma medida de desempenho da disponibilidade e o termo confiabilidade comouma medida do desempenho da confiabilidade.
Ento se observa que disponibilidade nada mais que estar disponvel enquanto
a confiabilidade nos d uma indicao de cumprir uma funo com qualidade, continuidade,
sem falhas. Como podemos extrair de Lafraia (2001) A confiabilidade est diretamente
relacionada com a confiana que temos em um produto, equipamento ou sistema, ou seja, que
estes no apresentem falhas. Tambm encontramos um conceito estatstico da confiabilidade
como sendo confiabilidade a probabilidade de que um componente ou sistema,
funcionando dentro dos limites especificados de projeto, no falhe durante o perodo de tempo
previsto para a sua vida, dentro das condies de agressividade do meio.
Conhecendo melhor o que a confiabilidade podemos avanar nas bases usadas
para orientar nosso trabalho. Congressos importantes da rea das indstrias qumica e
petroqumica renem o que h de melhores prticas nessa rea. O ERTC (European Refining
Technology Conference) um desses eventos. Durante a edio de 2002 dessa conferncia,
realizada em Praga-Repblica Checa, onde estavam presentes empresas como: Shell, Conoco,
Petrobras, Statoil, Total, Agip, Bayer, KBC, pudemos extrair importantes referenciais que
nortearam esse trabalho.
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O processo de melhoria da confiabilidade em uma empresa deve seguir as
seguintes etapas:
- Estabelea um senso de urgncia.
- Faa um levantamento da situao atual: Resultados, Melhores Prticas.
- Avalie onde voc est.
- Planeje sua estratgia, crie um mapa da rota inicial e comunique para todos da
organizao.
[...]
- Selecione alguns problemas crticos e elimine-os.
- Frequentemente resolve-se com procedimentos operacionais ao invs de troca de
equipamentos. (HRTC, 2002).
Ao longo do trabalho que desenvolvemos buscamos seguir alguns desses
mandamentos. Demos um senso de urgncia quando selecionamos a disponibilidade de
malhas em automtico como um foco no trabalho. Usamos indicadores operacionais para
mostrar onde estvamos. E, com um planejamento, organizao do papel de cada um da
equipe e definio clara de objetivos e metas buscamos dar uma demonstrao de como
chegarmos l.
No Sistema de Gesto da Petrobras h orientaes quanto confiabilidade de suas
unidades que esto resumidas nas Diretrizes de Confiabilidade (PETROBRAS). Num
elenco de 12 diretrizes, podemos trazer algumas:
[...]
2. Buscar a soluo efetiva dos problemas que comprometem ou possam vir a
comprometer a continuidade operacional, a Segurana, o Meio Ambiente e a Qualidade dos
produtos, atuando na sua causa bsica, com a viso integrada de Operao, Manuteno,Inspeo, Otimizao e Engenharia.
3. Atuar nas causas bsicas dos problemas, buscando sua soluo efetiva.
[...]
7. Dispor de pessoal qualificado para todas as funes, buscando sua certificao.
[...]
9. Operar as Unidades e Sistemas respeitando os limites de projeto dos
equipamentos.[...]
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13. Buscar ser benchmarkem confiabilidade e disponibilidade na rea de Refino,
atingindo os tempos de parada e de campanha definidos para as Unidades de Alta
Performance.
14. Considerar os requisitos das unidades de alta performance nos
empreendimentos de novas unidades e revamps. (PETROBRAS)
Diretrizes que nortearam a necessidade de alavancar os resultados da refinaria, de
confiabilidade e financeiros, com o incremento na disponibilidade de malhas em automtico.
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3 A REFINARIA LANDULPHO ALVES MATARIPE.
A Unidade de Negcio Refinaria Landulpho Alves Maratipe, UN-RLAM, entrou
em operao em 17 de setembro de 1950 com capacidade de processamento de 2.500 barris /
dia, hoje possui a capacidade de 306.000 barris / dia. A figura 01 abaixo, mostra evoluo da
capacidade instalada da refinaria ao longo dos anos.
CAPACIDADE INSTALADA
396
5730
10780
20680
33200
45700
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
45000
50000
1950 1960 1970 1980 1990 2004
Anos
m3/dia
Figura 01 Evoluo da Capacidade de processamento da RLAM.
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No fluxograma mostrado na figura 02, mostramos resumidamente o elenco de
unidades de processo, num total de 23 plantas, que compe a complexa configurao e
interdependncia entre essas plantas. Diagrama simplificado, pois a representao Planta de
Craqueamento composta por quatro unidades e o Parque de Lubrificantes e Parafinas por
10(dez). Esse parque, por exemplo, s existe na RLAM e REDUC (Refinaria de Duque de
Caxias-RJ), dando uma mostra de nossa complexidade.
Figura 02 Fluxograma com unidades de processo e produtos da RLAM.
Relacionamos alguns dados adicionais sobre seu porte e importncia para a
empresa:
- a segunda maior unidade de refino do sistema petrobras, atrs da REPLAN, em
Paulinea-SP.
- a segunda maior em complexidade do sistema petrobras, atrs apenas da
REDUC, em Duque de Caxias-RJ.
- Produz 38 produtos acabados.
