POSTAL 1147 - 7 AGO 2015

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Director Henrique Dias Freire • Ano XXVIII • Edição 1147 • Quinzenário à sexta-feira • 7 de Agosto de 2015 • Preço 1,40 ÀS SEXTAS EM CONJUNTO COM O PÚBLICO POR 1,60 PUB Governo liberta 25 mil peixes ao largo da Armona Legislativas: José Carlos Barros é líder na lista da coligação PSD/CDS-PP D.R. Praia D. Ana perde Qualidade Ouro QUERCUS Nova avenida de Quarteira a partir deste mês TRÂNSITO > 4 Castro Marim assume presidência EUROCIDADE > 8 D.R. > 6 D.R. D.R. > 5 Anselmo Ralph abre Festival do Marisco > Trata-se de uma tentativa de repovoamen- to piscícola das águas ao largo da costa do Algarve feita com 25 mil peixes, sargos e cor- vinas, em estado juvenil e oriundos de cria- ção em cativeiro em Olhão numa unidade especializada do Instituto Português do Mar e da Atmosfera. Esperar para ver os resulta- dos é o que se impõe p. 2 D.R. > 3 EM FOCO 2 FESTIVAL DO MARISCO MARCA AGOSTO NO ALGARVE 3 VIA DISTRIBUIDORA NORTE ABRE ESTE MÊS EM QUARTEIRA 4 QUERCUS SUSPENDE QUALIDADE DE OURO DA PRAIA DE DONA ANA 5 PSD E CDS-PP DEFINEM CANDIDATOS ÀS LEGISLATIVAS 6 CLASSIFICADOS 9 OPINIÃO 11 OLHÃO > 5 Igreja de Moncarapacho com novo telhado

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• CONHEÇA O POSTAL DESTA SEMANA! • (Sexta-feira 7/08) nas bancas com o jornal PÚBLICO • LEIA E PARTILHE A INFORMAÇÃO INDISPENSÁVEL SOBRE O ALGARVE • * NESTA EDIÇÃO COM O CULTURA.SUL * EM DESTAQUE NESTA EDIÇÃO: > Governo liberta 25 mil peixes ao largo da Armona > Anselmo Ralph abre Festival do Marisco > José Carlos Barros é líder na lista da coligação PSD/CDS-PP > Nova avenida de Quarteira a partir deste mês > Praia D. Ana perde Qualidade Ouro > Castro Marim assume presidência da Eurocidade • POUPE centenas de euros ao assinar o POSTAL por 30€ anuais com o Plano de Saúde gratuito em medicina dentária, estética e ginásio • PRÓXIMA EDIÇÃO DO POSTAL dia 3 de Julho: o indispensável sobre o Algarve

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Director Henrique Dias Freire • Ano XXVIII • Edição 1147 • Quinzenário à sexta-feira • 7 de Agosto de 2015 • Preço € 1,40

ÀS SEXTAS EMCONJUNTO COM OPÚBLICO POR €1,60

PUB

Governo liberta 25 mil peixesao largo da Armona

Legislativas: José Carlos Barros é líder na lista da coligação PSD/CDS-PP

d.r.

Praia D. Ana perde Qualidade Ouro

QUERCUS

Nova avenida de Quarteira a partir deste mês

TRÂNSITO

> 4

Castro Marim assume presidência

EUROCIDADE

> 8

d.r.

> 6

d.r. d.r.

> 5

Anselmo Ralph abre Festival do Marisco

> Trata-se de uma tentativa de repovoamen-to piscícola das águas ao largo da costa do Algarve feita com 25 mil peixes, sargos e cor-vinas, em estado juvenil e oriundos de cria-ção em cativeiro em Olhão numa unidade especializada do Instituto Português do Mar e da Atmosfera. Esperar para ver os resulta-dos é o que se impõe p. 2

d.r.

> 3

EM FOCO 2 FESTIVAL DO MARISCO MARCA AGOSTO NO ALGARVE 3 VIA DISTRIBUIDORA NORTE ABRE ESTE MÊS EM QUARTEIRA 4

QUERCUS SUSPENDE QUALIDADE DE OURO DA PRAIA DE DONA ANA 5 PSD E CDS-PP DEFINEM CANDIDATOS ÀS LEGISLATIVAS 6 CLASSIFICADOS 9 OPINIÃO 11

OLHÃO

> 5

Igreja de Moncarapacho com novo telhado

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em foco

2 | 7 de Agosto de 2015

Rua de Santo António, n.º 68 - 5º Esq. 8000 - 283 FaroTelef.: 289 820 850 ¦ Fax: 289 878 342

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IPMA aposta no repovoamento piscícola na costa algarviaJuvenis de sargo e corvina criados em Olhão libertados aos milhares junta à Ilha da Armona

Ricardo [email protected]

SÃO 25 MIL OS EXEMPLARES DE SARGO E CORVINA que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) libertou ontem na Área Piloto de Pro-dução Aquícola (APPA), situada em mar aberto ao lago da Ilha da Armona.

Trata-se de uma iniciativa de libertação destas duas espécies em estado juvenil, que se destina a fomentar o repovoamento das respectivas populações naturais, tendo por base exemplares cria-dos em aquacultura.

De acordo com a informação disponibilizada pelo IPMA a in-tervenção do organismo estatal consistiu numa “operação de re-povoamento piscícola em gran-de escala, mediante a libertação de cerca de 25 mil juvenis de sargo (Diplodus sargus) com 10-20g e de corvina (Argyrosomus regius) com 10-40g na Área Pilo-to de Produção Aquícola (APPA), instalações de aquacultura em mar aberto (“offshore”)”.

JUVENIS FORAM CRIADOS EM OLHÃO Os juvenis de sargo e corvina libertados pelo IPMA foram criados na Estação Piloto de Piscicultura de Olhão (EPPO) e serão libertados na APPA da Armona por ali se encontrarem condições favoráveis à sua sobre-vivência e crescimento.

De acordo com o instituto, a APPA da Armona “engloba um sistema de recifes artificiais pre-viamente implantado pelo IPMA e “longlines” para produção de bivalves (mexilhão e ostra)”, que conferem “abrigo e protecção” e, simultaneamente, permitem “disponibilizar alimento natu-ral” aos peixes.

A tudo isto soma-se a vanta-gem de a pesca ser proibida na área da APPA da Armona, o que vai criar um verdadeiro santuá-rio para as espécies piscícolas.

O instituto revelou ainda que a libertação destes peixes juvenis irá ser realizada pelo navio de investigação pesqueira do IPMA (“NI Diplodus”) e contará com o apoio logístico da empresa “Tunipex”.

OPERAÇÃO É UM TESTE À VIABI-LIDADE DESTE TIPO DE PROCE-DIMENTO DE REPOVOAMENTO PISCÍCOLA Esta operação de li-bertação de juvenis de sargo e cor-vina para repovoamento das po-pulações naturais destas espécies visa, refere o IPMA, “em primeiro lugar, verificar a exequibilidade

deste tipo de acções e avaliar a adequada adaptação dos peixes libertados às condições do meio natural, tendo por objectivo pri-mordial induzir um impacto po-sitivo nas populações exploradas pela frota da pequena pesca ao longo da costa algarvia”.

“O sucesso destas iniciativas de repovoamento de espécies piscícolas com elevada procura e valor comercial poderá con-tribuir significativamente para a exploração equilibrada dos recursos pesqueiros, bem como para a promoção da sustentabi-lidade socioeconómica da frota da pequena pesca e consequen-te aumento dos rendimentos provenientes desta importante actividade para as comunida-des piscatórias locais”, realça o comunicado da instituição.

FROTA DE PESCA ARTESANAL DO ALGARVE PESCA AMBAS AS ES-PÉCIES Recorde-se que a frota

de pesca artesanal do Algarve pesca as espécies agora colo-cadas em liberdade, no caso da corvina em particular na zona do sotavento, recorren-do a redes de emalhar, tres-malho e palangre.

Já a corvina também inte-gra os alvos da frota de pesca artesanal algarvia, sendo cap-turada maioritariamente com redes de emalhar.

A aposta no repovoamen-to das águas do Algarve com estas espécies poderá ser um dos meios que permitirá a manutenção de stocks de pesca na região e por via dis-so vai possibilitar a susten-tabilidade das capturas e da disponibilidade no mercado onde têm elevado valor co-mercial.

Por outro lado, a Estação Piloto de Piscicultura de Olhão, tutelada pelo IPMA, vem há anos desenvolven-do estudos intensivos so-bre a criação de corvina em aquacultura no sentido de aumentar o conhecimento sobre a criação em cativei-ro desta espécie que muitos consideram poder vir a ser o ‘salmão do sul da Europa’,

uma vez que se trata de um peixe que pelas suas caracte-rísticas pode não só integrar o ciclo comercial em fresco, como também sob a forma de subprodutos processados à semelhança do que acontece com o salmão na actualidade.

A verdade é que a parte

de leão do salmão processa-do que consumimos todos, nomeadamente em filetes fumados, é de produção em aquacultura e o que se pretende a longo prazo é que também a corvina, cria-da em condições similares, possa vir a ser um espécime com aproveitamento e valor acrescentado no segmento dos peixes processados.

PORTUGAL COM ELEVADO DÉFI-CE DE PRODUÇÃO A fileira do pescado é uma das apostas mais apregoadas pelo Gover-no para o desenvolvimento do país e para o equilíbrio da ba-lança comercial no que toca a produtos alimentares.

Portugal é, de acordo com dados oficiais, o terceiro país europeu com o maior índice de consumo de pescado per capita, com 57 quilos por pes-soa, quase três vezes mais do que a média europeia, a qual ronda os 21 quilos.

De acordo com o Governo, Portugal consegue produzir 82% da procura no sector do pescado, mas este valor não pode ignorar que o país tem que importar mais de meta-de do que consome no que toca a peixe congelado, seco e salgado.

A ministra da Agricultura e Pescas, Assunção Cristas, su-blinhava recentemente, em de-clarações à comunicação social, que a aquicultura em Portugal representa apenas 3% do peixe consumido no país, em compa-ração com a média europeia de 30%, valor que não ajuda em nada a auto-suficiência do país no que toca ao pescado.

Sublinhe-se que a fileira do pescado tem um efeito total no produto interno bruto portu-guês superior a 2,5 mil milhões de euros e emprega, directa e indirectamente, cerca de 90 mil pessoas.

fotos: d.r.

Ô O navio de investigação Diplodus participou na operação do IPMA ao largo da Armona

fotos: d.r.

Sargo

Nome científico: Diplodus sargus

Habitat: Do Golfo da Bis-caia até ao Sul de África e no Mediterrâneo, vivendo em estuários em juvenil e profundidades até 150 me-tros em adulto.

Características: Corpo oval de cor prateada, com nove bandas negras verticais e uma mancha negra carac-terística junto à barbatana caudal.

Corvina

Nome científico: Argyroso-mus regius

Habitat: Atlântico Nordes-te e Mar Mediterrâneo, des-de os 15 aos 200 metros de profundidade.

Características: Corpo alongado que pode atingir grandes dimensões, esca-mas oblíquas, cor prateada com o dorso escurecido e uma boca grande com den-tes em várias fiadas.

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7 de Agosto de 2015 | 3

regiãoQuercus suspende Qualidade de Ouro da praia de Dona Ana pág. 5

Festival do Marisco marca Agosto no AlgarveTrigésima edição do evento tem cartaz de luxo e muito para comer e beber

Ricardo [email protected]

É A ANSELMO RALPH QUE VAI CABER a abertura do palco do Festival do Ma-risco de Olhão, que este ano comemora 30 anos de existência, num concerto que promete enchente no próximo dia 10, no Jardim

Pescador Olhanense, junto à Ria Formosa.

O maior festival do gé-nero na região

p r o m e t e ,

como habitualmente, um car-taz de luxo, cumprindo o que se espera de um evento que há três décadas coloca no palco os melhores nomes da cena musi-cal portuguesa.

No rol de artistas a desfilar pela festa maior olhanense estão ainda Júlio Resende, que com Ana Moura e Ana Bacalhau compõem o Fado & Further, Richie Campbell, Mickael Car-reira, José Cid e Daniela Mer-cury, numa oferta variada que não deixa por mãos alheias os créditos da organização a cargo da empresa municipal Fesnima e da câmara local, liderada por António Pina.

A artista brasileira, considera-da o furacão da Bahia, vai encer-rar o festival no próximo dia 15, mas até lá comes e bebes são ou-tros dos argumentos de peso da festa, com o melhor dos frutos do mar a ser servido por quem há anos mostra a algarvios e tu-ristas a arte de os bem cozinhar.

NOVIDADES DA 30ª EDIÇÃO Na passada sexta-feira foram apre-sentadas as novidades desta edição do certame, nas quais se inclui um novo design do espaço que se prepara para acolher os

milhares de pessoas que todos os anos fazem do festival uma ver-dadeira romaria e um melhor e mais preparado kids club, para acolher em grande os pequeno-tes que entram no recinto.

“Quem ali chegar vai notar a diferença”, garantiu o presiden-te da Câmara, que apresentou as novidades em conferência de imprensa.

Também na imagem comu-nicacional se fizeram acertos, considerando a autarquia que a comunicação passa a ser “mais moderna, mais actual e mais fresca”

OS PREÇOS E O CARTAZ Quanto a preços, aceder ao festival vai custar nos dias 10 e 15, 12 euros, e nos dias 11 a 14, 9 euros, com as crianças dos 7 aos 12 anos a pagarem 4 euros e a en-trarem gratuitamente até aos seis anos de idade.

As bilheteiras estão abertas, nos dias do Festival, a partir das 18.30 horas, uma hora antes da abertura do recinto que encerra diariamente à 1 hora. “Os bilhe-tes poderão ser adquiridos an-tecipadamente através da Ticke-tline (lojas aderentes e/ou site)”,

revela a Fesnima.Quanto ao cartaz propriamen-

te dito, depois de Anselmo Ral-ph na abertura, no dia 11 sobe ao palco o espectáculo Fado & Further, com Júlio Resende, Ana Moura e Ana Bacalhau, e a 12 de Agosto as honras da mú-sica cabem a Richie Campbell.

Para dia 13 de Agosto, o desta-que vai inteirinho para Mickael Carreira e, a 14, sobe ao palco

um dos grandes nomes da mú-sica ligeira do país, José Cid. O ‘furação da Bahia’, Daniela Mercury, encerra as actuações no último dia do certame. In-contornável, Olhão volta a marcar Agosto e a animação no Algarve com um certame que tem créditos firmados e face o qual só há uma atitude, apontar na agenda e rumar até às portas do festival.

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Ô Anselmo Ralph abre o palco do festival no próximo dia 10

Ô Michael Carreira leva a sua música até Olhão no próximo dia 13

d.r.

d.r.

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região

4 | 7 de Agosto de 2015

Via Distribuidora Norte abre este mês em QuarteiraPasseio das Dunas também avança para evitar transtornos, nomeadamente ao turismo

d.r.

Ricardo [email protected]

LANÇADA EM OUTUBRO DO ANO PASSADO a nova Via Dis-tribuidora Norte (VDN) de Quarteira será aberta ao trân-sito ainda durante este mês, avança a autarquia liderada por Vítor Aleixo em comuni-cado relativo ao acompanha-mento da obra que custou ao erário da câmara 1,7 milhões de euros.

A VDN de Quarteira será em breve um eixo funda-mental de trânsito na segun-da cidade do concelho de Loulé ao unir a zona nascen-te, junto ao Parque de Cam-pismo, à Avenida de Ceuta, numa ligação que retirará do centro de Quarteira todo o trânsito de atravessamento entre Almancil e Vilamoura.

A infra-estrutura tem a

configuração de uma aveni-da com cerca de 1.022 me-tros de extensão e compre-ende três rotundas, uma na intersecção com a Avenida

de Ceuta, outra intermédia, sensivelmente a meio do troço, que permite a liga-ção com a Rua da Pernada, e uma última na intersecção

com a EM 527 (Quarteira - Almancil via Fonte Santa), entre o Parque de Campismo e a Fonte Santa.

A faltar para a abertura

do novo troço viário estão, de acordo com o município, trabalhos de calcetamento e plantação de árvores, em-belezamento das rotundas e tratamento de taludes atra-vés de arranjo paisagístico, bem como, finalização dos trabalhos de colocação de papeleiras, sinalização ver-tical longitudinal e ligação da iluminação pública.

PASSEIO DAS DUNAS AVANÇA A BOM RITMO Já no que toca aos trabalhos relativos à interven-ção na zona poente de Quar-teira, na ligação a Vilamoura, através da obra do Passeio das Dunas, a autarquia louletana revela que a intervenção exe-cutada na Rua da Armação, “está terminada”, tendo a ar-téria sido reaberta ao trânsito pedestre e automóvel.

Na zona vedada da em-

preitada prosseguem os tra-balhos de infra-estruturas, faltando nesta vertente con-cluir apenas a rede pluvial do futuro estacionamento automóvel.

