POSTAL 1152 - 13 NOV 2015

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Tavira Verde aposta no saneamento básico > 6 PUB Expensive Soul animam Ano Novo de Lagos CULTURA > 8 D.R. ÀS SEXTAS EM CONJUNTO COM O PÚBLICO POR 1,60 PUB Director Henrique Dias Freire • Ano XXVIII • Edição 1152 • Quinzenário à sexta-feira • 13 de Novembro de 2015 • Preço 1,40 D.R. > A luta pelo restabelecimento da nor- malidade em Albufeira depois das cheias do início do mês mantém-se, com a autarquia a garantir que a pro- gramação de ano novo mais importan- te da região não será afectada para garantir algum fôlego com as receitas obtidas pelos comerciantes p. 3 Albufeira mantém festa de ano novo apesar das cheias D.R. > 2 Veja anúncio na pág. 12 CA COMÉRCIO E SERVIÇOS Luz de Tavira: Vila Real lança concurso para recuperar Hotel Guadiana TURISMO > 5 D.R. Obras de 32 milhões renovam aeroporto EM FOCO 2 ALBUFEIRA GARANTE PASSAGEM DE ANO ENQUANTO RECUPERA DAS CHEIAS 3 RTA AGRADECE AOS ALGARVIOS PELOS RESULTADOS TURÍSTICOS 4 VILA REAL LANÇA CONCURSO PARA REABILITAR HOTEL GUADIANA 5 TAVIRA VERDE APOSTA NO REFORÇO DO SANEAMENTO 6 CLASSIFICADOS 9 OPINIÃO 11

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• CONHEÇA O POSTAL DESTA SEMANA! • (Sexta-feira 13/11) nas bancas com o jornal PÚBLICO • NESTA EDIÇÃO COM O CADERNO CULTURAL CULTURA.SUL • • LEIA E PARTILHE A INFORMAÇÃO INDISPENSÁVEL SOBRE O ALGARVE • EM DESTAQUE NESTA EDIÇÃO: > Albufeira mantém festa de ano novo apesar das cheias > Obras de 32 milhões renovam aeroporto > Expensive Soul animam Ano Novo de Lagos > Tavira Verde aposta no saneamento básico > Vila Real lança concurso para recuperar Hotel Guadiana • POUPE centenas de euros ao assinar o POSTAL por 30€ anuais com o Plano de Saúde gratuito em medicina dentária, estética e ginásio • PRÓXIMA EDIÇÃO DO POSTAL dia 11 de Setembro: o indispensável sobre o Algarve

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Tavira Verde aposta no saneamento básico

> 6

PUB

Expensive Soul animamAno Novo de Lagos

CULTURA

> 8d.r.

ÀS SEXTAS EMCONJUNTO COM OPÚBLICO POR €1,60

PUB

Director Henrique Dias Freire • Ano XXVIII • Edição 1152 • Quinzenário à sexta-feira • 13 de Novembro de 2015 • Preço € 1,40

d.r.

> A luta pelo restabelecimento da nor-malidade em Albufeira depois das cheias do início do mês mantém-se, com a autarquia a garantir que a pro-gramação de ano novo mais importan-te da região não será afectada para garantir algum fôlego com as receitas obtidas pelos comerciantes p. 3

Albufeira mantém festa de ano novo apesar das cheias

d.r.

> 2

Veja anúncio na pág. 12

CACOMÉRCIO E SERVIÇOS

Luz de Tavira:

Vila Real lança concurso para recuperar Hotel Guadiana

TURISMO

> 5

d.r.

Obras de 32 milhões renovam aeroporto

EM FOCO 2 ALBUFEIRA GARANTE PASSAGEM DE ANO ENQUANTO RECUPERA DAS CHEIAS 3 RTA AGRADECE AOS ALGARVIOS PELOS RESULTADOS TURÍSTICOS 4

VILA REAL LANÇA CONCURSO PARA REABILITAR HOTEL GUADIANA 5 TAVIRA VERDE APOSTA NO REFORÇO DO SANEAMENTO 6 CLASSIFICADOS 9 OPINIÃO 11

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em foco

2 | 13 de Novembro de 2015

Obras de 32,8 milhões de euros já estão a mudar o aeroportoEmpreitada promete criar uma gare moderna e funcional até Março de 2017

Ricardo [email protected]

O INVESTIMENTO DE 32,8 MI-LHÕES DE EUROS da ANA - Aeroportos de Portugal, detida pela Francesa Vinci, promete re-volucionar o Aeroporto de Faro, dotando a infra-estrutura de capacidade efectiva de resposta para o crescimento exponencial que o mercado da aviação e do turismo, se prevê, terão nos pró-ximos anos.

Os milhões vão até Março de 2017 criar uma nova aerogare que cresce quase 12 mil metros quadrados em área, passando dos actuais 81.200 metros qua-drados para 93.120 no final dos trabalhos.

O QUE VAI MUDAR NO PISO TÉR-REO De acordo com a ANA, a aerogare cresce, ao nível térreo (piso 1), para poente, acolhen-do neste espaço o alargamento da área de gestão e recolha de bagagens u [passando a dispor de quatro tapetes de recolha de bagagem, mais um do que o nú-mero actual] e de verificação de passaportes nas chegadas w.

A expansão faz-se também para norte ao longo de toda a frente da aerogare (mais 6.324 metros quadrados) até ao limi-te dos actuais curbsides, criando

um amplo espaço central que acolherá do lado ar uma gene-rosa área de comércio e restau-ração v, o mesmo se passando do lado terra, ficando entre estas uma vasta área de escritórios e serviços de apoio aeroportuários xy. A poente nasce uma área alargada de controlo de passa-portes w ao mesmo tempo que ganham espaço os átrios de es-pera para os balcões de check-in.

PISO 2 GANHA QUASE CINCO MIL METROS QUADRADOS Já o piso 2 da aerogare cresce 4.700 metros quadrados, para po-

ente para acolher espaços de escritórios que também ocuparão o extremo nascen-te deste piso | e para norte na zona central da aerogare para acolher áreas destinadas a controlo de segurança z e permitir aumentar a área de comércio e restauração {. No topo norte o piso 2 terá vista para o piso 1 através de um ge-noroso saguão que se estende ao longo de toda a aerogare.

QUEM GANHA COM AS ALTERA-ÇÕES Desde logo as alterações na aerogare do Aeroporto de

Faro tornam maior a capacidade de processamento de passagei-ros e bagagens da infra-estrutura aeroportuária regional, passan-do dos actuais 24 para 30 movi-mentos de aeronaves por cada hora de operação.

No que toca a passageiros o que se pretende é fazer crescer de 2.400 para 3.000 passageiros [em cada sentido - chegadas e partidas] a capacidade por hora da aerogare.

Esta progressão é especial-mente importante quando um aeroporto tem grande rotativi-dade de aeronaves, o que no caso

de Faro é uma realidade pre-mente, dadas as características do aeroporto que opera essen-cialmente companhias low cost, cujas aeronaves têm um tempo de permanência em placa muito reduzido.

Depois, a ANA ganhará e muito em receitas nas áreas co-merciais e de restauração que crescem substancialmente, ao mesmo tempo que aumenta o leque de oferta feita nestas áreas aos utilizadores do aeroporto.

Resta saber se haverá o au-mento de pessoal de terra e ope-racional correspondente a esta

nova capacidade aeroportuária, em particular no Verão IATA (acrónimo inglês para Associa-ção Internacional dos Transpor-tes Aéreos), repetidas que são as queixas do pessoal de terra e handling sobre a subcontra-tação por parte dos operadores aeroportuários de terra face às necessidades do aeroporto.

AEROGARE TAPADA PELOS ES-TALEIROS DE OBRAS As actuais obras que taparam toda a facha-da da aerogare do Aeroporto de Faro desde meados de Ou-tubro e que a transformaram num verdadeiro estaleiro es-tão ainda a afectar somente o exterior do edifício. Não obs-tante, mais tarde ou mais cedo os trabalhos terão de avançar para o interior da aerogare, o que se espera não venha a cau-sar demasiados transtornos, necessariamente inevitáveis, na época alta do turismo.

Tudo para dotar o aero-porto regional de uma capa-cidade de processamento que permita acomodar os mais de seis milhões de passageiros por ano (atingidos em 2014) e o crescimento do turismo regional que no último ano conseguiu ultrapassar os 16 milhões de dormidas em nú-meros oficiais.

fotos: d.r.

Ô Aerogare ganha 12 mil metros quadrados de espaço adicional

fotos: d.r.

Ô Imagens do plano das alterações nos dois pisos da aerogare. Siga as modificações nas áreas numeradas no texto

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13 de Novembro de 2015 | 3

região

Albufeira garante passagem de ano enquanto recupera das cheiasGoverno desbloqueou acesso a três instrumentos financeiros de emergênciaRicardo [email protected]

A AUTARQUIA DE ALBUFEIRA garante que o programa pre-visto para a passagem de ano se mantém inalterado, apesar das inundações que afectaram o concelho e em particular a zona central da cidade no pas-sado dia 1 de Novembro.

Carlos Silva e Sousa, pre-sidente da câmara local, afir-mou que os instrumentos financeiros de apoio desblo-queados pelo Governo vão permitir “repor rapidamente a normalidade no concelho e pôr a economia a funcionar para que Albufeira possa vol-tar a mostrar-se como o des-tino preferido de milhares de visitantes no fim de ano”.

“A passagem de ano em Albufeira é um dos maiores acontecimentos do género a nível nacional, temos um cartaz de luxo, com Anselmo Ralph como cabeça-de-cartaz, e por isso vamos utilizar esta excelente oportunidade para recuperar parte do prejuízo, aproveitando o retorno eco-nómico proporcionado pelo evento”, reforça o autarca.

Carlos Silva e Sousa não deixa no entanto de referir que há que saber se os fundos

disponibilizados pela Admi-nistração Central “serão sufi-cientes”. Uma questão a que só será possível responder quan-do completamente calculados todos os prejuízos e analisada a capacidade de resposta dos privados - residentes e comer-ciantes / empresários - afecta-dos aos seus prejuízos pelos próprios meios.

SEGURADORAS JÁ TÊM 10 MI-LHÕES EM PARTICIPAÇÕES As seguradoras portuguesas re-ceberam nos primeiros dias após as cheias mais de mil participações que a Associa-ção Portuguesa de Segurado-res (APS) diz corresponder a dez milhões de euros de valo-res cobertos.

“Dos processos já abertos, quase 500 incidiram sobre da-nos em habitações, com valores da ordem dos 2,4 milhões de euros”, lê-se no comunicado emitido por aquela associação.

Segundo acrescenta a enti-dade, os danos reportados em estabelecimentos comerciais e industriais ascendem a indem-nizações pagas ou provisiona-das na ordem dos 7,8 milhões de euros.

Os danos participados em cerca de 150 automóveis co-bertos por apólices que asse-

guram este tipo de ocorrência ultrapassam os 300 mil euros.

TRÊS FUNDOS DE EMERGÊNCIA ACCIONADOS O Governo de-terminou a disponibilização de verbas da Conta de Emer-gência junto do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Cré-dito Público (gerida pela Auto-ridade Nacional de protecção Civil), do Fundo de Socorro Social (gerido pela Segurança Social) e do Fundo de Emer-gência Municipal decorrente

do Regime Financeiro das Au-tarquias Locais.

O Governo decidiu criar uma estrutura de coordenação e controlo para reconhecimen-to das necessidades de socorro e assistência com o objectivo de fazer o levantamento das si-tuações que necessitam destes apoios, cabendo à Segurança Social a tarefa de adoptar os procedimentos necessários à atribuição de apoios e à re-paração de danos a pessoas e famílias em situação de emer-

gência social. Foi constituída uma comis-

são interministerial de coorde-nação política com membros do Governo dos Ministérios das Administração Interna, Finanças, Administração Lo-cal, Solidariedade e Segurança Social, coordenada pela Admi-nistração Interna.

O presidente da autarquia considerou que a decisão do Governo “é importante, já que reagiu com celeridade com medidas que são benéficas

para ajudar a enfrentar a cala-midade que se abateu sobre o concelho”.

CONTA SOLIDÁRIA AJUDA AFEC-TADOS PELAS INUNDAÇÕES En-tretanto, foram ao longo dos últimos dias centenas os vo-luntários que responderam ao infortúnio das pessoas afectadas pelas inundações no centro de Albufeira, e que arregaçaram as man-gas para ajudar na limpeza e desobstrução das ruas e mesmo na limpeza de lojas e residências afectadas pela intempérie.

A par da ajuda dos anóni-mos que se fizeram ao tra-balho em prol de Albufeira e dos albufeirenses, a autar-quia disponibiliza uma con-ta solidária cujos contributos recolhidos serão usados para o apoio aos afectados, através dos Serviços de Acção Social do município. Os donativos podem ser feitos para o NIB 0045 7012 40276144016 40 (IBAN: PT50-0045 7012 4027 6144 0164 0 BIC/SWIFT: CC-CMPTPL).

As informações adicionais sobre esta conta e sobre os donativos podem ser obtidas pelos telefones 289 570 722 / 718 ou 808 202 274.

Ô O ministro da Administração Interna em visita a Albufeira após as cheias

d.r.

UNIVERSIDADE DO ALGARVE

Especialistas debatem salvaguarda da dieta mediterrânicaO AUDITÓRIO VERDE DO CAM-PUS DE GAMBELAS da Univer-sidade do Algarve recebe, esta sexta-feira e no sábado, o 4.º Seminário da Dieta Mediter-rânica: Estratégias de Salva-guarda.

A acção visa promover o de-bate em torno da salvaguarda, promoção e valorização deste Património Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco e

conta com a participação de especialistas e dirigentes das principais entidades com responsabilidade na matéria.

O presidente da Câmara de Tavira, Jorge Botelho, estará presente na sessão de abertura, esta sexta-feira, pelas 9.30, juntamente com o reitor da Universidade do Algarve, do presidente da CCDR Algarve, da Região de

Turismo do Algarve e da di-rectora regional de Cultura do Algarve.

Os trabalhos decorrem en-tre as 9.30 e as 18.30 horas e compreendem os seguintes temas: “Como poderemos contribuir para o Plano de Salvaguarda e valorização da Dieta Mediterrânica?”, “Dieta Mediterrânica: desafios para a sua salvaguarda na pers-

pectiva cultural”, “A Dieta Mediterrânica – do conceito à prática em contexto de es-cola”, “Alimentos e produtos da Dieta Mediterrânica”, “Ar-quitectura rural, paisagem cultural e comunidade: uma leitura para a salvaguarda”, “A agricultura social e a Dieta Mediterrânica, a frugalidade de um compromisso para a formação do 4.º sector”.

No sábado, o seminário realiza-se, entre as 9.30 e as 12.30, e integra dois painéis. No primeiro momento tem lugar uma sessão de divulga-ção acerca de programas de financiamento. O segundo painel é dedicado a sessões paralelas de trabalho entre investigadores e empresas, instituições e agências de desenvolvimento.

Ô António Branco, reitor da Universidade do Algarve

d.r.