U-9(ATM)
U-21
U-7/8
U-32(ATM/VACUO)
U-4
NAFTA LEVE
NAFTA PESADA
QUEROSENE
DIESEL LEVE
DIESEL PESADO
RV
U-9(VACUO)
RAT
DEST. NEUTRO LEVE
DEST. NEUTRO MDIO
GLP
NAFTA
PLANTA DELUBRIFICANTE
E PARAFINA
NAFTA LEVE
NAFTA PESADA
QUROSENE
DIESEL LEVE
DIESEL PESADO
GASLEO LEVE
GASLEO PESADO
NAFTA LEVE
NAFTA PESADA
QUROSENE
DIESEL LEVE
DIESEL PESADO
NAFTA
GLP
DIESEL
Q. I.
U-30/31NC10C13
QAV1
NC13+
RV
RAT
U-7A
N-HEXANO
C6+RLAM
AGUARRAS
CAP
CM
PPLLAANNTTAA DDEE DDEESSTTIILLAAOO EE PPRROOCCEESSSSOOSS EESSPPEECCIIAAIISS RRLLAAMM
PLANTADE
CRAQUEAMENTO
PETROLEO
PETROLEO
PETROLEO
PETROLEOASFALTICO
BASE DEMATARIPE
(TEMAT/SHELL/TEXACO/IPIRANGA)
BRASKEM
NOVOGAS/BAIANA
NORTE GAS
TERMINAL DEMADRE DE
DEUS
O.C.BECA
N
UN-BAENCA
LGN
GOL*1GOR*1
*1 EM CAMPANHA RGN
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- Possui 1148 empregados prprios, referncia janeiro de 2006.
- Teve um faturamento em 2005 de R$ 15,24bi.
No contexto econmico do estado da Bahia ela possui os seguintes indicadores
(SICM-BA):
- Tm uma fatia de 25,8% das exportaes do estado, com U$ 1,545bi.
- No ICMS recolhido tem participao de 34,5%.
- Seu faturamento equivale a 16,3% no PIB da Bahia.
Dentro do mercado de derivados de petrleo a RLAM abastece o mercado
nacional e internacional com a seguinte distribuio de seus produtos:
- BA-SE
Gasolina (29%)
Diesel (45%)
leo Combustvel (11%)
GLP (Gs Liquefeito de Petrleo) (77%)
QAV (Querosene de Aviao) (80%)
Parafinas (30%)
- Demais estados do Nordeste e Par
Gasolina (60%)
Diesel (55%)
leo Combustvel. (27%)
GLP (23%)
QAV (20%)
- Sudeste e Sul
Parafinas (59%)
Lubrificantes (100%)- Exportao
Gasolina (11%)
Parafinas (11%)
leo Combustvel (62%)
Mostramos, ento, os nmeros e dados que evidenciam a importncia e influncia
que a operao dessa unidade de refino possui dentro do sistema Petrobras, na Bahia e at
mesmo para o pas. Reforando a relevncia de uma operao confivel e segura para aempresa.
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4 RECURSOS DE AUTOMAO DISPONVEL.
A refinaria passou por uma importante reestruturao da automao industrial
concluda em 1998. Essas modificaes trouxeram, principalmente, a implantao de uma
instrumentao de campo microprocessada, substituindo os antigos componentes
pneumticos. Com essa nova tecnologia foi selecionado o SDCD (Sistema Digital de Controle
Distribudo) do fabricante Yokogawa que vem operando at os dias atuais. A refinaria possui
hoje uma automao microprocessada em cerca de 95% de suas malhas de processo. Esse
sistema possui uma rede de comunicao de dados, em redundncia, em fibra tica que
interliga as diversas estaes de controle distribudas em campo com o Centro Integrado de
Controle (CIC), onde a operao da refinaria centralizada.
Como recursos de software adicionais, podemos citar o EXAPLOG e o PI (Plant
Information). O EXAPLOG uma ferramenta do adicional do SDCD que pode ser
configurado para monitorar alguns sistemas e realizar o registro de distrbios para auxiliar na
anlise de falhas pela equipe tcnica. O PI (Plant Information) um Sistema de
Gerenciamento de Informaes de Processo, PIMS (Plant Information Managment System),
do fabricante OSISoft, que armazena e monitora em tempo real as variveis das plantas, ou
seja, monitora a evoluo das variveis configuradas em forma de tendncias, podendo ser
compartilhada por toda a organizao.
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Nas figuras 03 e 04 abaixo, mostramos telas com exemplo de visualizaes desses
recursos. Na figura 03, a seguir, mostrado um forno e algumas variveis de processo de
interesse configurada na tela para monitoramento pela equipe tcnica ou gerencial.
Figura 03 Tela do PI mostrando operao de forno de Destilao.
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Na figura 04 seguinte, podemos ver uma tela com registro de eventos mostrado
pelo EXAPLOG que so configurados em sistemas crticos, onde se deseja uma anlise da
seqncia de atuaes de uma instrumentao de intertravamento.
Figura 04 Tela doEXAPLOG com registro de eventos.