Após conclusão dos traba-lhos enterrados executar-se-á a base de pavimento e pros-seguir-se-á com a escavação para nascente, entrando-se na zona que inicialmente irá ser um campo de jogos/even-tos e posteriormente o futuro Mercado de Quarteira, refere o comunicado.

Em termos de paisagismo e pavimentação, continuam a decorrer os trabalhos nas estruturas dunares, onde se iniciaram as colocações de paliçadas, tratamentos de taludes e colocação do pavi-mento final do passeio em barretes de betão, conclui a edilidade.

Ô Imagem do momento de lançamento da VDN junto ao outdoor onde se mostra o perfil da via

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VILA DO BISPO

‘Walkin’Sagres’ vence concurso ‘Awards Natural.PT’A “WALKIN’SAGRES”, empre-sa de passeios pedestres guia-dos, sediada no concelho de Vila do Bispo, conquistou o primeiro lugar no concurso “Awards Natural.PT”, da mar-ca Natural.PT.

Através de comunicado de imprensa enviado à nossa re-dacção, a câmara local felicita a empresa pelo reconhecimento.

O Natural.PT Awards 2015 visa o reconhecimento de boas práticas em iniciativas que pro-movam um desenvolvimento sustentável na Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP).

Premiar e reconhecer boas práticas em iniciativas, imple-mentadas na RNAP, que pro-movam o desenvolvimento sus-tentável das áreas protegidas, alertando e consciencializando a sociedade civil para a importân-cia do desenvolvimento numa óptica de equilíbrio ambiental, económico e social; dar visibi-lidade às entidades, empresas, pessoas e/ou instituições que

identificaram uma oportunida-de nas áreas protegidas e que actuaram positivamente na construção do desenvolvimento sustentável; envolver os jovens, tanto a nível individual como a nível associativo, condicionan-do os seus comportamentos e atitudes, adoptando e criando práticas sustentáveis e reforçar a sustentabilidade com vista a uma repercussão positiva no comportamento dos cidadãos e

decisores em geral, fazendo da inovação e eficácia um caminho para a sustentabilidade são os objectivos desta iniciativa,

À “Walkin’Sagres” foram re-conhecidos todos estes valores e o seu bom desempenho na divulgação de boas práticas na área do Turismo de Natureza.

Ana Carla Cabrita, natu-ral de Sagres, é a criadora e Guia de Natureza do projecto “Walkin’Sagres” que visa a sus-tentabilidade e um desenvolvi-mento que não coloque em cau-sa os valores naturais e culturais desta área protegida, onde para o efeito trabalha apenas com grupos pequenos, oferecendo um produto personalizado.

Este concurso foi uma ini-ciativa do Ministério do Am-biente, Ordenamento do Ter-ritório e Energia (MAOTE), através do Instituto da Con-servação da Natureza e das Florestas, I.P., com o apoio da WWF Portugal e financiado pelo EEA Grants.

Ô Prémio reconhece boas práti-cas no Turismo de Natureza

d.r.

PSD e CDS-PP definem candidatos às legislativas pág. 6

Câmara Municipal de TaviraEDITAL Nº 40 /2015

Jorge Manuel do Nascimento Botelho

Presidente da Câmara Municipal de Tavira

TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 21 de julho de 2015, foram tomadas as seguintes deliberações:

1. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 152/2015/CM, referente a Atribuição de apoio financeiro à Freguesia de Cachopo;

2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 153/2015/CM, referente ao Protocolo de cooperação e apoio financeiro com a Associação Pró-Partilha e Inserção do Algarve (APPIA);

3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 154/2015/CM, referente a 154/2015/CM, referente a Atribuição de Apoio no âmbito do RMAAD - Clube de Ciclismo de Tavira;

Para constar e produzir efeitos legais se publi-ca o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume.

Paços do Concelho, 21 de julho do ano 2015

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL,

Jorge Manuel Nascimento Botelho

(POSTAL do ALGARVE, nº 1147, de 7 de Agosto de 2015)

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7 de Agosto de 2015 | 5

região

Quercus suspende Qualidade de Ouro da praia de Dona AnaEm causa as intervenções recentes realizadas por decisão do Governo

Milhões de peças lego invadem o Portimão Arena pág. 7

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A QUERCUS SUSPENDEU a classificação “Qualidade de Ouro” atribuída à praia de Dona Ana, em Lagos, conside-rando que as obras realizadas comprometeram o equilíbrio ambiental e paisagístico que fundamentam a atribuição deste galardão.

Em causa estão as interven-ções recentes realizadas na

praia por decisão governa-mental, que compreenderam a recarga artificial de areia, numa extensão de 40 metros, a construção de um esporão para reter sedimentos e a con-solidação de arribas.

“Para além de alterarem sig-nificativamente a paisagem natural característica da praia da Dona Ana, colocam em cau-

sa a conservação e a protecção de ecossistemas marinhos de elevada biodiversidade, nome-adamente a destruição de dois roteiros subaquáticos identi-ficados pela Universidade do Algarve”, critica a associação ambientalista, num comuni-cado enviado à Lusa.

Para a Quercus, estas inter-venções “não se justificam” de-vido ao seu custo elevado (1,8 milhões de euros) e ao seu ca-rácter temporário.

As obras foram aprovadas em 2012 e não passaram por uma Avaliação de Impacte Ambiental.

O presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Nuno Lacasta, justifi-cou que o contrato relativo à intervenção foi assinado qua-se um ano antes da nova lei de impacte ambiental, pelo que as obras não estavam sujeitas a esta avaliação.

MINISTRO GARANTE QUE A SE-GURANÇA FOI O MOTIVO DAS OBRAS Já o ministro do Am-biente, Jorge Moreira da Sil-va, assegurou que “a seguran-ça” foi o motivo que justificou as obras de alimentação artifi-cial na praia Dona Ana.

A intervenção estava pre-

vista desde 1999 no Plano de Ordenamento da Orla Costei-ra (POOC) Vilamoura/Burgau, mas só arrancou no terreno em Abril deste ano, tendo sido concluída este mês.

Os ambientalistas defendem que a segurança dos veranean-tes “não passa pela destruição da beleza paisagística” das praias, mas por campanhas de sensibilização e por limitar o número de utentes, medida que consideram “fundamental em praias de arribas instáveis”, como a de Dona Ana.

“É importante ainda sa-

lientar que, a crescente cons-trução de hotéis e habitações privadas em domínio público hídrico, reflecte o deficiente ordenamento do território na região do Algarve, consti-tuindo a grande causa para a degradação das arribas”, alerta também a Quercus, apelando à “rápida actuação do poder político” no sentido de proi-bir e retirar habitações que se encontram em zonas assina-ladas com elevado perigo de derrocada.

A Quercus salienta que, em-bora a classificação “Qualida-

de de Ouro” atribuída às praias nacionais em 2015 tenha sido baseada na análise à qualida-de da água realizada pela APA - Agência Portuguesa do Am-biente, “não pode deixar de to-mar em conta” acontecimentos que colocam em causa o equi-líbrio ambiental e paisagístico.

“Outros casos excepcionais como este serão devidamente analisados, no sentido de se ponderar semelhantes sus-pensões do galardão atribu-ído”, acrescenta a associação ambientalista.

Lusa

Ô A Praia Dona Ana sofreu profundas alterações com a intervenção levada a cabo pela APA

OLHÃO

Igreja de Moncarapacho ganha novo telhadoRicardo [email protected]

A IGREJA MATRIZ DE MONCA-RAPACHO, que ostenta um dos melhores exemplos da arte renascentista no Algarve, o pórtico de entrada, apresenta agora uma nova cobertura da nave central, resultado de uma obra financiada com apoio de fundos públicos inaugurada na passada quarta-feira pelo secretário de Estado da Admi-nistração Local, António Lei-tão Amaro.

O apoio à intervenção no edifício religioso foi realizada ao abrigo do Programa Equi-

pamentos Urbanos de Uti-lização Colectiva, que apoia financeiramente instituições privadas sem fins lucrativos, instituições particulares de solidariedade social e ainda freguesias e associações de fre-guesias, na realização de pro-jectos ou obras de reabilitação em equipamentos desportivos, religiosos, culturais ou recre-ativos, revelou a Comissão de Coordenação e Desenvolvi-mento Regional do Algarve (CCDR - Algarve).

Dedicada ao orago de Nossa Senhora da Graça, a igreja do século XV necessitava há mui-to de obras ao nível da cober-

tura, capazes da garantir a não infiltração de água das chuvas, e vê assim cumpridos os traba-

lhos que foram inaugurados na presença do presidente da CCDR Algarve, David Santos, e da directora-geral das Autar-quias Locais, Lucília Ferra.

A visita dos membros do Governo ao Algarve foi ainda aproveitada para a assinatura em Faro, na Igreja de São Pe-dro, do contrato de financia-mento da obra de remodela-ção da iluminação desta Igreja, pelo presidente da CCDR Al-garve, David Santos, pela di-rectora-geral das Autarquias Locais e pelo representante da Fábrica da Igreja Paroquial de São Pedro, cónego César Chantre.

Ô António Leitão Amaro inaugurou o novo telhado da Igreja de Moncarapacho

d.r.

d.r.

NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRANos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia vinte e dois de Julho de dois mil e quinze, a folhas oitenta e cinco, do livro de notas para escri-turas diversas número cento e setenta e sete – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual, MANUEL JOÃO MARTINS DIAS, NIF 185.339.034, solteiro, maior, natural da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, residente em Azinhosa, Cachopo, Tavira, declarou: Que, com exclusão de outrem, é dono e legítimo possuidor dos seguintes prédios rústicos, todos sitos na freguesia de Ca-chopo, concelho de Tavira e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber:

a) Prédio sito em Val Branco – Azinhosa, Cachopo, composto por terra de cultura e pastagem, a confrontar do norte com herdeiros de António Dias, do sul com Custódia Marta, do nascente com caminho e do poente com José Domingos, inscrito na matriz sob o artigo 12.840;

b) Prédio sito em Cerca do Moinho – Azinhosa, composto por terra de cultura, pas-tagem e duas oliveiras, a confrontar do norte com Manuel António Iria, do sul com Manuel Bento, do nascente com caminho e do poente com Alvado do Moinho, inscrito na matriz sob o artigo 12.086;

c) Prédio sito em Carrascal, composto por cultura, pastagem e cinco amendoeiras, a confrontar do norte com Manuel António e do sul, nascente e poente com Manuel Cavaco, inscrito na matriz sob o artigo 12.598;

d) Prédio sito em Portela da Ribeira, Azinhosa, composto por cultura e pastagem, a confrontar do norte com caminho, do sul com herdeiros de António Dias, do nascente com Manuel Teixeira e do poente com Manuel Bento, inscrito na matriz sob o artigo 12.775; e

e) Prédio sito em Cerca do Val das Taipas – Azinhosa, composto por cultura, pasta-gem, duas oliveiras e duas alfarrobeiras, a confrontar do norte com Manuel Cavaco, do sul com Manuel Teixeira Pereira, do nascente com ribeiro e do poente com Manuel Teixeira, inscrito na matriz sob o artigo 12.375.

Que adquiriu os prédios por compra verbal e não titulada por escritura pública, feita em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa a José Sebastião e mu-lher Teresa Custódia, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram em Cerolas, freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, não dispondo o justificante de título formalmente válido que comprove tal compra. Que desde esse ano possui os prédios em nome próprio, cuidando e cultivando a terra, fazendo as respectivas sementeiras, colhendo os frutos, pagando os impostos e contribuições devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, posse que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriu os prédios por usucapião.

Vai conforme o original. Tavira, em 22 de Julho de 2015

A funcionária por delegação de poderes;

Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3

Conta registada sob o nº. PAO1196/2015 Factura nº. 01203

(POSTAL do ALGARVE, nº 1147, de 7 de Agosto de 2015)

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6 | 7 de Agosto de 2015

PSD e CDS-PP definem candidatos às legislativasLista encabeçada por José Carlos Barros tem dois ‘pára-quedistas’ nos terceiro e quarto lugares

d.r.

Ô José Carlos Barros já ocupou vários cargos públicos

Ricardo [email protected]

O CABEÇA-DE-LISTA DA COLI-GAÇÃO PORTUGAL À FRENTE, que une os partidos da actu-al maioria parlamentar PSD/CDS-PP, às eleições legisla-tivas de 4 de Outubro, será José Carlos Barros, actual presidente da Assembleia Municipal de Vila Real de Santo António. Um nome muito próximo de Luís Go-mes, que dirige a distrital social-democrata algarvia, e que foi seu vice na autarquia vila-realense.

José Carlos Barros é arqui-tecto paisagista e ocupou vá-

rios cargos públicos ao longo da sua carreira, tendo chega-do a ser secretário de Estado Adjunto da ministra do Am-biente Elisa Ferreira, durante o consulado de António Gu-terres (PS) no Governo.

O cabeça-de-lista é inscri-to na lista da coligação ao Parlamento pelo círculo do Algarve na condição de in-dependente.

CRISTÓVÃO NORTE É O NÚME-RO DOIS Depois de um traba-lho parlamentar notório e de grande visibilidade durante a legislatura, Cristóvão Norte surge como número dois na lista da coligação à Assem-

bleia da República para as próximas eleições.

Para muitos sucessor natu-ral de Mendes Bota na posi-ção de cabeça-de-lista às elei-ções, a posição secundária do deputado é ainda sublinha-da com a falta de experiên-cia parlamentar do cabeça--de-lista José Carlos Barros.

COLIGAÇÃO TRAZ PARA O AL-GARVE DOIS ‘PÁRA-QUEDISTAS’ Em terceiro lugar a coligação coloca Teresa Caeiro, uma actual deputada do CDS-PP, sem ligação conhecida à re-gião. Uma situação que se re-pete no quarto lugar da lista com Pedro Lomba (PSD).

Comummente denomina-dos na gíria política por ‘pá-ra-quedistas’ os deputados sem ligações à região pela qual se candidatam não são uma novidade nas listas de vários partidos pelo círculo

do Algarve.O actual deputado Pedro

Roque é disso mesmo exem-plo no caso do PSD, tendo sido eleito pelo Algarve para a Assembleia da República nas últimas legislativas.

A SITUAÇÃO DE BRUNO INÁCIO E ELSA CORDEIRO A entrada dos dois candidatos não algarvios determina a colocação dos ac-tuais deputados Bruno Inácio e Elsa Cordeiro, nos quinto e sexto lugares, respectivamente.

A repetirem-se os resulta-dos das legislativas de 2011, quanto ao número de de-putados eleitos só pelo PSD (quatro), Bruno Inácio e Elsa Cordeiro ficariam de fora do Parlamento.

Se somarmos os quatro de-putados do PSD ao deputado eleito em 2011 pelo CDS-PP, de fora ficaria a tavirense Elsa Cordeiro. Já Bruno Inácio te-ria o lugar assegurado.

Seguem-se entre os sétimo e o décimo quarto lugares os nomes de Francisco Paulino (CDS-PP), Carlos Gouveia Martins (PSD), Graça Pereira (PSD), Nuno Serafim (PSD), José Pedro Caçorino (CDS--PP), Lina Neto (PSD), Ana Lemos Artur (CDS-PP) e, fi-nalmente, Rui Cristina (PSD).

região Castro Marim assume presidência da Eurocidade pág. 8

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FÉRIAS DE VERÃO

Jovens abrem igrejas de Tavira aos turistasO PROGRAMA MUNICIPAL “TA-VIRA - FÉRIAS ACTIVAS” per-mite a abertura de 15 igrejas até ao próximo dia 28 de Agos-to, responsabilidade que está a cargo dos 32 jovens partici-pantes na iniciativa.

As igrejas Matriz de San-tiago, do antigo Convento de Nossa Senhora da Ajuda (ou de São Paulo), da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, Matriz de Santa Maria do Castelo, de Nossa Senhora do Livramento, da Venerá-vel Ordem de São Francisco, de São José, da Misericórdia, do Antigo Convento de San-to António dos Capuchos, de São Pedro Gonçalves Telmo (Igreja de Nossa Senhora das Ondas), as ermidas de São Se-

bastião, Santa Ana e as capelas de Nossa Senhora da Piedade, e de Nossa Senhora da Conso-lação podem ser visitadas, de segunda a sexta-feira, entre as 10.15 e as 12.30 e das 14.30 às

18 horas, à excepção da Igreja Matriz de Santa Maria do Cas-telo que encerra às 17.30.

São parceiras neste progra-ma as seguintes entidades: Fábrica da Igreja Paroquial de Santa Maria do Castelo, Fábrica da Igreja Paroquial de Santia-go, Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, Ordem Franciscana Secular de Tavira (O.F.S.) e Santa Casa da Misericórdia de Tavira.

O “Tavira-Férias Activas”, destinado a proporcionar o aproveitamento dos tempos livres dos jovens no período de pausa escolar do Verão, proporciona a abertura das igrejas como forma de valori-zação do património religioso do concelho.

Ô Visitantes ficam a conhecer o património religioso tavirense

d.r.

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região

7 de Agosto 2015 | 7

d.r.

