POSTAL 1136 - 16 JAN 2015

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Director Henrique Dias Freire • Ano XXVII • Edição 1136 • Quinzenário à sexta-feira • 16 de Janeiro de 2015 • Preço 1 ÀS SEXTAS EM CONJUNTO COM O PÚBLICO POR 1,60 PUB Veja anúncio pág. 12 > Seis associações empresariais da região enviaram a 80 autori- dades nacionais e à holding in- ternacional Inter IKEA um me- morando esclarecendo a oposição ao projecto comercial gigante que a multinacional quer implantar no Algarve. A contestação sobe de tom e pas- sa para o plano político e inter- nacional depois de já estar a correr nos tribunais, com ACRAL, NERA, AHETA, ANJE - Al- garve, CEAL e AEQV a não baixa- rem os braços na “defesa dos interesses da região” p. 2 Contestação ao IKEA sobe de tom > Mais 700 mil euros investidos na mobilidade urbana em São Brás de Alportel colocam a autar- quia presidida pelo socialista Vítor Guerreiro mais próxima de concluir o anel norte de circun- valação da cidade. Uma aposta que está prestes a chegar ao fim, já só falta um troço p. 5 Faro enterra maioria dos contentores de lixo da cidade Requalificação urbana: > 3 PUB BRUNO PIRES RICARDO CLARO Circular norte mais próxima de estar terminada SÃO BRÁS Vila Real decidiu recorrer ao FAM FINANÇAS AUTÁRQUICAS > 6 Médicos internos reforçam hospitais SAÚDE > 7 RICARDO CLARO JUNIORES CA Resistência: A Sociedade Polis tomou posse administrativa de casas na Ilha de Faro, mas não todas, a parada subiu e a discussão já se faz em alguns casos em tribunal > 7 Demolições na Ilha de Faro avançam ‘em breve’ EM FOCO 2 FARO VAI ENTERRAR CONTENTORES DO LIXO 3 WOLFGANG MIEDER É HOSPEDE DE HONRA DE TAVIRA 4 SÃO BRÁS A CAMINHO DE FECHAR CIRCULAR NORTE 5 VILA REAL RECORRE AO FUNDO DE APOIO MUNICIPAL 6 DEMOLIÇÃO DE CASAS ILEGAIS NA PRAIA DE FARO AVANÇA EM BREVE 7 CLASSIFICADOS 8

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• CONHEÇA O POSTAL DESTA SEMANA! • (Sexta-feira 16/01) nas bancas com o jornal PÚBLICO • LEIA E PARTILHE A INFORMAÇÃO INDISPENSÁVEL SOBRE O ALGARVE • * NESTA EDIÇÃO COM O CULTURA.SUL * EM DESTAQUE NESTA EDIÇÃO: > Contestação ao IKEA sobe de tom > Faro enterra maioria dos contentores de lixo > Demolições na Ilha de Faro avançam “em breve” > São Brás abre mais um troço da circular norte > Vila Real recorre ao FAM > Médicos internos reforçam hospitais • POUPE centenas de euros ao assinar o POSTAL por 30€ anuais com o Plano de Saúde gratuito em medicina dentária, estética e ginásio • PRÓXIMA EDIÇÃO DO POSTAL dia 6 de Fevereiro: o indispensável sobre o Algarve

Transcript of POSTAL 1136 - 16 JAN 2015

Director Henrique Dias Freire • Ano XXVII • Edição 1136 • Quinzenário à sexta-feira • 16 de Janeiro de 2015 • Preço € 1

ÀS SEXTAS EMCONJUNTO COM OPÚBLICO POR €1,60

PUB

Veja anúncio pág. 12

> Seis associações empresariais da região enviaram a 80 autori-dades nacionais e à holding in-ternacional Inter IKEA um me-m o r a n d o e s c l a r e c e n d o a oposição ao projecto comercial gigante que a multinacional quer implantar no Algarve.

A contestação sobe de tom e pas-sa para o plano político e inter-nacional depois de já estar a correr nos tribunais, com ACRAL, NERA, AHETA, ANJE - Al-garve, CEAL e AEQV a não baixa-rem os braços na “defesa dos interesses da região” p. 2

Contestação ao IKEA sobe de tom

> Mais 700 mil euros investidos na mobilidade urbana em São Brás de Alportel colocam a autar-quia presidida pelo socialista Vítor Guerreiro mais próxima de concluir o anel norte de circun-valação da cidade. Uma aposta que está prestes a chegar ao fim, já só falta um troço p. 5

Faro enterra maioria dos contentores de lixo da cidade

Requalificação urbana:

> 3

PUB

BrUno Pires

ricardo claro

Circular norte mais próxima de estar terminada

SÃO BRÁS

Vila Real decidiurecorrer ao FAM

FINANÇAS AUTÁRQUICAS

> 6

Médicos internos reforçam hospitais

SAÚDE

> 7

ricardo claro

JUNIORESCA

Resistência: A Sociedade Polis tomou posse administrativa de casas na Ilha de Faro, mas não todas, a parada subiu e a discussão já se faz em alguns casos em tribunal > 7

Demolições na Ilha de Faro

avançam ‘em breve’

EM FOCO 2 FARO VAI ENTERRAR CONTENTORES DO LIXO 3 WOLFGANG MIEDER É HOSPEDE DE HONRA DE TAVIRA 4 SÃO BRÁS A CAMINHO DE FECHAR CIRCULAR NORTE 5

VILA REAL RECORRE AO FUNDO DE APOIO MUNICIPAL 6 DEMOLIÇÃO DE CASAS ILEGAIS NA PRAIA DE FARO AVANÇA EM BREVE 7 CLASSIFICADOS 8

em foco

Associações empresariais reforçam contestação ao IKEAAssociações do Algarve levam discussão do centro comercial IKEA a 80 entidades nacionais e protestam junto da IKEA internacional

Ricardo [email protected]

O PROJECTO DE UM GIGANTE CONJUNTO COMERCIAL a ins-talar pelo grupo IKEA em Loulé, junto ao nó da Via do Infante de acesso ao Aeroporto de Faro, le-vou várias associações empresa-riais do Algarve a entregar a 80 autoridades nacionais um me-morando que manifesta a oposi-ção das associações ao avanço do investimento da multinacional.

Além das autoridades nacio-nais as associações remeteram ainda a sua posição contra o projecto para análise pelo Con-selho de Administradores da Inter IKEA Holding S.A., sediado na Bélgica.

Sobe assim de tom a contes-tação ao mega centro comercial IKEA no Algarve que passa a es-tar nas esferas políticas nacionais e na mesa da multinacional IKEA a nível internacional.

AUTORIDADES NACIONAIS DE-TERMINAM ACOMPANHAMENTO DA SITUAÇÃO Isso mesmo resul-ta, esclarece a ACRAL em nota de imprensa, da atenção dada pela Casa Civil da Presidência da República, da Presidente da Assembleia da República e do Gabinete do Primeiro Ministro terem remetido o memorando enviado pelas associações re-gionais para análise e acompa-nhamento pelos Ministério da Economia, secretário de Estado do Ordenamento do Território e Recursos Naturais e pelas Comis-sões Parlamentares de Ambiente, Ordenamento do Território e Po-der Local e de Economia e Obras Públicas.

Para Victor Guerreiro, presi-dente da ACRAL, em declarações ao POSTAL, “as mais altas autori-dades nacionais deram à exposi-ção das associações empresariais da região a merecida atenção face à gravidade dos riscos que

o projecto IKEA representa”.O dirigente associativo re-

alça que “com esta tomada de posição as associações empre-sariais algarvias envolvidas no processo reforçam no campo político a oposição ao projecto IKEA para o Algarve que já está a ser contestado nos tribunais administrativos”.

SEIS ASSOCIAÇÕES EMPRESARIAIS OPÕEM-SE AO PROJECTO IKEA As associações envolvidas na luta contra o projecto IKEA incluem ACRAL, ANJE - Associação Na-cional dos Jovens Empresários - Algarve, a CEAL - Confederação dos Empresários do Algarve, A AHETA - Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, AEQV - Associação dos Empresários de Quarteira e Vilamoura e NERA - Associa-ção Empresarial da Região do Algarve, que lutam na barra dos tribunais e agora junto do poder político nacional contra as pre-ensões de instalar em Loulé um gigante comercial.

IKEA QUER INSTALAR LOJA DA MARCA, 220 LOJAS EM CENTROS COMERCIAIS E DUAS MEGASTO-RES O projecto do IKEA prevê a instalação de dois centros co-merciais com um total de 220 lojas, além de duas megastores e de uma loja IKEA e de acordo com as associações empresa-rial esta configuração “exage-rada” de espaços comerciais põe em causa a sobrevivência da economia local, nomeada-mente na área do comércio, o emprego e o equilíbrio econó-mico e social regional, além de afectar questões ambientais sensíveis.

Para Victor Guerreiro, o momento é de acção. “Não podemos deixar que o tecido empresarial da região, consti-tuído essencialmente por pe-quenas e médias empresas, e

os postos de trabalho que lhes estão associados sejam postos em causa por um projecto co-mercial de dimensão megaló-mana que põe mesmo em cau-sa a sobrevivência de outras grandes superfícies comerciais já instaladas no Algarve, numa região que já tem a maior den-sidade de grandes superfícies comerciais do país”.

IKEA AVANÇA COM LIMPEZA DOS TERRENOS EM LOULÉ Entretan-to, o IKEA já iniciou os traba-lhos de limpeza dos terrenos que comprou junto ao nó da A22 de acesso ao Aeroporto de Faro. As máquinas iniciaram os trabalhos de desmatação nos últimos dias e mantêm--se a operar no local.

O grupo IKEA tem, de acor-do com o dirigente associati-vo, “ignorado de forma repe-tida as chamadas de atenção

dos agentes associativos e económicos algarvios para o sobredimensionamento do projecto e para os seus efei-tos devastadores”.

“Uma empresa que se promo-ve com base em valores ambien-tais e sociais sustentáveis não tem tido para com o Algarve e os algarvios um comportamen-to digno dos pergaminhos que apregoa”, refere o dirigente associativo, realçando que “as associações empresariais do Al-garve envolvidas neste processo não baixarão os braços até às úl-timas consequências”, acrescen-tando, que “os algarvios podem sempre contar connosco e com a nossa intervenção na defesa contra situações que põem em risco o equilíbrio da região”.

Uma insensibilidade que a Câmara de Loulé, refere Victor Guerreiro, tem tido igualmen-te quanto aos alertas sucessivos

dados sobre esta matéria” e que “não pode ficar sem uma res-posta adequada daqueles que devem defender os interesses dos algarvios, nomeadamente as associações sectoriais”.

ASSOCIAÇÕES EMPRESARIAIS QUEREM ACÇÃO DOS TRIBUNAIS O dirigente máximo da ACRAL realça que “nesta matéria as asso-ciações empresariais do Algarve têm tido uma posição de gran-de empenho e força, recorrendo quer aos tribunais, quer às auto-ridades competentes do Estado”, sublinhando nas declarações fei-tas ao POSTAL, que “ainda recen-temente entregámos no Minis-tério Público junto do Tribunal Administrativo um requerimen-to para que seja dado avanço aos processos pendentes relativos a esta situação.

O presidente da ACRAL refere que “não se opõe ao investimen-

to na região no sector do comér-cio, seja qual for a sua origem, o que está em causa é a despro-porção do projecto IKEA face à realidade económica e social da região e à oferta comercial de grandes superfícies comerciais já instalada”.

O líder da associação empre-sarial sublinha que “em maté-ria ambiental a QUERCUS e a ACRAL manifestaram fortes re-servas quanto aos impactes do projecto em sede de discussão do Estudo de Impacte Ambien-tal, nomeadamente sobre o im-pacto nos aquíferos afectados pela zona de implantação do IKEA”.

Victor Guerreiro conclui di-zendo que “ninguém nos de-moverá de lutarmos pelo bem do Algarve e dos algarvios e pelo apuramento integral de respon-sabilidades nesta matéria sejam judiciais, sejam políticas”.

ricardo claro

Ô Victor Guerreiro, presidente da ACRAL, uma das associações que lutam contra o projecto IKEA

2 | 16 de Janeiro de 2015

O que o IKEA quer instalar em Loulé:

Ô 220 lojas em dois centros comerciais

Ô Uma loja IKEA 21.300 m2

Ô Duas megastores 20.135 m2

Ô Área a lotear: mais de 40 mil m2

Ô Área edificada: 131.492 m2

Ô Localização:

Na área junto e a noro-este do nó de acesso ao Aeroporto de Faro da Via do Infante nos con-celhos de Loulé e Faro

região

16 de Janeiro de 2015 | 3

Faro vai enterrar contentores do lixoCandidatura ao Fundo Jessica vai permitir enterrar grande parte dos caixotes de resíduos indiferenciados da cidade

Ricardo [email protected]

A FAGAR, empresa municipal responsável pelo abasteci-mento de água, saneamento e resíduos sólidos do conce-lho de Faro vai enterrar gran-de parte dos contentores de lixo existentes no perímetro urbano de Faro.

Os tradicionais contento-res do lixo serão substituídos por subtainers enterrados em toda a área compreendida en-tre a Doca e a Rua Aboim As-censão e entre o Ria Mar e o entroncamento entre a Rua José de Matos e a Avenida Júlio de Almeida Carrapato. O projecto de enterramento de contentores abrange ain-da toda a Avenida Calouste Gulbenkian e a Avenida 5 de Outubro.

As obras avançam nos pró-ximos meses.

Substituídos vão ser 246 contentores à superfície por cerca de 70 subtainers enter-rados de grande capacida-de, num investimento total de cerca de meio milhão de euros. De acordo com Paulo Gouveia da Costa, presiden-te da Fagar, “deste valor 370 mil euros são oriundos de um empréstimo a cinco anos com condições de juros bonifica-

das no âmbito do fundo de requalificação urbana Jessica”.

MELHORIA SIGNIFICATIVA NA CI-DADE Para Rogério Bacalhau, em declarações ao POSTAL, “este projecto no qual a au-tarquia e a Fagar vêm traba-lhando há bastante tempo representa uma significati-va melhoria das condições de acondicionamento dos resíduos sólidos urbanos indiferenciados na cidade”.

“Ao nível da salubridade e dos odores, mas também na perspectiva da limpeza geral e da qualidade ambiental e visual este é um passo sig-nificativo que a cidade dá e constitui nessa perspectiva uma importante mais-valia para Faro”, refere o presiden-te da autarquia.

QUALIDADE AMBIENTAL, SAÚDE PÚBLICA E POUPANÇA Paulo Gouveia da Costa realça, por seu turno, “a melhoria da qualidade ambiental da ci-dade, com o desaparecimen-to de odores e escorrências que podem acontecer nos contentores de superfície” e “uma assinalável mais-va-lia em termos de condi-ções de saúde pública, uma vez que os conten-tores deixam de poder ser deixados a céu aberto ou acedi-dos por pessoas ou animais”.

P a r a a F a g a r , acrescenta o res-ponsável da em-presa, “haverá uma poupança significa-

tiva em lavagem de conten-tores, uma vez que serão em menor número, e em com-bustível gasto na recolha, dada a maior capacidade destes equipamentos, com os consequentes impactos positivos ambientais ao nível das emissões de carbono”.

A importância destes im-pactos positivos na cidade

e na qualidade de vida dos farenses e dos visitan-tes de Faro e, muito em

particular, os impac-tos visuais e a grande dimensão e relevo do

projecto, determinaram a escolha deste projecto

em conjunto com mais cinco no país - de entre as centenas de candi-datos ao Fundo Jessica - para ser assinado em

sessão pública que decorreu na passada quarta-feira em Santarém.

A sessão pública, que ocor-re já depois do fecho desta edição do POSTAL, conta com a presença do secre-tário de Estado do Desen-volvimento Regional e com David Santos na qualidade de presidente do Comité de Investimento do Fundo Jes-sica Portugal.

fotos: dr

Ô Imagem de um subtainer já instalado em Faro

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Rua de Santo António, n.º 68 - 5º Esq. 8000 - 283 FaroTelef.: 289 820 850 ¦ Fax: 289 878 342

[email protected] ¦ www.advogados.com.pt

Ô Os novos contentores enterrados e de grande capacidade evitam cheiros, escorrência de líquidos e melhoram o aspecto visual

Ô Rogério Bacalhau

Ô Paulo Gouveia da Costa

região

4 | 16 de Janeiro de 2015

Wolfgang Mieder é ‘Hóspede de Honra’ de TaviraProfessor é membro honorário da Associação Internacional de Paremiologia

d.r.

WOLFGANG MIEDER, natural de Nossen (Saxónia, Alemanha) é um distinto professor de Alemão e de Folclore na Universidade de Vermont (Estados Unidos da América) desde 1971. Perso-nalidade ligada a Tavira pelas razões que adiante se verão, recebeu no passado dia 16 de Dezembro a distinção de Dou-tor Honoris Causa pela Uni-versidade de Atenas (National and Kapodistrian University of Athens).

