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    Otimizao Efetiva em Unidades de Processo:Disponibilidade de Malhas em Automtico.

    Arilson Costa Cerqueira eJorge Luciano Freire.

    SALVADOR2007

    Orientador: Ricardo de Arajo Kalid

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    RESUMO

    Este trabalho mostra um caminho para elevar a utilizao da automao disponvel em umaplanta industrial e os resultados que essa prtica propicia. Foi realizado com base ematividades desenvolvidas numa refinaria de petrleo, mas que de aplicabilidade em qualquerunidade onde haja uma automao em uso. Mostra-se a automao disponvel na planta, otrabalho de investigao que deu origem descoberta da necessidade de mudana e a forma

    como se estruturou o trabalho para se atingir o objetivo proposto. Com isso, demonstra-se asituao inicial da planta, com seus resultados de confiabilidade bem aqum dos referenciaisda rea. Em seguida, j na fase de desenvolvimento da atuao efetiva, explicada comoficou a composio da equipe de trabalho. Assim, so relacionados os objetivos operacionaisdo grupo e mostrados indicadores desenvolvidos para acompanhar a evoluo do trabalho.Indicadores que evidenciam o crescimento do uso efetivo da automao disponvel -disponibilidade de malhas em automtico - e os resultados proporcionados - custo da no-confiabilidade com sua melhoria. Mostra-se, ento, que, medida que elevada adisponibilidade de malhas em automtico no sistema de controle de uma unidade, h umamelhor controlabilidade, o que leva a um menor nmero de interrupes da sua operao,melhor confiabilidade da planta, e consequentemente, melhores resultados financeiros (houve

    uma diminuio do custo operacional de R$ 34 milhes de reais entre 2005 e 2006).Conclui-se, no entanto, que o sucesso dessa busca, s obtido com a disposio de recursoshumanos que tenham essa atividade como prioridade em seu trabalho, que de forma contnuaesteja vigilante quanto a esses indicadores.

    Palavras-chave: Automao; Disponibilidade; Confiabilidade; Plantas Petroqumicas;

    Instrumentao; Controle; Manuteno.

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    SUMRIO

    1 INTRODUO 4

    2 REFERENCIAL TERICO 6

    3 A REFINARIA LANDULPHO ALVES MATARIPE. 9

    4 RECURSOS DE AUTOMAO DISPONVEL. 12

    5 PROBLEMAS DE FALHAS EM EQUIPAMENTOS E PERDAS DE

    PRODUO. 15

    6 PROGRAMA DE DISPONIBILIDADE DE MALHAS EM AUTOMTICO.

    18

    7 RESULTADOS OBTIDOS: CONFIABILIDADE OPERACIONAL, MENORES

    CUSTOS OPERACIONAIS. 26

    8 CONCLUSO. 32

    REFERNCIAS BILBLIOGRFICAS. 34

    BIBLIOGRAFIA. 35

    ANEXO A MAPEAMENTO DE PROBLEMAS DE MALHAS EM MANUAL 37

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    1 INTRODUO

    Neste trabalho busca-se apresentar uma srie de atividades desenvolvidas que

    objetiva resgatar, ou usar efetivamente, os recursos da automao e otimizao numa refinaria

    de petrleo. Recursos esses que, antes mesmo de trazer otimizao, traz maior confiabilidade,

    segurana s operaes das unidades e tambm ganhos financeiros com diminuio de custos,

    na forma de gastos com reparos indesejveis ou lucros cessantes. Assim, essa a grande

    motivao de escolhermos esse tema para tratarmos: a baixa disponibilidade de malhas em

    automtico e seus impactos nos resultados da refinaria.

    Para dar subsdio ao trabalho fazem-se as seguintes perguntas sobre o tema em

    questo: Usamos efetivamente o potencial de automao disponvel em nossa unidade? As

    equipes tcnicas conhecem, efetivamente, as unidades que trabalham? Estamos focando

    nossos esforos no que pode agregar mais resultados ao negcio?

    O desenvolvimento desse trabalho contempla o perodo de 2005 a maro de 2007,

    onde se diagnosticou o problema, implementaram-se as aes de correo e observaram-se

    seus resultados. A unidade enfrentava baixa confiabilidade, e, consequentemente, elevadas

    perdas operacionais provocados por problemas sistmicos, isso porque, mesmo com muito

    esforo da equipe os resultados continuavam ruins. Um grupo de trabalho constitudo e

    apoiado por consultoria externa realizou a anlise conjuntural das dificuldades enfrentadas e

    apontou recomendaes para a refinaria reverter a situao. A abordagem principal nesse

    trabalho mostrar como se buscou corrigir um dos trs principais fatores levantados naquele

    diagnstico: Falhas de Instrumentao e Controle. E a conseqncia observada nos resultados

    de maior confiabilidade operacional se traduzindo em ganhos financeiros para a unidade de

    negcio.

    No primeiro captulo h uma breve apresentao da refinaria onde se desenvolveuo trabalho: um pouco de sua histria, a seqncia de unidades que a compem, sua capacidade

    de processamento, principais produtos produzidos e sua influncia na empresa e na regio em

    que se insere.

    No segundo captulo, apresenta-se o sistema de automao disponvel e suas

    facilidades para o corpo tcnico buscar os melhores resultados da planta.

    No captulo trs, realizada uma contextualizao do momento operacional em

    que passava a refinaria. Mostram-se indicadores como nmero de falhas em equipamentos ecusto da no confiabilidade, no ano em que comeamos esse trabalho, 2005.

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    No captulo quatro, mostra-se como a necessidade de se construir o programa

    surgiu e como se montou e desenvolveu o mesmo: sua composio, objetivo, indicadores

    definidos, sistemtica de trabalho e de apresentao de resultados.

    No quinto e ltimo captulo os resultados desse trabalho so apresentados.

    Resultados como o aumento do conhecimento da unidade pela a equipe, maior confiabilidade

    e melhores resultados financeiros para a unidade.

    Portanto, este trabalho se justifica pela demonstrao que feita de que um

    trabalho estruturado, planejado e com persistncia na busca dos resultados pode transformar o

    desempenho de unidades de processo. Levanta o questionamento que deve ser feito se a sua

    unidade est efetivamente usufruindo dos recursos de automao disponveis, sejam eles quais

    forem. Mostra caminhos e exemplos prticos de definio de ferramentas e indicadores

    operacionais que guiem essas anlises e justifiquem, inclusive financeiramente, investimentos

    de recursos na busca de desempenhos melhores.