Ô Mega exposição é a primeira do género a ser realizada no Algarve

Milhões de peças lego invadem o Portimão Arena Exposição elaborada e edificada por um só coleccionador

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O PORTIMÃO ARENA - Parque de Feiras e Exposições recebe, entre os próximos dias 15 e 30, o 1.º Portimão Arena Fun Brick, uma mega exposição de constru-ções com lego, a primeira do gé-nero a ser realizada no Algarve.

A exposição contará com a presença da maior cidade com construções em lego do país, em mais de 90 metros quadrados de uma só mesa, com aproximadamente cinco milhões de peças coloridas de lego, elaborada e edificada por um só coleccionador.

Poderá também ser vista uma cidade medieval, com seu impo-nente castelo e as suas intranspo-níveis muralhas, onde centenas de cavaleiros e guerreiros lutam

entre si nos campos de batalha, para proteger o seu castelo, e ainda mesas preenchidas com conhecidos temas que a lego lançou no mercado, tais como, piratas, tecnicks, monumentos, friends, uma cidade espacial, Star Wars, entre outros, tudo constru-ído com peças de lego.

A exposição estará patente de segunda a sexta-feira, das 14 às 22 horas, e ao sábado e domingo das 10 às 23, e conta com uma área de Play Zone onde será possível brincar e construir com peças lego, e um Fan Zone onde será possível visitar as constru-ções de coleccionadores locais e adquirir produtos oficiais da marca.

Os coleccionadores de lego

têm desta forma a oportunidade de se juntar à iniciativa, expon-do as suas construções no espaço Fan Zone do 1.º Portimão Arena Fun Brick. Os interessados devem entrar em contacto via e-mail [email protected].

As crianças até aos quatro anos têm entrada gratuita, e en-tre os quatro e os dez anos pa-gam um valor simbólico de dois ‘legos’. Os adultos pagam três ‘legos’, existindo ainda a possi-bilidade de adquirir o ingresso familiar (que inclui dois adultos e duas crianças) pelo valor de oito ‘legos’.

De referir que por cada bilhete vendido, a organização reverte-rá dez cêntimos a favor de uma

IPSS, a definir pelo Município.O 1.º Portimão Arena Fun

Brick é uma organização da Brinquedos & Brincadeiras,

em parceria com a Câmara de Portimão e a Luna Ho-tels & Resorts, e conta ainda com o apoio da seguradora

Allianz, do centro comercial Aqua Portimão, rádio Alvor FM, Algarve Holiday Fun e da loja Topolino.

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8 | 7 de Agosto de 2015

Castro Marim assume presidência da EurocidadeCerimónia decorre sábado no Revelim de Santo António

Ô O autarca Francisco Amaral

O MUNICÍPIO DE CASTRO MA-RIM vai assumir a presidência da Eurocidade do Guadiana no próximo sábado, sucedendo as-sim o município de Ayamonte. A cerimónia decorre no Revelim de Santo António, em Castro Marim, pelas 21 horas, antes do grande concerto de “La Herencia de Paco de Lucía”.

Os municípios fronteiriços de Vila Real de Santo António, Castro Marim e Ayamonte cons-tituem a primeira Eurocidade do Sul da Península Ibérica.

O protocolo de colaboração que deu origem à criação da Eu-rocidade do Guadiana - inicial-mente composta pelos municí-pios de Vila Real e Ayamonte - foi formalizado no dia 9 de Janeiro de 2013.

Na sequência das relações de proximidade territorial e cultu-ral existentes, o município de Castro Marim juntou-se à Eu-rocidade, no dia 9 de Maio de 2013, numa cerimónia decor-rida no Revelim de Santo Antó-nio, em Castro Marim.

Decorridos dois anos de vigên-cia da Eurocidade do Guadiana, presidida pelo Ilmo. Ayunta-miento de Ayamonte, cabe agora ao Município de Castro Marim a

assunção da mesma.À cerimónia que assinala a

passagem da presidência da Eu-rocidade para o Município de Castro Marim, segue-se, pelas 22 horas, a sentida homenagem ao grande mestre andaluz do flamenco, Paco de Lucía, cujas origens estão vinculadas a Cas-tro Marim, mais concretamente a Monte Francisco.

O evento assume uma enor-me carga significativa no que respeita à relação de amizade e de união entre as gentes deste território fronteiriço, contando com o apoio e a participação de diversas entidades do Algarve e da Andaluzia.

REGIÃO

d.r.

visite-nos em

postal.pt

Cartório Notarial em TaviraNotário

Bruno Torres Marcos

Extrato de Escritura de Justificação

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do No-tariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em quatro de Agosto de dois mil e quinze, exarada a folhas dezoito e seguintes do Livro de notas para escritu-ras diversas número Sessenta e cinco – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A, compareceu:

- MARIA JOSÉ VIEGAS AFONSO, NIF 142296783, divorciada, natural da freguesia de Santo Estêvão, concelho de Tavira, residente na Rua José Pires Padinha, n.º 196, em Tavira, que declarou ser dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios rústicos, todos sitos no Barranco do Chocalho, na extinta freguesia de Santo Estêvão, actual freguesia da União das Freguesias de Luz de Tavira e Santo Estêvão, concelho de Tavira, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira:

Verba um: prédio rústico, que consta de terra de pastagem, a confrontar de Norte, Nascente e Sul com Vitorino Afonso Francisco e Poente com Manuel Cavaco Dias, inscrito na matriz sob o artigo 3425 (artigo anterior 1609 da extinta freguesia), com a área de mil trezentos e oitenta metros quadrados, com o valor tributável de 4,37 €;

Verba dois: prédio rústico, que consta de terra de pastagem, a confrontar de Norte e Nascente com Vitorino Afonso Francisco, Sul com Armando Inácio do Carmo e Poente com José dos Santos Assis Costa, inscrito na matriz sob o artigo 3418 (artigo anterior 1602 da extinta freguesia), com a área de quatro mil quatrocentos e setenta metros quadrados, com o valor tributável de 14,40 €;

Verba três: prédio rústico, que consta de terra de pastagem, a confrontar de Norte com Armando Inácio Gonçalves, Nascente, Sul e Poente com Vitorino Afonso Fran-cisco, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 3431 (artigo anterior 1615 da extinta freguesia), com a área de dois mil seiscentos e quarenta metros quadrados, com o valor tributável de 8,61 €;

Verba quatro: prédio rústico, que consta de terra de pastagem e arvoredo, a confrontar de Norte, Nascente, Sul e Poente com Vitorino Afonso Francisco, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 3433 (artigo anterior 1617 da extinta freguesia), com a área de quatro mil seiscentos e quarenta metros quadrados, com o valor tributável de 84,72 €;

Verba cinco: prédio rústico, que consta de terra de cultura e arvoredo, a confrontar de Norte, Nascente, Sul e Poente com Vitorino Afonso Francisco, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 3438 (artigo anterior 1622 da extinta freguesia), com a área de quinhentos e vinte metros quadrados, com o valor tributável de 48,85 €.

- Que esses prédios, com a indicada composição e área, vieram à sua posse, por doação meramente verbal, no ano de mil novecentos e noventa, em data que não pode precisar, e nunca reduzida a escritura pública, feita por Manuel Lourenço e mulher Maria Celeste Bento, residentes que foram nas Quatro-Estradas, Santo Estê-vão, Tavira, não tendo deste modo título que lhe permita fazer o registo dos prédios em seu nome.

- Que, porém, desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesar quaisquer direitos de outrem e ainda convencida de ser a única titular do direito de propriedade sobre os identificados prédios, e assim o julgando as demais pessoas, tem possuído aqueles prédios – semeando a terra, tratando das culturas, colhendo os respetivos frutos, amanhando e limpando a terra, tratando das árvores, e deles retirando os respetivos rendimentos –, pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriu os referidos prédios por USUCAPIÃO.

Tavira, 4 de Agosto de 2015.

O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos

Conta registada sob o n.º 2/1730

(POSTAL do ALGARVE, nº 1147, de 07 de Agosto de 2015)

Cartório Notarial em TaviraNotário

Bruno Torres Marcos

Extrato de Escritura de Justificação

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em vinte e três de Julho de dois mil e quinze, exarada a folhas cinquenta e seis e seguinte do Livro de notas para escrituras diversas número Sessenta e quatro – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A: MANUEL CUSTÓDIO GONÇALVES, NIF 121707571, divorciado, natural da freguesia de Tavira (Santa Maria), concelho de Tavira, residente no sítio da Eira da Palma, caixa postal 615-Z, 8800-208 Tavira, declara que é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, dos prédios urbanos a seguir identificados, ambos sitos no sítio da Eira da Palma, na União de Freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago), concelho de Tavira, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira:

Verba um: - Um prédio urbano, que consta de edifício térreo destinado à habitação com uma divisão, a confrontar de norte com Maria Antónia, de nascente com Manuel Guerreiro, de sul com Manuel Inácio e de poente com Sebastião Inácio, ins-crito na respetiva matriz sob o artigo 1215, que teve origem no artigo antigo 1426 da extinta freguesia de Tavira (Santa Maria), com a área total e de implantação do edifício de catorze, vírgula, oitenta metros quadrados, com o valor tributável de mil quinhentos e cinquenta euros igual ao atribuído;

Verba dois: - Um prédio urbano, que consta de edifício térreo destinado à habitação com duas divisões, a confrontar de norte e sul com Maria Antónia, de nascente com Manuel Guerreiro e de poente com José Gonçalves, inscrito na respetiva ma-triz sob o artigo 1217, que teve origem no artigo antigo 1427 da extinta freguesia de Tavira (Santa Maria), com a área total e de implantação do edifício de trinta e um, vírgula, oitenta e seis metros quadrados, com o valor tributável de três mil trezentos e quarenta euros igual ao atribuído.

- Que esses prédios, com a indicada composição e área, vieram à sua posse, ain-da no estado de casado com Vitalina Antónia da Palma, sob o regime da comunhão de adquiridos, por doação meramente verbal, no ano de mil novecentos e setenta e oito, em data que não pode precisar, e nunca reduzida a escritura pública, feita por Joaquim Inácio, viúvo, residente que foi em Eira da Palma Tavira, não tendo deste modo título que lhe permita fazer o registo dos prédios em seu nome.

- Que, porém, desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesar quaisquer direitos de outrem e ainda convencido de ser o único titular do direito de propriedade sobre os prédios identificados no documento comple-mentar, e assim o julgando as demais pessoas, tem possuído aqueles prédios – fazendo obras de manutenção e reparação, nelas chegando a habitar, suportando os respectivos encargos –, pelo que, tendo em consideração as referidas caracte-rísticas de tal posse, adquiriu os referidos prédios por USUCAPIÃO.

Tavira, 23 de Julho de 2015.

O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos

Acto registado sob o n.º 2/1631

(POSTAL do ALGARVE, nº 1147, de 7 de Agosto de 2015)

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Cartório Notarial em TaviraNotário

Bruno Torres Marcos

Extrato de Escritura de Justificação CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notaria-do que, por escritura pública de Justificação outorgada em trinta de Julho de dois mil e quinze, exarada a folhas cento e quarenta e três e seguinte do Livro de notas para escri-turas diversas número Sessenta e quatro – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A:

JOÃO PEDRO GONÇALVES ROSA, NIF 219738130, solteiro, maior, natural da freguesia de Faro (Sé), concelho de Faro, residente na Avenida 5 de Outubro, n.º 44, 8.º B, em Faro, declara que é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem do prédio urbano composto por dois compartimentos, destinado a habitação, com a área de quarenta vír-gula cinquenta metros quadrados, sito na Rua do Norte, actualmente Travessa do Norte, número 26, na aldeia e freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, a confrontar no norte com José Afonso Batista, do sul com António de Sousa, do nascente com Travessa do Norte, e de Poente com Maria Catarina, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira, com o valor patrimonial tributário e atribuído de € 3.830,00.

- Que este prédio veio à sua posse, por doação meramente verbal, no ano de mil nove-centos e oitenta e sete, em data que não pode precisar, e nunca reduzida a escritura pública, feita por seus bisavós Manuel Francisco Anica e mulher Inácia Rosa, já falecidos, residentes que foram em Cachopo, Tavira, não tendo deste modo título que lhe permita fazer o registo do prédio em seu nome.

- Que, porém, desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem vio-lência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesar quaisquer direitos de outrem e ainda convencido de ser o único titular do direito de propriedade sobre o prédio supra identificado, e assim o julgando as demais pessoas, tem possuído aquele prédio – fazendo obras de manutenção, reparação e beneficiação, nomeadamente no telhado e pintando-a, e suportando os respectivos encargos –, pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriu o referido prédio por USUCAPIÃO.

Tavira, 30 de Julho de 2015.

O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos

Acto registado sob o n.º 2/1700

(POSTAL do ALGARVE, nº 1147, de 7 de Agosto de 2015)

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NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRA

Nos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia vinte e dois de Julho de dois mil e quinze, a folhas oitenta e oito, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta e sete – A, des-te Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual, ANTÓNIO JOAQUIM PEREIRA, NIF 159.270.944, natural da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e mulher MARIA DA GRAÇA NOGUEIRA PEREIRA JOAQUIM, NIF 137.217.273, natural da freguesia de Ameixial, concelho de Loulé, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes no sitio da Mealha, Caixa Postal 916-Z, Cachopo, Tavira, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possui-dores do prédio rústico, composto por pastagem, cultura e três oliveiras, sito em Barranco dos Mouros, Mealha – Cacho-po, freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, a confrontar do norte e poente com Barranco dos Mouros, do sul com Custó-dio da Luz Brás e outros e do nascente com Manuel Francis-

co, inscrito na matriz sob o artigo 19.554, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira. Que adquiriram o prédio por compra verbal e não titulada por escritura pública, feita em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa, a José Jacinto Gonçalves e mulher Maria Catarina, residentes que foram em Mestras, freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, não dispondo os justificantes de título formal-mente válido que comprove tal compra. Que desde esse ano possuem o prédio em nome próprio, cuidando e cultivando a terra, fazendo as respectivas sementeiras, colhendo os frutos, pagando os impostos e contribuições devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram o prédio por usucapião.

Vai conforme o original. Tavira, em 22 de Julho de 2015

A funcionária por delegação de poderes;

Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3

Conta registada sob o nº. PAO1194/2015 Factura nº. 01201

(POSTAL do ALGARVE, nº 1147, de 7 de Agosto de 2015)

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Mª Paula Miguel Miguel Miguel Miguel Miguel Miguel

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NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRA

Nos termos do Art º. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia vinte e dois de Julho de dois mil e quinze, a folhas noventa, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta e sete – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual, MARIA DOS MÁRTIRES FERNANDES FAUSTINO, NIF 107.611.791 e marido MANUEL JOSÉ FAUS-TINO, NIF 107.611.783, ambos naturais da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua Jornal “O Algarve”, Faro, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do prédio rústico, composto por pasta-gem e cultura, sito em Valedos, freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, a confrontar do norte e sul com Manuel António Mateus, do nascente com Catarina Gonçalves e do poente com António Gonçalves, inscrito na matriz sob o artigo 5.090, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira. Que adquiriram o prédio por doação verbal e não titulada por escri-tura pública, feita em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta por António Francisco, solteiro, maior, residente que foi em Casas Baixas, Cachopo, Tavira, não dispondo os justificantes de título formalmente válido que comprove tal doação. Que desde esse ano possuem o prédio em nome próprio, cuidando e cultivando a terra, fazendo as respectivas sementeiras, colhendo os frutos, pagando os impostos e contribuições devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, posse que sem-pre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram o prédio por usucapião.

Vai conforme o original. Tavira, em 22 de Julho de 2015

A funcionária por delegação de poderes;

Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3

Conta registada sob o nº. PAO1200/2015 Factura nº. 01207.

(POSTAL do ALGARVE, nº 1147, de 7 de Agosto de 2015)Rua de Santo António, n.º 68 - 5º Esq. 8000 - 283 Faro

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AGRADECIMENTO PÓSTUMOA família de Benedito Reis Fortunato Dias vem por este meio agradecer a todos os serviços o profissionalismo e dedicação que lhe prestaram, nomeadamente:- Dr. Jean Pierre- Associação Âncora- Equipa Comfort Keepers- Serviços de Cuidados Continuados do Centro de Saúde de Tavira.Agradecem também a todos os amigos que compare-ceram ou se lembraram do seu ente querido, na sua hora da despedida.

A todos o nosso muito Obrigado.A Família Estevinho Dias

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Tavira

969 003 042Emergência 24 horas

965 040 428Vila Real Sto. António

962 406 031

[email protected][email protected] [email protected]

Coroa de flores artificiais c/ moldura, cartões memoriais, livro de condolências e serviço de água no velório

TAVIRA

BENEDITO REIS FORTUNATO DIAS87 ANOS

AGRADECIMENTOA sua querida família cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 28 de Julho, para o Cemitério de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade. Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º Dia, pelo seu eterno descanso, celebrada dia 2 de Agosto, domingo, pelas 8.30 horas, na igreja de São Paulo em Tavira.