Para além dos vários cargos e funções desempenhadas na-quela universidade, o professor Mieder tem recebido as mais altas distinções, das quais se destacam: Europäischer Mär-

chenpreis (European Fairytale Prize), George V. Kidder Outs-tanding Faculty Award, Kro-epsch-Maurice Excellence in Teaching, Lifetime Scholarly Achievement Award from the American Folklore Society e Pi-tre International Folklore Prize, entre outras.

Folcloristas, linguistas, fraseo-logistas e outros académicos de todo o mundo são unânimes em afirmar a importância do uso dos provérbios na comunicação (oral e escrita). Da linguística à política, a sabedoria dos provér-bios tem ilustrado muitas das in-tervenções do professor Mieder ao longo dos oito Colóquios In-terdisciplinares sobre Provérbios

(ICPs) – http://www.colloquium--proverbs.org – sempre realiza-dos em Tavira, na primeira sema-na de Novembro.

Das cerca de duas dezenas de organizações profissionais, o professor Mieder é membro honorário da Associação Inter-nacional de Paremiologia/In-ternational Association of Pare-miology (AIP-IAP) – http://www.aip-iap.org – a única no seu gé-nero a nível mundial, dedicada ao estudo científico dos provér-bios e sediada em Tavira. O seu empenho pelo reconhecimento internacional da AIP-IAP e as oito comunicações apresentadas nos ICPs têm contribuído para que Tavira veja perpetuado o título Ô Jorge Botelho declarou Wolfgang Mieder ‘Hóspede de Honra’

pub

de “Cidade Capital Mundial dos Provérbios”.

Jorge Botelho, presidente da Câmara de Tavira, sempre atento a iniciativas que pro-jectem a cidade no espaço internacional, declarou o par-ticipante do ICP14, Wolfgang Mieder, “Hóspede de Honra” da cidade de Tavira.

Conforme refere Rui Soares, presidente da AIP-IAP e co-or-ganizador dos ICPs, “tal reco-nhecimento é uma nota huma-nista no vastíssimo curriculum vitae profissional do professor Mieder, pessoa amplamente elogiada como amiga do seu amigo, bem humorada, dedi-cada, leal e infinitamente pa-ciente”.

A AIP-IAP e os organizadores dos ICPs “felicitam o professor Mieder pelo apoio à divulga-ção das actividades paremio-lógicas realizadas na ‘Meca dos Provérbios’, slogan publicitário que reflecte a adaptação de um conhecido provérbio aos tem-pos presentes: ‘Todos os cami-nhos vão dar a Tavira’”.

Vila Real recorre ao Fundo de Apoio Municipal pág. 6

Anúncio de procedimento n.º 6934/2014

MODELO DE ANÚNCIO DO CONCURSO PÚBLICO

1 - IDENTIFICAÇÃO E CONTACTOS DA ENTIDADE ADJUDICANTE

NIF e designação da entidade adjudicante:

505176300 - Águas do Algarve, S. A.

Serviço/Órgão/Pessoa de contacto: Dr. José Manuel Perdigão, Administrador

Endereço: Rua do Repouso, n.º 10

Código postal: 8000 302

Localidade: Faro

Telefone: 00351 289899070

Fax: 00351 289899079

Endereço Eletrónico: [email protected]

2 - OBJETO DO CONTRATO

Designação do contrato: Aquisição de Serviços de Coordenação de Segurança para a Prestação de Serviços de Manutenção do Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água do Algarve.

Descrição sucinta do objeto do contrato: O contrato tem por objeto a Aquisição de Ser-viços de Coordenação de Segurança para a Prestação de Serviços de Manutenção do Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água do Algarve.

Tipo de Contrato: Aquisição de Serviços

Valor do preço base do procedimento 94.000.00 EUR

Classificação CPV (Vocabulário Comum para os Contratos Públicos)

Objeto principal

Vocabulário principal: 71317210

Valor: 94.000.00 EUR

3 - INDICAÇÕES ADICIONAIS

O concurso destina-se à celebração de um acordo quadro: Não

O concurso destina-se à instituição de um sistema de aquisição dinâmico: Não

É utilizado um leilão eletrónico: Não

É adotada uma fase de negociação: Não

4 - ADMISSIBILIDADE DA APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS VARIANTES: Não

6 - LOCAL DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

Distrito de Faro

País: PORTUGAL

Distrito: Faro

Concelho: Faro

Código NUTS: PT150

7 - PRAZO DE EXECUÇÃO DO CONTRATO

Restantes contratos

Prazo contratual de 36 meses a contar da celebração do contrato

8 - DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO, NOS TERMOS DO N.º 6 DO ARTIGO 81.º DO CCP

8.1 O Adjudicatário deve apresentar os documentos de habilitação previstos no n.º 1, do artigo 81.º, do CCP.

8.2 O Adjudicatário deve apresentar uma certidão atualizada do teor de todas as ins-crições em vigor respeitantes à empresa Adjudicatária emitida pela Conservatória do Registo Comercial correspondente.

9 - ACESSO ÀS PEÇAS DO CONCURSO E APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS

9.1 - Consulta das peças do concurso

Designação do serviço da entidade adjudicante onde se encontram disponíveis as peças do concurso para consulta dos interessados:

Direção de Infraestruturas - Departamento de Engenharia

Endereço desse serviço: Rua do Repouso, n.º 10

Código postal: 8000 302

Localidade: Faro

Endereço Eletrónico: [email protected]

9.2 - Meio eletrónico de fornecimento das peças do concurso e de apresentação das propostas

Plataforma eletrónica utilizada pela entidade adjudicante: http://www.vortalgov.pt

Preço a pagar pelo fornecimento das peças do concurso: 100 EUR (cem euros), acres-cido do IVA à taxa legal em vigor.

O pagamento das peças do procedimento deverá ser efetuado por transferência ban-

cária para a conta da conta da Águas do Algarve, S.A. com o NIB: 0019 0027 0020 0018 548 71.

10 - PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS OU DAS VERSÕES INICIAIS DAS PROPOSTAS SEMPRE QUE SE TRATE DE UM SISTEMA DE AQUISIÇÃO DINÂMICO

Até às 18 : 00 do 23 º dia a contar da data de envio do presente anúncio

11 - PRAZO DURANTE O QUAL OS CONCORRENTES SÃO OBRIGADOS A MANTER AS RESPETIVAS PROPOSTAS

90 dias a contar do termo do prazo para a apresentação das propostas

12 - CRITÉRIO DE ADJUDICAÇÃO

Proposta economicamente mais vantajosa

Fatores e eventuais subfatores acompanhados dos respetivos coeficientes de pondera-ção: Preço Global - 60%

Qualidade Técnica da Proposta - 40%

14 - IDENTIFICAÇÃO E CONTACTOS DO ÓRGÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO

Designação: Águas do Algarve, S.A.

Endereço: Rua do Repouso, n.º 10

Código postal: 8000 302

Localidade: Faro

Endereço Eletrónico: [email protected]

15 - DATA DE ENVIO DO ANÚNCIO PARA PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO DA REPÚBLICA

2014/12/03

16 - O PROCEDIMENTO A QUE ESTE ANÚNCIO DIZ RESPEITO TAMBÉM É PUBLICITA-DO NO JORNAL OFICIAL DA UNIÃO EUROPEIA: Não

17 - OUTRAS INFORMAÇÕES

Nos termos do disposto na alínea a), n.º 1 do Artigo 27.º do CCP, existirá a possibilidade de adoção de Ajuste Direto.

Regime de contratação: DL nº 18/2008, de 29.01

18 - IDENTIFICAÇÃO DO AUTOR DO ANÚNCIO

Nome: José Manuel Perdigão

Cargo: Administrador

(POSTAL do ALGARVE, nº 1136, de 16 de Janeiro de 2015)

16 de Janeiro de 2015 | 5

região

São Brás a caminho de fechar circular norteAutarquia inaugurou troço no valor de 700 mil euros e prepara investimentos no saneamento básico

Ricardo [email protected]

POUCO MAIS DE 700 MIL EU-ROS foi quanto a autarquia de São Brás de Alportel investiu no troço da circular norte à vila serrana que foi inaugu-rado recentemente.

A denominada fase 3.1 abriu ao trânsito no passado dia 6, numa cerimónia que contou com Vítor Guerreiro, presi-dente da edilidade, e ainda com David Santos, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, e Jorge Botelho, pre-sidente da Comunidade Inter-municipal do Algarve, além de outras individualidades.

Apoiada com verbas do PO Algarve 21 a nova via acres-centa à circular norte cerca de meio quilómetro de via entre a rotunda do Monumento ao Atleta e a zona a nascente dos campos de ténis, onde o tro-ço agora inaugurado termina numa rotunda nova.

O troço final da circular norte, que terá cerca de 700 metros de extensão, é obra prometida para breve pelo município, que assim fechará a circular, ligando a nova rotunda à rotunda do Intermar-ché na estrada que liga São Brás de Alportel a Santa Catarina da Fonte do Bispo.

Uma vez terminada esta últi-ma obra será possível circundar a vila de São Brás de Alportel a norte, tal como actualmente já se pode fazer a sul, sem necessidade de atravessar a localidade.

Como o autarca referiu ao POSTAL, o novo troço de estrada, com duas vias em cada sentido,

passeio e ciclovia, “confirma a aposta da autarquia no desen-volvimento de um modelo de circulação automóvel que per-mita a fluidez e o rápido acesso às diferentes zonas da vila”.

“O trânsito de atravessamento em ambos os sentidos entre San-ta Catarina, Tavira, Olhão e Loulé faz-se sem prejudicar o trânsito no centro de São Brás e, simul-taneamente, os são-brasenses e visitantes podem chegar mais rapidamente aos seus destinos em São Brás através das rotun-das de distribuição existentes ao longo da circular”, refere Vítor Guerreiro.

O autarca realça que “apesar das contingências financeiras comuns a todos os municípios, a gestão rigorosa que sempre foi feita na Câmara permitiu que não se deixasse de apostar em obras estruturantes”.

SANEAMENTO BÁSICO VAI SER REFORÇADO A mesma dispo-nibilidade financeira criada

pela gestão fiel ao princípio de boa governança dos dinheiros públicos permitiu entretanto que a autarquia apresentasse duas candidaturas a fundos públicos para levar a cabo a primeira fase da construção de infra-estruturas de saneamen-to de águas residuais do Peral. Através das quais se espera du-plicar a sua capacidade de in-vestimento, alcançando assim uma maior abrangência no Plano de Ampliação da Rede de Saneamento do concelho, e a remodelação das redes de abastecimento de água nas ruas da Fonte e do Matadou-ro, no centro histórico. Uma intervenção essencial que visa substituir de todas as tu-bagens de água existentes e obsoletas para uma melhor qualidade no serviço de dis-tribuição de águas, que por sua vez permite renovar todo o pavimento em calçada da região valorizando o centro histórico do município.

Ô Cerimónia de inauguração do novo troço da circular norte

d.r.

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TAVIRA

Concerto com música de ‘Los Negros’LUÍS CONCEIÇÃO E ÁLVARO DE CAMPOS apresentam, no próximo dia 25, na Academia de Música de Tavira, pelas 17.30 horas, e na Casa Álvaro de Cam-pos, às 21.30, a nova criação ‘Los Negros’ com o trabalho ‘Amor e Medo’.

O projecto inclui a interpreta-

ção da actriz, performer e canto-ra Sara Ribeiro, a guitarra e per-cussão de Tiago Albuquerque, o piano e a composição de Luís Conceição, bem como os poe-mas de Álvaro de Campos.

Um elenco que alia o rock al-ternativo, a música experimen-tal, a dramaticidade dos ‘Los Ne-

gros’, a música romântica e, por vezes, satírica de Luís Conceição.

Sara Ribeiro e João Garcia Miguel assinam as letras das canções de Los Negros. Luís Conceição e João Resende são os responsáveis pelas composi-ções, sendo alguns dos poemas do heterónimo tavirense de Fer-

nando Pessoa musicados pelos compositores brasileiros Murilo Alvarenga e Túlio Borges. O ro-teiro e a direcção ficam a cargo de Tela Leão, num projecto da Academia de Música de Tavira e Mãos na Arte, com o apoio da Câmara de Tavira e da Direc-ção Regional de Cultura.

Demolição de casas ilegais na Praia de Faro avança ‘em breve’ pág. 7

NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRANos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia trinta de Dezembro de dois mil e catorze, de folhas sessenta e sete a folhas sessenta e nove, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta e três – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual MANUEL JOSÉ DA PALMA, NIF 106.228.188 e mulher FAUSTINA FERNANDES FONSECA, NIF 130.064.025, ambos naturais da freguesia de Santa Maria, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes no sitio da Eira da Palma, dita freguesia de Santa Maria, declararam:

Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios rústicos, todos sitos na União das Fregue-sias de Santa Maria e Santiago, concelho de Tavira (extinta freguesia de Santa Maria) e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber:

VERBA UM: Prédio sito em Vale Pato, que consta de terra de pastagem, com a área de quatro mil metros quadrados, que confronta do norte com Francisco Guerreiro e outro, do sul com José da Palma, do nascente com Manuel Augusto da Palma e do poente com Manuel Martins, inscrito na matriz sob o artigo 35.487 (anterior artigo 34.769), com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de VINTE E OITO EUROS E SESSENTA E SETE CÊNTIMOS.

VERBA DOIS: Prédio sito em Umbria da Corga da Água, que consta de terra de pastagem, com a área de dois mil quinhentos e vinte metros quadrados, que confronta do norte com José da Palma, do sul e nascente com José Neves Caetano e do poente com Manuel Francisco Valente, inscrito na matriz sob o artigo 35.427 (anterior artigo 34.709), com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de DEZOITO EUROS E SETENTA E SEIS CÊNTIMOS.

VERBA TRÊS: Prédio sito em Barranco do Gato, que consta de terra de pastagem, com a área de quinhentos e vinte metros qua-drados, que confronta do norte com Maria Teresa e outro, do sul com Manuel José da Palma, do nascente com Manuel Martins Guerreiro e do poente com José da Palma, inscrito na matriz sob o artigo 36.080 (anterior artigo 35.368), com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de DOIS EUROS E OITENTA E TRÊS CÊNTIMOS.

VERBA QUATRO: Prédio sito em Barranco do Gato, que consta de terra de pastagem, com a área de dois mil cento e cinquenta me-tros quadrados, que confronta do norte com José da Palma, do sul com Manuel José Gonçalves, do nascente com Manuel Pereira e do poente com José da Palma e outro, inscrito na matriz sob o artigo 36.074 (anterior artigo 35.362), com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de DEZ EUROS E TRÊS CÊNTIMOS.

VERBA CINCO: Prédio sito em Botelha Redonda, que consta de terra de pastagem e três figueiras, com a área de dois mil trezentos e vinte metros quadrados, que confronta do norte com Joaquim Inácio e outro, do sul com Custódia de Jesus, do nascente com Joaquim Inácio e do poente com Manuel Sebastião e herdeiros de Manuel João, inscrito na matriz sob o artigo 35.226 (anterior artigo 34.504), com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de VINTE E TRÊS EUROS E UM CÊNTIMO.

VERBA SEIS: Prédio sito em Junqueiras Negras, que consta de terra de cultura, com a área de trezentos e sessenta metros qua-drados, que confronta do norte com Joaquim Inácio e Manuel José Fernandes, do sul com Teresa dos Santos, do nascente com Manuel Francisco Valente e do poente com Manuel José da Palma, inscrito na matriz sob o artigo 33.983 (anterior artigo 33.237), com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de QUATRO EUROS E TRINTA E SETE CÊNTIMOS.

VERBA SETE: Prédio sito em Corgo da Casa, que consta de terra de pastagem, com a área de novecentos metros quadrados, que confronta do norte e poente com José de Jesus, do sul com Manuel Gonçalves e do nascente com Francisco Guerreiro, inscrito na matriz sob o artigo 28.411 (anterior artigo 27.593), com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de CINCO EUROS E SESSENTA E OITO CÊNTIMOS.

VERBA OITO: Prédio sito em Vale do Tio Domingos, que consta de terra de cultura, pastagem e uma alfarrobeira, com a área de mil quatrocentos e setenta metros quadrados, que confronta do norte com José da Palma, do sul com Manuel José Gonçalves, do nascente com Francisco José Gonçalves e do poente com Manuel José Gonçalves e outro, inscrito na matriz sob o artigo 35.467 (anterior artigo 34.749), com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de VINTE E SETE EUROS E VINTE E SEIS CÊNTIMOS.

Que adquiriram os prédios, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e cinco, por compra verbal, nunca reduzida a escritura pública, feita a José Martins e mulher Maria Catarina, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram em Eira da Palma, Tavira.

Que desde esse ano possuem os prédios em nome próprio, usufruindo dos mesmos, cultivando a terra, tratando das árvores e recolhendo os frutos, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram os prédios por usucapião.

Que atribuem a este acto o valor total de cento e vinte euros e sessenta e um cêntimos.

Que estes bens têm a natureza de bens comuns do casal.

Vai conforme o original.