Para intertravamento de processo cada vez mais usado sistemas especialistas
nessa funo, como os PLC (Programador Lgico Controlvel), ou mais recentemente
chamado PES (Programable Executor System), principalmente em sistemas crticos para a
segurana. Essa funo tambm executada pelo SDCD que ainda persiste em sistemas mais
antigos e menos crticos.
Assim, a equipe de operao, acompanhamento de processo, manuteno ou
engenharia tm sua disposio essas poderosas ferramentas para garantir uma operao
segura, confivel e otimizada em cada unidade de processo.
Porm, veremos adiante que estes recursos no so suficientes para garantir uma
operao confivel e rentvel, importantes pilares na operao de uma refinaria. Como
mostraremos no captulo que segue, a falta de uso efetivo desses recursos, deixando a unidade
com controlabilidade deficiente pode provocar problemas operacionais diversos e, como
conseqncia, perdas financeiras considerveis.
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5 PROBLEMAS DE FALHAS EM EQUIPAMENTOS E PERDAS DE
PRODUO.
Com a anlise sistemtica dos resultados da refinaria, suas equipes notavam que os
resultados persistiam aqum das referncias da rea. Seus principais indicadores operacionais,
e por conseqncia, financeiros, persistiam em se manter estveis, sendo que abaixo dos
nveis mdios esperados. Outra observao era que sua equipe findava os perodos de
avaliao com sentimento negativo de ter lutado tanto, e de forma estressante, no entanto, os
resultados no apareciam. Criou-se ento a figura do rato na roda, como metfora situao
em que nos encontrvamos. Esses resultados ruins poderiam ser vistos inicialmente pelo
elevado ndice de falhas em equipamentos dinmicos bombas e compressores
principalmente normalmente primeiros equipamentos a falharem, levando a paradas
operacionais. Isso evidenciava a difcil controlabilidade das unidades, pois esses
equipamentos so bastante impactados com relao s condies operacionais, como nvel,
presso e etc. nesse ponto que queremos mostrar o ponto onde estvamos, como sendo o
incio de 2005.
Para isso, mostramos o histrico de falhas em bombas de 2004, figura 6 abaixo,
histrico do nmero de falhas mensais de bombas ilustrando a baixa confiabilidade de nossas
unidades. Como comparao, o referencial indicado pelo API-610 (AMERICAN..., 1989),
para indstrias de nosso porte, de 33 falhas/ms, e, alm disso, para unidades de destaque
em confiabilidade (benchmarking), esse nmero cai para 16 falhas/ms. Ou seja, estvamos
bem aqum de qualquer desses referenciais.
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Esse um acompanhamento comum que as equipe de confiabilidade efetuam para
comparar unidades processo distintas.
Falhas em Bombas - 2004
64
44
70
54
43
29
64
41
48
42
32
25
0
10
20
30
40
50
60
70
80
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV
Quantidade
Figura 05 Grfico com nmero mensal de falhas em bombas de 2004.
Como esses equipamentos so fundamentais para uma operao contnua de
nossas unidades, esse elevado nmero de falhas levava a constantes cortes de carga ou
paradas operacionais, acarretando tambm impactos financeiros para a unidade.
A conseqncia financeira pode ser vista por esse outro indicador, custo da no
confiabilidade. O custo da no confiabilidade calculado pela soma de duas parcelas, uma
que o custo de manuteno alm do previsto no oramento da rotina na unidade e outra que
representa o valor financeiro da perda de produo provocada por falha em equipamentos. A
figura 06 abaixo mostra o onde estvamos em 2005.
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Esse indicador tem sido usado como uma ferramenta para traduzir as informaes
puramente tcnicas, em unidades monetrias, trazendo melhores condies de justificar
investimento em confiabilidade ou dar uma noo de priorizao dos investimentos a serem
aprovados pela organizao.
8.0
17 1
4.3
86 2
0.9
38
27
.315
39
.183 4
7.2
66
51
.687
54
.289
58
.602
64
.278
7
1.4
92
77
.676
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
80.000
U$(mil)
jan
/05
mar/
05
ma
i/05
jun
/05
se
t/05
nov
/05
MESES
CUSTO DA NO CONFIABILIDADE 2005 (ACUMULADO)
Figura 06 Custo da no confiabilidade 2005
Em busca de uma soluo efetiva, foi contratada empresa de consultoria
internacional, especializada em confiabilidade de unidades de refino e petroqumicas. O
diagnstico deixado por esse apoio, identificou trs pontos principais como causas bsicas
daquele momento em que vivia a refinaria: 1. Gesto de Mudanas; 2. Gesto da Rotina ou
Disciplina Operacional / Procedimentos; 3. Instrumentao e Controle.
Como foco principal desse trabalho, mostraremos como foi tratado o item 3
listado, bem como seus resultados.
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6 PROGRAMA DE DISPONIBILIDADE DE MALHAS EM AUTOMTICO.
Com o trabalho realizado pela consultoria que suportou o diagnstico, realizou-se
uma srie de investigaes de falhas em bombas e o problema de instrumentao e controle
deficiente foi constatado como sistmico. Esse problema levantado, na verdade, passava por
uma viso ampla desse tema. No apenas uma manuteno do hardware, como uma primeira
impresso poderia nos levar. Essa atuao passaria tambm por identificarmos o que
realmente estaria levando indisponibilidade de malhas de controle: hardware
(instrumentao envolvida), software (estratgia de controle, sintonia e etc.) e tambm
comportamental (baixa cultura em manter malhas em automtico).