“Paz à sua Alma”

“Serviços Fúnebres efectuados pela Agência Funerária Pedro & Viegas, Ldª”

Tavira • Luz • V.R.Stº AntónioTelm. 964 006 390 - 965 040 428

SANTA MARIA - TAVIRASANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

GREGÓRIO NEVES CAETANO10-08-1930 / 28-07-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes ma-nifestaram o seu sentimento e amizade.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SANTA MARIA - TAVIRASANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

MANUEL EMILIANO CAREPA VAZ11-03-1946 / 02-08-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a to-dos quantos se dignaram acompanhar o seu ente que-rido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

CONCEIÇÃO - TAVIRASANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

MARIA OTÍLIA PEREIRA FALEIRO05-02-1933 / 29-07-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a to-dos quantos se dignaram acompanhar o seu ente que-rido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SANTA MARIA - TAVIRASANTA MARIA E SANTIAGO – TAVIRA

MANUEL SEBASTIÃO FERNANDES MACHADO20-01-1934 / 31-07-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes ma-nifestaram o seu sentimento e amizade.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

FUSETA - OLHÃOMONCARAPACHO E FUSETA – OLHÃO

JOSÉ MANUEL ROCHA ESTEVENS29-12-1962 / 27-07-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a to-dos quantos se dignaram acompanhar o seu ente que-rido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Page 11: POSTAL 1147 - 7 AGO 2015

opinião

Sobe

& d

esce Repovoamento piscícola

O repovoamento das águas ao largo da costa alarvia com 25 mil exemplares de sargos e corvinas são um teste que se espera positivo para a recuperação dos stocks de pesca na região (Ler pág. 2).

‘Pára-quedistas’

Vira o disco e toca a mesma, costuma dizer-se, e nas legislativas PSD e CDS--PP voltam a incluir ‘pára-quedistas’ candidatos ao Parlamento pelo Algar-ve. Desta vez são dois. (Ler pág. 6).

7 de Agosto de 2015 | 11

ficha técnica

Sede: Rua Dr. Silvestre Falcão, n.º 13 C - 8800-412 Tavira - Algarve Tel: 281 320 900 | Fax: 281 320 909 E-mail: [email protected]: www.postal.pt

Director: Henrique Dias(CP 3259).

Editor: Ricardo Claro (CP 9238). Redacção: Cristina Mendonça (CP 3258), Humberto Ricardo (CP 388).Design: Profissional Gráfica. Colaboradores fotográficos: José A. N. Encarnação “MIRA” Colaboradores: Beja Santos (defe-sa do consumidor), Nelson Pires (CO76). Departamento Comercial, Publicidade e Assinaturas: Anabela Gonçalves, José Francisco.Propriedade do título: Henrique Manuel Dias FreireEdição: Postal do Algarve - Publicações e Editores, Lda. Contribuinte nº 502 597 917. Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do Título (dgcs): ERC nº 111 613. Impressão: Naveprinter Distribuição: Banca - Logista, à sexta-feira com o Público/VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT.

Membro: APCT - Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação; API - Associação Portuguesa de Imprensa.

Tiragem desta edição:9.089 exemplares

E-mail da redacção:

[email protected]

Esta é uma iniciativa das Bibliotecas Paula Nogueira do Agrupamento de Escolas Professor Paula Nogueira (Olhão) em parceria com a Casa da Juventude de Olhão e o POSTAL, que semanalmente divulga os problemas e as soluções deste jogo. Várias escolas do Algarve já aderiram à iniciativa: AE Professor Paula Nogueira (Olhão) / AE da Sé (Faro) / AE D. Afonso III (Faro) / AE Dr. Alberto Iria (Olhão) / Colégio Bernardette Romeira (Olhão) / AE Dr. João Lúcio (Fuseta) / AE de Estoi (Faro) / AE Joaquim Magalhães (Faro) / AE do Montenegro (Faro) / AE de Castro Marim (Vila Real de St. António) / AE Professora Diamantina Negrão / (Albufeira) / Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas (Mega Agrupamento de São Brás de Alportel) / Escola Secundária João de Deus (Faro) / Agrupamento de Escolas D. Paio Peres Correia (Tavira) / Casa da Juventude (Olhão) / Postal do Algarve. Convidamos todas as escolas e bibliotecas, interessadas em aderir ao Jogo da Língua Portuguesa e receber os materiais para o mesmo, a contactar: [email protected] ou [email protected].

O Jogo da Língua vai de férias!

>> SOLUÇÃO da edição passada

- Mãe?- Hum...- Eu já posso ter sido ou-

tra pessoa?- Se considerarmos a re-

encarnação como uma hi-pótese válida, sim.

- Hã?- Os budistas, por exem-

plo, acreditam que cada

Ser vai voltando em novas vidas, uma e outra vez, até aprender todas as lições.

- Mãe?- Hum?- Eu posso ter sido teu

pai?- Não João, que disparate.

Não te lembras de brincar com ele? Como é que po-

diam estar os dois vivos ao mesmo tempo?

- Pois.Repousa numa meditativa

pausa e recomeça.- Mãe? Tu não tinhas um

avô escultor?- Sim, o pai do meu pai.- Hummmm, então é por

isso que eu também sou es-

cultor: eu já fui o teu avô!Vá lá que agora já se es-

queceu, mas quase deses-perei ao longo dos dias se-guintes...

- Mãe traz-me água!- Vai tu buscar.- Tens que fazer o que eu

digo porque eu já fui teu avô!

Avô escultor

Ana Amorim Dias - [email protected]

� A – O Paulo pode ser timido, mas não é insensivel aquela amizade.

; B – O Paulo pode ser tímido, mas não é insensível àquela amizade. � C – O Paulo pode ser timido, mas não é insensível aquela amizade. � D – O Paulo pode ser tímido, mas não é insensível aquela amizade.

Delgado Martins veio levan-tar o problema do destino a dar ao Quartel da Atalaia e fê-lo numa altura muito oportuna. Por um lado, pelo eminente fecho do edifício, com a debandada dos mili-tares, por outro, pela inexis-tência de grandes projectos. Além disso, o Algarve é uma região sem um equipamen-to cultural de peso. De resto, como quase todo o sul. Sol e praia não podem ser a úni-ca riqueza de que podemos desfrutar.

O Algarve merece um equipamento cultural de re-ferência nacional e o Quartel da Atalaia tem valor histórico, arquitectónico e cultural para

albergar um equipamento de relevância nacional, e o Algar-ve merece-o.

Todos nos lembramos que, na visita de dignatários es-trangeiros, o Algarve nunca merece um olhar. No Porto temos Serralves, o Palácio da Bolsa, o Parque da cidade, as caves do Vinho do Porto, a subida do Douro, etc. Lisboa a Gulbenkian, o Centro Cul-tural de Belém, os Jerónimos, etc. Coimbra, Conímbriga, a biblioteca joaninha, etc. A sul do Tejo é pouco mais que um deserto, “jamais” merece uma visita, um olhar, uma atenção.

Devemos aproveitar o Quartel da Atalaia para o transformar num ponto cultural de referência e de nível nacional. O país preci-sa, o Algarve merece e Tavira deverá transformar tal num desígnio colectivo.

Julgo ser desnecessário sa-lientar o papel que o turismo cultural tem no mundo. Hoje tal ocupa uma parcela impor-tante dos gastos em turismo

por parte da população e a tendência é para aumentar. Um centro vivo, multidiscipli-nar, moderno, dinâmico, era um desafio e um factor de de-senvolvimento para o país, a região e a cidade. Bilbao, com o museu guggenheim, deu um salto enorme. O pais, com um

centro cultural de qualidade no Quartel da Atalaia, daria um salto em frente no mundo da cultura.

Esperemos que os poderes políticos, especialmente os nossos deputados e o nosso poder local, conhecedores da realidade e do terreno, quei-

ram e possam também jogar mãos à obra.

Porque não uma reunião/congresso sobre o assunto? Avançava, desde já, o nome de Delgado Martins para coordenar os interessados e marcar o encontro.

Força!

O Quartel da Atalaia

Carlos LopesAdvogado

d.r.

Page 12: POSTAL 1147 - 7 AGO 2015

última

Tribunal decide demolição de imóveis em AlbufeiraProprietários dizem-se enganados e exigem responsabilidades

Ô Desidério Silva foi apanhado de surpresa com a situação

Tiragem desta edição:9.089 exemplares

d.r.

O POSTAL regressa no dia

21 de Agosto

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AS CARTAS A DAR CONTA DA DEMOLIÇÃO começaram a aparecer na semana passada nas caixas de correio do prédio da urbanização Roja Pé, em Al-bufeira, o que levou os proprie-tários a dizerem-se enganados e a exigir responsabilidades.

Nas missivas enviadas pela Câ-mara de Albufeira, os proprietá-rios de dois lotes da urbanização localizada em Olhos de Água são informados de uma reunião do executivo que deu sequência à sentença do Tribunal Admi-nistrativo e Fiscal de Loulé no sentido de anular vários actos do município de 2002, 2003 e 2005, por violação do Plano Di-rector Municipal (PDM), tendo por consequência a demolição do andar de topo de um dos lo-tes e da totalidade do outro lote.

Um dos proprietários, Carlos Mendes, mostrou à Lusa a ca-derneta predial datada de No-

vembro de 2007, bem como o alvará de utilização de Fevereiro de 2005, para sublinhar que se algo estava errado os proprietá-rios deviam ter sido informados atempadamente, e recordou que sempre pagaram Imposto Muni-cipal sobre Imóveis.

“Isto são as poupanças da nos-sa vida. Trabalhar 40 e tal anos, chegar aqui e deparar-me com isto”, disse Carlos Mendes, que classificou a situação de “caso de polícia”.

Por seu lado, o actual presi-dente da Câmara de Albufeira, Carlos Silva e Sousa, sublinhou que a autarquia “não tem alter-nativa” e “tem de cumprir a or-dem judicial”, tendo sido já lan-çados os procedimentos técnicos e administrativos para a execu-ção da sentença, a cumprir em 120 dias.

A acta de uma reunião de câ-mara recente referia-se ao pro-

cesso com a necessidade de uma “nota de urgência e prioridade de tratamento deste assunto”.

NA SENTENÇA SÃO VISADAS 66 PESSOAS E INSTITUIÇÕES BAN-CÁRIAS Na sentença são visa-das 66 pessoas e instituições bancárias, não tendo havido contestação, o que, segundo o autarca, pode ser atribuído ao facto de o tribunal ter citado os interessados por anúncio e não directamente.

Sobre eventuais indemni-zações a serem concedidas aos proprietários afectados, o presidente da câmara consta-tou que, de “uma forma gené-rica, existe também da parte do município responsabili-dade no que se referir àqueles adquirentes, titulares de pro-priedade, e que adquiriram de boa-fé”.

“As pessoas compraram

com base numa certidão da conservatória, com base numa certidão da matriz e com base numa licença de utilização municipal e, portanto, tam-bém do Estado, e são pesso-

as que compraram de boa-fé. Também serão titulares do di-reito à indemnização, na qual a câmara também poderá vir a ser responsabilizada. Mas isso está na mão deles. Agora vão ter que fazer valer os seus di-reitos em todo este processo”, referiu Carlos Silva e Sousa.

Questionado sobre como equilibrar a boa-fé dos com-pradores dos imóveis com a ordem do tribunal, o pre-sidente da câmara afirmou que “vai ter que ser cada um a defender-se”.

“Quando os recebi aqui foi o que lhes disse: ‘o município tem uma ordem do tribunal, tem que cumpri-la. Os senho-res têm os vossos direitos, se quiserem defender-se arran-jem advogados e defendam--se’”, declarou Carlos Silva e Sousa.

A sentença foi proferida em

2011 e transitou em julgado em 2013, tendo o tribunal declarado nulos os actos com que a Câmara de Albufeira au-torizou, em 2002, a construção dos lotes, um dos quais ocu-pou uma área destinada a um espaço de lazer.

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Al-bufeira na altura em que foi autorizada a construção, De-sidério Silva, admitiu ter sido apanhado de surpresa e reme-teu esclarecimentos para mais tarde, alegando não ter ainda reunido informação sobre o processo.

“Acho que o que fiz foi tudo de acordo com os pareceres técnicos, nunca fui notificado. Tenho que falar com os servi-ços [da câmara] para me intei-rar sobre o assunto”, declarou o actual presidente da Região de Turismo do Algarve. Lusa

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Page 13: POSTAL 1147 - 7 AGO 2015

www.issuu.com/postaldoalgarve9.089 EXEMPLARES

Mensalmente com o POSTAL

em conjuntocom o PÚBLICO

AGOSTO2015n.º 83

d.r

.

O Algarve num outro olhar

ps. 4 e 5

Vidadupla segundo

Sérgio Godinho

p. 10

d.r.

Agosto recheado de cinema

p. 3

d.r.

Editorial:

Cultura ‘à fresca’p. 2

Artes visuais:

Qual a margem de liberdade do artista?

d.r.

p. 6

d.r.

Grande ecrã:

Umberto Eco: As notícias do amanhã

p. 8

d.r.

Letras e Leituras:

Page 14: POSTAL 1147 - 7 AGO 2015

07.08.2015 2 Cultura.Sul

AGENDAR

Novo espaço de encontro: “Café com Letras”, Sextas às Seis

Inserida na sua estratégia de valorização, promoção e reforço da divulgação das Ar-tes e das Letras na região, a Di-reção Regional de Cultura do Algarve, em parceria com a Biblioteca da Universidade do Algarve e com a FNAC de Faro, decidiram criar um novo espa-ço de promoção das Letras do Algarve.

O café é, normalmente, ser-vido quente, e considerado um estimulante. Assim também estes encontros que se preten-dem quentes e vivos (de inver-no ou de verão!), para animar os nossos fins de tarde, que te-rão lugar nas primeiras sextas de cada mês, no novo espaço que a FNAC criou em Faro e no qual tem procurado estabele-cer uma relação próxima com a comunidade.

Este projeto, resultado de uma feliz associação entre es-tas três entidades, conta com a

participação da população, em geral, e da comunidade acadé-mica, em particular, que se de-seja culturalmente envolvida e participativa.

Conversas vivas e entusiastas em torno de livros, da leitura, do presente e do passado, da música, do cinema, das artes, enfim, da Cultura, que é o que nos move e ocupa o cen-tro desta proposta para a qual contamos com a vossa presen-ça. Este encontro acontecerá nas primeiras Sextas de cada mês, pelas 18 horas.

A primeira proposta de en-contro é para dia 4 de Setem-bro, pelas 18 horas, na FNAC do Forum Algarve e resulta da primeira edição assumida pela Direção Regional da Cul-tura do Algarve no âmbito do regulamento de apoio a obras temáticas, que identifica como preocupação central “contri-buir para o conhecimento e maior divulgação da história e da identidade regional”.

O trabalho de Cláudia Diogo sobre as Lendas e outras Me-mórias de Monchique decorre da investigação e dissertação

desenvolvida no âmbito do seu mestrado e revelou-se um estudo académico de grande valor e coerência técnica. A au-tora aceitou o desafio de adap-tar o seu trabalho tendo em vista alcançar um público de leitores mais abrangente, sem, contudo, lhe retirar a vertente de cuidado científico colocado

na investigação.O património oral, as lendas

e memórias de Monchique, tornam-se assim acessíveis a um mais largo leque de inte-ressados. Este registo de sabe-doria e tradição popular é fun-damental, pois sedimenta uma identidade e memória coletiva, ao mesmo tempo que permi-

te que se estabeleçam diálogos intergeracionais, se transmita conhecimento e se valorize um património cultural imaterial do interior do Algarve.

Consideramos este um li-vro pioneiro no registo cui-dado que faz da transmissão oral armazenada na memória da população monchiquense e particularmente oportuno porque está associado a uma janela de temporalidade estri-ta, a partir da qual este registo específico seria impossível ou seria alterado porque sujeito a novas formulações de pensar, viver e sentir. Seguir-se-ão ou-tras sextas e outros temas, que oportunamente divulgaremos.

Para a agenda:4 de Setembro, 18 horas,

Património imaterial do AlgarveLendas e outras memórias

de Monchique, de Cláudia Diogo.Livro publicado pela DRCAlg.

Apresentação: Natércia Magalhães/DRCAlg.

Parceria: Biblioteca da Universidade

do Algarve/Fnac/DRCAlg.

Ponto de partidaOs caminhos actualmente

percorridos pela sociedade con-temporânea levaram a uma to-mada de posição por parte das instituições mundiais, no sentido de atribuírem novas responsabi-lidades e competências às insti-tuições museológicas.

Assim, a Museologia e todos os técnicos ligados a equipamen-tos culturais foram obrigados a reflectir o seu papel e a redefinir metodologias.

Fruto deste debate de ideias, os museus deixaram de ser me-ros repositórios de peças, para passarem a assumir funções em áreas tão importantes como a Investigação, a Comunicação e,

claro, a Educação. Esta nova abordagem técnica

tornou-se também sensível aos “novos públicos”, que até então

tinham dificuldade em contactar com esta realidade. Muito é feito hoje em dia no âmbito das aces-sibilidades e da inclusão, para que seja impossível conceber um espaço que não permita acolher todos os tipos de público.

