Pós-História_ _ Rodolfo Geiser
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7/29/2019 Ps-Histria_ _ Rodolfo Geiser
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istria? | Rodolfo Geiser
www.rodolfogeiser.com.br/site/textos-e-reflexoes/pos-historia-um-paralelo-entre-cultura-e-natureza/[05/03/2013 00:35:51]
Incio Ps-Histria? Um paralelo entre Cultura e Natureza.
Date:abril 23, 2012 Autor:admin Tags:cincia, cultura, diversidade,fukuyama,histria, natureza,recursosCategory: Textos e Reflexes,
Em diversos momentos de minha vida, durante estes ltimos anos, tenho utilizado em dilogos o termo ps-histria. A maioria das pessoas o estranha e me vejo
intelectualmente obrigado a expor em mnimas palavras o que estou pensando. Em primeiro lugar, devo esclarecer que no o estou utilizando no conceito adotado pelo
nipo-norte-americano FUKUYAMA, que o utilizou l pelos anos 1980. De maneira bastante resumida, - e talvez simplificada,- ele dizia que, em funo de um mundo
globalizado e neo-liberal, haveria uma economia mundial nica, a qual todos os habitantes do mundo teriam de se curvar e se adaptar. No haveria mais guerrasmundiais. Seria o "fim da Histria".
Tais colocaes lhe granjearam inmeros inimigos, principalmente entre os historiadores. Por outro lado, ganhou alguns poucos e poderosssimos amigos: todos aqueles
que representam a minoria privilegiada que detm a imensa parcela dos recursos financeiros em prol de seus prprios interesses. Surge, em conseqncia, aquilo que
muitos de ns j comentamos no dia -a-dia: o capital est concentrado nas mos de poucos em prejuzo da imensa maioria da populao mundial. O prejuzo global passa
desapercebido at pelos prejudicados, devido ao da mdia comprometida com o capital, e por assim dizer, com a des-educao geral. So incalculveis os recursos
financeiros exigidos para criao da imagem institucional globalizada, a fim de tornar tal situao irreversvel, como tambm para reforar a tendncia mundial em no
canalizar quaisquer recursos para a educao da maioria desprivilegiada. O propsito administrativo-financeiro-cultural claro, pois qualquer dose de educao faria com
que essas pessoas se conscientizassem e passassem a agir em sentido contrrio ao movimento globalizado - neoliberal ( ou como costumava chamar Leonel Brizola,-
neo-colonialista.) O conceito de FUKUYAMA, portanto, nitidamente ideolgico, uma vez que parciais e dirigido a interesses especficos. Foi tanta a gritaria dos
oponentes que at os interessados nas suas idias deixaram de utilizar o termo "ps-histria". Na realidade, em termos prticos, seu sentido "foi queimado".
Entretanto, o termo pode e deve continuar a ser utilizado, mas com um sentido muito mais amplo e esclarecedor dos tempos atuais da humanidade e sem qualquer vnculo
com a ideologia, pois fornecer subsdios valiosssimos para cada um de ns pensar o momento presente. Para tanto, evocaremos o pensamento do filsofo tcheco-
brasileiro VILEM FLUSSER. Seu livro, "Ps-Histria - vinte instantneos e um modo de usar" publicado em 1983 pela Livraria Duas Cidades, trata de diversas situaes
em que o homem moderno se defronta, tais como sade, recreao, nossas roupas, nosso trabalho, nossa escola e assim por diante. Mas no nossa inteno
comentar essas linhas de pensamento para chegar ao que estamos pretendendo aqui. Relembremos a definio que ele deu ao termo no Glossrio apresentado em seu
livro "Filosofia da Caixa Preta", de 1985: "Ps-Histria: processo circular que retraduz textos em imagens". Interpretando a definio flusseriana, as caractersticas da Ps
Histria poderiam ser assim resumidas:
1. Predomnio da imagem sobre o texto. Seriam as Imagens mais eficazes que os Textos para se efetuar a comunicao e troca de informaes entre as pessoas? Basta
constatar o predomnio da televiso sobre a leitura de livros e a presena macia, em todo o mundo, dos smbolos da "Coca Cola" e da "McDonalds;
2. Comunicao mundial instantnea. Basta constatar as transmisses instantneas da Frmula Um e Copa do Mundo, onde milhes se globalizam com as mesmas
imagens e paixes;
3. A prestao de servios. Das atividades humanas, torna-se a mais importante de todas, predominando percentualmente sobre a agricultura e a indstria;
4. Conceitos bsicos tornam-se difusos e confusos. Confunde-se, por exemplo, natureza com cultura ( tulipa e vaca holandesa no so naturais, mas frutos da cultura).
A situao piora com seres hbridos como o chester, - galinha grande/peru pequeno -, bem como as ovelhas e vacas clonadas. O homem clonado, que acontecer embreve (se que j no existe), no far mais parte do Reino Animal, quando era classificado como homo sapiens, mas ser produto da Cultura Humana, no obstante
construdo sobre base natural (genes). Outro exemplo a relao real x virtual. Os conceitos expostos acima afetaro a percepo da realidade pelos seres humanos,
que tero dificuldades para diferenciar o real do virtual;
5. Recursos naturais e o lixo. Um dos maiores problemas humanos o manejo dos recursos naturais, com um novo elemento altamente agravante que o lixo produzido
pela cultura e seu destino na Natureza. Vale ressaltar dois tipos de lixo: o externo, restos industriais, domsticos, produtos txicos injetados no ambiente e tantos outros
que interferem no manejo dos recursos naturais; e o lixo interno, representado pelo imenso volume de idias e informaes disponveis nos espaos ambientais, que
interferem diretamente na mente humana que tem dificuldades em distingu-los, diferenci-los e digeri-los. Surgem dois profissionais novos para tratar desses lixos,
respectivamente, Eclogos e Psiclogos.
