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ÀS SEXTAS EM CONJUNTO COM O PÚBLICO POR 1,60 EM FOCO 2 PS TRAZ PESOS PESADOS A TAVIRA 3 CINEMAS FECHAM PORTAS NO ALGARVE SHOPPING 4 PILOTO ALGARVIO NO TOPO DO DAKAR 5 CENTRO HOSPITA- LAR DO BARLAVENTO REDUZ 11,7 MILHÕES DE DESPESA 6 PRODER DÁ 2,7 MILHÕES PARA O INTERIOR 7 CARNAVAL INVADE RUAS DO ALGARVE 8 CLASSIFICADOS 10 Director Henrique Dias Freire • Ano XXV • Edição 1096 • Semanário à sexta-feira • 1 de Fevereiro de 2013 • Preço 1 PUB > Mais promoção e uma folga que há anos se desejava para a Entidade Regional de Turismo do Algarve foi o que Desidério Silva conseguiu do Governo aos comandos do Turismo do Algarve. Novo fôlego para a casa mãe do turismo regional. p. 9 Turismo do Algarve com mais 1,6 milhões em 2013 Macário Correia está de pedra e cal RICARDO CLARO Rúben de ouro arrebata segundo lugar no Dakar > Algarvio garante regresso ao Dakar em 2014 > Manutenção na KTM é uma hipótese para a próxima temporada p. 5 Faro: De pedra e cal afirmando a sua inocência Macário Correia não suspende mandato em Faro, mantém-se à frente da Câmara e prepara-se para uma luta com a Justiça > 2 Algarve sai à rua na folia do Carnaval Assine o Descubra as vantagens no interior Ganhe um plano de saúde Belleform Plus com descontos até 60% em medicina dentária, estética e ginásio Veja anúncio pág. 7 PUB CA Habitação PUB > Loulé e Moncarapacho encabeçam o top dos corsos carna- valescos da região minguados às custas da crise e da conten- ção das finanças autárquicas. Menos dinheiro, mas folia garantida para uma época em que o desafio e as apostas se fazem em torno de esquecer os aper- tos e as dificuldades à custa de muita diversão p. 8 D.R. D.R. Cinemas fecham portas na região p. 4 D.R.

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PARTILHE o que é indispensável saber sobre o Algarve :) > Tributo a Geraldo de Jesus > Turismo do Algarve com mais 1,6 milhões em 2013 > Macário Correia está de pedra e cal > Rúben de ouro arrebata segundo lugar no Dakar > Encerramento das salas de Portimão e da Guia, aliado ao já verificado em Vilamoura, Quarteira e Loulé, vai deixar o Algarve apenas com cinemas abertos em Faro, Tavira e Olhão > Algarve sai à rua na folia do Carnaval > PS traz pesos pesados a Tavira > Volta ao Algarve com parada de estrelas > Centro Hospitalar do Barlavento reduz 11,7 milhões de despesa > PRODER dá 2,7 milhões para o interior > Parque Verde do Séqua avança este ano > Desassoreamento do Guadiana avança este ano > Consultório da DECO: Descontos na net • E AINDA Caderno de Artes & Letras CULTURA.SUL • POUPE milhares de euros ao assinar o POSTAL por 30€ anuais com o Plano de Saúde gratuito em medicina dentária, estética e ginásio • NÃO PERCA O POSTAL de dia 15: o indispensável sobre o Algarve ☺

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às sextas emconjunto com oPúblico Por €1,60

em foco 2 ps traz pesos pesados a tavira 3 cinemas fecham portas no algarve shopping 4 piloto algarvio no topo do dakar 5 centro hospita-

lar do barlavento reduz 11,7 milhões de despesa 6 proder dá 2,7 milhões para o interior 7 carnaval invade ruas do algarve 8 classificados 10

Director Henrique Dias Freire • Ano XXV • Edição 1096 • Semanário à sexta-feira • 1 de Fevereiro de 2013 • Preço € 1

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> Mais promoção e uma folga que há anos se desejava para a Entidade Regional de Turismo do Algarve foi o que Desidério Silva conseguiu do Governo aos comandos do Turismo do Algarve.Novo fôlego para a casa mãe do turismo regional. p. 9

Turismo do Algarve com mais 1,6 milhões em 2013

Macário Correia está de pedra e cal

ricardo claro

Rúben de ouro arrebata segundo lugar no Dakar > Algarvio garante regresso ao Dakar em 2014

> Manutenção na KTM é uma hipótese para a próxima temporada p. 5

Faro: De pedra e cal afirmando a sua inocência Macário Correia não suspende mandato em Faro, mantém-se à frente da Câmara e prepara-se para uma luta com a Justiça > 2

Algarve sai à rua na folia do Carnaval

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> Loulé e Moncarapacho encabeçam o top dos corsos carna-valescos da região minguados às custas da crise e da conten-ção das finanças autárquicas.Menos dinheiro, mas folia garantida para uma época em que o desafio e as apostas se fazem em torno de esquecer os aper-tos e as dificuldades à custa de muita diversão p. 8

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Cinemas fecham portas na região

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em foco

Ricardo [email protected]

Macário correia viu, no pas-sado dia 10 de Janeiro, o Tri-bunal Constitucional recusar liminarmente a admissibili-dade do recurso que o autarca apresentou aos juízes do Palá-cio Ratton, com o objectivo de contrariar os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Admi-nistrativo, de 20 de Junho do ano passado, que determinou a perda de mandato na Câma-ra de Faro por factos pratica-dos enquanto presidente da Câmara de Tavira.

Mas o actual presidente da autarquia farense não desiste e, à semelhança do que acon-tece em muitos casos em Por-tugal, vai manter-se no cargo enquanto avança até “à última instância”, declarou em confe-rência de imprensa que reali-zou nos Paços do Concelho, sexta-feira da passada semana.

Para já Macário avançou com um pedido de Aclaração do Acórdão do Tribunal Cons-titucional, que já deu entrada naquele órgão de soberania.

Um pedido que face ao teor do Acórdão recorrido (onde os juízes afirmam que “em ne-nhuma passagem [do recurso de revista], porém, o recorren-te [Macário Correia] enunciou de forma adequada - expressa, directa e clara - a questão de constitucionalidade que eri-giu como objecto do presen-te recurso, seleccionando as concretas disposições legais, em cuja conjugação a mesma questão assenta”), não demo-rará muito a ter resposta, uma vez que, a Aclaração deverá correr termos de forma célere.

Não obstante, quando Ma-cário diz que lutará até ao fim contra uma condenação que afirma ter base num conjunto de actos “em que nenhum foi considerado ilegal”, adivinha--se que nem só pelo actual pe-dido de Aclaração se ficará o autarca. Antecipa-se o recurso a todos os meios legais dispo-niveís à exploração de possí-

veis idiossincrasias entre as de-cisões proferidas pelas diversas instâncias judiciais face ao pro-cesso que determinou a perda de mandato em confrontação com a análise da legalidade de cada um dos factos que a en-formam de per si.

Acerte Macário nos advoga-dos que lideram as suas pre-tensões e, legitamente, à luz da lei processual, poderá mui-ta água correr ainda debaixo desta ponte até que a decisão seja sob todos os pontos de vis-ta irrecorrível e transite defini-tivamente em julgado fixando a perda de mandato de forma inatacável.

os recursos e os cargos políticos A quem tem razão deve assistir a possibilidade de por ela pugnar até ao limite. Esta permissa defensável e até desejável a bem de se evitarem erros judiciais serve a Macário Correia como deve servir a qualquer cidadão e é nela que o autarca se firma para defen-der a sua “inocência e os “ata-ques ao seu bom nome”.

Mas onde não colhe esta permissa, aos olhos de muitos, eleitores, oposição e correligio-nários, é na arena política, não obstante Macário Correia ter afirmado que “recebeu de den-tro do partido palavras de con-forto” face à situação.

É neste cenário que, apesar dos que lhe apontam obriga-ções políticas de resguardo do cargo ocupado, da instituição camarária e do próprio parti-do, Macário afirma que não suspende o mandato e que não abandona o cargo, fazen-do valer a inocência em que acredita como razão soberana face a todas as outras para con-tinuar a comandar a autarquia da capital da região.

O autarca não deixou ainda de evidenciar a distância entre a sua situação e aquela que vi-vem outros autarcas do país como Valentim Loureiro e Isaltino de Morais, clarifican-do e sublinhando as diferenças entre processos crime e admi-nistrativos.

Não obstante, Macário não pode esquecer-se que a gravi-

dade dos processos crime não isenta a gravidade de actos administrativos judicialmente dados como ilegais no exercí-cio de lugares de topo da Ad-ministração Pública Local.

oposição quer Macário lon-ge de Faro Quem não se con-forma com a permanência de Macário Correia é a oposição, com a concelhia do PS liderada por Luís Graça a afirmar que o autarca se colocou “fora da lei e contra os tribunais”, ao dizer que foi injustiçado no proces-so que o condenou à perda de mandato.

Para os socialistas farenses, “Faro não é o faroeste” e o “Partido Socialista repete hoje o que disse há seis meses no início deste triste folhetim: o PSD e o CDS-PP devem sem subterfúgio dizer se o enge-nheiro Macário Correia, por ser do partido do Governo, está acima da Lei e acima dos Tribunais’”.

“O PS Faro renova a sua dis-ponibilidade para ajudar os autarcas da coligação de di-

reita em funções a chegar até ao fim do seu mandato com dignidade e exorta a maioria a concentrar-se na resolução dos problemas e tarefas do município em vez de tentati-vas de vitimização e manobras dilatórias para explicar o que está claro e decidido pelos tri-bunais”, rematam os responsá-veis do PS/Faro .

Já José Vitorino, à cabeça do movimento autárquico inde-pendente Com Faro no Cora-ção (CFC), diz que a situação na autarquia é “deplorável e indigna, ofende os munícipes e prejudica gravemente Faro”.

“Recusamos em absoluto entrar na confusão. Contudo, é oportuno salientar que a der-rocada de valores e de gestão com que os munícipes estão confrontados é consequência das más práticas conjuntas das maiores forças partidárias, que o CFC sempre tem denunciado e fundamentado”, referiu.

Futuro eM aberto Ainda na conferência de imprensa leva-da a cabo por Macário Cor-

reia, o ainda autarca da cidade de Faro escusou-se a revelar se será candidato às autárquicas em Faro e se o será através do PSD ou da actual coligação ou, ainda se o poderá vir a fazer como independente.

Macário Correia deixa as-sim em suspenso aqueles que muito desejariam uma defini-ção antecipada dos termos em que se disputarão as eleições de Outubro numa das mais co-biçadas autarquias da região e do país.

Macário não larga FaroContra a decisão do Supremo o ainda autarca opõe a sua, dita, inocência

Ô Macário afirma que não suspende o mandato e não abandona o cargo

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d.r.

ficha técnica

Sede: Rua Dr. Silvestre Falcão, n.º 13 C - 8800-412 Tavira - Algarve Tel: 281 320 900 | Fax: 281 320 909 E-mail: [email protected]

Director: Henrique Dias(CP 3259).

Director Comercial: Basílio Pires Editor: Ricardo Claro (CP 9238). Redacção: Cristina Mendonça (CP 3258), Helga Simão, Humberto Ricardo (CP 388), Pedro Ruas. Design: Profissional Gráfica. Colaboradores fotográficos: José A. N. Encarnação “MIRA” Colaboradores: Beja Santos (defe-sa do consumidor), Nelson Pires (CO76). Departamento Comercial, Publicidade e Assinaturas: Anabela Gonçalves, José Francisco. Propriedade do título: Henrique Manuel Dias Freire, inscrito sob o nº 211 612 no Registo das Empresas Jornalísticas. Edição: Postal do Algarve - Publicações e Editores, Lda. Contribuinte nº 502 597 917. Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do Título (dgcs): nº 111 613. Impressão: Naveprinter Distribuição: Banca - Logista, à sexta-feira com o Público/VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT.

Membro: APCT - Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação; API - Associação Portuguesa de Imprensa.

Tiragem desta edição:8.662 exemplares

A solução da fábrica para os profissionais com ou sem serviço de montagem

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região

1 de Fevereiro de 2013 | 3

Pedro Ruas/Ricardo [email protected]

O PS/Tavira reuniu cerca de 300 militantes socialistas e simpatizantes no 4º Almoço de Ano Novo, que contou com a presença do secretário-geral do Partido Socialista, António José Seguro, e onde estiveram presentes os presidentes de câmara socialistas e candida-tos às autárquicas de 2013 da região.

O almoço-comício do pas-sado sábado, tal como o anfi-trião José Botelho definiu, ser-viu para reunir os socialistas e marcar o arranque do partido nos desafios que se aproxi-mam, com natural destaque para as eleições autárquicas, marcadas para Outubro des-te ano.

Ao palanque do Parque de Feiras e Exposições de Tavira subiram para discursar o pre-sidente da Câmara de Tavira, Jorge Botelho, António Eusé-bio, na qualidade de líder do PS/Algarve, e, o mais aguar-dado, António José Seguro, secretário-geral socialista.

António José Seguro não abordou as mais recentes po-lémicas de possíveis divisões

no partido, remetendo a ora-tória para três pontos funda-mentais, o poder local, o sector do turismo e o actual estado do país.

O líder socialista começou por assinalar o papel deter-minante do poder local, onde destacou os autarcas de Tavira e São Brás de Alportel (Antó-nio Eusébio), lembrando a “difícil tarefa de criar alento e esperança” aquando dos incêndios do Verão passado, onde também esteve presente.

Com acentuadas críticas às recentes medidas tomadas pelo Governo, como a nova lei das finanças locais e a ex-tinção de juntas de freguesia feita, segundo António José Seguro, “a régua e esquadro”, o discurso evoluiu para os pro-blemas da região onde o sector do turismo foi abordado pelo líder socialista.