Este trabalho é interminá-vel mas o Museu Municipal de Olhão também se associou a este desafio.

Com o objectivo de tornar esta instituição viva e focada na comunidade, dispõe de uma equipa técnica especializada focada na conservação, estudo e divulgação junto dos diversos públicos, do seu acervo constituí-do por: património marítimo, ar-

queologia, numismática, indús-tria conserveira, artes plásticas e decorativas, fotografia, metro-logia, cinema, fainas agromarí-timas, maquetas navais, armas, maçonaria e farmácia.

São destes autênticos pe-daços de história e cultura olhanenses que vive o Museu Municipal – Edifício do Com-promisso Marítimo, e é com o objectivo de preservar e per-petuar a sua memória que tra-balhamos no sentido de fazer mais e melhor.

Hugo OliveiraCoordenador

do Museu de Olhão

Editorial Missão Cultura

Direção Regionalde Cultura do Algarve

Juventude, artes e ideias

“FORA DO BARALHO”Até 29 AGO | 21.30 | Teatro Municipal de PortimãoTrata-se de um espectáculo para toda a família que mistura a arte da ilusão com a arte cénica e teatral e que conta a história de um mágico que está a tentar criar o seu próximo espectáculo

“ESCOLA INTERN. ARTES DE LOULÉ 1993-1997”De 13 AGO a 30 SET | Convento de Santo António - LouléExposição apresenta trabalhos recentes de professo-res da Escola das Artes, em particular de Bruce Dor-fman, Minerva Durham, Enrico Gonçalves, Cécile Massart e Pascaline Wollast

foto: drcalg

Monchique, jardins do centro da vila

Agosto é por terras algarvias, todos os anos, sinónimo de cul-tura na rua, com a grande maio-ria dos momentos culturais, dos mais diversos géneros e estilos, a ter lugar fora de portas.

É como se a cultura, também ela, se quisesse pôr 'à fresca', nes-tes dias de estio.

É debaixo de um calor tórrido que as manifestações culturais se fazem ao ar-livre, em praças, auditórios de rua, à beira-mar e junto às margens dos rios.

Num registo que há anos não se via, o mês passado fez-se de noites de invejáveis temperatu-ras, a fazer esquecer os casacos e outros apetrechos sempre indese-jados no Verão e se Agosto repe-tir o estilo meteorológico, então a cultura está de parabéns neste período de espaços abertos e are-jados a fazerem as vezes de palcos.

Certo é que, em estilos mais ou menos populares, das festinhas, às festas, das maiores às mais pe-quenas performances, o Algarve popula por estes dias de uma pu-jança que a cada ano só se vê nos meses de época alta.

Estes são dias de percorrer a região de lés-a-lés e de encontrar em cada esquina uma forma di-ferente de viver as férias com um toque cultural.

Podem até não ser as manifes-tações eruditas a que convidam as salas confortáveis e apetre-chadas, mas a cultura é muito mais do que esses momentos, e em muitos dos exemplos que enchem a região durante Agos-to, a verdaedira identidade do Algarve está presente como difi-cilmente estará dentro de portas.

Mais do que banhos de mar, noites aceleradas e sol e areais a perder de vista, o Algarve apre-senta-se, uma vez mais, rechea-do de boas propostas culturais, atreva-se porque vai decerto valer a pena.

Cultura 'à fresca' em Agosto

Ricardo [email protected]

Page 15: POSTAL 1147 - 7 AGO 2015

07.08.2015  3Cultura.Sul

Espaço AGECAL

Grande ecrã

Cineclube de Faro Programação: cineclubefaro.blogspot.pt

Q - ESPAÇO CULTURAL (Jardins do antigo Magistério Primário) | 21.30 HORAS (* sessões gratuitas)

09 AGO - O INFERNO, Carlos Conceição, Portugal, 20’ | VÍCIO INTRÍNSECO, Paul Thomas Anderson, EUA, 2014, M/16, 148’13 AGO - FURICO & FIOFÓ, Fernando Mil-ler, Brasil, 7’ | OS GRANDES ALDRABÕES, Leo McCarey, EUA, 1933, 68’, M/616 AGO - O HOMEM DA CABEÇA DE PA-PELÃO, Luis da Matta Almeida, Pedro Lino, Portugal/ RU, 9’ | PHOENIX, Christian Pet-zold, Alemanha, 2014, 98’, M/1220 AGO - YVONE KANE, Margarida Car-doso, Moçambique/Portugal/Brasil, 2014, 117’, M/12

23 AGO – ESTÓRIA DO GATO E DA LUA, Pedro Serrazina, Portugal, 5’ | O CONTO DA PRINCESA KAGUYA, Isao Takahata, Ja-pão, 2013, 137’, M/6

Cineclube de TaviraProgramação: www.cineclubetavira.com281 971 546 | [email protected]

MOSTRA DE CINEMA NÃO-EUROPEU – AR LIVRE | CLAUSTROS DO CONVENTO DO CARMO | 21.30 HORAS

7 AGO | BEGIN AGAIN (NUM OUTRO TOM), John Carney, E.U.A. 2013 (104’) M/12

8 AGO | SELMA (A MARCHA DE LIBERDA-DE), Ava DuVernay – E.U.A./Reino Unido 2014 (128’) M/129 AGO | THE WIND RISES (AS ASAS DO VENTO), Hayao Miyazaki – Japão 2013 (126’) M/1210 AGO | LEVIAFAN - LEVIATHAN (LEVIA-TÃ), Andrey Zvyagintsev – Rússia 2014 (140’) M/1411 AGO | CITIZENFOUR, Laura Poitras – E.U.A./Alemanha/Reino Unido 2014 (114’) M/1212 AGO | LIKE FATHER, LIKE SON (TAL PAI, TAL FILHO), Hirokazu Koreeda, Ja-pão 2013 (121’) M/12

Agosto recheado de cinemaAo contrário do que é tradição,

o Cineclube de Faro tem este ano uma agenda de Agosto muito preenchida, fruto do inovador projecto que junta diferentes artes e associações culturais de Faro, chamado Q-Espaço Cultu-ral. A actividade cineclubista do CCF estende o Cinema ao Ar Livre pelo mês de Agosto, trazendo à tela do antigo Quintalão do Ma-gistério Primário, em plena Vila Adentro, uma programação que junta clássicos e alguns dos me-lhores filmes estreados no último ano. Os oscarizados Citizenfour, de Laura Poitras, Boyhood-Momentos de uma Vida (Richard Linklater), Vício Intrínseco (Paul Thomas An-derson), ou ainda a singularidade voyeurista hitchcockiana d’A Jane-la Indiscreta, o humor intemporal e frenético dos Irmãos Marx no preciosíssimo Os Grandes Aldra-bões, o virtuosismo de Christian Petzold em Phoenix, o desarmante Yone Kane de Margarida Cardoso, o virtuosismo da animação dos estúdios Ghibli com O Conto da Princesa Kaguya ou ainda o sem-

pre presente Woody Allen com Magia Ao Luar são as sugestões do cartaz do Q- Espaço Cultural, sempre às quintas-feiras e domin-gos, a partir das 21:30.

O cinema ao ar livre, pela mão do CCF não fica no entanto por aqui, entre parcerias e colabora-ções, o cinema é uma constante no Verão e destacamos ainda

mais uma edição do Cinema sob as estrelas em Cacela Velha, a 25 de Agosto com O Sal da Terra, filme centrado na vida e obra de Sebastião Salgado e ainda o genuíno e singular Volta à Terra primeiro e único filme assinado por João Pedro Plácido a 1 de Setembro.

Cineclube de Faro

Imagem do filme 'Magia ao Luar' de Woody Allen

fotos: d.r.

O conceito de Património Cul-tural evoluiu bastante nas últimas décadas, não sendo hoje entendi-do apenas como algo relaciona-do com o passado, mas sim como uma construção do futuro. Atu-almente, as preocupações com a importância da conservação do Património Cultural passaram a fazer parte do discurso dos agen-tes que promovem a sua gestão. Nos últimos anos, a Rede de Mu-seus do Algarve (RMA) conjunta-mente com os museus, de tutela autárquica e outros de iniciativa privada, têm vindo a desenvolver uma campanha de conscienciali-zação do público para a importân-cia da preservação deste legado, que nos foi transmitido pelos nos-sos antepassados e que faz parte da nossa identidade e memória

coletiva, pois existe a consciência de que ela só será conseguida com a contribuição de todos. A conser-vação do património cultural pode ser algo fascinante e interessante, funcionando também como fon-te de conhecimento e fruição, de-vendo, por isso, ser quebradas as barreiras entre os profissionais e o público.

Nos finais da década de 1990 dá--se uma proliferação de museus e núcleos museológicos no Algarve, trazendo consigo a colocação de pessoal qualificado em conserva-ção e restauro, entre outras áreas do conhecimento científico, ten-do contribuído para a evolução da museológica no nosso País. A con-servação é a disciplina mais jovem presente nos museus e foi a última a entrar no campo da Museologia.

No Algarve, os Municípios de Portimão, Silves, Tavira, Alcoutim e Faro possuem laboratórios de conservação e restauro, havendo ainda relações de troca de infor-mações entre os técnicos. Na RMA criou-se o grupo de conservação e restauro (RMA-CR) com o intuito de promover as suas atividades, tendo ainda sido criada uma pági-na na internet sobre conservação “AL-Gharbe Conservação”, (https://

algharbconservacao.wordpress.com/), com fins de divulgação de toda a informação e artigos rela-cionados com esta área, tais como, workshops, lançamentos de livros, ações de formação, etc.

A nível nacional, a Associação Profissional de Conservadores Restauradores de Portugal (ARP), foi fundada em 1995, tendo como principais objetivos a defesa e a promoção da classe profissional dos conservadores-restauradores no nosso País e na Europa, atra-vés da sua representação na Euro-pean Confederation of Conservator--Restorers’ Organizations (ECCO) e na divulgação e salvaguarda do Património Cultural (http://www.arp.org.pt/).

No laboratório de Conservação e Restauro do Município de Tavira os trabalhos desenvolvidos passam pela conservação do património ar-queológico, etnográfico, religioso, industrial, estatuária pública, ele-mentos arquitetónicos e gestão das reservas e coleções, além de ativi-dades educativas vocacionadas para as escolas na sensibilização da importância desta disciplina na salvaguarda do património e o seu papel de retaguarda em qualquer exposição museológica.

Conservação do património no Algarve

Leonor Esteban Técnica Superior de Conservação e Restauro Convidada da AGECAL

celso candeias / museu municipal de tavira

Page 16: POSTAL 1147 - 7 AGO 2015

07.08.2015 4 Cultura.Sul

Panorâmica

Ricardo ClaroJornalista / [email protected]

O Algarve num outro olhar

1 - Aljezur Miradouro da Fortaleza da Arrifana GPS: 37°17'46.9"N 8°52'26.4"W

Recentemente intervencionada para redescobrir significativa-mente a sua beleza, a Fortaleza da Arrifana encima uma falésia da costa oeste do concelho de Al-jezur desde 1635. Açoitada pela nortada a fortificação mostra a sul a Praia da Arrifana à qual se acede por um ziguezague enta-lhado na encosta das arribas.Em todo o seu esplendor, abriga-do das investidas do vento numa forma de concha que convida a olhar o mar, a Praia da Arrifana é imperdível para quem se quer deixar levar pelo imenso azul atlântico.A visão a sul permite mirar a Pe-dra da Agulha, um leixão que se ergue do Atlântico qual sentinela costeira destemida face à dureza das vagas.

2 - Vila do Bispo Miradouro da Torre de Aspa GPS: 37°05'42.1"N 8°57'02.5"W

Da Torre de Aspa só ficou para os

dias de hoje a memória, a atalaia que guardava a Costa Vicentina do Algarve esboroou-se com o rolar dos tempos, mas a arriba mais alta da costa do Algarve continua a ser um ponto privi-legiado de observação.Miradouro natural encimado por um marco geodésico dali se avistam as praias do Castelejo e da Cordoama, onde o escuro das arribas luta com o branco areal para ganhar salpicos das ondas do mar. Um olhar a norte permite vis-lumbrar a Pedra da Laje, for-mação rochosa que se adentra ao mar sendo um pesqueiro de eleição para os amantes da pesca amadora.

3 - Lagos Miradouro da Ponta da Piedade GPS: 37°04'51.8"N 8°40'10.8"W

À Ponta da Piedade chega-se por estrada que é simultaneamente Via Sacra com as paragens assina-ladas por pequenos nichos alusi-vos aos momentos percorridos por Jesus carregando a cruz.No miradouro, junto ao Farol, o azul profundo estende-se até onde os olhos deixam ver e as vistas podem espraiar-se pela li-nha recortada da costa escarpada de Lagos.Aqui pode mirar-se ao longe do alto e para o fundo, descendo a extensa mas inesquecível escada-

ria até às cristalinas águas rodea-das por uma enseada de contor-nos e luminosidade místicos.

4 - Monchique Miradouro da Fóia GPS: 37°18'56.1"N 8°35'31.5"W

É do ponto mais alto do Algar-ve, 902 metros, que se pode ter uma visão que percorre o traça-do costeiro ao longe com a mes-ma facilidade com que permite percorrer o pontilhado da serra que marca o interior do Algarve.O melhor dos dois ‘algarves’ à distância de um olhar que se pode lançar sem obstáculos, nem reservas sobre o imenso a chamar pelo divagar num silên-cio condicente.

5 - Silves Miradouro da cidade GPS: 37°11'19.5"N 8°25'50.9"W

Silves cai em dornas arruadas do Castelo até ao Arade com cores e mil sombras de verdes reflexos. Do lado de lá do Miradouro ::::: a frontaria da cidade debruça-se sobre o vale fértil e salpicada do branco alvo da cal deixa adivi-nhar um outro tempo.

Imagine-se um convite para deixar voar o olhar, planando até ao limite das vistas, ora estendendo-se até tocar o azul infinito do Atlântico, ora calcorreando encostas das serras até se es-vair nos cumes que parecem recortar em desafio os céus.

Há muitas formas de ver o Algarve e o desafio que pro-pomos neste Cultura.Sul é o de o ver com outro olhar e de uma outra perspectiva, altaneiros.

Percorremos o Algarve de lés-a-lés, começando no ex-tremo noroeste até à frontei-ra com Espanha, no extremo leste, e trazemos-lhe locais únicos para uma mirada es-pecial sobre as terras, os ma-res e os rios algarvios.

Propomos uma nova pers-pectiva, com uma visão pro-jectada em direcção ao vazio das grandes paisagens de cos-ta, barrocal e serra, com ima-gens dignas de retrato mas, acima de tudo, dignas de se-rem guardadas na memória.

Desafiamos, com recurso a coordenadas GPS, mas sem-pre em locais fáceis de encon-trar com recurso a mapas ou ao velho truque de pergun-tar às gentes da terra, a que

encontre alguns dos diversos miradouros da região, com uma proposta em cada con-celho algarvio.

Escolhemos vistas do oce-ano, arribas escarpadas, mo-numentos, paisagens de cida-de e de hortejo do barrocal.

Seleccionámos visões das várias facetas deste Algarve que se estende à largura do país, com paisagens de serra, vistas a partir de faróis e de promontórios mais ou menos intervencionados pela mão humana.

Convidamos a conhecer rios e praias, a descobrir os tons ocres da entrada da ser-ra e o verde seco do Algarve sujeito aos rigores do estio, com o mesmo tom com que propomos que sinta a brisa marítima ou se deixe embe-vecer pelos parchais da Ria Formosa e do Sapal de Cas-tro Marim.

Mostramos vistas a partir de igrejas e castelos, e leva-mos a sede de vistas largas aos topos das serras algar-vias num convite a imagens panorâmicas com absolutos 360 graus.

O Algarve visto a partir do alto tem outra beleza, é dife-rente, ganha dimensão e as-sume em pleno a sua diversi-dade paisagística.

Mostra-se a quem o olha de forma única e em todo o esplendor, sem reservas, nem obstáculos, numa verdadeira exibição de braços abertos ao conviva que o deseja olhar.

Descanse o olhar e a mente no azul único do Verão algar-vio, conheça de que matizes

se fazem os cursos de água e com que paletas se pintam os solos desta região única.

Mais do que conhecer cada um destes segredos algarvios que lhe propomos, deseja-mos que em cada momento se deixe transportar e que em cada proposta encontre um momento raro que se mereça recordar.

Deixe-se envolver pelo si-lêncio e pelo recato de alguns dos locais que sugerimos e ganhe uma nova interpre-tação sobre uma terra que muitos crêem ser apenas sol e mar e desmistifique um Algarve carregado de tradi-ções, forjado tantas vezes, na rudeza bruta de terras duras de enfrentar.

