Potencial de Rendimento de Cereais de Inverno de Duplo...

102
97 5 Capítulo Potencial de Rendimento de Cereais de Inverno de Duplo Propósito Renato Serena Fontaneli, Henrique Pereiera dos Santos, Roberto Serena Fontaneli, Leo de Jesus Del Duca, Osmar Rodrigues, Mauro Cesar Celaro Teixeira, Alfredo do Nascimento Junior, Euclydes Minella, Eduardo Caierão, Cláudia De Mori, Janete Taborda de Oliveira e Franciele Mariani A importância da produção de forragem para cobertura e, consequentemente conservação dos solos e para alimenta- ção dos animais são inquestionáveis (NABINGER, 1993). Entretanto, para que os sistemas se tornem competitivos, há necessidade de se adequar as diferentes espécies forrageiras a cada região, a fim de evitar a sazonalidade na produção de forragem. A necessidade de rotação de culturas e a produção animal

Transcript of Potencial de Rendimento de Cereais de Inverno de Duplo...

97

5Capítulo

Potencial de Rendimento deCereais de Inverno de DuploPropósito

Renato Serena Fontaneli, Henrique Pereiera dos Santos,Roberto Serena Fontaneli, Leo de Jesus Del Duca, OsmarRodrigues, Mauro Cesar Celaro T eixeira, Alfredo doNascimento Junior , Euclydes Minella, Eduardo Caierão,Cláudia De Mori, Janete T aborda de Oliveira e FrancieleMariani

A importância da produção de forragem para cobertura e,consequentemente conservação dos solos e para alimenta-ção dos animais são inquestionáveis (NABINGER, 1993).Entretanto, para que os sistemas se tornem competitivos, hánecessidade de se adequar as diferentes espécies forrageirasa cada região, a fim de evitar a sazonalidade na produção deforragem.

A necessidade de rotação de culturas e a produção animal

98 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

tem conduzido a atividade de integração lavoura-pecuária, quepode resultar em melhor aproveitamento do potencial da pro-priedade. Essa visão mais abrangente de propriedade agrí-cola cria espaços para que cereais de inverno (aveia branca,centeio, cevada, trigo e triticale) com período vegetativo maislongo, se semeados antecipadamente, possam fornecer for-ragem verde no período de maior carência alimentar, invernoe, ainda produzir grãos (DEL DUCA et al., 1997).

Assim, os cereais de inverno indicados para duplo propósitopodem contribuir para a sustentabilidade dos sistemas agrí-colas do Sul do Brasil e serem importantes para a rotação deculturas em sistema plantio direto (SANTOS et al., 2002).

Desta maneira, a semeadura antecipada de cereais de inver-no pode evitar perdas de solo e de nutrientes e contribuir paraviabilização do sistema plantio direto, ao proporcionar cober-tura vegetal permanente após as culturas de verão (DEL DUCAet al., 1997). Usando-se os cereais de inverno com ciclo apro-priado, pode-se favorecer a integração lavoura-pecuária.

A utilização de cereais de inverno para duplo propósito emsistema plantio direto, como alternativa à estabilização deoferta de forragem e de grãos para a propriedade agrícoladurante o ano todo, pode apresentar como fator limitante adeficiência de nutrientes do solo (BEN et al., 1996). Existemdiversos sistemas para a indicação de adubação de manu-tenção ou de cobertura nas principais espécies cultivadas(MANUAL..., 2004). Entretanto, pesquisas acerca dos níveisde adubação necessários após o corte e, posteriormente pararendimento de grãos, são incipientes no Brasil.

O manejo de forrageiras, consiste na utilização de um con-

99

junto de práticas baseado na morfologia e fisiologia da planta,em determinadas condições de ambiente, para obtenção emanutenção de elevada produtividade (RODRIGUES, 1993).Com a utilização das plantas por meio de corte ou pastoreiosão provocadas modificações na parte área com reflexos nosistema radical e nos mecanismos compensadores das plan-tas. Para tal, necessita-se conhecer os mecanismos bási-cos que governam a fisiologia das plantas e suas interelaçõescom os fatores de ambiente.

A seguir serão apresentados resultados, dos anos de 2003 a2005, comparando cereais de inverno indicados para duplopropósito quanto a rendimento de massa seca, rendimentode grãos e valor nutritivo, em Passo Fundo, RS.

Potencial de rendimento e manejo decereais de inverno p ara duplopropósito (DP)

As informações base para as indicações sobre cereais DPforam gerados de 2003-2005 na área experimental daEmbrapa Trigo, no município de Passo Fundo, RS, em soloclassificado como Latossolo Vermelho Distrófico típico(STRECK et al., 2002). Para consolidação da tecnologia dousos de cerais DP para as condições sul-brasileiras foramrealizadas quatro ações de pesquisa, validadas em dezenasde Unidades de Referência Tecnológica (URT), no centro-sule sudoeste do Paraná, planalto serrano e oeste de SantaCatarina e, praticamente todas as regiões do Rio Grande do

100 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Sul através do projeto Integração lavoura-pecuária-floresta(ILPF), liderados pela Embrapa Transferência de Tecnologia.

a) Efeito de doses de nitrogênio no rendimento de forragem ede grãos de cereais de inverno, em duas épocas de semea-dura.

Dois experimentos para foram realizados avaliar a interaçãoentre doses de nitrogênio e genótipos de cereais de invernoDP sobre o rendimento de massa seca e de grãos, em duasépocas de semeadura, abril e maio. As doses de nitrogênioforam assim distribuídas: N1: 50% da dose indicada (30 kg N/ha); N2: 100% da dose indicada (60 kg N/ha); e N3: 150% dadose indicada (90 kg N/ha) para os cereais de inverno. Ostratamentos testados constam nas tabelas 13 e 14. O deline-amento experimental foi o de blocos casualizados em parce-las sub-divididas, com as doses de nitrogênio, alocadas nasparcelas principais e, 14 genótipos nas subparcelas. As uni-dades experimentais foram constituídas por 5 linhas de 5,0m de comprimento, espaçadas 0,2 m entre si. A área experi-mental foi adubada à lanço, antes da semeadura, com 100 a300 kg ha-1 da fórmula 5-25-25 (N-P2O5-K2O), conforme aná-lise de solos.

Em todos os cortes foi realizada a avaliação do rendimentode massa seca dos cereais de inverno. O corte de toda aárea útil da parcela destinada para forragem foi efetuado quan-do as plantas atingiram, aproximadamente, 30 cm de altura.A biomassa verde foi colhida e pesada; desta, foi retirada umasub-amostra, a qual foi seca em estufa com ar forçado a 60ºC até peso constante, para determinação da massa seca.Na colheita, foram avaliados o peso do hectolitro, o peso de1.000 grãos e o rendimento de grãos ajustados para umida-

101

de padrão de 13%. As variáveis de resposta estimadas foramsubmetidas à análise de variância, ao nível de 5% designificância, usando-se o pacote estatístico SAS, versão 8.2(SAS, 2003).

Por ocasião do primeiro e segundo corte e na média dos doiscortes, da primeira época de semeadura, a cultivar de cen-teio BR 1 teve maior altura por ocasião do corte maior (P<0,05)do que as cultivares de aveia preta Agro Zebu, de cevada BRS195 e BRS 225 e trigo BRS 277 (Tabela 13). Nessas avalia-ções, para altura de corte, não houve diferenças significati-vas para aplicação de doses de nitrogênio (Tabela 14). Quan-to ao percentual de massa seca (MS), o genótipo de trigoBRS 277 foi superior às cultivares e aos genótipos de aveiabranca e preta, de centeio BR 1, de cevadas e de triticales. Opercentual de MS avaliado foi maior com aplicação de 50%da dose indicada de N (N1), em comparação a aplicação de100% (N2) e 150% (N3) da dose, em ambos os cortes e namédia dos mesmos. A cultivar de centeio BRS Serrano teverendimento de MS mais elevado, em relação as cultivares egenótipos de aveias branca e pretas, de centeio BR 1, decevadas BRS 224 e BRS 225, de triticales e de trigo BRS277. O rendimento de MS total de dois cortes foi maior com aaplicação de 150% da dose indicada de N, seguida da indicada(100%), que seperou a aplicção de 50% da dose (Tabela 13).

Na primeira época de semeadura, houve diferença significa-tiva (P<0,05) entre os cereais para altura de plantas, peso dohectolitro, peso de mil grãos e rendimento de grãos (Tabela14). Com relação, as doses de nitrogênio, não houve diferen-ças significativas entre os tratamentos para esses

102 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

parâmetros. As cultivares de centeio apresentaram altura de

plantas maior do que os demais cereais estudados. Os

genótipos de trigo BRS Umbu e BRS 277 mostraram peso

do hectolitro mais elevado, em relação as cultivares e

genótipos de aveias branca e pretas, de centeios, de ceva-

das e de triticales. As cultivares de cevada apresentaram peso

de 1.000 grãos maior, em comparação aos demais materiais

estudados. A cultivar de centeio BRS Serrano foi superior no

rendimento de grãos, em relação a todas as culturas estuda-

das, exceto ao trigo BRS 277.

Na segunda época de semeadura, a altura da cultivar de cen-

teio BR 1 foi superior (P< 0,05) aos cultivares e genótipos de

cereais de inverno indicados para duplo propósito, exceto ao

triticale BRS 148 (Tabela 14). As cultivares de trigo BRS Fi-

gueira e BRS Umbu apresentaram maior percentual de MS

do que a maioria das cultivares e genótipos estudados. A cul-

tivar de cevada BRS 224 somente não teve rendimento de

MS mais elevado do que centeio BR 1, triticale BRS 148 e

trigo BRS 277. A cultivar de centeio BRS Serrano têm porte

mais alto (Tabela 15). Os genótipos de trigo BRS Umbu e

BRS 277 tiveram o peso do hectolitro maior, seguida do trigo

BRS Figueira e triticale BRS 148. O maior peso de 1.000

grãos (40,7 g) ocorreu na cultivar de cevada BRS 224. A cul-

tivar de triticale BRS 203 foi superior para rendimento de grãos

do que as demais cultivares e genótipos de cereais, seguida

pelos demais genótipos de trigo, triticale, centeio e aveia bran-

ca (Tabela 15).

103

Tabela 13. Efeito de doses de nitrogênio em cereais de inverno na altura de corte (AC), na concentração de massa seca (MS) e no

rendimento de MS por corte de cereais de inverno, em duas épocas de semeadura, média de 2003 a 2005.

1ª época de semeaduraCereais de inverno 1º corte 2º corte AC 1º corte 2º corte MS 1º corte 2º corte MS

AC AC Média MS MS Média MS MS Total (cm) (cm) (cm) (%) (%) (%) (kg/ha) (kg/ha) (kg/ha)

1. A. branca UPF 18 31,5 abc 32,9 efg 32,2 def 14,6 c 15,6 g 15,1 g 859 cde 620 fg 1.479 gh2. A. preta IPFA 99009 32,7 abc 33,3 defg 33,0 cdef 15,5 bc 17,9 de 16,7 ef 767 de 724 ef 1.492 fgh3. A. preta Agro Zebu 30,8 bc 32,0 g 31,4 ef 15,9 bc 18,4 cd 17,2 de 673 e 793 de 1.466 gh4. Centeio BR 1 34,9 a 40,7 a 37,8 a 15,5 bc 17,1 ef 16,3 ef 775 de 784 de 1.559 efg5. Centeio BRS Serrano 33,6 abc 36,9 bcd 35,2 abc 19,9 a 17,9 de 18,9 bc 1.179 a 1.175 a 2.355 a6. Cevada BRS 195 30,8 bc 29,9 g 30,4 f 17,2 b 19,2 bc 18,2 cd 1.030 abc 771 e 1.801 d7. Cevada BRS 224 33,3 abc 35,7 cdef 34,5 bcd 15,6 bc 16,5 fg 16,1 efg 947 bcd 841 cde 1.788 de8. Cevada BRS 225 30,4 c 36,0 bcde 33,2 bcdef 15,0 c 16,4 fg 15,7 fg 81 e 799 de 1.479 gh9. Triticale BRS 148 31,6 abc 40,6 a 36,1 ab 15,2 c 17,0 ef 16,1 efg 734 e 737 ef 1.472 gh10. Triticale BRS 203 32,8 abc 39,6 ab 36,2 ab 16,1 bc 17,5 def 16,8 ef 798 de 926 cd 1.724 def11. Triticale E 53 32,6 abc 36,7 cde 34,7 bcde 15,3 bc 17,1 ef 16,2 efg 794 de 496 g 1.290 h12. Trigo BRS Figueira 34,5 ab 37,6 abc 36,1 ab 19,8 a 19,9 b 19,8 ab 1.113 ab 981 bc 2.094 b13. Trigo BRS Umbu 33,0 abc 38,7 abc 35,8 abc 19,7 a 19,1 bc 19,4 ab 940 bcd 1.118 ab 2.058 bc14. Trigo BRS 277 29,9 c 32,1 fg 31,0 ef 19,6 a 21,0 a 20,3 a 857 cde 974 c 1.831 cd

Média 32,3 35,9 34,1 16,8 17,9 17,3 868 839 1.706Doses de nitrogênioN1-50% - metade da dose32,1 a 35,2 a 33,7 a 17,4 a 18,3 a 17,8 a 827 b 746 c 1.573 cN2-100% - dose indicada 32,2 a 36,3 a 34,3 a 16,6 b 17,9 b 17,3 b 864 ab 860 b 1.724 bN3-150% 32,6 a 36,2 a 34,2 a 16,3 b 17,6 b 17,0 b 913 a 910 a 1.822 a

A: aveia; e E: Embrapa. Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (P>0,05).

104 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Tabela 14. Efeito de doses de nitrogênio em cereais de inverno naaltura de plantas (AP), no peso do hectolitro (PH), no peso de 1000grãos (PMG) e no rendimento de grãos (RG), da primeira época desemeadura, média de 2003 a 2005.

1ª época de semeadura

AP PH PMG RGCereais de inverno Média Médio Média Média

(cm) (kg/hL) (g) (kg/ha)

1. A. branca UPF 18 107,9 b 43,4 g 32,0 b 2.318 bcde2. A. preta IPFA 99009 115,2 b 46,9 f 18,7 e 1.582 h3. A. preta Agro Zebu 113,2 b 45,0 fg 18,4 e 1.631 gh4. Centeio BR 1 134,6 a 67,5 c 21,4 e 2.572 bc5. Centeio BRS Serrano 137,3 a 68,4 bc 18,7 e 3.083 a6. Cevada BRS 195 51,2 h 54,3 e 32,8 b 1.636 gh7. Cevada BRS 224 64,1 f 58,9 d 38,6 a 2.032 defg8. Cevada BRS 225 56,2 gh 57,3 de 36,6 a 2.095 def9. Triticale BRS 148 85,8 c 65,5 c 37,9 a 2.176 cdef10. Triticale BRS 203 78,8 cd 67,7 bc 29,9 bc 2.427 bcd11. Triticale Embrapa 53 80,5 c 65,8 c 32,9 b 1.920 efgh12. Trigo BRS Figueira 62,4 fg 70,8 ab 26,3 d 1.854 fgh13. Trigo BRS Umbu 72,5 de 71,6 a 30,3 bc 2.109 def14. Trigo BRS 277 68,9 ef 73,8 a 27,3 cd 2.692 ab

Média 87,8 61,2 28,7 2.152

Doses de nitrogênioN1 87,7 a 61,1 a 28,5 a 2.094 aN2 87,8 a 61,2 a 29,0 a 2.154 aN3 87,8 a 61,4 a 28,6 a 2.208 a

A: aveia. Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem significativa-

mente pelo teste de Tukey (P>0,05).

105

Tabela 15. Efeito de doses de nitrogênio em cereais de inverno na altura de corte (AC), na concentração de massa seca(MS), no rendimento de massa seca total (MS), na altura de planta (cm), no peso do hectolitro (PH), no peso de 1000grãos (PMG) e no rendimento de grãos (RG), da segunda época, com um corte, média de 2003 a 2005.

2ª época de semeaduraCereais de inverno AC MS MS EP PH PMG RG

(cm) (%) (kg/ha) (cm) (kg/hL) (g) (kg/ha)1. A. branca UPF 18 33,0 cd 16,3 e 708 de 107,5 d 43,9 g 31,5 d 3.112 bc2. A. preta IPFA 99009 33,9 cd 18,5 bc 795 cde 116,3 c 45,1 g 18,6 g 1.643 f3. A. preta Agro Zebu 34,2 bc 18,9 ab 711 de 116,9 c 44,0 g 17,7 g 1.764 f4. Centeio BR 1 39,1 a 16,7 de 1.041 ab 128,7 b 68,2 d 21,4 f 2.672 e5. Centeio BRS Serrano 34,5 bc 17,7 bcd 881 bcd 141,3 a 68,6 d 19,4 fg 3.136 bc6. Cevada BRS 195 30,7 d 18,8 ab 928 bc 50,4 i 57,2 f 34,8 bc 2.687 de7. Cevada BRS 224 34,2 bc 17,0 de 1.143 a 63,1 h 60,2 e 40,7 a 3.482 b8. Cevada BRS 225 32,0 cd 17,3 cde 755 cde 55,1 i 60,1 e 35,6 b 2.981 cde9. Triticale BRS 148 37,4 ab 16,3 e 1.049 ab 94,3 e 68,6 d 38,7 a 3.254 bc10. Triticale BRS 203 34,1 bc 17,9 bcd 868 bcd 86,9 f 71,1 c 34,1 bcd 4.137 a11. Triticale Embrapa 53 34,5 bc 16,7 de 686 e 83,3 fg 67,6 d 35,7 b 3.110 bcd12. Trigo BRS Figueira 32,4 cd 19,8 a 887 bcd 68,6 h 74,0 b 28,7 e 3.209 bc13. Trigo BRS Umbu 33,3 cd 19,8 a 729 de 76,5 g 77,4 a 32,2 cd 3.313 bc14. Trigo BRS 277 34,7 bc 19,0 ab 1.045 ab 68,5 h 77,4 a 28,5 e 3.095 bcd

Média 34,1 17,9 873 89,8 63,1 29,8 2.971Doses de nitrogênioN1 33,5 a 18,3 a 807 b 89,6 a 63,0 a 29,9 a 2.882 bN2 34,5 a 17,9 ab 901 a 89,4 a 63,5 a 29,7 a 2.943 bN3 34,3 a 17,5 b 912 a 90,4 a 62,9 a 29,8 a 3.089 aA: aveia. Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (P>0,05).

106IL

PF

- Inte

gra

ção

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

Tabela 16. Avaliação de cereais de inverno quanto à precocidade no rendimento de forragem para o vazio outonal naaltura de corte (EC) e na concentração de massa seca (MS), do primeiro, segundo e terceiro cortes, média conjunta de2003 a 2005.

