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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE MATEMÁTICA
LANTE – Laboratório de Novas Tecnologias de Ensino
PROPOSTAS E PERSPECTIVAS DE ENSINO
DE ÁLGEBRA ATRAVÉS DAS NOVAS
TECNOLOGIAS
Discentes:
Luciano Aparecido Magrini
Helber Marcondes da Silva
Rosania Maria da Silva
Orientador:
Profº Dr. Roberto Alfonso Olivares Jara
DIADEMA/SP
2012
INTRODUÇÃO
Com o intuito de contribuir com os estudos sobre o ensino e a
aprendizagem da Álgebra, nosso grupo desenvolveu esse trabalho
de pesquisa, enfatizando o uso das tecnologias como meio de
desenvolvimento do aprendizado do aluno, demonstrando o
quanto ainda há o que avançar e pesquisar quanto ao uso das
tecnologias para o ensino da Matemática.
Nosso projeto tem como pontos fundamentais:
Observações sobre as dificuldades apresentadas por alunos
no tratamento algébrico;
Representações algébrica e geométrica possibilitadas pelo
GeoGebra;
A necessidade de incluir no ensino os recursos oferecidos
pelas novas tecnologias, considerando suas potencialidades
e limitações;
OBJETIVOS GERAIS
Procuramos investigar as implicações do uso das TIC’s no ensino
da Álgebra (especificadamente equações do segundo grau e
equações algébricas) para alunos do Ensino Fundamental II e
Médio e as contribuições do modelo de Van Hiele para o tema
proposto. Especificamente, o que buscamos é:
Investigar as implicações do uso do software GeoGebra no
ensino da Álgebra (especificamente equações polinomiais) -
alunos do Ensino Fundamental II e Médio;
Analisar as contribuições do Modelo de Van Hiele no
tratamento algébrico desde as séries iniciais;
Oferecer a alunos e professores outras opções de abordagem
da Álgebra.
PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
1 – Teoria de aprendizagem
Seguimos os preceitos do Modelo de van Hiele, cujo conceito
básico é focado em Fases de Aprendizagem, onde o aluno
desenvolve diferentes níveis de raciocínio gradualmente, por meio
de etapas sequenciais, independente da idade.
As principais características desse modelo de pensamento são:
- Só é possível alcançar determinado nível de pensamento após ter
passado pelo nível imediatamente anterior;
- O que era implícito em determinado nível de pensamento, volta
explícito no nível seguinte;
- Cada nível de pensamento possui sua própria linguagem,
símbolos e significância dos conteúdos, ou seja, cada símbolo
possui um significado;
- Dois alunos em níveis diferentes não podem se entender.
2 – Pressupostos Algébricos
Trabalhamos em sala de aula o conceito de Polinômio, a partir da
seguinte definição:
Se n é um número inteiro não negativo e a0, a1, a2, ......, an são
números reais quaisquer, então
anxn + an-1x
n-1 + …….+a1x + a0
é um polinômio na variável x com coeficientes a0, a1, a2, ......, an.
Definimos o tipo de polinômio de acordo com o grau de seu
coeficiente. Assim, por meio dessas noções iniciais, definimos
funções polinomiais de grau n (ou equações de grau n) como a
função p: , definida por:
p(x) = anxn + an-1x
n-1 + …….+a1x + a0
No caso das equações quadráticas, suas raízes podem ser obtidas
por meio da Fórmula de Bháskara:
√
Por meio dela percebemos que as equações do primeiro grau
fornecem apenas uma raiz e as de segundo grau fornecem duas
raízes (complexas). Dessa forma, chegamos ao Teorema
Fundamental da Álgebra, cujo conteúdo é:
“Uma equação de grau n admite exatamente n raízes complexas,
não necessariamente distintas.”
3 – Pressupostos Tecnológicos
A proposta de ensino ora apresentada procura enfatizar o uso das
TIC’s, seja com o uso de softwares ou por meio de novas
abordagens pedagógicas, de forma a ser uma prática alternativa
viável dentro da sala de aula, abrangendo desde a Educação
Básica até o Nível Superior.