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    2 REFERENCIAL TERICO

    Ao longo do desenvolvimento do trabalho usa-se muito dois termos que aqui se faz

    uma conceituao: disponibilidade e confiabilidade. Colocamos as definies desses termos

    extrados da NBR 5462 da ABNT (ASSOCIAO..., 1994), disponibilidade a

    capacidade de um item estar em condies de executar uma certa funo em um dado

    instante ou durante um intervalo de tempo determinado, levando-se em conta os aspectos

    combinados de sua confiabilidade, mantenabilidade e suporte de manuteno, supondo

    que os recursos externos requeridos estejam assegurados;

    e confiabilidade a

    capacidade de um item desempenhar uma funo requerida sob condies especificadas,

    durante um dado intervalo de tempo.

    Continua a referida norma, segundo a qual o termo disponibilidade tambm

    usado como uma medida de desempenho da disponibilidade e o termo confiabilidade comouma medida do desempenho da confiabilidade.

    Ento se observa que disponibilidade nada mais que estar disponvel enquanto

    a confiabilidade nos d uma indicao de cumprir uma funo com qualidade, continuidade,

    sem falhas. Como podemos extrair de Lafraia (2001) A confiabilidade est diretamente

    relacionada com a confiana que temos em um produto, equipamento ou sistema, ou seja, que

    estes no apresentem falhas. Tambm encontramos um conceito estatstico da confiabilidade

    como sendo confiabilidade a probabilidade de que um componente ou sistema,

    funcionando dentro dos limites especificados de projeto, no falhe durante o perodo de tempo

    previsto para a sua vida, dentro das condies de agressividade do meio.

    Conhecendo melhor o que a confiabilidade podemos avanar nas bases usadas

    para orientar nosso trabalho. Congressos importantes da rea das indstrias qumica e

    petroqumica renem o que h de melhores prticas nessa rea. O ERTC (European Refining

    Technology Conference) um desses eventos. Durante a edio de 2002 dessa conferncia,

    realizada em Praga-Repblica Checa, onde estavam presentes empresas como: Shell, Conoco,

    Petrobras, Statoil, Total, Agip, Bayer, KBC, pudemos extrair importantes referenciais que

    nortearam esse trabalho.

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    O processo de melhoria da confiabilidade em uma empresa deve seguir as

    seguintes etapas:

    - Estabelea um senso de urgncia.

    - Faa um levantamento da situao atual: Resultados, Melhores Prticas.

    - Avalie onde voc est.

    - Planeje sua estratgia, crie um mapa da rota inicial e comunique para todos da

    organizao.

    [...]

    - Selecione alguns problemas crticos e elimine-os.

    - Frequentemente resolve-se com procedimentos operacionais ao invs de troca de

    equipamentos. (HRTC, 2002).

    Ao longo do trabalho que desenvolvemos buscamos seguir alguns desses

    mandamentos. Demos um senso de urgncia quando selecionamos a disponibilidade de

    malhas em automtico como um foco no trabalho. Usamos indicadores operacionais para

    mostrar onde estvamos. E, com um planejamento, organizao do papel de cada um da

    equipe e definio clara de objetivos e metas buscamos dar uma demonstrao de como

    chegarmos l.

    No Sistema de Gesto da Petrobras h orientaes quanto confiabilidade de suas

    unidades que esto resumidas nas Diretrizes de Confiabilidade (PETROBRAS). Num

    elenco de 12 diretrizes, podemos trazer algumas:

    [...]

    2. Buscar a soluo efetiva dos problemas que comprometem ou possam vir a

    comprometer a continuidade operacional, a Segurana, o Meio Ambiente e a Qualidade dos

    produtos, atuando na sua causa bsica, com a viso integrada de Operao, Manuteno,Inspeo, Otimizao e Engenharia.

    3. Atuar nas causas bsicas dos problemas, buscando sua soluo efetiva.

    [...]

    7. Dispor de pessoal qualificado para todas as funes, buscando sua certificao.

    [...]

    9. Operar as Unidades e Sistemas respeitando os limites de projeto dos

    equipamentos.[...]

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    13. Buscar ser benchmarkem confiabilidade e disponibilidade na rea de Refino,

    atingindo os tempos de parada e de campanha definidos para as Unidades de Alta

    Performance.

    14. Considerar os requisitos das unidades de alta performance nos

    empreendimentos de novas unidades e revamps. (PETROBRAS)

    Diretrizes que nortearam a necessidade de alavancar os resultados da refinaria, de

    confiabilidade e financeiros, com o incremento na disponibilidade de malhas em automtico.

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    3 A REFINARIA LANDULPHO ALVES MATARIPE.

    A Unidade de Negcio Refinaria Landulpho Alves Maratipe, UN-RLAM, entrou

    em operao em 17 de setembro de 1950 com capacidade de processamento de 2.500 barris /

    dia, hoje possui a capacidade de 306.000 barris / dia. A figura 01 abaixo, mostra evoluo da

    capacidade instalada da refinaria ao longo dos anos.

    CAPACIDADE INSTALADA

    396

    5730

    10780

    20680

    33200

    45700

    0

    5000

    10000

    15000

    20000

    25000

    30000

    35000

    40000

    45000

    50000

    1950 1960 1970 1980 1990 2004

    Anos

    m3/dia

    Figura 01 Evoluo da Capacidade de processamento da RLAM.

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    No fluxograma mostrado na figura 02, mostramos resumidamente o elenco de

    unidades de processo, num total de 23 plantas, que compe a complexa configurao e

    interdependncia entre essas plantas. Diagrama simplificado, pois a representao Planta de

    Craqueamento composta por quatro unidades e o Parque de Lubrificantes e Parafinas por

    10(dez). Esse parque, por exemplo, s existe na RLAM e REDUC (Refinaria de Duque de

    Caxias-RJ), dando uma mostra de nossa complexidade.

    Figura 02 Fluxograma com unidades de processo e produtos da RLAM.

    Relacionamos alguns dados adicionais sobre seu porte e importncia para a

    empresa:

    - a segunda maior unidade de refino do sistema petrobras, atrs da REPLAN, em

    Paulinea-SP.

    - a segunda maior em complexidade do sistema petrobras, atrs apenas da

    REDUC, em Duque de Caxias-RJ.

    - Produz 38 produtos acabados.