1º corte 2º corte 3º corte EC 1º corte 2º corte 3º corte MSCereais de inverno AC AC AC Média MS MS MS Média

(cm) (cm) (cm) (cm) (%) (%) (%) (%)

1. A. branca UPF 18 33,1 ab 33,7 de 32,1 d 33,0 de 15,4 ab 15,1 g 23,0 bc 17,8 f2. A. preta IPFA 99009 30,8 abc 32,9 def 34,3 bcd 32,7 de 18,0 ab 22,3 b 20,0 e 20,1 bcde3. A. preta Agro Zebu 29,2 abc 32,0 ef 40,6 abcd 33,9 de 18,4 ab 23,1 b 20,3 de 20,6 abcd4. Centeio BR 1 31,2 ab 46,1 a 43,8 abcd 40,4 ab 14,9 ab 16,9 efg 22,1 cde 18,0 ef5. Centeio BRS Serrano 32,1 ab 35,8 cde 37,8 bcd 35,2 cde 18,1 ab 17,2 ef 22,7 bcd 19,3 bcdef6. Cevada BRS 195 26,4 c 27,9 f 37,2 bcd 30,5 e 17,6 ab 22,1 bc 23,7 abc 21,1 ab7. Cevada BRS 224 33,4 a 36,6 cde 32,9 cd 34,3 de 15,7 ab 16,1 fg 23,5 abc 18,5 def8. Cevada BRS 225 29,6 abc 37,3 cde 39,4 bcd 35,4 bcde 15,1 ab 17,0 efg 25,6 a 19,2 bcdef9. Triticale BRS 148 29,3 abc 44,1ab 44,9 ab 39,4 abc 15,7 ab 16,6 fg 24,3 abc 18,9 cdef10. Triticale BRS 203 31,7 ab 38,2 cd 40,0 abcd 36,6 bcd 18,4 ab 18,1 ef 22,7 bcd 19,7 bcdef11. Triticale Embrapa 53 28,8 bc 45,3 ab 51,7 a 41,9 a 14,4 b 17,2 ef 23,2 abc 18,3 ef12. Trigo BRS Figueira 32,2 ab 37,1 cde 42,7 abcd 37,3 abcd 18,8 ab 20,3 cd 25,0 ab 21,4 ab13. Trigo BRS Umbu 33,3 a 40,1 bc 46,0 ab 39,8 abc 19,8 a 18,6 de 23,7 abc 20,7 abc14. Trigo BRS 277 29,8 abc 32,8 ef 44,0 abc 35,5 bcde 19,7 a 25,1 a 22,9 bc 22,6 a

Média 30,8 37,1 40,5 36,1 17,2 19,0 23,0 19,7

A: aveia. Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (P>0,05).

107

Tabela 17. Avaliação de cereais de inverno quanto à precocidade norendimento de forragem para o vazio outonal no rendimento de massaseca (MS), do primeiro, segundo e terceiro cortes, média conjunta de2003 a 2005.

1º corte 2º corte 3º corte MS

Cereais de inverno MS MS MS Total

(kg/ha) (kg/ha) (kg/ha) (kg/ha)

1. Aveia branca UPF 18 772 abc 567 f 1.010 cde 2.349 f2. Aveia preta IPFA 99009 807 abc 942 bcd 1.076 bcde 2.825 cdef3. Aveia preta Agro Zebu 900 abc 989 abc 1.322 ab 3.212 abc4. Centeio BR 1 582 c 838 cde 1.385 a 2.806 cdef5. Centeio BRS Serrano 1.088 a 1.009 abc 1.511 a 3.608 a6. Cevada BRS 195 1.029 ab 708 ef 1.244 abc 2.981 bcde7. Cevada BRS 224 908 abc 737 def 940 de 2.585 ef8. Cevada BRS 225 680 bc 950 abcd 1.306 abc 2.936 bcde9. Triticale BRS 148 706 bc 881 cde 1.052 bcde 2.639 def10. Triticale BRS 203 931 abc 975 abc 939 de 2.845 cdef11. Triticale Embrapa 53 595 c 965 abc 892 e 2.452 ef12. Trigo BRS Figueira 1.003 ab 908 bcde 1.283 abc 3.195 abcd13. Trigo BRS Umbu 979 ab 1.128 ab 1.214 abcd 3.322abc14. Trigo BRS 277 906 abc 1.168 a 1.396 a 3.470 ab

Média 849 912 1.184 2.944

Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem significativamente peloteste de Tukey (P>0,05).

b) Precocidade no rendimento de forragem para ovazio outonal

Os tratamentos constaram de diferentes espécies de cere-ais de inverno (tabelas 16 e 17). O delineamento experimen-tal foi o de blocos ao acaso, com três repetições. As parcelasexperimentais foram constituídas de 5 linhas de 5,0 m decomprimento espaçadas 0,2 m entre si. A semeadura foi rea-lizada, no mês de maio, de 2003 a 2005. Por ocasião do

108 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

perfilhamento, no mês junho de ambos os anos e após cadacorte foi aplicado 12 kg N/ha em cobertura. Em todos os cor-tes foi realizada avaliação do rendimento de massa seca doscereais de inverno. O critério de corte das plantas por parce-las foi quando as mesmas atingiram, aproximadamente,30 cm de altura. A massa verde foi colhida e pesada; destafoi retirada uma sub-amostra, a qual foi seca em estufa comar forçado a 60 ºC até peso constante, para determinação damassa seca. Os parâmetros em estudo foram submetidos àanálise de variância ao nível de 5% de significância, utilizan-do-se o pacote estatístico SAS versão 8.2 (SAS, 2003).

Houve diferença significativa (P< 0,05) em todos os cortespara altura de plantas, percentual de MS e rendimento de MS.No primeiro corte, as cultivares de cevada BRS 224 e de trigoBRS Umbu apresentaram altura de corte mais elevado doque as cultivares de cevada BRS 195 e de triticale Embrapa53 (Tabela 16). Já no segundo corte, a cultivar de centeio BR1 foi superior aos demais cereais estudados para altura decorte, com exceção do triticale BRS 148. No terceiro e namédia dos cortes, a cultivar de triticale Embrapa 53 mostroualtura de corte maior, em comparação às aveias, às cevadase, na média, ao triticale BRS 203.

A cultivar de trigo BRS 277 teve teor de MS mais elevado, emrelação a cultivar de triticale Embrapa 53, no primeiro e se-gundo cortes e na média dos cortes (Tabela 17). No terceirocorte, a cultivar de cevada BRS 225 apresentou maiorpercentual de MS do que as cultivares e genótipos de aveiasbranca e pretas, de centeios, de triticale BRS 203 e de trigoBRS 277.

A cultivar de centeio BRS Serrano obteve maior rendimento

109

de MS, em comparação às cultivares de triticale BRS 148 eEmbrapa 53, no primeiro e terceiro cortes e no total de cortes(Tabela 17). A cultivar de trigo BRS 277 foi superior no rendi-mento total de MS aos genótipos de aveia branca UPF 18, deaveia preta IPFA 99009, de centeio BR 1, de cevada BRS 224e BRS 225, e todos os de triticale.

c) Avaliação de cereais de inverno p ara rendimen-to de forragem verde, silagem e grãos

Os tratamentos constaram de diferentes espécies de cere-ais de inverno (Tabela 18). O delineamento experimental foide blocos ao acaso, com três repetições. As parcelas experi-mentais foram constituídas de 5 linhas de 5,0 m de compri-mento espaçadas 0,2 m entre si. A semeadura foi realizadaem abril, de 2003 a 2005. Por ocasião do perfilhamento, nomês de junho de ambos os anos e após o corte para forra-gem verde foi aplicado 22,5 kg N/ha. Nos dois cortes foi rea-lizada avaliação do rendimento de massa seca dos cereaisde inverno. O corte de toda área útil da parcela destinadapara forragem verde foi quando as plantas atingiram, aproxi-madamente, 30 cm de altura. Metade da área de rebrote foidestinada à elaboração de silagem. O corte foi realizado quan-do as plantas apresentaram grão em massa mole. A outrametade da área de rebrote foi destinada para rendimento degrãos. A massa verde foi colhida e pesada; desta foi retiradauma sub-amostra, a qual foi seca em estufa a 60 ºC, paradeterminação da massa seca. Na colheita foram avaliados opeso do hectolitro, o peso de 1.000 grãos e o rendimento de

110 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

grãos (ajustados para umidade padrão de 13%). As variáveis“resposta” foram submetidas à análise de variância ao nívelde 5% de significância, utilizando-se o pacote estatístico SASversão 8.2 (SAS, 2003).

Houve diferença significativa (P< 0,05) em todos os cortes parapercentual de massa seca e rendimento de massa seca (MS),e no total de rendimento de MS, bem como na altura de plantas,peso do hectolitro, peso de 1.000 grãos e rendimento de grãos(tabelas 18 e 19). As médias da altura de corte dos cereais paraforragem verde não diferiram entre si (Tabela 18). No corte des-tinado para silagem, a altura de corte dos centeios foram supe-riores, em relação a maioria dos cereais estudados, enquantoque no corte para silagem a cultivar de centeio BRS Serrano foisuperior. Por sua vez, a cultivar de centeio BRS Serrano, desta-cou-se no rendimento de MS mais elevado no corte para forra-gem verde e no corte para silagem. No primeiro corte, para for-ragem verde foi superior aos das aveias pretas, aos do centeioBR 1 e aos dos triticales BRS 148 e Embrapa 53. Para silageme no total de MS (verde + silagem) o centeio BRS Serrano foi omais produtivo (Tabela 18)

Por ocasião da colheita, na parte que ficou para determina-ção do rendimento de grãos, a cultivar de centeio BRS Serra-no obteve maior altura de plantas do que os demais cereais deinverno (Tabela 19). As cultivares de trigo apresentaram pesodo hectolitro mais elevado. A cultivar de cevada BRS 224 tevepeso de 1.000 grãos superior, exceto a cevada BRS 225 e aotriticale BRS 148. Os genótipos de centeio BRS Serrano, detriticale BRS 148 e de trigo BRS 277 tiveram rendimento, noentanto sem diferirem de aveia branca UPF 18, centeio BR 1e triticale BRS 203 (Tabela 19).

111

Tabela 18. Avaliação de cereais de inverno para rendimento de forragem verde, silagem e grãos na altura de corte (AC),na concentração de massa seca (MS) e no rendimento de massa seca (MS), do primeiro (verde) e segundo (silagem)cortes e total de MS, média de 2003 a 2005.

Verde Silagem Verde Silagem Verde Silagem MSCereais de inverno AC AC MS MS MS MS Total

(cm) (cm) (%) (%) (kg/ha) (kg/ha) (kg/ha)

1. A. branca UPF 18 32,6ns 110,8 b 15,0 cd 29,5 ef 892 ab 6.159 bc 7.051 bc2. A. preta IPFA 99009 30,7 116,7 b 15,0 cd 28,5 fg 674 bc 6.455 bc 7.129 bc3. A. preta Agro Zebu 29,7 111,8 b 15,4 cd 25,7 g 570 c 5.419 bcde 5.989 bcd4. Centeio BR 1 32,9 136,4 a 16,3 bcd 37,8 ab 697 bc 7.027 b 7.725 b5. Centeio BRS Serrano 33,8 141,8 a 18,3 ab 39,1 a 1.051 a 9.721 a 10.773 a6. Cevada BRS 195 30,2 57,2 f 17,0 bc 31,7 def 1.070 a 3.641 e 4.711 d7. Cevada BRS 224 34,6 72,6 de 14,8 cd 30,2 def 931 ab 4.696 cde 5.628 cd8. Cevada BRS 225 30,0 66,1 ef 14,8 cd 32,5 cde 809 abc 3.962 de 4.771 d9. Triticale BRS 148 28,8 98,6 c 15,4 cd 33,0 cd 718 bc 5.375 bcde 6.093 bcd10. Triticale BRS 203 32,6 95,9 c 14,7 cd 32,8 cd 828 abc 4.738 cde 5.566 cd11. Triticale Embrapa 53 33,3 93,3 c 14,2 d 35,2 bc 598 c 5.590 bcd 6.188 bcd12. Trigo BRS Figueira 33,3 67,8 ef 18,0 ab 36,9 ab 1.038 a 5.022 cde 6.060 bcd13. Trigo BRS Umbu 34,4 77,1 de 15,8 bcd 38,1 ab 926 ab 5.091 cde 6.017 bcd14. Trigo BRS 277 31,4 80,0 d 19,9 a 38,4 ab 1.046 a 5.175 cde 6.222 bcd

Média 32,0 94,7 16,1 33,5 846 5.577 6.423

A: aveia. Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (P>0,05).

ns = não significativo

112 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Tabela 19. Avaliação de cereais de inverno para rendimento de forragem

verde, silagem e grãos na altura de planta (AP), no peso do hectolitro

(PH), no peso de 1000 grãos (PMG) e no rendimento de grãos (RG), da

colheita, média de 2003 a 2005.

AP PH PMG RG

Cereais de inverno (cm) (kg/hL) (g) (kg/ha)

1. Aveia branca UPF 18 105,4 cde 44,0 e 31,8 cd 2.370 ab

2. Aveia preta IPFA 99009 118,0 bc 45,2 e 19,0 e 1.093 f

3. Aveia preta Agro Zebu 110,9 cd 42,9 e 16,0 e 1.515 ef

4. Centeio BR 1 132,9 ab 68,3 bc 19,8 e 2.251 abcd

5. Centeio BRS Serrano 144,8 a 69,9 bc 21,4 e 2.747 a

6. Cevada BRS 195 48,4 j 58,6 d 33,3 cd 1.745 de

7. Cevada BRS 224 77,0 fghi 59,2 d 42,9 a 1.788 cde

8. Cevada BRS 225 60,7 ij 60,1 d 37,9 abc 1.515 ef

9. Triticale BRS 148 98,4 def 71,4 b 40,4 ab 2.403 a

10. Triticale BRS 203 92,1 efg 71,0 b 31,6 cd 2.308 abc

11. Triticale Embrapa 53 91,9 efg 67,1 c 34,2 bcd 1.798 cde

12. Trigo BRS Figueira 68,7 hi 75,6 a 29,8 d 1.664 e

13. Trigo BRS Umbu 75,6 ghi 76,7 a 31,0 d 1.865 bcde

14. Trigo BRS 277 80,6 fgh 78,1 a 29,1 d 2.424 a

Média 93,0 63,4 29,9 1.963

Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem significativa-

mente pelo teste de Tukey (P>0,05).

d) Determinação da curva de crescimento de trigoBRS Figueira e de aveia pret a Agro Zebu

O experimento foi conduzido na Embrapa Trigo, em PassoFundo, RS, de 2003 a 2005. A parcela principal foi constituída

113

por dois genótipos (trigo BRS Figueira e aveia preta Agro Zebu)e as subparcelas por 21 combinações de cortes. Os trata-mentos alocados nas subparcelas foram formados por cor-tes com intervalo de duas semanas (14, 28, 42, 56, 70, 84,98, 112, 126, 140, 154 e 168 dias após a emergência dasplantas) para determinar-se a curva de crescimento e maisnove dos rebrotes (r) de 28, 42 e 56 dias nos tratamentoscortados aos 42, 56 e 70 dias após a emergência (42r28,42r42 e 42r56; 56r28, 56r42 e 56r56; e 70r28, 70r42 e 70r56).O delineamento experimental foi em blocos ao acaso comparcelas subdivididas em três repetições. A área dassubparcelas foi de 5 m2 (5 linhas espaçadas de 0,20 m por5,00 m de comprimento). Durante todo os anos, os experi-mentos foram implantados no mês de abril. Quinze dias apósa emergência o material foi desbastado ajustando-se o nú-mero de plantas adequado para cada tratamento. A área ex-perimental foi adubada com 100 a 300 kg/ha da fórmula 5-25-25. Por ocasião do perfilhamento, no mês de junho, de todosos anos, foi aplicado 22,5 kg N/ha. As plantas daninhas, osinsetos e as doenças do trigo foram controlados com os pro-dutos indicados para essa espécie (REUNIÃO, 2005b). Fo-ram realizadas as seguintes avaliações, no trigo e na aveiapreta, por ocasião do corte: biomassa seca acumulada (MS)e valor nutritivo (teores de proteína bruta, fibra insolúvel emdetergente ácido, fibra insolúvel em detergente neutro, edigestibilidade de massa seca). Na colheita foram realizadasas seguintes avaliações: altura de planta, peso do hectolitro,peso de grãos por planta e rendimento de grãos. A altura deplantas foi medida à campo com uma régua. A massa verdefoi colhida e pesada, e desta foi retirada uma sub-amostra, aqual foi seca em estufa com ar forçado a 60 ºC até peso

114 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

constante, para ser determinada a massa seca. A forragemseca foi triturada em moinho tipo Wilei com peneira de 1,0mm e armazenda para análise do valor nutritivo. A determina-ção laboratorial do valor nutritivo foi pela tecnologia NIRS(SCHEFFER-BASSO et al., 2003). O rendimento de grãosfoi determinado de toda área útil da parcela e ajustado paraumidade de 13%. A colheita do material foi realizada do mêsde outubro ao mês de dezembro. Os parâmetros em estudoforam submetidos à análise de variância ao nível de 5% designificância, utilizando-se o pacote estatístico SAS versão8.2 (SAS, 2003).

Em valores absolutos, o maior rendimento de massa seca (MS)de trigo (8.482 kg/ha) e de aveia preta (8.465 kg/ha), com umcorte (Tabela 20), ocorreu aos 154 dias após a emergência dasplantas. Nessas condições, tanto o trigo como a aveia preta,tiveram rendimento de grãos comprometido (Tabela 20), ou seja,não produziram grãos (Fig. 23, 24, 25 e 26).

Com dois cortes, em valores absolutos, o maior rendimentode MS de trigo foi 4.249 kg/ha, primeiro corte aos 56 dias e,novamente no rebrote de 56 dias (Fig. 24). Na aveia preta(Fig. 26), o maior valor de MS foi 3.256 kg/ha aos 70 dias erebrote de 56 dias (Tabela 20). Da mesma forma, tanto o trigocomo a aveia preta tiveram rendimento de grãos e qualidadeafetada. O trigo com um corte aos 56 dias produziu 1.642 kg/ha e reduziu para 948 kg/ha do rebrote de dois cortes (56r56),enquanto a aveia preta cortada aos 56 dias produziu 1.922kg/ha e reduziu para 1.296 kg/ha do rebrote de dois cortes(56r56) (Tabela 21).

O rendimento de grãos de trigo com um corte (Fig. 23) nosprimeiros 42 dias após a emergência variou entre 2.575 a

115

2.058 kg/ha, enquanto da aveia preta (Fig. 25), no mesmoperíodo foi de 1.642 a 1.897 kg ha-1 (Tabela 21), demonstran-do maior potencial do trigo para rendimento de grãos (Fig. 23,24, 25 e 26). Entretanto, com dois cortes para forragem, otrigo e a aveia preta, em geral são equivalentes. O peso de1.000 grãos (31,5 g) e peso do hectolitro de trigo (73,7 kg/hL)são maiores, implicando em maior potencial para uso comoração enegética para animais (Tabela 21).

Como por exemplo aos 56 dias após a emergência das plan-tas, nesses três anos, o maior rendimento de grãos tanto detrigo como de aveia preta, com um corte, não coincidem comos maiores rendimentos de MS (Tabelas 20 e 21). À medidaque o rendimento de MS aumentou (aveia preta: 847 kg/ha etrigo: 1.082 kg/ha), o rendimento de grãos diminuiu (aveia pre-ta: 1.922 kg/ha e trigo: 1.642 kg/ha). Dessa forma, o trigo res-ponde bem a um pastejo, até aos 42 dias após a emergênciadas plantas e ainda produz mais de 2,0 t/ha de grãos.