Montamos, ento, o Programa de Disponibilidade de Malhas em Automtico. As
primeiras aes tomadas foram as seguintes:
- Explicitar o objetivo do Programa;
- Compor a equipe;
- Discutir e definir forma de trabalho;
- Definir indicadores de aferio dos resultados do programa;
- Definir metas objetivas de avaliao do programa.
Como objetivo do programa definimos: Aumentar a disponibilidade de Malhas deControle em Automtico buscando minimizar o custo da no confiabilidade eliminando
causas bsicas de problemas sistmicos na rea de instrumentao e controle.
Na composio da equipe demos um carter multidisciplinar mesma. Cada
unidade de processo selecionada para aplicarmos o programa havia: engenheiro de
acompanhamento de processo, tcnico de operao/operador, tcnico de manuteno em
instrumentao, engenheiro projetista de instrumentao.
Definimos o engenheiro de acompanhamento como o capito dessas equipes.Este seria o responsvel a reunir sistematicamente as equipes e atuar nas aes em busca do
objetivo e metas traadas. As etapas do trabalho e suas atribuies poderiam ser resumidas
como segue:
- Engenharia de Acompanhamento e Operao: Com a lista de malhas levantadas,
avaliavam caso a caso, a causa da no operao em automtico, avaliando, e corrigindo
quando possvel, se eram problemas de falha de indicao, filosofia de controle ou sintonia e
assim consolidavam as informaes colhidas. Na figura 07 abaixo, foto do Centro Integradode Controle (CIC), onde as equipes tambm atuavam.
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Figura 07 Centro Integrado de Controle da RLAM.
- Manuteno: Atuao corretiva nos instrumentos de campo, prestava
informaes sobre histrico do hardware e agregava sua experincia em proposies de
melhorias. Figura 08 abaixo de tcnico de manuteno em interveno de campo.
Figura 08 Tcnico de Manuteno intervindo em instrumento de processo.
- Engenharia: Analisando solues em conjunto com equipe e gerindo o processo
de mudana requerido.
Para acompanharmos e avaliarmos os resultados do programa, selecionamos os
seguintes indicadores:
- Percentual de soluo de problemas sistmicos;
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- Nmeros de trips e sua classificao, devido ou no-devido, e ao de correo
para equipamentos ou unidades selecionadas.
- Percentual de Malhas em Automtico.
Observamos que o indicador Percentual de Malhas em Automtico se mostrou
como o principal dos acima relacionados. Para criarmos esse indicador, foi desenvolvido um
aplicativo que faz uso de dados do PI para monitorar essa condio. Esse software monitora o
estado de cada malha de controle previamente cadastrada numa certa unidade. Ele retorna o
percentual de tempo que cada malha esteve em automtico (fechada) ou em manual (aberta),
dependendo da opo do usurio, dentro de um perodo de tempo selecionado. Esse aplicativo
foi chamado de Controle Regulatrio. Uma tela de consulta realizada mostrada na figura 09
abaixo como demonstrao.
Figura 09 Tela aplicativo Controle Regulatrio.
Uma outra viso possvel com o aplicativo um relatrio gerencial. Esse relatrio
vai gerar as informaes de percentuais mdios malhas em automtico de cada unidade
selecionada. Mostramos abaixo as figuras 10 e 11 dessa outra opo.
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Figura 10 Tela aplicativo Controle Regulatrio: Consulta Gerencial.
Figura 11 Tela aplicativo Controle Regulatrio: resultado consulta gerencial.
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Como meta principal do programa foi estabelecida: Atingir, at o final de 2006 um
percentual mnimo de 80% de disponibilidade em cada unidade. Aqui, buscamos criar um
compromisso claro e objetivo para toda a equipe.
O desenvolvimento do trabalho se deu com a coordenao do programa efetuando
reunies peridicas de anlise dos resultados dos grupos. Essa coordenao ficou a cargo da
gerncia de manuteno em instrumentao e eltrica da refinaria. Nesses encontros, buscava-
se atuar nas interfaces verificadas e dar suporte para manuteno do foco dos grupos no
trabalho. Aqui, surgiu uma dificuldade, pois, com grupos multidisciplinares e funcionalmente
ligados a diferentes gerncias, nem sempre os profissionais puderam efetivamente dar a
ateno adequada ao programa. Essa dificuldade trouxe impacto no resultado de algumas
unidades e que mostraremos no captulo de resultados.
Outra atividade desenvolvida era a gerao de relatrios peridicos da condio de
cada unidade quanto disponibilidade de malhas em automtico, acompanhada da anlise
crtica efetuada pelas equipes. Divulgava-se relatrios, como o mostrado na figura 12 abaixo,
apresentando o percentual de malhas em automtico em cada uma das 4 semanas do ms de
anlise.
MALHAS DE CONTROLE DA RLAM - DEZEMBRO DE 2005
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
U-04 U-09 U-32 U-06 U-36 U-39 U-80 U-07 U-7A U-08 U-30 U-31 U-18 U-23 U-24 U-25 U-11 U-12 U-13 U-73 U-75 U-84 U-51
UNIDADES
%M
AL
HASEM
AUTOMTICO
SEMANA 01 SEMANA 02 SEMANA 03 SEMANA 04
Figura 12 Modelo de grfico com percentual de MALHAS EM AUTOMTICO:
amostragem semanal.