A necessidade de investi-mento neste sector na região algarvia, assim como a pre-mência de criar políticas pú-blicas de apoio estratégico e evitar a criação de obstáculos, foram algumas das medidas que sugeriu para trazer turistas para o Algarve durante o ano inteiro, assumindo inclusive o

compromisso de levar a cabo, caso venha a ser primeiro--ministro, a obra do Porto de Portimão.

Lembrando a visita matinal ao mercado de Olhão, Antó-nio José Seguro, que ali se fez acompanhar pelo candidato socialista às autárquicas Antó-nio Pina, finalizou a sua inter-venção com temas de carácter

nacional, onde as reincidentes críticas ao actual Governo não se fizeram esperar.

O líder socialista sublinhou ainda algumas alternativas que pretende ver implementadas e que passam pelo fomento das exportações e aumento da pro-dução nacional, a captação de investimento estrangeiro, a aposta no turismo e a dina-

mização de empresas que são, segundo o líder da oposição, uma “alternativa clara e con-creta para criar riqueza e dar confiança aos portugueses”.

Jorge Botelho e António euséBio confiAntes numA vitóriA sociAlistA nAs Au-tárquicAs O edil tavirense aproveitou a ocasião para ape-

lar à união e mobilização dos socialistas em torno de Antó-nio José Seguro na missão de fazer do PS a maior força au-tárquica do país. Entre elogios à capacidade de fazer “oposi-ção séria e credível” por parte do secretário-geral do partido, o autarca falou também aos tavirenses, ao assinalar que o mandato que termina este ano “serviu, ainda que em tempo de crise, para consolidar as con-tas da autarquia” e diminuir o passivo da mesma em cerca de “oito milhões de euros”.

António Eusébio mostrou confiança nos actuais candi-datos socialistas às eleições autárquicas, referindo o im-portante papel da Comissão Política regional na escolha de pessoas que “estão no terreno e conhecem os problemas dos respectivos concelhos”.

O líder regional mostrou--se preocupado com a actual situação económica da região e com o “abandono pelo actu-al Governo do Algarve”, con-tudo, António Eusébio disse confiar na liderança de An-tónio José Seguro, de quem sente que “acredita no futuro da região” e em quem “os al-garvios confiam”.

PS traz pesos pesados a TaviraAntónio José Seguro mostra preocupação com turismo no Algarve

pedro ruas

Ô António Eusébio, António José Seguro e Jorge Botelho

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CAvEndiSh E MARTin nA liSTA doS inSCRiToS

volta ao Algarve com parada de estrelasO briTânicO Mark caven-diSh, considerado o melhor “sprinter” da actualidade, e o alemão Tony Martin, bicam-peão mundial de contra-reló-gio, vão estar presentes na 39ª edição da Volta ao Algarve em Bicicleta, anunciou a organi-zação, que tem como director desportivo da prova Cândido Barbosa.

No pelotão figuram três equipas do WorldTour – Ome-ga Pharma-QuickStep (Bél-gica), RadioShack (Estados Unidos) e Blanco Pro Cycling (Holanda) – e da russa Ka-tusha, segunda do “ranking”

mundial de 2012 e que ainda procura figurar na primeira divisão em 2013.

Entre os corredores pré-ins-critos para a prova, que vai estar nas estradas algarvias de 14 a 17 de Fevereiro, en-contram-se o britânico Mark Cavendish, campeão mundial em 2011 e um dos melhores “sprinters” de sempre, o ale-mão Tony Martin, bicampeão mundial de contra-relógio e vencedor da Volta ao Algarve em 2011, e o campeão francês na luta contra o cronómetro, Sylvain Chavanel.

A RadioShack, que deverá

ter no português Tiago Ma-chado o chefe de fila, vai trazer a Portugal o alemão Andreas Klöden, segundo classificado da Volta a França em 2004 e 2006, enquanto a Katusha vai apostar no russo Denis Men-chov, vencedor da Volta a Itá-lia em 2009 e da Volta a Espa-nha em 2005 e em 2007.

A Blanco Pro Cycling, equipa que sucede à histórica Rabo-bank, aposta na juventude na “Algarvia”, tendo pré-inscrito um dos principais nomes da nova geração de corredores holandeses especialistas em grandes voltas, Steven Krui-

jswijk, e o “sprinter” Theo Bos.Também a Vacansoleil (Ho-

landa) já anunciou para a prova o campeão holandês de contra-relógio, Lieuwe Wes-tra, o terceiro classificado da Volta a Itália em 2012, o belga Thomas de Gendt, e o holan-dês Johnny Hoogerland.

“A edição da prova para 2013 sofreu algumas altera-ções face aos anos anteriores, mas estão finalmente reunidas as condições para que o Algar-ve volte a ter um grande espec-táculo desportivo que muito enriquece a região”, disse em comunicado o director da Vol-

ta ao Algarve.Para Rogério Teixeira, a en-

trega da organização da pro-va a uma empresa privada vai traduzir-se “num ‘upgrade’”.

“Queremos manter o que de bom sempre fizemos e melho-rar a prova onde existe espaço para o fazer”, concluiu.

lusa

Ô Mark Cavendish é uma das estrelas esperadas

dr

Rua de Santo António, n.º 68 - 5º Esq. 8000 - 283 FaroTelef.: 289 820 850 ¦ Fax: 289 878 342

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região

Cinemas fecham portas no Algarve ShoppingCastello Lopes fecha 49 das 106 salas que tem no país

d.r.

Os trabalhadOres da exibi-dora Socorama Castello Lopes dos cinemas do centro comer-cial Algarve Shopping vão ser alvo de despedimento colec-tivo, depois de a empresa ter anunciado o fecho de 49 das 106 salas de cinema que de-tém, disse fonte sindical.

O representante do Sindica-to Nacional dos Trabalhadores de Telecomunicações e Audio-visuais (SINTTAV) no Algarve, Hélder Andrade, disse à Lusa que a intenção da empresa foi na passada quarta-feira comu-nicada numa reunião aos dez funcionários do quadro e dois contratados que exerciam fun-ções nos cinemas do centro co-mercial situado na Guia, con-celho de Albufeira.

A decisão de encerrar 49 sa-las em todo o país afectará oito complexos de cinema localiza-dos em centros comerciais do

grupo Sonae Sierra em Viana do Castelo, São João da Ma-deira, Covilhã, Leiria, Loures, Seixal, Guia e Ponta Delgada.

EmprEsa não chEga a acordo com a sonaE siErra A justifi-cação dada pela empresa, se-gundo a mesma fonte, “foi a de que não tinha chegado acordo com a Sonae Sierra re-lativamente aos alugueres dos espaços”.

“Para aquelas pessoas que só têm este rendimento, este despedimento colectivo é uma grande tragédia. As pessoas têm compromissos com casas, contas, têm filhos na escola e os subsídios de desemprego são cada vez mais reduzidos”, lamentou o dirigente sindical.

Hélder Andrade considerou que a decisão da Socorama de encerrar as nove salas de cine-mas da Guia é ainda menos

compreensível por “em 2012 ter registado um aumento das receitas” nesses espaços.

“E tememos que a empre-sa peça agora a falência, faça o despedimento colectivo e depois as salas de cinema vol-tem a abrir com outra empre-sa e com trabalhadores com maior precariedade, uma vez que o novo Código do Traba-lho prevê indemnizações mais reduzidas e menos regalias”, acrescentou.

O dirigente do SINTTAV considerou também que o encerramento dos cinemas da Guia deixa a região desprovida de uma oferta complementar ao turismo de golfe, sol e praia que o Algarve acolhe, sobretu-do “depois de no início do ano também terem fechado as sa-las de Portimão”, onde ainda estão duas abertas, mas da em-presa Algarcine.

“O encerramento das salas de Portimão e da Guia, aliado ao já verificado em Vilamoura,

Quarteira e Loulé, vai deixar o Algarve apenas com cinemas abertos em Faro, Tavira e Olhão.

A oferta está cada vez mais redu-zida e isto prejudica também o turismo”, acrescentou. Lusa

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Centro Hospitalar do Barlavento reduz 11,7 milhões de despesa pág. 6

Ô Trabalhadores vão ser alvo de despedimento colectivo

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região

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Pedro Ruas/Ricardo [email protected]

EntrE inúmEros pEdidos de entrevista, viagens a Lisboa, Pa-ris ou Barcelona, Rúben Faria não tem tido mãos a medir e ainda não conseguiu a semana de descanso que tanto deseja-va à chegada a Portugal. Não é para menos, afinal o piloto algarvio cumpriu todos os objectivos a que se propôs à partida para a prova rainha do todo-o-terreno mundial e excedeu-os em toda a linha, com o inédito segundo lugar conquistado por um portu-guês no Dakar 2013.

Rúben Faria, o “super agua-deiro” de Cyril Despres na KTM, não hesitou em falar com o POSTAL, fazendo o balanço daquela que foi uma “prova fantástica” e antecipou, ainda,

alguns dos desejos que perse-gue num futuro próximo, mas também no mais longínquo.

Quanto ao trabalho reali-zado durante a prova, Rúben Faria diz ter o sentimento de “dever cumprido” por ajudar o piloto francês a conquistar o seu quinto Dakar e reconhe-ce “nunca ter pensado atingir uma classificação destas, so-bretudo a trabalhar para ou-tro piloto”.

Questionado sobre o que lhe passou pela cabeça quando o chefe de equipa teve de trocar de motor, o piloto algarvio ad-mite que a hipótese de liderar a KTM lhe “passou pela cabeça”, uma vez que Cyril Despres o “obrigou” a continuar e duran-te “duas ou três horas, até ao fi-nal da etapa esse pensamento esteve presente”, confessa.

O objectivo de levar o líder

da equipa à vitória foi cum-prido, o feito da melhor clas-sificação de sempre supera-do e é tempo de preparar o futuro que, segundo Rúben Faria, “passa, salvo qualquer lesão, como aguadeiro ou não, por marcar presença no Dakar 2014”, admitindo ainda a possibilidade de “provavel-mente renovar o contrato com a KTM”.

Sobre voos mais altos o al-garvio não esconde o “desejo de liderar uma equipa”, nem coloca de parte eventuais contactos nesse sentido desde que “suficientemente alician-tes”. “Para já, tenho contrato até Outubro, tal como Cyril, e tenho muito a agradecer-lhe e ele a mim. Estamos ambos felizes, com acordo e respeito mútuos”.

Num futuro mais longínquo

também as quatro rodas pas-sam pelos horizontes de Rú-ben Faria que, embora “retire bastante prazer da mota”, não esconde que “gostava de expe-

rimentar os carros”. Por fim, o motard algarvio

não quis deixar de agradecer aos fãs algarvios e passar a mensagem da felicidade que

sentiu no Aeroporto de Faro onde esteve uma multidão en-tre “amigos, familiares, pessoas que não via há muito e tantas que nem sequer conhecia”.

Piloto algarvio no topo do DakarRúben Faria deve renovar contrato com KTM

d.r.

Ô Rúben Faria sonha liderar uma equipa

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PRODER dá 2,7 milhões para o interior pág. 7

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região

O CentrO HOspitalar dO Barl av e ntO algarv iO (CHBA) conseguiu em 2012 reduzir a despesa em 11,7 mi-lhões de euros, de 83 milhões, gastos em 2011, para cerca de 72 milhões, disse à Lusa o ad-ministrador José Ramos.

A redução foi obtida através de cortes em alguns salários, da diminuição do valor das horas extraordinárias e dos gastos em consumos e na contratação de serviços externos, explicou o presidente do Conselho de Ad-ministração do CHBA.

Segundo José Ramos, o cen-tro hospitalar, que integra as unidades de Portimão e Lagos, conseguiu reduzir em 15% as despesas com consumos, so-bretudo de medicamentos e material clínico (3,3 milhões),

e em 12% os gastos com sub-contratos e fornecimentos ex-ternos (1,7 milhões).

Apesar da contenção, José Ramos assegurou que nunca faltou material, nem foi neces-sário reduzir o fornecimento de medicamentos, e elogiou o esforço dos funcionários do hospital, aos quais foi dirigida uma nota de agradecimento na passada semana.

“Esta poupança deveu-se sobretudo a algum sacrifício dos nossos colaboradores, que conseguiram aumentar a pro-dução e tratar os doentes sem quaisquer restrições e com maior eficiência”, referiu.

Falta de médicos na Urgên-cia e Pediatria José Ramos, que preside à administração

do centro há cerca de um ano, adiantou que no final de 2012 a dívida do CHBA aos forne-

cedores era de 3,8 milhões de euros, contra 15 milhões de euros, no final de 2011.

“A situação económica não é airosa, mas podemos gerir a casa sem grandes restrições”,

Centro Hospitalar do Barlavento reduz 11,7 milhões de despesaCortes em salários e gastos em consumos contribuíram para poupança

d.r.

Ô Centro hospitalar integra as unidades de Portimão e Lagos

Carnaval invade ruas do Algarve pág. 8

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sublinhou aquele responsável, admitindo que há falta de mé-dicos, sobretudo na Urgência e na Pediatria.

Segundo o administrador do CHBA, apesar de a gestão do dia-a-dia ser “relativamente fácil”, a situação “mais crítica” é ao nível da Urgência, o que obriga a uma gestão de escala “muito complexa”.

Questionado sobre a even-tual fusão daquele centro hos-pitalar com o Hospital Central de Faro, José Ramos frisou que a colaboração entre ambas as instituições poderia ser positi-va, mas demarca-se da criação de um mega centro hospitalar.

“O que faria sentido é que as duas instituições não estives-sem de costas voltadas”, refe-riu, sublinhando as vantagens na aquisição, em conjunto, de material clínico ou na partilha de alguns profissionais.

O Centro Hospitalar do Bar-lavento Algarvio foi criado em 2004, com a integração das unidades de Portimão e Lagos, e possui actualmente cerca de 1.500 funcionários.

Lusa

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Até Ao finAl de 2013 estão disponíveis apoios a novos projectos no âmbito do pro-grama PRODER, no valor total de 2,7 milhões de euros.