Tavira, aos 30 de Dezembro de 2014

A funcionária por delegação de poderes;

Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/1

Conta registada sob o nº. PAO1818 / 2014 Factura nº. 01845

(POSTAL do ALGARVE, nº 1136, de 16 de Janeiro de 2015)

Ô A Casa Álvaro de Campos é um dos palcos para ‘Amor e Medo’

d.r.

6 | 16 de Janeiro de 2015

Vila Real recorre ao Fundo de Apoio MunicipalPedido foi formalizado no passado dia 30 de Dezembro

d.r.

Ô Luís Gomes, presidente da Camara de Vila Real, prossegue com a consolidação das finanças municipais

A CÂMARA DE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO formali-zou o pedido de adesão ao Fundo de Apoio Municipal (FAM) e vai fazer a respecti-va proposta de Programa de Ajustamento Municipal este mês, disse à Lusa fonte da autarquia.

Fonte do gabinete da presi-dência afirmou que o pedido foi formalizado no passado dia 30 de Dezembro de for-ma voluntária porque o mu-nicípio já tem um plano de reequilíbrio financeiro em curso, o que, segundo o exe-cutivo, retira a obrigatorieda-

de de adesão ao FAM.Com esta medida, a autar-

quia pretende prosseguir a sua política de consolidação das finanças municipais e in-jectar liquidez na tesouraria.

O orçamento municipal de 37 milhões de euros para 2015, que foi aprovado pela Assembleia Municipal a 29 de Dezembro, já incluía uma verba de 14,4 milhões de eu-ros relativa ao FAM (verba máxima que o município pode receber ao abrigo do fundo), apesar de na altura o executivo ainda não ter deci-dido se iria aderir àquele fun-do criado com vista ao apoio a autarquias endividadas.

VILA REAL É O SEGUNDO CON-CELHO DO DISTRITO DE FARO A ADERIR AO FAM Vila Real de Santo António é o segundo concelho do distrito de Faro a aderir ao FAM, juntando--se ao concelho de Portimão, que teve de aderir obrigato-riamente.

Segundo dados do Sistema de Integrado de Informação das Autarquias Locais (SIIAL), com base em elementos re-portados a 31 de Dezembro de 2013, existiam 20 autar-quias em situação de recurso obrigatório ao FAM, entre elas o município de Portimão, por-que a dívida total ultrapassa-va 300% a média da receita corrente líquida dos últimos três anos.

“O FAM tem por objecto a recuperação financeira dos municípios que se encon-trem em situação de ruptura financeira nos termos pre-vistos na Lei n.º 73/2013, de 3 de Setembro, bem como a prevenção de situações de

ruptura financeira”, lê-se no Diário da República de 25 de Agosto de 2014.

O fundo tem um capital so-cial de 650 milhões de euros que conta com a participação de 50% do Estado através da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças e os restantes 50% resultam da participação dos municípios, por um prazo de sete anos, com início em 2015, assegurando o Governo desde já o apoio aos municí-pios em situação crítica.

O orçamento da Câmara de Vila Real de Santo António para 2014 foi de 83,3 milhões de euros, mais do dobro do orça-mento para este ano, uma dife-rença explicada pelo facto de o orçamento para o ano passado incluir os 25 milhões de euros de empréstimo do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL) e 33 milhões de euros relativos ao plano de reequilíbrio finan-ceiro do município.

O município acrescenta que, ao abrigo do empréstimo do PAEL, já foram pagas todas as dívidas abrangidas por aquele programa, ou seja, as dívidas vencidas há mais de 90 dias e registadas até 31 de Março de 2012.

O capital social do Fundo de Apoio Municipal (FAM) é de 650 milhões de euros, a subs-crever em 50% pelo Estado e na restante metade por todos os municípios, com início em 2015, assegurando o Governo desde já o apoio aos municípios em situação crítica.

Lançado em 2012 pelo Go-verno, o PAEL visa regularizar as dívidas dos municípios ven-cidas há mais de 90 dias através de uma linha de crédito de mil milhões de euros. Lusa

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16 de Janeiro 2015 | 7

Demolição de casas ilegais na Praia de Faro avança ‘em breve’Polis tomou posse administrativa de 99 edificações clandestinas

bruno pires

Ô Técnicos da Polis numeraram as casas sinalizadas para demolição

A DEMOLIÇÃO DE MAIS DE UMA CENTENA DE CASAS con-sideradas ilegais, na Praia de Faro, avançará “em breve” e seguramente antes do Verão, disse o presidente da Socieda-de Polis Litoral Ria Formosa, Sebastião Teixeira.

Técnicos da Polis iniciaram na quarta-feira da passada semana o processo de posse administrativa de 99 edifica-ções clandestinas situadas nos núcleos piscatórios da Praia de Faro, numerando as casas sina-lizadas para demolição a azul e colocando editais à porta, nos quais se pode ler que a so-ciedade tomou posse daquelas construções.

Sem especificar uma data para a demolição das edifica-ções - obra que será executada ao abrigo de um concurso pú-blico -, aquele responsável, que está a acompanhar os traba-lhos, disse aos jornalistas que as demolições vão avançar “em breve” e “seguramente” antes do Verão.

Sebastião Teixeira esclare-ceu ainda que, de um total de 114 construções sinalizadas

para demolição - nomeada-mente anexos e casas de fé-rias -, em ambos os extremos da praia, existem 15 cuja posse está suspensa devido ao facto de ainda correrem providên-cias cautelares em tribunal.

POLÍCIA MARÍTIMA, MORADO-RES E PROPRIETÁRIOS ASSIS-TIRAM AO DESENROLAR DOS TRABALHOS Além da Polícia Marítima, a assistir ao desen-rolar dos trabalhos estavam

também alguns moradores e proprietários, como Aníbal Pereira, que aproveitava a casa para passar o máximo de tempo possível por ano e que agora vai ficar sem ela, já que é uma das construções conside-radas ilegais pela Polis.

“É um crime o que estão aqui a fazer”, desabafa, suge-rindo que por detrás da ope-ração de renaturalização do Polis estão “outros interesses”, porque a execução das demoli-

ções “vai dar dinheiro a muita gente”, situação que considera que devia ser investigada pelo Ministério Público.

Sem dinheiro para interpor uma providência cautelar, res-ta agora ao ex-bancário, de 72 anos, esperar que a casa seja demolida, uma operação com a qual não concorda e que diz ser o “espelho” da situação em que o país se encontra.

“A Polis existe desde 2008 e só agora se lembraram [de de-molir as casas] porque só têm [a sociedade] mais um ano de vida”, afirmou, classificando a operação como “um espectá-culo pior do que a guerra do Iraque”.

Com vários problemas de

saúde, que o obrigaram a re-formar-se há mais de 20 anos, Aníbal Pereira contou que obteve autorização da extin-ta Junta Autónoma de Portos para construir a casa devido ao facto de ter ordens médi-cas para passar o máximo de tempo possível junto ao mar.

Assumindo que “ninguém está feliz” com a situação, Sebastião Teixeira consi-derou, por seu turno, que a reacção dos proprietários “é a esperada”.

“O coração da Ria Formosa são as ilhas-barreira e tudo o que seja para aliviar a carga das ilhas é bom para a ria”, sublinhou.

De fora ficam, por enquan-

to, as construções situadas na zona central da Praia de Faro, concessionada à autarquia, e as casas de primeira habitação, cuja demolição só arrancará quando estiver concluído o processo de realojamento dos habitantes.

O projecto de renaturaliza-ção da Ria Formosa prevê a de-molição de 800 construções e arrancou no início de Dezem-bro no ilhote do Ramalhete.

O Programa Polis Litoral da Ria Formosa é o instrumento financeiro para a execução do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Vilamou-ra - Vila Real de Santo António, aprovado em 2005.

Lusa

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ESTE ANO AUMENTOU NÚMERO DE INTERNOS A ESCOLHEREM A REGIÃO

Quase centena e meia de médicos iniciam internato no AlgarveCENTO E QUARENTA E CINCO MÉDICOS iniciam este mês o internato, período no qual se especializam em determinada área após terminarem o curso e estágio, na região do Algarve, anunciou na semana passada a Administração Regional de Saú-de (ARS) local.

Num comunicado divulgado, a ARS adiantou que “145 médi-cos internos do 1.º ano de espe-cialidade - formação específica e do ano comum iniciam o in-ternato médico na região do Al-garve durante o mês de Janeiro”.

Os médicos iniciam a sua for-mação nos Agrupamentos de Centros de Saúde pertencentes à área de influência da Admi-nistração Regional de Saúde do Algarve e nas unidades hospita-

lares do Centro Hospitalar do Algarve.

Doze internos da especialida-de de Medicina Geral e Familiar irão realizar formação no Agru-pamento de Centros de Saúde (ACES) Central, seis no ACES do Barlavento e quatro no ACES do Sotavento.

Dois internos de Saúde Públi-ca irão dividir-se entre o ACES Central e o ACES Barlavento.

A ARS adianta que no Centro Hospitalar do Algarve ficarão 28 internos de várias especialidades: oito de Medicina Interna, quatro de Psiquiatria, dois de Pediatria médica, dois de Ginecologia/Obstetrícia, dois de Radiologia, dois de Oncologia médica, um de Pneumologia, um de Cardio-logia, um de Gastrenterologia,

um de Neurologia, um de Pato-logia clínica, um de Nefrologia, um de Medicina Física e Reabili-tação e um de Ortopedia.

Além dos médicos internos de especialidade, o Algarve vai receber ainda 93 médicos para estágios -- tutelados e ainda sem autonomia técnica - em vários Serviços de Saúde da Região.

A ARS salienta que este ano houve “um aumento do núme-ro de internos a escolherem o Algarve para realizar o interna-to, tanto nos cuidados de saúde primários como nos cuidados de saúde hospitalar” (mais 12 do que em 2014), referindo que tal “contribuirá para ajudar a fi-xar no futuro próximo mais pro-fissionais médicos na Região do Algarve”. Lusa

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MUNICÍPIO DE TAVIRAEdital nº 56/2014

Jorge Manuel do Nascimento Botelho

Presidente da Câmara Municipal de Tavira

TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 23 de dezembro de 2014, foram tomadas as seguintes deliberações:

1. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 209/2014/CM, referente à 11ª alteração ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano;

2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 210/2014/CM, referente a atribuição de apoios no âmbito do XXX Festival de Charolas Cidade de Tavira;

3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 211/2014/CM, referente a Atribuição de apoio ao Rancho Folclórico da Luz;

4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 212/2014/CM, referente a atribuição de apoio à ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve;

5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 213/2014/CM, referente a Atribuição de um apoio á Sociedade Recreativa de Santo Estevão;

6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 214/2014/CM, referente a Atribuição de apoios – Festivais de Folclore;

7. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 215/2014/CM, referente a Atribuição de apoio á A.S.T.A. - Associação de Artes e Sabores de Tavira;

8. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 216/2014/CM, referente a Atribuição de apoio a um conjunto de instituições particulares de solidariedade integradas na Rede Social do Concelho de Tavira - almoço solidário de Natal;

9. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 217/2014/CM, referente a Atribuição de apoio à Casa do Povo da Luz de Tavira;

10. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 218/2014/CM, referente a Atribuição de apoio à Fundação Irene Rolo - aqui-sição de viatura adaptada;

11. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 219/2014/CM, referente à Resposta Social - “Alojamento de Emergência So-cial” - Fundação Irene Rolo;

12. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 220/2014/CM, referente à Atribuição de apoio no âmbito do Projeto “Tambo-res da Ria” à Sociedade da Banda de Tavira;

13. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 221/2014/CM, referente à Anulação de apoio financeiro ao G.A.T.O - Grupo de Ajuda a Toxicodependentes;

14. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 222/2014/CM, referente aos Auxílios económicos - livros escolares - anula-ção de verbas e correção de valor de apoio;

15. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 223/2014/CM, referente aos Redução de taxas municipais ao Clube de Ta-vira, no âmbito da realização da sua programação cultural para o ano 2015;

16. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 224/2014/CM, referente as Iniciativas de Natal da Associação para o Desen-volvimento Integrado Baixa de Tavira - UAC - redução de taxas;

17. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 225/2014/CM, referente a Não aplicação pontual do agravamento sobre o valor de renda apoiada - Maria da Apresentação da Encarnação Almeida Ve-nâncio;

18. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 226/2014/CM, referente a Não aplicação pontual do agravamento sobre o valor de renda apoiada - Maria Clara Figueiredo Barros Garcia;

Para constar e produzir efeitos legais se pu-blica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume.

Paços do Concelho, 23 de dezembro do ano 2014

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL,

Jorge Manuel Nascimento Botelho

(POSTAL do ALGARVE, nº 1136, de 16 de Janeiro de 2015)

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Bruno Filipe Torres Marcos Notário

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extrato de esCritura de JustifiCação CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em nove de Janeiro de dois mil e quin-ze, exarada a folhas oitenta e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas número Cinquenta e seis – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A:

- Natércia Maria da Conceição Viegas, NIF 140337172, solteira, maior, natural da freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, onde reside no Sítio das Várzeas do Vinagre, caixa postal 201-F, declarou:

- que é dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do prédio misto composto por terra de cultura com árvores e edifício com duas divisões, em ruínas, sito no lugar de Várzea do Vinagre, com a área total de quinhentos e setenta e três vírgula zero nove metros quadrados, sendo a área coberta de trinta e cinco metros quadrados e a descoberta de quinhentos e trinta e oito vírgula zero nove metros quadrados, a confrontar do Norte com José Custódio e Figueiredo Romão, do Sul com Manuel Romão, e do Nascente e Poente com Figueiredo Romão, na freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, inscrito na respectiva matriz sob o artigo urbano 1021, e sob o artigo rústico 9110, com os respectivos valores patrimoniais tributários de 1.000,00 € e 31,62 €, iguais aos que atribuí, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira;

- que o referido prédio, com a indicada composição e área, chegou à posse dela, justi-ficante, em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e oito, por partilha verbal feita com os demais interessados, por óbito de seus pais, Manuel Viegas e mulher Maria da Conceição, casados sob o regime da comunhão geral de bens, já falecidos, residentes que foram no referido lugar de Várzea do Vinagre, freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira;

- que, porém, desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífi-ca, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesar quaisquer direitos de outrem e ainda convencida de ser a única titular do direito de propriedade sobre o identificado imóvel, e assim o julgando as demais pessoas, tem possuído aquele prédio – na parte urbana chegando a fazer algumas obras de reparação, e na parte rústica cultivando-a, amanhando a terra, colhendo os respectivos frutos, usufruindo dos seus rendimentos –, pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriu o referido prédio por USUCAPIÃO.

Tavira, 9 de Janeiro de 2015.

O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos

Acto registado sob o n.º 2/57

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85 ANOS

AGRADECIMENTOA família enlutada cumpre o doloroso dever de agra-decer reconhecidamente a todas as pessoas que as-sistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 4 de Janeiro de 2015, para o Cemitério de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pe-sar e solidariedade. Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º Dia pelo seu eterno descanso, celebrada dia 9 de Janeiro, na igreja de S. Paulo em Tavira.

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SANTA CATARINA DA FTE DO BISPO

MANUEL JOÃO VICTOR

28-04-1928 / 25-12-2014

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a to-dos quantos se dignaram acompanhar o seu ente que-rido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

MONDIM DE BASTO – VILA REALSANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

JOAQUIM PINTO DINIZ

13-05-1950 / 30-12-2014

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes ma-nifestaram o seu sentimento e amizade.

CONCEIÇÃO - TAVIRACONCEIÇÃO E CABANAS DE TAVIRA

JOAQUIM LÚCIO DOS SANTOS

06-02-1936 / 31-12-2014

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer for-ma, lhes manifestaram o seu pesar.

CONCEIÇÃO - TAVIRALUZ E SANTO ESTÊVÃO - TAVIRA

FERNANDA DA CONCEIÇÃO

29-04-1930 / 24-12-2014

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes ma-nifestaram o seu sentimento e amizade.

CONCEIÇÃO - TAVIRASANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

JOSÉ ANTÓNIO PEREIRA

11-11-1939 / 23-12-2014

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a to-dos quantos se dignaram acompanhar o seu ente que-rido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

SANTIAGO - TAVIRAVILA REAL DE STO ANTÓNIO

MARIA LUCIETE NETO RODRIGUES

16-12-1935 / 19-12-2014

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes ma-nifestaram o seu sentimento e amizade.

CONCEIÇÃO - TAVIRASANTA MARIA

E SANTIAGO - TAVIRA

JOÃO MIGUEL

BRITO PEREIRA

14-05-1993 / 04-01-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompa-nharam em vida e nas suas cerimó-nias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

SOCORRO - LISBOASANTA MARIA

E SANTIAGO - TAVIRA

BENVINDA DO CÉU

AÇO FERREIRA

06-10-1925 / 04-01-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se digna-ram acompanhar o seu ente queri-do à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

SANTA MARIA - TAVIRACONCEIÇÃO

E CABANAS DE TAVIRA

VICTOR MANUEL

BAPTISTA

11-05-1943 / 07-01-2015

AGRADECIMENTOOs seus famil iares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de al-gum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

SANTIAGO - TAVIRASANTA MARIA

E SANTIAGO - TAVIRA

MARIA DA CONCEIÇÃO

DE JESUS

12-11-1923 / 09-01-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se digna-ram acompanhar o seu ente queri-do à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

10 | 16 de Janeiro de 2015

opinião

Sobe

& d

esce Faro elimina contentores

Trata-se de uma verdadeira revolução urbana com grande parte da cidade a ficar já este ano sem contentores de lixo visíveis à superfície. A cidade só tem a ganhar com esta melhoria (Ler pág. 3).