-
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23
Posteriormente, tambm passamos a divulgar o valor mdio mensal de malhas em
automtico em cada unidade. Buscando dar uma viso de tendncia, mais gerencial, desse
indicador.
% MALHAS DE CONTROLE DA RLAM - ANO DE 2006
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
U-04 U-09 U-32 U-06 U-39
MESES
%M
ALHASEM
AUTOMTICO
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Figura 13 Modelo de grfico com percentual de MALHAS EM AUTOMTICO:
amostragem mensal.
O caminho no foi to retilneo como parece. Ao longo do perodo que focamos
esse trabalho, janeiro de 2005 a maro de 2007, tivemos que realizar ajustes e reorientaes
para adequar a soluo proposta realidade. Para conseguir um melhor foco e real
envolvimento de todos da equipe montada tivemos que reduzir o nmero de unidades em
acompanhamento. Passamos a trabalhar, ento, com as cinco unidades de maior impacto naoperao da refinaria: 3 (trs) de destilao (U4, U9 e U32) e 2 (duas) de craqueamento (U6 e
U39), conforme apresentadas na figura 13 acima. Assim, realizamos uma primeira mudana
de rumo para garantir uma efetiva atuao das equipes dessas unidades.
Escolhemos um caso especfico encontrado, da U6, para dar uma viso de quais os
grandes problemas encontrados que impediam a operao em automtico de algumas malhas.
O resultado de um primeiro mapeamento feito pelo grupo gerou uma lista com 36 malhas
operando todo o tempo em manual. Esses problemas se distribuam, conforme segue:
-
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- 17 malhas com problemas de instrumentao, ou seja, ou manuteno ou
necessidade de melhoria do projeto, sendo essas melhorias a maior parte. Representando 47%
do total de malhas em manual.
- 6 (seis) casos de necessidade de reviso da sintonia da malha, problema
puramente de otimizao. Representando 16% do total de malhas em manual.
- Demais casos entre malhas que j no operavam mais, requerendo ser excludo
do aplicativo/indicador ou casos que exigiam mais investigaes do grupo.
Esse mapeamento pode ser visto no anexo A e, embora sendo um caso especfico,
esses percentuais se repetem nas demais unidades. Isso s refora a importncia de termos o
grupo investindo seu tempo na anlise de malha por malha e buscar a soluo definitiva para
cada uma.
Com o andamento dos trabalhos, j em fins de 2006, mudamos novamente o foco.
Agora para a unidade U-9, alm de garantir a manuteno do nvel atingido na U6, que foi a
unidade com o melhor desempenho. Resultado conquistado justamente por ter recebido a
maior ateno dos tcnicos, podendo chegar ao resultado proposto, acima de 80%. Na figura
14 abaixo, mostramos como essas unidades estiveram evoluindo em 2007, mas de resultados
falaremos no captulo seguinte, mostrando tambm outros impactos que estes j trouxeram.
Figura 14 Modelo de grfico com percentual de MALHAS EM AUTOMTICO com
nmero menor de unidades.
% MALHAS DE CONTROLE DA RLAM - ANO DE 2007
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
U-04 U-09 U-32 U-06 U-39
MESES
%MA
LHASEM
AUTOMTICO
JAN FEV MAR
-
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Portanto, essa foi a rotina de trabalho desenvolvida no programa. Os resultados
observados, mesmo deixando algumas fora do foco, puderam ser claramente observados ao
longo desse perodo, assim estaremos apresentando no prximo captulo.
-
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7 RESULTADOS OBTIDOS: CONFIABILIDADE OPERACIONAL, MENORES
CUSTOS OPERACIONAIS.
Como externamos no captulo anterior, ao longo do perodo que aqui analisamos
desse programa, 2005 a 2007, alguns ajustes foram sendo feito, enfatizando o trabalho em
algumas unidades em detrimento das demais. Isso porque, alm de no dispormos da
dedicao de todos profissionais inicialmente envolvidos, por outras prioridades surgidas,
buscou-se focar em algumas que trouxesse um melhor retorno para a refinaria como um todo.
Quando foram selecionadas as 5 unidades, o resultado esperado era atuar nos
processos considerados o corao da refinaria, no caso: Trs Destilaes U4, U9 e U32 e
as duas unidades de craqueamento cataltico fluido U6 e U39. Estas unidades influenciam
diretamente o resultado das demais, j que compem o incio da cadeia de unidades de
transformao da refinaria, como visto na figura 02 do captulo 1 desse trabalho.
A melhoria gradual na disponibilidade de malhas em automtico ficou evidente
nas unidades foco e trouxeram resultados tambm interessantes quanto a outros indicadores
da refinaria.
Aqui podemos ver na figura 15 as quatro semanas do ms em referncia.
Unidades, com exceo da U4, que no chegavam a atingir 55% de disponibilidade. Ateno
especial para U9, com 41% e U6 com 54% de mdia das quatro semanas. Estas duas unidades
receberam ateno especial ao longo do programa e daremos um zoom em seus desempenhos
em separado.