Com um corte, aos 70 dias após a emergência das plantas,tanto o trigo como a aveia preta, continuam aumentando ren-dimento de MS, porém, rendimento de grãos começa a dimi-nuir (Tabelas 20 e 21). Para os dois cortes, isso foi verdadei-ro aos 56 dias (primeiro corte) e 56 dias (segundo corte) apósa emergência das plantas para trigo e 70r56 após a emer-gência das plantas para aveia preta (Tabelas 20 e 21).

116IL

PF

- Inte

gra

ção

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

Tabela 20. Altura de corte (AC), concentração de massa seca (MS) e rendimento de massa seca (MS), de doiscortes de trigo BRS Figueira e de aveia preta Agro Zebu, de 2003 a 2005. Embrapa Trigo. Passo Fundo, RS.

Cortes em dias após 1º corte 2º corte Totalemergência das plantas AC MS MS EC MS MS MSe rebrote (r) (cm) (%) (kg/ha) (cm) (%) (kg /ha) (kg/ha)

14: aveia preta 15 11 26 - - - - trigo 17 14 69 - - - -28: aveia preta 20 14 202 - - - - trigo 22 13 449 - - - -42: aveia preta 26 17 423 - - - - trigo 27 20 658 - - - -42r28: aveia preta 28 17 424 28 19 650 1.075 trigo 25 17 591 36 17 991 1.58242r42: aveia preta 28 19 439 36 21 1.433 1.872 trigo 26 16 515 45 21 1.882 2.39742r56: aveia preta 26 21 362 45 18 2.053 2.415 trigo 26 22 719 57 27 2.878 3.59756: aveia preta 31 18 847 - - - - trigo 33 18 1.082 - - - -

Continua...

117

Tabela 20. Continuação.

Cortes em dias após 1º corte 2º corte Totalemergência das plantas AC MS MS EC MS MS MSe rebrote (r) (cm) (%) (kg/ha) (cm) (%) (kg /ha) (kg/ha)

56r28: aveia preta 30 19 758 30 20 644 1.402 trigo 33 18 1.100 34 20 910 2.01256r42: aveia preta 29 19 865 35 19 1.262 2.128 trigo 31 18 1.195 44 21 1.582 2.77756r56: aveia preta 32 18 904 49 21 2.292 3.196 trigo 32 18 1.169 56 25 3.079 4.24970: aveia preta 42 19 1.752 - - - - trigo 46 20 2.285 - - - -70r28: aveia preta 42 19 1.568 31 20 404 1.972 trigo 46 19 2.192 31 21 362 2.55370r42: aveia preta 39 19 1.488 34 23 953 2.441 trigo 47 20 2.254 36 26 942 3.19670r56: aveia preta 42 19 1.572 49 24 1.684 3.256 trigo 46 19 2.170 49 29 1.913 4.08384: aveia preta 47 20 2.221 - - - -

118IL

PF

- Inte

gra

ção

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

trigo 58 24 3.659 - - - -

Continua...

Tabela 20. Continuação.

Cortes em dias após 1º corte 2º corte Totalemergência das plantas AC MS MS EC MS MS MSe rebrote (r) (cm) (%) (kg/ha) (cm) (%) (kg /ha) (kg/ha)

98: aveia preta 59 19 3.157 - - - - trigo 69 26 4.839 - - - -112: aveia preta 68 22 4.184 - - - - trigo 78 33 6.692 - - - -126: aveia preta 91 22 5.199 - - - - trigo 80 39 7.502 - - - -140: aveia preta 104 27 8.151 - - - - trigo 76 46 8.243 - - - -154: aveia preta 109 31 8.465 - - - - trigo 75 52 8.482 - - - -168: aveia preta 106 40 7.976 - - - - trigo 75 59 7.462 - - - -

119

Tabela 21. Peso de 1.000 grãos (PMG), peso do hectolitro (PH) erendimento de grãos (RG) de trigo BRS Figueira e de aveia pretaAgro Zebu, de dois cortes, de 2003 a 2005. Embrapa Trigo. PassoFundo, RS.

Cortes em dias apósa emergência das PMG PH RGplantas e rebrote (r) (g) (kg/hL) (kg/ha)

14: aveia preta 15,3 kl 42,5 fghi 1.746 bcde Trigo 31,5 a 73,7 a 2.575 a28: aveia preta 16,4 jkl 41,0 hi 1.897 bc Trigo 30,3 ab 73,0 ab 2.589 a42: aveia preta 16,6 jkl 41,4 hi 1.845 bcd Trigo` 29,4 abc 70,5 bcd 2.058 ab42r28: aveia preta 17,2 jkl 44,7 f 1.652 bcdef Trigo 25,8 cdef 71,7 abcd 1.459 cdefghijk42r42: aveia preta 18,0 ijkl 43,3 fgh 1.519 bcdefghij Trigo 25,4 cdef 70,9 abcd 1.294 defghijkl42r56: aveia preta 15,5 kl 43,6 fgh 1.185 efghijkl Trigo 22,8 efgh 70,5 bcd 1.251 efghikl56: aveia preta 16,6 jkl 40,9 hi 1.922 bc Trigo 26,7 bcde 71,5 abcd 1.642 bcdefg56r28: aveia preta 15,7 kl 43,6 fgh 1.534 bcdefghi Trigo 25,3 cdef 71,1 abcd 1.569 bcdefgh56r42: aveia preta 16,2 kl 41,6 ghi 1.142 fghijklm Trigo 22,2 fghi 69,0 de 870 lm56r56: aveia preta 16,4 jkl 40,7 hi 1.296 defghijkl Trigo 24,5 defg 70,2 bcde 948 klm70: aveia preta 18,7 hijk 42,1 fghi 1.427 cdefghijkl Trigo 26,5 bcde 72,0 abc 1.574 bcdefgh70r28: aveia preta 14,4 l 41,2 hi 1.124 fghijklm Trigo 24,0 defg 69,4 cde 1.057 hijklm70r42: aveia preta 14,6 kl 40,2 i 975 ijklm Trigo 26,0 cdef 69,6 cde 957 jklm

Continua...

120 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Tabela 21. Continuação.

Cortes em dias apósa emergência das PMG PH RGplantas e rebrote (r) (g) (kg/hL) (kg/ha)

70r56: aveia preta 17,3 jkl 39,8 i 1.205 efghijkl Trigo 26,8 bcde 67,3 e 610 m84: aveia preta 16,4 jkl 44,5 fg 1.613 bcdefgh Trigo 24,8 def 70,3 bcd 1.205 efghijkl98: aveia preta 16,8 jkl 42,7 fghi 1.080 ghijklm Trigo 27,2 bcd 72,2 abc 1.100 fghijklm112: aveia preta 20,5 ghij 42,6 fghi 1.111 fghijklm Trigo 27,6 abcd 70,9 abcd 1.192 efghijkl126: aveia preta - - - Trigo - - -140: aveia preta - - - Trigo - - -154: aveia preta - - - trigo - - -168: aveia preta - - - trigo - - -

Média 21,4 56,5 1.418

Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem significativamente pelo

teste de Tukey (P>0,05).

121

6Capítulo

Valor Nutritivo de Cereais deInverno de Duplo Propósito

Roberto Serena Fontaneli, João W alter Dürr , RenatoSerena Fontaneli, Henrique Pereira dos Santos, NaraBarbieri, Aislam Celso Pazinato e Geórgia Maldaner

Valor nutritivo refere-se a composição dos nutrientes da for-ragem e a sua digestibilidade. O valor nutritivo é um impor-tante componente da qualidade da forragem.

Qualidade de forragem é definida de diferentes formas, masmuitas vezes, é pouco compreendida. Um simples conceitoé acompanhado de muita complexidade. Embora, muito im-portante, qualidade de forragem recebe menos atenção doque deveria. Adequada alimentação e nutrição animal sãoessenciais para altas taxas de ganho de peso, produção deleite, eficiência reprodutiva e lucratividade. Contudo, qualida-de de forragem varia muito entre e dentro das espécies deplantas forrageiras e as necessidades nutricionais variammuito entre e dentro das espécies e categorias animal. Pro-dução de forragem de qualidade para dada situação necessi-

122 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

ta conhecimento dos fatores que à afetam e então manejá-los adequadamente. Analisando o conteúdo de nutrientes dasforragens pode-se adequar a suplementação às necessida-des dos animais e assim, obter desempenho animal deseja-do. Qualidade de forragem pode ser definida como o potenci-al da forragem em produzir uma resposta animal desejadaou a combinação de características biológicas e químicasque determinam o potencial para a produção de leite e/ou lãe/ou carne e/ou trabalho ou ainda, pode ser considerada comoa combinação do valor nutritivo com o consumo da forragem.

Nos últimos anos, os avanços tecnológicos no melhoramen-to de plantas e animais, a introdução e desenvolvimento denovos produtos e técnicas gerenciais têm tornado possívelum aumento no desempenho animal. Contudo para que issoseja possível é preciso estar focado na qualidade da forra-gem e nas tecnologias que possam ser utilizadas para au-mentar a lucratividade. As plantas forrageiras, especialmen-te as gramíneas anuais, exibem uma marcante variação naqualidade, de acordo com o estádio de desenvolvimento. Coma maturação, há um decréscimo diário nos valores de prote-ína bruta e digestibilidade da matéria seca, por exemplo, en-quanto ocorre um elevado incremento no acúmulo debiomassa. Além desse fator, em qualquer uma das fases dedesenvolvimento das plantas, há diferenças entre os compo-nentes da produção, como caules, folhas e inflorescências,cuja proporção está em constante alteração.

Muitos fatores influenciam a qualidade de forragem. Os maisimportantes são espécie, estágio de maturidade na colheita(idade) e método de conservação. Fatores secundários in-cluem fertilidade do solo e fertilizações, temperatura durante

123

o crescimento da forragem e variedade.

Valor nutritivo de cereais de invernopara fins forrageiros

a) Efeito de doses de nitrogênio no rendimento deforragem e de grãos de cereais de inverno, em duasépocas de semeadura

Foram realizados dois experimentos para avaliar os efeitosda integração entre doses de nitrogênio e genótipos de cere-ais de inverno sobre o rendimento de massa seca e de grãos,em duas épocas de semeadura. As doses de nitrogênio fo-ram assim distribuídas: N1: 50% da dose indicada (30 kg N/ha); N2: 100% da dose indicada (60 kg N ha-1); e N3: 150% dadose indicada (90 kg N/ha) para os cereais de inverno. Ostratamentos foram constituídos dos seguintes cereais de in-verno: um genótipo de aveia branca (UPF 18), dois genótiposde aveia preta (IPFA 99009 e Agro Zebu), dois genótipos decenteio (BR 1 e BRS Serrano), três genótipos de cevada (BRS195, BRS 224 e BRS 225), três genótipos de triticale (BRS148, BRS 203 e Embrapa 53) e três genótipos de trigo (BRSFigueira, BRS Umbu e BRS 277), em duas épocas de seme-adura (abril e maio, de 2003 a 2005). O delineamento experi-mental foi o de blocos casualizados em parcelas sub-dividi-das, com três doses de nitrogênio (parcelas) e 14 genótipos(subparcelas). As parcelas experimentais foram constituídasde 5 linhas de 5,0 m de comprimento, espaçadas 0,2 m entre

124 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

si. A área experimental foi adubada com 100 a 300 kg/ha dafórmula 5-25-25. Em todos os cortes foi realizada a avaliaçãodo rendimento de massa seca dos cereais de inverno. A mas-sa verde foi colhida e pesada; desta, foi retirada uma sub-amostra, a qual foi seca em estufa com ar forçado a 60 ºCaté peso constante, para determinação da massa seca. As-sim, de parte da massa seca moída a 1 mm em moinho tipoWilley, foram realizadas as avaliações laboratoriais pelo mé-todo de reflectância do infravermelho proximal (NIRS) paraproteína bruta (PB), fibra insolúvel em detergente neutro (FDN),fibra insolúvel em detergente ácido (FDA) e digestibilidadeestimada da massa seca (DMS) (FONTANELI, 2005). As va-riáveis “resposta” foram submetidas à análise de variância,ao nível de 5% de significância, usando-se o pacote estatísti-co SAS, versão 8.2 (SAS, 2003).

A cultivar de trigo BRS Umbu apresentou teor de proteína bruta(PB) mais elevado nas lâminas foliares e colmos (P< 0,05), porocasião do primeiro corte da primeira época de semeadura doque as cultivares de aveia UPF 18, de centeios, de cevadas e ogenótipo de trigo BRS 277 (Tabela 22). As cultivares de centeioBR 1, de triticale Embrapa 53 e de trigo BRS Figueira e BRSUmbu mostraram teor de fibra em detergente neutro (FDN)maior, em relação a maioria dos cereais de inverno. A cultivar decevada BRS 224 manifestou teor de fibra em detergente ácido(FDA) mais elevado, em comparação a grande parte dos cere-ais estudados. A aveia branca UPF 18 foi superior aos demaiscereais de inverno para teor de digestibilidade da matéria secaestimada (DMS). Os teores de PB e de DMS foram maiorescom aplicação de 150% da dose indicada de N (N3), em rela-ção a aplicação de 50% da dose (N1) (Tabela 23). Para os teo-res de FND e FDA, ocorreu o inverso.

125

No segundo corte da primeira época, o genótipo e a cultivarde aveia preta IPFA 99009 e Agro Zebu foram superiores (P<0,05) às cultivares de cevada BRS 195 e BRS 224, ao triticaleBRS 148 e ao trigo BRS Figueira para o teor de PB (Tabela23). Por sua vez, a cultivar de trigo BRS Figueira apresentouteor de FDN mais elevado do que a maioria dos cereais estu-dados, enquanto para o teor de FDA foi a cultivar de trigo BRSUmbu. As cultivares de aveias branca UPF 18 e preta mos-traram teor de DMS maior, em relação aos demais cereaisestudados. Os teores de PB e de DMS foram maiores comaplicação de 100% e de 150% da dose indicada de N, emcomparação a aplicação de 50% da dose (Tabela 23). Para oteor FDA, ocorreu o inverso. Não houve diferença significati-va entre a aplicação de N para o teor FDN.

No corte da segunda época, a cultivar de centeio BRS Serra-no obteve teor de PB maior do que as cultivares de aveiabranca UPF 18, de centeio BR 1, de cevadas e de triticaleBRS 148 e Embrapa 53 (Tabela 24). As cultivares de centeioBR 1 e de triticale BRS 148 apresentaram teor de FDN maiselevado em relação a maioria dos cereais estudados, enquan-to para FDA foi a cultivar de cevada BRS 224. As aveias bran-ca e pretas foram superiores a maioria das cultivares egenótipos estudados para o teor de DMS. No percentual dePB e de DMS, a aplicação de 150% da dose indicada de N foimais elevada do que o de 50% e 100% da dose (Tabela 24).Para o percentual de FDN, não houve diferença significativaentre as médias e a aplicação de N. O percentual de FDA, naaplicação de 50% e de 100% da dose indicada de N foi supe-rior ao da dose de 150%.

126 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

b) Avaliação de cereais de inverno quanto à preco-cidade no rendimento de forragem para o vaziooutonal

Os tratamentos constaram de diferentes espécies de cere-ais de inverno: um genótipo de aveia branca (UPF 18), doisgenótipos de aveia-preta (IPFA 99009 e Agro Zebu), doisgenótipos de centeio (BR 1 e BRS Serrano), três genótiposde cevada (BRS 195, BRS 224 e BRS 225), três genótiposde triticale (BRS 148, BRS 203 e Embrapa 53) e trêsgenótipos de trigo (BRS Figueira, BRS Umbu e BRS 277). Odelineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com trêsrepetições. As parcelas experimentais foram constituídas de5 linhas de 5,0 m de comprimento espaçadas 0,2 m entre si.A semeadura foi realizada, no mês de maio, de 2003 a 2005.Em todos os cortes foi realizada avaliação do rendimento demassa seca dos cereais de inverno. O critério de corte dasplantas por parcelas foi quando as mesmas atingiram, apro-ximadamente, 30 cm de altura. A massa verde foi colhida epesada; desta foi retirada uma sub-amostra, a qual foi secaem estufa com ar forçado a 60 ºC até peso constante, paradeterminação da massa seca. Assim, de parte da massaseca moída a 1 mm em moinho tipo Willey, foram realizadasas avaliações laboratoriais pelo método de reflectância doinfravermelho proximal (NIRS) para proteína bruta (PB), fibrainsolúvel em detergente neutro (FDN), fibra insolúvel em de-tergente ácido (FDA) e digestibilidade estimada da massaseca (DMS) (FONTANELI, 2005). Os parâmetros em estudoforam submetidos à análise de variância ao nível de 5% designificância, utilizando-se o pacote estatístico SAS versão

127

8.2 (SAS, 2003).

As cultivares de aveia preta Agro Zebu, de triticales BRS 148e Embrapa 53 e de trigo BRS Umbu apresentaram teor deproteína bruta (PB) nas lâminas foliares e colmos maior doque as cultivares de cevada BRS 195 e BRS 224 e de trigoBRS 277 (Tabela 24), no primeiro corte. A cultivar de trigoBRS Figueira mostrou teor de fibra em detergente neutro(FDN) mais elevado, em relação as cultivares de aveia bran-ca UPF 18, de aveia preta Agro Zebu, de cevadas BRS 195 eBRS 225, de triticales e de trigo BRS 277. Para fibra em de-tergente ácido (FDA) a cultivar de cevada BRS 224 foi supe-rior as cultivares de aveia branca UPF 18, de aveia preta AgroZebu, de centeio BRS Serrano e de triticales. No segundocorte, a cultivar de aveia branca UPF 18 e o genótipo de trigoBRS 277 manifestaram teor de PB mais elevado do que ascultivares de cevada BRS 195 e BRS 225, de triticale Embrapa53 e de trigo BRS Figueira e BRS Umbu. As cultivares detriticale e de trigo foram superiores a grande parte dos cere-ais de inverno para FDN e FDA. A cultivar de aveia brancaUPF 18 obteve maior teor de digestibilidade de massa secaestimada (DMS) do que as cultivares de centeio BR 1, decevada e de trigo BRS Figueira e BRS 277, no primeiro esegundo cortes.

A cultivar de centeio BRS Serrano mostrou teor de PB maiordo que as cultivares de cevadas BRS 195 e BRS 225, detriticale BRS 148 e de trigos, no terceiro corte (Tabela 25).Por outro lado, o genótipo de trigo BRS 277 foi superior amaioria dos cereais de inverno para o teor de FDN e de FDA.A cultivar de aveia branca UPF 18 apresentou teor de DMSmais elevado do que a maioria dos cereais estudados.