Demolições

O calvário não tem fim à vista e já mete tribunais numa normal reac-ção das populações às investidas da Sociedade Polis Litoral Ria Formosa contra as habitações nas ilhas barreira (Ler pág. 7).

7 am, na Estrada do Ar-raial eram centenas as pes-soas que faziam jogging até Tavira. O tempo tinha con-trariado as previsões mete-orológicas: 14 graus, um sol rosáceo… alguns de barrigas que sabiam a prazo… tudo espontâneo, envolvido e de consciência obrigada,

tinha-se, de forma autoritá-ria, prescindido dos patrocí-nios da Nike e Adidas e, de marca branca com o símbo-lo de Tavira, todos calçavam o sonho de 5 de Dezembro de 2013, Dieta Mediterrâni-ca Património Imaterial da Humanidade… entre mui-tos conhecidos, José Sócra-tes elegante e bem dormido, muitos populares e alguns autarcas cujas estórias não deixarão história…

No céu de Tavira um ze-pelim gigante tinha inscrito DREAMS, 48 h. without sleep e um arco-íris único surge a abraçar a região…

Tinham aberto em 2014 trinta restaurantes, vinte e três Spas e o IEFP tinha recla-

mado de Olhão, Faro e Loulé todos os inscritos…

Restaurantes, hotéis, pen-sões e quartos todos cer-tificados obrigados a um exagerado sistema de fisca-lização.

A cadeia de hotéis Hil-ton, Sheraton e Mandariam Oriental disputavam espaços entre Santa Luzia e Monte Gordo para aí fixarem uni-dades de luxo… Mota Engil e uma construtora vietnamita estavam na corrida…

O Parque Industrial, co-biçado por multinacionais, tinha inflacionado em qui-nhentos por cento os seus lotes e, o Ministério dos Es-trangeiros contratara três Nobéis da Economia para se

estudar a criação de Vistos Diamante.

O Fado tinha em Carlos do Carmo, Marisa e Camané os rostos mais visíveis duma animação “non Stop”… Vito-rino e Janita “capitaneavam” uma delegação de trezen-tos e oitenta e sete cantores alentejanos…

O Município tinha limi-tado as credenciais a dois canais de televisão - CNN e BBC. Os preços de transmis-são eram proibitivos aos canais portugueses e o Sa-lão Nobre fervilhava de um silêncio expectante para se saber do “superavit” desta distinção para um Portugal moribundo, que, de Tavira e do seu magno exemplo es-

perava lições, sabendo vive-rem-se tempos de ambição, bonança e esperança…

Toca o telemóvel. Era a mi-nha querida, que de Viseu queria saber da minha gri-pe que tenho a certeza teria apanhado por mim.

Levanto-me embrulhan-do a febre num camisolão da Nazaré e um sobretudo de caxemira, levo o fixe a dar uma volta para as suas necessidades.

É domingo dia de missa e futebol. Está um dia cinzen-to frio e deserto.

Amanhã é dia de pecado e discussão de arbitragens e, naturalmente, um 2015 di-verso para Tavira e sua boa gente.

16 de Janeiro de 2015 | 11

ficha técnica

Sede: Rua Dr. Silvestre Falcão, n.º 13 C - 8800-412 Tavira - Algarve Tel: 281 320 900 | Fax: 281 320 909 E-mail: [email protected]: www.postal.pt

Director: Henrique Dias(CP 3259).

Editor: Ricardo Claro (CP 9238). Redacção: Cristina Mendonça (CP 3258), Humberto Ricardo (CP 388).Design: Profissional Gráfica. Colaboradores fotográficos: José A. N. Encarnação “MIRA” Colaboradores: Beja Santos (defe-sa do consumidor), Nelson Pires (CO76). Departamento Comercial, Publicidade e Assinaturas: Anabela Gonçalves, José Francisco, José Cassapo.Propriedade do título: Henrique Manuel Dias FreireEdição: Postal do Algarve - Publicações e Editores, Lda. Contribuinte nº 502 597 917. Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do Título (dgcs): ERC nº 111 613. Impressão: Naveprinter Distribuição: Banca - Logista, à sexta-feira com o Público/VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT.

Membro: APCT - Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação; API - Associação Portuguesa de Imprensa.

Tiragem desta edição:8.073 exemplares

DreamsE-mail da redacção:

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Esta é uma iniciativa das Bibliotecas Paula Nogueira do Agrupamento de Escolas Professor Paula Nogueira (Olhão) em parceria com a Casa da Juventude de Olhão e o POSTAL, que semanalmente divulga os problemas e as soluções deste jogo. Várias escolas do Algarve já aderiram à iniciativa: AE Professor Paula Nogueira (Olhão) / AE da Sé (Faro) / AE D. Afonso III (Faro) / AE Dr. Alberto Iria (Olhão) / Colégio Bernardette Romeira (Olhão) / AE Dr. João Lúcio (Fuseta) / AE de Estoi (Faro) / AE Joaquim Magalhães (Faro) / AE do Montenegro (Faro) / AE de Castro Marim (Vila Real de St. António) / AE Professora Diamantina Negrão / (Albufeira) / Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas (Mega Agrupamento de São Brás de Alportel) / Escola Secundária João de Deus (Faro) / Agrupamento de Escolas D. Paio Peres Correia (Tavira) / Casa da Juventude (Olhão) / Postal do Algarve. Convidamos todas as escolas e bibliotecas, interessadas em aderir ao Jogo da Língua Portuguesa e receber os materiais para o mesmo, a contactar: [email protected] ou [email protected].

>> SOLUÇÃO da edição passada

>> ASSINALE A FRASE CORRETA

� A – Se praticassem exercício físico, sentiriam-se melhor. � B – Se praticassem exercício físico, sentir-se-iam melhor. � C – Se praticaçem exercício físico, sentir-se-ião melhor. � D – Se praticassem exercício físico, sentir-se-iam melhore.

Adelino Nogueira Vaz([email protected])

O espanhol desconheci-do gemeu ao mesmo tempo que eu.

Começámos a rir. Eu esta-va a entregar os skis e a tro-car as minhas botas pelas de

montanha: o alívio supremo.- Esta es la mejor parte,

no?- Nooo!! - respondi-lhe. -

La mejor parte es sacar pla-cer en las pistas! Esta es la segunda mejor sensacion!

Acabou por concordar.Venho deslizar na monta-

nha branca há vários anos, mas fazia-o sempre com a angústia enervante de me “destramancar” toda. E esse medinho sacana minava o sentido de tudo: o prazer; tirar de tudo o maior prazer possível!

A verdade é que desta vez ainda me dava menos jeito magoar-me ou partir o que quer que fosse, devido aos desafios físicos que me es-peram durante a próxima

semana. Mas nem pensei no assunto. “Hoje é para curtir, minha menina! Por isso dei-xa-te de merdas!”

Nem o vento nem o frio me incomodaram. Nem os

pés apertados e as canelas doridas. “De corpo lançado à montanha, sem medo, cara-ças!” E o deslizar ganhou um sabor diferente. Usei os en-sinamentos e a experiência mas, acima de tudo, libertei os instintos e aticei o prazer. “Tenho que fazer sempre as-sim! Em tudo! É preciso lu-tar pelo prazer!”

E no fim, enquanto troca-va as botas de ski pelas de montanha, no tal prazer ali-viado, constatei que há pra-zeres que só se sentem no fim de algum desconforto.

O máximo prazer

� A – Aceitasse melhor um conselho quando ele vem de um amigo. � B – Aceita-se melhor um concelho, quando ele vem dum amigo. � C – Aceitasse melhor um concelho, quando ele vem dum amigo. ; D – Aceita-se melhor um conselho, quando ele vem dum amigo.

Ana Amorim Dias - [email protected]

d.r.

última

O COM A N D O N AC I O N A L da Unidade Especial de Polícia (UEP) não renovou a comissão de serviço deste e de outro elemento daquela força especial, alegadamente devido ao seu envolvimento na organização de um “almoço-protesto” realizado em Julho, segundo o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), Paulo Rodrigues.

Em declarações à Lusa, o sindicalista afirmou que a decisão do tribunal suspen-de o acto de transferência do agente, pelo que o mes-mo se manterá em funções na UEP, devendo ainda a Di-recção Nacional da PSP ser

“obrigada a fundamentar a não renovação” da comissão de serviço.

Dos dois agentes, apenas um - comandante de uma das equipas do CI de Faro -, contestou judicialmente o afastamento daquela for-ça especial, por considerar que não existia fundamento para o facto de a sua comis-são de serviço não ter sido renovada.

O “almoço-protesto” que ambos ajudaram a organi-zar, realizado num restau-rante de Faro, em Julho, terá estado na origem do afasta-mento, disse acreditar Paulo Rodrigues, acusando a UEP de ter agido injustamente,

uma vez que esta é a manei-ra “mais fácil” para tentar si-lenciar os elementos daquela unidade.

O comando nacional da

UPE tem agora um prazo de dez dias para se pronunciar relativamente à decisão do tribunal.

O afastamento dos dois

polícias já motivou a cria-ção de dois abaixo-assina-dos e também de uma pági-na numa rede social, onde é manifestado o “apoio incon-dicional” aos dois homens.

A força destacada da UEP de Faro possui quatro va-lências, através do Corpo de Intervenção, do Corpo de Se-gurança Pessoal, do Centro de Inactivação de Engenhos Explosivos e de Segurança no Subsolo e do Grupo Opera-cional Cinotécnico.

O CI em Faro é composto por um grupo operacional de cerca de 50 elementos, di-vididos em dois subgrupos, cada um com três equipas.

Lusa

Tribunal mantém ao serviço agente da PSP afastado em DezembroProvidência cautelar de elemento do Corpo de Intervenção da PSP de Faro afastado em Dezembro foi aceite, o que suspende a sua transferência

Ô Tribunais suspendem decisão da PSP face a elemento do Corpo de Intervenção sediado em Faro

Tiragem desta edição:8.073 exemplares

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O POSTAL regressa no dia 6 de Fevereiro

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d.r.

www.issuu.com/postaldoalgarve8.073 EXEMPLARES

Promontório de Sagres candidato a Património Europeu

p. 2

Falareis de nós como de um sonho

p. 8

Mensalmente com o POSTAL

em conjuntocom o PÚBLICO

JANEIRO2015n.º 76

d.r.

d.r.

Juventude, artes e ideias:

Generalizaçõesp. 2

Da minha biblioteca:

Contos recontados

d.r.

p. 11

d.r.

Missão Cultura:

Sala de leitura:

Da investigação a património da humanidade p. 10

Faro prepara 2015 cultural

invejável p. 5

Lethes e Teatro Municipal:

Cultural imaterial:

d.r.

d.r.

16.01.2015 2 Cultura.Sul

AGENDAR

Na semana em que a França se viu a braços com atentados que semearam o terror por entre os franceses, mas também por entre os povos da Europa e do mundo era impossível deixar passar em branco a questão.

A liberdade de expressão, que está no centro dos ataques, em particular ao Charlie Hebdo, é um acto vicioso assente no pres-suposto de que a dignidade da religiosidade a coloca além das fronteiras do humor.

O erro está, antes de mais, em pensar que o humor enquan-to expressão artística, cultural e política, tem ou poderá ter fronteiras.

A suposta ‘ofensa’ que qual-quer um sentirá quando alvo do humor é exactamente a raiz da arte humorística, está-lhe na essência e não pode ser-lhe coarctada.

Ao humor impõe-se a resposta mais adequada, a do fair play e de lhe reservar o seu devido lugar, o de humor, tout court.

Não se mata a tiro quem nos ‘ataca’ com cartoons, não se rou-bam vidas a título de vendetta re-ligiosa. Não se roubam vidas seja qual for a razão.

A Europa onde grassa o deses-pero e a incerteza é campo para a sementeira dos radicais e a isso tem de responder já, ontem!

O (des)rumo e a desumaniza-ção deste mundo ocidental não pode ser coutada da desregula-ção dos valores fundamentais da sociedade em que vivemos. Só assim garantiremos o menor espaço de manobra possível a quem se juga senhor da vida e da morte.

Aos que tombaram e tom-barão no entretanto devemos a criação de um mundo melhor, onde todos possamos ser e dizer.

Por um futuro digno com uma liberdade inalienável.

A inalienabilidade da liberdade O Promontório de Sagres candidata-se

à Marca do Património Europeu

A Marca do Património Eu-ropeu (MPE) foi estabelecida por decisão do Parlamento e do Conselho europeus.

Os objetivos gerais da MPE consistem em reforçar o sen-timento de pertença à União Europeia por parte dos cida-dãos europeus, em especial dos jovens, com base nos va-lores e elementos comuns da história e do património cultural europeus, valorizar a diversidade nacional e regio-nal e incrementar o diálogo intercultural. Para isso, esta designação procura realçar o valor simbólico e melhorar a visibilidade de sítios que te-nham desempenhado um pa-pel significativo na história e na cultura da Europa e/ou na construção da União Europeia.

Os valores simbólicos, histó-ricos e físicos do Promontório de Sagres satisfazem o objec-tivo da MPE que é dar visibili-dade aos sítios que celebram e simbolizam a integração, os ideais e a história da Europa

Um valorpatrimonial europeu

O Promontório de Sagres, sob tutela da Direção Regional de Cultura do Algarve, é o espa-ço mais visitado da região do Algarve, registando: em 2011, 264.638 visitantes; em 2012, 255.160 visitantes; em 2013, 276.052 visitantes; em 2014, houve um aumento de 10,39%; sendo que 70% dos visitantes são estrangeiros. Estes dados demonstram a dimensão do Promontório de Sagres como um valor patrimonial europeu.

É um lugar que apresenta beleza natural e fenómenos naturais excepcionais. Estão presentes curiosas caraterísti-cas geológicas e climáticas que se associam a ecossistemas ter-restres e a espécies costeiras ma-rítimas específicas.

É um finisterra associado ao Promunturium Sacrum descrito pelos autores clássicos gregos e romanos (Estrabão, Artemido-ro, Èforo, Avieno), lugar onde se cultuava Hércules (designação em grego do deus fenício Mel-qart) e que era tido como o fim do mundo conhecido.

Mas Sagres é também um testemunho associado ao início

do movimento expansionista europeu, ocorrido no dealbar do século XV, no Algarve, qual “cais primeiro” que dará ori-gem à criação do mundo glo-bal, pela ação da Europa, nos séculos sequentes.

É o lugar “ocupado” por um testemunho mítico excepcional, a designada “Escola de Sagres de Henrique, o Navegador” que foi criado, fora do espaço ideológi-co português, a nível europeu. Mito que se impôs universal-mente como marca inicial da tradição cultural da civilização

europeia, no âmbito da expan-são marítima e do impacto que criou de uma mudança univer-sal irreversível.

É assim um dos lugares físi-cos que as memórias europeia e universal associam ao início de importantes intercâmbios de valores humanos e de de-senvolvimentos tecnológicos, englobando vastas áreas cul-turais do mundo que passam a estar em intercomunicação e partilha de produtos.

As consequências, no globo terrestre, das decisões geopo-

líticas tomadas, no século XV, durante a Dinastia de Avis, a de Henrique, o Navegador, gera-ram uma geografia económica e um intercâmbio cultural de dimensões nunca vistas.

Se Portugal quinhentista foi o “despoletador” de novos es-paços comerciais, para a Euro-pa, e do primeiro verdadeiro comércio internacional global (com Lagos, Lisboa), seguido por Castela e pela Espanha fi-lipina (Sevilha), Países Baixos (Bruges, Antuérpia), o processo foi concluído com os hegemo-nistas seguintes, os holandeses (Amesterdão) e ingleses (Lon-dres), que o renovaram com uma nova geopolítica econó-mica e tiraram efectivo provei-to, a partir do século XVII.

É a memória europeia co-letiva, dessa evolução em co-mum, anterior à definição do conceito da União Europeia, que tem no Infante D. Henri-que e no Promontório de Sa-gres, a figura e espaço identifi-cáveis com o início da epopeia de uma nova Europa a que a todos aproveitou. Temos assim a confiança e a crença que o Promontorium Sacrum é já um marco do património Europeu e da Humanidade.

Generalizações

Odeio generalizações!São horríveis mas, infelizmen-

te, todos fazemos. A verdade é que a comunidade acha mais cómodo colocar todos os indi-

víduos no mesmo saco pois, as-sim, não têm que perder tempo a pensar nas exceções.

Os mais velhos são uns prós nesta arte! Quantas vezes ou-vimos: “Essa geração está uma desgraça! Não têm respeito ne-nhum!”. Bem, seguindo esta li-nha de raciocínio, esta “geração”, de quem falam, são muitas vezes os vossos filhos e netos, por isso, se algo falhou foi a vossa capaci-dade de educar.

Outra generalização, engra-çadíssima, é a respeito das no-vas tecnologias. Os mais velhos

adoram implicar com os nossos smartphones, porém ao terem um nas mãos esquecem o mun-do e ficam autênticos vegetais. Que surpresa!

Generalizações em relação ao género também me intrigam muito. Acho que as pessoas nem se apercebem que o fazem! Por exemplo, quando afirmam que todas as raparigas falam mal umas das outras. Conheço inú-meras raparigas que não têm qualquer interesse nisso. Curioso é que quando se referem a rapa-zes é diferente, porque estes são

sempre leais e amigos dos seus amigos. Não, não existem rapari-gas nem rapazes maus. Existem é

pessoas más! Não é o seu género que define a sua personalidade. O que acontece é, devido a esta-rem constantemente a repetir às crianças como elas devem agir consoante o serem rapazes ou raparigas, faz com que elas se tornem naquela generalização que lhe incutiram. Se se sentiu afetado pelo que escrevi, é com-preensível, porque odeio gene-ralizações, mas é praticamente impossível falar delas sem gene-ralizar. Se faz parte da minoria que pensa nas exceções, para-béns, continue assim!

Ricardo [email protected]

Editorial Missão Cultura

Direção Regionalde Cultura do Algarve

Juventude, artes e ideias

Mónica DiasCiências da Comunicação

d.r.

“OLHARES”Até 28 FEV | Biblioteca Municipal de OlhãoMaria Odete Fernandes apresenta 19 painéis de foto-grafias que representam as suas viagens pelo Mundo, mostrando através da sua objectiva a forma como “olhou” para esses lugares

“A CABEÇA MUDA”22 e 23 JAN | 21.30 | Teatro das Figuras - FaroPeça interpretada pela actriz Isabel Medina, por João de Brito e Ana Lopes Gomes. A representação parte do retrato brutal das sociopatias contemporâneas; a posse e a vontade de libertação são os movimentos contrários que estabelecem o conflito

d.r.

Promontório é uma referência ímpar da História

16.01.2015  3Cultura.Sul

Espaço AGECAL

A História de Arte é, ainda hoje, uma disciplina “nova” no Algarve. Remonta, nos seus traços embrionários, a alguns escritos esparsos e a abordagens gené-ricas na historiografia do século XIX e primeira metade do século XX, mas só nos últimos anos se tem consolidado com consciência e prática científicas, abrindo novas e ricas perspectivas so-bre o património da região.

Muito contribuiu para este avanço o repúdio das ideias de menorização do património algarvio e uma lenta, mas cada vez mais decidida, redescoberta do mesmo, sobretudo por via do contribu-to dado nas últimas décadas por alguns reputados académicos (como José Edu-ardo Horta Correia, Francisco Lameira e Vítor Serrão, responsáveis por trabalhos de fundo, por novas orientações meto-dológicas e por um magistério universi-tário mais especializado). Deste modo,

pensamos que a disciplina, no Algarve, aponte para um estado de amadure-cimento que veio para ficar, muito se devendo ao papel que as universidades vêm exercendo ao nível da formação de técnicos e investigadores e à consciência destes, cada vez mais clara, da sua im-portância social.

A realidade regional no campo da intervenção patrimonial continua a ser gravosa, pois decorre das destruições so-fridas, sismos, incêndios, vandalismos (invasões francesas, extinção das ordens religiosas, pseudo-restauros), razias de centros históricos, carências legislati-vas, míngua de práticas interdiscipli-nares e de técnicos especializados para as aplicar. Queixamo-nos muitas vezes, no decurso do nosso trabalho, que es-tamos constrangidos a intervir – face à quantidade (e qualidade) de peças que atestam abandono, desinteresse, deslei-xo, ruína, menorização, incúria oficial – numa região especialmente despreo-cupada com o seu património artístico. Depois, atentando melhor no mapa das existências, verificamos que aquilo que felizmente sobreviveu possui caracterís-ticas de uma arte plena de originalida-de, feita de constantes vernáculas, tecida com força expressiva e em consonância com as especificidades de um mercado regional, que em certos momentos da História se soube internacionalizar nas

suas referências e modelos.Contra os pareceres redutores sobre

a “menoridade” do património algar-vio, lembramos que só neste virar de século foram (re)descobertas obras tão destacadas, até então ignoradas, como o vaso islâmico de Tavira, as estruturas do urbanismo almóada na mesma ci-dade, o túmulo gótico da Sé de Faro ou a cartografia da região pelas mãos de Leonardo di Ferrari e de José Sande de Vasconcelos (dos séculos XVII, XVIII e XIX). Ao mesmo tempo, um crescente número de historiadores de arte vem reforçando o diálogo com o patrimó-nio da região, gerando novos conheci-mentos e interpretações sobre as mais diversas manifestações (urbanismo, ar-quitectura, artes decorativas, cartografia, etc.), abrindo grandes perspectivas para a sua divulgação e valorização.

Pelo historiador de arte passa o co-nhecimento profundo dos “estilos” que se sucedem na evolução artística; as questões do enquadramento históri-co-ideológico, o entendimento dos am-bientes de trabalho e de produção, de encomenda e círculo de influências, de função e de utilização das obras de arte, de coincidência ou ruptura de gostos es-téticos, de caracterização de clientelas e mercados; por ele passam as questões gerais da sensibilização pública, da efi-caz musealização dos bens, da difusão

turística de quali-dade e da edição científica.

Precisa-se da His-tória da Arte para explicar o sentido das obras de arte, como instrumentos da História da região; para preservar a memória colectiva, na dimensão da salvaguarda do patrimó-nio artístico; para integrar redes trans-disciplinares de pesquisa, formação e conservação; para dinamizar o turismo cultural, através da museologia ou da gestão de bens artísticos regionais; para recensear os objectos identitários da re-gião, através da inventariação de bens artísticos; para aliar o seu conhecimento

às práticas organizadas da intervenção urbanística, de restauro de bens ou do ordenamento do território.

Sendo o património cultural que dis-tingue, identifica e fixa a memória de uma região, potenciando a sua atracti-vidade, é como disciplina de indiscuti-da validade social que o Algarve e suas forças devem hoje encarar a História de Arte.

Grande ecrã

Cineclube de TaviraProgramação: www.cineclubetavira.com281 971 546 | [email protected]

SESSÕES REGULARES | CINE-TEATRO ANTÓNIO PINHEIRO | 21.30 HORA

22 JAN | CAVALO DINHEIRO, Pedro Costa – Portugal 2014 (103’) M/12

29 JAN | THE RAILWAY MAN (UMA LONGA VIAGEM), Jonathan Teplitzky – Austrália/R.U./Suíça 2013 (116’) M/16

Globos de Ouro e ÓscaresJá é uma tradição as distri-

buidoras em todo o mundo atrasarem as estreias dos “me-lhores” filmes até ao início do ano. Contando com umas nomeações (ou possíveis pré-mios) nos Globos de Ouro (11 de Janeiro) ou Óscares (22 de Fevereiro). Este ano verificámos a mesma táctica, nas próximas semanas vai ser lançada nas salas uma avalanche de títulos com bastante interesse. Infeliz-mente isso não quer dizer que nós, cineclubes, os possamos exibir logo a seguir, na maio-ria dos casos temos que esperar uns meses...

Mesmo assim, continuamos a tentar tecer o nosso progra-ma mensal com os filmes mais interessantes e sensíveis dispo-níveis entre nós. Um deles sem dúvida é o último trabalho de (Ossos) Pedro Costa: Cavalo Dinheiro. Durante o último ano têm nascido umas quan-tas distribuidoras novas, que procuram focar-se na distri-buição de filmes menos “co-

merciais” mas com bastante interesse, na grande maioria de produção europeia. Querendo apoiá-los, tentamos programar esses filmes, tais como O Guar-

dião das Causas Perdidas. Não os percam e que este se torne mais um ano repleto de filmes sensíveis! Até breve!

Cineclube de Tavira

Início do ano cinematográfico aguarda os Óscares

fotos: d.r.

Cineclube de Faro Programação: cineclubefaro.blogspot.pt

IPJ | 21.30 HORAS | ENTRADA PAGA20 JAN | A PRAÇA, Sergei Loznitsa, Ucrânia, 2014, 130’, M/12

27 JAN | O GUIA DE IDEOLOGIA DO DE-PRAVADO, Sophie Fiennes, Reino Unido/ Irlanda, 2012, 134’

SEDE| 21.30 HORAS | ENTRADALIVRECICLO PASOLINI | DA VIDA E DA TRAGÉDIA22 JAN | O EVANGELHO SEGUNDO MA-TEUS, Itália/França, 1964, 137’

29 JAN | UCCELACCI E UCCELINNI, Itália, 1966, 89’

FILME FRANCÊS DO MÊS | ENTRADA LIVRE | BIBLIOTECA MUNICIPAL DE FARO – 21.30 HORAS3 DE JAN | MARIAGE À MENDOZA, Edou-ard Deluc, França, 2013, 94’, Portugal

O Elogio da História de Arte no Algarve

Daniel Santana Historiador de Arte,Museu Municipal de TaviraConvidado da AGECAL

d.r

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16.01.2015 4 Cultura.Sul

Filhos da Terra, de Jean Auel:Uma saga na era glaciar

Jean Auel é conhecida por um único conjunto de obras, a Saga dos Filhos da Terra.

Os primeiros quatro títulos desta saga só foram traduzi-dos em Portugal pela Europa--América em questão (ainda que a qualidade de tradução e edição desta editora sejam discutíveis), embora sejam também já quase impossíveis de encontrar.

Em 2006, a Esfera dos Livros avançou com nova tradução e edição de O Clã do Urso das Cavernas (originalmente pu-blicado em 1980) e uns quan-tos volumes depois a editora Clube do Autor decidiu, em boa hora, publicar o último desta saga, intitulado A Mãe Terra. Este título não faz jus-tiça ao título original em in-glês, que é The land of painted caves, o sexto volume da saga.

A nota negativa a fazer nes-ta recensão é mesmo a da infe-licidade de as editoras, que de-cidiram apostar nesta autora que tem 45 milhões de segui-dores em todo o mundo, igno-raram completamente a ideia de continuidade de uma saga. É preciso reconhecer que para ler esta saga é realmente ne-cessário ter tempo, paciência e persistência, pois já vamos em seis volumes e cada um dos livros não tem menos de 600 páginas cada. Todavia, é possí-vel assegurar aos leitores que as traduções da Europa-Amé-rica não são más, muito pelo contrário, apesar de virem di-vididas em dois tomos (hábito usual a esta editora, aliás) e de os volumes traduzidos terem sido integrados na coleção Né-bula, que pertence ao domínio da Ficção Científica.

A autora fez uma apurada pesquisa histórica e em diver-sos momentos dos seus livros são-nos descritos momentos de forma exaustiva, com preci-são e rigor histórico e científi-co, de certas situações e ações quotidianas como acender o

fogo, fabricar instrumentos de caça, modo de confecio-nar alimentos ou de preparar peles, propriedades curativas de plantas, etc. Daí que seja preciso alguma persistência e gosto pela informação his-tórica em que estes livros são ricos. Por outro lado, a fantasia também prima nesta saga, no-meadamente porque a perso-nagem de Ayla irá destacar-se como líder espiritual, daí que sejam recorrentes as referên-cias a presságios, sonhos, ao contacto com o mundo dos espíritos e às viagens astrais de Ayla (em que o espírito deixa o corpo e viaja livremente pelo espaço).

A saga segue assim a vida desta jovem, encontrada aos 4 ou 5 anos, depois de ter so-brevivido a um ataque de um grande leão das cavernas, de que guarda aliás a cicatriz fei-ta pela garra do leão, e que é resgatada e adotada por uma mulher que pertence ao clã do urso das cavernas, um grupo de homens Cro-Magnon.

A autora segue nos seus li-

vros a hipótese de que os ho-mens de Cro-Magnon terão convivido com o Homem de Neanderthal em certas zonas da Europa. Contudo, esse con-vívio não parece ter sido pací-fico, tanto que o clã coloca fortes entraves à inclusão da menina, e, no segundo volu-me da saga, percebemos que a espécie mais evoluída do homem de Neanderthal sen-te aversão pelos Cro-Magnon, referindo-se-lhes como Cabe-ças Achatadas. 

Ayla irá então enfrentar di-versos desafios ao longo do primeiro volume, a começar por uma rejeição quase ab-soluta de todo o clã, acolhida apenas por Iza, a curandeira, e Mogur, o líder espiritual, uma espécie de xamã, que a irão também amar como se fosse sua filha e educar. Desde cedo, percebemos que Ayla é efetiva-mente muito inteligente e re-cusa-se a seguir as convenções impostas às outras mulheres do clã, por exemplo quando segue os homens e aprende a caçar por si própria, ativida-

de absolutamente proibida ao sexo feminino. Ayla irá mesmo criar a sua funda e torna-se perita em lançamen-

tos rápidos, con-seguindo atirar duas pedras seguidas, e com pontaria pre-cisa. A mulher do clã pretende--se também submissa pelo que a jovem Ayla, já quase mulher, começa a ser violada por um dos homens do clã e acaba por ser mãe. No final Ayla é expulsa, sendo considerada como morta para todo o clã, que se recusa a reconhecer a sua existência, fingindo que não a veem e não lhe dirigin-do a palavra.

No segundo volume da saga, O vale dos Cavalos, se-guimos alternadamente o período de reclusão de Ayla num vale e Jondalar, que par-tiu numa espécie de busca com o irmão, para conhecer outros povos que vivem em regiões mais distantes do seu povo, os Zelandonii. Ayla de-pois de ser expulsa pelo clã en-frenta as agruras de um clima agreste próprio da era glaciar e caminha durante um lon-go período até encontrar um vale que lhe parece agradável e propício à sua sobrevivência, onde  encontra também a gru-ta ideal que se tornará na sua morada durante os próximos

anos, onde vive completamen-te isolada, a tentar perceber o que é isso de ser considera-da morta para o clã. Até que percebe que afinal a sua vida continua quando subitamen-te salva Jondalar, mas isso só acontecerá umas três prima-veras mais tarde... Entretanto seguimos a vida própria de um eremita que esta jovem leva e percebemos os desafios que na época os nossos antepassados enfrentavam. Ayla irá ainda domesticar uma égua, atreven-do-se mesmo a montá-la e de-pois a usá-la para transportar cargas mais pesadas. Mais in-crível ainda é o momento em que Ayla encontra um leão das cavernas bebé e decide adop-tá-lo. Mais tarde, conhece Jon-dalar ao salvá-lo de um ataque de um leão e acolhe-o na sua gruta, assistindo e ajudando à sua recuperação. Ayla apren-derá a comunicar oralmente (pois o clã comunicava gestu-almente) e irá assombrar Jon-dalar com os conhecimentos que possui como curandeira, a sua capacidade de caçar e a forma como aprendeu a fazer fogo. Até que ambos se apaixo-nam e Ayla aprende as alegrias de partilhar os prazeres com um homem, depois de ter sido abusada por diversas vezes en-tre os homens do clã.

No terceiro volume, Os ca-çadores de Mamutes, Jonda-

lar e Ayla decidem partir em busca do povo dele, num re-gresso a casa, e encontram os Mamutoi. Ayla conhece pela primeira vez outros como ela, além de Jondalar, e apesar do receio de Jondalar, dada a sua diferença em termos de com-portamento, por ter vivido en-tre os cabeças achatadas, Ayla será vista por todos como uma mulher que parece encarnar a essência de Mut, a Mãe Terra, nomeadamente na sua capa-cidade de comunicar com os animais, de os fazer obedecer, e pelas suas artes curativas, além da sua inegável beleza e porte distinto.

Em As Planícies de passa-gem o casal continuará o seu caminho em busca do povo de Jondalar, vivendo novas aventuras. O único título que não está traduzido é o quinto volume,  The shelters of sto-ne (2002). No último volume, A Mãe Terra, iremos deparar--nos com o que poderá ser uma conclusão desta viagem até à Idade do Gelo, através da Europa que existiu entre 35 e 25 mil anos a.C., num volume onde se abordará ainda o mis-ticismo das cavernas sagradas e, como o título indica, das pinturas rupestres, quando Ayla e Jondalar são já pais, de uma menina chamada Jonayla, o que simboliza a junção dos seus espíritos.

Paulo SerraInvestigador da UAlgassociado ao CLEPUL

Letras e Leituras

fotos: d.r.

A escritora Jean Auel

16.01.2015  5Cultura.Sul

Faro com um 2015 cultural invejável

O Lethes apresentou a programação para todo o ano de 2015

fotos: d.r.

Panorâmica

Faro apresenta-se este ano com uma oferta cultural a que a cidade se desabi-tuou nos últimos anos. Quem garantiu alguma cadência efectiva na programa-ção cultural regular e estruturada na ci-dade durante 2013 e 2014, pelo menos, foi A ACTA, através da gestão que exer-ce do Teatro Lethes. Disso mesmo dava nota o Cultura.Sul em Janeiro do passa-do ano, num reconhecimento devido à sala que garantia o grosso da programa-ção cultural da cidade então.

Este ano não será assim, a julgar pela programação já conhecida do Teatro Municipal de Faro, mas o que é facto é que a recentemente apresentada progra-mação do Lethes mantém a cadência e o rigor a que Luís Vicente já nos habituou.

Desta feita, ao Lethes apresentou a programação para o ano de 2015, intei-ra, demonstrando coerência, capacidade de determinar o que se faz a um ano de distância e, acima de tudo, capacidade de oferecer um programa completo, versátil e estruturado ao público, que naturalmente agradece.

Alguns dos destaques da programa-ção do Lethes para este ano vão para, já hoje, 16 de Janeiro, e até dia 31, a entrada em cena de ‘Os Silêncios de Sara’, teatro pela mão da ACTA - A Companhia de Te-atro do Algarve, com Tânia da Silva a dar voz e expressão ao monólogo.

Em Fevereiro, o projecto VATe - serviço Educativo da ACTA, conta com a arte de Elisabete Martins e Nuno Silvestre para repor ‘Um Pequeno Príncipe’, a partir da obra de Saint-Exupéry, enquanto que as tábuas serão ocupadas nos dias 13 e 14 pelo TEMPO - Grupo de Teatro de Porti-mão, com a peça ‘O Caracol’, e no dia 20 por ‘Os Lusíadas’, uma criação e interpre-tação de António Fonseca.

A 21 de Fevereiro é a vez do Cendrev trazer ao Lethes uma peça teatral ‘Onde é que eu já vi isto, Perguntou ele’.

Os dias 27, 28 e 29 de Março garan-tem ao público, sob direcção de Paulo Moreira, a apresentação da peça ‘Os Emigrantes’, pela ACTA, que regressa ao mesmo palco mais quatro dias em Abril. ‘Cont(opias)’ é a proposta teatral de Sera-fim para o dia da revolução, 25 de Abril.

O teatro regressa ao Lethes em Maio com ‘Um Picasso’, pela Companhia de Teatro de Braga e, em Maio, a ACTA re-põe ‘à Espera de Godot’ sob a batuta do mestre Luís Vicente e um elenco que conta com vários actores.

O primeiro semestre encerra-se com ‘Rádio Cabaret’ numa proposta do Te-atro das Beiras e com uma parceria en-tre a ACTA e a APATRIS 21, sob o título ‘Viagens’.

Agosto faz regressar o teatro à mítica sala farense com Luís Vicente e ‘Nossa Senhora da Açoteia’ a que se segue ‘O Adeus’, já no mês de Setembro.

Setembro é o mês escolhido para o Lethes acolher o Ciclo de Teatro Espa-nhol, onde se poderá ver ‘Camino del Paraiso’, ‘Adúlteros’ e ‘Wangari La Niña Arból’, enquanto o décimo mês do ano é o tempo reservado ao Encontro Nacional de Teatro Universitário - ENTU.

O teatro com base na obra de Lídia Jorge invade o Lethes em Novembro com ‘Instruções para Voar’ e Dezembro faz regressar o VATe, com ‘Mãezinhas’.

Muito mais do que teatro

Mas há muito mais para ver no Lethes neste 2015. O jazz ocupa espaço de des-taque na programação, com Yessister, JazzSister, João Hasselberg, no Dia Inter-nacional do jazz, a voz inconfundível de Paula Oliveira, acompanhada por Luiz Avellar em ‘Mistura Fina’ e Luís Miguel Peaceful Retaliation Group.

Respectivamente as quatro vozes femininas do jazz apresentam-se em Fevereiro, Hasselberg sobe ao palco do Lethes a 30 de Abril no âmbito de ‘Os Dias do Jazz’, enquanto ‘Mistura Fina’ canta e encanta em Setembro, com a temporada de jazz a fechar em Dezem-bro pela mão de Luís Miguel Peaceful Retaliation Group.

Ainda na área da música, espaço para o Fado com Teresa e Pedro Viola, no iní-cio de Fevereiro, e para a 4ª Gala do Fado da Associação de Fado do Algarve a 31 de Maio, e para ouvir o som da guitarra pela mão de Marta Pereira da Costa, no final de Fevereiro, e ainda, com as actu-ações da Orquestra Juvenil de Guitarras do Algarve e do Quarteto Concordis, respectivamente em Julho e Outubro.

Finalmente e para que na agenda não

falte nada, lugar de destaque para o Fes-tival Internacional de Blues de Faro, que tem data marcada para 22 e 23 de Maio, para a interpretação de Mila Ferreira em ‘Bonsoir Paris’ e para Lara Martins & João Paulo Santos em ‘Da Opereta ao musi-cal’, espectáculos previstos para Março.

Carlos Mendes vem a Faro celebrar 50 anos de carreira em Julho, com ‘A Festa da Vida’, Ana Ester Neves e Raquel Cor-reia contam e cantam ‘Memórias de um percurso’ a 24 de Outubro e no dia 5 de Dezembro o palco é de ‘Esfinge - Projec-to mitológico’. O Concerto de Natal en-cerra a programação musical do Lethes para 2015.

Assinale-se um musical na programa-ção de 2015 do Lethes, ‘A Terra Prometi-da’ sobe à cena em Março, numa inter-pretação do Grupo da Igreja Evangélica Portuguesa.

Dança no Lethes

A dança não fica de fora da progra-mação do Lethes em 2015. Seis momen-tos marcam a presença desta forma de arte na sala farense, a começar com a actuação de Filipa Rodriguez no Dia

Mundial da Dança, a 29 de Abril, a que se segue Francisco Lucas Pires e Alma Palacios, com ‘Libretto’ em Maio.

Filipa Rodriguez regressa no início de Junho com ‘Formosa é a Ria’, e em Julho com o Espectáculo Final do Ano Lectivo 2014/2015. Elsa Palmeira e Bal-let Encantado trazem a 25 de Julho ao Lethes ‘Viver a Dança, Dançar a Vida’ e Boba Suicida fecha o pano no segmen-to com ‘Trovoada’ no mês de Outubro.

Finalmente um lugar de grande des-taque, nesta que é uma programação recheada, para a chegada, entre os dias 15 e 21 de Junho, do FOMe - Festival de Objectos e Marionetas, um momento incontornável do calendário anual da sala algarvia.

Teatro Municipalregressa à ribalta

Se o Lethes tem uma programação in-vejável para 2015, Faro conta este ano com uma programação de luxo no Te-atro Municipal de Faro (TMF). Assim se constrói um ano que será marcante em termos de oferta cultural garantida pe-las duas salas de espectáculos da capital da região.

Já hoje, dia 16 de Janeiro, e amanhã, o TMF acolhe o 2º Faro Tango Fest, para dia 24 a sala tem programado um con-certo de Rodrigo Leão e a 29 um concer-to da Banda da GNR.

Fevereiro garante casa cheia na sala maior da cidade com a Companhia Na-cional de Bailado, que traz ao Algarve ‘O Lago dos Cisnes’, numa performance acompanhada pela Orquestra Clássica do Sul, agendada para os dias 6 e 7. No dia 21, ‘Amália por Júlio Resende’ é o es-pectáculo em que o pianista se ‘introme-te’ pelos caminhos do Fado, enquanto Dino D’Santiago actua no dia 28.

São apenas destaques para os primei-ros dois meses de programação do TMF e antecipam uma programação forte da sala farense para o ano que agora come-ça, uma programação que se espera te-nha a força de outros momentos e mes-mo a ultrapasse a bem de uma agenda cultural capaz de satisfazer os mais di-versos públicos e garantir a entretanto amornada aposta na formação de novos públicos.

Só assim Faro poderá regressar aos circuitos artísticos nacionais como ci-dade destino daqueles que fazem da arte o seu mister e garantir aos farenses e aos algarvios em geral propostas de qualidade e diversidade dignas da ci-dade e da região e, acima de tudo, dos públicos.

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“MARIA CAMPINA, A LOULETANAQUE PÔS SALZBURGO DE PÉ”Até 31 MAR | Cine-Teatro LouletanoA presente exposição pretende valorizar o projecto de vida de Maria Campina, ou seja, a sua dedicação à música e à pedagogia musical, deixando ao mundo um legado incontornável

“MÚSICA NAS IGREJAS”17 JAN | 18.00 | Ermida de São Sebastião - TaviraConcerto de Raquel Correia (piano) e Isobel Reis (canto). O programa integra a interpretação de obras de Schumann (ciclo Frauen Lieben und Leben op 42)

Ricardo ClaroJornalista / [email protected]

A sala maior de Faro está a apostar forte na programação

16.01.2015 6 Cultura.Sul

Qual a importância do pensamento na produção artística?

Artes visuais

Saul Neves de JesusProfessor catedrático da UalgPós-doutorado em Artes Visuais pela Universidade de Évora

Embora o trabalho artístico seja, em geral, realizado com grande emoção, o pensamento e o planeamento da obra são fundamentais no processo de produção artística.

Em geral, as obras artísticas são concretizadas por quem as concebe, mas verifica-se que, na arte contemporânea, muitas ve-zes quem pensa sobre o produto artístico não é quem o executa. Nestes casos, as pessoas costu-mam considerar que o artista é quem executa a obra. No en-tanto, não é exatamente assim, pois esta perspetiva de “manu-alidade” do artista tem vindo a ser alterada, sobretudo a partir dos anos 60, com a emergência da arte concetual.

A expressão “arte concetual” começou por ser utilizado por Henry Flynt, em 1961, no seu artigo “Concept Art”, segundo o qual o mais importante para a arte conceptual são as ideias, fi-cando a execução da obra para segundo plano, podendo até ser executada por outros que não o artista que a concebeu e criou. O importante seria o con-ceito, o projeto da obra, o qual é formulado antes da sua ma-terialização. Esta perspetiva da arte tornou-se mais consistente a partir do manifesto de George Maciunas, em 1963, um dos fun-dadores do grupo “Fluxus” e da primeira edição da revista “Art--Language”. Sol LeWitt também teve um contributo importante, ao publicar o artigo “Paragraphs on Conceptual Art”, na revista Ar-tforum (1967), em que defendeu que, na arte concetual, a ideia ou o conceito são o aspeto mais im-portante do trabalho realizado pelo artista. No mesmo sentido

posicionam-se vários artistas da atualidade, em particular Hirst (2012) ao considerar que a arte está sobretudo nas ideias do ar-tista: “Art goes on in your head. The real creative act is the con-ception, not the execution”.

Têm sido apresentadas várias definições de arte concetual, che-gando Lucy Lippard a considerar que há tantas definições de arte concetual quantos os artistas concetuais. Em todo o caso, esta autora apresenta também a sua definição, considerando que a arte concetual será o trabalho em que a ideia é o principal as-peto, sendo a dimensão material secundária.

No entanto, parece-nos im-portante clarificar que a ênfase nas ideias nas artes visuais não será assim tão original, pois mui-tos foram os artistas que, em di-versos movimentos ou estilos, salientaram a importância das ideias ou dos pensamentos do artista, embora fosse no sentido da intenção prévia à produção artística, nunca implicando a desmaterialização. Por exem-plo, Escher afirmava: “escolho entre as técnicas que adquiri, aquela que, mais do que qual-quer outra, ofereça uma melhor representação dum pensamento determinado que me absorva”; e Munch terá referido: “Pintei de memória sem nada acrescentar,

sem os pormenores que já não via à minha frente. É esta a razão da simplicidade das minhas te-las, do seu óbvio vazio. Pintei as impressões da minha infância, as cores esbatidas de um dia es-quecido” (Bischoff, 2011). Aliás, já encontrávamos em Renoir um comentário que apontava para uma postura ativa do pintor no processo de produção artística, não se limitando a reproduzir como que de forma automática a realidade: “A paleta do pintor não significa nada. É o seu olho que faz tudo” (Pedrosa, 2009). O próprio Picasso referia “eu pinto as coisas como penso ne-las, não como as vejo” (Gante-fuhrer-Trier, 2005), pressuposto fundamental que permitiu que a arte se afastasse da mera ten-tativa de reprodução do objeto observado, para ser sobretudo um produto da imaginação do artista. Fundamentalmente pro-curava-se tentar ir para além da imagem retiniana ou visual, evi-denciando-se a imagem mental.

Em todo o caso, a arte con-ceptual acentua de tal forma a importância da ideia criativa na produção artística que parece que apenas o pensamento é im-portante, ocorrendo quase uma desmaterialização da arte.

No artigo “A desmaterilização da arte” (1968), John Chandler e Lucy Lippard referiam que a

forma intuitiva e intencional de fazer arte que havia dominado desde 1945 deu lugar a uma arte ultra-conceptual que enfatizava quase exclusivamente o processo de pensamento. No mesmo sen-tido, Kosuth (1969) argumentou no sentido da não necessidade de existência de um objeto mate-rial, palpável, para que algo pos-sa ser considerado como obra de arte visual.

Esta ênfase na desmateria-lização encontra um dos seus exemplos mais fortes na exposi-ção de Robert Barry, em 1969, na Galeria Art & Project, em Amester-dão, em que pintou na porta de entrada “during the exhibition the gallery will be closed”, não estando nenhum trabalho à vis-ta, nem sequer uma janela que permitisse ver algum trabalho no interior. Em todo o caso, esta ideia não foi assim tão original, se tiveremos em conta que, já em 1958 Yves Klein havia realizado uma exposição em Paris com o título “Vazio”, em que o espaço estava literalmente vazio, pre-tendendo expressar um “estado pictórico invisível” que estaria presente através da radiação.

Todavia, este exagero na di-mensão concetual sendo rejei-tado o objeto artístico concreto, tornaria a arte fria e apenas teó-

rica, sem produção, sem beleza e, em última estância, sem arte (Ferrari, 2001). No mesmo sen-tido, o próprio concetualista Mel Bochner (1970) considerava que a obsessão pela desmaterializa-ção não tinha sentido, pois ne-nhum pensamento pode existir sem um suporte que o sustente. A partir de 1965, este artista co-meçou a realizar quadros mono-cromáticos em tons de cinzen-to. As designações para este tipo de pintura foram várias, “silent painting”, “essential painting”, “opaque painting” ou “funda-mental painting”, mas todas elas traduzindo a intenção clara de expressar o essencial na pin-tura. Noutros trabalhos, Mel Bo-chner utilizou outros materiais como suporte, nomeadamente pequenas pedras para ilustrar um raciocínio matemático, em “Triangular and square num-bers” (1971).

No seu desenvolvimento mais recente, a perspetiva concetual tem continuado a acentuar a importância das ideias, mas com um suporte material ou plástico. Os trabalhos de González-Torres, a que já fizemos referência, são disso um exemplo, mostrando que a materialização das ideias é que permite a força ou o impac-to destas, pelo que as ideias, só

por si, não podem ser considera-das arte. Embora consideremos fundamental a criatividade na arte, esta requer uma materiali-zação para poder ser inserida nas artes plásticas. Aliás, a dimensão do concreto e do material na arte já havia sido defendida por Pi-casso, da seguinte forma: “Não existe nenhuma arte abstracta. Tem que se começar sempre com algo. Depois podem afas-tar-se todos os vestígios do real. Então não existe qualquer peri-go, pois a ideia da coisa deixou entretanto um sinal indelével” (cit. em Walther, 2006).

De acordo com Godfrey (1998), a arte concetual não é um estilo, nem pode ser limi-tada a um período de tempo. Conforme este autor chega a afirmar, “conceptual art is not an historical style, but an ingrai-ned habit of interrogation. (…) Conceptual art is not about for-ms or materials, but about ideas and meanings”. Neste sentido, a arte pode ser entendida como uma constante atitude de inter-rogação, uma busca do essen-cial e uma tentativa de expres-sar ideias, partilhando-as com os outros através da produção artística realizada, podendo ser utilizados os meios considera-dos necessários ou adequados pelo artista neste processo de realização criativa.

Atualmente, em geral, os ar-tistas procuram conciliar a com-ponente ideia e intenção com a respetiva materialização. Neste sentido, acentuam a relevância da ideia ou do conceito que lhes levou ao objeto produzido. Por exemplo, Joana Vasconce-los afirmou, em 2011: “eu não parto do objeto; eu parto duma ideia e depois tento encontrar o objecto certo para expressá-la, dar-lhe uma dimensão física ou material”.

Este processo de materializa-ção das ideias em muitos artis-tas contemporâneos permite enquadrar várias produções artísticas difíceis de compreen-der por muitos daqueles que se interessam por arte enquanto espetadores.

‘Cinderela’, Joana Vasconcelos, 2007

fotos: d.r.

‘A Noiva’, Joana Vasconcelos (2001-2005)

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“FACE A FACE”Até 7 FEV | Galeria de Arte da Praça do Mar- QuarteiraExposição de pintura de Clara Andrade. A artista é licenciada em Filosofia e desde sempre mostrou-se interessada nas questões da estética e da arte. É bi-bliotecária em Lagoa e vive em Portimão

“METROPOLIS”21 JAN | 21.00 | Biblioteca Municipal de LagosFilme alemão de 1927. Trata-se de uma parábola sobre as relações sociais numa cidade do futuro. Os privilegiados vivem nas alturas, enquanto a massa de trabalhadores oprimidos vive nos subterrâneos

16.01.2015  7Cultura.Sul

Momento

A tempestade cai sobre a cidade

Foto de Ana Omelete

Património, Sociedade e mais Cultura, por favorUm olhar sobre o património

Será romantismo acreditar que

uma nova sociedade irá nascer, ou pelo menos uma nova forma de pensar a sociedade? E que esta so-ciedade inclua de uma vez por to-das a Humanidade no seu espectro total ou continuaremos a assistir à primazia do pensamento “a minha sociedade só vai até onde o meu quintal se acaba”?