Rua de Santo António, n.º 68 - 5º Esq. 8000 - 283 FaroTelef.: 289 820 850 ¦ Fax: 289 878 342

[email protected] ¦ www.advogados.com.pt

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região

4 | 13 de Novembro de 2015

RTA agradece aos algarvios pelos resultados turísticosCampanha #obrigadoalgarve convida a sorrir até final do ano

d.r.

O ALGARVE continua a ser o destino de férias preferido dos turistas, cujas dormidas na região já subiram 1,4 % até Agosto, face ao ano recorde de 2014.

Por isso, e para agradecer aos profissionais de turismo e residentes algarvios que ajudaram a alcançar este re-sultado, a Região de Turismo do Algarve (RTA) lançou a campanha de sensibilização #obrigadoalgarve sobre a importância do sector e de acolher bem os visitantes, que estará na rua até ao fi-nal de Dezembro.

Para sensibilizar os al-garvios para a arte de bem receber os turistas e para desenvolver uma cultura re-gional favorável ao turismo, a RTA desenhou uma campa-nha apoiada na corrente da psicologia comportamental

de reforço positivo, recor-rendo às fotografias tiradas por quem escolheu a região para férias para agradecer aos que contribuíram para o sucesso dessa temporada de lazer no Algarve: os pró-prios algarvios.

SELFIES PARTILHADAS PELOS TURISTAS NAS REDES SOCIAIS DÃO VIDA À CAMPANHA As sel-fies partilhadas pelos turis-tas nas redes sociais após a sua estada no Algarve dão assim vida a esta campanha que estará presente na rádio, nas redes sociais, em jornais impressos e online, exposi-tores, outdoors, traseiras de autocarros, postais e acções de animação de rua.

Até ao fim de Dezembro, os algarvios serão então sur-preendidos com a campanha criada pela agência Bloco D

para a RTA, com base na as-sinatura “Eles adoraram as férias! Sorria, o mérito tam-bém é seu”.

“A iniciativa surge como forma de reconhecermos o papel crucial de cada algarvio e, em particular, dos players do sector para os nossos bons resultados turísticos. Agora que já conhecemos os núme-ros até Agosto e que a época alta terminou, é a altura de trocarmos agradecimentos com todos os que ajudam a manter o destino no topo das preferências dos turistas que visitam Portugal”, explica o presidente da RTA, Desidério Silva.

Além disso, o responsável do turismo algarvio chama a atenção para o peso da in-ternet no futuro do sector, o qual não foi esquecido nes-ta campanha, começando

pelo próprio claim que su-gere uma ligação ao digital, através da hashtag #obriga-doalgarve.

“Hoje em dia é o próprio turista que planeia as férias, faz as reservas e influencia as escolhas dos seus familiares e amigos, ao revelar a sua viagem emocionante a um destino. Por isso não descu-rámos o marketing digital nesta campanha, que passa-rá pelo online e até terá um blogue e um perfil próprio para o facebook, o instagram e o twitter, de modo a esti-mularmos a propagação vi-ral da mensagem”, conclui Desidério Silva. Ô Campanha estará na rua até final de Dezembro

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CONVOCATÓRIADA

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

Nos termos do n.º 2 do artigo 22º e dos artigos 23º e 24º dos Estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Sotavento Algarvio, CRL, pessoa colectiva nº 501 073 035, com sede Rua Borda D’Água de Aguiar, N.º 1, em Tavira, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Tavira sob o mesmo número, com o capital social realizado de € 15.786.000 (variável), convoco todos os Associados no pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se, em Assembleia Geral, no dia 19 de Dezembro de 2015 (sábado), pelas 14:00H, na sede da Instituição, para discutir e votar as matérias da seguinte

Ordem de Trabalhos1. Discussão e votação do Plano de Actividades e Orçamento da Caixa Agrícola para 2016;

2. Deliberação sobre a política de remuneração dos órgãos de administração e fiscalização da Caixa Agrícola para 2016;

3. Nomeação do Revisor Oficial de Contas efectivo e suplente;

4. Eleição dos membros dos órgãos sociais de Caixa Agrícola para o triénio 2016/2018;

5. Dispensa da prestação de caução por parte dos membros do órgão de administração e fiscalização;

6. Determinação da remuneração dos membros da Mesa da Assembleia Geral/do Órgão de Administração/do Órgãos de Fiscalização, a vigorar a partir de 2016;

7. 75º Aniversário da CCAM. Homenagem a alguns dos sócios mais emblemáticos;

8. Discussão de outros assuntos com interesse para a Caixa Agrícola.

Se, à hora marcada, não se encontrar presente mais de metade dos Associados, a Assembleia Geral reunirá, em segunda convo-catória, uma hora depois, com qualquer número.

Nota: Não será admitido nesta Assembleia Geral o voto por correspondência, nem o voto por representação, por força do disposto no nº1 do Artigo 42º e do nº1 do Artigo 43º do Novo Código Cooperativo, aprovado pela Lei nº119/2015, de 31 de Agosto, que entrou em vigor no passado dia 30 de Setembro.

Tavira, 09 de Novembro de 2015

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

José Macário Correia

(POSTAL do ALGARVE, nº 1152 de 13 de Novembro de 2015)

PROVA TEM COMO MADRINHA AURORA CUNHA

Meia Maratona de Tavira corre-se já no domingoA MEIA MARATONA DE TAVIRA - LIBERTY SEGUROS corre-se já no próximo domingo.

A menos de uma semana do sinal de partida, “o even-to está a despertar interesse em atletas de nível nacional e europeu, além de vários atle-tas que estagiam em Vila Real Santo António, os atletas de Es-panha estão a aderir de forma entusiasmante”, revela a Casa do Benfica de Tavira, entidade organizadora do evento.

A iniciativa é composta por uma corrida de 21 qui-lómetros e uma mini-mara-tona com 10 quilómetros.

A partida terá lugar às 10 horas, na Praceta das Bernar-das, na Atalaia em Tavira, e o percurso termina na Praça da República.

O itinerário é inteiramente corrido nos lugares, sítios, ruas e pontes da cidade de Tavira e conta com o patrocínio da companhia de Seguros Liberty.

A p r o v a t e m A u r o r a Cunha como embaixadora portuguesa do atletismo, os

atletas olímpicos Luís Feitei-ra, do Sporting Clube de Por-tugal, Ana Dias, do Areias de São João, e também Jorge Varela, melhor português da Maratona de Lisboa, e Manuel Ferraz, referências do atletismo nacional.

Como curiosidade, de real-çar as presenças de Ricardo Mestre, vencedor da Volta a Portugal em Bicicleta, e do colega de Equipa - Team Ta-vira, Samuel Caldeira.

A prova conta com a as-sistência Médica da Clínica

Veloso Gomes - Cardiologia e Medicina Desportiva, e da Unidade de Socorro da Cruz Vermelha Portuguesa - Dele-gação de Tavira.

Em conformidade com as condições logísticas a orga-nização tem como limite de inscrições 400 atletas.

Paralelamente à prova, a organização convida a po-pulação a assistir ao evento com vestuário de cor branca alusiva à Meia e Mini-Mara-tona de Tavira pela Paz no Mundo.

Ô Participam na prova grandes nomes do atletismo

Tavira Verde aposta no reforço do saneamento pág. 6

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região

13 de Novembro de 2015 | 5

Vila Real lança concurso para reabilitar Hotel GuadianaConclusão das obras está prevista para Dezembro de 2016

A CÂMARA DE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO anunciou o lançamento do concurso pú-blico para a requalificação do edifício centenário do Hotel Guadiana, para aumentar a oferta turística de qualidade no concelho.

A empreitada de reabilitação do edifício histórico, situado na

baixa da cidade, tem um valor base de dois milhões de euros, e será financiada por fundos co-munitários através do progra-ma Jessica, instrumento desen-volvido pela Comissão Europeia em colaboração com o Banco Europeu de Investimento e com o Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa.

A conclusão das obras está prevista para Dezembro de 2016.

Segundo o presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, a reabi-litação do edifício, classifica-do como imóvel de interesse municipal desde 2010, visa assegurar a sua reabertura e a

respectiva transformação em hotel de charme.

“A operação faz parte da es-tratégia de recuperação do pa-trimónio edificado da cidade e da instalação no centro his-tórico de unidades hoteleiras de referência, potenciando um turismo de qualidade superior e cultural”, destacou o autarca.

HOTEL TERÁ CATEGORIA DE CINCO ESTRELAS De acordo com Luís Gomes, será adapta-do à categoria de unidade de cinco estrelas, “pondo fim ao cenário de degradação do edi-fício, cartão-de-visita da frente ribeirinha da cidade”.

O imóvel manterá a fachada original e os elementos deco-rativos do prédio projectado por Ernesto Korrodi - arqui-tecto de origem suíça e na-turalizado português -, cuja construção data do período entre 1918 e 1921, tendo sido inaugurado em 1923.

Os hotel ficará dotado de 31 quartos, 15 dos quais duplos, três suites juniores e 13 indivi-duais.

A empreitada engloba a re-cuperação de um edifício na Ponta da Areia, que servirá como área de apoio balnear.

O projecto de recuperação e reabilitação do Hotel Guadia-na enquadra-se no Plano de Pormenor de Salvaguarda do Núcleo Pombalino de Vila Real de Santo António e na Área de Reabilitação Urbana do centro histórico.

Além da recuperação do

Hotel Guadiana, a autarquia pretende converter os anti-gos imóveis municipais em unidades de “alojamento de charme”, no sentido de trans-formar o Centro Histórico de Vila Real de Santo António numa referência em termos turísticos. Lusa

Ô Empreitada de reabilitação tem valor base de dois milhões de euros

ASSINADO PROTOCOLO DE COLABORAÇÃO

ACRAL e grupo Moneris unem-se para beneficiar comerciantesOS ASSOCIADOS DA ACRAL já podem beneficiar de van-tagens e descontos na contra-tação dos serviços do grupo Moneris, nomeadamente nas áreas da Contabilidade Finan-ceira, Assessoria Fiscal e Recur-sos Humanos.

Com este protocolo de coo-peração, assinado recentemen-te, em Almancil, os associados da ACRAL podem também requisitar, com benefícios, serviços de Corporate Finance (apoios e incentivos, aquisi-ções, fusões, reestruturações e avaliações), Gestão de Seguros e Formação.

O acordo oferece ainda um

Open Day gratuito de consul-toria, a realizar trimestralmente nos escritórios do Grupo Mo-neris, em Almancil e Albufeira.

Victor Guerreiro, presidente da associação multissectorial, salienta o “critério de excelên-

cia” escolhido pela ACRAL na sua política de parcerias.

Com este protocolo de coo-peração, sublinha o presidente da ACRAL, “os nossos associa-dos, não só poderão melhorar individualmente a gestão das suas empresas, como contribui-rão para o aumento da compe-titividade do tecido empresa-rial regional”.

O grupo Moneris, com pre-sença de norte a sul do país, tem uma oferta integrada de serviços de contabilidade, con-sultoria e apoio à gestão, con-tando com 20 escritórios, 300 colaboradores e aproximada-mente quatro mil clientes.

Ô Assinatura do protocolo

d.r.

d.r.

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Câmara Municipal de TaviraEdital nº. 59/2015

Jorge Manuel do Nascimento Botelho

Presidente da Câmara Municipal de Tavira

TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 30 de outubro de 2015, foram tomadas as seguintes deliberações:

1. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 204/2015/CM, referente a 13.ª Alteração ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano - Ano 2015;

2. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 205/2015/CM, referente ao Orçamento Municipal e Mapa de Pessoal para o ano 2016;

3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 206/2015/CM, referente a Atribuição de apoio à CI - AMAL - Co-munidade Intermunicipal do Algarve - Projetos intermunicipais;

4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 207/2015/CM, referente aos Auxílios Económicos - Livros Escolares - 2ª. Fase - Ano letivo 2015/2016;

5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 208/2015/CM, referente a Atribuição de apoio - Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo - “Comemorações do 3.º Centenário”;

6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 209/2015/CM, referente a Atribuição de apoio à Casa de Povo da Luz de Tavira - Aquisição de viatura;

7. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 210/2015/CM, referente a Atribuição de apoio ao Rancho Folclórico de Tavira - XXVI Festival de Folclore “Cidade de Tavira”;

8. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 211/2015/CM, referente a Atribuição de apoio à Associação da Academia de Musica de Tavira - Festival “5 noites 5 sons”;

9. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 212/2015/CM, referente a Atribuição de apoio em espécie para reparação e manutenção da sede do Clube de Vela de Tavira;

10. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 213/2015/CM, referente a Plano de Transportes Escolares 2014/2015 - Correção de valores - CP - Comboios de Portugal, E.P.E.;

11. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 214/2015/CM, referente a Aquisição de energia elétrica em regime de mercado liberalizado ao abrigo do Acordo Quadro da AMAL com anúncio de procedimento n.º 1108/2013 e JOUE S050-081623, de 12 março 2013, para instalações alimentadas em Baixa Tensão Especial (BTE) e Média Tensão (MT) – Adjudicação;

12. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 215/2015/CM, referente a 10-Emp/15 - Reparação do CM 1231 entre Fuzeta e Cintados (até ao Limite Concelho) - Relatório preliminar;

Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume.

Paços do Concelho, 30 de outubro do ano 2015

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL,

Jorge Manuel Nascimento Botelho

(POSTAL do ALGARVE, nº 1152 de 13 de Novembro de 2015)

Expensive Soul animam passagem de ano em Lagos pág. 8

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6 | 13 de Novembro de 2015

Tavira Verde aposta no reforço do saneamentoObras que decorrem na Luz de Tavira também criam passeios para peões

Ô A melhoria da rede de saneamento básico do concelho é uma das prioridades de Jorge Botelho

Ricardo [email protected]

AS OBRAS QUE DECORREM no troço da EN 125 que atraves-sa a Luz de Tavira, estão inte-gradas no reforço do sistema de saneamento básico que a empresa municipal Tavira Verde está a fazer em todo o concelho.

Ao POSTAL o presidente da autarquia, Jorge Botelho, destaca que “o investimento total destes projectos ascen-de aos quatro milhões de eu-ros” e “levará as ligações de saneamento básico a cerca de 400 casas, marcando uma melhoria substancial no ní-vel de cobertura da rede pú-blica concelhia”.

No caso das obras da Luz de Tavira, refere o autarca, “além da ligação ao sistema municipal dos ramais de sa-neamento já instalados para servir toda a zona da Campi-na daquela freguesia, nomea-damente a zona da Sinagoga, estamos também a proceder

a obras de qualificação do espaço público, colocando passeios e meios de escoa-mento das águas pluviais no troço final (em direcção a Ta-vira) da EN 125 que percorre aquela localidade”.

A obra da Luz de Tavira, orçada em perto de 400 mil

euros permitirá dotar de saneamento básico cerca de cem casas e melhorar a segurança da circulação pe-donal dentro da localidade, contribuindo para a quali-dade de vida das populações abrangidas.