128 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

c) Avaliação de cereais de inverno p ara rendimen-to de forragem verde, silagem e grãos

Os tratamentos constaram de diferentes espécies de cere-ais de inverno: um genótipo de aveia branca (UPF 18), doisgenótipos de aveia-preta (IPFA 99009 e Agro Zebu), doisgenótipos de centeio (BR 1 e BRS Serrano), três genótiposde cevada (BRS 195, BRS 224 e BRS 225), três genótipostriticale (BRS 148, BRS 203 e Embrapa 53) e três genótiposde trigo (BRS Figueira, BRS Umbu e BRS 277). O delinea-mento experimental foi de blocos ao acaso, com três repeti-ções. As parcelas experimentais foram constituídas de 5 li-nhas de 5,0 m de comprimento espaçadas 0,2 m entre si. Asemeadura foi realizada em abril, de 2003 a 2005. Nos doiscortes foi realizada avaliação do rendimento de massa secados cereais de inverno. O corte de toda área útil da parceladestinada para forragem verde foi quando as plantas atingi-ram, aproximadamente, 30 cm de altura. Metade da área derebrote foi destinada à confecção de silagem. O corte foi rea-lizado quando as plantas apresentaram grão em massa mole.A massa verde foi colhida e pesada; desta foi retirada umasub-amostra, a qual foi seca em estufa a 60 ºC, para deter-minação da massa seca. Assim, de parte da massa secamoída a 1 mm em moinho tipo Willey, foram realizadas asavaliações laboratoriais pelo método de reflectância doinfravermelho proximal (NIRS) para proteína bruta (PB), fibrainsolúvel em detergente neutro (FDN), fibra insolúvel em de-tergente ácido (FDA) e digestibilidade estimada da massaseca (DMS) (FONTANELI, 2005). As variáveis “resposta” fo-ram submetidas à análise de variância ao nível de 5% de

129

significância, utilizando-se o pacote estatístico SAS versão8.2 (SAS, 2003).

A cultivar de aveia preta Agro Zebu apresentou teor de PBmais elevado nas lâminas foliares e colmos, por ocasião docorte para forragem, em relação as cultivares e genótipos deaveia branca UPF 18, de centeios, de cevadas, de triticaleBRS 148 e Embrapa 53 e de trigo BRS 277 (Tabela 26). Acultivar de trigo BRS Figueira mostrou teor de FDN e FDAmaior do que parte dos cereais de inverno. A cultivar de triticaleEmbrapa 53 foi superior para DMS, em relação a maioria doscereais estudados.

No corte para silagem, o genótipo de aveia preta IPF 99009mostrou teor de PB maior do que a maioria dos cereais estu-dados (Tabela 26). A cultivar de Centeio BR 1 obteve teor deFDN e de FDA maior, em comparação a maioria do materialestudado. As cultivares de cevada BRS 195 e BRS 224 fo-ram superiores as cultivares de aveia preta, de centeio, detriticale BRS 203 e Embrapa 53 e de trigo no teor de DMS.

d) Determinação da curva de crescimento de trigoBRS Figueira e de aveia pret a Agro Zebu

O experimento foi conduzido na Embrapa Trigo, em PassoFundo, RS, de 2003 a 2005. A parcela principal foi constituídapor dois genótipos (trigo BRS Figueira e aveia preta Agro Zebu)e as subparcelas por 21 cortes. Os sub-tratamentos foramformados de 12 cortes com intervalo quizenal (14, 28, 42, 56,70, 84, 98, 112, 126, 140, 154 e 168 dias após a emergência

130 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

das plantas) para determinar-se a curva de crescimento emais nove dos rebrotes (r) de 28, 42 e 56 dias nos tratamen-tos cortados aos 42, 56 e 70 dias após a emergência (42r28,42r42 e 42r56; 56r28, 56r42 e 56r56; e 70r28, 70r42 e 70r56dias após a emergência das plantas). O delineamento expe-rimental foi em blocos ao acaso com parcelas subdivididasem três repetições. As subparcelas foram constituídas porcinco fileiras de 5,0 m de comprimento, espaçadas de 0,20. Asemeadura foi realizada no mês de abril nos três anos deestudo. Quinze dias após a emergência o material foi des-bastado ajustando-se o número de plantas adequado paracada tratamento. A área experimental foi adubada com 100 a300 kg ha-1 da fórmula 5-25-25. Foi realizada avaliação notrigo e na aveia preta por ocasião do corte do rendimento demassa seca. A massa verde foi colhida e pesada, e desta foiretirada uma sub-amostra, a qual foi seca em estufa com arforçado a 60 ºC até peso constante, para ser determinada amassa seca. Assim, de parte da massa seca moída a 1 mmem moinho tipo Willey, foram realizadas as avaliaçõeslaboratoriais pelo método de reflectância do infravermelhoproximal (NIRS) para proteína bruta (PB), fibra insolúvel emdetergente neutro (FDN), fibra insolúvel em detergente ácido(FDA) e digestibilidade estimada da massa seca (DMS)(FONTANELI, 2005). Os parâmetros em estudo foram sub-metidos à análise de variância ao nível de 5% de significância,utilizando-se o pacote estatístico SAS versão 8.2 (SAS, 2003).

O maior percentual de PB de trigo e de aveia preta, no primei-ro corte ocorreu dos 14 aos 42r56 (r: rebrote) dias após aemergência das plantas, em relação as demais avaliações(Tabela 27). O percentual de FDN e de FDA mais elevado detrigo e de aveia preta manifestaram-se dos 98 aos 168 dias

131

após a emergência, em comparação as avaliações anterio-res, exceto aos 126 dias para trigo e 154 dias para aveia pre-ta e trigo. O percentual de DMS maior de aveia preta e detrigo ocorreu aos 14 dias após a emergência das plantas ,em relação as demais avaliações.

No segundo corte (rebrote), o percentual de PB de aveia pre-ta e de trigo foi mais elevados aos 42r28 dias após emergên-cia das plantas, em comparação aos 56r56, aos 70r42 e aos76r56 de aveia preta e aos 42r56, aos 56r56, aos 70r42 eaos70r56 de trigo (Tabela 27). Para o percentual de DMS, aaveia preta aos 42r28 após a emergência das plantas, foisuperior a parte dos genótpos de aveia preta e todos os detrigo, exceto aos 70r42.

Tabela 22. Efeito de doses de nitrogênio em cereais de inverno na

132IL

PF

- Inte

gra

ção

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

concentração de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) edigestibilidade da matéria seca estimada (DMS) de forragem, da primeira época de semeadura, do primeiro esegundo cortes, média de 2003 a 2005

1ª época de semeadura

Cereais de inverno 1º corte 2º corte

PB FDN FDA DMS PB FDN FDA DMS (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)

1. A. branca UPF 18 24,5 cde 48,1 f 24,3 f 70,0 a 26,0 ab 45,1 g 23,3 d 70,7 a2. A. preta IPFA 99009 25,2 abcd 51,9 bcd 26,6 de 68,2 bc 26,6 a 46,9 efg 23,9 d 70,3 a3. A. preta Agro Zebu 25,5 abc 50,8 de 25,8 e 68,8 b 26,5 a 46,6 fg 23,6 d 70,5 a4. Centeio BR 1 24,3 de 53,8 a 28,6 ab 66,6 ef 25,6 abc 50,7 abc 27,1 abc 67,8 bcd5. Centeio BRS Serrano 24,7 bcde 51,1 de 26,1 de 68,5 bc 25,7 ab 50,4 bc 26,4 c 68,3 b6. Cevada BRS 195 21,5 f 51,4 cde 29,0 ab 66,3 ef 22,9 d 48,4 def 26,4 c 68,3 b7. Cevada BRS 224 22,1 f 51,6 cd 29,3 a 66,1 f 24,7 bc 48,9 cde 26,9 abc 67,9 bcd8. Cevada BRS 225 23,6 e 51,8 bcd 29,0 ab 66,3 ef 25,3 abc 47,9 ef 26,4 c 68,3 b9. Triticale BRS 148 25,3 abcd 53,0 abc 26,6 de 68,2 bc 24,8 bc 50,3 bcd 26,7 bc 68,1 bc10. Triticale BRS 203 25,5 abc 50,9 de 26,1 de 68,6 bc 25,7 ab 51,6 ab 28,0 ab 67,1 cd11. Triticale Embrapa 53 25,7 ab 54,4 a 27,2 cd 67,7 cd 25,8 ab 51,8 ab 27,4 abc 67,5 bcd

Continua...

133

Tabela 22. Continuação.

1ª época de semeadura

Cereais de inverno 1º corte 2º corte

PB FDN FDA DMS PB FDN FDA DMS (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)

12. Trigo BRS Figueira 25,5 abc 54,4 a 28,8 ab 66,4 ef 24,2 cd 52,6 a 28,2 ab 66,9 d13. Trigo BRS Umbu 26,1 a 53,3 ab 28,0 bc 67,1 de 25,3 abc 52,1 ab 28,2 a 66,9 d14. Trigo BRS 277 24,7 bcde 49,9 e 26,3 de 68,4 bc 26,0 ab 50,9 ab 27,2 abc 67,7 bcd

Média 24,6 51,9 27,3 67,7 25,3 49,6 26,4 68,3Doses de nitrogênioN1 24,2 b 52,3 a 27,7 a 67,3 b 24,7 b 49,9 a 26,9 a 67,9 bN2 24,5 b 51,7 b 27,0 b 67,8 a 25,5 a 49,5 a 26,2 b 68,5N3 25,0 a 51,6 b 27,1 b 67,8 a 25,8 a 49,4 a 26,1 b 68,6 a

A: aveia. Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (P>0,05).

134 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Tabela 23. Efeito de doses de nitrogênio em cereais de inverno na con-

centração de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra

em detergente ácido (FDA) e digestibilidade da matéria seca estimada

(DMS) de forrragem, da segunda época de semeadura, com um corte,

média de 2003 a 2005.

2º época de semeadura

Cereais de inverno PB FDN FDA DMS

(%) (%) (%) (%)

1. Aveia branca UPF 18 25,1 cde 49,1 def 24,7 h 69,7 a

2. Aveia preta IPFA 99009 25,9 abcd 48,0 f 24,7 h 69,7 a

3. Aveia preta Agro Zebu 26,9 ab 47,6 f 24,4 h 69,9 a

4. Centeio BR 1 24,8 def 53,8 a 28,9 ab 66,4 gh

5. Centeio BRS Serrano 27,1 a 48,5 ef 25,0 gh 69,4 ab

6. Cevada BRS 195 23,9 ef 49,8 def 27,3 cde 67,6 def

7. Cevada BRS 224 22,2 g 52,3 abc 30,0 a 65,5 h

8. Cevada BRS 225 23,5 fg 50,5cde 28,2 bcd 66,9 efg

9. Triticale BRS 148 23,9 ef 54,2 a 28,6 abc 66,6 fgh

10. Triticale BRS 203 26,3 abc 50,8 bcde 26,4 efg 68,4 bcd

11. Triticale Embrapa 53 25,4 bcd 52,8 ab 27,1 de 67,8 de

12. Trigo BRS Figueira 25,9 abcd 50,8 bcde 26,2 efg 68,5 bcd

13. Trigo BRS Umbu 26,8 ab 49,5 edf 25,5 fgh 69,0 abc

14. Trigo BRS 277 26,0 abcd 51,0 bcd 26,6 ef 68,2 cd

Média 25,3 50,6 26,7 68,1

Doses de nitrogênio

N1 24,6 c 50,9 a 27,1 a 67,8 b

N2 25,0 b 50,8 a 26,7 a 68,1 b

N3 26,2 a 50,3 a 26,2 b 68,5 a

Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem significativamente pelo

teste de Tukey (P>0,05).

.

135

Tabela 24. Avaliação de cereais de inverno quanto à precocidade no rendimento de forragem para o vazio outonal na concentração de

proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e digestibilidade da matéria seca estimada (DMS),

do primeiro e segundo cortes, média de 2003 a 2005.

1ª época de semeadura

Cereais de inverno 1º corte 2º corte

PB FDN FDA DMS PB FDN FDA DMS

(%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)

1. A. branca UPF 18 23,5 abc 48,1 c 24,5 g 69,8 a 25,1 a 44,8 e 22,9 e 71,1 a

2. A. preta IPFA 99009 24,4 ab 52,2 ab 27,0 abcdef 67,9 bcdefg 23,7 abc 45,8 de 23,3 de 70,8 ab

3. A. preta Agro Zebu 23,5 a 50,8 bc 25,5 cdefg 69,0 abcde 23,8 abc 46,9 cde 23,1 e 70,9 a

4. Centeio BR 1 24,2 ab 52,3 ab 27,2 abcde 67,7 cdefg 22,9 abcd 49,8 abc 26,4 abc 68,3 cde

5. Centeio BRS Serrano 24,2 ab 51,0 abc 26,0 bcdefg 68,6 abcdef 24,5 ab 48,6 bcd 24,9 cde 69,5 abc

6. Cevada BRS 195 19,4 d 50,7 bc 28,3 ab 66,9 f 22,7 bcd 47,0 cde 25,9 bc 68,7 cd

7. Cevada BRS 224 22,5 bc 51,4 abc 28,6 a 66,7 g 23,0 abcd 46,6 de 25,3 bcd 69,2 bcd

8. Cevada BRS 225 23,2 abc 50,3 bc 27,9 abc 67,2 efg 21,0 d 46,6 de 25,8 bc 68,8 cd

9. Triticale BRS 148 25,2 a 50,6 bc 25,0 efg 69,4 abc 22,9 abcd 50,2 ab 26,5 abc 68,2 cde

10. Triticale BRS 203 24,8 ab 49,6 bc 25,2 defg 69,3 abcd 23,1 abcd 49,8 abc 26,9 ab 67,9 de

11. Triticale Embrapa 53 25,3 a 50,7 bc 24,7 fg 69,6 ab 22,1 cd 52,3 a 28,2 a 66,9 e

12. Trigo BRS Figueira 23,8 ab 54,1 a 28,4 ab 66,8 fg 21,9 cd 51,7 a 28,1 a 67,0 e

13. Trigo BRS Umbu 25,3 a 51,1 abc 26,2 abcdefg 68,5 abcdefg 22,8 bcd 51,5 ab 28,4 a 66,8 e

14. Trigo BRS 277 21,2 bc 50,4 bc 27,6 abcd 67,4 defg 25,2 a 49,6 abc 25,7 bc 68,9 cd

Média 23,8 51,0 26,6 68,2 23,2 48,7 25,8 68,8

A: aveia. Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (P>0,05).

136 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Tabela 25. Avaliação de cereais de inverno quanto à precocidade no rendimento

de forragem para o vazio outonal na concentração de proteína bruta (PB), fibra em

detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e digestibilidade da

matéria seca estimada (DMS), do terceiro corte, média de 2003 a 2005.

3º corte

Cereais de inverno PB FDN FDA DMS

(%) (%) (%) (%)

1. Aveia branca UPF 18 21,4 abcd 46,5 e 24,6 h 69,8 a

2. Aveia preta IPFA 99009 22,2 abc 50,2 cd 26,9 efg 68,0 bcd

3. Aveia preta Agro Zebu 21,0 abcd 50,4 cd 27,0 defg 67,8 bcde

4. Centeio BR 1 21,3 abcd 53,8 ab 29,0 bcd 66,3 efg

5. Centeio BRS Serrano 23,3 a 49,6 d 26,1 gh 68,6 ab

6. Cevada BRS 195 19,9 cde 50,3 cd 26,5 fgh 68,2 abc

7. Cevada BRS 224 21,0 abcd 50,6 cd 27,3 cdefg 67,6 bcdef

8. Cevada BRS 225 19,4 def 51,3 bcd 28,9 bcde 66,4 defg

9. Triticale BRS 148 20,5 bcd 53,6 ab 29,4 ab 66,0 gh

10. Triticale BRS 203 22,6 ab 52,0 bcd 28,4 bcdef 66,8 cdefg

11. Triticale Embrapa 53 21,2 abcd 53,9 ab 29,3 abc 66,0 fgh

12. Trigo BRS Figueira 17,7 ef 53,5 ab 29,6 ab 65,8 gh

13. Trigo BRS Umbu 19,1 d8ef 52,8 bc 29,7 ab 65,8 gh

14. Trigo BRS 277 17,2 f 55,9 a 31,1 a 64,7 h

Média 20,5 51,7 28,1 67,0

Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem significativamente pelo

teste de Tukey (P>0,05).

137

Tabela 26. Avaliação de cereais de inverno para rendimento de forragem verde, silagem e grãos na concentração deproteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e digestibilidade da matéria secaestimada (DMS), do primeiro (forragem) e segundo (silagem) cortes, média de 2003 a 2005.

Forragem verde Silagem

Cereais de inverno PB FDN FDA DMS PB FDN FDA DMS (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)

1. A. branca UPF 18 21,5 efg 50,0 e 23,0 gh 71,0 ab 9,5 abc 58,3 h 32,0 64,0 ab2. A. preta IPFA 99009 24,0 abc 52,1 bcde 24,9 cdef 69,5 cdef 10,9 a 65,1 bcd 37,1 ab 60,0 de3. A. preta Agro Zebu 25,0 a 50,6 de 23,6 fgh 70,5 abc 10,2 ab 67,3 ab 39,4 a 58,2 e4. Centeio BR 1 23,3 bcd 52,9 abcd 24,7 defg 69,7 bcde 8,3 cd 69,2 a 39,0 a 58,5 e5. Centeio BRS Serrano 22,5 cdef 52,3 bcde 25,2 bcdef 69,3 cdefg 9,0 bcd 66,7 abc 37,3 ab 59,8 de6. Cevada BRS 195 21,0 fg 50,7 cde 26,6 abc 68,2 fgh 8,3 cd 59,3 gh 31,9 e 64,1 a7. Cevada BRS 224 20,8 g 52,9 abcd 27,7 a 67,3 h 7,8 d 61,4 fg 31,8 e 64,1 a8. Cevada BRS 225 22,5 cdef 53,2 abc 26,4 abcd 68,3 efgh 8,9 bcd 61,0 fgh 33,0 de 63,2 ab9. Triticale BRS 148 22,8 bcde 53,8 ab 24,3 efgh 70,0 abcd 8,1 cd 66,1 abcd 35,6 bc 61,2 cd10. Triticale BRS 203 24,2 ab 52,9 abcd 25,8 bcde 68,8 defg 8,3 cd 64,7 bcde 36,4 bc 60,5 cd11. Triticale Embrapa 53 23,2 bcd 53,9 ab 22,7 h 71,2 a 9,3 bcd 63,4 def 33,9 cde 62,5 abc12. Trigo BRS Figueira 23,7 abc 55,2 a 27,9 a 67,2 h 8,8 bcd 61,6 efg 34,5 bc 62,1 bc13. Trigo BRS Umbu 23,4 abcd 53,6 ab 26,8 ab 68,1 gh 8,0 cd 64,6 bcde 35,6 bc 61,2 cd14. Trigo BRS 277 21,8 defg 49,9 e 25,6 bcde 69,0 defg 9,0 bcd 63,9 cdef 35,5 bc 61,2 cd

Média 22,8 52,4 25,4 69,1 8,9 63,8 35,2 61,5

A: aveia. Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (P>0,05).

138IL

PF

- Inte

gra

ção

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

Tabela 27. Concentração de proteína bruta (PB), de fibra em detergente neutro (FDN), de fibra em detergente ácido (FDA) e de

digestibilidade da matéria seca estimada (DMS) de trigo BRS Figueira e de aveia preta Agro Zebu, de dois cortes, de 2003 a 2005.

Embrapa Trigo. Passo Fundo, RS.