-
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MALHAS DE CONTROLE DA RLAM- JULHO/05
0
10
20
30
40
50
60
70
80
U-04 U-09 U-32 U-06 U-39
UNIDADES
%M
ALHASAUTOMTICAS
SEMANA 01
SEMANA 02
SEMANA 03
SEMANA 04
Figura 15 - Grfico com resultado do percentual de MALHAS EM AUTOMTICO:
amostragem semanal (JULHO/2005).
Ao longo de 2006, podemos ver como caminharam essas disponibilidades, figura
16, a seguir. Aqui so demonstradas as mdias mensais ao longo do ano. Os gaps observadosna U4, U6 e U39, assim com em alguns meses ocorreram por algumas paradas programadas
nessas unidades. Porm, observa-se que j atingimos patamares mais elevados, destacando-se
U6 e U9. Comparando com junho de 2005 vemos a evoluo, por exemplo, da U9 de 41%
para at 73% e a U6 de 54% para 81,5% nos seus melhores resultados de 2006.
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% MALHAS DE CONTROLE DA RLAM - ANO DE 2006
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
U-04 U-09 U-32 U-06 U-39
MESES
%M
ALHASEM
AUTOMTICO
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Figura 16 - Grfico com resultado do percentual de MALHAS EM AUTOMTICO:
amostragem mensal (2006).
Essas unidades, principalmente, chegaram a esses nveis de forma sustentada. Isso
pode ser visto em outro grfico, visto na figura 17 a seguir, dando uma viso de 2007.
% MALHAS DE CONTROLE DA RLAM - ANO DE 2007
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
U-04 U-09 U-32 U-06 U-39
MESES
%M
ALHASEMAUTOMTICO
JAN FEV MAR
Figura 17 - Grfico com resultado do percentual de MALHAS EM AUTOMTICO at
maro de 2007.
-
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Como j comentado, priorizamos as U6 e U9, pois estas puderam receber
efetivamente uma ateno mais dedicada da equipe. Assim, como espervamos, os resultados
apareceram. Na figura 18 abaixo, evidenciamos essas duas unidades no perodo entre
julho/2005, incio dos relatrios apresentados, at maro de 2007. Mostramos o resultado de
julho de 2005, e a evoluo ao longo de 2006 at maro de 2007.
Disponibilidade de Malhas em Automtico
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
U-09 U-06
(%)
jul/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
srt/06
out/06nov/06
dez/06
jan/07
fev/07
mar/07
Figura 18 Resultados atingidos pela U9 e U6 de 2005 a 2007.
Quando desenvolvemos o indicador, optamos por deix-lo com uma leitura diretada condio de cada malha, aberta ou fechada, sem nos preocupar em expurgar
automaticamente algumas condies operacionais que levavam a condio de manual.
Unidade parada, unidade em folga operacional, subsistemas ociosos e em manual, por
exemplo. Essas condies, no entanto, deveriam ser descritas na anlise crtica pelas equipes.
Essa caracterstica foi estabelecida para garantir que as equipes, engenheiro de
acompanhamento, operador destacado, fizessem um efetivo acompanhamento da condio
da unidade em cada perodo, ampliando seus conhecimentos da unidade. Como estvamos
passando por um processo de admisso de novos engenheiros e tcnicos na refinaria, essa
-
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condio, acredito, foi um primeiro grande resultado, no visvel talvez, mas fundamental
para atingirmos outros mais visveis para a refinaria.
1 Resultado - Maior conhecimento sobre as unidades de processo da
refinaria.
Como j citamos no captulo 4, um dos objetivos desse programa era minimizar o
custo da no confiabilidade da refinaria. Esse indicador desenvolvido, Custo da No
Confiabilidade, gerado pelos seguintes principais componentes:
- Perdas de faturamento por paradas indesejveis provocadas por equipamentos;
- Custo de manuteno por falhas em equipamentos.
Como unidade de medida, esse indicador usa o dlar, ou seja, dinheiro que
gasto de forma indesejvel ou que se deixa de ganhar. Portanto, evidente ser de grande
importncia para qualquer empresa. Mostramos ento, a evoluo desse indicador nesse
perodo analisado, figura 19 abaixo.
8.0
17
2.6
59
2.8
01
14
.386
6.6
19
6.2
16
20
.938
10
.652
10
.887
27
.315
16
.736
39
.183
19
.543
47
.266
22
.741
51
.687
29
.295
54
.289
35
.134
58
.602
40
.986
64
.278
48
.378
71
.492
55
.025
77
.676
60
.371
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
80.000
U$(mil)
jan
/05
jan
/07
fev
/06
m
ar/
05
m
ar/
07
a
br/
06
m
ai/05
m
ai/07
jun
/06
jun
/05
jil/07
ago
/06
s
et/05
s
et/07
o
ut/06
nov
/05
nov
/07
dez
/06
CUSTO DA NO CONFIABILIDADE (ACUMULADO)
-
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Figura 19 - Grfico com resultado do custo da no confiabilidade.
Portanto, podemos verificar que houve uma grande evoluo nesse indicador.