“São obras que em cer-

tos casos eram esperadas há mais de 15 anos e que agora se tornam realidade, cumprindo o objectivo do executivo de desenvolver projectos de fundo em ma-térias tão sensíveis como o saneamento básico”, reforça Jorge Botelho.

região Expensive Soul animam passagem de ano em Lagos pág. 8

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TAVIRA

Largo da Eira da Cruz em Cachopo reabilitado em breve

A CÂMARA DE TAVIRA adjudi-cou à Rolear.On – Soluções de Engenharia, S.A a empreitada de reabilitação do Largo da Eira da Cruz em Cachopo pelo valor de 72 mil e 246 euros.

Conforme a autarquia ex-plica em nota de imprensa, “o início dos trabalhos está previsto para Dezembro e es-tima-se que tenham um pra-zo de execução de 120 dias. Pretende-se que a intervenção contribua para a valorização e melhoria da qualidade urbana

na aldeia, através da criação de uma zona de estadia”.

“A solução passa pela in-trodução de bancos de jar-dim, muros e muretes que definem espaços e limites, criação de canteiros, defini-ção de estacionamento, mi-radouro e pavimentação do largo”, acrescenta.

Esta empreitada visa a bene-ficiação da área, a organização do estacionamento automóvel, assim como a criação de zonas de estadia e ensombramento.

Ô Obra foi adjudicada pelo valor de 72 mil e 246 euros

SEGUNDO O MOTOR DE BUSCA ONLINE ‘TRIVAGO’:

Monte Gordo está no ‘top 10’ dos destinos de Verão

O MOTOR DE BUSCA online “Trivago” colocou Monte Gor-do no “top 10” dos destinos turísticos nacionais mais pro-curados por portugueses e es-panhóis no Verão de 2015.

De acordo com as estatísti-cas, Monte Gordo foi mesmo o quarto pólo turístico do país mais pesquisado pelos portugueses (excluindo os valores por região) e o sex-to na lista global nacional (incluindo os totais por re-gião), posicionando-se perto de grandes destinos como Lisboa e Porto.

O Estudo de Tendências de Verão 2015 verificou ain-da existirem indicadores glo-bais de viagem que se man-têm nos últimos anos.

Exemplo disso é a gran-de afluência de portugue-ses e estrangeiros à região do Algarve, nomeadamente a Monte Gordo, que figura também como um dos desti-nos tipicamente procurados por espanhóis e britânicos.

A análise foi feita com base nas pesquisas efectuadas no “Trivago”, entre 21 de Março e 23 de Setembro, com vista

a viagens de Verão realiza-das de 21 de Junho a 23 de Setembro.

Conforme nota de im-prensa enviada às redacções pela autarquia, “Monte Gor-do vem também registando máximos consecutivos nas taxas de ocupação hoteleira durante a época baixa, fac-to relacionado com a aposta do município de Vila Real no turismo desportivo e de saúde, e de que são exemplo os serviços oferecidos pelo Complexo Desportivo e Cen-tro Médico Internacional de Vila Real de Santo António”.

O “Trivago” é o maior mo-tor de busca de hotéis do mundo e compara diaria-mente 901.869 hotéis de 278 sites de reserva.

Ô A Praia de Monte Gordo

d.r.

d.r.

d.r.

Page 7: POSTAL 1152 - 13 NOV 2015

13 de Novembro de 2015 | 7

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8 | 13 de Novembro de 2015

Expensive Soul animam passagem do ano em LagosEspectáculo será seguido de uma actuação do DJ TobyONE

Ô A dupla Demo e New Max vai intepretar temas bem conhecidos de todos

O MUNICÍPIO DE LAGOS vai receber o novo ano ao som de um dos mais conhecidos grupos de música do país, os Expensive Soul. O espectácu-lo, que decorrerá na Praça do Infante, é de entrada gratuita e será seguido de uma actuação do DJ TobyONE.

A dupla, Demo e New Max, vai estar em Lagos no próxi-mo dia 31 de Dezembro para animar a última noite do ano, que se prevê “mágica”.

Ambos naturais de Leça da Palmeira entraram no mun-do da música em 1999, mas apenas em 2004 ficaram co-nhecidos com a edição do seu 1º álbum “B.I.”. No ano pas-sado o duo lançou “Sonha-dor” o 4º álbum de originais do grupo, contendo os dois sucessos mais recentes “Cú-pido” e “Que Saudade”. O ál-bum foi gravado com mais

de 20 músicos a participarem em simultâneo na maioria das canções. A produção é de New Max, que assina tam-bém todas as músicas e letras enquanto Demo escreve as rimas. Chegou em Junho de 2014 às lojas com um total de 13 canções, duas das quais “escondidas”. É “soul mu-sic” cantada em português, feita no norte de Portugal, oscilando entre os sensuais “midtempos” e os “grooves” mais dançáveis. Pelas letras é o trabalho mais interven-tivo dos Expensive Soul, que estão cada vez mais exímios na transmissão de ideias em ambiente de festa. O amor continua sempre presente mas aqui e ali há uma men-sagem de inconformismo que vai passando, como em “Progresso”, o tema que abre o disco.

Toda a letra é uma cons-tatação do estado actual das

coisas, incentivando uma postura inconformista mas

simultaneamente encoraja-dora e até mesmo optimista.

De acordo com a produ-ção, este álbum ‘Sonhador’ é um “verdadeiro manual de ‘soul’ orgânico” e “uma co-lecção de 13 orelhudas can-ções que abrem um novo capítulo na história dos Ex-pensive Soul”.

O espectáculo vai decorrer num dos locais mais emble-máticos de Lagos – a Pra-ça do Infante – a partir das 22.30 horas e para o qual a autarquia convida todos a estarem presentes. A entra-da é livre. O grupo assegura uma noite animada e cheia de boas energias e vibração.

À meia-noite, os céus de Lagos enchem-se de cor para a despedida de 2015 e uma animada entrada animada em 2016. Já no novo ano, a batida será diferente. Sobe ao palco o conhecido DJ To-byONE… até de madrugada!

REGIÃO

d.r.

OBRAS RESULTARAM DE UM INVESTIMENTO DE CERCA DE 286 MIL EUROS

Câmara de Alcoutim reforça acessibilidades no concelhoA REABILITAÇÃO DA PONTE so-bre a Ribeira da Foupana, situ-ada na estrada de ligação entre as povoações de Mestras e Bar-roso, e o troço de rede viária entre a EN 124 e a povoação das Mestras, foram inaugu-rados recentemente por Os-valdo Gonçalves, presiden-te da Câmara de Alcoutim, e David Santos, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve.

A cerimónia contou com a presença de muitos popula-res e diversas entidades locais e regionais.

A ponte foi alvo de traba-lhos de manutenção e repa-ração no sentido de a dotar de todas as condições de se-gurança em função da gra-vidade das anomalias estru-turais detectadas, enquanto

que na estrada foram efectu-adas obras de alargamento e repavimentação e coloca-da sinalização. Tratou-se de um investimento de aproxi-madamente 286 mil euros, comparticipado em 65 % por fundos comunitários no âm-bito do Programa Operacio-nal Regional do Algarve – PO Algarve 21.

O presidente da CCDR Al-garve felicitou o município de Alcoutim pela realização das obras e enalteceu a capa-cidade de visão do executivo municipal, que “percebendo que no quadro comunitário de apoio 2014-2020 haveria menor capacidade de execu-ção destas obras de requalifi-cação viária, procedeu a uma reformulação de uma candi-datura que possibilitou, con-juntamente com a capacida-

de financeira da autarquia, a realização desta importante melhoria nas acessibilida-des”.

Osvaldo Gonçalves afir-mou-se “empenhado na

resolução dos problemas concretos das populações”, referindo que “o estado de-plorável em que se encon-trava esta ponte, estando afectada de forma relevante

a sua travessia, em condições plenas de segurança e, deste modo, condicionando for-temente toda a população, transformou-a numa priori-dade para este executivo”.

Referindo-se à reformula-ção da candidatura a fundos comunitários e à elaboração do projecto de recuperação da infra-estrutura existente, quando inicialmente se equa-cionou a construção de uma nova ponte, o autarca frisou que “esta alteração permi-tiu que simultaneamente se dotasse o equipamento da total e necessária robustez e plenas condições de utiliza-ção e diminuir o montante do investimento”.

O autarca terminou a sua intervenção agradecendo a colaboração de entidades como a CCDR e a AMAL.

Ô David Santos e Osvaldo Gonçalves inauguraram as obras

d.r.

IGREJA DA SÉ EM FARO

Festival do Órgão prossegue com Marco Brescia

O VIII FESTIVAL DE ÓRGÃO - FARO 2015 continua no próxi-mo sábado, pelas 21.30 ho-ras, na Igreja da Sé, com o organista italiano/brasileiro Marco Brescia.

Marco Brescia é frequen-temente convidado a actuar em prestigiados festivais e ciclos internacionais de con-certo na Europa e América. Mestre em Interpretação da Música Antiga/Órgão His-tórico, Brescia é doutor em Musicologia Histórica / Or-ganologia (Universidades Paris IV – Sorbonne / Nova de Lisboa).

O concerto será precedi-do de palestra alusiva aos 300 anos do Órgão da Sé de Faro, proferida pelo mestre organeiro Dinarte Macha-do e pelo próprio organista Marco Brescia, que esclare-cerá sobre o órgão “gémeo” instalado no Brasil na Sé de Mariana, Minas Gerais.

Page 9: POSTAL 1152 - 13 NOV 2015

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ANÚNCIOProcesso: 2328/15.6T8FARInterdição / InabilitaçãoReferência: 99125835Data: 04-11-2015A Mmª Juiz de Direito Dra. Teresa Mendes Lopes, de Tavira - Inst. Local - Sec. Comp. Gen. - J1 - Comarca de Faro:

Faz saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em que é reque-rido Maria Ivone Correia Sobral Guilherme, com domicílio em: Lar de Santa Maria, Rua Professor Doutor António Herculano Chaves Carvalho, Quinta da Pegada, Tavira, 8800-216 Tavira, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.

A Juiz de Direito,Dra. Teresa Mendes Lopes

O/A Escrivão de Direito,Noélia Guerreiro

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ERMELINDA MARIA DE CAMPOS16-02-1927 / 04-11-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes ma-nifestaram o seu sentimento e amizade.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SANTA MARIA - TAVIRASANTA MARIA SANTIAGO - TAVIRA

MARIA DA CONCEIÇÃO AGOSTINHO04-02-1945 / 06-11-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes ma-nifestaram o seu sentimento e amizade.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

ÍNDIA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

JAIME ROBERTO MENDONÇA27-03-1932 / 06-11-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer for-ma, lhes manifestaram o seu pesar..

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SANTA LUZIA - TAVIRA

JOAQUIM ALBERTO ANTÓNIO89 ANOS

AGRADECIMENTOA sua querida família cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 4 de Novembro, para o Cemitério de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade.Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º Dia, pelo seu eterno descanso, celebrada dia 8 de Novembro, Domingo, pelas 15.30 horas, na Igreja de Santa Luzia.

“Paz à sua Alma”“Serviços Fúnebres efectuados

pela Agência Funerária Pedro & Viegas, Ldª”Tavira • Luz • V.R.Stº António

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JOSÉ BENTO PEREIRA VIDAL 10-01-1945 / 23-10-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes ma-nifestaram o seu sentimento e amizade.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SANTA MARIA - TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO

EDVIGES BENEDITA ROMEIRA 20-08-1933 / 05-11-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer for-ma, lhes manifestaram o seu pesar.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

TAVIRA

FAUSTO BAPTISTA COSTA91 ANOS

AGRADECIMENTO A sua querida família cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 5 de Novembro, para o Cemitério de Quinta do Conde, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade.Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º Dia, pelo seu eterno descanso, celebrada dia 10 de Novembro, Terça-feira, pelas 8.45 horas, na Igreja de San-tiago, em Tavira.

“Paz à sua Alma”“Serviços Fúnebres efectuados

pela Agência Funerária Pedro & Viegas, Ldª”Tavira • Luz • V.R.Stº António

Telm. 964 006 390 - 965 040 428

STA CATARINA DA FTE DO BISPOTAVIRA

MARIA IDALINA ROMÃO DE JESUS02-09-1933 / 25-10-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a to-dos quantos se dignaram acompanhar o seu ente que-rido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Page 11: POSTAL 1152 - 13 NOV 2015

opinião

Sobe

& d

esce Obras no aeroporto

Positivas quanto aos objectivos de dotar a região de uma infra-estrutura aeroportuária mais moderna, estão por perceber os impactos que as obras que decorrem terão em época alta do turismo (Ler pág. 2).

Cheias em Albufeira

A meteorologia não foi benévola com as gentes de Albufeira, entretanto o Governo libertou verbas de emer-gência e as seguradoras preparam as indemnizações, resta saber se o dinheiro chegará (Ler pág. 3).

Tempos houve em que fal-tava tempo para o convívio e a partilha entre a família, legiti-mado por objectivos altruístas que eram norteados por um fu-turo mais confortável e menos sacrificado para os seus filhos.

Era uma época, geografica-mente circundante das metró-poles, onde estavam instaladas grandes unidades fabris e me-talúrgicas, para onde migra-vam de todo o país os últimos dos inconformados.

Tempo em que os homens faziam muitas horas extraordi-nárias e as mulheres, depois da fábrica, costuravam para fora, faziam limpezas e tratavam das roupas. Havia dinheiro, muito suado, mas orgulhosos nas poupanças que manda-vam para a educação dos fi-lhos, na certeza de serem eles os futuros engenheiros, encar-regados ou chefes de diversos sectores das fábricas onde os pais “obedeciam”.

Em Dezembro eram eles os “pais-natais” da família que visitavam na terra. Pagavam o bacalhau da consoada aos ve-lhotes, vestiam os sobrinhos e, à volta da lareira, inventavam estórias felizes dos dias duros que viviam. Na taberna eram

por sua conta as rodadas du-rante estes dias.

Até o próximo Natal eram os telefonemas quinzenais aos sá-bados para a taberna ou casa do sr. prior, semanalmente, por carta as mães davam no-tícias aos avós, conselhos aos filhos, acrestando o pai um beijo e uma exigência de mui-to juízo…

Isto faz parte de uma memó-ria diversa da que o quotidiano nos traz.

Nestas últimas quatro déca-das, entre metamorfoses diver-sas, que passaram pela organi-zação política - a universalidade do voto e a clara separação de poderes; administrativa - com a efectiva descentralização de poderes, competências e meios financeiros para as autarquias; sociais - com o direito genera-lizado ao ensino, saúde, igual-dade de oportunidades; na eco-

nomia com a promessa da justa repartição equitativa de recei-tas e sacrificios… alteraram-se conceitos e condutas que se julgavam cristalizados, como as relações familiares…

Avaliar a fragilidade de tudo o que foi enumerado em re-sultado da seriedade, da boa condução, da preparação dos protagonistas ou adjectivá-los é um “déjà-vu” de que me vou abster.

Depois de ter esgotado algu-mas energias utópicas, com a idade temperei o impulso ne-cessário para procurar novos marcos conceituais e novas abordagens.