    U-9(ATM)

    U-21

    U-7/8

    U-32(ATM/VACUO)

    U-4

    NAFTA LEVE

    NAFTA PESADA

    QUEROSENE

    DIESEL LEVE

    DIESEL PESADO

    RV

    U-9(VACUO)

    RAT

    DEST. NEUTRO LEVE

    DEST. NEUTRO MDIO

    GLP

    NAFTA

    PLANTA DELUBRIFICANTE

    E PARAFINA

    NAFTA LEVE

    NAFTA PESADA

    QUROSENE

    DIESEL LEVE

    DIESEL PESADO

    GASLEO LEVE

    GASLEO PESADO

    NAFTA LEVE

    NAFTA PESADA

    QUROSENE

    DIESEL LEVE

    DIESEL PESADO

    NAFTA

    GLP

    DIESEL

    Q. I.

    U-30/31NC10C13

    QAV1

    NC13+

    RV

    RAT

    U-7A

    N-HEXANO

    C6+RLAM

    AGUARRAS

    CAP

    CM

    PPLLAANNTTAA DDEE DDEESSTTIILLAAOO EE PPRROOCCEESSSSOOSS EESSPPEECCIIAAIISS RRLLAAMM

    PLANTADE

    CRAQUEAMENTO

    PETROLEO

    PETROLEO

    PETROLEO

    PETROLEOASFALTICO

    BASE DEMATARIPE

    (TEMAT/SHELL/TEXACO/IPIRANGA)

    BRASKEM

    NOVOGAS/BAIANA

    NORTE GAS

    TERMINAL DEMADRE DE

    DEUS

    O.C.BECA

    N

    UN-BAENCA

    LGN

    GOL*1GOR*1

    *1 EM CAMPANHA RGN

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    - Possui 1148 empregados prprios, referncia janeiro de 2006.

    - Teve um faturamento em 2005 de R$ 15,24bi.

    No contexto econmico do estado da Bahia ela possui os seguintes indicadores

    (SICM-BA):

    - Tm uma fatia de 25,8% das exportaes do estado, com U$ 1,545bi.

    - No ICMS recolhido tem participao de 34,5%.

    - Seu faturamento equivale a 16,3% no PIB da Bahia.

    Dentro do mercado de derivados de petrleo a RLAM abastece o mercado

    nacional e internacional com a seguinte distribuio de seus produtos:

    - BA-SE

    Gasolina (29%)

    Diesel (45%)

    leo Combustvel (11%)

    GLP (Gs Liquefeito de Petrleo) (77%)

    QAV (Querosene de Aviao) (80%)

    Parafinas (30%)

    - Demais estados do Nordeste e Par

    Gasolina (60%)

    Diesel (55%)

    leo Combustvel. (27%)

    GLP (23%)

    QAV (20%)

    - Sudeste e Sul

    Parafinas (59%)

    Lubrificantes (100%)- Exportao

    Gasolina (11%)

    Parafinas (11%)

    leo Combustvel (62%)

    Mostramos, ento, os nmeros e dados que evidenciam a importncia e influncia

    que a operao dessa unidade de refino possui dentro do sistema Petrobras, na Bahia e at

    mesmo para o pas. Reforando a relevncia de uma operao confivel e segura para aempresa.

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    4 RECURSOS DE AUTOMAO DISPONVEL.

    A refinaria passou por uma importante reestruturao da automao industrial

    concluda em 1998. Essas modificaes trouxeram, principalmente, a implantao de uma

    instrumentao de campo microprocessada, substituindo os antigos componentes

    pneumticos. Com essa nova tecnologia foi selecionado o SDCD (Sistema Digital de Controle

    Distribudo) do fabricante Yokogawa que vem operando at os dias atuais. A refinaria possui

    hoje uma automao microprocessada em cerca de 95% de suas malhas de processo. Esse

    sistema possui uma rede de comunicao de dados, em redundncia, em fibra tica que

    interliga as diversas estaes de controle distribudas em campo com o Centro Integrado de

    Controle (CIC), onde a operao da refinaria centralizada.

    Como recursos de software adicionais, podemos citar o EXAPLOG e o PI (Plant

    Information). O EXAPLOG uma ferramenta do adicional do SDCD que pode ser

    configurado para monitorar alguns sistemas e realizar o registro de distrbios para auxiliar na

    anlise de falhas pela equipe tcnica. O PI (Plant Information) um Sistema de

    Gerenciamento de Informaes de Processo, PIMS (Plant Information Managment System),

    do fabricante OSISoft, que armazena e monitora em tempo real as variveis das plantas, ou

    seja, monitora a evoluo das variveis configuradas em forma de tendncias, podendo ser

    compartilhada por toda a organizao.

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    Nas figuras 03 e 04 abaixo, mostramos telas com exemplo de visualizaes desses

    recursos. Na figura 03, a seguir, mostrado um forno e algumas variveis de processo de

    interesse configurada na tela para monitoramento pela equipe tcnica ou gerencial.

    Figura 03 Tela do PI mostrando operao de forno de Destilao.

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    Na figura 04 seguinte, podemos ver uma tela com registro de eventos mostrado

    pelo EXAPLOG que so configurados em sistemas crticos, onde se deseja uma anlise da

    seqncia de atuaes de uma instrumentao de intertravamento.

    Figura 04 Tela doEXAPLOG com registro de eventos.

    Para intertravamento de processo cada vez mais usado sistemas especialistas

    nessa funo, como os PLC (Programador Lgico Controlvel), ou mais recentemente

    chamado PES (Programable Executor System), principalmente em sistemas crticos para a

    segurana. Essa funo tambm executada pelo SDCD que ainda persiste em sistemas mais

    antigos e menos crticos.

    Assim, a equipe de operao, acompanhamento de processo, manuteno ou

    engenharia tm sua disposio essas poderosas ferramentas para garantir uma operao

    segura, confivel e otimizada em cada unidade de processo.

    Porm, veremos adiante que estes recursos no so suficientes para garantir uma

    operao confivel e rentvel, importantes pilares na operao de uma refinaria. Como

    mostraremos no captulo que segue, a falta de uso efetivo desses recursos, deixando a unidade

    com controlabilidade deficiente pode provocar problemas operacionais diversos e, como

    conseqncia, perdas financeiras considerveis.

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    5 PROBLEMAS DE FALHAS EM EQUIPAMENTOS E PERDAS DE

    PRODUO.