Há um mundo para des-cobrir nesta terra aberta ao mar que importa conhecer, do marulhar das ondas cum-pridas na orla dos areais ao assobio dos ventos no alto da Fóia ou do Cerro de São Miguel.

Há neste Algarve cheiros únicos de esteva e pinheiro, de mar e de ria por descortinar.

De um só golpe tanto para ver na imensidão sem freio, desafiando o horizonte e tudo o que há de permeio, porque há em cada um des-tes miradouros um Algarve a descobrir com outro olhar.

Dezasseis propostas raras para momentos inesque-cíveis da serra à beira-mar porque nem só de praia se fazem as férias ou o Algarve e há paisagens que não se podem, simplesmente, dei-xar de admirar.

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Panorâmica

No topo o Castelo de Silves guar-da os segredos de uma ocupa-ção progressiva e os vestígios de povos que o escolheram para resguardo. Também ele um mi-radouro sobre o vale recortado em torno da cidade se apresenta como mais um local para deitar sobre o Algarve um outro olhar.

6 - Lagoa Miradouro da Ponta do Altar GPS: 37°06'20.9"N 8°31'08.9"W

Sentinela da embocadura do Arade, a Ponta do Altar faz-se ver ao longe com um feixe lu-minoso vermelho a cada cinco segundos a partir do farol que encima a falésia.A vista permite um olhar sobre o oriente em direcção à Praia dos Caneiros com o leixão da Gaivota em primeiro plano, mas é para ocidente e para o interior que a paisagem mostra a foz do Ara-de, a Praia da Rocha e Portimão, com a marina a seus pés.Em direcção à longínqua Casa-blanca em Marrocos, a mais de 300 quilómetros, o inesgotável Atlântico com as cores das águas mais recatadas do sul do Algarve.

7 - Portimão Miradouro da Fortaleza de Santa Catarina GPS: 37°07'00.9"N 8°31'47.6"W

Daqui se podem ver a oriente a Ponta do Altar já em terras de La-goa, com o Arade a interpor-se entre as suas margens no encon-tro com o oceano.Para sul os molhes adentro, as águas convidando a um pas-seio, descida a escadaria até à Marina de Portimão, mar aden-tro ensolarado e fresco da brisa marítima.A este a Praia da Rocha em toda a sua extensão, plana e de areias brancas apresenta-se como se de um lençol se tratasse, com o Mi-radouro da Praia da Rocha, ou-tro local de vistas convidativas ao deslumbre, a definir o extremo leste do areal.

8 - Albufeira Miradouro do Pau da Bandeira GPS: 37°05'13.4"N 8°14'53.8"W

Do moderno miradouro do Pau da Bandeira se avista Albufeira Velha, a Praia dos Pescadores e a Praia do Peneco num único olhar sobre o leste.À baixa de Albufeira e às praias chega-se descendo a encosta numa viagem de escadas rolan-tes com o mar como pano de fundo.Para sul, uma vez mais o ho-rizonte azul marítimo e se o olhar convidar a uma espreita-dela para nascente mostra-se o areal da Praia do Inatel seguido da Praia dos Alemães, onde mais uma curva do recorte costeiro deixa a vontade de descobrir outros promontórios do Algarve.

9 - Loulé Miradouro da Igreja de Nossa Senhora da Piedade GPS: 37°08'25.7"N 8°02'13.0"W

De volta ao Algarve mais interior, junto a Loulé ergue-se altaneira a Igreja de N. Senhora da Piedade.Ao promontório não pode só subir o andor por altura da Mãe Soberana, festa maior da quadra pascal na região, suba-se pela es-trada e contorne-se o edificado para se poder deixar repousar o olhar sobre o casario de Loulé com o castelo em destaque.A paisagem do barrocal estende--se para norte e oeste semeada de oliveiras e amendoeiras por en-tre mato de estevas.

10 - São Brás de Alportel Miradouro da Arroteia GPS: 37°09'33.1"N 7°54'28.2"W

Entre a serra e o mar pode ler-se

no ferro que adorna, junto ao chão, este local de rara beleza dentre os muitos que pode visi-tar em São Brás de Alportel.Ao fundo, entre o recorte da serra a sul em direcção a Faro, o Atlântico deixa-se mirar, mar-cando posição ao longe como que a lembrar que também ele, a par da serra, é um dos pólos do Algarve.Num silêncio convidativo deixe--se levar pelas encostas da serra a sul em direcção ao vasto barrocal ou lance um olhar para norte em direcção ao pontilhado serrano profundo, onde nascem os so-breiros, obreiros da melhor cor-tiça do mundo.

11 - Faro Torre da Igreja da Sé GPS: 37°00'47.9"N 7°56'06.7"W

A torre gótica da Sé de Faro, que exibe os sinos da construção re-ligiosa, é a imagem de marca de um monumento incontornável para quem visita a cidade velha de Faro.Do alto da torre sineira a vista da Ria Formosa e da baixa da cida-de impõem-se. O serpentar das águas da ria estende-se no hori-zonte até às dunas das praias das ilhas barreira num olhar que se pode deixar repousar de nascen-te para poente.Um labirinto laguna de esplen-dorosas cores ao pôr-do-sol que contrasta com o olhar para norte/noroeste onde a cidade se impõe da baixa em direcção aos arredores com a serra em pano de fundo.

12 - Olhão Cerro de São Miguel GPS: 37°06'05.0"N 7°49'56.9"W

Do alto dos seus mais de 400 metros, o Cerro de São Miguel, maior elevação da Serra de Mon-te Figo, apresenta ao visitante todo o barrocal de sudeste a su-doeste, com a orla costeira a ver--se em dias de céu limpo desde Espanha até perto de Albufeira.A norte erguem-se as empeder-

nidas serranias do Algarve numa paisagem semeada de oliveiras e amendoeiras tão velhas como a lonjura que a vista pode alcançar.No extremo sul, a antecipar o Atlântico, a perder de vista a Ria Formosa que bordeja Olhão e as ilhas barreira como um suave ris-co de tom areia desenhado antes do horizonte imenso.

13 - Tavira Castelo e Igreja de Santa Maria GPS: 37°07'31.5"N 7°39'05.5"W

A zona do Castelo de Tavira e a envolvente da Igreja de Santa Maria, um dos edifícios que se ergue entre muralhas, propor-cionam uma visão rara da beleza da cidade do Gilão.Com o Rio a escorrer entre o ca-sario até às Quatro-Águas, a be-leza da cidade tavirense sempre pautada pela presença omnipre-sente de edificações religiosas são um doce para o olhar.Como se fosse um puzzle reche-ado de segredos convidativos, o rendilhado dos arruamentos exi-be-se ao visitante numa rara bele-za que quando chega o entarde-cer se torna quase inacreditável.

14 - Castro Marim Castelo de Castro Marim GPS: 37°13'05.5"N 7°26'34.5"W

Não há amor como o primeiro, dizem, mas há-os vários no que

toca a miradouros e paisagens de deslumbre, como aquela de que se pode usufruir a partir do Castelo de Castro Marim.Perceber o recorte da vila for-tificada de fronteira é um dos desafios colocados aos olhos do mirante antes de se deixar embe-vecer pelos regatos do Sapal de Castro Marim que caminham inexoráveis para o Guadiana, também ele no percurso final até à foz.Do outro lado do rio terras de Espanha com Ayamonte em primeiro plano, enquanto para norte se mostram em poderio, uma vez mais, as serranias deste Algarve.Um olhar sobre a vila deixa per-ceber um tempo marcado por um ritmo próprio feito de um compasso único de que se pode usufruir com uma visita pelo centro de Castro Marim.

15 - Vila Real de Santo António Farol de Vila Real de Santo António GPS: 37°11'14.2"N 7°24'59.2"W

A vista do Farol de Vila Real de Santo António, visitável às quar-

tas-feiras à tarde, mostra o recor-te pombalino da baixa da cidade do Guadiana.Dali se avista em perfeição Aya-monte, do outro lado da foz do Guadiana, e os areais e parchais que deixam adivinhar a Isla Cris-tina, primeira praia de terras de Espanha.Para sul e antes do azul do Atlân-tico imponente, a Mata Nacional e a Praia da Ponta da Areia que se estende até Monte Gordo a leste.Em direcção a norte Castro Ma-rim e a serra, ao longe a enqua-drar um Guadiana que se adivi-nha serpenteante.

16 - Alcoutim Castelo de Alcoutim GPS: 37°28'15.2"N 7°28'18.7"W

Do alto do Castelo de Alcou-tim parece poder-se estender as mãos para afagar o casario de Sanlúcar del Guadiana do outro lado da fronteira.O rio divide a meio as gentes que o hábito havia de unir depois das guerras entre as duas nações. O casario é alvo de branco cal de ambos os lados da serpente aquí-fera e decai sobre as margens em dornas expostas aos olhares es-trangeiros permanentesUma paisagem deliciosa e de bu-cólicos tons a lembrar outra vez que o Algarve se faz de muitos e diversos ‘algarves’, qual paleta disponível para pintar de mil tons uma terra recheada de surpresas.

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07.08.2015 6 Cultura.Sul

Artes visuais

Saul Neves de JesusProfessor catedrático da UAlg;Pós-doutorado em Artes Visuais pela Universidade de Évora

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“CONCERTO PELOS TIME FOR T”23 AGO | 22.00 | Praça do Infante - LagosTiago Saga é o fundador do projecto Time For T, lu-so-britânico, oriundo do Algarve. Actualmente vive em Brighton, onde concluiu o curso de composição musical na Universidade de Sussex

“FIL TIRÉ – RACINES COUPÉS”Até 28 AGO | Casa dos Condes - AlcoutimExposição da artista francesa Dominique Chaumel-le, que se tem evidenciado nas áreas da decoração, desenho e pintura, inspirando-se nas viagens que tem feito

Qual a margem de liberdade do artista?

Obra “Dino Campana”, de Sandro Chia (2000)

d.r.

Já lá vai o tempo da depen-dência do artista em relação ao poder religioso ou ao poder po-lítico. Atualmente, considera-se que a dependência é sobretudo em relação ao mercado, aos mar-chand, ao público e aos investido-res. Mas terá que ser assim? Será que a produção artística não pode ser realizada apenas pelo prazer dessa realização?

“A arte como atividade liberta-dora ligada ao instinto” (Bossa-glia, 2001), já estava bem presen-te nos action painting dos anos 40 e 50, em particular com Jackson Pollock, em que a pintura são fi-lamentos de cores que vão nas-cendo do pulsar das sensações do artista. Não utilizava cava-lete, pintando telas de grandes dimensões colocadas no chão para se sentir mais envolvido e dentro do quadro, e não utiliza-va pincéis, partindo do pingo de tinta que deixa cair na tela para produzir toda a obra de arte, uti-lizando latas de tinta perfuradas, numa relação física intensa com a obra produzida.

Mas é a partir dos anos 80 que se desenvolve um movimento, designado de Transvanguarda, que procura acentuar a utiliza-ção de diversos meios na produ-ção artística, numa atitude ecléti-ca e multidisciplinar, e de forma livre e com prazer.

Tal como a crise na arte no início do século XX levou vários artistas em busca daquilo que parecia mais autêntico na arte, porque mais primitivo, em par-ticular nas civilizações africanas e polinésias, por parte de Picasso e de Gaugin, por exemplo, tam-bém a vanguarda dos anos 60, em particular com a desmate-rialização defendida na arte con-cetual, levou à necessidade dum retorno ao concreto, ao material, à cor, a partir dos anos 70 e 80,

sendo a Transvanguarda um dos movimentos que se desenvolveu nesse sentido.

Assim, os transvanguar-distas aproveitaram a ênfa-se nas ideias e na reflexão, mas com um suporte na produção artística ma-terial, conseguindo uma conciliação entre as ideias e a sua materialização, isto é, entre as imagens mentais e as imagens retinianas ou visuais.

A transvanguarda pode ser enquadrada no neo--expressionismo dos anos 70, o qual se desenvolveu em diversos países. No caso de Itália, foi buscar referên-cias à arte povera e iniciou-se com a publicação do livro “La transvanguardia”, em 1980, pelo crítico de arte Bonito Oliva (1979, 1980), em que propõe esta desig-nação para caracterizar o trabalho de alguns jovens artistas italianos, nome-adamente Francesco Cle-mente, Mimmo Palladino, Enzo Cucchi, Sandro Chia e Nicola De Maria, os quais se dedicavam à pintura figura-tiva, rompendo com a van-guarda e assumindo uma ligação com o passado da arte, numa atitude descom-prometida e de inspiração livre nas mais variadas correntes artísticas anteriores, podendo transitar de umas para outras. Bonito Oliva procurou dar uma dimensão internacional a esta perspetiva de produção artística livre (Bonito Oliva, 1982), tendo dirigido a 45ª Bienal de Veneza, em 1993, o que é revelador da sua importância no mundo ar-tístico da década de 80.

Nas obras mais conseguidas pela transvanguarda, a dimen-são dramática é manifesta, expri-mindo-se nas cores, ora vivas, ora escuras (Ferrari, 2001), adquirin-do o título da obra uma função central para explicar essa tensão dramática. Embora este movi-mento tenha surgido em Itália, tendo sido apresentado na 40ª Bienal de Veneza, Oliva conside-rava que esta forma de arte seria mundial, podendo inspirar-se em diversas tradições, sem fron-

teiras limitativas. A atitude eclética caracteriza

os praticantes da arte transvan-guardista, pois utilizam e expe-rienciam vários estilos e diversas técnicas artísticas, sem se com-prometerem com nenhuma, fluindo e fruindo na sua utiliza-ção. Este ecletismo acontece tan-to na escolha temática, como nos meios e nos materiais utilizados (Duzzo, 2011; Santaella, 2009). Nas palavras de Bonito Oliva (1980), “o ecletismo é uma ca-racterística da suave identidade do artista (…) A Transvanguarda não ostenta o privilégio de uma genealogia única, pois bebe de diversas fontes”. E continua refe-rindo que “a arte transvanguar-dista deixa circular a imagem sem lhe perguntar de onde vem ou para onde vai, seguindo o im-pulso de prazer que se re-estabe-lece na primazia da intensidade

do trabalho sobre a técnica”. Para Oliva será a subjetividade do artista que permitirá tornar as obras atemporais, pois “o ca-ráter atemporal é alcançado pelo fato da obra nunca representar o presente do artista, uma vez que a sua sensibilidade é inconstan-te”. A não dependência em rela-ção ao reconhecimento do seu trabalho e de aspetos socioeco-nómicos relacionados com a sua produção artística, liberta o su-jeito de avaliações pelos outros. O artista transvanguardista des-taca-se pelo seu individualismo, decidindo para onde quer ir, o que quer fazer, sem compromis-sos ou preconceitos.

Numa sociedade global, ape-nas teria sentido uma “arte mun-dial”, que se inspira em todas as tradições. Assim, o artista não tem necessidade de se fixar a um passado ou a um presente,

dispensando o peso da história, podendo assumir a sua liberda-de e o prazer da reali-zação.

O prazer na práti-ca é, assim, uma das principais caracte-rísticas da tendência transvanguardista, numa atitude livre de preconceitos aca-démicos, podendo revelar-se até ingénua. Conforme referia o próprio Bonito Oliva (1980), “o princípio do prazer substitui o princípio da realida-de, entendido como exercício gratificante do trabalho artístico”.

Todos os artistas deste movimento re-velavam a vontade de não obedecer às re-gras da composição, preferindo usufruir da catarse que pode estar presente na criação artística, qua-se que ficando num estado de fluxo, de acordo com a teoria de Csikszentmihalyi (1996). Segundo esta teoria, quando se en-contram em estado de fluxo, as pessoas

tornam-se parte da atividade que estão praticando, apresentando um sentimento de total envolvi-mento e a consciência totalmen-te focada na atividade em si.

Não diminuindo a importân-cia do pensamento e da arte po-der ser uma forma de comunica-ção importante, graças ao poder de síntese da imagem visual, toda a produção artística deve-ria permitir expressar a emoção e a alma do artista...

Finalizaríamos com um po-ema que escrevemos em 2009, com o título “Alma de artista” (Jesus, 2009):

O início é branco,minimalismo sem cor,vazio de emoções.

Corpo sem almaque precisa de vida

para viver…

Tela…Jogo de possíveis,caminho para a fantasia…

Alma de artista…Sopro de inspiração,arrepio da pele,transpiração de sensibilida-de…

Palpitações de alegria,fôlego da esperança,em cada pincelada de cor.

Projecções do inconscientetraduzidas em azul, vermelho e amarelo,cores básicas e suas misturas.

Cascata de corinunda o espaço branco,num tempo de magia.

Euforia dos sentidos,chama da alma,energia da luz.

Emoções expressasem rasgos de um pincel, êxtase dos sentidos,clímax da cor…

No final os contrastes ganham sentido, retoques dados pelo conscien-te, coerência do todo,superando a soma das partes.