Claro que no se pode associar todo esse ganho disponibilidade de malhas em automtico,
pois outras aes tambm foram desenvolvidas. No entanto, uma unidade com maior nmero
de malhas em automtico, tem uma melhor controlabilidade, sendo, portanto, mais confivel.
Aqui, ento podemos mostrar um segundo resultado desse trabalho:
2 Resultado: Confiabilidade Operacional.
Um outro resultado observado, que pode servir de grande estmulo para qualquer
empresa a realizar um trabalho semelhante o observado com a diminuio do Custo da No
Confiabilidade, mostrado na figura 19 acima. Essa reduo , num sentido amplo, custo de
operao. Portanto, temos um terceiro resultado desse trabalho:
3 Resultado: Menores Custos Operacionais
Resultado esse que, pelas elevadas cifras em que gira a operao de uma refinaria
ou planta petroqumica, mais do que justifica um esforo de seu corpo tcnico nesse caminho
e uma ateno especial do corpo gerencial no sentido de dar o apoio necessrio.
-
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8 CONCLUSO.
Quando fomos lanados a enfrentar o desafio de coordenar esse programa tivemos
muitas dvidas sobre a assertividade do diagnstico do problema de baixa confiabilidade.
Tambm havia dvidas sobre se seria na rea de manuteno que deveria estar essa
coordenao. Assim, uma das primeiras iniciativas foi definir o corpo tcnico com a
multidisciplinaridade adequada (engenheiro de processo, engenheiro de instrumentao,
tcnico de instrumentao e operador de processo), selecionar indicadores corretos
(disponibilidade de malhas em automtico) para saber o onde estamos e acompanhar a
evoluo do programa. Esses foram os pilares que sustentaram todo o trabalho. Com uma
equipe multidisciplinar, tendo objetivos e metas bem esclarecidos, a coordenao fica
facilitada. Definindo bem um indicador, simples e amigvel, fica fcil observar e divulgar os
resultados. Assim, a recomendao Planeje sua estratgia, crie um mapa da rota inicial e
comunique para todos da organizao (ERTC, 2002) foi buscada.
Voltamos, ento, s questes que formulamos na introduo desse trabalho:
- Usamos efetivamente o potencial de automao disponvel em nossa unidade?
Com o desenvolvimento do aplicativo Controle Regulatrio e verificando seus
resultados em 2005, evidenciamos que realmente, no que se referia Disponibilidade de
Malhas em Automtico, ns no usvamos esse potencial. E isso foi o que perseguimos ao
longo de todo o trabalho que, embora com as correes de rumo ao longo do perodo, as reas
onde pudemos manter o foco at o final, esse uso efetivo j est em patamares bem melhores.
- As equipes tcnicas conhecem, efetivamente, as unidades que trabalham?
Como j citado, a refinaria vem passando por um processo de renovao de
pessoal e a forma como montamos o modus operandi proporcionou uma evoluo
considervel do conhecimento dessas unidades. O prprio mapeamento de problemascrnicos, de soluo de longo prazo, e estudos ou intervenes mais complexas exigidos traz
esse know-how equipe.
- Estamos focando nossos esforos no que pode agregar mais resultados ao
negcio?
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Quando relatamos que a cada fim de perodo de avaliao tnhamos um sentimento
de muito esforo sem resultado, ficou evidente que a resposta era no. Lembrando a metfora
do rato na roda, que tanto corre, mas no sai do lugar. Assim, com o direcionamento do
trabalho na alavancagem da disponibilidade de malhas em automtico, as unidades passaram a
ganhar uma maior estabilidade e os resultados financeiros comearam a aparecer: houve uma
diminuio do custo operacional de R$ 34 milhes de reais entre 2005 e 2006 devida a
melhoria da confiabilidade da RLAM.
evidente que ainda h muito caminho a percorrer, pois, focamos em apenas
duas unidades e temos outras importantes a alavancar seus resultados, alm de chegarmos aos
100% dessas. Porm, os resultados j atingidos deixam o exemplo de como chegar l.
Portanto, o modelo de como estruturar, acompanhar e controlar esse programa a
contribuio que esse trabalho busca deixar, ou, pelo menos, levar a maior discusso sobre o
tema. O sucesso, ento, exige persistncia e disciplina, com um forte apoio do corpo gerencial
no sentido de direcionar os recursos, humanos principalmente, para esse fim.
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REFERNCIAS BILBLIOGRFICAS.
ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 5462: Confiabilidade e
mantenabilidade. Rio de Janeiro: ABNT, 1994.
AMERICAN PETROLEUM INSTITUTE. API-610: Centrifugal Pumps for General Refinery
Service. USA 1989.
ERTC, European Refining Technology Conference. Disponvel em . Acesso em 04 de maio de 2007.
LAFRAIA, Joo R. Barusso. Manual da Confiabilidade, mantenabilidade e disponibilidade.
Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.
PETROBRAS. Diretrizes de Confiabilidade. Disponvel em: .
Acesso em 27 de maio de 2007.
PETROBRAS / RLAM / GERENCIA DE COMUNICAO (Org.). RLAM portas abertas.
So Francisco do Conde, 2006. CD-ROM.
-
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BIBLIOGRAFIA.