    Com a anlise sistemtica dos resultados da refinaria, suas equipes notavam que os

    resultados persistiam aqum das referncias da rea. Seus principais indicadores operacionais,

    e por conseqncia, financeiros, persistiam em se manter estveis, sendo que abaixo dos

    nveis mdios esperados. Outra observao era que sua equipe findava os perodos de

    avaliao com sentimento negativo de ter lutado tanto, e de forma estressante, no entanto, os

    resultados no apareciam. Criou-se ento a figura do rato na roda, como metfora situao

    em que nos encontrvamos. Esses resultados ruins poderiam ser vistos inicialmente pelo

    elevado ndice de falhas em equipamentos dinmicos bombas e compressores

    principalmente normalmente primeiros equipamentos a falharem, levando a paradas

    operacionais. Isso evidenciava a difcil controlabilidade das unidades, pois esses

    equipamentos so bastante impactados com relao s condies operacionais, como nvel,

    presso e etc. nesse ponto que queremos mostrar o ponto onde estvamos, como sendo o

    incio de 2005.

    Para isso, mostramos o histrico de falhas em bombas de 2004, figura 6 abaixo,

    histrico do nmero de falhas mensais de bombas ilustrando a baixa confiabilidade de nossas

    unidades. Como comparao, o referencial indicado pelo API-610 (AMERICAN..., 1989),

    para indstrias de nosso porte, de 33 falhas/ms, e, alm disso, para unidades de destaque

    em confiabilidade (benchmarking), esse nmero cai para 16 falhas/ms. Ou seja, estvamos

    bem aqum de qualquer desses referenciais.

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    Esse um acompanhamento comum que as equipe de confiabilidade efetuam para

    comparar unidades processo distintas.

    Falhas em Bombas - 2004

    64

    44

    70

    54

    43

    29

    64

    41

    48

    42

    32

    25

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV

    Quantidade

    Figura 05 Grfico com nmero mensal de falhas em bombas de 2004.

    Como esses equipamentos so fundamentais para uma operao contnua de

    nossas unidades, esse elevado nmero de falhas levava a constantes cortes de carga ou

    paradas operacionais, acarretando tambm impactos financeiros para a unidade.

    A conseqncia financeira pode ser vista por esse outro indicador, custo da no

    confiabilidade. O custo da no confiabilidade calculado pela soma de duas parcelas, uma

    que o custo de manuteno alm do previsto no oramento da rotina na unidade e outra que

    representa o valor financeiro da perda de produo provocada por falha em equipamentos. A

    figura 06 abaixo mostra o onde estvamos em 2005.

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    Esse indicador tem sido usado como uma ferramenta para traduzir as informaes

    puramente tcnicas, em unidades monetrias, trazendo melhores condies de justificar

    investimento em confiabilidade ou dar uma noo de priorizao dos investimentos a serem

    aprovados pela organizao.

    8.0

    17 1

    4.3

    86 2

    0.9

    38

    27

    .315

    39

    .183 4

    7.2

    66

    51

    .687

    54

    .289

    58

    .602

    64

    .278

    7

    1.4

    92

    77

    .676

    0

    10.000

    20.000

    30.000

    40.000

    50.000

    60.000

    70.000

    80.000

    U$(mil)

    jan

    /05

    mar/

    05

    ma

    i/05

    jun

    /05

    se

    t/05

    nov

    /05

    MESES

    CUSTO DA NO CONFIABILIDADE 2005 (ACUMULADO)

    Figura 06 Custo da no confiabilidade 2005

    Em busca de uma soluo efetiva, foi contratada empresa de consultoria

    internacional, especializada em confiabilidade de unidades de refino e petroqumicas. O

    diagnstico deixado por esse apoio, identificou trs pontos principais como causas bsicas

    daquele momento em que vivia a refinaria: 1. Gesto de Mudanas; 2. Gesto da Rotina ou

    Disciplina Operacional / Procedimentos; 3. Instrumentao e Controle.

    Como foco principal desse trabalho, mostraremos como foi tratado o item 3

    listado, bem como seus resultados.

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    6 PROGRAMA DE DISPONIBILIDADE DE MALHAS EM AUTOMTICO.

    Com o trabalho realizado pela consultoria que suportou o diagnstico, realizou-se

    uma srie de investigaes de falhas em bombas e o problema de instrumentao e controle

    deficiente foi constatado como sistmico. Esse problema levantado, na verdade, passava por

    uma viso ampla desse tema. No apenas uma manuteno do hardware, como uma primeira

    impresso poderia nos levar. Essa atuao passaria tambm por identificarmos o que

    realmente estaria levando indisponibilidade de malhas de controle: hardware

    (instrumentao envolvida), software (estratgia de controle, sintonia e etc.) e tambm

    comportamental (baixa cultura em manter malhas em automtico).

    Montamos, ento, o Programa de Disponibilidade de Malhas em Automtico. As

    primeiras aes tomadas foram as seguintes:

    - Explicitar o objetivo do Programa;

    - Compor a equipe;

    - Discutir e definir forma de trabalho;

    - Definir indicadores de aferio dos resultados do programa;

    - Definir metas objetivas de avaliao do programa.

    Como objetivo do programa definimos: Aumentar a disponibilidade de Malhas deControle em Automtico buscando minimizar o custo da no confiabilidade eliminando

    causas bsicas de problemas sistmicos na rea de instrumentao e controle.

    Na composio da equipe demos um carter multidisciplinar mesma. Cada

    unidade de processo selecionada para aplicarmos o programa havia: engenheiro de

    acompanhamento de processo, tcnico de operao/operador, tcnico de manuteno em

    instrumentao, engenheiro projetista de instrumentao.

    Definimos o engenheiro de acompanhamento como o capito dessas equipes.Este seria o responsvel a reunir sistematicamente as equipes e atuar nas aes em busca do

    objetivo e metas traadas. As etapas do trabalho e suas atribuies poderiam ser resumidas

    como segue:

    - Engenharia de Acompanhamento e Operao: Com a lista de malhas levantadas,

    avaliavam caso a caso, a causa da no operao em automtico, avaliando, e corrigindo

    quando possvel, se eram problemas de falha de indicao, filosofia de controle ou sintonia e

    assim consolidavam as informaes colhidas. Na figura 07 abaixo, foto do Centro Integradode Controle (CIC), onde as equipes tambm atuavam.

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    19

    Figura 07 Centro Integrado de Controle da RLAM.