Ao abrigo do Sub-Programa 3 do PRODER, a Associação In Loco, presidida por Nelson Dias, anima a Estratégia Local de Desenvolvimento designa-da Interior do Algarve Central, que integra freguesias dos con-celhos de Albufeira (Paderne), Faro (Estoi e Stª. Bárbara de Nexe), Loulé (Ameixial, Alte, Be-nafim, Boliqueime, Querença, Salir, São Clemente, São Sebas-tião e Tôr), São Brás de Alpor-tel, Silves (São Bartolomeu de Messines e São Marcos da Serra) e Tavira (Cachopo e Santa Cata-rina da Fonte do Bispo).

As pessoas e organizações in-teressadas devem entrar em con-tacto com a Associação In Loco através do telefone 289 840 860

ou do endereço electrónico [email protected] para obter infor-mação adicional e encaminhar as suas intenções de investimen-to. É também possível obter mais informação através da página de Internet www.in-loco.pt.

Até ao final de 2012 foram aprovados 55 projectos em áreas muito diversificadas: criação e modernização de microempresas; alojamento,

restauração e animação turís-tica; transformação e comer-cialização de produtos locais; criação e melhoria de serviços sociais e culturais; valorização do património.

Com um valor global supe-rior a mais de 5,5 milhões de euros, estes projectos permi-tiram a criação e consolida-ção de mais de 150 postos de trabalho.

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região

PRODER dá 2,7 milhões para o interiorApoio ao desenviolvimento de projectos no Algarve

D.R.

Ô Nelson Dias, presidente da Associação In Loco

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Pedro Ruas/Ricardo [email protected]

O Carnaval está à porta e nem as contingências orça-mentais ou a queda da tole-rância de ponto vai evitar que os algarvios e turistas possam sair às ruas e festejar a quadra com muita folia e animação.

Como não poderia deixar de ser, Loulé é, uma vez mais, o município que mais investe na tradição carnavalesca, ou não fosse este o mais antigo corso do país.

Sob o tema “Entroikados na Grande Palhaçada”, numa cla-ra alusão ao momento políti-co nacional, a sátira política, habitual nestes certames, vai voltar a fazer as delícias dos

visitantes que, nos dias 9, 10 e 12 de Fevereiro, podem as-sistir, a partir das 15 horas, ao desfile que conta com 17 carros alegóricos, grupos de animação, escolas de sam-ba, cabeçudos, gigantones e centenas de figurantes que tornam a Avenida José Costa Mealha no principal palco do carnaval algarvio.

Em paralelo há outras ac-tividades que enriquecem as festividades em Loulé e estão marcados para o Palácio do NERA, às 22 horas dos dias 9 e 11 de Fevereiro, uma festa de Carnaval e um baile de gala, respectivamente.

Outro dos destaques do entrudo algarvio é o centená-rio Carnaval de Moncarapa-

cho, no concelho de Olhão, cuja palavra de ordem é a tra-dição que faz deste cortejo um dos mais típicos da região. Este ano a festa rija está marcada para os dias 10 e 12 de Feve-reiro, a partir das 14.30 horas.

Ouvido pelo POSTAL, o pre-sidente da Junta de Freguesia de Moncarapacho, José Marce-lino Dias, disse esperar “a aflu-ência registada no ano passa-do”, que levou cerca de 25 mil pessoas a brincar ao Carnaval em Moncarapacho.

Os números da logística deste ano fazem jus ao cresci-mento gradual de um aconte-cimento que já é um dos pon-tos altos da vila. Os visitantes podem contar com desfiles de “14 carros alegóricos e seis grupos de animação, sem rigi-dez na temática e onde a única obrigação passa pela habitual diversão em clima pacífico”, conclui o autarca.

OutrOs carnavais Lagoa também aposta forte no Car-naval e está prevista a presen-ça de três desfiles, entre os dias 9 e 12, compostos por 12 carros alegóricos e 700 figurantes.

Faro também vai ter Car-naval e a autarquia or-

ganiza, uma vez mais, um cortejo que con-tará com a presença de carros alegóricos e figurantes. O desfile

vai acontecer no Jardim Manuel Bívar, no dia 12,

a partir das 16.30 horas.Já em São Brás de Al-

portel o desfile está marcado para dia 10, pelas 15 horas, na prin-cipal avenida da vila.

A autarquia de Vila Real de Santo António

deixa cair o habitual des-file, à semelhança do que

aconteceu no ano passado, não obstante, por terras do

Guadiana vai haver festa, du-rante os dias 9, 10 e 11, com diversos concursos, bailes e djs a animarem as noites de Vila Real (Centro Cultural An-tónio Aleixo) e Monte Gordo (junto ao casino).

8 | 1 de Fevereiro de 2013

região

d.r. Carnaval invade ruas do AlgarveDo sotavento ao barlavento há festa rija e muita sátira

d.r

.

CÂMARA MUNICIPAL DE TAVIRAEDITAL Nº 4/2013

Jorge Manuel do Nascimento BotelhoPresidente da Câmara Municipal de Tavira

TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 29 janeiro de 2013 foram tomadas as seguintes deliberações:

1. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 5/2013/CM, referente à 1ª. alteração às Grandes Opções do Plano e ao Orçamento;2. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 6/2013/CM, referente à utilização do saldo da gerência anterior no cálculo dos fundos disponíveis;3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 7/2013/CM, referente à Contribuição financeira anual à AMAL - Comunidade Intermunicipal do Algarve;4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 8/2013/CM, referente à Atribuição de apoio ao Cineclube de Tavira;5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 9/2013/CM, referente ao Sistema de Controlo Interno - 3ª Alteração;6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 10/2013/CM, referente ao Protocolo de empréstimo de epígrafe funerária;7. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 11/2013/CM, referente ao Contrato Local de Desenvolvimento Social - Projeto Rosmaninho;

8. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 12/2013/CM, referente à adenda ao contrato de concessão da loja nº. 16 do Mercado Municipal - cessão da posição contratual;

9. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 13/2013/CM, referente à revogação do acordo de fundadores - Associação Musical do Algarve;

10. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 14/2013/CM, referente à anulação de dívida em execução fiscal - ocupação do espaço público e publicidade;

11. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 15/2013/CM, referente à não aplicação pontual do agravamento sobre o valor de renda apoiada;

12. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 16/2013/CM, referente ao averbamento das pedras nº 4 e 6 do mercado da freguesia de Cabanas de Tavira;

13. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 17/2013/CM, referente à Rescisão contratual da empreitada nº E59/05/CP - Pavilhão Desportivo da Luz de Tavira;

14. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 18/2013/CM, referente à Aprovação da Área de Reabilitação Urbana da Cidade de Tavira e Respetiva Estratégia;

15. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 19/2013/CM, referente à Antecipação de receita do QREN - “Par-que Verde do Rio Séqua”.

Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume.

Paços do Concelho, 29 de janeiro do ano 2013

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL,

Jorge Manuel Nascimento Botelho

(POSTAL do ALGARVE, nº 1096, de 1 de Fevereiro de 2013)

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EditoRiAl

tributo a Geraldo de JesusPor: Ricardo Claro

a vida tem a brevidade alu-cinante do tempo que passa inexorável. A efemeridade que marca a existência huma-na tem inerente a dificuldade da perda para os que ficam e o óbice do destino não desven-dado para os que partem.

Resta-nos a capacidade de deixar uma marca indelével com a nossa passagem e com os actos que compõem a nossa história particular e isso mes-mo fez Geraldo de Jesus. Fê--lo antes de se dedicar às lides jornalísticas, fê-lo enquanto camarada de profissão nas an-danças da imprensa escrita e da rádio e fê-lo, acima de tudo, enquanto homem.

No POSTAL, nos últimos anos, Geraldo de Jesus, já ilus-tre tavirense quando se tornou colaborador assíduo destas pá-ginas, tivemos oportunidade

de acompanhá-lo e de com ele partilhar o trabalho de le-var aos algarvios notícias sobre a região.

Tarde ou cedo no dia, ma-drugada, manhã ou noite, aqui o tínhamos presente so-bre a forma de texto de peças acabadas de brotar da pena leve, ou nas fotografias que constituíam aqui adereço das peças, mas que eram uma das suas grandes paixões.

Da arte de gravar em foto-grama os momentos de uma vida colectiva de Tavira e arre-dores com dotes de arte, de-mos nota nas variadas exposi-ções que Geraldo de Jesus fez, criando um acervo que integra hoje a memória colectiva de décadas de Tavira.

Noutra das faces do comple-xo homem, multifacetado pela vontade de fazer sempre mais, o humanista sempre atento, num desvelo e atenção para

com as instituições tavirenses como o têm poucos. O quartel e os homens das guerras trava-das pelo país, a Âncora como a Cruz Vermelha, a Fundação Irene Rolo como a Misericór-dia, e muito em particular o desporto, no andebol como no ciclismo, todos tiveram em Ge-raldo de Jesus guarda maior e atenção esmerada.

A nós pelo hombridade e pela estatura, pela simplicida-de e pela atitude, fica-nos o es-paço vazio que se ocupa agora com as recordações, porque a memória é sempre um digno tributo aos merecedores.

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ZZZ pág. ## região

1 de Fevereiro de 2013 | 9

Obra já fOi adjudicada

Parque Verde do Séqua avança este anoO municípiO de Tavira adju-dicou a empreitada de cons-trução do Parque Verde do Rio Séqua – Zona A, no valor de 577 mil euros, benefician-do de uma comparticipação de fundos comunitários no valor de 353 mil euros.

A empreitada de constru-ção vai ser concretizada na sequência do estudo e do projecto do Parque Verde do Rio Séqua, localizado na mar-gem esquerda do Rio Séqua, ao longo da Rua João Vaz Cor-te Real, contemplando a cons-trução de circuito de manu-tenção, percursos pedonais, pontos de encontro e estadia, ciclovia, 66 lugares de estacio-

namento e espaços verdes.A zona, que se estende des-

de a Ponte Ferroviária até à Rua Borda d’Água da Assêca, corresponde ao início do par-que, e adopta uma abordagem de continuidade face à ante-riormente assumida para todo o parque, onde predominam as linhas orgânicas, prevale-cem os espaços permeáveis e se valorizam os elementos na-turais na construção dos espa-ços de lazer destinados a todas as idades.

Está igualmente prevista uma área destinada à coloca-ção do elemento escultórico evocativo do navegador ta-virense João Vaz Corte Real,

com 19 metros quadrados, no enfiamento das Escadinhas de Bartolomeu Cid dos Santos.

Os trabalhos têm a duração

prevista de 270 dias e darão forma a um dos projectos mais votados no Orçamento Participativo.

Ô Vista da zona a ser intervencionada

Pedro ruas/rc/[email protected]

a enTidade regiOnal de Tu-rismO dO algarve (ERTA) vai receber este ano 5,8 milhões de euros, mais 1,6 milhões de euros do que em 2012, refor-ço que, de acordo com o presi-dente do organismo, permitirá aumentar a promoção interna da região.

Em declarações à Lusa, Desi-dério Silva disse tratar-se “da maior verba que a ERTA rece-berá desde há cinco anos, e que criará condições próprias de funcionamento para cum-prir os objectivos e compro-missos da região”.

Para o responsável pelo Tu-rismo do Algarve, o reforço de 1,6 milhões de euros previsto no Orçamento do Estado para 2013 “é significativo, porque permitirá reforçar a promo-ção do Algarve no mercado interno”.

À saída de uma reunião com várias entidades ligadas ao tu-rismo, onde participaram tam-bém os presidentes do Turis-mo de Portugal, da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve e da As-sociação dos Industriais Hote-leiros e Similares do Algarve, Desidério Silva confirmou

que o encontro serviu para analisar a alteração do regime jurídico das Entidades Regio-nais de Turismo (ERT), que faz depender o financiamento de cada região dos dados oficiais relativos a camas e dormidas.

Desidério Silva tinha afir-mado recentemente que o Algarve não estava a ser re-compensado pela riqueza que produz e que tudo faria “para que a nova lei das ERT reflicta o peso real da região em ter-mos de financiamento”.

Segundo o presidente da ERTA, é necessário ter em conta “o turismo residencial,

o alojamento local e outro tipo de alojamento particular”, não contabilizado, e considera a análise dos números estatísti-cos “injusta”, porque o Algarve tem “um elevado número de visitantes, turistas e dormidas que, obviamente, não passam pelos registos”.

Turismo do AlgArve quer AposTA forTe nA promoção e complemenTAridAde dA oferTA Uma promoção forte da região e a definição dos produtos complementares ao Sol & Praia para ajudar a actividade no Inverno são as

prioridades que o Turismo do Algarve apresentou recente-mente à tutela.

Desidério Silva reuniu-se com os responsáveis do Turis-mo de Portugal e adiantou que foram debatidas estas duas questões, que considerou fun-damentais para recuperar al-guma dinâmica perdida com a crise económica.

“Uma delas tem a ver com a necessidade do reforço da promoção da região e [pro-curei] com o Turismo de Por-tugal definir algumas estraté-gias que viessem a ter impacto, particularmente no próximo Inverno”, afirmou.

O responsável máximo da ERTA considera que a outra prioridade passa pela “defi-nição, com os parceiros da região, dos produtos que há, quantificando e identificando--os, para promovê-los em com-plementaridade ao sol e ao mar, particularmente aqueles que podem ser suporte numa época do ano em que o turis-mo é muito fraco na região”.

Quanto à gestão das verbas para a promoção do Algarve, a cargo do Turismo de Portugal, Desidério Silva afirma que “é indiferente, desde que os inte-resses da região sejam atendi-dos e defendidos ”.

Governo reforça verbas do Turismo do algarveVerba adicional de 1,6 milhões vai servir para aumentar promoção interna

d.r.

Ô desidério Silva diz que verba é a maior dos últimos cinco anos

d.r.

descontos na net

“Ouvi falar em compras colectivas ou de grupo através da internet. Será que existem vantagens?”

a dEcO responde...