Tais caractersticas, da, sim, levam globalizao, que pode ser considerada como a uniformizao da cultura humana. Uniformizao no sentido de sua tendncia em
igualar-se mundialmente, independente de raa, lngua e nao.
Na realidade, penso que FUKUYAMA pode ter eventualmente detectado tais caractersticas do presente momento histrico, mas no as verbalizou e muito menos as
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exps. Talvez tenha guardado para si tais informaes, reduzindo seu contedo afirmao ideolgica da vitria do Capitalismo sobre o Socialismo. Do capitalismo
global, nico,
invencvel. Ponto final da cultura humana a partir do qual nada mais mudar. Donde a indagao necessria: ser o fim da Histria?
Ideologia da igualao X Filosofia da diversidade
Igualao, seja l do que for, o princpio do fim. No caso da Natureza, o que a sustem a diversidade de vida, animal e vegetal, convivendo em equilbrio. Alterado o
equilbrio, segue-se o desequilibro com a perda do solo, a falta de gua, a intoxicao da cadeia alimentar, a poluio do ar e das guas sob todas as formas. Perdem-se
as condies essenciais para a sustentao da Vida.
Esse cenrio vale para o Homem. Talvez o problema ainda no seja sentido pela maioria dos habitantes do planeta. Mas a diversidade de culturas que propicia sua
manuteno e evoluo. Igualadas as culturas, corre-se o risco da perda da capacidade de criao e evoluo cultural, alm do fato de que a igualao promove tambmo controle sobre os seres humanos, sobretudo no plano poltico. Nazismo puro metamorfoseado atravs da informao e da mdia em globalizao inevitvel.
Risco na Natureza o seguinte: a formiga sava sempre existiu no Brasil antes de sua "descoberta", convivendo entre as demais formas de vida. Derrubadas as matas,
desapareceram seus controladores naturais, como os pssaros e os tamandus, e ela se expandiu incomensuravelmente passando a devorar nossas lavouras. Nos
morros inspitos de Israel tentaram o reflorestamento com 3 ou 4 espcies vegetais adaptveis, mas insuficientes para a manuteno de um estado vital de equilbrio.
Resultado: surgiu uma broca que causa danos irreparveis.
Nesse sentido, a viso do Eclogo em favor da diversidade vale tambm para a cultura humana. E um olhar ecolgico sobre as tendncias da economia mundial vai,
certamente, preconizar a desconcentrao da renda; a promoo das mdias e pequenas empresas, urbanas ou rurais; a diversidade na educao e na cultura. O
Presidente Clinton pensou um pouco nessa linha quando tentou desarticular parcialmente o monoplio de informtica de Bil Gates. Mas com a vitria dos republicanos,
suas propostas foram derrotadas e esquecidas.
Podemos questionar: se as caractersticas que envolvem o conceito de Ps Histria de FLUSSER levam mesma idia de globalizao, indiretamente defendida por
FUKUYAMA, ento ambos os conceitos so idnticos? Tal concluso no seria verdadeira. Se fssemos desenhar o conceito de FUKUYAMA, criaramos uma reta e um
ponto, enquanto que no desenho conceitual de FLUSSER, faramos um crculo. Eu ainda proporia representar o conceito flusseriano por uma espiral, como aquela que
envolve as pginas dos cadernos escolares. Porque os movimentos circulares vo sempre ocorrendo numa seqncia contnua, ao passo que no movimento espiral, o
processo iniciado no volta ao mesmo ponto de origem, mas vai somente em sua direo, seguindo sempre o movimento circular, mas ligeiramente afastado do anterior.
Sugere, pois, uma evoluo.
FLUSSER pensou assim: Pr-Histria o domnio de imagens (lembram-se dos desenhos encontrados nas cavernas?) e ausncia de textos; Histria a traduo de
imagens em textos; e Ps-Histria, a retraduo circular de textos em imagens. Eu diria que, com o predomnio da imagem sobre o texto, ocorre uma espcie de
inverso de valores para uma grande maioria da humanidade, enquanto que uma minoria, previamente vacinada e em certo sentido imune propaganda, vai acumuland
informaes e as vai repassando propaganda e ao marketing, a fim de manter o controle da maioria. Como as informaes vo se acumulando exponencialmente, o
movimento da Histria no seria propriamente um circulo, mas um movimento circular continuo em forma de espiral. A Histria mesmo nunca vai se acabar, como os
crticos de FUKUYAMA concluram.
Para FLUSSER, no meu entender, interessa ter um conceito para Ps-Histria, que sirva simplesmente de modelo para pensar o momento presente. Uma vez captado eutilizado o modelo, pode ser descartado, ou seja, no necessita ser eternizado em ideologia.
Rodolfo Geiser,
Engenheiro Agrnomo.
1 semestre de 2006.
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