    - Manuteno: Atuao corretiva nos instrumentos de campo, prestava

    informaes sobre histrico do hardware e agregava sua experincia em proposies de

    melhorias. Figura 08 abaixo de tcnico de manuteno em interveno de campo.

    Figura 08 Tcnico de Manuteno intervindo em instrumento de processo.

    - Engenharia: Analisando solues em conjunto com equipe e gerindo o processo

    de mudana requerido.

    Para acompanharmos e avaliarmos os resultados do programa, selecionamos os

    seguintes indicadores:

    - Percentual de soluo de problemas sistmicos;

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    20

    - Nmeros de trips e sua classificao, devido ou no-devido, e ao de correo

    para equipamentos ou unidades selecionadas.

    - Percentual de Malhas em Automtico.

    Observamos que o indicador Percentual de Malhas em Automtico se mostrou

    como o principal dos acima relacionados. Para criarmos esse indicador, foi desenvolvido um

    aplicativo que faz uso de dados do PI para monitorar essa condio. Esse software monitora o

    estado de cada malha de controle previamente cadastrada numa certa unidade. Ele retorna o

    percentual de tempo que cada malha esteve em automtico (fechada) ou em manual (aberta),

    dependendo da opo do usurio, dentro de um perodo de tempo selecionado. Esse aplicativo

    foi chamado de Controle Regulatrio. Uma tela de consulta realizada mostrada na figura 09

    abaixo como demonstrao.

    Figura 09 Tela aplicativo Controle Regulatrio.

    Uma outra viso possvel com o aplicativo um relatrio gerencial. Esse relatrio

    vai gerar as informaes de percentuais mdios malhas em automtico de cada unidade

    selecionada. Mostramos abaixo as figuras 10 e 11 dessa outra opo.

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    21

    Figura 10 Tela aplicativo Controle Regulatrio: Consulta Gerencial.

    Figura 11 Tela aplicativo Controle Regulatrio: resultado consulta gerencial.

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    22

    Como meta principal do programa foi estabelecida: Atingir, at o final de 2006 um

    percentual mnimo de 80% de disponibilidade em cada unidade. Aqui, buscamos criar um

    compromisso claro e objetivo para toda a equipe.

    O desenvolvimento do trabalho se deu com a coordenao do programa efetuando

    reunies peridicas de anlise dos resultados dos grupos. Essa coordenao ficou a cargo da

    gerncia de manuteno em instrumentao e eltrica da refinaria. Nesses encontros, buscava-

    se atuar nas interfaces verificadas e dar suporte para manuteno do foco dos grupos no

    trabalho. Aqui, surgiu uma dificuldade, pois, com grupos multidisciplinares e funcionalmente

    ligados a diferentes gerncias, nem sempre os profissionais puderam efetivamente dar a

    ateno adequada ao programa. Essa dificuldade trouxe impacto no resultado de algumas

    unidades e que mostraremos no captulo de resultados.

    Outra atividade desenvolvida era a gerao de relatrios peridicos da condio de

    cada unidade quanto disponibilidade de malhas em automtico, acompanhada da anlise

    crtica efetuada pelas equipes. Divulgava-se relatrios, como o mostrado na figura 12 abaixo,

    apresentando o percentual de malhas em automtico em cada uma das 4 semanas do ms de

    anlise.

    MALHAS DE CONTROLE DA RLAM - DEZEMBRO DE 2005

    0,00

    20,00

    40,00

    60,00

    80,00

    100,00

    U-04 U-09 U-32 U-06 U-36 U-39 U-80 U-07 U-7A U-08 U-30 U-31 U-18 U-23 U-24 U-25 U-11 U-12 U-13 U-73 U-75 U-84 U-51

    UNIDADES

    %M

    AL

    HASEM

    AUTOMTICO

    SEMANA 01 SEMANA 02 SEMANA 03 SEMANA 04

    Figura 12 Modelo de grfico com percentual de MALHAS EM AUTOMTICO:

    amostragem semanal.

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    23

    Posteriormente, tambm passamos a divulgar o valor mdio mensal de malhas em

    automtico em cada unidade. Buscando dar uma viso de tendncia, mais gerencial, desse

    indicador.

    % MALHAS DE CONTROLE DA RLAM - ANO DE 2006

    0,00

    20,00

    40,00

    60,00

    80,00

    100,00

    U-04 U-09 U-32 U-06 U-39

    MESES

    %M

    ALHASEM

    AUTOMTICO

    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    Figura 13 Modelo de grfico com percentual de MALHAS EM AUTOMTICO:

    amostragem mensal.

    O caminho no foi to retilneo como parece. Ao longo do perodo que focamos

    esse trabalho, janeiro de 2005 a maro de 2007, tivemos que realizar ajustes e reorientaes

    para adequar a soluo proposta realidade. Para conseguir um melhor foco e real

    envolvimento de todos da equipe montada tivemos que reduzir o nmero de unidades em

    acompanhamento. Passamos a trabalhar, ento, com as cinco unidades de maior impacto naoperao da refinaria: 3 (trs) de destilao (U4, U9 e U32) e 2 (duas) de craqueamento (U6 e

    U39), conforme apresentadas na figura 13 acima. Assim, realizamos uma primeira mudana

    de rumo para garantir uma efetiva atuao das equipes dessas unidades.

    Escolhemos um caso especfico encontrado, da U6, para dar uma viso de quais os

    grandes problemas encontrados que impediam a operao em automtico de algumas malhas.

    O resultado de um primeiro mapeamento feito pelo grupo gerou uma lista com 36 malhas

    operando todo o tempo em manual. Esses problemas se distribuam, conforme segue:

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    24

    - 17 malhas com problemas de instrumentao, ou seja, ou manuteno ou

    necessidade de melhoria do projeto, sendo essas melhorias a maior parte. Representando 47%

    do total de malhas em manual.

    - 6 (seis) casos de necessidade de reviso da sintonia da malha, problema

    puramente de otimizao. Representando 16% do total de malhas em manual.

    - Demais casos entre malhas que j no operavam mais, requerendo ser excludo

    do aplicativo/indicador ou casos que exigiam mais investigaes do grupo.

    Esse mapeamento pode ser visto no anexo A e, embora sendo um caso especfico,

    esses percentuais se repetem nas demais unidades. Isso s refora a importncia de termos o

    grupo investindo seu tempo na anlise de malha por malha e buscar a soluo definitiva para

    cada uma.