A funcionar através da inter-net, as chamadas compras colectivas ou em grupo têm tido sucesso entre os consu-midores por venderem pro-dutos ou serviços com des-contos consideráveis.Quando tudo corre bem, empresa e consum idor ficam satisfeitos. A primeira porque lucra, o segundo porque poupa. No entanto, nem sempre a compra está isenta de problemas. Produ-tos que tardam em chegar, ou que não correspondem ao encomendado, reembol-sos em crédito em vez de dinheiro, são os exemplos mais frequentes.Analisando alguns destes contratos de empresas de compras colectivas todos contêm disposições que pro-curam afastar a responsabi-lidade da empresa quando algo corre mal.Certas empresas garantem que o parceiro aceita o cupão vendido, mas não assumem quaisquer falhas por parte do mesmo. Outras, desresponsa-bilizam-se por praticamente tudo, desde perdas e danos sofridos pelo utilizador quan-do utiliza o site, até à quali-dade dos serviços prestados ou produtos comprados.Por se tratar de vendas à dis-tância, deve ser sempre refe-rida a possibilidade de o consumidor desistir da com-pra no prazo de 14 dias. No entanto, muitas empresas não fazem referência a este direito.Na ausência de legislação específica sobre esta activi-dade, quando algo corre mal, deve pedir explicações à empresa que forneceu o produto, mas também a quem intermediou a com-pra, pois é com esta entidade que o consumidor celebra o contrato.Caso se trate da aquisição de um bem, continua a ter dois anos de garantia, podendo exigir a reparação, substitui-ção, redução do preço ou a devolução do dinheiro.Relembramos, ainda, que a ASAE é a entidade com com-petência para fiscalizar esta actividade e que sempre que o conflito não fique resolvido, para além de poder contactar a DECO, pode também recor-rer a um centro de arbitragem ou a um julgado de paz.

Consultóriodo Consumidor

Por altura da Passagem de Ano pensei que já tinha de novo acesso seguro à TVI; julguei erroneamente que não mais corria o risco de, no meio do zapping, me deparar com a voz odiosa da Dona Teresa a estimular o já elevadíssimo grau de estupi-dez crónica de pessoas que, tanto quanto me apercebo, vieram do Planeta Stupidity.

Enganei-me redondamen-te e apercebi-me disso há dias enquanto, de comando em riste, ia levando uma maçã à boca e me deparei com uma cena pior que o Freddy Krue-ger e a menina do Exorcista a fazerem juntos uma festa do pijama: era a Dona Teresa a interrogar novos belíssimos espécimes dessa estranha es-tirpe de gente.

Escusado será dizer que me engasguei logo com a maçã e percebi que, até novas ordens, a TVI está interdita.

“Mas, Ana... Tu até és co-rajosa, não podes recuar perante o perigo! Tenta ver um bocadinho para pode-res escrever sobre isso”, re-peti-me imensas vezes.

E foi no passado sába-do que me enchi de força. Apertei os punhos, cerrei os dentes e, com o coração a ribombar de temor, fixei a minha atenção naquilo. Como quem aguenta uma dor lancinante; como quem se expõe à mais dura das provas, ouvi, por cinco inter-mináveis minutos de sofri-mento excruciante, a voz de uma quantidade de pessoas à bulha. Devo ter entrado num estado semi-catatóni-co, porque só me lembro de ouvir frases soltas que nem sequer me atrevo a reprodu-zir, de tão vazias de sentido.

Nunca conseguirei enten-der como é que um progra-ma assim tem audiências. Apenas me ocorre que, tal como os condenados ao degredo, as pessoas que o vêem aceitam a condenação ao compulsivo afastamento da terra Natal da sua pró-pria inteligência.

OPINIãO

Degredona estupidez

Ana Amorim Dias - [email protected]

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10 | 01 de Fevereiro de 2013

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publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. M.M.

Ó Jesus, que disseste: “Pede e receberás, procura e acharás. Bate e a porta se abri-rá”. Por intermédio de Maria Vossa Mãe Santíssima, eu bato, procuro e Vos rogo que minha prece seja atendida.(Menciona-se o pedido).Ó Jesus, que disseste: “Tudo que pedires ao Pai em meu nome, Ele atenderá”.Com Maria, Vossa Santa Mãe, humildemente rogo ao Pai em vosso nome que minha prece seja ouvida.(Menciona-se o pedido).

Ó Jesus que disseste: “- O Céu e a terra passarão, mas a minha palavra não pas-sará”.Com Maria, Vossa Mãe Bendita, eu confio que a minha oração seja ouvida.(Menciona-se o pedido).Rezar 3 ave-marias e uma salvé-rainha. Em casos urgentes, esta novena deverá ser feita em 9 horas.Mando publicar por ter alcançado uma grande graça.Agradece. F.R.

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PS/ALgArve traz João Soares a Faro

DeSASSOreAmenTO do guadiana avança este ano

João SoareS é o orador con-vidado da próxima sessão do curso “Reinventar a Gestão Municipal”, promovido pelo PS/Algarve, a decorrer a partir das 18.30 horas desta sexta--feira, no auditório da Escola Superior de Gestão, Hotela-ria e Turismo, da Universi-dade do Algarve. A sessão é subordinada ao tema “Crise financeira e económica ou crise cultural?”.

Nesta sessão vão ser aborda-

das questões como a relação entre cultura e poder, as ver-tentes das políticas públicas culturais e o método de im-plementação de um Programa de Acção Cultural Municipal, tendo em conta a diversidade dos agentes sociais envolvidos nas actividades culturais e sus-ceptíveis de nele participarem.

João Soares é deputado à Assembleia da República e foi presidente da Câmara de Lisboa.

a Câmara de Vila real de Santo antónio congratulou--se com a decisão da Comissão de Coordenação e Desenvol-vimento Regional do Algarve (CCDR), que se comprometeu a avançar, ainda em 2013, com o projecto de navegabilidade do rio Guadiana.

O anúncio foi efectuado pelo presidente da CCDR Al-garve, David Santos, na passa-da semana, durante a cerimó-nia de criação da “Eurocidade Ayamonte – Vila Real de San-to António”, projecto que visa estreitar as relações institu-cionais, culturais, desportivas e económicas entre os dois municípios fronteiriços.

Para o presidente da Câmara Municipal de Vila Real de San-to António, Luís Gomes, este anúncio dá resposta a uma pretensão antiga da autarquia e satisfaz uma das principais reivindicações dos empresá-

rios do Baixo Guadiana.“Poucos países têm em co-

mum um rio com as caracte-rísticas do Guadiana e, como tal, não podemos abandonar este recurso. Este anúncio da CCDR é, pois, um dos grandes compromissos de 2013 para o desenvolvimento do Algarve e uma marca do entendimento entre duas regiões transfron-teiriças”, afirma o autarca vila--realense.

A obra será financiada atra-vés do Programa de Coopera-ção Transfronteiriça Espanha--Portugal e dará prioridade aos pontos do rio onde actu-almente existem maiores difi-culdades de navegação. Resta saber se avança mesmo ou se é mais uma das muitas pro-messas feitas por sucessivos Governos em torno da tão de-sejada navegabilidade do rio Guadiana.

Ô Obra é uma das principais reivindicações dos empresários

d.r.

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FEVEREIRO 2013 | n.º 54

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Panorâmica:

Tradição & Modernidade

p. 5

Espaço Educação:

ACTA prepara subidas a palco

p. 10

Uma opinião,uma visão:

Bom tempo para as indústrias Culturais e Criativas?

p. 10

Espaço Cultura:2020: um horizonte para a Cultura

p. 9

mensalmente com o pOsTalem conjuntocom o públicO

Luísa Monteiro:

A Insuperável mudez

da borboleta p. 11

Prunus Dulcis

p. 8

Contos de Inverno na Ria Formosa:

conceição agostinho

d.r.

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01.02.2013 2 Cultura.Sul

O Cultura.Sul assume nesta edição uma nova imagem, que se deseja mais clara e com uma maior aposta na fotografia.Em termos de conteúdos apostamos, neste novo ciclo deste que é o único caderno cultural da região em formato jornal, tornar mais presentes um maior número de áreas da Cultura, numa procura incessante por uma cada vez maior abrangência do fenó-meno cultural.Espaço por isso para a entra-da de uma secção reservada às bibliotecas regionais, “Sala de leitura”, de um novo espaço dedicado às grandes salas de espectáculo do Algarve e aos respectivos programadores, “Aqui há espectáculo”, bem como, de uma secção dedica-da, alternadamente em cada mês, à música e ao teatro, sob as designações “Notas soltas” e “Boca de cena”.Queremos oferecer aos nossos leitores, mais e melhor, diver-sidade e pluralidade, em áre-as que no Algarve precisam de destaque, a Cultura e os agen-tes culturais.Quem pode almejar uma so-ciedade mais desenvolvida, conhecedora, sapiente e por isso mais democrática, livre e completa, sem que a Cultura desempenhe um papel central na vida da comunidade e por maioria de razão também na imprensa regional algarvia?O desígnio de colaborar, mes-mo desempenhar um papel fulcral na divulgação cultural na região, é uma aposta que o Cultura.Sul faz desde há mais de quatro anos e que com a nova imagem renova como objectivo e como linha mes-tra de um caminho em que contamos com o imprescin-dível apoio de todos os nos-sos colaboradores.A eles se deve o que o Cultura.Sul é e será, à sua pena as cen-tenas de peças que ao longo do tempo trouxemos às pági-nas deste caderno cultural e o muito que demos e promete-mos dar em prol da Cultura da região e do desenvolvimento cultural do Algarve.

Mais e melhor Cultura.Sul

Ficha Técnica:

Direcção:GORDAAssociação Sócio-Cultural

Editor:Ricardo Claro

Paginação:Postal do Algarve

Responsáveispelas secções:• Contos da Ria Formosa:

Pedro Jubilot• Espaço ALFA:

Raúl Grade Coelho• Espaço AGECAL:

Jorge Queiroz• Espaço CRIA:

Hugo Barros• Espaço Educação:

Direcção Regionalde Educação do Algarve

• Espaço Cultura:Direcção Regionalde Cultura do Algarve

• Grande ecrã:Cineclube de FaroCineclube de Tavira

• Juventude, artes e ideias: Jady Batista• Da minha biblioteca:

Adriana Nogueira• Momento:

Vítor Correia• Panorâmica:

Ricardo Claro• Património:

Isabel Soares• Sala de leitura:

Paulo Pires

Colaboradoresdesta edição:Carlos CampaniçoJosé GonçalvesRicardo MoreiraRui MonteiroRui ParreiraVítor Azevedo

Parceiros:Direcção Regional de Cul-tura do Algarve, Direcção Regional de Educação do Algarve, Postal do Algarve

e-mail redacção:[email protected]

e-mail publicidade:[email protected]

on-line em: www.issuu.com/postaldoalgarve

Tiragem:8.662 exemplares

O empreendedorismo na oportunidade

No âmbito da presente con-juntura económica, caraterizada pelo aumento do volume de im-postos e a consequente quebra do poder de compra, as famílias e as empresas apresentam-se no seu limiar de sustentabilidade, sucumbindo por vezes perante as dificuldades. Consequente-mente, e frequentemente numa tentativa de sobrevivência, as di-ficuldades sentidas pelo setor empresarial resultam na elimi-nação de postos de trabalho, intensificando a diminuição do poder de compra dos agregados familiares, num ciclo indigno, que é imperativo ser invertido.

Conforme é percetível na vida diária, o desemprego sobressai como principal flagelo social, afetando não apenas enquanto questão económica mas tam-bém como fator de alienação social de uma parte significa-tiva da população ativa, nor-

malmente jovem e qualificada. Deste modo, várias têm sido as dinâmicas propostas no senti-do da ativação de mecanismos de valorização da inovação e do conhecimento como forma de auto emprego, objetivando um impulso positivo à econo-mia nacional.

Através do CRIA, a Univer-sidade do Algarve tem vindo a desempenhar um relevante papel na promoção da empre-gabilidade e valorização do co-nhecimento, apoiando quer os novos licenciados e pós-gradu-ados que procuram novas opor-tunidades de emprego através da criação do próprio posto de trabalho, como aqueles que embora alvo do flagelo do de-semprego, procuram criar da adversidade uma oportunidade, consolidando novas ideias de negócio assentes na experiên-cia profissional. Face às exigên-cias associadas ao arranque de um novo percurso profissional, o CRIA tem vindo a disponibili-zar apoio institucional na área do empreendedorismo, desde a validação da ideia de negócio, à sua implementação no mer-cado, procurando valorizar as competências e experiência de cada promotor, reforçando as carências identificadas.

No entanto, importa cada vez mais realçar e otimizar as

ferramentas disponíveis no apoio ao empreendedorismo e à criação de empresas, adap-tando-as às necessidades dos promotores e consolidando o seu papel alavancador.

Ferramentas de apoio ao investimento, quer especifica-mente direcionadas a públicos desempregados, como o Pro-grama de Apoio ao Empreende-dorismo e à Criação do Próprio Emprego (PAECPE), ou a setores de atividade, como o Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), o Programa de Desen-volvimento Rural (PRODER), ou o Programa Operacional das Pescas (PROMAR), devem assentar a sua atuação na pro-moção de um empreendedoris-mo de oportunidade e não de necessidade, impulsionando financeiramente, e numa fase de desenvolvimento, projetos

que demonstrem potencial de geração de receita e de criação de emprego.

Em suma, e muito embora as enormes limitações com que nos deparamos diariamente, é ainda possível transformar obstáculos em oportunidades, e oportunidades em sucesso, como muitos empreendedo-res e empresas continuam a demonstrar. Associado ao co-nhecimento gerado nas Uni-versidades, à reação perante uma situação de desemprego, ou ao reconhecimento de uma oportunidade, o empreende-dorismo precisa-se, bem como a sua promoção e desmistifica-ção. Importa porém que todos consigamos confluir para um resultado comum e que as fer-ramentas colocas ao dispor da sociedade civil cumpram a sua missão.

Cada vez mais inteligentes!