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Concluso do Curso de Especializao em Gesto Empresarial/Turma Petrobras.Salvador: UFBA/Escola de Administrao, 2005.
CONFIABILIDADE. Conceito de Disponibilidade. Disponvel em:
. Acesso em: 09 de maio de 2007.
CYBERTCNICA, Apostila de Treinamento: PI-Process Book & PI-Data Link. So Paulo,
2004. Endereo do site . Acesso em 03 de maio de 2007.
ECO, Humberto. Como se Faz uma Tese. 14 ed. So Paulo: Editora Perspectiva, 1998.
FIEB. Federao das indstrias do Estado da Bahia. Endereo do site:
. Acesso em 02 de maio de 2007.
GTF, Global Technology Frum. Disponvel em . Acesso em 04 de
maio de 2007.
PETROBRAS. Portal de Confiabilidade da RLAM. Disponvel em
. Acesso em 27 de maio de 2007.
PIPORTAL. Disponvel em . Acesso em 03 de maio de 2007.
SALOMON, Dlcio Vieira. Como Fazer uma Monografia. 9 ed. So Paulo: Martins Fontes,
1999.
SIMC-BA. Secretaria da Indstria Comrcio e Minerao do Estado da Bahia. Endereo dosite: www.sicm.ba.gov.br . Acesso em 02 de maio de 2007.
YOKOGAWA. Disponvel em < http://www.yokogawa.com >. Acesso em 03 de maio de
2007.
-
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ANEXO A MAPEAMENTO DE PROBLEMAS DE MALHAS EM MANUAL
Controle Regulatrio U-06 - Grupo: Navarro (OT/AP), Henrique (CB/CCF), lvaro (MI/EI) e Walter Martins (EN).
N Tag Problema Ao Prioridade Por Situao
1 AIC6002 indicao est OK. No controlador,s indica?
Checar fechamento damalha, campo e P&I
5 Grupo eOT
-
2 AIC6003 em aberto, provavelmente tomadaobstruda. No controlador, s indica?
Checar fechamento damalha, campo e P&I.
Relocar tomada obstruda
5 Grupo eOT
-
3 FIC6016 ao lenta e com off-set Sintonizar 2 OT Sintonizado/manter em AUT
4 FIC6017 ao lenta e com off-set Sintonizar 2 OT Sintonizado/manter em AUT
5 FIC6037 no opera mais (reprocesso de GLPcorrosivo na U06)
Cancelar 5 OT -
6 FIC6675 no indica Diagnosticar problema/propor soluo
1 EI -
7 FRC6036 est operando bem em AUT, masindica vazo quando abertura davlvula indica 0%
Reparar vlvula e manterem AUT
1 EI / CCF Manter
8 LIC6008 no existe mais Solicitar retirada doclculo
1 TI/Lauro -
9 PDIC6614 no existe mais (leo na caldeira deCO)
Solicitar retirada doclculo
1 TI/Lauro -
10 PDRC6002 est operando bem em AUT Manter 1 CCF Manter
11 FIC6018 gua nas tomadas frequentemente Selar linhas de impulso(ver SE existente)
1 EI -
12 FIC6019 gua nas tomadas frequentemente Selar linhas de impulso(ver SE existente)
1 EI -
13 FIC6027 no opera mais Solicitar retirada doclculo
1 TI/Lauro -
14 FIC6028 no opera mais Solicitar retirada doclculo
1 TI/Lauro -
15 FIC6029 opera normalmente em automtico(para baixas presses h conflito entrePIC e FIC)
Manter, mas estudarsoluo
2 Grupo Manter
16 FRC6001 Colocado em manual quando chove(vapor traado?) Diagnosticar problema/propor soluo 1 EI -
17 FRC6017 para vazes
-
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24 FRC6025 gua nas tomadas frequentemente Selar linhas de impulso(ver SE existente)
1 EI
25 FRC6026 gua nas tomadas frequentemente Selar linhas de impulso(ver SE existente)
1 EI
26 FR6006 gua nas tomadas frequentemente Selar linhas de impulso
(ver SE existente)
1 EI
27 FRC6046 gua nas tomadas frequentemente Selar linhas de impulso(ver SE existente)
1 EI
28 FRC6007 indica vazo com indicao 0% deabertura da CV
Testar malha 3 EI -
29 FRC60100 indica vazo com indicao 0% deabertura da CV
Testar malha 1 EI -
30 LRC6006 ao lenta e com off-set Sintonizar 2 OT Sintonizado/manter em AUT
31 FRC6010 indicao no confivel (P selagem dastomadas com LCO < P da borra?)
Checar FD das bombas deLCO e de Borra. Propor
soluo
2 Grupo -
32 FRC6013 ao lenta Sintonizar 1 OT -
33 LR6005 ao lenta Sintonizar 1 OT -34 LRC6005 testar 2 OT -
35 LIC60100 indica vazo com indicao 0% deabertura da CV
Testar vlvula 2 EI -
36 PIC6011 testar Reparar vlvula 1 EI
-
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAESCOLA POLITCNICA
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA INDUSTRIALLABORATRIO DE CONTROLE E OTIMIZAO INDUSTRIAL - LACOI
Rua Prof. Aristides Novis, n. 02, 6 andar,F d S l d BA