    Com o andamento dos trabalhos, j em fins de 2006, mudamos novamente o foco.

    Agora para a unidade U-9, alm de garantir a manuteno do nvel atingido na U6, que foi a

    unidade com o melhor desempenho. Resultado conquistado justamente por ter recebido a

    maior ateno dos tcnicos, podendo chegar ao resultado proposto, acima de 80%. Na figura

    14 abaixo, mostramos como essas unidades estiveram evoluindo em 2007, mas de resultados

    falaremos no captulo seguinte, mostrando tambm outros impactos que estes j trouxeram.

    Figura 14 Modelo de grfico com percentual de MALHAS EM AUTOMTICO com

    nmero menor de unidades.

    % MALHAS DE CONTROLE DA RLAM - ANO DE 2007

    0,00

    20,00

    40,00

    60,00

    80,00

    100,00

    U-04 U-09 U-32 U-06 U-39

    MESES

    %MA

    LHASEM

    AUTOMTICO

    JAN FEV MAR

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    25

    Portanto, essa foi a rotina de trabalho desenvolvida no programa. Os resultados

    observados, mesmo deixando algumas fora do foco, puderam ser claramente observados ao

    longo desse perodo, assim estaremos apresentando no prximo captulo.

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    26

    7 RESULTADOS OBTIDOS: CONFIABILIDADE OPERACIONAL, MENORES

    CUSTOS OPERACIONAIS.

    Como externamos no captulo anterior, ao longo do perodo que aqui analisamos

    desse programa, 2005 a 2007, alguns ajustes foram sendo feito, enfatizando o trabalho em

    algumas unidades em detrimento das demais. Isso porque, alm de no dispormos da

    dedicao de todos profissionais inicialmente envolvidos, por outras prioridades surgidas,

    buscou-se focar em algumas que trouxesse um melhor retorno para a refinaria como um todo.

    Quando foram selecionadas as 5 unidades, o resultado esperado era atuar nos

    processos considerados o corao da refinaria, no caso: Trs Destilaes U4, U9 e U32 e

    as duas unidades de craqueamento cataltico fluido U6 e U39. Estas unidades influenciam

    diretamente o resultado das demais, j que compem o incio da cadeia de unidades de

    transformao da refinaria, como visto na figura 02 do captulo 1 desse trabalho.

    A melhoria gradual na disponibilidade de malhas em automtico ficou evidente

    nas unidades foco e trouxeram resultados tambm interessantes quanto a outros indicadores

    da refinaria.

    Aqui podemos ver na figura 15 as quatro semanas do ms em referncia.

    Unidades, com exceo da U4, que no chegavam a atingir 55% de disponibilidade. Ateno

    especial para U9, com 41% e U6 com 54% de mdia das quatro semanas. Estas duas unidades

    receberam ateno especial ao longo do programa e daremos um zoom em seus desempenhos

    em separado.

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    27

    MALHAS DE CONTROLE DA RLAM- JULHO/05

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    U-04 U-09 U-32 U-06 U-39

    UNIDADES

    %M

    ALHASAUTOMTICAS

    SEMANA 01

    SEMANA 02

    SEMANA 03

    SEMANA 04

    Figura 15 - Grfico com resultado do percentual de MALHAS EM AUTOMTICO:

    amostragem semanal (JULHO/2005).

    Ao longo de 2006, podemos ver como caminharam essas disponibilidades, figura

    16, a seguir. Aqui so demonstradas as mdias mensais ao longo do ano. Os gaps observadosna U4, U6 e U39, assim com em alguns meses ocorreram por algumas paradas programadas

    nessas unidades. Porm, observa-se que j atingimos patamares mais elevados, destacando-se

    U6 e U9. Comparando com junho de 2005 vemos a evoluo, por exemplo, da U9 de 41%

    para at 73% e a U6 de 54% para 81,5% nos seus melhores resultados de 2006.

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    28

    % MALHAS DE CONTROLE DA RLAM - ANO DE 2006

    0,00

    20,00

    40,00

    60,00

    80,00

    100,00

    U-04 U-09 U-32 U-06 U-39

    MESES

    %M

    ALHASEM

    AUTOMTICO

    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    Figura 16 - Grfico com resultado do percentual de MALHAS EM AUTOMTICO:

    amostragem mensal (2006).

    Essas unidades, principalmente, chegaram a esses nveis de forma sustentada. Isso

    pode ser visto em outro grfico, visto na figura 17 a seguir, dando uma viso de 2007.

    % MALHAS DE CONTROLE DA RLAM - ANO DE 2007

    0,00

    20,00

    40,00

    60,00

    80,00

    100,00

    U-04 U-09 U-32 U-06 U-39

    MESES

    %M

    ALHASEMAUTOMTICO

    JAN FEV MAR

    Figura 17 - Grfico com resultado do percentual de MALHAS EM AUTOMTICO at

    maro de 2007.

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    29

    Como j comentado, priorizamos as U6 e U9, pois estas puderam receber

    efetivamente uma ateno mais dedicada da equipe. Assim, como espervamos, os resultados

    apareceram. Na figura 18 abaixo, evidenciamos essas duas unidades no perodo entre

    julho/2005, incio dos relatrios apresentados, at maro de 2007. Mostramos o resultado de

    julho de 2005, e a evoluo ao longo de 2006 at maro de 2007.

    Disponibilidade de Malhas em Automtico

    0,00

    10,00

    20,00

    30,00

    40,00

    50,00

    60,00

    70,00

    80,00

    90,00

    U-09 U-06

    (%)

    jul/05

    jan/06

    fev/06

    mar/06

    abr/06

    mai/06

    jun/06

    jul/06

    ago/06

    srt/06

    out/06nov/06

    dez/06

    jan/07

    fev/07

    mar/07

    Figura 18 Resultados atingidos pela U9 e U6 de 2005 a 2007.

    Quando desenvolvemos o indicador, optamos por deix-lo com uma leitura diretada condio de cada malha, aberta ou fechada, sem nos preocupar em expurgar

    automaticamente algumas condies operacionais que levavam a condio de manual.

    Unidade parada, unidade em folga operacional, subsistemas ociosos e em manual, por

    exemplo. Essas condies, no entanto, deveriam ser descritas na anlise crtica pelas equipes.