Alma de artistano corpo da tela.Vida partilhadacom os que vão ver…e viver… sentindo…

Nota: Este artigo integra o livro “Construção de um percurso

multidisciplinar, integrativo e de síntese nas Artes Visuais”, de

Saul Neves de Jesus ([email protected]). Todas as receitas obtidas com a venda deste livro revertem

a favor da compra de uma mesa de gravura para o curso de Artes

Visuais da Universidade do Algarve. Pode ser adquirido na

Fnac de Faro (Forum Algarve) ou em Fnac online (http://www.fnac.

pt/Construcao-de-um-Percurso--nas-Artes-Visuais-Saul-Neves-de-

-Jesus/a869599)

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07.08.2015  7Cultura.Sul

Na senda da Cultura

Momento

IrresistívelFoto de Ana Omelete

O Centro Cultural de Lagos, qua-se a completar 23 anos, tem estado a receber, desde o início deste ano, obras de reabilitação que visam a manutenção e conservação geral do edifício, a adequação às novas exigências em matéria de seguran-ça e evacuação, o reapetrechamen-to técnico do auditório, a melhoria de condições para os agentes cul-turais que habitualmente se apre-sentam nesta sala de espectáculos, assim como o aumento do nível de conforto para o público.

Obras vão custar mais de 110 mil euros

Se a intervenção já realizada no primeiro trimestre de 2015 teve como principal foco as questões de segurança do auditório, nesta se-gunda fase de reabilitação do Cen-tro Cultural de Lagos as atenções viram-se para aspectos estruturais e remodelação de espaços interiores (impermeabilização de coberturas, pintura de paredes exteriores e inte-riores, remodelação das instalações

sanitárias da área dos camarins, substituição do tecto falso e da ilu-minação do auditório), o que obri-

ga ao encerramento do auditório, prevendo a autarquia lacobrigense que “os trabalhos desta empreitada,

adjudicada pelo valor de 110 mil e 916 euros, acrescidos de IVA decor-ram até ao final do mês de Agosto”.

Equipamentos técnicos e conforto da sala ficam

para a terceira fase

A decorrer estão também os proce-dimentos de contratação pública vi-sando o fornecimento de materiais e equipamentos para reapetrechamen-to técnico do auditório (equipamento de áudio, vídeo e iluminação de ceno-grafia), assim como a substituição da alcatifa e cadeiras, trabalhos que irão decorrer num terceiro momento, pro-gramado para o final do mês de Se-tembro, de modo a não comprometer a programação já existente.

Estas intervenções no Centro Cul-tural de Lagos rondam um montante total estimado na ordem dos 270 mil euros e integram uma candidatura no âmbito do FEDER, pelo que po-derão vir a ser financiadas na ordem dos 65%.

Os trabalhos podem “suscitar a alte-ração ou condicionamento temporá-rio do horário de funcionamento do Centro Cultural de Lagos, designada-mente na primeira quinzena de Agos-to”, prevê a Câmara de Lagos.

Obras de reabilitação do Centro Cultural de Lagos entram na segunda fase

d.r.

Intervenções rondam um investimento total de cerca de 270 mil euros

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07.08.2015 8 Cultura.Sul

Ficha Técnica:

Direcção:GORDAAssociação Sócio-Cultural

Editor: Ricardo Claro

Paginaçãoe gestão de conteúdos:Postal do Algarve

Responsáveis pelas secções:• Artes visuais:

Saul de Jesus• Espaço AGECAL:

Jorge Queiroz• Espaço ALFA:

Raúl Grade Coelho• Espaço ao Património:

Isabel Soares• Da minha biblioteca:

Adriana Nogueira• Grande ecrã:

Cineclube de FaroCineclube de Tavira

• Juventude, artes e ideias: Jady Batista

• Letras e literatura: Paulo Serra• Missão Cultura:

Direcção Regionalde Cultura do Algarve

• Momento:Ana Omelete

• O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N: Pedro Jubilot• Panorâmica:

Ricardo Claro• Sala de leitura:

Paulo Pires• Um olhar sobre o património:

Alexandre Ferreira

Colaboradoresdesta edição:Hugo OliveiraLeonor Esteban

Parceiros:Direcção Regional de Cultu-ra do Algarve, FNAC Forum Algarve

e-mail redacção:[email protected]

e-mail publicidade:[email protected]

on-line em: www.postal.pt

e-paper em:www.issuu.com/postaldoalgarve

facebook: Cultura.Sul

Tiragem:9.089 exemplares

Umberto Eco – As notícias do amanhã

Umberto Eco, escritor e eru-dito italiano, nasceu a 5 de Ja-neiro de 1932 em Alessandria (Piemonte). Pouco se sabe so-bre a sua infância, a não ser que se doutorou pela Univer-sidade de Turim com apenas vinte e dois anos de idade, apresentando uma tese consa-grada ao pensamento filosófi-co de São Tomás de Aquino in-titulada «O Problema Estético em S. Tomás de Aquino». Entre 1954 e 1959 desempenhou as funções de editor cultural na cadeia de televisão estatal ita-liana RAI. Leccionou nas uni-versidades de Turim, Milão e Florença e no Instituto Poli-técnico de Milão. Tinha trinta e nove anos de idade quando foi nomeado professor catedrático de Semiótica pela Universidade de Bolonha, a mais conceitua-da de Itália. Destacara-se como filósofo, medievalista e semió-logo, quando se estreou na narrativa com O Nome da Rosa. O romance possui uma peque-na ressalva introdutória de que se trata de um texto verídico: um estudioso terá descoberto por acaso a tradução francesa de um manuscrito do século XIV. O autor do manuscrito é um monge beneditino alemão, Adso de Melk, que narra, no fim da sua vida, um estranho caso vivido na adolescência. A história decorre no ano de 1327, na Idade Média, período que poderemos verificar adian-te é caro a Umberto Eco. Gui-lherme de Baskerville, um fran-ciscano inglês, e o jovem Adso, chegam a uma abadia benedi-tina onde se irão reunir impor-tantes teólogos ao serviço do Papa e do Imperador mas su-bitamente vêem-se envolvidos numa história policial. Note-se aliás na ironia do nome Gui-lherme de Baskerville que traz ao leitor associações a O cão dos Baskerville, um romance poli-cial de Sir Arthur Conan Doyle onde figuram nada mais nada menos que Sherlock Holmes e Watson. Guilherme de Basker-ville e o jovem Adso armam-se assim em detetives amadores, tentando desvendar este mis-tério que envolve a morte por

envenenamento de um mon-ge, que surge com a ponta do dedo e a ponta da língua ro-xas, num mosteiro fechado ao mundo onde ocorrem sete cri-mes em sete dias, e tudo parece girar em torno um manuscrito proibido que se esconde na bi-blioteca labírintica da abadia, com acessos secretos e onde os corredores parecem não levar a lado nenhum. Muito antes do sucesso de romances como O código da Vinci, O Nome da Rosa foi um verdadeiro êxito edito-rial que foi depois adaptado ao cinema, com Sean Connery no principal papel.

Baudolino é um romance que mais uma vez versa o medieval, sobre um pequeno camponês fantasioso e mentiroso. Numa história rocambolesca e píca-ra, este anti-herói passa a vida a inventar mas, como que por milagre, tudo o que imagina produz História, e conquista mesmo o imperador Frederico Barbarroxa que o adota.

A Misteriosa Chama da Rainha Loana conta como um alfar-rabista de Milão sexagenário luta por recuperar a memória após um AVC. Yambo lembra--se de cada livro que leu mas não se lembra do próprio nome ou da sua infância nem reconhece a família. Como forma de recuperação de si próprio, volta à casa de cam-po da sua infância, onde des-cobre livros, álbuns de banda desenhada, revistas, discos de outros tempos, religiosamen-te guardados, e começa uma viagem em que se percebe

como o poder da ficção e da cultura que nos envolve é tão determinante como os episó-dios históricos e pessoais que vivemos. Este é talvez um dos livros mais pessoais ou nos-tálgicos do autor, bem como profundamente inovador.

O Cemitério de Praga situa--se no século XIX, entre Tu-rim, Palermo e Paris, e conta a história de um espião que condena tudo e todos mas que é ele próprio uma perso-nagem execrável. Ao estilo de um romance-folhetim, cruza personagens e situações que aconteceram efetivamente, em torno de uma personagem fic-tícia cujos feitos são também eles fatuais apesar de muitas vezes desprezíveis, como é o caso da falsificação conhecida como «Os Protocolos dos Sá-bios Anciãos de Sião», que iria depois inspirar a Hitler a criar os campos de concentração do Holocausto.

Entre as suas numerosas obras ensaísticas, podemos destacar Os Limites da Inter-pretação, A Passo de Carangue-jo, Construir o Inimigo e outros escritos ocasionais, Obra Aberta, Sobre Literatura e o famoso guia académico Como se Faz uma Tese em Ciências Humanas.

Organizou ainda os livros ilustrados e ricos em informa-ção histórica intitulados His-tória da Beleza, História do Feio e A Vertigem das Listas, e mais recentemente coordena em três volumes um importante estudo sobre a Idade Média, cruzando a sociedade, a arte,

a espiritualidade, a filosofia e a ciência desse período co-mummente tido como obcuro e erradamente apelidado de a Idade das Trevas.

O último romance de Um-berto Eco intitula-se Número Zero e trata justamente de uma equipa de seis redacto-res, sem grande experiência aliás no jornalismo, criada à pressa com vista à edição de lançamento de um jornal. O jornal chama-se «Amanhã» justamente por não lidar com as notícias do que aconteceu na véspera mas sim com o que ainda irá acontecer: «as notí-cias do dia anterior já nós as sabemos pela televisão às oito da noite, pelo que os jornais contam sempre as coisas que já sabemos, e é por isso que vendem cada vez menos. No Amanhã, a estas notícias que já cheiram mal como o peixe será certamente oportuno resumi--las e relembrá-las, mas bastará uma colunazinha, que se leia em poucos minutos.» (p. 28).

O romance narrado na pri-meira pessoa pela voz de Co-lonna, um escritor fantasma, inicia com uma nota de aler-ta, datada de Junho de 1992, no momento em que a vida de Colonna parece encontrar--se ameaçada, à semelhança do que terá acontecido com Simei, o director do jornal, que desapareceu sem deixar rasto. Só depois recuamos até ao mês de Abril do mes-mo ano, durante o período em que se constituíu a equi-pa de redacção e se delineiam

as características do jornal. Da equipa de redactores destaca--se Braggadocio, um redactor paranóico que vai conjectu-rando obsessivamente uma teoria da conspiração em torno do cadáver de Musso-lini, acreditando que o Duce nunca terá morrido, e é tam-bém no espaço da redacção que Colonna conhece a jo-vem Maia, quase licenciada em Letras, que trabalhava numa revista de mexericos e com quem se irá envolver amorosamente.

Este curto livro, o mais pe-queno romance de Eco até à data, constitui-se assim como uma crítica ou reflexão do que é o jornalismo actual-mente, constituindo-se, con-forme refere a contracapa, como um «manual perfeito para o mau jornalismo que, gradualmente, nos impossi-bilita de distinguir uma in-venção de um directo»: «Ha-bitualmente, mesmo para um jornal verdadeiro, a solução mais prudente é puxar para o lado sentimental, ir entrevis-tar os parentes. Se estiverem atentos, é assim que fazem as televisões, quando vão tocar à porta da mãe a quem mete-ram o filho de dez anos nos ácidos: senhora, o que sentiu com a morte do seu menino? Humedecem-se os olhos das pessoas e fica tudo satisfeito. Existe uma bela palavra ale-mã, Schadenfreude, o prazer com a desgraça alheia. É este sentimento que um jornal deve respeitar e alimentar.» (p. 114).

Paulo SerraInvestigador da UAlgassociado ao CLEPUL

fotos: d.r.

'Número Zero' é como se intitula o último romance de Umberto Eco

Letras e Leituras

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07.08.2015  9Cultura.Sul

O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N

AGENDAR

“FESTIVAL CAIXA A SUL”22 AGO | 22.00 | Praça do Infante - LagosGuiados pelo magnífico tenor português Carlos Gui-lherme, a Orquestra Clássica do Sul embarcará numa ‘viagem sensorial’, sob a direcção do seu maestro ti-tular Rui Pinheiro

“ENTRE O ABSTRACTO E O FIGURATIVO”Até 21 AGO | Biblioteca Municipal Álvaro de Cam-pos - TaviraApós uma breve incursão no estilo figurativo, é na arte abstracta que Marisa Patrício consegue mostrar toda a sua sensibilidade, numa verdadeira comu-nhão de sentimentos

Agosto

Pedro [email protected]

Linha do horizonte

~ da praia de hoje, a linha do horizonte não passa de um conceito. está ali muito perto de nós, e mesmo assim é tão só uma miragem. por vezes, no ensejo das marés, o mediterrâ-neo empurrado pelo vento levante esgueira-se diligentemente para cá do estreito, expedindo uma parte das suas águas mornas que se vêm refrescar do atlântico. na costa sotavento vão apropriar-se de cores com nomes próprios de azul e verde, encostados a apelidos ainda por inventar ~

Pedaço do mundo

~ a praia. é o pedaço de mundo por excelên-cia que foi inventado para as crianças. e que nós tomamos de assalto em cada verão, para ver se

ainda conseguimos trazer à memória esse tem-po de quando éramos reis.

o mar, quente ou frio, é ainda e sempre do seu domínio. para isso elas constroem castelos e fortalezas à beira-mar, num árduo trabalho de carregar baldes de água e areia. a tarefa é sempre recompensada a bolas de berlim ou ge-lados ~

Da calma~ uma estranha calma apoderou-se do dia. a

brisa do nascente embala pequenas vagas para se dissimularem na borda de costa. o movimen-to regular e retrógrado da maré que escoava, foi soltando conchas na praia, para as repou-sar desse intenso refluxo (e influxo) a que se entregam diariamente. ficarão então expostas aos olhos de todos, e às mãos de quem as qui-ser tomar por empréstimo ao mar, na franja de areia húmida por instantes deixada livre ~

Do tacho

~ mas que grande caldeirada: patarroxa, tra-melga, tamboril e safio. de azeite rega-se mais que um fio. folha de louro só metade, não vá estragar o guisado. o tomate tem de ser pelado. alho picado, pimento às tiras e rodelas de cebo-la. e não te esqueças do sal, ó tola. das batatas descascadas faz a terceira das camadas. vinho branco, salsa picada, liga o lume, liga o rádio, abre a janela para sair o vapor. não, esse ainda não é o barco do teu amor. que o dele é à vela, e na barra vai entrar mesmo a horas do jantar. um pouco de piri-piri, já não te aguentas em lume brando. pões a mesa e o vestido de ex-chita. e tudo em ti palpita ~

Da hora~ aproveitar o dia. sair na direcção do mar,

nessa hora matutina de quase não-nuvens desfi-lando livres, em que a luz incandescente da orla marítima não tem igual neste lado do paraíso. destas penínsulas prometidas resta o que não foi tocado pela mão do homem, ou aquilo que

ainda consegue por enquanto ficar fora do seu alcance. como o vai e vem das marés remexen-do as areias que formam e disformam línguas traçando as passagens da corrente. são os en-cantos naturais o que mesmo assim resta para o olhar ~

Da felicidade~ as ondas decrescendo na vazante vão-se

aliviando das suas algas para amaciar o plano e extenso areal que se vai destapando com o avançar da tarde. no regresso da praia tudo está calmo numa luz dolente. como se não houves-se amanhã. este dia parece não querer sair do lusco-fusco. as águas estão paradas numa maré que não quer quebrar esse espelho deitado. e se a felicidade fosse apenas isto de ficar olhando a tamanha beleza da hora crepuscular, infini-tamente… ~

Do mar

~ em agosto perguntava sempre ao meu avô quando era o dia da maior maré do ano, embora ele quase sempre me dissesse que era bem provável que a de setembro ainda fosse um pouco maior. gostava de vê-la vazar muito e tentava atravessar com pé os canais da ria for-mosa. à tarde ia sempre ver até onde a água da preia-mar tinha chegado. ficava ali a observar aqueles 10 a 12 minutos em que se diz que as águas param. antes e depois da maré começar a vazar ou encher novamente. era então só nes-ses momentos que me apercebia que o mar era maior que a vida em terra ~

Da ‘silly season’

~ não reparar do tempo que passa, dormir sem malha na hora que calha, esquecer que não

se é dono do destino, parecer que se perdeu o tino, sentindo-se de novo menino, andando li-vre. escolhem-se roupas leves e pedala-se contra o vento sudoeste que interfere com a música nos auriculares. mesmo assim o sol de frente aquece a cara protegida pelos óculos escuros. depois chega-se a um cais de pedra, colocam-se as mochilas aos ombros e segue-se o trilho que levará ao mar crescente. quem alcunhou esta es-tação de estúpida (‘silly season’), não devia estar de perfeito juízo ou não amava a liberdade ~

Da simplicidade

~ a vida é simples. montam-se as bicicletas e aproximamo-nos da ria formosa. depois atra-vessamo-la por uma ponte pedonal. caminha-se então pelo trilho que é ladeado de diversificada vegetação, dentro e fora da laguna. chegados ao longo areal bebe-se a água fresca das mochilas. entra-se então noutra dimensão. apesar da ain-da baixa temperatura (20ºc) do mar para esta zona atlântica da costa sul, dão-se 3 mergulhos e 1/2 dúzia de braçadas. segue-se uma 1/2 h ao sol, à leve brisa de sudoeste. um passeio perfeito é isto. (nem vou falar dos biqueirões fritos com arroz de tomate que vieram a seguir e etc...) ~

Da travessia

~ acabou o levante mas resta um suave alon-gar das ondas até se espraiarem no pontal de areia mais a sul do território. ao fim da tarde re-gressa o vento norte, mas agora na sua vertente quente. quando se deixa uma ilha, mesmo que perto de terra firme, há sempre um sentimento de perda. parece que lá deixámos um momento de vida irrecuperável. na travessia, por mais pe-quena que seja, há um qualquer segredo recôn-dito que se assoma. e que só a brisa marítima sossega, nesse lugar externo entre dois pontos indeléveis ~

fotos: d.r.