“O aumento sistemático de, pelo menos, três pontos por década, no nível médio dos quoficientes de inteli-gência tem sido constatado em todos os países ociden-tais”, chegando a registar--se aumentos de seis a oito pontos.

As crianças e os jovens es-tão cada vez mais inteligen-tes. Razões? Melhor alimen-tação, escolarização mais

alargada e maiores exigên-cias cognitivas do meio.

Na verdade, qualquer um pode aperceber-se de que um jovem hoje sabe fazer muito mais coisas do que um de há 30 ou 40 anos. Portanto, a afirmação de que hoje os jovens são mais ignorantes e incapazes do que os dessa época é injus-ta e não tem nada que a sus-tente.

Apesar disso, as pessoas que hoje acham que têm motivos para pensar que são pouco inteligentes, não devem esquecer duas coisas:

1º - há muitos modos de ação inteligentes que não se vêem;

2º - que, para apreciar o nosso grau de inteligência,

não é necessário fazer com-parações com outros.

Repito: os jovens estão cada vez mais inteligentes.

Logo, isto significa que po-dem fazer coisas bem me-lhores que as gerações an-teriores.

Na verdade, qualquer jo-vem, independentemente do seu nível de inteligên-cia pode sempre atingir o patamar do extraordinário. Como? Simples (e difícil ao mesmo tempo, claro está, mas realizável por qualquer um). A pessoa deverá: Man-ter-se atenta, interessada e ligada aos outros;

Estar disponível para res-ponder adequada e prota-mente às necessidades des-ses outros;

Procurar o melhor desem-penho possível em tudo o que fizer.

Experimentem!

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Inteligência está a crescer

d.r.

Ricardo [email protected]

Editorial Espaço CRIA

José Gonçalves Gestor de Ciência e Tecnologia no CRIA - Divisão de Empreen-dedorismo e Transferênciade Tecnologia

Juventude, artes e ideias

Rui MonteiroHipnoterapeuta

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01.02.2013  3Cultura.Sul

Cineclube de TaviraProgramação: www.cineclubetavira.com 281 971 546 | 965 209 198 | 934 485 440 [email protected]

SESSÕES REGULARESCine-Teatro António Pinheiro | 21.30 horas

7 FEV | CIRKUS COLUMBIA, Danis Tanovic, Bósnia Herzegovina / Reino Unido / França / Alemanha / Slovénia / Bélgica / Servia 2010 (113’) M/12

14 FEV | HOLY MOTORS, Leos Carax, Fran-ça / Alemanha 2012 (115’) M/16

21 FEV | EDEN À L’OUEST (PARAÍSO A OESTE), Costa Gavras, França / Grécia / Itália 2009 (110’) M/12

28 FEV | DESTE LADO DA RESSURREIÇÃO, Joaquim Sapinho, Portugal 2011 (116’) M/12

“O URSO”

22 FEV | 21.30 | Campesino RFC - Monte Francisco - Castro MarimComédia conta a história de uma viúva e de um credor que são envolvidos por uma trama onde se revela a exal-tação humana e a sensibilidade nervosa, numa hilariante crítica ao comportamento de homens e mulheresAg

endar

Cineclube de Faro Programação: cineclubefaro.blogspot.pt

O SAMBA TAMBéM MORA AqUI… *IPJ | às terças-feiras | 21.30 horas

12 FEV | CARAMURU A INVENÇÃO DO BRASIL (comédia), Guel Arraes, Brasil, 2001, (85’)19 FEV | AMARELO MANGA (drama), Cláu-dio Assis, Brasil, 2003, (103’)26 FEV | EDIFÍCIO MASTER (documentá-rio), Eduardo Coutinho, Brasil, 2002, (110’)

CHRIS MARKER - ARTISTA TOTALENCONTROS À VOLTA DE CHRIS MARKERSede | às 21.30 horas

14 FEV | SEM SOL, “Sans Soleil”, França, 1983, (100’)21 FEV | NÍVEL 5, “Level 5”, 1997, França, 1997, (106’)28 FEV | O PONTÃO, “La Jetée”, França, 1962, (28’)

* a confirmar em cineclubefaro.blogspot.pt

Fevereiro com quatro filmes europeus

Enquanto ficamos à espera da disponi-bilidade da cópia para podermos exibir Amour e Detachment, este mês propomos quatro filmes europeus, entre os quais Des-te Lado da Ressurreição, o último de Joa-quim Sapinho.

Com a digitalização gradual dos filmes distribuídos em Portugal, cada vez se torna mais difícil programar sem termos o equi-pamento necessário para exibir filmes nes-se formato (um investimento que continua a milhas do nosso alcance). Com excepção de Guimarães, os cineclubes portugueses continuam limitados a exibir em 35 mm – celuloid (cada vez mais raro, por exemplo existe uma cópia em Portugal de Amour, Detachment que estreou entre nós no for-mato digital). A segunda opção é exibirmos em dvd ou bluray, mas também recorrer a esta opção depende das distribuidoras e por vezes leva vários meses.

Continuamos ansiosamente à espera de notícias positivas do Instituto do Cinema e do Audiovisual sobre a possível abertura do concurso de apoio à exibição de filmes nacionais, europeus e ibero-americanos para 2013. Embora de recursos limitados,

este programa (anulado em 2012) tem-se revelado indispensável para a continuida-de das actividades cineclubistas.

Repetimos, a maneira mais simples, mais agradável, mais enriquecedora e menos dispendiosa de ajudarem a evitar o co-lapso que ameaça o Cineclube de Tavira é apenas uma: disfrutem das nossas sessões enquanto cá estamos. O valor do nosso bi-lhete de entrada continua baixo: quatro euros para o público e apenas dois para os sócios e portadores de um cartão de estu-dante ou de sócio de INATEL.

Cena do filme Cirkus Columbia

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Espaço AGECAL

Defender o Património Arqueológico – uma mudança de paradigma?

Até aos anos 70, a «defesa» do património foi bandeiras de resis-tência de quem se opunha ao pro-gresso descontrolado. Na América, mais avançada que nós em políti-cas ambientais, começava a falar-se de «gestão de recursos culturais». Nós teimávamos na cegueira, e fingíamos não ver que para lá do Atlântico Norte havia também coi-sas boas. E organizávamo-nos em

associações, que lá iam autofingin-do poder defender o património, em particular o arqueológico, do avanço do betão e dos interesses de lucro fácil.

Finalmente, lá tivemos arqueólo-gos ‘full-time’: os primeiros no pólo industrial de Sines, menina dos olhos do marcelismo, na primeira grande intervenção organizada de arqueologia preventiva. Que, ali-ás, só éramos capazes de entender como de «salvamento». E depois, no início dos anos 80, a militância converteu-se em responsabilidade institucional. Com os Serviços Re-gionais de Arqueologia, a «defesa» e o «salvamento» tornaram-se po-lítica de património: de um lado os operacionais de terreno, que queríamos salvar o mundo; de um

outro os burocratas, que queriam preparar a sustentabilidade legal das intervenções.

Estávamos nós nos anos 90 a salvar o mundo, protagonistas da ‘dirty archaeology’ a acreditar na generosidade de um estado feito à medida dos interesses de uma cida-dania consciente e livre (ou daquilo que dele restava), quando nos caiu o Côa nos braços. Em pleno torve-linho de descrença nas bondades do êxito individual e no progresso à custa dos capitais europeus. Foi o ponto de viragem. No lugar e tem-po certos para podermos operar a mudança no quadro legal. Com a instituição do princípio da «conser-vação pelo registo científico» e com a aplicação da máxima ambiental do «poluidor pagador», o Estado

tornava-se garante da defesa do pa-trimónio arqueológico. E recém re-crutados agentes, disseminados por todo o país, encarnaram a missão de fazer cumprir escrupulosamente o novo quadro legal pós-Côa.

Os promotores imobiliários, os empreiteiros de grandes obras pú-blicas, mesmo o pequeno dono de obra privada tinham agora de con-tratar serviços de arqueologia. Que o Estado, pela sua vocação e mis-são, não estava em condições, nem tinha ânimo, de fornecer. A defesa convertera-se em janela de oportu-nidade, frequentemente amarrada à prática e à mitologia do turismo. O território passou a ser olhado como um arquivo de terra. E os re-gistos de terreno constituíram um acervo que supria as materialida-

des, sacrificadas ao desenvolvimen-to. E os arqueólogos, imprescindí-veis para dar corpo à imposição da arqueologia preventiva, foram capazes de fazer-se ouvir e reivin-dicar um estatuto à parte no tecido social.

Este equilíbrio, cuja fragilidade só uns poucos vislumbraram, rom-peu-se com a drástica quebra das operações imobiliárias e do inves-timento em obra pública. Só então os arqueólogos se deram conta de que o seu papel não é o de presta-dores de serviço aos empreiteiros, até então encarados como inimi-gos, impulsionadores de um pro-gresso cego, destruidor de valores a defender. Só agora os arqueólogos se deram conta de que o seu papel é o de gestores de recursos culturais.

Grande ecrã

Rui ParreiraArqueólogo e vogal da AGECAL

“EXPOSIÇÃO DE JOSÉ MÁRIO CAROLINO”

Até 10 MAR | Casa do Povo de Santo Estêvão- Tavira“Nihil” não é pintura, não é escultura, é um projecto estético no qual se desvaloriza o existente, procuran-do uma nova ordem

d.r.

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01.02.2013 4 Cultura.Sul

O desconforto dos programadores

Embora o cenário tenha mudado um pouco desde 2005, ainda há poucas salas de espectáculos no Algarve, não se prevendo que esta realidade possa ser alterada nos próximos anos. Dir-se-á que bem contadas até nem

são poucas, mas não me re-firo aqui aos anfiteatros com palcozitos de se medirem aos palmos, sem condições mínimas. Refiro-me a infra--estruturas que possam ri-valizar com as melhores do País, com equipas técnicas e programação permanentes. Destas últimas, creio que a região merecia muitas mais.

Conquanto as poucas salas de espectáculos do Algarve estejam a fazer um trabalho insubstituível, tanto ao nível do que oferecem à Região, como ao nível de uma evi-dente descentralização – que noutras áreas é quase quimé-rica – os programadores dos vários espaços (uns mais do que outros) sempre tentaram equilibrar as suas agendas com espectáculos comerciais e eruditos.

Porém, há uma variável nova, que entra nas contas da programação, e que afronta as linhas programáticas dos Mu-

nicípios, a vontade dos pro-gramadores e até as exigên-cias dos públicos: a dita crise!

Pois bem, esta crise econó-mica e financeira, que o País atravessa, leva a que a Cultu-ra seja fortemente afectada. Primeiro, começou pela ide-ologia governamental de que a Cultura é um estorvo, uma área de somenos, um luxo de ociosos. E, assim sendo, para que nos serviria um Ministé-rio da Cultura? A importân-cia da Cultura foi reduzida a uma secretaria de Estado. Aí, morou um incapaz Secretário de Estado, até chegar este se-

nhor anónimo e anónimo se tem mantido. Em ambos os casos não só não houve zelo pela Cultura como é explícito que a ignoram. Depois, apa-receu uma violenta Lei dos Compromissos que proíbe o investimento autárquico e deixa as populações órfãs do apoio do poder local, quan-do órfãs estavam há muito do poder central.

É neste cenário que os programadores – sós ou sob direcção superior – têm de gizar as suas programações. Sem dinheiro e na impossibi-lidade total de fazerem con-tratações, a cultura erudita dá quase totalmente lugar ao que é comercial. Projectos que enchem salas conseguem facilmente fazer parcerias de bilheteira para viabilizarem os seus projectos. E então a música, a dança e o teatro não comercial, terão de morrer? E que programadores se orgu-lharão disso?

d.r.

A questão é a de saber que lugar tem nos palcos a erudição face aos cortes orçamentais na Cultura

Teatro Municipal de Faro Programação: www.teatromunicipaldefaro.pt

7 FEV | “História do Soldado”, Igor Stravinsky (música), 12 horas, duração: 1h, preço: entre 5 e 10€

Cine-Teatro LouletanoProgramação: http://cineteatro.cm-loule.pt

1 FEV | “Fado à Conversa”, com António Pinto Basto convida José Gonçalez (música), 21.30 horas, duração: 1h55, preço: 10€3 FEV | “Madagáscar 3” (cinema), 15 horas, duração: 1h33, preço: 3€7 FEV | “Conversas à 5.ª”, com António Pinto Ribeiro (ciclo), 21 horas, duração: 1h20, entrada livre12 FEV | “O samba que mora em mim” (cinema), 21 horas, duração: 1h12, preço: 3€14 FEV | “Assim Assim”, de Sérgio Graciano (cinema), 21 horas, duração: 1h37, preço: 3€21 FEV | “Improvisos à 5.ª”, com Paulo Machado (ciclo), 21 horas, duração: 1h20, entrada livre

24 FEV | “Astérix e Obélix ao serviço de sua Majestade” (cinema), 15.30 horas, duração: 1h49, preço: 3€28 FEV | “Balas e Bolinhos 3” (cinema), 21 horas, duração: 2h20, preço: 3€

AMO - Auditório Municipal de Olhão Programação: www.cm-olhao.pt/auditorio

Até 28 FEV | Exposição de Aníbal Ruivo – Uma Vida de Arte (escultura), de terça-feira a sábado, das 14 horas às 18 horas, entrada livre2 FEV | “Não há euros para ninguém” (teatro), 21.30 horas, preço: 12.5€23 FEV | “As aventuras do Kiko” (teatro), 16 horas, preço: 8€ / 5€ (crianças até 12 anos)

TEMPO - Teatro Municipal de PortimãoProgramação: www.teatromunicipaldeportimao.pt

2 FEV | “Fora do Baralho”, com Mário Daniel (magia), 21.30 horas, duração: 1h30, preço: 12€ (balcão), 14€ (plateia)8 FEV | “Ciclo de Solistas da Orquestra do Algarve” (música), 21.30 horas, duração: 1h, preço: 10€15 FEV | “Cinema às 6.ªS – Tabu” (cinema), 21.30 horas, duração: 1.58 horas , preço: 3€

23 FEV | “Lago dos Cisnes”, de Daniel Cardoso (dança), 21.30 horas, duração: 1.30 horas, preço: 10€ (balcão), 12€ (plateia)

Aqui há espectáculo

Carlos CampaniçoProgramador

O projecto de rock em português NOME nasceu em Faro, em 2004. Foi a banda ven-cedora da primeira edição do concurso “+Música”, em 2005, promovido pela Câ-mara de Loulé, e a banda vencedora do concurso para abertura de três concertos dos Xutos e Pontapés no Algarve em 2006. Nesse mesmo ano, os NOME gravaram uma primeira maquete com dois temas, com a

participação especial de Elísio Donas, dos Ornatos Violeta. Depois de alguns concer-tos em 2007 com bandas como The Gift ou Terrakota, começaram a preparar “Código Pele”, lançado no final de 2009. Em Novem-bro de 2012 editam o primeiro álbum, “O Pulsar da Matilha”, que conta com a parti-cipação especial da cantora Viviane, entre outros nomes da música portuguesa.