    Essa caracterstica foi estabelecida para garantir que as equipes, engenheiro de

    acompanhamento, operador destacado, fizessem um efetivo acompanhamento da condio

    da unidade em cada perodo, ampliando seus conhecimentos da unidade. Como estvamos

    passando por um processo de admisso de novos engenheiros e tcnicos na refinaria, essa

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    condio, acredito, foi um primeiro grande resultado, no visvel talvez, mas fundamental

    para atingirmos outros mais visveis para a refinaria.

    1 Resultado - Maior conhecimento sobre as unidades de processo da

    refinaria.

    Como j citamos no captulo 4, um dos objetivos desse programa era minimizar o

    custo da no confiabilidade da refinaria. Esse indicador desenvolvido, Custo da No

    Confiabilidade, gerado pelos seguintes principais componentes:

    - Perdas de faturamento por paradas indesejveis provocadas por equipamentos;

    - Custo de manuteno por falhas em equipamentos.

    Como unidade de medida, esse indicador usa o dlar, ou seja, dinheiro que

    gasto de forma indesejvel ou que se deixa de ganhar. Portanto, evidente ser de grande

    importncia para qualquer empresa. Mostramos ento, a evoluo desse indicador nesse

    perodo analisado, figura 19 abaixo.

    8.0

    17

    2.6

    59

    2.8

    01

    14

    .386

    6.6

    19

    6.2

    16

    20

    .938

    10

    .652

    10

    .887

    27

    .315

    16

    .736

    39

    .183

    19

    .543

    47

    .266

    22

    .741

    51

    .687

    29

    .295

    54

    .289

    35

    .134

    58

    .602

    40

    .986

    64

    .278

    48

    .378

    71

    .492

    55

    .025

    77

    .676

    60

    .371

    0

    10.000

    20.000

    30.000

    40.000

    50.000

    60.000

    70.000

    80.000

    U$(mil)

    jan

    /05

    jan

    /07

    fev

    /06

    m

    ar/

    05

    m

    ar/

    07

    a

    br/

    06

    m

    ai/05

    m

    ai/07

    jun

    /06

    jun

    /05

    jil/07

    ago

    /06

    s

    et/05

    s

    et/07

    o

    ut/06

    nov

    /05

    nov

    /07

    dez

    /06

    CUSTO DA NO CONFIABILIDADE (ACUMULADO)

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    Figura 19 - Grfico com resultado do custo da no confiabilidade.

    Portanto, podemos verificar que houve uma grande evoluo nesse indicador.

    Claro que no se pode associar todo esse ganho disponibilidade de malhas em automtico,

    pois outras aes tambm foram desenvolvidas. No entanto, uma unidade com maior nmero

    de malhas em automtico, tem uma melhor controlabilidade, sendo, portanto, mais confivel.

    Aqui, ento podemos mostrar um segundo resultado desse trabalho:

    2 Resultado: Confiabilidade Operacional.

    Um outro resultado observado, que pode servir de grande estmulo para qualquer

    empresa a realizar um trabalho semelhante o observado com a diminuio do Custo da No

    Confiabilidade, mostrado na figura 19 acima. Essa reduo , num sentido amplo, custo de

    operao. Portanto, temos um terceiro resultado desse trabalho:

    3 Resultado: Menores Custos Operacionais

    Resultado esse que, pelas elevadas cifras em que gira a operao de uma refinaria

    ou planta petroqumica, mais do que justifica um esforo de seu corpo tcnico nesse caminho

    e uma ateno especial do corpo gerencial no sentido de dar o apoio necessrio.

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    8 CONCLUSO.

    Quando fomos lanados a enfrentar o desafio de coordenar esse programa tivemos

    muitas dvidas sobre a assertividade do diagnstico do problema de baixa confiabilidade.

    Tambm havia dvidas sobre se seria na rea de manuteno que deveria estar essa

    coordenao. Assim, uma das primeiras iniciativas foi definir o corpo tcnico com a

    multidisciplinaridade adequada (engenheiro de processo, engenheiro de instrumentao,

    tcnico de instrumentao e operador de processo), selecionar indicadores corretos

    (disponibilidade de malhas em automtico) para saber o onde estamos e acompanhar a

    evoluo do programa. Esses foram os pilares que sustentaram todo o trabalho. Com uma

    equipe multidisciplinar, tendo objetivos e metas bem esclarecidos, a coordenao fica

    facilitada. Definindo bem um indicador, simples e amigvel, fica fcil observar e divulgar os

    resultados. Assim, a recomendao Planeje sua estratgia, crie um mapa da rota inicial e

    comunique para todos da organizao (ERTC, 2002) foi buscada.

    Voltamos, ento, s questes que formulamos na introduo desse trabalho:

    - Usamos efetivamente o potencial de automao disponvel em nossa unidade?

    Com o desenvolvimento do aplicativo Controle Regulatrio e verificando seus

    resultados em 2005, evidenciamos que realmente, no que se referia Disponibilidade de

    Malhas em Automtico, ns no usvamos esse potencial. E isso foi o que perseguimos ao

    longo de todo o trabalho que, embora com as correes de rumo ao longo do perodo, as reas

    onde pudemos manter o foco at o final, esse uso efetivo j est em patamares bem melhores.

    - As equipes tcnicas conhecem, efetivamente, as unidades que trabalham?

    Como j citado, a refinaria vem passando por um processo de renovao de

    pessoal e a forma como montamos o modus operandi proporcionou uma evoluo

    considervel do conhecimento dessas unidades. O prprio mapeamento de problemascrnicos, de soluo de longo prazo, e estudos ou intervenes mais complexas exigidos traz

    esse know-how equipe.

    - Estamos focando nossos esforos no que pode agregar mais resultados ao

    negcio?

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    Quando relatamos que a cada fim de perodo de avaliao tnhamos um sentimento

    de muito esforo sem resultado, ficou evidente que a resposta era no. Lembrando a metfora

    do rato na roda, que tanto corre, mas no sai do lugar. Assim, com o direcionamento do

    trabalho na alavancagem da disponibilidade de malhas em automtico, as unidades passaram a

    ganhar uma maior estabilidade e os resultados financeiros comearam a aparecer: houve uma

    diminuio do custo operacional de R$ 34 milhes de reais entre 2005 e 2006 devida a

    melhoria da confiabilidade da RLAM.

    evidente que ainda h muito caminho a percorrer, pois, focamos em apenas

    duas unidades e temos outras importantes a alavancar seus resultados, alm de chegarmos aos

    100% dessas. Porm, os resultados j atingidos deixam o exemplo de como chegar l.