1º corte 2º corte

Cereais de inverno PB FDN FDA DMS PB FDN FDA DMS

(%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)

14: aveia preta 28,9 a 40,2 p 19,3 r 73,9 a - - - - trigo 26,9 abc 46,2 no 23,2 pq 70,8 bc - - - -28: aveia preta 27,9 ab 48,7 klmno 24,2 opq 70,1 bcd - - - - trigo 27,2 ab 53,0 efghijk 27,2 hijklmno 67,7 defghijk - - - -42: aveia preta 26,7 abc 49,8 ijklmno 26,0 klmnopq 68,6 bcdefgh - - - -42r28: aveia preta 26,2 abcde 46,3 no 23,6 pq 70,5 bcd 24,7 a 47,5 ghi 23,9 g 70,3 a trigo 26,7 abc 48,6 klmno 25,5 lmnopq 69,0 bcdefg 22,8 abcd 52,5 cde 28,9 bcd 66,4 def42r42: aveia preta 25,6 bcdefg 48,6 klmno 24,3 nopq 70,0 bcde 23,0 abc 48,5 fghi 25,3 efg 69,2 abc trigo 26,4 abcd 50,0 ijklmno 26,4 jklmnopq 68,3 bcdefghi 18,9 cdefg 54,2 bcd 30,2 bc 65,4 ef42r56: aveia preta 26,9 abc 46,0 0 23,2 q 70,9 b 21,2 abcde 53,2 bcde 28,9 bcd 66,4 def trigo 26,1 abcdef 47,4 lmno 25,4 lmnopq 69,1 bcdefg 16,6 fg 58,4 a 33,3 a 63,0 g56: aveia preta 23,7 defghi 49,2 jklmno 25,8 lmnopq 68,8 bcdefg - - - - trigo 23,0 ghij 51,4 ghijklmn 28,7 fghijkl 66,5 ghijklm - - - -56r28: aveia preta 24,1 cdefgh 48,8 klmno 24,8 mnopq 69,6 bcdef 23,7 ab 46,6 i 24,2 fg 70,0 ab trigo 22,7 ghij 50,5 hijklmno 28,7 fghijkl 66,6 ghijklm 22,6 abcd 50,4 defghi 27,2 cdef 67,7 bcde56r42: aveia preta 23,4 efghij 49,5 jklmno 26,8 jklmnopq 68,0 bcdefghi 22,1 abcd 50,6 defgh 26,7 defg 68,1 abcd trigo 22,5 hij 51,7 ghijklm 29,0 fghijkl 66,3 ghijklm 20,0 bcdef 54,6 abc 30,1 bc 65,5 ef

Continua...

139

Tabela 27. Continuação.

1º corte 2º corte

Cereais de inverno PB FDN FDA DMS PB FDN FDA DMS

(%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)

56r56: aveia preta 22,7 ghij 49,0 jklmno 26,7 jklmnopq 68,1 bcdefghi 18,7 defg 51,6 cdef 27,3 cdef 67,7 bcde trigo 22,6 hij 52,2 fghijkl 29,5 efghijk 65,9 hijklmn 14,8 g 56,5 ab 31,8 ab 64,2 fg70: aveia preta 22,4 hij 53,7 defghijk 28,0 ghijklm 67,1 fghijkl - - - - trigo 20,9 ijkl 55,1 cdefghi 30,6 defgh 65,1 klmno - - - -70r28: aveia preta 22,3 hij 53,2 efghijk 27,9 ghijklmn 67,1 efghijkl 23,9 ab 47,1 hi 24,7 efg 69,6 abc trigo 21,4 hijkl 55,3 bcdefgh 30,5 defghi 65,1 jklmno 22,7 abcd 50,6 defgh 27,4 cde 67,6 cde70r42: aveia preta 22,5 hij 51,7 ghijklm 26,5 jklmnopq 68,2 bcdefghi 20,0 bcdef 48,5 fghi 25,4 efg 69,1 abc trigo 21,9 hij 55,3 bcdefgh 30,5 defghi 65,1 jklmno 17,2 efg 49,5 efghi 26,8 defg 68,0 abcd70r56: aveia preta 23,2 fghij 52,0 ghijkl 26,9 ijklmnop 68,0 cdefghij 16,2 fg 51,1 cdefg 27,8 cde 67,3 def trigo 21,6 hijk 54,1 cdefghij 29,8 efghij 65,7 ijklmn 15,7 g 52,2 cdef 29,3 bcd 66,1 def84: aveia preta 20,7 jkl 53,2 efghijk 28,3 ghijklm 66,8 fghijkl - - - - trigo 18,9 kl 55,8 bcdefg 31,4 cdefg 64,5 lmnop - - - -98: aveia preta 18,6 lm 58,6 abcd 32,2 bcdef 63,8 mnopq - - - - trigo 15,3 n 58,8 abcd 34,3 abc 62,2 pqr - - - -112: aveia preta 15,8 mn 57,9 bcde 32,3 bcdef 63,7 mnopq - - - - trigo 10,7 p 59,1 abc 35,4 ab 61,3 qr - - - -126: aveia preta 14,7 n 59,0 abc 33,7 abcd 62,6 opqr - - - - trigo 10,3 op 57,4 bcdef 33,9 abcd 62,5 opqr - - - -

Continua...

140IL

PF

- Inte

gra

ção

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

Tabela 27. Continuação.

1º corte 2º corte

Cereais de inverno PB FDN FDA DMS PB FDN FDA DMS

(%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)

140: aveia preta 13,4 no 63,7 a 37,0 a 60,1 r - - - -

trigo 8,9 pq 60,3 ab 34,9 abc 61,7 pqr - - - -

154: aveia preta 11,4 op 58,6 abcd 33,1 bcde 63,1 npoq - - - -

trigo 6,8 qr 55,3 bcdefgh 32,8 bcde 63,3 nopq - - - -

168: aveia preta 10,3 p 60,4 ab 34,1 abcd 62,3 opqr - - - -

trigo 5,7 r 51,7 ghijklm 30,5 defghi 65,1 jklmno - - - -

Média 20,6 52,7 28,7 66,5 20,3 51,3 27,7 67,3

r: repetição. Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (P>0,05).

141

Fig. 23. Rendimento de massa seca e de grãos (t/ha) de tri-go BRS Figueira, após um corte, de 2003 a 2005. EmbrapaTrigo. Passo Fundo, RS.

Fig. 24. Rendimento de massa seca e de grãos (t/ha) de tri-go BRS Figueira, após dois cortes, de 2003 a 2005. EmbrapaTrigo. Passo Fundo, RS.

142 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Fig. 25. Rendimento de massa seca e de grãos (t/ha) de aveiapreta Agro Zebu, após um corte, de 2003 a 2005. EmbrapaTrigo. Passo Fundo, RS.

Fig. 26. Rendimento de massa seca e de grãos (t/ha) de aveiapreta Agro Zebu, após dois corte, de 2003 a 2005. EmbrapaTrigo. Passo Fundo, RS.

143

7Capítulo

Silagem de Cereais deInverno

Roberto Serena Fontaneli e Renato Serena Fontaneli

Introdução

A atividade agropecuária para ser racionalmente exploradadepende fundamentalmente de um adequado planejamentoforrageiro. Há uma ampla variedade de volumosos que podeser utilizada na formulação de rações para o gado leiteiro.Muitas destas forragens podem substituir parcial ou total-mente outros nas rações.

Em muitos países europeus como Alemanha, Itália e Inglater-ra, a utilização das silagens de cereais de inverno como fon-te de volumosos de qualidade é prática comum. Os animaisque recebem silagens de cereais de inverno como volumosoapresentam níveis adequados de desempenho. Na região Suldo Brasil os cereais de inverno são cultivados com os propó-sitos de produção de grãos, cobertura para a o sistema plan-

144 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

tio direto e pastagens. As pastagens de cereais de invernosão excelentes plantas forrageiras durante o estádio vegetativopois, apresentam elevados níveis de digestibilidade e proteí-na, baixos teores de fibra. Essas características permitemaos animais atingirem bons níveis de ingestão de MS, boastaxas de ganho em peso (maior que 1,0 kg/d) e produçõeselevadas de leite (mais 18 kg/vaca/d). Porém, com amaturação há uma intensa modificação nas taxas de folhas/colmos reduzindo a digestibilidade e concentração de prote-ína, aumento do teor de fibra e com isso reduzindo o consu-mo e consequentemente o desempenho dos animais. Com-parativamente os cereais de inverno produzem silagens deplantas inteiras inferiores energeticamente à silagem de plantainteira de milho devido a diversos fatores: constituiçãoanatômicas, morfológicas e físico-químico.

Apesar disso, a prática na elaboração da silagem de cereaisde inverno deve ser incentivada, principalmente, pelos seguin-tes fatores: utilização da terra no período do inverno para pro-dução de volumosos de qualidade; redução dos riscos defalta de volumoso por intempéries climáticas; redução da com-petição das áreas de verão pelo plantio de milho para silagemo que permite que o milho seja utilizado para produção degrãos destinados à comercialização; geração de renda coma venda de silagem excedente.

Valor nutritivo de silagens de cereaisde inverno

145

A Tabela 28 contém a composição nutricional típica de ce-reais de inverno. Os valores são médias de análises obtidasno Laboratório de Nutrição Animal do Centro de Pesquisa emAlimentação da Universidade de Passo Fundo (CEPA – UPF)e estão sujeitas a alteração a medida que são incorporadasnovas amostras a população original para cada tipo deforrageira. Há uma variação grande nos nutrientes devido aosdiferentes tipos de solos, disponibilidade água, estação decrescimento, programa de fertilização e principalmente o graude maturidade no momento da colheita.

Tabela 28. Composição nutricional com base na concentração de prote-

ína bruta (PB), fibra insolúvel em detergente neutro (FDN), fibra insolúvel

em detergente ácido (FDA), cálcio (Ca), fósforo (P) e energia líquida para

lactação (ELl) de algumas silagens de cereais de inverno no estádio de

massa mole. CEPA. FAMV. 2006.

Forragem PB FDN FDA Ca P ELl

(%) (%) (%) (%) (%) (Mcal/kg)

Silagem de cevada 11,7 b 56,0 b 35,5 c 0,47 c 0,30 b 1,43 a

Silagem de aveia 13,7 a 58,7 ab 39,1 a 0,56 b 0,31 b 1,37 c

Silagem de centeio 8,3 c 59,8 a 36,9 bc 0,41 c 0,36 a 1,40 b

Silagem de triticale 9,4 c 59,0 a 37,9 b 0,65 a 0,32 b 1,39 bc

Silagem de trigo 14,4 a 56,7 b 38,2 b 0,63 a 0,34 ab 1,38 bc

Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente (P>0,05).

Um exemplo de variação na composição nutricional parasilagem de aveia está sumariada na Tabela 29. Existem vári-os trabalhos demostrando a variabilidade nutricional em fun-

146 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

ção do estádio vegetativo das espécies.

Tabela 29. Composição nutricional, com base no teor de proteína bruta (PB) e

digestibilidae in vitro da massa seca (DIVMS) e produção de biomassa seca (MS)

de três silagens de cereais de inverno em três estágios de maturidade.

Estágio de maturidade

Forragem Emborrachamento Grão leitoso Grão massa dura

PB DIVMS t/ha PB DIVMS t/ha PB DIVMS MS

(%) (%) (%) (%) (%) (%) t/ha

Silagem

de trigo 20,1 a 76,2 a 3,61 b 15,7 a 62,3 a 6,75 c 11,9 a 59,8 a 9,34 b

Silagem

de aveia 19,8 a 77,6 a 3,88 b 14,6 b 61,5 a 7,44 b 11,5 a 56,9 b 10,13 a

Silagem

de centeio 13,1 b 66,0 b 4,45 a 8,8 c 56,0 b 8,65 a 7,2 b 54,2 c 9,39 b

Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente (P>0,05).

Na Dairy Forage Research Center (MERTENS, 1996) foi con-duzido ensaio para avaliar a qualidade de algumas forragens.As rações foram formuladas com um nível constante de FDNna ração total. Os resultados do ensaio estão na Tabela 30. Noteque a taxa de concentrado e volumoso variou em função dasrespectivas concentrações de FDN nas forrageiras. O leite pro-duzido foi similar para todas as cinco espécies, contudo o nívelde concentrado diário variou de 8,0 a 13,0 kg/vaca.

Qualidade forrageira é a chave para ser bem sucedido na for-mulação de rações para o gado leiteiro e obter melhores resul-tados econômicos. Silagens de cereais de inverno são geral-mente colhidos a partir do estágio de grão leitoso até grão emmassa mole o que propicia maximizar a produção de ELl porunidade área (Tabela 29 e Fig. 27). Concentrações altas de pro-teína serão encontrada em estágio vegetativo ou noemborrachamento com comprometimento na produção de MS.

147

Tabela 30. Produção de leite de vacas leiteiras alimentada comsilagens de cereais de inverno com semelhante concentração deFDN.

Silagem

Composição Sudão Azevém Alfafa Trigo Milho

Composição volumosoMS (%) 40,2 44,8 57,9 51,7 42,1PB (%) 12,8 15,5 17,2 10,2 8,3FDN (%) 54,8 48,4 45,2 54,4 41,6

Composição concentradoMS (%) 66,64 70,67 74,11 73,80 84,25PB (%) 22,98 20,02 18,36 25,76 37,67FDN (%) 12,28 12,88 13,25 11,80 11,41

Composição raçãoMS (%) 55,0 57,4 64,9 64,2 57,6PB (%) 18,5 17,7 17,7 19 19,1FDN (%) 31,0 31,1 31,4 30,3 30,5% volumoso 44,2 51,5 57,2 43,6 63,6% concentrado 55,8 48,5 42,8 56,4 36,4

Resposta AnimalIMS, kg 22,05 23,36 23,64 22,73 22,05IMS, %PV 3,75 3,82 3,98 3,63 3,62IMS volumoso, kg 9,71 11,98 13,43 9,87 13,94IMS concentrado, kg 12,34 11,38 10,21 12,86 8,11FDN Total, kg 6,80 7,25 7,38 6,89 6,70FDN Total, % PV 1,16 1,19 1,25 1,10 1,10FDN do volumoso, kg 5,32 5,80 6,07 5,37 5,80FDN volumoso, % 0,91 0,95 1,03 0,86 0,96Leite, kg/vaca/d 32,41 33,68 33,59 33,50 34,59Gordura leite, % 3,6 3,8 3,6 3,4 3,5Proteína leite, % 3,1 3,1 3,0 3,0 3,1

IMS = ingestão de massa seca de forragemFonte: Adaptada de Mertens, 1996.

148 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Fig. 27. (A) Ensilagem de cereais de inverno, (B) Trigo e cevadapara ensilagem- Passo Fundo, RS, (C) Feno e silagem de ce-reais de inverno - Castro, PR (D) Silagem de centeio.Fotos: Renato S. Fontaneli.

Alguns pontos que devem considerados para o uso deforrageiras alternativas na ração de vacas leiteiras:

1. Trabalhe sob orientação técnica ao selecionar a forrageiramais indicada para as condições edafoclimáticas de sua pro-priedade. Esse procedimento permite ter um suporte sobre omanejo a ser empregado (fertilizações, controle de pragas emomento para colheita).

2. Testes da composição nutricional deve ser utilizado devidoa grande variação que existente entre e dentro do mesmo

(A) (B)

(C) (D)

149

tipo de forrageira. A tecnologia NIRS é precisa e a mais aces-sível (custo menor) forma de análise.

3. Se as plantas foram ensiladas com teor de umidade entre65 e 70%, adequadamente picada (1,0 a 5,0cm), bemcompactada, vedada, resultará em uma silagem bem fermen-tada de boa qualidade.

4. Rações balanceadas para FDN na base de 0,75% a 0,85%de FDN do volumoso em relação ao peso corporal é um bomreferencial para a formulação.

5. A colheita no momento apropriado é crítica para obtençãode forragem com valor nutritivo desejado. A digestibilidade demuitas dessas espécies reduz rapidamente com o avançoda maturidade. Caso a colheita for atrasada o consumo, adigestibilidade e a produção de leite serão reduzidos.

6. O período de adaptação para o novo alimento (silagem)deve ser gradual e deve ser no mínimo de 15 dias.

150 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

151

8Capítulo

Análise Econômica deCereais de Inverno de DuploPropósito

Cláudia De Mori, João Carlos Ignaczak, João LeonardoFernandes Pires, Henrique Pereira dos Santos e RenatoSerena Fontaneli

Aspectos econômicos da IntegraçãoLavoura-Pecuária

Os cereais de inverno constituem importantes componentesna estabilidade de fluxo de caixa e na solidez de unidadesagrícolas e também constituem base da alimentação huma-na e/ou animal. A produção dos cereais de inverno concen-tra-se na região sul, que responde por aproximadamente 90%do volume produzido. Em torno de 20% da área cultivada comgrãos no verão na região sul tem sido ocupada para produ-ção de grãos no inverno e aproximadamente 38% se agre-garmos o cultivo de aveia preta para cobertura (IBGE, 2006).

152 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

De outro lado, a atividade animal no Brasil constitui uma im-portante fonte de renda do setor rural e o país tem se conso-lidado como um importante produtor mundial de carne, tendouma taxa anual de crescimento do rebanho de 0,76 % noperíodo de 1997-2006 e uma taxa anual de crescimento deexportação de carnes de 9,0% no período de 1990-2003 se-gundo Jank et al. (2005). Segundo estimativas do Anuário...(2006), a região sul possuía 13,0% do rebanho nacional debovinos em 2005, 21,23 milhões de cabeças. Neste ano, apro-ximadamente 25,5% do rebanho da região sul era de bovinosde leite e 74,5% de bovinos de corte, sendo 35,7% do reba-nho de corte de origem de cruzamento industrial e 64,26% dezebuínos, europeus e mestiços de corte. Segundo dados doCenso Agropecuário de 1995/96, estima-se que a produçãode leite no Brasil envolva 1,2 milhão de propriedades (IBGE,2006).

O uso da tecnologia de integração lavoura-pecuária (ILP),entendida como processo produtivo envolvendo as atividadesde agricultura e pecuária em consorciação, sucessão ou ro-tação, permite a geração de renda adicional pelo incrementode produção e estabilidade de fluxo de renda da propriedaderural, maximiza e distribui o uso de mão-de-obra durante oano. A tecnologia contribui para maior produtividade dos re-banhos e disponibilização de produtos de alto valor protéicoem época de entressafra com redução de custos de produ-ção e de perdas. Além disso, o sistema delineado colaborana manutenção e melhoria das características físicas, quími-cas e biológicas do solo, com efeitos positivos na produtivi-dade das culturas subseqüentes. Em regiões como o Cerra-do, a tecnologia ILP tem sido empregada como processo derecuperação/renovação de pastagem. Dentro desse concei-

153

to, as áreas de lavouras dão suporte à pecuária por meio daprodução de alimentação animal, seja na forma de grãos,silagem e feno, seja na forma de pastejo direto.

Estudos de avaliação econômica de sistemas de produçãomistos, envolvendo produção de grãos combinados com pas-tagens de inverno, para viabilizar o plantio direto e a explora-ção do potencial da propriedade rural, tem sido relatados porFontaneli et al. (1996a), Ambrosi et al. (2001), Santos et al.(2003, 2004).