Dest

aque 22 FEV | “Nome” (música), 21.30 horas, duração: 1h30, preço: 10€

A Bela Adormecida desperta a magia dos contos de fadas. Um mundo encanta-do de castelos e florestas, maldições e fa-das; somente o beijo do amor verdadeiro conseguirá desfazer o feitiço – a sagração do Romantismo.

Baseado no conto “La Belle au bois Dor-mant”, de Charles Perrault, bem ao estilo francês do século XVIII, é considerado um dos bailados que maior interesse desperta no grande público.

Repleta de romantismo e marcada pelo lirismo, esta obra representa um grande desafio para os bailarinos, sobretudo na interpretação da personagem principal, Princesa Aurora, exigindo um estilo aca-démico cristalino – elegante e frágil.

A relação da música de Tchaikovsky com a coreografia de Marius Petipa é de tal for-ma perfeita que seria difícil imaginar outra leitura da partitura.

Dest

aque 24 FEV | “A Bela Adormecida”, Russian Classical Ballet (dança), 17.30 horas, duração:

2h20, preço: 28€ (1ª plateia), 25€ (2ª plateia)

Dois casais encontram-se para falar so-bre um incidente entre os seus dois filhos pequenos: após uma luta, um deles partiu dois dentes ao outro. Ambos os casais con-

cordam que estas coisas acontecem, que o mal pode ser remediado e acreditam no “poder pacificador da cultura” mas, infeliz-mente, as coisas não são tão simples.

Dest

aque 16 FEV | “O deus da matança”, de Yasmina Reza (teatro), 21.30 horas, duração: 1.30

horas, preço: 5€

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01.02.2013  5Cultura.Sul

A iniciativa Travessas de Cultura, uma parceria entre a Universidade do Algarve e a Direcção Regional de Cultura do Algarve (DRC Algarve), en-cerrou os encontros promovidos no âmbito deste ciclo de debates infor-mais de reflexão sobre a vida cultural da região quinta-feira da passada se-mana em São Brás de Alportel, num momento dedicado à temática “De-sign industrial e artesanato”, media-do por Rui Parreira da DRC Algarve.

Depois de em 2010 e 2011 se terem levado a cabo dois ciclos de debates/conferências sob as designações, res-pectivamente, de “A Cultura em Con-ferência” e “Quintas de Cultura”, as Travessas de Cultura, pensadas para o ano de 2012, fecharam a sua activi-dade já em Janeiro de 2013, depois de sete encontros destinados a debater temáticas tão diversas como a Eco-nomia Criativa, a Rádio e Televisão, Artes Performativas, entre outros.

Os debates animados, que se desen-volveram um pouco por todo o Algar-ve, juntaram nesta última edição que decorreu no Centro de Artes e Ofícios de São Brás de Alportel, designers, ges-tores de projectos públicos de cruza-mento do artesanato com o design, agências dedicadas à inovação e cria-tividade, empresários e muitas outras pessoas para debaterem as questões relacionadas com as potenciais van-tagens do encontro entre as artes an-cestrais e a modernidade tutelada pela intervenção do design.

Com o mote dado pela apresentação dos resultados do projecto TASA – Téc-nicas Ancestrais, Soluções Actuais, tute-lado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR Algarve), o debate fluiu, ao mes-mo tempo que se salpicou de exemplos de dificuldades e vitórias encontradas

no cruzamento do que de melhor a tra-dição produz com as propostas inova-doras do design.

Espaço desde logo, também, para à conversa ter sido trazida a expe-riência relacionada com o projecto “Design&Ofícios”, uma parceria entre o município de São Brás de Alportel e a Associação de Designers do Sul com o propósito de desenvolver contributos para promover, inovar e recriar alguns

dos artefactos de cariz artesanal, desen-volvidos na região da serra algarvia.

A força do artesanato

Ao contrário do que se possa por-ventura pensar, o Algarve tem no artesanato uma panóplia de produ-tos tradicionais que oferecem uma importante margem de progressão para a majoração das respectivas po-

tencialidades comerciais, haja para tal a capacidade de unir aos sabores ancestrais dos misteres artesãos a inovação e criatividade, bem como o Marketing & Comunicação, o design e a gestão de produtos.

Por outro lado, a reactivação das actividades artesanais abre espaço à sobrevivência e salvaguarda das técni-cas e das tradições, ao mesmo tempo que cria espaço para a criação de em-prego como fim último de projectos que alcancem um grau de desenvol-vimento que os viabilize do ponto de vista empresarial, independentemen-te da escala que se possa atingir.

A debilidade do tecido industrial e as resistências do empresariado

à inovação

Um dos principais problemas en-contrados pelos designers da região na imposição da sua actividade pro-fissional como potenciador do de-senvolvimento da produção regio-nal prende-se antes de mais com a associação exacerbada que se faz do design ao design gráfico e de comu-

nicação, quase ignorando vertentes como o design industrial e de mate-riais, entre outros.

A par deste desconhecimento, o Algarve apresenta um tecido indus-trial muito débil, onde as indústrias, além de residuais têm uma baixíssi-ma aposta na inovação e no desenvol-vimento de novos produtos. Factor a que se soma, no âmbito do empre-sariado, uma resistência à inovação, ao desenvolvimento de novos produ-tos e à conquista de novos mercados e nichos de mercado, em particular tendo em vista a internacionalização.

No oposto desta realidade estão al-guns empresários que na região apos-tam em firmar lanças fora de portas e que assumem remar contra a maré como modus vivendi. É o caso, pre-sente na última edição das Travessas de Cultura, da Novacortiça e da brand Pelcor que apostam na diversificação do negócio tradicional da produção de discos para rolhas de cortiça através de uma brand que tem por base a produ-ção de produtos em pele de cortiça e uma clara aposta no mundo da moda como veículo de internacionalização.

Desafio

Certo é que os actores regionais, públicos, privados e institucionais, bem como, designers e artesãos, não estão adormecidos perante o desa-fio de cruzar a tradição e a moderni-dade apostando num reanimar das actividades artesanais e num desen-volvimento de novas soluções para a reconversão de produtos e saberes ancestrais.

Antes falta, isso sim, uma platafor-ma que agilize as sinergias existentes e as iniciativas no terreno, de forma a permitir completar os ciclos de rein-venção do artesanato e que possa, dotada dos meios para o efeito, unir artesãos e designers, empresas e ino-vação e todos estes e os mercados fi-nais sob pena do esforço realizado até agora se perder, deitando janela fora o trabalho levado a cabo que, a não ser assim, apenas ficará para a histó-ria da investigação, deitando por terra o primado da sua dimensão prática, desiderato final do muito que se vai fazendo neste domínio e no enorme desafio de renovar a tradição dando--lhe cores de modernidade em prol do desenvolvimento integrado e susten-tável de um sector que doutra forma sucumbirá com o passar dos tempos.

Ricardo ClaroAlguns produtos artesanais da região reinventados

Panorâmica

“NÃO HÁ EUROS P’RA NINGUÉM”

2 FEV | 21.30 | Auditório Municipal de OlhãoTrata-se de um espectáculo de comédia que tem Octávio Matos encenador, director e actor, ao lado de outros grandes nomes da revista nacional, como Natalina José e Anita Guerreiro

Agendar

“13º FESTIVAL DE MÚSICA AL-MUTAMID”

15 FEV | 21.30 | Centro Cultural de LagosMasmudi Kebir é um ritmo da música clássica do Egipto, mas também da música para dança oriental. É também o nome de um projecto de música e dança que nos dá a conhecer a dança oriental

Tradição & Modernidade

António Correia em representação da Novacortiça

fotos: d.r.

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Jantares

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01.02.2013  7Cultura.Sul

“FORA DO BARALHO”

2 FEV | 21.30 | TEMPO - Teatro Municipalde PortimãoMário Daniel apresenta um espectáculo de magia para toda a família que mistura a arte da ilusão com a arte cénica

“UMA VIDA DE ARTE”

Até 28 FEV | Foyer do Auditório Municipalde OlhãoAníbal Ruivo mostra escultura em ferro, madeira, pedra ou gesso. O pintor e escultor, natural de São Brás de Alportel, tem o curso de Pintura da Escola Superior de Belas Artes de LisboaAg

endar

Fotografia, Arte e Criatividade

O que é arte, o que é criatividade? Arte - actividade que tem caracterís-ticas criativas e estéticas. Criatividade - capacidade de criar. Estas são duas definições muito sintéticas, que quase se fundem, escolhidas de entre milha-res de definições e conceitos que têm alimentado e continuarão a alimen-tar discussões à volta do tema.

Estas são opiniões de alguns fotó-grafos: “A criatividade é apenas um momento em que olhamos para o or-dinário mas vemos o extraordinário”, Dewitt Jones; “Uma vez enquadrada, qualquer coisa pode dar uma boa fo-tografia”, Cristophe Gilbert; “Quero evocar o que está fora do quadro que-ro evocar um nexo do caos”, Gerard Castello Lopes; “Naquela fração de

segundo o seu olho deve captar uma composição ou uma expressão e você deve seguir a sua intuição e fazer a fotografia. É nesse momento que o fotógrafo é criativo. É o instante! Se você o perder, é para sempre”, Henri Cartier-Bresson.

O objectivo da ALFA é o de contri-buir, através de formação, de tertú-lias, de exposições, de palestras, de desafios, da partilha e do convívio entre fotógrafos, para fazer com que os seus associados desenvolvam ap-tidões criativas a nível fotográfico, passando do simples carregar no obturador em modo automático para um trabalho pessoal em que o fotógrafo domina a técnica e a “má-quina”, fazendo dela o que ele quer e não o inverso. Esse é um passo essen-cial para que a capacidade criativa do fotógrafo aumente, passando o seu trabalho a reflectir as suas escolhas, o seu próprio olhar, a sua capacidade artística e criativa.

A ALFA quer contribuir, desafiando a criatividade dos seus associados e divulgando os seus trabalhos, para o engrandecimento e divulgação da arte fotográfica.

d.r.

Espaço ALFA

Vítor AzevedoVice-presidente da ALFA

Momento

Manif contra

a Troika

e pela Cultura

Foto de Vítor Correia

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01.02.2013 8 Cultura.Sul

“INTERFACE MAKONDE””Até 30 MAR | Galeria de Arte do Convento Espírito Santo – LouléOtelo Fabião apresenta construções sobre algumas fotografias do povo Maconde de Manuel Viegas Guerreiro

“ESPECTÁCULO DE NORBERTO LOBO”8 FEV | 21.30 | Centro Cultural de LagosUma das figuras principais da música portuguesa do novo século, Norberto Lobo é dono de um per-curso aparte de qualquer meio de ensino académico especializado

Prunus Dulcis

«…é por esta razão que no Algarve, ainda hoje, há tantas amendoeiras». E pronto, termina assim a nossa histó-ria do rei Ibn-Almundin e da princesa Gilda. E agora, minha princesa linda, são horas de ir dormir que amanhã é dia de escola. Boa noite!

Mas pai… e acaba assim? E eles casaram?

Sim! Digamos que sim. Eles fica-ram juntos… vivem juntos.

E foram felizes para sempre?Sim! Eles são felizes, muito felizes…E tiveram muitos filhos!!!Muitos, muitos, não. Alguns!Alguns é quanto, papá?Alguns neste caso são dois. Um me-

nino e uma menina.Assim como eu e o mano.Sim, a menina por acaso também

se chama Sonya.A princesa Gilda da história é a

mãe, não é, pai?Sim! É ela, minha querida. Deu-lhe um beijo tão terno como

só os pais sabem dar. Agora dorme bem. Até amanhã.

Bons sonhos.Claro que vou ter bons sonhos, ma-

jestade pai-Ibn. Com uma história as-sim tão bonita!

Ivo apagou a luz. Colocou sobre a cómoda o livro, que na capa ostenta-va o título: ‘Lendas das mouras encan-tadas no Algarve’, que estava consigo desde a infância e agora passava aos seus filhos.

Ivo Almerindo, agora gerente de uma quinta com turismo de habi-tação rural, já fora rapaz de muitos ofícios. A escola não queria nada com ele, dizia ao tempo de estudante. Ia ao mar com o pai. Trabalhava na terra com o avô. Nas férias de Verão, servia às mesas das esplanadas dos cafés e restaurantes da zona, onde pratica-va o inglês e ganhava uns cobres que amealhava para uma viagem de com-boio à Europa. Foi nessa viagem de sonho que conheceu a mulher dos seus sonhos, quando a ajudou a car-regar a mochila na estação de Milão.