    Portanto, o modelo de como estruturar, acompanhar e controlar esse programa a

    contribuio que esse trabalho busca deixar, ou, pelo menos, levar a maior discusso sobre o

    tema. O sucesso, ento, exige persistncia e disciplina, com um forte apoio do corpo gerencial

    no sentido de direcionar os recursos, humanos principalmente, para esse fim.

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    34

    REFERNCIAS BILBLIOGRFICAS.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 5462: Confiabilidade e

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    AMERICAN PETROLEUM INSTITUTE. API-610: Centrifugal Pumps for General Refinery

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    PETROBRAS. Diretrizes de Confiabilidade. Disponvel em: .

    Acesso em 27 de maio de 2007.

    PETROBRAS / RLAM / GERENCIA DE COMUNICAO (Org.). RLAM portas abertas.

    So Francisco do Conde, 2006. CD-ROM.

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    35

    BIBLIOGRAFIA.

    Andrade, J.C.S.; Guimares, M.C.L.; Santos, S.M.C (Organizadores). Trabalhos de

    Concluso do Curso de Especializao em Gesto Empresarial/Turma Petrobras.Salvador: UFBA/Escola de Administrao, 2005.

    CONFIABILIDADE. Conceito de Disponibilidade. Disponvel em:

    . Acesso em: 09 de maio de 2007.

    CYBERTCNICA, Apostila de Treinamento: PI-Process Book & PI-Data Link. So Paulo,

    2004. Endereo do site . Acesso em 03 de maio de 2007.

    ECO, Humberto. Como se Faz uma Tese. 14 ed. So Paulo: Editora Perspectiva, 1998.

    FIEB. Federao das indstrias do Estado da Bahia. Endereo do site:

    . Acesso em 02 de maio de 2007.

    GTF, Global Technology Frum. Disponvel em . Acesso em 04 de

    maio de 2007.

    PETROBRAS. Portal de Confiabilidade da RLAM. Disponvel em

    . Acesso em 27 de maio de 2007.

    PIPORTAL. Disponvel em . Acesso em 03 de maio de 2007.

    SALOMON, Dlcio Vieira. Como Fazer uma Monografia. 9 ed. So Paulo: Martins Fontes,

    1999.

    SIMC-BA. Secretaria da Indstria Comrcio e Minerao do Estado da Bahia. Endereo dosite: www.sicm.ba.gov.br . Acesso em 02 de maio de 2007.

    YOKOGAWA. Disponvel em < http://www.yokogawa.com >. Acesso em 03 de maio de

    2007.

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    ANEXO A MAPEAMENTO DE PROBLEMAS DE MALHAS EM MANUAL

    Controle Regulatrio U-06 - Grupo: Navarro (OT/AP), Henrique (CB/CCF), lvaro (MI/EI) e Walter Martins (EN).

    N Tag Problema Ao Prioridade Por Situao

    1 AIC6002 indicao est OK. No controlador,s indica?

    Checar fechamento damalha, campo e P&I

    5 Grupo eOT

    -

    2 AIC6003 em aberto, provavelmente tomadaobstruda. No controlador, s indica?

    Checar fechamento damalha, campo e P&I.

    Relocar tomada obstruda

    5 Grupo eOT

    -

    3 FIC6016 ao lenta e com off-set Sintonizar 2 OT Sintonizado/manter em AUT

    4 FIC6017 ao lenta e com off-set Sintonizar 2 OT Sintonizado/manter em AUT

    5 FIC6037 no opera mais (reprocesso de GLPcorrosivo na U06)

    Cancelar 5 OT -

    6 FIC6675 no indica Diagnosticar problema/propor soluo

    1 EI -

    7 FRC6036 est operando bem em AUT, masindica vazo quando abertura davlvula indica 0%

    Reparar vlvula e manterem AUT

    1 EI / CCF Manter

    8 LIC6008 no existe mais Solicitar retirada doclculo

    1 TI/Lauro -

    9 PDIC6614 no existe mais (leo na caldeira deCO)

    Solicitar retirada doclculo

    1 TI/Lauro -

    10 PDRC6002 est operando bem em AUT Manter 1 CCF Manter

    11 FIC6018 gua nas tomadas frequentemente Selar linhas de impulso(ver SE existente)

    1 EI -

    12 FIC6019 gua nas tomadas frequentemente Selar linhas de impulso(ver SE existente)

    1 EI -

    13 FIC6027 no opera mais Solicitar retirada doclculo

    1 TI/Lauro -

    14 FIC6028 no opera mais Solicitar retirada doclculo

    1 TI/Lauro -

    15 FIC6029 opera normalmente em automtico(para baixas presses h conflito entrePIC e FIC)

    Manter, mas estudarsoluo

    2 Grupo Manter

    16 FRC6001 Colocado em manual quando chove(vapor traado?) Diagnosticar problema/propor soluo 1 EI -

    17 FRC6017 para vazes

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    24 FRC6025 gua nas tomadas frequentemente Selar linhas de impulso(ver SE existente)

    1 EI

    25 FRC6026 gua nas tomadas frequentemente Selar linhas de impulso(ver SE existente)

    1 EI

    26 FR6006 gua nas tomadas frequentemente Selar linhas de impulso

    (ver SE existente)

    1 EI

    27 FRC6046 gua nas tomadas frequentemente Selar linhas de impulso(ver SE existente)

    1 EI

    28 FRC6007 indica vazo com indicao 0% deabertura da CV

    Testar malha 3 EI -

    29 FRC60100 indica vazo com indicao 0% deabertura da CV

    Testar malha 1 EI -

    30 LRC6006 ao lenta e com off-set Sintonizar 2 OT Sintonizado/manter em AUT

    31 FRC6010 indicao no confivel (P selagem dastomadas com LCO < P da borra?)

    Checar FD das bombas deLCO e de Borra. Propor

    soluo

    2 Grupo -

    32 FRC6013 ao lenta Sintonizar 1 OT -

    33 LR6005 ao lenta Sintonizar 1 OT -34 LRC6005 testar 2 OT -

    35 LIC60100 indica vazo com indicao 0% deabertura da CV

    Testar vlvula 2 EI -

    36 PIC6011 testar Reparar vlvula 1 EI

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAESCOLA POLITCNICA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA INDUSTRIALLABORATRIO DE CONTROLE E OTIMIZAO INDUSTRIAL - LACOI

    Rua Prof. Aristides Novis, n. 02, 6 andar,F d S l d BA