Dentro do desassossego que sempre me acompanhou e da fecundidade do trabalho de reflexão crítica, tive a felicida-de de encontrar na cidadania e no envolvimento cívico um porto de abrigo, onde como

intlectual, político e pessoa me preencho e rejuvenesço o res-peito por mim, acrescentando conhecimento revigorado que me ajuda a alimentar o sentido da vida.

Quero trazer para o nosso convívio e orgulho o traba-lho desenvolvido pela nos-sa vizinha Casa do Povo de Moncarapacho, cuja Univer-sidade Sénior vai no segundo ano lectivo.

As universidades seniores têm um papel importantíssimo no dinamizar e tornar os dias mais activos, promovendo ac-tividades de envolvimento in-tlectual e físico. Ao contribuir para a actualização do conhe-cimento, transmitindo-o numa linguagem acessível a todos, ao mesmo tempo que procura pri-viligiar a experiência adquirida pelos alunos durante o desem-penho profissional.

Como objetivos o ensino não

formal, a educação para a cida-dania, ou seja, a justiça social, para a liberdade, igualdade e democracia, contra a discrimi-nização, para o exercício para a cultura e para a manifestação das diferenças culturais.

Com 17 professores qualifi-cados e 60 alunos, que frequen-tam as cadeiras de Francês, In-glês, Cultura Geral, História de Portugal, Sociedade e Cida-dania, Português, Psicologia, Saúde/Biologia, Informática, Artes Manuais, Reciclagem de Materiais, Música, Teatro e Por-tuguês para Estrangeiros.

O desenvolvimento de apti-dões inatas, a bagagem cogni-tiva social e cultural pressupõe um processo dialógico, forma-tivo e transformativo, repondo, necessariamente, um contacto, uma transmissão e uma aqui-sição de conhecimentos, mas também um desenvolvimen-to de competências, hábitos e valores.

É neste tipo de solidarieda-des horizontais, de cidadania comunitária e de uma rede de entreajuda, que deve ser fun-dado o nosso relacionamento, com a vantagem de vivermos em locais de baixa densidade populacional.

Havendo vontade sincera, o poder local, que tem sido mo-tor do desenvolvimento do país esquecido, tem uma responsa-bilidade de forma agnóstica apoiar as associações sem sim-patias particulares ou reservas saloias.

Não posso deixar de subli-nhar o papel dos jornais e rá-dios regionais na partilha de informação da nossa região.

13 de Novembro de 2015 | 11

ficha técnica

Sede: Rua Dr. Silvestre Falcão, n.º 13 C - 8800-412 Tavira - Algarve Tel: 281 320 900 | Fax: 281 320 909 E-mail: [email protected]: www.postal.pt

Director: Henrique Dias(CP 3259).

Editor: Ricardo Claro (CP 9238). Redacção: Cristina Mendonça (CP 3258), Humberto Ricardo (CP 388).Design: Profissional Gráfica. Colaboradores fotográficos: José A. N. Encarnação “MIRA” Colaboradores: Beja Santos (defe-sa do consumidor), Nelson Pires (CO76). Departamento Comercial, Publicidade e Assinaturas: Anabela Gonçalves, José Francisco.Propriedade do título: Henrique Manuel Dias Freire ( mais de 5% do capital social)Edição: Postal do Algarve - Publicações e Editores, Lda. Contribuinte nº 502 597 917. Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do Título (dgcs): ERC nº 111 613. Impressão: Naveprinter Distribuição: Banca - Logista, à sexta-feira com o Público/VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT.Estatuto editorial: disponível em http://www.postal.pt/quem--somos/Membro: APCT - Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação; API - Associação Portuguesa de Imprensa.

Tiragem desta edição:7.590 exemplares

Flashes e CidadaniaE-mail da redacção:

[email protected]

Esta é uma iniciativa das Bibliotecas Paula Nogueira do Agrupamento de Escolas Professor Paula Nogueira (Olhão) em parceria com a Casa da Juventude de Olhão e o POSTAL, que semanalmente divulga os problemas e as soluções deste jogo. Várias escolas do Algarve já aderiram à iniciativa: AE Professor Paula Nogueira (Olhão) / AE da Sé (Faro) / AE D. Afonso III (Faro) / AE Dr. Alberto Iria (Olhão) / Colégio Bernardette Romeira (Olhão) / AE Dr. João Lúcio (Fuseta) / AE de Estoi (Faro) / AE Joaquim Magalhães (Faro) / AE do Montenegro (Faro) / AE de Castro Marim (Vila Real de St. António) / AE Professora Diamantina Negrão / (Albufeira) / Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas (Mega Agrupamento de São Brás de Alportel) / Escola Secundária João de Deus (Faro) / Agrupamento de Escolas D. Paio Peres Correia (Tavira) / Casa da Juventude (Olhão) / Postal do Algarve. Convidamos todas as escolas e bibliotecas, interessadas em aderir ao Jogo da Língua Portuguesa e receber os materiais para o mesmo, a contactar: [email protected] ou [email protected].

>> SOLUÇÃO da edição passada

Adelino Nogueira VazAssociação Raiz

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� A – O texto do João está elgível. ; B – O texto do João está ilegível. � C – O texto do João está eligível. � D – O texto do João está elejível.

Ô Imagem da Casa do Povo de Moncarapacho

� A – O Gonçalo entrou pela sala à dentro. � B – O Gonçalo entrou pela sala adento. � C – O Gonçalo entrou pela sala àdentro. � D – O Gonçalo entrou pela sala dentro.

>> ASSINALE A FRASE CORRETA

Page 12: POSTAL 1152 - 13 NOV 2015

Castro Marim vai remodelar extensão de saúde do Azinhal Obras custam 35 mil euros

Ô Extensão foi encerrada em 2013 pela ARS do Algarve

Tiragem desta edição:7.590 exemplares

d.r.

O POSTAL regressa no dia 11 de Dezembro

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A CÂMARA DE CASTRO MARIM lançou a concurso a empreita-da de remodelação da exten-são de saúde do Azinhal, com vista à eliminação dos condi-cionalismos que, do ponto de vista técnico, constituíram a razão do seu encerramento, assim como a falta de acesso à rede informática.

Encerrada em 2013 por ordem da Administração Re-gional de Saúde do Algarve, a par das extensões de Odeleite e Vaqueiros (concelho de Al-coutim), “prevê-se agora a re-abertura da extensão de saú-de do Azinhal, pondo fim ao suplício da deslocação à sede de concelho que se impunha desde então à população des-ta freguesia, maioritariamente envelhecida e com dificulda-des de mobilidade”, avança a autarquia castromarinense em nota de imprensa.

Na altura, depois do desa-grado manifestado pela po-pulação e pela autarquia de Castro Marim contra o en-cerramento das referidas ex-tensões de saúde, a ARS do Algarve assumiu a abertura da extensão de saúde do Azi-

nhal, após a conclusão destas obras financiadas pela Câmara Municipal.

Fixado no caderno de en-cargos por 35 mil e 423 euros + IVA, depois de adjudicada a obra deverá ser concluída em dois meses.

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Page 13: POSTAL 1152 - 13 NOV 2015

www.issuu.com/postaldoalgarve7.590 EXEMPLARES

Mensalmente com o POSTAL

em conjuntocom o PÚBLICO

NOVEMBRO2015n.º 86

dr

Grupo de Amigos de Museu de Portimão, uma estrutura cívica em crescimento

p. 10

Helder Guégués:

Em Português, Se Faz Favor

p. 11d.r.

Redescobrir a Sé, miradouro privilegiado

p. 3

d.r.

Grande ecrã:

‘Três Irmãs’ de Bing Wang em Tavira

p. 3

Espaço ALFA:

Viajar para fotografar ou fotografar em viagem?

d.r.

p. 7

d.r.

Na senda da cultura:

Um abysmo de ‘nadas’

p. 8

Sala de leitura:

d.r

.

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13.11.2015 2 Cultura.Sul

AGENDAR

Acesso à Cultura e ao Património

O património só tem signifi-cado pelo seu encontro com as pessoas.

Há diferentes formas de ex-plorar e discutir a questão da acessibilidade em património, em museus e nos bens culturais em geral. Por estes dias o centro desta discussão está em Castro Marim, na Casa do Sal, que aco-lhe o 4º Encontro Transfrontei-riço de Profissionais de Museus, numa organização conjunta da APOM (Associação portuguesa de Museologia- delegação re-gional e da APPA - Associação de Museógrafos e Museólogos da Andaluzia), com o apoio da Direção Regional de Cultura do Algarve.

Tornar o património aces-sível a todos pode representar dar prioridade à acessibilidade física mas também outras for-mas de compreensão e de expe-riência. Stephen Weil em 1999 a propósito do museu norte--americano dizia que o que era fundamental agora era: “From Being about Something, to Being for Somebody”.

Tal como noutras questões, também nestas é muito difícil generalizar as soluções mais adequadas.

Por vezes, a intervenção ne-

cessária pode ser mais tempo-rária ou permanente, outras re-presentam um grande desafio à criatividade, na medida em que se tem que conciliar a legislação, a conservação do património e as ideologias políticas domi-nantes destas áreas e, por vezes, torna-se mesmo impossível evi-tar impactes negativos sobre o património.

A conservação do patrimó-nio procura adaptar-se às mu-danças em termos de necessida-des e valores da sociedade. Ao mesmo tempo, temos assistido ao desenvolvimento de solu-ções técnicas por parte do de-sign, da arquitectura, das no-vas tecnologias. Outras vezes, é necessário algum amadureci-mento em termos das opções a adoptar. O diálogo construtivo e a cooperação ajudam neste percurso.

Existe hoje um movimento de âmbito internacional alar-gado, que reflecte sobre estas questões e preocupações.

A nível nacional, constituiu-se um Grupo que se tem dedicado a estas reflexões e tem protago-nizado ofertas formativas nestes domínios (até 2013 designado por GAM) agora Acesso Cultura (associação formal). Este grupo tem vindo a colocar as questões de acessibilidade no centro das preocupações e da reflexão dos museus portugueses e tem di-namizado diversos debates re-gionais.

No sector dos museus, uma das formas de contribuir para esta maior acessibilidade pren-de-se com a possibilidade de exigir o cumprimento das nor-mas mínimas de acessibilidade no âmbito do processo de cre-denciação dos museus, con-forme a ACESSO Cultura tem procurado. No seio da rede re-gional de Museus do Algarve esta é também uma preocupa-ção que tem vindo a fazer parte dos fóruns de especialistas.

Idealmente os objectos, as paisagens, os lugares que se constituem como património cultural e que resultaram da ação humana devem perma-necer inalterados, contudo, a igualdade no acesso aos mes-mos criou esta necessidade de ajustamento a necessidades e pessoas diferentes. Esta questão faz parte do natural desenvolvi-mento das democracias.

Alguns destes locais são par-ticularmente sensíveis face a no-vas intervenções e sobretudo a novas construções.

Por vezes, a solução é criar es-paços de interpretação fora des-se património e manter o aces-so limitado em monumentos de maior vulnerabilidade. Este é um desafio global não só dos museus, dos bens culturais, dos seus profissionais, mas também daqueles que têm a responsabi-lidade de promover a educação patrimonial.

Quer os valores materiais,

quer os imateriais compreen-dem a acessibilidade do patri-mónio cultural.

Os programas educativos e interpretativos no seio do seu desenvolvimento criam tensões e disputas em torno dos mes-mos objectos, pelo que se torna essencial mais do que definir o “argumento” científico é neces-sário criar percursos de intera-ção, que sejam potenciadores de novas dinâmicas culturais.

Sabemos também que nem todas as melhorias em termos de acessibilidade requerem in-vestimento financeiro.

A participação de diferentes grupos nos mesmos espaços patrimoniais requer um estu-do das melhores metodologias para a maior democratização

e subsequente acessibilidade junto de diferentes grupos de indivíduos. Com frequência é necessário olhar à especificida-de do lugar e definir soluções específicas.

A diversidade cultural e so-cial é tão importante quanto a igualdade de oportunida-des no acesso à cultura e ao património.

Na base da actuação com vis-ta a uma maior acessibilidade ao património deve estar uma análise cuidadosa do valor do património e considerar as con-sequências versus as alternativas para facilitar a decisão final e a opção de intervenção.

A questão da acessibilidade deve ser abordada como um processo e não como um pro-jecto. Os nossos esforços devem ser colocados em como encon-trar formas de melhorar a aces-sibilidade do património e da cultura.

A acessibilidade envolve movimento, visão e audição, e integração; envolve uma abor-dagem do lado do visitante. É importante o design, a educa-ção e a formação e procurar conhecer o que já existe de me-lhores práticas. É um compro-misso, não é uma opinião.

Melhorar o acesso à cultura, aos museus e às colecções jun-to dos visitantes (ou potenciais visitantes) com necessidades es-peciais é um desígnio que deve ser partilhado por todos.

Mê menine… e a tu mãe?

Depois do sucesso da peça Mê Menine... e o tê Pai?, que esteve em cena durante 6 anos  e que per-correu o Algarve sempre com ca-

sas cheias, a GORDA surge uma nova peça que é uma sequela da anterior e que promete ter sucesso idêntico.

Mê Menine... e a tu Mãe? é a mais recente produção da com-panhia olhanense, que conta com João Evaristo e Joaquim Parra como intérpretes.

Na sequência da peça Mê Me-nine... e o tê Pai?, as duas persona-gens, Zé e Janica, voltam a encon-trar-se, desta vez numa taberna de Olhão. Sentados à mesa, os

dois pescadores relembram al-gumas histórias do imaginário olhanense, com o mesmo hu-mor e espírito crítico de sempre.

Estreada em novembro de 2014, em Ferragudo, a peça Mê Menine… e a tu Mãe?, que esgo-tou em março no Auditório Mu-nicipal, obrigando a uma nova apresentação em outubro, vol-tou a encher a sala. De tal for-ma que se teve que anunciar um espetáculo extra para o dia a seguir. Tudo indica que não

fique por aqui.Para além de esgotar salas,

as duas personagens Zé e Jani-ca fazem sucesso na Internet. O último vídeo publicado, um ex-certo da peça apresentada em outubro, atingiu, em dois dias, mais de seis mil visualizações.

Para além das duas peças referidas, estas duas persona-gens protagonizam a versão vídeo da iniciativa MOCE MÓ, que integra o J desde a sua pri-meira edição.

Editorial Missão Cultura

Direção Regionalde Cultura do Algarve

Juventude, artes e ideias

“Concerto de VIVIANE”14 NOV | 21.30 | TEMPO – Teatro Municipalde PortimãoViviane revisitará os temas principais que marcaram a sua carreira ao longo dos quatro CDs de originais já editados desde 2005

“OLHARES LACOBRIGENSES”Até 30 DEZ | 21.30 | Fototeca Municipal de LagosO paradigma fotográfico vai mudando por força da evolução tecnológica e das abordagens diferentes que ela permite, a par das novas intuições sobre co-municação por imagem

drcalg

Imagem do percurso acessível na Fortaleza

de Sagres

Faz hoje, 13 de Novembro, 555 anos que o Infante D. Henrique faleceu em Sagres. Ali mesmo onde fundou uma tercena naval, comummente conhecida por Escola de Sa-gres, expirou no ano de 1460, 66 anos depois de ter nascido na cidade do Porto, em 1394.