Nessa tarde de Agosto ambos es-

tavam de passagem pela capital da Lombardia. Ela que vinha do sul re-gressava a casa no norte da Europa. Ele vinha do norte e também estava já de volta para o sul. Opostos geo-gráficos e físicos que ali se atraíram num instante mágico. Ivo ficou so-bretudo maravilhado com a beleza da loira nórdica, qual princesa de história de encantar, que o deixou desconcertado. A rapariga também ficou deslumbrada com a história de vida do rapaz, aliada à sua tez more-na, que misturava traços fisionómi-cos dos homens dos povos das an-tigas culturas mediterrânicas. Tudo isto no espaço de algumas horas em que passearam juntos pela cidade. O primeiro e único beijo desse dia aconteceu na imponente catedral. O resto do dia passou muito rápi-do, demasiado rápido. Num ápice chegaram as duas da manhã, hora a que os seus comboios partiriam com alguns minutos de diferença. Mas quando os altifalantes da estação anunciaram a partida do comboio de Ivo, que estava à janela olhando triste e embevecido para Gylda na plataforma, ele agarrou de repente na sua mochila azul e saltou porta fora. Abraçou a rapariga e disse-lhe que iria com ela, se ela quisesse. Meteram-se no comboio rumo a Es-tocolmo via Berlin. Ivo ficou mara-vilhado com a capital da Suécia e os arredores da cidade onde Gylda mo-rava. Com a experiência que tinha de trabalhar em bares e restaurantes e a fluência com que fala inglês, não lhe foi difícil arranjar logo trabalho,

enquanto Gylda acabava o seu curso de enfermagem.

Ivo teve no entanto que regressar ao Algarve no início do ano para aju-dar os pais, quando recebeu a notícia do falecimento do avô. Mas no prin-cípio de Junho, já Gylda partia para o Algarve. Esse primeiro Verão que pas-saram juntos foi, assim a bem dizer, algo de idílico. Fizeram tudo o que há para fazer nas férias. Tudo correu bem. Visitaram todo o país sempre junto à costa. Não podiam estar mais felizes. Gylda sentia-se encantada com o céu sempre azul, a tempera-tura amena e a vida ao ar livre. De-cidiram recuperar a velha mas típica casa de campo dos avós no Lacém, frente à barra natural que ali se forma e disforma sazonalmente, para onde foram viver e plantaram uma horta.

Mas no final do ano Gylda começa-va a dar sinais de irritabilidade, infeli-cidade, insegurança, algo pouco habi-tual nela. Sentia-se triste e deprimida. Jurava a Ivo que era ali que queria es-tar. Queria ficar junto dele. Amava-o, mas não sabia explicar o porquê des-se seu mal estar. Um dia, em conver-sa, um amigo alemão explicou-lhes que às vezes as pessoas sofrem de um síndroma que tem a ver com a falta de luz ou excesso dela, se não estão habituadas. Ou podia ser também por causa da falta de frio ou de calor. Seria a falta de… neve ? pensou Ivo, mas não o quis verbalizar, não fosse Gylda ficar a pensar demasiado nisso e querer voltar já para a Suécia. Mas passados alguns dias ela não mostra-va sinais de melhorar e o próprio Ivo

também se começava a sentir mal por não conseguir fazer nada para resol-ver a situação. Uma noite no escri-tório, quando abriu uma das caixas ainda por arrumar deparou-se com um livro que lhe haviam oferecido na infância. Lembrava-se bem dele. Começou a folheá-lo e parou num

conto de que costumava gostar par-ticularmente. Tinham-no lido para ele tantas vezes. Leu-o desta vez para si próprio, pela primeira vez. Ficou aterrado na premonição, ao ponto de ficar tão emocionado que os olhos se lhe embaciaram. Mas nesses seus re-motos pensamentos foi interrompido por Gylda que o reclamava para junto dela na cama. Assim lhe concedeu o desejo. Que outra coisa não lhe vinha no pensar.

Mas no dia seguinte algo urgia fazer. Tal como Ibn-Almundin, Ivo Almerindo mandou plantar amen-doeiras em toda a extensão do seu terreno à volta da casa. Se o rei mou-ro conseguira libertar a sua prince-sa Gilda do sofrimento, também ele faria tudo para mantê-la a seu lado vivendo o intenso amor que por ela tinha. Em seguida viajaram para a Su-écia. Gylda melhorou rapidamente. Reencontrou a família e os amigos. Deram passeios na montanha, anda-ram pela capital.

Só voltaram no fim da Primavera seguinte. Seguiu-se o Verão que Gyl-da e Ivo sempre aproveitavam ao má-ximo sabendo que o Inverno podia trazer momentos menos memorá-veis. No entanto, no fim do Outono, Gylda temia voltar a adoecer como lhe acontecera no ano anterior. Ivo encorajava-a dizendo-lhe que nesse Inverno ele tinha esperança que ela já não iria sentir a ‘nostalgia da neve’, mas sem lhe revelar o seu plano. Es-tava confiante. Tinha chovido bem no Outono. As árvores estavam cres-cidas. Se tudo corresse como espera-va, no início do novo ano estariam em flor.

E assim numa bela manhã de Janei-ro, quando Ivo já começava a deses-perar e Gylda a deixar-se entristecer, tiveram ambos uma florida surpresa.

Ivo! Ivo! Vem cá ver, está lindo! Tudo coberto de branco! Está tudo branquinho! Lindo ! , gritou ela ao abrir as janelas e ver aqueles flocos de flor esbranquiçados deixados sobre os ramos, que a partir daí curariam a sua saudade do branco Inverno nórdico.

Amendoeiras em flor

Pedro [email protected]

Contos de Inverno na Ria Formosa

d.r.

d.r.

Vista de um amendoal florido

Agendar

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01.02.2013  9Cultura.Sul

2013, e agora?

Parece-me fundamental que a di-nâmica desenvolvida pelas Bibliotecas da Rede Pública seja efetivamente (re)conhecida, valorizada e mediatizada, o que passa também pela inserção, nos media, de espaços de informação e reflexão sobre os projetos, desafios e caminhos de futuro das bibliotecas no Algarve, como este que agora se enceta a convite do editor deste suplemento.

Em 1987 surgiu em Portugal uma política integrada de desenvolvimen-to da leitura pública, através da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, a qual constitui – há que assumi-lo e subli-nhá-lo – um dos poucos projetos cul-turais, de iniciativa estatal, de médio--longo prazo realmente consistentes, abrangentes, estruturados, consolida-dos e de inegável impacto sociocultu-ral/educativo dinamizado nas últimas décadas no nosso país.

Cabe-nos agora não ficar sentados à sombra dessa conquista ou então à espera que a crise passe. A atual fase não deve ser encarada como si-nónimo de estagnação ou retroces-so culturais, mas como um pretexto, ainda que difícil, para uma atitude de renovação adaptativa, isto é, uma oportunidade de reinvenção para as bibliotecas. Não era a poetisa brasi-leira Cecília Meireles que dizia que “a vida só é possível reinventada”?

Múltiplos são os desafios que se colocam hoje às bibliotecas públicas, talvez resumíveis a cinco: a diversida-de de perfis e necessidades dos seus utilizadores, a sustentabilidade finan-ceira, a realidade digital, a cooperação em rede e o marketing cultural. E isso implica abordar tópicos porventura polémicos mas inevitáveis como: o alargamento da oferta e da área tra-dicional de intervenção das bibliote-cas, não já concebidas apenas como locais de leitura, mas também, numa

ótica mais ambiciosa, pluridisciplinar e diversificada – e sem perder o devido enfoque no livro –, como epicentros socioculturais e focos de criatividade e de produção de conhecimento que promovam mudanças na comunidade em que se inserem e que correspon-dam à crescente heterogeneidade de interesses e motivações dos seus uten-tes; o acesso pago (aplicado com sen-satez, seletividade e gradação) a certos serviços e formatos disponibilizados, aspeto muito ligado a uma política de formação de públicos e à moldagem da sua atitude/mentalidade perante a Cultura, e ainda ao modo como as bi-bliotecas comunicam as suas propos-tas e persuadem os seus destinatários para os amplos benefícios imateriais (socioeducativos e estético-artísticos) das mesmas, não obstante o seu pa-gamento – questão que me parece

fulcral; a necessidade de conjugar a tradicional primazia conferida ao livro impresso e os novos suportes digitais de leitura existentes no mercado, e de manter uma ligação atualizada e proa-tiva com as novas tecnologias e inova-ções; as vantagens da cooperação em rede, do estímulo ao voluntariado e das parcerias entre diferentes biblio-tecas (prática tantas vezes esquecida) e destas com o setor privado, a socie-dade civil e outras entidades culturais nacionais e estrangeiras, como forma quer de mobilizar mais vontades e influências em prol de objetivos co-muns, quer de rentabilizar, partilhar e minimizar os recursos necessários; e ainda uma aposta mais decidida na questão fundamental da difusão, do envolvimento e do marketing, diver-sificando atores, canais e formatos, e arriscando perspetivas incomuns e surpreendentes.

Para fechar, três sugestões de leitu-ra, muito pessoais: a Arte da Viagem, de Paul Theroux (Quetzal), espécie de manual literário, filosófico e prático de viagem; O Anibaleitor, de Rui Zink (Caminho), história improvável, des-concertante e cativante de amor pela leitura, especialmente indicada para quem não gosta de ler; e Agora e na hora da nossa morte, de Susana Mo-reira Marques (Tinta-da-China), um brilhante livro de estreia que desafia os limites para falar do mais íntimo dos momentos.

d.r.

2020: um horizonte para a Cultura no Algarve

A diversificação da oferta cultural e patrimonial nas últimas décadas tem permitido ao Algarve potenciar o de-senvolvimento económico, comple-mentando o turismo de sol e mar: es-tudo recente1 demonstra que 85,9% dos turistas inquiridos considera que uma oferta cultural e patrimonial, mesmo num destino turístico de mar, é fun-damental.

O documento estratégico Portugal 2020 | Plano Nacional de Reformas, define uma agenda de mobilização da sociedade civil e de focalização das políticas públicas na promoção da ino-vação, objetivando um maior desen-volvimento e internacionalização das indústrias culturais e criativas, orien-tadas para a produção, distribuição e consumo de bens e serviços de elevado valor acrescentado, que resultem em sinergias e complementaridades com grande potencial de competitividade, inovação e internacionalização.

No Algarve, o cluster das Indústrias Culturais e Criativas precisa de uma aposta de desenvolvimento por parte dos parceiros essenciais: CCDR-Algar-ve; Universidade, Direções Regionais de Cultura e de Economia, IAPMEI, Autarquias.

Contudo, o setor da Cultura é fun-damental para a gestão, planificação e perceção do real impacto, direto e indireto, no crescimento económico, na inovação, na competitividade, no emprego e no desenvolvimento sus-tentável da região.

A importância e transversalidade da área da Cultura configuram um hori-zonte cultural 2020, nomeadamente nos três níveis de conhecimento pre-vistos no Plano Nacional de Reformas, para o Algarve pretende-se:

Conhecimento Inteligente: Duplicar o número de doutorados nas institui-ções culturais da região através da cria-ção de parcerias com as universidades,

e promover o aumento de doutoramen-tos na área Cultural. Atualmente exis-tem cerca de duas centenas de pessoas a trabalhar em instituições culturais na região mas menos de meia dezena de pessoas possui o grau de Doutor. E criar centros de Investigação e de excelência, objetivo já definido no PROT Algarve, instrumento de gestão territorial que também ambiciona desenvolver e uni-formizar os instrumentos estatísticos para a área da Cultura, criando bases de dados fiáveis e comparáveis.

Conhecimento Sustentável: Pro-mover e implementar medidas de efi-ciência energética nos equipamentos culturais da região, promovendo as necessárias ações de formação e sensi-bilização. Possibilitar o desenvolvimen-to do quarto objetivo estratégico do PROT-Algarve: a articulação Patrimó-nio/Ambiente e Desenvolvimento Sus-tentável, visando inverter a tendência de, essencialmente, amarrar a Cultura à prática do turismo e ambicionando

abrir uma perspetiva de futuro, em que o património contribua para a di-versificação da base económica, para a coesão social e para a programação do conhecimento e da inovação científica e tecnológica.

Conhecimento Inclusivo: A inves-tigação ligada ao património cultural (material e imaterial) permite um co-nhecimento das estratégias, produtos e técnicas exploradas. Este conhecimento possibilita identificar potencialidades até aqui desconhecidas ou em franco desaparecimento e, com novas abor-dagens, (in)formar as comunidades, ao incentivar a cultura científica e esti-mular o desenvolvimento de produtos culturais e criativos. Refira-se ainda que esta questão pode estar interligada a um estímulo da valorização social dos idosos, com a compilação dos saberes que estes detêm. A identificação dos meios existentes e o estabelecimen-to de plataformas temáticas ligadas à cultura e criação artística (audiovisual, media, publicidade, design e arquite-tura), são fundamentais para melho-rar a capacidade empreendedora e gerar emprego na região. A criação de emprego qualificado deve resultar da criação de novos produtos turísticos com valor acrescentado associados à cultura e ao património. A reabilitação urbana nos núcleos históricos urbanos existentes também irá criar emprego de forma direta.

Uma forte aposta no sector Cultural na região algarvia permite, acima de tudo, melhorar a qualidade de vida das populações, contribuir para um usufru-to complementar dos equipamentos existentes e, em última análise, promo-ver uma maior coesão social.

1 Oom do Valle et alli (2011), “The cultural offer as a tourist product in coastal destina-tions: the case of Algarve, Portugal”, Tourism and Hospitality Research 11 (4) 233-247

A poesia invade as paredes

Espaço Cultura Sala de leitura

d.r.

85,9% dos turistas querem oferta cultural mesmo num destino turístico de mar

Com 2020 como hori-zonte, o setor da Cultu-ra é fundamental para a gestão, planificação e perceção do real impac-to, direto e indireto, no crescimento económico, na inovação, na competi-tividade, no emprego e no desenvolvimento susten-tável do Algarve

Paulo PiresProgramador do Departamento So-ciocultural do Município de Silves

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01.02.2013 10 Cultura.Sul

Bom tempo para as Indústrias Culturais e Criativas no Algarve?

Depois do sucesso britânico a União Europeia (UE) encomenda, em 2006, um relatório ao KEA European Affair sobre as Indústrias Culturais e Criativas (ICC), dando-lhes o corpo definido de economia da cultura. Nesse relatório ficaram definidas as áreas de atividade que seriam, ou não, consideradas como pertencen-tes às ICC, balizando-as em 4 níveis. No primeiro, centro da economia da cultura e motor de inovação, estão as artes e o património. Seguem-se três círculos, o primeiro, das indústrias culturais, indústrias onde o produ-to provém das artes e se destina ao mercado global, incluindo, desde, a indústria musical até ao cinema. O segundo, das Indústrias Criativas, indústrias onde a criatividade e os produtos culturais são combinados na construção de novos produtos. Por fim, o último círculo o das indústrias relacionadas, que não sendo, nem, marcadas pela criatividade, nem por utilizarem elementos culturais, pro-

duzem ferramentas para os três níveis anteriores. A economia da cultura saía da sua génese anglo-saxónica e ganhava corpo de sector económico europeu.

Dois anos depois as ICC chegam a Portugal. A região norte olhando o seu património artístico, mate-rial e imaterial, decidiu que urgia transforma-lo num fator de desen-volvimento económico e social. Em 2008 a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), juntamente com Serralves e outros parceiros culturais, encomen-da um “Estudo Macroeconómico para o Desenvolvimento de um Cluster das Indústrias Criativas”. O quadro traça-do, cria-se a ADDICT – Agência para o Desenvolvimento das Indústrias Cria-tivas”, a CCDRN abre linhas de inves-timento sectoriais orçadas em mais de 40 milhões de euros. Prepara-se o futuro com investimentos estruturais, eventos que geram mercado às ICC, agrupam-se empresas e desenvolvem--se estratégias.

Descendo no país e avançando no tempo, em 2010 o Ministério da Cultura encomenda um estudo sobre “O Sector Cultural e Criativo em Por-tugal”. O país vira as atenções para as ICC como uma estratégia de futu-ro, um sector em que Portugal pode competir internacionalmente com vantagem. Abrem centros de empre-sas em Lisboa, exige-se respostas às ICC do Norte. A solução deus ex machi-

na para a crise que galopava não che-ga. As ICC perdem a aura de sedução.

Em 2013, o Norte responde com os projetos infraestruturais a abrirem portas, o Polo das Indústrias Criati-vas da Universidade do Porto (PINC) a colocar empresas nos mercados ex-ternos com sucesso, e a ter lista de es-pera para incubar lá, a região passou de receitas geradas, em 2008, de 800 milhões para mais de 1,4 mil milhões em 2012, sem contar com a revitali-zação dos sectores do calçado e têx-til, que incorporam, atualmente, uma forte componente de design. As suas autarquias são as únicas do país a re-forçar os investimentos neste sector, contrariando a tendência de redução

acentuada do resto do país.Hoje, em 2013, a região do Algarve,

após investir cerca de 6 milhões, por via da CCDR Algarve, em empresas do sector criativo em 2011 e de realizar o Projeto TASA, tem a possibilidade de aprender com os últimos quatros anos de investimentos e daí retirar dividendos. O Algarve, além de deter um núcleo, no que respeita às ICC, de uma diversidade significativa, apre-sentando a mais valia do seu patri-mónio demonstrar várias influências, uma universidade capaz de prover de conhecimento e tecnologia inovado-ra as empresas, conta com três impor-tantes fatores de mercado, que mais nenhuma região do país detém, o

que lhe permite substanciar o desen-volvimento das ICC de forma segura e a ritmos de crescimento superiores aos do resto do país. A elevada pre-sença do sector do turismo, permite às ICC encontrar um mercado, inter-no à região, onde os seus produtos têm elevada procura, desde artes de palco a objetos de design, que pode ser abordado de forma controlada, incremental, na diversidade e com-plexidade dos produtos a oferecer, e permite internacionalizações privile-giadas, fruto da presença de cadeias hoteleiras de cariz global. O elevado número de turistas a visitar o Algarve todos os anos constitui um mercado de consumidores finais de nível euro-peu, permitindo o teste de produtos e internacionalizações sustentadas. Por último, o clima algarvio, juntamente com o elevado número de não nacio-nais residentes, permite a atração de empresas não portuguesas, que pode-rão funcionar como âncoras do sec-tor, bem como a atração de talentos e a constituição de empresas portu-guesas como fornecedoras de outras na área económica da cultura.

As sinergias existem, falta, no en-tanto, que as autoridades regionais liguem os pontos, permitam o acesso à informação do que existe na região e tracem um plano para que os inves-timentos aconteçam numa lógica de economia de aglomeração, poten-ciando o existente e criando pontes para o futuro.

ACTA prepara subidas ao palcoA Companhia de Teatro do Algar-

ve (ACTA) prepara e ultima por estes dias uma nova programação que se rege por uma filosofia de carácter lúdico, mas também de carácter pe-dagógico, traves mestras do sucesso que têm vindo a promover no teatro algarvio desde a sua formação.

Actualmente em cena itinerante nas escolas com o “Auto da Índia”, de Gil Vicente, a ACTA desenvolve em diferentes concelhos da região o propósito de pedagoga previsto no pilar da programação teatral para a educação, de que também é exemplo o projecto de serviço educativo VATe.

Mas há mais para ver, ouvir, sentir e apreciar nas produções com o cunho da companhia e o Cultura.Sul foi ou-vir Luís Vicente, director da ACTA, que falou sobre a nova programa-ção, mas também sobre a nova fase da companhia, recentemente sedia-da no Teatro Lethes, cuja gestão e

programação tem agora a seu cargo. Para Luís Vicente, “é cedo para fazer o balanço”, porque não obstante já terem realizado diversos espectácu-los no último trimestre de 2012, não estão, segundo o responsável, “a fun-cionar na plenitude do [nosso] pro-jecto”, assegura. Assente na ideia de que “primeiro continua-se e depois começa-se”, Luís Vicente antevê para meados deste ano poder “começar a falar de uma filosofia de programa-ção do Teatro Lethes”.

Contudo, a ACTA não pára e quer seja como promotora e/ou responsá-vel pela realização dos espectáculos em agenda, não tem mãos a medir e apresenta, desde já, uma programa-ção de primeira linha.

No dia 27 de Março sobe ao palco do Lethes a peça “O Deus da Matan-ça”, de Yasmine Reza, cuja realização defende, além da característica lúdi-ca, um propósito pedagógico, que

“vem na sequência da recente reali-zação de “Bullying”, sobre violência entre os jovens, sendo que o novo tem como foco os pais”.

A 16 de Abril, é a vez de “Obras Incompletas de Gil Vicente” estre-arem no teatro farense. Trata-se de um exercício tentador e que prome-te, uma vez que “serão completadas acrescentando textos actuais, como Gil Vicente os escreveria nos dias de hoje”, refere o director.

Não obstante a qualidade dos espectáculos em agenda, a Cultura é também ela vítima da crise eco-nómica que assola o país e a ACTA está dependente de financiamentos pedidos à Direcção Geral das Artes, “numa quantia de 250 mil euros”, para realizar novos projectos pre-vistos ainda para 2013, como é o caso da ópera original, co-produzi-da com a Orquestra do Algarve, “À mesa com Rossini”.

Contudo, há muito para ver e ouvir no Teatro Lethes, onde teatro, música, dança, stand-up comedy e diferentes workshops estarão em cena durante

todo o ano. A agenda de espectáculos pode ser consultada online em www.actateatro.org.pt/teatrolethes.

Pedro Ruas/Ricardo Claro

Sinergias precisam que se criem pontes para o futuro

d.r.

ACTA é responsável pela gestão e programação do Lethes

d.r.

Uma opinião, uma visão

Ricardo MoreiraConsultor e Investigadordas Indústrias Culturais e CriativasEconomista

Boca de cena

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01.02.2013  11Cultura.Sul

“E TUDO O CASAMENTO LEVOU”

22 FEV | 21.30 | Auditório Pedro Ruivo - FaroTrata-se de uma divertida comédia, encenada por Heitor Lourenço e protagonizada por Almeno Gon-çalves e Maria João Abreu, dupla que promete um serão muito divertido

“LAGO DOS CISNES”

23 FEV | 21.30 | TEMPO - Teatro Municipalde PortimãoEstreia mundial da nova peça do Quorum Ballet, uma companhia que actualmente é referência incontor-nável na dança contemporânea portuguesa

Luísa Monteiro

Luísa Monteiro numa insuperável confissão da cigana

O título deste artigo mistura os títulos das três novelas que compõem o último livro de Luísa Monteiro: «A Insuperá-vel mudez da borboleta» (que deu o nome ao volume), «A in-vencível confissão de Úrsula» e «A poeta que amou ciganas (e fadas marrecas)», intercetan-do tempos, modos e géneros, como a autora.

Luísa Monteiro é um caso sério de qualidade. Jornalis-ta durante 17 anos, deixou essas lides e está a fazer um pós-doutoramento, depois de dois doutoramentos (um em Filosofia e outro em Literatu-ra) e um mestrado. Dedica-se ao teatro e a escrever, quer artigos científicos, quer fic-

ção, drama e ensaio não aca-démico, tendo ultrapassado a fasquia das 40 publicações. É uma escritora premiada e te-mos a sorte de a ter por perto, pois, natural de Vila Nova de Famalicão, vive no Algarve há muitos anos.

Falar sobre este livro num jornal não é fácil. Não porque a sua leitura seja difícil e só acessível a um público muito experiente na leitura, mas por-que falar das histórias é mini-mizar a beleza do texto. E estas novelas vivem, essencialmente, do literário que têm em si.

O subtítulo do livro enca-minha-nos para uma temática recorrente em Luísa Monteiro: «duas confissões sáficas e um desagravo de amor». A contra-capa elucida um pouco mais: «três pequenas novelas sobre o amor entre mulheres. Na primeira, encontramos uma professora em final de carrei-ra que se apaixona por uma jovem aluna a quem chama líbia; na segunda, a relação terna e corajosa de Auta e Úr-sula, heroínas daquele que fi-cou na História como o “mas-

sacre das 11 mil virgens”, em Colónia, no ano de 383 d.C.; por último, um desagravo de amor de uma das mais interes-santes escritoras do Modernis-mo português: Judith Teixeira, a que gosta de ciganas (“e fa-das marrecas”)».

Sugiro que se tomem es-tas palavras como princípios orientadores da leitura, ser-vindo, inclusive, para não nos distrairmos com a história, dando margem a uma fruição literária.

Estas não são histórias de suspense. Nem nos passa pela cabeça interrogarmo-nos so-bre como acabam. A escrita flui e somos levados na cor-rente das palavras. Bebemos as palavras, como Judith e Ur-dela, personagens da última história do livro: «Volvidos uns segundos de silêncio, a água levantou fervura. Urdela rasgou duas páginas do livro e meteu cada uma na caneca.

Gosta de chá de papel, Judi-th, interrogou Urdela na sua voz bonita, mas séria e pouco amistosa. Falava o português de uma forma escorreita, como se nunca tivesse desvirginado os ouvidos com outro som.

Isso não faz mal, chá de pa-pel, com poemas e tudo, gra-cejou Judith.

A outra riu, sem desprender o olhar das folhas que ama-chucava com os dedos finos dentro das canecas. Depois explicou: cada palavra tem um sabor, embora algumas tenham um paladar mais for-te, como as flores. A água lava--lhes a tinta e faz com que o sabor intrínseco a cada palavra se liberte nas papilas» (p.110).

Nesta novela, «um desagra-vo de amor», onde a escritora Judith Teixeira (1880-1959) é a personagem principal, a narrati-va não segue uma linha tempo-ral. Sobre Pepita, por exemplo, a cigana que tanto amou, ora estamos perante o seu nasci-mento, ora acompanhamos a sua menarca, ora percebemos que se deu a sua conceção. Por

esta ordem. Mas isso não nos

confunde. O narrador (ou narra-dora) alterna entre vários níveis de realidade: uns, apresenta-os como dados históricos (o ho-mem do regime, embaixador em Madrid, antissemita, res-ponsável pela censura a Judi-th Teixeira «Ele vencera Judith porque era um vencedor nato. Ele acabava também de ven-cer Aristides de Sousa Mendes, que andava lá por Bordéus a desbaratar vistos para a ruim corja dos judeus. Mas ele fora lá, ele vira, ele denunciara tudo ao seu amado Salazar. Nem um dos tinhosos entrou em Portu-gal» - p.80); outros, como da-dos íntimos das personagens, deixando-nos, por exemplo, ler as cartas de amor trocadas entre Pepita e Judith («Eu não tenho

a tua habilidade em entender a humanidade. Esta pode ser a razão pela qual gosto mais de mulheres que de homens – por-que nós fomos contagiadas por esta doença de fazer com que as amizades ganhem corpo» - p.97); outras vezes ainda faz--nos entrar nos sonhos de Judi-th, acompanhando-a na morte.

A história que inicia o volu-me é narrada na primeira pes-soa, intercalando poemas com prosa, que poderia toda ela ser uma longa carta de amor: «Ja-mais te oferecerei um poema, pequena, jamais, líbia, não… porque o amor é um vinho caro que perde corpo à me-dida que se bebe, quando o amor deveria ser cacho de pa-lavras, cheio de sol, mosto de

seiva, eterna semente de giras-sol» (p.24).

A temática do amor homos-sexual, apresentado com a na-turalidade que existe no amor heterossexual, sem voyeuris-mo, ainda não é muito co-mum no nosso meio literário. Comparável a Luísa Monteiro poderá estar outro nome das letras portuguesas: Frederico Lourenço, que também abor-da estes amores de um modo não preconceituoso. Ambos são excelentes autores e o facto dos amores que narram serem entre pessoas do mesmo sexo não retira (nem atribui) qua-lidade ao que escrevem. Para mim, eles estão bem acompa-nhados, numa simples estante, sob o nome «Literatura».

d.r.

Da minha biblioteca

Adriana NogueiraClassicistaProfessora da Univ. do [email protected]

Capa da obra de Luísa Monteiro

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Page 24: Postal1FEV1096

01.02.2013 12 Cultura.Sul

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