Enfatizamos o uso de softwares gratuitos de Geometria dinâmica,
como o Geogebra, além de blogs, slides e outros recursos
disponíveis da Web 2.0 como materiais de apoio para o ensino da
álgebra.
Assim, através de um estudo orientado por meio de softwares e de
outras ferramentas disponíveis na Web 2.0, buscamos dinamizar
as aulas de matemática, incentivando uma participação mais ativa
por parte dos alunos e aguçando sua curiosidade científica.
ADAPTAÇÃO DO MODELO DE VAN HIELE
Sendo a Álgebra um tipo de linguagem que, por meio do estudo
das propriedades numéricas e suas interações, contribui para a
formação do pensamento lógico/matemático. Com o objetivo de
lidarmos com conceitos algébricos desde as séries iniciais,
adaptamos o Modelo de van Hiele como um método pedagógico
para o estudo da Álgebra de uma forma condizente com a grade
curricular a partir do Ensino Fundamental. Usamos como modelo
o estudo das Equações Quadráticas, buscando contribuir para que
o aluno desenvolva suas próprias reflexões, análises,
investigações e generalizações, estimulando seus processos de
abstração.
O Nível 0 dessa adaptação é definida como Reconhecimento.
Nele, abordamos os conceitos básicos de notação algébrica por
meio de elementos geométricos. Uma noção básica do que é uma
incógnita pode ser mais facilmente compreendida por meio de
uma representação geométrica, como mostramos abaixo:
7
X 4
O Nível 1 é definido como Análise. Nele, começamos a abordar
as particularidades de cada equação. Ressaltamos o uso de
softwares de Geometria Dinâmica, como é o caso do Geogebra,
como uma forma de atiçar a curiosidade do aluno e fazer suas
próprias experiências.
O Nível 2 é chamado de Ordenação. Nele, desenvolvemos o
pensamento abstrato do aluno, por meio de problemas com
enfoque em construções algébricas que ajudam a desenvolver a
noção sobre o funcionamento das incógnitas e a relacionar esse
pensamento abstrato com diversas situações do cotidiano.
O Nível 3 é chamado de Dedução. Nessa etapa, o professor deve
focar-se em guiar seus alunos na formulação de hipóteses, para
que os mesmos possam intuir as principais características das
equações algébricas.
Por fim, temos o Nível 4 dessa adaptação, ao qual chamamos de
Rigor. Revemos tudo o que foi estudado, com atividades de cunho
investigativo, levando o aluno a testar, justificar, refletir e
generalizar suas próprias conjecturas, alcançando um novo nível
de pensamento.
Ressaltamos ainda que esse modelo de pensamento pode e deve
ser adaptado de acordo com as necessidades do educador. O uso
de novas tecnologias de ensino contribui para que o aluno
enxergue o conhecimento matemático como algo não restrito à
escola, e sim um elemento presente em sua vida cotidiana.
O GEOGEBRA NA RESOLUÇÃO
GEOMÉTRICA DE EQUAÇÕES DO
SEGUNDO GRAU
Objetivo: potencialidades e limitações do ensino da resolução de
equações do 2º grau representadas geometricamente, com o
GeoGebra.
1ª parte: familiarização com as representações de área e escrita
das respectivas expressões
algébricas e equações;
- Escrita da medida do segmento
BF: “2x”, “x.2”, x² e “x + 2”;
- Importância da intervenção do
professor no desenvolvimento da
proposta e para percepção dos
alunos da equivalência de áreas.
2ª parte: representação geométrica de trinômios quadrados
perfeitos e resolução de equações do 2º grau.
- Medidas da área apresentadas como (x + 1).(x + 1). Com
questionamentos: (x + 1)².
Generalizando: “ax² + bx + c” = “(√ ² √ )²;
- Escrita da equação da área, fornecida a sua medida;
- Representação geométrica ou cálculo mental para o cálculo das
raízes de equações dadas;
- Cálculo de um valor da incógnita rapidamente, com uso da
calculadora algumas vezes;
- Tratamento geométrico como um ponto inicial para a
generalização.
Limitações: arredondamentos de números irracionais; cálculo de
apenas uma das raízes; necessidade do tratamento algébrico para
obter a outra solução;
Potencialidades: discussões sobre os casos em que as equações do
2ª grau podem ser representadas geometricamente e sobre os
casos em que têm soluções no conjunto dos números reais;
utilizar esta proposta com alunos de séries anteriores.
O USO DO SOFTWARE GEOGEBRA NO
ENSINO DAS EQUAÇÕES POLINOMAIS
Objetivo: Analisar as possíveis contribuições do uso do software
GeoGebra no processo de aprendizagem da teoria das equações
polinomiais no Ensino Médio.
Para efeitos de pesquisa e por ser inviável desenvolver o tema
somente com o uso da tecnologia, optamos por uma estratégia
simples: durante o período da manhã a sala escolhida para estudo
(com 35 alunos frequentes) tinha aulas tradicionais sobre o
conteúdo e um grupo de 08 alunos que manifestaram interesse e
tinham disponibilidade de horários tinha aulas extras sobre o tema
no contra turno onde o conteúdo desenvolvido no período da
manhã foi abordado com o uso do GeoGebra.
O uso do software permitiu que os alunos estabelecessem
algumas conexões entre a análise algébrica (presente de maneira
dominante nas aulas regulares em sala) e a análise geométrica
(facilmente desenvolvida com o GeoGebra). A maioria destas
conexões não foram descobertas por manipulações livres dos
alunos; foram guiadas por Roteiros de Estudo desenvolvidos
especialmente para este fim e cujos objetivos eram:
Roteiro de Aprendizagem I: investigar se existe alguma
relação entre o conceito (puramente) algébrico de grau de uma
equação polinomial e o aspecto do gráfico da equação.
Roteiro de Aprendizagem II: analisar os pontos nos quais
o gráfico de uma equação polinomial intersecta o eixo das
ordenadas e das abscissas.
Roteiro de Aprendizagem III: fazer com que se
estabelecesse com os alunos o Teorema das Raízes Racionais;
uma primeira resposta à questão levantada sobre como fazer para
encontrar as raízes de um polinômio de grau maior que dois.
A aplicação dos Roteiros de Aprendizagem evidenciou o cuidado
a ser tomado com as etapas de planejamento das atividades
desenvolvidas com o apoio do software educativo. Durante o
trabalho com os alunos, alguns roteiros precisaram ser reescritos
para melhor clareza de conteúdo e de comandos a serem seguidos
no software GeoGebra.
O trabalho com o software GeoGebra mostrou-se bastante
produtivo, pois houve de fato uma facilitação do processo de
aprendizagem com o emprego da tecnologia. Ao invés de
resultados prontos, os alunos foram estimulados a formular
hipóteses algébricas acerca dos fatos geométricos explorados com
o software.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Consideramos que o uso de estratégias pedagógicas
diferenciadas, como é o caso do Método de Van Hiele, aliado ao
uso de novas tecnologias de ensino fornecem os subsídios
necessários para o desenvolvimento de práticas pedagógicas que
favoreçam uma nova abordagem do pensamento algébrico e
matemático em oposição ao modelo difundido durante o
Movimento Matemática Moderna, onde o estudo da Álgebra
ainda aparece como algo à parte da Geometria.
Destacamos aqui o potencial motivador do software
educativo GeoGebra e sua eficácia enquanto metodologia a ser
empregada no estudo da Teoria das Equações no Ensino Médio e
das Equações do Segundo Grau no Ensino Fundamental, onde seu
uso favoreceu a construção e análise das figuras, de modo que em
uma construção fosse possível através dele analisar vários tipos
de equações. Isto propiciou a generalização dos processos de
fatoração de trinômios quadrados perfeitos e a resolução
geométrica de equações do 2º grau.