O estudo de Fontaneli et al. (1996a) envolvendo quatro siste-mas de produção misto no período de 1990-95, demonstrouequiparação de receita líquida de sistemas de produção mis-tos (lavoura-pecuária) e sistemas de produção de grãos, sobplantio direto. No estudo, o sistema II (trigo/soja e pastagemde aveia preta + ervilhaca/milho), de maior receita líquida noreferido período, não diferiu significativamente dos sistemas I(trigo/soja, pastagem de aveia preta/ soja e pastagem de aveiapreta/soja) e III (trigo/soja, pastagem de aveia preta + ervilhaca/soja e pastagem de aveia preta + ervilhaca/milho) (Fig. 28).Com base nos mesmos sistemas de produção, Ambrosi etal. (2001), através da metodologia da dominância estocásticada receita líquida, demonstrou que do ponto de vista de renta-bilidade e de menor risco, o sistema II (trigo/soja e pastagemde aveia preta + ervilhaca/milho) apresentou-se como a me-lhor alternativa de produção no período estudado com rela-ção ao sistemas I (trigo/soja, pastagem de aveia preta/soja epastagem de aveia preta/soja), III (trigo/soja, pastagem deaveia preta + ervilhaca/soja e pastagem de aveia preta +ervilhaca/milho) e IV (trigo/soja, aveia branca/soja e aveia bran-ca/soja).

154 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Fig. 28. Receita líquida média (US$/ha) de sistemas de pro-dução mistos no período de 1990/1995.Fonte: Fontaneli et al. (1996a).

Santos et al. (2003), ao realizar comparações de seis siste-mas de produção de grãos combinados com pastagens anu-ais de inverno e anuais de verão, em sistemas de plantio direto,no período de 1995/1999, em Passo Fundo - RS, pela análiseda média variância, identificou diferença significativa entre areceita líquida dos sistemas comparados, a saber: sistema I(trigo/soja, pastagem de aveia preta + ervilhaca/milho), siste-ma II (trigo/soja, pastagem de aveia preta + ervilhaca +azevém/milho), sistema III (trigo/soja, pastagem de aveia preta+ ervilhaca/pastagem de milheto), sistema IV (trigo/soja, aveiabranca/soja, pastagem de aveia preta + ervilhaca + azevém/pastagem de milheto); sistema V (trigo/soja, aveia branca/soja e pastagem de aveia preta + ervilhaca/pastagem demilheto) e sistema VI (trigo/soja, aveia branca/soja, pastagemde aveia preta + ervilhaca/pastagem de milheto). Na média

155

conjunta dos anos, o sistema II (R$ 351,00/ha) foi superioraos sistemas III (R$ 257,00/ha), IV (R$ 267,00/ha), V (R$237,00/ha) e VI ( R$ 233,00/ha), enquanto o sistema I (R$335,00/ha) foi superior aos sistemas V e VI (Tabela 31). San-tos et al. (2004), pela dominância estocástica, demonstrouque no período estudado, o Sistema II dominou os demaissistemas estudados. Pela análise, os sistemas foram classi-ficados na seguinte ordem decrescente: Sistema II, SistemaI, Sistema IV, Sistema III e Sistema V, sendo o Sistema VI, opior em termos de rentabilidade e de risco.

O trigo como cultura de duplo propósito, forragem e grãos, temsido usado em diversos países, como EUA e Uruguai, comoalternativa econômica em sistemas de produção agrícola. Epplinet al. (2001), analisando e comparando o retorno líquido de cul-tivo de trigo grão e trigo em duplo propósito de duas décadas deplantio no período de 1980-1999, no Estado de Oklahoma, EUA,observaram maiores retornos do cultivo de trigo grão em quatrosafras, enquanto o trigo em duplo propósito gerou maior retornolíquido em 16 safras. A estimativa de média de retorno líquido detrigo grão foi de US$148,26/ha, enquanto nos dois sistemas detrigo duplo propósito, os valores foram de U$175,44 e US$168,03(Tabela 32).

Buscando analisar as relações entre sistemas de cultivo detrigo (trigo–grão e trigo duplo propósito), a partir dos levanta-mentos de coeficientes de sistemas de produção de grãosou mistos usados no estado do RS, foram elaborados quatrosistemas de cultivo de trigo, descritos na Tabela 33, dos quaisem um deles refere-se a trigo duplo propósito (uso forrageiroe produção de grão), e efetuou-se a simulação de indicado-res econômicos para comparação dos sistemas.

156IL

PF

- Inte

gra

ção

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

Tabela 31. Receita líquida média anual (R$/ha) e dominância estocástica da receita líquida, em sistemas deprodução mistos combinados com pastagens anuais de inverno, 1995 a 1999, Passo Fundo, RS.

Análise de dominância estocástica da receitaSistemas de Receita líquida média líquida dos sistemas 1990 - 95

produção (R$/ha) 1995-99 I II III IV V VI

Sistema I 335,00 ab - 0 1 1 1 1Sistema II 351,00 a 1 - 1 1 1 1Sistema III 257,00 bc 0 0 - 0 1 1Sistema IV 267,00 bc 0 0 1 - 1 1Sistema V 237,00 c 0 0 0 0 - 1Sistema VI 233,00 c 0 0 0 0 0 -

Sistema I (trigo/soja, pastagem de aveia preta + ervilhaca/milho), sistema II (trigo/soja, pastagem de aveia preta + ervilhaca + azevém/

milho), sistema III (trigo/soja, pastagem de aveia preta + ervilhaca/pastagem de milheto), sistema IV (trigo/soja, aveia branca/soja,

pastagem de aveia preta + ervilhaca + azevém/pastagem de milheto); sistema V (trigo/soja, aveia branca/soja e pastagem de aveia preta

+ ervilhaca/pastagem de milheto) e sistema VI (trigo/soja, aveia branca/soja, pastagem de aveia preta + ervilhaca/pastagem de milheto).

Fonte: Santos et al., 2003, 2004.

157

Tabela 32. Estatística descritiva de retorno líquido médio anual (US$/ha) de sistemas de produção de trigo (trigo-grão e trigo duplo propósito), período 1980-99, Oklahoma/USA.

trigo duplo propósito Trigo duplo propósitoVariável Unidade Trigo - (plantado em 20 (plantado em 1 de

Grão de setembro) setembro)

Retorno líquido médio US$/ha 148,26 175,44 168,03

Retorno líquido mínimo US$/ha 61,78 64,25 59,30

Retorno líquido máximo US$/ha 254,52 281,70 281,70

Desvio padrão US$/ha 64,25 66,72 59,30

CV % 43 38 36

Fonte: Epplin et al., 2006.

158IL

PF

- Inte

gra

ção

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

Tabela 33. Descrição de sistemas de produção de grãos ou mistos usados para estimativa de custo e renda.

Sistema Plantio Direto

Nível baixo de uso de Nível médio de uso de Nível alto de uso de Uso para duplo insumos externos insumos externos insumos externos propósito PD N1 PD N2 PD N3 DP

1.500 kg/ha (25sc/ha) 2.200 kg/ha (36,5sc/ha) 2.700 kg/ha (45 sc/ha) 2.300 kg/ha (38,3sc/ha)+ 1.200 kg MS/ha

1,5l Glifosate 1,5l Glifosate + 4g/ha 1,5l Glifosate + 4g/ha 1,5l Glifosate + 4g/haMetasulfuron-metil + Metasulfuron-metil + Metasulfuron-metil +óleo mineral óleo mineral óleo mineral

120 kg/ha semente sem 130 kg/ha semente 150 kg/ha semente 130 kg/ha sementetratamento (própria) tratada com fungicida tratada com fungicida tratada com fungicida

(fiscalizada) (50% fiscalizada + 50% (fiscalizada)própria) e 10% tratadacom inseticida (Imidaclopride)

120 kg/ha 5-20-20 180 kg/ha 5-20-20 300 kg/ha 5-25-25 200 kg/ha 5-20-204g/ha Metasulfuron-metil 4g/ha Metasulfuron-metil 4g/ha Metasulfuron-metil -(20% área) (40% área) (40% área)50 kg/ha uréia 100 kg/ha uréia 120 kg/ha uréia 150 kg/ha uréia

(2 aplicações)0,75l/ha Tebuconazole 0,75l/ha Tebuconazole 0,75l/ha Tebuconazole 0,75 l/ha Tebuconazole

0,75l/ha Epoxiconazole +Pyroclostrobin

- 0,1 kg/ha Diflubenzurom 0,1 l/ha Lufenurom

159

Com base em preços médios de insumos e de trigo coletados

em Passo Fundo, RS, em abril de 2005 e abril de 2006, ob-

servam-se custos variáveis de produção de R$ 464,60 a R$

924,00 por hectare, em 2005, e de R$ 347,70 a R$ 695,70

por hectare, em 2006 (Tabela 34). O custo variável por saca

de produto foi de R$ 18,20 a R$ 20,50, em 2005, e de R$

13,90 a R$ 15,50, em 2006 (Figura 29). A tabela 34 apresenta

a receita bruta, a margem bruta e a relação receita bruta/

custo variável dos sistemas de produção estabelecidos, con-

siderando o preço médio de trigo pago ao produtor no RS de

R$20,00/saca 60 kg, em abril de 2005, e de R$ 18,00/saca

60 kg, em abril de 2006, segundo a EMATER/RS. Observa-

se que o uso de trigo em duplo propósito apresenta valores

positivos de margem bruta nas estimativas para os anos de

2005 e 2006 e que o PDN1 e PDN2 também são positivos

nas mesmas simulações, porém, com valores menores na

maioria dos casos. Em simulações considerando variações

de preços de produto de R$18,00, R$20,00 e R$22,00 a saca

de 60kg, para os anos de 2005 e 2006 (Figura 30), a margem

bruta do sistema trigo duplo propósito apresentou-se com es-

tabilidade, mostrando-se como alternativa a ser considerada

para propriedades que possuem atividade de produção mis-

ta, produção de grão e produção animal, especialmente em

situações de baixos preços de produto.

Além do trigo duplo propósito, alternativas como aveia, cen-

teio, cevada e triticale também tem sido avaliadas quanto as

suas potencialidades para produção de forragem e para uso

em duplo propósito.

160IL

PF

- Inte

gra

ção

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

Tabela 34. Estimativas de custo variável de produção (R$/ha), de receita bruta (R$/ha), de margem bruta (R$/ha) e de

relação renda bruta /custo variável dos sistemas de produção de grãos e mistos com trigo - safras 2005 e 2006.

2005 2006

Indicadores PD N1 PD N2 PD N3 DP PD N1 PD N2 PD N3 DP

Custo variável1 - R$ /ha 454,60 687,70 924,00 742,60 347,70 543,30 695,70 590,90

Receita Bruta - R$ /ha 500,00 733,33 900,00 766,67 450,00 648,00 810,00 729,60

2005 - R$ 20,00 sc. 60kg - - - - - - - -

2006 - R$18,00/sc. 60 kg - - - - - - - -

Margem Bruta - R$ /ha (-54,57) 45,67 (-24,02) 24,06 102,30 104,70 114,30 138,70

(Receita Bruta - Custo Variável)

Relação Renda Bruta/Custo variável 0,90 1,07 0,97 1,13 1,29 1,19 1,16 1,23

Legenda: PD N1 -

Sistema Plantio Direto / Nível baixo de uso de insumos externosPD N2 - Sistema Plantio Direto / Nível médio de uso de insumos externosPD N3 - Sistema Plantio Direto / Nível alto de uso de insumos externosDP - Sistema Plantio Direto / Uso para duplo propósito1 Custos variável e fixo envolvidos no processo produtivo, incluem gastos com insumos, depreciação de máquinas e equipamentos,operações financeiras, assistência técnica, gastos pós colheita, etc. não inclui remuneração pelos fatores produtivos (terra e capital

fixo)

161

Fig. 29. Estimativas de custo variável de sistemas produçãode grãos e mistos com trigo por hectare, 2005 e 2006.

Fig. 30. Margem Bruta (R$/ha) de sistemas de produção de

162 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

grãos e mistos simulados, considerando variações de preçode produto, abril 2005 e 2006.

A Tabela 35 apresenta estimativas de margem bruta de umaavaliação de 14 genótipos de cereais de inverno (aveia bran-ca, centeio, cevada, trigo e triticale) para produção de forra-gem verde para alimentação animal. Pelos dados da tabela35 podemos observar que as margens brutas variaram comsignificância estatística entre as culturas entre R$ 68,80/ha(cevada BRS 224 em 2005) e R$ 3.180,90/ha (centeio BRSSerrano em 2003), havendo interação entre anos e culturas.Considerando-se os grupos estatísticos estabelecidos peloteste de Duncan, na média agregada de 2003-2005, pode-seconsiderar o centeio BRS Serrano como sendo a melhor al-ternativa de retorno em termos de margem bruta por hectare,sem superar a aveia preta Agro Zebu. A aveia preta Agro Zebu,como terceira opção, foi semelhante ao centeio BR1 e o trigoBRS Umbu, a aveia preta IPFA 99009 e o trigo BRS 277. Porsua vez, os genótipos de triticale, cevada e aveia branca apre-sentaram os menores resultados de renda bruta consideran-do-se a análise agregada dos anos, no entanto, não diferindoestatisticamente dos genótipos aveia preta IPFA 99009 e tri-gos BRS 277, BRS Umbu e BRS Figueira. Tais cálculos tive-ram como base dados de experimentos realizados naEmbrapa Trigo, no município de Passo Fundo, RS, com deli-neamento experimental blocos ao acaso, com três repetições,sendo os preços de insumos considerados os valores dosmesmos em junho de cada ano e os preços recebidos, valo-res médios de mercado no período de setembro a agosto decada ano.

A Tabela 36 apresenta estimativas de margem bruta (R$/ha)

163

para os mesmos 14 genótipos de cereais de inverno, masque foram testados comparando sua potencialidade em ma-nejo de produção de forragem+grãos e de produção deforragem+silagem. Semelhante aos resultados apresentadosna tabela anterior, os cálculos tiveram como base dados deexperimentos realizados na Embrapa Trigo, no município dePasso Fundo, RS, com delineamento experimental de blo-cos ao acaso, com três repetições, sendo que para cada tipode utilização os ensaios foram analisados anualmente e emconjunto. Para a análise conjunta foram utilizadas as médiasdos genótipos em cada local.

Como preços dos insumos foram considerados os valoresdos mesmos em junho de cada ano e os preços recebidos,valores médios de mercado no período de setembro a agos-to de cada ano. Pelos dados da Tabela 37 observamos queos valores da margem bruta obtida por cada genótipo varia-ram de um ano para o outro. Examinando-se os dados anu-ais, vê-se que em 2003, com exceção das aveias, todos osgenótipos obtiveram valores de margem bruta menores quan-do no sistema forragem+silagem. No entanto, em 2004 e 2005,todos os genótipos testados obtiveram margens brutas mai-ores ao serem usados no manejo de produção de forragem+ silagem. Salienta-se que neste período (2004/2005), os pro-dutos agrícolas sofreram redução de preços pagos ao pro-dutor e, por sua vez, os preços de leite obtiveram aumento. Aconfiguração dos preços dos produtos e dos insumos e im-portante na decisão do produtor na escolha do manejo a seradotado. Considerando os genótipos sob a opção de produ-ção de forragem + grãos, observa-se que os valores de mar-gem bruta variaram de – R$ 453,40/ha negativo, para o casoda aveia preta IPFA 99009 no ano de 2004, a R$1.784,80/ha

164 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

no caso do centeio BRS Serrano no ano de 2003. O cultivarBRS Serrano destacou-se por apresentar, nos três anos ena média geral, margem bruta estatisticamente superior aos

demais genótipos. O centeio BR1 e o trigo BRS 277 apre-

sentaram-se como segunda e terceira alternativas de

potencialidade para manejo em duplo propósito (forragem +

grão), respectivamente. Os genótipos de aveia preta apre-

sentaram-se com menores resultados, inclusive com valo-

res negativos em dois dos três anos, condizendo com sua

vocação de produção de forragem.

Do ponto de vista da avaliação destes genótipos para produ-

ção de forragem verde e posteriormente corte para elabora-

ção de silagem, os resultados apresentaram faixa de varia-

ção de – R$ 194,92/ha (cevada BRS 225 em 2003) a R$

5.480,00/ha (centeio BRS Serrano em 2004). Considerando-

se o grupo estatístico em que os genótipos foram enquadra-

dos nos três anos e na análise conjunta, vê-se que o centeio

BRS Serrano configurou-se como alternativa superior, dife-

rindo estatisticamente dos demais genótipos em termos de

margem bruta gerada nos três anos e na média geral dos

anos. Como segunda alternativa para este tipo de manejo,

pode-se considerar o centeio BR 1, a aveia branca UPF 18 e

o trigo BRS 277; a terceira opção poderia ser ocupada pela

aveia preta IPFA 99009 e a quarta, pela aveia preta Agro Zebu

e pelo triticale Embrapa 53. O bom desempenho do centeio

BRS Serrano em ambos os manejos está relacionado ao ren-

dimento de massa verde nos experimentos e pelo preço de

mercado do cereal. No entanto, o centeio possui mercado

165

limitado e aumento na oferta do mesmo pode impactar negativamente no seu preço.

Tabela 35. Estimativa de margem bruta média (R$/ha) de cereais de inverno na produção potencial de forragemverde, nos anos 2003, 2004 e 2005 e em análise conjunta do período. Embrapa Trigo. Passo Fundo, RS, 2005.

MédiaCereais de Inverno 2003 2004 2005 2003-2005

1. Aveia branca UPF 18 1.311,70 d 515,00 e 549,50 cd 792,10 d2. Aveia preta IPFA 99009 2.73,30 c 1.246,50 bcd 759,10 c 1.359,60 bcd3. Aveia preta Agro Zebu 2.566,00 b 1.549,50 ab 911,50 bc 1.675,60 ab4. Centeio BR 1 1.958,70 c 1.510,60 abc 1.111,20 b 1.526,80 bc5. Centeio BR Serrano 3.180,90 a 1.994,60 a 1.532,40 a 2.236,00 a6. Cevada BRS 195 904,80 def 1.336,50 bc 143,90 e 795,10 d7. Cevada BRS 224 1.264,60 d 979,80 cde 68,80 e 771,10 d8. Cevada BRS 225 929,70 de 1.122,70 bcd 547,60 cd 866,60 cd9. Triticale BRS 148 627,10 ef 757,50 de 706,70 cd 942,20 cd10. Triticale BRS 203 873,90 def 1.259,00 bcd 693,80 cd 697,10 d11. Triticale Embrapa 53 481,40 f 1.058,00 bcd 624,70 cd 721,30 d12. Trigo BRS Figueira 1.132,00 d 1.395,60 bc 369,20 de 965,60 cd13. Trigo BRS Umbu 1.042,50 de 1.598,50 ab 565,20 cd 1.068,70 bcd14. Trigo BRS 277 1.743,40 c 1.243,10 bcd 615,10 cd 1.200,50 bcd

CV % 16,53 22,08 29,22

166IL

PF

- Inte

gra

ção

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

ILP

F - In

teg

ração

Lavo

ura

-Pecu

ária

-Flo

resta

Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem significativamente teste de Duncan (P>0,01).

Tabela 36. Estimativa de margem bruta média (R$/ha) de cereais de inverno manejados em duas situações, para produção de forragem e

grãos e para produção de forragem verde e silagem, e avaliação conjunta. Embrapa Trigo. Passo Fundo, RS, 2005.