Mais do que relembrar a personagem histórica ímpar e a sua profunda ligação a Sa-gres e ao Algarve - o que por si só não é de somenos - a ver-dade é que foi em navios cujos destinos foram traçados pelo Infante de Sagres que os por-tugueses se fizeram ao mar em direcção a muitas das paragens que tornaram Portugal um po-tentado das Descobertas.

A estes destinos os navega-dores levaram, sob o ‘protecto-rado’ do Infante D. Henrique, a cultura portuguesa e deles trouxeram para Portugal as mais diversas influências, fenó-meno de permuta que reper-cutiu os seus efeitos à escala mundial.

O Infante foi por esta razão um homem de visão não só para a expansão marítima de Portugal e para o reforço da posição do país durante sécu-los no mundo, mas também um dos grandes fomentado-res da expansão da cultura e, muito em particular, da língua portuguesa por todo o globo.

Deu ao velho mundo novos mundos e a estes a herança cultural do primeiro, de forma que marcou para todo o sem-pre a História da Humanidade.

Incontornável, o Infante foi e é uma das figuras mais mar-cantes da cultura portuguesa enquanto fenómeno nacional e internacional, nesta medida a ele devemos em larga medi-da a grandeza do ser cultural português .

Em Memória do Infante

Ricardo [email protected]

Jady Batista Coordenação do Jornal J

d.r.

Os actores de mê me-nine... e a tu mãe?

Page 15: POSTAL 1152 - 13 NOV 2015

13.11.2015  3Cultura.Sul

Na senda da cultura

Há locais que de tanto nos habi-tuarmos a vê-los perdem a sua im-portância no conjunto das memó-rias que guardamos. Têmo-los por adquiridos... estão aqui mesmo, tão perto de nós que quase os ignoramos e assim se vão perdendo na penum-bra da memória selectiva que temos.

O ano de 1251 marca o início da construção da Sé Catedral de Faro, so-bre o que antes teria sido a mesquita, depois um templo romano e ainda, mais tarde, um templo cristão da alta idade média.

Mas Sé só se tornaria com a trans-ferência do bispado para a cidade de Faro, assumindo o título honorífico em 1577.

Repetidas vicissitudes ditaram a sua constante alteração ao longo dos tempos. Desde logo a pilhagem e incêndio pelos ingleses durante as invasões francesas e depois o terra-

moto de 1755.A Sé de Faro encerra um patrimóio

de relevo à escala da região, desde logo com o retábulo-mor de caracte-rísticas maneiristas e com o retábulo do antíssimo Sacramento de traça barroca que apresenta grande tri-buna albergando um monumental trono piramidal.

Os tectos de madeira profusamente decorados são suportados por colu-nas dóricas e albergam várias capelas laterais de diferentes e belas decora-ções, onde pontuam os azulejos de-corativos evocativos da religiosidade.

O órgão setecentista construído em

Lisboa pelo alemão Johann Heinrich Hulenkampf encontra-se decorado com pinturas em chinoiserie realizadas por um artista tavirense e apresenta três castelos e quatro nichos sobrepostos.

Mas o que se destaca na Sé Catedral é sem dúvida a torre da fachada de entrada, que antecede o portal prin-cipal do templo.

Com três arcos ogivais em cada uma das fachadas expostas ao exte-rior a também torre sineira é o ponto mais alto de todo o conjunto da Cida-de Velha de Faro e proporciona uma

vista panorâmica única sobre grande parte da cidade e dos esteiros da Ria Formosa que se estendem a Sul até às ilhas barreira.

A vista é magnífica a partir deste ponto privilegiado, verdadeiro mira-douro-mor da cidade.

Aos visitantes é ainda proporcio-nado o acesso ao Museu do Cabido Catedralício, onde várias imagens religiosas e paramentos podem ser observados a par de outros objec-tos de arte e de função ligados à religiosidade.

Uma vista a não perder para re-descobrir a Sé Catedral de Faro e reencontrar um dos monumentos notáveis da cidade e da região, refres-cando a memória deste que é o nosso património, tantas vezes esquecido.

Grande ecrã

Cineclube de TaviraProgramação: www.cineclubetavira.com281 971 546 | [email protected]

SESSÕES REGULARES | CINE-TEATRO AN-TÓNIO PINHEIRO | 21.30 HORAS

19 NOV | SAN ZIMEI - THREE SISTERS (TRÊS IRMÃS), Bing Wang – França/Hong Kong 2012 (153’) M/1226 NOV | LOIN DES HOMMES (LONGE DOS HOMENS), David Oelhoffen – França 2014 (101’) M/12

28 NOV | SÅ MEGET GODT I VENTE - GOOD THINGS AWAIT (COISAS BOAS NOS ESPERAM) Phie Ambo – Dinamarca/Islândia 2014 (96’) M/12

‘Três Irmãs’ de Bing Wang a não perder em Tavira

Neste penúltimo mês de 2015 propomos mais um pro-grama de grande interesse. Co-meçámos com a primeira par-te da trilogia de Miguel Gomes (Tabu e O Meu Querido Mês de Agosto).

Na semana a seguir exibi-mos um filme relativamente desconhecido mas de grande interesse: Masaan, a primeira longa metragem de Neeraj Ghaywan.

Não percam um dos docu-mentários que mais me mar-caram nos últimos anos: Três Irmãs, do realizador chinês Bing Wang. Junto aos meus colegas no júri da Federação Internacional de Cineclubes elegemos este filme como o melhor no Festival de Fri-bourg (Suíça) em 2013. Com Viggo Mortensen e Ángela Molina, Longe dos Homens é baseado numa história de Al-bert Camus, e em colaboração

com Apordoc, no sábado, dia 28, iremos exibir um docu-mentário ecológico: Coisas

Boas nos Esperam. Belos filmes, a não perder no grande ecrã!

Cineclube de Tavira

Cena do documentário ‘Três irmãs’

fotos: d.r.

Cineclube de Faro Programação: cineclubefaro.blogspot.pt

CICLO PARALELOSAUDITÓRIO DA ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE | 21H3017 NOV | TAL PAI, TAL FILHO, Hirokazu Koreeda, Japão, 2013 , 120’, M/12

24 NOV | CÃES ERRANTES, Tsai Ming--liang, França/Taipé, 2014, 138’, M/12

SESSÃO EXTRAMUSEU MUNICIPAL | 18 HORAS27 NOV | NATIONAL GALLERY, Frederick Wiseman, EUA/Fra, 2014, 180’, M/12 A TELA AOS SÓCIOS“EUROPA” - PEDRO MESQUITASEDE | 21.30 HORAS19 NOV | Benvindo Mister Marshall, Luis García Berlanga, Espanha, 1953, 78’

26 NOV | Underground – Era uma Vez um País, Emir Kusturica, França/Jugoslá-via, 1995, 170’

SEMANA CULTURA CIENTÍFICA CCMARANFITEATRO VERDE - UALG GAMBELAS 18.30 HORAS18 NOV | O PESADELO DE DARWIN, Hu-bert Sauper, Áus/Bél/Fran/Ale, 2004, 107’

Redescobrir a Sé, miradouro privilegiadofotos: ricardo claro

Ricardo ClaroJornalista / [email protected]

Page 16: POSTAL 1152 - 13 NOV 2015

13.11.2015 4 Cultura.Sul

Letras e Leituras

Crónicas do além: Lugar caído no Crepúsculo

João de Melo, autor aço-riano, regressou ao romance cerca de oito anos depois de O Mar de Madrid (2006). No entretanto o autor não esteve parado, publicou um peque-no livro ilustrado por Paula Rego, intitulado O Vinho, cujo conto figurava na co-lectânea de contos As Coisas da Alma (2003) e uma nove-la, A Divina Miséria (2009), que configurava um retorno ao realismo mágico ou, como o autor prefere designar, et-no-fantástico da sua obra O meu mundo não é deste rei-no e fechava de certa forma esse ciclo. O meu mundo não é deste reino (originalmente publicado em 1983), con-siderado por muitos a sua obra-prima, foi relançado pela Dom Quixote.

A 8ª. edição deste romance

foi publicada em Junho des-te ano, com a particularidade de ter sido também revista e reescrita pelo autor, nome-adamente no que concerne ao despojamento de certos regionalismos que podiam complicar a leitura de um romance que se quer fluído e universal.

João de Melo trabalhou ainda durante cerca de uma década como conselheiro cultural na embaixada de Portugal em Madrid. Refor-mado do ensino, o regresso a Portugal significou um re-gresso e uma dedicação ex-clusiva à escrita, que antes apenas se fazia de modo sa-zonal, aos domingos, dada a intensidade da sua activida-de profissional, e uma acu-tilante percepção crítica do estado da nação.

Lugar caído no Crepúsculo foi publicado em Outubro de 2014 e à semelhança de O meu mundo não é deste reino o título parte de uma intertextualidade, desta vez não com o texto bíblico mas com uma citação que serve de incipit ao roman-ce de Juan Rulfo: «Um lugar caído no crepúsculo, que é como quem diz, ali onde se

nos acaba a jornada.». Estas são aliás duas constantes da obra do autor, cujo imaginá-rio bebe da mitologia cristã (o autor estudou num semi-nário, à semelhança do pro-tagonista de Gente Feliz com

Lágrimas) bem como da literatura sul-americana.

O livro é dedicado à mãe («À memória viva da minha Mãe. Na sua morte.») que, conforme expresso em entrevista ao Jornal de Letras, terá interrogado o autor a propósito do que a es-peraria depois da morte.

A obra divide-se em seis cadernos, onde se nota também a inter-textualidade que se es-tabelece com A Divina Comédia de Dante. Os dois primeiros cader-nos, «Assim na Terra como no Céu» e «O Peso da Alma», pre-param o leitor para a viagem que se vai encetar, onde temos um protagonista, um ator famoso de nome Tomás Mascarenhas que nos narra as suas aventuras na primei-ra pessoa. O início da

narrativa inicia assim de forma normal, com uma aturada descrição da cida-de de Lisboa: «Encostando o ombro a uma esquina do velho Teatro Nacional, onde

tantas vezes fora aplaudido e ovacionado, pôs-se a ouvir o movimento surdo e enrolado da cidade. Viu as pessoas de sempre à conversa nos portais de acesso aos pátios e às lojas; outras a andar lado a lado nos passeios, com alguns pares de mãos dadas ou abraçados, fe-lizes, a deslizarem por entre uma gente triste e calada que caminhava de olhos no chão; e outras sentadas nos cafés, saudando-se, despedindo-se, sorrindo ou não a quem passa-va; e ainda outras que entre si lamentavam o estado do negó-cio, de pé à entrada dos peque-nos comércios (...).» (pág. 13).

É apenas no segundo capí-tulo que se adensa uma certa confusão quando um mago-te de gente começa a querer cercar o ator, ao descer a Rua Augusta, e subitamente o im-possível acontece: «Ao vê-la desprender-se do corpo e da bem-amada terra da sua ci-dade natal, e começar a subir aos céus, compreendeu que a alma se libertara de dentro de si e voava sozinha no ar, sob o firmamento de Lisboa.» (pág. 21). Neste primeiro caderno, constituído por apenas dois breves capítulos, a persona-gem parece incerta da sua condição, pois só nesta passa-gem nos apercebemos de que o que antes foi descrito como banal e quotidiano ganha lai-vos de fantástico em que pro-vavelmente a sua descrição de

Lisboa era já feita a partir de um outro plano.

Ainda a propósito do rea-lismo mágico, a própria obra procura deixar bem claro ao leitor como categorizar esta narrativa ou os eventos que nela se narram quando a personagem se interroga: «"Isto só podem ser coisas da literatura", pensou então. "Outra vez o realismo mági-co ou fantástico a apartar-me da minha própria pessoa (...). E como posso eu estar aqui a pensar, a dizer tudo isto, se afinal a minha alma se foi embora de mim e eu continuo vivo e de pé em terra, com a boca aberta, cheia de espan-tos, a assistir a semelhante desvario?"» (pág. 22).

Nos cadernos que se se-guem e que de certa forma re-definem o Além entre Limbo, Purgatório, Paraíso e Inferno, haverá outras personagens a narrar cada um desses espa-ços a partir da sua própria perspectiva.

Curiosamente, um desses espaços acabará por ver anu-lada a sua existência no de-curso do romance, num dos momentos-chave da narrati-va, em que a figura de Deus parece irromper até que se percebe que é afinal o Sumo Pontífice (Deus permanece-rá oculto nos seus recantos divinos) que vem decretar a extinção do Limbo – à seme-lhança do que aconteceu efec-

tivamente com o Papa Bento XVI em 2007. É deliciosa essa passagem: «De repente, foi um fragor no céu a abrir-se, a rasgar-se como um imen-so manto de seda estendido por cima das nossas cabeças. Despertou-nos da indiferença e do abatimento em que nos encontrávamos. Qual relâm-pago feroz, ou bicha faiscada de luz a descoser o firmamen-to, uma fenda de claridade encheu-nos de tal modo o olhar, que quase nos cegou a brancura da sua intensida-de. Caímos dos nossos nichos baixo. Tombámos como pesos mortos, uns por cima dos ou-tros. (...) Parecia uma ressur-reição.» (pág. 71).

Apesar do humor e da iro-nia a que nos habituara já noutros romances, o autor mantém um tom sério no re-trato que procura fazer tanto da realidade do país como desses vários planos sobrena-turais da existência. Basean-do-se na tradição e na imago-logia cristã, mas nem sempre os respeitando (como quando descreve o Inferno como uma superfície desolada toda co-berta de neve, situada na outra margem de Lisboa), o autor parte ainda de outras referências da tradição po-pular e da própria literatura portuguesa que, noutras épo-cas, contribuiu também para imaginar como seria a vida depois da morte. Outro dos momentos altos dá-se quando percebemos que quem tenta colocar ordem na confusão que reina na barca que zar-pa do Cais das Colunas, pelo Tejo acima, é o Mestre Vicen-te – o clássico autor da trilo-gia das barcas.

Apesar de este livro poder ter na sua génese o faleci-mento da mãe, o autor não se limita a interrogar aspec-tos metafísicos da existência humana pois as questões que se levantam estão so-bretudo ligadas à condição de se estar vivo e por que valores se deve conduzir a nossa existência. Desta for-ma o autor disserta sobre várias profissões, como cor-ruptos corretores da Bolsa, coloca os artistas no Paraíso, os ditadores no Inferno, bem como os assassinos, os bur-lões, e toda a «grossa ladroa-gem dos dinheiros públicos» (pág. 224).

Uma fabulosa efabulação da vida que nos espera para além da vida...

Paulo SerraInvestigador da UAlgassociado ao CLEPUL

fotos: d.r.

João de Melo dedica a obra 'Lugar caído no Crepúsculo' à sua mãe

Page 17: POSTAL 1152 - 13 NOV 2015

13.11.2015  5Cultura.Sul

Espaço AGECAL

O culto dos mortos: o 'pão por Deus' e outras tradições de 1 e 2 de Novembro

Existem dois grandes períodos festivos anuais: o ciclo da Primave-ra/Verão, marcado pela abundân-cia alimentar, decorações florais evocando a renovação da natureza, com a presença de crianças e jo-vens; e o ciclo de Outono/Inverno, caracterizado pela intensificação da relação entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, manjares ce-rimoniais e culto dos antepassados. (Clara Saraiva em Festas e Tradições Portuguesas, 2002)

O Dia de Todos os Santos e o dos Fiéis Defuntos ou dos Finados (1 e 2 de Novembro), que o povo sem-pre unificou, inauguram o Ciclo do Inverno, dedicado à celebração dos antepassados. Ainda hoje se fazem romagens aos cemitérios, limpam--se as campas, colocam-se flores e acendem-se lamparinas. “No dia dos finados à noite fazem-se grandes fo-gueiras nas praças, nas encruzilhadas das ruas. As mulheres velam aí e re-zam pelas almas”. Escrevia no início do séc. XX J. Leite Vasconcelos. Era costume nalgumas zonas do país acenderem-se fogueiras em honra dos mortos, comerem-se castanhas e beber-se vinho à roda do fogo.

O magusto com castanhas é uma das práticas alimentares que carac-teriza este período que vai até ao São Martinho (11 de Novembro). Os

magustos de 1 e 2 de Novembro são mais frequentes no Norte do país, rareiam no Alentejo e Algarve, mas aparecem na zona serrana de Mon-chique, onde além da castanha se comia também a batata-doce e se bebia aguardente de medronho. Noutras regiões subsistia o hábito de à meia-noite de 1 para 2 de No-vembro se pôr castanhas na mesa para os entes falecidos comerem durante a noite.

Enquanto a Páscoa e o Natal são épocas de ofertas, os “Santos”, bem como as Janeiras ou os Reis, são períodos de peditórios. As crian-ças iam de porta em porta pedir o “pão por Deus”. Acredita-se que por cada bolo oferecido se libertava uma alma do seu penar. Recebiam

no saco, nozes, castanhas, romãs, figos secos.

Registava Veiga de Oliveira em 1984: “No Algarve (…) cozem-se para o dia pequenas broas especiais, de fari-nha milha, que se comem e constituem o principal donativo tradicional que se faz às crianças que andam a pedir”. Em Odeceixe as crianças, ricas e po-bres, correm as casas, cantando às portas em melopeia:

B’linh’, b’linh’,P’r alma d’ sê d’funtinh’!Broa, broa.P’r alma da sua c’roa! E as pessoas dão-lhes as broas, e

também castanhas, com que elas fa-zem magustos nos campos.

Na Mexilhoeira Grande, as crian-ças andam pelas portas, desde o dia 1 até ao dia 12, mais ou me-nos, pedindo:

Bolinho, bolinho,Pela alma do defuntinho.E recebem, por exemplo, amên-

doas, castanhas, figos, pão (se são pobres), broas, etc. Registava J. Leite Vasconcelos na sua Etnografia Por-tuguesa, vol. VIII no início do séc. XX.

Em Santa Catarina da Fonte do Bispo o “bolo dos Santos” era ofere-cido pelos padrinhos aos afilhados.

Mas qual o significado destes rituais?

Segundo E. Veiga de Oliveira em

Festividades Cíclicas em Portugal, a crença na sobrevivência da alma, no seu retorno periódico à terra e sua intervenção nos acontecimentos humanos encontra-se em todos os povos e em todas as épocas. Nestes

dias, acredita-se que as almas vêm à terra visitar os lugares que habita-ram em vida, por isso se fazem bo-los destinados às almas, peditórios, mesas postas para os defuntos e ofe-rendas alimentares a par de luminá-rias sobre as campas. As crianças que andam de porta em porta pedindo pão por Deus parecem representar as almas dos mortos que erram pelo mundo e por isso dar-lhes pão equi-vale a dá-lo às almas. Também os magustos que se fazem nesses dias constituem reminiscências de sacri-fícios ou cerimónias fúnebres ritu-ais que tinham lugar no dia consa-grado aos mortos e que envolviam ofertas alimentares às almas dos mortos familiares.

A crença que os mortos têm influ-

ência no mundo dos vivos constitui um dos principais fundamentos de todas as crenças religiosas, sublinha o historiador José Mattoso em “Pressu-postos mentais do culto dos mortos” (1997). Alguns rituais destinam-se a intervir positivamente no processo de passagem da vida para a morte. A celebração do dia dos finados, entre outros costumes (oferendas, orna-mentação do túmulo, preces pelas almas, os banquetes em memória dos defuntos), procura garantir um destino mais feliz e tranquilo para o morto, ou, sendo os mortos conside-rados protectores dos vivos, garantir a sua benevolência para os vivos e o caminho da salvação para aqueles que os lembram e veneram.

A progressiva implantação do “Halloween” ou Dia das Bruxas em Portugal, uma tradição anglo--saxónica, constitui, como alerta a Direcção Geral do Património Cul-tural, uma ameaça à continuidade do “Pão por Deus” e das restantes práticas e crenças que marcam es-tes primeiros dias de Novembro. O carácter manifestamente comer-cial do “Halloween” artificializa e descontextualiza manifestações comunitárias antigas, eliminando expressões orais e conotações re-ligiosas e simbólicas presentes na tradição do “Pão por Deus”, que remetem para a ancestral relação do homem com a morte e com os seus antepassados.

Não terão neste período festivo, escolas, autarquias, museus e ou-tras entidades de natureza edu-cativa e científica, a obrigação de prioritariamente conhecer, estu-dar, preservar e promover o nosso património imaterial e a identidade cultural do País?

Catarina OliveiraArqueólogaSócia da AGECAL

O tratamento e manutenção das campas nos cemitérios é uma tradição no país

fotos: d.r.

Bolinhos característicos do 'Pão por Deus'Sacolas ainda hoje utilizadas em algumas zonas

pelas crianças para pedirem o 'Pão por Deus' porta-a-porta

Page 18: POSTAL 1152 - 13 NOV 2015

13.11.2015 6 Cultura.Sul

Artes visuais

Saul Neves de JesusProfessor catedrático da UAlg;Pós-doutorado em Artes Visuais pela Universidade de Évora

AGENDAR

“VIII FESTIVAL DE ÓRGÃO”14 NOV | 21.30 | Igreja da Sé em FaroO organista Marco Brescia é frequentemente convi-dado a actuar em prestigiados festivais e ciclos inter-nacionais de concerto na Europa e América

“DIVERSIDADE DE OLHARES”Até 12 DEZ | Galeria de Arte da Praçado Mar - QuarteiraO Círculo de Animação Cultural de Alhos Vedros traz a Quarteira uma embaixada de artistas que apresentam os seus trabalhos dentro da pintura, desenho e fotografia

Qual a importância da cor nas artes visuais? (do século XX à atualidade)

Obra “Nu azul IV”, de Henry Matisse (1952)

fotos: d.r.

No último número analisá-mos alguns dos principais con-tributos ocorridos até ao século XX para compreender a impor-tância da cor em artes visuais. Neste número vamos analisar al-guns dos principais contributos ocorridos desde então.

Conforme refere Guinle, “não se trata da cor das coisas, mas das coisas que surgem da cor” (2010). Por exemplo, em Matisse não é um corpo que é azul, mas um azul que se mostra como fi-gura. Quando “desenhou” com a tesoura o seu “Nú Azul IV” (1952) não coloriu um contorno, não ha-vendo linhas a delimitar o seu tra-balho. As colagens de papel azul formaram um todo, insinuando uma figura, sendo a forma ganha através da cor do papel colado que se destaca do fundo branco.

Uma vez que não se trata de uma propriedade do objeto, mas sim de um elemento perceptivo, a cor é um fenómeno subjetivo e individual, pois um mesmo comprimento de onda pode ser percebido diferentemente por di-ferentes pessoas. Nesse sentido, a Psicologia tem também estudado a cor, não só em termos da per-cepção, mas também em termos de representação ou significado da cor. Embora dependa de fato-res culturais, em geral o vermelho está associado à emoção, o ama-relo à concentração e disciplina, o verde à esperança, o azul à se-renidade, o branco à pureza e o preto ao luto.

Sobre o efeito psicológico das cores, foi na Alemanha, país de Goethe, que foi realizada aquela que é considerada uma das prin-cipais investigações neste âmbito.

Trata-se do trabalho “A Psicologia das Cores. Como atuam as cores sobre os sentimentos e a razão”, da autoria de Eva Heller (2007). Nesta investigação, em que par-ticiparam 2.000 alemães, procu-rou-se conhecer as impressões e sentimentos associados a cada cor. Este estudo revelou que o azul é a cor mais apreciada, sen-do considerada a cor da simpatia, da harmonia e da fidelidade. O vermelho seria a cor das paixões, do amor ao ódio. O verde repre-senta a fertilidade e a esperança. O amarelo parece ser a cor mais contraditória, podendo significar otimismo, mas também ciúme. Também ambíguo se revela o rosa, pois pode significar doce e delicado, mas também escanda-loso e ridículo. O preto também se revela uma cor paradoxal pois, embora esteja associado à violên-cia e à morte, é a cor preferida dos jovens e também está associada ao poder. Por seu turno, o branco seria a cor da inocência e pureza, o laranja está associado a diversão e o violeta está associado ao femi-nismo e ao movimento gay, mas também pode significar magia. O

dourado significa luxo, felicidade e dinheiro, enquanto o prateado está associado à velocidade e tam-bém ao dinheiro. Por seu turno, o cinzento está associado ao tédio e a ser antiquado. Por último, o castanho, embora seja a cor me-nos apreciada, está associado com algo acolhedor.

Recentemente têm sido tam-bém realizadas investigações no âmbito das neurociências que revelam a importância da cor no reconhecimento de objetos (Bramão, Faisca, Petersson & Reis, 2010; Bramão, Inácio, Fais-ca, Reis, & Petersson, 2010). Além disso, verifica-se que os objetos coloridos, quando comparados com objetos a preto e branco, ativam uma maior extensão de redes cerebrais relacionadas com a ativação visual-semântica (Bramão, Faisca, Forkstam, Reis, & Petersson, 2010). Uma outra descoberta interessante ocorri-da no âmbito das neurociências diz respeito ao facto da amígda-la, considerada a área emocional do cérebro, responder mais for-temente a imagens desfocadas do que focadas (Vuilleumier,

Armony, Driver & Dolan, 2003). No entanto, as investigações em neurociências ainda não se centraram sobre aspetos especi-ficamente ligados ao reconheci-mento e valorização de obras de arte, podendo ser um domínio de investigação a ser desenvol-vido no futuro.

A cor continua a ter uma importância fundamental nas artes visuais. Por exemplo, em termos de química da cor, des-taca-se o trabalho do artista Yves Klein, pois em 1960 regis-tou a composição química do IKB (“International Klein Blue”) no Instituto Nacional de Proprie-dade Industrial, com o número 63471. A partir daí, a quase to-talidade dos trabalhos de Klein utilizaram essa cor, na pintura, na escultura e nos seus “pincéis vivos”, passando esta cor a ser o aspeto central dos seus trabalhos artísticos. Numa das performan-ces que produziu (“Antropome-trias da Época Azul”), na Galeria Internacional de Arte Contem-poranea de Paris, Klein, vestido de smoking, durante 40 minu-

tos aplicou tinta azul sobre três mulheres nuas, para de seguida se encostarem, como “pincéis vivos”, às telas penduradas, en-quanto a orquestra tocava a “Sin-fonia Monotónica” de Klein (20 minutos de som contínuo inin-terrupto, seguido de silêncio de igual duração).

A cor assumiu uma enorme importância no trabalho de muitos outros artistas, quer do designado movimento mini-malista, quer do expressionis-mo abstrato. No âmbito deste último movimento, destacamos o trabalho de Barnett Newman que chega mesmo a “provocar” o observador para a sua relação com as cores, na série de traba-lhos que intitulou “Quem tem medo de vermelho, do amarelo e do azul?” (1966-67), usando grandes áreas de cores satura-das interrompidas por estreitas faixas verticais de outras cores, a que ele chamou “zips”.

Na atualidade, um dos artistas que estuda o fenómeno da cor, associado a outros conhecimen-tos da ciência e da tecnologia, é

Olafur Eliasson. Tem um “labo-ratório de investigação espacial” em que trabalham vários cientis-tas, engenheiros e artistas para conceptualizarem, testarem e construírem esculturas e insta-lações de larga escala, com um aproveitamento das potencia-lidades da luz, da água ou da temperatura para aumentar a experiência sensorial do público. Eliasson tem vindo a desenvolver diversos projetos com densidade atmosférica em espaços de ex-posição. No trabalho intitulado “Sala para uma cor” (1998), criou um corredor iluminado por tu-bos amarelos, fazendo com que os participantes se encontrem numa sala cheia de luz que afe-ta a percepção de todas as outras cores. Por seu turno, na instala-ção “Sala de 360º para todas as cores” (2002), é apresentada uma escultura de luz intensa que leva os participantes a perderem a sensação de espaço e perspeti-va. O seu projeto mais conhecido foi realizado em 2003, pois insta-lou “O projeto do tempo na pa-rede da turbina” na Tate Modern, em Londres, tendo usado humi-dificadores para criar uma né-voa no ar em que circulava uma mistura de açucar e água, bem como um disco semi-circular com centenas de lâmpadas de luz monocromática que irradia uma luz amarela, para além de ter coberto o teto do salão com um espelho no qual os visitantes podiam ver-se como pequenas sombras negras envoltos por uma luz laranja. Mais recente-mente, em 2010, criou a instala-ção “O teu passageiro cego”, em que, num túnel de 90 metros de comprimento, o visitante é cerca-do por uma densa neblina, com visibilidade apenas a 1,5 metros, tendo que usar outros sentidos além da visão, para se orienta-rem no espaço à sua volta.

Estas últimas instalações reve-lam que a arte faz cada vez mais apelo a outros sentidos, que não apenas a visão, fazendo com que a importância da cor seja por vezes diluída por outros aspetos presentes nas obras realizadas.

Obra “ATN 13”, de Yves Klein (1960)

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13.11.2015  7Cultura.Sul

Momento

Encantador de gaivotas

Foto de Ana Omelete

Espaço ALFA

Fototurismo Lisboa

Foto de Vera Silvestre

A qual dos dois grupos pertence? Ao das pessoas que viajam e perpe-tuam memórias com uma fotogra-fia? Ou ao grupo que viaja com o intuito de fotografar? Muitos de nós aliam os dois prazeres.

O turismo e a fotografia são atividades acessíveis. As frontei-ras têm-se diluído e os preços das viagens baixado. O equipamento fotográfico e as tecnologias evolu-ído. Já se faz arte fotográfica com um telemóvel.

A fotografia transmite um mun-do visível e sentimental, de sensa-ções, de vivências e de riqueza de um olhar. Fotografia de viagem ou de um passeio regista um momento que queremos preservar. Quem não parou já diante de uma fotografia porque lhe desperta o interesse? É porque ela lhe despertou um sen-timento.

Muitos fotógrafos têm imagens de África e da Índia. Normalmente são imagens onde o olhar se perde e fica. As paisagens fazem-nos via-jar. Uma cidade pode ter o mesmo efeito, pode prender-nos e fazer-nos sonhar.

O Algarve é rico em temas para fotografar. O litoral tem as praias e o interior tem o rural para desco-brirmos as histórias vividas. Registe os momentos com um clic. Aborre-ce-lhe ir sozinho? Há associações que fazem passeios para partilhar conhecimentos, tais como a ALFA - Associação Livre Fotógrafos do Algarve, a A-NAFA - Associação e Núcleo de Amigos Fotógrafos do Algarve e o Racal Clube de Silves.

Há empresas que organizam via-gens para fotografar, como a Foto-adrenalina, a Papa-Léguas e a Flan-dria. São viagens acompanhadas por um fotógrafo profissional.

Quer inspirar-se? Pode ler rela-tos de viagens de Gonçalo Cadilhe, Nuno Lobito e até de Miguel Sousa Tavares e ver fotografias de Joel San-tos. Planeie onde quer ir com tempo para criar intimidade com a foto-grafia. Traduza essas sensações em imagens. As fotografias têm o poder de ser sentidas e fazerem sentir.

Viajar para fotografar ou fotografar em viagem?

Vera Silvestre Membro da ALFA

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13.11.2015 8 Cultura.Sul

Um punch poético, por Paulo José Miranda

d.r

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Duro, reflexivo e (des)apai-xonado. Assim se revela este punch em forma de livro de Paulo José Miranda [PJM] pu-blicado pela abysmo e vence-dor, em 2015, do Prémio Auto-res para Melhor Livro de Poesia, da Sociedade Portuguesa de Autores.

Para exercício inicial o po-eta escolheu uma metáfora do (derradeiro) fim: o penalti, bem marcado, em que a vida vai para um lado e o humano para o outro. E logo aí como que o mote desta obra: um inexorável “abysmo” entre esse humano e a vida, uma rima que se afigura impossí-vel. A existência humana surge prefixada por essa contrarie-dade inevitável, por esse “des-” dissonante e anulador que emerge como denominador comum (que não descola da palavra primitiva): desampa-ro, desencanto, desencontro, descrença, desilusão, desconhe-cimento… Existe uma espécie de beco sem saída, pois “o de-sânimo aumenta apenas por duas razões / ou porque nada muda / ou porque tudo muda” (itálico nosso).

PJM apresenta-nos o hu-mano como aquele que atin-giu finalmente o estatuto de “ninguém” ou, se se quiser, de “alguém” a caminho das coi-sas, que está sempre aquém de. Não chega/chegou a ser, e essa incompletude “será para sempre // uma maldita praga ancestral”. Ele está condenado a viver nesse limbo, nesse im-passe, nesse vazio paralisante e indefinido: de um lado “a resistência da matéria”, do ou-tro “a acção do espírito”, “en-curralado entre sonhos e um cobertor”. A esperança é uma miragem e, que nem “ponte de carne esticada entre dois pro-montórios” (“Exercício 59”), só parece restar ao humano “o precipício em baixo e o nada em cima”. A metáfora do “rio poluído” é bem ilustrativa des-ta mundividência, como se lê no “Exercício 34”. A vida sur-

ge como sinónimo de fome e é esta a sentença eterna dos dias. Estamos sempre deficitários e diminuídos, e só a morte, esse “pó imprestável”, se afigura como horizonte visível (e pos-sível) – mesmo aquelas mortes que nos dão nesta vida e que o humano devia aceitar, como ironicamente aconselha PJM.

PJM insiste muito na ideia de um humano que sai do útero maternal (nascimento) e, abandonado (é esse o limite imposto), se precipita no abis-mo que desemboca na terra--mãe (morte). Há uma mãe de onde caímos abaixo, pois “a expulsão de nós mesmos / já era desde sempre um acon-tecimento inevitável”, e outra que nos espera, pois “o futuro é um apêndice de nós / e como um cordão umbilical será cor-tado”. A “lâmina afiada” que conferiu identidade e liber-dade ao humano é a mesma que, paradoxalmente, o aca-ba lançando nos estômagos dos “monstros” que, ao longo da vida, lhe tolhem o fôlego, a essência, o ser.

O saldo existencial é nega-tivo, nivelado por baixo, defi-nido por defeito ou exclusão: “somos somente o bem que fica / de todo o mal que nos quiseram” (“Exercício 79”), e, mais uma vez, a visão não re-siste à crítica implícita de um certo modo perigosamen-te conformado e pessimista de contabilizar o mundo e o humano, isto é, focarmo-nos mais nas coisas que deixá-mos de fazer do que nas que efectivamente fizemos. E PJM relembra-nos que o que dói mais ao humano não é tanto a perda de algo que parece ter “morrido na praia”, mas sim a consciência infinita disso, “a fragância de uma flor que nunca morre”.

Escreve-se assim a “impos-sibilidade / de a vida ser de outro modo”, feita – “com a lâmina do relógio” – de explo-ração e usurpação do huma-no e do seu passado, presen-te e futuro. O antes é um bem subtraído pelo tempo (que “nos faz escravos” a “contar as coisas que se deixou de fazer”) e pela noite, e agora “tudo cabe num pequeno vaso”: “um sentimento bom por outrem”, “as forças que há vinte anos ainda atraves-savam o rio” ou “uma carícia [que já] não aumenta o cau-dal das águas”. O passado é

o tempo da “alegria fininha / que permitia aos humanos passarem em todos os luga-res / até nos mais apertados que alguém possa imaginar”, é o lugar majestoso do (dual) “inexistente e omnipresente deus”. O humano assemelha--se muito mais a esse ontem, do que ao agora ou ao ama-nhã – ou àquela areia que nos fugiu entre os dedos. E “até o vento lá fora / que quando es-cutamos sempre já passou / sabe muito bem disso”.

Pelo meio reina a estupi-dez, que é definida nestes termos: “uma raça um povo um planeta que só pensa numa fracção de segundo / aquela em que se vem ou em que mija em cima de outro”. Aliás, o tema da alienação é recorrente nesta obra, não insistisse PJM tanto na visão do mundo actual como jogo simultâneo de prazer e indi-ferença, como confessou mes-mo numa entrevista reww-

cente. Essa silhueta dos dias convoca-nos, na poesia do primeiro vencedor do Prémio Literário José Saramago (1999), para as questões do lugar da humanidade e da violência (no sentido de um desprezo pela vida humana) na socie-dade contemporânea, dado o confessado fascínio de PJM pela observação do humano, que, nas suas palavras, “faz história deixando sempre um rastro de violência”.

Ao abordar a questão da alienação do/no humano o escritor nascido na aldeia de Paio Pires (Seixal) não des-carta, como é notório, a iro-nia como ácido retórico da sua escrita, como ao aludir aos que morrem pelo menos uma vez na vida, aos que não querem enfrentar a realidade de frente, aos que preferem não pensar em nada, aos que decidem simplesmente deitar a vida fora porque “é domin-go é verão é de novo”; ou aos

que se refugiam ilusória e super-ficialmente na ideia de “matar o tempo / ó lá lá / com uma canção doce e a palavra amor”. Por outro lado, certos ver-sos fazem entre-ver uma espécie de paliativo, ou melhor, um me-canismo de pro-tecção face a essa perversa tendên-cia dominante, de modo a salva-guardar a indivi-dualidade e inte-gridade humanas: “precisamos de es-quecer / esquecer humanos que nos es quecem” (neste sentido: olvidar, tanger, secar). É a apologia de uma certa “amnésia” voluntária para lidar com os já referidos mons-tros, com as ervas daninhas do dia, com a pequena e escura satisfação do dia, parafra-seando o poeta. Deve, contudo, exceptuar-se des-

se apagão o ins-tante iniciático/nascimento, para

que a consciência da queda se não perca: “a primeira noi-te do mundo” (“Exercício 93”), em que o “não se saber nada e um choro profundo” foram o augúrio de um destino que, metaforicamente, se poderia traduzir numa vela que per-deu a chama.

E a poesia do humano? Entre os “escombros do homem”, a escrita poética (que, para PJM, é – ao contrário do que se po-deria pensar – o que é e não o que poderia ser, ao invés da vida) emerge como salvação--revolução, como força que oxigena esse “tempo de nada e de ninguém” e que resiste à resignação, ao imobilismo, à decadência. A palavra assume assim uma função criadora, epifânica, primitiva, iniciáti-ca, como origem e sentido de todas as coisas, e o seu des-tinatário, o leitor, ainda que “habitando uma inexistente paz”, surge como uma espécie de herói bafejado pela sorte de

encontrar esse oásis que pare-ce ter resistido à destruição geral.

Esse verbo é, também por isso, para o humano uma espé-cie de inquietante consciência sobrevivente do sentido e des-tino de si mesmo e do mundo, a qual seria porventura mais fácil “ignorar esplendorosa-mente / e correr e saltar / ou apenas não acreditar sequer numa única palavra que [se] leu”. Mas o que resta ao huma-no é somente essa derradeira palavra que intenta iluminar o indecifrável e captar aquele fio invisível que une as coisas, arranhando “de algum modo o que não se consegue saber”. Porque o poema – que para PJM “é a necessidade de ser-mos / nos olhos de outro” – revela(-se) pela interrogação que instaura e pela aproxi-mação que intenta, e não pela afirmação e iluminação de algo. Por isso, PJM avisa-nos para não esperarmos da poesia “um verde pasto de respostas / mas um pântano do que se não sabe”. Pois é o mistério, a ocultação, que dá corpo aos dias “como uma infinita voz” a que o humano não acede.

No remate da obra PJM recorda-nos a evidência mais escamoteada: “somos ilhas uns dos outros”, pois, no fundo, não nos conhece-mos nem a nós próprios nem ao(s) outro(s), vivendo numa familiar estranheza, numa hipócrita proximidade, num entendimento aparente (o desencontro e o desligamen-to mais uma vez). O humano (sobre)vive sem memória do passado, sem consciência do hoje/aqui/agora e sem expec-tativa face ao que está por vir, numa amálgama indife-renciada e difusa de “nadas” onde experimenta a solidão porventura mais dolorosa: no meio da multidão. PJM atira--nos com uma poesia sem grandes ilusões ou promes-sas de felicidade: nós nasce-mos, vivemos e morremos sozinhos. Resta ao humano a “consolação” de captar a lou-cura do outro (mas não o senti-do deste), numa fronteira frá-gil e ténue, “por centímetros”, entre as duas dimensões; e na certeza de que, segundo o po-eta, há três máximas que sem-pre farão rir o universo: “tem-po é dinheiro”, “deus existe” e “a matemática descreve o mistério”.

Um abysmo de “nadas”Sala de leitura

Paulo PiresProgramador culturalno Município de Louléhttp://escrytos.blogspot.pt

como se morrer não fosse suficienteainda temos de viver

Paulo José Miranda, in Exercícios de Humano

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13.11.2015  9Cultura.Sul

O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N

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“NA PONTA DA LÍNGUA”21 NOV | 21.30 | TEMPO – Teatro Municipalde Portimão O humorista Salvador Martinha regressa com tudo sabido e de resposta sempre pronta, usando a sua linguagem muito própria que já originou expressões como ‘pussy’ ou ‘raton’

“MÚSICA FRANCESA”14 NOV | 21.30 | Centro Cultural de LagosO maestro titular da Orquestra Clássica do Sul, Rui Pinheiro, irá conduzir um concerto que integra suites e sinfonias de três grandes compositores franceses: Rameau, Chabrier e Gounod

Novembro

Pedro [email protected]

Nestas tardes

Nestas tardes acabando tão cedo nos dias de fecharem a luz às horas da estação, resta-nos a consolação das manhãs abrindo cedo a cla-ridade útil de nos fazermos ao caminho deste tempo apoucado em si. E embora os carros de castanhas assadas já estacionem por aí nas ruas das cidades, esperamos sempre que o S. Mar-tinho nos traga por uns dias - os seus dias de verão, para já outono dentro nos despedirmos dos dias quentes.

António Aleixo

No mês da morte do poeta, chega à vida por-tuguesa uma ténue renovação de esperança para os idosos e os reformados.

Forçam-me mesmo velhote,de vez em quando a beijara mão que brande o chicoteque tanto me faz penar.

E agora é o acaso quem me guia.Sem esperança, sem um fim, sem uma fé,Sou tudo: mas não sou o que seriaSe o mundo fosse bom — como não é!

Fandango

Ajuda os meus passos (walkman) a 37º N e toca nos meus ouvidos (headphones) o tema «Algarve» uma das faixas do álbum Fandango, nome que também designa o projecto, explo-ratório - como já nos habituaram – os músicos Gabriel Gomes e Luís Varatojo.

Palavra IbéricaO evento «Palavra Ibérica» regressa e decorre

em Punta Umbria, Andaluzia, a 13 e 14 de No-vembro. Conta com a participação de autores do Algarve, como Fernando Pessanha, Fernando Esteves Pinto, Vítor Gil Cardeira, Pedro Jubilot, Rute Castro e Paulo Moreira, que apresentarão os seus mais recentes livros.

O céu não existe

O vento puxa as nuvens que à sua passagem choverão, ou não, sobre as horas que estão in-dicadas no relógio biológico de cada ser. Ao mesmo tempo mas em lugares e percepções diferentes para cada observador de céu.

P - Mas como pode o céu ser ou estar azul, nublado, cinzento, escuro, estrelado…. se não há verbo ?

R - Porque não existe.

Benjamin Clementine

Pelas mãos ao piano, e de uma voz nascida em Londres de pais ganeses e revelada em Paris - Benjamin Clementine, o homem que já esteve só numa caixa de pedra e agora tem uma legião de fãs rendida ao seu talento, soltará as canções de «At Least For Now», recentemente nomeado na categoria álbum do ano dos Mercury Prize. Ainda bem que temos esta poesia e música para vivermos numa realidade parada, o sonho de que todos temos cada vez mais medo. No Teatro das Figuras em Faro, 28 de novembro.

Lua de Marfim

A editora sediada na Amadora deu à estam-pa no final de outubro três livros com autores que vivem no Algarve e que a partir daqui de-senvolvem a sua actividade, mostrando assim a sua atenção e interesse pela animada cena literária a sul. «Curt’Os Contos» de Paulo Mo-reira e de Gabriela Rocha Martins - «Artroses Nozes e Vozes (com)Sentidas». E ainda a anto-logia de contos ilustrados « 7 Contos Ilustr.s», com prefácio de Miguel Real, onde participam os autores António Manuel Venda, Fernando Esteves Pinto, Paulo Kellerman, Paulo Morei-ra, Vítor Gil Cardeira, Fernando Pessanha e Pe-dro Afonso. Nas ilustrações encontramos José Bivar, Paulo Serra, Gilda David, Inês Ramos, Reinaldo Barros, Sara Ceriz e Adão Contreiras.

As imagens que chocaram o país no passado dia 1, serviram (apenas?) para encher os no-ticiários de umas dezenas de horas e muito provavelmente serão esquecidas em breve, as-sim como é esquecido o respeito que se deve ter pela história e património natural. Cada vez é mais certo que o mundo - esta nossa terra - irá por água abaixo e não faltará assim tanto. Mas a maioríssima parte de nós - os pe-quenos poluidores, não tem capacidade para perceber como menorizar esse efeito melho-rando o mundo dos seus netos. Já os grandes poluidores, nem sequer pensam nos filhos, e se calhar teriam mais capacidade para tornar tudo menos propício ao fim…

fotos: d.r.

Ainda da natureza de Albufeira

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13.11.2015 10 Cultura.Sul

Grupo de Amigos de Museu de Portimão, uma estrutura cívica em crescimento!

No Sábado passado, vindo de um compromisso prévio, entro no Museu de Portimão, no seu espaço de restaurante onde a tertúlia já começara e vejo cerca de 50 pessoas, de to-das as idades, à volta de mesas num animado debate. Tratava--se da apresentação, em forma de tertúlia, de uma iniciativa que tomou forma recentemen-te aqui bem perto, na margem do Rio Arade, oposta ao Mu-seu: as conservas artesanais de peixe da “Saboreal”. Num museu que dedica à indústria conserveira um amplo espaço, tem todo o sentido a apresen-tação das formas actuais do empreendorismo neste cam-po, o provar dos produtos, bem como a conversa que se gera em torno das conservas. Ouvimos, a título de exemplo, que em Portugal são raras as conservas, sobretudo de peixe, em frasco de vidro. E que esta opção actual é um retorno ao início das conservas quando, em França, para alimentar as tropas de Napoleão, Nicolas Appert acondicionava as con-servas em vidro, de garrafas de champagne. Uma referência histórica apropriada ao local onde estávamos, acrescenta-va-se uma nota de cultura aos sabores que nos estavam a ser propostos.

Tratou-se de uma reunião inserida numa programação periódica onde o Grupo de Amigos do Museu de Portimão (GAMP), em conjunto com este Museu vem assegurando.

A constituição do GAMP começou em 2014 com uma reunião, a Assembleia Geral Constitutiva, onde um gru-po de cidadãos deliberou a constituição de uma associa-ção cívica de carácter cultural, sem fins lucrativos, com o ob-jectivo de valorizar, dinami-zar e promover o Museu de Portimão, nas suas valências e missão museológica. Asso-

ciação constituída nos termos dos seus estatutos, por tempo indeterminado. Tratou-se de uma iniciativa da sociedade ci-vil, de apoio aos seus Museus, a exemplo de outras Associações já existentes a nível nacional e internacional.

De facto, Grupos de Amigos de Museus são associações sem fins lucrativos, constituídos por pessoas individuais ou colectivas que desenvolvem iniciativas e actividades em prol do estudo, inventário, preservação e valorização dos bens imóveis e móveis geridos pelas entidades museológicas e patrimoniais, e das quais já existem com alguns bons exemplos no Algarve.

Do conjunto de linhas pro-gramáticas do GAMP verifica-mos que esta associação pro-põe em estreita colaboração com a direcção do Museu, quatro grandes objectivos:

1 - Na concretização e desen-volvimento das suas actividades;

2 - Fomentar o conhecimen-to público do Museu de Porti-mão, nas suas valências cultu-rais e científicas;

3 - Promover o enriqueci-mento do acervo do Museu de Portimão e o seu melhor apetrechamento em meios técnicos de trabalho, nomea-damente de bens museográ-fico, científicos, didácticos, arquivísticos, laboratoriais e bibliográficos, em parceria com o Município de Portimão e o Museu;

4 - Manter relações com todos os cidadãos e entidades julga-das relevantes para a prossecu-ção dos seus objectivos.

Vem dando corpo à sua ac-tividade com um conjunto de iniciativas que, simbolicamente, se iniciou com uma “Descober-ta do Outro Lado do Museu”, compreendendo uma visita às

reservas, aos arquivos, à oficina de restauro, contactando com algumas peças mais emblemá-ticas das suas colecções, entre as quais o foral de Vila Nova de Portimão, a colecção de Manuel Teixeira Gomes, antigos trans-portes e a saudosa Carrinha, en-tre muitas outras do património cultural de Portimão, trazidas pela arqueologia, a etnografia e doadas pela comunidade. Se-guiu-se um interessante e pro-dutivo “Passeio pelas Margens da História” que, como o nome indica, constituiu uma autêntica viagem histórica à zona ribeiri-nha de Portimão.

Como verificamos na activida-de referenciada na abertura des-te texto, estas associações apro-veitam as especificidades locais das suas regiões e acrescentam algum valor com a sua acção.

Assim, no âmbito das activi-dades ligadas ao património e ao acesso à cultura tomemos como exemplo “Um dia na

Pré-história em Alcalar”. Este dia integrado nas comemora-ções do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, consti-tuiu uma autêntica viagem à pré-história, através da partici-pação em experiências únicas, designadamente sobre os pro-cessos de preparação dos ani-mais provenientes da caça e da pesca, de os cozinhar como há cinco mil anos, utilizando ape-nas os instrumentos de pedra, o barro e o fogo. Organizado pelo Museu de Portimão este pôde contar com o apoio do GAMP, traduzido na possibili-dade de actividades de arque-ologia experimental, nesse dia com a presença de um arque-ólogo que exemplificou, entre outras, algumas técnicas então utilizadas como a simples uti-lização de faca de pedra (sílex) para desmanchar e preparar um animal, no caso um porco, para ser cozinhado. Por intermédio de um projecto do GAMP pôde

ser concretizado o apoio da Di-recção Regional da Cultura do Algarve. Neste dia, com o con-junto de actividades referencia-das, Alcalar foi visitada por mais de 1.500 pessoas.

Além deste tipo de iniciati-va, o GAMP tem promovido um conjunto de tertúlias sob a designação de “Conversas com Portimão ao fundo”. Nestas, procuramos conhecer e deba-ter aspectos da história local, com incidência por exemplo na arqueologia e no trabalho dos arqueólogos em Portimão. Uma oportunidade para conversar-mos e sabermos mais, sobre o caso concreto dos vestígios da Capela de Santa Isabel, uma das 15 capelas e ermidas que exis-tiam no século XVIII, sobre as es-cavações a decorrer na cidade, no designado Edifício Mabor e nas antigas muralhas de Porti-mão e também sobre os traba-lhos no contexto arqueológico subaquático do Rio Arade.

O GAMP, como qualquer es-trutura que ainda está no seu primeiro ano de vida, procu-ra as formas adequadas para este elemento de identidade que norteia a sua actividade: colaborar com a direcção do Museu de Portimão na concre-tização, articulação e desenvol-vimento das suas actividades. Desta maneira, com o envol-vimento cívico da sociedade local, do Algarve ou de outras origens, inclusive não nacio-nais, o património cultural, natural e todos nós ficaremos a ganhar.

Daniel Cartucho Cirurgião do CHAlgarvePresidente do Grupo de Amigos do Museu de Portimão (GAMP)[email protected]

Descobrir o outro lado do Museu

fotos: d.r.

Passeio pelas margens da história

Ficha Técnica:

Direcção:GORDAAssociação Sócio-Cultural

Editor:Ricardo Claro

Paginaçãoe gestão de conteúdos:Postal do Algarve

Responsáveis pelas secções:• Artes visuais:

Saul de Jesus• Espaço AGECAL:

Jorge Queiroz• Espaço ALFA:

Raúl Grade Coelho• Espaço ao Património:

Isabel Soares• Da minha biblioteca:

Adriana Nogueira• Grande ecrã:

Cineclube de FaroCineclube de Tavira

• Juventude, artes e ideias: Jady Batista

• Letras e literatura: Paulo Serra• Missão Cultura:

Direcção Regionalde Cultura do Algarve

• Momento:Ana Omelete

• O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N: Pedro Jubilot• Panorâmica:

Ricardo Claro• Sala de leitura:

Paulo Pires• Um olhar sobre o património:

Alexandre Ferreira

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Espaço ao Património

Page 23: POSTAL 1152 - 13 NOV 2015

13.11.2015  11Cultura.Sul

Da minha biblioteca

Adriana NogueiraClassicistaProfessora da Univ. do [email protected]

«A filha de um gramático deu à luz, após amorosa união, / uma criança do género masculino, fe-minino e neutro.»

Depois de ler Em Português, Se Faz Favor (da editora Guerra e Paz, 2015), lembrei-me deste epigrama de Páladas (poeta de Alexandria, dos finais do séc. IV d.C.). Também Helder Guégués (não é engano, tem mesmo dois acentos), revisor de texto, encara a língua com humor e ironia, mas sempre com muita seriedade. São assim os seus co-mentários nos blogues (de que sou leitora assídua) que mante-ve (Assim Mesmo) e mantém (Lin-guagista) e nos quais se inspirou para muitas das entradas deste Guia Fundamental para Escrever bem,

de subtítulo. Aí, onde o objetivo não é serem um tira-teimas da língua portuguesa, Helder Gué-gués é muito divertido, pela mordacidade com que critica os erros que vai lendo nos jor-nais e nos livros ou ouvindo na rádio e na televisão, muitas ve-zes nem explicando que erro é esse. Porém, nesta obra que não é para especialistas, mas que se dirige «antes a todos os falan-tes comuns que querem e pre-cisam, exprimir-se melhor em português» (p.21), o autor con-tém um pouco o sarcasmo, tem o cuidado de explicar o que está errado e indica a forma correta.

O livro tem exemplos de vá-rios tipos (géneros, numerais, regências verbais, etc.), como se pode ver pelo índice, dos quais aqui vou apresentar apenas al-guns, para ficarmos com uma ideia do que podemos aprender.

«Alguns erros mais comuns»

Sob este título, encontramos uma entrada pela qual tam-bém batalho, por cujo uso já fui

«corrigida» e que aqui transcre-vo: «Grama. Um erro de peso». Escreve o autor: «‘Quantas gra-mas’, perguntava o jornalista ao produtor de um vinho pre-miado, «‘precisa para fazer uma garrafa, tem ideia?’ O produtor, não apenas tinha ideia, pelo menos aproximada, como caiu no mesmo erro. No sentido de milésima parte da massa do quilograma-padrão, grama é do género masculino, porque os no-mes gregos em -ma são neutros e correspondem por este género ao masculino português: o coma, o crisma, o dilema, o grama, o lema, o panorama, o poema, o sistema, etc. ‘Este livro pesa, aproximada-mente, setecentos gramas.’ No sentido de erva rasteira, preju-dicial às culturas, é do género feminino. Como sinónimo de relva só se usa no Brasil – é um brasileirismo para nós.»

Na entrada «Formas peri-frásticas», refere uma dúvida comum: «‘Apesar de fazer parte da colecção Portugal Turístico (o logótipo é um trevo de quatro folhas), o postal foi Made in Italy. É pois aos italianos que assacamos

o ultraje. Não é assim tão mau:

acabamos por nos habituarmos a morar em Necklaces’ (‘Feito à mão’, Miguel Esteves Cardoso, Pú-blico, 6.06.2010, p. 33).

Com formas verbais perifrásti-cas, o infinitivo deve ser impessoal, acabamos por nos habituar, pois a marca da pessoa já lá está, no pri-meiro verbo.»

Neste capítulo há explicações muito interessantes sobre o uso dos pronomes em expressões de tratamento («Trata-se de um verdadeiro idiotismo da nossa língua, isto de as expressões de tratamento levarem os restantes possessivos para a 3ª pessoa. Ora repare-se: ‘Vocês têm as suas opini-ões e eu tenho as minhas’. E quem diz vocês, dirá ou poderá dizer V.as Ex.as, V.as Majestades, etc.[…]»), mas o espaço aqui é curto. Não deixem, no entanto, de as ler no livro.

«Algumas confusões mais comuns»

Este capítulo tem informa-ções tão úteis, que tive difi-culdade em selecionar apenas uma. Aqui vai:

«No Red Light, em Amester-dão, uma mulher gorda numa montra «chamou-a à atenção»,

a uma personagem. Está erra-do: no sentido de ‘despertar, atrair o interesse de alguém’, diz-se chamar a atenção. Por-tanto, ‘chamou-lhe a aten-ção’. Também existe, isso é certo, a expressão  chamar à atenção, mas com o significado de chamar alguém para que preste atenção ou admoestar, advertir, repreender.»

 «Modismos e mau uso»

Deste capítulo, escolhi a entrada «Confortável»: «‘Com espanto, o alemão percebeu que os oficiais inimigos, ape-sar de graduados em coronéis, comandando regimentos em batalha, não se sentiam con-fortáveis com mapas’ (‘Os co-ronéis de Tannenberg’, Viriato Soromenho-Marques, Diário de Notícias, 9.07.2012, p.11). ‘Não se sentiam confortáveis com mapas’… Como quem diz, um sem-abrigo confortável com os jornais com que se protege do relento. Deve evitar-se o uso desse vocábulo para significar ‘à vontade’, pois, nesse caso, es-taremos perante um desneces-sário anglicismo semântico.»

«Pronúncia»

No último capítulo explica-se o modo correto de pronunciar o nome de Almeida Garrett:

«Na Antena 1, recordavam o incêndio do Chiado, ocorrido em 1988. E como pronunciavam o nome Garrett? Pois Garré. Gar-rett dizia que escrevia com dois tt para pelo menos lhe lerem um, mas a ironia não chegou a todos os ouvidos modernos.

Escreveu Gonçalves Viana: ‘Se o nome fosse francês, que não é, nenhum francês, ao vê-lo escri-to com dois tt finais, deixaria de pronunciá-lo gàréte [garréte]. A extravagante pronunciação gar-ré é que não pertence a língua nenhuma conhecida, e só pri-ma pelo ridícula que é.» E mais, acrescenta Gonçalves Viana, «o próprio poeta sempre pronun-ciou o seu apelido como se em português se escrevesse garréte, com a surdo na primeira sílaba, o acento tónico na segunda, e o t perfeitamente proferido. Assim lho ouvi eu várias vezes, assim o pronunciavam todos os seus contemporâneos’. ‘Garrett’, es-creveu Botelho de Amaral, ‘deve rimar com canivete.’»

O livro está dividido em 12 ca-pítulos, tem um prefácio do lin-guista Fernando Venâncio e um posfácio do professor de filosofia Desidério Murcho. No final, quer o Anexo com «Alguns vocábulos com variantes» (formas, entre muitas outras, como abdome/abdómen, balançar/balancear, filhó/filhós, magricela/magrize-la, ramela/remela) quer o «Índice alfabético e remissivo» são muito funcionais.

As referências que vão sendo feitas ao longo do livro reme-tem para uma vasta e excelente bibliografia, com nomes como Francisco Rebelo Gonçalves, Francisco José Freire (o Cândi-do Lusitano), Vasco Botelho de Amaral ou Rodrigo de Sá No-gueira, a par de atuais dicioná-rios e prontuários mais comuns.

Ser revisor não é fácil e mui-tos destes temas geraram polé-micas no blogue.

Mas assim se faz a língua: lendo a sua literatura e discu-tindo a sua gramática.

Um livro que já fazia falta.

Helder Guégués encara a língua com humor e ironia, mas sempre com muita seriedade

fotos: d.r.

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Em Português, Se Faz Favor, de Helder Guégués

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