A necessidade de novos paradig-mas não é inédita. Em 2001 ficámos atónitos com o que os nossos olhos incrédulos observavam na televisão. “Momento de viragem!”, “O mun-do nunca mais será o mesmo!”, cla-maram muitas vozes, e com razão acrescento eu. Mas agora, como em 2001, continuo a questionar-me:

quais os pressupostos que guiaram essa viragem? Quais os princípios de acção que a balizaram e quais os objectivos da tão necessária mudança do mundo? Terão esses pressupostos e objectivos sido al-cançados?

Entrados que estamos em 2015, celebra-se no presente ano (mais

precisamente em Outubro) o 10º aniversário sobre a assinatura da Convenção de Faro relativa ao va-lor do Património Cultural para a Sociedade. Em traços gerais este do-cumento visa um compromisso dos Estados signatários para a criação de políticas culturais mais transver-sais, nas quais as pessoas assumam

um papel central, constituindo-se o património cultural como elemen-to agregador e potenciador de um modelo de desenvolvimento eco-nómico baseado nos princípios do desenvolvimento sustentável e da biodiversidade cultural.

Nela se coloca pela primeira vez em letra (pré)-oficial o reconhe-

cimento que o Património Cul-tural é uma realidade dinâmica, que abrange tanto monumentos, como tradições ou inclusivamen-te criações contemporâneas. Mas este dinamismo estende-se igual-mente às diferentes interpretações que determinado elemento patri-monial pode ter, consoante a co-munidade que o observa. Assim, torna-se essencial dar a conhecer o Património Cultural nas suas di-ferentes concepções, promovendo o diálogo intercultural, a confiança e compreensão mútua tendo em vista a resolução e prevenção de confli-tos, facilitando deste modo a coe-xistência de diferentes pontos de vista numa sociedade que se exige pacífica.

Em jeito de conclusão, deixo-vos com uma última pergunta: onde é que temos falhado?

P.S.: Sou Charlie, sem margem para qualquer dúvida. Mas também sou todos aqueles inocentes que, diaria-mente e em todo o mundo, perdem ou vêm estropiada a sua vida por um motivo qualquer que eles próprios ignoram. E no final de contas, quem perde é a Humanidade…

A ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, em 2005, na assinatura da Convenção de Faro

d.r.

Alexandre FerreiraLicenciado em PatrimónioCultural pela UAlg

16.01.2015 8 Cultura.Sul

Veemente, lúcido, amar-go, culto, feroz, apaixona-do, discreto. Jorge de Sena tinha a susceptibilidade dos exigentes e dos afá-veis, honestamente afáveis, e a agressividade do muito amor (à vida, ao ensino, à crítica, à poesia). Avesso à mediocridade, estupidez, malignidade, incultura, es-pírito de compromisso e à cobardia moral, aquele que foi, sem dúvida, uma das personalidades maiores da intelectualidade portuguesa da 2.ª metade do séc. XX (e também uma das mais es-quecidas) assumia-se como “um homem visceralmente de exílio, que […] chegou à conclusão que se sente mal no mundo, embora ache que não há outro”, e que o ser humano deve ser sem-pre de todos os lugares que o acolhem.

Em Setembro de 1976 So-phia de Mello Breyner, ao comentar a poesia de Sena, sublinhava precisamente a “fidelidade integral à sua responsabilidade de estar no mundo” patente numa escrita que, através das suas fúrias e imprecações, acusava o mundo onde o reino devido a cada homem fora transformado em exí-lio. Numa outra carta, desta vez endereçada por Jorge de Sena, este pedia-lhe mesmo desculpa pela “muita e ines-capável amargura de quem ama a vida e a liberdade, e odeia totalmente o mundo em que lhe é dado viver”. Sobre a ligação ao chão lu-sitano, a síntese de Sena é lapidar: “Nós […] às vezes não merecemos ter nasci-do aonde nos fizeram nas-

cer”. Não obstante as sauda-des dos amigos, só o facto de pensar em ir a Lisboa causava-lhe dor de fígado, como se lê noutra epístola enviada do Brasil à amiga e confidente Sophia.

Daí que vomitasse, vio-lentamente, a miséria e de-gradação morais de certa “litero-cambada” intelectual da metrópole, não poupan-do nada nem ninguém em escritos que, nas suas pala-vras, “deixarão as orelhas da pátria a arder”. Perante estas tomadas de posição, Sophia chegaria mesmo a questio-ná-lo sobre se valeria a pena ele gastar tanta inteligência para explicar aos parvos que são parvos.

A 9 de Janeiro de 1968, numa correspondência com Sophia, Sena deixa-nos esta singular reflexão, plena da-quele “lúcido amargor” que tanto o identificava: “A im-pressão que cada vez mais tenho é a de que, de certa al-tura em diante, na vida, nós começamos a viver como Ri-lke dizia que os anjos se sen-tiam: sem saber se estamos entre vivos ou entre mortos, porque as pessoas desapa-recem, transformam-se em memória, e a gente vai fi-cando numa cada vez mais estranha irrealidade em que a maioria dos vivos não faz parte do nosso mundo que atravessam como espectros secundários, enquanto o espaço vazio se acumula de

espectros autênticos que precisamente são os que deixaram de existir”.

As inúmeras entrevistas (1958-1978) de Jorge de Sena que a Guimarães, em boa hora, reuniu num úni-co tomo sobre esta “espécie de exilado profissional” – como ele próprio se definia – constituem um precioso repositório sobre alguém que gostava de isolar-se dos medíocres, dessa “classe hu-mana que é necessariamen-te numerosa”, constatando terem sido sempre esses os que menos gostaram de si. Mostram-nos um intelectual

absolutamente seguro de si, que acreditava que ninguém podia destruí-lo a não ser ele mesmo e que não tinha complexos em proclamar publicamente o seu talen-to pelo simples facto de, na sua opinião, até certa altura ninguém o fazer se ele não o fizesse: “O problema não está em eu me considerar muito grande – mas sim em os outros serem, na maioria, tão pequenos”.

Havia em Sena uma en-trega violenta ao seu ofício, uma devotada excitação a que nunca faltava, porém, o sentimento de raiva pelo facto de o tempo não lhe ser bastante, nem a vida, para tudo o que desejava fazer. Era esse o teu tónus espi-ritual, feito de paixão e de revolta: de um lado, a cren-ça na ideia de que “nenhum mundo, que nada nem nin-guém / vale mais que uma vida ou a alegria de tê-la” (poema “Carta a meus fi-lhos sobre os fuzilamentos de Goya”, de 1959), pois “não foi para morrer que nós nascemos”; do outro, a sensação de que lhe rou-baram, porventura irreme-diavelmente (?), uma parte da vida e do seu país – daí

que a arte se assuma, para si, como descontentamen-to ou como busca de um contentamento inatingível. Também por isso, Sena acei-ta que o poeta possa e deva ser político: “Lembro-me de que certa vez, lendo o Satí-ricon de Petrónio, fiquei sa-bendo que litterati eram os escravos fugidos e recaptu-rados, que passavam a ter gravado na testa o nome do senhor. A coisa serviu-me de lição”.

Nessas entrevistas, entre outros conteúdos, encon-tramos reflexões que radio-grafam sociologicamente a portugalidade, desde o mito da adaptabilidade lusitana (Sena rebate-o defendendo que o português é alguém fundamentalmente inadap-tável embora exteriormente seja profundamente adaptá-vel, não o sendo, porém, por dentro) até à eterna questão da salvação/perdição da pá-tria, como se lê na entrevista de Abril de 1968 concedida a Arnaldo Saraiva:

Eu costumo dizer, por piada, que Portugal não se salva en-quanto todos os portugueses não forem obrigados, por lei, a fazer um estágio de alguns anos no estrangeiro, mas proi-

bidos de se encontrarem uns com os outros. Esta proibição é da maior importância, para impedi-los de assarem colec-tivamente sardinhas, cozerem bacalhau com fervor nacio-nalista, ou trocarem, sofrega-mente, as últimas novidades do Chiado.

Os temas da produtivida-de e da participação cívica e educação política da po-pulação também não fogem à lucidez implacável e livre de Sena, que diz, preto no branco, nunca ter confiado nas chamadas classes altas portuguesas:

Uma das coisas mais curio-sas da vida portuguesa é que toda a gente, neste país, fez sempre a sua malandrice des-de pequenino, deu as suas fa-cadas no matrimónio, fez de tudo, mas a sua fachada pu-ritana tem que ser mantida. […] Depois, à socapa, faz-se aquilo que sabemos.

E recorda, em entrevista de 1978, a experiência plu-rissecular de um povo que se habituou a desconfiar de um governo que não é dele e que não existe nem traba-lha para ele:

O povo português desa-prendeu de acreditar que o trabalho possa ser uma coisa rentável para o país, porque está habituado a que o traba-lho seja sempre rentável para os patrões, ou rentável para o Governo que lhe leva o dinhei-ro em impostos. Penso que o português tem qualidades de trabalho muito críveis, quan-do quer trabalhar.

Resta-nos aquela “peque-nina luz bruxuleante” que Sena imortalizou num dos seus mais belos poemas, a qual teima em resistir no meio da escuridão, numa atitude exacta, firme e jus-ta, e que persiste em brilhar não na distância mas no meio de nós. Porque o que mais importa, para Jorge de Sena, é a alegria de estar vivo e a fiel dedicação a essa honra. Só assim, “em segre-do, saudosos, enlevados, / falareis de nós – de nós! – como de um sonho”.

Falareis de nós como de um sonhoSala de leitura

Estátua de Jorge de Sena no Parque dos Poetas em Oeiras

fotos: d.r.

Paulo PiresProgramador culturalno Município de [email protected]

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“CORPO RESTRITO”Até 15 FEV | Museu do Trajo - São BrásO fotógrafo Vasco Célio registou imagens em estú-dio, inéditas, dos objectos sobre modelos, jóias da fotografia, cujo objectivo principal passa por colocar em diálogo os novos conceitos da joalharia contem-porânea de autor

“POTES”Até 13 FEV | Junta de Freguesia de PechãoO tema da exposição surgiu da paixão de Maria do Ó (Maria Odete Fernandes da Fonseca Neves) por potes, decidindo passar para a tela os muitos potes que tem descoberto nas viagens que tem realizado pelo mundo

“Eu te pertenço [pátria] mas seres minha, não.”

16.01.2015  9Cultura.Sul

Janeiro

Pedro [email protected]

O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N

Novo ano, vida igual…

Vi fogo desprender-se da terra fria, provei de vinho despejado da garrafa gelada, ouvi votos calorosos para os dias de um tempo que virá mais quente…

No entanto estou com a sensação, de que para o bem e para o mal, nada aparentemente mudou neste novo dia, que está no que pode ser o mais cruel dos meses, como dizia uma velha canção, mas poderia ser também o mais belo. Só que nunca saberemos ao certo qual a melo-dia que traz mais um ano.

Veste-se um casaco mais grosso. Faz-se com que o amor que resta se esprema do coração para a vida que passa e se passeie connosco ao encontro dos outros…

A poesia foi banida… ?Numa destas tardes frias visitei uma nova loja

de cultura em centro comercial, já desconfiando o que me esperava. Observada com algum cui-dado a parte dedicada aos livros, encontrei na secção de literatura lusófona: Fernando Pessoa, Herberto Helder, os algarvios António Aleixo e Joaquim Vairinhos, e poucos mais livros de poesia. Não sei se ao todo terei conseguido en-

contrar 12 autores diferentes em outros tan-tos títulos, nas diversas estantes entre tantas secções. Dirijo-me então à jovem funcionária (apenas uma trabalhadora, eu sei), e como um velho com pancada, repetindo a cena de há uns dias numa outra loja da mesma cadeia perguntei: «Menina, onde têm os livros de po-esia?». Esta, simpática, sorriso comprometido e cúmplice, encolheu os ombros: «Temos aqui alguns poucos livros, entre os outros», enquan-to a outra rapariga quis à força que eu lhe dis-sesse que livro pretendia, para o encomendar. Mas eu queria era ver os livros, tocar, cheirar, e posso encomendar mesmo a partir de casa, não é? É a crise no negócio da cultura, eu sei…

A laranja

Sabes que sempre te escrevo na poesia da es-pera. Focado na observação de um céu de mais um fim de tarde neste inverno do nosso descon-tentamento, que belo título para um livro. Mas também já não sei se és tu que esperas. E con-descendo, desde que tenha uma camera, um caderno e uma canção para ouvir, daquelas que jamais esquecerei, e que sempre ajudam nas esperas.

Não olhes para a caixa postal desconfiando do carteiro. Não esperes a carta que nunca virá. Recolhe as laranjas que apodrecem no chão. Não esperes a chuva que não sabes quando virá. Liga a mangueira e lava o chão.

Mas se isso não te satisfaz agarra num papel e escreve já a resposta, sobre o muro de cal ex-posto ao sol, enquanto descascas uma laranja da árvore antes que caiam todas por terra...

Alma

A editora 4águas lança mais um livrinho, o sétimo da colecção de contos OndaCurta. ‘Alma’ de Pedro Jubilot terá apresentações a 30 e 31 de Janeiro em Tavira e Olhão, res-pectivamente, na Casa Álvaro de Campos e na Galeria Sul, Sol e Sal. Aqui fica um peque-no excerto, em pré-publicação, desta ficção baseada numa personagem histórica da vila de Olhão, o sapateiro anarquista Bartolomeu Constantino, quando passam a 11 de Janeiro, 99 anos sobre a sua morte.

« (…) A partir daqui as ruas começam a es-treitar-se, a fechar-se a esse mundo novo cres-cente, abrindo-se a toda uma nova dimensão indefinida, mesmo para nós habituados às coi-sas da cidade grande. Embrenhamo-nos numa labiríntica rede de ruas e travessas, becos e pequenos largos. De chão agora mais sujo, em piso irregular. Onde pairam criaturas mais ru-des, toscas e despudoradas. Logo ali um homem tombado no chão, dormindo o excesso de álcool. Cães escanzelados vadiam em busca de restos de comida. Uma mulher de aspecto pouco saudá-vel imitando mal uma pose lasciva convida-nos a entrar numa casa. Duma outra porta aberta ouvimos o entoar de um canto. Não é fado como o de Lisboa, ainda que o faça lembrar. Soa es-tranho, áspero mas quente, talvez porque tem laivos musicais de flamenco e tonalidades vocais de cante berbere. Já noutra casa logo a seguir, fecham-se os postigos com força, à nossa passa-gem. Crianças esfarrapadas correm desunhadas escapulindo-se assim que dobram a próxima es-quina. Reparamos então num vulto que passa ao fim da rua envolto por um manto negro que lhe oculta a cabeça e a face.

- Viste? Trajo misterioso e…atraente? Mas aquilo não é proibido?

- Acho que sim. Chama-se bioco. Mas concen-tra-te ao que viemos. Não fiques para aí a cismar nisso agora.

- Olha! Lá está o largo. E a taberna da velha.

Portas verdes, serradura no chão, pingos por todo o lado, pipas, bancos de madeira já gasta expondo pregos ferrugentos. O típico balcão de pedra. Gatos que entram e saem entre um sono e outro.

- Tudo como descrito lá por eles. Pelo menos até agora.

Finalmente estacamos o passo, agora que já nos supomos à porta da pequena oficina do sa-pateiro, que outrora terá sido castanha, e está já, como tantas outras das que encontrámos pelo caminho, a precisar de mantença».

O Sangue das Flores

É o nome do livro publicado pela editora Ar-tefacto, em outubro de 2014, da autora algar-via Rute Castro (Faro, 1982), que em 2012 foi finalista na competição Fnac Novos Talentos de Literatura com o conto “Sobre os passos que matam”. Este é um dos seus poemas:

32.

e tu aína casa que permanece com as suas dores de

doença na construção,a casa espreita a saudade e guincha o fresco

das árvores na companhiado esquecimento,agrego os sentidos, agrego tudo e junto a

confrontos dessa vozcomigo, e afinal o frente a frente dá-se des-

pido,e afinal não nos deixam sem que nos caia o

paraíso, que se desmanche,e afinal ganhar é esse corte a meio.

fotos: d.r.