Forragem + Grão Forragem verde + Silagem

Cereais de Inverno 2003 2004 2005 Média 2003 2004 2005 Média

1. Aveia branca UPF 18 681,20 cd -275,50 gh - 218,26 fg 62,48 def 912,77 b 3.208,00 bc 1.521,10 defg 1.880,62 bcd

2. Aveia preta IPFA 99009 - 19,20 gh -453,40 h - 432,64 h 301,75 f 893,93 b 2.649,30 cbd 2,754,00 b 2.099,08 bc

3. Aveia preta Agro Zebu 77,30 gh -421,80 h - 434,42 h -259,64 ef 393,85 c 2.335,90 cd 2.062,50 bcd 1.597,42 bcde

4. Centeio BR 1 1.083,60 b 585,00 b 317,36 b 661,99 b 536,69 c 3.776,50 b 2,705,70 bc 2.339,63 b

5. Centeio BR Serrano 1.784,80 a 828,60 a 672,62 a 1.095,34 a 1.329,40 a 5.480,70 a 4.280,00 a 3.696,70 a

6. Cevada BRS 195 561,50 de - 72,80 efg 61,75 c 183,48 cd 13,84 ef 1.614,60 d 606,70 h 745,05 e

7. Cevada BRS 224 326,30 efg 84,40 def - 90,20 de 106,83 cde 39,48 e 2.570,20 cd 866,40 gh 1.158,69 de

8. Cevada BRS 225 200,00 fg - 58,00 defg - 319,42 g -59,14 def - 194,92 g 1.636,90 d 900,40 fgh 780,79 e

9. Triticale BRS 148 216,80 efg 107,90 def - 90,29 de 78,14 cdef 171,63 de 2.458,90 cd 1.727,20 defg 1.452,58 cde

10. Triticale BRS 203 279,90 efg 167,00 cde - 119,29 def 109,20 cde 171,18 de 2.397,30 cd 1.062,90 efgh 1.210,46 de

11. Triticale Embrapa 53 249,00 h - 134,90 fg - 152,94 ef -178,95 def - 168,38 fg 2.787,20 bcd 1.904,90 bcde 1.507,91 bcde

12. Trigo BRS Figueira 140,40 fg 388,80 bc - 97,61 de 143,86 cd 64,41 e 2.946,10 bc 1.379,40 defgh1.463,30 cde

13. Trigo BRS Umbu 460,20 def 89,60 def -27,90 cd 173,97 cd 343,11 cd 2.161,70 cd 1.808,90 cdef 1.437,90 cde

14. Trigo BRS 277 910,20 bc 186,10 cd 289,84 b 462,05 bc 478,71 c 2.331,80 cd 1.867,80 bcde 1.559,44 bcde

167

CV % 19,34 23,52 13,73 -

13,65 19,62 20,84 -

Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem significativamente pelo

teste de Duncan (P>0,05).

Unidades de observação

A Fig. 31 apresenta dados médios de rendimento de massaseca (kg/ha) e rendimento de grãos (kg/ha) de quatro alterna-tivas de culturas de inverno para duplo propósito implantadasem unidades de observação (UO’s) nos municípios de Almi-rante Tamandaré, Boa Vista do Cadeado, Chapada, Ernestina,Ijuí, Nova Alvorada, Passo Fundo, Serafina Corrêa e VictorGraeff, RS, em 2005. Cada cultura foi testada sob o manejopara produção de grãos (grãos), para obtenção de forragemcom realização de um único corte e produção de grão (umcorte) e para obtenção de forragem com realização de doiscortes e produção de grão (dois cortes). Observa-se, um in-cremento médio de 128 a 181% no rendimento de massaseca das parcelas onde se realizou um corte para as parce-las onde realizaram-se dois cortes. Com relação ao rendi-mento de grãos, em comparação ao sistema só grão, obser-vou-se decréscimos de 42 a 82%, respectivamente, nos ren-dimentos das parcelas com um corte e dois cortes para to-das as culturas.

O comparativo de renda bruta média (R$/ha), custo variávelmédio (R$/ha) e margem bruta (R$/ha) por cultura nestasunidades é apresentado na Tabela 37. Os custos variáveismédios de implantação das unidades de observação de aveiapreta foram os menores dentre as demais culturas. Toman-do como referência as unidades de observação de aveia pre-

168 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

ta com dois cortes, alternativa bastante usada pelos produto-res, observa-se acréscimos nos custos variáveis de 1,01%(UO’s trigo – um corte) a 23,78% (UO’s cevada – dois cortes)com relação as demais alternativas. Com relação a margembruta média por hectare obtida nestas UO’s, observou-se re-sultados positivos na maioria das alternativas, com exceçãonas UO’s aveia preta – grão e um corte. Tomando-se nova-mente a alternativa aveia preta - dois cortes como referência,observou-se margens brutas médias superiores nas UO’sde cevada dois cortes, triticale - dois cortes, trigo – dois cor-tes e trigo – grão, com acréscimos de 54,7%, 52,2%, 57,6%e 4,9%, respectivamente. Observou-se, também, que asmargens brutas foram crescentes dentro da mesma culturapara aveia preta e cevada considerando as alternativas de

grão, um corte e dois cortes. No caso de triticale e de trigo,observou-se que as UO’s onde realizou-se um corte apre-sentaram as menores margens brutas com relação as alter-

169

nativas de produção de grão somente e produção de forragem (dois cortes) e grão.

Fig. 31. Rendimentos médios de massa seca (kg/ha) e de grãos (kg/ha) obtidos em unidades deobservação de cereais de invernos para duplo propósito no RS, 2005.

Tabela 37. Estimativa de renda bruta média (R$/ha), custo variável médio (R$/ha) e margem bruta média (R$/ha)de culturas para duplo propósito implantadas em unidades de observação no RS em 2005.

Número de Renda bruta (R$/ha) Custo variável (R$/ha) Margem bruta (R$/ha)

Cultura Unidades de Grãos Um Dois Grãos Um Dois Grãos Um Dois

Observação corte cortes corte cortes corte cortes

Aveia Preta 9 119,09 424,31 798,23 534,85 520,54 586,03 (410,17) (49,75) 310,05

Cevada 8 691,86 815,66 1.116,88 699,03 699,03 725,37 41,90 219,49 479,63

Triticale 9 843,37 759,33 1.077,17 633,46 604,85 653,39 279,16 241,27 472,09

170 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Trigo 10 929,86 831,74 1.149,64 620,53

594,78 647,28 325,37 263,76 488,87

Ao efetuarmos uma comparação da relação entre a receitabruta obtida pelo custo variável despendido por cultura e ma-nejo (Figura 32), vê-se que tal relação é negativa apenas noscasos da aveia preta para produção de grãos somente e pro-dução de forragem (um corte) + grão. Na análise destas uni-dades, pode-se dizer que a estratégia de uso de cereal paraprodução de grão + forragem propiciou acréscimo de rendapor unidade monetária investida com relação ao manejo paraprodução de grãos, no caso de aveia e cevada com um e

dois cortes. No caso de triticale e trigo, o acréscimo de rendapor unidade monetária investida no sistema grão + forragemfoi maior que o sistema grão somente quando houveram dois

171

cortes, o que pode estar relacionado com a necessidade demaximizar o rendimento de forragem em função da perda derendimento de grão.

Fig. 32. Relação entre receita bruta/ custo variável de cultu-ras para duplo propósito implantadas em unidades de obser-vação em municípios do RS, 2005.

As atividades de pecuária e lavoura podem ser complemen-tares entre si. A observação de aspectos técnicos eeconômicos na escolha das alternativas tem sido desenvol-vida em diversos estudos para auxiliar a tomada de decisãodos produtores. Como observamos nos dados apresenta-dos anteriormente existem alternativas que devem ser anali-sadas pelos produtores como sistemas mistos passíveis deuso em combinações produtivas. Questões relacionadas aopreço dos produtos e dos insumos são importantes para de-cisão sobre o manejo a ser escolhido (grão, forragem + grão,forragem + silagem). A escolha da espécie e do cultivar tam-bém configura-se como elemento importante na definição dosistema. Em situações de propriedades que já possuematividade de produção mista, pode-se dizer que alternativasao cultivo de aveia preta para o pastoreio tem se mostradoviáveis, não só do ponto de vista de seus benefíciosconservacionistas, como também, econômicos, e podem con-ferir flexibilidade ao processo produtivo de acordo com asvariações de preços de produtos e insumos .

172 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

173

9Capítulo

Gramíneas Perenes deInverno

Renato Serena Fontaneli, Roberto Serena Fontaneli eHenrique Pereira dos Santos

Festuca ( Festuca arundinaceaSchreb.)

Descrição morfológica

A festuca é uma gramínea perene de longa duração, cespitosa,com rizomas curtos. O colmo pode atingir de 0,60 a 1,20 m.Essa espécie tem sistema de radicular profundo. As folhasde festuca apresentam cor verde-escuro, brilhante, comnervuras destacadas e bordas ásperas. A lâmina foliar pos-sui de 5 a 9 mm de largura. A inflorescência de festuca é umapanícula, com 15 a 30 cm de comprimento, com numerososramos e espiguetas largas (Fig. 5).

174 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Características agronômicas

Festuca é uma gramínea perene, precoce, produz forragemcedo, no outono, por não apresentar mecanismo de dormênciano verão. Mantém-se verde durante todo o ano, desde quehaja condições de umidade e disponibilidade de nitrogênio.Durante o verão e o período mais frio, a produção de forra-gem é reduzida.

Adapta-se bem em áreas declivosas, sendo excelente plantapara programas de conservação de solo, em virtude da am-plitude de raízes. Também possui estolões horizontais cur-tos e muito espessos, graças aos quais expande-se progres-sivamente na superfície do solo, retendo-o bem. Em razãodo lento estabelecimento, característica das espécies pere-nes, é conveniente manter o terreno limpo e controlar plantasdaninhas.

Adaptação e estabelecimento

Festuca é a gramínea perene de inverno que apresenta mai-or resistência às condições da Campanha do Estado do RioGrande do Sul. É a mais produtiva e persistente, além deapresentar algum crescimento no verão (OLIVEIRA &MORAES, 1995). Tolera bem frio e excesso de umidade, en-tretanto, calor excessivo e deficiência de umidade prejudicamsua persistência. Embora tolerante a solos ácidos, quandomuito pobres em fósforo ou sujeitas a secas prolongadas

175

durante o verão, a espécie não se desenvolve adequadamentee, nesse caso, tem persistência curta.

Apresenta média exigência em fertilidade, mas responde bema fertilização e demonstra seu potencial em solos férteis eprofundos. Prefere solos úmidos, formando sistema de raízesamplamente desenvolvido. Adapta-se a solos de pH entre 4,5e 9,5 (OLIVEIRA & MORAES, 1995). Sobrevive em vários ti-pos de solo, preferindo os mais férteis. Responde bem à adu-bação nitrogenada. Para adubação de manutenção enitrogenada de cobertura, deve ser seguida a recomendaçãopara a cultura (MANUAL..., 2004).

No verão, o crescimento está mais limitado pela disponibili-dade de água do que pela temperatura. A temperatura ótimapara crescimento está ao redor de 25 ºC, e a paralisaçãode crescimento dá-se em temperatura inferior a 7 ºC, por issoo período de uso é relativamente longo.

A época de semeadura de festuca é outonal, preferencial-mente de abril a maio, podendo ser estabelecida em sistemaplantio direto. É indicado de 15 a 20 kg de sementes/ha emcultivo em linhas espaçadas de 0,2 a 0,3 m ou deve-se au-mentar para 20 a 25 kg/ha quando for realizado à lanço. Opeso de 1.000 sementes é de aproximadamente 2,3 g. Quan-do consorciada, indica-se usar 10 a 15 kg/ha de semente.Festuca pode ser propagada por mudas enraizadas, no iní-cio do outono.

Festuca consorcia-se bem com cornichão, trevo branco, tre-vo vermelho e alfafa. Em solos úmidos, deve-se dar prefe-rência ao trevo branco.

176 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Manejo

O fácil estabelecimento de festuca depende do manejo (Fig. 6 e 32),que consiste em pastejá-la uma ou duas vezes no primeiro ano.Após estabelecida, resiste ao pisoteio, graças ao desenvolvido sis-tema de raízes, formando um resistente tapete. Quando cultivadasementes livres de fungo endofítico (Neotyphodium coenophiadum)deve ser pastejada moderadamente, deixando-se altura de restevade pelo menos 7 cm. Quando for desejável elevado desempenhoanimal, semelhante ao do azevém, deve-se estabelecer festucacom sementes livres de fungo endofítico.

Fig. 32. (A) Pastagem de festuca no estádio vegetativo, (b)Florescimento, (C) e (D) Pastagem de festuca consorciadacom trevos em Passo Fundo, RS.Fotos: Renato S. Fontaneli.

(A) (B)

(C) (D)

177

Para melhor controle e não comprometer o estabelecimento,pode-se optar por não fazer pastejo na festuca no ano doestabelecimento, reservando-a para feno ou multiplicaçãode semente. Deve ser cortada para feno no emborrachamentopara elevado valor nutritivo. A partir do segundo ano, o pastejopoderá ser iniciado em abril e conduzido até início de dezem-bro. Pela resistência ao pisoteio, pode suportar carga animalmédia de 600 a 900 kg de peso vivo/ha (2 a 3 novilhos/ha),por períodos relativamente prolongados. É indicado fazer umaroçada de meados a fim de verão, diferindo-se para acumu-lar forragem para o outono/inverno.

Festuca pode produzir anualmente até 10 t de MS/ha. É umaplanta facilmente aceita por bovinos quando tenra, mas tema folhagem rejeitada no amadurecimento, razão pela qual avegetação deve ser mantida sempre bem manejada. Opastejo de festuca pode ser realizado quando essa gramíneaatingir altura de aproximadamente 20 cm, deixando-se a altu-ra de resteva de 7 a 10 cm. Em trabalho desenvolvido naEmbrapa Trigo, em Passo Fundo, com sistemas de produ-ção mistos (lavoura + pecuária), avaliando pastagens anuaisde inverno e perenes, no período de maio a outubro de 1994 a1996, sob plantio direto, as estimativas de ganho de pesovivo de novilhos foram: em consorciações de aveia preta +ervilhaca (273 kg/ha), de festuca + cornichão + trevo branco+ trevo vermelho (299 kg/ha), de pensacola + cornichão +trevo branco + trevo vermelho (326 kg/ha) e de alfafa (287 kg/ha), e não foram encontradas diferenças significativas(P>0,05) entre as médias de ganho de peso animal (Tabela38). No período de novembro a abril de 1994/95 a 1996/97,avaliando-se pastagens perenes, alfafa (602 kg/ha) epensacola + cornichão +trevo branco + trevo vermelho (460

178 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

kg/ha) produziram ganho de peso mais elevado (Tabela 39).Em Lages, SC, Rosa et al. (2008) obtiveram em dois anosmédia de 5,3 t MS/ha com a cultivar Epagri-312 com 40% defungo endofítico, forragem com 20% de PB e 70% dedigestibilidade da matéria seca.

Tabela 38. Efeitos de sistemas de produção de grãos envolvendopastagens anuais de inverno e perenes no ganho de peso animal, demaio a outubro de 1994 a 1996, sob sistema plantio direto. EmbrapaTrigo, Passo Fundo, RS.

Sistema de Anoprodução 1994 1995 1996 Média

————— kg/ha ——————Sistema IAveia preta + ervilhaca 2031b 285 b 330 a 273Sistema IIFestuca + cornichão +trevo branco + trevo vermelho 464 a 248 b 186 c 299Sistema IIIPensacola + cornichão +trevo branco + trevo vermelho 415 a 432 a 132 d 326Sistema IVAlfafa 192 b 411 a 258 b 287

Média 318 344 226 296CV (%) 15 8 14 -1 Ganho de peso animal = 10 kg de MS de pastagem de inverno = 1 kg de peso vivoanimal (Restle et al., 1998).Sistema I: trigo/soja, aveia branca/soja e aveia preta + ervilhaca/milho; Sistema II:festuca, cornichão, trevo branco e trevo vermelho, durante quatro anos, depoisretornando a produção de grãos; Sistema III: pensacola, cornichão, trevo branco etrevo vermelho, reforçado no inverno com aveia preta, durante quatro anos, de-pois retornando a produção de grãos; Sistema IV: alfafa para corte, como parcelaadicional, durante quatro anos, depois retornando a produção de grãos.Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem significativamente peloteste de Duncan (P>0,05).

Fonte: Santos et al. (2002).

179

Tabela 39. Efeitos de sistemas de produção de grãos envolvendopastagens perenes no ganho de peso animal, de novembro a abril de1994/95 a 1996/97, sob sistema plantio direto. Embrapa Trigo, Pas-so Fundo, RS.

Sistema de Ano

produção 1994/ 1995/ 1996/ Média95 96 97

—————— kg/ha ——————

Sistema I

Festuca + cornichão +

trevo branco + trevo vermelho 1911c 295 b 297 b 261 b

Sistema II

Pensacola + cornichão +

trevo branco + trevo vermelho 377 b 573 a 431 a 460 ab

Sistema II I

Alfafa 697 a 648 a 462 a 602 a

Média 422 505 397 441

CV (%) 10 10 12 -1 Ganho de peso animal = 10 kg de MS de pastagem de inverno = 1 kg de peso vivoanimal (Restle et al., 1998).Sistema I: festuca, cornichão, trevo branco e trevo vermelho, durante quatro anos,depois retornando a produção de grãos; Sistema II: pensacola, cornichão, trevobranco e trevo vermelho, reforçado no inverno com aveia preta, durante quatroanos, depois retornando a produção de grãos; Sistema III: alfafa para corte, comoparcela adicional, durante quatro anos, depois retornando a produção de grãos.Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem significativamente Duncan(P>0,05)

Fonte: Santos et al. (2002).

180 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Capim dos Pomares ou Dáctilo(Dactylis glomerata )

Descrição morfológica

O capim dos pomares é uma espécie perene de estação fria,cespitosa, com folhas verde azuladas com lâminas em for-ma de “v” quando cortadas transversalmente. As bainhas sãoachatadas e a lígula é longa. A planta cresce até 60 a 90 cm.A inflorescência é uma panícula aberta (Fig. 33).

Características agronômicas

Capim dos pomares é menos tolerante a seca e solos maldrenados que a festuca, porém é uma das gramíneas maistolerante à seca. É uma planta perene de curta duração, poispersiste por dois a quatro anos. A forragem é de elevado valornutritivo quando manejada adequadamente. Além de compo-nente de pastagens pode ser fenada. Pode ocorrer ferrugem,manchas foliares e ser danificadas por lagartas dos capinzais.

Adaptação e estabelecimento

É uma gramínia com alta tolerância ao frio e exigência em ferti-lidade média. A semeadura deve ser realizada no outono, mar-

181

ço a maio, utilizando-se 15 a 20 kg/ha de sementes. É maisexigente em fertilidade que a festuca e bem responsiva a adu-bação nitrogenada.