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07.08.2015 10 Cultura.Sul

Vidadupla segundo Sérgio GodinhoSala de Leitura

Quem disse que a vida é simples? Ou transparente? Ou linear? As vidas dentro da vida soará a mais realista, autêntico e complexo, convocando assim a intemporal questão da plura-lidade-diversidade na unidade--singularidade, a qual traz con-sigo inquietação, espanto, júbilo, dúvida, como convém à boa li-teratura. Onde acaba uma vida e começa outra dentro de uma polifónica vida? E como coexis-tem essas múltiplas vidas? E de que lado da vida estamos (ou queremos estar)? E vivemos re-almente a nossa vida ou a(s) do(s) outro(s)? E que vida nos é roubada? E a vida também é o que não vivemos, o que imagi-namos viver? No livro Vidadupla, que marca a sua estreia na ficção para adultos, Sérgio Godinho [SG] lança-nos muitas interro-gações porque “só se desvenda o que se pensa que se conhece”, como se lê logo, em jeito de sub-til mote, no conto inaugural “O lençol”. (Não se dizia, a propósito dos grandes segredos dos alqui-mistas, que “quem fala não sabe, quem sabe não fala”?)

Se é vincado o pendor filosó-fico destas histórias duplas urdi-das na primeira pessoa, em fala íntima (metendo-se na pele dos leitores), e sem nomes próprios, feitas para pensar (o pensamen-to a acontecer), as ideias são bem temperadas por uma linguagem simbólica e uma poeticidade em que o espelho (“Um espe-lho é reflectir e depois reflectir sobre isso”.), o círculo/o girar, o lençol, a bicicleta (dar ao pedal da vida), um cavalito vaidoso e sedento de liberdade ou, entre outros, um cão rafeiro, intuiti-vo, que dá à cauda mostrando o caminho do “próximo momen-to mágico”, são elementos que questionam a existência quoti-diana, a interioridade e o rumo dos protagonistas. Estas perso-nagens buscam o seu equilíbrio próprio, a sua identidade (múl-tipla e desdobrada), têm receio da transmissão do seu espaço de li-berdade – como confessa mesmo

uma delas, no conto “O álibi do falso culpado” –, e há, em geral, estranheza, conflito, precarieda-de e desfasamento na sua relação consigo próprias e com (a passa-gem d’)o tempo, o amor, a mor-te, os outros. As contradições são,

no fundo, a argamassa e o motor destas segundas naturezas que parecem teias de aranha, porque “nós somos tal qual o girassol e a margarida, parecemos ser um, mas somos muitos. Vivem egos, aos milhões, dentro de nós, mes-mo quando pensamos ser uma unidade, uma singularidade, um indivíduo” (segundo Afonso Cruz). Já em 2012, em conversa com Mário Soares, o pintor Júlio Pomar sabiamente lembrava: “Que isto de viver é difícil, não é brincadeira nenhuma. Não sabe-mos viver com as nossas contra-dições. ‘É um indivíduo cheio de contradições’, dizem as famílias. Ainda bem! Se não tem consci-ência das suas contradições, o bi-cho homem anda com as quatro patas no chão”.

A construção destes contos assenta, em larga medida, na ex-ploração de várias dualidades de sentido: memória/esquecimento, inocência/culpa, esperança/de-sencanto, liberdade(s)/prisão. O olhar interrogativo e perscruta-dor de SG, que nem “pergunta-dor de histórias”, revisita as várias tonalidades, desafios e dilemas que esse rol de ambiguidades, e seus limbos, coloca às persona-

gens (e, por extensão, aos leito-res): o carrasco que procura de-pois expiar-se, o professor que tem um caso amoroso secreto com um aluno, a rapariga do circo “posta a girar desde pe-quena”, o “arquitecto-paisagista

com desorientação topográfica”, o pré-catastrofista que faz rir os outros com as suas duras verda-des ditas em tom lúdico.

A evolução em cena desta ga-leria de figuras duplas propor-ciona sempre a vinda à tona de uma consciência (como quan-do o carrasco compreende o condenado que o reconhecera no momento derradeiro), in-terpelando-nos e levando-nos a pensar quão ténue e fina pode ser a fronteira entre os dois pólos de cada uma das dualidades aci-ma explicitadas, desconstruindo uma certa visão rígida, parcela-da e estanque do que constitui o labirinto da vida, como se feito de paredes muito espessas onde não cabem vasos comunicantes, onde nada se mistura. No conto “Notas soltas da corda e do car-rasco”, quando se pensaria que o triângulo clássico e equiláte-ro carrasco-vítima-salvador seria perfeito, estando bem definidos os lugares/papéis de cada vértice e as distâncias (iguais) entre os mesmos, o desenrolar do enredo mostra-nos a dimensão imper-feita, permeável e mutável des-sa tríade aparentemente exacta – não fossem os gráficos “artes

aproximativas”, como SG adver-te noutro passo do livro.

Amor, (desas)sossego, emprego…

Aparentemente sombrio, no

subtexto desta Vidadupla – assim escrita, pois não há um abismo entre a vida e os seus duplos, antes continuidades, pontes, re-começos – reside uma lumino-sidade própria (por vezes algo difusa), expressa numa vontade de viver, de arriscar, de experi-mentar, de reinventar os dias, sem derrotas definitivas ou de-sistências. Um dos passos mais poéticos da obra, espécie de súmula lírica da mesma: “[…] sempre na esperança de sentir no meu amor rugoso a pele lisa dos inícios”. As dualidades nova-mente: rugoso/liso, turbulência do amor/apaziguamento pós-so-frimento, rumo ao esperançoso renovar dos dias. Isto não invali-da, paralelamente, o tratamento irónico-satírico do tema da espe-rança num outro conto de maior alcance social (“Queria só falar da minha história de amor”), em que se retrata a crise e a falta de emprego (“Havia esperança, sobretudo nas exportações”.) e em que a operária protagonista viu a palavra “esperança” escrita a letras vermelhas de trás para a frente e esteve três dias seguidos a olhar para ela e a tentar dizê-la ao contrário e sabê-la de cor. A

atitude idealista da operária de se despedir, sem indemnização, antes de ser oficialmente dispen-sada reflecte sobre a questão da dignidade individual como valor supremo em tempos em que a “crise” surge também como si-nónimo de diluição de valores básicos/ideais, de falta de respei-to pelo outro e de repetição de erros do passado, resumidas nes-ta pérola poética: “A injustiça, o tempo cortado, a bicicleta a apa-nhar ferrugem”. Porque a vida sem dignidade, com o nome riscado, é como a bicicleta com ferrugem: uma roda emperrada que impede a vida de girar, uma vida por viver (atrasada, adiada).

São múltiplas as formas como a ideia de liberdade (vocábulo recorrente na obra) é percep-cionada nestes contos dilemá-ticos, pois cada personagem intenta encontrar/preservar/reflectir sobre a sua concepção do que é ser livre na duplicidade, de como o livre-arbítrio convive com a contradição no psicolo-gismo humano e na interacção com o outro. Pois a liberdade também pode, eventualmente, ser um pau de dois bicos, como frisa o protagonista do conto “O

álibi do falso culpado”: “Preser-var o meu espaço de liberdade tinha-se tornado tarefa simples, e recompensadora, se bem que cobrada a preço alto várias vezes à saída”. Ou a rapariga do circo, que acostumada, vaidosamente, a girar no seu círculo (de confor-to) desde tenra idade, um dia en-contra uma saída com o seu ca-valo (pois “falta muita comida à liberdade”), mas apercebe-se depois que, contraditoriamente, precisa desse movimento circu-lar, rotineiro e previsível, desse porto seguro mesmo que oclu-so. Para o carrasco, por seu lado, a liberdade é “o momento em que se apercebeu de tudo o que não tinha sido […], o momento em que se é outra pessoa”, mas também o espaço incerto e irre-gular, a insondável e cativante terra de ninguém entre o corpo e a alma, entre o pescoço e a cor-da – no fundo, aquele magnífi-co espaço, patético e sublime, entre as árvores, de que falava o poeta Rilke.

Uma nota para o conto “Os-mose”, talvez o mais poético do livro: SG perscruta com mestria os processos interiores, as forças que se debatem dentro de um homem que um dia descobre o amor, levando-o a descentrar--se, a diluir a sua capa osmóti-ca, a redescobrir o seu corpo, a construir “uma nova rua, um cheiro diferente na cama”, a perceber que a sua vida não ia ser feita só para o amparar pois ele acabara de amparar a cabe-ça noutro ombro (e não mais seria o mesmo) – a duvidar dos versos de Márcia, que an-tes lhe pareciam tão certeiros: “Não fiz camadas do meu ser só para ti”. Doravante, um novo refrão, precário e esperançoso: “Eu via-me, e não era fácil, ter de ramificar o meu carreiro no mundo. Amor incluído. Não ti-nha hábito”.

A inquietante reinvenção do acto criativo em Sérgio Godinho

fotos: d.r.

A beleza é uma contradição velada.

Jean-Paul Sartre

Paulo PiresProgramador culturalno Município de Louléhttp://escrytos.blogspot.pt

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07.08.2015  11Cultura.Sul

Da minha biblioteca

Adriana NogueiraClassicistaProfessora da Univ. do [email protected]

Gostei muito deste livro de Maria de Fátima Santos (que já recebera uma menção honrosa no Prémio Literário João Gaspar Simões). É daqueles livros que le-mos e não sabemos se é prosa ou poesia, de tão bonito que é. Bo-nito… talvez não seja este o adje-tivo que se esperaria para classi-ficar o conteúdo literário de um livro, mas é o que não me sai da cabeça. Não é que a história seja bonitinha ou as personagens exaltem em beleza. Não é isso. Nem quer dizer que não haja violência, mortes, traições. Que as há. Mas existe nele um tom, uma musicalidade, uma calma (ajudada por uma pontuação onde a exclamação está ausente) que dão harmonia a um conjun-to de vozes que se vão fazendo ouvir através de um narrador peculiar.

Mas já lá vamos. Vou primeiro apresentar a autora, que para al-guns pode ser menos conhecida.

Maria de Fátima Marques Correia Santos nasceu em Lagos, em 1948, e aposentou-se como professora de Física e Química. Talvez tenha sido essa condição que lhe tem dado tempo – e predisposição – para escrever e pintar. Tem publicado poemas e contos, quer no seu blogue, quer em livro (foi também vencedora de um dos cinco prémios Novos Talentos FNAC Literatura 2012). Quanto ao que desenha e pinta (a que chama «o gosto pelo traço desenhado e pelas tintas»), pode ser visto num dos seus blogues, Intimarte (http://intimarte.blo-gspot.pt/). Só mais um abraço é o seu primeiro romance. Mas não parece nada, pois não padece de maleita de principiante, que pro-cura mostrar tudo quanto sabe.

Antes pelo contrário: é uma es-crita muito contida, onde as emoções, os sentimentos e as ações ficam-se pela esfera do não-dito e do subentendido.

«o passado não tem de-pois nem antes»

Se escrevesses, farias um salti-tar no tempo. Salpicos de vida, que o passado mão tem depois nem antes» (p.131), diz-nos a narradora, numa frase que re-sume, de uma maneira muito simples e esclarecedora, o modo como a história nos é contada. E digo «narradora», porque en-tendi (apesar de isso nunca ser revelado, sendo apenas a minha

opinião) que quem narra é a per-sonagem principal, Maria de Lur-des, uma jovem nascida no Sul e que vai pequenina para África, com os pais. Através de um sub-terfúgio que lhe permite afastar--se emocionalmente da história, dirige-se a si própria como se fosse outra, através do uso da 2ª pessoa do singular, contando a sua vida, a vida dos seus pais, dos seus irmãos, dos seus amo-res, dos amores dos outros. Uma história que nunca foi contada, que nunca foi escrita, uma his-tória que apenas conjetura e que não se atreve a adivinhar («Se es-crevesses, talvez dissesses do seu cheiro. Mas nem tu escreves, nem a tua mãe retoma o decurso do

tempo» – p.18).A narrativa saltita, de facto,

no tempo, pois a história não nos é contada de uma forma li-near (apesar de nunca nos fazer perder o fio à meada). Somos colocados in medias res, na selva africana, como se soubéssemos de quê e de quem se está a falar. Logo no primeiro capítulo, fala--se do Afonso (o pai), da Maria Inácia (a mãe) e do Augusto (o vendedor ambulante), como se já os conhecêssemos e cada ca-pítulo que se segue não fizesse mais que nos lembrar de quem foram. No segundo capítulo, há uma analepse onde se conta como foi que Maria de Lurdes nasceu. E os capítulos que se se-

guem (nenhum é numerado ou tem nome) falam-nos, com subtileza, dos filhos que Maria Inácia teve, da vida que foi vi-vendo, das mortes a que foi as-sistindo, das mudanças de casa e de terra, tudo temperado com o calor de África, que desgasta os corpos a ele não habituados.

«Ainda não sabiasque um dia, partirias,

apenas tu e ela»

Uma das razões porque a nar-rativa nos prende (além da ele-gância da escrita) é o jogo que é feito com os tempos e modos verbais, permitindo a criação de ambientes muito diferentes. Os tempos do passado, esse que não tem «depois nem antes», vão sendo revelados, mas à medida do saber da protagonista, pois se esta não conhece, a narrado-ra só pode tentar deduzir: «Não tens certeza se foi no rosto dele que viste desenharem-se as pa-lavras que cuidas ter ouvido, ou se nem seria mais do que o teu pai dizendo que o Augusto tinha morrido» (p.60).

O abundante uso do imperfei-to do conjuntivo, acompanha-do do condicional (presente ou pretérito, como no exemplo que se segue), marca a irrealida-

de, como se tudo não passasse de conjeturas: «Se já então sou-besses, terias reparado que o brilho nos olhos do teu pai era um brilho diverso: como se fos-se um susto que lhe andasse lá no fundo. Se já então soubesses, terias percebido que o destino desenha futuros no olhar da gente» (p.39).

Outro tempo bastante usado é o futuro que, assim, vaticina o porvir: «tu nunca terás a dádi-va das lágrimas e dos soluços» (p.92) «E no abraço que hão--de dar-se, saberás que não são choros que te lavam o rosto mas tão-somente a chuva que cairá intensa nesse inverno na capital do que já fora um vasto Impé-rio» (p.105).

«Não tens certeza do quanto possas ter imaginado»

Uma característica que me agrada neste livro é o facto de não considerar o leitor alguém a quem tem de se contar tudo. Antes pelo contrário: este é um livro cheio de subentendidos, mas de tal forma apresentados que percebemos perfeitamen-te a situação ou a palavra não dita: «Maria Inácia sempre fora de escrever com a mão direita o que se não dera com Fabíola, e as lutas que a tua mãe teve com a professora da primária que queria corrigir aquele há-bito na menina» (p.125-6).

Um livro que nos embala no seu ritmo, que nos envolve na humidade tropical, que nos leva a juntar todos os pontos que foram sendo dispersos na narrativa e a construirmos o seu (nosso) sentido.

Um belíssimo romance, pri-meira obra literária publicada por uma nova editora, a iwin-Press. Dedicada, sobretudo, à publicação de livros eletró-nicos de natureza científica e pedagógica, em boa hora não fecharam a edição apenas a estas áreas e fizeram uma in-cursão pela literatura. Pelo su-cesso da escolha, espero que continuem.

'Só mais um abraço' é o primeiro romance de Maria de Fátima Santos

d.r.

AGENDAR

“CONCERTO DE DAVID GUETTA”14 AGO | 19.00 | Estádio Municipal de QuarteiraConsiderado o maior DJ da actualidade e um dos produtores mais requisitados internacionalmente, os espectáculos de David Guetta atraem multidões

“AS FLORES ABREM MAIS DEPRESSA AO DOMINGO”Até 15 AGO | Galeria de Arte do Conventodo Espírito Santo - LouléChristine Henry apresenta um tema imensamente divisível, que é a dobra. Há o dobrar, desdobrar, redo-brar incessantemente os espaços e as temporalidades da experiência

«Salpicos de vida» em Só mais um abraço, de Maria de Fátima Santos

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