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“LOS NEGROS: AMOR E MEDO”25 JAN | 17h30 | Academia de Música de TaviraProjecto inclui a interpretação da actriz, performer e cantora Sara Ribeiro, a guitarra e percussão de Tiago Albuquerque, o piano e a composição de Luís Con-ceição, bem como os poemas de Álvaro de Campos

“O ESPÍRITO DE UM PAÍS”24 JAN | 21.30 | Teatro das Figuras - FaroRodrigo Leão regressa à capital algarvia para apre-sentar o espectáculo que deu na escadaria do Palácio de São Bento por ocasião da homenagem aos 40 anos do 25 de Abril

16.01.2015 10 Cultura.Sul

Cultura imaterial: da investigação a património da humanidade

Espaço ao Património

O Museu Municipal de Tavi-ra (MMT) surgiu em finais de 2001, como resposta à vonta-de da autarquia e também de sectores da população mani-festada ainda na primeira me-tade do século XX. Integrou desde o seu início um progra-ma de investigação, valoriza-ção e divulgação da história de Tavira e da região, a par do acesso à actualidade das artes contemporâneas portuguesas e internacionais.

A primeira fase passou pela reorganização de espaços e dos recursos humanos, trata-mento de colecções, a par da concretização de um vasto programa (mais de 50 expo-sições realizadas) que incluiu algumas relevantes figuras e obras das artes portuguesas e internacionais como Anto-ni Tapiés, Luís Gordillo, Júlio Pomar, Gerard Castello Lopes, Vieira da Silva, Cabrita Reis, Joana Vasconcelos, Angelo de Sousa, Alberto Carneiro, Costa Pinheiro, René Bertholo, entre outros e também das princi-pais colecções de arte portu-guesa, Fundação Gulbenkian, Culturgest, EDP, Vieira da Sil-va/Arpad Szenes, Berardo (em 2003 sobre o surrealismo in-ternacional com originais de Picasso, Miró, Dali, Duchamp, Magritte,…). Foram também apresentados artistas emer-gentes ou menos conhecidos na região mas com universos artísticos personalizados.

Foi desenvolvido o conceito de «museu de território», po-linucleado, refuncionalizan-do diversos edifícios, como o Palácio da Galeria, o Núcleo Islâmico (onde se encontra o

«Vaso de Tavira» atualmente cedido temporariamente ao Museu do Louvre), Núcleo de Cachopo (etnografia serra-na), Convento da Graça/Pou-sada (bairro almóada), Arraial Ferreira Neto/Hotel Albacora (pesca do atum), sobre o abas-tecimento de água a Tavira num edifício junto ao rio, no lagar de Santa Catarina sobre a produção do azeite…

Exposições de investigação sobre o território e a história social foram concretizadas, sempre acompanhadas pela edição de catálogos, casos de “Tavira, patrimónios do mar” (2008), “Cidade e mundos rurais – Tavira e as socieda-des agrárias“ (2010), “ A 1ª República em Tavira” (2010), “Fotografar” (2011), “Tavira Is-lâmica” (2012), “Dieta Medi-terrânica, património cultural milenar” (2013), “Memória e Futuro”(2013)…

O património cultural ima-terial, destacado pela UNESCO na Convenção de 2013, inte-grou os diversos programas do MMT.

Contudo, foi a escolha de Tavira como comunidade re-presentativa de Portugal na nova candidatura da «Dieta Mediterrânica» a Património Cultural Imaterial da Huma-nidade que concedeu maior visibilidade e reconhecimen-

to da relevância e actualidade da cultura imaterial na agri-cultura, alimentação, saúde, protecção das culturas e dos estilos de vida ancestrais. A candidatura dos 7 Estados, tecnicamente preparada em Tavira, foi aprovada por una-nimidade pela UNESCO em Baku no Azerbaijão a 4 de Dezembro de 2013, concreti-zando-se assim a segunda ins-crição do nosso País na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Huma-nidade e a primeira obtida pelo Algarve.

O MMT tem patente, desde Fevereiro de 2013, visitada por mais de 40 mil pessoas, uma exposição informativa e didáctica sobre a «dieta medi-terrânica» que acompanhou o antes e depois do processo de candidatura. Decorreram desde então atividades com-plementares, passeios de in-terpretação, oficinas de culi-nária tradicional, visitas de escolas e associações. O MMT participou em actividades da “Feira da Dieta Mediterrânica” que reuniu largas dezenas de milhares de pessoas.

Trata-se de um património internacionalmente reconhe-cido (UNESCO e OMS), de ele-vado valor simbólico e prático para a presente e as próximas gerações.

Trabalhar como “património vivo”

O MMT tem vindo a realizar ciclos de passeios e demonstra-ções sobre produções, saberes--fazeres e vivências sociais em torno da cozinha mediterrâ-nica. É um trabalho regulado pelas estações do ano com as comunidades que vivem quo-tidianamente este património. Engloba atividades de divulga-ção, dirigidas a todos e também “de interpretação patrimonial“ e inventário com as metodolo-gias da recolha antropológica e etnográfica. Estas atividades de investigação e inventário estão inseridas no Plano de Salvaguar-da aprovado pela UNESCO.

Todos os meses, desde Março de 2013 até ao momento, foi co-locada “a paisagem na panela”, percorrendo territórios, seguin-do a sazonalidade dos trabalhos agrícolas, as festividades cíclicas, descobrindo as comidas e parti-lhando a mesa.

Na Primavera foi-se ao cam-po conhecer as plantas silvestres alimentares, cozinhou-se a sopa de urtigas e os esparregados e desvendaram-se os segredos de como fazer um folar da Páscoa e construir os “maios”. Também se calçaram as botas para “ir à maré” mariscar e no caminho descobriram-se artes de pesca do polvo na Ria Formosa.

Ainda em tempo de flores, adoçaram-se as bocas com a doçaria feita com mel. As festas dos Santos Populares em Tavira tiveram oficinas sobre os enfei-tes de papel que habitualmente decoram as ruas da cidade.

No Verão foi a descoberta das plantas aromáticas e terapêuti-cas, dos rituais, ditos e fazeres característicos do período do solstício. Calcorreou-se o pomar de sequeiro algarvio, secaram-se e “estrelaram-se” figos, fez-se o pudim de alfarroba e várias con-servas de azeitonas.

No Outono, aprovisionou--se a despensa para os frios, provou-se o vinho novo, fez-se azeite e conviveu-se à volta da “tiborna”.

Inverno é tempo de resguar-do, de celebrar o Natal com co-midas e bebidas para “aquecer”. Vieram as primeiras sementei-ras e alguns dos manjares e petiscos da caça. E regressou a Primavera…

Para este trabalho o MMT contou com a disponibilida-de de muitas pessoas que par-tilharam o seu quotidiano e com aquelas que participam nas atividades, trazendo ou-tras experiências e práticas, dando conta da diversidade e criatividade, valorizando a atualidade deste “estilo de vida” milenar que nos é co-mum, a Dieta Mediterrânica.

Jorge QueirozDirector do Museu Municipalde Tavira (MMT)

Passeio dedicado à alfarroba no âmbito do ciclo de ‘Passeios e Comeres da Dieta Mediterrânica’

d.r.

Ficha Técnica:

Direcção:GORDAAssociação Sócio-Cultural

Editor:Ricardo Claro

Paginaçãoe gestão de conteúdos:Postal do Algarve

Responsáveis pelas secções:• Artes visuais:

Saul de Jesus• Espaço AGECAL:

Jorge Queiroz• Espaço ALFA:

Raúl Grade Coelho• Missão Cultura:

Direcção Regionalde Cultura do Algarve• Da minha biblioteca:

Adriana Nogueira• Grande ecrã:

Cineclube de FaroCineclube de Tavira

• Juventude, artes e ideias: Jady Batista

• Letras e Leituras: Paulo Serra• Momento:

Ana Omelete• O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N: Pedro Jubilot• Panorâmica:

Ricardo Claro• Espaço ao Património:

Isabel Soares• Sala de leitura:

Paulo Pires• Um olhar sobre o património:

Alexandre Ferreira

Colaboradoresdesta edição:Daniel SantanaLuísa RicardoMónica Dias

Parceiros:Direcção Regional de Cultu-ra do Algarve, FNAC Forum Algarve

e-mail redacção:[email protected]

e-mail publicidade:[email protected]

on-line em: www.postal.pt

e-paper em:www.issuu.com/postaldoalgarve

facebook: Cultura.Sul

Tiragem:8.073 exemplares

Luísa RicardoAntropóloga, técnica superior do Museu Municipal de Tavira

16.01.2015  11Cultura.Sul

Contos recontadosDa minha biblioteca

Adriana NogueiraClassicistaProfessora da Univ. do [email protected]

Penso que muitos professo-res sentirão como eu: é sempre com muita alegria e orgulho que vemos antigos alunos a te-rem sucesso nas suas profissões e outras atividades em que se empenhem. Foi assim que me senti, quando soube que a mi-nha antiga aluna de Latim, Cidá-lia Ferreira Bicho, tinha ganho o Prémio Revelação - Literatura para a Infância e Juventude, da Associação Portuguesa de Escri-tores, e é sobre esse livro, que foi ilustrado por Patrícia Furtado, que hoje escrevo: As Três Fortu-nas do Lobo Lobão e outros contos tradicionais.

Cidália Bicho conhece acade-micamente muito bem os con-tos tradicionais, pois foi esse o tema do seu mestrado em Literatura Oral e Tradicional, porém, o seu interesse, com este livro, é poder passar a ou-tros (em primeiro lugar, ao seu filho Gonçalo) as histórias que lhe contaram em criança, que fizeram parte da sua formação. E como «quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto», este livro é a sua forma de contribuir para a tradição. Numa época em que muitos pais e avós, tantos destes jovens e ainda ativos pro-fissionalmente, não têm capaci-dade para continuar essa cadeia – que se esperaria inquebrável – de transmissão oral desse mate-rial, o aparecimento desta obra faz todo o sentido.

O livro tem quatro contos, todos eles passados no tempo em que os animais falavam, pro-tagonizados por um lobo ma-treiro e uma raposa vaidosa que vivem várias aventuras.

Como contar estas histórias, que eram tradicionalmente ou-vidas? Que tipo de linguagem escolher? Terá de haver uma moral evidente?

Consciente ou não destes de-safios, o livro de Cidália Bicho tem em conta estas preocupa-ções.

Língua e literatura

O modo como usamos a lín-gua proporciona diferentes re-sultados literários: por exemplo, às vezes, a colocação do adjetivo antes do nome gera um efeito grandioso, eleva a linguagem, torna-a mais literária, até por-que se afasta um pouco da ora-lidade e do seu uso quotidiano. E precisamos de um bocadinho mais de tempo para apreciar o que lemos ou ouvimos: «o seu esfomeado estômago» (p.12), «o verdejante prado» (p.14), «rijo e áspero calhau» (p.14).

O mesmo se passa com a esco-lha do vocabulário, que recupe-ra formas já menos usadas, mas que aumentam (ou recordam) o conhecimento de quem ouve ou lê, como bácoro por leitão, baraço por cordel ou zorra por raposa. Também faz uso de ver-bos como almejar, derrear, es-tropiar, nomes como pujança, adjetivos como ínfimo, sagaz ou fugaz, que enriquecem este universo encantado.

Mas não se pense, por estes

exemplos aqui apresentados, que o livro está pejado de pala-vras difíceis que dificultam a sua leitura. Nada disso. Destaquei apontamentos que se conjugam elegantemente com um discurso fluido, onde também se encon-tram formas que fazem ecoar os tempos da nossa infância.

«Enquanto o diaboesfrega um olho!»

Com o tempo, algumas expressões idiomáticas pas-saram a… enigmáticas, pela dificuldade que muitos fa-lantes têm em decifrá-las, em entender o seu contexto cultural. Também aqui temos algumas, que desenvolverão os recursos linguísticos das crianças. Expressões como «[pedir] com falinhas man-sas» (p.14), «enquanto o dia-bo esfrega um olho» (p.16), «[não haver] nem rei nem roque» (p.18) ou «[aproxi-mar-se] com pezinhos de lã» (p.27) podem dar origem a conversas entre pais e filhos e a descobertas conjuntas.

E o que dizer das onomato-peias? Além de animarem a leitura, incentivam a imagina-ção: se o galo faz «cocorococó»

e «cacaracacá» (p. 28), se uma ação violente a de surpresa faz «zás catrapaz» (p.14), como fará o mocho quando se afas-ta feliz? Ou os carneiros depois de enganarem o lobo? E com isto se pode passar uma tarde divertida.

«Vitória, vitória, acabou-se a história!»

Nas histórias que ouvíamos

das nossas mães, avós e tias, havia sempre algumas frases que nos ficavam no ouvido, normalmente porque tinham rima. Cidália Ferreira Bicho usa este recurso com grande intensidade, tornando melo-diosa a leitura das suas histó-rias.

Por vezes, a rima é evidente, estando os versos destacados no texto, como acontece com o primeiro conto, em que, de-

pois de perder a oportunida-de de comer, o lobo lamenta--se «Pobre lobo Lobão, feroz como um trovão,/Enganado e maltratado em vão!/ Nem tou-cinho, nem poldra, nem por-quinho, nem carneiro!/ Hoje, de comida só senti o cheiro!»

Outras vezes, aparece inter-namente, nas falas das per-sonagens: «não tenho vagar, tenho muito que anunciar» (p.30). E é a rimar que termi-nam os capítulos, rematan-do a aventura vivida: a rapo-sa Raposina lamenta-se: «Ai rabo rabão, por causa de ti ia perdendo um corpo tão são» e o Mocho Sabe-Tudo, quando se livra da morte, responde à zorra que se gabava antes de tempo, anunciando «Mocho comi!»: «Outro sim, mas não me comerás a mim».

No tempo em que os animais falavam…

Já nos esquecemos deste princípio, que apresentava animais muito parecidos com os humanos nos seus sentimentos e modos de agir. Nestes contos, em que todos os animais falam e, portanto, se aproximam muito de nós, podemos tirar lições de vida, mais ou menos moralizado-ras (se bem que não seja essa a intenção dos contos tradi-cionais), que ajudam a lidar com sentimentos, como a

frustração de não se conseguir o que se quer, ou a perceber que a inteligência dos outros, que mui-tas vezes subestima-mos, pode suplantar a nossa.

No final, apetece--nos mais. Espere-mos que a Cidália Bicho não demore muito a trazer-nos outros contos tra-dicionais.

Termino, adap-tando a última frase do livro: «Bendito e lou-vado está este

artigo acabado!»

Cidália Ferreira Bicho recebeu o Prémio Revelação

fotos: d.r.

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“PR´Ó DIABO KUS CARREGUE!”17 JAN | 21.30 | Auditório Municipal de OlhãoRevista à portuguesa, encenada por Natalina José e com um elenco onde, para além da própria, surgem nomes como Anita Guerreiro, Vítor Emanuel, Ana Paula Mota e Filipa Giovanni, que promete um fes-tival de gargalhadas

“FLORES POLACAS EM PORTUGAL”Até 14 FEV | Centro de Experimentação e Criação Artística de LouléExposição de artistas polacos que criam em Portugal e que pelas cores, visões, formas, memórias e sonhos, constituem um ramo de ‘Flores Polacas em Portugal’

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última

O COM A N D O N AC I O N A L da Unidade Especial de Polícia (UEP) não renovou a comissão de serviço deste e de outro elemento daquela força especial, alegadamente devido ao seu envolvimento na organização de um “almoço-protesto” realizado em Julho, segundo o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), Paulo Rodrigues.

Em declarações à Lusa, o sindicalista afirmou que a decisão do tribunal suspen-de o acto de transferência do agente, pelo que o mes-mo se manterá em funções na UEP, devendo ainda a Di-recção Nacional da PSP ser

“obrigada a fundamentar a não renovação” da comissão de serviço.

Dos dois agentes, apenas um - comandante de uma das equipas do CI de Faro -, contestou judicialmente o afastamento daquela for-ça especial, por considerar que não existia fundamento para o facto de a sua comis-são de serviço não ter sido renovada.

O “almoço-protesto” que ambos ajudaram a organi-zar, realizado num restau-rante de Faro, em Julho, terá estado na origem do afasta-mento, disse acreditar Paulo Rodrigues, acusando a UEP de ter agido injustamente,

uma vez que esta é a manei-ra “mais fácil” para tentar si-lenciar os elementos daquela unidade.

O comando nacional da

UPE tem agora um prazo de dez dias para se pronunciar relativamente à decisão do tribunal.

O afastamento dos dois

polícias já motivou a cria-ção de dois abaixo-assina-dos e também de uma pági-na numa rede social, onde é manifestado o “apoio incon-dicional” aos dois homens.

A força destacada da UEP de Faro possui quatro va-lências, através do Corpo de Intervenção, do Corpo de Se-gurança Pessoal, do Centro de Inactivação de Engenhos Explosivos e de Segurança no Subsolo e do Grupo Opera-cional Cinotécnico.

O CI em Faro é composto por um grupo operacional de cerca de 50 elementos, di-vididos em dois subgrupos, cada um com três equipas.

Lusa

Tribunal mantém ao serviço agente da PSP afastado em DezembroProvidência cautelar de elemento do Corpo de Intervenção da PSP de Faro afastado em Dezembro foi aceite, o que suspende a sua transferência

Ô Tribunais suspendem decisão da PSP face a elemento do Corpo de Intervenção sediado em Faro

Tiragem desta edição:8.073 exemplares

d.r.

O POSTAL regressa no dia 6 de Fevereiro

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