Manejo

Requer manejo mais cuidadoso que festuca. Manejo compastejo com lotação contínua e elevada pressão de pastejocompromete o estande. Pastejo moderado é o indicado, au-mentando a persistência quando associada com leguminosascomo trevo branco, trevo vermelho e cornichão (Fig. 33). Oprimeiro corte para feno deve ser realizado no elongamento einício da emissão das panículas, e os subsequentes cortesquando o crescimento permitir. Em Lages, SC (ROSA et al.,2008) obtiveram em dez cortes rendimento anual médio de5,2 t MS/ha com digestibilidade média da matéria orgânica de65% e teor de PB de 22%.

Fig. 33. Capim dos pomares.Fotos: Renato S. Fontaneli.

182 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Cevadilha-serrana ( Bromus auleticus )

Descrição morfológica

Cevadilha é uma uma espécie perene de estação fria,cespitosa, com folhas estreitas, lisas, contraídas em formade “M” ou “W”. A planta cresce até 60 a 90 cm. A inflorescênciaé uma panícula ereta (Fig. 6).

Características agronômicas

Cevadilha cresce bem em solos bem drenados, argilosos ouargilo-arenosos, com pH de 6,0 a 7,0, sendo mais exigenteque festuca. É uma planta componente de pastagens, po-dendo ser fenada ou ensilada. Quando cultivada isoladamen-te deve ser dada atenção a fertilização nitrogenada ou deveser consorciada com alfafa ou leguminosas perenes de in-verno. A forragem é de elevado valor nutritivo quando maneja-da adequadamente.

Adaptação e estabelecimento

A semeadura deve ser realizada no outono, março a maio, ouno início da primavera utilizando-se 15 a 20 kg/ha de semen-tes. Cevadilha-serrana apresenta alta tolerância ao frio, mé-

183

dia exigência em fertilidade e alta tolerância à estiagem (ROSAet al., 2008).

Manejo

Requer manejo mais cuidadoso que festuca. Manejo compastejo intenso e frequente, enfraquece o estande. Pastejomoderado e rotacionado é o mais indicado.

O primeiro corte para feno deve ser realizado no elongamentoe início da emissão das panículas, e os subsequentes cortesquando o crescimento permitir. A produtividade média de doisanos em Lages, SC, foi de 4,7 t MS/ha, com digestibilidadeda matéria orgânica de 72% e PB de 18% (ROSA et al, 2008).

184 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

185

Gramíneas Anuais V erão

Renato Serena Fontaneli, Roberto Serena Fontaneli eHenrique Pereira dos Santos

Milheto ou Capim It aliano (Pennisetumamericanum)

Descrição morfológica

Milheto é uma gramínea anual de verão, cespitosa, de porteereto, e apresenta perfilhamento abundante. A altura do col-mo pode superar 3,0 m. Pode atingir 1,5 m aos 50 a 55 diasapós a emergência. Apresenta folhas com lâminas largas combordos serreados. A lígula é pilosa. A inflorescência é umapanícula cilíndrica e longa (Fig. 34).

10Capítulo

186 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Fig. 34. Inflorescência de milheto e rebrote vigoroso de milhetoem Coxilha, RS.Fotos: Renato S. Fontaneli.

Características agronômicas

Milheto requer mais calor do que milho e sorgo para germinare se estabelecer de maneira uniforme e proveitosa(FRIBOURG, 1995). A prática tem revelado que só são bem-sucedidas as semeaduras realizadas a partir de setembro,quando a temperatura do solo situa-se em torno de 20 ºC.Sob essa condição, a forrageira germina bem e o cresci-mento de plantas ocorre com rapidez e compensa o plantioantecipado.

Dependendo da necessidade de pastagem, a semeadura demilheto pode ser escalonada da primavera ao verão, forman-do-se diversos potreiros, o que aumentará o período de apro-veitamento do elevado volume de massa verde proporciona-do por essa apreciada forrageira anual. O período de utiliza-ção pode estender-se de novembro a maio.

187

Adaptação e estabelecimento

Milheto desenvolve-se bem em solos arenosos e pouco

compactados (FRIBOURG, 1995). Nesse tipo de solo, pode ser

mais produtivo que sorgo, apresentando, como este, alta resis-

tência à seca. É tolerante a solos ácidos e muito responsivo à

adubação nitrogenada. Produz forragem de elevada qualidade

quando bem manejado. Atualmente está sendo usado com muito

sucesso para cobertura de solo em plantio direto, na região do

Cerrado, por apresentar sistema de raízes abundante e agres-

sivo, que descompacta e estrutura o solo e recicla nutrientes.

Para adubação de manutenção e nitrogenada de cobertura,

seguir a recomendação para a cultura (MANUAL..., 2004).

Miheto pode ser estabelecido por plantio direto, com 12 a 15

kg de semente/ha, em linhas espaçadas de 0,30 a 0,50 m, ou

de 25 a 30 kg/ha quando a lanço. em consorciações pode-se

reduzir a quantidade de sementes para 10 a 12 kg/ha. O peso

de 1.000 sementes é de aproximadamente 6,5 g. As semen-

tes devem ficar a 3,0 cm de profundidade do solo. A semea-

dura não deve ser realizada quando o solo apresentar tem-

peratura inferior a 18 a 20 ºC, para que não haja prejuízos

em relação à germinação de sementes.

Consorcia-se bem com várias leguminosas, especialmente fei-jão-miúdo e lab-lab, o que determina o aumento do volume demassa verde e, em especial, o valor protéico da pastagem.

Recomenda-se semear 10-12 kg de semente de milheto e 40

kg/ha de semente de feijão-miúdo [Vigna unguiculata (L.) Walp]

188 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

ou 20 kg/ha de semente de lab-lab [Lablab purpureus (L.) Sweet].

Manejo

Milheto é muito nutritivo e proporciona rápido ganho de peso

animal. Milheto diferente do sorgo, não apresenta durrina,

sendo nesse sentido atóxica para os animais em qualquer

estádio vegetativo, para corte, pastejo direto, feno e silagem

(Fig. 35). Milheto, ao contrário de milho para grão, recupera-

se com notável velocidade, após o corte ou pastejo, permitin-

do aproveitamento a cada 2 a 5 semanas. O pastejo de

milheto deve ser realizado quando as plantas apresentarem

altura de 50 a 60 cm, deixando-se de 15 a 20 cm de resteva

(FRIBOURG, 1995). Durante o período vegetativo, que é de

120 a 150 dias, produz abundante quantidade de forragem de

elevado valor nutritivo, podendo superar 15 t MS/ha

(FONTANELI et al., 2001, 2006). Quando bem manejado e

fertilizado, possibilita até oito cortes ou pastejos durante a

estação de crescimento. Sendo manejado para silagem, pode

produzir mais que milho e sorgo. O teor de proteína bruta na

massa seca da forragem varia de 7% a mais de 20%. Em

trabalho desenvolvido na Embrapa Trigo, com sistemas de

produção mistos, durante três anos, sob plantio direto, as

médias de ganho de peso vivo com novilhos variaram de 675

a 798 kg/ha (Tabela 40) em três a quatro ciclos de pastejo

rotacionados.

189

Fig. 35. Pastagem de milheto em sistema ILP (A) 10 de janeiro,(B) 26 de março 2009 - Embrapa Trigo, Passo Fundo, RS.Fotos: Renato S. Fontaneli.

Tabela 40. Efeitos de sistemas de produção de grãos envolvendopastagem de verão no ganho de peso animal, de 1995/96 a 1997/98,sob sistema plantio direto. Embrapa Trigo, Passo Fundo, RS.

Sistema de Ano

produção 1995/96 1996/97 1997/98 Média

————————— kg/ha —————————Sistema IMilheto 6421a 801 946 796Sistema IIMilheto 478 b 838 818 711Sistema IIIMilheto 650 a 830 914 798Sistema IVMilheto 426 b 800 798 675

Média 549 817 869 745CV (%) 13 9 14 -1 Ganho de peso animal = 10 kg de MS de pastagem de inverno = 1 kg de peso vivoanimal (Restle et al., 1998). - Sistema I: trigo/soja e aveia preta + ervilhaca/milheto;Sistema II: trigo/soja e aveia preta + azevém + ervilhaca/milheto; Sistema III: trigo/soja,aveia branca/soja e aveia preta + ervilhaca/milheto; Sistema IV: trigo/soja, aveiabranca/soja e aveia preta + azevém + ervilhaca/milheto. Médias seguidas de mesmaletra, na coluna, não diferem significativamente pelo teste de Duncan (P>0,05).Fonte: Santos et al. (2002).

(A) (B)

190 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Sorgos Forrageiros, Capim Sudão ouAveia de Verão [Sorghum bicolor (L.)Moench ]

Descrição morfológica

É uma gramínea anual de verão, cespitosa, com altura de 0,6 a 4,5m de altura. Sorgo pode ter colmos suculentos, eretos, dispostosem forma de touceiras. As folhas são lineares, com 25 a 50 mm delargura e 50 a 100 cm de comprimento. A inflorescência de sorgo épanícula, aberta e com ramificações curtas, nos sorgos forrageirose com sementes menores que os graníferos (Fig. 36).

Fig. 36. (A) Sorgo pastejo ou corte BRS 800, (B e C) Sorgosilageiro BRS 610 em Coxilha, RS, (D) Pastagem de sorgoAG 2501 em Sertão, RS.Fotos: Renato S. Fontaneli.

(A) (B)

(C) (D)

191

Características agronômicas

Sorgo é uma planta de clima tropical ou subtropical, utili-

zada principalmente para pastejo, corte verde e silagem,

pois para feno é difícil secar devido aos colmos muito gros-

sos, a menos que use-se segadora-condicionadora que

amassam os colmos, facilitando a secagem. É cultivado

em diversas regiões do mundo até cerca de 1.800 m de

altitude, cujas temperatura média gira entre 21 e 30 ºC.

Atualmente, sorgo forrageiro já dispõe de certa tradição

entre os agricultores brasileiros e é muito semeado, prin-

cipalmente no sul de Minas Gerais e no Vale do Paraíba,

SP (RECOMENDAÇÕES..., 1988).

Sorgo forrageiro constitui um grupo de híbridos e variedades

que possuem características agronômicas muito variáveis.

De modo geral, apresentam tipo e comportamento semelhan-

te ao milheto. Todavia, ao contrário de milheto, o produtor não

pode colher sementes para vender ou usar na propriedade,

pois em geral os genótipos disponíveis no comércio são de

híbridos, cujas sementes produzem população de plantas

atípicas. Na produção de sorgo para forragem, existem culti-

vares adaptadas para uso em silagem, pastejo ou corte ver-

de. Dentre as principais características consideradas na es-

colha de uma determinada cultivar, destacam-se rendimento

de massa verde e valor nutritivo. O valor nutritivo como silagem

é de 85 a 90% do obtido com milho (BALL et al., 2007).

192 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Adaptação e estabelecimento

Para as condições do Rio Grande do Sul, sorgo é semeadodesde fins de setembro até início de fevereiro, obtendo-se osmelhores resultados nas semeaduras de meados de outu-bro a meados de dezembro. O sorgo adapta-se bem em so-los médios e arenosos, profundos e permeáveis, livres deacidez nociva, com pH variando de 5,5 a 6,5. Requer mode-rada fertilidade. Para adubação dessa cultura, seguir as re-comendações técnicas (MANUAL..., 2004). É resistente àseca e pouco resistente a geada. O sorgo forrageiro é culti-vado a partir de sementes, sendo suficiente cerca de 10 kg/ha, em linhas distanciadas de 0,20 a 0,50 m ou a lanço de 15a 20 kg/ha. O peso de 1.000 sementes pode ser superior a40 g. Pode ser estabelecido sob plantio direto. A profundidadede semeadura pode variar de 3 a 5 cm. Se o solo estiverúmido, semear mais superficialmente. A população indicadapara sorgo forrageiro varia de 150.000 plantas/ha (FERREIRA,1984) a 350.000 plantas/ha (RECOMENDAÇÕES, 1988).

O sorgo pode ser consorciado com leguminosas como o lab-lab [Lablab purpureous (L.) Sweet] e o feijão-miúdo [Vignaunguiculata (L.) Walp].

Manejo

Sorgo forrageiro produz abundante forragem verde, que podeser usada em pastejo, corte, feno ou silagem (Fig. 36). O sorgo

193

deve ser pastejado quando as plantas atingem 0,60 m, ou mais,para evitar problemas de risco de intoxicação (MANEJO, 1992)por durrina, alcalóide nitrogenado precursor do ácido cianídricoou prússico. Os animais têm de ser adaptados ao pastejo desorgo. No início do pastejo os animais não devem estar famin-tos, e os primeiros pastejos devem ser por períodos curtos (3horas/dia). Sorgos forrageiros requerem pastejo rotacionado,alta carga animal por curtos períodos, deixando-se uma alturade resteva de 10 a 20 cm. Apresenta grande resistência aopisoteio e alta palatabilidade. Essa gramínea responde bem àaplicação de nitrogênio após cada corte ou pastejo. Sob condi-ções favoráveis, pode ser cortado a cada 3 a 4 semanas. Sorgoé muito produtivo, produz cerca de 30 a 60 t/ha de forragemverde, mas por curto período, cerca de 80 a 120 dias de utiliza-ção. Para feno as plantas dever ser cortadas com 0,8 a 1,0 mde altura e, para silagem, quando os grãos estiverem pastosos,com 30 a 35% de matéria seca.

Teosinto ou Dente de Burro [Zea mayssubsp. mexicana (Schrad.) H.H. Iltis]

Descrição morfológica

É uma gramínea anual de verão, cespitosa, com altura de 0,6a 1,5 m de altura. Teosinto é originário da América, sendoconsiderado o ancestral do milho. Possui colmos grossos,eretos, dispostos em forma de touceiras. As lâminas foliares

194 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

são largas, semelhante ao milheto, sorgos e milho, com 25 a50 mm de largura e 50 a 80 cm de comprimento (Fig. 37) . Ainflorescência é uma espiga rudimentar, com parte das se-mentes expostas e com sementes de cor parda, na forma deum dente canino, muito duras. As sementes são liberadosao ambiente assim que se tornam maduros.

Fig. 37 . Plantas de teosinto ou dente de burro.Fotos: Renato S. Fontaneli.

Características agronômicas

Planta rústica e de fácil estabelecimento. Menos exigenteem fertilidade de solos que sorgos e milheto, com menor po-

195

tencial de acúmulo de biomassa, que dificilmente supera 8,0t MS/ha.

Adaptação e estabelecimento

Não tolera solos arenosos, pobres e secos. Tolerância médiaa acidez bem como a geadas. As cultivares Comum e CTC10 são disponíveis para semeadura que deve ser realizadana primavera-verão, de setembro a fevereiro, utilizando-se30 a 40 kg/ha de sementes e consorciado com feijão miúdoou labe-labe 30 kg de sementes/ha. Semeadura em linhasafastadas de 0,6 a 0,9m e distância entre plantas em tornode 0,3 a 0,5m, com uma profundidade média de 2-4 cm.Deve-se observar uma temperatura de solo em torno de 18°Cna semeadura.

Manejo

Plantas devem ser pastejadas ou cortadas com 60 a 80 cmde altura, preservando-se uma resteva de 10 a 15 cm paranão prejudicar o rebrote. Proporcionando assim três cortespor ano, de novembro a maio. O potencial de rendimento éde cerca de 50 t/ha de massa verde. Pode ser conservadacomo silagem ou a forragem colhida e fornecida verde, pica-da, em coxos. O valor nutritivo da silagem assemelha-se ade milho e o desempenho animal às demais gramíneas anu-ais de verão. Orth & Fontaneli (2002) compararam em Pas-

196 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

so Fundo, RS, gramíneas forrageiras anuais de verão econcluiram que os sorgos forrageiros foram mais produtivosque capim sudão e teosinto, mas em termos de valor nutriti-vo as forrageiras anuais de verão, bem manejadas, são se-melhantes ao dos cereais de inverno. É possível preencher ovazio forrageiro outonal com a semeadura escalonada deforrageiras anuais de verão, até final fevereiro (tabelas 41 e42). Já Souza et al. (1992) estimaram o rendimento debiomassa e proteína bruta de teosinto em quatro densidadesde semeadura (30, 40, 50 e 60 kg de sementes/ha) e duasalturas de corte (10 e 30 cm) em Augusto Pestana, RS (Ta-bela 43). Os autores realizaram quatro cortes (16 de janeiro,06 de fevereiro, 27 de fevereiro e 20 de março). Teosinto ésuscetível a helmintosporiose e, eventualmente pode ser ata-cado por pulgões e lagartas.

Tabela 41. Efeito da época de semeadura no rendimento total demassa seca (MS), percentagem de folhas, afilhos (AF) e medidas dovalor nutritivo: proteína bruta (PB), fibra em detergente ácido (FDA),fibra em detergente neutro (FDN) e nutrientes digestíveis total (NDT).

MS

Época total No. AF Folha PB FDA (%) FDN (%) NDT

(t/ha) (m2) (%) (%) Fo- Col- Fo- Col (%)

lha mo lha mo

Janeiro 6,1 a 69 a 41 c 16,0 c 37 47 70 77 60

Fevereiro 6,0 a 69 a 60 b 17,8 b 40 48 63 74 57

Março 1,0 b 67 a 100 a 19,0 a 36 - 65 - 64

Médias seguidas de mesma letra, nas colunas, não diferem significativamente pelo

teste de Duncan (P>0,05).

197

Tabela 42. Rendimento total de massa seca (MS), percentagem defolhas, afilhos e medidas do valor nutritivo: proteína bruta (PB), fibra emdetergente ácido (FDA), fibra em detergente neutro (FDN) e nutrientesdigestíveis total (NDT) de genótipos de gramíneas anuais de verão, mé-dia de dois anos e três épocas de semeadura, de janeio a março emPasso Fundo, RS.

MSGenótipos total No. AF Folha PB FDA (%) FDN (%) NDT

(t/ha) (m2) (%) (%) Fo- Col- Fo- Col (%)lha mo lha mo

AG 2501 6,8 a 50 c 56 b 15,0 c 40 49 68 74 74BRS 800 5,9 ab 58 bc 72 a 17,0 b 41 47 66 72 72Milhetocomum 4,0 bc 72 ab 52 b 22,0 a 32 48 62 80 80CapimSudão 2,8 c 71 ab 78 a 16,5 b 36 48 68 77 77Teossinto 2,7 c 89 a 78 a 17,2 b 38 44 62 74 74

Médias seguidas de mesma letra, nas colunas, não diferem significativamente pelo

teste de Duncan (P>0,05).

Tabela 43. Altura da planta, rendimento de massa seca (MS) e pro-teína bruta de teosinto em diferentes densidades de semeadura ealtura de corte. CTC, Augusto Pestana, RS, 1988.

Densidade/ Alturaaltura planta MS MS PBde corte (cm) (%) (kg/ha) (kg/ha)

30 -10 66 b 14 4.103 16,330 - 30 84 a 16 4.881 16,640 -10 63 b 15 4.221 16,540- 30 84 a 17 4.513 18,050 - 10 69 b 15 4.161 15,650 - 30 80 a 17 4.571 17,560 - 10 67 b 15 4.349 17,260 -30 85 a 17 4.927 17,4

Média 74,7 17,6 4.445,7 16,9

Fonte: Adaptada de Souza et al., 1992.

198 ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-FlorestaILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta